Resposta: A Lei da Analogia é válida em todo lugar. É a chave mestra para todos os mistérios, e você verá que aquilo que se aplica ao nível microcósmico (como no ser humano), se aplica também ao nível macrocósmico (como em Deus) ou ao Poder Divino. Atualmente, a Onda de Vida animal está sendo guiada por Espíritos de fora[1]. Num período posterior, os Espíritos Virginais da Onda de Vida dos animais se tornarão Espíritos internos residentes e aprenderão a guiar os veículos – os Corpos – deles sem ajuda proveniente de qualquer fonte. O mesmo aconteceu com o Planeta Terra, como é afirmado no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz e em vários outros textos da nossa Literatura Rosacruz. Até há pouco mais de 2000 anos, Jeová era responsável e guiava o Planeta Terra de fora, da mesma forma que os animais são guiados pelos Espíritos-Grupo de fora. O Planeta Terra foi mantido em sua órbita graças ao Seu poder e Jeová foi o “Deus Supremo” até aquele momento.
No entanto, após a transformação realizada no Gólgota, o Espírito de Cristo penetrou até o centro do Planeta Terra para que nos ajudar a desenvolver faculdades que estavam fora das atribuições de Jeová. Jeová nos deu as Leis que nos mantinham sob controle, mas Cristo nos deu o amor. O conjunto das Leis de Jeová é uma força restritiva aplicada de fora; o amor de Cristo é uma energia propulsora aplicada de dentro. Assim, o Cristo está agora guiando o Planeta Terra em sua órbita, a partir do interior do Planeta, e assim continuará até que tenhamos aprendido a vibrar com esse atributo, o amor, por meio do qual seremos capazes de aplicar o poder ao nosso próprio Planeta, guiando-o na órbita dele a partir de dentro.
Cristo é o mais elevado Iniciado do Período Solar e, como tal, Ele tem a Sua morada no Sol. Ele é o Sustentador e o Preservador de todo o nosso Sistema Solar. Em certo sentido, é correto dizer que Ele habita nosso Planeta Terra como um Raio, embora isso não transmita uma ideia exata do que ocorre. Talvez compreendamos melhor o assunto mediante uma ilustração. Vamos comparar o grande Espírito Solar a um refinador de metais – ou seja, uma pessoa que se dedica à técnica de refino de metais, que visa obter a maior pureza possível do metal. Ele tem em sua fornalha vários cadinhos e observando todos eles. O calor funde esses metais e lança suas impurezas para o topo de cada cadinho. O refinador, gradualmente, vai desbastando os cadinhos até que o metal esteja totalmente limpo e brilhante, a ponto de se poder ver o rosto refletido neles. Da mesma forma, podemos ver Cristo direcionar Sua atenção de um Planeta a outro e, quando Ele se volta para o nosso Planeta Terra, por exemplo, Sua imagem é refletida justamente nesse Planeta. Contudo, não é uma imagem inanimada. É um ser vivo, sensível e capaz de perceber e sentir tudo, tão cheio de vida e sentimentos que nós mesmos, em nosso atual estado mortal, habitando esses Corpos terrenos, não podemos ter sequer uma pequena ideia dessa faculdade de sentir possuída pelo Espírito Planetário da Terra.
Assim, durante um certo período, Sua energia é transmitida sobre essa imagem como um foco e, embora estando realmente no Sol, o Cristo Cósmico sente tudo o que está acontecendo no Planeta Terra, como se Ele estivesse realmente presente aqui. Essa imagem interior, que deve ser completamente compreendida, não é uma imagem no sentido comum da palavra, mas é uma contraparte, um elemento do Cristo Solar e, por meio dela, Ele conhece, sente e percebe tudo que acontece no Planeta Terra, como se Ele mesmo estivesse verdadeiramente presente. Note que já repeti isso, mas trata-se de um assunto que deve ser repetido inúmeras vezes, pois é algo que deve ser muito bem compreendido. Isto é o que realmente significa onipresença. Assim, enquanto o Cristo é o Espírito residente do Sol, Ele também é o Espírito Planetário da Terra e deve continuar a exercer essa função de auxiliar-nos — sentindo tudo, suportando tudo o que acontece ou acontecerá com Sua presença real, por nossa causa.
Vamos analisar, por um momento, aquilo que chamamos de Planeta Terra — ou seja, a sua origem. A solidificação começou no Período Solar, quando não conseguíamos vibrar na alta taxa exigida para permanecer no centro do Sol. Assim, gradualmente, nos afastamos do centro do Sol e até sermos projetados no espaço[2]. A frequência vibratória foi, gradualmente, baixando até a metade da Época Atlante e, então, o Planeta Terra se cristalizou, por assim dizer, em uma massa pétrea. Assim, nós mesmos fizemos o Planeta Terra como ele é, e se não tivéssemos recebido ajuda, não teríamos conseguido nos livrar das malhas da matéria. Jeová, de fora, procurou nos ajudar por meio das Leis. Conhecer a Lei e segui-la nos teria ajudado, desde que tivéssemos a força necessária para segui-la. Entretanto, nenhum ser humano é justificado pela Lei e por meio dela todo Espírito se torna ainda mais enredado. Portanto, era preciso dar um novo impulso que inscrevesse a Lei dentro dos nossos corações. Há uma grande diferença entre o que fazemos, porque devemos fazer, por medo de um “mestre externo” que fornece uma retribuição justa para cada ofensa, e o impulso interno que nos impele a fazer o que é certo porque é certo.
Reconhecemos o que é certo quando a Lei está inscrita em nossos corações e, então, obedecemos aos seus ditames, inquestionavelmente, ainda que isso possa fazer todo o nosso ser vibrar de dor.
Desse modo, somos coletivamente os Espíritos Planetários da Terra. Algum dia, teremos que guiar o veículo que criamos. Jeová o guiou de fora por meio de Leis. Entretanto, como isso não foi suficiente para nos levar ao ponto de individualização, em que seremos capazes de cuidar de nós mesmos, Cristo veio até nós como Salvador e está nos ajudando até chegar o momento em que teremos desenvolvido, internamente, uma natureza amorosa que seja suficiente para fazer o Planeta Terra flutuar. Logo, não houve quaisquer outros Espíritos Planetário da Terra. O Cristo está aqui apenas temporariamente para nos ajudar e, no tempo devido, será nosso privilégio receber a tarefa de conduzir o nosso Planeta Terra como queremos e devemos. O aumento da força vibratória já tornou o Planeta Terra muito menos densa, bastante mais leve e, com o passar do tempo, ele se tornará novamente etérico, como já foi. Ela deixará de estar morta no pecado. E se tornará viva no amor.
(Pergunta nº 99 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: que chamamos de Espíritos-Grupo.
[2] N.T. Já no Período Terrestre, na Época Hiperbórea.
Resposta: Há algumas pessoas que acreditam que a Bíblia é totalmente exata, palavra por palavra, do começo ao fim. Além disso, se houver controvérsia, elas argumentam como se a Bíblia tivesse sido originalmente escrita em inglês e como se cada palavra significasse justamente o que expressa, e nada mais.
Na realidade, a Bíblia tem sido traduzida, transcrita, editada e reeditada tantas vezes que, naturalmente, surgiram interpolações. Algumas foram inseridas involuntariamente, devido a algum lapso ocasional por parte do copista. Também houve casos em que as interpolações foram colocadas intencionalmente, a fim de apoiar uma determinada doutrina na qual o copista acreditava e que não estava claramente enunciada. Entre os estudiosos nessa área é bem reconhecido que apenas um esboço geral dos ensinamentos originais permanece conosco atualmente.
Em todas as Religiões sempre foi dado às multidões um lado exotérico. Esse continha os ensinamentos mais elementares, mas uma opção para adquirir um conhecimento mais profundo foi fornecido àqueles que se prepararam, no decorrer de suas vidas, a compreender tais os mistérios. Podemos nos lembrar do conselho de Cristo aos Seus discípulos: “A vós foi dado o mistério do Reino de Deus; aos de fora, porém, tudo acontece em parábolas.” (Mc 4:11), como uma indicação que há um procedimento semelhante na Religião Cristã.
Entre esses mistérios estava a Doutrina do Renascimento, que você perceberá que Cristo-Jesus deve tê-la ensinado por meio do seguinte diálogo. Ele perguntou-lhes: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” (Mt 16:13). E os Discípulos responderam: “Uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas.” (Mt 16:14). Todos esses personagens já haviam morrido e seus Corpos já deviam estar decompostos nos túmulos. Ainda assim, encontramos pessoas que creem ser Jesus um deles renascido. Se esse princípio do Renascimento estivesse errado, teria sido um dever de Cristo-Jesus, como Mestre, corrigir Seus discípulos e, provavelmente, Ele teria dito: “Que bobagem! Como posso ser um deles? Eles já partiram há séculos!”. Ao invés de tudo isso, Ele pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. (Mt 16:15)
No caso de Elias, Ele ensinou essa doutrina abertamente, pois Ele disse aos Seus Discípulos se referindo a João Batista: “…ele é o Elias que deve vir.” (Mt 11:14). Não há nenhum equívoco, mas uma afirmação direta: “Esse é Elias”. Essa declaração foi reiterada mais tarde, quando deixavam o Monte da Transfiguração, pois naquela ocasião, Cristo disse aos Seus Discípulos: “Eu vos digo, porém, que Elias já veio, mas não o reconheceram.” (Mt 17:12). Então: “os Discípulos entenderam que se referia a João Batista.” (Mt 17:13).
(Pergunta nº 104 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Resposta: Essa pergunta, se feita por um cético, proporciona-lhe uma grande satisfação, pois ele vê nela uma justificativa para sua ideia de que todas as seitas estão erradas em suas crenças e que a Bíblia é um conglomerado de bobagens, só que na verdade a caso é exatamente o contrário. Nós não defendemos a Divindade desse Livro, nem sustentamos que ele é a Palavra de Deus de capa a capa; reconhecemos o fato de que se trata de uma tradução deficiente dos originais e de que existem muitas interpolações, que foram inseridas em momentos diferentes para apoiar várias ideias, mas, no entanto, o próprio fato de tanta verdade ter sido reunida num espaço tão pequeno a faz uma fonte de constante admiração para o ocultista, que sabe o que esse Livro realmente é e o verdadeiro ocultista tem a chave do seu significado.
Há um fato que o cético não consegue perceber. A ideia dele é que se uma determinada interpretação é verdadeira, todas as outras interpretações devem necessariamente ser falsas. Esta ideia está enfaticamente errada. A verdade tem várias facetas e é eterna; a busca pela verdade também deve ser abrangente e interminável. Podemos comparar a verdade a uma montanha, e as várias interpretações dessa verdade a diferentes caminhos que conduzem ao cume. Muitas pessoas estão percorrendo todos esses caminhos e cada um pensa que seu caminho é o único enquanto está ainda percorrendo as primeiras partes do caminho; vê-se apenas uma pequena parte da montanha e pode-se, portanto, ter razão em clamar aos seus irmãos ou as suas irmãs: “Vocês estão errados; venham no meu caminho; esse é o único que leva ao topo.”. Mas à medida que todas essas pessoas vão caminhando mais e mais para cima, elas verão que os caminhos convergem no topo e que são todos um no final.
Pode-se dizer, com maior ênfase, que nenhum sistema de pensamento, que tenha sido capaz de atrair e reter a atenção de um grande número de pessoas durante um tempo considerável, ficou sem a sua versão da verdade; e quer percebamos isso ou não, existe em cada “seita” o cerne do Ensinamento Divino que, gradualmente, os leva para cima, em direção ao topo da montanha e, portanto, devemos praticar a máxima tolerância para com cada crença.
(Pergunta nº 73 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Resposta: Indubitavelmente Cristo deu-as a S. Pedro, bem como a outros, mas não eram chaves semelhantes as que usamos para abrir as portas. Contudo, nenhum ser humano pode entrar em certos lugares a menos que tenha essas “chaves”. São “chaves” musicais ou encantações, tais como são usadas em todas as ordens ocultas para todos os fins ocultos.
Nas ordens ocultas, como a Ordem Rosacruz, a nota tônica ou “chave mestra” da encantação para cada grau, é de medida vibratória diferente de todos os outros graus, e uma pessoa que não possua esta nota chave e não seja, portanto, capaz de se harmonizar a ela, é detido como se houvesse um muro invisível vibratório ao redor do Templo. Na substância das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo, que rodeia a Terra e onde está localizado o Purgatório, há uma vibração diferente da que existe na parte de nossa atmosfera onde se localizam as três Regiões superiores do Mundo do Desejo (onde se localiza o Primeiro Céu) e a Região do Pensamento Concreto (onde se localiza do Segundo Céu).
Esta frequência vibratória, por sua vez, difere daquela que existe nos estados da matéria que está no interior da Terra, em cada um dos nove Estratos subterrâneas. Portanto, cada uma dessas divisões dos Mundos invisíveis também exige uma nota tônica ou “chave” mestra diferente, que são ensinadas gradualmente aos Iniciados, à medida que eles progridem no Caminho de Iniciação Rosacruz à qualidade de Adeptos. Foi a nota tônica ou “chave” mestra de um ou mais de um desses reinos, que foi fornecida a S. Pedro e a outros, por Cristo, que era a Iniciador em seus casos. As mesmas “chaves” são dadas atualmente a Seus seguidores por Seus sucessores, que iniciam os que são dignos das Iniciações, a fim de que eles possam servir a Humanidade melhor e mais diligentemente.
Assim, vemos que a música tem, pois, uma missão mais sublime que nos servir de simples deleite. De fato, a harmonia das esferas é a base de toda a evolução. Sem ela não haveria progresso, e uma vez nossos ouvidos harmonizados a ela, teremos a “chave” de todo o adiantamento.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz julho/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Resposta: Na época em que o Tabernáculo no Deserto era a única igreja que tínhamos para praticar a incipiente Religião (onde buscávamos religarmos à Deus, depois de termos alcançarmos o pináculo da materialidade), o incenso não era simplesmente um incenso comum queimado, mas um composto deste com outras espécies doces, elaborado sob a direção de Jeová para este fim especial e por isso considerado santo, de modo que a nenhum ser humano era possível manipular essa composição para uso comum. O sacerdote era encarregado de zelar para que nenhum incenso estranho fosse oferecido no Altar de Ouro [1], isto é, nenhum outro que não tivesse a composição sagrada.
Atualmente, o uso do incenso é totalmente diferente. Afinal, é uma verdade, evidente por si mesma, que “não se colhem uvas de espinheiros” e porque um Espírito não tem Corpo Denso não quer dizer que ele seja um filantropo. Há no Mundo Físico mais ervas daninhas do que flores e há nos Mundos invisíveis mais Espíritos nocivos, por serem pouco desenvolvidos, do que Espíritos bons e nobres. Quando alguém queima incenso em uma sala, a fumaça que vemos e o odor que sentimos constituem material de tal densidade que pode ser usado por certas classes de Espíritos que estão afinados a frequência vibratória do incenso que está sendo queimado. Quando Espíritos desencarnados desejam influenciar aqueles que ainda estão emaranhados na espiral dos mortais, é necessário que tenham um veículo de densidade suficiente para invadir os centros cerebrais ou, sob certas circunstâncias, os mecanismos de coordenação no cerebelo. Adquirindo tal veículo, os Espíritos podem, e o fazem, impressionar suas vítimas: física, moral ou mentalmente de acordo com sua disposição. Quando um Estudante Rosacruz, ocultista sério, tenha desenvolvido a visão espiritual e se encontre apto a ver as várias entidades nos Mundos invisíveis, aí sim pode produzir um incenso capaz de oferecer um veículo somente para Espíritos de natureza benéfica, os quais possibilitam a elevação das vibrações daqueles que inalam o incenso e os Espíritos junto dele; ou, então, a queima do incenso poderá se constituir em ajuda durante as orações para elevar a consciência dos devotos até a união com o Divino.
Porém, se por outro lado o incenso tiver sido produzido por alguém ignorante em ocultismo, talvez por alguém com motivações egoístas, então esse incenso irá se constituir em veículo para os Espíritos de natureza similar os quais, revestidos pela fumaça e odor, entram nos Corpos Densos daqueles que estão presentes onde o incenso está queimando, incitando-os a atos de libertinagem e sensualidade. As hastes chinesas são um bom exemplo dessa variedade.
Também é possível que quando esta prática tenha sido satisfeita, por algum tempo, os Espíritos obsessores podem obter tal controle sobre suas vítimas, que eles incitam até o delírio fazendo com que apresentem os sintomas de epilepsia – espuma pela boca e outros efeitos – ou que possam interferir com os movimentos corporais de maneira similar àquela exibida na assim chamada dança de São Vito. Consequentemente, a prática de queimar incenso é muito perigosa e deve ser vigorosamente desencorajada.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1975-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] O Altar do Incenso ou Altar de Ouro era o terceiro objeto do mobiliário da Sala Leste do Templo no Tabernáculo no Deserto. Ficava no centro da sala, isto é, a meio caminho entre as paredes norte e sul, em frente ao segundo véu. Nenhuma carne jamais foi queimada nesse altar e nenhum sangue jamais fora derramado sobre ele, exceto em ocasiões muito solenes, e apenas os seus chifres eram marcados com a mancha vermelha. A fumaça que era vista no topo, nunca foi outra senão a fumaça do incenso queimado. Isso acontecia todas as manhãs e todas as noites, preenchendo o Santuário com uma nuvem de fragrância agradável que impregnava todo o ambiente interior e que se estendia por todo o país de todos os lados por milhas ao redor. Pelo fato de o incenso ser queimado todos os dias foi chamado: “um perpétuo incenso diante do Senhor”. Não era simplesmente um incenso comum queimado, mas um composto disso com outras especiarias doces, elaborado sob a direção de Jeová para este fim especial e por isso considerado santo, de modo que nenhum ser humano poderia fazer uso dessa composição para si. O sacerdote era encarregado de zelar para que nenhum incenso estranho fosse oferecido no Altar de Ouro, isto é, nenhum outro que não tivesse a composição sagrada. Esse Altar estava colocado diretamente diante do véu, do lado de fora, mas diante do Propiciatório, que estava dentro da sala do segundo véu. Por isso, quem ministrasse no Altar do Incenso não podia ver o Propiciatório por causa do véu interposto, mas devia olhar nessa direção e para ela orientar o fluxo do incenso. Era costume, quando a nuvem fragrante do incenso se erguia por cima do templo, que todas as pessoas que estivessem no Átrio do Santuário enviassem suas preces a Deus, cada uma silenciosamente dentro de si.
Resposta: Grande fonte econômica daqueles tempos era a criação de caprinos (em particular carneiros, ovelhas, cabras) e, por essa razão, centenas de pastores viviam pelas colinas da Judéia sem que, entretanto, a maioria notasse algo de extraordinário naquela noite. O Estudante Rosacruz sabe que esses pastores, a quem o Anjo do Senhor apareceu, eram os Iniciados da Religião de Áries (o Carneiro) e como seres humanos de elevada espiritualidade que eram, puderam, clarividentemente, perceber o Anjo mensageiro e, clariaudientemente, ouviram os cantos celestiais proclamando a Nova Era que se inaugurava naquela noite (já que entrávamos na “Órbita de Influência” da Era de Peixes). Foi, na verdade, uma Noite Santa para a Humanidade; foi a abertura do novo caminho que eventualmente nos livrará da roda do nascimento e da morte, possibilitando, a todos aqueles que desejarem, “beber da Água da Vida” (Jo 4:14).
O nome Davi significa “bem-amado”; Belém, a “casa do pão” ou o “princípio coração”, feminino, manifestando-se em todas as coisas, do átomo a Deus. O desejo natural deve ser purificado e esse amor ou princípio coração deve ser expandido antes de Cristo poder nascer dentro de nós, pois as passagens da Bíblia se correlacionam intimamente com nossas próprias vidas. Assim, embora José e Maria vivessem em Nazaré, em torno de 100 quilômetros além, era necessária, de acordo com a lei, que eles se deslocassem para Belém na ocasião em que se deu o nascimento da criança.
Similarmente, o grande princípio redentor do amor não poderá nascer em nenhum outro lugar, a não ser em Belém, que é a representação da vida purificada. Jesus nasceu em uma manjedoura, onde os animais se alimentavam. Esse lugar representa a natureza de desejo inferior, que deve ser regenerada antes que o Poder do Cristo possa nascer na estalagem, a qual simboliza a cabeça. Assim, cada neófito no Caminho da Iniciação deve também deixar Nazaré, a vida material, e iniciar a jornada a Belém, a vida impessoal purificada. Cada um verificará, a princípio, que não há acomodações na estalagem e que o renascimento deve ter lugar numa manjedoura, onde os animais alimentam-se. Esse é, realmente, o significado do Natal.
Pouco significa para Jesus que reverenciemos o seu nascimento na Santa Noite, pois o importante é que possamos aprender a seguir o Cristo, encontrando o caminho que nos conduzirá à realização da nossa Noite Santa individual.
Escreveu, nos ensinando, Angelus Silesius:
“Embora Cristo nasça mil vezes
em Belém, se não nascer em teu coração,
tua alma segue extraviada”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz março/1967 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Resposta: Todo aquele que não segue os padrões de seu tempo é um idólatra. Quando o Sol, pelo movimento de Precessão dos Equinócios, deixou constelação de Touro e entrou em Áries foi emitida a ordem “Não adoreis o bezerro de ouro; isso é idolatria” (Ex 32 1:35 e Dt 9.7-21, 25-29).
Posteriormente, quando chegou a era Cristã houve uma nova aliança e não se devia mais praticar o Judaísmo com suas oferendas, pois Cristo chegara e houve um único sacrifício por todos.
Tornou-se idolatria executar o antigo sacrifício. Não há nenhum outro nome dado sob o céu pelo qual nós devemos ser salvos (At 4:12), a não ser o nome de Cristo.
Mais tarde, quando Cristo entregar tudo nas mãos do Pai, haverá um novo padrão e será idolatria voltar aos nossos ideais de hoje.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – dezembro/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Ao interpretar passagens bíblicas devemos levar em conta as épocas, os costumes e o grau de evolução dos povos que viviam quando a passagem citada foi escrita.
Lembre-se que S. Paulo falou sobre os direitos e os deveres das pessoas casadas e disse também “é melhor casar-se do que abrasar-se.” (ICor 7: 9).
Os sábios Ensinamentos Ocidentais nos ensinam que nossa meta espiritual deveria ser “regeneração”, isto é, alcançar um estágio em que possamos controlar nossos desejos e executar o ato sexual sem paixão. Pessoas que são capazes de educar uma criança deveriam proporcionar oportunidades para que os Egos pudessem encarnar, ter experiências e ajudar o progresso.
Não há desarmonia nessas ideias. Devemos continuar em nossa meta de uma maneira cada vez mais iluminada.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross e traduzida e publicada na Revista Serviço Rosacruz – agosto/1981 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Pergunta: A Bíblia e os fatos concretos fornecem indícios referentes às mudanças futuras?
Resposta: A Bíblia não deixa nenhuma dúvida a respeito das mudanças. Cristo disse que o acontecido nos dias de Noé aconteceria nos dias do porvir.
A ciência e a imaginação descobrem condições desconhecidas anteriormente.
É um fato científico que o consumo do oxigênio, na alimentação da indústria, está se tornando alarmante.
Também os incêndios nos bosques consomem, consideravelmente, este importante elemento e contribuem para o processo de dissecação da atmosfera.
Cientistas eminentes assinalaram que, um dia, nosso globo não poderá suster a vida dependente da água e do ar. Suas ideias não provocaram muita ansiedade, por ser distante a data no futuro prevista. Contudo, por mais afastado que seja este dia, o destino dos tipos de Corpos que construímos durante essa Época Ária é tão inevitável, como o foi dos Atlantes (ou seja: dos corpos que construíamos quando estávamos passando pela Época Atlante).
(Revista Serviço Rosacruz – 07/74 – Fraternidade Rosacruz – SP)