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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Razões Esotéricas do Natal

Os Evangelhos, como é normalmente lido nas Religiões que preconizam o Cristianismo Popular, muitas vezes, contam o Natal como a história de Jesus, um personagem único, o Filho de Deus em um sentido especial, que nasceu em Belém, viveu na Terra por um curto período de 33 anos, morreu por nós, depois de muito sofrer e está agora permanentemente sentado à direita do Pai, de onde “há de vir para julgar os vivos e os mortos”. Celebramos seu nascimento e sua morte em determinadas épocas do ano, pois se supõe que esses eventos tenham ocorrido em datas definidas.

Mas, enquanto as explicações acima satisfazem aqueles que não procuram ir muito a fundo em suas investigações sobre a verdade, há um outro lado muito evidente tanto ao Cristão ocultista como ao Cristão místico: uma história de amor Divino e de sacrifício perpétuo que o enchem de devoção para com o Cristo Cósmico, O qual nasce periodicamente para que possamos viver e evoluir. O Cristão ocultista e o Cristão místico entendem que, sem recorrer a esse sacrifício anual, a Terra e suas condições atuais de desenvolvimento seriam uma impossibilidade.

Quando o Sol está no Signo celestial de Virgem (a Virgem), acontece a Imaculada Concepção. Uma onda de Luz e de Vida do Cristo solar é, então, enfocada sobre a Terra. Aos poucos essa luz penetra cada vez mais profundamente na Terra, até que o ponto decisivo no momento mais importante do ano, que chamamos Natal. Esse é o nascimento Místico de um impulso de vida Cósmico que impregna e fertiliza a Terra. É a base de toda vida terrestre; sem isso nenhuma semente germinaria, nenhuma flor surgiria na Terra, nem o ser humano, nem o animal existiriam, e a vida logo se extinguiria.

Há, portanto, uma razão muito válida para a alegria que se sente na época do Natal. Como o Autor Divino de nossa existência, nosso Pai no Céu nos deu o maior de todos os presentes, Seu Filho, assim também nós somos levados a nos presentearmos, uns aos outros, e a alegria, paz e boa vontade reinam na Terra, quer compreendamos ou não as razões místicas e anualmente renovadas.

Assim como “um pouco de fermento faz fermentar um todo”, esse impulso de vida espiritual, que impregna a Terra no Solstício de Dezembro, trabalha durante os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março em seu caminho em direção à circunferência, dando vida a tudo com que entra em contato. Mesmo os minerais não se desenvolveriam se esse impulso de vida fosse contido.

Ao chegar à época da Páscoa, quando a Terra está em pleno vigor, tudo está imbuído dessa grande vida Divina. Aí, então, ela se esgota, morre e se levanta novamente à direita de nosso Pai. Assim, o Natal e a Páscoa são pontos decisivos que marcam o fluxo e o refluxo de Vida Divina, anualmente dados por nossa causa. Se formos um pouco sensíveis, podemos sentir o Natal e a Páscoa no ar, pois ambos estão carregados de amor, vida e alegria divinas. Mas, de onde vem aquela nota de tristeza e sofrimento que precede à Páscoa da Ressurreição?

Por que não nos regozijamos com uma alegria genuína, quando o Filho é liberado e retorna a Seu Pai? Por que essa paixão, essa cruz de espinhos? Para compreender esse mistério é necessário analisar o problema do ponto de vista do Cristo, e é necessário entender, por completo, que essa onda de vida anual, projetada em nosso Planeta, não é simplesmente uma força destituída de consciência. Ela carrega em si mesma a consciência plena do Cristo Cósmico. É certo que sem Ele não existiria nada do que foi feito. Na época da Imaculada Concepção, em setembro, esse grande impulso de vida começa sua descida para nossa Terra, e na ocasião do Solstício de Dezembro, quando acontece o nascimento Místico, o Cristo Cósmico está plenamente concentrado sobre e dentro do nosso Planeta.

Deve causar desconforto para tão grande Espírito estar preso dentro desta Terra, e estar consciente de todo o ódio e discórdia que emanamos, todos os dias. Não se pode negar que toda expressão de vida seja feita por meio do amor; do mesmo modo, a morte vem por meio do ódio. Se o ódio e a discórdia que geramos em nossas vidas diárias e as consequentes falsidades, infâmias e egoísmo fossem deixados sem antídoto, esta Terraseria engolida pela morte.

Nos serviços que se realizam todas as noites, à meia-noite, o Templo da Ordem Rosacruz é o foco de todos os pensamentos de ódio, raiva, inveja, cólera, astúcia, egoísmo, inquietação e todos os afins a esses do mundo, no qual ele serve. Esses pensamentos são, então, desintegrados e transmutados, e essa é a base do progresso social do mundo. Espíritos puros se afligem e sofrem muito com as perturbações do mundo, com nossa discórdia e ódio e enviam, através de si mesmos, individualmente, pensamentos de amor, de paz, de fraternidade, de compaixão, de concórdia, de bondade e de afins com esses. Os esforços associados da Ordem Rosacruz são dirigidos aos mesmos canais, normalmente à meia-noite, quando o mundo está mais tranquilo em relação ao esforço físico, e se torna mais receptivo à influência espiritual. Nessa hora eles se empenham em atrair e transformar as flechas daqueles pensamentos inferiores citados acima, compartilhando, assim, com o sofrimento de Cristo, e com esse trabalho ajudam a tirar alguns dos espinhos da coroa do Salvador.

O Espírito de Cristo na Terra está, como diz S. Paulo, atualmente “gemendo e lutando à espera do dia da libertação” (Rm 8:22). Dessa forma, Ele tem em Si todas as flechas dos pensamentos inferiores citados acima e é esta a Sua coroa de espinhos.

Em tudo que vive, o Corpo Vital irradia correntes de luz da força que usou ao construir o Corpo Denso. Quando o Corpo Denso se apresenta com saúde, essas correntes de força carregam os venenos do Corpo e o mantém limpo. Condições semelhantes prevalecem no Corpo Vital da Terra, que é o veículo do Cristo. As forças venenosas e destrutivas geradas por nossas paixões são levadas pela força de vida do Cristo. Mas, qualquer pensamento ou ato maldoso causam-Lhe uma dor proporcional e, portanto, torna-se parte da coroa de espinhos – coroa porque a cabeça é considerada, sempre, como o lugar da consciência. Deveríamos compreender que todos os atos, todas as ações e obras maldosos têm uma reação em Cristo, como foi descrito acima, acrescentando um espinho a mais de sofrimento.

Em vista do que foi dito, podemos imaginar com que alívio Ele pronuncia as palavras finais no momento de libertação da cruz terrena: “Consummatum est” (Está terminado).

E, por que a repetição anual do sofrimento? Da mesma forma, como temos que receber continuamente em nossos Corpos, o oxigênio da vida a fim de vitalizar e dar energia a todo o Corpo, e como o oxigênio se extingue para o mundo exterior, enquanto está habitando o nosso Corpo (onde está sendo carregado de venenos e resíduos e finalmente é expelido como dióxido de carbono, um gás venenoso), é necessário que o Salvador entre, anualmente, no grande corpo que chamamos Planeta Terra,  e leve para Ele todo o veneno que é gerado por nós, para limpar e purificar a Terra e lhe dar uma nova oportunidade de vida antes que Ele, finalmente, ressuscite e suba  para  Deus-Pai.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – janeiro/1983 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Mais uma vez o Maior de Todos os Eventos do Ano

Mais uma vez é atingido o ponto culminante do ano, o maior de todos os eventos cósmicos: o Natal, a renovação do impulso Crístico na Terra.

Na Noite Santa, o solene tanger dos sinos invoca a presença dos fiéis para reverenciar a magna data. É a colimação cíclica de um processo irresistível e irreversível.

Novamente, o acendrado amor de Cristo por cada um de nós se faz sentir por meio da manifestação da Sua energia, sensibilizando os nossos corações para as esferas superiores da vida. É a observação fiel de um compromisso, cujo término se condiciona ao nosso próprio livre arbítrio, perdurando até que uma boa parte de nós desenvolva o Corpo-Alma, o “soma psuchicon”, identificando-se então com o próprio Cristo, por isso que é chamado, também, de Cristo interno.

Hoje, tal promessa é tão viva, tão real, tão sonora como o foi há mais de dois mil anos! Sentimos a presença do Cristo em cada ato de benevolência. Ouvimos a voz d’Ele nas palavras consoladores, nas pregações sinceras, nas músicas sublimes. Observamos os milagres d’Ele na ação pura dos idealistas. Cada novo Cristão é um Lázaro que ressurge. Cada novo Cristão é um participante da multidão alimentada com o “pão da vida”.

Mais de vinte séculos são decorridos e as vitórias do Cristianismo se sucedem. Forjado com o sangue dos mártires imolados em Roma e na Ásia Menor, resistiu a todas as procelas: aos tenazes perseguidores, às incompreensões e divergências internas, ao materialismo dos nossos tempos.

Força irresistível! Sobreviveu a todas as tentativas de destruição que lhe fizeram.

Estamos atravessando um momento crítico nesse Esquema de Evolução. Nunca carecemos tanto da presença de Cristo como agora, e nunca Ele esteve tão próximo, empenhando-se em nos despertar a nossa verdadeira vocação espiritual.

Somos uma massa heterogênea. Formamos um conglomerado de virtudes e defeitos, de injustos, justos e injustiçados, de crentes e indiferentes, de altruístas e egoístas, de explorados e exploradores. A cada Natal, a força Crística reinicia o processo de transmutação dessa massa, sensibilizando as nossas faculdades espirituais. É essa energia dinâmica na verdadeira acepção da palavra que procura romper a barreira das nossas limitações. É ela que nos inspira no aprimoramento do nosso caráter. Ela nos enleva ante uma estátua esculpida na algidez de uma pedra. Ali não deparamos meramente com a figura estática, mas sentimo-la vivente, palpitante.

Essa energia nos deixa extasiados ao examinarmos um quadro, em que os contornos e as cores sugerem sentimentos. Ela nos eleva e aquieta ao som de uma Sinfonia de Beethoven, de uma composição de Bach ou Haendel.

Nessas contemplações transcendemos a forma, penetramos no âmago, no espírito das coisas.

A esse propósito, queridos irmãos e irmãs, almejemos cada vez mais penetrar no Espírito do Natal, identificando-nos com ele. O verdadeiro Natal é interno. Consiste no nascimento do Cristo em nosso mundo interior.

Convertamos nossos corações em humildes manjedouras para receber Aquele que salva. E quais Reis Magos, depositemos aos Seus pés nossas oferendas: o ouro, o incenso e a mirra, traduzidos simbolicamente no Corpo, na Alma e no Espírito. Reverentes e gratos, entreguemos nossas dádivas Àquele que em si mesmo é a dádiva perpétua, a oferta perfeita, o Cristo que salva, que redime, que consola, que eleva, que encontra uma réplica microcósmica em cada ser humano, e que, ano após ano, generosamente, oferece-nos sua ajuda no sentido de ampliarmos Sua imagem em nós, até que todas formem uma só aura, uma só força, um só poder, no grande dia das Bodas Místicas.

Que este Natal nos encontre unidos em torno do nosso ideal, o ideal do Cristo!

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – dezembro/1973–Fraternidade Rosacruz–SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cristo, o Espírito da Terra

E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mt 28:20)

Os Ensinamentos Rosacruzes estabelecem uma diferença entre Cristo, o grande Arcanjo e Espírito Solar e Jesus, o mais elevado espiritual ser humano. Nos Evangelhos nos é dito que na época do Batismo o “Espírito de Deus” desceu sobre Jesus.

Foi de fato naquele momento que Jesus entregou a Cristo seu Corpo Denso e seu Corpo Vital, de modo que o grande Espírito Solar pudesse se manifestar entre nós e realizar o supremo sacrifício do Gólgota. Um sacrifício que não consistia apenas em morrer numa cruz, mas que permitia que Cristo entrasse no interior da Terra e começasse a espiritualizá-la.

Esse é o grande sacrifício de Cristo, pois as baixas vibrações do nosso Mundo constituem, para ele, uma imensa dolorosa limitação.

Cristo permanece, no entanto, sendo o grande Espírito Solar, pois é apenas um dos seus raios (parte de sua consciência) que penetrou em nossa Terra quando o sangue de Jesus fluiu no Calvário.

Mantendo uma conexão com o nosso Planeta, ele se retira, todos os anos, na Páscoa e começa a penetrar, novamente, em setembro para fornecer à Terra (e a nós) uma nova vida durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro.

Essa força espiritual atinge sua intensidade máxima durante a noite de Natal, a noite mais sagrada do ano.

Muitas pessoas começam a sentir as vibrações Cristãs de paz, alegria e amor na época do Natal. E a prática de dar presentes é um primeiro passo para a Fraternidade Universal.

(Traduzido do: Le Christ, Esprit de la Terre, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Origem do Natal

Os materialistas se recusam a aceitar o formoso relato sobre o nascimento de Jesus e frequentemente formulam esta pergunta: “Se Cristo veio ao mundo para salvar os seres humanos do pecado e da morte, quem salvará as milhões e milhões de almas que estavam em manifestação antes da Era Cristã, que data de apenas um pouco mais de 2000 atrás”?

Disse São João Evangelista: “Porque Deus amou de tal maneira o mundo que lhe deu seu Filho Unigênito para que todo aquele que n’Ele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. Porque não O enviou Deus para condenar o mundo, mas para que o mundo se salve por Ele.” (Jo 3:16).

Essas palavras de Cristo-Jesus têm dado o que pensar a muitos e até fizeram que alguns se afastassem de sua fé em Deus, porque: “…como pode alguém acreditar na Paternidade de Deus e Sua Bondade: como pode alguém crer no amor desse grande Espírito e, também, pensar que Ele deixou de dar o necessário a Seus filhos, em todas as épocas? Quem pode continuar crendo n’Ele, se foi tão cruel a ponto de enviar Seu único Filho para salvar apenas uma pequena parte de seus outros filhos humanos? Quem pode crer, tal como o creem os ortodoxos, que esse amoroso Pai tivesse permitido que a maioria de seus filhos fosse arrojada às trevas para sofrer eternamente, apenas por que vieram antes de Cristo? Diante disso, é de surpreender que as Religiões de Buda, Maomé e Zoroastro continuem florescendo, embora reconheçamos que os ensinamentos do Mestre Cristo-Jesus preencham as necessidades da nova onda evolutiva?”.

Os ministros ortodoxos afirmam que o Natal começou a ser celebrado apenas uns quatrocentos anos depois de Cristo. De fato, nada existe na história para confirmar que os Cristãos tivessem celebrado esse acontecimento nos primitivos tempos do Cristianismo. Mas, isso é fácil de se compreender. Até sua oficialização, o Cristianismo sofria cruéis perseguições. Ademais, o paganismo fortemente espalhado então desvirtuaria a pureza de sua apresentação. Os essênios eram devotos e pouco dados a práticas externas, como o faziam os fariseus. Mais tarde, a própria exigência do povo pelo cerimonial estabeleceu essa prática. Vejamos o Antigo Testamento e leiamos sobre os grandes festivais promovidos pelo povo naqueles remotos tempos e que correspondem a nossos presentes festejos de Natal e Páscoa de Ressurreição.

Os antigos eram muito dados a cerimoniais. Seus festivais eram religiosamente observados, ainda mais do que as festas religiosas de hoje. Vejamos os festivais dos tempos de Abraão: Moisés deu instruções bem definidas a seus seguidores em relação a essas cerimônias, que deveriam acontecer com seus ritos Religiosos. Moisés é o autor dos cinco primeiros livros da Bíblia (Pentateuco) e seus Dez Mandamentos são a pedra angular de todas as atuais Religiões. Os antigos festivais eram terrivelmente desfigurados com ritos que as pessoas modernas considerariam repulsivos. Em algumas ocasiões não apenas eram imolados animais no Altar dos Sacrifícios, senão que o próprio sangue humano corria, para apaziguar a fúria dos deuses pagãos. Quase todos os festivais eram oferecidos ao Deus do Sol e muitas das Religiões antigas se achavam mescladas com os mitos solares. No Solstício de Dezembro, quando o Sol chega à sua mais baixa declinação sul e deve empreender a marcha ascendente rumo ao norte, converte-se num salvador de vidas e, então, renasce o deus-sol.

Em algumas das Religiões antigas, encontramos o relato da mãe e do filho divino. Na Índia, Krishna nasceu como um salvador e seus pais tiveram que fugir de sua terra devido ao decreto do Rei Karnsa de matar toda criança de sexo masculino recém-nascido. Na história do nascimento de Krishna encontramos os Anjos, os Pastores e os Magos. A história da vida deste deus-sol da Índia é muito parecida à de Cristo Jesus.

Na história da Babilônia encontramos o deus do sol, Tammuz, que nasceu de uma mãe virgem. Uma lenda similar é a do deus Apolo. Encontramos, também, o mesmo mistério em relação à data de nascimento desses deuses, que foi igual à de Jesus.

Em todos os relatos dos nascimentos dos grandes Mestres existe a aparição de um Anjo anunciando a uma Virgem que Deus a havia escolhido para mãe de uma divina criança. A história difere mui ligeiramente nas distintas Religiões. O idioma, o cerimonial e os costumes é que motivam essas diferenças secundárias.

Afinal, por que a Virgem e um menino divino aparecem nessas Religiões antigas, inclusive na classificadas de pagãs? Isso não é uma prova que deve existir alguma conexão entre esses mitos, os quais coincidem maravilhosamente com o nascimento do Salvador e com a marcha do Sol através do Zodíaco? Em alguns desses relatos fala-se de um grande silêncio existente em toda a Terra, no momento do nascimento. Tudo era silêncio. Isso é uma realidade no Solstício de Dezembro. No hemisfério norte da Terra, a vida vegetal parece descansar. A força de Deus se aquieta por algum tempo. A seiva se recolhe nas raízes. Os ramos e os talos se desnudam. A vida dorme e o Sol penetra no reino de Saturno, Capricórnio. A Terra é uma massa vivente que respira, mas nesse tempo parece reter seu alento, como o faz uma pessoa quando vai realizar um ato muito importante.

O nascimento do Sol é como uma exalação da vida do Cristo, sentido por toda a Humanidade. O Natal, nascimento místico, é um período de regozijo para a Terra, bem como o é principalmente para a Humanidade, porque então os Anjos portam correntes de júbilos.

O mito do Sol existente nas Religiões antigas, encarado sob o ponto de vista da Astrologia e da Astronomia, fala-nos do grande Plano Cósmico. O Sol em seu caminho pelos Signos do Zodíaco é uma manifestação atual das glórias do Universo de Deus. Por enquanto é apenas uma manifestação externa de uma verdade maior, o Filho cósmico, o Cristo, por quem flui toda a vida de Deus em favor da Humanidade. Ele é o grande portador da vida, cujo veículo material nasceu há mais de 2000 anos atrás. Veio à Terra para que por Seu intermédio pudesse Deus acender em todo ser humano a chama do Amor divino, os atributos do Segundo Aspecto de Sua Natureza. Igualmente nessa época nasce o Sol em sua subida ao Norte, brilhante e com mais força e vigor, mais próximo da Terra, para renovar a vida em toda a Natureza.

Se examinarmos esse grande evento anual do Natal sob os dois pontos de vista, o pagão e o festival do deus-sol em sua jornada pelos Signos do Zodíaco e relacionamos com o relato do nascimento do Filho de Deus de uma Virgem, nosso Amor e reverência pelas Páscoas modernas em vez de decrescer, aumentarão, mesmo que os textos Cristãos ortodoxos afirmem que as festas que se celebravam nos tempos pré-Cristãos eram pagãs.

O exposto, que a história nos conta, revela que nós sempre buscamos uma Religião. Nossa alma sempre ansiou por Deus. Por mais cruel que haja podido ser essa concepção de Deus para conosco, não invalida nem diminui a realidade de Sua existência. Desde a época em que os nossos olhos foram abertos para o mundo e o véu do conhecimento de nós mesmos foi retirado, fomos buscando resolver os grandes mistérios da vida. À medida que cresçamos em Sabedoria e compreensão espiritual, a verdadeira luz nos será mostrada no caminho, essa luz que esteve escondida nas dobras dos séculos que passaram. Então poderemos verificar que os deuses, assim como a nossa Mente, crescem junto com as Religiões para ganhar em consciência. Assim também deve crescer nosso ideal do Natal, em amor e beleza. Quando o Cristo-menino nasça e se alimente em nossos corações poderemos entender perfeitamente o sentido destes versos de Angelus Silesius: “Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém, enquanto não nascer dentro de ti, tua alma estará extraviada. Olharás em vão a Cruz do Gólgota enquanto ela não se erguer em teu coração também”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1965-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Natal Cósmico diferente do Natal humano

Há um Natal humano, esse natalício ou nascimento marcado por nosso aparecimento num Corpo, quando, através do ventre materno, voltamos a este mundo; é o que consta oficialmente no “registro de nascimento”. Refere-se ao Corpo.

Há outro Natal, interno, quando nascemos para nova esfera, espiritual, quando nossa consciência humana recebe o Batismo de Fogo.

O primeiro Natal, o do Corpo, é o mesmo que o do ovo que a galinha põe; depois se vai formando algo novo dentro do ovo e um dia (após 21 dias ou 3 x 7) um pintinho rompe a casca e sai para uma esfera mais ampla de viver: é o segundo nascimento, o novo nascido ou o novo início ou Iniciação: o Natal da consciência.

O nascimento do Corpo é a lagarta que se encerra no casulo de uma forma material, na qual luta, aspira e forma algo novo: a borboleta que sai voando para a imensidão do espaço de Deus.

O Espírito não tem natal. O Espírito é imortal, eterno, sem princípio nem fim. Ele é uma centelha de Deus e tem as mesmas características imortais, tal como a gota do oceano tem as mesmas propriedades do oceano.

Mas há outro Natal, grandioso, macrocósmico, que deverá ocorrer para o “ovo” de nossa Terra: o Natal Cósmico.

Quando o Iniciado investiga na “Memória da Natureza” pode encontrar as encarnações passadas do homem Jesus, um Irmão Maior, porque ele pertence à nossa Onda de Vida,  a humana. A mesma coisa não sucede com o Cristo. D’Ele só podemos encontrar uma única encarnação.

É Lei Cósmica: nenhum ser, por elevado que seja, jamais pode funcionar num certo plano do Universo, se não tem um veículo formado com material ou substância daquele plano. Exemplo: para agirmos na Região Química do Mundo Físico devemos nos revestir de um Corpo Denso, formado de sólidos, líquidos e gases (os conhecidos elementos da química). Caso contrário, não poderíamos manipular o material dessa Região e ao mesmo tempo seríamos “fantasmas”, invisíveis aos humanos.

Cristo, como Arcanjo, jamais passou por uma evolução igual à nossa, num Corpo Denso. Portanto, não aprendeu a construir veículos desta natureza.

Quando nossa Terra (como os demais Planetas irmãos) foi expulsa do Sol, porque já não podíamos resistir à temperatura, lá ficaram os Arcanjos, cujos Corpos mais inferiores são os Corpos de Desejos e não sofrem influência da alta temperatura. Ao contrário, distanciados do Sol, nossa Terra se esfriou, nossos Corpos foram se condensando.

Cristo, o mais elevado Iniciado dos Arcanjos, o mais perfeito canal de expressão para os atributos de Amor-Sabedoria, do Deus-Filho, em nosso Sistema Solar, devia vir à Terra para salvar a Onda de Vida humana da destruição. E os mais elevados seres humanos, elevados Iniciados, que estão em contato com as Hierarquias Criadoras ou Divinas, sabiam disso. Eles mesmos não tinham poder para tão gigantesca tarefa.

Então prepararam, durante vidas, a vinda do Cristo à Terra. É por isso que os Iniciados, fundadores das grandes Religiões, apontavam “alguém que devia vir do Sol”. Por isso Isaias profetizou a vinda do Salvador. E, como vaso físico, para manifestação de Cristo na Terra, devia ser preparado um Corpo puro e perfeito. Foi o que realizaram os dois grandes Iniciados conhecidos por José e Maria.

Um Planeta não é um Corpo morto como julgamos. Na verdade, é o Corpo de um grande Espírito Planetário e possui, também, Corpos espirituais, Mental, de Desejos, Vital e Denso. Do macrocósmico Corpo da Terra é que retiramos, em quantidade e qualidade requeridas por nosso particular grau de evolução, o material mental, emocional, etérico e químico, para formação de nossos Corpos e veículo, em cada renascimento. E, como Corpo vivo que é, a Terra grava, em seus estratos, todos os pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, palavras, ações, obras e atos humanos. Ora, desde a “Queda do Homem” a Humanidade estava comprometendo seriamente esses “arquivos” da Terra, com transgressões às Leis da Natureza. Nosso Planeta estava se cristalizando e ameaçava se desintegrar no Caos, quando as Hierarquias Criadoras resolveram interferir para salvá-lo.

Quando Jesus nasceu, os Iniciados sabiam qual era a missão dele para com Cristo. Jesus mesmo tinha plena consciência disso. Pessoalmente trabalhou sobre seus Corpos para dotá-los de elevada vibração. No Egito recebeu a contribuição do Templo Essênio de Heliópolis. Dali foi para Nazaré, onde maravilha os doutores do Templo com sua sabedoria. Dos 12 aos 30 anos (período omitido pelos Evangelhos) ele esteve num mosteiro essênio da Pérsia no qual havia a mais completa biblioteca de rolos secretos, onde gravou, em seu novo cérebro, as conquistas Iniciáticas de vidas anteriores.

Assim, plenamente preparado, vem Jesus, adulto, de novo para o Jordão, onde o grande Iniciado João Batista, seu primo (relutante, em face de sua alta evolução), consentiu por fim em batizá-lo.

Nesse momento, na forma de pomba, desceu o Espírito de Cristo aos veículos Físicos de Jesus (Corpo Denso e Corpo Vital). Esse se retirou do Corpo, conscientemente e o entregou a Cristo, acompanhando de fora o Seu ministério de 3 anos. Daí por diante não é mais Jesus, senão: Jesus-Cristo ou Cristo-Jesus.

Se perguntamos a um sacerdote se Jesus e Cristo eram uma só pessoa, ele responderá: “Não; Jesus é a parte humana; Cristo é a parte divina”. Mas, não irá além disso: é mistério. Aí está a encarnação de Cristo, que usou seus próprios veículos mental e emocional, mas teve que tomar emprestados os Corpos Denso e Vital de Jesus, para aparecer “como um homem entre os homens[1].

Notamos, pelos Evangelhos, que muitas vezes o Cristo se afastava do povo e se isolava. Assim fazia para entregar os veículos físicos de Jesus aos Iniciados essênios, a fim de que eles recompusessem seu tônus vibratório celular, porque a elevada vibração dos veículos Crísticos ameaçava desintegrar o Corpo de Jesus (apesar de ser o mais puro e refinado Corpo Denso humano jamais concebido). Por essa razão é que, após a crucifixão, sem essa providência dos Iniciados essênios, o Corpo Denso de Jesus se desintegrou no túmulo.

Logicamente, pela Clarividência, os Iniciados essênios sabiam da presença de Cristo nos veículos físicos de Jesus. Nas Bodas de Caná, Maria não estranha a resposta de Cristo: “mulher, que tenho eu contigo?[2]. Era o Cristo dirigindo-se a uma Iniciada humana (embora ocupando os veículos que ela gerou). As três Tentações pelas quais passou, no Corpo de Jesus, tinham por finalidade fazê-lo conhecer a natureza humana.

Com o derramamento do sangue de Jesus, no Gólgota, Cristo penetrou no Globo Terrestre (através do sangue, elemento misterioso em que se firma o Espírito) e do centro de nosso Planeta expandiu toda a Sua imensa força espiritual, lavando a Terra de todas as transgressões passadas. Daí a citação do João Batista, usada na Páscoa: “Eis o cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo[3] (não dos homens). Cristo permaneceu três dias no centro da Terra.

Depois da destruição do Corpo Denso de Jesus, Cristo apareceu entre os Discípulos em Corpo Vital, no qual funcionou durante algum tempo. Depois subiu ao Seu Mundo o Mundo do Espírito de Vida), de onde, anualmente, desce, pelo Natal, para dar mais um impulso espiritual ao nosso Globo (que continua sendo comprometido com nossas transgressões) e à Humanidade, até que um número suficiente de seres humanos elevados possa manter o Planeta na própria levitação e o Cristo seja libertado da cruz da Terra (pois Ele disse: estarei convosco até a consumação dos séculos[4]).

A Fraternidade Rosacruz tem uma comemoração especial no Natal. Desde o Solstício de Setembro os Estudantes Rosacruzes vão se preparando para a vinda do Cristo e, da entrada do Sol em Capricórnio, mais três dias, permanecem em oração, reflexão, concentração e respeito, a fim de estarem em sintonia vibratória para receberem a ajuda espiritual do Cristo.

Infelizmente o Cristianismo popular perdeu de vista essas verdades esotéricas, agora reservadas “aos de casa”. Só na Era de Aquário a Humanidade estará em condições de receber amplamente essas verdades que temos o privilégio de conhecer. Oxalá possamos vivenciá-las e aproveitá-las devidamente, valorizando a rara oportunidade que nos oferecem.

Assim como nascemos humanamente, assim como despertamos a consciência para um “novo nascimento”, assim nossa Terra nasceu materialmente quando se separou da matriz solar. Mas, terá que nascer de novo, pela perfeita sintonia vibratória ao Centro Espiritual do Sistema Solar. Eis o Natal Cósmico!

 (Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – dezembro/1974 – Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: Is 6:5e Jo 1:14

[2] N.R.: Jo 2:4

[3] N.R.: Jo 1:29

[4] N.R.: Mt 28:20

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Amor na Essência do Natal

Nestes tempos de celebração do Natal (você comemora ou celebra o Natal?) percebe-se, estampada na fisionomia das pessoas, uma alegria serena e pura. Há no ar um sentimento generalizado de solidariedade, fruto do amor Crístico que se irradia pelo Planeta. Tudo parece interligado pelo amor.

O amor, no sentido mais amplo, segundo as palavras do Cristo, é a comunhão universal entre todos nós, seres humanos. É isso e muito mais, partindo do amor que devemos ter para conosco mesmos. Se você ama a si mesmo, necessariamente está amando o Deus que habita o seu interior, com o qual forma uma unidade, e está amando o próximo.

No amor estão contidos a lei e os profetas, ou seja, todos os ensinamentos e revelações. Cristo decretou o amor como mandamento por causa da dureza do coração humano. Quem não cultiva o amor em sua vida diária é como um filho pródigo que abandonou a paz e a harmonia para afundar-se na miséria do mundo, até que a dura lição do sofrimento o faça retornar à sua verdadeira essência.

O amor é o divisor de águas entre os seres espiritualizados e aqueles que ainda vivem nas trevas do egoísmo. O apóstolo S. Paulo, na sua Primeira Carta aos Coríntios, faz a apologia do amor: “ainda que eu fale as línguas dos homens e dos Anjos, se não tiver AMOR, serei como o metal que soa, ou como o sino que tine. Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de remover montanhas, se não tiver AMOR nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver AMOR nada disso me aproveitará.” (ICor 13:1-3).

A seguir, S. Paulo complementa: “O amor é paciente, é benigno; o amor não é invejoso, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não busca os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a Verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (ICor 13:4-7). Nada mais completo para definir o amor, no qual reside a verdadeira essência do Natal.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Movimentos Cíclicos do Sol

Dezembro de 1915

As notícias que diariamente a mídia falada e escrita transmitem, muitas vezes nas primeiras páginas em grandes manchetes, são as que parecem de importância e interesse vital para todos, mas são rapidamente esquecidas, e as mídias que as publicaram logo a apagam, arquivam ou, se for em papel, jogam fora ou queimam. Do mesmo modo, a canção que está hoje em voga e na cabeça de todos é rapidamente relegada ao arquivo do esquecimento. Até os seres humanos que são lançados, como meteoros, na ribalta da popularidade são esquecidos juntamente com os fatos que motivaram a sua rápida fama – por isso, citando Salomão: “Tudo é vaidade[1].

Mas, entre as mudanças caleidoscópicas que alteram constantemente o cenário mundial em seus aspectos moral, mental e físico há certos eventos cíclicos que, ainda que sejam recorrentes na natureza deles, têm entre si uma causa permanente e uma estabilidade que distingue o método macrocósmico do microcósmico em conduzir os fatos.

Quando no hemisfério norte é a estação da primavera, na época da Páscoa, o Sol cruza o Equinócio de Março, a Terra desperta do seu repouso invernal e sacode a branca camada de neve que a cobriu, como se fosse um manto de pureza imaculada. A voz da natureza é ouvida quando os pequenos riachos murmuram ao deslizar suavemente pelas encostas das montanhas em direção ao oceano. Essa voz também é ouvida quando o vento sussurra a canção do amor por entre as folhas recém-brotadas nas árvores dos bosques, o que impulsiona o botão e também a flor que produz o pólen, e este é levado por meio de asas invisíveis ao companheiro que o espera. Essa voz é ouvida nas canções de amor quando do acasalamento dos pássaros, e nas chamadas dos animais às fêmeas deles. Ela ressoa em todas as manifestações da natureza até que o nascimento de novas vidas compense as destruídas pela morte.

Quando no hemisfério norte é a estação do verão, o Amor e a Vida trabalham demasiada, longa, extenuante e fatigantemente com coração regozijante, pois eles são os Senhores que batalham pela existência, enquanto o Sol está exaltado nos céus no máximo de sua força no Solstício de Junho. No entanto, o tempo prossegue e chega outro ponto decisivo com o Equinócio de Setembro. Acalma-se o canto nas florestas; cessa o chamamento amoroso dos animais e dos pássaros e a natureza retorna ao silêncio. A luz decai à medida que crescem as sombras da noite, até que, no Solstício de Dezembro, a Terra se prepara para o profundo sono dela, pois precisa da noite de repouso após as atividades extenuantes do dia precedente.

Mas, da mesma forma que a atividade espiritual do ser humano é maior enquanto o seu corpo está adormecido, assim também, podemos compreender pela Lei de Analogia que a chama espiritual na Terra é mais radiante nesta época do ano, e é esta a ocasião propícia para o melhor desenvolvimento da alma, para a investigação e estudo dos mais profundos mistérios da vida. Cabe-nos aproveitar essa oportunidade e utilizar o tempo da melhor maneira possível. Não precisamos ter pressa nem ansiedade, mas trabalhar paciente e devotadamente, sem esquecer que entre todas as coisas que mudam no mundo, esta onda grandiosa de luz espiritual permanecerá conosco nas estações de inverno pelos anos que virão. Será cada vez mais brilhante à medida que a Terra e nós próprios evoluirmos, atingindo graus mais elevados de espiritualidade. Estamos trabalhando como precursores para difundir os Ensinamentos Rosacruzes, que ajudarão a iluminar o mundo durante os séculos que se seguirão ao atual. Há uma lei que diz: “Receberás na proporção que deres”. Agora, essa estação do ano é a mais propícia para dar e receber, então, vamos nos assegurar que a nossa luz brilhe na grande árvore cósmica do Natal, para que seja vista pelos seres humanos e que possa atraí-los para as verdades que nós sabemos serem de importância vital no desenvolvimento dos nossos semelhantes.

Concluindo essa carta, eu quero agradecer a cada um dos Estudantes Rosacruzes por sua cooperação nos trabalhos do ano passado. E que possamos, juntos, fazer um trabalho melhor e mais proveitoso no próximo ano.

(Carta nº 61 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Ecl 1:2

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Palavra-chave do Cristianismo

Quando Cristo esteve diante de Pilatos, esse Lhe fez uma pergunta que tem sido feita por todas as eras desde que o ser humano começou a buscar conhecimento sobre o problema cósmico, a saber: o que é a verdade? A Bíblia responde à pergunta dizendo que “Tua palavra é verdade[1]. E, quando nós nos voltamos para o maravilhoso capítulo místico do Evangelho Segundo S. João, lemos que “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus; sem Ele nada do que se fez teria sido feito, n’Ele estava a Vida[2]. Assim sendo, temos um maravilhoso alimento para meditação a partir desses significados e relações de sinonímia entre as palavras Verdade, Deus e Vida.

Um grande obstáculo para a maioria dos que buscam a verdade é que eles procuram encontrar uma fé que seja entregue “de uma vez por todas”, completa e imutável. Falham em ver que a Verdade é a Palavra de Deus. A primeira sílaba do cecreto criador foi proferida no início da Evolução e cada uma das suas palavras, desde então, tem soado para nossa elevação, como as palavras de uma frase que lentamente revelam o significado projetado pelo orador.

A palavra-chave de todo avanço ainda está soando, toda a Palavra não terá sido proferida, a sentença não estará completa e a Verdade, revelada a nós em Sua plenitude, até que nossa própria carreira de desenvolvimento espiritual nos tenha dado o poder de espírito necessário para entender a Verdade final.

Logo, vemos que a grande Palavra criadora da Verdade e da vida está reverberando no universo, hoje, mantendo e sustentando tudo o que é e está nos revelando a medida tão grande da Verdade quanto agora somos capazes de compreender. É dever nosso procurar entender essa Verdade divina da melhor maneira possível, para que possamos vivê-La e nos encaixar no Plano divino; também devemos manter nossas Mentes em um estado de flexibilidade para que, à medida que visões maiores e mais nobres da Verdade se desdobrem diante de nossos olhos espirituais, possamos estar preparados para assumir o novo, deixando o velho para trás, como o Náutilos mencionado por Oliver Wendell Holmes, que constrói sua pequena câmara, então uma um pouco maior e assim por diante, até que finalmente deixe a casca superada e parta a uma nova evolução. Portanto, que esse também seja nosso o esforço:

Edifica-te mansões mais imponentes, ó minha alma:

Enquanto as estações velozes rolam!

Deixe seu passado abobadado!

Que cada novo templo seja mais nobre que o anterior,

Cale-te do céu com uma cúpula mais vasta,

Até que tu finalmente estejas livre,

Deixando tua concha superada pelo mar inquietante da vida!

Em cumprimento a essa política divina de adequar a Verdade à nossa capacidade de compreensão, diferentes Religiões foram fornecidas à Humanidade em vários momentos, cada uma adaptada àquela classe específica de pessoas que devessem crescer com ela. Para os chineses veio o confucionismo; aos hindus foi ensinada pela primeira vez a doutrina da Trindade na Unidade: Brahma, Vishnu e Shiva — o Criador, o Preservador e o Destruidor eram aspectos de uma Deidade que a tudo incluía, análoga ao nosso próprio Pai, Filho e Espírito Santo. Depois veio o budismo, que tem sido chamado de Religião sem Deus, porque enfatiza particularmente a responsabilidade do ser humano por suas próprias condições.

Não pergunte algo aos deuses indefesos com oração ou hino,

Nem os suborne com sangue, nem alimente com frutas ou bolos.

Dentro de vocês, a libertação deve ser buscada,

Cada homem que sua prisão faz,

Cada um tem poderes como os mais altos,

Não com deuses ao redor, acima, abaixo,

E com todas as coisas e tudo o que respira

Aja com alegria ou desgraça.

Como o hinduísmo afirma a existência do poder divino acima do indivíduo, o budismo afirma a divindade do próprio ser humano. Também descobrimos que Moisés, o líder divino que guiou seu povo para a mesma conquista, enfatizava isso de maneira semelhante, no chamado “Cântico de Moisés”, em que chama a atenção (dos hebreus) para o fato de que já tinham sido liderados pelos poderes divinos, mas depois receberam a escolha, a prerrogativa de poder moldar seu próprio destino. Contudo, ele também lhes disse que seriam responsabilizados pelas consequências de seus atos sob as leis outorgadas por seu governante divino, mas daí em diante invisível. Gradualmente, outras Religiões evoluíram no Egito, Pérsia, Grécia e Roma; também os países escandinavos do Norte receberam um sistema Religioso, prenunciando em grande parte a Religião mais recente e sublime de todas; a saber, a Religião ocidental — o Cristianismo.

Acabamos de celebrar o final do drama cósmico, que se repete anualmente; sendo seu começo o nascimento místico do Cristo no Natal e a morte mística na Páscoa, o seu fim. Pouco antes do ato final do drama, a crucificação, como retratada nos Evangelhos, encontramos o Cristo participando da Última Ceia com Seus discípulos. Afirma-se que Ele pegou o pão, partiu-o e lhes deu para comer, dizendo: “Este é o meu corpo.”[3]. Ele também pegou o “vinho” e todos beberam do sangue místico. Então veio a injunção que iremos observar particularmente: “Façam isso em memória de mim, até que Eu venha.[4].

Ele também afirmou isto e, neste mandamento, depositou a base do Cristianismo: “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o coração, toda a mente e ao próximo como a ti mesmo.[5]. É fácil ir à mesa do Senhor nos domingos para “comer ou beber” com Ele; no entanto e, infelizmente, quão difícil é carregar Sua cruz na segunda-feira, negando a nós mesmos para servir e ajudar os outros. Agindo assim, mais do que merecemos a acusação do poeta: “A desumanidade do ser humano para com o ser humano produz incontáveis lamentações”.

A pergunta “O que é o amor?” parece difícil de responder. O maravilhoso 13° Capítulo da Primeira Carta de S. Paulo aos Coríntios [6] nos fornece uma ideia; porém, é bastante abstrata e, logo, precisamos de algo mais concreto para que possamos trabalhar e trazer a nossas vidas. Tomemos, portanto, como ilustração o amor fraterno em uma família. Nela, os filhos podem ser até dos mesmos pais e, portanto, pertencem a um relacionamento real de sangue entre irmãos. Dentro do círculo familiar podemos encontrar um excelente material para nos orientar em relação ao círculo maior da comunhão humana.

Uma das evidências mais impressionantes é que, embora, às vezes, irmãos e irmãs discordem e briguem entre si, o amor ainda permanece e eles defenderão alguém da família, se ofendido, tão prontamente quanto qualquer outro também da família. Quando um é atacado, parece agir como apelo ao resto para se reunir ao resgate e sempre fazem isso, em uma família normal. Se um membro da família comete ato vergonhoso, seus irmãos e suas irmãs não o publicam nem se alegram com o seu infortúnio, procurando, contudo, encobrir seu erro e achar justificativas, porque sentem uma unidade com ele.

Assim também nos sentiríamos em relação à família maior, se estivéssemos imbuídos do senso Cristão de amor. Procuraríamos desculpar os erros daqueles que chamamos de criminosos, ajudá-los, reformar e não retaliar; além disso, deveríamos sentir que sua desgraça também é, em realidade e verdade, parcialmente nossa. Quando um de nossos compatriotas consegue um feito notável, sentimos que temos o direito de desfrutar de suas honras. Apontamos com orgulho para todos os filhos notáveis ​​da nossa nação e, em nome da consistência, sentimos vergonha daqueles que falharam devido às condições da família nacional, já que somos verdadeiramente responsáveis ​​por sua queda, talvez até mais do que pelas honras daqueles que as alcançaram.

Na pequena família, quando um dos membros mostra talento, geralmente, todos se unem para lhe dar a oportunidade e a educação que os desenvolverão, pois todos são motivados pelo verdadeiro amor fraterno. Nós, da família nacional, geralmente obstruímos e sufocamos os precoces sob o calcanhar da necessidade econômica de ganhar a vida. Não lhes deixamos espaço para a realização. Oh! Que possamos entender nossa responsabilidade nacional e procurar, por meio de comissões, nossos irmãos e nossas irmãs mais novos que sejam talentosos em qualquer direção, para que possamos promover seus talentos visando ao eterno bem-estar da Humanidade, bem como socorrer aqueles que agora pisoteamos como criminosos.

Mas, o amor não consiste em doações indiscriminadas. Também leva em consideração o motivo por trás dos presentes. Muitas pessoas alimentam o vagabundo na porta dos fundos, porque as deixa desconfortáveis pensar que um humano esteja com fome. Isso não é amor! Às vezes, de fato, pode ser um grande ato de amor justamente recusar comida aos mendigos — mesmo que soframos ao pensar em sua atual situação —, se o fizermos com o objetivo de forçá-lo a procurar trabalho e se tornar um membro útil da sociedade. A indulgência com os maus hábitos em pessoas sem discriminação pode realmente levar um irmão ou uma irmã ao caminho descendente. Pode ser necessário, mesmo que desagradável e inoportuno, impedir que tais pessoas sigam desejos tolos. O ponto é este: independentemente do que nossas ações possam parecer, sob o ponto de vista superficial, devem ser ditadas pela palavra-chave do CristianismoAmor. Por falta disso, o Cristianismo Popular está definhando. A “luz sobre o altar” está quase apagada, pois muitos foram procurá-la em outro lugar.

Aí reside outro erro grave, pois tal conduta é análoga à da tripulação de um navio que afunda e demora para usar os meios disponíveis para o navio e/ou as pessoas que estão embarcadas. Está certo buscar a luz, mas deve haver o propósito de usá-la adequadamente. Você já esteve perto de uma ferrovia, em uma noite escura, e viu um trem se aproximando? Notou como o farol brilhante envia seus poderosos raios à frente da pista por uma grande distância? Como, quando se aproxima, esses raios cegam aos olhos? Como passa rápido e então, num momento, você está na escuridão total? A luz que brilhava tão forte na frente não envia o menor raio para trás e, portanto, a escuridão parece ainda mais intensa.

Há muitas pessoas que buscam a luz mística e adquirem bastante iluminação; entretanto, como o motor da locomotiva mencionada, elas se concentram e focalizam a pista que elas mesmas devem seguir. Tomam todo o cuidado possível para que nenhum raio se desvie desse caminho, para que todo vestígio de luz possa ser aproveitado e iluminar seu próprio caminho. Trabalham exclusivamente a este propósito: atingir poderes espirituais para si próprios. Estão tão concentrados nesse objetivo que nunca suspeitam da escuridão intensa que envolve todo o resto do mundo.

No entanto, Cristo ordenou que deixássemos nossa luz brilhar, que a colocássemos, como uma cidade, sobre a colina para que ninguém pudesse deixar de ver; para nunca a escondermos debaixo de uma mesa, mas sempre deixá-la iluminar nosso arredor, até onde seus raios chegassem. Somente na medida em que seguimos essa ordem, somos justificados para buscar a luz mística. Nunca devemos manter um único raio para nosso uso particular, mas nos esforçar, dia após dia, para nos tornar tão puros que não haja obstrução à divina luz interior, que ela possa fluir através de nós em sua plenitude para toda a família humana, que está sofrendo por falta de Luz e Amor. Muitos de fato são chamados e poucos são escolhidos. Levemos isso a sério, sendo muito zelosos por Cristo em todos os nossos tratos e nossas ações, para que realmente sejamos escolhidos: selecionados para fazer Sua obra de Amor.

(Por Max Heindel, publicado na Revista Rays from the Rose Cross de julho de 1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: Jo 17:17

[2] N.T.: Jo 1:1-4

[3] N.T.: Mt 26:26

[4] N.T.: Lc 22:19

[5] N.T.: Mt 22:37

[6] N.T.: 1Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse amor, seria como um bronze que soa ou como um címbalo que tine.2Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu nada seria. 3Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, isso nada me adiantaria. 4O amor é paciente, o amor é prestativo, não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. 5Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. 6Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. 7Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8O amor jamais passará. Quanto às profecias, desaparecerão. Quanto às línguas, cessarão. Quanto à ciência, também desaparecerá.9Pois o nosso conhecimento é limitado, e limitada é a nossa profecia. 10Mas, quando vier a perfeição, o que é limitado desaparecerá. 11Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança. 12Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido. 13Agora, portanto, permanecem a fé, a esperança, o amor, estas três coisas. A maior delas, porém, é o amor.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Entendendo os Solstícios e Equinócios, significado material e espiritual

É muito importante para o Estudante Rosacruz entender tanto o significado material (físico) dos Solstícios e Equinócios, como entender os seus significados ocultos (espirituais).

Vamos ao significado físico. Duas coisas impulsionam este relógio sazonal importantíssimo: o eixo inclinado da Terra e a órbita do Planeta em torno do Sol.

A Terra orbita o Sol uma vez a cada 365 dias e seis horas, e nosso Planeta gira uma vez por dia em torno de um eixo inclinado.

Essa inclinação é de cerca de 23,45 graus (por enquanto) e banha diferentes partes do mundo com várias intensidades de luz ao longo de um ano. Enquanto isso, a rotação da Terra em torno de seu eixo mantém o calor do Sol uniforme.

No solo, o Solstício de Junho é quando o ponto alto do Sol no céu, chamado zênite, atinge o máximo do ano. Do espaço, o Solstício é quando os raios mais diretos do sol rastejam no extremo norte, para uma linha chamada Trópico de Câncer:

Se você estiver no Trópico de Câncer por volta do meio-dia de 21 de junho, o Sol aparecerá mais ou menos diretamente sobre sua cabeça. Portanto, sua sombra também estará no mínimo absoluto (Solstício significa literalmente “parar o sol”).

A duração da luz do dia também será máxima. Isso fica mais extremo quanto mais ao norte você vai, uma vez que há mais atmosfera da Terra para refratar a luz do Sol quanto mais longe você está do equador.

Mas esse momento não vai durar, já que a Terra gira em torno do Sol a uma velocidade de aproximadamente 106.000 km/h.

A órbita do nosso Planeta é elíptica e seu centro de gravidade ligeiramente desviado do Sol.

Isso significa que o tempo que leva para percorrer as estações não está perfeitamente dividido.

Leva 93 dias e 16 horas após o Solstício de Junho para que a Terra alcance o Equinócio de Setembro – quando os raios mais diretos do Sol voltam para o equador. Mais 89 dias e 19 horas depois será o Solstício de Dezembro. Nesse ponto, os raios mais diretos do sol chegam ao Trópico de Capricórnio, o inverno começa no hemisfério norte e o verão começa no hemisfério sul.

Em seguida, leva 89 dias para que o zênite do Sol volte ao equador e dê início ao Equinócio de Março, seguido por 92 dias e 19 horas para completar o ciclo com o Solstício de Junho.

Durante cada uma dessas fases, certas regiões da superfície da Terra recebem mais luz solar, levando à criação de temperaturas sazonais e variações climáticas.

Agora, vamos ao significado oculto (espiritual): os Solstícios de Junho e Dezembro, juntamente com os Equinócios de Março e Setembro, constituem os momentos decisivos na vida do Grande Espírito da Terra, Cristo, assim como a concepção assinala o começo da descida do espírito humano ao Corpo Denso, resultando no nascimento aqui, o qual inaugura o período de crescimento até que a maturidade seja alcançada. Neste ponto se inicia uma época de sobriedade e amadurecimento, juntamente com um declínio das energias físicas que terminam em morte. Este acontecimento liberta o ser humano dos tresmalhos da matéria e o conduz a um período de metabolismo espiritual, por meio do qual nossa colheita de experiências terrenas é transmutada em poderes anímicos, talentos e tendências, a fim de serem multiplicados e utilizados nas vidas futuras e, assim, termos condições para crescer mais rica e abundantemente com tais tesouros e sermos considerados dignos, como “administradores fiéis”, para assumirmos postos cada vez mais elevados entre os servos da Casa do Pai.

Os tons do Equinócio de Março e do Solstício de Junho são expiradores (centrífugos) em sua ação, ou seja: radiantes e construtores, qualitativamente. Os tons do Equinócio de Setembro e do Solstício de Dezembro são inspiradores (centrípetos), ou seja: sustentadores e desenvolvedores.

É no Equinócio de Março que a Páscoa real ocorre, quando o Sol passa da latitude sul para a latitude norte, e Cristo se liberta do Seu trabalho. Então, esse Ser radiante penetra nos planos espirituais da Terra para trabalhar ali com as Hierarquias Criadoras e com os membros da Humanidade que foram transportados pela morte à mais altas esferas de atividade.

O Solstício de Junho ocorre quando o Sol entra em Câncer e está sintonizado com o princípio da fecundidade.

No Solstício de Junho a Terra está mais distante do Sol, mas o raio solar a atinge quase em ângulo reto, em relação ao seu eixo no hemisfério norte, assim resultando no alto grau da atividade física. Nessa ocasião, as radiações espirituais do Sol são oblíquas nessa parte da Terra e são tão fracas como os raios físicos, quando esses são oblíquos.

Com o Solstício de Junho, Cristo passa aos mais elevados planos espirituais da esfera terrestre que, biblicamente, se descrevem como “o Trono do Pai”. É conhecido na terminologia Rosacruz como o Mundo do Espírito Divino, o lar do Deus desse Sistema Solar. Deus é Amor e Deus é Luz. Essa passagem do Cristo se converte em um canal para o derramamento das forças das Doze Hierarquias Zodiacais, incluindo os Serafins, Querubins e Senhores da Chama. Com o Solstício de Junho, cada átomo da Terra fica impregnado da luz-glória desse divino poder espiritual.

Note que a liturgia Cristã associa esse tempo ao festejo de S. João Batista, o Precursor (24 de Junho), que antecede e anuncia o Solstício seguinte, o de Dezembro. Daí as palavras de São João Batista: “Fui enviado adiante d’Ele” (Jo 3:28) e “Ele deve crescer, e eu diminuir” (Jo 3:30).

Já no Equinócio de Setembro Cristo alcança a superfície exterior do nosso Planeta Terra. Então, ocorre uma aceleração cósmica. Lentamente, durante os próximos meses até dezembro, o raio do Cristo penetra nos diversos planos internos do Planeta Terra, até alcançar o centro da Terra no Solstício de Dezembro.

É no Solstício de Dezembro que o coração da Terra se torna luminoso com a luz de Cristo. Assim, nosso Planeta no Solstício de Dezembro logo esse raio de Cristo começa a irradiar, do centro do nosso globo, a Vida, a Luz e o Amor, os três atributos divinos. Estes raios de força e de esplendor espiritual enchem nosso globo com luz celestial que envolve todas as criaturas sobre a Terra, da menor à maior, indistintamente.

Tenha aqui uma atenção muito importante pois a aparente inversão das estações do ano entre o hemisfério norte e o sul podem gerar confusões no entendimento do significado oculto dos Solstícios e Equinócios. O que importa aqui é uma coisa que se mantém idêntica no hemisfério norte e no sul: a DISTÂNCIA, maior ou menor, a que o Sol se encontra da Terra. Como vimos, a Terra percorre uma elipse em torno do Sol, ao longo do ano, e não uma circunferência perfeita, e o Sol ocupa um dos focos dessa elipse. Por volta do Solstício de Dezembro, o foco em que o Sol se encontra está mais próximo da Terra, fazendo, portanto, com que a Terra seja permeada mais fortemente pela aura do Sol espiritual. Inversamente, por volta do Solstício de Junho, a Terra está no máximo afastamento do Sol, o que provoca uma diminuição de espiritualidade com o correlativa intensificação e pujança de vitalidade física.

Podemos resumir esse maravilhoso serviço prestado pelo nosso Salvador, o Cristo assim: “Desde o momento da Crucifixão de Cristo, no qual se converteu no Regente da Terra, Ele tem servido a Humanidade, em escala planetária, renovando todo ano o derramamento de Seu espírito purificador, quando ressuscita anualmente, com toda a natureza, no Equinócio de Março ou Páscoa, e sobe novamente ao trono do Pai no Solstício de Junho ou Ascensão, depois de ter trabalhado na e com a Terra desde o Equinócio de Setembro até o Equinócio de Março ou o período entre o Domingo de Páscoa e o Domingo de Pentecoste. Esse é o ritmo redentor do Cristo Cósmico. Esse é o Seu trabalho com a Humanidade, desde a Sua vinda ao nosso Planeta por meio dos Corpos do Mestre Jesus, e assim continuará até que a Humanidade alcance um ponto em que seja capaz de se encarregar, ela mesma, do trabalho da redenção coletiva, sem a necessidade de Sua ajuda imediata. Uma vez conhecida essa verdade e tudo o que ela implica, quem ama a Cristo converte em sua máxima aspiração ao se qualificar a si mesmo para se fazer digno de compartilhar fraternalmente Seus sofrimentos, fazendo o possível para aproximar o dia em que chegue ao fim esse Seu sacrifício que Ele segue realizando para que todo ser humano tenha vida e a tenha em abundância.”.

 Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Relação entre a Crucificação do Salvador e energia vital na Terra

Do mesmo modo que um eco volta a nós, muitas vezes, repetido, assim também a canção celestial de vida é repercutida na Terra.

Toda a criação entoa um cântico de louvor. Um coro de uma legião de línguas repete sem cessar. As pequeninas sementes no seio da Mãe Terra começam a germinar, brotando e despontando em todas as direções, e logo um maravilhoso mosaico de vida, um tapete verde aveludado bordado com flores multicoloridas, substitui o manto de imaculado branco invernal.

Das espécies de animais de pelo e pena, a “palavra de vida” ressoa como uma canção de amor, impelindo-os ao acasalamento. Geração e multiplicação é o lema em toda parte – o Espírito ressuscitou para uma vida mais abundante.

Descubra mais sobre esse assunto clicando aqui: A Relação entre a Crucificação do Salvador e energia vital na Terra

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