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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Significância Esotérica da “Parábola da Rede”

Igualmente o Reino dos Céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, que recolhe toda a qualidade de peixe. E estando cheia, os pescadores arrastam-na para a praia, sentam-se e juntam os peixes bons nas cestas, e jogam fora os maus. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos e separarão os maus dentre os justos. E lançá-los-ão na fornalha de fogo, ali haverá pranto e ranger dos dentes. E disse-lhes Cristo Jesus: ‘Entendestes todas estas coisas?’. Disseram-lhe eles: ‘Sim, Senhor’. E Cristo Jesus disse-lhes: ‘Por isso, todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas’.” (Mt 13:47 a 52).

A palavra “rede” usada frequentemente nos Evangelhos como um meio de apanhar “peixe” simboliza os veículos superiores (principalmente o Corpo de Desejos) que formam a parte invisível, mas extremamente importante no desempenho das funções complexas do organismo humano e que conduz ao Ego (o “Eu superior”) as experiências (peixes) que são transmutadas em Alma ou alimento para o Espírito.

Como está estabelecido no livro Conceito Rosacruz do Cosmos, o ser humano é Tríplice Espírito, possuindo uma Mente por meio da qual governa um Tríplice Corpo, que ele emanou de si mesmo para ganhar experiência. Transmuta o Tríplice Corpo em Tríplice Alma, por meio do qual ele se alimenta passando da impotência à onipotência.

O “mar” representa o Mundo do Desejo, que interpenetra a Terra e se estende além da sua superfície e com o qual cada pessoa tem contato por meio do seu próprio Corpo de Desejos individual.

Quando a “rede” fica cheia, isto é, quando no fim de uma vida terrestre o Corpo de Desejos fica cheio de experiências, o Corpo Denso é abandonado. Começa então, um período de separação, “juntando os bons num cesto e lançando os maus ao mar”. Vem, inicialmente, a experiência purgatorial, como Max Heindel nos ensina em sua obra básica. Há duas atividades distintas no Purgatório. Primeiro, há a erradicação dos maus hábitos. Por exemplo, o beberrão (aqueles que abusaram indiscriminadamente das bebidas alcoólicas) continua a desejar a bebida da mesma maneira que desejava antes de morrer, mas agora não tem aparelho digestivo que possa (metabolizar o álcool) conter o álcool. De forma que, embora possa frequentar todos os lugares onde é possível tomar bebidas alcoólicas ou possa meter-se num barril de vinho penetrando no líquido, não conseguirá se satisfizer, como antes, enquanto encarnado, poderia. Não se produzem os vapores que são produzidos quando tem lugar a combustão no estômago.

Mas, como o desejo aqui, quando como estamos renascido, morre quando verificamos que ele não pode ser gratificado, com o tempo o beberrão fica curado do seu desejo de tomar bebidas alcoólicas, porque ele não pode ingerir a bebida, e assim, no próximo renascimento nasce inocente deste vício. Todavia, ele deve sobrepor-se ao vício “conscientemente”, e assim, em certa ocasião, vem a tentação para prová-lo. Dependerá de ele sucumbir ou se sobrepor a essa tentação. Se ceder à tentação, peca novamente e de novo deverá ser purgado, até que por fim, as penas acumuladas nas repetidas existências purgatoriais, farão com que despreze a bebida alcoólica. Então, ele se sobreporá conscientemente à tentação e não mais terá sofrimentos provenientes dessa fonte.

Nas experiências seguintes, no Mundo celeste, os bons desejos e atos de desprendimento constituem a base dos sentimentos e desejos amalgamados no Ego pelas forças alquímicas espirituais geradas durante as experiências no Primeiro Céu que transformam essas experiências em faculdades utilizáveis em futuros renascimentos.

Publicado na Revista Serviço Rosacruz de 1958 – Fraternidade Rosacruz – SP

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Alterações produzidas com a proximidade da nova Era, a de Aquário

É fato que tanto o altruísmo impulsionado por Cristo, ano após ano, quanto a gradual expansão de consciência, promovem alterações na dinâmica do funcionamento biológico de diferentes partes do nosso Corpo Denso. Vamos ver parte destas mudanças graduais, que está estreitamente relacionada à promoção de maior longevidade e até mesmo da tão mal compreendida vida eterna.

Primeiro de tudo vamos recapitular o modo como nos tornamos conscientes no Mundo Físico. Essa recapitulação se faz necessária para traçar uma linha de referência de nosso desenvolvimento. Conforme aprendemos na Filosofia Rosacruz, nós, um Espírito Virginal da Onda Humana, descemos dos Mundos superiores na parte desse Esquema de Evolução que denominamos Involução. Por ação recíproca, Corpos constituídos de materiais correspondentes aos Mundos que passávamos foram construídos. Ao todo, três Corpos foram desenvolvidos (Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos) com o propósito de desenvolver os três princípios divinos que o ser humano (a Onda de Vida Humana composta de Espíritos Virginais) herdou de Deus (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano); pois tal como Deus, quando se manifesta, o faz de forma tríplice (Pai, Filho, Espírito Santo), nós, criados a Sua imagem e semelhança, também o fazemos. Mas para que houvesse comunicação entre os princípios divinos e seus instrumentos um veículo mental teve de ser nos dado; assim a união entre os Corpos e os respectivos Espíritos foi estabelecida por meio desse veículo que chamamos de Mente. A partir daqui o Espírito se torna um Ego: um Espírito Virginal manifestado em forma sétupla (Tríplice Espírito, Tríplice Corpo e a Mente). Neste ponto do desenvolvimento, a dual força criadora (polo masculino ou vontade e polo feminino ou imaginação) ainda era direcionada para baixo. Isto é, ambos os polos, direcionados para o mesmo sentido, conferia a nós a capacidade de sermos hermafroditas.

No entanto, para que as vivências exteriores pudessem ser capturadas e para que as ideias concebidas pela Mente pudessem ser transmitidas, adaptações no Corpo Denso ocorreram. Para isso, um encéfalo, que fosse capaz de processar as informações provenientes do meio e enviar tais códigos para que o Espírito trabalhe sobre as mesmas e, por fim, transmitir estas conclusões de volta ao meio, deveria ser construído. Também uma laringe para facilitar a comunicação das conclusões que foram produzidas pelo processamento das informações provenientes do meio.

Concomitante a essas necessidades, a matéria que hoje constitui nosso Planeta foi arrojada do Sol e, posteriormente, a matéria que forma a Lua foi arrojada da Terra. Tais separações promoveram expressões separadas de forças (força do Sol e força da Lua). Deste modo, alguns Corpos passaram a ser melhores condutores das forças solares e outros lunares. Um dos polos da dual força criadora foi internalizado e direcionado para cima, a fim de construir o cérebro e a laringe. No caso do Corpo masculino (influência do Sol), o polo feminino foi internalizado para este fim. Já o Corpo feminino (influência da Lua), o oposto. A condição de ser hermafrodita cessou e a necessidade da cooperação do sexo oposto para procriar se fez necessária.

Além disso, um meio físico que suportasse as altas vibrações do Espírito individualizado era necessário, para que o Ego pudesse governar seus Corpos. O sangue vermelho e quente constitui tal veículo. O metal marciano conhecido como ferro é o elemento essencial para a produção deste sangue vermelho e quente. Já é bem consolidado pela ciência atual que grande quantidade de sangue é direcionada a regiões do Corpo Denso que participa da realização de tarefas. O ocultista sabe que tal fenômeno significa o Ego utilizando sua ferramenta corporal para adquirir experiências.

Foi somente na Época Lemúrica – uma das Épocas que atravessamos nesse Período Terrestre desse atual Esquema de Evolução – que o ferro pode ser livremente utilizado (após a eliminação da influência marciana sobre a Terra) e, assim, o sangue se tornar mais quente no interior do Corpo Denso em relação a temperatura ambiente.  Com o sangue quente e vermelho e com um cérebro e uma laringe bem formados, pudemos alcançar o estado de consciência de vigília, parecido com o que temos atualmente.

O plano inicial era o seguinte: quando o Ego renascia em um corpo feminino (mulher) era exposto a estímulos ambientais extremamente fortes (tempestades gigantescas, ventos, explosões vulcânicas): o objetivo era despertar a nossa consciência quando renascíamos como mulher para fora, e, por meio desta exposição a acontecimentos alheios, a atenção seria direcionada também para isso. Esta atenção fez com que iniciássemos um processo de construção de representações mentais das coisas externas (criação de códigos para que o Espírito pudesse interpretar o meio externo). Note que isso está de acordo com o que compreendemos hoje: mostra que tudo aquilo que o cérebro interpreta é, em realidade, representações mentais subjetivas que servem como código ou referência. Não enxergamos as coisas como elas são, mas enxergamos as representações mentais que criamos para interpretar estas coisas. O meio pelo qual as representações foram criadas ocorreu pela imaginação (força feminina).

Já quando renascíamos como homem, os estímulos corporais de dor e de estados de prisões eram determinados. Os estados de prisões eram realizados de modo que o, então homem, pudesse, com um pouco de força de vontade, se libertar. Já a dor, fazia com que um movimento para que a mesma cessasse fosse realizado. Ambos tinham o objetivo de despertar a vontade (força masculina).

Vemos, deste modo, as duas polaridades sexuais agindo separadamente, e métodos de aprendizagem adaptados a cada um eram necessários. Juntamente com esses estímulos, os Arcanjos – seres que estão a dois graus de evolução acima de nós – neutralizavam o nosso Corpo de Desejos, e este só era libertado em épocas propícias para a procriação. A procriação era orientada pelos Anjos – seres que estão a um grau de evolução acima de nós.

Diferentemente dos Anjos, que direcionam toda sua energia criadora para fora de si e, em troca, recebem sabedoria, nós internalizamos metade de nossa força criadora para construção de uma laringe e um cérebro. A internalização para autosserviço determina uma característica de individualismo genuíno para nós. Se meditarmos sobre este caminho, compreenderá que o processo era demasiadamente lento, mas garantia o despertar seguro da vontade e da imaginação humana. Isto é, naquela época, a personalidade e o temperamento não agiam como um fator de dificuldade tal como ocorre nos dias de hoje. Pelo menos até o ponto em que este plano pôde perdurar.

Mesmo que a morte do Corpo Denso também ocorresse naquela época, a longevidade era muito maior do que atualmente, pois não conhecíamos o pecado (transgressões das leis). Quando renascíamos como mulher, pela imaginação, já conseguíamos identificar muitas coisas que ocorria fora de nós mesmos. Mas também conservávamos a visão etérica das coisas. Por isso, quando percebíamos a morte de um Corpo Denso,  ao mesmo tempo, também percebíamos a permanência do Corpo Vital;  isto é, a pessoa que morria no Mundo Físico permanecia viva, e esse fato nos deixava extremamente confusos.

Para acelerar o processo de evolução, os Espíritos Lucíferos – uma parte da Onda de Vida Angélica que se atrasou – entraram em contato quando renascíamos como mulher pela coluna espinhal, relatando que poderia gerar um novo Corpo Denso que morria. Para isso, deveria realizar o ato sexual (“árvore do conhecimento”) sem esperar o comando dos Anjos. Isso a tornaria, juntamente com o homem, semelhante aos deuses (com capacidade de “criar”). Esse ato também favoreceria a libertação do Corpo de Desejos, pois haveria motivação para procriação sem a presença dos Arcanjos.

Por isso a Bíblia relata que Lúcifer era uma serpente sábia (coluna espinhal) que apareceu para Eva em uma árvore. Lúcifer (portador da luz) tentou adiantar o processo, nos ensinando a nos libertarmos da influência dos Anjos e dos Arcanjos, assumindo a própria evolução e geração de novos Corpos.

Isto é relatado na Bíblia como a expulsão da humanidade do Jardim do Éden, que a obrigou a “comer poeira todos os dias de tua vida” e “com o suor de teu rosto, comer teu pão, até que retornes ao solo” (Gn 3:14 e 19). O problema é que o Corpo de Desejos estava em situação muito rudimentar, composto, praticamente, apenas de materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo. A Mente também estava em situação similar, sendo muito fraca para refrear o desejo e direcioná-lo aos propósitos do Ego. Somados a genuína condição de individualismo, o egoísmo e as paixões predominaram e uma série de desequilíbrios deu início.

Devemos, pois, a Lúcifer e a seus “Anjos caídos”, à capacidade de ser autômato e da possibilidade de desenvolvermos ao ponto de nos tornarmos semelhante aos deuses – por isso, a ideia de que Lúcifer é mau e que devemos abominá-lo está incutido no inconsciente humano, pois foi ele que nos abriu os olhos para utilizamos nossos poderes para sermos iguais aos deuses (superiores aos Anjos). O problema é que tal estado só será alcançado quando a personalidade for dominada (estado ainda sonhado pela maioria das pessoas que já despertaram para a vida espiritual).

O individualismo genuíno, transformado agora em egoísmo e orgulho pela personalidade, fez com que cada ato nosso fosse direcionado para benefício próprio e quase nenhuma cooperação era conseguida. A sabedoria divina, incutindo determinadas motivações no âmago da personalidade, fez com que a evolução não fosse totalmente frustrada. As motivações foram: Amor, Fortuna, Poder e Fama. O desejo de alguma ou várias destas coisas é o motivo pelo qual fazemos ou deixamos de fazer algo. Isso promove alguma experiência e aprendizado. O livro Conceito Rosacruz do Cosmos já explorou todos os fatos mencionados até o momento com extraordinária maestria. Convidamos o leitor a estudar este livro, a fim de que tenha uma ideia melhor de tudo isso.

Agora que foi recapitulado o processo de aquisição do estado de vigília e esclarecido o modo pelo qual deixamos o plano inicial de evolução e iniciamos o processo de evolução “por nossa própria conta e risco”, podemos ver que mudanças físicas estão ocorrendo devido ao aumento da consciência e do altruísmo no mundo.

O Corpo Denso é um instrumento que, atualmente, possui duração pré-determinada de utilidade para servir ao propósito do Ego que é: extrair a quintessência das experiências vividas (experiência). Com o passar do tempo, suas funções vão declinando (devido a nossa incompetência em não o deixar cristalizar), até que a morte (a nossa incapacidade em se manter renascido nesse Corpo Denso) sobrevém.

Dois fatores importantes atrapalham o desenvolvimento dos nossos poderes: 1) a busca da satisfação pessoal imposta pela personalidade que inclui o gasto demasiado da força sexual, a gula, os vícios, os maus hábitos, as omissões, as preguiças e irresponsabilidades com a saúde, todos constituem maiores prazeres físicos e encurtamento da vida. Isso significa menores oportunidades de crescimento para nós. 2) Outro fator é a influência da Lei de Consequência, pois muitos desequilíbrios foram gerados a partir da falsa iluminação lucífera. As doenças limitam, consideravelmente, a qualidade da nossa produção anímica.

Entretanto, isso não significa ausência de possibilidades para geração produção anímica. A Graça Divina é tamanha que há espaço para o desenrolar concomitante de produção anímica e o reequilíbrio das Leis transgredidas. Esse plano só pôde ser concretizado a partir do trabalho misericordioso de Nosso Senhor (o Cristo), que anualmente “retira o pecado do mundo”, isto é, purifica o Mundo do Desejo da Terra com seu Altruísmo. Com isso, disponibiliza materiais para que possamos avançar no caminho, mesmo que ainda tenhamos muitos pecados.

O tema astrológico natal revela as nossas tendências de pontos fracos, cuja ciência material compreende como de origem genética e ambiental. Tais tendências são determinadas a partir dos desequilíbrios praticados em nossas vidas precedentes e de desequilíbrios que tenderemos a realizar na presente vida. Por meio da progressão pode-se saber o momento em que tais tendências estarão ativas e fortes.

Independentemente do tipo de doença e do tratamento que o doente e seus cuidadores devem buscar, duas são as fontes de energia que, se deficitárias, acelerarão o desenvolvimento de qualquer patologia: 1) a energia vital que vem diretamente do Sol e é absorvida através do baço; e 2) a energia proveniente dos alimentos físicos, produto da respiração celular realizada, principalmente, pelas mitocôndrias. “É a fusão dessas duas correntes que produz o poder latente que está armazenado em nosso Corpo Vital até converter-se em energia dinâmica pelo desejo marciano natural” (veja mais detalhes no livro O Mistério das Glândulas Endócrinas) e, assim, podemos utilizar essa energia para produzir crescimento anímico.

Com foco na corrente de energia proveniente do consumo de alimentos, Max Heindel descreve: “o sangue que entra em contato com o ar, todas as vezes que respiramos, passa pelos pulmões e, da mesma maneira que uma agulha é atraída para um imã, o oxigênio do ar inspirado se mistura com o ferro no sangue. Realiza-se, então, um processo de combustão que é semelhante à ferrugem ou oxidação que observamos no ferro exposto ao ar”. Continua: “a experiência ensinou-nos que o material combustível pode ser colocado em uma fornalha com todas as condições necessárias para a combustão, porém, até que se use o fósforo, os materiais não serão consumidos. Aqueles que estudaram as leis de combustão sabem que uma corrente de ar bem forte leva consigo grande quantidade de oxigênio, que é necessário para se obter calor do combustível que contém muito mineral”. Assim, oxigênio é o acelerador deste processo. “Um processo similar ocorre dentro do corpo, que é o templo do espírito” (veja mais detalhes no livro Maçonaria e Catolicismo).

O processo de combustão que ocorre dentro do Corpo é um pouco diferente da combustão verificada, por exemplo, quando se queima gasolina, madeira ou papel. Neste último, o processo de retirada de energia ocorre em grande quantidade e de uma única vez. Por outro lado, a respiração celular promove quebra das cadeias de carbono (processo químico necessário para a retirada de energia das moléculas) de modo gradativo e em pequenas parcelas. Isto é necessário para a preservação da estrutura das células, pois se a combustão ocorresse como no primeiro exemplo, as células pereceriam pelo excesso de energia. Além disso, a energia retirada pelas mitocôndrias não é consumida rapidamente, mas permanece dissolvida na célula e, gradativamente, é utilizada no metabolismo.

Um dos problemas é que durante a extração de energia, moléculas incompletas de oxigênio também são geradas: incompletas por conterem um número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica. Este elétron ímpar, que se estabelece após cada quebra das cadeias de carbono, pode ser não pareado com o restante dos elétrons do átomo em questão. Em outras palavras, sua órbita segue uma rota diferente da órbita dos demais elétrons. Tal característica confere-lhe grande capacidade de reagir com outras biomoléculas que existem na célula, contra as quais colidem. Essa reação forçará a retirada de elétrons de outras moléculas que já são completas e possuem função importante dentro do sistema biológico (principalmente lipídios e proteínas das membranas celulares e, até mesmo, o DNA). Essa retirada de elétrons modificará suas adequadas estrutura e função. Os exemplos mais comuns de radicais de oxigênio altamente reativos são: radicais superóxido (O2-), hidroxila (OH-), peroxila (RO2), alkoxila (RO) e hidroperoxila (HO2). O óxido nítrico (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2) são espécies reativas de nitrogênio.

O organismo normalmente consegue equilibrar os efeitos desses radicais de oxigênio reativos (radicais livres). Porém, há casos em que ocorrem desequilíbrios a favor do sistema pró-oxidantes em detrimento do sistema antioxidantes. Isto é denominado estresse oxidativo. O acúmulo dos efeitos do estresse oxidativo promove danos nas células e acelera o surgimento de doenças e envelhecimento (principalmente se ocorrer em órgãos do corpo relacionados a vulnerabilidades que acumulamos em outras vidas), fatores estes que limitam as nossas oportunidades de gerar experiências e crescimento anímico.

Dentre as doenças já comprovadas pela ciência física que estão relacionadas aos efeitos dos radicais livres, somados a outros fatores estão: demência de Alzheimer, doença de Parkinson, aterosclerose, complicações da diabetes mellitus, câncer, doenças cardiovasculares, catarata, declínio do sistema imunológico, disfunções cerebrais, o envelhecimento precoce, enfisema pulmonar, doenças inflamatórias, entre outras.

Sobre a respiração celular e oxigênio dentro do Corpo Denso, Max Heindel continua: “É a chama que acende o fogo interior e gera o produto espiritual que se exterioriza de todas as criaturas de sangue quente, da mesma maneira que o calor se irradia de uma estufa. Estas linhas radiantes de força que emanam de nossos Corpos Densos de maneira invisível à visão física, são nossa aura, como já foi dito e, não obstante a cor da aura de cada indivíduo diferir da dos outros, existe uma cor básica ou fundamental que mostra sua posição na escala da evolução. Nas raças inferiores esta cor básica é um vermelho fraco, semelhante ao vermelho de um fogo que queima lentamente, que indica sua natureza passional e emocional (isso indica que a pessoa ainda responde a Lúcifer e a Jeová). Ao examinarmos as pessoas que estão em grau mais elevado na escala da evolução, a cor básica ou a vibração irradiada por elas parece ser de uma tonalidade alaranjada, que é o amarelo do intelecto misturado com o vermelho da paixão”.

O uso de antioxidantes, pela alimentação, naturalmente pode evitar os danos corrosivos dos radicais livres de oxigênio. O problema é que as transgressões das Leis Divinas e a natureza passional, em muitos casos, são tamanhas, que o uso de oxidantes nem sempre é suficiente, e os danos ainda permanecem. A produção de radicais livres constitui um fator natural do Corpo Denso e sempre foi programada por nós mesmos. Afinal, o propósito da existência física é o acúmulo de experiências e não devemos permanecer na Terra para “todo o sempre”. Naturalmente, processos que facilitam a morte e o desgaste do Corpo Denso devem ocorrer. O comer da Árvore da Vida, provavelmente, implicaria em também solucionar o problema dos efeitos dos radicais livres, dentre outros relacionados a doenças e morte do Corpo Denso.

“A auréola dourada ao redor dos santos, pintada por artistas dotados de visão espiritual, é a representação física de uma promessa espiritual que se aplica à humanidade como um todo, embora isto tenha sido compreendido apenas por alguns poucos, que são chamados Santos. Após vidas de luta com suas paixões, perseverança no fazer o bem, cultivando nobres aspirações e depois de aderir firmemente a propósitos superiores, estas pessoas elevaram-se acima do raio vermelho e estão agora totalmente imbuídas com o raio dourado de Cristo e sua vibração.” Max Heindel continua: “A cor dourada natural é o raio de Cristo, que encontra sua expressão química no oxigênio, um elemento solar”.

Naturalmente, podemos concluir que conforme a correspondência às vibrações Crísticas e o estabelecimento de uma vida com propósitos superiores, tanto a eficiência das mitocôndrias no processo de respiração celular quanto fatores que neutralizam os radicais livres aumentarão, promovendo menores danos às células e maior longevidade saudável. Porém, tal conclusão parece ser equivocada. Lembre-se: o propósito do Ego não é permanecer na Região Química do Mundo Físico, mas retornar ao Pai com sua herança divina despertada e totalmente desenvolvida (essa é a significância da Parábola dos Talentos que lemos na Bíblia).

Qual a diferença de desempenho de uma pessoa experiente de outra iniciante, em uma dada tarefa em comum? A diferença básica é que a pessoa experiente já aprendeu todos os mecanismos e as técnicas necessárias para desempenhar, com segurança, cada etapa de uma tarefa. Por isso, aplica de modo direcionado, com paciência e observação, a quantidade ideal de energia (vontade) e estratégias para cumprir o propósito com eficiência. Já o inexperiente, por não conhecer os mecanismos e nem as técnicas, necessita muito tempo para aprender e tirar conclusões. Além disso, mesmo que realize todo este movimento, se realmente não se dedicar na extração da experiência, pouca memória formará. Isso significa que “viveu as cegas”, e continuará a gastar bastante energia todas as vezes que se deparar com a mesma situação, sendo um eterno aprendiz das mesmas coisas.

O acúmulo de experiência permite o menor gasto de energia e, assim, menor necessidade das funções das mitocôndrias para gerar energia. Isso não significa que há menos atividades ou produção anímica. Inversamente, se faz muito mais com muito menos! Conforme a correspondência de vida vai gradativamente se afinando com as lições Cristãs, o uso dos Corpos ocorre mais adequadamente. Isto é, o Eu Superior domina a personalidade. Este domínio pode ser ilustrado da seguinte maneira: 

  1. uma determinada ideia é concebida pela Mente;
  2. a força de vontade utilizará a Mente (foco mental) para direcionar essa ideia e concretizá-la no Mundo Físico;
  3. com este foco mental sob o domínio da vontade, haverá o despertar da motivação e energia física (está última só existe devido ao trabalho das mitocôndrias) para concretização física da ideia;
  4. o movimento voluntário observado será o produto final de uma tentativa de concretização da ideia concebida;
  5. o resultado da tentativa (quintessência) deverá ser observado em termos de eficiência do foco mental; motivação necessária para tal; e energia física para ação. Se houver falha em alguma destas etapas, a eficiência será abalada. Se houver sucesso total, significa que o domínio da situação já é uma verdade;
  6. Várias memórias são formadas neste processo e servirão de base para ações futuras e aumento da eficácia. Para estas formações, necessitamos dos éteres de luz e refletor.

Vemos, pois, que uma vida bem vivida está pautada no acúmulo de sabedoria e firmada a propósitos superiores. Não há outro propósito maior do que estes. A fé, o amor universal, o propósito de contribuir com a evolução da humanidade e a convivência com verdades espirituais, revelam caminhos tão sublimes e infinitos que tornam cada ato da vida uma nota musical afinada à grande sinfonia divina. Não haverá mais espaços para desequilíbrios ou transgressões das leis, mas sim ações que nos aproximam de Deus.

Lógica do menor esforço e maior eficiência é o padrão de ouro para a vida espiritual, mas ela exige o emprego constante da observação e aprendizado. Com o tempo, passaremos a evocar as experiências de modo tão eficiente que não mais necessitaremos dos arquivos do cérebro químico para nos fornecer referência de como agir, mas iremos acessar diretamente o Éter Refletor, não mais necessitando de energia física. Consequentemente haverá menos necessidade de mitocôndrias e menos radicais livres. Como a aproximação da nova Era passaremos a utilizar o Éter, um material com vibração superior aos elementos químicos, para manifestação do estado de vigília (já o fazemos atualmente, mas a quantidade será muito maior), pois o poder do Ego será tamanho que necessitará de materiais mais vibrantes para dar conta de sua expressão. Neste estado de Corpo de Vida, não mais conheceremos a morte e a vida eterna será, então, uma realidade.

Um dos polos da dual força criadora foi internalizada e direcionada para cima, a fim de construir um cérebro e uma laringe. Antes, ambas eram direcionadas para baixo com o propósito de gerar Corpos Densos. Com o novo Corpo de Vida, não mais haverá mortes, sendo o ser humano Cristificado isento da paixão lucífera. O casamento místico, conforme bem expressado por Salomão em seu “Cântico dos Cânticos”, mostra a reunião dos polos da força criadora, mas agora com parte que permaneceu para baixo também direcionada para cima. “O homem deve se casar com a mulher que possui dentro de si mesmo, e a mulher com seu homem interno”. O mito denominava cada polo como Anima (feminino) e Animus (masculino). Com esta re-união dos polos criadores, mas direcionados para cima, a palavra fornecerá o molde (o verbo se fará carne) para gerar obras tão grandiosas como as obras dos deuses.  

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Diagrama 16 – O Pai Nosso

A oração abre um canal pelo qual a Vida e a Luz divinas podem fluir sobre nós, do mesmo modo que o acionar de uma chave elétrica abre o caminho que possibilita à corrente fluir da usina geradora para a nossa casa.

A fé na oração é a força que aciona a chave. Sem força muscular, não podemos ligar a chave para obter a luz física, e sem fé não podemos orar de maneira a conseguir iluminação espiritual segura.

Se oramos por objetivos mundanos, para fins que contrariam as leis do amor e do bem universal, nossas orações serão tão inúteis quanto uma chave de vidro num circuito elétrico. O vidro é isolante elétrico, portanto, representa uma barreira ao fluxo da corrente.  Analogamente, a oração egoísta representa uma barreira aos propósitos divinos devendo, portanto, ficar sem resposta. Devemos, pois, orar corretamente e, no “Pai Nosso” temos o mais admirável modelo de oração, porque atende as nossas necessidades a tal ponto que nenhuma outra fórmula consegue igualá-la. Com umas poucas e curtas sentenças, ela abarca toda a complexidade do relacionamento entre Deus e nós.

A fim de compreendermos devidamente essa sublime oração e nos capacitar a proferi-la inteligível, consciente e eficazmente, recordemos, de modo rápido, alguns conceitos Rosacruzes aqui envolvidos:

O Pai é o mais elevado Iniciado do Período de Saturno.

O Filho é o mais elevado Iniciado do Período Solar.

O Espírito Santo é o mais elevado Iniciado do Período Lunar.

O Espírito Divino e o nosso Corpo Denso iniciaram sua evolução no Período de Saturno estando, por isso, sob os cuidados do Pai.

O Espírito de Vida e o nosso Corpo Vital iniciaram sua evolução no Período Solar ficando, consequentemente, a cargo do Filho.

O Espírito Humano e o nosso Corpo de Desejos começaram a evoluir no Período Lunar; portanto, ficaram especialmente sob os cuidados do Espírito Santo.

A Mente foi acrescentada no Período Terrestre e não ficou a cargo de nenhum Ser externo, mas apenas sob o nosso governo, sem qualquer outra ajuda de fora.

Aliás, dentre as ajudas espirituais, que recebemos para que possamos avançar no nosso progresso, temos a Oração do Senhor (Pai Nosso), conforme Cristo nos ensinou no Evangelho Segundo São Mateus (6:9-13):

Pai nosso que estás nos céus,

santificado seja o teu Nome,

venha o teu Reino,

seja feita a tua Vontade assim na terra, como no céu.

O pão nosso de cada dia dai-nos hoje.

Perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores.

E não nos deixeis cair em tentação,

mas livrai-nos do mal.

No Pai Nosso há sete orações, ou melhor, há três grupos de duas orações e uma súplica simples. Cada grupo faz referência às necessidades de um dos nossos aspectos, Tríplice Espírito, e de sua contraparte no Tríplice Corpo.

Essa oração é uma fórmula abstrata ao melhoramento e purificação de todos os nossos veículos.

Cada aspecto do Tríplice Espírito, começando pelo inferior, expressa adoração ao aspecto correspondente da Divindade. Quando os três aspectos do espírito estão colocados ante o Trono da Graça, cada um emite uma oração apropriada às necessidades da sua contraparte material. No fim os três unem-se para proferir a oração da Mente.

O Espírito Humano se ergue nas asas da devoção e se eleva à sua contraparte na Santíssima Trindade, o Espírito Santo (Jeová), dizendo: “Santificado seja o Vosso Nome”.

O Espírito de Vida alça-se nas asas do amor e se reverencia ante sua contraparte, o Filho (Cristo), dizendo: “Venha a nós o Vosso Reino”.

O Espírito Divino eleva-se com superior entendimento até a matriz da fonte de onde emergiu na aurora dos tempos e se ajoelha ante sua contraparte, o Pai, e diz: “Seja feita a Vossa Vontade”.

Tendo assim alcançado o Trono da Graça, nós, o Tríplice Espírito, apresenta seus pedidos para a personalidade, o Tríplice Corpo.

Então, o mais elevado, o Espírito Divino, pede ao mais elevado aspecto da Divindade, o Pai, para a sua contraparte, o cuidado a prestar ao Corpo Denso: “O pão nosso de cada dia, nos dai hoje”.

O próximo aspecto, em elevação, o Espírito de Vida, roga ao Filho, pela sua contraparte em natureza inferior, o Corpo Vital: “Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.

O aspecto inferior do espírito, o Espírito-Humano, dirige o seu pedido ao aspecto mais inferior da Divindade para o mais elevado do tríplice Corpo, o de Desejos: “Não nos deixeis cair em tentação”.

Por último, os três aspectos do Tríplice Espírito se juntam para a mais importante das orações, a súplica pela Mente, dizendo em uníssono: “Livrai-nos do mal”.

A introdução, “Pai nosso que estais no Céu” é somente um indicativo de direção.

A adição: “Porque Vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre, Amém” não foi dada por Cristo, mas é muito apropriada como adoração final do Tríplice Espírito por encerrar a diretriz correta para a Divindade.

O Diagrama 16 ilustra a explicação antecedente de forma fácil e simples, mostrando a relação entre as diferentes orações, em suas respectivas cores e os veículos correspondentes.

Algumas notas importantes para compreendermos o quão é abrangente a Oração do Pai-Nosso:

  1. Notem que encarando a oração acima sob o ponto de vista analítico, vemos que três são os ensinamentos religiosos a serem nos dados para nos ajudar a alcançar a perfeição, a saber: o da Religião do Espírito Santo; a seguir, o da Religião do Filho; e, por último, o da Religião do Pai.
  2. No Aspirante à vida superior, a união entre as naturezas superior e inferior é realizada pela Meditação sobre assuntos elevados, pela Contemplação que consolida essa união e, depois, pela Adoração que, transcendendo os estados anteriores, eleva o espírito ao Trono. No “Pai Nosso”, geralmente usado na igreja, a adoração está colocada em primeiro lugar, o que tem por fim alcançar a exaltação espiritual necessária para proferir uma petição que represente as necessidades dos veículos inferiores.
  3. Note que o “Pai Nosso” ensina a doutrina da remissão dos pecados na palavra “perdoai-nos” como também afirma a Lei de Consequência nas palavras “assim como nós perdoamos”, fazendo da nossa atitude para com os outros, a medida de nossa emancipação.

Afinal, o Corpo Vital é a sede da memória. Nele estão arquivadas, subconscientemente, as lembranças de todos os acontecimentos passados, bons ou maus, isto é, tanto a injúria como os benefícios feitos ou recebidos. Lembremos que, ao morrer, as recordações da vida são tomadas desses arquivos imediatamente depois de abandonar-se o Corpo Denso e que todos os sofrimentos da existência pós-morte são resultado dos acontecimentos aí registrados como imagens. Se pela oração contínua obtemos o perdão ou esquecimento das injúrias que tenhamos praticado e procuramos prestar toda compensação possível, purificamos nossos Corpos Vitais. Esquecer e perdoar àqueles que agiram mal contra nós elimina todos os maus sentimentos e nos salva dos sofrimentos pós-morte. Além disso, prepara o caminho para a Fraternidade Universal, que depende mui especialmente da vitória do Corpo Vital sobre o Corpo de Desejos. As ideias de vingança são impressas pelo Corpo de Desejos, em forma de memória, sobre o Corpo Vital. A vitória sobre isso é indicada por um temperamento equânime em meio dos incômodos e sofrimentos da vida. O Aspirante deve cultivar o domínio próprio, porque tem ação benéfica sobre os dois Corpos. A Oração do Senhor exerce o mesmo efeito porque ao fazer-nos ver que estamos injuriando os outros voltamo-nos para nós mesmos e resolvemo-nos a descobrir as causas. Uma dessas causas é a perda do domínio próprio, originada no Corpo de Desejos. Ao desencarnar, a maioria dos seres humanos deixa a vida física com o mesmo temperamento que trouxe ao nascer. O Aspirante deve conquistar, sistematicamente, todos os arrebatamentos do Corpo de Desejos e assumir o próprio domínio. Isto se efetua pela concentração sobre elevados ideais, que vigoriza o Corpo Vital. É um meio muito mais eficaz do que as orações da igreja. O ocultista cientista prefere empregar a concentração à oração porque a primeira realiza-se com o auxílio da Mente, que é fria e insensível, enquanto a oração, geralmente, é ditada pela emoção. Feita com devoção pura e impessoal, dirigida a elevados ideais, a oração é muito superior à fria concentração. Aliás, nunca poderá ser fria, porque voa para Divindade sobre as asas do Amor, a exaltação do místico.

  • Não nos deixeis cair em tentação” é a súplica para o Corpo de Desejos, o repositório de nossas energias e o que incentiva nossas ações através do desejo. Diz, em resumo, uma máxima oriental: “Mate-se o desejo”. A indolência resultante da tentativa de seguir esse axioma é um exemplo que o próprio do oriente pode dar. “Mate seu entusiasmo” é o tolo conselho dado, às vezes, por aqueles que perdem o autocontrole. O desejo ou entusiasmo é predicado valioso, demasiado valioso, para ser sufocado ou destruído, posto que nós sem o entusiasmo somos como o aço sem têmpera: para nada serve. No Apocalipse, seis igrejas são louvadas, mas a sétima é severamente anatematizada por “não ser quente nem fria”, por ser uma congregação inexpressiva. “Quanto maior o pecador, maior o santo” é um adágio verdadeiro porque para pecar precisa-se de energia e quando essa energia é canalizada para a direção certa, então é tanto mais poderosa para o bem, quanto o foi anteriormente para o mal. Um indivíduo pode ser bom apenas porque não consegue reunir suficiente energia para ser mau, então é tão bom que não serve para nada. Enquanto somos fracos, a natureza de desejos nos domina e pode nos fazer sucumbir às tentações, mas quando aprendemos a controlar essa natureza, o nosso temperamento, podemos então prosseguir em harmonia com as “Leis de Deus e dos Homens”.
  • A força capaz de dirigir a energia da natureza de desejos se encontra na Mente, daí a sétima súplica – “Livrai-nos do mal” – ser feita tendo ela como objetivo.
  • Os animais seguem seus desejos cegamente e não cometem pecado. Para eles, o mal não existe. O mal chega ao nosso conhecimento só através da Mente discriminatória que nos capacita a distinguir diversas alternativas de ação e optar por uma entre tantas. Se escolhemos agir em harmonia com o bem universal, cultivamos a virtude; se escolhemos o contrário, nos corrompemos. Note-se que a tão decantada “inocência infantil” não é virtude. Absolutamente. A criança ainda não foi tentada nem provada, por isso é inocente. No devido tempo, as tentações da natureza de desejos porão sua índole à prova. Então, o seguir pelo caminho reto ou o se desviar para trilha sinuosa ficará na dependência da supremacia de sua Mente sobre o seu Corpo de Desejos. Se a Mente é bastante forte para “livrar-nos do mal”, nos tornaremos virtuosos de modo positivo e mesmo se cedermos à tentação por algum tempo, antes de perceber nosso erro, adquiriremos virtude tão logo nos arrependamos e nos reformemos. Aí, trocamos a inocência negativa pela virtude, que é uma qualidade positiva.

Por fim repare que a Oração do Senhor ou a Oração do Pai-Nosso satisfaz as várias partes que nos constitui e indica as necessidades reais de cada uma, mostrando a maravilhosa sabedoria contida em fórmula tão simples.

(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel)

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Uma ideia geralmente aceita que cada alma individual teve um começo, não obstante constituída de tal maneira a ser imperecível. Há argumentos ou passagens da Bíblia que esclareça isso?

Pergunta: Uma ideia geralmente aceita que cada alma individual teve um começo, não obstante constituída de tal maneira a ser imperecível. Isso foi posto em dúvida por uma pessoa que acredita ser a morte o fim de todas as coisas; eu gostaria de encontrar alguns argumentos ou passagens da Bíblia de modo a poder convencê-la de que está equivocada. Poderia me ajudar?

Resposta: Embora haja um número considerável de meios pelos quais é possível demonstrar que a morte não é o fim de tudo, tememos que nem mesmo “uma montanha” de argumentos convencerá uma pessoa daquilo que ela não está pré-disposta a crer. O questionador deve estar lembrado da parábola contada por Cristo, a respeito da morte de um rico e de um mendigo chamado Lázaro (Lc 16:19-31). Quando o rico desejou que fosse permitido a Lázaro voltar à Terra para avisar seus irmãos, Abraão disse: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite“. Essa é a questão. Já ouvimos cientistas jactarem-se de não crer na vida post-mortem mesmo que vissem realmente um Espírito. A lógica e a razão os tornaram convictos, para sua inteira e completa satisfação, de que não há Espírito. E considerariam estarem sofrendo de alucinações se vissem realmente um fantasma.

Também não nos é possível extrair citações categóricas da Bíblia. A palavra “imortal” não parece no Antigo Testamento. Aparece a expressão “mortal, deves morrer”, e a vida longa era olhada como uma recompensa à obediência. A palavra “imortal” também não ocorreu nos quatro Evangelhos, porém nas Epístolas de São Paulo ela aparece seis vezes. Em uma das passagens ele fala de Cristo ter trazido à luz a imortalidade por meio da revelação. Noutra ele nos diz que “essa mortalidade deve revestir-se de imortalidade“. Na terceira passagem ele torna claro que a imortalidade é proporcionada aos que a procuram. Num quarto trecho ele fala de nosso estado, “quando este mortal revestir-se de imortalidade“. Numa quinta passagem, declara que “somente Deus é imortal“, e na sexta passagem é uma adoração do Rei Eterno, imortal e invisível. Vemos, pois, que a Bíblia não ensina, por nenhum meio, que a alma é imortal, mas por outro lado ela diz enfaticamente, “a alma que peca deve morrer“. Isto seria uma impossibilidade se a alma fosse inerente e intrinsecamente imperecível. Também não podemos provar a imortalidade da alma usando passagens tais como lemos no Evangelho Segundo São João no capítulo 3 e versículo 16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”. Se basearmo-nos nessa citação, para provar que a alma é eterna, possuída de uma vida interminável, também devemos aceitar as passagens que dizem serem as almas condenadas a um tormento eterno, como o exigem algumas denominações ortodoxas. Na realidade, essas passagens nada provam de uma felicidade ou um tormento eterno. Se tomarmos o dicionário Grego de Liddel e Scott, veremos que a palavra traduzida por “eterno” na Bíblia, corresponde à palavra grega “aionian”, que significa “um tempo, um período indefinido, uma vida toda”, etc. Vemos essa expressão empregada corretamente na Epístola de São Paulo a Filemon, quando lhe devolve o escravo Onésimo com as seguintes palavras: “Pois acredito que ele veio a ser afastado de ti temporariamente, a fim de que o recebas para sempre”. A palavra “para sempre” é a mesma palavra “aionian” que é traduzida como “eterna” quando se refere à condenação e à salvação e, facilmente, podemos ver que, nesse caso, pode significar apenas uma parte de uma vida, pois nem São Paulo nem Filemon, dessa forma, viveriam para sempre.

Qual é, pois, a solução? Será a imortalidade apenas uma invenção da fantasia, incapaz de ser comprovada? Certamente que não, porém é necessário que façamos uma diferença rigorosa entre alma e Espírito. Essas duas palavras são tomadas, frequentemente, como sinônimas, sem o serem. Temos na Bíblia a palavra hebreia Ruach, e a palavra grega Pneuma, ambas significando Espírito, enquanto que a palavra hebreia Neshammah e a grega Psuke significam alma. Em acréscimo a essas, temos a palavra hebreia Nephesh, que significa sopro, respiração, mas que foi traduzida por vida em alguns lugares e por alma em outros, de acordo com as conveniências dos tradutores da Bíblia. É isso que causa a confusão. Por exemplo, narra-se no Livro do Gênesis que Jeová formou o ser humano do pó da terra e soprou em suas narinas a respiração, o fôlego (nephesh) e o ser humano tornou-se uma criatura que respira (nephesh chayim), e não uma alma vivente tal como está no Livro do Gênesis, capítulo 2, versículo 7.

Com referência à morte, lemos no Livro do Eclesiastes capítulo 3, versículo 19-20, e também em outros trechos, que não há diferença entre o ser humano e o animal, “como morre um, assim morre o outro; e todos tem o mesmo folego (nephesh, novamente)”. Isso parece indicar que o ser humano não tem preeminência sobre as bestas e que todos vão para o mesmo lugar. Há, porém uma distinção bem definida entre Espirito e corpo, pois sabemos que “quando o Cordão Prateado se rompe, o corpo volta ao pó de onde foi tirado e o Espírito retorna a Deus, de onde saiu”. A palavra morte em parte alguma está associada a Espírito, e a doutrina da imortalidade do Espírito é ensinada de modo conclusivo pelo menos uma vez na Bíblia Evangelho Segundo São Mateus capítulo 11, versículo 14, onde Cristo diz, referindo-se a João Batista: “É este o Elias“. O Espírito que deu alma ao corpo de Elias renasceu como Joao Batista. Deve, pois, ter sobrevivido a morte corporal e ter sido capaz de continuar a viver. Para obter ensinamentos mais profundos e definitivos sobre este assunto, devemos, porém procurar um ensinamento místico, e aprendemos no Livro “Conceito Rosacruz de Cosmos” que os Espíritos Virginais, enviados as asperezas deste mundo como Raios de Luz da Chama Divina (que é nosso Pai que está nos céus), devem primeiro sofrer um processo de involução na matéria, cristalizando-se cada raio num Tríplice Corpo. Receberam, então, uma Mente que se tornou o ponto de apoio sobre o qual a Involução se transforma em Evolução. E a Epigênese, a divina habilidade criadora do Espírito, é a alavanca com a qual o Tríplice Corpo espiritualiza-se em Tríplice Alma e amalgama-se com o Tríplice Espírito, sendo a alma o extrato da experiência com a qual o Espírito é levado da ignorância até a onisciência, da impotência à onipotência, tornando-se, finalmente, semelhante a seu Pai que está nos céus.

É-nos impossível, com nosso intelecto racional limitado, compreender a magnitude dessa tarefa, mas percebemos (intuitivamente) que há um caminho longo para chegar à onisciência e a onipotência. E isso deve exigir muitas vidas. Vamos, portanto a Escola da Vida do mesmo modo que as crianças vão as escolas aqui na Terra. E, assim como há noites de descanso entre um dia escolar e outro, há também noites (a morte) entre nossos dias na Escola da Vida. A criança sempre retoma a lição no ponto em que foi deixada no dia anterior. Também nós, quando voltamos a renascer, retomamos as lições da vida no ponto em que foram deixadas na existência anterior.

Quanto à pergunta de porque não nos lembramos de nossas existências passadas, a resposta é simples. Não nos lembramos claramente do que fizemos há um mês, um ano ou há vários anos atrás; como, pois, esperamos lembrar-nos do que está muito mais recuado no tempo? Só se tivéssemos um cérebro diferente, harmonizado a consciência de vidas anteriores. Não obstante, há pessoas que recordam de suas existências passadas, e muitas mais pessoas estão cultivando essa faculdade cada ano que passa, pois é uma faculdade latente em todos os seres humanos.

Portanto, o neófito que transpôs os umbrais da Iniciação para os Mundos invisíveis é sempre levado ao leito de uma criança moribunda. Ele vê o Espírito sair e cuida de observar esse Espírito no Mundos invisíveis até que ele se apresente para um novo renascimento. Uma criança é escolhida para esse fim, pois está destinada a renascer dentro de um ou dois anos. Desse modo, dentro de um espaço de tempo relativamente curto, o neófito vê com seus próprios olhos como um Espírito cruza os umbrais da morte e volta a entrar na vida física, através do ventre materno. Ele tem, então, a prova. A razão e a fé devem bastar aqueles que não estão preparados para o conhecimento direto, que “não é cobrado em ouro, mas por meio uma vida de abnegado e amoroso serviço aos demais”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 04/1974 – pela Fraternidade Rosacruz – SP – traduzido da Revista Rays From the Rose Cross)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Conceitos sobre: Espíritos Obsessores, Espíritos Apegados à Terra e Purgatório e seus correlacionamentos

Os Conceitos sobre: Espíritos Obsessores, Espíritos Apegados à Terra e Purgatório e seus correlacionamentos

Hoje trataremos do tema “Obsessão”. Apesar de ser um assunto complexo, é fundamental abordá-lo para que possamos nos proteger contra estes espíritos obsessores.

Entres os espíritos obsessores existem os elementais que são de uma classe de espíritos sub-humanos. Trata-se de uma onda de vida em adição às Hierarquias Divinas e às ondas de vida dos espíritos que se acham agora evoluindo no Mundo Físico por meio dos quatro Reinos: mineral, vegetal, animal e humano.

Inicialmente seria bom esclarecer a relação de inferno e Purgatório. O “inferno” é tido popularmente como o lugar que ficaremos sofrendo depois da morte, se praticarmos o mal nesta vida. Nos Ensinamentos Rosacruzes o chamado inferno, nada mais é do que o Purgatório.

O Purgatório está localizado nas três regiões inferiores do Mundo do Desejo, para onde vamos logo após a morte. Aqui os registros gravados de nossas ações errôneas na vida terrena provocam uma reação da força de repulsão e esses sofrimentos são três vezes mais curtos e de maior intensidade, pois não temos o Corpo Denso para amenizar essa dor.

Nesse processo purgatorial desenvolvemos, por meio da dor, a consciência. Essa é aquela voz interna que nos permite discernir entre o bem e o mal, quando despertos neste Mundo Físico.

No Conceito Rosacruz do Cosmos, Max Heindel nos mostra que trabalhamos nos três Corpos. E que somos um Espírito Tríplice. Porém, somente o Corpo Denso é visível aos nossos olhos físicos.

Na Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo 15, Versículos de 40 e 44, São Paulo diz o seguinte: “Há corpos celestes e corpos terrestres… e há corpo animal e há corpo espiritual”.

O Corpo Denso está interpenetrado por um corpo chamado Corpo Vital, que mantém a saúde do Corpo Denso uma vez que este é destruído pelos desejos inferiores que nós criamos, no nosso dia a dia. Durante a vida no Mundo Físico temos a chance de desenvolver nossos corpos e veículos invisíveis e superiores por meio de bons hábitos (Corpo Vital), pensamentos (Mente), desejos e emoções (Corpo de Desejos).

Mas, quando os nossos desejos deixam de ser direcionados para a construção dos veículos superiores e nos negligenciamos desses bons desejos e boas emoções, acabamos sendo atraídos até a região purgatorial, após a morte, e lá deveremos nos purgar desses maus hábitos.

Se não nos apegamos a esta existência terrestre, seguimos o nosso caminho rumo aos Mundos superiores: Regiões superiores do Mundo do Desejo e Mundo do Pensamento.

Porém, existem alguns irmãos nossos que após a morte se apegam à vida terrena e não deixam seus veículos espirituais aprenderem novas lições. E os chamamos de “espíritos apegados à Terra”, enquanto estiverem nessa situação.

E como não possuem um Corpo Denso para manifestarem-se, ficam perambulando na atmosfera da Terra e tentando e utilizando os Corpos Denso e Vital de outros irmãos que entram em sintonia ou vibração com esses espíritos apegados à Terra. Sabemos que ao nosso redor existem milhões de “espíritos sem luz” (pois “espíritos de luz” não tenta reencarnar em alguém, nem parcial, nem totalmente), pobres irmãos apegados à vida terrestre.

Chamamos de “espíritos sem luz” porque após a morte não seguiram seu caminho de aceitação aos Mundos superiores.

E por não aceitarem a separação do seu Corpo Denso e tudo o que aqui deixaram, ficam presos a atmosfera tentando satisfazer seus prazeres, resolver suas preocupações ou fazer o mal.

Quando esses espíritos desencarnados desejam influenciar seres encarnados, precisarão de um veículo da mesma densidade de vibração da sua para atingir os centros cerebrais. Mas, quem são esses espíritos desencarnados?

Max Heindel, no Conceito Rosacruz do Cosmos, nos diz que a região inferior do Mundo do Desejo está cheia de espíritos apegados à Terra ou espíritos obsessores que estão em contato com o Mundo Físico.

Quando deixam este Mundo Físico cheios de ódios e desejos baixos se encontram despreparados para viver nos planos invisíveis.

Nessa Região inferior do Mundo do Desejo encontramos muitos irmãos e irmãs que foram, na vida recém-finda, drogados, alcoólatras, assassinos, outros que morreram em guerras, pessoas que nutrem ódio, rancor e vingança, pessoas apegadas a bens materiais como casas, terras, joias, etc. Estes últimos espíritos são os que mais têm nos dias de hoje.

Exemplifiquemos o caso do assassino que cumpre sua pena perante a sociedade na prisão.

Poderá ocorrer que o remorso pelo seu ato cometido o leve, mediante a oração e íntimo arrependimento, a apagar o ódio nutrido a sua vítima.

E quando seu Espírito estiver livre no Mundo do Desejo poderá caminhar feliz e quem sabe numa vida futura procurará ajudar aquelas pessoas a quem maltratou na vida anterior.

Mas, se a sociedade quiser se vingar do criminoso e levá-lo à pena de morte pelo crime cometido, ele, achando que foi injustiçado, permanecerá por muito tempo entre os encarnados, incitando outros a cometerem o mesmo crime. E toda vez que isso acontece, e quando a vítima cai nas garras da justiça esses espíritos obsessores conseguem se realizar e deixam a pessoa para ir atrás de outras.

Se isso sempre acontecer, certamente teremos uma epidemia de assassinatos espalhados em comunidades.

Podemos classificar a Clarividência em duas classes:

1) As de caráter positivo, tornando-se assim um clarividente treinado e um Auxiliar Invisível;

2) As de temperamento negativo, submissa à vontade dos outros que se desenvolve com ajuda desses espíritos apegados à Terra.

Esses espíritos apegados à Terra, normalmente, se intitulam como “guias espirituais” e agem como espíritos de controle em busca de sua satisfação. Para manifestarem-se no Mundo Físico podem retirar o Corpo Vital da pessoa por meio do baço e usar temporariamente o Éter, do qual é composto, a fim de se materializar, devolvendo o Éter à pessoa após terminada a sessão.

Transformando suas vítimas em “médiuns de transe” ou em “médiuns de materialização”.

O espírito obsessor tomando posse do corpo de sua vítima utiliza-o à mercê de sua vontade, e mesmo que a pessoa tente deter a influência dele não conseguirá, pois houve a permissão para a posse.

Lembrando que o nosso Corpo Denso é o bem mais precioso que temos nesta vida terrestre. Sabemos que existem famílias inteiras à mercê desses espíritos obsessores. Por isso que Max Heindel nos orienta para não assistir às sessões ou reuniões em que invoquem a presença de espíritos de irmãos ou irmãs desencarnados – seja para reencarnarem parcial ou totalmente, seja para se manifestarem de quaisquer formas -, demonstrações hipnóticas; não frequentar lugares em que são queimados incensos, defumadores, bola de cristal, etc.

Normalmente toda vez que você frequenta tais ambientes, os chamados “guias” o convocam para desenvolver sua mediunidade, só que de forma negativa. Essa é a maneira de estarem formando sua grande falange de controle.

É evidente que a grande maioria das pessoas que evocam a presença de espíritos de irmãos ou irmãs desencarnados ou os médiuns não compreendem o grande perigo que os aguarda após a morte.

E mesmo nesta vida não sabem o perigo que está por vir, pois enquanto fazem tudo que seus obsessores ordenam, estes são dóceis e compassivos. Mas, se algum deles tentar recusar a ceder seu corpo ao desencarnado, logo sentirá a espada do obsessor.

Todos nascemos com a Clarividência. Se quisermos desenvolvê-la, façamos de maneira positiva por meio dos exercícios para um Treinamento Esotérico positivo, dados pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.

Sabemos que existem pessoas que em determinados momentos de sua vida deixam se arrastar por pensamentos e emoções negativas, chegando a ficarem perturbados, irritados e, às vezes, desequilibrados emocionalmente e muitas vezes não encontram o caminho de volta à razão. É bom lembrar que essa crise foi gerada pela própria pessoa, e é neste momento que damos abertura ou permissão para a invasão de espíritos obsessores. Tornamo-nos, assim, joguetes desses espíritos perturbadores e essas entidades jamais se preocuparão com a reputação daqueles cujos corpos violaram.

Isso acontece diariamente sem saber se aquela pessoa está possuída ou não. Mas existe uma forma infalível de descobrirmos se uma pessoa está possuída: através do diagnóstico dos olhos.

Max Heindel fala que “os olhos são as janelas da alma”, pois somente o verdadeiro dono do corpo é capaz de contrair e dilatar a íris.

Naquele que estiver possuído, notaremos que a íris de seus olhos não se dilatará quando penetrar em um quarto escuro ou quando fixar um objeto distante. Isto é, a íris não responde nem à luz nem à distância.

O que podemos fazer para nos proteger contra a obsessão? Simplesmente manter uma atitude positiva da Mente, pois temer alguma coisa é atraí-la.

Devemos construir uma aura protetora e invulnerável contra qualquer classe de ataque ou influências negativas.

Max Heindel expressa que “ao vivermos existências de pureza, quando os nossos dias estão preenchidos com serviços a Deus e a nossos semelhantes, com atos e pensamentos da mais elevada nobreza, então construímos o ‘manto dourado nupcial’ (o Corpo-Alma), que é uma força radiante do bem, nenhum mal é capaz de penetrar por essa armadura e então é refletido em direção àquele que o emitiu”.

É sempre oportuno recordar uma frase de São Paulo que diz: “Orai e vigiai para não cair em tentação” e, assim, orar sempre.

Lembremos o seguinte: “Não temos mestres. Os Irmãos Maiores são nossos amigos e nossos instrutores. Nunca ordenam, nem exigem obediência a qualquer uma de suas sugestões, seja em que condição for. O mais que fazem é aconselhar, deixando-nos livres para seguirmos as suas sugestões ou não”.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Utilizando os Exercícios Esotéricos de maneira eficiente para alcançar objetivos espirituais

Pouco antes de ter sentado para estudar, em uma dessas tardes, apertei o interruptor e imediatamente a luz inundou o quarto. Apanhei o livro e, abrindo, deparei com um trecho que tratava do trabalho executado pelos Adeptos — os Iluminados que podem pronunciar a Palavra Criadora.

Veio-me então à minha Mente o desejo de me tornar idêntico a eles e servir como fazem os Irmãos Maiores da Humanidade, levando luz à consciência da Humanidade. O que deveria fazer para me tornar igual a Eles?

Pensativamente, contemplei a lâmpada próxima a mim: a pressão sobre o interruptor não a criou; ele meramente tornou o dispositivo (a lâmpada) apto a transmitir luz, a contatando com certos itens (fios, ligações, cabos) que transportam a energia elétrica gerada pela fonte central (o gerador). O que aconteceria, se a lâmpada fosse feita de madeira? Quando eu apertasse o interruptor, poderia a luz inundar o meu quarto? Poderá o meu ser físico, tal como é agora, transmitir a luz de Deus?

Se as linhas elétricas fossem defeituosas, a pressão do meu dedo sobre o interruptor poderia proporcionar luz perfeita em meu quarto? Terei eu uma conexão apropriada com a fonte de energia espiritual para torná-la usável? Ou o que ocorreria, se o gerador funcionasse imperfeitamente? Para que serviriam os fios, os cabos, as ligações, as lâmpadas ou quaisquer outros dispositivos para a produção da luz, se o gerador não produzisse energia? Estarei eu, uma célula no Grande Corpo de Deus, produzindo e liberando energia para as mais altas funções dos meus veículos?

Essa autopesquisa me conduziu a uma revisão sobre o procedimento ensinado pela Filosofia Rosacruz para o aperfeiçoamento de nós mesmos, no sentido de nos tornar um “canal consciente” para o trabalho daqueles Elevadíssimos Seres, de modo a poder aplicar-me com renovado zelo ao trabalho indispensável para o crescimento da alma. O método: “Serviço amoroso, altruísta e desinteressado” então me veio à Mente como linha de conduta a ser sempre observada e lembrada. Ao mesmo tempo, eu me recordei de certas instruções específicas para a espiritualização de nossos veículos e, consequentemente, do crescimento da alma. O que me ocorreu foi o seguinte:

A Filosofia Rosacruz ensina que “o ser humano é um Tríplice Espírito” que possui uma Mente por meio da qual governa seu Tríplice Corpo, que ele emanou de si mesmo para obter experiências. Esse Tríplice Corpo, ele transmuta em Tríplice Alma da qual ele se nutre a fim de ir da impotência para a onipotência. O Espírito Divino emana de Si mesmo o Corpo Denso, extraindo como pábulo a Alma Consciente; o Espírito de Vida emana o Corpo Vital, extraindo a Alma Intelectual; e do Espírito Humano deriva o Corpo de Desejos, para extração da Alma Emocional.

Nosso desafio, como Aspirantes espirituais, então é planejar e controlar nossas atividades diárias de modo que, por meio delas, possamos extrair maior quantidade de poderes conscientes, intelectuais e emocionais dos nossos corpos. Uma vez que nossos veículos estão intimamente interrelacionados, a melhora de um automaticamente produz a evolução dos outros. Porém certas atividades afetam determinado corpo mais definidamente do que os outros.

O Corpo Denso, nosso corpo físico, é um maravilhoso instrumento mecanizado para a ação no plano material e é por meio das experiências que obtemos por seu intermédio, nossas retas ações em relação aos impactos externos, e pela observação acurada que o transformamos em Alma Consciente. Quanto mais ativos formos e mais retas forem nossas ações, maior crescimento de Alma Consciente alcançaremos. Basicamente, para a reta ação tornam-se necessários a higiene, o exercício, o ar fresco, uma dieta simples e constante à base de alimento integral e o altruísmo, o desejo de ajudar, a boa vontade. Em relação à observação correta, ensina-nos a Filosofia Rosacruz o seguinte.

É da mais alta importância ao nosso desenvolvimento que observemos os fatos e as cenas ao nosso redor acuradamente. Do contrário, as impressões em nossa memória consciente não coincidirão com os registros automáticos e subconscientes. O ritmo do Corpo Denso perturba-se na proporção da incapacidade da nossa observação durante o dia. Na proporção em que aprendemos a observar acuradamente, ganharemos saúde, longevidade e necessitaremos de menos descanso e sono. O Aspirante sistematicamente deve tudo observar, retirar conclusões das ações, cultivar a faculdade do raciocínio lógico, pois a lógica é o melhor mestre no plano físico e o guia mais seguro e certo em qualquer Mundo. Ao praticarmos esse método de observação, devemos sempre ter em Mente que ele deve ser usado apenas para reunir fatos e não com o propósito de criticismo, pelo menos não o azedo criticismo. A crítica construtiva que assinala defeitos e dá os meios de remediá-los é a base do progresso.

O Corpo Vital, o veículo do hábito, o armazém da memória consciente e subconsciente, é composto de quatro Éteres: o Éter Químico, o Éter de Vida, o Éter de Luz ou Luminoso e o Éter Refletor. Os dois primeiros constituem a matriz na qual o Corpo Denso é construído. A repetição é a nota-chave desse Corpo Vital. Daí o valor da repetição dos impactos espirituais do estudo, dos sermões, das conferências e leituras. Também a arte e a religião são de primeira importância no refinamento do Corpo Vital, bem como o cultivo da memória e da discriminação, particularmente efetivas na geração da Alma Intelectual. A memória liga as experiências passadas às presentes e aos sentimentos por elas engendrados, criando “simpatia” e “antipatia” que, de outro modo, não poderiam existir.

O discernimento é a faculdade por meio da qual distinguimos aquilo que não é importante, não é essencial, separando o real da ilusão, o duradouro do evanescente.

Na vida comum, muitos pensam em si mesmos como se fossem o Corpo Denso. O discernimento nos orienta no sentido de que somos Espíritos e que os nossos Corpos são temporariamente lugares residenciais, instrumentos de uso. Pelo discernimento aprendemos a “considerar o corpo um servo valioso, na medida em que se torna dócil às nossas ordens; assim considerando, veremos ser possível fazer muitas coisas que de outro modo pareceriam impossíveis”.

Os dois Éteres superiores do Corpo Vital, o Luminoso e o Refletor, são os que compõem o Corpo-Alma e em cada vida são renovados por meio do “serviço amoroso, altruísta e desinteressado”. A quintessência desses atos de bem deles extraídos determina a qualidade dos átomos estacionários e prismáticos de que são compostos os dois Éteres inferiores na vida seguinte. Esse Corpo-Alma é a parte do Corpo Vital que o Aspirante imortaliza como Alma Intelectual.

O Corpo de Desejos é nosso veículo dos desejos, das emoções e dos sentimentos. Durante o estado de vigília, ele se encontra constantemente em luta contra o Corpo Vital. O Corpo Vital constrói e suaviza, ao passo que o Corpo de Desejos cristaliza e destrói. Por meio da devoção persistente aos suaves ideais da vida superior, dominamos nossos instintos animais, eliminando os traços indesejáveis do hábito e do caráter resultantes da geração e do desenvolvimento da Alma Emocional. A importância do cultivo da faculdade da devoção dificilmente é enfatizada; assim, um dos melhores sistemas de desenvolvimento desse poder é a Retrospecção – esse exercício noturno ensinado pela Escola Rosacruz por meio do qual nos lembramos, em ordem inversa, dos acontecimentos do dia, cuidadosa e adequadamente nos louvando ou reprochando.

Uma explosão temperamental é detrimento para o crescimento da alma — é a dissipação em larga escala de uma energia que possa ser usada de forma proveitosa. Tal evento envenena o corpo, deixa-o alquebrado e impede enormemente o seu desenvolvimento. O Aspirante deve, sistematicamente, controlar todas as tentativas do Corpo de Desejos de sair de controle, o que poderá ser feito pela concentração em elevados ideais, que fortalece o Corpo Vital e é muito mais eficiente do que as orações comuns, usadas nas igrejas. Quando ditada pela devoção pura e altruísta a altos ideais, porém, a oração é muito superior à fria concentração.

Em nossos esforços para transmutar o Corpo de Desejos em poder anímico, devemos também nos lembrar de que o Espírito Humano, que está correlacionado com o Corpo do Desejos, é a contraparte do Espírito Santo — a energia criativa da Natureza que o Aspirante deve aprender a usar nos processos mentais e emocionais superiores para regeneração. Ao vivermos castamente, a força criadora sobe, pelo trabalho mental e espiritual, e nos refinamos, eterizando nosso Corpo Denso e, ao mesmo tempo, fortalecemos os veículos superiores. Dessa maneira, alargamos materialmente nossa vida e aumentamos nossas oportunidades de crescimento anímico, avançando em graus definidos.

É-nos ensinado que a Mente é o elo entre o Espírito e seus Corpos, sendo também real que “a Mente é o instrumento mais importante que o Espírito possui”. Um dos principais alvos da evolução, durante este Período, é aprender a controlar o pensamento, o que será conseguido por meio do exercício do princípio da vontade do Espírito. Possuindo a prerrogativa divina da livre volição, podemos nos treinar habitualmente a pensar como quisermos; dessa forma, se persistentemente continuarmos em nossos esforços de espiritualização dos corpos pela reta ação de sentimento e pensamento, tempo virá no qual seremos auxiliares altruístas de nosso próximo e guardiães do poder do pensamento. Tendo-nos, então, adaptado ao uso desse tremendo poder para o bem de todos, indiferentes ao interesse próprio, estaremos aptos a formar ideias acuradas que se cristalizarão em coisas úteis. Por meio da laringe perfeita falaremos a Palavra Criadora e, assim, atingiremos o ambicionado lugar na escada evolucionária.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Acelerar o Grau de Suscetibilidade às Vibrações Astrais: Auxílio na Mudança de Caráter

Um diapasão somente responderá a uma vibração se houver correspondência vibratória entre ambos (diapasão e vibração). Caso não ocorra essa sintonia, significa que não há suscetibilidade entre o diapasão e a vibração, sendo possível afirmar que aquele som é inexiste para ele. Do mesmo modo, o ser humano necessita de um elo interno para perceber ou sentir as vibrações que o envolve constantemente. “Só podemos entrar em contato com ideias, pessoas e situações com as quais estivermos afinados, ou seja, sintonizados”.

Neste sentido, Max Heindel sugere aos Estudantes Rosacruzes que sempre leve em consideração o nível espiritual, socioeconômico, cultural, ambiental e o contexto de uma pessoa antes de realizar análises de um horóscopo, pois tais características fornecem dicas sobre o “diapasão do irmão ou da irmã”. Sem essas noções básicas, o Astrólogo Rosacruz pode cometer equívocos de interpretação em qualquer mapa astrológico. Na mesma lição, Max Heindel mostra que quanto mais um irmão ou irmã: cuidar menos da sua parte espiritual (ou até não cuidar nada!), está preso a condições jeovísticas de espiritualidade ou somente ao Cristianismo popular (ou exotérico), dar sua razão de vida às coisas materiais e/ou se declara (e insiste em viver como) ateu ou agnóstico, menor será sua suscetibilidade a quantidade de vibrações astrais e maior será sua resposta às mesmas. Por exemplo, os referidos irmãos e irmãs, normalmente, fundamentam seu credo na subsistência e na gratificação dos sentidos. Vivem para comer, beber e se divertir. Sua expressão emocional é claramente forte e impulsiva, além de individualista e bruta.

O único modo pelo qual refreiam seus impulsos é por meio do medo e do temor, quando a ampulheta saturnina lhes revela o tempo de colheita. Ou seja, Saturno instala neles as necessidades físicas (por ser o único meio de ressonância que respondem) que normalmente são expressas como doenças. Desse modo, toda a braveza egoísta e impulsiva se torna branda e obediente. Nesse ponto, as vibrações do Planeta Marte desempenham papel fundamental na promoção da tendência animalesca e individualista desses irmãos e irmãs enquanto Saturno, que emana vibrações que limitam ou restringem, mostra pela dor o caminho de volta ao Pai. Finalmente, a Lua instala, nesse bravo e impulsivo irmão ou irmã, uma Mente infantil colorida pelo medo pelo temor necessário para o fazer suscetível a temer algo superior e intangível.

Por outro lado, irmãos e irmãs que estão na outra ponta da escala evolutiva (estudam e vivem no dia a dia o Cristianismo Esotérico) demonstram maior suscetibilidade à quantidade de Astros e menor resposta aos mesmos. Tal fato ocorre porque as pessoas com maior realização espiritual tendem a demonstrar maior força espiritual (sua força de vontade é focada para tal direção). Essa força os torna capazes de reger seus próprios Astros. Além disso, a sutileza do seu Tríplice Corpo e da Mente permite que percebam maiores quantidades de vibrações astrais, muito além daquelas percebidas pelo irmão ou irmã que pouco caminhou na escala de evolução espiritual. Em outras palavras, o irmão ou irmã que se esforça em seu crescimento espiritual terá maior quantidade de diapasões ou um diapasão com diversas tonalidades capazes de responder a vibrações amplas e, também, uma força espiritual que a torna capaz de trabalhar volitivamente com tais vibrações.

Pelo uso da lógica, podemos perceber que no horóscopo daqueles irmãos e irmãs que vivem para beber, comer e gratificar seus sentidos podem ser facilmente interpretados pela análise de Marte, Lua e Saturno. Já no horóscopo dos irmãos e irmãs com sensibilidades espirituais mais apuradas devem ser interpretados levando em consideração muitos outros Astros do nosso Sistema Solar. E mesmo que essa interpretação seja realizada com grande fidelidade, a força de vontade do irmão ou da irmã pode mudar completamente seu destino e suas tendências.

É possível aprimorarmos nosso diapasão interno à medida que aprendamos a utilizar nossos pensamentos, imaginação e faculdades criadoras para entrarmos em contato com conceitos espirituais, atualmente considerados como ideais, por meio do Cristianismo Esotérico, como preconizado, por exemplo, pela Fraternidade Rosacruz. Essa prática permite criar os pontos de contato necessários para que as vibrações desses conceitos sejam ressoadas dentro de nós. Assim, não mais passarão como invisíveis para nós, mas realizarão seu efeito em nossas vidas. Há pobreza geral, na maior parte dos irmãos e irmãs, sobre o que significa conceitos espirituais. Eles são, de certo modo, sutis ou abstratos demais para serem expressos com as referências materiais que temos a disposição ou que nossa Mente mineral pode processar.

Se o Aspirante a vida superior empregar sua força de vontade (por meio do estudo, da aplicação no seu dia a dia do que estudou, da meditação e da imaginação), e se esforçar por entrar em contato com os significados dos conceitos espirituais, poderá gradativamente criar correspondência vibratória interna para responder aos mesmos. Uma vez compreendido os significados dos conceitos que escolheu estudar, praticar e entrar em contato, poderá imaginá-los como parte de si; como podem ser expressos por outros irmãos e irmãs e por ele próprio; estabelecendo uma pintura mental viva desses conceitos manifestados em sua vida e em plenitude.

Sabemos que é mais eficiente navegar para o norte quando o vento também “sopra” para o norte. Também sabemos que é mais eficiente nadar grandes distâncias a favor da correnteza, quando a maré está cheia. Do mesmo modo, quando o Sol transita por um Signo zodiacal ou quando um Astro está forte, se focalizarmos nossa energia espiritual para visualizarmos e entrarmos em contato com os conceitos espirituais relacionados aos mesmos, alcançaremos maior eficiência e com maior facilidade. Um exemplo dessa prática cotidiana foi maravilhosamente descrito por Corinne Heline, em sua obra “Os doze dias Santos”.  Nessa obra, Corinne Heline nos mostra a melhor época e como podemos meditar sobre os conceitos dos Signos que são derramados sobre nós com maior intensidade, quando o Sol transita por eles. Outra maneira de realizar esse exercício é pelo estudo das palavras-chave dos Signos e dos Astros.

Com essa prática, o Aspirante à vida superior, gradativamente, passará a notar a manifestação real desses conceitos, não apenas em seu ambiente, mas também na natureza e nos irmãos e irmãs que também já aprenderam a manifestá-los. Com o tempo, conceitos que eram abstratos para ele passam a ser concretos. Nessa condição poderá trabalhar com essa nova vibração que, agora, se tornou realidade em sua vida.

Note que antes da mencionada prática, todos esses conceitos estavam invisíveis para o Aspirante à vida superior, assim como uma vibração diferente do tom de um diapasão é inexistente para ele. Essa será a maior evidência de que está sintonizado com as vibrações astrais que antes não respondia, e, desse modo, tornou seus veículos suscetíveis a maiores e mais elevadas vibrações. Se desenvolvermos o hábito de praticarmos tais exercícios como conteúdo de estudos e meditações, gradativamente aumentaremos a sensibilidade de nosso diapasão e teremos, a nossa disposição, muito materiais novos para transformar nosso caráter e, consequentemente, nosso destino.

 Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Onde encontro, na Bíblia, algum argumento ou passagem sobre a imperecibilidade da Alma?

Pergunta: Admite-se, geralmente, que cada Alma individual teve um princípio, mas está de tal forma constituída que seja imperecível. Essa ideia foi questionada por alguém que acredita que a morte seja o fim de tudo. Gostaria de encon­trar algum argumento ou passagem da Bíblia que possa convencê-lo do seu erro. Poderiam me ajudar?

Resposta:  Embora haja várias maneiras possíveis de demonstrar que a morte não seja o fim de tudo, recea­mos que não existam argumentos que possam convencer alguém que não queira ser convencido. Recordam-se da parábola de Cristo a respeito do homem rico e de Lázaro? Quando o homem rico pediu que Lázaro retornasse dentre os mortos a fim de avisar os seus ir­mãos, Cristo disse: “Se eles não acreditam em Moisés e nos profetas, não acreditarão também que alguém ressuscite dentre os mortos.” (Lc 16:31). Esse é o problema. Ouvimos alguns “cientistas” dizerem que, mesmo que vissem um fantasma, não se convenceriam da exis­tência de uma vida após a morte, pois tendo eles, basea­dos na razão e na lógica estabelecidas por eles próprios, chegado à conclusão de que não existam fantasmas, consi­derariam estar sendo vítimas de uma alucinação qual­quer, se realmente chegassem a ver tal aparição.

Tampouco é possível indicar declarações tiradas da Bíblia. A palavra “imortal” não é encontrada no Antigo Testamento. Aqui lemos: “Morrendo, morrerás”; e uma longa vida era concedida como recompensa pela obediên­cia. Essa palavra também não é encontrada nos quatro Evangelhos, mas nas Epístolas de São Paulo ela é citada seis vezes. Em uma passagem, ele fala que o Cristo trouxe à luz a questão da imortalidade através do Evangelho. Em outra, ele nos diz que: “Este corpo mortal deve ser re­vestido de imortalidade”. Na terceira passagem, ele torna claro que essa imortalidade seja conferida àqueles que a procuram. No quarto trecho, ele fala da nossa condi­ção: “E quando este corpo mortal revestir-se de imorta­lidade”. No quinto, declara: “Somente Deus possui a imortalidade”. A sexta passagem é uma adora­ção ao Rei Eterno, Imortal e Invisível. Assim, a Bíblia não ensina que a Alma seja imortal; contudo, e por outro lado, ela diz enfaticamente: “A Alma que pecar deve morrer”.

Se a Alma fosse inerente e intrinsecamente imperecível, isto seria uma impossibilidade. Nem podemos provar a imortalidade baseados em passagens da Bíblia, como a de Jo 3:16, “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Se nos basearmos nessas palavras para provar que a Alma seja imortal, dotada de vida eterna, teremos que aceitar, também, as passagens que citam que as Almas estejam fadadas a um suplício eterno, como é afirmado por algumas das seitas ortodoxas. No entanto, na realidade, essas passagens não provam a existência de uma felicidade ou suplício eterno. Se recorrermos ao dicionário grego de Liddel e Scott e procurarmos o termo, veremos que foi traduzido por “eterno” na Bíblia a palavra grega “aionian”, que significa “algum tempo”, “uma era”, “um curto período”, “uma vida”. Vemos isso imediatamente na Carta de São Paulo a Filemon, quando lhe devolve o escravo Onésimus: “Talvez tenha sido bom que o perdesses por algum tempo, para que retornasse a ti para sempre”. Essas palavras, “para sempre”, só poderiam significar os breves anos que duraria a vida de Onésimus na Terra e não uma duração infinita.

Então, qual é a solução? A imortalidade é apenas uma utopia criada pela imaginação e incapaz de ser pro­vada? De nenhuma forma. Entretanto, devemos diferenciar nitidamente entre a Alma e Espírito. Essas duas palavras são consideradas, na maioria das vezes, sinônimos; entretanto, não são. Temos na Bíblia a palavra hebraica ruach e a palavra grega pneuma, ambas significando Espírito, en­quanto a palavra hebraica neshammah e a palavra grega psike significam Alma. Além disso, temos a pala­vra hebraica nephesh, que significa sopro; porém foi traduzida por vida em alguns trechos e por Alma em outros, conforme isso se adequava aos propósitos dos tradutores da Bíblia. É isso que cria a confusão. Por exemplo, é-nos dito no Gênesis que Jeová criou o homem a partir do pó da terra, soprou em suas narinas a vida (nephesh) e ele se tomou uma criatura vi­vente (nephes chayim), mas não uma Alma vivente.

A respeito da morte, diz o Ecl 3:19-20 e outros trechos que não há diferença entre o homem e o animal: “Do mesmo modo que morre o homem, assim morre também o outro o animal: todos respiram do mesmo sopro” (nephesh, novamente). Desse modo é mostrado que o “homem” não ocupa um lugar privilegiado em relação à fera e que todos caminham para o mesmo lugar. Mas há uma distinção bem definida entre o Espírito e o corpo, pois é dito que: “Quando o Cordão Pra­teado se rompe, o corpo volta para a terra, de onde veio, e o Espírito volta para Deus, que o deu”. A palavra morte em trecho nenhum está ligada ao Espírito e a doutrina da imortalidade do Espírito é ensinada de forma con­tundente pelo menos uma vez na Bíblia, em Mt 11:14, onde o Cristo disse a respeito de São João, o Batista: “Este é Elias”. O Espírito que animou o corpo de Elias renasceu como São João, o Batista. Ele deve ter sobrevivido à morte corporal e ter tido acesso à continuidade da vida, portanto.

Quanto a ensinamentos mais profundos e definidos a respeito desse assunto, precisamos recorrer ao místico. No Conceito Rosacruz do Cosmos aprendemos que os Espíritos Virginais, enviados para o deserto do mundo como chispas de luz da Chama Divi­na, que é o nosso Pai no Céu, primeiro se submeteram a um processo de involução na matéria, cada chispa se crista­lizando em um Tríplice Corpo. Então, a Mente foi dada e se tornou o sustentáculo sobre o qual a involução passou para evolução. A Epigênese, habilidade criadora, divi­na e inerente ao Espírito interno, é a alavanca por meio da qual o Tríplice Corpo se espiritualiza, torna-se Tríplice Alma e é amalgamada com o Tríplice Espírito, constituindo-se a Alma o extrato da experiência por meio do qual o Espírito é alimentado, passando da ignorância para a onisciência, da impotência à onipotência, tornando-se, desse modo, finalmente, semelhante ao seu Pai Celestial.

É impossível, devido às nossas atuais capacidades limitadas, conceber a grandiosidade dessa missão, mas conseguimos entender que estejamos muito, muito longe da onisciência e da onopotência, de forma que isso deve requerer ainda muitas vidas. Por essa razão, frequen­tamos a escola da vida exatamente como a criança fre­quenta as nossas escolas. E, da mesma forma que noites de descanso se intercalam entre os dias escolares, noites de morte também se intercalam entre os dias, na Escola da Vida. A criança retoma os seus estudos a cada dia, a partir do ponto em que os deixou no dia anterior. E nós também, voltando a renascer, retomamos as lições de vida no ponto em que paramos na nossa existência prévia.

Se a pergunta fosse “por que não nos lembramos das nossas existências prévias, se é que as tivemos”, a resposta seria fácil. Não nos lembramos do que fizemos um mês atrás, um ano ou alguns anos. Como poderíamos lembrar coisas que remontam há tanto tempo? Tínhamos um cérebro diferente sintonizado com a cons­ciência da vida anterior. Contudo, há pessoas que lem­bram de suas existências passadas e muitas outras estão cultivando essa faculdade a cada ano, pois ela está latente em cada ser humano.

Contudo, como São Paulo diz tão apropriadamente no décimo quinto capítulo da Primeira Epístola aos Coríntios: “Se os mortos não ressuscitam, é vã a nossa fé e somos nós os mais infelizes de todos os homens”. Por essa razão, o neófito que passou pela porta da Iniciação, adentrando os Mundos invisíveis, é sempre levado à cabeceira de uma criança que esteja prestes a morrer. Ele assiste à saída do Espírito e é solicitado a acompanhar esse Espírito nos Mundos invi­síveis, até que procure um novo renascimento. Com esse propósito é que se escolhe, geralmente, uma criança des­tinada a procurar o renascimento dentro do período de um ano ou dois. Assim, em um período relativamente curto, o neófito verifica, por si mesmo, o modo pelo qual um Espírito passa através do portal da morte e retorna à vida física pelo útero. Então, ele tem a prova. A razão e a fé devem bastar àqueles que não estejam preparados a pagar o preço pelo conhecimento dire­to, que não pode ser comprado por ouro. Esse preço é pago com o esforço de uma vida.

(Pergunta nº 29 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II – Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como chegamos ao ponto de poder utilizar o pensamento aqui, no Mundo Físico

Como chegamos ao ponto de poder utilizar o pensamento aqui, no Mundo Físico

Havia um tempo em que não tínhamos a capacidade de experimentar nossos pensamentos aqui no Mundo Físico. Éramos autômatos, guiados em tudo. Criávamos somente nosso próprio Corpo Denso (o físico), Corpo Vital e Corpo de Desejos e ainda de maneira inconsciente. Para podermos ser conscientes da manifestação desses Corpos nos seus respectivos Mundos, além de poder ter a capacidade de experimentar nossos pensamentos aqui no Mundo Físico, houve a necessidade de algumas alterações na nossa constituição.

A primeira alteração foi feita no nosso Corpo de Desejos, o veículo que utilizamos para gerar nossos desejos, nossos sentimentos e nossas emoções. Estávamos a milhares e milhares de anos atrás, em meados de uma Época que conhecemos como Época Lemúrica, a terceira Época desse grande Período, conhecido como Período Terrestre.

Nessa Época, a parte mais avançada da nossa humanidade experimentou uma divisão em duas partes no Corpo de Desejos: a superior e a inferior. O restante da humanidade sofreu divisão semelhante um pouco mais tarde, na primeira parte da quarta Época, conhecida como Época Atlante.

A parte superior construiu o sistema nervoso cérebro espinhal e os músculos voluntários. Com isso, essa parte do Corpo de Desejos dominou a parte inferior do Tríplice Corpo, ou seja, a parte inferior do Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso.

A segunda alteração dependeu da ajuda de uma classe de seres mais evoluídos do que nós, especialistas em matéria mental, denominados Senhores da Mente. Foram, então, os Senhores da Mente que nos deram o germe da Mente. Depois de feito isso, eles impregnaram a parte superior do Corpo de Desejos e da Mente com o sentimento da personalidade separada, a personalidade individual.

É esse sentimento que nos capacita, hoje, de saber, ou ainda, de ter consciência de que “eu sou eu, você é você”, de que cada um de nós é um indivíduo. Com a Mente ganhamos o elo que nos faltava para ligar o Tríplice Espírito (o Espírito Humano, o Espírito de Vida e o Espírito Divino) ao seu correspondente Tríplice Corpo (o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e o Corpo Denso). Portanto, a Mente é o foco em que o Tríplice Espírito, a individualidade, o Ego, reflete-se no Tríplice Corpo, a personalidade.

Essa ligação marca o “nascimento” do indivíduo, do ser humano, do Ego, quando tomamos a posse, de fato, dos nossos veículos Mente, Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso.

Entretanto, isso não foi suficiente para nos tornar conscientes deste Mundo Físico, nem para nos tornar um pensador, a partir desse Mundo, como somos hoje.

A terceira alteração necessária para tornar isso possível foi a construção do cérebro, destinado a ser o instrumento da Mente no Mundo Físico. Note que a necessidade de se ter um instrumento formou o cérebro, porém o pensamento existiu antes da formação desse órgão!

Para isso foi necessário nos separar em sexos. Isso é descrito na Bíblia (Gn 2:21-25) como a criação de Eva.

Precisávamos nos expressar no Mundo Físico e criar a partir dele. Para isso precisávamos construir órgãos criadores. Esses órgãos são: a laringe e o cérebro. Por serem criadores, eles deviam ser criados e mantidos pela força sexual criadora.

Antes da necessidade de criação desses órgãos, essa força era utilizada só para criar outro Corpo Denso, ou seja, só para a propagação. O excesso era irradiado. O ser humano era hermafrodita, capaz de criar outro Corpo Denso sem intervenção de outra pessoa.

Foi então necessário utilizar metade dessa força para a construção desses órgãos. Conforme o Corpo Denso foi se verticalizando, parte dessa força foi se dirigindo para cima. Com isso obtivemos material para construir o cérebro e a laringe, “o meio para o Ego pensar e comunicar pensamentos aos demais seres no Mundo Físico”.

A outra metade dessa força continuou sendo dirigida para baixo, para a propagação. Ou seja, como só metade dessa força passou a ser destinado para criação de outro Corpo Denso, cada um de nós teve que procurar a cooperação de outro ser que possuísse a outra metade complementar. Deixamos de ser hermafrodita. Assim, a partir de então, quando estamos aqui renascidos, o homem expressa mais a vontade, que é uma força masculina, ligada ao Sol, enquanto a mulher expressa mais a imaginação, que é uma força feminina, ligada à Lua.

É importante salientar que sexo só tem a ver com a expressão do Corpo Denso. O Espírito, o Ego, nós de fato, é bissexual.

Em cada renascimento expressamos ou o polo feminino ou o polo masculino com o único objetivo de melhor aprender as lições a que estamos destinados.

Perceba que quando toda a força sexual criadora era utilizada para a propagação, realizávamos muito pouco no sentido do próprio crescimento anímico, quando renascidos aqui, no Mundo Físico. Após essa separação, e consequente construção do cérebro e da laringe, pudemos utilizar o restante da força não empregada na propagação como força para o nosso crescimento anímico a partir daqui.

Assim, podemos conceituar o cérebro como o órgão que “liga” o Ego ao Mundo Físico. É por meio dele que podemos saber qualquer coisa sobre o Mundo Físico.

Já os órgãos dos sentidos levam os impactos exteriores até o cérebro, o Ego os interpenetra e atua no cérebro coordenando essas impressões, respondendo-as por meio de movimentos, observações ou memorização.

Entretanto, não pensemos que uma vez feita essas alterações nos tornamos consciente, pensante, tal como hoje, no estado atual de nossa evolução. Para alcançar esse estado tivemos que percorrer um longo e penoso caminho.

Ainda no final da terceira Época, a Época Lemúrica, começamos a expressar algum som pela laringe. Esses sons eram baseados nos sons da natureza: o murmúrio dos ventos, o barulho das tempestades, o ruído dos rios. A linguagem era considerada santa. Por meio dela tínhamos poder sobre os animais e sobre a natureza. Entretanto, ainda éramos guiados em tudo: os Anjos nos guiavam em tudo que se relacionava com a propagação da raça. Uma outra Hierarquia, conhecida como Senhores de Vênus, guiavam a nossa evolução com o objetivo de conseguirmos manifestar a vontade e a imaginação. Quando renascíamos como homens, éramos ensinados como desenvolver a vontade. Quando renascíamos como mulher, éramos ensinados como desenvolver a imaginação. Os métodos utilizados chegavam a ser cruéis. Entretanto não tínhamos memória. Uma vez passada a experiência, esquecíamo-nos dela imediatamente. Aos poucos essas experiências foram imprimindo no cérebro impactos violentos e repetidos. Com isso uma memória germinal foi sendo desenvolvida.

Entretanto, por sermos guiados em tudo, éramos inocentes e, por conseguinte, ignorantes.

Os resultados das experiências proporcionadas pelos métodos empregados nos deram a primeira ideia do bem e do mal. Já a Iniciação daquela Época era voltada para o desenvolvimento do poder da vontade e da imaginação. Como já dissemos, quando renascíamos como mulher éramos treinados para desenvolver a imaginação. Com isso, começamos a perceber que aqueles que estavam renascidos como homens perdiam seus corpos muito frequentemente. Isso por causa dos métodos empregados para desenvolver a força de vontade. Entretanto, devido à imperfeita percepção do Mundo Físico, renascido como mulher não conseguíamos revelar àqueles renascidos como homem o que estava acontecendo. Foi aí que apareceram uns seres que procuraram nos esclarecer o que acontecia. Seus nomes: Espíritos Lucíferos.

Esses seres entraram através da coluna espinhal serpentina nos seres renascidos como mulher. Devido à consciência voltada para o interior e porque esses Espíritos Lucíferos tinham entrado através da coluna espinhal serpentina, os seres renascidos como mulher os viram como serpentes. Isso é descrito na Bíblia (Gn 3:1-13). Os seres renascidos como mulher aceitaram essa sugestão. Então, os Espíritos Lucíferos “abriram-lhe os olhos”, fizeram-nos cientes dos Corpos Densos, seus e dos seres renascidos como homem.

Os seres, enquanto renascidos como mulher, ajudaram os seres, enquanto renascidos como homem, a “abrir os seus olhos” também. Assim, ambos, voltaram sua consciência para o Mundo Físico. Reparem bem: como pela Lei do Renascimento, cada renascimento é alternado (ora renascemos como homem, ora como mulher), todos passamos por essa experiência luciferiana. Aprendemos “o bem e o mal”, a como propagar a espécie. Entretanto, em virtude da nossa ignorância, abusamos da força sexual, empregando-a para gratificação dos nossos sentidos.

Aos poucos a consciência foi enfocada para o Mundo Físico. Com isso conhecemos a morte, a dor e o sofrimento.

“Se o ser humano continuasse sendo um autômato guiado por Deus, não teria conhecido, até hoje, nem a enfermidade, nem a dor, nem a morte, mas também não teria obtido a consciência cerebral e a independência resultante da iluminação proporcionada pelos Espíritos Lucíferos, os dadores da luz. Eles abriram o entendimento e ensinaram a empregar a obscura visão para obter conhecimento do Mundo Físico”. Essa é a história da queda. Através dela, tomamos as rédeas da nossa evolução. Conhecendo o bem e o mal, o certo e o errado e tendo a liberdade de agir, podemos cultivar a virtude e a sabedoria que nada mais é do que o conhecimento temperado com amor.

Perceba que com essa “queda”, conseguimos utilizar aquele sentimento com que os Senhores da Mente impregnaram a parte superior dos nossos Corpos de Desejos e das Mentes e que nos dão a noção de indivíduo. Porque foi com a queda que começamos a sentir que somos individuais.

Existe um ponto no Corpo Denso colocado na “Raiz do Nariz”, a meia polegada abaixo da pele. É o assento do Espírito Divino. Há um correspondente desse ponto no Corpo Vital. Até antes da queda esses dois pontos não estavam concêntricos, ou seja, estavam distantes um do outro. Isso propagava uma percepção mais nítida dos mundos internos e bem menos nítida do Mundo Físico. Aos poucos, a distância entre esses dois pontos foi diminuindo.

Finalmente, no último terço da quarta Época, a Época Atlante, o ponto do Corpo Vital uniu-se ao ponto correspondente do Corpo Denso. Desde esse momento obtivemos a plena visão e percepção do Mundo Físico. A partir daí começamos a aprender como utilizar os pensamentos.

Como somos imperfeitos, muito sofremos, não só pelo mau uso do pensamento, mas também pela criação de coisas ruins.

Inicialmente começamos desenvolvendo os sentimentos mentais como a alegria, a tristeza, a simpatia, etc. Com esses sentimentos formamos uma incipiente memória. Essa nos proporcionou a disposição para uma rudimentar linguagem, criamos algumas palavras, demos nomes às coisas.

Com o desenvolvimento da memória, tornamo-nos ambiciosos, pois começamos a nos lembrar das nossas obras, e compará-las com as de outrem. Enaltecíamos as pessoas que tinham alcançado algum mérito. Esse foi o princípio da adoração. Graças a isso tudo, fomos dando importância à aquisição da experiência. Em qualquer situação, procurávamos experiências análogas anteriores como base. Se não as encontrássemos, experimentaríamos. Com o desenvolvimento da adoração e a valorização da experiência, criamos o costume de honrar as pessoas em atenção às proezas de seus antecessores.

Pelo mau uso do pensamento, criamos a astúcia, esse terrível vício de querer sempre levar vantagem sobre o nosso próximo. Junto a ela veio o egoísmo, esse terrível vício de querer tomar posse de tudo que desejamos.

Esses sentimentos negativos foram crescendo e usávamos tudo que podíamos para gratificar a nossa vaidade e a nossa ostentação externa. Aos poucos utilizamos a Mente para controlar os nossos desejos. Fomos aprendendo a refrear as nossas paixões. Descobrimos que “o cérebro é superior ao músculo”.

Mais tarde foi nos dado a consciência do livre arbítrio, ou seja, a capacidade de fazer o que quiser, mas, também, de responder por isso, através da Lei de Consequência.

Em paralelo a esse nosso desenvolvimento, foram criadas condições para que enfocássemos nossa atenção aqui no Mundo Físico: as condições atmosféricas foram alteradas com alternância das estações, a nossa alimentação foi sendo acrescida de alimentos que endurecessem nosso Corpo Denso, a mescla de sangue com casamentos entre indivíduos de raças diferentes, entre outros.

Voltando a nossa atenção para o Mundo Físico, começamos a aperfeiçoar o nosso pensamento e a nossa razão, como resultado do nosso trabalho sobre a Mente. Transformamos o Planeta Terra num verdadeiro jardim com todas as facilidades para ser habitado e funcionar num Corpo Denso. Manipulamos os minerais com grande destreza, fazendo com eles móveis, ferramentas, carros, alimentos, etc.

Perceba que só podemos exercitar nosso poder mental nos minerais, sólidos, líquidos e gasosos – manipulando-os, por causa do estágio em que se encontra a nossa Mente: o primeiro estágio, ou mineral.

Transformando o nosso Planeta numa boa morada, conquistamos o Mundo Físico. Com isso ganhamos mais conhecimento, e como o fizemos? Por meio da aplicação do pensamento aqui. Sabemos que temos um Corpo Denso, formado de matéria do Corpo Denso, um Corpo Vital, formado de Éter – matéria também do Mundo Físico -, um Corpo de Desejos formado de matéria do Mundo do Desejo e uma Mente, formada de matéria da Região Concreta do Mundo do Pensamento.

Portanto, carregamos conosco matéria de cada um desses Mundos. Podemos manipulá-las, colorí-las, utilizá-las.

Como Espírito que somos, ou Egos – Espírito Virginal manifestado e envolto no Tríplice véu: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano – funcionamos na Região do Pensamento Abstrato.

Dessa região é que observamos o mundo exterior, que, através dos sentidos, produz impressões sobre o Corpo Vital. Essas impressões produzem sentimentos e emoções no Corpo de Desejos. Essas impressões são levadas, também, através dos sentidos até o cérebro. Daí essas impressões refletem-se na Mente.

Então, manipulamos o material da Região do Pensamento Abstrato, tendo como base a reflexão dessas impressões, criando a ideia. Essa ideia é projetada, através da nossa força de vontade, na Mente. Manipulamos, através da Mente, a matéria da Região do Pensamento Concreto, revestimos a ideia com tal matéria, e a ideia se transforma em pensamento-forma. A Mente pode projetar, então, esse pensamento-forma em três direções possíveis: no Corpo de Desejos, no Corpo Vital ou sobre a Mente de outra pessoa.

Se for sobre o Corpo de Desejos, pode ainda ser envolvido por matéria de desejos, depois atuar na parte etérica do cérebro e daí até os centros cerebrais do cérebro físico que movimentará os músculos para a ação, construindo alguma coisa.

Pode ainda não resultar em ação e ficar arquivado, por falta de vontade.

Se for sobre o Corpo Vital, não provoca uma ação imediata. Fica na memória para uso posterior.

Por fim, projetado sobre a Mente de outra pessoa, pode atuar como sugestão, como na telepatia, ou como meio de ação, como na hipnose.

Com isso concluímos que os pensamentos são gerados no Mundo do Pensamento. E que no Mundo Físico aprendemos como usá-los de maneira correta.

É o nosso principal poder e devemos aprender a mantê-lo sob o nosso absoluto domínio, de modo a não produzir ilusões induzidas pelas circunstâncias exteriores, mas sim verdadeiras imaginações geradas pelo Espírito. O Exercício de Concentração, que deve ser realizado de manhã, assim que despertamos, tem esse objetivo. Não desperdicemos nossos pensamentos em matérias sem nenhuma importância que nos envolve em ambientes de tédio e de medo.

Tenhamos sempre nossos pensamentos voltados para Deus. Com isso fica muito mais fácil dominá-los. Os maus pensamentos só destroem e paralisam qualquer eventual ação. Dominando nossos pensamentos, poderemos dirigi-los para a finalidade que desejarmos.

Aos poucos não precisaremos experimentar, no Mundo Físico, o que criamos no Mundo do Pensamento. Com o desenvolvimento da nossa Mente poderemos imaginar formas que viverão, crescerão e pensarão. E a nossa laringe falará a palavra criadora, pois se tornará espiritualizada e perfeita. Teremos então contato direto com a sabedoria da natureza.

E nos tornaremos um criador de verdade, colaborador mais ativo no plano de Deus.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um novo Corpo: alterações produzidas com a proximidade da Nova Era

É fato que tanto o altruísmo impulsionado por Cristo, ano após ano, quanto a gradual expansão de consciência, promove alterações na dinâmica do funcionamento biológico de partes do Corpo Denso do ser humano. Tais mudanças são efeitos de alterações na composição de outros Corpos mais sutis e das alterações da composição atmosférica da Terra. O presente artigo busca descrever parte destas mudanças graduais, que está estreitamente relacionada à promoção de maior longevidade e até mesmo a tão mal compreendida vida eterna.

Para fins didáticos, o texto é divido em três partes:

  • Parte I – Recapitulação do modo como o ser humano tornou-se consciente no Mundo Físico;
  • Parte II – Mudanças físicas que estão ocorrendo devido à correspondência ao altruísmo;
  • Parte III – O que ele deve fazer para acompanhar as mudanças biológicas que necessariamente devem ocorrer.

Parte I – Recapitulação do modo como o ser humano tornou-se consciente no Mundo Físico 

A recapitulação do modo pelo qual ser humano tornou-se consciente do Mundo Físico se faz necessária para traçar uma linha de referência de seu desenvolvimento. Conforme bem explorado pela Filosofia Rosacruz, o Espírito Virginal desceu dos mundos superiores na involução. Com o propósito de desenvolver os três princípios divinos (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano) que herdou de Deus (pois tal como Deus, quando se manifesta, o faz de forma tríplice – Pai, Filho, Espírito Santo), o ser humano, criado a Sua imagem e semelhança, por ação recíproca constituiu três Corpos compostos por materiais correspondentes aos Mundos pelos quais passava – o Corpo Denso, oitava inferior do Espírito Divino (Pai); o Corpo Vital, oitava inferior do Espírito de Vida (Filho); e o Corpo de Desejos, oitava inferior do Espírito Humano (Espírito Santo).

Mas para que houvesse união e comunicação entre os princípios herdados e seus instrumentos, um veículo mental teve de ser construído. A partir daqui o Espírito se torna um Ego: um Espírito Virginal manifestado em forma sétupla (Tríplice Espírito, Tríplice Corpo e a Mente). Neste ponto do desenvolvimento, a dual força criadora (pólo masculino ou vontade e pólo feminino ou imaginação) ainda era direcionada para baixo, isto é, ambos os pólos, fluíam para o mesmo sentido e conferia ao ser humano a capacidade de ser hermafrodita.

No entanto, para que as vivências exteriores pudessem ser capturadas e para que as ideias concebidas pela Mente pudessem ser transmitidas, adaptações nos Corpos deveriam ocorrer. Especialmente para o Corpo Denso e Vital, deveria ser construído um encéfalo que fosse capaz de processar as informações provenientes do meio e enviar tais códigos para que o Espírito trabalhe sobre as mesmas, e, por fim, transmitir estas conclusões de volta ao meio. Também uma laringe para facilitar a comunicação das conclusões que foram produzidas pelo processamento das informações provenientes do meio.

Concomitante a essas necessidades, a matéria que hoje constitui nosso planeta Terra foi arrojada do Sol e, posteriormente, a matéria que forma a Lua foi arrojada da Terra. Tais separações promoveram expressões separadas de forças (força do Sol e força da Lua). Deste modo, alguns Corpos passaram a serem melhores condutores das forças solares e outros lunares. Um dos pólos da dual força criadora foi internalizado e direcionado para cima, a fim de construir o cérebro e a laringe. No caso do Corpo masculino (condutor da influência do Sol), o pólo feminino foi internalizado para este fim. Já o Corpo feminino (condutor da influência da Lua), o oposto. A condição de ser hermafrodita cessou e a necessidade da cooperação do sexo oposto para procriar se fez necessária. Além disso, um meio físico que suportasse as altas vibrações do Espírito individualizado era necessário para sua manifestação no Mundo Físico e para governo de seus Corpos. O sangue vermelho e quente constitui tal veículo.

O metal marciano conhecido como ferro é o elemento essencial para a produção deste sangue vermelho e quente. Já é bem consolidado pela ciência atual que durante a realização de uma tarefa, grande quantidade de sangue é direcionada a determinadas regiões do Corpo Denso necessárias para realização da mesma. O ocultista sabe que tal fenômeno significa o Ego utilizando sua ferramenta corporal para governar o Corpo e adquirir experiências.

Foi somente na Época Lemúrica – uma das Épocas que atravessamos nesse Período Terrestre desse atual esquema de evolução – que o ferro pode ser livremente utilizado (após a eliminação da influência marciana sobre a Terra) e, assim, o sangue tornar-se mais quente no interior do Corpo Denso em relação à temperatura ambiente.  Com o sangue quente e vermelho e com um cérebro e uma laringe bem formados, o ser humano pôde alcançar o estado de consciência de vigília, parecido com o que temos atualmente.

O plano inicial era o seguinte: quando o Ego renasce em um corpo feminino (mulher) era exposto a estímulos ambientais extremamente fortes* (tempestades gigantescas, ventos, explosões vulcânicas): o objetivo era despertar a consciência das mulheres para fora, e, por meio desta exposição a acontecimentos alheios, a atenção seria direcionada também para isso. Isto iniciou um processo de construção de representações mentais das coisas externas (criação de códigos para que o Espírito pudesse interpretar o meio externo). A neurociência atual comprovou este fenômeno, pois mostra que tudo aquilo que o cérebro interpreta é, em realidade, representações mentais subjetivas que servem como código ou referência. Não se enxerga as coisas como são, mas se enxerga as representações mentais que se criou para interpretar tais coisas. O meio pelo qual as representações foram criadas ocorreu pela imaginação (pólo feminino da força criadora).

Porém, quando o Ego renasce em um corpo masculino (homem), estímulos corporais de dor e de estados de prisões eram determinados. Os estados de prisões eram realizados de modo que o, então homem, pudesse, com um pouco de força de vontade, se libertar. Já a dor, fazia com que um movimento para que a mesma cessasse fosse realizado. Ambos tinham o objetivo de despertar a vontade (força masculina).

Vemos, deste modo, as duas polaridades sexuais agindo separadamente, e métodos de aprendizagem adaptados a cada um eram necessários. Juntamente com esses estímulos, os Arcanjos – seres que estão a dois graus de evolução acima dos seres humanos – neutralizavam o Corpo de Desejos do ser humano, e este só era libertado em épocas propícias para a procriação. A procriação era orientada pelos Anjos – seres que estão a um grau de evolução acima dos seres humanos.

Diferentemente dos Anjos, que direcionam toda sua energia criadora para fora de si e, em troca, recebem sabedoria, o ser humano internalizou metade de sua força criadora para construção de uma laringe e um cérebro. A internalização para autosserviço determina uma característica de individualismo genuíno para ele. Se o estudante meditar sobre este caminho, compreenderá que o processo era demasiadamente lento, mas garantia o despertar seguro da vontade e da imaginação humana. Isto é, naquela época, a Personalidade e o temperamento não agiam como um fator de dificuldade tal como ocorre nos dias de hoje. Pelo menos até o ponto em que este plano pôde perdurar.

Mesmo que a morte do Corpo Denso ocorresse naquela época, a longevidade era muito maior do que atualmente, pois não se conhecia o pecado (transgressões das leis). A mulher, pela imaginação, já conseguia identificar muitas coisas que ocorria fora de si mesma. Mas ela também conservava a visão etérica das coisas. Por isso, quando ela percebia a morte do Corpo Denso e, ao mesmo tempo, também percebia a permanência do Corpo Vital (isto é, a pessoa que morreu no Mundo Físico permanecia viva nos planos internos), esse fato a deixava extremamente confusa.

Para acelerar o processo de evolução, os Espíritos Lucíferos – uma parte da onda de vida Angélica que se atrasou – entraram em contato com a mulher pela coluna espinhal, relatando que poderia gerar um novo Corpo Físico que morria. Para isso, deveria realizar o ato sexual (“comer o fruto da Árvore do Conhecimento”) sem esperar o comando dos Anjos. Isso a tornaria, juntamente com o homem, semelhante aos deuses (com capacidade de “criar”). Esse ato também favoreceria a libertação do Corpo de Desejos, pois haveria motivação para procriação sem a presença dos Arcanjos.

Por isso a Bíblia relata que Lúcifer era uma serpente sábia (coluna espinhal) que apareceu para Eva em uma árvore. Lúcifer (portador da luz) tentou adiantar o processo, ensinando ao ser humano como se libertar da influência dos Anjos e dos Arcanjos, assumindo sua própria evolução e geração de novos Corpos. Isto é relatado na Bíblia como a expulsão da humanidade do Jardim do Éden, que a obrigou a “comer poeira todos os dias de tua vida” e “com o suor de teu rosto, comer teu pão, até que retornes ao solo” (Gn 3:14 e 19). O problema é que o Corpo de Desejos estava em situação muito rudimentar, composto, praticamente, apenas de materiais das regiões inferiores do Mundo do Desejo. A Mente também estava em situação similar, sendo muito fraca para refrear os desejos e direcioná-los para motivação de propósitos do Ego. Tal condição precária somada a genuína condição de individualismo, o egoísmo e as paixões predominaram e uma série de desequilíbrios deu início.

O ser humano deve, pois, a Lúcifer e a seus “Anjos caídos”, à capacidade de ser autômato e da possibilidade de se desenvolver ao ponto de se tornar semelhante aos deuses – por isso, a ideia de que Lúcifer é mau e que deve ser abominado está incutido no inconsciente humano, isto é, foi ele que ensinou a humanidade a desobedecer aos deuses e lhe abriu o caminho para ser semelhantes aos mesmos (superiores aos Anjos). Essa desobediência não deve ser confundida com emancipação de Deus, mas como um novo caminho autômato em Deus (pois nele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser).

O problema é que tal estado só será alcançado quando a Personalidade for dominada (estado ainda sonhado pela maioria das pessoas que já despertaram para a vida espiritual).  O individualismo genuíno, transformado agora em egoísmo e orgulho pela Personalidade, fez com que cada ato do ser humano fosse direcionado para benefício próprio e quase nenhuma cooperação era conseguida. A sabedoria divina incutindo determinadas motivações no âmago da Personalidade, fez com que a evolução não fosse totalmente frustrada. As motivações foram: Amor, Fortuna, Poder e Fama. O desejo de alguma ou várias destas coisas é o motivo pelo qual se faz ou deixa de fazer algo. Isso promove alguma experiência e aprendizado. O livro O Conceito Rosacruz do Cosmos já explorou todos os fatos mencionados até o momento com extraordinária maestria. Convidamos o leitor para estudar este livro, a fim de que tenha uma ideia melhor de tudo isso.

Parte II – Mudanças físicas que estão ocorrendo devido à correspondência ao altruísmo

Agora que foi recapitulado o processo de aquisição do estado de consciência vigília e esclarecido o modo pelo qual deixamos o plano inicial de evolução e iniciamos o processo de evolução “por nossa própria conta e risco”, o segundo objetivo do presente artigo pode ser trabalhado. Isto é, que mudanças físicas estão ocorrendo devido ao aumento da consciência e altruísmo no mundo?

O Corpo Denso é um instrumento que, atualmente, possui duração pré-determinada de utilidade para servir ao propósito do Ego que é: extrair a quintessência das experiências vividas. Com o passar do tempo, suas funções vão declinando (devido à incompetência do ser humano em não deixá-lo cristalizar), até que a morte (a incapacidade do ser humano em se manter encarnado nesse Corpo Denso) sobrevém.

Dois fatores importantes atrapalham o desenvolvimento dos poderes do Ego: 1) a busca da satisfação pessoal imposta pela Personalidade que inclui o gasto demasiado da força sexual, a gula, os vícios, os maus hábitos, as omissões, as preguiças e irresponsabilidades com a saúde, entre outros, todos constituem maiores prazeres físicos e encurtamento da vida; 2) a influência da Lei de Consequência, pois muitos desequilíbrios foram gerados a partir da falsa iluminação lucífera. As doenças limitam, consideravelmente, a qualidade da produção anímica pelo Ego.

Presença de doença não significa ausência de possibilidades para geração de produção anímica. A Graça Divina é tamanha que há espaço para o desenrolar concomitante de produção anímica e o reequilíbrio das Leis transgredidas. Esse plano só pôde ser concretizado a partir do trabalho misericordioso de Nosso Senhor (o Cristo), que anualmente “retira o pecado do mundo”, isto é, purifica o Mundo do Desejo da Terra com seu Altruísmo. Com isso, disponibiliza materiais para que a humanidade possa avançar no caminho, mesmo que ainda tenha muitos pecados.

O tema astrológico natal revela as tendências de pontos fracos, cuja ciência material compreende como de origem genética e ambiental. Tais tendências são determinadas a partir dos desequilíbrios praticados em vidas precedentes e de desequilíbrios que tenderemos a realizar na presente vida. Por meio da progressão pode-se saber o momento em que tais tendências estarão ativas e fortes.

Independente do tipo de doença e do tratamento que o doente e seus cuidadores devem buscar, duas são as fontes de energia que, se deficitárias, acelerarão o desenvolvimento de qualquer patologia: 1) a energia vital que vem diretamente do Sol e é absorvida através do baço; e 2) a energia proveniente dos alimentos físicos, produto da respiração celular realizada, principalmente, pelas mitocôndrias. “É a fusão dessas duas correntes que produz o poder latente que está armazenado em nosso Corpo Vital até converter-se em energia dinâmica pelo desejo marciano natural” (veja mais detalhes no livro O Mistério das Glândulas Endócrinas), e, assim, o ser humano pode utilizar essa energia para produzir crescimento anímico.

Com foco na corrente de energia proveniente do consumo de alimentos, Max Heindel descreve: “o sangue que entra em contato com o ar, todas as vezes que respiramos, passa pelos pulmões e, da mesma maneira que uma agulha é atraída para um imã, o oxigênio do ar inspirado se mistura com o ferro no sangue. Realiza-se, então, um processo de combustão que é semelhante à ferrugem ou oxidação que observamos no ferro exposto ao ar”. Continua: “a experiência ensinou-nos que o material combustível pode ser colocado em uma fornalha com todas as condições necessárias para a combustão, porém, até que se use o fósforo, os materiais não serão consumidos. Aqueles que estudaram as leis de combustão sabem que uma corrente de ar bem forte leva consigo grande quantidade de oxigênio, que é necessário para se obter calor do combustível que contém muito mineral”. Assim, oxigênio é o acelerador deste processo. “Um processo similar ocorre dentro do corpo, que é o templo do espírito” (veja mais detalhes no livro Maçonaria e Catolicismo).

O processo de combustão que ocorre dentro do Corpo é um pouco diferente da combustão verificada, por exemplo, quando se queima gasolina, madeira ou papel. Neste último, o processo de retirada de energia ocorre em grande quantidade e de uma única vez. Por outro lado, a respiração celular promove quebra das cadeias de carbono (processo químico necessário para a retirada de energia das moléculas) de modo gradativo e em pequenas parcelas. Isto é necessário para a preservação da estrutura das células, pois se a combustão ocorresse como no primeiro exemplo, as células pereceriam pelo excesso de energia. Além disso, a energia retirada pelas mitocôndrias não é consumida rapidamente, mas permanece dissolvida na célula e, gradativamente, é utilizada no metabolismo.

Um dos problemas é que durante a extração de energia, moléculas incompletas de oxigênio também são geradas: incompletas por conterem um número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica. Este elétron ímpar, que se estabelece após cada quebra das cadeias de carbono, pode não ser pareado com o restante dos elétrons do átomo em questão. Em outras palavras, sua órbita segue uma rota diferente da órbita dos demais elétrons. Tal característica confere-lhe grande capacidade de reagir com outras biomoléculas que existem na célula, contra as quais colidem. Essa reação forçará a retirada de elétrons de outras moléculas que já são completas e possuem função importante dentro do sistema biológico (principalmente lipídios e proteínas das membranas celulares e, até mesmo, o DNA). Essa retirada de elétrons modificará suas adequadas estruturas e funções. Os exemplos mais comuns de radicais de oxigênio altamente reativos são: radicais superóxido (O2-), hidroxila (OH-), peroxila (RO2), alkoxila (RO) e hidroperoxila (HO2). O óxido nítrico (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2) são espécies reativas de nitrogênio.

O organismo normalmente consegue equilibrar os efeitos desses radicais de oxigênio reativos (radicais livres). Porém, há casos em que ocorrem desequilíbrios a favor do sistema pró-oxidantes em detrimento do sistema antioxidantes. Isto é denominado estresse oxidativo. O acúmulo dos efeitos do estresse oxidativo promove danos nas células e acelera o surgimento de doenças e envelhecimento (principalmente se ocorrer em órgãos do corpo relacionados a vulnerabilidades que acumulamos em outras vidas), fatores estes que limitam as oportunidades do Ego de gerar experiências e crescimento anímico.

Dentre as doenças já comprovadas pela ciência física que estão relacionadas aos efeitos dos radicais livres, somados a outros fatores estão: demência de Alzheimer, doença de Parkinson, aterosclerose, complicações da diabetes mellitus, câncer, doenças cardiovasculares, catarata, declínio do sistema imunológico, disfunções cerebrais, o envelhecimento precoce, enfisema pulmonar, doenças inflamatórias, entre outras.

Sobre a respiração celular e oxigênio dentro do Corpo Denso, Max Heindel continua: “É a chama que acende o fogo interior e gera o produto espiritual que se exterioriza de todas as criaturas de sangue quente, da mesma maneira que o calor se irradia de uma estufa. Estas linhas radiantes de força que emanam de nossos Corpos Densos de maneira invisível à visão física, são nossa aura, como já foi dito, e, não obstante a cor da aura de cada indivíduo diferir da dos outros, existe uma cor básica ou fundamental que mostra sua posição na escala da evolução. Nas raças inferiores esta cor básica é um vermelho fraco, semelhante ao vermelho de um fogo que queima lentamente, que indica sua natureza passional e emocional (isso indica que a pessoa ainda responde a Lúcifer e a Jeová). Ao examinarmos as pessoas que estão em grau mais elevado na escala da evolução, a cor básica ou a vibração irradiada por elas parece ser de uma tonalidade alaranjada, que é o amarelo do intelecto misturado com o vermelho da paixão”.

O uso de antioxidantes, pela alimentação, naturalmente pode evitar os danos corrosivos dos radicais livres de oxigênio. O problema é que as transgressões das Leis Divinas e a natureza passional, em muitos casos, são tamanhas, que o uso de oxidantes nem sempre é suficiente, e os danos ainda permanecem. A produção de radicais livres constitui um fator natural do Corpo Físico e sempre foi programada por nós mesmos. Afinal, o propósito da existência física é o acúmulo de experiências e não devemos permanecer na Terra para “todo o sempre”. Naturalmente, processos que facilitam a morte e o desgaste do Corpo Físico devem ocorrer. O comer da árvore da vida, provavelmente, implicaria em também solucionar o problema dos efeitos dos radicais livres, dentre outros relacionados a doenças e morte do Corpo Físico.

“A auréola dourada ao redor dos santos, pintada por artistas dotados de visão espiritual, é a representação física de uma promessa espiritual que se aplica à humanidade como um todo, embora isto tenha sido compreendido apenas por alguns poucos, que são chamados Santos. Após vidas de luta com suas paixões, perseverança no fazer o bem, cultivando nobres aspirações e depois de aderir firmemente a propósitos superiores, estas pessoas elevaram-se acima do raio vermelho e estão agora totalmente imbuídas com o raio dourado de Cristo e sua vibração.” Max Heindel continua: “A cor dourada natural é o raio de Cristo, que encontra sua expressão química no oxigênio, um elemento solar”.

Naturalmente, o aspirante pode concluir que conforme a correspondência às vibrações Crísticas e o estabelecimento de uma vida com propósitos superiores, tanto a eficiência das mitocôndrias no processo de respiração celular quanto fatores que neutralizam os radicais livres aumentarão, promovendo menores danos às células e maior longevidade saudável. Porém, tal conclusão parece ser equivocada. Lembre-se: o propósito do Ego não é permanecer na Região Química do Mundo Físico, mas retornar ao Pai com sua herança divina despertada e totalmente desenvolvida (Parábola dos Talentos).  A compreensão de como ocorre a longevidade é fator chave para a terceira etapa (conclusão) deste artigo.

Parte III – Que se deve fazer para acompanhar as mudanças que necessariamente devem ocorrer

Qual a diferença de desempenho de uma pessoa experiente e de outra iniciante, em uma dada tarefa em comum? A diferença básica é que a pessoa experiente já aprendeu todos os mecanismos e as técnicas necessárias para desempenhar, com segurança, cada etapa de uma tarefa. Por isso, aplica de modo direcionado, com paciência e observação, a quantidade ideal de energia (vontade) e estratégias para cumprir o propósito com eficiência. Já o inexperiente, por não conhecer os mecanismos e nem as técnicas, necessita muito tempo para aprender e tirar conclusões. Além disso, mesmo que realize todo este movimento, se realmente não se dedicar na extração da experiência, pouca memória formará. Isso significa que “viveu as cegas”, e continuará a gastar bastante energia todas as vezes que se deparar com a mesma situação, sendo um eterno aprendiz das mesmas coisas.

O acúmulo de experiência permite o menor gasto de energia e assim, menor necessidade das funções das mitocôndrias para gerar energia. Isso não significa que há menos atividades ou produção anímica. Inversamente, se faz muito mais com muito menos! Conforme a correspondência de vida vai gradativamente se afinando com as lições Cristãs, o uso dos Corpos pelo Ego ocorre mais adequadamente. Isto é, o Eu Superior domina a Personalidade e a espiritualiza. Este domínio pode ser ilustrado da seguinte maneira:

  1. uma determinada ideia é concebida pela Mente;
  2. a força de vontade do Ego utilizará a Mente (foco mental) para direcionar essa ideia e concretizá-la no Mundo Físico;
  3. com este foco mental sob o domínio da vontade, haverá o despertar da motivação (Corpo de Desejos) e energia física (Corpo Vital e trabalho das mitocôndrias) para concretização física da ideia;
  4. o movimento voluntário observado será o produto final de uma tentativa de concretização da ideia concebida;
  5. a experiência da tentativa (quintessência) deverá ser observada em termos de eficiência do foco mental; motivação necessária para tal; e energia física para ação. Se houver falha em alguma destas etapas, a eficiência será abalada. Se houver sucesso total, significa que o domínio da situação já é uma verdade;
  6. Várias memórias são formadas neste processo e servirão de base para ações futuras e aumento da eficácia. Para estas formações, necessitamos dos Éteres de Luz e Refletor (Corpo-Alma).

Vemos, pois, que uma vida bem vivida está pautada no acúmulo de sabedoria e firmada a propósitos superiores. Não há outro propósito maior do que estes. A fé, o amor universal, o propósito de contribuir com a evolução da humanidade e a convivência com verdades espirituais, revelam caminhos tão sublimes e infinitos que tornam cada ato da vida uma nota musical afinada à grande sinfonia divina. Não haverá mais espaços para desequilíbrios ou transgressões das leis, mas sim ações que nos aproximam de Deus.

A lógica do menor esforço e maior eficiência é o padrão de ouro para a vida espiritual, mas ela exige o emprego constante da observação e do aprendizado. Com o tempo, passaremos a evocar as experiências de modo tão eficiente que não mais necessitaremos dos arquivos do cérebro denso para nos fornecer referência de como agir, mas iremos acessar diretamente o éter refletor, não mais necessitando de energia física. Consequentemente haverá menos necessidade de mitocôndrias e menos radicais livres. Passaremos a utilizar o éter, um material com vibração superior aos elementos químicos do sangue, para manifestação do estado de vigília (já o fazemos atualmente, mas a quantidade será muito maior), pois o poder do Ego será tamanho que necessitará de materiais mais vibrantes para dar conta de sua expressão. Neste estado de Corpo de Vida, não mais conheceremos a morte e a vida eterna será, então, uma realidade.

Para finalizar, é importante considerar que um dos pólos da dual força criadora foi internalizada e direcionada para cima, a fim de construir um cérebro e uma laringe (mencionado na primeira parte deste artigo). Antes, ambas eram direcionadas para baixo com o propósito de gerar Corpos Físicos. Com o novo Corpo de Vida, não mais haverá mortes e desnecessária a geração de Corpos Densos, sendo o ser humano Cristificado isento da paixão lucífera.

O casamento místico, conforme bem expressado por Salomão em seu “Cântico dos Cânticos”, mostra a reunião dos polos da força criadora, mas agora com parte que permaneceu para baixo também direcionada para cima. “O homem deve se casar com a mulher que possui dentro de si mesmo, e a mulher com seu homem interno”. O mito denominava cada polo como Anima (feminino) e Animus (masculino). Com esta “re-união” dos polos criadores, mas direcionados para cima, a palavra fornecerá o molde (o verbo se fará carne) para gerar obras tão grandiosas como as obras dos deuses.  

*note que as condições da Terra nesta época era bem diferentes das condições atuais.

Que as Rosas Floresçam em vossa cruz

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