Aprendemos com São Paulo na sua Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo 2 e versículos de 7 a 10 que: “Ensinamos a sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que Deus, antes dos séculos, de antemão destinou para a nossa glória. Nenhum dos príncipes deste mundo a conheceu, pois, se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da Glória. Mas, como está escrito, o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam. A nós, porém, Deus o revelou pelo Espírito. Pois o Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus.“.
O fato da “Sabedoria de Deus” se tornar oculta e ser um “mistério” para a Humanidade é devido ao evento conhecido como “A Queda do Homem”. Em determinado ponto de sua longa jornada evolutiva setenária, para passar da “consciência coletiva” para uma “consciência própria”, nós nos desviamos do plano divino original que nos fora reservado. Com isso nós nos cristalizamos tanto que perdemos o contato consciente com os Mundos e seres, agora invisíveis para nós. Ao mesmo tempo e do mesmo modo, perdemos a consciência das verdades espirituais relacionadas com a nossa origem e peregrinação na matéria. Anteriormente, em determinado tempo da Época Lemúrica, a nossa consciência estava focalizada nos Reinos espirituais. Nós éramos inconscientes do processo físico de propagação, do nascimento e da morte do Corpo Denso. Quando nossos “olhos se abriram”, a nossa consciência foi projetada para o exterior, em relação com os fatos dessa Região Química do Mundo Físico. As condições, então, se alteraram. Gradualmente, depois disso, nossa consciência interna, relacionada com os Mundos superiores, e os seres a eles pertencentes, foi desaparecendo.
Entretanto, o nadir da materialidade foi finalmente ultrapassado já na segunda metade da Época Atlante (lembrando: estamos na Época Ária); Cristo, o mais poderoso dos Arcanjos, veio ao mundo, foi crucificado e se tornou o Espírito Interno de nosso Planeta (o Espírito Planetário). Do centro da Terra Ele irradia seu poderoso amor, nos ajudando a atingir a perfeição do nosso Corpo Denso de modo que esse possa se fundir ao Corpo Vital (esse processo é chamado de eterificação do Corpo), expandir nossas faculdades espirituais e, assim, reaver nossa herança perdida. Desse modo a “sabedoria oculta” nos será revelada e penetraremos a essência, intuitivamente, das coisas que “Deus preparou para aqueles que O amam“.
A Filosofia Rosacruz descreve o processo intuitivo da seguinte maneira: “À medida que o sangue passa pelo coração, ciclo após ciclo, hora após hora, durante uma vida inteira, imprime as imagens que ele transporta, no Átomo-semente do Corpo Denso (situado no ápice do ventrículo esquerdo do coração), realizando um registro perfeito da vida. E isso sempre está em contato com o Espírito de Vida, o Espírito do Amor e da União”.
“Portanto, o coração é o lar do amor altruísta”. “Na proporção em que essas imagens passam internamente para o Mundo do Espírito de Vida, onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza, para que se tornem conscientes, poderemos invocar tais imagens de experiências passadas, não pelo processo comum e lento dos sentidos, mas diretamente, por meio do quarto Éter, o Éter Refletor, contido no ar que respiramos”.
“No Mundo do Espírito de Vida, o nosso veículo Espírito de Vida vê muito mais claramente do que nos Mundos mais densos”. “Lá, (que é aqui também, porque os Mundos superiores interpenetram os inferiores) o Espírito de Vida, segundo aspecto de nossa Trindade interna (que é Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano), está em contato com a Sabedoria Divina e em qualquer situação sabe, imediatamente, o que fazer, transmitindo a mensagem da apropriada ação, diretamente ao coração que, por sua vez, a retransmite rapidamente ao cérebro, por intermédio do nervo pneumogástrico ou nervo vago. Assim é que surgem as “primeiras impressões” – o impulso intuitivo que sempre é bom, porque vem diretamente da fonte de Amor e Sabedoria Cósmica”.
Esse processo é instantâneo e tão rápido que o coração, mais sensível e havendo-o recebido de primeira mão, tem seu controle antes que a lenta razão tenha tido tempo para orientar-se. Este primeiro impulso, se realmente intuitivo, é verdadeiro. Segui-lo é um caminho de felicidade para nós. Mas, para a maioria de nós, pouco alerta, a Mente, o raciocínio, muitas vezes condena e sacrifica este primeiro impulso. Realmente “pensamos no que temos em nosso coração” e isso é sempre verdadeiro. Mas o “racionalista” que se apoia apenas em sua capacidade de análise, muitas vezes julga, em seu interior, que a verdade não é verdade!
Felizes dos que podem atingir este estado e unir a Mente ao Coração!
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – março/1966 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Uma vez que o exterior reflete o interior, é nesse último que devemos procurar a causa- raiz de qualquer manifestação no Corpo Denso. Essas causas não são verificáveis por um exame apenas no Corpo Denso, mas podem ser discernidas por alguém capaz de investigar as condições dos Corpos mais sutis. Para saber as causas, encontradas nesses corpos sutis, dos efeitos manifestados no Corpo Denso é preciso possuir poderes espirituais para ler a Memória da Natureza, onde é gravado tudo desde o início dos tempos.
As pesquisas feitas no lado oculto da saúde e da doença fornecem uma luz surpreendente sobre a ciência da cura. Dos inúmeros fatos revelados, alguns podem ser citados, a título ilustrativo. Vejam no Livro Astrodiagnose – Um Guia para a Cura Definitiva vários exemplos.
As linhas da causa alcançam o passado distante e unem as forças de vida de cada uma das nossas palavras e transferem para dentro a substância cristalizada na nossa habitação e ambiente corporais presentes.
Se, portanto, não estamos satisfeitos com a nossa condição presente, faremos bem em lembrar que temos, por nosso próprio pensamento e ação no passado, nos tornado o que somos hoje; e que um pensamento e uma ação mais inteligentes hoje produzirão para nós um futuro melhor.
Nenhuma influência externa é responsável por nossas limitações; ninguém pode influir no nosso progresso em direção à perfeição, se nós não quisermos.
O Espírito interior é o único monitor do destino do ser humano. Nele reside todo o poder. A regeneração da sua natureza e a iluminação do Espírito prosseguem juntos. O pensamento é o grande poder regenerador: “transformai-vos, renovando a vossa Mente“, admoestou São Paulo. E novamente: “glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo“. Aqui temos as duas afirmações fundamentais de cura definitiva fornecidas por um dos médicos supremos de todos os tempos.
Para conhecer a saúde contínua e radiante é necessário viver em constante comunhão com a divindade interior. Nessa relação, a liberdade de todos os laços da causalidade passada. Esse foi o ensinamento do Cristo e de todos os iluminados que vieram após Ele, independentemente do tempo, lugar ou credo.
Afinal, sabemos que o ser humano não é um Corpo, mas um espírito interno, um Ego que utiliza o Corpo com crescente facilidade conforme evolui.
E, também, não há dúvida alguma: a lei para o Corpo é a “sobrevivência do mais apto”. Mas, para o Espírito a lei de evolução pede “Sacrifício”.
É claro e manifesto: quando o ser humano se inclina para uma diretriz de conduta mais elevada no trato com os demais, o impulso deve vir de dentro, de uma fonte não idêntica à do Corpo.
Do contrário não lutaria contra este, para fazer prevalecer esse impulso sobre os interesses mais óbvios do Corpo. Além disso, essa força tem que ser mais forte que a do Corpo, para triunfar e sobrepor-se aos desejos, impelindo ao sacrifício em benefício dos fisicamente mais débeis.
Quanto mais forte é a luz, tanto mais profunda é a sombra que projeta. Quanto mais altos os ideais, mais claramente podemos ver nossos defeitos e nossas deficiências e compreendê-los de um modo fraterno, paciente e compassivo.
Enquanto renascidos aqui, é certo que “aprendemos mais com os nossos erros do que com os nossos êxitos”. Devemos, pois contemplar o Mundo Físico através da luz apropriada; considerá-lo uma valiosa escola de experiências, onde aprendemos lições da mais alta importância.
E é por isso que, em certo sentido, o Mundo Físico é uma espécie de Escola-Modelo ou um laboratório experimental, onde se aprende a trabalhar corretamente nos outros Mundos, conheçamos ou não a sua existência, o que prova a grande sabedoria dos criadores do plano.
Se apenas conhecêssemos os Mundos superiores, cometeríamos muitos erros que só se revelariam quando as condições físicas fossem utilizadas como critério.
Lembre-se: o nosso papel neste atual Esquema de Evolução é conquistar e aprender a criar a partir da Região Química do Mundo Físico; ou seja: o baluarte da evolução é aqui!
Que as Rosas floresçam em vossa cruz
A Substituição dos Festivais que celebravam o Sol pela Celebração do Natal
Aos Cristãos comuns o festival natalino vem a ser a celebração da maior oferenda de Deus ao ser humano: a vinda de um Redentor, uma época de grande júbilo, de felicidade e boa vontade transbordantes. Realmente, o mês de dezembro é a época mais apropriada para a celebração da vinda do Salvador.
Do mesmo modo com que o Solstício de Dezembro assinala o término do movimento descendente do Sol, salvando-nos assim de virmos a perecer de frio e fome, especialmente no hemisfério norte deste Planeta, assim também, quando Cristo veio, Ele deteve o movimento descendente da humanidade e nos fez voltar à direção certa. Destarte, foi bastante apropriado que os antigos festivais solares, que celebravam o nascimento do Sol do novo ano, fossem substituídos pelo Natal.
Há também o retorno anual do Cristo, nesse período do ano, que não deve ser confundido com o Seu retorno, como prometera, no Corpo Vital de Jesus.
No momento da Crucificação, o Raio do Cristo Cósmico, que utilizava o corpo de Jesus, sobrepairou o Planeta Terra e nele adentrou. A cada ano, no Equinócio de Março, Ele recomeça o Seu retorno para os Mundos superiores e então celebramos a Páscoa. Inicia uma nova estação com o Sol nos céus do norte, misticamente chamado de “Polo Norte”, e retorna trazendo outro ano de suprimento do espiritualmente chamado Seu “sangue”, que, conforme lemos no Evangelho segundo São João 6:53, recebemos junto à nossa comida diária para limpeza de todo pecado, nutrindo o Cristo desperto, parcialmente desperto ou ainda adormecido dentro de nós (Cl 1:27). Isso começa a ser derramado sobre a Terra no Equinócio de Setembro, atinge a sua intensidade máxima na estação do Natal e cessa quando Ele retorna aos Mundos superiores, na Páscoa.
Naturalmente, quando isso está no auge, os impulsos da alegria, do altruísmo e da boa vontade Crísticos são mais sentidos pelo ser humano. A isso se chama de espírito do Natal, sendo sua influência sentida por todos, em maior ou menor grau. É simbolizado por um ser humano idoso, de longa barba branca, com um corpo rotundo e natureza maravilhosamente benigna, alegre e generosa. Ele passou o verão no “Polo Norte” e traz aos “filhos dos homens” os presentes que esteve fazendo. São Nicolau ou Papai Noel não é, realmente, um mito ou fábula, mas, sim, um símbolo do grande fato que é o retorno anual do Cristo.
Um dos presentes trazidos por São Nicolau, sobre o qual são pendurados os outros, é a árvore de Natal. O mais significativo a respeito da árvore de Natal é que ela é, ou deveria ser, um pinheiro. As árvores comuns, que perdem suas folhas no outono e apresentam novas na primavera, simbolizam os ciclos periódicos de morte e ressurreição do corpo por meio do renascimento; o pinheiro, porém, simboliza a vida eterna, a contínua consciência de que o Cristo veio para Se oferecer a nós.
A maioria de nós não receberá essa vida eterna, a não ser algum tempo após a Segunda Vinda de Cristo. A Bíblia (ICo 15:26) diz que o último inimigo que deve ser destruído é a morte. De fato, não mais existindo morte não haverá necessidade de renascimento.
O lenho dos pinheiros é comumente menos denso do que a madeira das árvores que deixam cair suas folhas. Isso está em acordo com o ensinamento de que nossos novos corpos serão menos densos do que os atuais, de carne e sangue, que não podem herdar o Reino. Também a árvore de Natal tem as suas próprias luzes, proféticas de nossa futura e íntima ligação com a fonte de toda luz, de forma tal que os ensinamentos profanos serão quase, ou totalmente, desnecessários.
A história do “nascimento virginal”, na Bíblia, é um pormenorizado relato alegórico do que realmente sucederá a cada um de nós, quando tivermos “nascido novamente”, como Cristo explicou a Nicodemos, no Evangelho segundo São João 3:3-8. Teremos então a mesma espécie de “chaves” que foram oferecidas a São Pedro e seremos capazes de ver os Mundos superiores, chamados de Reino de Deus, e entrar neles, à semelhança do vento, em nossos novos corpos, “como fantasmas” chamados “corpos anímicos” ou “manto de bodas” – o Corpo-Alma – enquanto os Corpos Densos estão adormecidos durante a noite ou em outros momentos.
Alguns pais tentam fazer com que seus filhos creiam literalmente em São Nicolau e, quando estes começam a pensar de outra maneira, a fé em seus pais é fortemente abalada. Alguns líderes religiosos nos fizeram crer em um literal nascimento virginal, tais como as afirmações de Buda, Tamuz e outros, assim chamados, líderes. Isso faz com que muitos percam a confiança nas igrejas.
Outro ângulo da história do Natal, que se relaciona ao “nascer novamente”, é a estrela. São Mateus nos diz que ela foi vista por “homens sábios”, mas não disse que foi vista por alguém mais. São Lucas não se refere a isso, absolutamente. Os “homens sábios” de hoje ainda seguem essa mesma estrela, a fim de que possam ser conduzidos até o nascimento de seus próprios “Cristos internos”. Esse constrói para si, dentro do Corpo Denso e nele interpenetrando, o novo e etérico “corpo anímico”, o Corpo-Alma. Antes do seu “nascimento” ou formação, que é consumado sob a orientação e o controle dos “Irmãos Maiores”, está ligado ao Corpo Denso em sete pontos, cinco dos quais — a fronte, as palmas de ambas as mãos e as plantas de ambos os pés — configuram uma estrela.
Uma vez que, simbolicamente falando, o véu do templo foi rasgado em dois, todos podem aspirar agora ao “novo nascimento”, que São Paulo chama de “o elevado chamado de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:14).
Do mesmo modo que o Sol do ano novo leva algum tempo para banir o frio do inverno, assim também é necessário certo tempo para que o Cristo limpe as condições maléficas acumuladas em épocas anteriores a Ele. Quando consideramos que 1.900 anos correspondem a menos de um mês em um ano sideral, que tem aproximadamente 25.000 anos, e comparamos as condições não tão boas da atualidade com as muito piores de 2.000 anos atrás, sentimos que houve muito progresso. E o índice de melhora aumentará do mesmo modo que o grau de aquecimento aumenta à medida que realmente chegamos à primavera.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1972)
Pergunta: Por que os Mundos superiores são invisíveis para a maioria das pessoas?
Resposta: Porque os sentidos sutis, por meio dos quais esses Mundos podem ser percebidos, estão latentes na maioria das pessoas.
Pergunta: O fato de nem todos verem esses Mundos constitui argumento contra a existência deles?
Resposta: Não, pelo fato de um cego não poder ver a luz nem a cor isto não constitui argumento contra sua existência.
Pergunta: De que podemos estar certos?
Resposta: Se o cego recuperar a vista verá a luz e a cor. Se os sentidos superiores dos que atualmente estão cegos para os Mundos suprafísicos, são despertados pelos meios apropriados, também eles poderão ver esses Mundos que presentemente lhes estão ocultos.
Pergunta: Quando se desenvolver a visão superior conheceremos os Mundos superiores de uma vez?
Resposta: Não, quando um cego recupera sua visão, não conhece imediatamente todas as coisas da Região Química do Mundo Físico.
Pergunta: Um vidente pode se enganar em suas observações dos Mundos superiores?
Resposta: Há muito mais facilidade para adquirir o conhecimento nos Mundos suprafísicos do que na nossa condição física atual, mas não tão grande que possa eliminar a necessidade de um estudo concentrado e a possibilidade de erro nas observações. Na realidade o testemunho sincero e idôneo dos observadores ocultistas prova que se deve prestar muito mais cuidado à observação lá, do que aqui.
Pergunta: Como podemos saber se as observações dos outros são corretas?
Resposta: Os Clarividentes devem se exercitar antes que a sua observação tenha um valor real e quanto mais eficiente se tornam, tanto mais modestos se apresentam ao manifestar o que veem, tanto maior diferencia lhes merecem as versões alheias, pois sabem quanto há para aprender e compreendem quão pouco um único observador pode aprender de todos os incidentes e detalhes das coisas investigadas.
Pergunta: Isto se aplica as diferentes opiniões dos observadores?
Resposta: Sim, isto se aplica também as diferentes versões que as pessoas superficiais julgam ser um argumento contra a existência dos Mundos superiores. Dizem que se esses Mundos existem, os investigadores deveriam descrevê-los de forma idêntica.
Pergunta: Esta opinião é lógica?
Resposta: De forma nenhuma; se um jornal envia vinte jornalistas para fazerem reportagens sobre uma cidade, nem dois deles apresentarão descrições idênticas. Será um argumento contra a existência da cidade o fato de serem diferentes as crônicas? Certamente que não.
Pergunta: A que se deve essa diferença?
Resposta: Compreende-se, facilmente, porque cada pessoa vê a cidade segundo seu ponto de vista próprio e essas diferenças nas crônicas, em vez de serem confusas e prejudiciais, pode-se afirmar sem receio que a leitura de todas elas tornará mais fácil a compreensão da cidade, mais ampla e melhor do que se lêssemos uma só e desprezássemos as outras.
Pergunta: Como se aplica isso aos Mundos invisíveis?
Resposta: Isto é aplicável aos que investigam e observam os Mundos superiores. Cada investigador tem sua maneira peculiar de observar as coisas e as descrever unicamente sob o ponto de vista que lhe é peculiar. A narrativa apresentada por um pode ser diferente das que os outros fizerem, mas todas serão igualmente verdadeiras sob o ponto de vista individual de cada observador.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/1979 – Fraternidade Rosacruz)
O primeiro passo no Ocultismo consiste no estudo dos Mundos invisíveis. Estes Mundos são invisíveis para a maioria das pessoas pelo fato de estarem adormecidos os sentidos sutis e superiores que lhes poderiam servir de meios de percepção, da mesma maneira que percebemos o Mundo Físico por meio dos sentidos físicos. Em relação aos Mundos suprafísicos, a maioria dos seres humanos encontra-se em circunstâncias análogas às de um cego de nascença nesse mundo dos sentidos; embora esteja envolvido pela luz e pela cor, ele é incapaz de percebê-las. Para ele não existem e são incompreensíveis, simplesmente porque lhe falta o sentido da visão, por meio da qual poderia vê-las. Os objetos que pode tocar parecem-lhe reais, mas a luz e a cor estão fora de seu alcance.
Assim acontece com a maioria da humanidade; sente e vê os objetos e ouve os sons do Mundo Físico, mas os outros Reinos a que o Clarividente chama de Mundos superiores, são lhe tão incompreensíveis como a luz e a cor são para o cego. Que o cego não possa ver a cor nem a luz não é argumento contra a sua existência e realidade. Nem é argumento dizer que é impossível ver os Mundos suprafísicos só porque a maioria da humanidade também não o consegue. Se o cego recuperar a sua visão verá a luz e a cor. Se os sentidos superiores daqueles que atualmente estão cegos para os Mundos suprafísicos forem despertados pelos meios apropriados, também eles poderão contemplar os Mundos que atualmente lhes estão ocultos.
Assim como muitas pessoas erram quando descreem da existência ou realidade dos Mundos suprassensíveis, há outras que vão ao extremo oposto; convencidas da realidade dos Mundos invisíveis julgam que toda verdade é rapidamente acessível a um Clarividente que, podendo “ver”, conhece de imediato tudo o que “diz respeito” a esses Mundos superiores.
Nada mais errado. Prontamente reconhecemos a falácia de tal argumento se compararmos o assunto com outros da vida diária. Ninguém acredita que um ser humano nascido cego, e que depois obteve a visão, adquira a seguir e de uma só vez, “todo o conhecimento” do Mundo Físico. Ainda mais; sabemos que mesmo aqueles que puderam ver as coisas durante toda a vida estão muito longe de ter um conhecimento total deles. Para conhecermos apenas uma parte infinitesimal das coisas que lidamos na vida diária requer anos inteiros de aplicação e árduos estudos, e invertendo o aforismo Hermético “assim como é em cima, é embaixo”, concluímos obviamente que o mesmo deve acontecer nos outros Mundos. É certo que há muito mais facilidade em adquirirem-se conhecimentos nos Mundos suprafísicos do que na condição física atual, mas não tão grande que elimine a necessidade de um estudo concentrado e a possibilidade de algum erro nas observações. De fato, o testemunho dos pesquisadores ocultistas competentes e qualificados prova que se deve prestar muito mais cuidado a observação lá do que aqui.
Os Clarividentes devem primeiro exercitar-se a fim de que sua observação tenha um real valor, e quanto mais eficientes se tornam, tanto mais modestamente se manifestam a respeito daquilo que veem e tantas maiores deferências lhes merecem as versões alheias, sabendo quanto há para aprender e compreendendo quão pouco um único observador pode captar de todos os detalhes das coisas investigadas.
Isto também se aplica as versões diferentes, e que as pessoas superficiais julgam ser um argumento contra a existência dos Mundos superiores. Se tais Mundos existem, alegam, os investigadores deveriam descrevê-los de forma idêntica. Tomando-se um exemplo do cotidiano, torna-se evidente a falácia de semelhante argumento.
Suponhamos que um jornal envie vinte repórteres a uma cidade para que façam reportagens descritivas dela. Os repórteres são ou devem ser, observadores treinados. Sua missão é ver tudo, e devem ser capazes de fazer tão boas reportagens sobre o assunto, como é justo e cabível esperar. Todavia, o mais provável é que dos vinte repórteres, nem dois apresentem descrições exatamente iguais da cidade. O mais provável é que sejam totalmente diferentes. Embora algumas delas possam conter em comum as características mais relevantes da cidade, outras podem ser singulares na qualidade e na quantidade da descrição.
Seria argumento contra a existência da cidade o fato das reportagens serem diferentes? Certamente que não! Diferem porque cada um viu a cidade segundo o seu próprio ponto de vista. Pode-se, portanto, dizer sem receio que tais diferenças, ao invés de confundirem e prejudicarem tornaria mais fácil, melhor, a compreensão da cidade do que se lêssemos uma só e desprezássemos as outras. Cada reportagem ampliaria e complementaria, por sua vez, as outras.
A mesma coisa é aplicável aos relatos daqueles que investigam os Mundos superiores. Cada investigador tem sua maneira peculiar de observar as coisas e descrevê-las sob o seu ponto de vista particular. O relato apresentado por um pode ser diferente dos relatos dos outros, mas todos serão igualmente verdadeiros sob o ponto de vista individual de cada observador.
Às vezes surge a pergunta: para que investigar esses Mundos? Não seria melhor investigar um de cada vez, contentando-nos por enquanto com as lições que possamos aprender no Mundo Físico? E se realmente existem esses Mundos invisíveis, não é preferível esperar até que cheguemos a eles, sem nos preocuparmos desde já em investigá-los? “Basta a cada dia o seu mal!”. Para que mais?
Se soubermos com absoluta certeza de que um dia, cedo ou tarde, cada um de nós será conduzido a um país distante onde deverá viver durante muitos anos sob novas e diferentes condições, não é razoável acreditar que aceitaremos com prazer a oportunidade de conhecer antecipadamente alguma coisa sobre tal país? O conhecimento facilitar-nos-á a adaptação às novas condições de vida.
Na vida só uma coisa é certa: a morte! Quando passarmos para o além e enfrentarmos novas condições, o conhecimento que possuirmos delas ser-nos-á sem dúvida de grande auxílio.
No entanto, isto não é tudo. Para compreender-se o Mundo Físico que é o mundo dos efeitos, é necessário compreender-se o Mundo suprafísico, que é o mundo das causas. Vemos os bondes em movimento pelas ruas, escutamos o tilintar dos aparelhos telegráficos, mas a força misteriosa que causa esses fenômenos permanece invisível para nós. Dizemos tratar-se da eletricidade, mas o nome nada explica. Nada sabemos da força em si mesma: vemos e ouvimos unicamente os seus efeitos.
Se colocarmos um prato de água gelada numa atmosfera de baixíssima temperatura, logo começarão a se formar cristais de gelo e poderemos observar o processo da formação desses cristais. As linhas em que a água se cristaliza foram durante todo o tempo linhas de força invisíveis até o momento do congelamento da água. As maravilhosas “flores de gelo”[1] em uma vidraça são manifestações visíveis das correntes que atuam constantemente sobre nós e, embora ignoradas pela maioria, nem por isso são menos poderosas.
Os Mundos superiores são, portanto, os mundos das causas, das forças, de forma que não poderemos compreender bem esse Mundo inferior[2] sem conhecer os outros e sem compreender as forças e as causas, das quais todas as coisas materiais são meros efeitos.
Tais Mundos superiores, comparada a sua realidade com a do Mundo Físico, são na verdade, por estranho que pareça muito mais reais, e embora para a maioria sejam miragens, ou pelo menos pouco substanciais, certo é serem os objetos que neles se encontram muito mais permanentes e indestrutíveis do que os objetos do Mundo Físico. Isto será facilmente compreendido por meio de um exemplo. Na construção de uma casa, o arquiteto não começa adquirindo ao acaso os materiais necessários, e contratando os trabalhadores para levantarem-na, sem previamente idealizar ou traçar um plano de construção. Primeiramente ele “idealiza a casa”, que gradualmente assume uma forma em sua Mente. Finalmente surge uma ideia clara da casa, isto é, um pensamento-forma da casa.
A casa é ainda invisível para todos, menos para o arquiteto, que a torna objetiva no papel. Ele desenha o plano, e por meio dessa imagem objetiva do seu pensamento-forma os trabalhadores constroem a casa de madeira, de ferro, ou de pedra, exatamente de acordo com esse pensamento-forma originado pelo arquiteto. Assim o pensamento-forma se converte em realidade material.
O materialista afirmará que a casa construída é muito mais real, durável e substancial que sua imagem criada na Mente do arquiteto. No entanto, vejamos: A casa não poderia ter sido construída sem esse pensamento-forma. O objeto material pode ser destruído pela dinamite, pelo terremoto, pelo fogo ou pelo tempo, mas o pensamento-forma subsistirá. Subsistirá enquanto o arquiteto viver, e por meio desse pensamento poderão ser construídas inúmeras casas iguais àquela que foi destruída. Nem mesmo o próprio arquiteto poderia destruí-lo, pois até depois de sua morte esse seu pensamento-forma pode ser recuperado por aquele que, suficientemente desenvolvido, seja capaz de ler na Memória da Natureza, da qual nos ocuparemos mais adiante.
Visto, portanto quanto é razoável a existência de tais Mundos, que existem em volta e perto de nós, convencidos de sua realidade, de sua permanência e da utilidade de um conhecimento acerca deles, examinemo-los distinta e separadamente, começando pelo Mundo Físico.
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[1] N.T.: também chamado de “flores de geada” são formações também são conhecidas como faces de gelo, castelos de gelo ou cristalofolia. Tipos de flores de geada incluem: gelo agulha, pilares de geada ou colunas de geada, extrudados de poros no solo e fitas de gelo, geada de coelho ou gelo de coelho, extrudados de fissuras lineares em caules de plantas. Embora o termo “flor de gelo” também seja usado como sinônimo de fitas de gelo, também pode ser usado para descrever o fenômeno não relacionado da geada da janela. são finas camadas (talvez da espessura de um cartão de crédito) de gelo que são extrudadas através de fendas dos caules de plantas brancas ou amarelas, entre outras. Sua formação requer temperatura do ar congelante, solo úmido ou úmido, mas não congelado, e caule de uma planta que não tenha sido previamente congelado. (Praticamente falando, um evento uma vez por ano, embora nem todos os indivíduos produzam flores de geada no primeiro dia de boas condições). A água no caule da planta é puxada para cima por ação capilar do solo. Ele se expande à medida que congela e divide o caule verticalmente e congela em contato com o ar. À medida que mais água é retirada do solo através da divisão, ela expeli uma camada de gelo fina como papel para mais longe do caule. O comprimento da divisão determina se a flor da geada é uma faixa estreita ou larga de gelo. Ele se enrola de forma imprevisível à medida que é extrudado, talvez por atrito desigual ao longo dos lados da divisão, para formar “pétalas”. Essas flores, não há duas iguais, são frágeis e duram apenas até sublimarem ou derreterem.
[2] N.T.: a Região Química do Mundo Físico
O Mundo do Pensamento também se compõe de sete Regiões de diversas qualidades e densidades e, à semelhança do Mundo Físico, o Mundo do Pensamento é dividido em duas principais divisões: a Região do Pensamento Concreto, que compreende as quatro regiões mais densas, e a Região do Pensamento Abstrato, que compreende as três regiões de substâncias mais sutis. O Mundo do Pensamento é o Mundo central dos cinco Mundos onde o ser humano obtém seus veículos. Aqui se unem Espírito e Corpo. Esse Mundo é também o mais elevado dos três onde presentemente tem lugar a evolução humana. Os outros dois Mundos superiores, no que diz respeito ao ser humano em geral, são ainda praticamente uma esperança.
Sabemos que os materiais da Região Química são empregados para construir todas as formas físicas. A estas formas são dadas vida e o poder de movimento pelas forças que atuam na Região Etérica. Algumas dessas formas viventes são impelidas à ação pelos sentimentos gêmeos do Mundo do Desejo. A Região do Pensamento Concreto proporciona a matéria mental em que se envolvem as ideias geradas na Região do Pensamento Abstrato. Manifestando-se como pensamentos-formas, atuam como reguladores e equilibradores dos impulsos originados no Mundo do Desejo pelos impactos recebidos do Mundo dos fenômenos.
Vemos, pois, como os três Mundos em que o ser humano presentemente evolui se completam, formam um todo, o que demonstra a Suprema Sabedoria do Grande Arquiteto do Sistema Solar a que pertencemos e a Quem reverenciamos pelo santo nome de Deus.
Examinando mais minuciosamente as diversas divisões da Região do Pensamento Concreto, constatamos que os arquétipos das formas físicas – não importam a qual Reino elas pertençam – encontram-se na sua subdivisão mais inferior, ou seja, na “Região Continental”. Nessa Região Continental estão também os arquétipos dos continentes e das ilhas do mundo, os quais são moldados de acordo com esses arquétipos. As modificações da crosta terrestre devem produzir-se primeiramente na Região Continental. Enquanto o arquétipo-modelo não for modificado, as Inteligências, que para encobrir a nossa ignorância denominamos “Leis da Natureza”, não podem produzir as condições físicas que alteram a conformação da Terra e que são determinadas pelas Hierarquias que dirigem a evolução. Estas planejam as mudanças como o arquiteto projeta as alterações num edifício, antes que os operários lhe deem expressão concreta. Da mesma forma efetuam-se mudanças na flora e na fauna, devido às metamorfoses dos respectivos arquétipos.
Quando falamos dos arquétipos de todas as diferentes formas do Mundo Físico, não devemos julgar que esses arquétipos sejam simples modelos, no mesmo sentido em que falamos de um objeto feito em miniatura ou feito de outro material diferente do apropriado ao seu uso final. Não são simples semelhanças nem modelos das formas que vemos em torno de nós, mas são arquétipos criadores, isto é, modelam as formas do Mundo Físico à sua própria semelhança ou semelhanças, porque, frequentemente, muitos trabalham em conjunto para produzir uma certa espécie, cada arquétipo dando de si mesmo a parte necessária para a construção da forma requerida.
A segunda subdivisão da Região do Pensamento Concreto denomina-se “Região Oceânica”. Poderia ser mais bem descrita como vitalidade fluente e pulsante. Todas as Forças que atuam pelos quatro Éteres que constituem a Região Etérica são vistas aqui como arquétipos. É uma corrente de vida que flui através de todas as formas, assim como o sangue circula pelo Corpo – a mesma vida em todas as formas. Nessa Região o Clarividente treinado pode comprovar quanto é verdade que “toda vida é una”.
A “Região Aérea” é a terceira divisão da Região do Pensamento Concreto. Aqui encontramos os arquétipos dos desejos, das paixões, dos sentimentos e das emoções, tais como os que experimentamos no Mundo do Desejo. Aqui todas as atividades do Mundo do Desejo parecem condições atmosféricas. Os sentimentos de prazer e de alegria chegam aos sentidos do Clarividente como o beijo das brisas estivais. As aspirações da Alma assemelham-se à canção do vento na ramaria do arvoredo, e as paixões das nações em guerra aos lampejos dos relâmpagos. Nessa atmosfera da Região do Pensamento Concreto encontram-se também as imagens das emoções do ser humano e dos animais.
A “Região das Forças Arquetípicas” é a quarta divisão da Região do Pensamento Concreto. É a Região Central e a mais importante dos cinco Mundos onde se efetua a evolução total do ser humano. De um lado dessa Região estão as três regiões superiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Espírito de Vida e o Mundo do Espírito Divino. No lado oposto dessa Região de Forças Arquetípicas estão as três regiões inferiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Desejo e o Mundo Físico. Portanto essa região torna-se uma espécie de “cruz”, limitada de um lado pelos Reinos do Espírito e do outro pelos Mundos da Forma. E o ponto focal por onde o Espírito se reflete na matéria.
Como seu nome indica, essa Região é o lar das Forças Arquetípicas que dirigem a atividade dos arquétipos na Região do Pensamento Concreto. Dessa Região é que o espírito trabalha na matéria de maneira formativa. O Diagrama 1 demonstra essa ideia em forma esquemática: as formas, nos Mundos inferiores, sendo reflexos do Espírito nos Mundos superiores. A quinta Região que é a mais próxima do ponto focal pelo lado do Espírito, reflete-se na terceira Região, a mais próxima do ponto focal pelo lado da Forma. A sexta Região reflete-se na segunda, e a sétima na primeira.
Toda a Região do Pensamento Abstrato é refletida no Mundo do Desejo; o Mundo do Espírito de Vida na Região Etérica do Mundo Físico e o Mundo do Espírito Divino na Região Química do Mundo Físico.
O Diagrama 2 dá uma ideia compreensível dos sete Mundos que formam a esfera do nosso desenvolvimento, contudo, devemos fixar cuidadosamente que esses Mundos não estão colocados uns acima dos outros, como o Diagrama sugere, mas se interpenetram. Isto é, relacionando o Mundo Físico ao Mundo do Desejo e comparando o Mundo do Desejo com as linhas de força na água em congelamento e a água em si mesma com o Mundo Físico, podemos, igualmente, imaginar essas linhas de força equivalendo a qualquer um dos sete Mundos e a água, segundo o nosso exemplo, correspondendo ao próximo Mundo mais denso na escala. Talvez outro exemplo torne esse assunto mais claro.
Tomemos uma esponja esférica para representar a Terra densa – a Região Química – e imaginemo-la compenetrada por areia que ultrapasse um pouco toda sua periferia. Essa areia representaria a Região Etérica que, de modo semelhante, compenetrando a Terra densa, estende-se além da atmosfera.
Imaginemos, em seguida, essa esponja com areia dentro de um vaso esférico cheio de água pura, um pouco maior que a esponja com a areia, mas, precisamente, no centro do vaso como a gema está no centro do ovo. Temos, então, um espaço de água limpa entre a areia e o vaso. A água representaria o Mundo do Desejo porque, da mesma forma que ela se insinuaria por entre os grãos de areia através de todos os poros da esponja formando uma camada mais limpa, assim também o Mundo do Desejo compenetra a Terra densa e o Éter e se estende além dessas substâncias.
Sabendo que na água existe ar, se imaginarmos o ar contido na água (do nosso exemplo) como representando o Mundo do Pensamento, podemos obter uma imagem mental mais clara da maneira como o Mundo do Pensamento, mais fino e sutil do que os outros dois, os interpenetra.
Finalmente, imaginando o vaso que contém a esponja, a areia e a água, colocado no centro de outro vaso esférico maior, o ar existente entre ambos os vasos representaria a parte do Mundo do Pensamento que se estende para além do Mundo do Desejo.
Cada um dos Planetas do nosso Sistema Solar tem esses três Mundos que se interpenetram. Se imaginarmos cada um desses Planetas consistindo em três Mundos como sendo esponjas individuais, e o quarto Mundo – o Mundo do Espírito de Vida – como sendo a água contida em um vaso maior, na qual nadem separadas, essas esponjas tríplices, compreenderemos que, assim como a água do recipiente maior enche o espaço compreendido entre as esponjas e as compenetra, assim também o Mundo do Espírito de Vida se difunde pelos espaços interplanetários e interpenetra os Planetas individuais. Esse Mundo estabelece um vínculo comum entre os Planetas e do mesmo modo que para ir-se da América à África é necessário ter-se um barco e poder dirigi-lo, assim também se requer um veículo apropriado ao Mundo do Espírito de Vida, sob controle consciente, para se poder viajar de um a outro Planeta. De maneira semelhante àquela pela qual o Mundo do Espírito de Vida nos põe em relação com os outros Planetas do nosso Sistema Solar, o Mundo do Espírito Divino nos correlaciona com os outros Sistemas Solares. Podemos comparar os Sistemas Solares a esponjas separadas, submersas no Mundo do Espírito Divino. Compreenderemos assim que, para se poder viajar de um Sistema Solar a outro é necessária a capacidade de se atuar, conscientemente, no mais elevado dos veículos do ser humano, o Espírito Divino.