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A Astrologia ao Longo do nosso Tempo aqui – Parte 2: As Constelações e Signos do Zodíaco

Sobre as constelações, deve-se lembrar que no âmbito astronômico trata-se de grupos de estrelas localizadas em nossa galáxia que se chama Via Láctea.

Nossa galáxia compreende entre 200 e 400 bilhões de estrelas e se estende por mais de cem mil anos-luz (um ano-luz equivale a viajar 9.500 bilhões de km).

Ela recebe esse nome de Via Láctea porque sua protuberância central aparece como uma longa trilha esbranquiçada no céu noturno devido ao empilhamento de bilhões de estrelas.

Até o início do século 20, os astrônomos concordavam que objetos celestes chamados “nebulosas” faziam parte da Via Láctea. A partir de 1924, Edwin Hubble (1889-1953) demonstrou que certas nebulosas eram, de fato, outras galáxias distantes da nossa por vários milhões a vários bilhões de anos-luz (a mais próxima é Andrômeda, de 140 mil anos-luz de diâmetro, localizada a 2,5 milhões de anos-luz da Via Láctea – estima-se que existam 1.000 bilhões de estrelas).

Acrescentemos que, graças ao telescópio espacial Hubble, em 2017, o número de galáxias em nosso universo observável é estimado em 2.000 bilhões.

Mas, voltando às constelações. As estrelas que formam as constelações estão bem “próximas” de nós: de algumas dezenas a algumas centenas de anos-luz.

Por exemplo:

• Antares que, dada a Precessão dos Equinócios, está atualmente a 10° no Signo de Sagitário, na verdade faz parte da constelação de Escorpião e está a 360 anos-luz do nosso Sistema Solar;

• Regulus está na constelação de Leão, a 56 anos-luz de nós;

• Aldebaran está na constelação de Touro, a 57 anos-luz de nós.

Existem atualmente 88 constelações, incluindo as vistas pelo hemisfério norte e hemisfério sul da Terra.

Em 1930, a União Astronômica Internacional aceitou a delimitação, que guarda certa arbitrariedade, dessas 88 constelações, escolhidas pelo astrônomo Eugène Delporte (1882-1952).

As constelações que nos interessam na Astrologia estão localizadas nas proximidades do curso aparente do Sol que é representado por um grande círculo da esfera celeste chamado de eclíptica (do ponto de vista geocêntrico).

Elas são chamadas: constelações do Zodíaco. “Zodíaco” vem da palavra grega “zodiakos” que significa “roda de seres vivos”, “zodiaion” sendo um diminutivo de “zoon” que significa “animal”.

Essas constelações são em número de 12, a saber: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário, Peixes.

Agora, como veremos com mais precisão, as constelações não devem ser confundidas com os Signos astrológicos de mesmo nome.

Primeira diferença entre os Signos e constelações do Zodíaco:

• Os Signos são todos de 30° e têm como ponto de partida um dos dois pontos de intersecção da Eclíptica com o Equador Celeste, denominado ponto vernal (ou ponto gama). Esse é o ponto onde o Sol está, todos os anos, no primeiro dia da primavera no Hemisfério Norte, e corresponde ao 0° do Signo de Áries.

• As constelações do Zodíaco não são exatamente 30°. Por exemplo, com o fatiamento de Delporte, a constelação de Virgem cobre 46°, enquanto a de Libra cobre 18° (esses são os casos extremos).

Segunda diferença: algumas constelações se sobrepõem parcialmente (por exemplo, as constelações de Aquário e Capricórnio têm cerca de dez graus “em comum” na eclíptica).

Outra diferença fundamental: pelo efeito combinado da atração do Sol, da Lua e dos Planetas, a Terra tem um movimento semelhante ao de um pião que faz com que o ponto vernal (e, consequentemente, todos os Signos) se movam em relação às constelações do Zodíaco em 1° em 72 anos, ou seja, aproximadamente 25.800 anos para completar uma “volta completa” na direção: Áries, Peixes, Aquário etc.

Esse movimento é chamado de Precessão dos Equinócios. Devido à extensão variável das constelações do Zodíaco, essa coincidência é apenas muito aproximada e válida apenas alguns anos a cada 25.800 anos.

Quando o ponto vernal se move de uma constelação para outra, há uma mudança de Era zodiacal. A relativa arbitrariedade na delimitação das constelações não facilita a datação.

Max Heindel nos diz que a coincidência entre os dois Zodíacos ocorreu pela última vez em 498 d.C. (então entramos, nessa data, na Era de Peixes) e que a Era de Aquário começará por volta de 2600, mas já estamos em sua Órbita de Influência.

É sobretudo por causa desse fenômeno de Precessão dos Equinócios que o Zodíaco tropical (ou intelectual) formado pelos Signos é geralmente usado na Astrologia e não o Zodíaco sideral (ou natural) formado pelas constelações.

Acontece que esse fenômeno de Precessão dos Equinócios continua sendo o primeiro embate dos adversários da Astrologia (o outro é o sistema heliocêntrico).

E ainda nos oferece, ao contrário, uma grande prova, entre outras, da validade da Astrologia, com a consideração das diferentes Eras: Touro, Áries, Peixes, Aquário, etc. com elementos históricos relacionados com a natureza dos Signos correspondentes.

Sobre as constelações, podemos notar que praticamente nada de objetivo na disposição das estrelas que as constituem permite ver um carneiro, um touro etc.

Provavelmente são as faculdades de Clarividência dos descendentes atlantes que estiveram no ponto de partida da Astrologia.

Isso constitui uma explicação mais plausível do que a transmissão do “boca a boca” no que diz respeito às semelhanças das mitologias na Mesopotâmia, na Grécia, nos países nórdicos e celtas, na civilização pré-colombiana, mesmo no Extremo-Leste.

Os astrólogos que, por uma razão ou outra, querem ignorar o esoterismo, afirmam que séculos de observação mostraram que o planeta Marte corresponde ao espírito guerreiro, Vênus à beleza e ao amor, etc., e que seria o mesmo para o simbolismo dos Signos.

Um meio-termo satisfatório pode ser alcançado, reconhecendo que o conhecimento astrológico que se desenvolveu ao longo dos séculos não se deve apenas à Clarividência, mas que também houve pesquisas com “tentativa e erro”, bem como transmissão de geração em geração.

Isso é confirmado por Max Heindel, em resposta a uma pergunta sobre Astrologia heliocêntrica:

“Aqueles que basearam suas pesquisas na Astrologia geocêntrica registraram durante séculos suas observações sobre as influências astrais desse ponto de vista” (Pergunta nº 160 do Livro Filosofia da Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume 1 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz).

(de: Introduction: L’astrologie Selon Les Enseignements Rosicruciens : L’Astrologie Rosicrucien, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix – Traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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O Propósito da Cura: a Lei do Destino

Um número sempre crescente de médicos está convencido de que a Lei do Destino é um fator importante para produzir as enfermidades e retardar o restabelecimento, embora na realidade não acreditem na falácia de um destino inexorável. Reconhecem que Deus não nos aflige voluntariamente e não tem intenção de punir o transgressor. Compreendem que todos os sofrimentos e dores são destinados a ensinar-nos lições que não poderíamos ou não quereríamos aprender de outro modo. Os Astros apenas assinalam a época conveniente para recebermos a lição. Mas nem Deus pode determinar o tempo exato ou a quantidade de sofrimento necessário porque nós temos essa prerrogativa, porque somos divinos. Se reconhecermos nossa transgressão e fase de provação prescrita pelos Astros, ficaremos curados da nossa desordem mental, física ou moral. E se persistirmos até o fim de uma aflição astral em não aprender nossa lição então outra configuração muito mais hostil nos obrigará à obediência mais tarde.

O câncer e a tuberculose são aparentemente incuráveis, mas sempre existe a possibilidade de que possam ceder, se a força dirigida contra esses males for suficiente. Como todas as manifestações físicas são o resultado de causas espirituais, e se pudermos chegar a elas, contrabalançando-as com algo de natureza oposta, existirá uma oportunidade, ao passo que uma atitude apática e carente nunca melhorará a condição do paciente. Vivendo em clima saudável e sentindo forte anseio pela saúde, uma esperança que não conheça e nem permita desalento, e uma dieta simples, nutritiva e adequada, podem curar até os piores casos de tuberculose. Quanto ao câncer, é muito difícil determinar quando passou a dívida do destino que causou a afecção, e existem muitos casos registrados em que o câncer pode ser curado, isto é, naturalmente, em suas formas mais brandas. Todavia, mesmo nos casos graves não se deve abandonar a esperança, enquanto existe vida.

No que diz respeito à arteriosclerose existem vários métodos mediante os quais podem ser eliminados seus depósitos, e uma vez removidos, o paciente se sente tão bem como antes. Assim sucede, especialmente quando se consegue que o enfermo reconheça que violou as Leis da Natureza, o que causou a enfermidade nesse caso específico, e para esse objetivo devemos trabalhar. Seja a doença curada ou não, se a pessoa pode ser ensinada sobre quais as leis que foram transgredidas, se ela ou ele pode ser levada a ver qual é a causa espiritual da doença e andar segundo as leis da virtude – que são as Leis de Deus – então, no futuro não existirá doença para eles. É para este fim que estamos trabalhando na Fraternidade Rosacruz, a fim de apressar o dia da libertação, para que toda a humanidade chegue à realização da saúde perfeita.

Quanto à objeção se devemos ou não interferir no destino, deveríamos pensar em primeiro lugar em quem fez esse destino. Nós mesmos! Pusemos em movimento forças que agora estão se manifestando como destino e uma vez que o criamos, temos o direito de modificá-lo, conforme a nossa capacidade. De fato, isto constitui o selo da nossa própria divindade, o poder de reger-nos a nós mesmos. A imensa maioria da humanidade é governada pelos corpos celestes aos quais podemos chamar: o “Relógio do Destino”. Os doze Signos do Zodíaco marcam as doze horas do dia e da noite; os Astros são como ponteiro das horas e assinalam o ano em que certa dívida do destino está madura para ser paga em nossa vida. A Lua indica o mês, e atrai certas influências que sentimos, embora não saibamos que se exercem sobre nós e ignoremos que nossas ações sigam a linha marcada pelo destino que provocamos em nossas vidas anteriores, e invariavelmente as coisas prognosticadas acontecerão a menos que… sim, porque existe um “A MENOS QUE”, graças a Deus, porque se assim não fosse, se não houvesse possibilidade de mudanças no nosso destino então nos sentaríamos e “comeríamos e beberíamos e nos casaríamos porque amanhã teríamos que morrer”. Estaríamos, então, nas mãos de um destino inexorável e incapacitados para ajudar-nos a nós mesmos. Mas, graças a Deus, existe uma probabilidade que não se vê no horóscopo. Isto é a vontade humana que pode impor-se e frustrar o destino.

Como expôs em forma poética Ella Wheeler Wilcox:

“Um navio veleja para Leste e outro para Oeste,

Com o mesmo vento que sopra.

É a posição das velas e não a força do vento

Que determina o rumo a seguir”.

É da maior importância fixarmos as velas das naves de nossa vida como queiramos e que nunca tenhamos escrúpulo de interferir no destino.

Devemos também repelir a ideia de que as simples afirmações sejam suficientes para melhorar as nossas vidas. Em si mesmas, são uma tolice. Na vida, necessitamos de trabalho e ação, como veremos facilmente pela seguinte ilustração: suponhamos que uma pequena semente de cravo fosse dotada da palavra e nos dissesse: “Sou um cravo”. Responderíamos: “Não, você não é um cravo! Você tem as potencialidades necessárias, mas ainda terá que ir ao jardim e se enterrar por algum tempo, germinar e crescer. Somente por esse meio poderá se converter em um cravo, e não mediante sugestões e afirmações”. O mesmo sucede conosco. Todas as “afirmações” de divindade são vãs, a menos que sejam acompanhadas pelas ações de caráter divino, as quais provarão nossa divindade, como as palavras jamais poderão fazê-lo.

(“Extraído do livro: Princípios Ocultos de Saúde e Cura” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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A Mesa dos Pães da Proposição – o Místico Significado da Sala Leste do Tabernáculo no Deserto

A Sala Leste do Templo pode ser chamada de Salão do Serviço, pois corresponde aos três anos de ministério de Cristo e contém toda a parafernália para o crescimento da alma, embora, como dito anteriormente, era mobiliado apenas com três peças principais.

Entre as principais delas está a Mesa dos Pães da Proposição.

Faça uma mesa de madeira de acácia com dois côvados de comprimento, por um côvado de largura e um côvado e meio de altura. Cubra a mesa de ouro puro e aplique ao redor uma moldura de ouro. Faça ao redor dela um enquadramento com quatro dedos de largura e, ao redor do enquadramento, uma moldura de ouro. Faça também quatro argolas de ouro e coloque-as nos quatro cantos formados pelos quatro pés. Junto às molduras, ficarão as argolas por onde passarão os varais para se carregar a mesa. Faça os varais de madeira de acácia e cubra-os de ouro; com eles, poderá ser transportada a mesa. Faça pratos, bandejas, jarras e copos para as libações: tudo de ouro puro. E coloque para sempre sobre a mesa, diante de mim, os pães oferecidos a Deus.” (Ex 25:23-30 e 37:10-16).

Pegue flor de farinha e asse com ela doze pães de oito litros cada um. Coloque-os, depois, em duas fileiras de seis, sobre a mesa de ouro puro, que está diante de Javé. Coloque incenso puro sobre cada fileira. Isso será o alimento oferecido como memorial, como oferta queimada para Javé. A cada sábado esses pães serão colocados permanentemente diante de Javé. Os filhos de Israel fornecerão os pães como aliança perpétua.” (Lv 24:5-9).

A Mesa dos Pães da Proposição estava colocada ao lado norte da sala, de modo a estar à mão direita do sacerdote quando este se encaminhasse ao segundo véu. Doze pães sem fermento eram continuamente mantidos sobre a mesa. Eram colocados em duas pilhas, um pão sobre o outro, e em cima de cada pilha havia uma pequena quantidade de incenso. Esses pães eram chamados os Pães da Proposição ou pão da face, porque foram colocados solenemente diante da presença do Senhor que habitava a Glória de Shekinah, atrás do segundo véu. Todos os sábados, os pães eram substituídos pelo sacerdote, sendo os velhos retirados e os novos colocados no mesmo lugar. Os pães retirados eram entregues aos sacerdotes para comer e ninguém mais tinha permissão de prová-los; também não era permitido comê-los em qualquer lugar fora do Santuário porque era santíssimo e, portanto, só poderia ser consumido por pessoas consagradas e em solo sagrado. O incenso que ficava sobre as duas pilhas dos Pães da Preposição era queimado, quando havia a troca dos pães como uma oferta queimada ao Senhor por um memorial em lugar do pão.

O Aspirante que chegasse à porta do Templo, “pobre, nu e cego”, era conduzido à luz do Candelabro de Sete Braços, obtendo um determinado grau de conhecimento cósmico para ser utilizado unicamente a serviço de seus semelhantes. A Mesa do Pães da Proposição simboliza esse conceito.

Originalmente, os grãos dos quais eram feitos esses Pães da Proposição foram fornecidos por Deus, mas foi a humanidade que os plantou, depois de ter arado e preparado o solo. Depois de plantados os grãos, ela devia cultivá-los e regá-los. Então, quando, de acordo com a natureza do solo e os cuidados recebidos, o que foi plantado produzisse os grãos, esses eram colhidos, debulhados, moídos e assados. Depois os anciãos servos de Deus tinham que levar os pães ao Templo, onde eram colocados diante do Senhor para “demonstrar” que eles tinham realizado seu árduo trabalho, durante todo um longo tempo, e prestado o serviço essencial.

Os grãos de trigo fornecidos por Deus e contidos nos doze pães representam as oportunidades para o crescimento da alma, que chegam a todos por meio dos doze departamentos da vida, representados pelas doze Casas do horóscopo e sob o domínio das doze Hierarquias Divinas, conhecidas como os Signos do Zodíaco. Contudo, é tarefa do Maçom Místico, o verdadeiro Construtor do Templo, abraçar essas oportunidades, cultivá-las e nutri-las para extrair delas o PÃO VIVO que nutre a alma.

No entanto, não assimilamos totalmente o nosso alimento físico; sobra um resíduo, uma grande porção de cinzas, após termos amalgamado a quintessência em nosso organismo. Similarmente, os Pães da Proposição não eram queimados ou consumidos diante do Senhor. Sobre cada uma das duas pilhas dos Pães da Proposição era colocada uma pequena porção de incenso. Isso foi concebido para que o aroma dos pães fosse percebido e para que, mais tarde, eles fossem queimados no Altar do Incenso. Dessa forma, o alimento da alma extraído do serviço diário pelo fervoroso Maçom Místico é lançado no moinho da Retrospecção, quando ele se retira para dormir e executa os exercícios científicos fornecidos pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.

Há um dia em cada mês que é particularmente propício para extrair o incenso do crescimento da alma e queimá-lo diante do Senhor, de modo que possa exalar um suave aroma e ser amalgamado com o Corpo-Alma e fazer parte do dourado e radiante “traje nupcial”. Isso ocorre quando a Lua está se tornando Cheia. Então, a Lua está a leste e os céus estão inundados de luz, como estava a Sala Leste do antigo Templo de Mistérios Atlante, onde o sacerdote acumulava o pábulo da alma, simbolizado pelos Pães da Proposição e pela essência perfumada, que deleitava nosso Pai Celestial, tanto quanto agora.

No entanto, deixemos que o Maçom Místico observe atentamente que os Pães da Proposição não eram fantasias de sonhadores, nem produto de especulações sobre a natureza de Deus ou da luz. Eles eram o produto de um trabalho árduo e real, de um trabalho sistemático e organizado, e nos compete seguir o caminho do verdadeiro serviço, se desejamos acumular tesouros no céu. A menos que realmente trabalhemos e sirvamos a humanidade, não teremos nada para apresentar, nem pão para “ofertar”, na Festa da Lua Cheia. E no casamento místico do “Eu superior” com o “Eu inferior” nos encontraremos desprovidos do radiante e dourado Corpo-Alma, o traje místico nupcial, sem o qual a união com Cristo jamais pode ser consumada.

Note: o incenso aqui simboliza o extrato, o aroma do serviço que prestamos de acordo com as nossas oportunidades.

Outra nota importante: nesse Salão do Serviço, é ensinado ao Aspirante tecer a vestimenta luminosa de flama, a qual São Paulo chamou de “Soma Psuchicon”, ou Corpo-Alma (ICor 15:44), do aroma dos Pães da Proposição.

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Que as rosas floresçam em vossa cruz

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O Lavabo de Bronze do Tabernáculo no Deserto

O Lavabo de Bronze, no Tabernáculo no Deserto, era um grande lavatório redondo, mantido sempre cheio de água. É dito na Bíblia que estava sobre as costas de doze grandes bois, também feitos de bronze e que as partes posteriores desses 12 grandes bois estavam voltadas para o centro do lavatório. Entretanto, na Memória da Natureza parece que esses animais não eram grandes bois, mas representações simbólicas dos doze Signos do Zodíaco. Naquele tempo, a humanidade estava dividida em doze grupos, um grupo para cada Signo zodiacal. Cada animal simbólico atraia um raio particular e, tal como a água benta usada atualmente nas igrejas católicas é magnetizada pelo padre, durante a missa, assim também a água desse Lavabo era magnetizada pelas Hierarquias divinas que guiavam a humanidade.

“Faça uma bacia de bronze, com a base de bronze, para as abluções. Coloque-a entre a tenda da reunião e o altar; depois a encha de água. Nela, Aarão e os filhos dele lavarão as mãos e os pés. Eles se lavarão com água, quando entrarem na tenda da reunião, para que não morram; farão o mesmo quando se aproximarem do altar para oficiar, para queimar uma oferta a Javé.” (Ex 30:18-20).

Não pode haver dúvida quanto ao poder da água benta preparada por alguém que tenha um caráter muito forte e magnético. Ela adquire ou absorve os eflúvios do Corpo Vital de quem a preparou, e as pessoas que a usam se tornam receptivas às suas sugestões em um grau proporcional à sensibilidade delas. Consequentemente, o Lavabo de Bronze, nos antigos Templos de Mistérios Atlante, onde a água era magnetizada pelas Hierarquias divinas de poder imensurável, era um fator poderoso para guiar o povo de acordo com os desejos desses poderes instituídos.

Por isso, os sacerdotes estavam perfeitamente sujeitos aos mandatos e ordens de seus líderes espirituais invisíveis, e por meio deles, o povo foi guiado cegamente. Era exigido dos sacerdotes que lavassem as mãos e os pés antes de adentrar no Tabernáculo. Se essa ordem não fosse obedecida, a morte aconteceria imediatamente, assim que o sacerdote entrasse no Tabernáculo. Portanto, podemos dizer que, como a palavra-chave do Altar de Bronze era “justificação”, então a ideia central do Lavabo de Bronze era “consagração”.

Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos[1]. Temos o exemplo do jovem rico[2] que perguntou a Cristo o que ele deveria fazer para ser perfeito. Ele afirmou que havia cumprido a lei, mas quando Cristo lhe ordenou: “Segue-me”, ele não pôde, pois possuía muitas riquezas que o prendiam tão firme como uma prensa. Como a grande maioria, ele ficaria feliz se pudesse somente escapar à condenação e, como muitos, ele não estava muito interessado em se esforçar para alcançar a merecida recompensa pelo serviço. O Lavabo de Bronze é o símbolo da santificação e consagração a uma vida de serviço. Assim como Cristo iniciou Seus três anos de ministério por meio das águas batismais, assim também, o Aspirante ao serviço no antigo Templo devia se santificar na corrente sagrada que fluía do Mar Fundido. E o Maçom místico que se esforça para construir um templo “sem ruído de martelo” e nele servir deve, também, se consagrar e se santificar. Ele deve estar disposto a desistir de todos as posses terrenas para poder seguir o Cristo Interno. Embora ele possa preservar seus bens materiais como um depósito sagrado e usá-los como um administrador sábio usaria as posses de seu patrão. E devemos estar realmente prontos para obedecer ao Cristo Interno quando Ele disser: “Siga-Me”, ainda que a sombra da cruz apareça sombria no final, pois, para os propósitos superiores, sem esse total desapego da vida para a Luz não pode haver progresso. Do mesmo modo, como o Espírito desceu sobre Jesus quando ele emergiu da água batismal da consagração, também o Maçom místico, que se banha no lavabo do Mar Fundido, começa a ouvir vagamente a voz do Mestre dentro do seu próprio coração, lhe ensinando os segredos do Ofício para que ele possa usá-los em benefício dos outros.


[1] N.T.: Mt 22:14

[2] N.T.: Aí alguém se aproximou dele e disse: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?”. Respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? O Bom é um só. Mas se queres entrar para a Vida, guarda os mandamentos”. Ele perguntou-lhe: “Quais?”. Jesus respondeu: “Estes: Não matarás, não adulterarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho; honrarás pai e mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Disse-lhe então o moço: “Tudo isso tenho guardado. Que me falta ainda?”. Jesus lhe respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me”. O moço, ouvindo essas palavras, saiu pesaroso, pois era possuidor de muitos bens. (Mt 19:16-30; Lc 18:18-30)

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Que as rosas floresçam em vossa cruz

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A Lua, os Signos e a Saúde

Dentro do Filosofia Rosacruz, a Astrologia é considerada uma ciência Divina, Sagrada. E, como tal, é investigada, sob três aspectos básicos: o aspecto espiritual, o educativo e o de saúde.

Neste número convidamos os leitores e, principalmente, os estudiosos da matéria, a acompanhar-nos neste artigo, que é fundamental sob o aspecto saúde.

Apesar da Lua não ser um Planeta (pois é o satélite da Terra) nem ter uma natureza básica própria, exerce uma influência muito forte sobre a saúde de todas nós. Isto é devido a que a Lua serve de foco das forças angélicas que promovem a gestação e o crescimento, através dos Signos do Zodíaco. Outro fato digno de consideração é que, por haver sido expelida do corpo da Terra, levando consigo e albergando os atrasados humanos (que se haviam cristalizado em tal medida que não podiam mais permanecer no seio materno (Terra), sendo prejudicados com nossas vibrações e prejudicando-nos com as suas, em nosso progresso normal), irradia, desde então, esses efeitos cristalizantes para a Terra.

Vemos, pois, que a Lua tem muito a ver com a morte e o nascimento físico. O corpo lunar está representado e simbolizado por meio círculo (a forma do quarto crescente) que representa a alma. Como refletora do Sol, que rege a Individualidade, a Lua está associada à Personalidade, essa parte complexa da natureza do ser humano, composta dos diversos veículos que evoluem durante a permanência na Terra, em cada vida, por meio das variadíssimas experiências obtidas através das emoções e sentimentos. Como se ensina dentro do Filosofia Rosacruz, “o primeiro germe da Individualidade foi implantado na parte mais elevada do Corpo de Desejos, pelos Senhores da Mente, na última parte da Revolução Lunar do Período Terrestre” e, portanto, a Lua tem particular influência sobre o Corpo de Desejos, o corpo de natureza emocional.

A Filosofia Rosacruz também nos expõe que os antigos alquimistas designavam aos Anjos Lunares, ou da Lua, que rege as mares de água salgada (o mar) com o termo “Sal”. Concluíram que certa quantidade a mais de sal no organismo, produz a loucura, como ficou provado pelas experiências em barcos ou navios, cujos tripulantes ficando sem água doce, transtornaram-se mentalmente por beber água salgada em demasia, que continha o elemento lunar: sal. Esta é a razão do porquê estabeleceram a estreita relação entre a Lua e a Mente.

Como a Lua percorre todo o Zodíaco, em pouco menos de um mês, gera vibrações repetidas e maiores que qualquer outro corpo astral. Não apenas gera e recolhe como transmite as vibrações do Sol, dos Signos e dos Planetas com os quais vai formando ângulos de influência.

Há quatro fases com relação às vibrações solares: Lua Nova, quarto crescente, Lua Cheia e quarto minguante. Estas fases mantém estreita relação com a vibração de cada Astro e são fatores importantes na saúde. Essa influência é particularmente forte quando coincide com o mesmo Aspecto astrológico no tema natal ou no progredido de cada mês. Estimula, com seus Aspectos, a cada uma destas posições e, também, dinamiza ativando os assuntos regidos pelas diversas Casas terrestres por que passa.

Considerando apenas os quatro pontos principais de seu ciclo (o começo de cada fase acima), a Lua forma trinta e seis Aspectos com os corpos celestes em trânsito, outro número igual de posições radicais e outro tanto com os Astros e pontos progredidos, além de formas Aspectos com o Ascendente, o Meio do Céu e a própria posição lunar do nascimento. Um Aspecto de movimento lento, como entre os Astros maiores, pode ser culminante, quando a Lua alcança Aspecto em graus exatos. Por ser mais veloz que os demais corpos celestes, a Lua pode criar um clímax maior por uma sucessão de configurações de natureza semelhante. Por exemplo: Júpiter e Saturno poderão estar em Quadratura, porém, faltando alguns graus para ser exata; se a Lua está em Quadratura com estes dois Planetas, ao mesmo tempo, precipitará a completa realização e expressão das consequências indicadas por essa Quadratura.

A maior parte dos seres humanos, atualmente, responde mais fortemente às influências relacionados com sua Personalidade do que às da Individualidade ou do Ego, ficando, pois, mais afetado pelas vibrações lunares do que pelas do Sol. A maior parte das pessoas, atualmente, não percebe este fato. Quando chega e ter consciência dele dá o primeiro e importante passo para mudar esta condição.

Depois virá o despertar e iniciará a luta consciente pelo domínio da Personalidade ou a parte inferior de si próprio. É a condição proposta por Cristo para sermos Seus Discípulos: a renúncia de velhos hábitos, no sentir e no pensar. Tal esforço continuado de renúncia provoca sempre uma diminuição inicial de saúde; essa sensibilidade corporal é o sinal, para os que iniciaram o caminho, de um passo dado para um estado mais elevado de consciência.

Muitos Estudantes Rosacruzes acham que é uma ajuda dedicar-se ao exercício metódico de anotar suas reações diárias, ao trânsito da Lua. Notam que os estados negativos, produzidos por Aspectos adversos (Quadraturas, Oposições e algumas Conjunções), provocam correntes depressivas no corpo. Todavia, se conhecemos as datas astrológicas em que os mesmos se verificarão, podemos sobrepor-nos conscientemente a seus efeitos. Sobre o assunto, somos de parecer que a melhor atitude é a de não nos preocuparmos com tais influências, mantendo, todavia, um estado permanente de alerta a que a Bíblia cita de: “orar e vigiar“, pois, quanto mais elevado e equilibrado é o indivíduo, tanto menos afetado é pelas influências externas, gozando de uma “perfeita liberdade”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1961 – Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

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Carta de Max Heindel: A Mensagem Mística do Natal

Dezembro de 1912

Sinos de Natal! Quem já não sentiu a magia deles nos dias da sua infância, antes que a dúvida se insinuasse em seu coração e abalasse os ideais inculcados pela igreja? O mesmo sino repicava na Igreja aos domingos e chamava para a oração em todos os dias da semana, mas havia no dia de Natal um timbre diferente, algo excepcionalmente festivo, algo que nós, agora, atribuímos à imaginação relacionada às crianças ou à infância. Nós sentimos falta disso, por mais que possamos nos congratular com a emancipação daquilo que temos o prazer de denominar “as cerimônias ou performance ridículas, hipócritas ou pretensiosas da igreja”. Wordsworth[1], na sua “Ode à imortalidade”, expressou o intenso arrependimento pela perda dos ideais relacionados com a infância ou com a criança, e nada que o mundo tenha a dar pode ocupar o lugar deles e, embora possamos ser abençoados com os recursos materiais, somos realmente pobres quando o “glamour” da juventude se desvanece e as concepções intelectuais sufocam as chamadas “superstições”.

São Paulo nos exortou a estarmos sempre preparados para dar uma razão à nossa fé, e há uma razão mística para as muitas práticas da igreja, as quais são transmitidas às gerações, desde a mais remota antiguidade. O soar do sino quando a vela acende sobre o altar foi inaugurado por videntes espiritualmente iluminados para ensinar a unidade cósmica da luz e do som. O badalo metálico do sino traz a mensagem mística de Cristo à humanidade, tão claramente hoje como da primeira vez que Ele anunciou o amoroso convite: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso[2]. Assim, o sino é um símbolo de Cristo. “A Palavra”, quando nos chama do trabalho para a adoração ante o altar iluminado, quando Ele nos encontra como “A Luz do Mundo”.

Também, o sentimento particularmente festivo despertado pelos sinos de Natal é produzido por causas cósmicas ativas nessa época do ano, e a estação atual é verdadeiramente santa, como agora veremos. Os que estudam a “ciência das estrelas” compreendem os Signos do Zodíaco como um conjunto sonoro cósmico, cada Signo vibrando com um atributo particular; e como as órbitas em marcha viajam em procissão caleidoscópica, de Signo em Signo, numa combinação sempre variável, os acordes da harmonia cósmica, conhecidos pelos místicos como a “música das esferas”, emitem um eterno hino de oração e glorificação ao Criador. Essa não é uma ideia fantasiosa, mas um fato real, perceptível ao vidente e capaz de ser demonstradas aos pensadores pelos seus efeitos. E a harmonia das esferas não é um som de um tom único; varia dia a dia e mês a mês, conforme o Sol e os Planetas cruzam Signo após Signo em suas órbitas. Há, também, épocas de variações anuais devido à Precessão dos Equinócios. Então, há uma infinita variedade na “música das esferas”, como de fato deve ser, pois esta constante mudança de vibrações espirituais é a base da evolução física e espiritual. Se cessasse por um só instante, o Cosmos se converteria em Caos.

Como demonstração, observemos a Natureza e a qualidade da vida de amor que derrama por meio do Cristo-estelar, o Sol, quando ele transita pelo beligerante Signo de Áries, o Carneiro, durante desde a metade do mês de março até metade do mês de abril. O amor sexual é a nota-chave da natureza; todas as energias são aplicadas na geração; então, predominam as inclinações passionais. Compare isso como o efeito do Sol em dezembro, quando se acha focalizado através do benevolente Sagitário, regido pelo Planeta Júpiter. Seus raios, então, conduzem à religião e à filantropia; o ar é vibrante com a generosidade, e a vida de amor do Cristo-estelar encontra a sua mais alta expressão nesse Signo que tem a mesma natureza. Externamente reina uma atmosfera de espera ansiosa que beira a angústia, pois o símbolo visível da “Luz do Mundo” se obscureceu, mas na noite mais escura do ano, o conjunto dos sinos de Natal evocam uma pronta resposta aos sentimentos do Natal, que torna o mundo inteiro semelhante, filhos do nosso Pai que está nos Céus.

Que a música mística dos sinos do Natal desperte o mais terno acorde em seu coração, e que a tônica do regozijo seja predominante em seu ser durante o próximo ano – esse é o desejo natalino dos trabalhadores de Mount Ecclesia.

(Carta nº 25 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: William Wordsworth (1770-1850) foi o maior poeta romântico inglês.

[2] N.T.: Mt 11-28

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Astrologia e a Arte de Curar Nós Mesmos

O verdadeiro Aspirante a uma vida superior tem, como responsabilidade primária, velar pelo equilíbrio e bem-estar dos seus veículos. Seu estado de saúde é fundamental para o bom desempenho dos seus serviços.

A Astrologia Rosacruz nos proporciona as ferramentas necessárias para aproximar-nos de maneira consciente do conhecimento das causas que geraram desarmonias e, consequentemente, doenças e enfermidades (efeitos).

Sabermos de que maneira somos afetados pelo curso dos Astros, a localização deles nos distintos Signos e Casas, é um primeiro passo para conhecermos as tendências nos diversos departamentos da nossa vida, principalmente no que se refere a saúde e cura. Esses temas são expressos no nosso horóscopo todo, especialmente pelas 6ª e 12ª Casas que regem, respectivamente, nossos hábitos cotidianos, as possibilidades de doenças agudas, as dívidas contraídas anteriormente e as tendências para doenças crônicas e agudas.

Sermos conscientes das nossas tendências, nos permite o uso do livre arbítrio, no sentido de substituir hábitos inadequados, por atitudes que tendam a fortalecer nosso Corpo Vital, possibilitando a harmonização dos nossos veículos para alcançarmos a tão almejada saúde.

Colheremos aquilo que plantarmos. Portanto, tornemo-nos mais conscientes no serviço que realizarmos, para podermos merecer melhores situações de aprendizado, nas quais o sofrimento seja transmutado pelo serviço amoroso e desinteressado, pois é evidente que ao assimilar o fundamento essencial do amor se nos permita o acesso a maiores ensinamentos.

Se pela mudança dos nossos hábitos conseguirmos mudar nosso caráter, estaremos alterando conscientemente nosso destino pela graça da fé e do trabalho realizado. Cultivemos boas a vontade e a coragem. Tudo, depende de nós.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de São Paulo-SP de janeiro-fevereiro/1999)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Correlações entre Quadruplicidades, Triplicidades, Aspectos da Divindade e Casas Astrológicas

Quando uma pessoa, pela primeira vez, toma contato com o estudo da Astrologia Rosacruz defronta-se com o problema da aprendizagem das características dos diferentes Signos do Zodíaco. O processo comum, usual, é começar com o estudo do primeiro Signo, Áries, seguindo-se o estudo de Touro, Gêmeos, Câncer, etc., seguindo a ordem até o décimo segundo Signo, Peixes. O Estudante Rosacruz segue essa ordem porque esse é o método adotado pelos autores modernos. O Estudante Rosacruz aprende que Áries é um Signo entusiasta, enérgico e que a ele se segue Touro, um Signo tranquilo, fleumático. O Estudante Rosacruz poderia então perguntar a si mesmo: “Por que essa influência muda tão radicalmente? Que relação existe entre um Signo e outro?”.

O Estudante Rosacruz aprende, ainda, que os Signos são classificados em Signos de Fogo, Terra, Ar e Água, mas muito tempo se passará antes de compreender a diferença entre dois Signos de Fogo, por exemplo. Esse método pode, com o tempo, dar ao Estudante Rosacruz uma ideia clara da relação existente entre os Signos, mas até lá, quase sempre se faz grande confusão das influências, ficando na completa dependência da memória para aprender a natureza intrínseca dos Signos. Por essa razão vamos ver a relação entre os Signos. Para o cético, esse método dá uma razão satisfatória para se crer que os Signos exercem influência real, pois, mostra que as forças em ação nos Signos são as mesmas, em caráter, que observamos no nosso globo físico. Mostra a razão de muitos fatos inexplicáveis e conduz a uma compreensão apropriada da relação entre os Signos, bem como sobre a natureza da força que se expressa por seu intermédio. Uma das classificações que utilizamos na Astrologia Rosacruz são: Cardeais, Fixos, Comuns, Fogo, Terra, Ar e Água.

Compreendamos, primeiramente, a natureza da Divindade para chegarmos a uma correta compreensão do Deus do nosso Sistema Solar. Isso não é assunto novo, pois já estudamos isso no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Mas, vale a pena recapitular. Vamos começar com o que na terminologia Rosacruz é chamado de o Absoluto, a Raiz da Existência. O Absoluto é, de acordo com os Ensinamentos Rosacruzes, uma expressão do polo negativo do Espírito Universal. O que seja o polo positivo não pode ser conhecido do não Iniciado. Todavia, podemos concluir que se há um polo negativo do Espírito Universal, forçosamente haverá também um polo positivo, pois, em toda a natureza encontramos essa polaridade dupla. O Conceito Rosacruz do Cosmos nos ensina que no alvorecer ou no começo da Manifestação ativa, o Ser Supremo é emanado do Absoluto (Veja o Diagrama 6 do Conceito).

Essa grande inteligência espiritual possui três forças ou energias miraculosas que se manifestam como Poder, Verbo e Movimento. O primeiro aspecto, o Poder, contém em si a habilidade de criar algo original e inteiramente novo. O segundo aspecto, o Verbo, recebe o germe original criado pelo primeiro aspecto, imagina seu modo de desenvolvimento, desenvolve-o e alimenta-o ou o mantêm. O terceiro aspecto, o Movimento, lhe fornece o poder de crescimento. Com esse processo, Sete Grandes Logos vêm à existência e o sétimo desses Seres diferenciou em Si o Deus do nosso Sistema Solar. O Deus do nosso Sistema Solar tem, portanto, em Si, os três poderes primários correspondentes aos do Ser Supremo. Tais poderes são designados como: Vontade (correspondendo ao Poder), Sabedoria (correspondendo ao Verbo) e Atividade (correspondendo ao Movimento) e se manifestam exatamente da mesma maneira, embora em menor escala, que os três grandes poderes possuídos pelo Ser Supremo. Ora, o Espírito de cada ser humano, o Eu Real individual, foi diferenciado por esse grande Ser em Si mesmo e como Ele cada um de nós está imbuído, potencialmente, com Seus três grandes poderes primários, que são designados como Espírito Divino (correspondendo ao Poder, Vontade), Espírito de Vida (o Verbo, Sabedoria) e o Espírito Humano (Movimento, Atividade). Estes três poderes primários da Divindade são as forças que agem por meio dos 12 Signos do Zodíaco, expressando-se, cada uma, através de quatro Signos em estreita relação, como descrevemos a seguir.

O primeiro aspecto ou aspecto Poder da Divindade, se expressa nos quatro Signos Fixos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário). O segundo aspecto, Sabedoria, se expressa no plano mental por meio dos quatro Signos Comuns (Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes) e o terceiro aspecto, Atividade, se expressa no plano físico por meio dos Signos Cardeais (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio). Portanto, cada um dos aspectos, se expressa através de quatro Signos que, no Zodíaco, estão colocados em cruz. Essa cruz Zodiacal, na Astrologia Rosacruz, se chama “quadruplicidade”.

Estudaremos separadamente cada quadruplicidade focando, cuidadosamente, o caráter das forças que agem nos Signos, para mostrar que as forças que agem em cada quadruplicidade são idênticas as que observamos nos fenômenos elétricos. Cada quadruplicidade é uma unidade eletromagnética e é para as leis de manifestação eletromagnéticos nessas quadruplicidades que vamos considerar. Primeiramente, vamos ver o que é “unidade eletromagnética”. Para quem está afeito às coisas da eletricidade, isso não é novidade. Se uma corrente passar por um fio condutor, a resistência oferecida pelo metal do fio à passagem da corrente dá nascimento a linhas de força magnética que fluem em ângulo reto com a direção seguida pela corrente elétrica. Essas linhas de força magnética, de modo idêntico à força elétrica de que a originaram, manifestam dois polos: um positivo e outro negativo, ou melhor, um polo de atração e um polo de repulsão. Os dois polos da corrente elétrica e os dois polos da corrente magnética constituem o que chamamos de “unidade eletromagnética”. Verificaremos que os Signos de cada quadruplicidade manifestam forças que podem ser comparadas às de uma unidade eletromagnética. Se os Astrólogos Rosacruzes estivessem familiarizados com esta maneira de considerar os Signo muito os ajudariam na interpretação astrológica. Considerando isso veremos, primeiramente, a quadruplicidade dos Signos Fixos que é uma expressão do aspecto Poder ou Vontade da divindade, pois aqui, a analogia entre as forças em jogo numa unidade eletromagnética e as da quadruplicidade, podem ser vista mais plenamente, especialmente se considerarmos os Astros Regentes dos Signos.

Depois de estudarmos os Signos Fixos, voltaremos nossa atenção para os Signos Comuns e para os Signos Cardeais. Max Heindel nos ensinou que os Astros são as forças impulsoras do tema ou horóscopo e que o Signo dá cor ou modifica a influência dos Astros. Todavia, temos três Signos que manifestam o que chamamos de força impulsora ou força criadora. Tais Signos são os Signos de Fogo e a força ou poder desses três Signos é análogo à da corrente elétrica, que é uma força impulsora, fluente. Leão é o Signo de Fogo da quadruplicidade dos Signos Fixos e representa a fonte ou o gerador da nossa corrente elétrica. É regido pelo Sol, cuja tônica é: vida. Leão é, portanto, a usina, a casa de força da nossa analogia. Ele fornece uma força fluente ou impulsora. O Signo ou polo oposto a Leão é Aquário e aqui ele representa o canal, o condutor, as condições ou os meios necessários para a expressão, condução ou manifestação da corrente elétrica. Do material que ele tem à mão Aquário seleciona e determina o caminho de menor resistência, o caminho por onde vai fluir à força de Leão. A força de Aquário é, portanto, uma força seletiva. Os Regentes de Aquário são Urano e Saturno. A palavra-chave de Saturno é “obstrução” e a de Urano “intuição”. Intuição é uma faculdade seletiva, discriminadora e exprime, perfeitamente, o caráter da força em ação. Sabemos que a “obstrução”, ou melhor, a resistência do fio condutor seleciona ou “impede” certas vibrações da corrente elétrica e são essas vibrações impedidas de circular que vão formar as linhas de força magnética que sempre fluem em ângulo reto com a direção da corrente elétrica. Examinando os Signos que estão em ângulo reto com a linha Leão-Aquário encontramos: num lado Touro e no ponto oposto Escorpião. Touro, o Signo da Terra da quadruplicidade dos Signos Fixos, é regido por Vênus, um Planeta de “atração”. No polo oposto, Escorpião, um Signo da Água da quadruplicidade dos Signos Fixos, é regido por Marte, um Planeta de “repulsão”. Estes dois últimos Signos representam os dois polos opostos das linhas de força magnética. Os quatro Signos, tomados em conjunto, representam aquilo que denominamos unidade eletromagnética. Pelos dois, Leão e Aquário, passa a corrente elétrica que vai gerar entre os outros dois, Touro e Escorpião, o campo magnético. A quadruplicidade dos Signos Fixos é, portanto, uma expressão do aspecto Poder e se manifesta, principalmente, no plano de vida emocional.

O Signo de Fogo da quadruplicidade dos Signos Fixos é Leão; podemos, portanto, esperar que essa força elétrica, criadora, se manifeste como força impulsora no plano emocional. O plano emocional é o reino dos motivos, das causas, é o reino da vital causa primeira doadora da vida. O resultado disso é que qualquer que seja a característica demonstrada por um nativo de Leão, ela será devida, em grande parte, a essa força diretora, quer ele a mostre em seu verdadeiro caráter ou de maneira pervertida.

Uma breve descrição de cada Signo mostrará como se manifesta a força impulsora. O verdadeiro Leão mostra uma natureza amorosa ou emocional forte; seus motivos são elevados e sente abundante fé em Deus. Sente-se naturalmente impelido a comunicar essa fé aos outros e emprega muito do seu tempo com esse propósito. Sente-se capaz de conduzir outros e tem grande confiança em sua própria força. Estende esta fé e confiança à humanidade e está convencido de que aqueles que trabalham por si sempre fazem o melhor que podem. Sua fé na natureza humana, geralmente, redunda em afeições mal empregadas e em ingratidões. Suas falhas são todas devidas a essa fé em si mesmo que o conduz a assumir ares de grande importância, de domínio sobre os que lhe são inferiores ou a procurar posições de mando que não é capaz de desempenhar com sucesso. Há uma força de soerguimento em sua comunidade, cheio de vitalidade e de força de vontade. Como sua força se expressa no plano emocional; seu grande amor por Deus e pela humanidade leva-o, em geral, a ser um curador ou um pregador, ou então a expressar suas emoções como ator ou comediante. Encontra sucesso em qualquer esfera, onde brilha aos olhos dos outros. Muitos destes traços de caráter são comuns aos outros Signos de Fogo, porque todos eles têm em si essa força impulsora. Todos a manifestam, mas como cada Signo de Fogo pertence a uma unidade diferente, cada um se manifesta em plano diferente, seja mental, emocional ou físico. Mas a coragem, a confiança em si, a generosidade, a agressividade, o otimismo, o entusiasmo, a previdência, idealismo, etc. são comuns a todos. Tem muita dignidade, todos são francos, falam bem, porém em demasia. Em Aquário, o Signo ou polo oposto, temos uma força que também se manifesta no plano emocional, mas em vez de ser uma força impulsora, agora vemos uma força seletiva, discriminadora. Enquanto que o nativo de Leão é dirigido pelos motivos, o de Aquário dirige, observa, compara, julga e controla esses mesmos motivos.

O aquariano adiantado é, de todos os Signos, o mais apurado juiz da natureza humana. Tem sede de luz e de conhecer as “causas primeiras” ou os princípios fundamentais do mistério da manifestação que, no tipo avançado, em geral conduz ao campo do ocultismo e da astrologia. É severo juiz da verdade ou da falsidade; de uma doutrina religiosa sente intuitivamente o que é fato e o que é imaginação. Em todos os casos, a religiosidade dos aquarianos mostra suas tendências discriminadoras. Seu interesse pelo ritual e pelas cerimônias é para examiná-los e compará-los com os outros. As escrituras e os ensinos dos grandes fundadores de correntes religiosas são tratados da mesma maneira: não aceita nada que não tenha sido submetido ao seu julgamento discriminador. Vê ambos os lados de qualquer controvérsia; sente a unidade de toda humanidade e compreende o coração de todos. É um verdadeiro pesquisador. A comparação entre os nativos de Aquário e de Leão mostra algo do caráter das forças em ação. O de Leão é eloquente, fala bem, ao passo que o de Aquário é de poucas palavras. O de Leão tem confiança nos seus companheiros; o de Aquário pesquisa suas ações, palavras e pensamentos, inquire os motivos determinantes das suas ações. Ambos são afetivos e bondosos e sua vida no lar é quase ideal, mas embora os de Leão vivam harmoniosamente com sua família, devido à bondade de seu coração, é não obstante, o chefe, o cabeça da família; já os de Aquário tendem mais a acatar a opinião da pessoa amada e abre mão da sua opinião para o bem da harmonia. Leão é destemido e confiante; Aquário é reservado e modesto. Estes dois Signos, juntamente com Touro e Escorpião, são a fonte das forças das causas que se ocultam em todos os esforços humanos; constituem a força principal da ação na humanidade: o amor e afeição de Leão, o desejo de conhecimento e de amizade de Aquário, o desejo físico ardente de Touro e a excitação sexual de Escorpião. Os filósofos gastaram muita tinta no exame dessas forças, tão básicas no comportamento humano. Os antigos egípcios tentavam mostrar as forças da quadruplicidade por meio da esfinge que tinha o corpo de um touro (Touro), asas de uma águia (Escorpião), patas de um leão (Leão) e cabeça de homem (Aquário).

O Querubim visto por Ezequiel e por ele descrito no capítulo I, versículos 5 a 10 do seu livro, é o símbolo desses quatro Signos. Disse Ezequiel: “E a semelhança dos seus rostos era como o rosto de homem, e do lado direito todos quatro tinham rostos de Leão, e do lado esquerdo todos os quatro tinham rostos de boi; e também rostos de águia todos os quatro“. A visão de São João do Trono de Deus, dada no Livro do Apocalipse 4:7, também, os descreve: “E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando“.

Antes de considerarmos os Signos que representam as linhas de força magnética da quadruplicidade dos Signos Fixos, examinemos a corrente elétrica nos Signos de Fogo e de Ar e das outras quadruplicidades. Na quadruplicidade dos Signos Comuns o Signo de Fogo é Sagitário, que nos fornece as mesmas forças diretoras que encontramos em Leão, mas sendo os Signos Comuns expressões do segundo aspecto da Divindade, a Sabedoria que, como dissemos, visualiza, extrai e desenvolve a ideia original, as forças de Sagitário se manifestam no plano mental. Essa é a região da lei da vida e do desenvolvimento; é a região para o desenvolvimento das ideias. Sagitário é regido por Júpiter que representa a Mente superior, e sua influência é expansiva, desenvolvedora. Conhecendo o plano no qual essa força dirigente está em ação, podemos, com segurança, dizer que a característica principal do verdadeiro sagitariano adiantado é seu extraordinário poder de atividade mental. Ele é sempre uma fonte de auxilio e de iluminação para os outros. Ele se interessa na relação entre a causa e o efeito e sabe como desenvolver uma ideia a exercer o poder de concentração. Comparando-o com Leão, vemos que é um vidente, um profeta, um filósofo, um idealista, legislador, porém, melhor orador do que curador, acredita mais na justiça do que no perdão, tem mais amor à lei e à ordem do que à humanidade. Ele não sente tão profundamente como o de Leão, mas tem sede de sabedoria e possui determinação para procurá-la por meio da razão e para dá-la aos outros. Naturalmente essa tendência faz do ensino da filosofia ou da religião a ocupação ideal para o sagitariano, embora a profissão da advocacia seja também um campo de atividade conveniente. A literatura e o jornalismo também são atração para o sagitariano, já o estudo da medicina raramente é procurado por ele, mas quando o faz especializa-se no que diz respeito ao cérebro. Se a nossa analogia for correta, devemos encontrar uma força seletiva ou discriminadora em ação no polo ou Signo oposto a Sagitário, como meio de expressão ou de condução, julgando ou criticando nesse plano. Gêmeos é o Signo oposto e Mercúrio, o seu Regente. De acordo com a mitologia, Mercúrio é o mensageiro de Júpiter, regente de Sagitário, Signo que acabamos de analisar. O mensageiro é um meio de expressão ou de manifestação. As histórias mitológicas ligadas a Mercúrio são cheias de exemplos de sua habilidade em adaptar os meios para a obtenção dos fins e, também, da sua capacidade de adaptar as faculdades (meios) de outras pessoas aos seus próprios fins. Sendo essa a região das ideias e das leis, os meios de expressão são as palavras e os escritos. Pode-se ver prontamente que o nativo desse Signo terá habilidade de expressar-se bem por palavras ou por correspondência. Aprende com facilidade e está, normalmente, bem informado em vários assuntos. Suas principais características são a: versatilidade e adaptabilidade, agilidade intelectual e destreza física. Notamos como a força discriminadora agindo no plano mental nos fornece aquele que pesquisa e que separa os fatos e as notícias, o lexicógrafo, o crítico literário, o inventor.

Na quadruplicidade dos Signos Cardeais o Signo de Fogo nos fornece o Signo de Áries como força impulsora. Como essa quadruplicidade pertence ao aspecto Atividade da Divindade, expressando-se no plano físico da vida, encontramos, antes, o que executa do que o que fica vendo, o trabalhador de vontade, o pioneiro e o indivíduo de ação. O ariano conhece apenas sua própria força; por isso é cheio de si. Raramente descansa. Tem orgulho de ser tão ativo e, geralmente, superestima sua própria fortaleza. A força impulsora desse Signo lhe fornece muita confiança em si e ele está sempre fazendo algo ou começando alguma coisa que é incapaz de terminar. O polo oposto dessa corrente elétrica é o Signo de Ar de Libra. Este nos fornece aquele que pesquisa e separa as coisas físicas mais do que as causas, como encontramos em Aquário e Gêmeos. O senso discriminador dos de Libra faz com que dê grande importância ao ambiente harmonioso. Seus esforços são dirigidos para o ajustamento do seu ambiente e para o aformoseamento da vida por meio de uma das artes criadoras. É, particularmente, sensível as mais elevadas vibrações da música. Mostra grande tato e gosto na escolha das vestes e da linguagem. É o juiz das formas, sons e cores, o artista, o músico, o pintor, o urbanista, o juiz de qualquer competição de beleza, seja de flores, cães ou cavalos. É o avalista, o cambista, etc., o negociante de objetos de fantasia e de enfeite, o livreiro, o lexicógrafo, o perito em eficiência comercial. São traços de caráter comuns a todos os Signos de Ar, devido a essa força discriminadora: o desejo de conhecimento, de requinte, interesse na cultura intelectual, prazer na troca de ideias. Todos são bons na comparação, veem os lados de qualquer problema e estão sempre imaginando novos esquemas e novas ideias. São dados à pesquisa e investigação. Tem discernimento na escolha entre o que presta e o que não presta. São menos precipitados na ação e, portanto, menos sujeitos aos acidentes do que os Signos de Fogo. Fornece, também, aos seus nativos, o mais elevado tipo de beleza, mas há o mesmo vigor no caráter dos Signos de Ar como nos Signos de Fogo. Quando há muitos Astros nos Signos de Ar, especialmente se estão afligidos, há o perigo de estagnação, de ter atitude de “paz a qualquer preço”, de submissão àquilo que deveria ser combatido. São “mornos”, via de regra. Assim como o aquariano pouco desenvolvido fornece vazão às suas emoções, não as conduzindo pelos canais apropriados, também o geminiano pouco desenvolvido mostra seus esquemas e artifícios, mente e rouba e vive de suas habilidades. Não é difícil para o Estudante Rosacruz ver que os pouco desenvolvidos de Libra não terão a força necessária para dominar as circunstâncias adversas e podem se tornar vítimas delas.

Até agora só estudamos seis Signos: os que representam os dois polos da nossa “corrente elétrica” nos três grupos de Signos ou quadruplicidades. Se, por um momento, observarmos as Casas que correspondem a esses Signos, podemos ainda ver o caráter das forças em ação. A 5ª Casa, que corresponde a Leão, está relacionada com a irradiação e distribuição do poder vital criador do Amor. Fornece o entusiasmo ou a incitação que impele à expressão. É conhecida como sendo a Casa dos assuntos amorosos, dos filhos, dos prazeres, etc. A 11ª casa, correspondente a Aquário, mostra os meios de expressão. É conhecida pelos Astrólogos Rosacruzes como a casa dos amigos, das ambições, dos desejos e das esperanças. Sabemos que problemas com filhos podem ser resolvidos considerando a 5ª e 11ª Casas. A 11ª Casa é a 5ª Casa do companheiro do matrimônio, o que é o outro modo de dizer que o companheiro de matrimônio é um fator ou meio de expressão necessário. Estamos, com isso, declarando aos Estudantes Rosacruzes que o poder vital para criar filhos é mostrado pela 5ª Casa, mas que os filhos, em si, devem ser julgados pela 11ª Casa, pois eles são como os nossos amigos, o caminho para a expressão da nossa natureza amorosa. A 9ª Casa, que corresponde a Sagitário, é a Casa da Mente superior e está relacionada com o desenvolvimento do poder do pensamento, por meio de influências tais como as viagens que estimulam o pensamento, as filosofias, etc. A 3ª Casa é seu meio de expressão, isto é, é a Mente inferior; é a casa dos escritos e dos outros meios de comunicação. A 1ª Casa, correspondente a Áries, rege a Personalidade que encontra seu meio de expressão na 7ª Casa. Isto explica porque a 7ª Casa rege assuntos tão diferentes como o público, associações e inimigos, pois, todos os fatores necessários à expressão da Personalidade.

Gostaríamos, agora, de chamar a atenção dos amigos para a influência sutil dos órgãos do corpo regidos por esses Signos. O coração, junto com o sangue, impede que os fluídos do corpo fiquem estagnados; os pulmões purificam pela oxigenação e eliminação do óxido de carbono; os rins purificam pela eliminação dos ácidos, etc.; o cérebro sutiliza o indivíduo como um todo. Outro fato interessante é que parece que esses Signos formam os órgãos em duplicata: há duas câmaras no coração; dois pulmões, dois rins, dois hemisférios cerebrais. Os Signos de Terra e de Água regem os órgãos de função vegetativa, desde Touro (boca, garganta), o ponto de entrada, até Escorpião (reto) o ponto de saída. Alguns costumam dizer que no processo da refinação o fogo e o ar são os que produzem o fogo purificador, ao passo que no processo de cultivação a terra e a água fazem fértil o solo. A influência refinadora dos Signos de Fogo e de Ar é claramente vista em temas como o de Max Heindel, no qual muitos Astros se encontram nesses Signos, havendo poucos nos Signos de Terra e de Água. Embora isso não seja evidência conclusiva, quando considerado sem levar em conta os Aspectos dos Astros, etc., a influência pode, não obstante, ser vista. Os quatro Signos Comuns e os quatro Signos Cardeais podem ser considerados de maneira semelhante. Em cada quadruplicidade o Signo de Fogo representa a força ou a fonte da corrente elétrica. O Signo de Ar, que lhe é oposto, é o canal ou meio de expressão (fio ou condutor) ou fator necessário para a manifestação da força do Signo de Fogo (corrente elétrica). A energia criadora dos Signos Leão e Aquário está relacionada com o primeiro aspecto da Divindade, fornecendo a possibilidade de criação de algo novo e original: a Epigênese, em última análise. Leão fornece a força, e a intuição de Aquário possibilita os meios de criação de ideias originais. Assim verificamos que a principal característica dos Signos de Fogo é a força impulsora e que a força seletiva ou discriminadora é a que age por meio dos Signos de Ar. Sua ação combinada constitui o campo elétrico. Os Signos de Terra e dos de Água representam o campo magnético, em cada caso. Essa analogia entre as forças dos Signos e as leis dos fenômenos elétricos são muito importantes para o aprendizado do Estudante Rosacruz. Assim, se usarmos essa analogia no nosso estudo dos Signos e conhecendo a unidade eletromagnética a que ele pertence, bem como o lugar que ocupa nessa unidade, verificamos que, com facilidade, podemos predizer algo das características do Signo. Cada quadruplicidade se manifesta, é claro, no plano do ser ao qual está relacionada.

Assim é que o primeiro aspecto, o aspecto Poder, agindo por intermédio dos Signos Fixos, se manifesta no plano emocional. O segundo aspecto, o Verbo, agindo nos Signos Comuns, se manifesta no plano mental e o terceiro aspecto, o Movimento, agindo pelos Signos Cardeais, se manifesta no plano físico.

Chegamos, agora, à vez da descrição dos demais Signos, também de força magnética. Note-se que tais Signos são os de Água e de Terra. Os cientistas não sabem ainda o que seja o magnetismo, como também não sabem o que seja a eletricidade; sabem apenas como essas forças se comportam. As linhas de força magnética são o resultado do movimento da eletricidade, dizem os cientistas, e nós podemos dizer que os Signos, analogamente a essas linhas, estão relacionados com resultados e recompensas, devido à atividade dos Signos elétricos. Os Signos elétricos mostram o que semeamos; os Signos magnéticos mostram o que colhemos. Emocionalmente será harmonia (Touro) ou discórdia (Escorpião); mentalmente serão oportunidades para servir e trabalhar (Virgem) ou prisões, limitações (Peixes). Fisicamente, colheremos honra e adiantamento (Capricórnio) ou restrições nas condições do lar, rasgos hereditários, etc., (Câncer).

Se pudermos dizer que as linhas de força magnética são derivadas do fluxo de uma corrente elétrica também podemos afirmar que as forças dos Signos de Terra e de Água podem ser consideradas como derivadas dos Signos de Fogo e de Ar, isso explicará por que os Signos de Fogo e de Ar são considerados mais espirituais do que os de Terra e de Água; eles representam mais a fonte da vida e do ser, enquanto que os Signos da Terra e de Água representam as formas ou manifestações materiais.

O magnetismo apresenta um polo positivo e um polo negativo. Um desses polos pode ser descrito em linguagem simples como uma força não satisfeita, que tende a buscar seu equilíbrio no seu oposto polar. Os Signos de Água representam essa força insatisfeita; os Signos de Terra representam os polos opostos, que satisfazem e completam o circuito.

Os Signos de Água têm sido chamados de emocionais, mas esse não é o termo apropriado para usar, porque causa confusão. Os únicos Signos emocionais são os Fixos. Mas se por emocional queremos significar impressionável, que muda ou é afetado facilmente, podemos designá-los assim. O que devemos compreender é que com pessoas impressionáveis, as ideias e as sensações são prontamente transmutadas em emoções. Mas, em honra à clareza, digamos que apenas os Signos Fixos são emocionais. Os Signos de Água são instáveis, sem equilíbrio, insatisfeitos; são sujeitos as impressões e, como um magneto, tudo aquilo com que entram em contato, muda a sua polaridade.

Se as linhas de força magnéticas derivam da corrente elétrica, assim o amor filial de Touro deriva do amor universal de Urano. A vontade de Leão se expressa como desejo. Touro representa o polo de atração do nosso grupo de Signos Fixos. Os amigos podem ver, facilmente, estabilidade de propósito e de caráter, paciência e perseverança. Devemos lembrar, todavia, que a força é antes objetiva e concreta do que subjetiva e ideal. Disposição para adquirir é sua principal característica. A pessoa de Touro é muito material em seus propósitos e pode estimar, demasiadamente, as posses concretas. Seu hábito mental é contemplativo e introspectivo. Examina tudo o que vem a ele, mas nunca vai. Nunca se eleva aos planos superiores. Liga a si cada pensamento ou experiência e tem inclinação a sofrer de qualquer doença que sua Mente imaginar. Está limitado à família, é muito poupado e tem inclinação a ser avarento e ensimesmado. Geralmente é incapaz de aceitar outro ponto de vista que não o seu. É muito leal nas amizades e no amor; nunca se apaixona por heróis nem por ideais abstratos, estes devem ser sempre realidades materiais. Às vezes, as tendências religiosas estão completamente ausentes. A sensualidade é quase sempre bem desenvolvida. O taurino é um construtor, um produtor, agricultor e, às vezes, banqueiro. Seus rasgos de caráter são o resultado de uma força atrativa, de uma força magnética.

Todos os Signos da Terra representam aquilo que fornece satisfação; aquilo que equilibra e estabiliza. Os nativos desses Signos não são dados a entusiasmos, nem aos extremos; são práticos e submissos quando se trata de suprir uma necessidade. No agrupamento dos Signos Fixos, o polo oposto das linhas de força magnéticas é Escorpião e representa um estado emocional insatisfeito. Se soubéssemos mais sobre magnetismo talvez conhecêssemos mais sobre as forças em ação nesses Signos. Em certos aspectos, este polo das linhas de força magnética age como uma sobrecarga de energia.

O nativo de Escorpião parece cheio de uma força que tem de ter uma saída de qualquer forma e em qualquer lugar. Parece estar sempre lutando para conquistar e tudo o que necessitar de esforço vigoroso, “está para ele”, como se diz na gíria. Está sempre pronto para argumentar ou para combater; o fracasso da oposição lhe fornece muita satisfação. A palavra-chave deste Signo é “discórdia” e, muitas vezes, a força vital de Leão é consumida em excessos de sensualismo. O que é vontade e desejo latente em Touro se torna energia manifestada em Escorpião. Esse polo das linhas de força magnética sempre procura igualar tudo que está em sua constituição. Os nativos mais altamente desenvolvidos têm paixão pela investigação e pela experiência e possuem grande força para abrir e explorar as regiões superiores. Escorpião expressa um estado emocional insatisfeito, sempre procurando seu equilíbrio. Fornece incentivo para o nativo entrar em contato com os planos emocionais superiores. Sua meta é um estado emocional equilibrado, um estado emocional perfeito, o domínio da paixão ou sua satisfação, dependendo isto de desenvolvimento do nativo. Está relacionado com a geração e a regeneração. O desinteresse, a natureza flexível, a disposição distraída, são rasgos de caráter comuns a todos os Signos de Água. São dados à mediunidade, são impressionáveis, compassivos. Diferentes dos Signos de Terra, são extremistas. Na quadruplicidade de Signos Comuns, o polo de atração é Virgem. Desde que sua força se exprime no plano mental, o nativo desse Signo tem sucesso como compilador de fatos, mas tem pouco poder de criação. Ele é o ceifeiro do saber, equilibrando e pondo em ordem, absorvendo o conhecimento com tranquilidade. O temperamento é passivo e conservador, amante do conforto material. Seu horizonte é limitado pelo círculo dos seus deveres. Em alguns casos, suas vistas não são apenas limitadas; são, antes, microscópicas, podendo ver em um grão de areia em uma montanha. Como polo atrativo do grupo anterior, Touro tem possibilidade de ser egoísta e sensível à opinião pública. É sigiloso acerca dos seus negócios e fastidioso no vestir. É bom nos detalhes, mas inclinado a conservar para si suas descobertas. Não tem a força criadora necessária ao sucesso geral. A relação desse Signo com o segundo aspecto da Divindade está evidente no seu interesse pela alimentação e saúde.

Diz-se que não há Signo que produza tanto nativo que se eleva a fama por habilidade intelectual do que Virgem. Em geral, o nativo de Virgem escolhe carreiras em que se dedica como pesquisador, como a química, farmácia ou outros assuntos ligados à saúde. Quando trabalhando nessa direção, destaca-se como humanista e encontra muito interesse em seu próprio trabalho o que redundará em forma e sucesso material. Peixes, o polo oposto, representa o campo pelo qual a Mente atinge o desenvolvimento mental e espiritual, a unidade com os poderes espirituais, a consciência cósmica, a satisfação intelectual. Peixes exprime suas forças em seu desprendimento; o nativo é generoso, dando até o que lhe é necessário para viver aos parentes e amigos, nada pedindo em troca. Gosta de falar e, como escritor, é fluente, embora prolixo. A força desse Signo está, antes, nos seus ideais e aspirações do que nas suas ações. Tem pouca ambição mundana, não cuidando de obter dignidades nem poderes. Raramente consegue enriquecer. Seu poder de atingir os mais elevados planos mentais o conduz à aspiração e sua capacidade de trazer de lá as mensagens, fazem-no clarividente e místico. O tipo menos avançado pode lançar mão de drogas e artifícios para atingir esses planos elevados.

Capricórnio, como os outros Signos de Terra, é também muito consciente de si e apresenta o mesmo perigo de perder-se nos detalhes; o objetivo torna-se muito limitado. Como sua força se manifesta no plano físico, o nativo é muito poupado; poupa tudo o que pode ser de utilidade, desde pregos usados até sacos de papel. Fornece, também, muita importância à exterioridade, à forma exterior e ao vestuário. É hábil e aproveita as oportunidades quando elas se apresentam. A capacidade de embaraçar-se com trabalho físico pesado é característica. O nativo de Câncer tem também seu interesse centralizado no físico. O estimulo é para o perfeito ambiente físico; é o construtor do lar, gosta de fazer seu ninho. É muito influenciado pelo seu ambiente. Suas sensações são vividas e facilmente é presa das emoções. É um extremista, inclinado a afastar seus amigos dos sentimentos mórbidos de depressão. O tipo menos evoluído é inclinado a vagar sem desígnio, fugindo das responsabilidades, provando ser incapaz de construir um lar. Suas sensações vividas deixam imagens claras do passado, da infância e dos velhos laços de amizade. Essas sensações são devidas à constituição física instável, impressionável.

Vejamos, agora, as casas que correspondem aos Signos que compõem as chamadas linhas de força magnéticas. A 2ª Casa, correspondente a Touro, é a Casa das posses, das finanças relacionadas com o poder de aquisição; a 8ª Casa correspondente a Escorpião é a Casa do progresso e evolução, o campo da regeneração e da liberação ou da degeneração e morte. Estas Casas são relacionadas com o Poder criador do primeiro aspecto da Divindade. A 2ª Casa mostra o que vem ao nativo como resultado compensador dos seus esforços criadores; a 8ª Casa mostra o fim das coisas, vitalmente. A 6ª Casa, correspondente a Virgem, e a 12ª Casa, correspondente a Peixes, estão relacionadas com a Sabedoria, ou seja, com o segundo aspecto da Divindade. A 6ª Casa diz respeito à saúde do nativo, à alimentação, ao conforto pessoal, vestes, etc. Mostra o trabalho que o nativo está destinado a fazer ou a que é compelido pela lei de consequência; rege, também, os que estão ligados ao nativo como servidores ou empregados. A 12ª Casa mostra o fim das coisas, mental e legitimamente; a aquisição da consciência cósmica, a obtenção espiritual da limitação cósmica. A 10ª Casa, correspondente a Capricórnio, e a 4ª Casa, correspondente a Câncer, estão relacionadas com o Movimento, terceiro aspecto da Divindade, e com o plano físico. A 10ª Casa mostra nossa posição social e as honras recebidas, ao passo que a 4ª Casa mostra o fim das coisas, fisicamente. As Casas 8ª, 12ª e 4ª constituem as Casas chamadas “finais”. A morte pode ser mostrada por qualquer delas.

Assim, acabamos de completar o estudo dos 12 Signos e suas correlações com a Divindade e com as Casas astrológicas. Agora é só colocar em prática, se exercitar e chegar a conclusões mais profundas do que essas. Bons estudos!

(Artigo publicado na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz, de São Paulo-SP de janeiro/1979)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Influência Astral e a Relação com seu Destino e sua Saúde

Com a finalidade de adquirir um claro entendimento da extensão da influência do destino nos processos de doença e cura devemos, primeiramente,  compreender que somos nós mesmos que fazemos o nosso destino. Desde os nossos antepassados, os Semitas Originais, que já eram portadores da faculdade do livre arbítrio, temos manuseado forças que nos colocaram nas atuais condições.

Assim, pois, nós mesmos temos determinado nossos destinos e por isso, somente nós podemos mudá-lo. Na realidade, reger nossos destinos é a marca caracteristica da divindade. A quase totalidade da humanidade é regida pelas órbitas celestiais, chamadas de “Relógio do Destino”. Os 12 Signos do Zodíaco marcam as 12 horas do dia e da noite, os Astros correspondem ao ponteiro das horas e mostram o ano em que certo débito do destino está maduro para expressar-se em nossa vida. A Lua indica o mês e atrai certas influências sentidas por nós sem que percebamos sua origem ou ainda para que servem estas influências, porém, fazem com que nossas ações se alinhem ao destino que traçamos em anos ou vidas anteriores.

Invariavelmente tudo que é mostrado no mapa astral ocorre, a menos que, usemos nosso livre arbítrio para impor-nos a nós mesmos praticando ações que venham a frustrar nosso destino. Tais fatos não constam do nosso horóscopo.

Claro que tudo isso não se aplica ao Destino Maduro, governado pelos Anjos Relatores e que pode ser sugerido através do exame da 12ª Casa no horóscopo.

A ciência da Astrologia é frequentemente mal empregada por pessoas que adotam atitudes em consequência de Aspectos adversos em seus mapas natais. Especialmente os Aspectos adversos com Saturno. Se, por um lado, é verdade que as pessoas agem por indicação das influências astrais, também é verdade que “os Astros impelem, mas não compelem”. O indivíduo espiritualmente evoluído, ou em evolução, que modifica seus hábitos mentais e emocionais em conformidade com as leis de Deus começa a reger os seus Astros. Em consequência, se torna o dono do seu próprio destino.

Dessa forma, esse destino constitui um fator de cura somente na medida da nossa permisão. Cada um de nós é divino, possuimos potencialmente todos os poderes de nosso criador, Deus. E podemos, através do exercitamento apropriado desses poderes, progredir para qualquer nível de desenvolvimento espiritual que desejamos. Lógico que isso requer esforço persistente de autodisciplina. Como a maioria das pessoas permite que seus desejos e emoções a governem, fica então sujeita a vários tipos de doenças.

Entretanto, o poder do Ego, o que realmente somos, é ilimitado e à medida que aperfeiçoarmos esse poder, vivendo de acordo com as imutáveis leis do amor, da unidade, do serviço, etc., nos libertaremos das cristalizações resultantes do ódio, do ressentimento, do mau humor, da suspeita, etc. e, então, passaremos à gozar de saúde abundante.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP de julho-agosto/1991)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Doze Poderes de uma Pessoa Crística

O Cristo planetário, em sua função de Redentor mundial, atraiu para Si doze poderes do Espírito através dos quais Se manifestou na Terra de maneira a suscitar toda a experiência necessária à evolução.

Os doze aspectos da energia divina através dos quais o Cristo Se manifesta na Terra são conhecidos, pelo ser humano, como os Signos do Zodíaco. Cada Signo zodiacal carrega a impregnação de uma qualidade especializada do Princípio de Cristo. Cada um é uma influência à qual todas as formas de vida respondem. Esses Signos ou esses atributos são, literalmente, o corpo de Cristo partido nos céus para nossa necessidade.

Cristo, o macrocosmo, é o padrão para o ser humano, o microcosmo. Assim como o Cristo Se apropriou de fluxos de energia divina que eram necessários ao Seu propósito, o ser humano, que é um Cristo em formação, durante um ciclo de vida na Terra, apropria-se, em medidas e sequências prescritas, desses mesmos atributos. Essas qualidades, latentes nele, são sua “esperança de glória” e garantia do cumprimento final do seu destino na forma. Eis o tema esotérico da Bíblia Cristã, de Gênesis a Apocalipse.

À medida que o ser humano reage ao impacto das influências espirituais que são liberadas pelo Cristo planetário, essas mesmas forças, em seu ser interior, são estimuladas, ativadas e trazidas à fruição pelo poder. Sob o “fogo cruzado” de experiências conflitantes que são trazidas à cena pela influência zodiacal, o ser humano aprende suas lições designadas de autoconhecimento e autodomínio. À medida que cada lição é concluída, alguma qualidade da alma nasce. Quando essas qualidades são, por sua vez, aplicadas à vida em forma de amor e dedicação à vontade Divina, são gerados os poderes da alma, os poderes de um ser humano que está em Cristo. Esse é o caminho, a verdade e o padrão de vida ensinado por Cristo-Jesus. Não há outros.

No Antigo Testamento, o personagem de Jacó representa o Cristo planetário, o poder do Sol espiritual, que envia doze “filhos”, os Signos do Zodíaco, ao mundo para realizar uma tarefa evolucionária. Cada palavra de admoestação e profecia dada por Jacó descreve o caminho do progresso para toda a onda de vida humana. Suas palavras são, assim, tão aplicáveis hoje como quando foram ditas pela primeira vez. Nelas estão definidas as qualidades das energias zodiacais, seu propósito e seus potenciais, bem como os problemas, os pontos fortes e as fraquezas produzidos na humanidade, em resposta a elas.

A primeira evidência na Bíblia sobre uma cooperação real com o propósito do Cristo planetário é encontrada na história da chamada dos doze por Moisés, o princípio da Mente, para que eles possam ativar a consciência da humanidade em níveis mentais. No estágio de desenvolvimento assim representado, a resposta da humanidade ao estímulo espiritual não era de alta qualidade. Exprimia-se frequentemente como a ganância, avareza e separatividade usuais da Mente inferior. No entanto, à medida que essas energias atuavam no despertar da Mente do ser humano, elas desenvolveram, da mesma forma que hoje, em uma curva mais elevada da espiral os rudimentos da lei ética e moral. A humanidade foi disciplinada por tudo o que é retratado nos esforços para ganhar e manter um lugar na Terra Prometida, até que aprendeu a reagir ao impulso espiritual de maneira mais elevada.

Em um ciclo posterior, representantes humanos dos doze poderes apareceram novamente no cenário bíblico. Até o exoterismo classifica os profetas de Israel em grupos de doze. Esotericamente, sabemos que cada um dos doze profetas maiores e menores estava preocupado em ativar as qualidades da alma capazes de responder ao impulso de Cristo em um nível superior. Nas Escolas de Mistérios durante essa Era, os representantes proféticos do Cristo trabalharam para trazer à objetividade os aspectos da consciência humana que prepararam a humanidade para receber o Divino em forma humana.

Quando a humanidade foi preparada, o Cristo encarnou na pessoa de Jesus de Nazaré e, de acordo com o modelo cósmico, atraiu para Si indivíduos nos quais as qualidades de sua natureza estavam suficientemente desenvolvidas para funcionar no nível do discipulado ativo. Mais uma vez, ele enviou os Doze, dessa vez como personalidades humanas, ao mundo para liderar a humanidade nas etapas finais, em direção ao seu objetivo.

Jacó abençoou os Doze e enviou para se expressar em um ciclo de geração em que o espírito interior seria absorvido, pela ação e reação dos níveis externos, até que um despertar para a meta tornasse possível o contato com o ensino de Cristo. No estágio de discipulado ativo, sob a tutela de Cristo, os desejos humanos que motivam os “filhos de Jacó” a embarcarem no caminho da geração tornam-se os poderes da regeneração, por meio do amor e Serviço. Nos Discípulos de Cristo, o egoísmo que impele à experiência humana tornou-se uma aspiração altruísta de servir como instrumento para o Seu propósito.

Na longa peregrinação de Jacó a Cristo, Gad, o filho de Jacó que representa Áries, personificação do princípio da vontade, torna-se Tiago, irmão de João. A vontade humana, com o problema do uso correto, soprada como palha pelos ventos da experiência que não é direcionada, torna-se, por meio do sacrifício, o poder da vontade divina funcionando no esforço dirigido da personalidade que promove o plano de Deus.

O taurino Issacar, vinculado à materialidade pelo desejo de saber e ter, aprende a pagar suas dívidas cármicas com amor e paciência. Então revive como André, aquele que, motivado totalmente por amor, ganha o poder de se libertar da forma ao encontrar a Vida Única dentro de todas as formas

Os irmãos gêmeos, que representam o Signo de mesmo nome, Simeão e Levi, mutáveis e instáveis, divididos entre a interação dos opostos polares, cujo problema é a enorme lacuna entre as atrações da personalidade e as da alma, têm a missão de encontrar a unidade e alcançar a meta em Tomé. Nele, o padrão de dualidade muda da preocupação com o superficial para se tornar o intérprete e avaliador do bem e do mal. Tal pessoa, como a vida das ondas da personalidade antes do sol nascente do ser espiritual, vive no poder da unidade intuitiva com sua fonte.

A Benjamin, o filho canceriano, é atribuído o uso correto da imagem formadora do poder da Mente para construir o corpo da alma. Seu problema é transmutar o medo e a autopiedade em consciência solidária das necessidades dos outros. Com as lições aprendidas, ele se torna Natanael, em quem não há medo, porque aprendeu o poder da pureza interior para vencer o morador das trevas.

O leonino Judá, animado na longa jornada por uma intensa autoconsciência e vontade de dominar, torna-se, por meio da renúncia e do domínio de si, a força do Amor Crístico. “Aquele que perde sua vida por minha causa certamente a encontrará” é o jeito de Leão. O exemplo supremo do fracasso do ser humano em cumprir a tarefa de Leão é encontrado em Judas Iscariotes. O ser humano egocêntrico, cego pela ambição pessoal e material, torna-se o poder da autodestruição. Seu lugar é assumido, no padrão dos doze, por Matias, o “totalmente dedicado”.

Sob o impulso de Virgem, o eu, que é Diná, desenvolve o poder forte da percepção espiritual para se tornar Tiago, o Menor, a personificação de uma consciência na qual o útero da forma não é violado, mas, em vez disso, nutre e protege a semente do Princípio de Cristo.

O libriano Asher, confrontado com o problema da escolha certa entre os valores materiais, desenvolve a discriminação espiritual que permite à alma pender para o lado das verdades eternas e, assim, traz os fatores da vida de maneira ordenada, bela, harmoniosa e pacífica para se tornar Judas Tadeu.

Dan, sob a influência de Escorpião, no campo de batalha do fogo e da água, encontra as provas nas quais o desejo da natureza é libertado da escravidão da vida dos sentidos para se tornar João Evangelista, o poder de regeneração e o amado de Cristo. Sob a bênção de Escorpião, o aguilhão da morte é transmutado no poder do desejo purificado de elevar o ser humano carnal às alturas da imortalidade.

A José é dada a tarefa sagitariana de trazer a aspiração pessoal para o domínio da alma, no nível do poder superior da Mente Criativa. Em Filipe, o Discípulo, esse poder é desenvolvido e usado na resposta unidirecionada à orientação espiritual de alguém em quem a flecha da Mente é apontada infalivelmente para o objetivo do Mestre a quem ele serve.

O capricorniano Naftali, o Primeiro Adão, terreno e materialista, sabiamente usa as lições da existência humana para atingir, como Simão, o Último Adão, os poderes de uma Mente enraizada no cosmos para transcender os limites do entendimento normal.

Ruben, sob o impacto de Aquário, recebe a tarefa de transmutar a preocupação pessoal e o autosserviço em consciência de grupo e humanitarismo sensível. Em Mateus, o Publicano, o longo esforço é consumado. Seu Evangelho, com a marca da consciência social e da responsabilidade de grupo, é o guia para todos os Aspirantes à vida superior, em todos os lugares, que buscam se libertar das limitações de uma vida dedicada à personalidade para seguir e servir a Cristo.

Sob o influxo da energia espiritual de Peixes, Zebulom desenvolve a consciência de Pedro. A experiência consumada, avaliada, assimilada e liberada torna-se o poder da sabedoria de alma que percebe o divino em toda experiência. Por meio da transmutação da personalidade, a alma é liberada para novos ciclos de aventura divina.

Hoje, o ser humano trabalha com os rudimentos das qualidades de alma que devem funcionar como poderes espirituais em seu futuro veículo de expressão; porém, na maior parte do tempo, o trabalho prossegue abaixo do nível da Mente consciente. Poucos, mesmo entre os Aspirantes, sabem o que está realmente acontecendo dentro deles, mas gradualmente, à medida que a própria vida ganha consciência da existência da alma e do plano evolutivo, o ser humano reconhece sua oportunidade de trabalhar voluntariamente com a Hierarquia planetária.

Quando qualquer um dos doze poderes de Cristo são ativados por meio do reconhecimento consciente do trabalho a ser feito e de um esforço voluntário da vontade de cooperar com ele de forma semelhante a Cristo, a espiritualização de todo o veículo assume uma tremenda aceleração e o Discípulo se encontra na última volta de sua jornada evolutiva. Então, o holofote da Mente, tornando-se rapidamente iluminado espiritualmente, é capaz de penetrar aspectos do plano até então não reconhecidos, enquanto as qualidades magnéticas do coração receptivo são correspondentemente sintonizadas com a necessidade, em níveis superiores e humanos. Com a Mente e o Coração assim integrados, o indivíduo torna-se ciente das áreas da existência divina e dos estados de consciência que, embora eternamente presentes, ele foi incapaz de perceber ou contatar. Então, sob a orientação de instrutores a quem ele serviu, a sua personalidade torna-se totalmente um instrumento de Serviço, funcionando no nível da alma em novos, e nunca sonhados, reinos de Luz, Amor e Serviço.

E o que dizer do objetivo final? A resposta está nos capítulos finais do Livro do Apocalipse. Aqui é descrito o Templo da alma, perfeito em todas as suas medidas. Quando o Templo de Deus — ou seja, o ser humano — é medido e considerado perfeito, assim como o Pai Celestial é perfeito, o ser humano saberá que sua designação foi cumprida. Doze portas para o renascimento forneceram os campos necessários para o progresso da alma em evolução. A essência crística desse esforço agora se tornou o corpo de luz e joias dos iluminados espiritualmente. Esse corpo não projeta sombra. Não há qualquer substância escura dentro dele. A glória do Deus interior é a sua luz e o seu poder.

(Publicado na Revista New Age Interpreter – Corinne Heline do 1º trimestre de 1963 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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