Arquivo de categoria Estudos Bíblicos Rosacruzes em Perguntas e Respostas

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Cristo ressuscitou ou não os mortos?

Pergunta: Em “PERGUNTAS E RESPOSTAS” lemos que Cristo não ressuscitou os mortos. Em São João, Capítulo 11, versículo 11, Cristo disse, “Nosso amigo Lázaro dorme”, e, em seguida, no versículo 14, Jesus disse-lhes claramente, “Lázaro está morto”. Isso nos leva a pensar que Cristo se enganou na primeira passagem. O que está correto? Novamente em São Mateus, Capítulo 1, versículo 8, os Apóstolos recebem a missão de ressuscitar os mortos, etc.

Resposta: A maior dificuldade e os equívocos que resultam da leitura dos Evangelhos surgem do fato da maioria das pessoas acreditarem que os Evangelhos têm como finalidade relatar a história da vida de um indivíduo chamado Jesus Cristo. É a pura verdade que os Evangelhos tiveram como modelo a vida de Jesus, relatando a grandeza dessa vida e como ele serviu de exemplo para os que registraram as quatro diferentes Escolas de Iniciação. No entanto, o que esses homens pretenderam realmente escrever foram as fórmulas de Iniciação, e os quatro Evangelhos incorporam, ocultas debaixo de uma camada externa de fatos não essenciais, as fórmulas de Iniciação de quatro diferentes Escolas de Mistérios. A passagem mencionada, a ressurreição de Lázaro, ou o filho da viúva de Naim, não significa que um Espírito que partiu tenha sido chamado a retornar ao veículo descartado.

Isso não foi feito. Uma vez rompido o Cordão Prateado, o Espírito volta para Deus que o enviou e ao pó de onde foi tirado. Quando um candidato atinge o ponto em que deverá ser elevado a um nível superior e a um maior poder do que já possuía antes, deve, então, primeiro morrer para as coisas passadas, que ficaram para trás. O caminho torna-se mais e mais estreito a cada passo, e ele não pode entrar pelo portão que conduz direto a um reino mais elevado da natureza, enquanto não largar o Corpo que o prende ao reino inferior imediato. É por isso que, no momento em que ele está pronto para essa transição, diz-se que ele está morto. Se lermos o livro Maçonaria e Catolicismo verificaremos que Lázaro foi anteriormente Hiram Abiff, o Mestre Maçom, e construtor-chefe do Templo de Salomão; que Jesus incorporou anteriormente como Salomão; e que o Espírito de Cristo, habitando em Jesus na época da citada ressurreição de Lázaro, foi o grande Iniciador que ergueu Lázaro e tornou-o um Hierofante dos Mistérios Menores. Ele é conhecido atualmente como Christian Rosenkreuz, o chefe da Escola da Sabedoria Ocidental, trabalhando juntamente com Jesus para unir a humanidade e conduzi-la ao Reino de Cristo.

De maneira semelhante, e numa escala menor, os Apóstolos receberam o poder de ressuscitar os mortos. Aos inexperientes eles deram somente leite, mas aos fortes eles deram a carne da doutrina, instruindo-os nos mistérios até que eles atingissem um certo ponto em que, após viverem a vida, morressem, e fossem elevados a uma vida mais plena em uma esfera de utilidade maior. No entanto, como já foi dito, essas mortes não implicam no que, comumente, chamamos de morte do Corpo.

(Do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Pergunta Nº 73 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Foi-nos dito que é um erro enviar missionários a países estrangeiros: as religiões praticadas lhes são apropriadas. Como explicam a ordem de Cristo aos seus Apóstolos: “Espalhem-se por todo o mundo e preguem o Evangelho a todas as criaturas”?

Pergunta: Em uma de suas conferências, foi-nos dito que é um erro enviar missionários a países estrangeiros, porque as religiões praticadas pelos chamados pagãos lhes são apropriadas. No entanto, esses missionários não causaram grande prejuízo. Como explicam a ordem de Cristo aos seus Apóstolos: “Espalhem-se por todo o mundo e preguem o Evangelho para todas as criaturas”?

Resposta: O significado das palavras de Cristo depende, obviamente, da interpretação da palavra “mundo”. Se por essa palavra entendemos toda a Terra, torna-se correto enviar missionários para países estrangeiros. Mas, a Bíblia diz-nos que os discípulos, aos quais essa ordem foi dada, retornaram após terem cumprido sua missão, mostrando que a palavra empregada nessa ordem não poderia referir-se ao mundo todo. A palavra “mundo” deveria ter sido dada a interpretação “polity” (forma de organização política), que também pode ser encontrada em alguns dos nossos dicionários com outros ignificado. Na época de Cristo, os povos não conheciam todo o globo terrestre. Encontramos relatos ainda hoje de que o cabo mais ocidental da Espanha é chamado Cabo Finisterre – o fim da terra. Esse termo, na época em que Cristo pronunciou a sua ordem, não poderia ter incluído toda a Terra tal como a conhecemos hoje. A declaração não é contrária aos ensinamentos da Bíblia. É errado enviar missionários para os povos que chamamos de “pagãos”, pois, o seu desenvolvimento, até agora, não os permite entender uma religião que prega o amor ao próximo, uma religião que, mesmo nós, ainda não aprendemos a colocar em prática. Se os Anjos do Destino, responsáveis pela evolução da humanidade, estão em condições de avaliar as nossas necessidades e colocar cada um no ambiente onde possa encontrar as influências mais proveitosas ao seu progresso, devemos acreditar, também, que eles deram a cada nação a religião mais apropriada para o seu desenvolvimento.

Quando um ser humano é colocado num país cristão, essa religião possui o ideal pelo qual deverá lutar, mas tentar impô-la a outras pessoas que foram colocadas numa esfera diferente seria colocar o nosso julgamento acima do julgamento de Deus e de Seus ministros, os Anjos do Destino. Como já foi mencionado, os missionários cristãos causaram pouco prejuízo aos povos que visitaram, mas poderiam ter feito melhor se permanecessem em casa. Não precisamos afastar-nos de casa para encontrar o pagão que necessita dos ensinamentos bíblicos. O professor Wilbur L. Cross de Yale menciona, por exemplo, que numa classe de quarenta alunos, ninguém pode identificar Judas Iscariotes. Ele tinha um aluno judeu que jamais ouvira falar de Moisés e que, em resposta a uma pergunta relativa à natureza da viagem dos “Pilgrims” (colonos puritanos fundadores da colônia de Plymouth), a melhor resposta conseguida é que isso foi a base da história da Nova Inglaterra. Se os missionários tivessem entrado em contato com esses pagãos, talvez tivessem agido melhor.

Todavia, o maior prejuízo é quando o Oriente envia os seus missionários para cá a fim de converter-nos ao hinduísmo e religiões afins. Esses hindus, frequentemente, ensinam exercícios de respiração que podem levar-nos a loucura ou ao definhamento do corpo, porque os corpos ocidentais não são afeitos a tais práticas. É mais seguro permanecer na religião do nosso país, estudá-la e praticá-la, deixando as outras nações o privilégio de fazer o mesmo com relação as suas próprias religiões.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 118 – Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Se, segundo os Ensinamentos Rosacruzes, o Corpo de Jesus dispersou-se aos quatro ventos depois do sepultamento, como pôde Tomé tocar em Jesus após a morte? Pois Ele disse: “Apalpai-me e vede, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vós percebeis que eu tenho.” (Lc 24:39). Mais adiante, é dito que Ele comeu peixe e mel. Será possível a um Espírito, sem um Corpo Denso, comer, beber e ser tocado?

Resposta: Esta pergunta ocorre com muita frequência. Já foi respondida anteriormente, mas como tantas pessoas repetem-na sempre, será melhor elucidá-la novamente. Ao referirmo-nos a assuntos já respondidos, procuramos focalizá-los de um ângulo diferente mostrando novos aspectos e peculiaridade mesmo para os que já obtiveram uma resposta antes, o que acrescentará a todos algum benefício.

Nossas últimas investigações indicam que quando um ser humano espiritualiza os seus veículos, a constituição do Corpo Vital, composto de Éter, muda bastante do ponto de vista material. No ser humano comum, há sempre uma preponderância dos dois Éteres inferiores – o Éter Químico e Vida – que se relacionam com o desenvolvimento e a reprodução do corpo físico, e uma quantidade mínima dos Éteres Superiores – o Éter Luminoso e Refletor – que se relacionam com a percepção sensorial e as qualidades espirituais mais elevadas. Após a morte, o corpo do ser humano comum é sepultado e o Corpo Vital paira no ar a poucos metros acima do túmulo, desintegrando-se gradualmente. O Corpo Denso desintegra-se simultaneamente. No entanto, quando dizemos que ele se decompõe, o que realmente queremos explicar é que ele se torna muito mais vivo do que quando o ser humano o habitava, pois cada pequena molécula toma, agora, o encargo de uma vida separada e individual. Ela começa a associar-se com as suas vizinhas; a unidade de uma vida individual é substituída por uma comunidade de muitas vidas. Portanto, dizemos que esses cadáveres em decomposição estão vivos, cheios de vermes. Quanto mais denso e cristalizado for este veículo, maior será o tempo de desintegração, porque o Corpo Vital, pairando acima do túmulo, tem uma força magnética persistente que mantém as moléculas densas sob controle. Os dois Éteres superiores vibram a uma frequência muito mais rápida que os inferiores, e quando um indivíduo através de pensamentos espirituais, acumula em volta de si grande quantidade desse Éter, que então passa a compor o seu Corpo Vital, as vibrações do Corpo Denso tornam-se também mais intensas.

Consequentemente, quando esse indivíduo abandona o seu corpo na hora da morte, há muito pouco ou quase nada do Corpo Vital deixado atrás para manter os componentes do corpo físico sob controle. A desintegração é, portanto, muito rápida. Isto não podemos provar facilmente, pois há pouquíssimas pessoas suficientemente espiritualizadas para tornar a diferença perceptível, mas sabemos pela Bíblia sobre certos personagens que foram transladados. Também sabemos que o corpo de Moisés vibrava tanto que resplandecia, e que seu corpo nunca foi encontrado, etc.

Estes foram casos em que o corpo retornou rapidamente aos elementos, e quando o Corpo de Cristo foi colocado na sepultura, a sua desintegração ocorreu quase instantaneamente.

Não obstante, enquanto o arquétipo do Corpo Denso persistir, ele empenha-se em atrair para si matéria física que molda de acordo com a forma do Corpo Vital. Por esse motivo, é muito difícil para o Auxiliar Invisível que sai do seu corpo deixar de materializar-se. A partir do momento em que diminui sua vontade de conservar-se livre de todos os empecilhos físicos, matérias da atmosfera circundante aderem a ele tal como limalhas de ferro e são atraídas por um magneto, e ele torna-se tão visível e tangível quanto o desejar. Deste modo, ele é capaz de realizar um trabalho físico efetivo onde for necessário, mesmo que se encontre a milhares de milhas distante de seu corpo. Por outro lado, o que realmente causa a morte é o colapso do arquétipo do Corpo Denso. Portanto, os Espíritos que deixam esta vida terrena são incapazes de materializar-se, a menos que o façam através de um médium de onde extraem o Corpo Vital vivo com o qual se revestirão, atraindo assim substâncias físicas necessárias para torná-los visíveis aos assistentes. Há uma terceira classe, a dos Auxiliares Invisíveis Iniciados que saíram desta vida. Eles aprenderam a atrair ou repelir a matéria física através da sua vontade, como já foi mencionado, portanto, são capazes de materializar-se apesar de seu arquétipo já ter entrado em colapso.

O Cristo, naturalmente, liderava esta classe. Em consequência, era capaz de passar através de uma parede em Seu Corpo Vital, pois, da mesma forma que o Éter interpenetra cada molécula física, também o Corpo Vital, feito de Éter, pode passar através de obstáculos físicos. Uma vez dentro da sala com Seus Discípulos, Ele atraiu para Si, pelo poder da vontade, matéria física suficiente para revestir-Se em um Corpo Denso. Por essa razão, foi possível a Seus Discípulos tocá-Lo e apalpá-Lo, como é declarado nos Evangelhos. Quanto à ingestão de peixe e mel, há nisso um significado místico que será explicado mais tarde, quando tratarmos de Astrologia. Notemos que o peixe tem um lugar de destaque em todos os Evangelhos. Os Discípulos eram pescadores e efetuavam pescas milagrosas. Há várias parábolas a esse respeito, onde as pessoas eram alimentadas com o pão e peixe. A história de Jonas e da baleia, e tantas outras narrações semelhantes, tem um significado esotérico e astrológico que será apresentado nos artigos referentes ao assunto. Quanto à última parte da pergunta: “Será possível a um Espírito, sem um Corpo Vital, comer, beber e ser tocado?”

Nas regiões inferiores do Mundo do Desejo, que interpenetra a Região Etérica do Mundo Físico, há classes de Espíritos dos quais muito se fala na literatura espiritualista. Eles vivem em casas, comem e bebem. Eles têm, de fato, um modo de vida semelhante ao nosso, e continuam a viver, até certo ponto, como quando estavam entre nós no mundo visível. Também é possível para um Espírito materializado ou para um iniciado que se materialize, comer e beber, mas, nesse caso, é necessário dispor dos materiais introduzidos no corpo segundo um método diferente do processo comum de assimilação.

(Pergunta nº 105 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Podem provar por meio da Bíblia que o Ego nasce e renasce até estar apto a apresentar-se diante de Deus?

Pergunta: Podem provar por meio da Bíblia que o Ego nasce e renasce até estar apto a apresentar-se diante de Deus?

Resposta: Há algumas pessoas que acreditam que a Bíblia é totalmente exata, palavra por palavra, do começo ao fim. Além disso, se houver controvérsia, elas argumentam como se a Bíblia tivesse sido originalmente escrita em inglês e como se cada palavra significasse justamente o que expressa, e nada mais.

Na realidade, a Bíblia foi traduzida, transcrita, editada e reeditada tantas vezes que, naturalmente, houve interpolações. Algumas foram inseridas involuntariamente devido a algum lapso ocasional por parte do copista. Contudo, há casos em que as interpolações foram colocadas intencionalmente, a fim de apoiar uma determinada doutrina na qual o copista acreditava e que não estava claramente enunciada. As pessoas versadas nessa área reconhecem que, atualmente, apenas um esboço geral dos ensinamentos originais permanece conosco. Em todas as religiões, um aspecto exotérico sempre foi dado às multidões.

Essa continha os ensinamentos mais elementares, mas permitia-se um aprofundamento maior do assunto àqueles que se tornavam aptos no decorrer de suas vidas a entender os mistérios mais profundos. Podemos lembrar o conselho de Cristo aos Seus discípulos: “A Vós é concedido saber o mistério do Reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes diz por parábolas” (Mc 4;11), como uma indicação que há um procedimento semelhante na religião Cristã.

Entre esses mistérios estava a Doutrina do Renascimento, como percebemos que Ele deve tê-la ensinado através do seguinte diálogo. Ele perguntou-lhes: “Quem dizem os homens que Eu o filho do homem sou?” E eles responderam: “Uns dizem que és João, o Batista, outros que Elias, e outros que é Jeremias ou algum dos profetas” (Mt 16; 13-14). Todos esses personagens já haviam morrido e seus corpos e já deviam estar decompostos no túmulo.

Ainda assim, encontramos pessoas que creem ser Jesus um deles, renascido. Se o princípio do renascimento estivesse errado, teria sido Seu dever, como Mestre, esclarecer a Seus discípulos e, provavelmente, Ele diria: “Que tolice! Como posso Eu ser um deles? Eles já partiram há séculos”. No entanto, Ele pergunta: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” No caso de Elias, Ele ensinou esta doutrina abertamente, pois Ele disse aos Seus discípulos referindo-se a João Batista: “E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir”. (Mt 11; 14).

Não há ambiguidade, mas uma declaração clara e franca: “Este é Elias!” Esta declaração foi reiterada mais tarde quando deixavam o Monte da Transfiguração, pois, nessa ocasião, Cristo disse aos Seus discípulos: “Digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram” (Mt 17; 12). Eles perceberam, então, que Ele falava de João Batista.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. II – pergunta 104 – Max Heindel)

Idiomas