O simbolismo é o meio pelo qual o Espírito tenta se expressar na Mente em que ele está se manifestando. É o nosso meio de comunicação com os outros. A palavra é o símbolo de uma ideia e, assim, toda a literatura, a música, a arte, a dança, todo o drama ou muitas outras coisas simbolizam a ideia que uma Mente deseja transmitir a outra.
Em épocas passadas, as Mentes mais altamente evoluídas transformaram a ideia de Deus em imagem ou outra forma para os menos evoluídos. Muitas vezes as pessoas menos desenvolvidas espiritualmente adoravam o símbolo, não sendo capaz de aprender sobre o que é Espírito e o que é Forma.
Hoje, a palavra “Deus” significa muito para alguns de nós; contudo, não sentimos ou expressamos reverência e adoração a palavra, mas o ideal que ela traz à Mente. Até a meditação sobre a palavra “Deus” pode fornecer muito alimento ao Espírito. Então, imagine quanto mais podemos obter como alimento ao Espírito a partir de um Símbolo tão rico como o Símbolo Rosacruz! Ele é fornecido a nós como alimento espiritual. Não há transubstanciação, para acharmos que a coisa em si seja santa, embora saibamos que um Símbolo utilizado há anos gradualmente absorva algumas das vibrações do Serviço para que é usado. Ele, também, exterioriza novamente para todos os que o utilizam, de modo que uma pessoa sensível às vibrações espirituais pode senti-las. O ideal por trás de um Símbolo pode ser de grande valor espiritual nas vidas daqueles que o utilizam de maneira compreensivamente.
Atualmente, temos uma pequena palavra de apenas uma letra e ela nos representa inteiramente: Corpo, Mente e Espírito. É usada por nós para representar qualquer uma das nossas partes ou o todo, de acordo com o nosso conhecimento. Esta “palavra”, ou Símbolo, foi usada para representar o nosso Corpo, quando nossa consciência começava a enxergar o fato de que nós tínhamos um Corpo Denso: a letra “I”. Esse é o braço inferior da cruz. Quando a nossa compreensão sobre nós mesmos foi além, adicionamos um braço ao topo e depois o outro, fazendo o “tau[1]” ou “T”. Essa é a Chave Egípcia da Vida. Essa linha horizontal simboliza a nossa vitalidade e nossa natureza emocional. Quando começamos a manifestar nossos pensamentos aqui, o topo foi adicionado, criando a verdadeira cruz romana. Isso completa o nosso quádruplo veículo – Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente. É nessa cruz de matéria que o Ego tem sido crucificado desde a fundação do mundo, e nós aí permaneceremos até os dias de libertação, quando conheceremos a “liberdade gloriosa dos Filhos de Deus”[2]. Até agora, enquanto nossos ideais permanecem materialistas, a cruz é negra, símbolo da matéria; mas quando espiritualizarmos nossos ideais por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós, tornaremos a cruz branca. Atualmente, a Humanidade é, em termos simbólicos, como uma cruz branca com uma linha preta contornando-a. Estamos reconhecendo os direitos dos outros, os ideais de fraternidade e o autossacrifício pelos outros estão crescendo. A cruz branca e pura simboliza a casta vida dedicada de um servo da Humanidade, um Auxiliar Invisível. A cruz do Símbolo Rosacruz possui três meios círculos no final de cada braço – por isso é uma cruz trilobada –, totalizando doze. Esse é o símbolo do ser humano cósmico, do qual o humano é o microcosmo. Representa as doze Hierarquias Criadoras que se manifestam como Signos do Zodíaco e nos ensina a governar esse veículo quádruplo, no qual trabalham junto conosco, o Ego. São necessárias doze esferas para cobrir uma esfera do mesmo tamanho; do mesmo jeito, os grandes mestres espirituais tiveram doze Discípulos e o Ego tem doze faculdades psíquicas que cobrem o ser humano espiritual.
Aparentemente, do centro da cruz irradia a estrela dourada de cinco pontas com uma ponta para cima. Este é o Símbolo do Manto Nupcial – Corpo-Alma – que um de nós está tecendo para nós próprios por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós. À medida que a cruz se torna mais branca, a estrela surge mais luminosa, até chamar a atenção de um dos Grandes e Compassivos Seres, que colocará a pessoa em contato com a Escola de Mistérios (Iniciações), a Ordem Rosacruz, onde ela terá um crescimento muito mais rápido em espiritualidade do que se estivesse sozinha na jornada para Deus. A estrela é dourada e está próxima da cor do amor de Cristo, que deve ser o motivo da ação. O amarelo é símbolo do segundo Aspecto da Deidade, o Filho ou Cristo; mas atualmente a Humanidade não pode manifestar o amarelo puro do amor de Cristo. Precisamos transformá-lo na cor laranja-avermelhada. Necessitamos desenvolver o Corpo-Alma ou, nas palavras de Cristo, o Manto Nupcial, antes que o Filho possa nascer em nós ou que possamos participar da festa do Casamento Místico. Atrás da estrela e da cruz está um campo infinito feito de azul celeste, que é o símbolo do puro Espírito do mesmo jeito que o céu azul simboliza o caos do qual surgiu a manifestação. Esse é o primeiro Aspecto da Divindade, o Deus-Pai. Cristo disse que Ele deve submeter todas as coisas a Si mesmo para, então, entregar o Reino ao Pai. Sabemos pouco sobre o que esse Reino deva ser ou sobre seus poderes e esse pouco chega a nós por intermédio dos ensinamentos do Filho. Portanto, o azul é tingido de amarelo e não é puro, sendo mais como a turquesa, muito translúcido e cheio de vida.
Pendurada na cruz está a coroa de sete rosas vermelhas, com sementes desprovidas de paixão, o símbolo da força sexual criadora e divina purificada e elevada a uma posição superior. O vermelho simboliza o terceiro Aspecto da Deidade, o Espírito Santo. Essa é a única cor pura mostrada no símbolo e, hoje, a Humanidade é capaz de manifestar o seu pensamento abstratamente, que é o poder do Espírito Santo. A nossa, do Ego, vida está no sangue e, portanto, devemos purificar e elevar a vibração do sangue mediante uma vida de serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós, antes que possamos manifestar a Estrela da Esperança e atrair o Mestre para nós. Assim como a rosa é o produto mais elevado do mundo das flores, também nós, que transmutamos as forças impuras da vida do sangue cheio de paixão na força criadora da vida pura do Espírito de Vida, alcançamos o mais elevado estado humano.
Assim, vemos que o Símbolo Rosacruz é um símbolo da nossa evolução passada, da nossa posição atual e dos ideais pelos quais devemos trabalhar no futuro. É uma maravilhosa fonte de inspiração para a Meditação.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross em 05/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil)
[1] N.T.: Tau (Τ ou τ; em grego: ταυ) é a décima nona letra do alfabeto grego.
[2] N.T.: Rm 8:21
Resposta: Talvez uma razão fundamental para tanto distúrbio e violência entre nós seja o fato de que nós estamos atravessando um período em que forças antagônicas lutam por dominar a nossa consciência e o mundo que nos cerca.
A Filosofia Rosacruz afirma “o caminho evolucionário da Humanidade está indissoluvelmente ligado as Hierarquias Criadoras que regem os Astros e são os Signos do Zodíaco”.
A passagem do Sol e dos Astros através dos doze Signos zodiacais assinala o nosso progresso no tempo e no espaço. “Presentemente, o Sol, pelo movimento chamado de Precessão dos Equinócios, percorre o Signo de Peixes, encerrando uma Era de superstição e escravidão intelectual. Estamos já penetrando na Órbita de Influência de Aquário, um Signo intelectual, científico e altruísta. Desta forma sofremos a ação de vibrações Astros diferentes em nossa consciência e ao nosso redor”.
Os menos evoluídos são incapazes de manter-se num ponto de equilíbrio desejável para um progresso mais seguro.
Outro ponto a considerar: os separatistas Espíritos de Raça, engendrando diferentes Religiões, costumes, idiomas, tradições, leis, etc., influenciam grande parte da Humanidade, promovendo atritos e guerras. Lembrando que o objetivo dessas Religiões de Raça – mantidas pelos Espíritos de Raça é para que a pessoa que está sob tais Religiões se esforcem para conquistar o seu Corpo de Desejos. Somente com o unificante poder do Cristo, pode-se eliminar a força dos Espíritos de Raça, removendo assim a causa principal da violência.
Cristo encontra-se além dos outros Arcanjos, pois é o mais elevado Iniciado do Período Solar; o Arcanjo que aprendeu tudo que um Arcanjo deve aprender nesse Esquema de Evolução. Seu veículo inferior é o Espírito de Vida, não usando outro mais denso. O Mundo do Espírito de Vida é o primeiro mundo cósmico, ou seja: o Mundo onde não existe a separatividade, somente a Fraternidade. Unicamente pelo poder do Espírito de Vida é que o sentimento extremado de nacionalidade pode ser superado e a Fraternidade Universal tornar-se uma realidade.
Deve também ser lembrado que ao final de ciclos evolutivos (que é o momento que estamos: final da Era de Peixes, mas já na Órbita de Influência da Era de Aquário) renascem muitos Egos poucos evoluídos, os quais recebem assim sua oportunidade final de avançar suficientemente a ponto de não se perderem de seu grupo evolucionário. É desnecessário dizer que os Egos menos evoluídos são provocadores das ondas de violência, desejando atingir seus objetivos.
Outro fator a ser considerado diz respeito às dívidas de Destino Maduro (aquelas que só podem ser resgatadas através da expiação) geradas no passado por indivíduos e nações. Desde os tempos em que começamos a fazer uso do nosso livre arbítrio, o egoísmo e a crueldade compuseram parte do cenário terrestre. Debaixo da Lei de Causa e Efeito toda maldade deve ser resgatada com sofrimento, dor ou algo parecido. Se vivemos pela espada, morreremos pela espada. Se não acontecer em uma existência, sobrevirá na outra. Somos livres para decidir por um curso de ação, porém, essa liberdade nos traz a consequente responsabilidade.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz junho/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Resposta: Nosso correspondente deseja nossa opinião a respeito do assunto, pois nós acreditamos nele e advogamos o ponto de vista de que a Era de Aquário (que ele chama de Idade Aquária) está próxima. Estamos, portanto, incluídos na classe de escritores que o editor acima citado denuncia como “charlatães”, mas não será por isso que deixaremos de atender ao nosso consulente a fim de lançar mais luz sobre o assunto. Não nos perturbamos pelo ataque, quando consideramos a sua origem.
A pergunta acima é daquelas que dependem de pontos de vista. Sabemos ser correto, como diz o editor, que o Sistema Solar nunca esteve e nem nunca estará em Aquário. Na realidade ele se afasta da constelação de Aquário. Sabemos também que o Sol nunca “se levantou nem nunca se levantará” e, contudo, não chamaremos de charlatão a pessoa que usar essas expressões. Sabemos que, do ponto de vista de um observador colocado sobre a Terra, o Sol parece se levantar, e o ocultista tem a mesma intenção ao dizer que vamos entrar em Aquário por Precessão dos Equinócios. Não perdemos tempo dizendo que, devido à rotação da Terra em torno do seu eixo, o Sol se torna visível às sete horas da manhã. Dizemos, simplesmente, que o Sol se levanta às sete horas. Pela mesma razão não dizemos que “devido à Precessão dos Equinócios parece que o Sol, quando visto da Terra, está se aproximando da constelação de Aquário ao cruzar o Equador por ocasião do Equinócio de Março”. Se o disséssemos, todos os astrônomos concordariam conosco a respeito do fenômeno observado no firmamento, embora pudessem discordar quando afirmássemos que isso influi sobre os afazeres da Humanidade. Em lugar de usarmos essa longa explicação, dizemos simplesmente que “o Sol se aproxima de Aquário”, e todos devem se abster de críticas antes de compreender o verdadeiro sentido daquilo que dizemos.
Enquanto isso os Estudantes Rosacruzes devem se familiarizarem com os fatos astronômicos de modo a poderem dar opiniões inteligentes que sustentem suas crenças. Estudantes Rosacruzes que estudarem a Filosofia Rosacruz e por meio dela adquiriram conhecimento dos fatos suprafísicos e, contudo, desconhecem os fatos mais comuns, fornecidos pela astronomia e pela fisiologia, não impressionam bem uma assistência, quando somos versados sobre os veículos mais sutis do ser humano devemos, também, conhecer, pelo menos, os fatos principais a respeito do Corpo Denso que todos veem. Quando falamos sobre a influência das estrelas devemos conhecer também algo a respeito dos movimentos mecânicos do firmamento, conhecidos e entendidos pelos astrônomos. A fim de que os Estudantes Rosacruzes, não familiarizados com esses fatos, possam ter discernimento a respeito do assunto, elucidá-los-emos rapidamente. Uma explicação mais detalhada é fornecida no Livro Astrologia Científica e Simplificada – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, que pode ser lida aqui[1]:
Quando a Terra se move em sua órbita anual em torno do Sol, parece, quando observamos da Terra, que o Sol percorre o céu através de uma faixa estreita constituída de doze Constelações ou grupos de Estrelas que possuem certos nomes: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Se o eixo da Terra fosse estacionário como o eixo de uma roda, veríamos o Sol sempre no mesmo lugar da Constelação em que estava no dia anterior, mas o eixo da Terra tem um movimento de oscilação semelhante a um pião que diminui de velocidade. Isso faz com que a posição aparente do Sol varie, quando observado da Terra, de maneira que ele atinge uma determinada posição um pouquinho mais cedo cada dia. Ele precede, e é por isso que os astrônomos falam de “Precessão dos Equinócios”. Isto é, anualmente o Sol parece cruzar o Equador, por ocasião do Equinócio de Março, uma curta distância antes do ponto em que cruzara no ano anterior. Desse modo, se em um determinado ano cruzou o Equador no primeiro grau de Áries, no ano seguinte cruzará o mesmo círculo ligeiramente dentro dos limites da constelação de Peixes. No ano seguinte estará ainda em Peixes, porém ainda mais distanciado do primeiro grau de Áries, e assim por diante. Contudo, esse movimento retrógrado é tão lento que o Sol leva, em torno de, vinte e seis mil anos para percorrer, em sentido inverso, todos os Signos ou, em torno de, dois mil e cem anos para atravessar um Signo, ou, em torno de, setenta anos para percorrer um grau do círculo.
Usualmente os astrônomos falam de “graus de Ascensão Reta”, por meio dos quais dividem o círculo celeste no número usual de trezentos e sessenta graus, começando no ponto em que o Sol cruza o Equador no subsequente Equinócio de Março. Eles chamam de Áries aos primeiros trinta graus a partir desse ponto. Touro, aos segundos trinta graus, etc., de maneira semelhante aos astrólogos. Há, pois, o Zodíaco Natural, composto das doze Constelações ou grupos reais de estrelas no firmamento, cuja variação é tão pequena que seu movimento é imperceptível mesmo que transcorram várias centenas de anos, e o Zodíaco Intelectual que começa no ponto do Equinócio de Março de qualquer ano determinado.
Ao observarmos que o Sol, por Precessão dos Equinócios, caminha em sentido retrógrado através dos Signos do Zodíaco, perceberemos que chegará uma época em que o Equinócio de Março ocorrerá no primeiro ponto de Áries: e então, durante esse ano, os Zodíacos Natural e Intelectual coincidirão. A última vez em que isso aconteceu foi em cerca de 500 D.C. e visto o Sol ter retrocedido a taxa média de cerca de um grau em cada setenta anos, torna-se evidente que atualmente o Equinócio de Março ocorre em mais ou menos dez graus de Peixes. Portanto, será em cerca de 2.600 D.C. que o Sol entrará realmente na constelação de Aquário. Ou melhor, para estarmos de acordo com os fatos científicos, digamos que parecerá quando observado da Terra, como se o Sol cruzasse o equador na constelação de Aquário. Durante dois mil e cem anos a partir dessa época, o Sol aparecerá como se estivesse na constelação de Aquário, por ocasião do Equinócio de Março. Portanto, podemos dizer que a Era de Aquário compreenderá dois mil e cem anos contados a partir de mais ou menos 2.600 D.C., durante os quais o Sol, por Precessão dos Equinócios, parecerá estar na constelação de Aquário quando cruzar o Equador no Equinócio de Março.
O leitor certamente já passou pela experiência de sentir, repentinamente, alguém atrás de si enquanto lia, escrevia ou estava absorto em qualquer outra tarefa, sem que, contudo, notasse a aproximação dessa pessoa devido à concentração na leitura ou no trabalho. Essa pessoa não falou nem fez ruído, contudo sua presença foi sentida cada vez mais agudamente até obrigar ao leitor se voltar. Esta é uma experiência muito comum, e certamente todos já passaram por ela. Mas qual a sua explicação? É simplesmente o seguinte: além do Corpo Denso, possuímos certos veículos invisíveis a visão física. Esses invólucros sutis estendem-se além do Corpo Denso de maneira que quando estamos perto de outra pessoa os Corpos Vitais se interpenetram, e quando estamos muito quietos e passíveis sentimos mais rapidamente essas influências sutis que em outras ocasiões, embora elas existam sempre e sejam sempre fatores potentes em nossas vidas.
“Como em cima, é embaixo” e vice-versa, é a Lei da Analogia, a chave mestra dos mistérios. Nós somos o microcosmo e as estelares (Astros, Planetas e Satélites naturais) o macrocosmo. Podemos concluir, portanto, que os grandes estelares que se movimentam no céu e são corpos de Espíritos têm veículos sutis semelhantes à aura atmosférica da nossa Terra. Por isso, quando o Sol se aproxima da constelação de Aquário, por ocasião do Equinócio de Março, ele transmite essas influências à Terra juntamente com os raios solares. Assim como a primavera é a época particular em que tudo se torna impregnado de vida, podemos também julgar que o raio de Aquário ao ser transmitido se torna sentido entre as pessoas da Terra, não importa elas creiam nisso ou não. Portanto, se pudermos perceber o que é a influência de Aquário, estaremos habilitados a responder à pergunta: “O que é a Era de Aquário?”. Partindo de um outro ponto de vista, a Astrologia Rosacruz nos fornece esta informação, baseada na experiência e na observação.
Aquário tem uma influência intelectual que é original, inventiva, mística, científica, altruística e religiosa. Se aplicarmos o lema Bíblico: “Conhecê-los-eis pelos seus frutos“[2] a esse problema, deveríamos esperar que a Era de Aquário seja anunciada por conquistas originais em todas as linhas ligadas à Ciência, Religião, misticismo e altruísmo. Podemos agora olhar, respectivamente, para os setenta anos anteriores em que o Sol avançou um grau em sua órbita, por Precessão dos Equinócios, em direção a Aquário. Verificamos que durante esse tempo houve uma mudança apreciável em todas as linhas de pensamento e de esforço que a história registra nos dois mil anos passados. Quase todas as invenções que fazem parte de nossa vida atual surgiram durante esse tempo. O telégrafo, o telefone, o emprego da eletricidade, a conquista do ar e do vapor, o motor a explosão e outras invenções em número muito extenso para serem mencionadas, estão marcando o progresso do Mundo Físico.
Notamos, também, a rapidez com que todos os movimentos de pensamento liberal a respeito de assuntos religiosos estão substituindo as condições antiquadas de crença limitada e o crescente número de pessoas que desenvolveram a visão espiritual e estão investigando as tendências da evolução nos planos superiores. Devemos, também, notar a rapidez com que a Ciência Divina da Astrologia Rosacruz ganha terreno.
Todos esses fatos mostram ou insinuam aquilo que devemos esperar que aconteça durante a Era de Aquário. Uma vez que tão grandes avanços foram feitos durante os setenta anos em que o Sol está apenas começando a transmitir a influência de Aquário, conjecturamos o que nos espera quando entrar realmente nesse Signo. Tanto as probabilidades estão muito além da mais arrojada imaginação, e isto se aplica tanto ao lado físico da vida quanta ao psíquico. É nossa opinião que pelo menos a visão espiritual desenvolver-se-á na maior parte da Humanidade, senão em toda ela, de maneira a remover, ao menos parcialmente, o aguilhão da morte através da companhia que então existirá com nossos inimigos e parentes que deixaram o corpo. Durante algum tempo continuaremos a vê-los e teremos tempo de acostumar-nos ao fato de que eles se dirigem a reinos superiores. Não lamentaremos pelas criancinhas que morrem e retêm seu Corpo Vital, pois elas, provavelmente, permanecerão com seus pais até que chegue a época de um novo renascimento o que, geralmente, ocorre na mesma família. Não haveria, pois, nesses casos, nenhuma sensação de perda.
Quando for alcançado esse ponto da evolução, a Humanidade também estará muito mais iluminada de maneira a evitar muitas das armadilhas que causam as perturbações atuais. O intelecto mais desenvolvido ajudar-nos-á a resolver os problemas sociais de maneira equitativa a todos, e o usa de maquinaria, constantemente aperfeiçoada, emancipará a Humanidade de grande parte da canseira física e deixará mais tempo e espaço para a melhoria intelectual e espiritual.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz dezembro/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: Em ambos os lados da eclíptica, ou caminho do Sol, encontramos uma posição de estrelas fixas que formam doze grupos ou constelações, as quais são chamadas, “Signos do Zodíaco”. E são assim chamadas não porque lembrem os animais que se supõem representarem, mas porque sua influência tem desenvolvido, e continua empenhada em pôr em relevo para nós, as principais características personificadas pelo animal-símbolo. A ostensiva arrogância, a energia e a coragem derivadas de Áries não poderiam ser melhor simbolizadas senão pelo carneiro, assim como a calma, mas prodigiosa força e teimosa persistência provenientes das Hierarquias Criadoras que atuam conosco desde a constelação de Touro, não poderiam ser mais adequadamente representadas senão pelo simbólico touro. Às características dos outros Signos devem ser interpretadas de modo semelhante, pois o Zodíaco é a matriz do Sistema Solar. Algum dia, quando nós e uma miríade de outros seres, que agora evoluem em nosso Sistema Solar, tivermos aprendido todas as lições desta fase de existência, formaremos também um Zodíaco e executaremos serviço análogo para outros, conforme fazem agora por nós as doze grandes Hierarquias Criadoras.
Essas doze constelações são chamadas Zodíaco “natural”, e permanecem sempre nas mesmas posições relativas. Seus movimentos são diminutos, pois passam-se séculos sem que se notem mudanças consideráveis em suas posições. Daí podermos usar uma Tabela de Casas por toda a nossa vida, enquanto as Efemérides, que dão as posições dos Astros (Sol, Lua e Planetas), precisam ser calculadas a cada ano.
Todos os anos, no dia 21 de março, o Sol deixa o Hemisfério Sul, cruza o Equador celestial e entra nos graus de latitude norte, onde permanece durante meados de junho, todo o mês de julho, de agosto e meados de setembro. Mas, devido ao movimento vibratório dos polos da Terra, chamado de “Nutação” pelos astrônomos, o Sol cruza o Equador celestial um pouco mais cedo (precede) do que o fez no ano anterior, e como os dias e as noites são de igual duração no ponto em que o Sol cruza o Equador celestial ou equinocial, esse cruzamento antecipado é chamado de “Precessão dos Equinócios”.
Se não houvesse a Precessão dos Equinócios, o Sol entraria sempre na constelação de Áries no Equinócio de Março, mas por causa desse movimento de retrocesso de 1 grau a cada 72 anos, aproximadamente, o Equinócio de Março ocorre no 1º grau de Peixes cerca de 2.156 anos mais tarde. Após outro período semelhante de tempo, ele alcança por retrocesso o 1º grau de Aquário, e assim, através de todo o círculo de doze Signos, em cerca de 25.868 anos. Na época em que o Sol se encontrava (por Precessão dos Equinócios) no Signo de Touro, no Equinócio de Março, os antigos egípcios adoravam o sagrado “Boi Ápis”, e seus sacerdotes exibiam o Uraeus, ou símbolo da serpente, pertencente a Escorpião, o Signo oposto a Touro, para indicar que possuíam a sabedoria esotérica. Quando o Sol entrou em Áries por Precessão dos Equinócios, tornou-se idolatria para o “o povo escolhido” adorar o “Touro”, ou Bezerro de Ouro. Eles então deixaram o “Egito”, e passaram a depositar sua fé no “cordeiro”, o carneiro, que então havia sido “sacrificado”. Mas, de acordo com o símbolo esotérico de Libra, a balança da justiça, Signo oposto a Áries, ele há de voltar novamente como juiz. No ano 498 de nossa era, o Sol estava no 1º grau de Áries ao Equinócio de Março, e nos 1.418 anos que se passaram desde então recuou 19 graus e 42 minutos, de maneira que em 1916 o Sol cruza o Equador nos 10 graus e 18 minutos de Peixes, e no ano 2.654 estará na cúspide de Aquário.
Durante os 2.000 anos que decorreram desde que o Equinócio de Março ficou dentro da órbita de Peixes, os ritos religiosos têm exigido que os fiéis se benzam com a Água Pisciana nas portas das igrejas, e que as celebrações sejam efetuadas por sacerdotes cujos barretes (a mitra que se usa na cabeça) tenham um formato que lembre a cabeça de um peixe, sendo-lhes recomendado absterem-se de comer carne em certas épocas, nas quais devem comer peixe em substituição à carne animal de mamíferos ou aves. Também são instruídos a venerar a Virgem imaculada, pois Virgem é o Signo oposto a Peixes, e essa veneração prosseguirá, embora em grau decrescente, até que o novo ideal representado pelo Signo de Aquário e seu oposto, o Signo de Leão, haja suplantado aquele que tomou o lugar das Religiões primitivas: o Cristianismo ortodoxo ou popular.
Desde meados do último século a influência aquariana, focalizada pelo Equinócio de Março, se faz sentir porque a órbita do Sol é tão grande que alcança a cúspide de Aquário. Consequentemente, tem havido um despertar sem precedentes do pensamento e uma miríade de invenções jamais sonhada, nem mesmo como remotas possibilidades. Mas, na medida em que os anos passam, o Sol equinocial iluminará as Mentes de tal maneira que justificará que nossos netos falem desta época como de uma “idade negra”, e quando no ano 2.654 a entrada do Sol no Signo de Aquário introduzir-nos em uma nova Era, os seres humanos desse tempo estarão certos ao pensarem da Era de Peixes o mesmo que pensamos da Era anterior a Cristo.
Vemos então que existe um Zodíaco Natural, formado de agrupamentos de estrelas estacionárias, Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes, e um Zodíaco móvel, que começa no ponto equinocial, não importando em que constelação ocorra. Os primeiros 30 graus a partir desse ponto são chamados Áries, os 30 graus seguintes são chamados Touro, e assim por diante. Isso constitui o Zodíaco Intelectual.
Essa pode parecer uma divisão arbitrária, mas é fato observado que, mesmo o Equinócio ocorrendo realmente nos 10 graus de Peixes atualmente, as atividades referentes ao Sol em Áries começam imediatamente após o Equinócio de Março.
Existe, contudo, uma combinação de Áries e Peixes que conta para certas mudanças evolutivas. Como dissemos acima, as doze constelações constituem o Zodíaco Natural e estão sempre nas mesmas posições relativas, mas devido ao movimento dos polos da Terra, o Sol cruza o equador num ponto ligeiramente diferente a cada ano no Equinócio de Março, e esse ponto de mudança é considerado na Astrologia como sendo o primeiro grau de Áries, o início do que chamamos de Zodíaco Intelectual. Esse Zodíaco muda a uma taxa, em média, de 50,1 segundos de ano para ano, 1 grau em 72 anos, 1 Signo em 2.156 anos, completando o círculo de 12 Signos em, aproximadamente, 25.868 anos. Esse movimento retrógrado é chamado de “Precessão dos Equinócios”.
Do ponto de vista materialista, parece não haver razão para essa alteração do Zodíaco, mas do ponto de vista do místico não é de modo algum arbitrária, ao contrário, é necessária e está em harmonia com o caminho espiral da evolução, seguido tanto pela estrela fixa quanto pela estrela do mar, observável em toda a natureza. Após a conclusão de cada ciclo, os Zodíacos Intelectual e Natural se ajustam (a última vez aconteceu em 498 d.C.), então começa um novo período mundial, uma nova fase de evolução, um ciclo da espiral mais elevado em que estamos sempre caminhando em direção a Deus. Mesmo sob o ponto de vista material é evidente que o caminho em espiral do Sistema Solar, observado pelos astrônomos, deve mudar o ângulo de incidência dos raios luminosos das estrelas fixas, e como o ângulo de incidência dos raios do Sol sobre nossa Terra possui o efeito de produzir as mudanças climáticas de verão e inverno, é razoável que uma mudança semelhante deve suceder-se à nossa mudança de posição em relação às estrelas fixas, o que pode ser responsável por mudanças graduais de condições, tais como estações de inverno menos frios e estações de verão menos quentes em algumas partes do mundo.
Além do mais, observou-se que as condições climáticas dispõem de um impacto nítido em nossas características ou inclinações habituais ou, ainda, no nosso modo de responder às emoções – nos sentimos de maneira diferente tanto no verão como no inverno – e não pode essa mudança lenta em relação às estrelas fixas ser a causa dessa mudança na humanidade, que conhecemos por evolução? O místico afirma que sim. Assim como os raios do Sol, pela mudança do ângulo de incidência, suscitam as folhas e flores da planta em determinado momento, e em outro as fazem murchar, assim também os raios das estrelas fixas suscitam e produzem as maiores mudanças na flora e fauna; eles são responsáveis pela ascensão e queda das nações e pela mudança marcada pela sensibilidade excessiva e alterações de humor impulsivas que chamamos de civilização.
Indo mais longe com a analogia, o Zodíaco Natural é composto pelas constelações que são vistas nos céus, e o Zodíaco Intelectual começa sua mudança no exato ponto onde o Sol cruza o Equador no Equinócio de Março. Essa é a época em que a Natureza faz nascer tudo aquilo que ela germinou no ventre dela no inverno anterior. Assim, o horóscopo do mundo muda de ano para ano. “Como em cima, assim embaixo”, é a Lei da Analogia e os mesmos pontos salientes são observáveis na evolução do ser humano, do micróbio, da estrela do céu e da estrela do mar.
No mapa natal do ser humano temos, também, o que pode ser chamado de horóscopo natural, que é o mapa levantado e calculado segundo as regras da Astrologia, em que qualquer Signo pode estar no Ascendente ou na Primeira Casa. A mudança do Equinócio de Março corresponde ao primeiro grau de Áries, no Zodíaco Intelectual, assim, o Ascendente no horóscopo de qualquer ser humano também tem uma influência correspondente a esse grau.
[2] N.T.: Mt 7:20
Nas épocas pré-cristãs, os mais aptos receberam grandes ensinamentos por meio das Iniciações de então. Grandes templos foram erguidos, nos quais celebravam-se os rituais Iniciáticos. As ruínas encontradas nas margens do Nilo revelam as características de um momento nesse Esquema de Evolução em que as Iniciações se processavam aqui na Região Química do Mundo Físico.
Com o advento do Cristianismo, surgiu uma nova fórmula de Iniciações. Durante os três primeiros séculos “depois de Cristo”, a Religião Cristã foi a guardiã das Iniciações ocidentais. S. Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios, diz: “Leite vos dei a beber; não vos dei alimento sólido porque ainda não o podereis suportar” (ICor 3:2). Tendo o mundo submergido cada vez mais no materialismo, tais ensinamentos foram sendo relegados ao esquecimento. Os Templos para Iniciações, porém, ainda subsistem na Região Etérica do Mundo Físico.
Cada grande Religião tem o seu Templo, sendo por ele inspirada e dirigida em seu serviço. A Bíblia indica o lugar onde se encontra o Templo Místico de nossa época, quando faz referência à Nova Jerusalém.
A quadrangular cidade de Ezequiel e a das revelações são descrições dos Templos da Nova Época, como também dos corpos sublimados das pessoas pioneiras que neles servirá.
Ezequiel viu uma cidade formada de essência sublimada dos Elementos: Fogo, Ar, Água e Terra. Essa cidade tem doze portões de entrada, sendo três de cada lado.
Cada um identifica-se com um dos Signos do Zodíaco. Conjuntamente simbolizam o Corpo-Alma, o qual nos habilitará ao encontro com Cristo nas nuvens da Cidade Santa. São as doze rosas na Cruz da Humanidade, cujo desabrochar será realidade naquele glorioso porvir.
Em redor dessa cidade não há fortificações ou armamentos, pois não existirão contendas. Será habitada por uma Humanidade renovada. A Nova Cidade será construída da essência sublimada dos quatro Elementos. Tem a mística medida de 144 côvados (1 + 4 + 4 = 9, o número da Humanidade). São doze portões guardados por doze Anjos. Nesses portões acham-se inscritos os nomes das doze “tribos de Israel”, simbolizando o elevado impulso das doze Hierarquias Criadoras.
Os doze fundamentos ou essências dessa cidade têm os nomes dos doze Apóstolos de Cristo. Simbolizam o “o ser humano integral”.
(Traduzido por F. P. Preuss da Revista Das Rosenkreuz e publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – março/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Quando o autor estava viajando para a cidade de Columbus, EUA, foi mostrado a ele um horóscopo de uma criança, feito por sua tia. Notou-se que o rapaz ia atravessar uma série de crises que durariam seis anos. Durante esse intervalo, muitas coisas más saíram à superfície, e tudo dependeria de tratamento que lhe dispensassem em casa, e infelizmente, a atitude de seus pais era governada pela ignorância das causas ocultas. Em lugar de tolerância, amor e simpatia, não recebia mais do que sermões e castigos. Como se poderia esperar que ele ficasse bom, tratado dessa maneira?
Esses mistérios — as crianças — os temos sempre ao nosso redor. Da maneira como resolvamos o seu enigma dependerá o fruto que colheremos da nossa missão.
Fazer um horóscopo simples para ler o caráter não exige nenhuma inteligência fora do comum. O caráter é o destino, e se conhecermos o caráter de uma criança, poderemos acumular para nós mesmos grandes tesouros no céu, fortalecendo suas boas tendências e ajudando-a, com o exemplo e com o conselho, a evitar o mal.
Um dos melhores usos da Astrologia Rosacruz é, na opinião do autor, determinar o caráter das crianças e educá-las de forma tal que se fortaleçam os seus pontos fracos e se amorteçam as tendências para o mal. Na leitura do caráter, a Astrologia Rosacruz interpreta corretamente em 99% dos casos tendo-se alguma experiência, e nenhum pai, mãe ou responsável pode beneficiar mais a seu filho ou a sua filha do que estudando o horóscopo dele ou dela, e melhor será se ele aprender a fazê-lo por si mesmo. Enquanto isso, pode-se pedir a um Astrólogo Rosacruz, que conheça a Astrologia Rosacruz, que levante o tema para o filho ou para a filha.
Se bem que a Astrologia Rosacruz seja uma Ciência certa absolutamente, deve-se ter em conta que o Astrólogo Rosacruz é um ser humano e, portanto, falível. Ainda que o Astrólogo Rosacruz consciencioso, com muita habilidade, possa dar um horóscopo correto, pode, não obstante, enganar-se e, quando menos o imagina. O autor disse somente uma vez que uma certa predição não fracassaria e essa vez fracassou.
Havia uma escapatória que depois se viu, porém, os Aspectos eram tão fortes que parecia impossível que o acontecimento previsto pudesse fracassar. Esse acontecimento QUASE aconteceu, porém, ficou frustrado no momento crítico, demonstrando assim o poder da parte que admitia uma possível escapatória.
As predições, às vezes, fracassam devido a um fator que o astrólogo não pode prever: o livre arbítrio humano.
Enquanto os seres humanos se deixam arrastar pelas ondas da vida, levados daqui para ali pelos ventos das circunstâncias, a tarefa de predizer é fácil para o astrólogo competente e cuidadoso, que pode predizer corretamente para a grande maioria, pois os horóscopos mostram as tendências, e não levando em conta o esforço individual, a humanidade segue essas tendências sem resistência. Porém, quanto mais desenvolvido esteja o ser humano, tanto mais fácil é para o astrólogo equivocar-se; pois ele só pode ver as tendências; a vontade humana é um fator que não se pode calcular, por estar além das indicações do tema. Na natureza das coisas, deve haver esse elemento de incerteza. Se as condições fossem rígidas e inflexíveis, não havendo modificação possível, isso mostraria que um destino inexorável governava a vida humana, e de nada serviria o menor esforço para mudar tais condições, porém se as predições fracassam algumas vezes, isto é motivo de esperança, pois demonstra que dispomos de algum livre arbítrio.
Há uma classe de predições em que a Astrologia Rosacruz é quase infalível e de grande utilidade: a de determinar a afinidade entre as pessoas, de maneira que em vez de ser o matrimônio uma espécie de loteria, ou de azar, pode ser o resultado mais ou menos exato de tal união. Por certo não haveria necessidade de divórcio se um astrólogo competente houvesse recomendado a união.
Sabemos que a vida humana é governada por uma grande Lei da Natureza: a Lei de Consequência, a qual estabelece que todos os nossos atos são causas que produzem inevitáveis efeitos, tão seguramente como uma pedra atirada ao ar volta para a terra. Debaixo dessa grande lei tornamos a nos encontrar uma e outra vez com amigos e inimigos, e parece impossível que possamos estabelecer a mais estreita das relações, o matrimônio, com um estranho. O autor sabe que quando alguém pede um horóscopo sobre o seu matrimônio, se as predições são favoráveis, invariavelmente realizam a cerimônia, porque está de acordo com o seu desejo, porém quando o astrólogo se vê obrigado a predizer um desastre, também invariavelmente o interessado diz: “Este astrólogo não merece crédito”, e trata logo de casar-se, como deseja, ou então procura outro astrólogo que lhe dê uma resposta mais favorável.
O melhor de todos os empregos que se pode dar à Astrologia Rosacruz é no tratamento dos doentes, e este é o único emprego que o autor faz dessa ciência.
Temos falado da Lei de Consequência, que produz, a seu devido tempo, os resultados dos atos passados, sejam desta ou de outras vidas. As estrelas são o Relógio do Destino, por assim dizer, os doze Signos do Zodíaco correspondem ao mostrador do relógio, o Sol e os Planetas, com seus lentos movimentos, indicam o ano em que determinado acontecimento deve realizar-se, enquanto a Lua, animada de movimento mais rápido, nos indicará o mês.
Há certas pessoas que se encontram particularmente sob a influência da Lua: os lunáticos. Em suas vidas sentem especialmente todas as mudanças da Lua e os astrólogos podem predizer, nesses casos, não só o dia como até a hora em que as crises se manifestarão.
Quando alguém fica doente, as crises podem ser vistas no horóscopo e, por seu intermédio, é possível acompanhar a marcha da enfermidade, de maneira que os momentos mais propícios sejam aproveitados. Então os remédios curativos terão efeito muito maior. Se o médico não pode fazer muitos progressos devido a condições planetárias adversas, pode pelo menos dizer quando se produzirão as modificações.
Caso como este ocorreu com o autor na cidade de Duluth (Estados Unidos), quando lhe pediram para ajudar uma senhora que sofria de envenenamento do sangue. Os doutores já a haviam abandonado. Ao levantar o seu horóscopo, viu-se que sete anos antes ela tinha sofrido uma crise semelhante e que outra teria lugar daí há alguns dias, quando a Lua Nova agravaria as condições.
Sofria ela grandes angústias e toda a família se reunira em torno dela e já se despedia dos parentes, esperando morrer. Logo que a Lua obscureceu, começou a diminuir os sofrimentos e vinte minutos depois a paciente estava repousando com calma e sem dores.
Em dois dias o veneno baixou do abdômen para as pernas. Porém, a Lua Nova deteve o progresso, e ao terceiro dia começaram de novo as dores nos membros inferiores. Lutou-se contra a enfermidade durante três dias, e se bem que se conseguisse fazer as dores passarem com os tratamentos, elas voltavam uma ou duas horas depois, e tudo ficava como antes. Notou-se bem claramente que maior alívio não era possível até que a Lua chegasse a fase “cheia”. Foi dito isso à enferma, acrescentando-se que ao chegar aquela ocasião a enfermidade cederia aos tratamentos e que a dor cessaria. No dia designado, a senhora se levantou pela manhã e pôde pôr os pés no solo com facilidade: ela estava curada.
Um médico cirurgião de Portland dizia que a experiência lhe ensinara a executar todas as operações, sempre que possível, na Lua Crescente, porque então a vitalidade era maior e as feridas se curavam com maior rapidez do que quando a Lua estava no minguante.
Para o ocultista, os doze Signos do Zodíaco são os veículos visíveis das doze grandes Hierarquias Criadoras que ajudaram o ser humano a desenvolver-se até o seu atual estado de consciência própria, sendo o Sol a veste da Inteligência Espiritual mais elevada manifestada em nosso sistema, atualmente. Os sete Planetas, Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus e Mercúrio, são os corpos dos sete Grandes Anjos Estelares de que falam todas as Religiões: os sete Espíritos ante o Trono, os sete Arcanjos dos Maometanos; os sete Ameshapendas dos persas, os sete Rishis dos Indus etc. Eles agem de acordo com a Lei de Consequência e são os ministros do nosso Senhor, o Deus Solar, tendo cada um o cuidado de uma parte definida da Vontade de Deus.
Deles surgimos como espíritos, em sete raios, sendo que um deles é nosso Astro-Pai, subsistindo assim durante todas as nossas vidas. Esse fato não impede que nasçamos em diversos momentos e sob muitas configurações astrais, para que possamos adquirir variadas experiências, e nosso horóscopo mostrará qual é a estrela regente particular da nossa vida atual, porém não conheceremos o nosso Astro-Pai senão na última Iniciação (a Quarta Iniciação Maior ou Cristã).
Todos os que emanaram do mesmo Astro-Pai são irmãos no mais íntimo sentido, almas gêmeas, em todas as suas vidas terrestres, e ninguém pode entrar numa escola superior de ocultismo que não seja composta de irmãos do mesmo raio ou Anjo Estelar de que foram emanados. Isso é o que Cristo Jesus queria significar quando disse: “Vosso Pai e meu Pai” (Jo 20:17) dirigindo-se aos seus Discípulos.
Jesus e seus Discípulos eram almas gêmeas no mais alto significado, emanadas do mesmo raio. Aos fariseus, dá-lhes uma origem distinta, chamando-os filhos do mal, de Saturno ou Satanás. Porém, não se deve admitir que Saturno seja mau. Tem ele a cumprir uma missão no reino de Deus que também é boa: ele é a influência subjugadora, que produz a dor e põe um dique à nossa arrogância; é o tentador que mostra as nossas imperfeições, para purgar-nos do mal e fazer-nos perfeitos e virtuosos. E suas virtudes são muito grandes: castidade, justiça, retidão inflexível, se bem que lhe falte a compaixão e o amor, que vêm das forças do formoso Planeta Vênus. De Vênus vem também a música, as artes, que servem para elevar-nos para a natureza superior das coisas. Júpiter é o farol que nos inspira elevados pensamentos, nos dá devoção a Deus e aspirações altruístas. Marte dá-nos energia necessária para efetuar nosso trabalho na vinha do Senhor. Se não fosse por sua influência o ser humano não teria vigor nem coragem. Em seus Aspectos adversos produz as paixões, as guerras e as lutas, porém isso é devido a empregarmos mal as energias que dele recebemos, e da mesma maneira Vênus dará sensualidade e Júpiter, a indolência; porém, quando permitimos que as suas boas influências se desvirtuem e se pervertam por nossa natureza inferior, Saturno vem e nos submete a duras provas, às penas e tribulações, para fazer-nos voltar de novo ao caminho do progresso e da pureza.
Mercúrio é o Mensageiro dos Deuses, é a fonte da Sabedoria, da qual a Mente humana obtém o seu tom. É o menor dos Planetas, porém é o Anjo Estelar que tem a mais importante missão com respeito à Onda de Vida humana. De sua posição e configurações no horóscopo depende que a vida que começa seja devotada ao “Eu Superior” entregue às paixões inferiores, porque a Mente é o elo entre a natureza superior e a inferior, e se Mercúrio está colocado de tal forma que incline mais aos prazeres dos sentidos do que aos da alma e às alegrias superiores, o fim será muito triste. Mas deve-se sempre recordar que nenhum ser humano se vê compelido ao mal, e que quanto maior é a tentação tanto maior será a recompensa que obtém quando sabe sobrepor-se às paixões ou às tendências indicadas no horóscopo.
Os Astros impelem, porém não obrigam, de maneira nenhuma. Em última análise, somos árbitros do nosso destino, e, apesar de todas as más influências, está em nosso poder dominar nossas estrelas por meio da vontade, o báculo da nossa divindade, ante o qual tudo o mais deve inclinar-se.
Disse Ella Wheeler Wilcox, uma poetisa inspirada:
“Um barco segue rumo a leste, e outro a oeste, embora sopre o mesmo vento.
É a posição do leme e não o vento que determina a rota.
Como os ventos do mar são os desígnios do destino, conforme viajamos pela vida.
São os atos da alma que determinam a meta e não a calma ou a luta”.
(De Max Heindel – Traduzido da revista Rays from The Rose Cross e Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1978)
Os materialistas se recusam a aceitar o formoso relato sobre o nascimento de Jesus e frequentemente formulam esta pergunta: “Se Cristo veio ao mundo para salvar os seres humanos do pecado e da morte, quem salvará as milhões e milhões de almas que estavam em manifestação antes da Era Cristã, que data de apenas um pouco mais de 2000 atrás”?
Disse São João Evangelista: “Porque Deus amou de tal maneira o mundo que lhe deu seu Filho Unigênito para que todo aquele que n’Ele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. Porque não O enviou Deus para condenar o mundo, mas para que o mundo se salve por Ele.” (Jo 3:16).
Essas palavras de Cristo-Jesus têm dado o que pensar a muitos e até fizeram que alguns se afastassem de sua fé em Deus, porque: “…como pode alguém acreditar na Paternidade de Deus e Sua Bondade: como pode alguém crer no amor desse grande Espírito e, também, pensar que Ele deixou de dar o necessário a Seus filhos, em todas as épocas? Quem pode continuar crendo n’Ele, se foi tão cruel a ponto de enviar Seu único Filho para salvar apenas uma pequena parte de seus outros filhos humanos? Quem pode crer, tal como o creem os ortodoxos, que esse amoroso Pai tivesse permitido que a maioria de seus filhos fosse arrojada às trevas para sofrer eternamente, apenas por que vieram antes de Cristo? Diante disso, é de surpreender que as Religiões de Buda, Maomé e Zoroastro continuem florescendo, embora reconheçamos que os ensinamentos do Mestre Cristo-Jesus preencham as necessidades da nova onda evolutiva?”.
Os ministros ortodoxos afirmam que o Natal começou a ser celebrado apenas uns quatrocentos anos depois de Cristo. De fato, nada existe na história para confirmar que os Cristãos tivessem celebrado esse acontecimento nos primitivos tempos do Cristianismo. Mas, isso é fácil de se compreender. Até sua oficialização, o Cristianismo sofria cruéis perseguições. Ademais, o paganismo fortemente espalhado então desvirtuaria a pureza de sua apresentação. Os essênios eram devotos e pouco dados a práticas externas, como o faziam os fariseus. Mais tarde, a própria exigência do povo pelo cerimonial estabeleceu essa prática. Vejamos o Antigo Testamento e leiamos sobre os grandes festivais promovidos pelo povo naqueles remotos tempos e que correspondem a nossos presentes festejos de Natal e Páscoa de Ressurreição.
Os antigos eram muito dados a cerimoniais. Seus festivais eram religiosamente observados, ainda mais do que as festas religiosas de hoje. Vejamos os festivais dos tempos de Abraão: Moisés deu instruções bem definidas a seus seguidores em relação a essas cerimônias, que deveriam acontecer com seus ritos Religiosos. Moisés é o autor dos cinco primeiros livros da Bíblia (Pentateuco) e seus Dez Mandamentos são a pedra angular de todas as atuais Religiões. Os antigos festivais eram terrivelmente desfigurados com ritos que as pessoas modernas considerariam repulsivos. Em algumas ocasiões não apenas eram imolados animais no Altar dos Sacrifícios, senão que o próprio sangue humano corria, para apaziguar a fúria dos deuses pagãos. Quase todos os festivais eram oferecidos ao Deus do Sol e muitas das Religiões antigas se achavam mescladas com os mitos solares. No Solstício de Dezembro, quando o Sol chega à sua mais baixa declinação sul e deve empreender a marcha ascendente rumo ao norte, converte-se num salvador de vidas e, então, renasce o deus-sol.
Em algumas das Religiões antigas, encontramos o relato da mãe e do filho divino. Na Índia, Krishna nasceu como um salvador e seus pais tiveram que fugir de sua terra devido ao decreto do Rei Karnsa de matar toda criança de sexo masculino recém-nascido. Na história do nascimento de Krishna encontramos os Anjos, os Pastores e os Magos. A história da vida deste deus-sol da Índia é muito parecida à de Cristo Jesus.
Na história da Babilônia encontramos o deus do sol, Tammuz, que nasceu de uma mãe virgem. Uma lenda similar é a do deus Apolo. Encontramos, também, o mesmo mistério em relação à data de nascimento desses deuses, que foi igual à de Jesus.
Em todos os relatos dos nascimentos dos grandes Mestres existe a aparição de um Anjo anunciando a uma Virgem que Deus a havia escolhido para mãe de uma divina criança. A história difere mui ligeiramente nas distintas Religiões. O idioma, o cerimonial e os costumes é que motivam essas diferenças secundárias.
Afinal, por que a Virgem e um menino divino aparecem nessas Religiões antigas, inclusive na classificadas de pagãs? Isso não é uma prova que deve existir alguma conexão entre esses mitos, os quais coincidem maravilhosamente com o nascimento do Salvador e com a marcha do Sol através do Zodíaco? Em alguns desses relatos fala-se de um grande silêncio existente em toda a Terra, no momento do nascimento. Tudo era silêncio. Isso é uma realidade no Solstício de Dezembro. No hemisfério norte da Terra, a vida vegetal parece descansar. A força de Deus se aquieta por algum tempo. A seiva se recolhe nas raízes. Os ramos e os talos se desnudam. A vida dorme e o Sol penetra no reino de Saturno, Capricórnio. A Terra é uma massa vivente que respira, mas nesse tempo parece reter seu alento, como o faz uma pessoa quando vai realizar um ato muito importante.
O nascimento do Sol é como uma exalação da vida do Cristo, sentido por toda a Humanidade. O Natal, nascimento místico, é um período de regozijo para a Terra, bem como o é principalmente para a Humanidade, porque então os Anjos portam correntes de júbilos.
O mito do Sol existente nas Religiões antigas, encarado sob o ponto de vista da Astrologia e da Astronomia, fala-nos do grande Plano Cósmico. O Sol em seu caminho pelos Signos do Zodíaco é uma manifestação atual das glórias do Universo de Deus. Por enquanto é apenas uma manifestação externa de uma verdade maior, o Filho cósmico, o Cristo, por quem flui toda a vida de Deus em favor da Humanidade. Ele é o grande portador da vida, cujo veículo material nasceu há mais de 2000 anos atrás. Veio à Terra para que por Seu intermédio pudesse Deus acender em todo ser humano a chama do Amor divino, os atributos do Segundo Aspecto de Sua Natureza. Igualmente nessa época nasce o Sol em sua subida ao Norte, brilhante e com mais força e vigor, mais próximo da Terra, para renovar a vida em toda a Natureza.
Se examinarmos esse grande evento anual do Natal sob os dois pontos de vista, o pagão e o festival do deus-sol em sua jornada pelos Signos do Zodíaco e relacionamos com o relato do nascimento do Filho de Deus de uma Virgem, nosso Amor e reverência pelas Páscoas modernas em vez de decrescer, aumentarão, mesmo que os textos Cristãos ortodoxos afirmem que as festas que se celebravam nos tempos pré-Cristãos eram pagãs.
O exposto, que a história nos conta, revela que nós sempre buscamos uma Religião. Nossa alma sempre ansiou por Deus. Por mais cruel que haja podido ser essa concepção de Deus para conosco, não invalida nem diminui a realidade de Sua existência. Desde a época em que os nossos olhos foram abertos para o mundo e o véu do conhecimento de nós mesmos foi retirado, fomos buscando resolver os grandes mistérios da vida. À medida que cresçamos em Sabedoria e compreensão espiritual, a verdadeira luz nos será mostrada no caminho, essa luz que esteve escondida nas dobras dos séculos que passaram. Então poderemos verificar que os deuses, assim como a nossa Mente, crescem junto com as Religiões para ganhar em consciência. Assim também deve crescer nosso ideal do Natal, em amor e beleza. Quando o Cristo-menino nasça e se alimente em nossos corações poderemos entender perfeitamente o sentido destes versos de Angelus Silesius: “Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém, enquanto não nascer dentro de ti, tua alma estará extraviada. Olharás em vão a Cruz do Gólgota enquanto ela não se erguer em teu coração também”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1965-Fraternidade Rosacruz-SP)
Três pequenas cidades podem orgulhar-se de haver hospedado o Cristo Jesus — a maior Luz que a Terra jamais conheceu: Belém, Nazaré e Cafarnaum.
A cidade de Belém, “Casa do pão”, onde a criança santa nasceu; a cidade de Nazaré, o lugar onde o tempo é utilizado para a vida pessoal, usado para crescer em fortaleza e conhecimento.
Vamos detalhar mais sobre a terceira cidade, a de Cafarnaum que significa “cidade do Consolador”. Ficava no território da tribo de Neftali, limítrofe do da tribo de Zabulon. No Evangelho Segundo S. Mateus estudamos como ele relacionou o Cristo ao trecho do Livro do Profeta Isaías (8:23 a 9:1): “No passado, o Senhor humilhou a terra de Zabulon e a terra de Neftali. No futuro, glorificará o caminho do mar, a outra margem do Jordão e a Galileia dos gentios: o povo que caminhava nas trevas viu grande luz; sobre os habitantes da terra das sombras uma luz brilhou”.
O “caminho do mar” ia de Damasco ao Carmelo, através do Jordão (também chamada “Peréia”, do grego peran, que significa “além”, e que hoje é denominada “Transjordânia”).
A Galileia dos gentios é a cidade de Cafarnaum, porque nela havia grande mistura de judeus e gregos e constituía um forte entreposto comercial, com ligações por terra e mar com os distritos circunvizinhos e que demandavam Horã, Tiro, Sidon, Síria e Egito. Daí serem tidos os cafarnaitas, pelos ortodoxos da Judeia, como “livres-pensadores” e como “heréticos sincretistas”. Mas justamente por isso o terreno era fértil para a pregação de Cristo Jesus, com almas sinceras, sem hipocrisia, podendo manifestar livremente suas crenças.
Dentre as interpretações bíblicas, a que se relaciona com a Astrologia Rosacruz diz que Jacó tinha 4 esposas (Lia, Raquel e suas Amas) que representam as 4 fases da Lua. Com elas gerou 13 filhos, sendo uma filha, Diná, que representa o único Signo feminino: Virgem. Dois filhos, Simeão e Levy, representam o Signo de Gêmeos; e os demais 10 filhos, os outros Signos do Zodíaco. A região de Neftali está ligada a Capricórnio; Neftali era um dos filhos de Jacó, representado por uma corça que partia em corrida até vencer um ano (iniciado pelo Solstício de Dezembro). Deduzimos, pois, dentro dessa simbologia, que Neftali era um lugar de provas, de séria concentração, de análise, atributos saturninos valiosos na evolução espiritual.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)
Estudamos no livro “A Mensagem das Estrelas – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz” que “o Caminho de Evolução da Humanidade está indissoluvelmente unido às divinas Hierarquias que regem os Astros e os Signos do Zodíaco” e, também estudamos no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz” que nos ensina que essas Hierarquias Criadoras têm a seu cargo diferentes partes do controle da evolução humana, assim como da do animal e da do vegetal, e que guiam a evolução da vida e da forma em outros Astros também.
Enquanto o Sol passa através do Signo de Capricórnio, de 22 de dezembro a 21 de janeiro, faremos bem em estudar os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental concernente às diferentes fases da manifestação relacionadas com estes símbolos espirituais.
Cada estrela, cada Planeta ou o Sol é o corpo de uma entidade que se manifesta por meio de raios de energia que compenetram todo o espaço. O Signo de Capricórnio está relacionado com as hostes angelicais, e o Sol está relacionado com os Arcanjos e com o maior deles: Cristo.
Os Arcanjos operam mediante corpos compostos da substância do Mundo do Desejo, mas seus poderes chegam a muitos Mundos que se encontram acima e abaixo desse Mundo. O Regente do nosso Planeta Terra é Cristo, em sua manifestação como um raio do Cristo Cósmico.
Os Arcanjos atuam como Espíritos de Raça sobre a Terra e nos influenciaram (e ainda há muitos influenciam) através do Corpo de Desejos humano. Também são Espíritos-Grupo dos animais e guiam a evolução da Onda de Vida Animal.
À medida que a Terra gira em torno do Sol se converte no ponto focal dos raios solares em combinação com cada Signo do Zodíaco; essas Hierarquias Criadoras estimulam as atividades especiais na Terra.
Todo fenômeno da Natureza tem um especial propósito espiritual. Ensina-nos que o grande ciclo da Precessão dos Equinócios, que equivale a um período de 25.868 anos, assinala a elevação e a queda das nações, povos, raças, países e suas Religiões.
Durante o trânsito de Precessão do Sol através de um Signo, que dura aproximadamente 2.156 anos, é feito um trabalho especial com uma nação ou um grupo de nações, como o atestam as 1ª e 2ª Guerras Mundiais, que são as culminações da separatividade nacional entre as nações, durante a Precessão dos Equinócios através do Signo de Peixes. O efeito final será a unidade.
O trânsito anual do Sol através dos Signos marca a mudança das estações e dos processos vitais em todas as formas viventes, tanto que o impulso espiritual incorporado neste acontecimento está sempre se dirigindo para o despertar do gênio adormecido de um Espírito individualizado.
Durante o período que antecedeu a Era Cristã, o Espírito Santo teve a seu cargo a evolução humana, e alguns Arcanjos e Anjos estiveram sob a sua liderança. Eles trabalharam principalmente sobre o aspecto emocional da alma humana e foram estabelecidas a beleza e a diversidade dos tipos nacionais. O patriotismo foi a suprema expressão do amor e da devoção. O patriotismo e os aspectos nacionais da Religião cegaram os indivíduos a respeito da realidade de um só Deus com muitos nomes.
Com o advento da Era Cristã, esses Arcanjos das nações e esses Anjos prestaram obediência a Cristo e o Espírito de Cristo se converteu no Espírito Interno da Terra. Agora todas as Hierarquias Criadoras trabalham com o Cristo para ajudar a Humanidade a converter o patriotismo em Fraternidade humana.
A comunicação e o intercâmbio internacionais estão tecendo uma grande aproximação de destino, que nos envolve em tantos interesses internacionais comuns, que as barreiras nacionais estão desfazendo-se gradual e lentamente. Diante da ameaça dos horrores de uma possível guerra nuclear, estamos gradualmente despertando para o sentido comum de ideal de paz sobre à Terra e boa vontade entre os seres humanos.
Existência após existência, todo ser humano está dando um pouco mais de expressão terrena à verdade espiritual de fraternidade do ser humano. É nossa resposta ao chamamento do nosso Redentor, o Príncipe da Paz, o Senhor do Amor.
Felizmente, a Religião está progredindo, transformando a idolatria, a adoração da forma, pelo Cristão Místico, a adoração do princípio. O governo tem evoluído, progredindo do despotismo, governo absoluto de um só indivíduo, à república democrática, na qual prevalece o grupo de governo representativo.
A ciência libertou-se do controle estatal e religioso e vem servindo ao bem-estar, rumando para campos cada vez mais amplos. À arte, porém, ainda não chegou a sua completa expressão, mas está fazendo progressos. Chegará o dia em que a Humanidade despertará à necessidade de incorporar beleza em cada expressão de vida.
Cada ano, ao nascer o Cristo na Terra, é dado um novo impulso de vida a toda criatura vivente. Quando relacionamos essa verdade ao ensinamento de que é em Capricórnio que são dados os grandes impulsos para a evolução e progresso nacionais, compreendemos a importância da presente estação no que se refere à política, à economia, às finanças e seu emprego.
À analogia, chave-mestra de todos os mistérios espirituais, ensina-nos que o Espírito da Terra está dentro dela, desde o Equinócio de Setembro (quando o Sol entra em Libra) até o Equinócio de Março (quando o Sol entra em Áries). Durante essa época, a Terra enche-se do Amor de Cristo em uma forma íntima. Na época do Solstício de Dezembro, Ele sai em seus veículos superiores, para se revivificar em Espírito mediante a comunhão com o Pai e, tanto que, todas as criaturas dão expressão visível à vida e ao poder com os quais Sua vinda encheu a Terra.
Isto é análogo a nossos estados alternados de vigília e de sono. Trabalhamos em nossos Corpos e veículo durante o dia e saímos deles durante o sono noturno. Mas as forças vitais estão ativas dentro do Corpo, de modo que despertamos na manhã do novo dia, refrescados e renovados.
O egoísmo, a inveja e o materialismo devem ceder lugar, como resposta, ao chamado do Princípio de Cristo a melhores condições. Capricórnio, pode-se dizer, é o Signo da engenharia de todas as classes e os profissionais do mundo estão tratando de despertar a milhões de humanos para a libertação da pobreza e da enfermidade, em todas as partes do nosso globo, por meio de melhores métodos de cultivo à terra, da construção de caminhos e do correto cuidado com o Corpo Denso. Os “engenheiros” educacionais estão ajudando a erradicar a ignorância e a estimular o impulso interno do Espírito, de elevar-se para mais sublimes níveis de consciência.
Verdadeiramente estamos no amanhecer de uma nova Era, e nós que recebemos os iluminados Ensinamentos Rosacruzes devemos estar na vanguarda do novo pensamento, que promete em sua plenitude a emancipação dos antigos métodos que exploravam a muitos, em benefício de poucos. Devemos ser capazes de pensar em termos do maior bem para o número maior; devemos estar prontos a adaptar-nos à nova ordem de coisas, por meio do servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível) o irmão e a irmã que está ao seu lado, focando esse serviço na divina essência oculta em cada um deles (pois nele também essa essência e ela por meio dela que se acessa a base à Fraternidade) por meio de pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras, atos, obras e ações. Podemos pensar a nosso próprio respeito como um Corpo de paz espiritual, fazendo todo o possível para exemplificar e disseminar os mais elevados ideais de vida, onde quer que estejamos.
Durante milhares de anos quase todo o nosso esforço sobre a Terra esteve centrado em obter sustento, vestimenta e abrigo. Contemplemos a visão da Era que se aproxima rapidamente, na qual, uma vez asseguradas estas coisas com um mínimo de esforço, teremos tempo para dedicar uma maior proporção de nosso poder criador a resgatar os lugares desertos da Terra, e por beleza na vida, a erradicar a enfermidade e o crime, a estudar o mais amplo significado da vida.
Em nosso estudo da ciência espiritual da Astrologia Rosacruz descobrimos que quando, no tempo presente, Netuno, o Planeta da Individualidade, está transitando pelo Signo de Escorpião, que governa as forças ocultas da Natureza; quando Júpiter, o Planeta da expansão e da benevolência, está transitando por Peixes, o Signo da antiga ordem das coisas, e quando Urano, o despertador, está transitando por Virgem, o Signo que governa o serviço, o trabalho e a saúde há o acúmulo dessas poderosas influências, e podemos esperar com segurança ver muitas investigações ocultas nos campos científicos, e para aqueles que estejam o suficientemente evoluído para responder ao lado superior da vibração de Netuno em Escorpião, existe a promessa de um progresso na realização espiritual, mediante a arte, a música, a dança e a poesia, assim como na Cura Rosacruz.
A Igreja e os ideais religiosos em geral se elevarão para a unidade, com o consequente rompimento com os credos e práticas antiquadas, tanto na Religião como na saúde. Os ideais de serviço, trabalho e saúde devem alcançar novos níveis à medida que o altruísmo aumente sua força em todas as atividades da Humanidade.
Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental nos informam que esta é a revolução Marte-Mercúrio do Período Terrestre. Marte é o significador do guerreiro, do trabalhador, do desejo, da paixão, da energia dinâmica, do impulso e da força centrífuga de repulsão. Quão claramente correspondem estas notas-chave às características das idades passadas! Porém agora estamos entrando na metade mercurial do Período Terrestre e Mercúrio representa o pensador, o escritor, a razão, a lógica, a relatividade, a habilidade mental e as mudanças. As massas do povo devem aprender a pensar, e a pensar sem se confundir pelo sentimento ou o desejo.
Ao nosso redor, ainda que invisíveis, as Hierarquias Criadoras estão em “seus postos”, guiando a Humanidade para o bem maior. Quando nos desviamos da Lei Divina sofremos, mas, então, vem-nos a luz e damos o próximo passo em sua direção.
Cristo veio para salvar o que se havia “perdido”. Podemos vender nossa herança espiritual por um prato de lentilhas e não encontrar felicidade; olhando para cima, por sobre a tirania das coisas, O contemplamos, sorrindo, amando-nos e sempre pronto a nos inspirar com os eternos valores do real.
Podemos nos perder em Personalidade e na matéria a compreensão do nosso “ser espiritual”, mas sendo essencialmente divino, nos redimimos a nós próprios e a nosso ambiente mediante a submersão na harmonia espiritual, por meio da luz de Cristo.
As nações são guiadas por meio de uma lei divina para a consciência da Fraternidade do ser humano, assim como o indivíduo se redime do egoísmo e do materialismo. O poder do iluminado é muito maior que o mal do irredento, individualmente considerado. As pessoas boas do mundo têm fracassado em estabelecer a paz sobre a Terra, porque sua bondade é, em muitos casos, passiva. O verdadeiro Cristão Ocultista está sempre ativo em todos os planos de expressão.
Não fiquemos inativos no bem obrar! O processo da redenção, todavia, segue adiante, lentamente. A Humanidade está sendo redimida cada vez mais pelo poderoso Raio de Amor de Cristo de tudo o que aparenta separatismo. Nosso é o privilégio de apressar esse processo, por meio do servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível) o irmão e a irmã que está ao seu lado, focando esse serviço na divina essência oculta em cada um deles (pois nele também essa essência e ela por meio dela que se acessa a base à Fraternidade) por meio de pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras, atos, obras e ações. Tratemos de abrir nossos Corações para que penetre neles a semente do Amor, a fim de sentirmos em toda sua beleza e maravilha a unidade de cada um com todos.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – julho/agosto/1988-Fraternidade Rosacruz-SP)
Nenhum edifício se constrói sem base. E essa base não pode ser falsa (Mt 7:24-27[1] e Lc 6:46-49[2]). O ser humano sensato que edifica o templo interno sobre a rocha dos princípios Cristãos e não sobre a areia da transitoriedade, constituem-se num tijolo do templo de Deus, num esteio da sociedade e na pedra angular de sua família. E como a Fraternidade Rosacruz, em essência e realidade, não é constituída de edifícios, nem de “Sedes” nem de “Grupos”, mas, sim de indivíduos, de almas afinadas na mesma elevada aspiração, no mesmo edificante serviço, deduz-se que ela se edifica e se fortalece na medida em que seus Estudantes Rosacruzes se tornam mais cônscios da responsabilidade de cada um e crescem em virtude e entendimento. Os Evangelhos, igualmente, falam de Cristo como da Pedra Angular. E Cristo falou da transitoriedade das coisas externas, símbolo das verdades internas que aprenderemos a reverenciar dentro de nós e no Todo (Mt 24:1-2[3], Jo 4:19-24[4]).
Importa que os Estudantes Rosacruzes, após o estágio inicial necessário, em que, dentro da maior liberdade, podem examinar, ponderar e concluir se realmente essa Filosofia Rosacruz corresponde as necessidades de seu grau evolutivo, que eles empreendam um estudo sério. Para isso há os diversos Cursos (por correspondência ou por e-mail), há diversas reuniões públicas, há os sites e as redes sociais de Centros Rosacruzes e, principalmente, a possibilidade de se formar “Grupos de Estudos” (Informais e Formais, reconhecido, inclusive, pela The Rosicrucian Fellowship e núcleo de um futuro Centro Rosacruz), todos eles gratuitos e amplos. Ali poderá o Estudante Rosacruz participar das questões, apresentar seus estudos e preparar-se para ser um membro consciente, capaz de prestar um esclarecimento correto, sucinto, das questões que lhes forem propostas por amigos, conhecidos, desconhecidos e familiares interessados.
Esse é um trabalho de base. A tarefa não é de expandir sem firmeza. A expansão deve corresponder ao número de Estudantes Rosacruzes preparados para uma disseminação segura e fiel. Sabemos que há muitas pessoas sequiosas de esclarecimento, que muitas almas sofredoras necessitam das lógicas explicações da Filosofia Rosacruz sobre os mistérios da vida e da morte, do Mundo terreno e dos superiores, das leis que regem nossos destinos. Mas também, se não estamos preparados, suficientemente, para um esclarecimento seguro, somos “um cego dirigindo outro cego[5] para o buraco da confusão e desilusão”. Além disso, é necessário que esse trabalho de difusão, na esfera individual ou na direção de Grupos de Estudos, baseie-se num perfeito desinteresse, quer no ponto de vista financeiro, quer do ponto de vista da vaidade, do personalismo, que sacrifica o espírito de equipe. Ambas são formas de cobrar.
De toda maneira, pressupõe-se um preparo seguro, quer do lado moral, quer do filosófico, ou melhor, dizendo, da Mente e do Coração.
Há dias um simpatizante pelos Ensinamentos Rosacruzes nos interpelou com uma pergunta difícil. Pudemos responder-lhe de pronto e seguramente porque estudamos sempre as obras de Max Heindel. Foi esta: “Como se explica logicamente o renascimento, sabendo-se que a população do globo vai aumentando cada vez mais? Se os espíritos levam determinado tempo nos mundos superiores e renascem, deveria ser sempre igual à população…”.
Esta pergunta é frequente e pode confundir o Estudante Rosacruz abordado. Por isso, para esclarecimento, aqui vai a resposta: “A Onda de Vida inicial de Espíritos Virginais, da humanidade, evoluiu junta até o Período Terrestre no Globo que mais tarde se tornou o Sol, o centro de nosso Sistema Solar. Mas devida a evolução variada de diversos grupos de Espíritos, foi necessário que tais grupos saíssem do Sol, arrojados com os Planetas que foram aos poucos se diferenciando, entre eles a nossa Terra. Mas não tínhamos impressão de morte, de separação, da perda dos corpos, até inicios da Época Atlante, quando nos “foram abertos os olhos” e tivemos a ilusão de que somos seres separados. Desde então fomos perdendo a visão dos planos internos e temendo a morte, porque não sabemos o que nos espera. Mas os Iniciados da Ordem Rosacruz, que sabem, não por suposição ou por teoria, mas porque veem, inclusive na Memória da Natureza, onde estão os registros de todos os fatos passados, nos explicam que os Espíritos renascem, normalmente, uma vez em cada mil anos, sendo uma vez como mulher e outra como homem, alternadamente, no espaço em que Sol transita, pelo movimento de Precessão dos Equinócios, por cada Signo no Zodíaco (por volta de 2.160 anos). Esta é uma regra geral, com exceções. Particularizando a questão, quanto mais atrasado é um ser humano, tanto mais tempo leva para reencarnar aqui e, contrariamente, quanto mais evoluído, tanto menos tempo. À medida que os seres vão se elevando, os intervalos vão encurtando até que estejam livre da roda de renascimentos sucessivos, que são atualmente uma necessidade evolutiva, para conquista das experiências na escola do mundo. Daí se infere que, ao início de cada Época, os períodos entre renascimentos são mais longos para que se dê tempo ao Ego, de assimilar as experiências novas. Com o tempo, vão se encurtando. Agora, que estamos chegando ao final da Época, os Egos vão renascendo todos mais amiúde, neste cadinho de ensinamentos, que é a Terra. No entanto, os Adeptos e Irmãos Maiores estão além da necessidade de renascimento. Estão aqui para ajudar-nos, por amor”.
Aqui termina a explicação, a resposta que poderia ser muito mais longa e pormenorizada. Citamo-la como ilustração de que, em apenas saberem que pertencemos a Fraternidade Rosacruz, as pessoas, algumas por curiosidade, outras por real interesse, outras por desafio, nos põem a prova. Devemos estar preparados para responder com firmeza ou então, honestamente dizer: “a pergunta é interessante. Vou estudá-la para lhe dar a resposta, segundo nossa Filosofia Rosacruz”. Além disso, como dissemos e repetimos, a preparação do Estudante Rosacruz o torna um membro consciente e atuante, para enriquecimento da própria alma e da alma da Fraternidade, de que fazemos parte.
(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – Maio/1964 – Fraternidade Rosacruz–SP)
[1] N.R.: Assim, todo aquele que ouve essas minhas palavras e as pôr em prática será comparado a um homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha. Por outro lado, todo aquele que ouve essas minhas palavras, mas não as pratica, será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande sua ruína!”
[2] N.R.: Por que me chamais ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que eu digo? Vou mostrar-vos a quem é comparável todo o que vem a mim, escuta as minhas palavras e as põe em prática. Assemelha-se a um homem que, ao construir uma casa, cavou, aprofundou e lançou o alicerce sobre a rocha. Veio a enchente, a torrente deu contra essa casa, mas não a pôde abalar, porque estava bem construída. Aquele, porém, que escutou e não pôs em prática é semelhante a um homem que construiu sua casa ao rés do chão, sem alicerce. A torrente deu contra ela, e imediatamente desabou; e foi grande a sua ruína!”.
[3] N.R.: Saindo do Templo, Jesus caminhava e os discípulos se aproximaram dele para mostrar-lhe as construções do Templo. Ele disse-lhes: “Estais vendo tudo isto? Em verdade vos digo: não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja demolida”.
[4] N.R.: Disse-lhe a mulher: “Senhor, vejo que és um profeta…Nossos pais adoraram sobre esta montanha, mas vós dizeis: é em Jerusalém que está o lugar onde é preciso adorar”. Jesus lhe disse: “Crê, mulher, vem a hora em que nem sobre esta montanha nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora — e é agora — em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, pois tais são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade”
[5] N.R.: Lc 6:39
Quando vamos ponderar as qualidades mentais de uma pessoa, em um tema astrológico, a primeira coisa que devemos considerar é a posição de Mercúrio. Primeiramente, notemos em que Signo está ele colocado, depois a Casa e, finalmente, os Aspectos que mantém com os outros Astros.
Para não nos estendermos demasiadamente nesta explanação, remeteremos o caro leitor ao livro “Mensagem das Estrelas” para estudar e compreender os efeitos produzidos pelo Astro da razão, nos diferentes Signos do Zodíaco.
Lá encontrará, também, as qualidades básicas de Mercúrio nos doze Signos. Tais qualidades devem ser estudadas cuidadosamente pois do proveito desse estudo dependem os fundamentos em que basearemos depois nossas conclusões. O outro Astro a considerar, no estudo da razão ou mentalidade, é a Lua. Se há um bom Aspecto entre a Lua e Mercúrio, especialmente se esses dois Astros estão colocados nos ângulos do tema e em Signos que podem expressar suas melhores qualidades, podemos confiar que o paciente cooperará com o médico em sua cura.
Todavia, Mercúrio em Conjunção com Saturno proporciona a uma pessoa uma mentalidade obstinada, teimosa, lenta e propensa à melancolia. Mas, Mercúrio em Trígono ou Sextil com Saturno, proporciona a ela uma memória retentiva, uma Mente bem equilibrada possibilitando o desenvolvimento de boas qualidades de razoamento. Marte e Urano em Conjunção com Mercúrio, proporciona ao paciente uma mentalidade impressionável, sensitiva e emocional; também lhe proporciona tendências a ser um lunático, com pouco controle sobre a Mente. Mas, Marte e Urano em Sextil ou Trígono com Mercúrio, fornecerá a ela uma tendência à sensibilidade e à acuidade mental. Mercúrio ou a Lua em Aspecto adverso (Quadratura ou Oposição) à Netuno, proporciona a ela uma Mente inclinada às condições antinaturais e doentias; propenderá às manias e ao fanatismo na prática da Religião, da mediunidade, das bebidas alcoólicas e das drogas. Observe-se a Casa e o Signo em que estão colocados esses Astros, para conhecer o modo como tendem a se manifestar.
Sendo Netuno a oitava superior de Mercúrio, tem ele influência sobre a Mente superior. Netuno em Aspecto adverso com Urano ou com a Lua proporciona tendências para indesejáveis experiências de psiquismo. Afligido por Marte, especialmente em Conjunção com esse ígneo Planeta, o nativo se vê tentado a empregar amiúde o hipnotismo ou a magia negra sobre os demais, expondo-se, por si mesmo, a ser vítima dos que, faltos de quaisquer escrúpulos, usam essas horrendas práticas sobre os outros.
Quando as aflições mentais se verificam na oitava ou décima segunda Casa têm uma influência mais sutil do que em qualquer outra posição. As aflições ou Aspectos adversos ocorrentes na oitava Casa podem resultar à Mente tendências suicidas.
Desejamos imprimir firmemente na memória do leitor que nunca e por nenhuma razão baseie seu diagnóstico somente em um ou dois Aspectos, senão que deve julgar o horóscopo como um todo. Para ilustrar o perigo em que pode se incorrer pelo exame superficial, tomemos o tema de um homem com Mercúrio em Capricórnio e na sexta Casa, formando um só Aspecto, que era uma débil Quadratura com Netuno. Julgando o horóscopo à ligeira se poderia dizer que o nativo tem a tendência a ter uma mentalidade obtusa. No entanto, quando criança foi o primeiro aluno de sua classe. Em matemática e ortografia era verdadeiramente notável. Já homem, ocupou postos relevantes em suas posições e profissão, sendo depois um diretor de uma empresa que exigia muita habilidade executiva e aguda mentalidade. Para esclarecer isso passemos ao que indicavam os outros Astros de seu tema: tinha sete Astros em Signos de Ar, cinco Astros em Signos mentais, a Lua e Netuno com Aspectos benéficos entre si e nos ângulos, o Sol e a Lua em Signos Fixos. Ao resumir o horóscopo pode-se ver claramente por que tal pessoa alcançou tão elevada posição num trabalho mental, apesar de um débil Mercúrio.
Assim, pois, cremos necessário que o leitor tenha sempre em mira, sem esquecer jamais, o conjunto do tema astrológico – o horóscopo –, empregando bem o raciocínio antes de emitir juízo sobre um horóscopo, quer se trate de qualidades mentais, quer de morais, espirituais ou físicas.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)