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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Inauguração de Mount Ecclesia (Sede Mundial da Fraternidade Rosacruz)

Relato de Augusta Foss Heindel na data inaugural de Mount Ecclesia (Fraternidade Rosacruz em sua Sede Mundial em Oceanside, CA) em 28 de outubro de 1911:

“O trem chegou ao meio-dia e trouxe com ele 5 de nossos membros leais:

Sr. William Patterson, de Seattle, Washington;

George Cramer, de Pittsburgh, Pennsylvania;

John Adams

e Rudolph Miller, membros ativos do Centro da Fraternidade em Los Angeles;

e a Sra. Anne R. Attwood, de San Diego.

A esses cinco se juntou o nosso grupo que era composto:

 da Sra. Ruth Beach,

da Rachel Cunningham e

nós mesmos,

perfazendo um total de 9 almas.

Dirigimo-nos ao terreno lamacento em duas carruagens pois Oceanside era uma pequena vila, com apenas uns seiscentos habitantes, com cocheiras muito antigas. Carros, lá, eram uma raridade.

Assim, o grupo prosseguiu de carruagem para realizar o que posteriormente veio a ser conhecida como a mais importante cerimônia — cavar a primeira pá de terra, erguer a cruz, e plantar uma roseira no local que se tornaria o ponto central de uma grande obra.

A Sede Mundial da Fraternidade Rosacruz, que era para crescer e se expandir no mundo foi iniciada.

Mount Ecclesia veio à existência num terreno baldio e poeirento onde não se via nenhum arbusto ou raminho verde.

Tanto a cruz negra, com as iniciais C.R.C. nos três braços, quanto a pá com que se cavou a primeira terra, vieram da cidade de Ocean Park.

O seguinte discurso foi proferido, por Max Heindel, aos 9 irmãos presentes em Corpo Densos e a 3 Irmãos Maiores presentes nos seus Corpos Vitais:

Cristo disse:

“Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, Eu estarei no meio deles” e como tudo que Ele disse essa declaração era a expressão da mais profunda sabedoria divina.

Ela se apoia sobre uma lei da natureza tão imutável como o próprio Deus.

Quando os pensamentos de dois ou três focalizam-se sobre qualquer objeto ou pessoa determinada, gera-se uma forma poderosa de pensamento como uma expressão definida de suas Mentes imediatamente projetada para seu objetivo.

Seus efeitos ulteriores dependerão da afinidade entre o pensamento e a quem ele é endereçado, pois para conseguir gerar uma correspondência vibratória, sobre a nota soada pelo diapasão, é necessário outro diapasão afinado no mesmo tom.

Se forem projetados pensamentos e orações de natureza inferior e egoísta, apenas criaturas inferiores e egoístas responderão a eles.

Essa espécie de oração nunca chegará até Cristo, como a água não pode correr montanha acima. Gravita para os demônios ou Elementais, que são totalmente indiferentes às sublimes aspirações manifestadas pelos que estão reunidos em nome de Cristo.

Como estamos reunidos hoje neste lugar a fim de assentar a pedra fundamental para a construção da Sede de uma Associação Cristã Mística, estamos confiantes em que, tão certo como a gravidade atrai uma pedra em direção ao centro da Terra, o fervor de nossas aspirações unidas atrairá a atenção do Fundador de nossa fé (Cristo) que, assim, estará entre nós.

Tão certamente como diapasões com a mesma afinação vibram em uníssono, também o augusto “Cabeça” da Ordem Rosacruz (Christian Rosenkreuz) faz sentir sua presença nesta ocasião quando a sede da Fraternidade Rosacruz está tendo início.

O Irmão Maior que inspirou este movimento está presente e visível, pelo menos para alguns de nós.

Estão presentes nesta maravilhosa ocasião e diretamente interessados nos acontecimentos formando o número perfeito — 12.

Isto é, há três seres humanos invisíveis que estão além do estágio da Humanidade comum, e nove membros da Fraternidade Rosacruz.

Nove é o número de Adão, ou ser humano.

Destes, cinco — número ímpar masculino — são homens, e quatro — número par feminino — são mulheres.

Por sua vez, o número dos seres humanos invisíveis, três, apropriadamente representa a Divindade assexuada.

O número dos que atenderam ao convite não foi programado pelo orador. Os convites para tomar parte nesta cerimônia foram enviados a muitas pessoas, mas apenas nove aceitaram. E, como não acreditamos no acaso, o comparecimento deve ter sido conduzido de acordo com os desígnios de nossos líderes invisíveis.

Pode ser entendido também como a expressão da força espiritual por trás deste movimento, e não é necessária maior prova do que observarmos a extraordinária expansão dos Ensinamentos Rosacruzes, que se disseminaram por todas as nações da Terra nos últimos anos, despertando aprovação, admiração e amor nos corações de todas as classes e condições de pessoas, especialmente entre os seres humanos.

Enfatizamos isso como um fato notável, pois enquanto todas as outras organizações religiosas compõem-se em sua maioria de mulheres, os homens são maioria entre os membros da Fraternidade Rosacruz.

Também é significativo que nossos membros profissionais da saúde sejam mais numerosos que os de outras profissões e que, em seguida, estejam as pessoas que exercem alguma posição nas Religiões Cristãs exotéricas.

Isso prova que aqueles que têm a prerrogativa de cuidar do corpo enfermo estão conscientes que causas espirituais geram fraqueza física, e estão tentando compreendê-las para melhor ajudar os enfermos e doentes.

Demonstra também que aqueles cujo trabalho é cuidar das pessoas doentes estão tentando socorrer Mentes inquisidoras com explicações razoáveis sobre os mistérios espirituais.

Reforçam, assim, sua fé esmorecida e tentam firmar seus laços com a Religião Cristã exotérica, em vez de responder com máximas e dogmas não sustentadas pela razão, o que abriria totalmente as comportas para o mar agitado do ceticismo, afastando aqueles que procuram a luz através do porto seguro da Religião Cristã exotérica, e levando-os para a escuridão do desespero materialista.

É um abençoado privilégio da Fraternidade Rosacruz socorrer a muitos que buscam, sinceramente, a verdade e que, embora ansiosos, são incapazes de acreditar no que lhes parece contrário à razão.

Recebendo explicações razoáveis sobre a fundamental harmonia entre os dogmas e doutrinas apresentadas pela Religião Cristã exotérica e as Leis da Natureza, muitos retornaram à sua congregação, regozijando-se com os companheiros, tornando-se mais fortes e melhores membros do que antes de se afastarem.

Qualquer movimento para perdurar deve possuir três qualidades divinas: Sabedoria, Beleza e Força.

Ciência, Arte e Religião, cada uma possui, de certa forma, uma dessas qualidades.

O objetivo da Fraternidade Rosacruz é unir e harmonizar umas com as outras, ensinando uma Religião que é tanto cientifica como artística, e reunir todas as Igrejas numa só grande Irmandade Cristã. Presentemente, o relógio do destino marca um momento auspicioso para o início das atividades da construção, erigindo um centro visível de onde os Ensinamentos Rosacruzes possam irradiar sua benéfica influência para aumentar o bem-estar de todos que estão fisicamente, mentalmente ou moralmente enfermos ou doentes.

Portanto, agora ergamos a primeira pá de terra no local da construção com uma prece pela Sabedoria, para guiar esta grande escola no caminho certo.

Cavemos o solo, uma segunda vez, com uma súplica ao Mestre Artista pelo direito de introduzir aqui a Beleza da vida superior, de tal maneira a torná-la atrativa para a humanidade.

Cavemos, pela terceira e última vez, com relação a esta cerimônia, murmurando uma prece pela Força, para que, paciente e diligentemente, possamos continuar o bom trabalho em perseverar e tornar este lugar um maior fator de elevação espiritual do que qualquer dos que nos antecederam.

Cavado o local do primeiro prédio, continuaremos, agora, plantando o símbolo maravilhoso da vida e do ser, o emblema da Escola de Mistérios ocidentais.

O emblema consiste na cruz, representando a matéria, e nas rosas, que envolvem e rodeiam o tronco, representando a vida em evolução subindo cada vez mais alto pela crucificação.

Cada um de nós, os nove membros, participará deste trabalho de escavação para este primeiro e maior ornamento de Mount Ecclesia.

Vamos fixá-lo numa posição em que os braços apontem um para Leste e outro para Oeste, enquanto o Sol do meridiano projeta-o inteiramente em direção ao Norte. Assim, ele estará diretamente no caminho das correntes espirituais que vitalizam as formas dos quatro Reinos da vida: Mineral, Vegetal, Animal e Humano.

Sobre os braços e a parte superior desta cruz podemos ver três letras douradas, “C.R.C”, Christian Rosenkreuz, ou Christian Rosecross, as iniciais do Líder Augusto da Ordem.

O simbolismo desta cruz está parcialmente explicado aqui e também em nossa literatura, mas seriam necessários volumes para dar uma explicação completa. Vamos olhar um pouco mais longe sobre o significado da lição que nos oferece este maravilhoso símbolo.

Quando vivíamos na densa atmosfera aquosa da antiga Atlântida, estávamos sob leis completamente diferentes das que nos regem hoje. Quando deixávamos o corpo, não o percebíamos, pois nossa consciência estava focalizada mais nos Mundos espirituais do que nas densas condições da matéria. Nossa vida era uma existência contínua; não percebíamos nem o nascimento nem a morte.

Ao emergirmos para as condições aéreas da Época Ária, o mundo de hoje, nossa consciência dos Mundos espirituais desvaneceu-se e a forma tornou-se mais proeminente. Então, começou uma existência dupla, cada fase definidamente diferenciada da outra pelos eventos do nascimento e da morte. Uma dessas fases é a vida do espírito livre no reino celestial: a outra, um aprisionamento num corpo terrestre, que é virtualmente a “morte do espírito”, como está simbolizado na mitologia grega de Castor e Pólux, os gêmeos celestiais.

Já foi elucidado, em diversos pontos de nossa literatura, como o espírito livre ficou emaranhado na matéria pelas maquinações dos espíritos de Lúcifer, aos quais, Cristo se referiu como as falsas luzes. Isso ocorreu na ígnea Lemúria. Portanto, Lúcifer pode ser chamado o Gênio da Lemúria.

O efeito de seu erro não ficou totalmente aparente até a Época de Noé, compreendendo o período final Atlante e o início da nossa presente Época Ária. O arco-íris, que não poderia existir sob as condições atmosféricas anteriores, pairou com suas cores sobre as nuvens como uma inscrição mística quando a humanidade entrou na Época de Noé, onde a lei dos ciclos alternantes trouxe enchente e vazante, verão e inverno, nascimento e morte. Durante essa Época, o espírito não pôde fugir permanentemente do corpo mortal gerado pela paixão satânica primeiramente inculcada por Lúcifer. Suas repetidas tentativas de fugir para seu lar celestial são frustradas pela lei da periodicidade, pois, ao livrar-se de um corpo pela morte, será trazido para renascer quando o ciclo se completar.

Engano e ilusão não podem perdurar eternamente. Surgiu, portanto, o Redentor para purificar o sangue cheio de paixão, para pregar a verdade que nos libertará deste corpo de morte. Surgiu para inaugurar a Imaculada Concepção ao longo das linhas grosseiramente indicadas na ciência da eugenia, para profetizar uma nova Era, ‘um novo céu e uma nova terra’, onde Ele, a verdadeira Luz, será o Gênio; uma Era em que florescerão a virtude e o amor, pelos quais toda a humanidade suspira e procura.

Tudo isso e a maneira de evoluir estão simbolizados na cruz de rosas que temos em frente. A rosa, na qual a seiva da vida está inativa no inverno e ativa no verão, ilustra com clareza o efeito da lei dos ciclos alternantes. A tonalidade da flor e seus órgãos reprodutores lembram o nosso sangue. No entanto, a seiva que flui é pura, e a semente é gerada imaculadamente, sem paixão.

Quando alcançarmos a pureza de vida assim simbolizada, estaremos libertos da cruz da matéria, e as condições etéricas do milênio estarão presentes.

A aspiração da Fraternidade Rosacruz é apressar esse dia feliz, quando a tristeza, a dor, o pecado e a morte desapareçam e nós sejamos redimidos das fascinantes, mas escravizantes ilusões da matéria, e despertados para a suprema verdade da realidade do Espírito.

Que Deus apresse e frutifique nossos esforços.”

Como de costume, o tempo estava ótimo no sul da Califórnia após a cerimônia, os cinco homens e as quatro mulheres retornaram à pequena casa em Oceanside, que serviria de lar para o casal Max Heindel e Augusta Foss Heindel e duas mulheres que estavam ajudando nas atividades diárias, durante o período de construção do primeiro prédio. Compartilhamos um ligeiro almoço, e os visitantes regressaram aos seus lares, deixando estas quatro almas esperançosas exaustas para repousarem um pouco, após a batalha com as pulgas e camundongos.

(Do Livro Memórias sobre Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Por Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder da Cura Definitiva em comparação com a Remediação

Max Heindel afirma que nada faz o ser humano se voltar a Deus e orar com fervor como o sofrimento do Corpo Denso (enfermidade, dor, aflições e angústias).

Nesse caso, podemos perceber que por pior que seja o momento ou a fase, sempre, sempre essa situação desagradável conduzirá a pessoa para o bem, pois o mal trabalha para o bem (“o mal é o bem em gestação”) e a nossa vida aqui é regida pela Lei das Alternâncias, dia bom e dia mau, dia saudável e dia enfermo, dia feliz e dia triste, dia por cima e dia por baixo.

Toda doença ou enfermidade manifestada no Corpo Denso tem seu princípio na parte espiritual; a parte espiritual é a raiz, a causa, a fonte da doença ou da enfermidade. Não basta apenas o analgésico para curar a dor de cabeça. É preciso atuar na causa-raiz que não está na cabeça ou na parte do Corpo Denso. Focar aqui é remediar, jamais curar. Sim, é importante remediar, até para dar as mínimas condições à pessoa para conseguir, pela vontade própria, buscar a cura definitiva.

Cristo curava totalmente os doentes, pois não trabalhava apenas na cura da parte física. O método utilizado pelos antigos sacerdotes também buscava a cura definitiva dos doentes, pois eles se tornavam amigos dos pacientes e os ajudavam com sugestões, conselhos a respeito da parte espiritual do corpo do paciente. A consequência era o alívio temporário da dor física, assim como o analgésico tira a dor de cabeça e, por meio da reorientação da parte espiritual, a cura era definitiva já que havia uma mudança nos hábitos – dos maus hábitos, nos vícios – buscando cultivar os bons hábitos,  praticar a virtude oposta àquele vício – e uma alteração nas ações, atitudes e nas obras executadas pelo paciente, em que, ao mesmo tempo que procurava servir amorosa e desinteressadamente aos outros em situações bem piores do que ele, também reformulava o seu próprio caráter, parando de se preocupar somente com as coisas materiais, se dedicando aos estudos e práticas espirituais Cristãs, e buscando, simultaneamente, aumentar a sua fé e alimentar seu Corpo de Desejos somente com desejos, emoções e sentimentos bons, superiores e alinhados às Leis de Deus: transmutando o hábito de buscar somente materiais das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo, para focar em escolher somente materiais das três Regiões superiores do Mundo do Desejo, para compor seus desejos, sentimentos e suas emoções. Todo esse processo é utilizado pela Cura Rosacruz!

Os nossos irmãos e as nossas irmãs profissionais da saúde, atualmente, trabalham na “cura momentânea”, na remediação, já que os “remédios” são elaborados somente com materiais da Região Química do Mundo Físico. E mesmo aqueles irmãos e aquelas irmãs que trabalham com outros métodos que não utilizam remédios, não conseguem levar a cura definitiva em todas as situações, em virtude de nem sempre conseguirem utilizar a Lei da Compatibilidade e da Receptividade Sistemática, além de muitas vezes não saberem trabalhar na parte vital do Corpo, que é formada de Éteres (Também tudo isso é utilizado na Cura Rosacruz). O papel desses irmãos e dessas irmãs é importantíssimo no processo de cura, pois o paciente tem que estar sem as dores (físicas e emocionais) na intensidade que garantam que ele continue tendo o controle de si mesmo e em condições físicas e psicológicas para tomar a decisão de querer buscar, por decisão sua e livre vontade, a cura definitiva.

Tenhamos sempre o entendimento de que a doença ou a enfermidade é uma manifestação da ignorância e a cura definitiva é uma demonstração do conhecimento aplicado, ou seja lição compreendida, vivida e aprendida.

Alguns exemplos das causas-raízes (lições a aprender) e as partes que podem estar afetadas ou doentes no Corpo Denso que, também, utilizamos no Processo da Cura Rosacruz:

LIÇÃO A APRENDERPARTE DO CORPO DENSO AFETADA/DOENTE
Avaliar, Analisar, Escolher o BemFígado
Compreender, Firmar, Enraizar, ServirPés
Contatar, Comunicar Ser LivrePulmões
Capacidade de Amar Impessoal, EquilíbrioCoração
Capacidade de Amar Pessoal, Aceitar AmorPâncreas
Corrigir a Si Mesmo, Não Se JustificarCostas
Disposição para Receber, AceitarBoca
Discernir, ‘Enxergar’, ObservarOlhos
Entender, Agir, Fazer AcontecerMãos
Elaborar, Construir, Estudar com AfincoIntestino Delgado
Flexibilidade, AdaptabilidadeArticulações
Força Vital (lidar com), Expressar VitalidadeSangue
Firmeza, Cumprimento de Leis e NormasOssos
Inconsciência (trabalhar com), AmbiçãoIntestino grosso
Liberdade, PoderCabelo
Movimentar, Flexibilizar, AtuarMembros e/ou músculos
Não ter Medo, Temor, Falta de Pescoço
Não ser Agressivo, Não ter RaivaVesícula biliar
Não se Preocupar, Não ter CobiçaCabeça
Não ser Teimoso, Não CristalizarColuna vertebral
Não ser Orgulhoso, Pretencioso, SuperiorColuna vertebral
Não ter Complexo de InferioridadeDiscos vertebrais
Não Querer fazer Mais do que se deveNervos vertebrais ciático
Obedecer, EscutarOuvidos
Pressão (Aprender a Suportar), DesapegoBexiga
Parceria, Associação, EliminaçãoRins
Sentir, Absorver, Digerir, Assimilar, DissolverEstômago
Sexualidade, Sagrada Força CriadoraÓrgãos genitais
Ser Submisso (naquilo que escolheu)Coluna vertebral (corcunda)

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Sobriedade no que Comer, quanto Comer e do que se Alimentar

A gula é o flagelo do Corpo Denso. Tudo o que agrada demasiado ao paladar e que excita as reações nervosas em demasia prejudica o jogo da razão, incita à cólera e impele à luxúria. A intemperança produz a doença, a loucura ou o crime. A superalimentação envenena o sangue, esgota as vísceras e destrói a saúde. A gordura embota o Corpo Denso e embrutece o temperamento da pessoa. A imensa maioria das doenças humanas são criadas pelos erros e excessos de alimentação. A saúde duradoura não é o apanágio, senão daqueles que põem em prática certas renúncias alimentares. Assim, convém não só renunciarmos ao abuso de alimentação, mas abstermo-nos de produtos vulnerantes (exemplos: bebidas alcoólicas, fumo, tabaco, drogas, pimentas em excesso, vinagre em excesso, molhos picantes em excesso).

Por outro lado, se queremos nos libertar do sofrimento, não devemos viver do sofrimento e do assassínio infligidos a outros animais (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis, frutos do mar e afins), nem incorporarmos em nós as impurezas e os baixos instintos de que estão cheios os tecidos cadavéricos deles. A anatomia comparada nos ensina que possuímos a estrutura orgânica de um frugívoro. A experiência diária estabelece que os doentes têm uma melhoria na saúde abstendo-se de alimentos impuros e que muitas pessoas vivem perfeitamente sem consumir carne animal. É, pois, evidente que, pelo menos, uma grande restrição de carne animal seja uma medida salutar. Não é mau lembrar, a tal propósito, muitas pessoas praticam a abstinência de carne animal e que, em nossos dias, numerosas são as razões que seguem as mesmas regras de saúde não permitindo entrar como alimento no Corpo Denso senão o que é puro e necessário.

Não fazem mais do que conformar-se com a lei, inscrita no Gênesis, que regula com uma precisão admiravelmente instrutiva o gênero de alimentação destinada ao ser humano pelo Criador: “E disse Deus: ‘Eis que tenho dado toda erva que dá semente e está sobre a face de toda a terra; e toda árvore em que há fruto que dá semente; ser-vos-á para alimento’” (Gn 1:29).

Quanto à força e à sabedoria que se obtém seguindo a abstinência de carne animal (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis, frutos do mar e afins) e bebidas alcoólicas, as Escrituras traçaram-nos o seguinte quadro: “E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel da linhagem real e dos nobres, mancebos em quem não houvesse defeito algum, formosos de parecer e instruídos em toda a sabedoria, sábios em ciência e entendidos no conhecimento, que tivessem habilidade para viver no palácio do rei a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus. E o rei lhes determinou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei, e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados por três anos, para que, no fim deles, pudessem estar diante do rei. E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Ananias, Misael e Azarias. E o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes; a saber, a Daniel pôs o de Beltessazar; a Ananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; a Azarias, o de Abednego”.

E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar. Ora, deu Deus a Daniel graça e misericórdia diante dos chefes dos eunucos. E disse o chefe dos eunucos a Daniel: ‘Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida, por que veria ele os vossos rostos mais tristes do que os dos mancebos que são vossos iguais? Assim, arriscareis a minha cabeça para com o rei’. Então disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Ananias, Misael e Azarias: ‘Experimenta, peço-te, os teus servos, dez dias, fazendo que se nos deem legumes a comer e água a beber. Então se veja diante de ti o nosso parecer e o parecer dos mancebos que comem a porção do manjar do rei, e, conforme vires, hajas com os teus servos. E ele conveio nisto e os experimentou dez dias. E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores; eles estavam mais gordos do que todos os mancebos que comiam a porção do manjar do rei. Desse jeito, o despenseiro tirou a porção do manjar deles e o vinho que deviam beber, e lhes dava legumes”.

“Ora, a estes quatro mancebos Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e a sabedoria; mas, a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos. E ao fim dos dias em que o rei tinha dito que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor. E o rei falou com eles; e entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Ananias, Misael e Azarias, por isso permaneceram diante do rei. E em toda a matéria de sabedoria e inteligência, sobre o que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino.” (Dn 1:3-20).

Para melhor fazermos compreender a que flagelo conduz o desprezo pela alimentação adequada e a avidez pela alimentação cárnea, reportemo-nos ainda a este trecho da Escritura:

E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo: pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e disseram: ‘Quem nos dará carne a comer? Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça… Coisa nenhuma há, senão este maná como ente de coentro e a sua cor de lio’. Espalhava-se o povo e o colhia, e em moinhos o moía ou em um gral o pisava e em panelas o cozia e dele fazia bolos: e o seu sabor era como o sabor de azeite fresco… E disse Moisés ao Senhor. ‘Por que fizeste mal a teu servo? Donde teria eu carne para dar a todo este povo? Porquanto contra mim choram dizendo: ‘Dá-nos carne para comer’’… E disse o Senhor a Moisés: ‘Santificai-vos para o amanhã e comereis carne: porquanto chorastes aos ouvidos do Senhor, dizendo: ‘Quem nos dará carne a comer, pois bem nos ia no Egito?’. Pelo que o Senhor vos dará carne e comereis. Não comereis um dia, nem dois dias, nem cinco dias, nem dez dias, nem vinte dias: mas um mês inteiro, até vos sair pelos narizes, até que vos enfastieis dela’… Então soprou um vento do Senhor que trouxe codornizes do mar e as espalhou pelo arraial. Então o povo se levantou todo e colheu as codornizes”.

Quando a carne estava entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, acendeu-se a ira do Senhor contra o povo e feriu o Senhor ao povo com uma praga muito grande. Pelo que o nome daquele lugar se chamou Kibouth-Hattaava (que significa sepulcros da concupiscência), porquanto ali enterraram o povo que teve o desejo de comer carne.” (Nm 11:4-35).

No que diz respeito ao uso de bebidas alcoólicas, que depressa degenera em perigo, é bom lembrar estes conselhos da Bíblia.

Para quem são os ‘ais’? Para quem são os pesares? Para quem as disputas? Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? Para quem os olhos vermelhos? Para os que se demoram perto do vinho; para os que buscam bebidas misturadas. Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e escoa suavemente, no seu fim morderá como a cobra e como o basilisco picará.” (Pb 23:29-32).

Por outro lado, as virtudes purificadoras, preservadoras e curadoras do jejum são bem conhecidas em medicina. Quanto aos poderes espirituais que ele pode conferir, o próprio Cristo os ensinou a seus apóstolos, depois do revés que eles tiveram contra um possesso do demônio: “Depois que Jesus entrou em casa, perguntaram-lhe seus discípulos particularmente: ‘Por que não o pudemos nós expulsar?’. E disse-lhes: ‘Esta casta de demônios não se pode fazer sair senão à força de oração e de jejum.” (Mc 9:28-29).

Como os seres humanos encontrariam, pois, grandes benefícios corporais e melhor desenvolvimento espiritual, ao renunciarem aos alimentos impuros ou superexcitantes e se aplicarem, com clarividência, às regras de sobriedade e abstinência que preconiza a doutrina médica do verdadeiro naturismo hipocrático!

Está ainda escrito no Evangelho: “Velai, pois, sobre vós para que não suceda que os vossos corações se sobrecarreguem com o excesso do comer e do beber, e com os cuidados desta vida, e para que aquele dia vos não apanhe de repente… Vigiai, pois, orando em todo o tempo, a fim de que vos façais dignos de evitar todos esses males, que têm de suceder, e de aparecer com confiança diante do Filho do Homem.” (Lc 21:34-36).

E lê-se nas Epístolas: “Sede sóbrios e vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda ao redor de vós como um leão que ruge, buscando a quem possa tragar.” (IPd 5:8).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1965-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Nova Higiene para a Sua Alimentação

O lema Rosacruz “Mente Pura, Coração Nobre, Corpo São” implica a harmoniosa coordenação do Espírito, da Alma e do Corpo a fim de que essas três qualidades combinadas façam da vida uma série de felizes experiências que realizem as aspirações e confirmem as esperanças de uma vida essencialmente sã e moral.

Um eminente médico e escritor definiu assim a saúde: “uma condição que torne possíveis as alegrias mais elevadas da vida, as obras mais construtivas do mundo, os serviços para com a sociedade mais úteis; quer isso dizer, manter o Corpo e o Espírito no mais elevado nível, ser capaz de viver mais e de servir melhor, responder às aspirações que nos elevam e inspiram e nos incitam ao esforço e ao êxito”.

Para atingir o desenvolvimento das três mencionadas qualidades, são necessários três fatores: pensamento são, ação justa, alimentação conveniente.

a) Fatores que determinam a escolha da alimentação

São numerosos os fatores que determinam a escolha dos alimentos. As dessemelhanças fisiológicas fazem que “o que é nutritivo para um seja venenoso para outro”. Além disso, o gênero de alimentos e a quantidade requerida para cada um estão sujeitos a várias condições: estado das glândulas, temperamento individual, clima, estação do ano, profissão, exercício, horas de trabalho, etc.

Outro fator muito importante é o que se poderá chamar de “a psicologia da digestão”, que compreende o estado de espírito durante a refeição, o tempo gasto nela e o prazer que ela nos dá. Nunca devemos nos sentar à mesa sob a influência de uma emoção tal como o desgosto, a dor, o medo ou a cólera, ou quando temos frio, estamos fatigados, não nos sentindo bem.

É necessário encontrar prazer na alimentação para assimilá-la perfeitamente. A aversão por certos alimentos é, algumas vezes, um bom aviso. Todavia, importa lembrar que o gosto é o resultado do treinamento, do hábito e que todas as pessoas com boa saúde podem e devem aprender a comer todos os legumes e todos os frutos.

À medida que a dietética progride, um maior número de doenças se inclui na classe das desordens da digestão. É um fato bem conhecido que certos casos crônicos, tais como a doença dos fenos, a asma, o catarro ou as doenças de pele, podem curar-se por meio de dieta específica.

Não é possível formular um regime alimentar apropriado a todas as pessoas. O regime é individual e, por isso, cada um deve observar o que melhor lhe convém. Uma dieta bem equilibrada convém às pessoas que gozam de boa saúde, porque contém os necessários elementos para a manutenção do corpo.

b) Elementos nutritivos requeridos pelo corpo

A proporção desses elementos, hidratos de carbono, gordura, proteínas, é variável segundo os indivíduos, as estações do ano, a classe de trabalho, a sua duração etc.

Para o bom funcionamento orgânico do corpo, é necessário acrescentar os minerais, as vitaminas, a água e a celulose. O quadro seguinte ajudará a equilibrar os elementos nutritivos que devem estar presentes em todas as principais refeições.

ELEMENTOS PRINCIPAIS

I. Hidratos de carbono

  1. Características: energia, calor.
  2. Fontes: açúcar (principalmente o de cana, e não o branco), beterrabas, frutos, doces, mel, cereais, batatas, legumes feculentos.

II. Gorduras

  1. Características: energia e calor.
  2. Fontes: manteiga, natas, óleos vegetais, nozes, amêndoas, chocolate.

III. Proteínas

  1. Características: construção e reparação dos tecidos.
  2. Fontes: leite, queijo, ovos, nozes, leguminosas e cereais.

MINERAIS

I. Ferro

  1. Características: o ferro, sendo um dos constituintes da hemoglobina, ajuda os glóbulos vermelhos a fixar o oxigênio.
  2. Fontes: gema do ovo, folhas verdes dos legumes, cereais integrais, melaço, frutos secos, morangos, cerejas, amoras.

II. Cálcio (cal)

1. Características: constrói os ossos, os dentes, coagula o sangue, ajuda a regularizar o metabolismo mineral.

2. Fontes: leite, queijo, cereais integrais, leguminosas, frutos, melaço (O leite é a melhor fonte de cálcio).

III. Fósforo

1. Características: forma uma parte ativa de cada célula, particularmente as do sistema nervoso; reunido ao cálcio, dá rigidez aos ossos e dentes.

2. Fontes: leite, cereais integrais, frutas, legumes, folhas dos legumes, especialmente as de cenoura.

IV. Iodo

1. Características: regulariza a ação da glândula tireoide.

2. Fontes: algas, alfaces, nabos, rabanetes, cenouras, leite de cabra.

Outros minerais, tais como o potássio, o magnésio, o enxofre, o sódio e o cloro, são elementos necessários ao corpo, mas estão de tal forma combinados no estado natural com os demais, acima mencionados, que não é preciso lhes dedicar uma atenção particular.

VITAMINAS

I. Vitamina A (fator de crescimento)

  1. Características: favorece o crescimento e a nutrição em geral; exerce ação defensiva contra as doenças dos órgãos respiratórios e infecções.
  2. Fontes: manteiga, natas, gema do ovo, folhas de legumes, cenouras.

II. Vitamina B (antinevrótico)

  1. Características: ajuda a nutrição geral, aumenta o apetite; é um preventivo contra as doenças dos nervos e da pele.
  2. Fontes: levedura de cerveja, gema do ovo, cereais integrais, leguminosas, legumes (especialmente os espinafres, os tomates e os espargos), frutos, nozes, leite.

III. Vitamina C (fator antiescorbútico)

  1. Características: ajuda a nutrição, é um preventivo das doenças do tipo escorbútico.
  2. Fontes: limão, laranja, tomates, abacaxis, folhas de legume, cenoura, aipo, feijão verde, rutabaga (couve-nabo, nabo-da-suécia ou nabo-sueco), batata doce, cebolas cruas, bagas frescas.

IV. Vitamina D (antirraquítica)

  1. Características: auxilia a nutrição e o depósito de minerais nos ossos e nos dentes.
  2. Fontes: gemas do ovo, natas, manteiga, folhas de legumes; banhos de sol.

V. Vitamina E (antiesterilidade que está associada à vitamina B)

  1. Características: ajuda na reprodução e lactação.
  2. Fontes: trigo integral, germes do trigo, farinha de aveia, milho amarelo, folhas de legumes, azeite.

VI. Vitamina G (antipelagra)

  1. Características: preventiva contra a pelagra.
  2. Fontes: leguminosas, leite, legumes frescos.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1965-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático: Terceiro Céu

Pergunta: Onde está localizado o Terceiro Céu?

Resposta: Situa-se nas três Regiões superiores do Mundo do Pensamento que é a Região do Pensamento Abstrato.

Pergunta: Quando entramos no Terceiro Céu, ainda estamos de posse de algum dos nossos Corpos ou da Mente?

Resposta: Não, somente com os Átomos-sementes deles.

Pergunta: Nós temos atividades no Terceiro Céu?

Resposta: Sim. Teremos uma vida bem ativa, contudo para usufruirmos de uma existência consciente no Terceiro Céu, devemos ter dedicado muito do nosso tempo e esforço aqui a pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras, atos, obras e ações construtivos, superiores, elevados em espiritualidade.

Pergunta: Mas, se o Ego na sua vida anterior procurou focar somente em assuntos materiais?

Resposta: Aí, certamente, o Terceiro Céu será apenas um lugar de espera, onde permanece inconsciente – como no sono – até a oportunidade de um próximo nascimento físico.

Pergunta: Por que então, o Ego sente-se fortemente inclinado a buscar o renascimento?

Resposta: A vontade de renascer é porque no Terceiro Céu temos a consciência de que “o objetivo da vida aqui no Mundo Físico não é a busca da felicidade, mas sim, a aquisição de experiências”. E é essa certeza que alavanca a um novo renascimento.

Pergunta: O que alguns Egos trazem do Terceiro Céu?

Resposta: Aqueles Egos avançados, que conseguem obter uma visão mais clara de como realizar seus planos utópicos, como os filantropos, podem, com suas aspirações espirituais, receber novos impulsos; bem como os inventores podem também trazer suas ideias originais para implementar aqui e se manifestarem como gênios.

Pergunta: Quando empregamos nossa força de vontade para renascer, existem critérios para escolha da próxima existência?

Resposta: Sempre haverá, dependendo do nosso desempenho em vidas anteriores.

Pergunta: Podemos escolher um panorama para a próxima vida, em que possamos resolver todos os nossos problemas?

Resposta: Não será possível, pois os Anjos do Destino não irão permitir, por saber que não suportaríamos uma carga maior que a podemos carregar. Todo panorama precisa estar de acordo com o ajuste de contas amadurecidas para nossa liquidação. E por isso, precisamos ser orientados e acompanhados pelos Anjos do Destino.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático: Período de Saturno

Pergunta: Qual é então, o primeiro Período do Esquema de Evolução ora em curso?

Resposta: No Esquema de Evolução em que estamos vivendo atualmente, o primeiro é o chamado Período de Saturno. É aqui que a Onda de Vida humana iniciou a sua manifestação ativa.

Pergunta: Qual era a nossa consciência no Período de Saturno?

Resposta: A consciência de transe profundo.

Pergunta: Nós como Espíritos Virginais no início da nossa peregrinação já éramos dotados de alguns poderes latentes?

Resposta: Sim, em nós estão contidas todas as possibilidades latentes do nosso criador, Deus, inclusive o germe da Vontade independente.

Pergunta: Quantos Globos existem no Período de Saturno?

Resposta: Como em todos os outros Períodos, 7 Globos de diferentes densidades de matéria.

Pergunta: Qual o elemento predominante em todos os Globos desse Período?

Resposta: Os sete Globos desse Período eram obscuros e quentes com substâncias muito mais rarefeitas e sutis, respectivamente, que o da nossa Terra atual.

Pergunta: Qual era o Globo mais denso nesse Período?

Resposta: O Globo mais denso desse Período estava situado na Região Concreta do Mundo do Pensamento.

Pergunta: Qual era a Onda de Vida que estava passando pelo estágio conhecido como “humanidade” nesse Período?

Resposta: Os Senhores da Mente .

Pergunta: Então os Senhores da Mente evoluíram a partir desse Período?

Resposta: Sim, todos os Senhores da Mente evoluíram a partir de então, tornando-se especialistas em matéria mental. Um específico Senhor da Mente, no final do Período de Saturno, conseguiu aprender tudo que um Senhor da Mente precisa aprender até o Período de Vulcano e, por isso, alcançou o mérito de construir um Corpo com material do Mundo de Deus. Assim, se tornou responsável pelas atribuições divinas do ‘Pai’, por ser o mais elevado Iniciado da “humanidade” do Período de Saturno

Pergunta: Existia alguma Hierarquia Criadora que foi a principal responsável por nós no Período de Saturno?

Resposta: Sim, os Senhores da Chama.

Pergunta: Quais foram os principais trabalhos executados pelos Senhores da Chama em nós?

Resposta: Na primeira Revolução do Período de Saturno irradiaram de si mesmos o germe do nosso atual Corpo Denso. E na sétima Revolução do Período de Saturno despertaram em nós o nosso veículo espiritual mais elevado, o Espírito Divino.

Pergunta: Poderia explicar melhor quem eram os Senhores da Chama?

Resposta: Eram Seres elevadíssimos, assim chamados em virtude da brilhante luminosidade dos seus corpos e dos seus grandes poderes espirituais.

Pergunta: Qual era a nossa forma no início do Período de Saturno e onde habitávamos nos Globos desse Período?

Resposta: Nós ficávamos incrustados em todo o Globo; podemos dizer que o Espírito Virginal era algo similar a uma framboesa, ou melhor dizendo, o Globo era todo composto de grande número de pequenas framboesas. Vivíamos apegados a esse Globo.

Pergunta: E como eram as atividades dentro do Período de Saturno?

Resposta: Éramos, na época, como “jovens aprendizes”, estávamos nos adaptando e recebíamos toda a ajuda, externamente, proveniente das Hierarquias Criadoras. Éramos dirigidos totalmente de fora e assim passamos pelas sete Revoluções nos sete Globos desse Período.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Audiobook – A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

INTRODUÇÃO

Vamos conceituar, primeiro, o que é um Audiobook ou Audiolivro: nada mais é do que a transcrição em áudio de um livro impresso digital ou fisicamente.

Basicamente, é a gravação de um narrador lendo o livro de forma pausada e o arquivo é disponibilizado para o público por meio de sites. Assim, ao invés de ler, o interessado pode escolher ouvi-lo.

Um audiobook que obedece ao conceito de “livro-falado” tenta ser uma versão a mais aproximada possível do “livro em tinta” (livro impresso), a chamada “leitura branca”, que, mesmo desprovida de recursos artísticos e de sonoplastia, obedece às regras da boa impostação de voz e pontuação, pois parte do princípio de que quem tem de construir o sentido do que está sendo lido é o leitor e não o ledor (pessoas que utilizam a voz para mediar o acesso ao texto impresso em tinta para pessoas visualmente limitadas).

Para que serve audiolivro?

O audiolivro é um importante recurso, na inserção do no ecossistema da leitura, para:

  • o incentivo à leitura e promoção da inclusão de pessoas com deficiências visuais ou disléxicos
  • quem tem dificuldades para ler ou até que, infelizmente, não sabem ler
  • para quem gosta de aprender escutando, já que a forma de absorver conhecimento varia de indivíduo para indivíduo.
  • para crianças dormirem durante a noite.
  • para desenvolver a cognição. Ao escutar um audiobook, a cognição pode ser desenvolvida de uma forma mais ampla, uma vez que, além de escutar, será necessário imaginar as situações, diferenciar ambientes e personagens.

O audiolivro é apreciado por um público de diversas idades, que ouve tanto para aprendizado como para entretenimento.

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A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Prefácio
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte I – 1 – A Natureza da Visão Etérica
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte I – 2 – O Éter Químico no Corpo Humano
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte I – 3 – Átomos e Moléculas
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte II – 4 – O Éter de Vida e a Genética
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte II – 5 – A Espiral da Vida
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte II – 6 – O Magnetismo Orgânico versus o Inorgânico
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte II – 7 – O Éter de Vida e o Fogo Cósmico
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte II – 7 – Resumo
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte II – 8 – Estrela e Espiral
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte III – 9 – O Éter de Luz e o Sol
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte III – 10 – A Visão do Ocultista sobre o Éter de Luz
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte III – 11 – Os Três Éteres
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte IV – 12 – Entre os Dois Céus
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte IV – 13 – O que o Éter Refletor reflete
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte IV – 14 – O Éter Refletor e o Registro dos Renascimentos Anteriores
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte IV – 15 – O Éter Refletor e a sua Relação com a Matéria
A Visão Etérica e o que Ela Revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz – Parte IV – 16 – O Éter Refletor e as Forças Arquetípicas

FIM

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Exemplo de Sexto Sentido

Há pessoas dotadas de um estranho sexto sentido, pois tal sentido não é visto, nem ouvido, nem parece com nenhum dos demais sentidos do Corpo Denso que conhecemos. Essas pessoas podem saber o que se passa na Mente das demais e, às vezes, a milhares de quilômetros de distância. Indiscutivelmente, não há ser humano que não se sinta atraído por essas manifestações que revelam a presença de forças latentes, em desenvolvimento no ser humano. O ser mais insensível e materializado não crê e afirma que tudo isso não passa de truques, que só existe a razão como guia de conduta humana. Todavia, há outros mais acessíveis a essas manifestações que, pelo menos, as julgam possíveis.

Em nosso mundo ocidental, o mundo da razão e do número, esse poder pouco explicável cientificamente, tão conjectural e fantasioso, é negado muitas vezes e a priori. Mas, é negado pelas pessoas menos preparadas cientificamente e culturalmente. Aqueles possuidores de conhecimentos e com a Mente aberta às possibilidades do saber, que já leram algo de Filosofia Rosacruz, sabem que isso é apenas um prenúncio de muitos poderes que advirão à nós, à medida que a nossa capacidade moral para bem empregar esses poderes e a maior sensibilização dos nossos veículos forem despertando essas forças dentro de nós. Ademais, se poucos ainda no Ocidente têm tratado de desentranhar o ministério desse poder, no Oriente são muitos os que também já penetraram nas esferas e dimensões dessas forças. Vamos relatar aos leitores um dentre muitos fatos ocorridos acidentalmente, que revelam a veracidade do sexto sentido.

Sucedeu no ano de 1943, em um hospital da Holanda, em Haia. Haviam levado sumamente enfermo, um pintor de paredes, chamado Pieter Van der Urk. Esse homem de 32 anos de idade, de grande estatura e físico imponente, deu um passo em falso enquanto estava trabalhando sobre um andaime colocado a 12 metros de altura. Seu corpo, ao chocar-se contra o solo, feriu-se do lado esquerdo, sofreu um traumatismo craniano e seus companheiros de trabalho, vendo-o sangrando e inanimado, o deram como morto. Entretanto, ainda que seu caso fosse desesperador um médico, o doutor Peter, empenhou-se em salvá-lo e ainda que isso lhe tenha custado noites de angústia e dias febris viu seu esforço recompensado, pois numa manhã foi avisado que Pieter Van der Urk tinha aberto os olhos e pronunciado algumas palavras. Mas, passou-se algum tempo entre o despertar e o aviso ao médico e, enquanto isso, o pintor de paredes encontrou um mundo completamente desconhecido para ele. Não porque se achasse em um hospital: ele recordava algo sobre uma queda e era lógico que se encontrasse ali. Não se tratava disso. O mundo que se apresentava ante seus olhos era algo estranho e distinto de tudo quanto havia conhecido antes. Um estremecimento percorreu seu corpo. Estava verdadeiramente em um hospital e todas essas camas que o circundavam e as enfermeiras que passavam silenciosamente entre elas eram a prova. Mas, que era esse murmúrio confuso e constante que sentia em torno de si? Por que via, em cada uma dessas pessoas, por que só de olhá-las, só de senti-las perto, podia saber o que se passava no fundo de suas almas? Era como se cada uma delas lhe estivesse contando as histórias de suas vidas. Entretanto, os lábios delas não se moviam; quer dizer que não falavam! Mas, algumas delas estavam estiradas nas camas, olhando para o teto, como que metidos dentro de si mesmas. Entretanto, Pieter Van der Urk sabia o que estavam pensando. Fechou os olhos, mas continuava ouvindo; e tinha a impressão de que cada uma dessas pessoas lhe falava de suas penas, de seus problemas, de suas angústias e que cada uma delas queria que ele lhes respondesse e as aconselhasse.

Meu Deus! Que se passava? Encontrar-se-ia já no mundo dos mortos? Como era possível que visse sem olhar, que ouvisse palavras sem que ninguém as pronunciasse? Havia um homem ali, ao lado de sua cama, que nem sequer o olhava e que, entretanto, não sabia como lhe estava dizendo algo e que lhe rogava responder. E tudo isso sem sequer olhá-lo, deitado na cama, como que concentrado dentro de si mesmo. Mas, Pieter Van der Urk sabia perfeitamente o que o outro pensava e, sobretudo, sabia por que o outro estava sofrendo. E então não pôde deixar de dizer-lhe, de gritar-lhe, pois o que esse homem havia feito punha-o fora de si.

– Você sabe que está sofrendo por sua culpa! – gritou-lhe – Como foi capaz de vender, sem necessidade, o relógio que seu pai lhe deixou ao morrer? Esse relógio que seu pai havia guardado durante anos. E só há três meses de sua morte!

O outro se voltou rapidamente na cama e olhou para Pieter Van der Urk, com espanto misturado a um irrefutável temor. Como pôde esse homem ler em seus pensamentos mais profundos, mais escondidos?

Mas, Pieter Van der Urk também se atemorizou. Que se passava com ele? Como sabia o que esse homem estava pensando? Por que lhe havia falado dessa maneira? Como podia ler dentro do outro homem, como se estivesse diante de si um livro aberto? Involuntariamente as lágrimas começaram a brotar-lhe dos olhos. Sentia-se desamparado como um menino abandonado. Que havia se passado, meu Deus! Estava na verdade morto? Por que se via obrigado a falar com pessoas que nunca havia visto, de inteirar-se do que acontecia a essa gente?  Suas mãos retorciam debaixo dos lençóis. Depois tratava, em vão, de tapar os ouvidos, de fechar os olhos, porém tudo inutilmente, pois as vozes continuavam sendo ouvidas e já conhecia tudo o que pensavam e o que haviam passado esses homens que estavam ao seu redor.

Mas, passaria certo tempo antes que Pieter Van der Urk soubesse a razão do que estava acontecendo. Enquanto isso, devia resignar-se e aceitar essa terrível realidade que tanto o mortificava. Uma enfermeira, que o viu desassossegado, aproximou-se dele e tratou de acalmá-lo. Ajeitou-lhe os lençóis em torno do corpo, animou-o como poderia fazer uma mãe com seu filho e pediu-lhe que tratasse de dormir. Pieter Van der Urk lhe disse, entretanto:

– Tenha cuidado com a valise durante a viagem.

A enfermeira olhou-o estupefata.

– Essa viagem eu fiz na semana passada – respondeu-lhe com voz alterada – e é certo que quase perdi a valise. Mas, como você sabe disso?

Mas, o pobre Pieter Van der Urk não sabia o porquê desse saber. E isso era o que o deixava angustiado. Era como se alguém falasse por ele, como se ele tivesse deixado de ser quem era e se transformasse em outro.  Um outro que não precisava dos olhos para olhar, nem dos ouvidos para ouvir, nem das mãos para apalpar, nem nada do que até esse momento lhe havia sido imprescindível a fim de inteirar-se do que passava entre os vivos ou se havia descido ao mundo dos mortos.

Neste momento chegou o médico; a enfermeira lhe contou rapidamente o que havia se passado. O médico auscultou-o, observou a ferida e sua conclusão foi categórica: Pieter Van der Urk estava se curando de forma magnífica. Mas, o que havia passado no íntimo do doente? Isso não podia ser resolvido por esse médico; ele o que podia fazer era lhe dar alta, quando estivesse fisicamente bem e depois veriam o que significava essa transformação que havia ocorrido no modo de ser de Pieter Van der Urk. E assim foi. Pieter Van der Urk foi curando, pouco a pouco, e depois de certo tempo pôde sentar-se na cama e mais tarde dar alguns pequenos passeios pelo jardim do hospital. Mas, devido ao acidente que tinha sofrido, apesar de o corpo ter ficado cada dia mais forte, aquela coisa estranha que lhe acontecera a princípio, de poder ler o íntimo dos seres que o rodeavam, e que, por um momento, acreditou ser o resultado de sua debilidade, pelo sangue que havia perdido, seguiu seu curso. Ele continuava ouvindo vozes e inteirando-se do que sucedia na alma de cada um dos que estavam perto dele, no hospital. Ninguém poderia lhe guardar um segredo; ninguém podia pensar algo que jamais tivesse dito nem confiado a qualquer pessoa; Pieter Van der Urk sabia o que ele pensava, sabia o que esse homem ou mulher ia fazer ou havia feito. Já no hospital não se falava de outra coisa a não ser de Pieter Van der Urk, o feiticeiro; Peter, o vidente.

Por fim, Pieter Van der Urk ficou completamente bom e saiu do hospital. Teve, então, que se adaptar a um mundo ainda mais difícil, por ser grande e complicado. Durante o primeiro mês, viveu como um sonâmbulo. Vozes, vozes e vozes que o invadiam, que o inquiriam, que lhe rondavam a alma. Se se sentava à mesa de qualquer café, todos aqueles desconhecidos que se encontravam ao seu redor lhe contavam seus pensamentos. Já imaginaram como os contavam: sem falar uma só palavra, sem mirá-lo sequer. Quantas vezes uma enorme piedade o invadia pelo que ia pensando! Quantas vezes ele ficava vermelho de raiva ao saber as coisas desagradáveis que eram capazes de pensar e de querer fazer alguns seres humanos!

De noite não podia dormir. Como um permanente pesadelo perseguiam-no as coisas que havia ouvido durante o dia. Por fim, não pode mais; acreditou que acabaria louco. Alguém lhe recomendou um médico especializado em atender pessoas fisicamente sadias, mas espiritualmente ruins; que estivessem tristes ou deprimissem em estado de ânimo diferente do normal.Pieter Van der Urk pensou que realmente tinha a alma enferma, que algo de anormal havia dentro dele. Se continuasse assim, enlouqueceria. Foi procurar um psiquiatra.

Às primeiras palavras do Pieter Van der Urk, o médico ficou surpreendido. Embora estivesse acostumado a casos raros, o de Pieter Van der Urk lhe pareceu o mais extraordinário que havia visto em toda a sua carreira. Pieter Van der Urk começou por falar-lhe do paciente que o médico havia acabado de atender e que, momentos antes, havia deixado a consulta e a quem Pieter Van der Urk nem sequer havia visto! E mais: contou-lhe certas coisas sobre esse paciente que o médico não tinha conhecimento, coisas a respeito de seu caráter, sobre sua maneira de ser e de pensar, que muito ajudaram na cura do enfermo. Mas, o que, sobretudo Pieter Van der Urk interessava era saber o porquê de lhe haver acontecido essas coisas raras, porque é que ele tinha a capacidade de descrever a casa do médico sem conhecer, como o fazia naquele momento. Então, o médico disse a Pieter Van der Urk que ele já não voltaria a ser o que havia sido antes, mas isso não era motivo de desespero, ao contrário, a única coisa que devia fazer era ter consciência do que lhe passava e, seguramente, usar essa faculdade para ser útil ao próximo e à sociedade. Com palavras simples ele disse que não sendo mais que um pintor de parede, desconhecia muitas coisas que sucedem na vida e ensinam nos livros. E acrescentou-lhe:

-Você sabe, Pieter Van der Urk, que em geral o ser humano, para ver, tem que olhar. Para ouvir tem que haver um ruído, de qualquer espécie que seja, alto ou baixo, agradável ou desagradável; para sentir uma sensação de tato, temos que apalpar algo; para sentir o gosto de uma comida tem-se que a por na boca; para cheirar tem que haver algo que produza odor. Ademais, sabemos que enxergamos com os olhos, ouvimos com os ouvidos, apalpamos com as pontas dos dedos, degustamos com a língua e cheiramos com o nariz. Quer dizer que temos um sistema especial formado pelos sentidos, por meio dos quais tomamos conhecimento do que se passa no mundo que nos rodeia. E os olhos, ouvidos, as pontas dos dedos, a língua e o nariz são os lugares em que estão situados esses sentidos. Pois bem: que se passa com você, amigo Pieter Van der Urk? – continuou dizendo o doutor. – Com você acontece que pode inteirar-se (note só que maravilha!), que pode se interessar, repetiu cada vez mais entusiasmado, por coisas que sucedem aos seus semelhantes, de coisas que ainda vão acontecer, sem necessidade de vê-las nem de ouvi-las, nem as sentir, nem nada. Imagine você, como isso pode ser útil para desmascarar um ladrão, ou para dizer a muita gente o que se passa no íntimo delas mesmas, porque você é capaz de saber o que se passa dentro delas, mais que elas mesmas.

Pieter Van der Urk continuava, entretanto, sem entender que lhe havia acontecido. Havia compreendido muito a respeito dos sentidos, mas, por que podia saber todas essas coisas como havia dito o médico, sem vê-las, nem as ouvir, nem senti-las, nem nada?

Então o médico continuou falando:

– O que se passa com você, Pieter Van der Urk, não é novidade. O que me admira muito é que possua essa capacidade em um grau tão intenso. Quer dizer que você tem um grande poder nesse sentido, maior do que tenho podido notar em outras pessoas. Algo maior que lhe falei dos sentidos que possuímos. O que sucede com você, Pieter Van der Urk, é que você possui, nesses momentos, uma espécie de “sexto sentido”, pelo qual pode inteirar-se de tantas coisas.

– Mas, o que é sexto sentido? – interrogou Pieter Van der Urk.

Aí está o problema, Pieter Van der Urk – respondeu o meditativo médico. Aí está o problema – voltou a repetir. Não se parece em nada com os sentidos que possuímos. Contudo, não sabemos, ainda, o que vem a ser; a única coisa que podemos afirmar é que existe, porque não é você o único que possui. Há muitas pessoas capazes de “saber” desse modo misterioso o que se passa na alma dos outros. Talvez seja uma espécie de onda de um magnetismo especial ou coisas semelhantes. Poderíamos compará-lo à telegrafia sem fio. Você compreende Pieter Van der Urk, antes de descobrirem a telegrafia sem fios, para não falarmos do rádio e da televisão, nem de outras invenções maravilhosas – quando uma pessoa falasse desses inventos, hoje tão familiares, causaria espanto ou passaria por louca. A mesma coisa sucede com as pessoas que possuem suas atuais faculdades. Passam por fantasistas. Talvez quando você sofreu esse acidente algo se comoveu, se transformou, dentro do seu corpo, e fez com que você fosse capaz de ter essa faculdade que agora possui. O que posso afirmar é que você não deve se assustar. Todos nós possuímos em graus variáveis essa capacidade que se inicia. Uma mãe tem pressentimento de que um filho seu está a perigo. Outra pessoa pressente um amigo ou parente que está à beira da morte. E se essa pessoa morrer e estiver a centenas de quilômetros de distância, mesmo que sem comunicação direta, haverá “avisos”. Como sucedem essas coisas? Até agora, para a ciência, são mistérios que ela busca decifrar. A única coisa que pode fazer é anotar esses fenômenos que surgem, até que um dia descubra as leis que os regem.

Agora Pieter Van der Urk ia compreendendo um pouco mais. Antes de seu acidente, esse tipo de fenômeno lhe havia acontecido, porém não lhe deu maior importância. A tanta gente acontecia o mesmo! Mas, agora compreendia que era diferente. Que podia fazer? Continuar por uns tempos nas mãos do médico, que de qualquer modo aconselharia. E, sobretudo, tratar de usar esse dom que possuía para ajudar seus semelhantes.

Por isso Pieter Van der Urk deixou de ser pintor de paredes. Já todo mundo o conhece como o Doutor Hurkos e, segundo a imprensa do mundo inteiro tem sido muito útil para desmascarar crimes e roubos.

Um dos mais famosos, o roubo da pedra da coroação, foi, segundo a imprensa mundial, resolvido com a ajuda do Doutor Hurkos. E, ultimamente, em uma das revistas francesas mais importantes aparecia a colaboração de Pieter Van der Urk na resolução de um crime espantoso: o bárbaro assassinato de uma menina de oito anos.

Anos atrás a ciência oficial talvez se tivesse depreciada ou talvez se tivesse desinteressada desse tipo de fenômenos, alegando tratar-se somente de charlatanices. Na Idade Média, Pieter Van der Urk teria sido queimado como feiticeiro.

Hoje em dia sabemos que o sucedido a Pieter Van der Urk não era um fato tão fora do comum e que, algum dia, a ciência fará novas conquistas na elucidação desses problemas.

O que sucedeu com Pieter Van der Urk, sob a luz dos Ensinamentos Rosacruzes, foi uma alteração da Glândula Pineal que afetou o centro sensório a ela ligado, precipitando a faculdade antes possuída em menor grau. A Glândula Pineal, ou epífise, é o centro relacionado com a nossa Mente, com o intelecto e com a visão. Mais detalhes sobre isso você encontra nos textos abaixo.

Um dos principais cuidados que a Fraternidade Rosacruz tem é instruir os Estudantes Rosacruzes sobre a diferença existente entre Clarividência voluntária ou positiva e os sintomas psiquiátricos que compõem quadros de alguns transtornos mentais.

Por exemplo, a descrição de sintomas como ouvir vozes, invasão descontrolada de pensamentos alheios na consciência, percepção de que os outros estão lhe contando seus pensamentos, são também conhecidos, em psiquiatria, como alucinações auditivas, percepções delirantes, interpretação falsa de percepções ou experiências e fornecer significado especial a algum evento corriqueiro. Tais fenômenos, se permanecerem por muitos dias e tornarem-se central na vida da pessoa, a ponto de atrapalhar suas atividades rotineiras (trabalho, relações com família, social e lazer), são considerados patológicos e devem ser tratados. Isso é muito importante! Além disso, essa ocorrência pode ser um indicativo do início de um quadro de esquizofrenia, já que esses sintomas foram considerados, por Kurt Schenider, como de sintomas de primeira ordem para seu diagnóstico.

Interessante também é checarmos o relato do Doutor Hurkos a respeito de suas próprias habilidades: “Eu vejo desenhos em minha Mente como uma tela de televisão. Quando eu toco em alguma coisa, eu então posso dizer o que vejo”. Relatos e documentos da antiguidade sugerem que Hipócrates (460-377 A.C.), considerado o médico mais importante da antiguidade e Pai da Medicina, já havia descrito sobre uma patologia, da qual pessoas acometidas tinham visões de imagens que ocorriam como em sonhos. A esses sinais, somados a discursos desorganizados e comportamentos agitados, deu o nome de hebetude (hoje conhecemos a esquizofrenia do tipo hebefrênica). Areteo da Capadócia (135-200 D.C.) também descreveu a respeito de indivíduos jovens que acreditavam serem filósofos, gênios, poetas ou entidades divinas, dando os primeiros registros sobre delírios. A própria alteração de nome para Doutor Hurkos, se tiver sido sugerido por ele mesmo, sugere um quadro delirante. Em outras palavras, os fenômenos que ocorreram com Pieter Van der Urk estão bem caracterizados como sintomas psicóticos induzidos pelo trauma encefálico que sofreu.

No entanto, é preciso saber diferenciar os fenômenos ocorridos com o Doutor Hurkos com sintomas psicóticos e esquizofrenia. Faremos tal diferenciação tanto do ponto de vista material quanto do espiritual.

Primeiramente, a maior parte dos quadros de esquizofrenia (senão todos) apresenta não apenas distorções do pensamento e da percepção, como também alterações de afetos e prejuízos de funcionalidade. Normalmente, após os episódios agudos de sintomas, a capacidade de atender às exigências da vida fica comprometida e o indivíduo raramente retoma o nível anterior de funcionalidade. Obviamente que muitas terapias (medicamentosa, psicossociais e cognitivas) em conjunto, podem reestabelecer muitos aspectos da vida do paciente, mas muitas dificuldades normalmente permanecem.

Aparentemente, o Doutor Hurkos não apresentava problemas de funcionalidade. Obviamente, houve um dado momento em que sua vida ficou comprometida, mas esse comprometimento era secundário à inabilidade em lidar com sua nova faculdade e isso gerou muito estresse, afetando consideravelmente seu humor e relações. Mas, tão logo recebeu alguma orientação sobre o que lhe estava acontecendo, permaneceu mais calmo e tentou adaptar-se a essa habilidade. Na esquizofrenia, os comprometimentos cognitivos e emocionais, muitas vezes, dificultam enormemente a adesão a novas formas de vida e adaptação de comportamento. Além disso, o Doutor Hurkos não apresentava discursos e pensamentos desorganizados. Muito menos comportamentos bizarros.

Outro indício de que os fenômenos do Doutor poderiam ser reais foram os apelidos dado a ele enquanto estava no hospital: Pieter, o feiticeiro, Pieter, o vidente. Caso suas previsões fossem psicoses francas ou alterações de Personalidade, provavelmente ele seria apelidado de Pieter, o louco; Pieter, o lunático. Afinal, a enfermeira, os pacientes internados e médico psiquiatra não confirmariam a veracidade de suas visões, mas relatariam um quadro típico de confusão mental, após acidente encefálico.

Outros dados interessantes provêm dos experimentos do médico e pesquisador Puharich, que realizou uma série de ensaios laboratoriais controlados sobre as habilidades de Pieter Hurkos. Os resultados demonstraram que as visões internas de Hurkos tinham precisão de aproximadamente 90 por cento. O Dr. Puharich enfatizou: “Estou convencido de que Pieter Hurkos é o maior de todos que já testei como um vidente”.

Vemos, pois, que a veracidade de suas visões, somadas a maior capacidade de adequação comportamental frente a novas demandas, diferenciam os fenômenos do Doutor Hurkos dos sintomas psicóticos e do potencial de aprendizado deficitário comum da esquizofrenia, que normalmente é decorrente de prejuízos cognitivos.

Como já mencionado, os prejuízos do Doutor Hurkos foram secundários ao seu despreparo em relação a um novo sentido. Do ponto de vista oculto, ele teve a oportunidade de despertar essa faculdade a partir de uma alteração na Glândula Pineal, ligada à Mente, o que se tivesse ocorrido a partir do plexo celíaco (também conhecido como plexo solar), provavelmente, teria se tornado um escravo ainda maior dessa função, uma vez que o plexo celíaco está ligado ao desenvolvimento negativo e descontrolado da percepção oculta do ser humano. Isso normalmente ocorre com os Clarividentes involuntários.

O despreparo do Doutor Hurkos, que gerou tanto sofrimento, estava relacionado à sua total ignorância dos Mundos internos e das leis que os regem. Condições essas fornecidas pela Filosofia Rosacruz. Também ao desabrochar acidental de seus órgãos de percepção interna, o que não acontece com as pessoas que seguem voluntariamente e fielmente os Exercícios Esotéricos Rosacruzes dados e tratam de viver uma vida de retenção da força sexual criadora junto à prática constante de servir amorosa e desinteressadamente ao irmão e à irmã que estão ao seu lado, desconsiderando totalmente os defeitos deles e focando exclusivamente na divina essência oculta em cada um de nós.

Outro perigoso fator na história do Doutor Hurkos foi o desabrochar de faculdades como aquela relatada acima, antes da reforma moral necessária, pois uma pessoa sem o Cristo Interno nascido e cultivado dentro dela, a priori, corre o risco de realizar muitos trabalhos egoístas, tornando-se uma ameaça para a sociedade. Mas esse não foi o caso dele, graças à Deus!

Por fim, a inabilidade do Doutor Hurkos em lidar com as imoralidades das pessoas em que tocava, constituía grande fonte de estresse. As verdadeiras Escolas de Mistérios Ocidentais, como a Fraternidade Rosacruz, têm como único Mestre o Cristo (o único Ideal de todo verdadeiro Estudante Rosacruz), que é o Senhor do Amor. Sua Sabedoria está fortemente relacionada ao serviço amoroso e desinteressado ao irmão e à irmã que estão ao nosso lado, desconsiderando totalmente os defeitos deles e focando exclusivamente na divina essência oculta em cada um de nós e à Doutrina do Perdão dos Pecados. Somente aqueles que permanecem neutros (sem projeções) e com a prática do Perdão dos Pecados de todas as coisas que entram em contato são capazes de permanecer equilibrados, quando desabrocham uma faculdade tão intensa como a do Doutor Hurkos[1]. Essa neutralidade de julgamento é uma condição já no grau de Discipulado do Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.

(Publicado Revista Serviço Rosacruz de outubro de 1965-Fraternidade Rosacruz-SP com acréscimos dos irmãos e das irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.R.: Pieter van der Hurk (21/5/1911-1/6/1988) conhecido como Peter Hurkos, ou Dr. Hurkos, foi um holandês que afirmou ter manifestado percepção extrassensorial após se recuperar de um ferimento na cabeça e coma causado por uma queda de uma escada aos 30 anos de idade. Ele veio para os Estados Unidos em 1956 para experimentos psíquicos, tornando-se mais tarde um vidente profissional que buscava pistas nos assassinatos da Família Manson e no caso do Estrangulador de Boston. Com a ajuda do empresário Henry Belk e do parapsicólogo Andrija Puharich, Hurkos se tornou um artista popular conhecido por realizar feitos psíquicos diante de audiências ao vivo e na televisão.

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