Pergunta: Se, segundo os Ensinamentos Rosacruzes, o Corpo de Jesus dispersou-se aos quatro ventos depois do sepultamento, como pôde Tomé tocar em Jesus após a morte? Pois Ele disse: “Apalpai-me e vede, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vós percebeis que eu tenho.” (Lc 24:39). Mais adiante, é dito que Ele comeu peixe e mel. Será possível a um Espírito, sem um Corpo Denso, comer, beber e ser tocado?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Se, segundo os Ensinamentos Rosacruzes, o Corpo de Jesus dispersou-se aos quatro ventos depois do sepultamento, como pôde Tomé tocar em Jesus após a morte? Pois Ele disse: “Apalpai-me e vede, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vós percebeis que eu tenho.” (Lc 24:39). Mais adiante, é dito que Ele comeu peixe e mel. Será possível a um Espírito, sem um Corpo Denso, comer, beber e ser tocado?

Resposta: Esta pergunta ocorre com muita frequência. Já foi respondida anteriormente, mas como tantas pessoas repetem-na sempre, será melhor elucidá-la novamente. Ao referirmo-nos a assuntos já respondidos, procuramos focalizá-los de um ângulo diferente mostrando novos aspectos e peculiaridade mesmo para os que já obtiveram uma resposta antes, o que acrescentará a todos algum benefício.

Nossas últimas investigações indicam que quando um ser humano espiritualiza os seus veículos, a constituição do Corpo Vital, composto de Éter, muda bastante do ponto de vista material. No ser humano comum, há sempre uma preponderância dos dois Éteres inferiores – o Éter Químico e Vida – que se relacionam com o desenvolvimento e a reprodução do corpo físico, e uma quantidade mínima dos Éteres Superiores – o Éter Luminoso e Refletor – que se relacionam com a percepção sensorial e as qualidades espirituais mais elevadas. Após a morte, o corpo do ser humano comum é sepultado e o Corpo Vital paira no ar a poucos metros acima do túmulo, desintegrando-se gradualmente. O Corpo Denso desintegra-se simultaneamente. No entanto, quando dizemos que ele se decompõe, o que realmente queremos explicar é que ele se torna muito mais vivo do que quando o ser humano o habitava, pois cada pequena molécula toma, agora, o encargo de uma vida separada e individual. Ela começa a associar-se com as suas vizinhas; a unidade de uma vida individual é substituída por uma comunidade de muitas vidas. Portanto, dizemos que esses cadáveres em decomposição estão vivos, cheios de vermes. Quanto mais denso e cristalizado for este veículo, maior será o tempo de desintegração, porque o Corpo Vital, pairando acima do túmulo, tem uma força magnética persistente que mantém as moléculas densas sob controle. Os dois Éteres superiores vibram a uma frequência muito mais rápida que os inferiores, e quando um indivíduo através de pensamentos espirituais, acumula em volta de si grande quantidade desse Éter, que então passa a compor o seu Corpo Vital, as vibrações do Corpo Denso tornam-se também mais intensas.

Consequentemente, quando esse indivíduo abandona o seu corpo na hora da morte, há muito pouco ou quase nada do Corpo Vital deixado atrás para manter os componentes do corpo físico sob controle. A desintegração é, portanto, muito rápida. Isto não podemos provar facilmente, pois há pouquíssimas pessoas suficientemente espiritualizadas para tornar a diferença perceptível, mas sabemos pela Bíblia sobre certos personagens que foram transladados. Também sabemos que o corpo de Moisés vibrava tanto que resplandecia, e que seu corpo nunca foi encontrado, etc.

Estes foram casos em que o corpo retornou rapidamente aos elementos, e quando o Corpo de Cristo foi colocado na sepultura, a sua desintegração ocorreu quase instantaneamente.

Não obstante, enquanto o arquétipo do Corpo Denso persistir, ele empenha-se em atrair para si matéria física que molda de acordo com a forma do Corpo Vital. Por esse motivo, é muito difícil para o Auxiliar Invisível que sai do seu corpo deixar de materializar-se. A partir do momento em que diminui sua vontade de conservar-se livre de todos os empecilhos físicos, matérias da atmosfera circundante aderem a ele tal como limalhas de ferro e são atraídas por um magneto, e ele torna-se tão visível e tangível quanto o desejar. Deste modo, ele é capaz de realizar um trabalho físico efetivo onde for necessário, mesmo que se encontre a milhares de milhas distante de seu corpo. Por outro lado, o que realmente causa a morte é o colapso do arquétipo do Corpo Denso. Portanto, os Espíritos que deixam esta vida terrena são incapazes de materializar-se, a menos que o façam através de um médium de onde extraem o Corpo Vital vivo com o qual se revestirão, atraindo assim substâncias físicas necessárias para torná-los visíveis aos assistentes. Há uma terceira classe, a dos Auxiliares Invisíveis Iniciados que saíram desta vida. Eles aprenderam a atrair ou repelir a matéria física através da sua vontade, como já foi mencionado, portanto, são capazes de materializar-se apesar de seu arquétipo já ter entrado em colapso.

O Cristo, naturalmente, liderava esta classe. Em consequência, era capaz de passar através de uma parede em Seu Corpo Vital, pois, da mesma forma que o Éter interpenetra cada molécula física, também o Corpo Vital, feito de Éter, pode passar através de obstáculos físicos. Uma vez dentro da sala com Seus Discípulos, Ele atraiu para Si, pelo poder da vontade, matéria física suficiente para revestir-Se em um Corpo Denso. Por essa razão, foi possível a Seus Discípulos tocá-Lo e apalpá-Lo, como é declarado nos Evangelhos. Quanto à ingestão de peixe e mel, há nisso um significado místico que será explicado mais tarde, quando tratarmos de Astrologia. Notemos que o peixe tem um lugar de destaque em todos os Evangelhos. Os Discípulos eram pescadores e efetuavam pescas milagrosas. Há várias parábolas a esse respeito, onde as pessoas eram alimentadas com o pão e peixe. A história de Jonas e da baleia, e tantas outras narrações semelhantes, tem um significado esotérico e astrológico que será apresentado nos artigos referentes ao assunto. Quanto à última parte da pergunta: “Será possível a um Espírito, sem um Corpo Vital, comer, beber e ser tocado?”

Nas regiões inferiores do Mundo do Desejo, que interpenetra a Região Etérica do Mundo Físico, há classes de Espíritos dos quais muito se fala na literatura espiritualista. Eles vivem em casas, comem e bebem. Eles têm, de fato, um modo de vida semelhante ao nosso, e continuam a viver, até certo ponto, como quando estavam entre nós no mundo visível. Também é possível para um Espírito materializado ou para um iniciado que se materialize, comer e beber, mas, nesse caso, é necessário dispor dos materiais introduzidos no corpo segundo um método diferente do processo comum de assimilação.

(Pergunta nº 105 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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