Arquivo anual 2024

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Agosto de 2024

O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS realizadas pelos Estudantes Rosacruzes, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos que foram objetos de exposições, publicações e em Reuniões públicas de Estudos durante o mês anterior.

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1.Para acessar a Edição digital (com a formatação e as figuras em melhor qualidade)

clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Agosto de 2024

2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras) é só ler aqui:

SUMÁRIO

Informação. 3

Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Agosto/2024: Reuniões de Estudos e Publicações. 3

Setembro – Sol transitando pelo Signo de Libra (setembro/outubro) 4

04/08 – 16 h – Estudos Bíblicos Rosacruzes – Evangelho Segundo São Mateus 5, P.8. 5

04/08 – 17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XI – Gênese e Evolução do Nosso Sistema Solar – Caos – Vida e Forma-Espaço e Matéria. 12

11/08 – 17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XI – Gênese e Evolução do Nosso Sistema Solar – Caos, Vida e Forma, Gás, Epigênese. 13

18/08 – 17h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XII – A Evolução da Terra – A Época Polar – Senhores da Forma – A Glândula Pineal 16

25/08 – 17 h – Estudos do Estudo das Terminologias Rosacruzes – Cap. XI – O Período Terrestre – O Nascimento dos Planetas – O Sol Visível e Invisível 20

Alguns Artigos Publicados nas nossas redes sociais no mês de Agosto: 23

O sono é um estado muito ativo para todos nós! 23

As medidas da Natureza são maravilhosamente justas e certas. Veja um exemplo aqui. 24

A máxima ocultista que deve nortear nosso padrão de comportamento com os outros. 26

Ser a “Sementeira” de Amor 27

Temos que nos esforçar para atingir o mesmo nível: “Cabeça-Coração”. 28

Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes. 30

1. Por que Deus, sendo todo-poderoso e todo-piedoso, permite que os animais inocentes sejam atropelados nas pistas? Além disso, por que motivo Ele não protege os animais inocentes contra a crueldade e a covardia do ser humano?. 30

2.Pergunta: Como vocês explicam a experiência de quase  morte?. 31

3.Pergunta: No hemisfério norte a época de maior intensidade espiritual acontece durante o Natal. Então no hemisfério sul acontece em junho?. 31

4.Pergunta: Na resposta nº 90, do segundo livro de perguntas e respostas, Max Heindel diz que a Terra nunca teve um Espírito interno, além de Jeová e Cristo. E no futuro seremos nós mesmos. Então o nosso Planeta foi feito para não ter Espírito interno? Por que alguns Planetas têm Espírito interno e outros, não?. 32

5.Pergunta: Jacó teve 13 filhos com quatro mulheres: 12 homens e uma mulher. Mas foi dito que seus filhos representam os 12 Signos do Zodíaco. Então falta um para representar. Qual dos filhos não está relacionado com o Zodíaco e por quê?. 32

SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA.. 32

Datas de Cura: Setembro: 5, 12, 19 e 25. 33

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Informação

As Reuniões de Estudos presenciais abertas ao público ocorrem na nossa Sede própria situada na Avenida Francisco Glicério, 1326 – Centro – Conj. 82 – Campinas – SP – Brasil, aos domingos às 16 h e/ou às 17 h. Em seguida temos a oficiação do Ritual do Serviço Devocional do dia.

Se você quiser participar presencialmente é só nos avisar antecipadamente pelo WhatsApp: 55 19 99185-4932 ou pelo e-mail: fraternidade@fraternidaderosacruz.com

É uma oportunidade ímpar de você estar estudando com pessoas que têm o mesmo ideal Rosacruz!

Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Agosto/2024: Reuniões de Estudos e Publicações

-Dia 04/08 – 16 h – Estudos Bíblicos RosacruzesEvangelho Segundo São Mateus 5, P.8.1

17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XI – Gênese e Evolução do Nosso Sistema SolarCaosVida e Forma-Espaço e Matéria

-Dia 11/08 – 16 h – Estudos de Astrologia Rosacruz – Reunião Reservada

17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XI – Gênese e Evolução do Nosso Sistema SolarCaos, Vida e Forma, Gás, Epigênese

-Dia 18/08 – 16 h – Reunião do Estudante Regular – Reunião reservada

17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XII – A Evolução da Terra – A Época Polar – Senhores da Forma – A Glândula Pineal

-Dia 25/08 – 16 h – Reunião de Probacionistas – Reunião reservada

17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XI – O Período Terrestre – O Nascimento dos Planetas – O Sol Visível e Invisível

Nota: Você pode obter uma cópia digital da Obra Básica Conceito Rosacruz do Cosmos da edição mais atualizada grátis aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/livros-digitalizados/o-conceito/

-Publicações de textos no nosso Site (www.fraternidaderosacruz.com) e nas nossas Redes Sociais:

https://www.facebook.com/fraternidaderosacruz

https://www.facebook.com/FraternidadeRosacruzCampinas

https://www.instagram.com/frc_max_heindel/ e

https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas

-Correção de lições dos Cursos (Filosofia, Bíblia e Astrologia) dos Estudantes Rosacruzes que fazem tais Cursos por esse Centro Rosacruz

-Respostas às dúvidas dos leitores (via e-mail, no site, nas redes sociais)

-Oficiação dos Rituais Devocionais (incluindo Hino de Abertura, do Signo do mês solar e Hino de Encerramento)

Continuação dos tratamentos de saúde para os irmãos e as irmãs inscritas no Departamento de Cura desse Centro Rosacruz

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Setembro – Sol transitando pelo Signo de Libra (setembro/outubro)

O Sol transita pelo Signo de Libra, a Hierarquia Criadora de Libra ou Hierarquia Zodiacal de Libra ou, ainda, os Senhores da Individualidade. Quando o Sol entra em Libra, no Equinócio de Setembro, o sublime Cristo alcança a superfície exterior da Terra. Então, ocorre uma aceleração cósmica. Lentamente, durante novembro e dezembro, o raio do Cristo penetra nos diversos planos internos do Planeta, até alcançar o centro da Terra, no Natal. Pela visão superior, o raio do Cristo é dourado, como o Sol espiritual do qual emana. Constitui, verdadeiramente, a trilha da santidade para todo Discípulo que, sinceramente e com firmeza, se dedicou à busca durante o período do Equinócio de Setembro. Em algum futuro Solstício de Dezembro, ele receberá a luz divina, recém-nascido no coração da Terra. É o tempo da dedicação ao Caminho do Cristo.

Antes de alcançar a meta, cada Aspirante deve aprender a lição cósmica de Libra: “Então compreenderás a justiça e o direito, a retidão e toda boa obra.” (Pb 2:9). Distinguir o real do ilusório, o verdadeiro do falso é também a palavra-chave bíblica de Libra.

(Clique aqui e tenha mais informações de como utilizar esse Calendário Rosacruz)

04/08 – 16 h – Estudos Bíblicos Rosacruzes – Evangelho Segundo São Mateus 5, P.8

Reafirmemos o motivo principal pelo qual nós, Estudantes Rosacruzes, nos dedicamos ao estudo e à colocação em prática na nossa vida dos Ensinamentos contidos na Bíblia.

O motivo principal é: Porque a Bíblia foi nos dada pelos Anjos do Destino que estando acima de todos os erros dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento. Por conseguinte, se procurarmos a Luz, a encontraremos na Bíblia.

Um segundo motivo é porque o estudo bíblico é fundamental para o Estudante Rosacruz. É por meio dele que o Estudante Rosacruz tem a maior ajuda para equilibrar cabeça-coração, intelecto-coração, razão-devoção, Cristão ocultista-místico. Pois, como todos sabem, a imensa maioria das pessoas que se tornam Estudantes Rosacruzes tem a tendência a ficar mais para o lado da Mente, da “cabeça”, da razão e, com isso, sofre a tentação de ser perder na intelectualidade. E isso, como nos diz Max Heindel, é um fator de desestímulo e até de risco à perda de oportunidades para evoluir nessa vida aqui.

Para entendermos a causa dessa necessidade de Cristo se pronunciar assim, ensinando que deveríamos alterar o nosso comportamento, deixando de pensar, desejar, falar e agir de um modo bem diferente do que estávamos acostumados a fazer, temos que compreender como e porque chegamos a essa situação, que evidenciou o risco de muitos de nós perder a oportunidade de continuar evoluindo nesse Esquema de Evolução.

Nesse Período Terrestre, quando alcançamos o Globo D, na 4ª Revolução – quando começou de fato o trabalho original do Período Terrestre, após às devidas recapitulações -, também alcançamos o ponto mais denso que nós, Espíritos Virginais da Onda de Vida humana manifestados aqui, deveríamos conquistar já na Região Química do Mundo Físico, onde até hoje vivemos quando estamos renascidos no nosso Corpo Denso aqui.  Esse ponto chama-se Nadir da Materialidade.

Se detalharmos um pouco mais as Revoluções no Globo D, vemos que essa figura deixa mais clara que a 4ª Revolução, é a parte da Região Química do Mundo Físico onde vivemos a parte mais densa em matéria de todo esse Esquema de Evolução.

Por isso o meio da 4ª Revolução é conhecido como o Nadir da Materialidade. Esse fato é, ao mesmo tempo, o ideal da conquista de toda a Região Química do Mundo Físico que devemos alcançar (note a única Onda de Vida a fazer isso), mas é o maior risco que enfrentamos. E como ocorre em todos os Esquemas de Evolução, nesse momento, esse Esquema de Evolução é dividido em partes menores um pouco antes de se alcançar o Nadir da Materialidade, e um pouco depois de alcançá-lo.

Os motivos para esse cuidado das Hierarquias Criadoras que dirigem o Esquema de Evolução são dois:

1) Reduzir o risco do apego da Onda de Vida humana à parte mais densa, que sempre ocorre, devido ao elevado grau de “cegueira espiritual”, a fim de focar na parte material, o que pode resultar em uma cristalização tal que seres da Onda de Vida humana pode perder todas as possibilidades de continuar evoluindo nesse Esquema de Evolução (que é o que já aconteceu com vários dos nossos irmãos e das nossas irmãs que hoje aguardam no cone sombrio da Lua um próximo Dia de Manifestação do nosso Criador, Deus).

2) Facilitar a conquista da Região Química do Mundo Físico, ou seja: se tornar especialista de materiais Sólidos, Líquidos e Gases, a fim de que em outros Dias de Manifestação, quando um Onda de Vida necessitar construir Corpos com esses materiais, nós possamos ajudá-la, seja lhe fornecendo o germe de um Corpo, seja auxiliando em como lidar com esses materiais.

As divisões, nesse momento e nesse Esquema de Evolução foram em Épocas e Eras. E isso foi possível devido a um dos movimentos do nosso Planeta chamado de Precessão dos Equinócios, bem conhecido pela Astronomia.

Bem resumido, ocorre porque vendo daqui da Terra (ou seja, tendo como referência estarmos em um ponto qualquer da Terra) todos os anos, no Equinócio de Março, o Sol cruza o Equador do hemisfério sul para o hemisfério norte. Nesse momento se olharmos por trás do Sol há um Signo, ou seja: o Sol está transitando por um Signo. Atualmente o Signo é Peixes.

E devido ao movimento Precessão dos Equinócios (como o nome já sugere), todo ano o Sol cruza em ponto anterior ao ponto anterior (Exemplo: se cruzou no grau 10 de um Signo, cruzará em algum ponto menor que o grau 10; na verdade alguns minutos menores do que o do ano anterior).

Assim, houve momentos no passado em que no Equinócio de Março, o Sol cruzava quando estava no Signo de Áries. E em momentos mais anteriores, o Sol cruzava quando estava no Signo de Touro no Equinócio de Março.

Assim, considerando as lições a serem aprendidas, o processo, o método empregado e todo o ambiente que tínhamos, as Hierarquias Criadoras deram o nome de Era a cada Signo que o Sol transitava pelo movimento da Precessão dos Equinócios.

Na Filosofia Rosacruz estudamos com mais detalhes cada Era. Assim, enquanto o Sol transitava pelo Signo de Touro, tivemos a Era de Touro. Depois, em um momento mais à frente enquanto o Sol transitava pelo Signo de Áries, tivemos a Era de Áries. Depois, em um momento mais à frente enquanto o Sol transita pelo Signo de Peixes, temos a Era de Peixes.

E a cada 3 Eras temos uma Época que compreende um conjunto maior de alterações em nós e no nosso Campo de Evolução, necessários para evoluirmos e aprendermos as lições nesse Esquema de Evolução. Exemplo: em uma Época, nosso Corpo Denso era mais parecido como um embrião humano atual. Hoje é essa forma que temos, muito mais desenvolvido.

Na figura abaixo vemos as Eras. E a cada 3 Eras, a Época. E, alguns exemplos das principais modificações que ocorrem na nossa composição (Corpos e Veículo), na nossa alimentação e no nosso comportamento.

Note que na figura, na parte de baixo, fica claro que alcançamos o Nadir da Materialidade exatamente na Era de Gêmeos da Época Atlante. Isso há muito tempo nesse Esquema de Evolução, já que estamos atualmente na Era de Peixes, já na Época Ária!

Note que próximo ao Nadir da Materialidade, que ocorreu na Época Atlante, de um lado tivemos a Era de Câncer, depois a mais densa de todas a Era de Gêmeos, e do outro lado a não tão densa Era de Touro, fechando a Época Atlante. Depois entramos na Época Ária que se iniciou com a Era de Áries, depois a menos densa das 3 anteriores, a Era de Peixes (a que estamos agora) e estamos já na Órbita de Influência da Era de Aquário.

Para que pudéssemos alcançar o objetivo de nos manifestar como indivíduos completos, e expressar o total controle do nosso Tríplice Corpo em cada um dos Mundos que atuamos, os Senhores da Mente nos deram o germe da Mente nessa Época Atlante (durante as 3 Eras, dependendo do grau de evolução de cada um de nós).

Também nesse Esquema de Evolução, para alcançarmos o Nadir da Materialidade fomos nos concentrando cada vez mais no nosso Corpo Denso e na Personalidade, de modo que a ilusão do “eu pessoal”, imediatamente surgiu a ideia do “eu” e “tu”, do “meu” e “teu”, e os interesses individuais começaram a entrar em conflito com os dos outros, que começou na Era de Gêmeos.

Estudamos esses eventos na Bíblia, figurativamente nos contado como a tragédia entre Caim e Abel, e a existência de Nimrod, poderoso caçador, com derramamento de sangue.

Com isso, e por vontade própria, fomos robustecendo o nosso modo de agir por meio do Corpo de Desejos, procurando satisfazer todos os nossos desejos, sentimentos e nossas emoções inferiores, em busca da conquista da Região Química do Mundo Físico, e esquecendo totalmente da nossa parte divina. O livre arbítrio nos garantiu essa escolha.

Como o Corpo de Desejos ditava a nossa conduta e era focado em gerarmos desejos, emoções e sentimentos inferiores (egoísmo, ódio, raiva, vingança, ciúmes, inveja e afins), colocamos, por livre vontade, a Mente à serviço do Corpo de Desejos, e começamos a utilizar a Mente para manifestar a astúcia e justificar os nossos desejos inferiores.

Resultado: cristalização dos nossos veículos e risco de perder todas as possibilidades de continuar evoluindo nesse Esquema de Evolução (que é o que já aconteceu com vários dos nossos irmãos e das nossas irmãs que hoje aguardam no cone sombrio da Lua um próximo Dia de Manifestação do nosso Criador, Deus).

Já entre o final da Era de Gêmeos e iniciando a Era de Touro, com o objetivo de nos ajudar a controlar o nosso Corpo de Desejos, Jeová (o terceiro Aspecto de Deus, o Espírito Santo) nos forneceu as Religiões de Raça nos separando em nações, cada uma com um Espírito de Raça, de modo que pudesse ficar mais fácil os povos das nações dominarem os seus Corpos de Desejos entre os membros das nações. E para que isso ficasse claro deu a cada nação as Leis – um exemplo são os 10 Mandamentos – que deveriam ser obedecidas e que, se analisarmos cada uma, veremos claramente que tem o objetivo de controlar os nossos Corpos de Desejos na escolha e manipulação de materiais das 3 Regiões inferiores do Mundo do Desejo.

Como havia muitos irmãos e muitas irmãs já avançados, esses foram escalados como Profetas, mediadores entre o Divino e a Humanidade, que contavam como os povos das nações deveriam se comportar, onde estavam errando e o que fazer para se corrigirem.

O que aconteceu? Nós começamos a “distorcer” as Leis de Raça, a fim de tentar acomodar a prática dos nossos desejos, sentimentos e nossas emoções inferiores (e muitos de nós até hoje assim o fazem).

Um exemplo? A da “lei do talião” de onde veio essa de “olho por olho, dente por dente”. Isso não está nos 10 Mandamentos, não é? E como essa “lei”, há muitas outras pelo mundo afora que podemos consultar, se quisermos.

Percebam na figura acima que já na Era de Touro, era para nós começarmos os preparativos para irmos em direção a uma menor densidade de matéria química, e começar um caminho para a matéria etérica, na Região Etérica.

Só que continuávamos o foco na Região Química, o apego ao “Eu inferior” e nos alimentando de material de desejos, sentimentos e emoções inferiores, ou seja, nos cristalizando por irmos contra as Leis de Deus.

Quando entramos na Época Ária, por meio da Era de Áries, novas condições foram apresentadas para nos ajudar a mudar essa direção. Muitos conseguiram, mas um outro tanto não. Foi então que surgiu o Plano de Salvação liderado por Cristo, nosso Redentor e único Ideal a ser seguido.

Toda uma preparação foi nos fornecida para ensinar que devíamos deixar as Religiões de Raça – a Religião do Espírito Santo – e adotar a Religião Cristã que Cristo estava nos apresentando – depois de anúncios e mais anúncios, e exemplos e mais exemplos, desde muitos séculos ainda da vinda do Cristo, do que seria a Religião Cristã, a Religião do Filho, dados pelos profetas, como temos inumeráveis no Antigo Testamento.

De modo que quando foi atingindo o entorno de 8 graus de Precessão dos Equinócios do Sol cruzando o Equador por Áries (veja: já na Órbita de Influência da Era de Peixes), Cristo veio entre nós para nos mostrar como deveríamos fazer para progredir nesse Esquema de Evolução.

Lembrando, como aprendemos na Filosofia Rosacruz: se Cristo não tivesse vindo implantar o “Plano de Salvação”, teríamos uma segunda Lua, como irmãos e irmãs indo para o cone sombrio dessa, perdendo toda a oportunidade de continuar evoluindo nesse atual Esquema de Evolução, além, logicamente, de atrasar que ficaria nesse Planeta Terra, pois haveria a necessidade de “suspender” esse Esquema de Evolução para a retirada de um pedaço do Planeta para a formação dessa nova Lua (exatamente como aconteceu com a formação da Lua que temos hoje).

Para saber mais, assista a 14ª Reunião Estudos Bíblicos Rosacruzes-FRC em Campinas em:

14-Reunião de Estudos Bíblicos Rosaruzes-4jul24-5to Capítulo do Evangelho Segundo São Mateus P.8.1

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04/08 – 17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XI – Gênese e Evolução do Nosso Sistema Solar – Caos – Vida e Forma-Espaço e Matéria

Nesse texto um dos termos Rosacruzes que temos é o “Sistema Solar”.

Viemos estudando nossa evolução através dos 7 Períodos. Durante os Períodos de Saturno, Solar e Lunar, nós, Espíritos Virginais, estávamos evoluindo no Sol, e junto conosco, outras “correntes de vida” que seguem diferentes evoluções, embora pertencentes a mesma classe original de Espíritos Virginais como a nossa Humanidade.

Chegou um certo momento que a devida adequação do calor e vibração do Sol no Período Terrestre não era adequada a todos, e para que cada classe fosse atendida em suas necessidades, foram segregadas cada classe em diferentes Planetas a várias distâncias do Sol, de acordo com as necessidades dos evoluintes.

Essa é a cerne do nosso Sistema Solar. Ou seja, nesse Período Terrestre em que estamos, as condições eram tais que, para dotar cada classe do grau de calor e vibração necessários à sua fase particular de evolução, estas foram segregadas em vários Planetas, a diferentes distâncias do Sol, a fonte central da Vida. Esta é a razão do nosso Sistema e de todos os outros Sistemas Solares do Universo.

Estes são os 7 Planetas que gravitam em torno do Sol, e que são os Corpos Densos dos 7 Gênios Planetários na sequência na qual foram arrojados: Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus e Mercúrio.

Outro termo Rosacruz que temos é o “Reino de Deus”. Definimos, nos Ensinamentos Rosacruzes, o nosso Sistema Solar como o Reino de Deus. Criado por nosso Deus, nosso Criador, que decide criá-lo, limitando-se a Si Mesmo em certa porção do espaço, para evoluir e dilatar a Sua própria consciência. Ele inclui em seu próprio Ser hostes de gloriosas Hierarquias, para nós, de incomensurável poder e esplendor espirituais.

Seu Reino inclui os sistemas de evolução que se processam em todos os Planetas do nosso Sistema Solar: Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus e Mercúrio, bem como seus satélites naturais.  

Para saber mais, assista a 191ª Reunião Dominical de Estudos de Filosofia Rosacruz da FRC em Campinas-SP- em:

191ª Reunião Dominical-FRC em Campinas-SP-4ago24Termos-C.11-Gênese e Evolução do Sistema Solar-Caos

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11/08 – 17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XI – Gênese e Evolução do Nosso Sistema Solar – Caos, Vida e Forma, Gás, Epigênese

Nesse texto temos vários Termos Rosacruzes. Escolhemos os principais. Dentre esses temos: “Caos”.

No nosso divino Esquema de Evolução, estudamos que entre dois Períodos há sempre uma Noite Cósmica. Também aprendemos que entre duas Revoluções de cada Período, há sempre um repouso. Afinal, “Assim como é em cima, é em baixo”.

Isto implica em que a cada repouso, a matéria retorne à Substância Primordial. O Espírito na manifestação ativa tem a tendência a cristalização. Se não houvesse esse retorno em que o Cosmos se converte em Caos, chegaria o momento em que o Espírito não poderia mais atuar na matéria. A manifestação ativa no Mundo Físico, se dá pela separatividade; a Vida é limitada pela Forma. Durante os intervalos (entre Períodos e Revoluções) isso cessa. No momento em que cessa a divisão entre a Vida e a Forma, seus polos positivos e negativos tornam-se indivisíveis.

Assim, a Filosofia Rosacruz define “Caos” como o momento em que um só Espírito compenetra todo o Espaço. O Caos é a base de todo progresso. Nossa atividade durante o Caos decorre de nossa atuação na manifestação ativa. Vice-versa, tudo quanto somos capazes de realizar e de progredir durante a manifestação ativa é resultado da existência no Caos.

O Espaço é Espírito em atenuada forma, enquanto a matéria é o espaço ou Espírito cristalizado. O Espírito manifestado é dual: a Forma é a manifestação negativa do Espírito, cristalizado e inerte. O polo positivo manifesta-se como Vida que galvaniza a forma negativa e a leva à ação, porém, ambos, Vida e Forma originada em: Espírito, EspaçoCaos

Afinal, a Teoria Nebular sustenta que toda a existência (isto é, todas as Formas e Mundos no Espaço e o que nelas possa haver), surgiram da Nebulosa Ígnea. Para os Ocultistas – como o é o Estudante Rosacruz ativo –, isto é real; no entanto para estes a Nebulosa Ígnea é Espírito! A Forma dilui-se no Espaço. O Espaço cristaliza-se em Forma. Sem que as formas velhas se dissolvessem no Caos, não haveria progresso, mas estagnação.

Outros dois Termos Rosacruzes muito importantes e que muitos de nós fazemos confusão nas suas definições se referem a: “Vida e Forma”.

Vimos acima que para um Ocultista, não existe o “vazio” do Espaço. Espaço é o Espírito em forma atenuada. Matéria é o Espírito Cristalizado.

Assim, o Espírito em manifestação é dual: Forma, que é manifestação negativa do Espírito cristalizado e inerte; e Vida que é o polo positivo do Espírito, que galvaniza a forma negativa, e a leva à ação.

Notem: o Espírito é ativo sempre; na manifestação de um modo, no Caos de outro. Vida pode existir independente da forma concreta. Podem inclusive, existirem formas imperceptíveis aos nossos atuais sentidos limitados.

Vamos a mais um Termo Rosacruz que aparece no texto: “Gás”.

O médico e ocultista holandês Joannes Baptista van Helmont é considerado o descobridor dos gases. Em sua  obra: Ortus Medicinae – publicado em Amsterdam em 1648 – ele escreve em seu 14º tratado, pág. 73, parágrafo 29: ‘Este vapor, que eu chamei de gás, não está longe do Caos, sobre o qual os antigos falavam’ e no 20º tratado, pág. 106, parágrafo 14 ele escreve: ‘Este até hoje desconhecido espírito eu chamei de gás’.

No Conceito Rosacruz do Cosmos, cap 11, Max Heindel explica que o Caos é considerado o Espírito de Deus, que penetra e permeia todas as partes do infinito. Tal como a antiga máxima: ‘O Caos é a sementeira do Cosmos’.

Um outro Termo Rosacruz importantíssimo que temos no texto é : “Epigênese”. A Filosofia Rosacruz conceitua Epigênese como a atividade divina criadora que é a base da evolução. É a atividade criadora originária de nós, o Ego, o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui. É a alavanca que, tendo a Mente como suporte, faz com que a Involução se transforme em Evolução; a qualidade que o ser humano em evolução deve cultivar para se tornar Deus.

Afinal, a vida não é somente um desenrolar de causas começadas em existências anteriores. Nós, o Espírito, ao renascermos, trazemos connosco a grande possibilidade do livre-arbítrio para ser usado nas várias circunstâncias da vida. Assim, no lugar de transformar somente causas passadas em efeitos, há também causas novas geradas a cada passo por nós, o Espírito, e que atuam como sementes de experiências em vidas futuras.

É uma verdade irrefutável, pois, se assim não fosse, as causas que já foram postas em ação, deveriam, em certo momento, terminar, e isto significaria a cessação da existência. A cadeia de causas e efeitos não é uma repetição monótona. Há sempre um influxo contínuo de causas novas e originais. É a “Epigênese”: a liberdade para inaugurar algo inteiramente novo e não uma simples escolha entre dois cursos de ação.  Este importante fator é o único que pode explicar de modo satisfatório o sistema a que pertencemos.

Para saber mais, assista a 192ª Reunião Dominical de Estudos de Filosofia Rosacruz da FRC em Campinas-SP- em:

192ª Reunião Dominical-FRC em Campinas-SP-11ago24-Termos Rosacruzes_C11_Caos-VidaForma-Gás-Epigênese

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18/08 – 17h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. XII – A Evolução da Terra – A Época Polar – Senhores da Forma – A Glândula Pineal

O primeiro Termo Rosacruz que estudaremos nesse texto é: “Época Polar”.

A evolução da Terra, quando passa em torno do Nadir da Materialidade, é dividida em Períodos chamados “Épocas”. Onde Nadir da Materialidade é definido como o ponto mais denso desse Esquema da Evolução, na Região Química do Mundo Físico, que passamos na segunda parte da Época Atlante.

A Época Polar é a primeira das sete Épocas que estamos passando, aqui na 4ª Revolução do Globo D do Período Terrestre. Nessa Época – e sempre – como o fogo não queima o Espírito, a evolução humana começou naquele tempo, confinada especialmente à região polar do Sol. As substâncias que agora compõem a Terra estavam em fusão e a atmosfera era gasosa. Recapitulamos nosso estado mineral.

Os primeiros seres a aparecerem foram os mais desenvolvidos, os que deviam se converter em humanos. Da substância química atenuada do Sol construímos nosso primeiro Corpo Denso mineral, auxiliado pelos Senhores da Forma.

Adão simboliza o ser humano da Época Polar e, como lemos na Bíblia, ele foi feito da terra (mineral daquela Época). Lógico que o primeiro Corpo Denso do ser humano não se parecia, nem remotamente, com o atual veículo, tão esplendidamente organizado. Tal perfeição foi conseguida após uma quantidade indeterminada de anos.

Tínhamos um Corpo Denso imenso e gelatinoso, encrustado na crosta terrestre. Nosso alimento vinha das forças solares – habitávamos o Sol e éramos guiados por Hierarquias Criadoras.

Na Época Polar, o Corpo Denso continuava enorme e pesado. Por uma abertura na parte superior saía ou se projetava um órgão. Era uma espécie de órgão de orientação e direção. Quando nos aproximávamos de lugares onde não podíamos suportar o calor, o nosso Corpo se desintegrava. Portanto, com o tempo, esse órgão se tornou sensitivo e assinalava o perigo. Ao sentir o calor, o Corpo Denso, automaticamente, se movia para um lugar mais seguro.

Esse órgão que tinha a função de órgão de sentido; de percepção – degenerou-se, se transformando no que agora conhecemos por Glândula Pineal. É uma denominação errônea chamar a Glândula Pineal de “terceiro olho”; ela nunca foi um olho, nem tem a função de visão. Sempre foi um  órgão de percepção do calor e do frio.

Com a evolução do Corpo Denso, a faculdade de percepção (tato) foi distribuída por todo o Corpo. Com o tempo, o Corpo Denso e o órgão se uniram mais estreitamente e se condensaram um pouco.

No futuro, qualquer parte do Corpo Denso poderá perceber todas as coisas.

A visão e audição se estenderão por todo o Corpo, como acontece atualmente com o tato. Seremos todo “olhos e ouvidos”. E mais no futuro ainda: “a percepção sensorial de todo o Corpo terá uma percepção relativa”.

Na Época Polar tínhamos a consciência de transe profundo. A nossa reprodução nessa Época era bem diferente da de hoje. Aquelas imensas criaturas em formato de “saco” se dividiam pela metade, em forma muito semelhante à divisão das células por cissiparidade. As porções separadas não cresciam; cada metade permanecia no tamanho original.

Outro Termo Rosacruz que temos no texto é: “Senhores da Forma”.

Ela é uma Hierarquia Criadora. Também chamada de Hierarquia Zodiacal de Escorpião.  É uma Onda de Vida que começou sua evolução em algum Dia de Manifestação anterior ao presente. Trabalham para completar sua própria evolução. É a Hierarquia Criadora encarregada do Período Terrestre.

Na primeira Revolução (ou Revolução de Saturno) do Período Terrestre, os Senhores da Forma nos ajudaram a reconstruirmos o nosso Corpo Denso, tornando-o apto para ser interpenetrado pela Mente.

Na segunda Revolução (ou Revolução Solar), Eles ajudaram os Anjos na reconstrução do nosso Corpo Vital, tornando-o apto para ser interpenetrado pela Mente.

Na terceira Revolução (ou Revolução Lunar), Eles ajudaram os Arcanjos na reconstrução do nosso Corpo de Desejos, tornando-o apto para ser interpenetrado pela Mente.

Já na quarta Revolução, na Época Polar, Eles auxiliaram-nos a construir o nosso primeiro Corpo Denso mineral.

Na Época Hiperbórea, Eles e os Anjos envolveram essa forma densa num Corpo Vital.

Na Época Lemúrica, Eles ajudaram os Arcanjos a reconstruírem o Corpo de Desejos, e os Senhores da Mente a darem o germe mental aos pioneiros da nossa Onda de Vida, a humana.

E na atual Época Ária, Eles vivificaram o Espírito Humano em todos os Atrasados do Período Lunar que tinham progredido o necessário nas três Revoluções e meia, transcorridas desde o começo do Período Terrestre.

Atualmente são encarregados do desenvolvimento do nosso veículo Espírito Humano.

O próximo Termo Rosacruz que aparece é “Glândula Pineal”. É uma Glândula Endócrina. Fisiologicamente e anatomicamente sabemos que as Glândulas Endócrinas ou Glândulas de secreção interna são Glândulas do Sistema Endócrino, elas não têm aberturas, tubos, nem condutos para excretar suas secreções, as descarregam diretamente na corrente sanguínea.

Mas sabemos que esotericamente, as Glândulas Endócrinas estão intimamente ligadas com o nosso desenvolvimento oculto, sendo:

-Glândula Pituitária e Glândula Pineal com a Individualidade, o lado espiritual da nossa natureza;

-Glândula Tiroide constitui o elo entre esses, os dois grupos de Glândulas;

-Glândulas Suprarrenais, Baço e Timo com a Personalidade.

As Glândulas de secreção interna são de interesse particular para nós, porque podem ser chamadas em certo sentido, “as sete Rosas” na cruz do Corpo e por estarem intimamente relacionadas com o nosso desenvolvimento espiritual.

Sabemos que a Glândula Pineal tem um corpo cônico, em forma de pinha (Conarium Pinealis, cone de pinha). É de cor avermelhada, com mais ou menos 1,2 cm de comprimento, isto é, pouco maior do que um grão de trigo. Está situada na parte inferior do terceiro ventrículo do cérebro. Pesa cerca de 0,13 gramas. Está oculta na base do cérebro (ao qual se acha ligada por uma haste oca Pineal) numa diminuta cavidade atrás e acima do Corpo Pituitário ou Glândula Pituitária. A parte inferior da Glândula aponta para trás. É composta, em parte, de células nervosas, que contêm um pigmento idêntico ao das células da retina que é uma expressão do nervo ótico, o que sustenta o argumento em favor da antiga função de ter sido “um olho”.

A Glândula Pineal é regida por Netuno, o portador do Sol Espiritual que é o Pai. A natureza desse Planeta é oculta, profética e espiritual. A intelectualidade regida por Mercúrio nos sobrepõe à condição animal nos faz de fato um ser humano. Mas a espiritualidade regida por Netuno nos elevará do estado humano ao divino.

Quando sua nota-chave se desperta pela vibração do Espírito de Netuno, a nossa consciência se eleva ao Mundo do Espírito Divino. Quando a Glândula Pineal entra em ação, sua cor vibra num azul deslumbrante.

Para saber mais, assista a 193ª Reunião Dominical de Estudos de Filosofia Rosacruz da FRC em Campinas-SP- em:

193ª Reunião Dominical-FRC em Campinas-SP-18ago24-Termos Rosacruzes_C12_Evolução da Terra-Época Polar – Senhores da Forma – Glândula Pineal

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25/08 – 17 h – Estudos do Estudo das Terminologias Rosacruzes – Cap. XI – O Período Terrestre – O Nascimento dos Planetas – O Sol Visível e Invisível

Comecemos estudando o Termo Rosacruz: “Planetas”.

A definição dos Ensinamentos Rosacruzes para Planetas: são Corpos Celestes dos Embaixadores de Deus, que circulam em torno do Sol. São seres vivos, ou seja, entidades mais evoluídas. Uma das suas funções é ser Espírito Planetário.

Assim, cada Planeta “visível” é uma grande e exaltada inteligência espiritual. Assim, como Espíritos Planetários, influenciam tanto os seres do Planeta, como os seres dos outros Planetas.

Também sabemos que todo Planeta tem a sua Nota-Chave (bem de acordo com a música ou harmonia das esferas, de que falou Pitágoras). E a nota-chave de um Planeta é a soma de todos os ruídos, de toda parte natural, como por exemplo: o bater do coração, o pulsar do sangue e todos os sons nossos, dos animais, vegetais e minerais e todos os sons da Natureza. No caso do Planeta Terra, em total harmonia com o Espírito Planetário que na Terra é um raio do Cristo Cósmico.

Reparemos que os Corpos Densos dos Planetas são esféricos e o motivo disso é porque todos os Corpos (seja qual for) são sempre ajustados ao propósito de servir e, assim, a forma que melhor se adapta à enorme velocidade da viagem do Planeta pelo espaço é a forma esférica. Por exemplo, a velocidade da Terra em torno do Sol é de, aproximadamente 107.000 km/h!

Cada Planeta tem 3 Mundos: Mundo Físico, Mundo do Desejo e Mundo do Pensamento, pois do mesmo modo que Deus quando se manifesta, o faz de maneira Tríplice, cada Espírito Planetário também o faz: Corpo Denso, Corpo de Desejos e Corpo Mental do Planeta.

O Mundo que interpreta todos os Planetas de um Sistema Solar é o Mundo do Espírito de Vida.

Quando seres em um Planeta alcançam uma elevada evolução, eles assumem funções do Espírito Planetário. Então, o Espírito Planetário se retira, mas se mantém próximo.

A evolução dos Planetas está em perfeita harmonia com as Leis de Renascimento e de Consequência. Assim, quando os seres de um Planeta conseguem alcançar um altíssimo grau de desenvolvimento, o Planeta se converte em um Sol e após isso, a um nível de desenvolvimento muito maior, se converte em um Zodíaco, matriz de um Sistema Solar.

No nosso Sistema Solar, cada um dos 7 Planetas foi criado na Época Hiperbórea desse Período Terrestre. E, como já vimos, a causa da necessidade da criação de cada Planeta foi que os Seres (hoje em cada Planeta) se tornaram incapazes de suportar o elevado grau de vibração, e a grande luminosidade dos daquele Campo de Evolução, o Sol.

A formação de cada um deles seguem as 3 etapas:

1ª Cristalização do material que formará o Planeta começa nos polos do Sol

2ª A parte Cristalizada é arrastada para o Equador Solar

3ª A Força Centrífuga do Sol faz com que a massa cristalizada seja arrojada ao espaço

O primeiro Planeta a ser desmembrado foi Urano. A vida evolutiva que partiu com Urano é de caráter moroso.

Mais evoluída do que a da Terra.

O segundo Planeta a ser desmembrado foi Saturno. A vida evolutiva que partiu com Saturno necessita de calor obscuro. Mais evoluída do que a da Terra.

O terceiro Planeta a ser desmembrado foi Júpiter. É o maior Planeta do nosso Sistema Solar. É o Campo de Evolução conveniente para seres muito desenvolvidos. Mais evoluídos do que a da Terra.

O quarto Planeta a ser desmembrado foi Marte. A vida evolutiva de natureza pouco desenvolvida. Menos evoluídos do que a da Terra.

O quinto Planeta a ser desmembrado foi a Terra. É o nosso Campo de Evolução. Vivemos na crosta terrestre, atualmente.

O sexto Planeta a ser desmembrado foi Vênus. A vida evolutiva muito mais desenvolvida do que a nossa.

O sétimo Planeta a ser desmembrado foi Mercúrio. A vida evolutiva muito mais desenvolvida do que a nossa no Planeta Terra.

Netuno e Plutão não fazem parte do nosso Sistema Solar. São Corpos Celestes dos Embaixadores do Deus de outro Sistema Solar, que circulam em torno do Sol daquele Sistema Solar. São Campos de Evolução de seres muito mais avançados do que nós da Terra. Influenciam sim a nós aqui, mas somente aos que se desenvolvem espiritualmente em Escolas de Mistérios:

-Netuno – nos ajudando a desenvolver a “Mente abstrata”.

-Plutão – nos ajudando a sublimar os nossos desejos, sentimentos e nossas emoções inferiores e convertê-los em superiores.

Outro Termo Rosacruz que aparece no texto é o “Sol visível” e o “Sol invisível”.

 O Sol visível é o Campo de Evolução de seres muito superiores ao ser humano, como por exemplo, os Arcanjos. É por meio do Sol visível que recebemos toda a energia que precisamos. É a força vital do Sol que nos rodeia, como um fluido incolor, que coletamos pelo baço etérico e é a fonte do nosso fluído vital solar.

Não podemos olhar diretamente para o Sol visível por muito tempo, mas podemos olhar seus raios refletidos pela Lua. No entanto, o Sol visível é apenas uma parte do Sol.

No passado não podíamos receber o impulso espiritual direto, pois nem sabíamos como fazer! Por isso esse impulso espiritual era enviado por meio da Lua. Ou seja, a mediação de Jeová. Eis a origem das Religiões de Raça. Naquele passado somente pela Iniciação era possível receber impulso espiritual direto do Sol espiritual, e a Iniciação era aberta somente para poucos.

Assim, o Sol é Trino em sua manifestação:

– O Sol físico que é regido pelo Cristo Cósmico é o Campo de Evolução de seres elevados como, por exemplo, os Arcanjos. Dentre outras coisas ele é, para nós, responsável por toda a energia física.

– O Sol espiritual é onde está o Cristo Cósmico. É de onde se irradia o impulso espiritual.

– O Sol central é também chamado de Espírito de Vulcano. Diz-se no ocultismo que é o “Corpo de Deus-Pai”. É a fonte invisível de tudo que existe em nosso Sistema Solar.

Para saber mais, assista a 194ª Reunião Dominical de Estudos de Filosofia Rosacruz da FRC em Campinas-SP- em:

194ª Reunião Dominical-FRC em Campinas-SP-25ago24-Termos Rosacruzes_C11_Planetas, Sol Vis_Invisível

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Alguns Artigos Publicados nas nossas redes sociais no mês de Agosto:

O sono é um estado muito ativo para todos nós!

O sono não é um estado passivo ou negativo, como muitos pensam, ou não produziria diferença na sensação de que experimentamos todas as manhãs.

Há uma restauração no Corpo Denso à noite, porém, dependendo do quão ilusória, impulsiva e extenuante tenha sido o dia da pessoa, se torna mais difícil, mais demorada e, às vezes, não se realizando totalmente.

A sensação de descanso e bem-estar pela manhã é justamente pela restauração do nosso Corpo Denso (Corpo Físico) e, principalmente, se trabalhamos como Auxiliares Invisíveis, mesmo que inconscientes durante a noite, após termos feito antes de nos deitar, o Exercício Esotérico Rosacruz noturno de Retrospecção.

Normalmente, depois de um dia normal, chega o momento em que o Corpo Vital sofre um colapso e as vibrações do Corpo Denso se tornam tão lentas que nós, o Ego, já não podemos mover o Corpo Denso. Vemo-nos obrigados a nos retirar para que os nossos veículos se recuperem. Dizemos, então, que o Corpo Denso adormece.

A sensação de descanso pela manhã não existiria não fosse esse grande restabelecimento causado pelo sono.

Se nós, o Ego, não conseguirmos levar a Mente e o Corpo de Desejos conosco, ficando parte de um ou do outro interpenetrando o Corpo Denso, podem até acontecer sonhos repetidos e/ou pesadelos (quando se há apego a pessoas ou a coisas materiais), e claro, o que se chama de uma noite mal dormida.

O cuidado que devemos ter é de, durante o estado de vigília, durante o dia, não nos envolvermos e nem nos interessarmos tanto por assuntos mundanos, ou a referida restauração não se dará por completo.

Se não houver a completa separação (retirada) dos veículos, fica evidente que haverá a perda de energia, a restauração será impedida, ficando então o Corpo Denso (Corpo Físico) revirando na cama e, muitas vezes, a pessoa permanece acordada, e ao se levantar, ainda se terá a sensação de cansaço extremo.

Procuremos fazer, então, ao se deitar o Exercício Esotérico Rosacruz de Retrospecção e ao acordar, antes de pensar em se mexer, o Exercício Esotérico Rosacruz de Concentração; ao terminá-lo façamos uma oração (Pai-Nosso, Oração do Estudante Rosacruz, Oração Rosacruz) para ter disposição em viver mais um dia, vivendo bem cada momento, aproveitando também cada oportunidade de ajuda que se apresentar. Um dia bom, bem vivido, depende de cada um de nós.

Procuremos não tornar nossos dias difíceis, complicados, sem necessidade.

Pessoas de fé, que buscam o crescimento espiritual, procuram viver um dia de cada vez, porém servindo, ajudando, respeitando a tudo e a todos.

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As medidas da Natureza são maravilhosamente justas e certas. Veja um exemplo aqui.

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que o Purgatório está localizado nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo.

É o primeiro lugar para onde vamos após mais uma morte nossa aqui no Mundo Físico.

É um lugar onde teremos que passar para purgar nossos maus hábitos, tudo de ruim que proporcionamos aos outros, dor e sofrimento que causamos, saibamos ou não.

A missão do Purgatório, além de erradicar os maus hábitos, faz a pessoa sofrer exatamente o que fez os outros sofrerem com sua desonestidade, crueldade, intolerância, maldades, injustiças e todos os outros tipos de sofrimentos que sabemos que existem.

Lá passamos em torno de um terço do tempo (terrestre) de vida que vivemos aqui quando renascidos, porém, vivemos lá três vezes mais intensamente e rapidamente do que no Mundo Físico.

Mas há pessoas que passam menos tempo no Purgatório ou até mesmo, nem passam por lá, isso se aqui fez corretamente seu Exercício Esotérico Rosacruz noturno de Retrospecção, outros ficam mais tempo devido ao modo como abandonaram esta vida (desejos grosseiros, eram materialistas, pessoas brutas, más e afins).

Lá, as imagens aqui vividas desenrolam-se de trás para frente, com todo o sentimento, desejo e toda a emoção que se pode ter, conforme as cenas vão passando. Cada incidente da vida passada é revivido com intensidade.

Quando chega o ponto em que tenha injuriado alguém, sofre-se a dor que sofreu a pessoa que foi aqui injuriada. Vive-se todas as tristezas e sofrimentos que causou aos outros, e aprende-se quão dura foi a ferida ou a tristeza que causou. O sofrimento é mais intenso porque agora já não tem o Corpo Denso para atenuar um pouco.

Ali o sofrimento perde em duração (daí ser um terço do que se viveu aqui no Mundo Físico), mas ganha em intensidade (em torno de três vez mais); a dor e sofrimento são maiores!

Pela passagem pelo Purgatório a “voz da consciência” é fortalecida, de modo que nas vidas futuras, a pessoa tende a ser mais honesta, carinhosa, benevolente, paciente. Tende a aprender a virtude e a reta ação. Poderá ser tentado, mas tenderá a ser forte e passar por essas “provas” (lições a aprender).

Se “passa por essas provas”, quando renasce, a pessoa está livre dos maus hábitos. Claro que a tendência a repetir o mal das vidas passadas subsiste, mas é um dever aprendermos a agir com retidão, conscientemente, e por vontade própria, afinal passamos um período duro e doloroso no Purgatório! Ou já esquecemos?

As medidas da Natureza são maravilhosamente justas e certas.

Daí a importância da gravação do Panorama de Vida recém findada, quando morremos mais uma vez aqui, pois, se nesse momento a pessoa ficar num ambiente tranquilo, sem choros, sem lamentações, gritos, ruídos, cortes, perfurações ou quaisquer outros tipos de perturbação, o Panorama de Vida será impresso em toda sua plenitude, clara e profundamente, fazendo com que a vida no Purgatório seja mais vívida e intensa e, consequentemente, a purificação mais completa e profunda.

A pessoa que consegue gravar uma recordação clara e profunda compreenderá os erros da vida passada com muito mais clareza!

Sabedores disso, procuremos viver da melhor maneira possível aqui, tratando bem as pessoas, respeitando-as, sejamos honestos, puros de coração, sempre tolerantes, carinhosos e benevolentes.

Cada manhã, determinemos ser melhores do que ontem!

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A máxima ocultista que deve nortear nosso padrão de comportamento com os outros

Aprendemos nos Ensinamentos Rosacruzes que quando aplicarmos a todas as criaturas vivas a máxima ocultista: “Vivei e deixai viver” todos os seres da Onda de Vida animal (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, crustáceos, frutos do mar e afins) serão mansos porque seremos, de fato, inofensivos, não matando nem para comer e nem por esporte, como hoje já são os Iniciados das Escolas de Mistérios Ocidentais, como a Ordem Rosacruz.

E, também, o fazem porque já compreenderam como é importantíssimo cuidarmos do “Templo de Deus” – como nos ensinou S. Paulo (ICor 3:16 e 6:19) – que é o nosso Corpo Denso (Corpo Físico), o melhor e o mais eficaz dos Corpos e veículos que temos hoje.

Hoje temos facilidade em encontrar bons alimentos, vindos de hortas e sítios, sucos naturais, proteínas, cereais, grãos diversos, mel puro, ovos de galinhas criadas soltas, leites bons, leites a base de cereais e frutas.

Encontramos hoje hambúrgueres feitos de soja, beterraba, cenoura, grão de bico, feijão, já prontos, ou podemos fazê-los em casa.

Pode-se fazer pequenas hortas em espaços bem pequenos, ou em vasos.

Moramos num país em que as facilidades são grandes, tudo que se planta, dá.

Esqueçamos então alimentos processados, enlatados, condimentados.

Eliminemos também o hábito de se comer carnes de animais (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, crustáceos, frutos do mar e afins); estes estão evoluindo também, pertencem à Onda de Vida animal, estão sob os encargos dos Arcanjos, seus Espíritos-Grupos.

Nossos dentes não são iguais aos de carnívoros, muito menos nossos estômagos e intestinos. Devemos pensar muito bem o que podemos e devemos comer.

Hoje vemos entregas de todo tipo de comida, o tempo todo, dia e noite.

As doenças, sofrimentos e dores que afligem a Humanidade hoje, demonstram que há certamente um grande erro na alimentação. Os refrigerantes, bebidas alcóolicas e outras enlatadas, ou em garrafas plásticas, vêm junto, outro grande erro.

A carne animal é um alimento excessivamente ácido, incompleto e impróprio para o ser humano, e se consumida diariamente, também irá segregar toxinas que atravessando as paredes intestinais irão envenenar o organismo, deixando então debilitadas as nossas defesas internas.

A própria carne de vaca, logo que esta é abatida, é invadida por uma flora microbiana vinda do intestino do animal, isso é horrível.

O consumo excessivo de carne também deixa as pessoas mais nervosas, mais sonolentas, mais cansadas.

Vemos que juntamente com o consumo de carne, as pessoas passaram a consumir muito mais bebidas alcoólicas.

Notem também hoje em dia a quantidade enorme de câncer de intestino, de estômago, do pâncreas, gordura no fígado e a retirada de vesículas.

Hoje além da falta de higiene em alguns matadouros e nos mercados, existe ainda a venda de carne clandestina, de animais abatidos de qualquer jeito, sem higiene alguma.

Esses são alguns dos pequenos problemas advindos do consumo de carne animal, e poderíamos ficar aqui discorrendo por um longo tempo.

Temos uma abundância de frutas, verduras, legumes e grãos à nossa disposição, o que nos leva a ter uma alimentação saudável.

Ter boa saúde depende muito da nossa alimentação e cuidarmos bem da parte espiritual, também com materiais e facilidades existentes hoje.

Vamos lembrar do lema: “Vivei e deixai viver”.

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Ser a “Sementeira” de Amor

Como Estudantes, Aspirantes à vida superior, com acesso a tão ricos materiais de estudos dos Ensinamentos Rosacruzes devemos ser uma “sementeira” de Amor e de serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focado na divina essência oculta existente em todos nós, para cada irmão e irmã ao nosso lado.

Devemos avançar firmes no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, portanto servindo, respeitando todas as Ondas de Vida (animal, vegetal e mineral), buscando sempre a pureza de coração em pensamentos, desejos, emoções, sentimentos, palavras, obras, atos e ações elevados e nobres!

Há muitas maneiras de servirmos, basta estarmos dispostos e atentos.

Deus, Cristo, os Irmãos Maiores, os Auxiliares Invisíveis não têm descanso, trabalham “24 horas por dia, 365 dias por ano”, estão sempre prontos a nos ajudar, a nos socorrer, então façamos o mesmo, jamais tenhamos preguiça, busquemos forças, trabalhemos sempre.

Pessoas precisam de ajuda (de muitas formas) todos os dias.

Não esqueçamos: “Quem dá, recebe”, então nos doemos e encontraremos forças e, também, receberemos ajuda para continuarmos nossa Caminhada.

Muitos, a nossa volta, esperam de nós, estão a nos olhar, nos observar, mesmo que não pensemos assim, que não percebemos, somos exemplos, uma vez que estamos no Caminho certo.

Que o bem brote de nós em cada acontecimento, em cada palavra proferida.

Que nossa palavra ajude e encoraje pessoas desorientadas, tristes, enfermas.

Levemos esperança a todos que precisarem, falemos de fé, oremos juntos.

Façamos o bem e não olhemos para trás, sigamos em frente.

Lancemos a semente e não nos preocupemos se alguém a pegou, se serviu para alguém, e voltemos a semear mais e mais.

Façamos a nossa parte, dando sempre o nosso melhor.

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Temos que nos esforçar para atingir o mesmo nível: “Cabeça-Coração”

Na Fraternidade Rosacruz aprendemos que temos que equilibrar “Cabeça-Coração” – simbolizado por uma lamparina e seus raios e um coração radiante, respectivamente.

Precisamos, claro, de conhecimento, leitura, estudo, disciplina, fidelidade e prática do que aprendemos, porém tomando grande cuidado para não ficarmos na intelectualidade (que nada tem a ver com espiritualidade) tornando-se, portanto, pessoas frias e duras de coração.

Todo Estudante Rosacruz, Aspirante à vida superior, que sinceramente busca crescer espiritualmente, sabe que o Amor Crístico é um mandamento supremo.

Estimulando mais a expressão do Coração (do nosso lado devocional), despertamos o entendimento e o discernir o que é a nossa Intuição.

O Amor deve ser a força maior por trás das nossas intenções e motivações.

O Amor pelo qual se devemos “aspirar é unicamente o da Alma, ou seja, o que abarca todos os seres vivos (humanos e animais), elevados e inferiores, e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe”.

Aspirantes Rosacruzes devem amar a todos com um Coração puro e fervente; assim jamais nutrirá ódio, raiva, inveja pelo menor ser vivo, não desprezará nada, e em tudo verá o rosto do Amado Deus.

Eles buscam promover tudo o que é nobre e verdadeiro, ao mesmo tempo em que demonstram generosidade para com os menos afortunados, Cristo nos ensinou (e repetimos todas as vezes que oficiamos o Ritual Devocional do Serviço do Templo): “Aquele que quiser ser o maior entre vós, seja este o servo de todos”.

Eles têm compaixão (se colocar no lugar do outro) e discernimento sempre que for necessário e onde quer que apareça uma oportunidade de servir.

Quem ama quer o bem de todos os irmãos e todas as irmãs; tem afeto, respeito, carinho, estima, é amigo (a), é sincero(a).

Aspirantes à vida superior devem viver apenas o Amor Ágape: verdadeiro, sincero, espiritual, de doação, incondicional, fraterno, que perdoa.

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Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudante Rosacruzes

1. Por que Deus, sendo todo-poderoso e todo-piedoso, permite que os animais inocentes sejam atropelados nas pistas? Além disso, por que motivo Ele não protege os animais inocentes contra a crueldade e a covardia do ser humano?

Resposta:  Deus não “permite” nada. As Ondas de Vida que temos contato atualmente (Onda de Vida animal, Onda de Vida vegetal e Onda de Vida mineral) estão em um Esquema de Evolução onde, como o próprio nome diz, estão evoluindo dia a dia, aprendendo as lições que pertencem a cada Onda de Vida, dentro do estado de Consciência de cada uma. Tanto a Onda de Vida animal como a vegetal, atualmente, estão sendo dirigidas por um Espírito-Grupo (um Arcanjo no caso da Onda de Vida animal e um Anjo no caso da Onda de Vida vegetal). Nós, a Onda de Vida humana, atingimos a Consciência de vigília e como sempre acontece em um Esquema de Evolução, a Onda de Vida que atinge esse nível de Consciência é responsável pelo ambiente em que todas as outras Ondas de Vida precisam para evoluir. E o livre arbítrio sempre é respeitado. O que estamos fazendo com esse ambiente é responsabilidade nossa (e dívidas a serem pagas por estarmos cometendo tantos erros!). Quanto a “animais inocentes sejam atropelados nas pistas” há duas causas óbvias: a da Onda de Vida humana não garantindo a segurança dos nossos irmãos menores, a Onda de Vida animal e a própria vontade do nosso irmão menor, o animal. Pois o Espírito-Grupo, dirigindo os seus pupilos de fora, sempre sugere a cada pupilo as questões de perigo, de atenção, de cuidado e de risco. Repare que muitos animais já seguem e dificilmente são atropelados (são os que já estão com lampejos de consciência de vigília, apesar de ainda terem a consciência de sono com sonhos como a costumeira). Agora, muitos outros (ainda por estarem profundamente em uma consciência de sono com sonhos) não conseguem distinguir as situações e correm o risco de perder o seu Corpo Denso. Também é uma aprendizagem…pela dor. Se você estudar no Conceito Rosacruz do Cosmos é muito parecido com o que acontecia com a gente na Época Lemúrica (dá uma lida lá). Lembrando sempre: os nossos irmãos menores, os animais, não são tão “inocentes” como pensamos, pois, eles já possuem um Corpo de Desejos próprio, quase totalmente composto de materiais das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo (dá uma lida no Conceito Rosacruz do Cosmos para ver o que isso significa).

Quanto a protege “os animais inocentes contra a crueldade e a covardia do ser humano”, como explicado acima, cabe a cada um de nós não ser cruel e nem covarde, seja com qualquer Onda de Vida, inclusive a nossa. Se com a nossa muitos ainda são cruéis e covardes (ainda que não com ações físicas diretas, mas com ações emocionais, astutas, egoístas, soberbas, avarentas, nervosas, raivosas, odiosas, etc.), o que dirá para com as outras Ondas de Vida? Ou você acha que quem gosta de MMA, lutas marciais, box, práticas sádicas masoquistas, relacionamentos tóxicos, intimidações, escravidão, racismo, adora ser servido (onde pode demonstrar o poder e a fama), gosta de ver o outro sofrer (ainda que em filmes e em outras atividades menores) não é cruel e covarde? Com certeza absoluta, baseada na Lei de Consequência, estão acumulando dívidas que são Destino Maduro, ou seja, o efeito será limitações e sofrimentos em vidas futuras.

2.Pergunta: Como vocês explicam a experiência de quase de morte?

Resposta: Relatos que embora a ciência não aceite, não temos como ignorar essas experiências místicas, feitos com tantos detalhes.

Na realidade quando ocorre, não quer dizer que “quase morremos”. Isso é um nome dado por aqueles que não entendem o que é a morte e a diferença dela para quando saímos da nossa consciência de vigília (de maneira natural quando dormimos ou forçadamente)

Sabemos que na EQM existe a separação entre os Corpos, a mesma situação que ocorre durante o sono. O Ego, revestido do Corpo de Desejos e da Mente, desliga-se dos Corpos Denso e Vital que ficam sobre o leito. Os veículos superiores flutuam próximo e acima deles. Estão ligados aos outros dois Corpos pelo Cordão Prateado, portanto, enquanto o Cordão Prateado está ligado ao Corpo Denso, o espírito entra em contato com o Mundo do Desejo, mas permanece consciente do Mundo material. Todas as vezes que dormimos, isso acontece. Algumas vezes quando o nosso Corpo Denso é cheio de remédios que tem como efeito tirar-nos da consciência de vigília, forçando-nos a sair do nosso Corpo Denso, repetimos a condição de sono, mas como a situação foi provocada, podemos não entrar no Mundo do Desejo e ficamos pairando em torno do Corpo Denso, sempre ligado pelo Cordão Prateado. Dependendo da situação que estamos (e, PRINCIPALMENTE, da lição que temos a aprender) ocorre o que é dito como EQM.

3.Pergunta: No hemisfério norte a época de maior intensidade espiritual acontece durante o Natal. Então no hemisfério sul acontece em junho?

Resposta: Não. Porque a intensidade espiritual não tem nada a haver com a estação do ano e sim com a distância do nosso Planeta ao Sol, e em dezembro é o tempo em que o Planeta mais se aproxima do Sol (Periélio em janeiro), independente se estamos no hemisfério sul ou norte e, também onde temos o importantíssimo momento cósmico conhecido como Solstício de Dezembro, estejamos nós no hemisfério norte ou sul.

4.Pergunta: Na resposta nº 90, do segundo livro de Perguntas e Respostas, Max Heindel diz que a Terra nunca teve um Espírito interno, além de Jeová e Cristo. E no futuro seremos nós mesmos. Então o nosso Planeta foi feito para não ter Espírito interno? Por que alguns Planetas têm Espírito interno e outros, não?

Resposta: Antes do Cristo se tornar o Espírito Planetário da Terra, essa não tinha um Espírito Planetário que teria que fazer o trabalho de elevado sacrifício que Cristo fez, e se mantém fazendo todos os anos: limpar o Mundo do Desejo e descristalizar a matéria física que estava rapidamente atingindo níveis de cristalização de baixíssima vibração (o suficiente para se continuasse, deixar de ser um Campo de Evolução para muitos seres que necessitam desse tipo). O Espírito Planetário que a Terra tinha antes da vinda de Cristo era do tipo do Espírito Planetário (um dos 7 Espíritos diante do Trono de Deus) que mantém o Campo de Evolução (o Planeta) em funcionamento perfeito até que os seres que estão evoluindo em seu “estágio de humanidade” sejam em número suficientemente desenvolvidos para manter o Campo de Evolução, quando então o Espírito Planetário se retira, mas mantém o cuidado de longe (com os pais fazem com os filhos quando crescem). Lembrando: os 7 Espíritos diante do Trono de Deus ou os 7 Espíritos Planetários é uma classe de seres que também estão em evolução nesse Esquema de Evolução criado por Deus. São tão elevados (em relação a nós) que são chamados “Ministros de Deus”.

5.Pergunta: Jacó teve 13 filhos com quatro mulheres: 12 homens e uma mulher. Mas foi dito que seus filhos representam os 12 Signos do Zodíaco. Então falta um para representar. Qual dos filhos não está relacionado com o Zodíaco e por quê?

Resposta: Na Religião judaica ouvimos falar de um Deus que fez certas promessas a um homem chamado Abraão. Prometeu-lhe que faria sua semente tão numerosa quanto as areias das praias; e nos conta de como tratou ao neto de Abraão, Jacob, que tinha quatro esposas que lhe deram doze filhos e uma filha. Estes são considerados os progenitores da nação judaica. Isto é uma alegoria astronômica referente às migrações dos corpos celestes, conforme se evidencia em cuidadoso exame do Cap. 49 do Gênesis e Cap. 33 do Deuteronômio, nas quais as bênçãos de Jacob aos seus filhos mostram que estes se identificam com os doze Signos do Zodíaco. Simão e Levi compartilham o Signo de Gêmeos, os gêmeos, e o Signo feminino de Virgem é atribuído à filha única de Jacob, Dinah. Gad representa o Signo de Áries; Issachar, o de Touro; Benjamim, Câncer; Judah, Leão; Asher, Libra; Dan, Escorpião; José, Sagitário; Naftali, Capricórnio; Rubens, Aquário; e Zebulon, Peixes. As quatro esposas são as quatro fases da Lua, e Jacob é o Sol.

SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA

Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.

Nessas datas, às 18h30, os Estudantes Rosacruzes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar, ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o Serviço de Cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.

Datas de Cura em Setembro: 5, 12, 19 e 25

“Eu vos disse tais coisas para terdes paz em mim.

No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo!”.

Jo 16:33

*Se você está doente e entende que precisa de ajuda, recorra ao Método de Cura Rosacruz, já utilizado por milhares de pessoas. O processo começa com o preenchimento de um Formulário que deve ser preenchido com caneta à base de tinta nanquim LÍQUIDA. As instruções detalhadas se encontram aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/cura/formulario-para-solicitacao-de-auxilio-de-cura-fraternidade-rosacruz/

**Se você conhece alguém que esteja doente e quer ajudá-la, comece por oficiar o Ritual Devocional do Serviço de Cura nas Datas de Cura.

As instruções detalhadas se encontram aqui:

https://fraternidaderosacruz.com/category/treinamento-esoterico/rituais-diario-e-semanal/ritual-de-cura

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Valor do Pensamento Abstrato

Faz parte do nosso Campo de Evolução os cinco Mundos, sendo que os três Mundos mais inferiores (Mundo Físico, Mundo do Desejo e Mundo do Pensamento) é o nosso atual cenário de desenvolvimento. E no estado de vigília esses veículos (Corpo Denso, Vital, de Desejos e Mente), respectivos a cada Mundo, estão todos juntos e se interpenetram uns aos outros e com isso nós, o Ego, podemos atuar no Mundo Físico para adquirir as experiências necessárias para o nosso crescimento espiritual (note: “espiritual” e não material).

Quando chegou o tempo próprio para que nós, o Tríplice Espírito, pudéssemos trabalhar no nosso Tríplice Corpo diretamente (sem ajuda direta das Hierarquias Criadoras), a Mente foi nos fornecida como germe pelos Senhores da Mente. Por meio dela deveríamos dominar o nosso Corpo de Desejos, mas, devido a nossa natureza de desejos ser extremamente forte, escolhemos nos desviar e unir a Mente à parte inferior do nosso Corpo de Desejos (essa parte que utilizamos quando queremos ter desejos, emoções ou sentimentos constituídos de materiais das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo), originando a astúcia, causa de todas as debilidades ocorridas em meados do último terço da Época Atlante e que continuamos utilizando até hoje para mascarar os nossos desejos, sentimentos e nossas emoções constituídos de materiais das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo. E diante desta união estamos escravizados pelos nossos próprios desejos inferiores do Corpo de Desejos como egoísmo, vingança, inveja, interesse próprio, orgulho e afins, e com isso torna difícil nós mesmos governarmos o nosso Corpo de Desejos.

Já na Época Ária começamos a nos aperfeiçoar, por meio do pensamento e da razão, como resultado do nosso, o Ego, trabalho sobre a Mente, a fim de conduzirmos o desejo a canais que conduzem à perfeição espiritual (sublimando os inferiores e cultivando os superiores), seguindo o objetivo da evolução.

Nesta etapa da evolução precisamos trabalhar na transmutação do nosso poder do pensamento, pois ele é um dos nossos maiores privilégios e é o nosso poder que nos eleva e nos identifica como Espíritos Virginais da Onda de Vida humana individualizados aqui e nos Mundos espirituais.  

O Pensamento Abstrato é um processo mental e trabalha com princípios que nascem do uso dos materiais da Região do Pensamento Abstrato – as ideias –, portanto, não está contaminado pelas emoções, pelos sentimentos e desejos, como está a Mente formada somente por materiais da Região do Pensamento Concreto. O Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz nos favorece muito neste caminho nos mostrando quais disciplinas devemos cultivar, se o desejamos realmente buscar este objetivo: desenvolver o que chamamos de Mente abstrata.

Veja que a matemática ilustra bem este processo de raciocínio, pois está baseada em verdades essenciais e cósmicas e, além do mais é inalterada por quaisquer interpretações ou desejos pessoais. A matemática é um fato que não se altera, isto é, não ganha e nem perde se reagimos emocionalmente, pois a verdade é clara e sem sentimento de alegria, tristeza ou amor. É diferente da satisfação emocional que nos dá o pensamento concreto.

Outro ponto para o nosso exercício é o estudo do Esquema, Caminho e Obra de Evolução que nos ensina o caminho de nossa peregrinação através de cinco dos sete Mundos ou estados de matéria como falamos no início por meio dos sete grandes Períodos desse Grande Dia de  Manifestação, durante os quais percorremos o nosso caminho de Involução, descendo até a matéria, por meio da cristalização dos nossos veículos, inconscientemente e sob a orientação das Hierarquias Criadoras e depois ascendendo pela Evolução, quando nós nos libertamos da matéria por meio da espiritualização dos nossos Corpos e da expansão da consciência para sairmos de um “Deus estático a um Deus dinâmico”, um Criador.

Temos também o estudo da Astrologia Rosacruz no que tange ao estudo para erigir o tema por meio de cálculos matemáticos, onde também está isento de envolver em sentimentos ou prazeres de obter conhecimento.

É sabido que muitas pessoas consideram as matérias abstratas pouco interessantes ou até mesmo enfadonhas. Por quê? Porque não gera a “emoção, o sentimento e o desejo, que desperta o interesse de se satisfazer com o “pensamento contaminado pelo desejo”. Mas quando se limita apenas ao interesse próprio, a Mente continuará enfraquecida e incapaz de ultrapassar o plano concreto e se elevar para a Região do Pensamento Abstrato, onde enfraquecemos o trabalhar somente pelo interesse (por meio das emoções, dos desejos e sentimentos) e trabalhamos pelo deve de se fazer e podemos, assim, manifestar o pensamento aqui sem a “contaminação pelos desejos, sentimentos ou pelas emoções). Pois a Região do Pensamento Abstrato é a base da nossa consciência quando estamos no Terceiro Céu (já se preparando para a próxima vida aqui), onde poderemos nos beneficiar de melhores experiências, quando retornarmos aqui com novos desafios para melhor servir e aprimorar nosso crescimento anímico.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Artigos Publicados: Diagramas e Figuras Bíblicos

A Arca da Aliança do Tabernáculo no Deserto
A Iniciação Cristã Mística
A Mesa dos Pães da Proposição – o Místico Significado da Sala Leste do Tabernáculo no Deserto
A Sala Leste do Templo do Tabernáculo no Deserto
A Sala Oeste do Templo do Tabernáculo no Deserto
A Transfiguração na Iniciação Cristã Mística e Cristã Ocultista
A Vara de Aarão e a sua Significância Oculta dentro da Arca da Aliança do Tabernáculo no Deserto e a sua Significância Oculta
As Tábuas da Lei dentro da Arca da Aliança do Tabernáculo no Deserto e a sua Significância Oculta
Correlações Astrológicas nos 12 Acontecimentos Marcantes da Vida de Cristo
O Altar do Incenso – o Místico Significado da Sala Leste do Tabernáculo no Deserto
O Altar dos Sacrifícios ou o Altar de Bronze do Tabernáculo no Deserto
O Átrio do Tabernáculo no Deserto
O Candelabro de Ouro ou de Sete Braços – o Místico Significado da Sala Leste do Tabernáculo no Deserto
O Lavabo de Bronze do Tabernáculo no Deserto
O Pote de Ouro do Maná, o Significado Oculto do Maná e do Pote que o guardava dentro da Arca da Aliança do Tabernáculo no Deserto
O Tabernáculo no Deserto – Antigo Templo de Mistérios Atlante – Vista Externa
Os Nove Degraus na Iniciação Cristã Mística
Tabernáculo no Deserto: A Sombra da Cruz
Um Resumo do mobiliário do Tabernáculo no Deserto
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Procurando a Luz

Uma recente visitante de Mount Ecclesia assistiu, pela primeira vez, a oficiação do Ritual de Serviço Devocional do Templo, na Pro-Ecclesia, também chamada de “Capela”. Ela ficou muito impressionada com a legenda na parede: “DEUS É LUZ” e, também com o tempo dedicado à “Concentração sobre o Serviço”, que é dedicado após à leitura do texto do Ritual e antes de começarmos a parte final com a Oração Rosacruz. Ela observou que a luz enchia literalmente a Capela e que esse sentimento de “estar” na luz a acompanhou por muito tempo.

E não é verdade? Essa “é” uma “capela de luz”. É reverenciada ao longo dos anos pela prece, pelo amor, pelos pensamentos focados na cura, paz, adoração e os anseios e as lutas daqueles que prestaram ao ofício do Ritual. Na verdade, o lugar em que oficiamos os Rituais é um local “sagrado”, e é a esse local que vimos “procurar a luz”.

Max Heindel menciona no livro Coletâneas de um Místico – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz que “o inspirado Apóstolo São João quando ele escreveu: ‘Deus é Luz’[1]”. E Max Heindel continua dizendo: “Qualquer um que use essa passagem como assunto de Meditação encontrará, seguramente, uma maravilhosa recompensa à sua espera, pois não importa quantas vezes tomemos esse assunto, nosso próprio desenvolvimento, conforme os anos passam, nos assegura uma compreensão cada vez mais completa e melhor. Cada vez que mergulhamos nessas três palavras, sentimo-nos banhados por uma fonte espiritual de inesgotável profundidade e, a cada vez, sondamos mais minuciosamente as profundezas divinas e nos aproximamos mais do nosso Pai celestial”.

Quando começamos a estudar este assunto, surge naturalmente a pergunta: “De onde vem a luz?”. No primeiro capítulo do Livro do Gênesis dizem-nos que: “O Espírito de Deus movia-se sobre as águas[2]. E Deus disse: “Faça-se a luz[3], e fez-se a luz. E Deus viu a luz, e viu que era boa; e Deus separou a luz da escuridão. E Deus chamou à luz dia, e à escuridão noite… Assim, Deus criou o “homem à sua própria imagem[4]; à imagem de Deus o criou a ele.

Aprendemos pelos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental que a luz passou a “existir” no segundo Período, o Período Solar, do nosso setenário Esquema de Evolução, quando a nebulosa, que continha o nosso Sol e os Planetas, havia alcançado um estado de incandescência. Esse Período, o Solar, vem descrito no terceiro versículo do primeiro capítulo do Livro do Gênesis: “Faça-se a luz[5].

Mas ainda não éramos um Ego totalmente individualizado e para saber quando nós, como Ego, pela primeira vez tivemos contato com a luz, aprendemos na Fraternidade Rosacruz: “A primeira vez que nossa consciência se dirigiu para a Luz, foi logo após sermos dotados da Mente. Quando entramos definitivamente em nossa evolução como seres humanos na Atlântida – a terra da névoa – nas profundezas das bacias de nosso planeta, a neblina quente, emitida da terra que se resfriava, pairava como um denso nevoeiro sobre a Terra. Nessa época, as estrelas nas grandes alturas do universo nunca eram vistas, e nem a luz prateada da Lua podia penetrar a atmosfera densa e nebulosa que pairava sobre aquela antiga Terra. Mesmo o esplendor ígneo do Sol estava quase totalmente extinto, e quando estudamos a Memória da Natureza daquela época, vemos que ele se assemelhava a um lampião colocado num poste num dia enevoado. Era bastante obscuro e tinha uma aura de variadas cores, muito similar àquelas observadas ao redor de um arco de luz.

Mas, essa luz tinha um fascínio. Os antigos Atlantes foram instruídos pelas Hierarquias Divinas, que os acompanhavam, que aspirassem a luz e, como a visão espiritual já estava, então, em declínio (até mesmo os mensageiros, ou Elohim, eram percebidos com dificuldade pela maioria) eles aspiravam cada vez mais ardentemente à nova luz, pois temiam as trevas das quais se tornaram conscientes por meio da dádiva da Mente.

Então, ocorreu o inevitável dilúvio, quando a neblina esfriou e se condensou. A atmosfera clareou e o “povo escolhido” foi salvo. Aqueles que trabalharam internamente e aprenderam a construir os órgãos necessários para respirar numa atmosfera semelhante à atual, sobreviveram e vieram para a luz. Não foi uma escolha arbitrária; o trabalho do passado consistiu na construção do corpo. Aqueles que só possuíam fendas parecidas com brânquias, tal como o embrião humano que ainda as tem em seu desenvolvimento pré-natal[6], não estavam preparados fisiologicamente para entrar na nova Era[7], como não estaria o embrião humano se nascesse antes de construir os pulmões. O embrião humano morreria como morreram aqueles povos antigos quando a atmosfera rarefeita tornou inúteis as fendas parecidas com brânquias.

Desde o dia que saímos da antiga Atlântida, nossos corpos estão praticamente completos, isto é, não tivemos o acréscimo de novos veículos; mas, desde aqueles tempos e de agora em diante, os que desejam seguir a luz precisam se esforçar para obter o crescimento anímico. Os corpos que cristalizamos ao nosso redor precisam ser dissolvidos, e a quintessência da experiência extraída, que como “alma” pode ser amalgamada com o Espírito, para fomentá-lo da impotência à onipotência. Por isso, o Tabernáculo no Deserto foi proporcionado aos antigos e a luz de Deus desceu sobre o Altar dos Sacrifícios. Isso tem uma grande significância: o Ego tinha acabado de descer para dentro do seu tabernáculo, o corpo. Todos nós conhecemos a tendência do instinto primitivo para o egoísmo e, se tivéssemos estudado as éticas superiores, saberíamos quão subversiva do bem é a indulgência às tendências egoístas; portanto, Deus imediatamente colocou ante a Humanidade, a Luz Divina sobre o Altar dos Sacrifícios.”[8].

Isso foi de grande significação, pois indicou que o Ego havia descido até seu próprio Tabernáculo, o Corpo Denso.

Talvez nesta altura seja bom recordar que o século anterior ao nascimento de Jesus viu o mundo civilizado mergulhado numa orgia de imoralidade, traição e maldade. Roma, o maior poder desse tempo, era o centro do deboche e perversa intriga. Roma havia conquistado a Palestina no ano 63 A.C. Na década seguinte veio a rápida ascensão de Júlio César ao poder. A depravação e corrupção da corte e do governo eram disfarçadas sob a mais magnífica ostentação de fausto e opulência que o mundo jamais havia visto. Nesse tempo Herodes foi nomeado governador da Galileia e de Jerusalém. Foi sucedido pelo seu filho, que continuou a sua perseguição ao povo e exterminou todas as coisas virtuosas e puras. A evolução humana havia quase chegado a um ponto morto. A vida espiritual do mundo estava em decadência. Foi esse reinado de perversidade que precedeu a vinda de Cristo.

Por conseguinte, o advento do Cristo assinala o mais importante acontecimento da evolução humana. A sua significação e seu objetivo formam o enigma dos Mistérios Cristãos, porque esta encarnação de um Raio do Cristo Cósmico na Terra tornou possível a nós avançarmos na senda espiritual. O Corpo de Desejos da Terra foi purificado, e o Princípio de Cristo, que se encontra dentro de cada um de nós, foi consequentemente levado a se expandir.

O Cristo Cósmico é representado, no Evangelho Segundo S. João, pela Palavra, o Verbo, sem o qual nada do que foi feito se fez[9]. É esse segundo Princípio do Deus Trino e Uno do nosso Sistema Solar. E uma vez que fomos feitos à imagem do nosso Criador, também somos Trinos e Unos e temos latente o Poder de Cristo dentro de nós. Nós somos todos Cristos em essência, e só podemos cumprir o nosso elevado destino mediante os novos ensinamentos de Cristo: o Evangelho do Amor.

Buscando a luz na Escola dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental sabemos que Amor e Serviço, como foi exemplificado por Cristo Jesus, devem ser o nosso lema. Amando e servindo amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível) o irmão e a irmã – focando na divina essência oculta que existe em cada um de nós, e que é a base da Fraternidade – atraímos a nós os dois mais elevados Éteres que formam o Corpo-Alma[10], o radioso traje de luz usado por toda pessoa Cristã verdadeiramente espiritualizada.

Aprendemos algo sobre o que o poder da luz espiritual e do amor Crístico podem nas nossas vidas. Alguns acariciaram vislumbres dessa luz, lampejos momentâneos de qualquer coisa dentro de si, deixando um brilho na sua consciência. Uma vez que somos abençoados com tal sensação, sabemos que temos tocado as orlas exteriores de algo que não é físico, emocional ou mesmo mental, mas sim qualquer coisa profunda, real e verdadeiramente espiritual. Experimentamos um sentimento nascente de companhia, talvez a razão pela qual algumas pessoas nunca se sentem sós, nunca necessitam de prazeres exteriores para se sentirem felizes.

Que devemos fazer para que a luz se manifeste através de nós em toda a sua glória? Amar e servir (por meio do amor Crístico e do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao irmão e a irmã – focando na divina essência oculta que existe em cada um de nós, e que é a base da Fraternidade, respectivamente), sim – após haver erradicado da nossa Mente todos os pensamentos de raiva, ódio, egoísmo, cólera, inveja, ciúmes, preguiça, desgraça, medo, temor e afins. Se usarmos nossa força de vontade para fazer isso repetidas vezes, uma modificação alquímica se realizará gradualmente. Certos átomos do nosso Corpo Denso se transmutam, de forma a podermos ser sensíveis às vibrações mais elevadas de abnegação, paciência, tolerância e amor. Morremos para a antiga vida, porque estamos “caminhando na luz”.

(Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross e Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – dezembro/1976-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.T.: IJo 1:5

[2] N.T.: Gn 1:2

[3] N.T.: Gn 1:3

[4] N.T. Gn1:26

[5] N.T.: Gn 1:3

[6] N.T.: são fendas e arcos nos seus pescoços que são idênticos as fendas e arcos branquiais dos peixes atuais.

[7] N.T.: se refere à Era de Áries.

[8] N.T.: do capítulo XII – Um Sacrifício Vivente do livro:  Coletâneas de um Místico – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

[9] N.T.: Jo 1:3

[10] N.T.: O Éter Luminoso (ou de Luz) e o Éter Refletor.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Preparando as Pessoas para a Nova Dispensação

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que Cristo virá em uma segunda vez. E que devemos nos preparar para que quando Ele voltar, possamos segui-Lo em uma Nova Dispensação.

Sabemos também que “deste dia e desta hora, nenhum ser humano o sabe, nem os Anjos que estão no céu, nem o Filho, mas só o Pai[1]. E por essa passagem e outras que encontramos na Bíblia, podemos ver como precisamos ser cuidadosos para não sermos atraídos por impostores. Afinal, Cristo não voltará em um Corpo Denso!

Também aprendemos que os Ensinamentos da Fraternidade Rosacruzes, que são os Ensinamentos Cristãos – que  são a base para que tenhamos poder e luz anímica, ou seja, crescimento da alma – são práticos, ou seja: são fornecidos para que o Estudante Rosacruz os coloque em sua vida, especialmente, por meio de atos, obras e ações. Por que são esse poder e essa luz de Cristo tão práticos? Porque nós podemos, tanto no Plano visível como no invisível, aprender a usá-los para alimentar os que têm fome, fazer que os cegos vejam, expulsar demônios ou dominar os elementos, exatamente como fez Cristo Jesus durante Seu ministério na Terra. Dizem-nos que o Cristo Cósmico, o mais poderoso dos Arcanjos, pode penetrar todo átomo cristalizado com o poder de Suas próprias emanações, do Seu Mundo, o Espírito da Vida. Essas emanações são tão poderosas que até aqueles que tocavam Suas vestes eram curados.

Como Estudantes dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental ou Estudantes Rosacruzes e buscadores da luz nós devemos colocar essa claridade em evidência, espiritualizando o vestuário que agora usamos e que determinará o que usaremos na próxima passagem pela Terra. Por que não ser sensatos? Por que não nos esforçar para purificar e construir Corpos de forma que nos permitam servir melhor dia-a-dia? No passado, sem dúvida, erramos por ignorância, porque não compreendíamos a inexorável Lei do “semear e colher” – a Lei de Consequência ou Lei de Causa e Efeito –, nem imaginávamos as distantes consequências da nossa maneira de proceder; entretanto, hoje compreendemos tudo isso. Sabemos como viver acertadamente: a nossa tarefa é dominar o “eu inferior” e nos guiar pela Luz interior da presença de Cristo em nós, o Cristo interno.

Todas as pessoas que construírem o Dourado Traje de Bodas, o soma psuchicon (dito por S. Paulo), a Vestimenta para o Casamento Místico entre o “eu inferior” e o “Eu superior”, ou Corpo-Alma (um Corpo composto dos dois Éteres superiores e, portanto, capaz de levitação e de passar por paredes, uma vez que toda matéria densa é permeada com Éter. Os Auxiliares Invisíveis o usam hoje, como Cristo o fez) e, com isso conseguem pôr em evidência a Luz de Cristo que trazem dentro de si estão aptos a reconhecer o Cristo quando da Sua segunda vinda.

A Fraternidade Rosacruz é a Escola Preparatória para a Escola dos Mistérios Ocidentais, a Ordem Rosacruz. Seus ensinamentos são especificamente destinados a preparar pessoas para a Nova Dispensação – inaugurada com a segunda vinda de Cristo –, que está, mesmo agora, se formando. Por direito e virtude do seu enorme sucesso em difundir os Ensinamentos da Nova Era, a Fraternidade Rosacruz está destinada a desempenhar uma parte ativa entre as forças espirituais que agora formam a próxima Era, a de Aquário.

(Traduzido da “The Rosicrucian Fellowship Magazine” e publicado na Revista Serviço Rosacruz de Agosto/1970-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.T.: Mt 24 4-36 e Mc 13:5-32

(Traduzido da “The Rosicrucian Fellowship Magazine” e publicado na Revista Serviço Rosacruz de Agosto/1970)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Nossa Dívida com a Humanidade

No livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz afirma-se que no momento da crucificação o grande Espírito Solar, Cristo, entrou no Planeta Terra, difundindo Seu Corpo de Desejos por todo o Mundo do Desejo, purificando e limpando esse Mundo do Desejo, assim, em grande medida; dessa maneira Ele passou a nos fornecer material mais puro e melhor para construir nossos veículos superiores, nos ajudando nesse Esquema de Evolução.

Desde então, como Espírito Planetário da Terra, Ele tem trabalhado constantemente para purificar e elevar o nosso Planeta, acelerando gradualmente suas vibrações e o preparando para o dia em que esse mesmo Planeta Terra se tornará etérico. “Mas sobre aquele dia e hora ninguém sabe, nem o Filho; mas somente o Pai que está nos Céus” (Mt 24:36). No entanto, somos ensinados, muito claramente, que o tempo depende de quão rapidamente um número suficiente de pessoas se torne semelhante a Cristo e seja capaz de responder a Suas vibrações. Portanto, é evidente que esteja no poder da Humanidade ajudar a acelerar ou retardar a chegada do Grande Dia.

Também, segundo livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, durante nossa permanência no Segundo Céu (entre um nascimento aqui e outro) trabalhamos com as Forças da Natureza, não apenas na construção do Arquétipo de nossos próprios próximos Corpos, mas também do ambiente (fauna, flora, condições atmosféricas e ambientais) em que vivemos; consequentemente, somos responsáveis, pelo menos em certa medida, pelas condições que existem hoje no mundo aqui. E quando olhamos ao nosso redor e vemos toda a tristeza, doença e todo o sofrimento que existem no mundo, não podemos deixar de perceber que essas condições estão muito longe de ser perfeitas e que a necessidade premente da Humanidade é de mais luz sobre os grandes problemas da vida.

As atuais condições vêm da ignorância da grande maioria das pessoas em relação a dois assuntos principais: o primeiro é às causas subjacentes que governam a vida humana e o segundo é o fim que deve ser alcançado por meio delas. Portanto, é evidente que, quanto mais se difundir o conhecimento desses dois assuntos (que nada mais são do que componentes das Leis de Deus), mais cedo advirá o Grande Dia e mais cedo o Cristo será libertado.

Essa é exatamente a missão que os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz nos confiaram, dando-nos os belos Ensinamentos Rosacruzes. E quando percebermos que ajudamos a criar as condições presentes e estamos ajudando também a criar o futuro, reconheceremos essa missão, não apenas como um grande privilégio, mas também como uma dívida que temos para com a Humanidade, notando que, como parte da Humanidade, nós somos parcialmente responsáveis pelas condições atuais e percebendo que, devido ao nosso maior conhecimento, é nosso dever trabalhar seriamente para a elevação do mundo; assim, consagraremos nossas vidas mais e mais no Altar do Serviço e nos esforçaremos mais ardentemente para ajudar na grande obra dos nossos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. E devemos fazer isso com mais fidelidade e entusiasmo quando compreendermos claramente que, não apenas entre as vidas vividas aqui, mas também por meio de cada pensamento e cada ato da vida diária aqui e agora, pois vivendo assim estamos ajudando a apressar o grande “Dia do Senhor”, pois então já sabemos que se pensar ou agir de outro modo, enquanto estamos vivendo aqui, contribuiremos para atrasar o grande “Dia do Senhor”. Todo mau pensamento, todo desejo, sentimento ou toda emoção construída com materiais das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo (tal como raiva, ódio, egoísmo, cólera, inveja, ciúmes, preguiça, desgraça, medo, temor e afins) tem a propensão de afrouxar as rápidas vibrações dos Mundos superiores e, assim, produzir uma discórdia na Aura da Terra, o que tende a impedir a evolução. Essas vibrações discordantes também fazem com que o Espírito de Cristo que, reside em nosso Planeta, sinta dores e sofrimentos tão intensos como são tais pensamentos, desejos, emoções ou sentimentos.

Se meditarmos profundamente sobre a natureza do grande sacrifício feito pelo Cristo, que por nossa causa Se “limitou” à Terra, talvez possamos formar uma vaga concepção das dolorosas limitações suportadas por aquele Ser exaltado, devido às vibrações terrivelmente lentas do nosso denso Planeta. Se considerarmos, então, que Ele está consciente de todo mal e toda discórdia que existem no mundo e que todo mau pensamento (raiva, ódio, egoísmo, cólera, inveja, ciúmes, preguiça, desgraça, medo, temor e afins) Lhe causa a dor mais aguda, compreenderemos melhor a nossa responsabilidade e a grande necessidade que obtermos o autodomínio ou autocontrole.

Se deixarmos que esse pensamento penetre profundamente na nossa consciência, meditando frequentemente sobre ele, encheremos os nossos corações de amor e reverência pelo Cristo e nos inspiraremos a trabalhar, persistente e ardentemente, para o estabelecimento do Seu Reino.

Esse pensamento também nos ajudará em nosso esforço de autodomínio ou autocontrole. A compreensão de que toda vez que cedemos a maus pensamentos, como raiva, ódio, egoísmo, cólera, inveja, ciúmes, preguiça, desgraça, medo, temor e afins, aumentamos o fardo de Cristo, isso se nós realmente O amamos, fará do autocontrole ou autodomínio um dever sagrado para nós, e se, em conexão com isso, mantivermos continuamente na nossa Mente o pensamento de que cada ato de bondade, pensamento de amor, cada sentimento, emoção ou desejo de reverência ou ação de serviço altruísta ajuda a libertá-Lo de Suas limitações, isso nos inspirará com devoção a trabalhar com maior persistência na tarefa de cultivar nossas naturezas superiores.

Considere, também, a agonia que o Cristo deve estar suportando com a presente crise da história do mundo e a nuvem negra das guerras pairando como um manto sombrio sobre a Terra, gerando um imenso volume de pensamentos terríveis sendo projetados com força inacreditável nos Mundos superiores. Imaginem os perversos assassinatos, os ódios implacáveis, as bestialidades inomináveis engendradas pelas guerras e compreenderemos a grandeza da nossa missão e a grande necessidade de trabalhadores na “Vinha do Senhor”.

Cristo disse: “Se alguém quer me servir, então me siga” (Mt 16:24). Segui-Lo é viver a vida que Ele viveu, consagrar todos os nossos pensamentos e atos a Deus e trabalhar incessantemente pela elevação do mundo. Toda vez que imitamos a Cristo e nos esforçamos para seguir os Seus ensinamentos, aceleramos o dia da Sua libertação. Portanto, estando conscientes como nossos atos O afetam e causam a Ele dor e sofrimento, procuremos servi-Lo seguindo Seu exemplo e consagrando nossas vidas no “Altar do Serviço”, tomando como ideal da nossa vida este lema: “Tudo por Cristo”.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio de 1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Um Apelo à Pureza

Setembro de 1916

O ponto mais importante da lição do mês passado é o poder da paixão para degenerar aqueles que se entregam a ela. Isso nós ilustramos no caso dos antropoides superiores (orangotangos, gorilas, chimpanzés e bonobos)[1], que ficaram para trás e degeneraram em forma semelhante à dos animais, por causa das ações deles em abusar da força sexual criadora. A responsabilidade dos Espíritos Lucíferos por aquela condição foi detalhada no livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz e, também, o fato de que os antropoides superiores podem nos alcançar se evoluírem suficientemente antes da metade da próxima Revolução[2].

Mas, há uma dupla responsabilidade no conhecimento, como ensinado por Cristo: “A quem muito é dado, muito será exigido[3]. E enquanto a transgressão dos que existiram naqueles dias primitivos pode ser perdoada, e isso comporta um atraso de milhões e milhões de anos, a condição daqueles que possuem a iluminação do conhecimento superior, que foi dado à Humanidade de hoje, e que transgridem a Lei[4] pelo abuso da força sexual criadora, pode se tornar mais sério do que o da classe que agora está evoluindo em formas de antropoides superiores.

A Magia Negra é praticada com muito mais frequência do que se poderia supor, algumas vezes de forma absolutamente inconsciente, pois a linha divisória pode estar unicamente no motivo. No entanto, se abusarmos do nosso conhecimento superior, ainda que sejamos mais refinados na indulgência com as nossas paixões, o resultado será certamente desastroso. Na atualidade, a força vital (exceto a quantidade insignificante que é necessária para a propagação da raça humana) deveria ser transmutada em Poder Anímico. Portanto, vamos continuar, insistentemente, no caminho da pureza, para que não nos vejamos em situação pior que a desses seres humanos degenerados encontrados como escravos de Lúcifer na “cozinha das bruxas” – como representado no mito de Fausto[5].

Se, em algum momento, formos tentados por pensamentos impuros, imediatamente voltemos nossas Mentes para outro assunto bem distante da sensualidade. Acima de tudo, respeitemos as leis do nosso país que requer o cerimonial de casamento, antes da união, pois ainda que as palavras da cerimônia de casamento não unam as pessoas, no entanto, são apropriadas para que professemos elevados ideais espirituais e não queiramos escandalizar vivendo juntos sem o casamento. Os que se acham sob as leis de um país, prestam perfeita obediência, como Cristo fez, pois quando cumprimos todas as leis de um país sem protesto porque é certo fazê-lo, então nos elevamos acima da lei e não estamos mais em cativeiro.

(Cartas aos Estudantes – nº 34 – do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: que pertencem a Onda de Vida humana, a que nós seres humanos pertencemos.

[2] N.T.: a quinta Revolução desse Período Terrestre. Hoje estamos na metade da quarta Revolução do Período Terrestre.

[3] N.T.: Lc 12:48

[4] N.T.: refere-se à Lei de Deus.

[5] N.T.: “Cozinha da Bruxa”, também chamado de “caverna de Feiticeira”, em português, faz parte da obra Fausto de Johann Wolfgang von Goethe. Segundo as palavras do próprio Goethe, que Eckermann registrou numa conversa datada de 10 de abril de 1829, a cena “A Cozinha da Bruxa” foi escrita no jardim da Villa Borghese em Roma, na primeira metade de 1788.

QUADRO VII

Vasta caverna de Feiticeira. Ao fundo, uma porta baixa e informe. Do lado esquerdo, uma lareira térrea; por cima dela uma espaçosa chaminé. Na lareira, assente numa trempe, um grande caldeirão. Na fumarada que dele sai, vão vislumbrando várias figuras. Espalhadas pela caverna tripeças, e uma canastra com diversos objetos, entre os quais um copo de dados, archotes, uma bola, uma coroa, um cartapácio encadernado de preto com broches de ferro. Pelas paredes sem reboco e afumadas, pendem desordenadamente vasilhas de mil formas, uma peneira, um espelho, uma vara, um abano de cauda. Uma cantareira com garrafas e copos.

CENA I

Ao pé do caldeirão, e a escumá-lo, com sentido que não se deite por fora, está sentada uma CERCOPITECA (macaca muito grande, de rabo comprido) (). O CERCOPITECO (o macho) está sentado, com os filhinhos ao pé, a aquecer-se. FAUSTO, MEFISTÓFELES.

FAUSTO (a Mefistófeles)

Este sarapatel de nigromâncias

faz-me nojo, declaro. E projetava

este diabo restaurar-me a vida

em tão vil charco de hediondezes fúteis!

Aconselhem-se lá co’uma carcaça!

Ou tenham fé que possam burundangas

duma cozinha assim descarregar-me

trinta anos do cachaço. A não saberes

receita que mais valha, estou servido.

Pois dar-se-á que não tenha a natureza

algum bálsamo seu, já descoberto

por algum alto engenho?

MEFISTÓFELES

Aí ’stão palavras

que mostram não ser parvo o nosso amigo.

Sim senhor; sem sair da natureza

há também com que um homem se remoce.

Vem isso noutra obra; e bem curioso

que ele é, o tal capítulo.

FAUSTO

Declara-o!

MEFISTÓFELES

Guapa receita. E curativo grátis,

sem precisar Doutor, nem feiticeira.

Ponha-se fora; vá-se aos campos; are;

cave; enclausure-se, alma e corpo, em solo

dadivoso, mas parco; esteie a vida

com frugal passadio; aprenda e exerça

co’os seus brutinhos o viver nativo;

não julgue desairar-se, em repartindo

por suas mãos o adubo ao chão que o nutre.

Fie-se em mim: se há coisa que descargue

de oitenta anos, é isto.

FAUSTO

Agora é tarde

para me acostumar. Nunca até hoje

peguei num alvião. Para o meu génio

esse viver obscuro era insofrível.

MEFISTÓFELES

Então, é recorrer à feiticeira.

FAUSTO

Mas porque há-de ser logo a preferida

a tal mondonga velha? Não podias

preparar-me tu próprio a beberagem?

MEFISTÓFELES

Belo divertimento! Eu preferia

gastar o tempo em construir mil pontes.

Para arranjar os filtros desta casta

quer-se, além do saber, paciência e muita,

e atenção de anos largos; só co’o tempo

é que se alcança o fermentar completo

do líquido eficaz. Pois a quantia

d’ingredientes raríssimos! É certo

que o diabo é quem os sabe, e ensina tudo;

mas lá para os estar manipulando

é que não tem pachorra.

(Reparando nos animais)

Olhe a gracinha

do casal que ali está! São a criada

e o servo cá da casa.

(Aos animais)

Olá! já vejo

que a velhusca, vossa ama, anda por fora.

OS ANIMAIS

Eh eh eh eh!

Ao fricassé!

Foi pelo cano

da chaminé.

MEFISTÓFELES

Gasta lá nessas frescatas

muito tempo a feiticeira?

OS ANIMAIS

O tempo em que na lareira

nós aquecemos as patas.

MEFISTÓFELES (a Fausto)

Que tais acha estes nossos bicharecos?

FAUSTO

Ai! de apetite! Nunca os vi mais feios.

MEFISTÓFELES

E eu então o meu gosto é conversá-los.

(Aos animais)

Dizei, bonecos danados,

que tendes no caldeirão,

que estais tão azafamados

a mexer co’o colherão?

OS ANIMAIS

Pois não vês? esta iguaria

são as sopas dos mendigos.

MEFISTÓFELES

Nesse caso, meus amigos,

tereis muita freguesia.

O CERCOPITECO (tira da canastra o copo dos dados, e vai-se chegando a MEFISTÓFELES fazendo-lhe muitas festas)

Joguemos aos dados!

Meu rico parceiro,

não tenho dinheiro,

fazei-mo ganhar.

Ser pobre é ser parvo.

Espírito nobre,

salvai-me de pobre,

salvai-me de alvar.

MEFISTÓFELES

Este cercopiteco endoidecia,

se pudesse ganhar na loteria.

(Nestes entrementeses, andam os cercopitequinhos a brincar com uma grande bola que tiraram da canastra, e vão rolando diante de si.)

O CERCOPITECO

Tal é o mundo!

Rolar, correr,

subir, descer.

Vidro rotundo

sonoro e oco,

a pouco e pouco

fendas a abrir.

Aqui brilhante;

lá coruscante;

sempre cambiante,

sempre a fugir.

Fala-te um ente,

qual tu vivente,

qual tu mortal.

Evita, amigo,

esse inimigo

mundo fatal.

Crê-lo maciço,

e é quebradiço

como cristal.

MEFISTÓFELES

Que faz aqui esta peneira?

Tem algum préstimo?

O CERCOPITECO (tirando a peneira do prego)

Pois não?

Mostra a verdade nua e inteira.

Supõe que fosses um ladrão,

cara de santo e fala arteira,

logo eu te via a maganeira,

em observando o teu carão

pela peneira!

(Corre para a fêmea, a quem obriga a olhar para Mefistófeles, através da peneira)

Toma a luneta, companheira,

observa, observa o figurão.

Reconheceste-lo à primeira.

Declara o nome do ladrão!

Viva a peneira!

MEFISTÓFELES (aproximando-se do lume)

E este pote?

OS CERCOPITECOS (macho e fêmea)

Fora zote,

burro, estúpido, asneirão.

Não vês que é um caldeirão?

Chama a um caldeirão um pote!

MEFISTÓFELES

Bruta corja!

O CERCOPITECO (levanta-se arrebatadamente do chão um abano de rabo e mete-o na mão de Mefistófeles)

O quê! Depressa!

Toma o rabo deste abano!

Assenta-te na tripeça,

e esperta a fogueira, mano!

(Obriga Mefistófeles a sentar-se numa das tripeças, fazendo do abano ventarola)

FAUSTO (que durante todo este tempo, estivera parado defronte de um espelho, ora aproximando-se, ora recuando)

Oh mago espelho! que divina imagem!

Asas, asas, Amor! conduz-me a ela!

Se me acerco, recua, e mal a avisto

sombra de sombra esmorecida em névoa.

Tais graças feminis, dar-se-á que existam?

Estarei vendo neste esbelto corpo

das delícias dos céus a quinta essência?

Cabe ao mundo um tal dom?

MEFISTÓFELES

Naturalmente.

Quando lida na obra um Deus seis dias,

ao sétimo a contempla, e exclama: Bravo!

De ver está que executou portento

de costa acima. Farte os olhos, farte!

Deixe-me furoar que tarde ou cedo

lhe hei-de desencantar esse tesoiro.

Feliz quem no obtiver.

(Continua Fausto a olhar para o espelho. Mefistófeles espreguiçando-se na tripeça, e brincando com o abano, continua a falar.)

Que belo assento,

em que eu me estou aqui repetenando!

Nem rei no trono. Empunho um ceptro. Resta

vir a coroa radiar-me a testa.

OS ANIMAIS (que até aqui tem estado, uns com os outros, fazendo trejeitos e momices, trazem da canastra a Mefistófeles uma coroa, com grande algazarra)

Tome-a lá! Grude-a a si bem grudada,

com suores e sangue, oh Senhor!

(Ao brincarem à doida, deixam cair a coroa, que se parte em pedaços. Apanham-nos e atiram-nos por joguete uns aos outros.)

Ih! Quebrou-se a coroa sagrada!

Viva a turba! Acabou-se o temor.

Galrar já podemos,

de ventas no ar.

As zangas que temos,

até poderemos,

querendo, rimar.

FAUSTO (sem se apartar do espelho)

Ui que sanzala! Esvaem-me o juízo!

MEFISTÓFELES

Se até eu tenho a bola à roda, à roda!

OS ANIMAIS

E se a coisa desta feita

vinga e dá seu resultado,

das ideias a colheita

torna o mundo afortunado.

FAUSTO (como acima)

Já me arde o coração. Presto, fujamos!

MEFISTÓFELES

Já se vê pelo menos que estes mecos

tem para a poesia embocadura.

(Como a macaca tinha largado o caldeirão, começa este a entornar-se, ocasionando grande lavareda que sobe pela chaminé. Pelo meio dessa lavareda, desce a Feiticeira vozeando.)

CENA II

A FEITICEIRA e os MESMOS

FEITICEIRA

Ão, ão, ão, ão!

Maldita mona,

que me entornaste

o caldeirão,

e a vossa dona

incendiaste!

Maldita! ão, ão!

(Repara em Fausto e Mefistófeles)

Que temos? Vós quem sois? Quem teve o atrevimento

de vos deixar entrar? qual era o vosso intento?

Por entrardes sem vénia e a furto aos lares nossos,

má fogo que vos queime, e vos derreta os ossos!

(Mete o colherão na caldeira; tira-o cheio; sacode o líquido, que vai cair, convertido em chamas, sobre Fausto, Mefistófeles e os animais. Os bichos lançam grandes guinchos)

MEFISTÓFELES (levantando-se a súbitas, revira o abano com o cabo para fora, e começa a malhar com ele na caldeira, e em tudo que vê diante)

Ah! tu brincas? Pois eu faço

à tua solfa o meu compasso,

múmia ascosa. Na fogueira

vaso as sopas. A caldeira

ela aí vai tornada estilhas;

e atrás dela estas vasilhas…

Nada inteiro há-de ficar.

(A Feiticeira tem ido retrocedendo, cheia de terror)

Monstro! horror! arcaboiço! Olá! Não reconheces

o teu amo e senhor? Ínfima das refeces,

queres-te opor a mim? Não sei que me tem mão

que vos não leve a pau, desfeitas, de rondão,

tu, e toda a relé da tua bicharia.

Pois já esta demente acaso esqueceria

este cocar de galo? a cor de grã que eu visto?

até o meu semblante? Ainda, após tudo isto,

para saber quem sou precisa que lhe ponha

claro, eu próprio, o meu nome, a biltre sem vergonha!

A FEITICEIRA

Confesso, Grão Senhor, que foi mal-recebido.

Vossa alteza perdoe;… mas tinha-lhe esquecido

o pezinho cabrum e o par de corvos.

MEFISTÓFELES

Bem.

Por esta inda te passo.

(A Fausto)

Ele havia também

já tantíssimo tempo, a dizer a verdade,

que me não tinha visto!… A lei da humanidade

também se estende a nós: Le monde marche. Um vento

que se chama O Progresso, ora rijo, ora lento

mas constante, que varre e leva a quanto existe,

também por cá chegou. Foi-se o fantasma triste

do nevoento Norte. Onde há já ’í diabo,

que use chavelhos, garra ou pé de cabra e rabo?

Ora eu enquanto ao pé, – membro que não dispenso,

por ser quem me carreia em basta gente assenso –

quanto ao pé, anos há que uso ao disfarce botas,

como usam panturrilha os magrizéis janotas.

A FEITICEIRA (cantando e dançando)

Não caibo em mim d’alegria

por ver meu Dom Santanás

nesta minha cova fria,

tal como outrora soía,

lá quando eu era algum dia

menos velha, e ele rapaz.

Viva o meu Dom Santanás!

MEFISTÓFELES

Vedo que nunca mais tal nome se me dê.

A FEITICEIRA

Pois que mal lhe fez ele? explique-se: por quê?

MEFISTÓFELES

Nome é que anda há já muito entre outros mil escritos

no volumoso rol das fábulas e mitos.

(A Fausto)

Coisas da espécie humana: o génio mau proscrevem

e ficam-se co’os maus; a esses não se atrevem.

(À Feiticeira)

Chama-me se te apraz «Barão!» «Senhor Barão!»

Não há mais que dizer. Fico um fidalgarrão

como os do sangue azul. Quanto eu sou nobre, escuso

encarecer-to; e aí vão as armas do meu uso!

(Faz certo acionado.)

A FEITICEIRA (rindo a bandeiras despregadas)

Ah ah ah ah!

Ih ih ih ih!

Nunca vi, não há,

não há, nunca vi

brejeiro maior!

Bargante, bargante!

Em moço, tunante;

em velho, pior!

MEFISTÓFELES (a Fausto)

Repare, meu amigo e aprenda! Esta a maneira

como deve tratar co’a súcia feiticeira.

A FEITICEIRA

Que desejam agora estes senhores?

MEFISTÓFELES

Mando

que nos tragas já já um copo trasbordando

da sabida mistela, e quanto mais anosa

a tiveres, melhor, mais eficaz.

A FEITICEIRA

Gostosa

obedeço já já.

(Tira uma garrafa e um copo da cantareira)

Nesta garrafa tenho

com que dar ao seu mando óptimo desempenho.

Desta é que eu muita vez mato o bicho. Fortum

nem por onde ele passe. Um copo! e mais do que um

se quiser, essa é boa!

(Baixo a Mefistófeles)

Olhe que o sujeitinho,

se traga aquilo assim como quem bebe vinho,

sem se ter preparado, estoira antes de um’hora,

bem sabe.

MEFISTÓFELES (baixo à Feiticeira)

O teu receio é mal cabido agora.

Eu sou amigo dele e não lhe quero a morte.

Podes-lhe dar sem medo o que haja de mais forte

no teu laboratório. A l’obra, presto, a l’obra!

Risca-me nesse chão o círculo da cobra.

Reza lá o conjuro, e dá-lhe um copo cheio.

(A Feiticeira com solenes ademães, risca um círculo e põe-lhe dentro coisas esquisitas. Para logo principiam os utensis e os copos a traquinar, com certa afinação. Traz afinal um cartapácio. Mete no círculo os cercopitecos. Um deles fica a servir-lhe de estante. Os outros archotes tirados da canastra, e que per si se acenderam simultaneamente. A Feiticeira acena a Fausto, que se lhe acerque)

FAUSTO (a Mefistófeles)

Mas tudo isso a que vem? Patranhas vãs! Descreio

de quanto vejo aqui: visagens estudadas,

imposturas sem sal, tontices, meros nadas.

Sei tudo isso de cor; tenho-lhe nojo.

MEFISTÓFELES,

Asneira!

É forte bravejar contra uma brincadeira!

Pois não vês que a mulher não faz em tudo aquilo

senão seguir à risca o medical estilo?

para que te aproveite e preste a beberagem,

põe muito palavrão, muitíssima visagem.

A FEITICEIRA (empurra Fausto para dentro do círculo; e põe-se a ler no livro, declamando com grande ênfase)

Agora me explico,

Do um, dez fareis;

o dois deixareis;

o três uguareis;

e já sondes rico.

Lançar quatro fora.

Dos cinco e dos seis,

sete e oito fareis.

São estas as leis,

e andai-vos embora.

E os nove são um;

e os dez são nenhum.

E tenho acabada,

segundo cumpria,

toda a tabuada

da feitiçaria.

FAUSTO (a Mefistófeles)

Ela estará com febre? A modo que extravaga.

MEFISTÓFELES

Ai! de pouco se admira. Inda por ora a saga

do introito não passou; e todo o calhamaço

vai no mesmo teor. Eu já o li de espaço;

por sinal que até fiz sobre o seu conteúdo

o estudo mais cabal, mais sério, mais miúdo,

do que vim a inferir o que lhe exponho franco:

no que é contraditório, o sábio fica em branco,

assim como o ignorante. Esta arte, meu amigo,

é velha e nova; há nela, a par do imenso antigo,

algo também moderno. Inda não houve idade,

que, a bem de traficar co’a pobre humanidade,

não andasse a espalhar, com rara impavidez,

erros de três por um, ou erros de um por três.

Onde havia ensinar-se o claro, o verdadeiro,

mentiu-se adrede ao vulgo estólido e crendeiro.

Contra a superstição e audácia, era preciso

combater e suar; e a gente de juízo

preferiu sempre a tudo um bom viver pacato.

Nos mortais em geral dá-se um pendor inato

para absorverem crença. Era melhor primeiro

pensar, e crer depois; crer só no verdadeiro.

A FEITICEIRA (continuando)

A potência da ciência

que anda oculta em névoa escura,

só revela a sua essência

ao mortal que a não procura.

FAUSTO

Que absurdo nos diz ela? A tantos disparates

já se me oira a cabeça; oitenta mil orates

não doidejavam mais.

MEFISTÓFELES

Nobre sibila, basta!

Venha o copo e bem cheio. Um homem desta casta,

um famoso Doutor em tanta faculdade,

pode beber sem risco e sem dificuldade.

Mal imaginas tu que tragos de alto engodo

ele já tem provado.

(Notando em Fausto alguma hesitação, continua.)

Abaixo! abaixo! Todo!

Animo! escorripicha! E tu verás em breve

como esse coração bate contente e leve.

Ora gosto de ti! Convives co’o demónio

tu cá, tu lá, e agora estás como um bolónio

com medo a um fogachinho!

(Fausto acaba de beber resolutamente o copo apesar de saírem dele pequenas chamas.)

(A Feiticeira desfaz o círculo. Fausto sai dele.)

Estás liberto. Agora,

exercício que farte.

A FEITICEIRA

Em muito boa hora

que tomasse o meu filtro.

MEFISTÓFELES (à Feiticeira)

E tu, se me quiseres

alguma coisa, velha, é bom que lá me esperes

na Valburga esta noite.

A FEITICEIRA (a Fausto)

Aprenda outra cantiga

antes de se ir embora; e é dadiva de amiga.

Toda a vez que a entoar, há-de sentir no peito

um certo não lho digo; enfim um certo efeito

(Fausto dá-lhe costas enjoado, com ar desprezativo)

MEFISTÓFELES (a Fausto)

Vem comigo, eu te guio. A fim de que a poção

no interior e por fora opere a sua ação,

não há que estar à espera; é necessário e urgente

medir terra, correr, suar copiosamente.

Depois te ensinarei como se logra a vida

no suave far niente em flores envolvida,

e como o deus de amor brinca, borboleteia,

e oferta aos lábios mel pela áurea taça cheia.

FAUSTO (querendo tornar-se ao espelho)

Deixem-me inda uma vez mirar nesse brilhante

venturoso cristal a que é sem semelhante,

da graça o non plus ultra.

MEFISTÓFELES

À fé, que a imagem dela

era de todo o ponto e em todo o extremo bela;

mas que não dirás tu, em vendo o original?

vivinho! em carne e osso! ao pé de ti!

(À parte)

Que tal!

Co’a dose que tomou, qualquer mulher que aviste

vai julgá-la outra Helena.

Ah, sábio, alfim caíste!

A cozinha da bruxa levará Fausto a completar seu grande “livramento” no âmbito da materialidade. Ele deveria rejuvenescer para que sua aparência lhe proporcionasse maior mobilidade no mundo das suas aspirações. Porém, rejuvenescer para o doutor fazia parte de um aspecto bem maior. A magia lhe proporcionava vencer a finitude do corpo do herói velho sem mobilidade. Ele necessita agora de energia para pôr em prática sua ânsia de conhecimento. Precisa de disposição para o amor, e assim recobrar o tempo perdido. A poção da bruxa confere um novo conteúdo à sua forma. Fausto assume o ímpeto da juventude e sua alma fáustica está agora em perfeita conformidade com suas forças físicas.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Calendário – As Atividades de Estudos e Ofícios de Rituais da Fraternidade Rosacruz em Campinas/SP/Brasil–2024–Setembro

*** Para você ter uma cópia é só clicar aqui:

As Atividades de Estudos e Ofícios de Rituais da Fraternidade Rosacruz em Campinas/SP/Brasil – 2024 – Setembro

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>> Informações importantes para usar nos seus Exercícios Esotéricos Rosacruzes são as Atividades do Cristo no seu Trabalho como Nosso Salvador:

-> Para saber qual é o Trabalho Cósmico do Cristo nesse quadrimestre: O Trabalho do Cristo na Terra: de Setembro à Dezembro de cada ano

-> Para esse Mês Solar tome como material para os seus Exercícios Esotéricos tal assunto: Senhor Cristo começa Seu Descenso para os Reinos físicos

*****

>> Para você usar no processo de Cura Rosacruz:

-> Para saber que Signo a Lua está em cada dia desse mês, e daí saber as Partes do Corpo que Não Se Deve Mexer – Setembro de 2024

-> Para obter mais detalhes sobre os Melhores e Adversos Períodos e Dias para Tratamentos e Cirurgias – Setembro de 2024

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Folha com Aspectos Astrológicos Rosacruz – SETEMBRO de 2024

Com a Folha Astrológica Rosacruz o Estudante Rosacruz tem uma importante ferramenta:

1) Ajuda-o a aproveitar as influências astrais oferecidas pelos Aspectos benéficos (Sextil, Trígono e Conjunções benéficas) e a se precaver para não cair nas tentações oferecidas pelas influências astrais adversas, ou seja, pelos Aspectos adversos (Quadratura, Oposição e Conjunções adversas), no seu dia a dia.

2) Compreende quais as influências são mais fortes e quais são as mais fracas.

3) Obtém o conhecimento de quais são os melhores períodos e dias para tratamentos da sua saúde quando da necessidade de se trabalhar em alguma parte do seu Corpo Denso.

4) Tem acesso aos dias em que oficia Rituais dos Serviços Devocionais especiais.

5) Se está fazendo os Cursos de Astrologia Rosacruz, o uso se torna mais eficaz e muito mais abrangente.
Ajuda, inclusive, ao Estudante Rosacruz que está fazendo os Cursos de Astrologia Rosacruz a compreender a dinâmica da Astrologia e a influência dos Astros durante todos os dias.

Para imprimir em formato A4 é só clicar : Folha com Aspectos Astrológicos Rosacruz – SETEMBRO de 2024 – A4


Quer saber como lê-la? É só clicar aqui: Descrição das Colunas e dos Dados da Folha com Aspectos Astrológicos Rosacruz


Para consultar no site ou copiar:

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: É possível encontrar uma pessoa nos Mundos espirituais e quando estiverem ambos aqui a pessoa não se lembrar de tudo que passaram lá?

Pergunta: Na Revista Rays from the Rose Cross da The Rosicrucian Fellowship de janeiro de 1916, você responde a uma pergunta sobre “Como podemos diferenciar entre as experiências ilusórias de um sonho comum e as experiências reais de um Auxiliar Invisível”. Em resposta a essa pergunta você diz, em uma parte, o seguinte. “suponha que alguma noite, estando fora do seu Corpo Denso, você conheceu uma pessoa e que, talvez, tenham trabalhado juntos por semanas ou meses; no decorrer da conversa você descobre que esse colega mora em Nova York ou Londres e você teve a oportunidade de visitá-lo lá, enquanto funcionava em seu Corpo Denso.  Suponhamos ainda que se tornou necessário que você fizesse uma viagem de negócios à cidade onde seu colega estava. Você, um Auxiliar Invisível, conta a ele sobre essa viagem em uma de suas excursões noturnas. Ele o convida para ser seu hóspede durante sua estada naquela cidade e você aceita o convite.

No dia seguinte, você parte para o seu destino e, na chegada, pega um carro conforme orientação dele, desce na esquina que você já conhece tão bem, sobe até a casa, bate à porta e seu colega vem ao seu encontro. Ele o pega pela mão fisicamente, como sempre fez etericamente nos Mundos invisíveis. Você começa imediatamente a falar sobre coisas que fez fora do Corpo Denso e vocês se conhecem tão bem quanto velhos colegas do Mundo Físico; ou em outras palavras, você continua o relacionamento no Corpo Denso, exatamente como se formou fora dele, nos Mundos invisíveis.” (Veja o texto completo dessa pergunta no final).

Mas não é possível que um amigo nos Mundos invisíveis possa estar consciente lá e lhe fazer tal convite, embora seja incapaz de levar sua consciência até o estado de vigília, de modo que, quando você se apresentar à porta dele, de acordo com o convite recebido nos Mundos invisíveis, ele olhará para você sem expressão e não saberá do que você está falando?

Resposta. Sim, o assunto está bem entendido. Há várias pessoas que ficam bastante conscientes fora do Corpo Denso, à noite, e ainda assim são incapazes de trazer suas experiências para o estado de vigília. Mas no caso mencionado a prova seria tão boa para o inquiridor como se ele fosse recebido de braços abertos, pois encontrou a casa pela descrição dada enquanto estava fora do Corpo Denso; além disso, ele conheceu fisicamente o homem que havia conhecido no Mundo do Desejo. Portanto, é irrelevante para ele o que diz respeito à prova de que seu amigo dos Mundos invisíveis não o reconheceu no Corpo Denso; além disso, se o amigo lhe disse algo que ele não pudesse saber de outra fonte, ele poderá convencer fisicamente o outro da realidade da experiência psíquica à qual ele se referiu e talvez ajudá-lo, mais tarde, a trazer sua consciência para o Mundo Físico.

Mas é perigoso interferir em tais assuntos e devemos exercer a máxima cautela para evitar a experiência desagradável de ser interpretado como impostor ou charlatão. O autor, certa vez, teve uma experiência de natureza um tanto semelhante e como há um ponto importante e uma lição envolvidos talvez não seja inadequado relatá-los.

Há muitos anos, este escritor viu na convenção de uma sociedade oculta um homem a quem chamaremos de senhor X. Ele era evidentemente rico e proeminente, enquanto o autor era pobre e obscuro, por isso nos movíamos em esferas diferentes e não nos conhecíamos. Anos mais tarde, o autor encontrou os Ensinamentos Rosacruzes na Alemanha e após sua Iniciação conheceu vários Irmãos Leigos. Entre eles estava o senhor X, que pertencia então a um grau superior, dentro do nível de Irmão Leigo, ao do autor. Conversamos sobre muitas coisas de interesse comum e o senhor X disse que morava em uma cidade dos Estados Unidos da América, esperando que nos encontrássemos lá algum dia. Isso foi calorosamente destacado pelo autor, pois ele acreditava que, quando encontrasse o senhor X pessoalmente, aquele cavalheiro lhe explicaria muitas coisas e lhe ensinaria o que ele, um jovem neófito, não sabia, porque naquela época não era proficiente em transportar todas as suas experiências dos Mundos invisíveis para a consciência física.

Aproximadamente um ano depois, o autor chegou à cidade mencionada pelo senhor X e amigos em comum lhe disseram que o senhor X aguardava ansiosamente a sua chegada. Agora lembre-se, o autor conhecia o senhor X fisicamente, mas o senhor X nunca conheceu o autor fisicamente. No entanto; quando nos conhecemos, caminhamos um em direção ao outro e apertamos as mãos como velhos amigos. Nós nos sentamos e começamos a conversar como se nos conhecêssemos há muito tempo e não havia algo que pudesse avisar o autor de que o senhor X não se lembrasse das nossas experiências nos Mundos invisíveis, até que, de repente, uma observação trouxe uma expressão de espanto total para o rosto do senhor X, que exclamou: “Como assim? Do que você está falando?”. Descobriu-se então que o senhor X não se lembrava de um único incidente de suas experiências nos Mundos invisíveis. Ele apenas tinha visto este autor na convenção e lembrou; portanto não precisou de uma apresentação.

Surgiu então uma questão muito intrigante para ambos, o autor e o senhor X. “Como é possível que alguém seja um Irmão Leigo da Ordem Rosacruz e não saiba sobre isso?”. Mais tarde, a investigação revelou que a admissão do senhor X ao Templo da Ordem Rosacruz havia ocorrido em uma vida anterior, mas que a indulgência com certos hábitos nesta vida tivesse embotado seus centros cerebrais de modo que nenhuma experiência do Auxiliar Invisível pudesse ser transportada para a consciência física.

Há duas coisas importantes a serem aprendidas com essa experiência. Em primeiro lugar, devemos ser muito cautelosos quando nos dirigimos a amigos dos Mundos invisíveis estando no Corpo Denso, até que seja definitivamente estabelecido o fato de que ambos possam levar adiante suas experiências. A segunda, e provavelmente a mais valiosa lição, é que devemos pagar o preço, se quisermos manter a consciência das nossas viagens noturnas. Nesse caso cabe o ditado “Não podemos fazer as duas coisas ao mesmo tempo”. Se nos entregamos à gratificação dos sentidos, desperdiçando nossa energia e vitalidade nos chamados prazeres mundanos, só podemos culpar a nós mesmos quando, ao mesmo tempo, não fazemos progresso espiritual.

(Por Max Heindel – Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio de 1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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Pergunta: Como podemos diferenciar entre as experiências ilusórias de um sonho comum e as experiências reais de um Auxiliar Invisível? Existe alguma maneira de provar que alguém esteve em certos lugares, fazendo um trabalho definido, enquanto o Corpo Denso estava dormindo na cama?

Resposta: Sim, se você realmente esteve fora do seu Corpo Denso e conseguiu reter essa memória até a hora de acordar, pode haver uma série de maneiras pelas quais você pode provar a si mesmo e, também, aos outros, se desejar, que você foi, pelo menos naquela ocasião, liberado de seu Corpo Denso, sendo capaz de funcionar como um Espírito livre no espaço.

Para os que não estão familiarizados com a nossa Filosofia Rosacruz, vamos dar algumas informações básicas para ajudar o entendimento: nós não somos apenas esse Corpo Denso (o corpo físico) que vemos com nossos olhos físicos, mas que possuímos veículos feitos de texturas mais finas nos quais somos capazes de funcionar, quando o Corpo Denso é colocado para descansar, durante o sono. É, de fato, a nossa retirada do Corpo Denso, junto a nossa consciência e aos veículos mais sutis, que induz o sono. Na maioria das pessoas, o Espírito, vestido com seus veículos mais sutis (os dois Éteres superiores do Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente), paira perto do Corpo Denso, quando esse está em repouso. Geralmente medita sobre os assuntos do dia, mas não parece ter muito interesse em qualquer coisa relativa a isso, até que, pela constância de se fazer os Exercícios Esotéricos Rosacruzes, o estudo da Filosofia Rosacruz e por viver uma vida reta – aplicando o conhecimento Rosacruz adquirido -, dedicada ao serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade – a cada irmão e irmã ao seu lado, é gradualmente despertado para a realidade da vida fora do Corpo Denso.

Aqui cabe um alerta: se a pessoa seguiu o caminho do desenvolvimento espiritual negativo, passivo que é se deixando ser possuído (parcial ou totalmente) por Espíritos desencarnados (irmãos e irmãs que, depois de morrerem aqui, ao invés de partirem para o Purgatório, vivem Apegados à Terra), também conseguirá funcionar fora do Corpo Denso, mas é muito perigoso, pois ele não tem controle nenhum (ao contrário, é possuído pelo que chamamos de Espíritos de controle) e é uma presa fácil para ser obsidiado por tais Espíritos. Tudo depende do temperamento da pessoa em questão, pois nosso caráter não é alterado pelo fato de irmos dormir; nós somos lá, no Mundos invisíveis, o que somos aqui, no Mundo visível. É uma máxima dos Ensinamentos Rosacruzes: “Espírito de Luz não ‘baixa’, não toma o Corpo Denso de uma pessoa, nem parcial, nem totalmente, seja qual seja a razão que se justifique”. Há outros modos muito mais eficazes e que respeita as Leis de Deus.

No entanto, há ocasiões em que um homem ou uma mulher se torna tão interessado no trabalho deste Mundo que, ao adormecer, ele ou ela (o Ego) não consegue se desvencilhar inteiramente do Corpo Denso. Está meio dentro e meio fora, em contato com as cenas dos Mundos invisíveis e ainda ruminando as ocorrências do dia anterior. Então, temos aquele estado de consciência confuso que chamamos de sonhos e esses constituem as experiências noturnas da maioria das pessoas. Mas, quando, como já foi dito, começamos a estudar a Filosofia Rosacruz e, acima de tudo, a viver uma vida de serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade – a cada irmão e irmã ao seu lado durante o dia; quando realizamos, principalmente, os dois Exercícios Esotéricos Rosacruzes: noturno de Retrospecção e matutino de Concentração com fidelidade e zelo, um dos primeiros sintomas da verdadeira consciência durante a noite, e das experiências nos Mundos invisíveis, é o de sonhos caóticos e ilusórios se tornarem lógicos e racionais. Quando esse estágio é alcançado, nunca nos vemos andando com a cabeça debaixo do braço ou perseguindo uma vaca em um poste, porque sentimos que ela deveria se empoleirar no topo do poste, ou realizar truques idiotas desse tipo; mas descobrimos nós mesmos vivendo normalmente e lá fazendo as coisas da mesma maneira que faríamos aqui, salvo por certos fatos, tais como se desejamos ir de um lugar a outro, não andamos a pé nem de carro, mas simplesmente, pelo próprio pensamento, nós nos elevamos no ar e nos deslizamos pelo espaço até chegar ao destino. Então, não somos impedidos por portas trancadas ou janelas fechadas, mas vamos diretamente, passando pela parede, para os cômodos onde desejamos estar e começamos a fazer o trabalho para o qual fomos até lá.

Além disso, podemos descobrir que o espaço e a distância quase deixaram de existir e que uma viagem até um amigo sofredor a alguns milhares de quilômetros de distância leva apenas um momento; contudo, essas coisas não indicam que estamos apenas tendo um sonho ilusório e comum, pois, como dissemos, tais são as leis dos Mundos invisíveis que viajamos a uma velocidade maior do que a eletricidade, sempre que desejamos. Não há peso para os veículos invisíveis (Corpo-Alma, Corpo de Desejos e Mente) aos nossos olhos físicos. É nossa vontade que determina nosso lugar em relação à Terra. Podemos andar na rua ou planar sobre os telhados à vontade. Além disso, como é bem sabido que os átomos de todas as substâncias físicas não se tocam de fato, mas, digamos, nadam no mar de Éter, é perfeitamente possível a nós (o Ego, o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui), livre do nosso Corpo Denso, passar nossos veículos invisíveis pelos interstícios entre os átomos de uma parede de tijolo ou cimento, como Cristo fez quando apareceu aos Discípulos, depois que a porta do aposento onde estavam foi trancada.

Tendo esses fatos na sua Mente, suponha que alguma noite, estando fora do seu Corpo Denso, você conheceu uma pessoa e que, talvez, tenham trabalhado juntos por semanas ou meses; no decorrer da conversa você descobre que esse colega mora em Nova York ou Londres e você teve a oportunidade de visitá-lo lá, enquanto funcionava em seu Corpo Denso.  Suponhamos ainda que se tornou necessário que você fizesse uma viagem de negócios à cidade onde seu colega estava. Você, um Auxiliar Invisível, conta a ele sobre essa viagem em uma de suas excursões noturnas. Ele o convida para ser seu hóspede durante sua estada naquela cidade e você aceita o convite.

No dia seguinte, você parte para o seu destino e, na chegada, pega um carro conforme orientação dele, desce na esquina que você já conhece tão bem, sobe até a casa, bate à porta e seu colega vem ao seu encontro. Ele o pega pela mão fisicamente, como sempre fez etericamente nos Mundos invisíveis. Você começa imediatamente a falar sobre coisas que fez fora do Corpo Denso e vocês se conhecem tão bem quanto velhos colegas do Mundo Físico; ou em outras palavras, você continua o relacionamento no Corpo Denso, exatamente como se formou fora dele, nos Mundos invisíveis.

Essa é uma das formas de comprovar a realidade de suas experiências durante o período em que o Corpo Denso dormia. Embora tenhamos colocado o caso hipoteticamente, não é totalmente assim. O autor, por exemplo, teve tais experiências em vários casos. Um deles foi contado no panfleto “Nosso Trabalho no Mundo”[1] e, não relatando essas experiências apenas para fofocar, às vezes há um objetivo a ser obtido por meio do testemunho pessoal e, por isso, repetimos o relato aqui:

“Na época em que o autor tinha, sem ter dado conta, é claro, passado pelo teste estabelecido pelos Irmãos Maiores para ver se ele provaria ser verdadeiro como o mensageiro deles, um desses Irmãos Maiores, que já havia entrado em contato comigo quando a porta do quarto estava trancada, apareceu novamente e me notificou que havia sido selecionado para promulgar os Ensinamentos Rosacruzes, que deveria receber no Templo da Ordem Rosacruz, na Região Etérica do Mundo Físico.  Para chegar àquele lugar, ele me orientou a seguir, na manhã seguinte, para certa estação ferroviária, em Berlim, comprar uma passagem para um lugar do qual eu nunca tinha ouvido falar e pegar um trem que iria para lá em um determinado horário. Assim, parti na manhã seguinte para a estação ferroviária mencionada, comprei a passagem para o referido destino e descobri que o trem partia no horário que nosso visitante me havia informado. Ao chegar ao destino, encontrei o próprio Irmão Maior revestido com seu Corpo Denso e, por ele, fui conduzido aos arredores do Templo da Ordem Rosacruz, que não é composto de material da Região Química do Mundo Físico, mas etérico – ou seja formado de material da Região Etérica do Mundo Físico – e, portanto, invisível para as pessoas da vizinhança, que não estão cientes de que a Grande Escola dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental estava localizada entre elas.

O autor não estava dormindo quando o Irmão Maior entrou em seu quarto e deu as instruções que o levaram à reunião, nem ele foi capaz de focalizar sua visão espiritual à vontade ou deixar seu Corpo Denso, quando isso fosse desejado. Essas faculdades foram despertadas no momento da primeira Iniciação Menor, que ocorreu no Templo da Ordem Rosacruz, logo depois; mas o Irmão Maior, nesse caso, se materializou o suficiente para permitir ao autor vê-lo e, portanto, a experiência não prova o que pode acontecer quando o Corpo Denso está dormindo, mas demonstra que, no momento em que o autor recebeu as instruções acima mencionadas, ele não estava sob alucinação e isso prova que é possível, para um Espírito livre, entrar em uma sala e ali se materializar para determinado propósito, como os Auxiliares Invisíveis, não raramente, têm que fazer.

Quando o autor diz “prova”, ele quer dizer, é claro, que provou esse fato a si mesmo. Cada um deve obter essa prova pessoal e esses fatos não podem ser “provados” para outra pessoa. O testemunho é dado apenas com o propósito de mostrar como tais coisas acontecem.

Ao relatar experiências pessoais, talvez não esteja fora de contexto dizer que uma vez esse escritor foi capturado por uma câmera. Vocês sabem que a câmera capta vibrações etéricas e que, embora muitas das chamadas fotografias de Espíritos sejam imposturas, há também as reais. O incidente em questão aconteceu quando o autor estava em um hospital, simplesmente recuperando-se de um colapso sério causado por vários anos de estudo muito rigoroso e excesso de trabalho. Antes disso, não tínhamos experiências psíquicas, mas em uma manhã de domingo, quando um querido amigo estava partindo para a Europa, nós nos sentimos particularmente solitários e intensamente desejosos de ver nosso amigo.

De repente, como num passe de mágica, nós nos encontramos fora da cama, olhando para o pobre Corpo Denso definhado que jazia inerte e adormecido; contudo, não sentimos medo e tudo parecia estar bem. Levados dali pelo desejo, que originalmente nos libertara do Corpo Denso, viajamos em uma fração de segundo os 32 quilômetros até o porto de San Pedro, onde nos encontramos no navio, com nosso amigo. O barco estava prestes a partir e, nesse momento, um amigo em comum ligou uma câmera na praia. Quando o filme foi revelado, o rosto do escritor, com uma barba crescida de várias semanas, adquirida no hospital, era claramente visível. Desde então, essa foto foi reconhecida por um número dos nossos conhecidos que nem mesmo foram informados, e é provável que esse caso pudesse realmente ser estabelecido de tal maneira que constituísse uma prova quase legal, pois poderia ser facilmente demonstrado que o autor estava no hospital, quando o amigo dele, que estava a bordo daquele navio (que também está na fotografia, é claro), estivesse partindo e a foto foi feita. No entanto, o velho ditado: “um ser humano convencido contra sua vontade não muda sua opinião” é tão verdadeiro que, sem dúvida, uma grande porcentagem das pessoas a repudiaria como impostura, de qualquer maneira. Então, qual é a utilidade? A convicção deve vir de dentro, antes de ser aceita.

Também foram dadas algumas provas do fato de que algumas pessoas estão conscientes fora do Corpo Denso, em algumas das revistas Rays from the Rose Cross anteriores. Entre outras, o Dr. Stuart Leech [2], no número de setembro da Rays from the Rose Cross, conta a experiência que teve quando um de seus pacientes estava em estágio crítico por causa de apendicite. Tanto ele quanto os outros dois médicos visitaram o menino usando os seus veículos invisíveis, durante a noite, ajustando a situação para que, ao chegarem à consulta na manhã seguinte, encontrassem o menino perfeitamente bem. Também publicamos a história da Srta. Kerin [3], que foi curada milagrosamente por um Auxiliar Invisível.  Ela foi vista em outras ocasiões ajudando os doentes e feridos nos campos de batalha da Europa, como muitos dos Auxiliares Invisíveis estão fazendo atualmente. Assim, há testemunho considerável sobre a evidência de que as pessoas que ainda vivem em seus Corpos Densos, durante o dia, estejam engajadas no trabalho espiritual durante a noite e que suas experiências, transportadas para a consciência desperta através da memória, não são sonhos ilusórios, triviais.

Entretanto, você pode perguntar: “Existe alguma maneira de provar que alguém esteve em determinado lugar, fazendo determinado trabalho?”. Você pode estar em algum lugar, fazendo algo e, ao acordar, deseja saber se foi um sonho ou um fato. Se for esse o seu caso, aconselhamos que, da próxima vez que se encontrar fora do Corpo Denso em algum lugar, em sua cidade natal, por exemplo, você possa, no dia seguinte, ir a esse local e observar alguns pequenos detalhes que possa reconhecer depois.

Suponha que você se encontre na sala de espera de uma estação ferroviária, em sua cidade. Conte as janelas da sala, conte os bancos e preste atenção especial na disposição deles; observe o lugar onde a cabine telefônica fica, se houver uma, e quaisquer outras coisas que você não tenha notado em suas visitas anteriores ao local e que não possam ser alteradas por alguém antes que você possa chegar lá na manhã seguinte. Anote os fatos o mais rápido possível para que não escapem da sua Mente e, a seguir, conforme sua conveniência, vá até a estação, entre na sala de espera e lá, conte as janelas, observe a disposição dos bancos, a cabine telefônica, etc. Isso, por si só, vai dar a você uma razão justa para acreditar que esteve lá durante a noite, se você descobrir que acertou no que trouxe da visita noturna para a vida diurna, pela memória. Se o lugar onde você se encontra, quando está fora do Corpo Denso, é a casa de um amigo, o que também acontece ocasionalmente, siga o mesmo método de anotar detalhes a que você não prestou atenção em suas visitas anteriores. Conte as cadeiras da sala, observe se há algum arranhão ou sinal na mobília que possa ser facilmente reconhecido em uma ocasião posterior e assim por diante, de acordo com as sugestões de sua própria engenhosidade. Dessa forma, você sem dúvida encontrará a prova que deseja ou o conhecimento de que se enganou ao acreditar que esteve lá.

(Por Max Heindel – Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro de 1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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[1] – Capítulos XX, XXI e XXII do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz:

CAPÍTULO XX – NOSSO TRABALHO NO MUNDO – Parte I – (Publicado em maio, 1912)

Observando o progresso dos trabalhos da Fraternidade Rosacruz concluímos que ele não resulta dos esforços exclusivos de alguns membros. Ele é produto do trabalho conjunto dos Irmãos Maiores e de todos os membros da Fraternidade Rosacruz. Na dedicação a essa missão encontramos uma excelente oportunidade para o desenvolvimento da alma.

Não temos o direito de uso exclusivo do alimento espiritual, como não temos o direito exclusivo do alimento material. Devemos dar a todos a oportunidade de cola¬borar neste trabalho, seja física, mental ou financeiramente. De acordo com o tempo, talento, aptidão e condições de cada um.

Por outro lado, compreendemos a importância da nossa participação, sem a qual a obra poderá ficar incompleta. Nesse caso seremos servos improdutivos dos Irmãos Maiores. A carga é superior à nossa capacidade de suportá-la. Portanto, para prosperarmos, a Grande Obra necessita de muitos colaboradores. Assim sendo, nesta lição vamos repassar o histórico do trabalho efetivado até hoje. Dessa forma os Estudantes podem vislumbrar uma real perspectiva das linhas do futuro trabalho. Será necessário abusar do pronome “Eu”. Peço aos Estudantes a bondade e a compreensão para serem pacientes comigo neste caso. Ninguém menos aprecia introduzir um elemento pessoal do que o autor, mas no caso presente parece ser inevitável.

Temos deixado claro em nossa literatura, como ensinamento axiomático, que cada objeto no universo visível é a corporificação de um pensamento invisível pré-existente. Fulton[1] construiu um barco a vapor e Bell[2] um telefone. O pensamento criador precedeu os primeiros modelos construídos em madeira e metal. Do mesmo modo, um escritor planeja e idealiza um livro antes de escrevê-lo.

Uma Ordem de Mistérios também deve idealizar e planejar sua filosofia espiritual para suprir as necessidades das pessoas que foi encarregada de servir. Esse trabalho pode levar séculos.

As investigações científicas são realizadas no isolamento dos laboratórios. As conclusões provenientes dos resultados experimentais não são divulgadas até estarem devidamente comprovadas. Esse rigor é necessário para assegurar e promover os avanços no âmbito da ciência. Analogamente os ensinamentos espirituais, destinados a incrementar o desenvolvimento de certo conjunto de almas afins, não são divulgados a todos enquanto não ficar bem demonstrada sua eficácia entre os estudiosos e pesquisadores.

Como as invenções, também as teorias ou projetos passam pelo estágio experimental. A menos que comprovem alguma utilidade, serão rejeitados. Também um ensinamento espiritual deve atingir um ponto de perfeição para ser divulgado e utilizado no trabalho do mundo. Se não for assim, sucumbe. Esse tem sido o método utilizado para divulgar os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. Foram formulados pela Ordem Rosacruz com o objetivo de encontrar ressonância com a Mente extremamente intelectualizada dos irmãos da Europa e da América.

Há séculos, nosso venerado Fundador elegeu doze Irmãos Maiores para colaborarem com essa obra. Todos, provavelmente, empenharam-se no estudo retrospectivo da evolução histórica das linhas de pensamento do ser humano. Elaboraram um inventário abrangendo, talvez, vários milênios. Dessa forma, consolidaram, com fundamentos, uma concepção apurada da direção que provavelmente assumiriam as Mentes das gerações futuras.  Puderam também antever suas inclinações e necessidades espirituais. Analisando o contexto dentro de diversos ângulos, procuravam identificar os pecados dominantes em nossos dias. Chegavam sempre na inequívoca conclusão: “Orgulho intelectual, intolerância e impaciência diante das limitações e restrições”.

Formularam uma filosofia capaz de satisfazer os apelos do coração e ao mesmo tempo capaz de corresponder aos clamores do intelecto. Enfatizaram a importância do domínio próprio como o melhor meio para vencer as limitações humanas.

Recebemos milhares de cartas de apreço de diferentes cantos do mundo, das altas esferas às camadas mais baixas. Atestam o desejo ardente da alma e a satisfação proporcionada pelos ensinamentos.

Mas, à medida que o tempo passa, daqui a cinquenta anos, talvez um século ou dois, quando as descobertas científicas confirmarem muitas das afirmações contidas no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, quando a inteligência da maioria se tornar ainda mais aberta, os Ensinamentos Rosacruzes darão satisfação espiritual a milhões de Espíritos que buscam esclarecimento.

Neste caso, percebemos como é indispensável o prudente e criterioso cuidado dos Irmãos Maiores, antes de confiarem tão importante missão a qualquer um. Os ensinamentos serão divulgados apenas em momentos decisivos para as futuras épocas. Como as sementes são plantadas no começo do ciclo anual, também uma semente filosófica, como os Ensinamentos da Rosacruz, deve ser plantada na primeira década do século quando se inicia um novo ciclo. As publicações devem respeitar esses períodos. Se passar o prazo, aguarda-se outro momento oportuno.

O mensageiro dos ensinamentos escolhido em 1905 foi considerado inapto. Então, os Irmãos Maiores se voltaram para mim. Fui testado e aprovado em 1908. Desde então venho recebendo seus ensinamentos. O livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos” foi publicado em novembro de 1909, pouco antes do fim da primeira década. Exatamente um ano e um mês antes.

Amigos organizaram o manuscrito original e fizeram um trabalho esplêndido. Entretanto, é claro, ainda era preciso revisá-lo antes de destiná-lo ao trabalho de impressão. Depois li as provas já impressas, corrigi e encaminhei para nova impressão. Tornei a lê-las e os erros foram corrigidos.  Depois de paginadas, li novamente. Dei instruções ao pessoal da gráfica sobre os desenhos e a correta posição de cada um nas páginas no livro, etc.

Levantava-se às seis horas da manhã e trabalhava até o início da madrugada, normalmente entre meia-noite e três horas da madrugada. Assim foi durante semanas. Tudo em meio a confusões intermináveis envolvendo comerciantes e o ruído de Chicago agredindo meus ouvidos. Muitas vezes cheguei ao limite de minha resistência nervosa. Ainda assim consegui concentrar-me e redigi muitos temas novos para o “Conceito”.

Eu teria sucumbido não fosse o apoio dos Irmãos Maiores. Era obra deles e eles me forneceram todo suporte. Minha função era trabalhar até o limite de minhas forças e capacidade, deixando o resto aos cuidados deles. Contudo, eu era quase uma ruína quando essa tarefa se consumou.

Talvez agora todos entendam a minha atitude no que se refere ao “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Mais do que ninguém, permaneço extasiado diante de seus maravilhosos ensinamentos, e posso fazê-lo sem falsa modéstia porque o livro não é meu, ele pertence à Humanidade. Inclusive nem parece que fui eu que o escrevi. Sinto-me absolutamente impessoal no assunto. Minha tarefa é cuidar de sua correta publicação e dos direitos autorais com o intuito de protegê-lo contra deturpações.

Contudo, logo que seja possível encontrar depositários responsáveis e competentes, a Fraternidade Rosacruz será incorporada. Todos os meus direitos autorais passarão para a instituição, juntamente com tudo mais que me pertença, pois faz parte do acordo com os Irmãos que qualquer lucro resultante da obra, a ela deve reverter.

Aceitei essa condição voluntariamente. Nem eu nem a Sra. Heindel visamos ganhos materiais. A nós importa somente o suficiente para levar adiante esse trabalho. A abençoada missão é para nós a melhor recompensa. É mais preciosa do que qualquer dádiva material.

Entre algumas opiniões e tolices publicadas sobre a Ordem Rosacruz, destaquemos uma que afirma uma grande verdade: Ela anseia curar os doentes.

Antigas ordens Religiosas acreditavam no flagelo do corpo como meio para se alcançar o desenvolvimento espiritual. Os Rosacruzes, pelo contrário, demonstram o maior zelo por esse instrumento. Um corpo saudável é indispensável para a manifestação de uma Mente sã.

Curar os enfermos e pregar os evangelhos da Era de Aquário são as duas atividades fundamentais para os zelosos seguidores de Cristo, e todos esperam ansiosamente pelo “dia do Senhor”. Com esse Espírito norteamos a totalidade do nosso trabalho no mundo.

Os Irmãos Maiores sabem que o abuso da força sexual, estimulado pelos Espíritos Lucíferos, deixa sequelas no corpo. A perversão do amor (luxúria) é responsável por doenças e debilidades. Por isso, o Método Rosacruz de Cura ensina a manter saudável o Corpo Denso. Somente um Corpo são pode hospedar uma Mente sadia e um coração pleno de amor puro. A concepção sem mácula proporciona corpos cada vez mais puros e abrevia o advento do Reino de Cristo. Somente a pureza pode libertar o Espírito da carne. Lembremos: “A carne e o sangue não podem herdar o Reino dos Céus.”.

Pregar o Evangelho (da próxima Era) é tão necessário quanto Curar os Enfermos. O sistema de cura desenvolvido pelos Irmãos Maiores combina as melhores técnicas e métodos praticados por diversas escolas atuais. Conta com um método de diagnose e tratamento tão exato quanto simples. Assim foi dado um grande passo para elevar e promover o trabalho na área da cura. Como dizem: das areias da experiência às rochas do conhecimento exato.

Na noite de nove de abril de 1910, quando a Lua Nova transitava por Áries, o Mestre apareceu em meu quarto e disse que uma nova década (ciclo) havia começado naquela noite. Na noite anterior, minhas obrigações com o recém-inaugurado Centro da Fraternidade de Los Angeles haviam terminadas.

Viajei e proferi conferências seis noites por semana, além de algu¬mas tardes. Depois da experiência em Chicago na época da edição, adoeci e afastei-me do trabalho em público para descansar e recuperar o vigor físico. Tinha ciência dos perigos envolvidos quando abandonava conscientemente meu corpo enfermo. O Éter está muito desvitalizado e o cordão prateado pode romper-se com facilidade. A morte, sob tais condições, causaria os mesmos sofrimentos que o suicídio. Por isso, previne-se sempre o Auxiliar Invisível para permanecer em seu corpo quando este está enfermo. Mas, por solicitação do Mestre, eu ficava de prontidão para os voos da alma até o Templo. Neste ínterim, alguém ficava incumbido de cuidar do meu corpo ainda debilitado.

CAPÍTULO XXI – NOSSO TRABALHO NO MUNDO – Parte II

Como foi exposto anteriormente em nossa literatura, há nove graus dos Mistérios Menores – em qualquer escola – e a Ordem Rosacruz não é exceção. O primeiro deles corresponde ao Período de Saturno e os exercícios correspondentes são realizados no dia de Saturno, aos sábados, à meia-noite. O segundo grau corresponde ao Período Solar, e este rito específico é celebrado aos domingos. O terceiro grau corresponde ao Período Lunar, e é celebrado às segundas-feiras à meia noite; e assim sucessivamente com os restantes sete graus. Cada um corresponde a um Período e tem, por isso, o dia apropriado para a sua celebração. O oitavo grau é celebrado nas noites de Lua Nova e Lua Cheia. O nono grau nos Solstícios de Junho e Dezembro.

Quando um Discípulo se torna um Irmão ou Irmã Leiga, ele, ou ela, é introduzido ao ritual celebrado nas noites de Sábado. A Iniciação seguinte faculta-os assistir os Serviços do Templo, à meia noite dos domingos, e assim por diante.

Note-se que, embora todos os Irmãos e Irmãs Leigas, nos seus corpos espirituais, tenham livre acesso ao Templo durante todos os dias, eles são proibidos de entrar nos serviços da meia-noite nos graus superiores.

O Templo não está sob qualquer vigilância. Não há exigência de palavra-passe para quem desejar entrar. Entretanto, há um muro invisível ao redor do Templo. Impenetrável para aqueles que ainda não receberam o “Abre-te Sésamo”. Cada noite esta muralha é edificada de modo diferente. Por isso se alguém, por engano ou por esquecimento, quiser entrar no Templo quando o grau vibratório da reunião está acima de seu nível, aprenderá uma lição muito pouco agradável: é possível bater a cabeça contra uma muralha espiritual.

Como já foi dito, o oitavo grau oficia-se nas noites de Lua Nova e Lua Cheia. Quem não alcançou esse estágio não está, naturalmente, credenciado para o Serviço da meia-noite, é o caso do autor destas linhas. A elevação de grau depende de mérito, não pode ser comprada. Exigia um desenvolvimento espiritual muito além do que possuo atualmente. Não obstante o meu esforço e aspiração para atingir esse estágio, preciso ainda dedicar-me por muitas vidas.

Portanto, o leitor entenderá que na noite de Lua Nova em Áries em 1910, quando o Mestre veio me buscar, não foi para levar-me àquela exaltada reunião do oitavo grau, mas a outra, de diferente natureza. Além disso, aquela reunião ocorreu à noite, na Alemanha, e eu estava na Califórnia, com outro fuso horário. Portanto, os exercícios da Lua Nova foram celebrados algumas horas antes. Por isso, quando cheguei ao Templo com o Mestre, o Sol já estava alto nos céus.

Entramos no Templo. Depois passei algum tempo numa conversa a sós com o Mestre. Então, ele fez um esboço da missão da Fraternidade. Como porta-voz dos Irmãos, discorreu sobre as diretrizes do movimento.

A nota-chave da missão consistia em evitar a obstrução da liberdade pessoal. Hierarquia e regras são importantes e cheias de boas intenções, mas não devem ser castradoras e nem opressoras. As tentações do poder e da vaidade não podem ser subestimadas. Sistemas rígidos de organização caminham rapidamente para a cristalização e morte.

Portanto, a liberdade de pensar, discernir e escolher é prioritária e deve ser franqueada aos membros da Fraternidade.  Todo membro deve ser encorajado a emancipar-se e conquistar autoconfiança. Se o livre-arbítrio sofrer violência e empalidecer, o objetivo da Ordem Rosacruz estará frustrado.

Leis e estatutos são limitações. Quando realmente houver necessidade, devem conter o menor número possível de regras. O Mestre até pensou na possibilidade de abster-se delas.

Baseados nesse Espírito de liberdade, imprimimos em nosso papel timbrado: “UMA ASSOCIAÇÃO Internacional de Cristãos Místicos”.

Notemos que há uma grande diferença entre uma associação, que é inteiramente composta por voluntários, e uma organização que vincula os membros a votos, cargos, promessas, etc.

Os que assumiram o compromisso como Probacionistas na Fraternidade Rosacruz sabem que esse Compromisso é uma promessa a eles próprios e não à Ordem Rosacruz. O mesmo cuidado para assegurar o máximo da liberdade individual evidencia-se em todas as etapas da Escola de Mistérios Ocidental.

Nós não temos Mestres. Quando, eventualmente, empregamos o termo Mestre é por consideração e respeito. Na verdade, Eles são nossos amigos e nossos Professores. Sob nenhuma condição exigem obediência a alguma ordem, nem nos impelem a fazer isto ou aquilo. Quando muito nos aconselham, deixando-nos livres para escolher e decidir.

Posso dizer que esta política de não organizar já está sendo adotada nos centros de estudos em Columbus, Ohio, Seattle, Washington e Los Angeles[3]. Desde então, tenho ido mais além nessa diretriz, tentando divulgar os ensinamentos por meio de uma Sede Mundial, em vez de formar novos centros em diversas cidades.

Em alguns lugares, grupos de Estudantes desejam reunir-se para estudos e elevação espiritual. Para auxiliar nesse propósito, a Sede fornece-lhes toda assistência possível, mas como já foi dito, não tenho mais me empenhado na formação de centros de estudos. Agora deixo os Estudantes decidirem. Dessa maneira sentem-se mais estimulados e emancipam-se com mais rapidez.

Agora abordaremos outro tema fundamental: o inovador Serviço de Cura da Fraternidade. Como vivemos num mundo concreto, vinculados às condições materiais, necessitamos de uma Sede e de um Templo de Cura. A Sede deve ser estruturada em harmonia com as leis do país que a acolhe. Também deve ser coerente com a sociedade onde está inserida. Assim o produto da obra pode ficar disponível para o uso da Humanidade depois que os líderes atuais se tenham desprendido da vida física.

Até aqui não pudemos evitar situações severas onde firmes decisões foram tomadas para viabilizar a criação da Sede, mas a associação deve permanecer livre, sem restrições.

Insistimos na questão da liberdade. Mas, é somente com esse compromisso que poderemos alcançar maior crescimento espiritual e vida mais longa. No entanto, é triste considerar que, embora sejam essas as nossas intenções, chegará o dia em que a Fraternidade Rosacruz terá o mesmo destino de todos os outros movimentos: ficará atada por regras, e a usurpação de poder a conduzirá fatalmente à cristalização e consequente desintegração. Mas é um consolo saber que de suas ruínas surgirá algo maior e melhor. Assim como ela surgiu de outras importantes estruturas que já tiveram sua utilidade e agora estão em vias de extinção.

Depois do encontro com o Mestre, entramos no Templo onde os doze Irmãos estavam presentes. A configuração do ambiente era bem diferente do encontro anterior. Entretanto, não há necessidade de detalhar o local.

É importante descrever a presença de três esferas suspensas, uma sobre a outra, no centro do Templo. A esfera central situava-se exatamente entre o piso e o teto e era a maior delas. As outras duas estavam suspensas uma acima e a outra abaixo da esfera central.

Além da visão física, há outras formas de visão: a etérica ou raio-X; a visão da cor que nos abre o Mundo do Desejo; a visão tonal que revela a Região do Pensamento Concreto. Esse tema está plenamente explanado no livro “Os Mistérios Rosacruzes”.

Meu desenvolvimento da visão espiritual das Regiões do Pensamento Concreto era muito insuficiente até a sucessão de eventos já mencionados. De fato, quanto melhor for a nossa saúde, tanto mais apegados estamos ao Mundo Físico. Isso inibe a faculdade de entrar em contato com as regiões espirituais. Pessoas que dizem: “Não estive doente um único dia em minha vida”, revelam estar perfeitamente sintonizadas com o mundo material e, portanto, menos capacitadas para ingressar nos reinos espirituais.

Essa foi minha situação até o ano 1905. Sofri dores atrozes durante toda a vida, consequência de uma cirurgia na perna esquerda realizada na infância. A ferida não cicatrizava. Quando abandonei alimentos com carne então fiquei curado e a dor desapareceu.

Minha resistência e paciência foram grandes durante todos esses anos e nunca dei demonstrações de sofrimento. Mas, fora isso, gozava fisicamente de perfeita saúde. É interessante notar também que quando eu sofria qualquer acidente e me cortava, o sangue escorria e não coagulava. Em consequência muito sangue se perdia. No entanto, depois de dois anos adotando uma dieta pura e equilibrada, quando acidentalmente fiquei sem uma unha inteira, perdi só umas poucas gotas de sangue e pude escrever à máquina na mesma tarde sem qualquer infecção, e uma nova unha logo cresceu.

A edificação da parte espiritual da nossa natureza produz, muitas vezes, distúrbios em nosso Corpo Denso. Este fica muito mais sensível às condições do ambiente e, portanto, o resultado pode ser um esgotamento. A resistência física me conservou de pé por meses. Chegou o momento em que o descanso era necessário, porém isso não foi possível e ultrapassei o limite das minhas forças. Sobreveio o esgotamento total, fui conduzido às portas da morte.

A morte definitiva consiste na irreversível ruptura do laço entre o Corpo Físico e os Corpos sutis. Na aproximação desse estado especial de transição, na iminência de ocorrer o desligamento da matéria, podemos receber instruções sobre a ciência de retirar-se do corpo. Goethe, o grande poeta alemão, recebeu sua primeira Iniciação quando seu corpo se achava debilitado e à beira da morte.

Quando fui abatido pela enfermidade, ainda não havia progredido o suficiente no caminho espiritual. Mas a dedicação aos estudos, aspirações e um exercício praticado por muito tempo, e que naquela época acreditava tê-lo inventado, mas agora já sei, vem de tempos remotos, contribuíram para que pudesse abandonar o meu corpo por um curto espaço de tempo e regressar logo em seguida. Não sei como fazia isso, e nem podia fazê-lo voluntariamente. Contudo, isso não vem ao caso.

Um ponto relevante deve ser ressaltado. A saúde perfeita é necessária antes de conseguirmos equilíbrio nos Mundos Espirituais. Entretanto, quanto mais forte e vigoroso o instrumento, tanto mais drástico será o método para debilitá-lo. Em decorrência, as condições de saúde oscilam durante anos até atingirem o devido ajuste.  Assim, aprendemos a conservar a saúde enquanto estamos ativos no Mundo Físico e, ao mesmo tempo, adquirimos a capacidade de atuar nos reinos superiores.

Assim aconteceu comigo. A sobrecarga de trabalho tanto físico como mental, sem trégua até hoje, tem deixado o meu instrumento físico longe de um estado saudável. Amigos alertam-me e tenho tentado considerar suas admoestações. Mas, o trabalho urge e deve ser executado. Enquanto não houver suficiente ajuda, sou obrigado a continuar, apesar da saúde. Em todos os aspectos a Sra. Heindel tem sido uma companheira inestimável.

No entanto, desenvolvi uma capacidade crescente de atuar nos Mundos espirituais, mesmo com a saúde precária. Como já afirmei, na ocasião dos principais acontecimentos aqui narrados, minha visão tonal era mediana e principalmente limitada às subdivisões inferiores da Região do Pensamento Concreto. Uma pequena ajuda dos Irmãos naquela noite permitiu-me entrar em contato com a quarta região, o lar dos arquétipos. Lá compreendi as lições relativas ao mais alto elevado ideal da Fraternidade Rosacruz e, também, sobre sua missão na Terra.

Pude ver nossa Sede e uma multidão de pessoas vindas de todas as partes do mundo para receber seus ensinamentos. Pessoas também de lá saiam para levar lenitivo aos aflitos próximos e distantes.

Neste mundo é necessário dedicar um bom tempo investigando e estudando para se adquirir conhecimento sobre qualquer assunto. Mas, na Região Arquetípica do Mundo do Pensamento, a voz de cada arquétipo transporta consigo a rica emissão de conteúdos daquilo que ele representa. Ao mesmo tempo ele carrega de impressões a consciência espiritual. Portanto, nessa noite recebi um entendimento muito além do poder de expressão das palavras.

O mundo em que vivemos é regido pelo ritmo do tempo. Enquanto no reino superior dos arquétipos tudo é um eterno agora. Os arquétipos não revelam seu conteúdo numa sucessão de fatos ao longo do tempo, tal como uma história é narrada aqui. Eles imprimem sobre a consciência uma concepção instantânea e completa da ideia em questão. Com clareza e consistência muito superior a qualquer pormenorizada narrativa. Não ousei mencionar esses fatos na ocasião em que ocorreram. Dedicarei o próximo capítulo a essa tarefa.

CAPÍTULO XXII – NOSSO TRABALHO NO MUNDO – Parte III

Relembremos importante tema dos Ensinamentos Rosacruzes: “A Região do Pensamento Concreto é o reino do som”. É o lar da música celestial, da harmonia das esferas.  Esse oceano sonoro envolve e interpenetra tudo e todos, assim como a atmosfera da Terra circunda e envolve todas as coisas terrestres. Nessa região tudo que existe está banhado e impregnado de música, tudo vive e cresce pela música. A PALAVRA de Deus ressoa e modela os diversos protótipos de todas as coisas corporificadas na dimensão terrestre.

No piano, cinco teclas pretas e sete brancas formam a oitava. Além dos sete Globos nos quais evoluímos durante um Dia de Manifestação, existem cinco Globos escuros pelos quais atravessamos durante as Noites Cósmicas. Em cada ciclo de vida e por algum tempo, o Ego recolhe-se no mais denso destes cinco, o Caos, o mundo sem forma onde nada permanece. Apenas os centros de força conhecidos como Átomos-sementes prosseguem. No começo de um novo ciclo de vida, o Ego desce novamente até a Região do Pensamento Concreto, onde a “música das esferas” sincronicamente coloca em vibração os Átomos-sementes.

Há sete esferas. São os sete Planetas de nosso Sistema Solar. Cada Planeta tem sua nota-chave e emite um som particular, diferente de todos os demais. Os tons de todos os Planetas participam na construção de um organismo completo. Entretanto, um deles vibra em singular consonância com os Átomos-sementes do Ego durante o processo de renascimento. Então, esse Planeta corresponde à nota “tônica” da escala musical. É o Astro mais harmonioso para esse Ego. É o regente da nova vida em formação. É sua Estrela Guia. As vibrações sonoras dos demais Astros adaptam-se à frequência sonora dessa nota tônica ou nota-chave.

Como na música terrestre, na celestial há harmonias e dissonâncias. A música entoada pelos Astros reverbera nos Átomos-sementes e direciona a construção do arquétipo dos corpos em vias de encarnar. Assim se formam as linhas vibratórias de força. Essas linhas atraem e organizam as partículas físicas durante a vida. Acontece algo semelhante quando um arco de violino coloca em vibração partículas minúsculas espalhadas sobre um prato de latão. Podemos ver a formação de figuras geométricas.

O Corpo Denso é gradualmente formado segundo as linhas arquetípicas definidas por um conjunto de vibrações. O Corpo Denso é a fiel expressão da harmonia das esferas, modelado conforme as melodias entoadas durante o período de sua construção.

Este período, contudo, é muito mais longo do que o período real da gestação, e varia de acordo com a complexidade da estrutura requerida pela vida em busca de manifestação física.

Tampouco o processo de construção do arquétipo é contínuo. Existem acordes inacessíveis aos diapasões vibratórios dos Átomos-sementes, sons que eles ainda “não sabem ouvir” e, portanto, não podem entrar em ressonância com eles. Quando os Aspectos Astrais entoam esses acordes “incompreensíveis”, o arquétipo simplesmente permanece em compasso de espera e “sussurra” os acordes que já foram incorporados na sua estrutura. Conforma-se em aguardar os sons dos acordes coerentes com o projeto de construção dos órgãos necessários à sua própria expressão.

Concluindo, os organismos terrestres são formados segundo linhas vibratórias produzidas pela música das esferas. Habitamos um corpo composto por órgãos. Cada órgão está associado a um Astro ou vibração sonora.

Estamos em condições de bem compreender que as enfermidades são, na verdade, manifestações de dissonâncias ou desarmonias sonoras, cuja causa, provém primeiramente de uma desarmonia espiritual interna.

Há um fator notável para nós. Se conhecermos com exatidão a causa direta da desarmonia, podemos saná-la. Fica evidente que a manifestação física da doença em breve desaparecerá.

Todavia, é justamente esta a preciosa informação dada pelo horóscopo de uma pessoa. Cada Astro, ocupando uma casa terrestre e Signo celeste, expressa harmonia ou discórdia, saúde ou doença. Portanto, todos os métodos de cura são eficazes apenas na proporção em que levam em consideração as harmonias e discordâncias estelares manifestadas na roda da vida, o horóscopo.

Em circunstâncias normais as Leis da Natureza governam os reinos inferiores com pleno poder. Não obstante, há leis superiores relativas aos reinos espirituais. Em determinadas circunstâncias as leis superiores podem suplantar as inferiores. Por exemplo, a lei superior do Perdão dos Pecados. O reconhecimento dos erros, acompanhado de sincero arrependimento, pode suplantar a inferior e severa lei: “olho por olho e dente por dente”.

Quando Cristo veio em missão ao nosso Planeta, curava os enfermos. Sendo Ele o Senhor do Sol, incorporou em Si mesmo a síntese das vibrações estelares, como a oitava incorpora todos os tons da escala. Ele pôde, portanto, emitir de Si a correta influência planetária corretiva requerida em cada caso. Sentia a desarmonia e imediatamente sabia como equilibrá-la graças ao Seu elevado desenvolvimento. Não necessitava de preparação adicional e obtinha resultados instantâneos. Substituía a dissonância planetária, a causa da doença, pela harmonia correspondente. Apenas num único caso Ele recorreu às leis superiores e disse: “Levanta-te, teus pecados estão perdoados.”.

Do mesmo modo, o Serviço de Auxílio de Cura da Fraternidade Rosacruz emprega métodos baseados nas dissonâncias astrais. Desse modo, constata-se as causas das doenças e aconselha-se as medidas corretivas para curá-las. Esse procedimento tem sido suficiente, e eficaz, em todas as solicitações de cura recebidas até hoje.

Contudo, existe um método mais poderoso e acessível que, sob uma lei superior, pode acelerar a recuperação nos casos mais crônicos e demorados. Em determinadas circunstâncias, quando existe o reconhecimento sincero e profundo do erro, podemos até erradicar uma futura doença sentenciada pelo frio e inflexível destino.

Quando observamos com a visão espiritual algum enfermo, esteja seu Corpo Denso debilitado ou não, torna-se claro para o Clarividente a fragilidade dos veículos mais sutis. Em relação ao estado normal de saúde eles estão muito mais debilitados e, consequentemente, não conseguem transferir a dosagem necessária de vitalidade para o Corpo Denso. Portanto, por falta de revitalização, o Corpo Denso perde vigor.

No entanto, conforme o estado de abatimento de todo Corpo Denso, determinados centros ficam obstruídos na proporção da gravidade da doença. Segundo o grau de desenvolvimento espiritual da pessoa, esses centros também ficam com a saúde fragilizada.

Isto acontece principalmente no centro principal situado entre as sobrancelhas. Nesse local está enclausurado o Espírito. Em alguns casos está tão aprisionado, com a consciência totalmente voltada para sua débil condição, que perde contato com o mundo exterior. Nesse caso, somente a completa ruptura do Corpo Denso poderá libertá-lo. Mas pode ser um processo demorado.

No decorrer do tempo, a desarmonia planetária causadora do início da doença, vai diminuindo até desaparecer. Mas o sofredor crônico é incapaz de aproveitar novas influências. Em tais casos, é necessária uma efusão espiritual especialíssima para levar a mensagem à alma: “Teus pecados estão perdoados.”. Quando isso for ouvido, a pessoa poderá responder à ordem: “Toma tua cama e anda.”.

Ninguém da presente Humanidade pode sequer comparar-se à estatura de Cristo, consequentemente, ninguém pode exercer Seus poderes em casos tão extremos. No entanto, a necessidade desse poder em ativa manifestação está presente tanto hoje quanto a dois mil anos atrás.

O Espírito envolve e impregna nosso Planeta. Em diferentes dimensões permeia a tudo e a todos, do centro até a superfície da Terra. Tem maior afinidade por algumas substâncias do que por outras. Sendo uma emanação do Princípio de Cristo, é o Espírito Universal compondo o Mundo do Espírito de Vida que restaura a completa harmonia de todo corpo.

Uma substância foi mostrada ao autor no Templo dos Rosacruzes na noite memorável já mencionada. O Espírito Universal combinava-se e unia-se a essa substância de maneira simples e rápida. Tal como o amoníaco interage com a água.

Dentro da grande esfera central, mencionada em lição anterior, havia um recipiente menor contendo vários pacotes repletos dessa substância. Quando os Irmãos se colocaram em determinadas posições, e a harmonia emprestada por uma música já havia preparado o ambiente, repentinamente os três Globos começaram a brilhar nas três cores primárias, azul, amarelo e vermelho. O recipiente, contendo os já mencionados pacotes, tornou-se luminoso durante a entoação das fórmulas mágicas.  Para a visão do autor ficou evidente a ação de uma essência espiritual que antes não se encontrava lá. Em seguida os Irmãos empregaram essa essência espiritual no Serviço de Cura. O êxito foi instantâneo. As partículas cristalizadas, que envolviam os centros espirituais do paciente, dissiparam-se como por mágica, e o doente despertou sentindo o restabelecimento da saúde e o bem-estar físico.


[1] N.T.: Robert Fulton (1765-1815) foi um engenheiro e inventor estadunidense que é amplamente creditado com o desenvolvimento do primeiro barco a vapor comercialmente bem-sucedido.

[2] N.T.: Alexander Graham Bell (1847-1922) foi um cientista, inventor e fundador da companhia telefónica Bell.

[3] N.T.: cidades dos Estados Unidos

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[2] A História de um caso contado por um Auxiliar Invisível

Geralmente, não é permitido e nem adequado que os Auxiliares Invisíveis falem de suas façanhas, porque isso possibilita a indesejável propagação de fenômenos; no entanto, há momentos em que a modéstia deva ser deixada de lado, em certa medida, pelo bem da causa e a seguinte história, do médico Dr. Stuart Leech, M. D., um de nossos Probacionistas, ilustra o método usado e os resultados obtidos em um caso. Poderíamos falar sobre centenas de casos semelhantes, em que outros órgãos foram restaurados, colunas foram endireitadas e membros paralisados voltaram a responder à vontade do paciente.

No caso relatado pelo Dr. Leech, ele não menciona se o paciente sentiu as manipulações. Isso é frequentemente o que ocorre, pois, as mãos invisíveis são poderosas, quando materializadas dentro do corpo do paciente. Também acontece com frequência que o paciente veja os Auxiliares Invisíveis no momento em que acorda.

O relatório foi originalmente escrito para publicação na Revista Médica. O Dr. Leech dá a seus médicos, confrades ortodoxos, alguns problemas difíceis de tempos em tempos: mas e se eles zombarem? Ontem, zombou-se de ideias que hoje são “estritamente científicas” e amanhã eles aprenderão isto, parafraseando Shakespeare: Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha sua patologia.

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Relatório clínico de um caso

Foi nos primeiros dias de janeiro de 1914 que eu atendi um menino de quatorze anos que estava com problemas abdominais e muito extenuado. Ele tinha cabelos escuros, olhos castanhos, ossos grandes, corpo esbelto e uma boa quantidade de inteligência. Quatro anos antes do problema atual, ele havia sofrido um grave acometimento de apendicite do qual, aparentemente, se recuperara. Ultimamente, ele estava comendo mais do que devia e no dia anterior à crise, ele estava mexendo com o feno quando sentiu uma dor, ao escorregar o pé.

Depois de um ou dois dias de sofrimento, fui chamado e encontrei todos os sintomas clássicos de um apêndice com formação de pus. A comida foi interrompida por oito ou dez dias, o proverbial saco de gelo foi usado, como manda o procedimento médico, e um enema (uma lavagem intestinal) providencial foi empregado. A temperatura dele variava de 37,2°C — 39,1ºC e no sétimo ou oitavo dia os sintomas se tornaram tão alarmantes que convenci a família a permitir que eu tivesse o auxílio do Dr. North, na próxima manhã.

O Dr. Unus, da mesma cidade, havia participado do caso quatro anos antes e, na época, havia insistido em uma cirurgia. Pessoalmente, eu já tinha realizado várias cirurgias abdominais, mas geralmente as faço como último recurso e agora parecia que havia mais um caso em que precisaria recorrer a esse procedimento. Esse modus operandi (maneira de agir), especialmente no meio de uma crise, não é do meu agrado. Estando na classe neófita da Escola dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, tentei usar meios incomuns, em conjunto com os físicos, para promover a recuperação do garoto, como já fiz em outros casos. O incomum é a aplicação de Leis da Natureza de um ou mais dos Mundos superiores.

Para explicar, direi que a Escola de Ciências Naturais dos Rosacruzes nos informa sobre a existência real de um número de Mundos concêntricos, talvez mais reais do que o Mundo Físico, todos interpenetrando-se, ocupando o mesmo espaço, por assim dizer, tomando nada menos do que sete dimensões do espaço, cada uma sob uma condição vibratória consistente com seu ambiente harmonioso. A Ciência Física relutantemente reconhece e sugere as vibrações mais altas do Éter invisível. A Ciência Médica faz o possível para ignorar esses Mundos mais elevados, porém ela usa de modo persistente, empírico e diário os poderosos alcaloides (substâncias naturais retiradas sobretudo de plantas e muito usadas no contexto terapêutico). Há vários comprimentos de onda entre a vibração que causa o som e a que causa a luz; embora sejam desconhecidas para nós, produzem coisas tão poderosas quanto luz ou som; é assim no trilhão e quintilhão de vibrações. A maioria dessas ignora nossos Corpos Densos, vibrando através deles como se tais Corpos nunca tivessem existido. Essas vibrações são harmonizadas em divisões: a Região mais próxima do Mundo Físico é a Região Etérica desse mesmo Mundo e podemos concebê-la como uma extensão dessa Região que conhecemos como Plano físico e que podemos denominar como Região Química; a Região Etérica sendo mais refinada está, naturalmente, sujeita às Leis mais superiores e apuradas.

No entanto, para poder funcionar nessa Região ou no Mundo do Desejo é necessário um veículo feito da mesma substância. Todo ser humano possui, em sua composição física, a estrutura dessa substância e há certa Palavra ou Fórmula que, se usada com sabedoria, desenvolverá esse instrumento. Anatomicamente falando, cria-se um vínculo ou conexão fisiológica entre o Corpo Pituitário (uma Glândula Endócrina, também chamada de Hipófise ou Glândula Pituitária) e a Glândula Pineal (outra Glândula Endócrina, também Conarium, Epífise cerebral ou simplesmente Pineal), os quais governam e harmonizam, respectivamente, o Corpo de Desejos com o Corpo Denso. Quando esse abismo é superado, o Corpo-Alma (formado pelos dois Éteres superiores – Luminoso e Refletor – do Corpo Vital), de vibração superior, pode se retirar do Corpo Denso e percorrer qualquer distância no Mundo do Desejo.

Na noite anterior à realização da consulta física com o Dr. North, esse, o Dr. Unus e eu fomos ao Mundo do Desejo, a “Terra dos Sonhos”, e nos encontramos ao lado do menino doente sem o seu conhecimento ou de seus pais, que observavam o Corpo Denso do menino com ansiedade. Naturalmente, éramos invisíveis às suas percepções físicas.

Durante essa consulta, no Mundo do Desejo, o Dr. Unus deu um passo à frente, quase atingiu violentamente uma parte do órgão afetado e o jogou fora: sua mão etérica passou direto pelo Corpo Denso do garoto. Então, fui até a cabeceira da cama e, usando as duas mãos, levantei a extremidade do ângulo do cólon para afagar gentilmente a substância irritante e indesejável. Dr. North atuou como espectador e, aparentemente, me deu o seu consentimento. Saiba, leitor, que a substância física não impede o trabalho da mão etérica, mas não é incomum que um paciente acorde, enquanto a mão invisível esteja sendo retirada.

Na manhã seguinte, depois da consulta nos Mundos invisíveis, como havia prometido liguei para o consultório do Dr. North e pedi que ele fizesse comigo a consulta física, que havia sido combinada com a família no dia anterior. Para grande surpresa da família, e para minha própria satisfação, o menino estava livre da dor, fragilidade, febre e rigidez muscular e, conforme o relato dos pais, sua rápida recuperação começara à noite. Já se passaram seis meses e o menino está desfrutando o melhor da saúde.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de 09/1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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[3] Uma Cura Contada por Quem foi Curada e por Aqueles que estavam ao Redor, acompanhando o caso

Nota do editor — A. M. Davidson, um de nossos Estudantes ingleses, enviou-nos o seguinte relato sobre a cura milagrosa da senhorita Dorothy Kerin, de Londres, que ficou acamada por muitos anos, sofrendo de tuberculose avançada e doença renal. Tornou-se cega, surda, mentalmente retardada e estava perto da morte, quando, de repente, através da visão de mãos curativas e quentes, foi curada e continua bem.

Como nossa amiga nos enviou seu tema natal, achamos que possa interessar aos leitores saber o que as estrelas têm a dizer.

Nesta natividade, Sagitário, 13 graus, está ascendendo com o Sol, Mercúrio, Vênus e a Cauda do Dragão.

Júpiter, o Planeta dominante, faz Sextil com Mercúrio e o Sol; Marte faz Sextil com Vênus. Assim, vemos que ela tem a tendência a ser uma pessoa muito gentil, idealista e adorável; mas, Vênus está em Conjunção com a Cauda do Dragão, que tem influência saturnina; Mercúrio e Vênus fazem Quadratura com Saturno; portanto, é quase inevitável que muita tristeza e sofrimento cheguem a essa vida e a turvem com infelicidade. Onde Mercúrio, o significador da Mente, é atingido por Saturno, o Planeta da obstrução, naturalmente há uma condição sombria e tendência a olhar para o lado nebuloso da vida. Mas, nunca podemos julgar algo em um horóscopo a partir de uma configuração apenas; todos os Aspectos devem ser considerados em relação a qualquer assunto e, assim, será obtida uma síntese ou equilíbrio de influência. O Sextil entre Marte, Vênus e Mercúrio proporciona força à Mente, dessa forma ajudando a compensar a influência sinistra de Saturno. A Lua, que é o outro significador da Mente, está no Signo mercurial de Gêmeos, fazendo Trígono com Urano. Isso explica a evolução das faculdades supranormais que ouvimos na história desse caso e a conversão dessas faculdades latentes em poderes dinâmicos, também é pressagiada pelo Trígono entre Júpiter, o Planeta da benevolência e do idealismo, e Netuno, o Planeta da espiritualidade; além disso, e equilibrando esses testemunhos, nessa jovem nós vemos uma alma de natureza gentil, alegre e idealista, cujas faculdades espirituais latentes estão quase maduras e prontas para ser convertidas em poderes utilizáveis sob o impacto estelar apropriado.

No que diz respeito à saúde, registra-se que ela sofria de tuberculose e perdeu a visão, a audição e a fala. Sol e Mercúrio estão no Signo de Sagitário, próximo ao ponto nebuloso chamado Antares, e o Sol faz Oposição a Netuno. Essa é a causa da visão enfraquecida. A décima segunda Casa indica as influências restritivas da vida e quando Mercúrio, o significador dos sentidos, aparece em Conjunção com o Sol, como é o caso no horóscopo dela, temos uma influência limitadora que afeta a audição. É curioso notar que Netuno, a oitava de Mercúrio, está no Signo de Gêmeos, que é governado por Mercúrio, em Oposição ao Sol e, portanto, ajudando a despertar a audição espiritual, que também é registrada nesse caso. Essa configuração sozinha não seria capaz de causar isso e o acontecimento obtido seria de natureza indesejável, mas ajuda na configuração o Trígono entre a Lua e Urano, que abre as faculdades supranormais, como já foi dito.

Touro rege a garganta e a laringe; entretanto, Mercúrio governa o ar que agita as cordas vocais. Aqui descobrimos que Touro está nos seus últimos graus como cúspide da Sexta Casa, denotando doença, e Vênus, o governante, está no Ascendente, em Conjunção com a influência saturnina da Cauda do Dragão, que também afeta Mercúrio por sua Conjunção; isso proporciona a fraqueza dos órgãos vocais, e a consequente perda de fala é indicada pela Quadratura de Mercúrio com Saturno. Netuno no Signo de Gêmeos, que governa os pulmões, e em Oposição ao Sol, é o responsável pela aflição da tuberculose.

Pareceria quase impossível que uma pessoa tão gravemente afligida pudesse ser curada; contudo, no domingo, 18 de fevereiro de 1912, o Relógio do Destino atingiu a hora do seu alívio. Naquela época, o Sol progredido estava a 28 graus de Sagitário; portanto, havia acabado a Oposição à Lua radical que fazia Sextil com Urano, ao nascer. Essa é uma influência sob a qual uma mudança repentina e de natureza benéfica pode ser esperada, mas os Astros, por si só, não podem fazer isso. A Lua, ou Lunação, é o ponteiro dos minutos no Relógio do Destino e, naquele mesmo dia, a Lua Nova ocorreu a 28 graus de Aquário, o Trígono entre Lua e Urano, ao nascer, e o Sextil com o Sol progredido; essa foi uma influência oculta muito poderosa e, naquele mesmo dia, Júpiter, o governante do mapa astral, também transitou pelo Ascendente; assim, houve uma série de influências extraordinárias para explicar o milagre que ocorreu na recuperação da paciente.

A seguir, é apresentada a história do caso, contada pelo nosso amigo da Inglaterra.

Há muitos que se recusam a acreditar que exista algo como um “milagre”. Eles provavelmente estejam certos: o milagre não é sobrenatural; é apenas, geralmente, uma atividade de forças suprafísicas que ainda não são compreendidas pelo mundo em geral. Tais “milagres” ocorrem constantemente em conexão com os pacientes da F. R., provavelmente todos os dias, se a verdade for conhecida. Porém dos muitos acontecimentos extraordinários que se lançaram sobre este mundo cético nos últimos anos, provavelmente nenhum esteja tão bem autenticado ou tenha recebido tanta atenção dos cientistas quanto o conhecido, neste lado do “lago de arenque”, como “o caso milagroso de Kerin”. No domingo, 18 de fevereiro de 1912, a senhorita Dorothy Kerin, que havia ficado de cama por alguns anos, sofrendo de tuberculose avançada, doença renal e, por último, cegueira e perda de fala, com uma temperatura, às vezes, subindo para 40,5 °C, aproximadamente, foi repentina e completamente curada por uma visita angelical.

As seguintes informações foram dadas por sua mãe: “Um fato estranho na recuperação é que alguns dias antes Kerin parecia ter piorado rapidamente como nunca nos últimos cinco anos da doença: ela havia perdido a audição e a visão. Não achamos que ela pudesse viver o dia todo. Meu marido e eu, com alguns amigos e parentes, estávamos reunidos em volta da cama por volta das oito da noite, no domingo, esperando que ali fosse seu leito de morte. De repente, ela deu um grande suspiro e pensamos que tivesse morrido. No entanto, com um sorriso maravilhoso que nenhum de nós pode esquecer, ela levantou os braços e os estendeu por alguns momentos. Então ficou imóvel por um tempo. Seus lábios se moveram, ela estendeu os braços novamente e depois passou as mãos sobre os olhos, sempre sorrindo daquela maneira maravilhosa e sobrenatural. Sua terrível fraqueza, devido à tuberculose e ao diabetes, tornara-a quase um esqueleto. Então vimos um milagre diante de nossos olhos. Ela olhou para nós, apertando os olhos que depois se tornaram bastante naturais em expressão. Eu lhe perguntei: ‘Minha linda, você me conhece?’; ‘Claro que sim, mamãe’. Todos ficamos surpresos. Ela então se sentou e gritou: ‘Eu devo me levantar!’. Ela parecia estar sob alguma influência misteriosa. ‘Você não pode se levantar, minha querida’, eu disse, ‘você está muito fraca’. Contudo, quando trouxemos um roupão, ela balançou as pernas sobre a cama e caminhou. Estava bem mais calma do que nós. Um homem presente era ateu declarado. Ele caiu de joelhos e soluçou em voz alta”.

A senhorita Dorothy Kerin, entrevistada na presença de sua mãe, falou a respeito da visão que teve durante a cura: “Parecia uma grande chama dourada acima de mim, com as duas mãos esticadas, mãos quentes, e uma voz que falou: ‘Dorothy, seus sofrimentos acabaram; levante-se, você pode andar’. Então eu pude ver, andar e estou bem. Tenho certeza de que seja um milagre”. O médico dela não acreditou quando foi informado, mas teve que admitir, ao examiná-la no dia seguinte, que estivesse totalmente livre de doenças orgânicas!

O caso é tão bem autenticado que é absolutamente indiscutível. A condição patológica da senhorita Kerin foi confirmada não apenas por seu médico assistente e regular, Dr. Norman, mas também pelo Hospital St. Bartholomew, Hospital St. Peter para Incuráveis, em Kilburn, e outras instituições; ela foi enviada para Casa durante dois anos, como um caso sem esperança. Muitos médicos já a viram e seu caso é bem conhecido na medicina. Seu irmão disse que durante os estágios mais avançados da doença dela, quando suas faculdades normais declinaram, Dorothy desenvolveu faculdades sobrenaturais e podia, por exemplo, saber o que acontecia ao irmão, mesmo estando ela longe de casa. Era preciso ter cuidado ao falar sobre ela em outros quartos, porque conseguia ouvir, embora estivesse surda para quem conversasse com ela ao lado da cama.

Uma declaração independente do caso, para aqueles que estejam mais interessados, pode ser encontrada em “Faith and Suggestion” (veja o original aqui), do Dr. E. L. Ash. A senhorita Kerin, segundo o conhecimento desse escritor, está aparentemente muito bem e forte, hoje. Ela falou em uma grande conferência religiosa no norte da Inglaterra recentemente e no mês passado proferiu uma palestra perante a Sociedade de Ocultismo de Londres: “O que eu sei do efeito da oração como fator de cura. Como eu fui curada”. Mas, é preciso acrescentar que a senhorita Kerin tenha uma disposição muito religiosa e, mesmo durante sua doença, era bastante paciente, gentil, sofria com prazer e rapidamente agradava a todos com quem entrasse em contato. A senhorita Kerin recebeu quantias muito grandes para aparecer no palco de auditórios; porém, considerando isso uma prostituição da evidência da graça divina, recusou.

(Publicado na Revista “Rays from the Rose Cross de outubro/1910” e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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