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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quais são as Hierarquias Criadoras atualmente que trabalham no Mundo do Desejo?

Resposta: Estudando a Filosofia Rosacruz aprendemos que no Mundo do Desejo a luz e a cor são cambiantes (diferente do estado que encontramos aqui, na Região Química do Mundo Físico), aprendemos também que é onde as forças dos nossos irmãos e nossas irmãs menores, os que chamamos de animais, e as nossas próprias forças se misturam com as forças de inumeráveis Hierarquias de seres espirituais, que não “aparecem” no Mundo Físico, mas que são tão ativas no Mundo do Desejo como nós o somos aqui. Aqui as Hierarquias se referem às Hierarquias Criadoras que trabalham no Mundo do Desejo, seja somente lá, seja parcialmente lá, durante o Ciclo de Nascimentos e Mortes. E aí já surge a dúvida: são todas as doze Hierarquias Criadoras? Se não, quais são?

Não são todas as doze! Vamos conhecê-las então (de uma forma bem resumida), já que devemos muito a elas graças ao trabalho que desenvolvem cotidianamente no Mundo do Desejo:

1) a Hierarquia Criadora Senhores da Individualidade, também chamada de Hierarquia Zodiacal de Libra. Dominam totalmente todos os materiais do Mundo do Desejo. Ajudou-nos na nossa formação no longínquo Período Lunar nos fornecendo o germe do que é agora o nosso Corpo de Desejos. Atualmente, no Mundo do Desejo, trabalham para ensinar a manipular os materiais das três Regiões superiores do Mundo do Desejo. E, agora, depois de formados e evoluindo para frente e para cima, Ela nos ajuda, neste Período Terrestre, ensinando-nos como desenvolver o nosso veículo Espírito de Vida.

2) a Hierarquia Criadora Senhores da Forma, também chamada de Hierarquia Zodiacal de Escorpião. É a Hierarquia Criadora encarregada de tudo que evolui aqui no Período Terrestre e necessita de “formas”, seja pensamento-forma, formas do Mundo do Desejo, formas etéricas ou formas químicas. Ela, também, nos ajuda, neste Período Terrestre, ensinando-nos como desenvolver o nosso veículo Espírito Humano.

3) a Hierarquia Criadora dos Arcanjos, também chamada de Hierarquia Zodiacal de Capricórnio. Neste atual Esquema de Evolução atingiram o seu estágio de “humanidade” no Período Solar, momento em que se tornaram especialistas em trabalhar com materiais do Mundo do Desejo. Neste Período Terrestre exercem várias funções, dentre as mais destacadas: Espírito-Grupo dos animais (em que são responsáveis pela evolução de cada ser animal existente), Espírito de Raça para nós, ainda que atualmente muitos poucos seres humanos ainda precisem desse tipo de segmentação para se desenvolver e exercem a liderança em cada Planeta e no Sol, quanto ao desenvolvimento dos desejos, sentimentos e das emoções que utilizam o material das três Regiões superiores do Mundo do Desejo. Lembrando que Cristo, o Deus-Filho é um Arcanjo, o mais elevado Iniciado do Período Solar, o maior dos Arcanjos.

4) a Hierarquia Criadora dos Anjos, também chamada de Hierarquia Zodiacal de Aquário. Neste atual Esquema de Evolução atingiram o seu estágio de “humanidade” no Período Lunar, momento em que se tornaram especialistas em trabalhar com materiais da Região Etérica do Mundo Físico. Neste Período Terrestre exercem várias funções, dentre as mais destacadas: Espírito-Grupo das plantas – vegetais (em que são responsáveis pela evolução de cada ser vegetal existente), Anjos do Destino – também chamados de Senhores do Destino ou Anjos Relatores – que nos ajudam a escolher entre os diversos Panoramas de Vida que temos à nossa disposição quando estamos nos preparando para renascer lá no Terceiro Céu, que depositam na cabeça do espermatozoide do pai o Átomo-semente do Corpo Denso e na matriz do útero da mãe, o Átomo-semente do Corpo Vital quando de uma relação sexual em que haverá fecundação, que ajuda nas conexões dos Átomos-sementes dos Corpos quando estamos trabalhando com a mãe para renascer, que auxilia a mãe nos momentos pré-natal, que trabalham com os Auxiliares Invisíveis humanos em certos momentos para a cura espiritual. O Deus-Espírito Santo é um Anjo, Jeová, o mais elevado Iniciado do Período Lunar, o maior dos Anjos.

5) a Hierarquia Criadora dos Espíritos Virginais da Onda de Vida Humana – nós -, também chamada de Hierarquia Zodiacal de Peixes. Neste atual Esquema de Evolução atingimos o nosso estágio de “humanidade” neste Período Terrestre, momento em que começamos o trabalho para nos tornarmos especialistas em materiais da Região Química do Mundo Físico. Durante a nossa estada pelo Mundo do Desejo: quando estamos vivendo a nossa vida celestial – após a morte aqui – no Mundo do Desejo (Purgatório e Primeiro Céu); quando estamos “descendo” para mais um Renascimento aqui, coletando materiais para a construção de mais um Corpo de Desejos, seja quando temos a capacidade de trabalhar lá, mesmo renascido aqui, como fazem os Auxiliares Invisíveis conscientes, Irmãos Leigos, Irmãs Leigas, Adeptos e Irmãos Maiores, e seja renascidos aqui quando coletamos materiais para expressar, pelo nosso Corpo de Desejos, os desejos, sentimentos e as emoções do dia a dia.

Podemos saber e estudar mais sobre as Hierarquias Criadoras no nosso site: https://fraternidaderosacruz.com/, no Glossário Dicionário Rosacruz, ou no livro: Conceito Rosacruz do Cosmos.

Que as rosas floresçam em vossa cruz!

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Como conheceremos Cristo quando voltar?-

Descubra aqui onde o estudo foi dividido nos seguintes tópicos para facilitar a assimilação do conhecimento:

  1. Quem é Cristo?
  2. Por que Cristo veio à Terra pela primeira vez?
  3. Por que Ele deve vir outra vez?
  4. Como conheceremos Cristo quando Ele voltar?

Acesse aqui: Como Conheceremos Cristo quando Voltar?

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Os Mistérios dos Céus: Sete Parábolas e suas Correlações com os Períodos Evolutivos

1ª) “E disse-lhes muitas coisas em parábolas: ‘Eis que o semeador saiu para semear. E ao semear, uma parte da semente caiu à beira do caminho e as aves vieram e a comeram. Outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia muita terra. Logo brotou, porque a terra era pouco profunda. Mas, ao surgir o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou. Outra ainda caiu entre os espinhos. Os espinhos cresceram e a abafaram. Outra parte, finalmente, caiu em terra boa e produziu fruto, uma cem, outra sessenta e outra trinta.‘” (Mt13:3-8).

2ª) “Propôs-lhes outra parábola: ‘O Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio o seu inimigo e semeou o joio no meio do trigo e foi-se embora. Quando o trigo cresceu e começou a granar, apareceu também o joio. Os servos do proprietário foram procurá-lo e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Como então está cheio de joio?’ Ao que ele respondeu: ‘Um inimigo é que fez isso’. Os servos perguntaram-lhe: ‘Queres, então, que vamos arrancá-lo?’ Ele respondeu: ‘Não, para não acontecer que, ao arrancar o joio, com ele arranqueis também o trigo. Deixai-os crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ‘Arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para ser queimado; quanto ao trigo, recolhei-o no meu celeiro’.” (Mt 13:24-30).

3ª) “Propôs-lhes outra parábola, dizendo: ‘O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce é a maior das hortaliças e torna-se árvore, a tal ponto que as aves do céu se abrigam nos seus ramos.‘” (Mt 13:31-32).

4ª) “Contou-lhes outra parábola: ‘O Reino dos Céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e pôs em três medidas de farinha, até que tudo ficasse fermentado.‘” (Mt 13:33).

5ª) “O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido no campo; um homem o acha e torna a esconder e, na sua alegria, vai, vende tudo o que possui e compra aquele campo.” (Mt 13:44).

6ª) “O Reino dos Céus é ainda semelhante a um negociante que anda em busca de pérolas finas. Ao achar uma pérola de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra. O Reino dos Céus é ainda semelhante a uma rede lançada ao mar, que apanha de tudo. Quando está cheia, puxam-na para a praia e, sentados, juntam o que é bom em vasilhas, mas o que não presta, deitam fora. Assim será no fim do mundo: virão os anjos e separarão os maus dentre os justos e os lançarão na fornalha ardente. Ali haverá choro e ranger de dentes. Entendestes todas essas coisas?” Responderam-lhe: ‘Sim’.” (Mt 13:45-51.).

7ª) “Então lhes disse: “Por isso, todo escriba que se tornou discípulo do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que do seu tesouro tira coisas, novas e velhas.” (Mt 13:52).

Há sete interpretações igualmente válidas e verdadeiras para cada parábola.  Algumas dessas interpretações são mais profundas em seu significado do que as outras. A maior parte das pessoas está familiarizada com as interpretações exotéricas ou ao pé da letra. Agora, com o “Conceito Rosacruz do Cosmos” foi levantado o primeiro véu e podemos deixar em segundo plano essa forma de interpretação literal. A chave para entendimento das parábolas transcritas está no último versículo; algumas coisas são velhas e outras são novas; algumas são do passado, ao passo que outras virão ainda. Os outros Evangelhos fazem apenas menção das quatro primeiras parábolas. Por isso consideramos esse capítulo como a apresentação completa do símbolo.

A primeira parábola refere-se ao semeador – Deus – lançando a semente de uma nova Onda de Vida, os Espíritos Virginais (a presente humanidade) foram diferenciados pela primeira vez, dentro de Deus ou “plantados”.

A segunda parábola narra o fato de o semeador encontrar joio em seu campo, preferindo deixá-lo crescer juntamente com o trigo, a fim de não haver o perigo de destruir a boa semente. Alude ao Período Solar, onde surgiram pela primeira vez a luz e as trevas. Segundo uma tradição de origem oculta, alguns componentes dessa onda de vida recusaram-se a emergir na matéria, retardando, dessa forma, a nossa evolução. Deram margem a um primeiro esboço de egoísmo ou joio, em nossa onda de vida.

A terceira parábola, do grão de mostarda, refere-se ao Período Lunar, quando o ser humano recebeu o germe do Corpo de Desejos. A semente da mostarda, embora pequenina, desenvolve-se até transformar-se numa árvore de grandes dimensões. A mostarda é um condimento excitante do Corpo de Desejos. Seu uso desmedido pode afetar negativamente nossa natureza emocional.

A quarta parábola, a da pequena quantidade de fermento, corresponde ao Período Terrestre. No Velho Testamento todo o pão sacramentado deveria ser levedado, porque desse modo Jeová poderia manter o povo sob seu jugo. Mas Cristo iniciou a Nova Era – a Era de Aquário, ainda como anunciador – em que, lenta, mas seguramente, o amor altruísta vem sendo difundido. “No peito de cada indivíduo a força do altruísmo trabalha como se fora um fermento. Desse modo transforma-se o selvagem numa pessoa civilizada e com o tempo, esse, num Deus.” (“Conceito Rosacruz do Cosmos”).

A quinta parábola, do tesouro escondido, sugere o Período de Júpiter. Naquele longínquo período futuro, os seres componentes do atual reino mineral passarão por um estado de consciência análogo ao das plantas e nós trabalharemos com eles com a mesma desenvoltura com que os Anjos operam atualmente com o Reino Vegetal.

O desenvolvimento de nossas faculdades imaginativas habilitar-nos-á também a vitalizá-las. Dessa maneira, os “tesouros do reino dos céus no Período de Júpiter, não permanecerão escondidos no campo de nossos corpos nem na Terra. Contudo, deve desde já despender os melhores esforços a fim de desenvolver estas faculdades futuras”.

A sexta parábola, a da pérola de alto preço, assinala as condições do Período de Vênus, quando os minerais atuais alcançarão um estado de consciência semelhante ao dos nossos animais. A pérola é a única gema originária da ação de uma criatura viva: a ostra.

Segundo Max Heindel, no final do Período em questão, o ser humano estará em condições de revestir de cores e tons as formas por ele engendradas e vitalizadas. Assim, tal como o comprador de pérolas, o ser humano tudo fará para adquirir essa faculdade.

A sétima parábola, a da semelhança do escriba instruído com o pai de família, refere-se ao período derradeiro – o Período de Vulcano – quando as influências particulares do Espírito Divino serão as mais fortes, porquanto foi vivificado no correspondente Período de Saturno. Nesse período o joio será removido do trigo e estaremos prontos para o repouso cósmico.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1968 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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O Significado da Morte

Os dogmas teológicos e científicos que representam o pensamento do ser humano sobre si mesmo e seu ambiente no que há de pior, seja selvagem ou sábio, exibiram o que Schopenhauer chamou de “a vontade de viver de maneira biológica e primitiva”, diz o London Light (Luz de Londres), ao discutir um livro chamado La Sens de la Mort (O Significado da Morte), de M. Paul Bourget. A história em si é dos dias atuais, mas a falta de espaço nos impede de expor até mesmo a forma mais abreviada da trama. O que imediatamente nos preocupa são as visões divergentes sobre a vida e a morte que se manifestam durante a discussão entre dois dos personagens principais. Um desses é um famoso cirurgião que acaba de se descobrir condenado à morte em poucos meses por câncer. O outro é um jovem saudável.

Esses dois senhores estão inspecionando um hospital juntos, quando o jovem comenta que os arranjos lá são confortáveis demais. A isso o grande cirurgião objeta: “Não, para que serve o sofrimento, quando é possível escapar dele?”. Sua pergunta é apaixonadamente ressentida, porque ele próprio está sofrendo muito.

O jovem, que nunca sofreu, responde: “Para pagar”. “Pagar o quê?”, exigiu o cirurgião, que a ninguém contou o segredo do seu sofrimento. “As dívidas das nossas faltas e as dos outros”, responde o jovem. O cirurgião se ressente dessa interpretação, pois suas concepções são principalmente materialistas.

“Faltas nossas, como se tivéssemos pedido para nascer! E os defeitos dos outros — é monstruoso!”. “Mas”, diz o jovem, “já que tudo na vida leva ao sofrimento e à morte, se o sofrimento e a morte não têm esse sentido de expiação, que sentido têm, que sentido tem a vida?”. A resposta do grande cirurgião é curta, pois ele está cheio de ressentimento intenso. “Nenhum”, conclui.

É desnecessário dizer ao Estudante Rosacruz que ambos estão errados. Não é verdade que tudo na vida leva ao sofrimento e à morte. A missão da dor e do sofrimento não é meramente expiatória. Não existe um Deus irado que pretende se vingar de nós por nossos erros; mas, estamos aqui frente-a-frente com uma Lei, uma boa Lei, destinada a nos ensinar as lições necessárias para o nosso avanço a alturas mais elevadas na escala da evolução.

De modo que, por uma sucessão de existências em Corpos Densos de textura cada vez mais fina, aprendemos as lições da vida e entendemos como nos ajustar às condições aqui por meio do pensamento correto e da ação correta. Quem tem um Corpo Denso tão bom e perfeito que gostaria de habitar nele para sempre? Certamente ninguém. Todos nós temos nossas dores e sofrimentos e todos estamos sujeitos à dor e ao sofrimento. Portanto, a morte deve ser encarada não como o rei dos terrores, mas como o alívio misericordioso que nos liberta de uma vestimenta superada para que uma nova e melhor possa nos servir em uma vida futura, permitindo progredir ainda mais no caminho do desenvolvimento. Isso é visto em todos os Reinos de Vida.

Se a flora primordial não estivesse sujeita à morte e decadência, nenhuma forma superior de vida vegetal poderia ter surgido na Terra; e se a morte não tivesse liberado o Espírito que animava a primitiva forma animal, os répteis ainda habitariam a Terra, excluindo os mamíferos superiores. Da mesma forma, se o ser humano não tivesse morrido, as formas humanas e primitivas, absolutamente inadequadas para a expressão da vida e do intelecto a que hoje atingimos, ainda seriam as únicas por aqui. É verdade que colhemos o que semeamos, mas a expiação não é a única finalidade dessa colheita; estamos ao mesmo tempo aprendendo lições sobre como evitar erros do passado em ocasiões futuras e nos conformando às Leis da Natureza.

Não estamos aqui apenas para pagar por nossos erros, mas para aprender com eles e tais ideias primitivas de expiação, expressas na resposta do jovem, devem ser extirpadas da Mente humana para que formas mais nobres de Religião (a re-ligação com Deus, de onde viemos e para onde estamos voltando) possam tomar o seu lugar. Por toda a constituição do Universo corre o princípio da justiça, mas não uma justiça fria e dura: uma justiça que é temperada com misericórdia, pois aquilo que conhecemos como as Leis da Natureza em suas manifestações – e que chamamos de “Deus em manifestação” – são, de fato: as grandes inteligências – Hierarquias Criadoras –, os Ministros de Deus, os Sete Espíritos diante do Trono, os Anjos do Destino. Eles são compassivos além de qualquer concepção que possamos ter sobre esse termo e tudo o que acontece a um ser humano sob a orientação deles é adequado apenas às necessidades desse ser humano.

Foi dito que nem mesmo um passarinho cai no chão sem a vontade do Nosso Pai Celestial (Mt 10:29-30). E se a Natureza — que é Deus ou o Universo —, o Poder que progressivamente fez nascer o Espírito não-individualizado em formas ascendentes na escala evolutiva, até chegar ao ser humano, conservando em cada forma todos os desenvolvimentos progressivos das formas inferiores, se esse Poder inefável é justificado até mesmo para o ser humano no que diz respeito ao destino de todas as criaturas abaixo dele, a suposição clara em referência ao seu próprio destino é que ele, sendo o mais elevado nos quatro Reinos da Vida que agora se desenvolve nesse Período Terrestre, deve ser ajudado quando morrer, assim como é antes de nascer. Tal é a conclusão lógica e quanto mais examinamos o assunto, tanto mais essa conclusão é justificada entre aqueles que estudaram o assunto e estão em posição de saber.

A esse respeito, é tão estranho quanto esclarecedor observar as diferentes maneiras pelas quais a guerra afeta pessoas de diferentes crenças religiosas. Falando de modo geral, podemos dizer que há três grandes sistemas religiosos representados entre os combatentes: os Hindus, os Maometanos e os Cristãos. Cada uma dessas três classes encontra a morte de uma maneira diferente em função do que acreditou durante a vida. Além disso, sua crença os faz agir de maneira diferente quando entram nos Mundos invisíveis.

Para fins de elucidação e comparação, podemos considerar o Hindu primeiro. Ele acredita no karma; ou seja, que a maioria das coisas que lhe acontecem nesta vida são resultado de ações em vidas anteriores e esse karma, ao que parece, é, para dizer o mínimo, muito difícil de ser mudado, supondo que isso possa ser feito de algum modo. Talvez, até certo ponto, alguns dos mais inteligentes acreditem que o karma possa ser alterado; mas, como raça, é do entendimento do escritor que eles acreditam que esse tipo de karma não possa ser evitado e estão aqui com o propósito de resolvê-lo. Mas, ao mesmo tempo em que expiam o resultado de suas ações passadas em vidas anteriores, também estão criando novo karma e, assim, lançando as bases para suas vidas futuras. A esse respeito, eles acreditam que têm livre-arbítrio, exceto quando restritos por seu ambiente e, portanto, são capazes de mudar suas vidas no futuro.

Quando um ser humano está imbuído dessa crença e vai para a guerra, ele toma como certo que, se encontrar a morte, então é o seu karma. Ele luta sem medo porque sente que, se não for o seu karma morrer, ele sairá seguro, faça o que fizer. Se o sofrimento vier a ele, ele o considerará também como karma e se esforçará para torná-lo o mais pacientemente possível. Além disso, quando, após a morte, ele se encontra nos Mundos invisíveis, está calmo e sereno; ele sabe que seus parentes, embora possam sofrer por ele, não o farão de forma desmedida, porque sabem que morrer foi o seu karma e, portanto, sentem que não adianta se rebelar. Além disso, ele acredita que no devido tempo nascerá novamente e encontrará seus entes queridos em formas alteradas. Portanto, não há causa real para o luto desenfreado.

Os Maometanos têm uma crença um tanto semelhante no kismet, que é o nome que dão ao destino. Eles acreditam que tudo na vida humana, nos mínimos detalhes, é predestinado e que, portanto, não importa como eles agem ou não, tudo o que precisa acontecer vai acontecer, independentemente de qualquer ação ou exercício de engenhosidade da sua parte; portanto, sempre foi relatado que os soldados Maometanos foram para a guerra em absoluto desrespeito por suas vidas; que eles lutaram com bravura insuperável e suportaram todas as privações sem um único murmúrio, sabendo que, quando tivessem combatido o bom combate, seriam transportados para o paraíso, onde a bela Houris ministraria o seu bem-estar para sempre. Embora atualmente todas as Religiões pareçam ter caído cada vez mais na indiferença, o efeito dessa crença ainda é visto em grande medida pelos Auxiliares Invisíveis que cuidam das vítimas da guerra quando elas falecem. Eles geralmente encontram os Maometanos calmos e resignados com seu kismet.

No entanto, quando consideramos o caso dos Cristãos, o assunto é bem diferente. É verdade que a Religião Cristã também ensina que aquilo que o ser humano semear, isso também colherá (Gl 6:7); contudo, em primeiro lugar, os ensinamentos religiosos tiveram um lugar muito restrito entre as nações ocidentais em comparação com o domínio que exercem sobre o povo do oriente, como os Hindus e Maometanos. A Religião deles faz parte da vida cotidiana deles. Em certas épocas, os orientais, de qualquer Religião, dedicam-se à oração e são muito sinceros em sua observância religiosa.

No mundo ocidental, por outro lado, as pessoas geralmente têm vergonha de serem consideradas religiosas demais. Recentemente, um dos jornais de Nova York publicou um anúncio de página inteira, se o escritor lembra bem, que afirmava que os “homens de negócios” deveriam ir à igreja, pois isso é um bom trunfo nos negócios, porque os marcava como cidadãos respeitáveis e garantir-lhes-ia mais crédito. Que motivo indigno para resistir como um incentivo! Houve, é claro, uma indignação considerável direcionada a esse anúncio, mas ele mostra o dilema da igreja, como ela está submetida a isso para manter seus membros e sua frequência; também revela quão poucos, mesmo entre os estudantes que buscam o desenvolvimento místico, leem este grande livro (da Sabedoria Ocidental), a Bíblia.

O escritor já notou que sempre que surge uma pergunta sobre a Bíblia ou alguém é solicitado a ler a Bíblia, muito poucos conseguem pronunciar os nomes corretamente ou nomear os vários livros da Bíblia. Todos esses são sinais que mostram que a Religião no mundo ocidental não é estudada nem praticada diariamente pela grande maioria. Em certa ocasião, ao discutir isso com um “homem de negócios”, ele observou que não tinha tempo para o estudo da Religião durante a semana, portanto, pagava um ministro de uma igreja para estudar e ia à igreja no domingo para que o ministro pudesse ali dar a ele o benefício do que havia aprendido durante a semana anterior.

Aqueles que estudam a Bíblia são chamados de excêntricos e evitados como tal. Daí a ideia sobre o significado do sofrimento e da morte expressa pelo cirurgião no livro que deu origem às reflexões aqui expressas. Mas mesmo onde a ideia de misericórdia e expiação vicária é adotada, vemos o extremo oposto, o ensino que nos diz que um ser humano que pecou e se arrepende é imediatamente perdoado conforme expresso neste dístico.

Entre o estribo e o chão,

Ele procurou e achou o perdão.[1]

Isso transmite a ideia de que alguém pode viver uma vida de pecado até o momento da morte e depois, no leito de morte, ao pedir perdão, podemos ser perdoados por toda a nossa vida de erro. Essa ideia errada tornou-se tão arraigada na consciência pública que perdemos o respeito pela Lei que afirma que “como semeamos, assim também ceifamos”, o que nos torna totalmente dependentes da graça; isso, é claro, se alguma vez já pensamos no assunto. Na estimativa do escritor, nada menos que uma educação completa das pessoas do mundo ocidental sobre o fato da sua responsabilidade pode despertar a vida religiosa novamente.

Se as igrejas querem ter sucesso e aumentar a frequência dos seus membros, se querem espalhar o Reino de Cristo na Terra, então esse é realmente o caminho. Devem despertar o sentido da responsabilidade individual, que em parte se perdeu com a venda de indulgências praticada pela Igreja Católica ou a exigência de dízimos e “contribuições” obrigatórias (inclusive com argumentos de “lugar no céu”) das Igrejas Protestantes, que deu a quem nelas cressem o sentimento de que a justiça e a igualdade, que têm a sua raiz no Direito universal, podem ser enganadas pelo pagamento de coisas insignificantes. Isso foi um golpe no próprio fundamento sobre o qual a Religião está e, como resultado, temos hoje na guerra atual um espetáculo que é horrível demais para ser contemplado. E enquanto nossos irmãos e nossas irmãs, a quem chamamos pagãos, enfrentam a morte e se ajustam às condições do Além, porque estão imbuídos de um senso dessa responsabilidade por suas próprias ações e uma percepção da proteção Divina que tem todas as coisas sob o Seu grande cuidado, nós, que nos orgulhamos de ser as pessoas mais civilizadas, Cristãos, encaramos a morte de um modo totalmente impróprio. Quando não perdemos o juízo por causa da raiva ou ódio e morremos nessa condição, choramos ou ficamos infelizes por causa dos entes queridos que deixamos para trás; e uma pequena classe se compadece por ter sido tirada da vida terrena e dos prazeres aí experimentados.

Há tristeza e sofrimento mental entre os, assim chamados, Cristãos, sentimentos que são inigualáveis, incomparáveis entre aqueles que vêm do Oriente. Se não fossem os parentes daquelas pessoas, que agora estão morrendo às centenas de milhares, pressionarem o Departamento de Cura para acalmá-los até que encontrem seu equilíbrio e, assim, minimizar sua condição terrível, pareceria que o mundo tivesse sido engolido por um oceano de tristeza.

Portanto, ao escritor é provável que, para efetuar a regeneração do mundo ocidental, as pessoas devem ser educadas sobre a ação das Leis gêmeas que estão na raiz do progresso humano; pois, quando entendemos completamente que, sob a Lei da Consequência nós somos responsáveis por nossas ações, mas que a retribuição não é aplicada por um Deus irado, assim como, quando jogamos uma pedra para o céu, não há um Deus irado que pega essa pedra e a joga de volta em nós. Ação e reação se seguem uma à outra assim como fluxo e refluxo, noite e dia, inverno e verão… Essa Lei, juntamente à Lei do Renascimento, que nos dá nova chance em novo ambiente e corpo melhor, permite que nós trabalhemos o nosso caminho do humano até a Divino conforme evoluímos do micróbio ao ser humano.

(Escrito por Max Heindel, Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de abril/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)


[1] N.T.: Na igreja Católica, o Ato de Contrição faz parte do Sacramento da Penitência e é rezado pelo penitente depois que o padre atribui uma penitência e antes de dar a absolvição ao penitente. Também costuma ser dito especialmente antes de ir para a cama à noite. Supõe-se geralmente que os indivíduos podem recorrer a um Ato de Contrição quando se encontram à beira da morte. Fulton Sheen relata uma história contada sobre John Vianney. Quando uma viúva recente lamentou a morte de seu marido, que cometeu suicídio pulando de uma ponte, Monsieur le Curé observou: “Lembre-se, senhora, que há uma pequena distância entre a ponte e a água”. Com isso ele quis dizer que o marido dela tinha tempo para fazer um Ato de Contrição. Isso é análogo à conhecida citação: “Entre o estribo e o solo, algo procurou e algo encontrou” – mais poeticamente: Entre o estribo e o chão, ele procurou e achou o perdão –, indicando que a misericórdia está disponível quando buscada. (A citação original é do antiquário inglês do século XVI, William Camden; a versão mais familiar é do romance Brighton Rock, de Graham Greene, de 1938.).

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Alcançar a Nova Era: uma Meta para Todos Nós

Embora os avanços tecnológicos e a rapidez dos fatos sejam a tônica dos tempos atuais, eles não representam, contudo, garantia de reflexos verdadeiros da humanidade ao impulso espiritual da Nova Era que se aproxima. É verdade que grupos de diferentes ramos e/ou pertencentes a diversos países, a diversas culturas e empresas estejam se alinhando em cooperação para atingir propósitos semelhantes, mas a sincera análise traz à tona que o motivo real dessas uniões está baseado na ilusória necessidade de sobrevivência material, ditadas por fatores econômicos e financeiros. Quando diferente, as trocas de talentos funcionam similarmente à economia feudal que predominava na Idade Média.

Sabemos, no entanto, que a verdadeira Fraternidade Universal não pode ser baseada na cooperação superficial guiada por interesses materiais, tampouco na ilusão de que as “novas” atitudes integrativas revelam alguma espiritualidade. Ainda que o Sol estivesse agora mesmo, por Precessão dos Equinócios, sob o Signo de Aquário e inundando a Terra com suas vibrações de Fraternidade Universal, tal acontecimento não garantiria a verdadeira Fraternidade Universal como uma realidade. Esse estado não pode nascer fora do ser humano, tampouco pode ter como bases referenciais físicos. Em verdade, a Nova Era ocorrerá quando o ser humano aprender a viver a Fraternidade de modo interno. Em outras palavras, o cooperativismo não deve ser ditado por necessidade e progresso materiais ou interesses pessoais, mas por ações voluntárias e espirituais, pois viver de outro modo constitui uma vida estéril, já que o benefício material não pode gerar vida.

Alcançar a Nova Era significa afinar as intenções (internas) com os propósitos da Era de Aquário. Não basta apenas receber suas vibrações pelo Sol físico. Deve haver uma decisão de buscar esse novo padrão de estilo de vida.

Tracemos as características do modelo de aprendizado que nos guiará até a Nova Era, e que foi deixado para a humanidade a milhares de anos atrás. Tal modelo já deveria ter sido assimilado por todos, mas, infelizmente, as amarras e apego ao Espírito de Raça e de família são tamanhos que algum atraso no caminho natural das coisas ocorreu! Apesar disso, a ação rápida da Era de Aquário permite que haja aceleramento do progresso espiritual, o que constitui uma graça e uma redenção de compensação do tempo perdido.

Para compreendermos o motivo das lições que nos guiarão para a Nova Era devemos compreender as tendências enraizadas em nossa Personalidade que foram formadas no passado. Somente assim poderemos nos livrar delas. No livro Conceito Rosacruz do Cosmos é ensinado que nós começamos nosso caminho de desenvolvimento no Período de Saturno. Em seguida passamos pelo Período Solar, Período Lunar e estamos atualmente no Período Terrestre. Até a metade do Período Terrestre tínhamos o objetivo de desenvolver ferramentas ou veículos para nós mesmos, estando toda a força criadora direcionada para esse propósito. Essa etapa de construção é conhecida, pela Filosofia Rosacruz, como período de Involução. Os veículos, que recebemos como germe e desenvolvemos até o momento atual, foram: um Corpo Denso (no Período de Saturno), um Corpo Vital (no Período Solar), um Corpo de Desejos (no Período Lunar) e uma Mente (no final da primeira metade do Período Terrestre – metade da quarta Revolução desse Período). Em verdade, a Mente atual constitui apenas um esboço rudimentar do que será futuramente e quão valiosa será para o nosso trabalho – por isso que ela é um veículo e não um Corpo, ainda. A partir desse ponto (cadeia de três Corpos e uma Mente) nós pudemos despertar uma consciência de vigília (nascimento do indivíduo). Em outras palavras, nós pudemos tomar posse de nossos veículos e esse é um marco importante, pois culmina o trabalho feito por nós, Ego – um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado –, com ajuda de diversos seres esplêndidos, chamados de Hierarquias Criadoras, de descer dos Mundos ditos superiores até aqui no Mundo Físico. O encontro entre os nossos Corpos e nós, o Ego, por meio da Mente, marca o nascimento do indivíduo. Isso ocorreu no atual Período Terrestre. Aqui se iniciou o período conhecido como Evolução (veja mais detalhes no Cap. XII do Livro o Conceito Rosacruz do Cosmos).

Para compreendermos as lições que nos levarão para a Nova Era, necessitamos focar nossa atenção no trabalho feito no atual Período, o Terrestre. O Período Terrestre é dividido em sete grandes Épocas: (1) Época Polar; (2) Época Hiperbórea; (3) Época Lemúrica; (4) Época Atlante; (5) Época Ária; (6) Época Nova Galileia; (7) Época Reino de Deus. Já passamos pelas quatro primeiras e estamos atualmente vivendo a Época Ária. Seguindo a Lei da Natureza conhecida como Espirais dentro de Espirais, durante a (1) Época Polar, aprimoramos nosso Corpo Denso, pois a primeira Época é uma representação menor do trabalho maior feito no primeiro Período ou Período de Saturno. Na segunda Época do Período Terrestre, Época Hiperbórea, trabalhamos sobre o Corpo Vital, pois essa segunda Época correlaciona-se com o trabalho do Período Solar. Durante a terceira Época do Período Terrestre, Época Lemúrica, desenvolvemos ainda mais o Corpo de Desejos, pois aqui o trabalho está relacionado com o que foi efetuado no terceiro Período, o Período Lunar. Lembrem-se, Espirais dentro de Espirais! Alguns pioneiros da Involução aprimoraram seus Corpos de Desejos de tal modo, que foram capazes de dividi-lo em duas partes: Corpo de Desejos superior e Corpo de Desejos inferior. Para esses, na última parte da Época Lemúrica, foi possível adiantar a entrega do Átomo-semente da Mente, pois a parte superior do Corpo de Desejos permitia certo controle das paixões para que o Ego pudesse tomar posse de seus veículos. Então, foi na 3ª Época (Lemúrica) que nasceram os primeiros indivíduos. Para os que ainda não tinham separado o Corpo de Desejos em duas partes, somente mais tarde foram capazes de tomar posse definitiva de seus veículos. Para esses, isso ocorreu na quarta Época ou Época Atlante (veja mais detalhes no Cap. X do Livro o Conceito Rosacruz do Cosmos, a revolução Lunar do Período Terrestre).

A partir do nascimento do indivíduo, iniciamos o trabalho original do Período Terrestre (note que até então houve Recapitulações ou aprimoramento de trabalhos já realizados em Períodos precedentes). Até esse ponto, nós não éramos fisicamente separados. Todos constituíam uma única Raça e éramos bissexuais ou hermafroditas. Com a separação da Terra do Sol, toda energia espiritual do Sol era assimilada por um único canal. Mas, como a Lua, a oitava esfera, acabou tendo que ser separada da Terra, duas fontes de energias começaram a ser derramadas sobre a Terra. Assim, uns tornaram-se melhores condutores de energia lunar e outros da procedente do Sol. Tal fator, juntamente com a necessidade de desenvolvimento do cérebro e da laringe físicos, promoveu a separação dos sexos, a cada vez que renascemos aqui, na Região Química do Mundo Físico.  

Essa foi a nossa primeira diferenciação física (mulher e homem). Com ela, metade da dual força criadora foi direcionada para construção de um cérebro e uma laringe, para expressar pensamentos, planejar ações e direcionar os sentimentos. Aqui, divididos entre homem e mulher, recebemos a ajuda de seres elevados conhecidos como os “Senhores de Vênus” e os “Senhores de Mercúrio”. Os primeiros constituíram guias das grandes massas. Seu ministério tinha o objetivo de nos fazer manifestar nossa vontade e decisão ao ponto de nos dirigir sozinhos. Aqueles que alcançaram esse propósito (os adiantados), eram, então, postos sob a direção dos “Senhores de Mercúrio” que ensinavam verdades mais elevadas para se tornarem seres humanos Líderes ou “Reis pela graça de Deus”. Assim, assumiriam o papel dos Senhores de Vênus. Somente aquele que tem domínio próprio poderá governar os demais.

Na última parte da Época Lemúrica, alguns de nós se desenvolveram de tal modo que começaram a construir corpos mais aprimorados. Assim, a primeira Raça surgiu, a Raça Lemúrica. Essa não tinha memória, nem sentimento algum, apenas a sensação de tato, dor e conforto.  O Corpo Denso era algo muito bruto e grande, e a nossa consciência ainda estava totalmente voltada para os Mundos internos. Dessa maneira, o único modo de chamar a nossa atenção para o Corpo e para o Mundo Físico era nos estimular para tal. Como os Corpos eram brutos e só tinham percepção de dor e conforto, métodos de ensino violentos foram necessários para despertar a nossa vontade e consciência para o Mundo Físico (veja sobre esses métodos no Cap. XII do Livro o Conceito Rosacruz do Cosmos). Os métodos eram simplesmente os que causavam dor física, e visavam estimular o Corpo Denso para que a nossa atenção para ele fosse despertada. Infelizmente, hoje, fatos revelam que muitos de nossos irmãos e de nossas irmãs permaneceram com reminiscências dessa Época. Isso constitui um fator de distanciamento para entrarmos na Nova Era. Devemos nos livrar disso!

Ainda no que se refere à última parte da Época Lemúrica, houve o episódio conhecido como “A Queda do Homem”. Não entraremos em detalhes sobre esse episódio aqui, mas ele constituiu um fator chave que nos fez, homem e mulher, conhecermos ou focarmos nossa consciência no Mundo Físico e em nossos Corpos, por meio da procriação autônoma.

Terminada a Época Lemúrica, iniciou-se a quarta Época ou Época Atlante. Com o uso da Mente, verificou-se que o pensamento esgotava as células nervosas; matava, destruía e levava-as à decomposição. Aqui, o alimento passou a ser composto de cadáveres. Matávamos para comer com o objetivo de formar um esqueleto mais sólido e denso (“Nimrod era um caçador poderoso”). Mesmo com um Corpo Denso mais aprimorado e conhecendo mais o Mundo Físico, insistíamos em não aproveitar as oportunidades que o Mundo Físico tinha para oferecer, pois amávamos demais os planos internos. Desse modo, um novo elemento foi dado, o “vinho”. O álcool é um espírito e atua sobre nós. Essa atuação paralisa totalmente a influência espiritual, deixando-nos propensos a focar somente no material. Fomos esquecendo, então, nossa origem espiritual e focamos na matéria.

O progresso individual e material começou a ser tão grande, que diferentes corpos foram necessários para dar conta da nossa expressão que evoluía. Assim, fomos divididos em sete Raças:

  • Raça Rmoahals – que além de sensações e dor, também tinham algum sentimento, mas pouca memória. Graças a essa última faculdade começou a nomear as coisas;
  • Raça Tlavatlis – sentimento egoísta com uma memória mais aguçada deu início à busca por reconhecimento de acordo com seus feitos. Tornaram-se ambiciosos e recordavam-se das proezas que faziam. Honra dos antepassados que virou adoração. Isso é muito comum ainda em igrejas exotéricas. Por exemplo, todas as vezes que adoramos a pessoa que fez grandes feitos, estamos revivendo a época de Tlavatlis. O que devemos fazer é admirar os feitos das pessoas e seguir seu modelo de santidade.
  • Raça Tolteca – valorizavam a experiência. Quanto mais experiências uma pessoa tinha, mais sábio era considerado e escolhido como guia para tomada de decisões. Com o tempo, essa admiração foi transformada em critério para se escolher quem iria governar o povo. Admiravam seus predecessores e inauguraram a monarquia de acordo com os feitos dos homens. Os filhos desses grandes homens eram também respeitados e honrados, por isso, o filho de um grande homem tinha bons privilégios de reconhecimento. Assim, inaugurou-se também a sucessão hereditária de poder. Obviamente que houve abusos de poder pelos reis, com opressão e vingança. Exemplo de reminiscências dessa Raça ainda hoje podemos ver nas monarquias.
  • Raça Turânios Originais – construíam templos onde reis eram adorados, oprimiam as classes inferiores. Florescia a magia negra. Os templos Egípcios constituem uma amostra desses santuários. Atualmente, muitos querem construir igrejas de pedra e cimento para adorarem Santos e Santas e não os seus feitos; isso também é uma reminiscência dos Turânios Originais.
  • Raça Semitas Originais – a mais importante das Raças, pois foi a semente da Raça Ária. Aqui, deu-se início ao uso da Mente como refreadora das paixões. Eles foram os primeiros a descobrirem que o cérebro é superior ao músculo. Mas faziam isso de modo astuto e egoísta, para conseguirem o que desejavam.
  • e (7) Raça Acádios e Raça Mongóis – desenvolveram mais ainda a capacidade de pensar. Mas se desvirtuaram do rumo da evolução, pelo excesso de astúcia e egoísmo.

Antes de entrarmos no estudo da atual ou quinta Época é importante retomarmos o estado das massas: primeiro nós tínhamos gastados, em demasia, nossa força criadora devido ao episódio “A Queda do Homem”; usamos e abusamos dela. Segundo, fizemos uso de álcool e de drogas, utilizando nossa Mente para fins egoístas e astutos ao ponto de nos esquecer de nossa origem divina e espiritual. O foco no Mundo Físico foi tamanho, que passamos a negar a existência de qualquer coisa espiritual (note a falta de equilíbrio: antes negávamos a existência do Mundo material; agora, pendemos para o lado oposto, e negamos a existência dos Mundos espirituais!). Terceiro, dividimo-nos em Raças. As Raças mais avançadas passaram a dominar ou escravizar as mais débeis. Quarto, a noção de separatividade fez com que nos apegássemos a termos o sentido egoísta de pertencer a uma família, uma tribo, uma nação ou a um país, de tal modo que nos prendíamos, por esse sentimento egoísta de pertencimento, a essa forma, não possibilitando mudanças e progressos.  Ficamos confinados nos corpos, nascendo e renascendo na mesma Raça, por muitos e muitos anos. Como essas reminiscências estão atualmente? A Tabela 1 mostra didaticamente.

Lições da ÉpocaAtingiu
seu objetivo
O ser humano se livrou
dela?
Roupagem atual
Lemúrica Causar dor no corpo para despertar a consciência e vontade. Relação sexual apaixonada para despertar a consciência para o Mundo Físico.SimNãoAutoflagelação, tatuagem, piercing, práticas Hindus de elevação do corpo por ganchos, esportes radicais que atingem os limites físicos suportáveis e, às vezes, insuportáveis. Sexo baseado na paixão e na posse do outro.
Atlante Acumular coisas, pois era nosso papel aprender a dominar sólidos, líquidos e gases. Nesse processo, aprendemos a guardar o que dominamos, termos referências visíveis que expressam nosso domínio.SimNão  Ainda procuramos a valorização da posse material ou imaterial: minha casa, meu carro, meu dinheiro, meus filhos, meu marido, minha esposa, minha saúde, minha fama, meu poder e acúmulo de bens para também termos referência física de que dominamos o mundo e estamos seguros por isso.
Atlante Uso do “vinho” e da carne animal para se esquecer da origem divina e formar um Corpo Denso com um esqueleto apropriado.SimNãoGrande parte de nossos irmãos e das nossas irmãos ainda contribuem para matança dos animais (mamíferos, aves, peixes, répteis, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins) e utilizam bebidas alcoólicas em churrascos, festas e comemorações. Também, de modo cotidiano, com a astúcia de relaxar ou “se livrar” de doenças cardiovasculares.
Atlante Negar a existência de qualquer coisa espiritualSimNãoPessoas céticas e que acham pura bobagem acreditar nas fantasias sobre Deus ou Religiões.
Atlante Raças mais avançadas ou inteligentes passaram a dominar ou escravizar as mais débeisSimNãoHá ainda escravidão, inclusive econômico-financeira. Sem se falar na escravidão física, exploração sexual, exploração de crianças e outras. Os mais ricos e poderosos escravizam os trabalhadores mais pobres.
Atlante Divisão em Raças e o uso do cérebro para aprender a controlar as coisas físicas.SimNãoAlgumas vezes, não mais Raças, mas espírito de família, espírito de tribo. Ainda utiliza sua Mente para conseguir ser “melhor funcionário”, ter “melhor desempenho” e ser competitivo seja na família, seja no mercado de trabalho. Custe o que custar, empregará sua Mente para ter sucesso material e de carreira (“pisando no pescoço”, “puxando o tapete”, “apelando para a forma física”, “se prostituindo”, “se vendendo”)
Tabela 1 – Lições das Épocas e a roupagem atual que constituem suas reminiscências

É possível notar que ainda temos muitas dessas tendências enraizadas em nossa Personalidade, que tiveram origem durante a Época Lemúrica e Atlante. Com o término da Época Atlante, iniciou-se a quinta Época ou Época Ária. Aqui, um grande Iniciado apareceu para nos mostrar como devíamos nos livrar das reminiscências da Época Atlante e da Época Lemúrica, e o que devemos aprender da Época Ária para entrarmos na Nova Era. Tal Iniciado foi Abraão e sua vida pode ser estudada por meio da Bíblia.

Abraão foi o primeiro dos mestres Iniciados enviados a nova Quinta Época Raça-Raiz que habitaram a Terra depois da destruição do continente Atlântico pelo “Dilúvio”. Para desvencilhar a tendência de que somos algo material, um acidente da natureza e sem origem espiritual, Abraão, antes conhecido como Abrão, veio de Ur, cidade da “luz”, e se estabeleceu em Harã, “um lugar alto”. Significa que sua origem não é física ou material, mas espiritual.

Os espiritualmente iluminados sempre consideraram que cada lugar mencionado na Bíblia representa o aqui e agora, e cada personagem mencionado é você, você mesmo. Ora, também viemos de Ur (da luz) e nos estabelecemos em um lugar alto. Sabemos que nós, o Ego, não estamos aqui na Região Química do Mundo Físico (baixo), mas na Região do Pensamento Abstrato (alto). Além disso, a noção de que somos mais do que carne e osso têm uma implicação muito importante no modo como agimos no dia a dia. Se prestarmos atenção, facilmente notaremos que vivemos no mundo com a ilusão de que permaneceremos aqui para todo o sempre. Ignoramos o fato consumado que é a morte! Não há como permanecer vivo para sempre! Mesmo assim, alimentamos a ideia de que permaneceremos, e nossas ações diárias são modeladas a partir disso. “Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir”. (Hb 13:14). Se compreendermos que a morte do Corpo Denso não extingue a vida, a pergunta que aparece é: como devemos nos preparar para o que há de vir? Devemos dedicar algum tempo da nossa vida para essa preparação, e deixar de usar a Mente para alimentar traços atlantes como a competitividade, o ceticismo e a valorização de grandes feitos físicos. Além disso, a ideia de que aquilo que acumulamos de aprendizado não pode ter relação com a quantidade de posses físicas, nos faz procurar menos ostentação e avareza. As riquezas permanentes estão no Céu e não na Terra passageira. Essas constituem as primeiras lições que devemos aprender.

Outro fator importante: assim como Abraão, não estamos sozinhos quando iniciamos a vida na Terra. Em verdade ele estava acompanhado por Sara (sua natureza superior) e do filho de seu irmão (Ló) sua natureza inferior. É muito importante recorrermos ao texto bíblico em que o narrador esclarece que Abraão (Ego) era muito rico em prata e ouro e possuía muito em gado. Assim como Ló, também, possuía muitos bens. No capítulo 13 do Livro do Gênesis versículos 6, 7, 8 e 9, lemos: “E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos, porque os seus bens eram muitos de maneira que não podiam habitar juntos. E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Lot, e os cananeus e os perizeus habitavam então na terra. E disse Abrão a Lot: ‘Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos. Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim, e se escolheres a esquerda, irei para a direita e se a direita escolheres, eu irei para a esquerda’”.

Com esse processo de reconhecimento que não há espaço para que as naturezas superior e inferior vivam juntas, começa uma separação em ideias entre ambas. Mesmo sendo pecador, isso não impede de começarmos uma busca por realizar as obras espirituais. Por meio da inanição, deixamos de alimentar a natureza inferior que, aos poucos, começa e perder força e alimentamos apenas a natureza superior. Na medida em que o “Eu superior”, a parte de nós que deve preencher a totalidade do nosso ser, passa a predominar, o crescimento anímico ocorre. Com esse poder, poderá haver o resgate e domínio do “eu inferior”. Isso é relatado na seguinte passagem da Bíblia: “Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã”. O Senhor havia ordenado a Abraão que percorresse toda a terra, no seu comprimento e na sua largura, pois assim iria adquirir experiência. A soma do número 318 equivale ao número 12. A soma do número doze equivale a 3 que representa os três atributos de experiência de nós, o Ego: Alma Consciente, Alma Intelectual e Alma Emocional. Abraão estava, então, apto e suficientemente poderoso para resgatar Ló e não mais viver separado dele, mas com a capacidade de dominá-lo. “E dividiu-se contra eles de noite, ele (Ego ou Abraão) e os seus criados (seus poderes Anímicos), e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. E tornou a trazer todos os seus bens, e tornou a trazer também a Ló (Personalidade ou natureza inferior), seu irmão, e os seus bens, e as mulheres, e o povo”.

Passadas tais provas, veio a palavra do Senhor a Abraão em visão, dizendo: “Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão.” (Gn 15:1). Apesar de os ideais de pureza, serviço e sacrifício parecerem estar, ainda, muito distantes de serem concretizados por nós, tais atributos (que são personificados por Abraão) são expressões superiores de Áries (a primeira das três Eras que iniciou na Época Ária, logo após o fim da Época Atlante).

Após essa etapa de domínio do “eu inferior” pelo “Eu Superior”, inicia-se um novo processo de produção de serviços espirituais. Muitas obras em favor da humanidade são realizadas pela pessoa que atingiu essa etapa. No entanto, quanto mais alto a alma ascende, mais sutis serão as tentações que deverá sofrer. Abraão finalmente enfrentou uma de suas maiores provas do Caminho Iniciático, a denominada Grande Renúncia. Assim como se lê no Livro do Gênesis 22:7-12. “Então falou Isaac a Abraão seu pai, e disse: ‘Meu pai!’. E ele disse: ‘Eis-me aqui, meu filho!’. E ele disse: ‘Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?’. E disse Abraão: ‘Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho’. Assim caminharam ambos juntos. E chegaram ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaac seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha. E estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho; Mas o Anjo do Senhor lhe bradou desde os céus, e disse: ‘Abraão, Abraão!’ E ele disse: ‘Eis-me aqui.’. Então disse: ‘Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho’.”.

Isaac representa as obras geradas pelo “Eu Superior” após dominar o “eu inferior” e alcançar a Iniciação. Ele é filho de Abraão e Sarah. A solicitação de Deus para renunciar às suas obras espiritualistas ou propriedades do “Eu superior”, é fundamental. Isso foi bem relatado por Max Heindel em uma de suas Cartas aos Estudantes, quando mencionou que sentia, por muitas vezes, a Fraternidade Rosacruz como uma obra pessoal (tentação) e não produto dos Irmãos Maiores. Esse é um ponto muito sutil, pois o Iniciado aqui acredita que todas as obras maravilhosas que realiza são dele, mas em verdade, pertencem a Deus. Uma vez ultrapassada essa noção, o Espírito mostra que está apto para viver a verdadeira união com todos e receber os verdadeiros ensinamentos universais Cristãos, reservados apenas àqueles que atingiram esse ponto.

Podemos resumir as lições da Época Ária em:

  • Renunciar ao “eu inferior” (traços que trazemos da Época Lemúrica e Época Atlante);
  • Fortalecer o “Eu Superior” para dominar o “eu inferior”;
  • Depois, servir com fidelidade e produzir obras com o “Eu Superior” (gerar filhos: Isaac);
  • Renunciar as obras do “Eu Superior”. Elas não são nossas, mas da humanidade.

Sem dúvida, somente pela devoção, fé e entrega total para Deus é que será possível superar essa grande prova de renúncia espiritual. Se assim procedermos, poderemos verdadeiramente, alcançar a Nova Era. “Aquele que encontrou sua vida, a perderá; e aquele que perdeu sua vida por minha causa, a encontrará.” (Mc 8:35).

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Dádiva da Graça

Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo — pela graça fostes salvos! — e com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, em Cristo Jesus, a fim de mostrar nos tempos vindouros a extraordinária riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco, em Cristo Jesus. Pela graça fostes salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é o dom de Deus: não vem das obras, para que ninguém se encha de orgulho. Pois somos criaturas dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras que Deus já antes tinha preparado para que nelas andássemos.” (Ef 2:4-10).

A beleza e o poder transcendentes da Religião Cristã baseiam-se no fato de dar a seus seguidores uma oportunidade para renunciar à vida comum, circunscrita pela lei e penetrar numa vida anímica, na qual há mais amor, misericórdia e graça. Esses atributos manifestam-se particularmente pela influência de Cristo, o segundo Aspecto do Deus Trino – nosso Criador.

O Cristianismo Esotérico nos ensina que no começo da nossa evolução setenária de manifestação, Deus diferenciou dentro de Si mesmo uma hoste de Espíritos Virginais, cada um possuindo potencialmente os poderes de seu Criador, a fim de que, pela evolução, esses poderes se convertessem em faculdades dinâmicas. Nesse plano original não existia previsão em relação ao pecado e à morte.

Durante a Época Lemúrica do nosso presente Período Terrestre, houve um tempo em que “um cérebro tornou-se necessário ao desenvolvimento do pensamento e da laringe para sua expressão verbal. Para isso, então, a metade da força criadora foi dirigida para cima, a fim de que o ser humano formasse esses órgãos”. Foi assim que o ser humano, até então hermafrodita, tornou-se unissexuado e forçado a procurar um ser do outro polo ou sexo, um complemento, necessário quando desejava criar um corpo, para gerar um novo instrumento que servisse a um espírito irmão para uma fase mais elevada de evolução.

Enquanto o ato criador era amorosamente realizado sob a sábia orientação dos Anjos, a existência do ser humano estava livre da tristeza, da pena e da morte. Mas, ao ficar sob a tutela dos Espíritos Lucíferos, depois de ter “comido o fruto da Árvore do Conhecimento”, passou a perpetuar a raça humana, sem levar em conta a influência das linhas de força astrológicas, transgredindo a Lei de Deus e seus corpos se cristalizaram cada vez mais até o ponto de tirar-lhe a percepção espiritual, sujeitando-o à morte de maneira muito mais notória do que então se processava. Dessa forma, foi forçado a criar corpos mais frequentemente, em proporção à diminuição do período de vida terrestre e, portanto, de experiências necessárias à evolução espiritual. Os guardiões celestiais levaram-no para fora do “jardim do amor” (do Éden), para o deserto do mundo. Então a humanidade se tornou responsável perante a Lei de Causa e Efeito, que governa o Universo, por suas ações.

Ao tempo da vinda de Cristo, a maioria da humanidade tinha se tornado tão cristalizada, que se encontrava a ponto de retrogradar. Uma ajuda teria que ser dada. Daí, Cristo, o mais elevado Iniciado do Período Solar, voluntariamente, veio à Terra; penetrou no nosso globo por meio do sangue de Jesus, vertido na crucifixão e, desde então, irradia do centro do nosso Planeta as tremendas vibrações do poder unificante de seu Amor-Sabedoria. O Mundo do Desejo e a Região Etérica do Mundo Físico da Terra foram, então, purificados, tornando-se mais utilizável para os Corpos de Desejos individuais dos seres humanos, formados ao voltarmos a cada renascimento aqui.

Esse grande sacrifício (ainda em desenvolvimento, pois Ele, o Cristo, “estará conosco até a consumação dos séculos” ou destes tempos de materialidade), tornou possível aos seres humanos impregnarem-se com o altruístico amor de Cristo e transcenderem a Lei ou temperar a Lei com o amor; a fim de penetrar na esfera de vida abençoada pelo tesouro adicional de “Sua Graça“.

Essa “dádiva benéfica de Deus” acena para todos aqueles que se dispõem a abraçar a vida de pureza, de serviço e alcançar a libertação das restrições da queda, ou seja, a salvação.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – outubro/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)

 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual a Simbologia Esotérica sobre o profeta Jonas ter passado três dias e três noites no ventre de um peixe?

Resposta: “Então alguns dos escribas e fariseus tomaram a palavra: ‘Mestre quiséramos ver-te fazer um milagre'”. (Mt 15:1)

Respondeu-lhes Cristo Jesus:

“Esta geração adúltera e perversa pede um sinal; mas não lhe será dado outro sinal do que aquele do profeta Jonas. Do mesmo modo que Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no seio da terra. No dia do juízo, os ninivitas se levantarão com esta raça e a condenarão, porque fizeram penitência à voz de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas. No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará com esta raça e a condenará, porque veio das extremidades da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está quem é mais do que Salomão”. (Mt 12:38-42)

Cristo afirmou aos escribas e fariseus que “uma geração má e adúltera buscava um sinal, porém, nenhum lhe seria dado, senão o do profeta Jonas“.

Muita especulação tem sido feita e muitas controvérsias têm surgido em consequência dessa afirmação do Mestre; contudo, nos registros ocultos encontramos uma interpretação razoável.

Jonas significa pomba, o bem reconhecido símbolo do Espírito Santo. Durante três dias, correspondendo às Revoluções de Saturno, Solar e Lunar do Período Terrestre, bem como às “noites” que entre elas se intercalam, o Espírito Santo e todas as Hierarquias Criadoras trabalharam na “grande profundidade”, isto é, aprimoraram as partes internas da Terra e do ser humano.

Daí então a Terra emergiu de seu estado aquoso de desenvolvimento, durante a Época Atlante, para um estado gradativamente mais seco, mais luminoso, na atual Época Ária. Dessa forma “Jonas, a Pomba Espírito” consumou a salvação da maior parte do gênero humano.

Entretanto, houve uma época em que a natureza passional do ser humano tornou-se tão descontrolada, a ponto de engendrar sérias dívidas ante a Lei de Consequência, e que fatalmente incorreria num perigo quanto à estabilidade e equilíbrio do próprio Planeta. Por esta razão, Cristo iniciou um trabalho de auxílio à carente humanidade. Quando do Batismo desceu “como uma pomba” (não na forma de pomba) sobre o homem Jesus.

Como Jonas (a pomba do Espírito Santo) permaneceu três dias e três noites no Grande Peixe (a Terra aquosa), assim, o Cristo penetra anualmente no coração da Terra, atingindo-o no Solstício de Dezembro, todos os anos e permanecendo lá por três dias, proporcionando-nos o impulso necessário à jornada que abrangerá outras três revoluções no Período Terrestre. Ele está nos ajudando a eterizar a Terra, nos preparando para as futuras condições do Período de Júpiter.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1968-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Bom Pastor e as Ovelhas desse e de Outros Apriscos

Estudando a Filosofia Rosacruz, compreendemos que estamos em um Esquema de Evolução e nele há um Caminho de Evolução que “nos leva de volta para Deus”, de “onde viemos e para onde estamos voltando”.

Sabedor disso, surge a pergunta: o que devo fazer para não mais me desviar? Essa é a pergunta de todo o Aspirante a vida espiritual e a resposta é sempre a mesma, nos fornecida por Cristo: amar seus semelhantes de maneira que queira sempre ajudá-los e servi-los com amor, sabendo que todos somos filhos de Deus; procurar fazer sempre o bem pelo simples prazer de fazer o bem, cooperando assim com o trabalho do Cristo pela redenção da humanidade.

Afinal, Cristo nos ensinou que: “Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá sua vida pelas suas ovelhas.” (Jo 10:11).

E, mais: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem, como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: devo conduzi-las também; elas ouvirão a minha voz; então haverá um só rebanho, um só pastor.” (Jo 14:16).

Mas, nos avisou que há outros que podem nos distanciar da Evolução: “quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas soube por outro lugar, é ladrão e assaltante; o que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre: as ovelhas ouvem a sua voz e ele chama as suas ovelhas uma por uma e as conduz para fora. Tendo feito sair todas as que são suas, caminha à frente delas e as ovelhas o seguem, pois conhecem a sua voz. Elas não seguirão um estranho, mas fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. (Jo 14:1-5).

Porém, se Deus faz nascer o sol para o justo e para o injusto; se Ele mora no coração de todo ser, mesmo naqueles que não O ama; quem somos nós para fazer menos? Devemos, portanto, fazer com que o nosso amor e a nossa Luz chegue a cada irmão e a cada irmã, para que com o nosso exemplo, possamos fazê-lo retornar ao Caminho que o leva a Deus. Esse caminho reto e estreito, para cima e para frente: o Caminho da Evolução. Cristo, nessa passagem, nos dá o motivo pelo qual Ele é “a verdadeira Luz”.

Para entender o que significa ser “bom pastor”, bem como “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil”, façamos uma viagem a um longínquo passado no nosso Caminho de Evolução. Atualmente estamos no quarto Período do nosso Esquema de Evolução, o Período Terrestre. Como todos os outros Períodos, este tem 7 Globos (nomeados de A, B, C, D, E, F e G), por onde nós passamos 7 vezes (também chamado de 7 Revoluções). Durante a nossa peregrinação pela quarta Revolução no Globo D, tivemos mais divisões no nosso Caminho de Evolução. Tais divisões são conhecidas como Épocas. Estamos na quinta Época, conhecida como Época Ária.

Na primeira Época, a Época Polar, nós formamos, por assim dizer, nosso Corpo Denso. Na segunda Época, a Época Hiperbórea, nós vitalizamos esse Corpo Denso por meio da interpenetração de um Corpo Vital. Com isso, na segunda Época, nós possuíamos um Corpo Denso e um Corpo Vital. Éramos hermafroditas, ou seja, éramos uma unidade criadora. Toda nossa força criadora nós projetávamos de nós mesmos. Nada guardávamos para nós. Expressávamos o amor na forma mais pura, como os Anjos o fazem.

Com o decorrer do tempo, houve a necessidade de construirmos um cérebro e uma laringe. Para isso, foi necessária uma divisão da bipolar força criadora: metade foi destinada para a construção destes novos órgãos e a outra metade continuou sendo usada para a geração. A partir daí cada um de nós teve que buscar a cooperação de outro ser para a geração e a própria continuação de se renascer aqui (Houve a divisão dos sexos e a necessidade de buscar seu polo oposto: se renascido como homem, busca quem estava renascido como mulher, e vice-versa).

Começamos a amar egoisticamente para gerar novos Corpos e a amar egoisticamente também para expressar o pensamento aqui na Região Química do Mundo Físico, porque desejamos obter conhecimento. E como semelhante atrai o semelhante, atraímos para nós mesmos seres de mesma natureza.

Como em toda Onda de Vida, a dos Anjos também possuía uma classe de seres atrasados, conhecidos como Espíritos Lucíferos, Anjos Lucíferos ou, ainda, Anjos caídos. Os Anjos fazem parte de uma Onda de Vida que não necessita de cérebro para obter o conhecimento. Porém, esses atrasados precisavam e, o pior, não tinha a capacidade de construir um. Estavam a meio caminho entre os Anjos e o ser humano. Eram os Espíritos Lucíferos. Então, quando desenvolvemos um cérebro esses seres perceberam uma oportunidade de prosseguir a sua evolução. Precisavam descobrir como penetrar no cérebro humano.

Enquanto isso, nós prosseguíamos no nosso Esquema de Evolução. Estávamos na terceira Época, a Época Lemúrica. Não tínhamos a menor consciência do nosso Corpo Denso. Nossa consciência não apresentava o nível da atual de desenvolvimento ou consciência de vigília na Região Química do Mundo Físico. Quando renascidos como seres do sexo feminino, éramos estimulados a expressar o polo negativo da força criadora, a imaginação. É graças à imaginação que, quando renascidos como seres do sexo feminino – mulher – conseguimos formar um corpo em sua matriz.

Naquela Época toda a nossa consciência estava enfocada nos Mundos espirituais. Quando renascidos aqui como seres do sexo feminino, observávamos, ainda que muito vagamente, que nós e os outros seres humanos possuíamos um Corpo Denso e, que muitas vezes, os que estavam ao seu redor perdiam esse Corpo Denso; isso a confundia muito. A imperfeita percepção do Mundo Físico nos impossibilitava de revelar aos outros que eles haviam perdidos seus Corpos Densos!

Os Anjos não nos davam informações sobre o porquê desta imperfeita percepção. Foi aí que surgiram os Espíritos Lucíferos. Esses seres entraram pela coluna vertebral até próximo ao cérebro quando renascíamos como seres do sexo feminino – mulher. Contou-nos o que acontecia, tornando-nos consciente do nosso Corpo Denso. Pediu-nos, quando renascíamos como seres do sexo feminino – mulher – para falarmos aos seres do sexo masculino – homem – e ensinou-nos como, juntos, podíamos criar novos corpos quando quiséssemos. Por causa da consciência interna, voltada aos Mundos espirituais e, também, porque os Espíritos Lucíferos tinham entrado pela medula espinhal, enquanto renascíamos como seres do sexo feminino – mulher – nós vimos estes Espíritos associando-os como serpentes. A partir daí nós tomamos para nós mesmos o direito de praticar o ato gerador a nossa vontade, ignorantemente. Comemos o fruto da “Árvore do Conhecimento” e conhecemos o bem e o mal. E mediante o contínuo abuso dessa força sexual criadora, chegando à degeneração, a nossa consciência ficou tão focada no Mundo Físico que hoje uma boa parte de nós considera essa vida terrestre como a única e tememos a morte por desconhecer o que há do outro lado.

Se, por um lado deixamos de ser um autômato, convertendo-nos num ser que consegue expressar seu pensamento aqui, por outro tornamo-nos sujeito a tristeza, dor e morte, vivemos em peregrinação sem paz e sem tranquilidade.

Cristo veio ao mundo para salvar-nos do pecado, da tristeza e morte. “Rasgou o véu do templo” e abriu a Iniciação para todos que quiserem. Todos, agora, têm acesso aos mistérios ocultos e podem conhecer todo o Esquema de Evolução!

Assim, Ele chamou a si mesmo de a “verdadeira Luz“. Aos que vieram antes dele, chamou de “ladrões e bandidos”, porque roubaram de nós a paz, tranquilidade e visão espiritual!

Vejamos, agora, a revelação da simbologia presente nestes versículos: “Como o Pai me conhece, assim Eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho outras ovelhas que não são desse aprisco; importa que eu as trouxesse. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10:15-16).

Com estas palavras Cristo nos revela, em símbolos, a amplitude da sua obra: a Fraternidade Universal!

No seu lar celestial, que é o Mundo do Espírito de Vida, Cristo executa a primeira parte da sua obra. O Mundo do Espírito de Vida é o mundo que se difunde pelo espaço interplanetário e interpenetra todos os Astros (Planetas, satélites naturais e outros corpos siderais) do nosso Sistema Solar. É o primeiro Mundo, debaixo para cima, onde cessa toda a separatividade. É onde a Fraternidade é um cotidiano.

O veículo mais inferior que o Cristo possui, com o qual é mais acostumado a funcionar, é composto por materiais do unificante Mundo do Espírito de Vida (apesar de que, como um ser da Onda de Vida dos Arcanjos, Ele ter a capacidade de construir um Corpo de Desejos, mais denso do que um corpo construído de material do Mundo do Espírito de Vida).

Portanto, o trabalho específico do Cristo no Sistema Solar, é o de correlacionar todos os Astros e os seres vivos que neles habitam, numa Fraternidade Universal, unindo-os como irmãos, filho de Deus. Essas são as “outras ovelhas que não são desse redil <aprisco>”.

Outra parte do trabalho do Cristo ocorre quando Ele alcança o Mundo do Espírito Divino, o Trono do Pai. O Mundo do Espírito Divino é o Mundo que correlaciona todos os Astros de todos os Sistemas Solares do Universo. Nesse Mundo, o trabalho do Cristo é o de correlacionar todos esses Astros e seus seres vivos numa Fraternidade Universal.

A terceira parte do trabalho do Cristo é desenvolvida aqui na Terra. Cristo como o Regente do Planeta e o guia da humanidade específica seu trabalho em unir-nos numa Fraternidade tendo Cristo como Irmão Maior. Quando isso ocorrer, o amor se fará altruísta e a Fraternidade Universal se realizará completamente e cada um trabalhará para o bem de todos. Estaremos na Sexta Época, a Época da Nova Galileia.

Atualmente, do centro do Planeta Terra Ele envia o impulso para o arrependimento e a reforma íntima de cada um de nós, e graças a esse seu sacrifício anual estamos nos tornando mais puros e regenerados. Essas também são as “outras ovelhas que não são desse aprisco” e “haverá um só rebanho e um só pastor“.

Note que em “eu sou a porta; se alguém entrar por mim será salvo; entrará, sairá e encontrará pastagens” temos um motivo para buscarmos sempre à consolação e o amparo divino, desapegando-nos de toda consolação exterior, baseada no próprio ser humano ou nas coisas materiais, porque “o mercenário e o que não é pastor, de quem as ovelhas não são próprias, vê vir o lobo, deixa as ovelhas, foge e o lobo arrebata, porque é necessário e porque não se importa com as ovelhas“. Perceba a esperança e a segurança que o Cristo nos dá! Semelhante à outra passagem quando ele diz: “estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28:20), então, o que falta é estarmos com Ele!

Note que em “como o Pai me conhece, assim eu conheço o Pai e dou minha vida pelas minhas ovelhas” fica clara a perfeita harmonia entre o Filho (Deus Filho) e o Pai (Deus Pai).

E a esperança e a confiança que tanto procuramos, nós podemos encontrar quando Ele disse: “Eu e o Pai somos um.” (Jo 10:30). E, realmente, o Cristo dá a Sua vida pelas suas ovelhas senão vejamos o sacrifício anual que um ser com tal grau de onisciência, onipresença e onipotência se submete, ao ficar confinado às baixas e cristalizantes vibrações do nosso Planeta Terra, dando Sua vida, Seu amor e Sua luz para que nos possamos continuar existindo e progredindo.

Lembramos sempre que “Cristo mesmo preparou o caminho para quem o deseje” e Ele ajudará e abençoará a todo verdadeiro investigador que deseje trabalhar pela Fraternidade Universal, sempre, aqui, agora até a sua realização total!

                                                                       Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sobre o Trabalho de Cura Rosacruz

Segundo as Santas Escrituras, a Bíblia, o ser humano foi criado, enquanto Forma, no Jardim do Éden, no sexto dia da criação, correspondente ao Período Terrestre.

Sabemos que somos Espíritos Virginais da Onda de Vida Humana manifestados como Egos nesse Esquema de Evolução e, assim estamos nos desenvolvendo fisicamente e mentalmente, até nos encontrarmos, agora, dotados de um Corpo Denso maravilhoso e uma Mente admiravelmente sensível. Temos vindo como crianças, vivendo, crescendo aqui, morrendo aqui e renascendo inúmeras vezes. Tal como a noite precede o dia, assim sucedem-se, alternativamente, nascimento e morte aqui. Quando ocorre a morte aqui, nós retornamos ao nosso lar celeste para nos renovarmos e podermos regressar aqui, no Mundo terrestre, a grande escola experimental da vida. Mas, sempre revestido de nova Personalidade, recordando-se raríssimas vezes de nossa anterior existência aqui.

E como ocorre comumente em toda escola, sempre há estudantes cujo aproveitamento é maior do que o dos demais. Alcançam, então um grau de desenvolvimento espiritual, a ponto de não precisar regressar aqui no Mundo material para aprender as lições que precisam (já aprenderam todas!). Encontram-se prontos a prosseguir sua jornada em esferas mais elevadas ou celestiais. Entre eles, alguns optam por deter-se em sua caminhada, com o objetivo de ajudar a humanidade menos evoluída. São chamados de “Irmãos Maiores”, um dos quais exerce especial influência em nosso Serviço de Cura, no Templo da Ordem Rosacruz.

Já os Auxiliares Invisíveis são Probacionistas e Discípulos da Fraternidade Rosacruz. Cada noite, enquanto seus Corpos Densos descansam adormecidos, eles atendem aos enfermos sob o cuidado e orientação dos Irmãos Maiores. Vale acrescentar que podem fazê-lo somente quando se tornam merecedores de tal privilégio por terem vivido durante o dia conforme as Leis Divinas.

Solicita-se ao paciente do Departamento de Cura de um Centro Rosacruz assinar a chamada “carta semanal” com tinta nanquim (a de caneta tinteiro), porque dessa forma o eflúvio de seu Corpo Vital impregna o papel, proporcionando aos Auxiliares Invisíveis indicações precisas sobre seu estado de saúde, além de renovar a permissão para os Auxiliares Invisíveis continuar trabalhando no Corpo Vital dele durante o sono. Recomenda-se fazê-lo cada semana, nas datas indicadas como sendo de cura (as “Datas de Cura”), porque essa é a chave que eles podem utilizar para trabalhar sobre o Corpo Vital do paciente. Por conseguinte, o ato da assinatura constitui uma verdadeira solicitação de ajuda, dirigida diretamente aos Auxiliares Invisíveis. Portanto, se o paciente compreender isso, jamais o fará mecanicamente, nem esquecerá de fazê-lo nas datas indicadas. Esse deve ser um ato sincero, simples, pleno de fé e profunda devoção, tanto com o desejo intenso de ser ajudado, como de ajudar a quem mais precisa do que ele.

Para encerrar, esclarecemos que não adoramos aos Irmãos Maiores, nem aos Auxiliares Invisíveis, pois eles são seres humanos. Só a Deus devemos reverenciar e dirigir nossas preces, invocando sempre o nome de Cristo-Jesus, nosso Senhor, nosso Salvador, nosso Redentor.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1974-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que aconteceu à Virgem Maria no momento da Assunção?

Resposta: Quando chegarmos ao fim do presente Período Terrestre, e não houver mais lições a serem aprendidas, então não necessitaremos mais de um Corpo Denso para adquirir experiência no plano físico. Da mesma forma, o Planeta Terra não precisará de seu invólucro físico, posto que esse terá terminado sua função referente ao Período Terrestre. Gradualmente, os nossos Corpos Densos e o Corpo Denso do Planeta serão fluidificados até o ponto de atingirem uma condição que os permita funcionar totalmente nos reinos etéricos. Nessa etapa, “encontraremos o Senhor nos ares”, como predito por São Paulo.

O estado etérico será a constituição deste Planeta durante um mais elevado e próximo passo evolutivo, esotericamente conhecido como Período de Júpiter.

Quando Virgem Maria vivenciou o Rito da Assunção, ela se elevou nesse estado etérico. Considerando que já havia concluído toda a Sua experiência terrestre, Ela já não precisava de um Corpo Denso ou de um Planeta físico para atuar e, então, elevou-Se ao reino etérico e assumiu Sua morada no Mundo Angélico. E, no instante em que o Senhor Cristo a coroou nesse Rito (da Assunção), ela recebeu a Iniciação referente ao 2º Grau dos Grandes Mistérios Crísticos, o único que se relaciona com as condições sobre as quais toda a humanidade atuará no Período de Júpiter.

Nesses reinos etéricos, o ser humano estará acompanhado pelos Seres Angélicos e uma esplendorosa humanidade conhecerá eras semelhantes às que a Virgem Maria já alcançou.

(Do livro “Questions and Answers on the Bible” – Corinne Heline)

(*) Pintura: The Assumption dated 1806 – William Blake – Assunção da Virgem Maria

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