Arquivo de categoria Filosofia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Desde que comecei a estudar os Ensinamentos Rosacruzes e estou tentando viver uma vida melhor, parece que os problemas e as dificuldades desabaram sobre mim de uma maneira que nunca experimentei antes, e parece que aqueles que estão mais próximos de mim, por parentesco, são os que particularmente me põem à prova. Às vezes, sinto que estou crescendo espiritualmente, outras vezes parece que a vida é um fracasso. Qual é a situação real, e qual é a razão dessas provações?

Resposta: Quando um navio está navegando rio abaixo, a favor da correnteza, os motores operam sem esforço aparente, e o navio avança rapidamente. Da mesma maneira, quando um automóvel desce uma ladeira, o motor é capaz de carregar peso sem esforço e ele progride sem problemas. Mas, quando um navio deve navegar rio acima, contra a correnteza, ou quando um automóvel deve subir uma ladeira, isso requer um gasto considerável de esforço, e o progresso não é tão rápido. Há obstáculos a serem superados. Cada pedrinha no solo é sentida, etc.

Da mesma forma ocorre com o Espírito. Enquanto nos deixamos levar pela correnteza da vida e vamos a favor da maré da humanidade, tudo parecerá correr suavemente e não há obstáculos e nem problemas. No entanto, no momento em que deixamos a correnteza e nos esforçamos para seguir o caminho em direção à vida superior, nós enfrentamos o desacordo do curso geral da humanidade e, claro, aqueles que estão mais próximos de nós serão os que, naturalmente, provocarão maior atrito conosco. Assim, esses parecem ser a oposição, e retardar o nosso progresso em todas as ocasiões possíveis. Eles parecem se esforçar ao máximo para obstruir o nosso caminho, e nós sentimos isso mais intensamente, porque pensamos que aqueles que estão mais próximos, mais no dia a dia e mais queridos devem ser os primeiros a apreciar os nossos esforços, e nos apoiar nisso. No entanto, não é assim. Não devemos esperar isso deles. Eles estão seguindo a correnteza, indo a favor da maré. Nós estamos indo contra ela, e o atrito é tão absolutamente necessário quanto o atrito da água contra o navio que está navegando rio acima, contra a correnteza.

Ao caminhar à beira-mar, em uma praia com pedregulhos, você pode notar que os pedregulhos se tornaram arredondados e lisos, sim até mesmo polidos, graças ao atrito constante contra as outras pedras. Durante eras e eras, todas os cantos ásperos foram desgastados, e eles têm aquela superfície que é tão peculiar aos pedregulhos ao longo da praia. Podemos comparar esses pedregulhos à humanidade em geral. Pelo atrito um contra o outro por eras e eras, os cantos mais pontiagudos irão se desgastando e, finalmente, nos tornaremos arredondados, lisos, polidos e tão belos quanto o são os pedregulhos daquela praia. Mas, considere um diamante bruto: não podemos conseguir aquele polimento pelo processo lento comum, a exemplo dos pedregulhos da praia. O lapidário se encarrega dele, esmerilha-o e há um ruído estridente sempre que a pedra é tocada pelo esmeril.

No entanto, toda vez que um grito estridente alto como que expressando uma dor é emitido, há um pedaço áspero da superfície desgastado e, em seu lugar, aparece uma superfície polida brilhante. Ocorre o mesmo com o Ego que aspira a algo mais elevado. Deus é o lapidário que dá polimento à pedra, e não é nada agradável quando a parte áspera está sendo tirada de nós, quando somos pressionados contra o esmeril da angústia e tristeza mais profundas, bem como da miséria causada por grande infortúnio. Entretanto, de tudo isso sairemos cintilantes e brilhantes como diamantes. Portanto, não deixe seu coração ser perturbado, pois as angústias e tristezas profundas, bem como as tribulações que se apresentam e bloqueiam seu caminho são apenas o esmerilhamento da pedra pelo lapidário. Você pode ter certeza de que, qualquer que seja a sensação atual, o resultado será bom, pois Deus é AMOR. Embora Ele aplique as medidas mais severas no presente momento, no futuro isso o deixará polido e resplandecente.  

(Pergunta 143 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Por que a Sabedoria deve ser oculta e como acessá-la?

Aprendemos com São Paulo na sua Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo 2 e versículos de 7 a 10 que: Ensinamos a sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que Deus, antes dos séculos, de antemão destinou para a nossa glória. Nenhum dos príncipes deste mundo a conheceu, pois, se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da Glória. Mas, como está escrito, o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam. A nós, porém, Deus o revelou pelo Espírito. Pois o Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus.“.

O fato da “Sabedoria de Deus” se tornar oculta e ser um “mistério” para a humanidade é devido ao evento conhecido como “A Queda do Homem”. Em determinado ponto de sua longa jornada evolutiva setenária, para passar da “consciência coletiva” para uma “consciência própria”, nós nos desviamos do plano divino original que nos fora reservado. Com isso nós nos cristalizamos tanto que perdemos o contato consciente com os Mundos e seres, agora invisíveis para nós. Ao mesmo tempo e do mesmo modo, perdemos a consciência das verdades espirituais relacionadas com a nossa origem e peregrinação na matéria. Anteriormente, em determinado tempo da Época Lemúrica, a nossa consciência estava focalizada nos Reinos espirituais. Nós éramos inconscientes do processo físico de propagação, do nascimento e da morte do Corpo Denso. Quando nossos “olhos se abriram”, a nossa consciência foi projetada para o exterior, em relação com os fatos dessa Região Química do Mundo Físico. As condições, então, se alteraram. Gradualmente, depois disso, nossa consciência interna, relacionada com os Mundos superiores, e os seres a eles pertencentes, foi desaparecendo.

Entretanto, o nadir da materialidade foi finalmente ultrapassado já na segunda metade da Época Atlante (lembrando: estamos na Época Ária); Cristo, o mais poderoso dos Arcanjos, veio ao mundo, foi crucificado e se tornou o Espírito Interno de nosso Planeta (o Espírito Planetário). Do centro da Terra Ele irradia seu poderoso amor, nos ajudando a atingir a perfeição do nosso Corpo Denso de modo que esse possa se fundir ao Corpo Vital (esse processo é chamado de eterificação do Corpo), expandir nossas faculdades espirituais e, assim, reaver nossa herança perdida. Desse modo a “sabedoria oculta” nos será revelada e penetraremos a essência, intuitivamente, das coisas que “Deus preparou para aqueles que O amam“.

A Filosofia Rosacruz descreve o processo intuitivo da seguinte maneira: “À medida que o sangue passa pelo coração, ciclo após ciclo, hora após hora, durante uma vida inteira, imprime as imagens que ele transporta, no Átomo-semente do Corpo Denso (situado no ápice do ventrículo esquerdo do coração), realizando um registro perfeito da vida. E isso sempre está em contato com o Espírito de Vida, o Espírito do Amor e da União”.

“Portanto, o coração é o lar do amor altruísta”. “Na proporção em que essas imagens passam internamente para o Mundo do Espírito de Vida, onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza, para que se tornem conscientes, poderemos invocar tais imagens de experiências passadas, não pelo processo comum e lento dos sentidos, mas diretamente, por meio do quarto Éter, o Éter Refletor, contido no ar que respiramos”.

“No Mundo do Espírito de Vida, o nosso veículo Espírito de Vida vê muito mais claramente do que nos Mundos mais densos”. “Lá, (que é aqui também, porque os Mundos superiores interpenetram os inferiores) o Espírito de Vida, segundo aspecto de nossa Trindade interna (que é Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano), está em contato com a Sabedoria Divina e em qualquer situação sabe, imediatamente, o que fazer, transmitindo a mensagem da apropriada ação, diretamente ao coração que, por sua vez, a retransmite rapidamente ao cérebro, por intermédio do nervo pneumogástrico ou nervo vago. Assim é que surgem as “primeiras impressões” – o impulso intuitivo que sempre é bom, porque vem diretamente da fonte de Amor e Sabedoria Cósmica”.

Esse processo é instantâneo e tão rápido que o coração, mais sensível e havendo-o recebido de primeira mão, tem seu controle antes que a lenta razão tenha tido tempo para orientar-se. Este primeiro impulso, se realmente intuitivo, é verdadeiro. Segui-lo é um caminho de felicidade para nós. Mas, para a maioria de nós, pouco alerta, a Mente, o raciocínio, muitas vezes condena e sacrifica este primeiro impulso. Realmente “pensamos no que temos em nosso coração” e isso é sempre verdadeiro. Mas o “racionalista” que se apoia apenas em sua capacidade de análise, muitas vezes julga, em seu interior, que a verdade não é verdade!

Felizes dos que podem atingir este estado e unir a Mente ao Coração!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – março/1966 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Ser Humano é um portador da Luz Divina

O Ritual do Serviço Devocional do Templo da Fraternidade Rosacruz ressalta, em um de seus mais belos parágrafos, que “Deus é Luz“. Na impossibilidade de definir o indefinível, São João Evangelista procurou dar uma ideia, a mais aproximada possível, da natureza da Divindade. O termo “LUZ”, em sua acepção mais elevada, foi usado pelo “Discípulo amado” para corporificar uma imagem de algo transcendente.

Lemos no Antigo Testamento que fomos “criados à imagem e semelhança de Deus“. Isso deixa transparecer, em termos esotéricos, nossa identidade com o Pai Celestial, do qual herdamos um manancial infinito de potencialidades. Por enquanto, são apenas poderes latentes, aguardando as várias etapas da evolução para manifestarem-se em todo seu esplendor.

Para o ser humano comum tudo isso não passa de fantasia, de loucos devaneios. Ledo engano. A humanidade, em sua maioria, ainda se encontra muito impermeável aos raios da verdade.

Cristo, Espírito incomensuravelmente mais avançado que qualquer ser humano, expressou essa grande possibilidade nestas palavras: “Vós fareis o que eu faço e coisas maiores ainda“.

Em termos potenciais, nossa relação com Deus pode ser entendida mediante a comparação da árvore com a semente. Essa contém todas as possibilidades de desenvolvimento da árvore. Contém, germinalmente, em si mesma, a árvore. Porém, ainda não é uma árvore. Para chegar a esse ponto requer certos cuidados e um trabalho especial.

Com o ser humano ocorre algo análogo. Ele é possuidor de todas as faculdades de seu Divino Pai, mas em estado latente. Para chegar à estatura divina, só mediante os cuidados e o trabalho especial promovido pelas Grandes Hierarquias Criadoras. Um sábio esquema evolutivo fornece todos os meios para que o ser humano desenvolva, com segurança, todos os seus poderes. Pelo menos no que diz respeito ao ser humano, “Involução, Evolução e Epigênese”, constituem a tríade responsável pelo progresso.

Vemos, portanto, que se “Deus é Luz“, essa luz brilha também dentro de nós. E se projeta para fora à medida que estamos conscientes da sua presença, agindo e vivendo como seres autenticamente divinos. A paz e pureza irradiadas por um ser humano, seu amor à verdade, seus atos de bondade e compaixão, seus sentimentos de ternura, tudo é manifestação dessa luz divina.

Alguém nos comparou a diamantes brutos, carentes de lapidação para poder brilhar. Quando a crosta opõe resistência à ação de Deus – o Grande Lapidador – necessário se toma o emprego do esmeril. É quando a pedra geme, fazendo desprender a matéria grosseira que a envolvia em trevas. Observamos aí uma alegoria ao sofrimento. O ser humano não deve resistir à luz divina, ansiosa por perpassá-lo, sob pena de transgredir urna lei natural e colher o resultado em forma de dissabores.

Devemos ser como um transparente cristal permitindo à divina luz irradiar seu fulgurante brilho.

Para lograrmos ser esse foco luminoso, é indispensável alimentarmos somente pensamentos e sentimentos positivos, traduzindo-os em atos realmente edificantes.

Pelos seus frutos os conhecereis“. A vida de uma pessoa é o indicador da medida em que a luz divina dela é irradiada. A consciência de nossa identidade com Deus faz crescer nossa responsabilidade diante dos problemas dos nossos semelhantes e do mundo em que vivemos. Não há como fugir dessa realidade.

Temos uma missão a cumprir, missão essa consubstanciada naquelas expressivas palavras de Cristo: “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo“.

Irradiemos, portanto, essa luz superior!

(por Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de julho/1979-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Sonho de Rosas

Aquela Sonhadora que tem Mercúrio e Vênus em Aquário sonhou, e em seu sonho viu, estendendo-se por todos os lados até o horizonte, um vasto deserto, inteiramente coberto de pedras; pedras que não eram raras nem preciosas, nem mesmo pitorescas, mas disformes, feias, incrustadas de terra e poeira — uma visão cansativa. E a voz que fala sem palavras disse a ela: “Essas pedras são as almas do mundo”. Então, a Sonhadora voltou seus olhos para o céu e viu mais beleza do que o mundo das almas das pessoas sonhava, pois na abóbada azul surgiu uma grande cruz, branca e luminosa, e suas extremidades pareciam desabrochar em flores.

Do seu centro irradiavam-se cinco correntes de raios dourados e, pendendo sobre a cruz, parecia haver uma coroa de flores. Mas, a Sonhadora mal prestou atenção a isso, absorta na maravilha da estrela de cinco pontas, porque seus raios eram mais dourados do que o ouro mais fino e cada um, embora em número incontável, era claro e individual como um cabelo brilhante. Dos dois fluxos estelares inferiores os raios caíam nas pedras e ela viu que um raio ia para cada pedra. E eis que não eram mais pedras: cada uma delas havia se tornado uma rosa. E a voz que fala sem palavras disse: “Veja como cheiram estas rosas”. E a Sonhadora riu ao pensar que o perfume pudesse ser visto.

O mundo estava agora completamente coberto de rosas, e ela viu como cada rosa (que fora uma pedra), em resposta aos raios da estrela, enviou um raio de resposta, mas não um puro brilho dourado como aqueles lançados pela estrela; no entanto, belos raios cheios de cor e matiz, extrema e infinitamente variados. Pois cada rosa enviava seu próprio raio responsivo e não havia duas iguais, já que todas as cores da Terra dos Sonhos estavam lá, incomparáveis em beleza e variedade, muito além de qualquer uma vista por aqueles que pensam que estão acordados!

Os raios das rosas refletiam em sua fonte e caíam na coroa de rosas que estava pendurada na cruz. Assim, como os raios da Cruz haviam transformado as pedras em rosas, agora os raios das rosas operavam uma transformação maravilhosa, pois ao tocá-las a Sonhadora não viu uma coroa de rosas, mas um halo formado de seres celestiais como fogo brilhante que rodopiava e girava como roda, tão brilhantemente luminoso que com grande alegria a Sonhadora acordou.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de novembro de 1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que os Clarividentes voluntários treinados não se oferecem para prestar ajuda em alguns experimentos simples, porém, conclusivos, conduzidos por cientistas que convenceriam a todos da veracidade das faculdades que transcendem os sentidos físicos comuns?

Resposta: Em primeiro lugar, os Clarividentes voluntários treinados não têm o mínimo interesse pessoal de querer saber se as pessoas acreditam ou não; embora possa fazer muita diferença para as próprias pessoas se elas acreditassem, para o Clarividente voluntário treinado não faz nenhuma diferença. Ele nunca busca nenhum tipo de valor financeiro ou qualquer outra consideração que o mundo possa lhe oferecer, caso seja convencido; ele não deseja o poder mundano; nunca ostenta ou se gaba da faculdade dele, mas sempre fala dela com extrema modéstia, quando se faz necessário. Se ele executa ações que são meritórias, talvez, para ajudar seus semelhantes, ele não se importa em ter esses fatos conhecidos. Ele, geralmente, não deixa a “sua mão esquerda saber o que sua a mão direita faz”.

Uma pessoa cega não vê as cores e a luz, embora elas estejam em toda parte ao seu redor, e se ela viesse até nós e nos pedisse para nos submetermos a testes que provariam, sem sombra de dúvida, que percebemos a luz e a cor, deveríamos nos perguntar, que testes poderiam convencê-lo desses fatos. Da mesma forma, o Clarividente voluntário treinado se pergunta quais testes convenceriam a todos. Ainda não foi concebido nenhum teste que fosse capaz de suprir alguma outra explicação nas Mentes de algumas pessoas, e o infeliz Clarividente que se presta a tais testes teria que continuar indefinidamente e, ainda assim, gerações de céticos o denunciariam como uma fraude. Ele seria obrigado a se submeter aos testes de cada um dos cientistas, e esses não acreditariam nem mesmo em seus próprios olhos. Se a razão deles concluísse que uma coisa é impossível, eles se recusariam a acreditar, apesar das evidências. Os cientistas são obrigados a se contentar em fazer seus testes sob as Leis da Natureza, ao conduzir suas pesquisas nas áreas de química, etc., das quais eles sabem alguma coisa, contudo, se arrogam o direito de estabelecer condições ao testar assuntos suprafísicos, dos quais eles são confessadamente ignorantes. Quando os médiuns exigem uma sala escura para seus experimentos, os cientistas costumam dizer: “Ah, sim, isso logo mostra que eles são fraudes; eles querem uma sala escura para que possam fazer seus truques sem serem detectados”. Os médiuns, geralmente, não sabem por que a sala deve ser escura e, portanto, não podem explicar, mas há uma lei que está subjacente à demanda do médium.

O motivo é o seguinte: os raios de luz colocam o Éter em vibração de uma hora para outra e, assim, isso dificulta que as entidades comunicantes trabalhem com ele nessa condição, para moldá-lo em um corpo, em um órgão vocal, em uma mão ou em outra manifestação material. Quanto mais escura for a sala, menor a vibração do Éter e, portanto, mais fácil é, para essas entidades, usá-lo conforme necessário para os fenômenos espirituais.

Há numerosas outras leis que afetam os fenômenos suprafísicos, das quais a ciência não tem concepção, e essa ignorância desqualifica, imediatamente, os cientistas para prescrever condições. No entanto, o caminho está sempre aberto a todos que queiram conhecer diretamente, sem anteparos. Eles nos dizem: adquiram um certo número de lentes, posicionem-nas dentro de um tubo e depois apontem o tubo com suas lentes em uma certa direção no céu e vocês verão as oito Luas girando em torno de Saturno. Se cumprimos as suas instruções, constataremos tudo o que nos foi dito. Se recusarmos a providenciar o instrumento necessário, não poderemos ver as Luas de Saturno. Dizemos a eles: vivam a vida e façam os Exercícios Esotéricos Rosacruzes, para que vocês possam desenvolver dentro de si mesmos essa faculdade da qual falamos. Assim, vocês verão que falamos a verdade, e serão compelidos a reafirmar as coisas que defendemos. Se eles não estiverem dispostos a seguir as nossas instruções, eles podem permanecer não convencidos da existência dos reinos suprafísicos, da mesma forma que uma pessoa que não procura um telescópio pode duvidar da existência das Luas de Saturno, por mais que os Clarividentes voluntários treinados interessem-se por tudo isso.

(Pergunta 132 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Atitude Mental: Admitir como possíveis todas as coisas

Uma das atitudes mentais insistentemente recomendadas pela Filosofia Rosacruz é a de “admitir como possíveis todas as coisas”. Negar precipitadamente qualquer coisa sem examinar os ângulos, é imaturidade ou fanatismo. A adaptabilidade é um dos fatores mais expressivos da evolução. Contrariamente, o do Ego, ou seja, para nós, a qualquer forma de verdade estabelecida é limitador. Convém estarmos alertas com os condicionamentos mentais. Se, por um lado, o “Corpo Vital é o veículo conducente a Iniciação, por meio da repetição de novos e melhores hábitos”, por outro lado pode nos encarcerar na conservação de hábitos antigos e, desse modo, nos retardar a evolução. É importante notar que essa tendência de se ater as verdades convencionais é mais forte nos mais intelectualmente desenvolvidos. O intelecto é orgulhoso e tende a se conservar, lutando contra as novas ideias. Por isso disse Max Heindel que um dos últimos tropeços iniciáticos é o de Judas Iscariotes que simboliza a “Mente concreta”. De fato essa resistência às inovações é mais notável nos proeminentes cientistas que nos leigos. Simon Newcomb, eminente cientista norte-americano declarou, no começo deste século, que era impossível a qualquer máquina voar através de grandes distâncias. Longe dos primeiros voos dos irmãos Wright causarem sensação, provocaram reações de muitos redatores de jornais, que consideraram o relato das testemunhas como “impossível”. Não publicaram uma linha sequer. Passaram-se muitos anos antes que o povo compreendesse que os irmãos Orville e Wilbur tinham começado a conquista espacial prevista para a Era de Aquário, naquela manhã de dezembro de 1903. Levou muitos anos para que eles descobrissem mercado para sua máquina voadora. Numa carta aos inventores, em 1907, o Primeiro Lorde do Almirantado escreveu o seguinte: “O conselho do Almirantado é de opinião que vossa máquina voadora não é de utilidade prática para a Marinha”.

Alexandre Graham Bell não foi mais feliz. Um artigo de fundo de um jornal dos Estados Unidos assim considerou sua invenção: “um homem de uns 46 anos foi preso em Nova Iorque por tentar extorquir dinheiro de pessoas ignorantes e supersticiosas, exibindo um aparelho que, dizia transmitir a voz humana a qualquer distância, através de fios metálicos. Ele chama o instrumento de telefone, naturalmente pretendendo imitar a palavra telégrafo e, com isto, conquistar a confiança daqueles que sabem do êxito que tem esse último aparelho. As pessoas bem-informadas sabem que é impossível transmitir a voz pelo fio e que, se isso fosse possível o aparelho não teria valor prático algum” (vide a obra de A.M. Low – “What’s the World Coming to?”). Tomemos, da mesma obra as palavras do professor Erasmus Wilson, em 1878: “Com relação à luz elétrica, muito se tem dito a favor e contra ela; mas creio que posso dizer, sem receio de contestação, que ao encerrar a exposição, em Paris, a luz elétrica deixará de existir e pouca coisa se ouvirá falar dela”.

Seria preciso dizer que Semmelweis foi expulso de Viena por cientistas que escarneciam de sua teoria sobre bactérias mesmo depois de suas ideias haverem salvado centenas de vidas? O valor de seu trabalho somente foi reconhecido 25 anos depois de sua morte. Quando a luneta de Galileu revelou as luas de Júpiter, seus companheiros astronômicos se recusaram a olhar pela luneta, porque eram de opinião que tais corpos não existiam e que a luneta devia ser, portanto, um embuste. Por que, então iriam olhar através dela?

Se os leitores querem a maior, reproduzo a opinião de um crítico literário acerca de uma obra: “Não a li e não gostei”.

Infelizmente, os tempos passam, a história protesta, os fatos gritam, mas os materialistas continuam assim, vencidos pelo convencionalismo, como Sigmund. Felizmente, ninguém pode deter a evolução. À medida que as necessidades internas e sociais exigem mudanças, elas vêm. Os Anjos do Destino e os Irmãos Maiores da humanidade, que vigiam e asseguram os destinos evolutivos, respeitando, no possível, o livre arbítrio individual suscitam as inovações necessárias. Demolem-se as velhas instituições e edificam-se novas sobre as suas cinzas segundo o mito de Fênix.

Deus opera continuamente para nosso bem. Quando a humanidade se preocupava com o número reduzido dos cavalos, que não daria para o transporte dos antigos troles, surgiu o petróleo, o automóvel, as estradas asfaltadas, e os cavalos foram pastar sossegadamente nos campos. Como dizem os Evangelhos: “olhai os lírios dos campos e os passarinhos do céu. Se Deus vela pela erva que hoje é e amanhã fenece; se olha pelos pássaros que não tecem nem guardam alimento, quanto mais a vós, homens de pouca fé! Sede, pois, como as crianças para entrardes no reino dos céus” (Lc 12:27-31).

(Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de abril/1972-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Por que Morremos? Como Podemos Alcançar a Vida Eterna?

Como Chispas Divinas criadas por Deus, devemos percorrer o caminho de desenvolvimento que parte da impotência até a onipotência. Este caminho iniciou no Período de Saturno quando, pelo emprego da inerente força criadora que possuímos, começamos a construção e integração de nossos corpos. Isso ocorreu sob a orientação das Hierarquias Divinas ou Hierarquias Criadoras (veja mais informações no artigo “Arco Descendente: de onde viemos?” disponível no endereço eletrônico: https://www.fraternidaderosacruz.com/estudos-de-filosofia/arco-descendente-da-evolucao-de-onde-viemos).

O mecanismo da nossa evolução humana, que nos permitirá nos tornarmos um Deus, funciona do seguinte modo:

(1) todo o trabalho que realizamos com nosso Corpo Denso se converte em uma experiência (quintessência) ou Poder Anímico, que conhecemos como Alma Consciente e que deverá se amalgamar ao Espírito Divino ou a primeira faceta, ou o primeiro aspecto, do Ego;

(2) todo o trabalho que realizamos com o Corpo Vital se converte em uma experiência (quintessência) que conhecemos como Alma Intelectual. Essa se amalgamará ao Espírito de Vida ou segunda faceta, ou segundo aspecto, do Ego, e finalmente;

(3) todo o trabalho realizado com o Corpo de Desejos se converte em Alma Emocional que se amalgamará ao Espírito Humano ou segunda faceta, ou terceiro aspecto, do Ego.

O germe da Mente foi nos fornecido mais tarde e o trabalho feito com ela não será amalgamado de modo específico a algum aspecto de nós, o Ego humano, mas como um todo, afinal, sua função é servir como um elo ou meio pelo qual nós podemos transmitir nossos comandos para todos os nossos três Corpos. Façamos a importante observação de que o objetivo da evolução não é desenvolver corpos, mas experiências que promovem poder de expressão a nós, o Ego. O aperfeiçoamento dos Corpos é uma mera consequência da necessidade de novas experiências mais profundas que geram Alma ou Poder Anímico para nós, o Ego. Essa noção pode nos auxiliar na percepção da nossa real natureza, considerando o forte apego que possuímos para com o nosso Corpo Denso que naturalmente morrerá, pois chegamos ao ponto de confundir nossa identidade com o próprio Corpo Denso. Conclui-se, então, que a vida deve se resumir na busca por experiências que se convertem em Poderes Anímicos para nós, o Ego. O resto é pura ilusão.

No entanto, alguém pode se perguntar: este plano parece não justiçar as condições de misérias físicas que muitos de nós vivemos atualmente. Por que temos doenças, por que sofremos e por que morremos? Vamos tentar responder essas questões:

A doença, o sofrimento e a morte deram origem exatamente quando decidimos tomar as rédeas da nossa própria evolução, no episódio conhecido como a “Queda do Homem”. Antes da Queda, estávamos vivendo no Jardim do Éden, que é a Região Etérica do Mundo Físico. Lá, funcionávamos em um Corpo Vital que não morria bem diferente do Corpo Denso. Nessa época, éramos ingênuos e não possuíamos qualquer percepção do Mundo Físico e do Corpo Denso. Contávamos com a ajuda de Hierarquias Criadoras que neutralizavam nossos Corpos de Desejos e nos colocavam em condições difíceis de gerar dor. Mas essa dor não possuía a mesma natureza da dor que conhecemos atualmente, provocada pela desarmonia da Lei de Causa e Efeito. Aquela dor era positiva e estimulante, e tinha o objetivo de despertar a vontade, quando lá renascíamos como homens, e a imaginação, quando lá renascíamos como mulher. Ambos os métodos objetivavam fazer o despertar da consciência material (veja mais detalhes no Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos, Capítulo XII – Época Lemúrica). Mas tal processo era demasiadamente lento.

Nós poderíamos adiantar este processo se desejássemos, bastava respondermos ao incentivo dado pelos Espíritos Lucíferos (“serpente”) que sugeriu a Eva que comesse da fruta do conhecimento e disse: “Certamente não morrereis” (Gn 3:4) se comerdes do fruto da árvore proibida. “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos (para o Mundo Físico), e sereis como Deus (Objetivo da Evolução), sabendo o bem e o mal” (Gn 3:5). “Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus (virão seus Corpos Densos). No suor do teu rosto comerás o teu pão (isto é, deverão seguir independentes e produzir poder anímico por conta), até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3:19).

A decisão de tomar as rédeas da evolução significou abrir mão de toda ajuda divina, inclusive à ajuda que neutralizava nossos Corpos de Desejos e que evitava que tivéssemos desejos desenfreados. Perdemos a instrução de procriar apenas nas épocas propícias e o ensino dado pelas Hierarquias Criadoras, que tinham por objetivo nos ajudar a focarmos a consciência no Mundo Físico. “Adão conheceu Eva”, em verdade, começamos a estabelecer relacionamentos sexuais de modo independente e demasiadamente, conhecendo o sexo oposto. Deste contato físico, fomos percebendo que muitas outras coisas físicas também ocorriam além da percepção do outro corpo pelo qual nos relacionávamos (foram abertos os olhos de ambos). Assim, adiantamos todo o processo.

O problema é que a força gasta com o sexo é exatamente a mesma força que nos faz desenvolver ações efetivas para produzir o nosso alimento (Almas ou poder anímico). Tínhamos três problemas:

(1) um Corpo de Desejos desneutralizado e com materiais das regiões inferiores;

(2) pouca força de vontade ou poder anímico desenvolvido;

(3) uma Mente totalmente nova (que foi nos dada no Período Terrestre), que pouco conseguia refrear os impulsos do Corpo de Desejos.

Deste modo, a natureza corpórea (ou Personalidade) ganhou a cena e fez com que “sua vontade desenfreada” ficasse mais proeminente do que a nossa vontade pouco desenvolvida (nós, Ego): “Todo o bem que quero fazer não faço, e todo mal que não quero fazer, esse sim, faço” (Rm 7:15). Apesar da condição corajosa de assumirmos as rédeas da evolução, estávamos sem qualquer preparo para tal, e a forte tendência de gastarmos indiscriminadamente a força criadora nos fez gerar desequilíbrios importantes na natureza. As consequências sempre geraram dor, e pela dor fomos, gradativamente, perdendo nossa percepção espiritual e ganhando consciência na Região Química do Mundo Físico, onde a separatividade e o egoísmo reinam. Conhecemos a fome, o frio e a morte (fatores desta Região). Mas não apenas os fatores inerentes desta região de morte, mas também os desequilíbrios gerados fizeram com que houvesse doenças e corpos de morte. A perda da percepção etérica (do jardim do Éden) nos fez acreditar que somos apenas um Corpo Denso e não há vida após a morte.

Depois de focar totalmente nossa consciência aqui, conquistamos a Região Química do Mundo Físico (ainda na Época Atlante). Deveríamos, portanto, abandoná-la e partir de volta ao Jardim do Éden (agora conhecida como Nova Jerusalém) com toda a experiência produzida ali. Infelizmente, muitos de nós, ainda permanecem com o resquício enraizado e direcionam todos seus esforços para gratificar suas paixões sensualistas. Se não forem direcionados ao sexo, são direcionados aos negócios do mundo ou para o ser no mundo (como carreiras, cargos ou posição social). Chegamos ao ponto de necessitarmos de doenças e enfermidades para que haja o despertar de nossa consciência de volta a vida (para as coisas espirituais). Insistimos em agir como se não tivéssemos conquistado as experiências deste mundo. Por isso, continuamos a morrer, sofrer e “a comer o pão com nosso suor”.

Se aspiramos em ser arautos da Nova Jerusalém, nós, como aspirantes a vida superior, devemos compreender que nossos esforços criadores devem, agora, ser direcionados para um “corpo de vida”, onde não há morte, fome e sofrimento. O modo pelo qual podemos deixar a Região Química do Mundo Físico, interromper a morte e iniciar o processo de vida eterna se dá pelo caminho que permite tecermos o Dourado Manto Nupcial ou Corpo-Alma. Este é o “corpo de vida” que não conhece a morte. Este caminho foi ensinado por ninguém menos que Cristo Jesus, em seus três anos de Ministério na Terra, na Sua primeira vinda.

Devemos compreender que o maior mandamento Cristão consiste em “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei.” (Jo 15:12-17); que devemos deixar os resquícios de separatividade do passado e buscar o amor universal, afinal “Quem é minha mãe e meus irmãos? E, olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos” (Mc 3:33-34); compreende que o foco atual não é conquistar coisas da Terra, pois: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem (afinal, está região é a região da morte e tudo é passageiro), e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração (foco de sua consciência e propósito de vida)”. (Mt 6:19-21).

Qualquer pessoa sabe que não mais devemos fazer uso de bebidas alcoólicas que nos faz focar, ainda mais, a consciência no Mundo Físico, e isto é ensinado aqui: “Pois vos digo que desde agora não beberei o fruto da videira até que venha o Reino de Deus” (Lc 22:16), aqui: “Mas digo-vos que desta hora em diante não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que hei de beber de novo convosco no reino do meu Pai” (Mt 26:29), e aqui “Em verdade vos digo que nunca mais beberei do fruto da videira, até aquele dia em que hei de beber de novo no Reino de Deus” (Mc 16:25).

Qualquer um compreende que devemos deixar o adultério e o gasto da força criadora sexual desenfreada, sendo puros já em nossos veículos internos: “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura; no coração já cometeu adultério com ela.” (Mt 5:28), e que o serviço amoroso e desinteressado é o caminho mais curto, mais seguro e maia agradável que nos conduz a Deus: “Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mt 25:35-40); “Aquele que quiser o maior entre vós, seja o servo de todos.” (Lc 22:26).

Todas estas práticas são diferentes daquelas que estamos habituados com o propósito de crescermos materialmente, de acumularmos fortuna e subirmos de posição social. Muitas das práticas que nos levam a Nova Jerusalém, onde não há doenças, sofrimentos e morte, parecem ser irracionais do ponto de vista material, e são impossíveis de serem colocadas em prática. No entanto, não podemos reproduzir o erro que já executamos no passado, “pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento (foco na Região Química do Mundo Físico já naquela época), até ao dia em que Noé entrou na arca (final da Época Atlante), e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt24:36-39). “Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão” (ITss 5:1-3).

Um novo dilúvio está por vir, não pela condensação da atmosfera gasosa em água, como ocorreu no passado, mas pela eterificação do ar que respiramos. A Nova Jerusalém está próxima e se não estivermos preparados para entrar e viver lá, o “dilúvio” nos consumirá novamente. Possamos mudar nossos hábitos materiais de morte, que produzem mais e mais sofrimento no mundo, para objetivos espirituais conforme ensinados pelo Cristo. Somente assim estaremos:

(1)   aprimorando cada um dos corpos que possuímos;

(2)   produzindo mais e mais poder anímico para o Ego;

(3)   não mais nos perdendo com afazeres inúteis que atrasam nossa evolução; e

(4)   finalmente livres da doença, sofrimento e da morte.

 Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Visão

Qual é a visão que devemos escrever em letras grandes para que uma pessoa possa correr enquanto a lê e como devemos escrever o que vemos? Tenho a certeza de que, em um sentido menor, também recebemos a visão de nosso líder — a visão de um mundo redimido — uma visão na qual Mt. Ecclesia é o foco: Mt. Ecclesia, o lugar de encontros de almas ardentes com o desejo ansioso de fazer o serviço de Deus — almas que podem dizer como os Discípulos do passado: “Eis que deixamos tudo para seguir-Te, pois Cristo é nosso Modelo e Cristo é o nosso Guia”.

Isso não significa que negligenciamos nosso trabalho doméstico e dever dados por Deus, mas que ouvimos em nossa Vigília, enquanto estávamos na Torre Alta, a Voz que diz agora como então: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com todas as tuas forças, e amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Estamos alcançando aquela consciência Crística que verdadeiramente dirá: “Eis minha mãe e meus irmãos!”.

De Mt. Ecclesia vemos o movimento maior, os fluxos de poder e utilidade sempre crescentes, movendo-se incessantemente para a frente, dividindo-se e subdividindo, levando saúde, força e poder dados por Deus. Veremos o Cristo em cada indivíduo, por mais humilde ou aparentemente depravado, assim como Cristo viu o apóstolo no desprezado Mateus sentado no recebimento da alfândega; o esperançoso Zaqueu no mesquinho cobrador de impostos; as possibilidades divinas do amor na errante Madalena; no vacilante Simão Pedro, a rocha sobre a qual a igreja deveria ser construída; nos filhos de Zebedeu, os filhos do Trovão, que teriam feito seu Mestre invocar fogo do céu para consumir seus adversários, os apóstolos da não-resistência, os apóstolos do amor que não pensam mal do seu próximo.

Não posso fazer melhor do que citar novamente as palavras de William Penn, adaptando-as ao Mt. Ecclesia. “E tu”, Mt. Ecclesia, “nomeado antes de nasceres, que amor, que cuidado, que serviço e que trabalho houve para te dar à luz e para te preservar. Minha alma ora a Deus por ti, para que possas resistir no dia da provação, para que teus filhos sejam abençoados pelo Senhor e teu povo seja salvo por Seu poder.”.

(Publicado no Echoes de Mount Ecclesia de abril de 1914 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: É possível cultivar a Clarividência pelo uso de drogas, pela observação de cristais ou exercícios respiratórios e, esses métodos não trazem resultados mais rápidos do que os métodos que você advoga?

Resposta: Sim. É possível cultivar um certo tipo de Clarividência por qualquer um dos métodos mencionados, mas quando uma pessoa cultiva o sexto sentido por tais meios, ela não é a mestra de sua faculdade; o poder de produzir Clarividência cabe ao cristal – ou a outrem – e não a ela. Ela está em uma posição semelhante à de alguém que aprende equitação em um clube de hipismo, em que os cavalos são treinados para se permitirem ser montados. Os alunos não adquirem habilidade para lidar com animais não domados, mas simplesmente cavalgam com a permissão da montaria deles.

Se uma pessoa aprende a domar um cavalo selvagem, ela pode domar outros, mas utiliza o seu próprio poder para dominar seu cavalo, e quando uma pessoa usa a força de vontade, ao invés de drogas ou um cristal para subjugar seu corpo e cultivar a Clarividência, ela adquiriu uma qualidade anímica que a capacita a exercer a sua faculdade em todas as vidas futuras. Mas, o observador do cristal e o viciado em drogas perdem o poder deles na morte e devem esperar até que possam obter drogas ou cristais numa nova vida para treinar o novo corpo e, portanto, há uma perda incalculável de tempo e esforço resultante do uso de tais métodos. Quando tomamos em consideração o fato de que drogas e exercícios respiratórios têm um efeito terrivelmente destrutivo sobre o corpo, veremos que esses métodos são totalmente indesejáveis. Muitas pessoas estão hoje em instituições para débeis mentais ou em hospitais para doentes tuberculosos ou doenças consultivas afetadas por causa de exercícios respiratórios e dos efeitos das drogas, que já são bem conhecidos.

Além do mais, existem vários tipos de Clarividentes. Há alguns que têm uma faculdade de tal natureza que o Clarividente pode ser comparado a um prisioneiro que se senta em sua cela atrás das grades. A janela de sua cela se abre para uma certa vista; ele não pode deixar de ver o que quer que esteja ao alcance de sua visão, pois ele não pode se desviar. Há também uma persiana diante de sua janela que ele também não pode controlar. Assim, sempre que a veneziana estiver aberta, ele deve ver tudo o que passa fora de sua janela, quer a visão o agrade ou não. Uma faculdade dessa natureza é uma maldição absoluta, pois, às vezes, as cenas mais terríveis são encenadas diante da visão de tal Clarividente. O escritor se lembra do caso de um certo cavalheiro que possuía esse tipo de faculdade. Palestrando para uma certa sociedade na época da Guerra nas Filipinas, uma cena de batalha se apresentou diante de seu olhar. Uma batalha estava ocorrendo naquele momento entre os filipinos e nossos soldados. Ele viu cavalos dilacerados e caindo com as entranhas expostas no chão, soldados sendo despedaçados pelas lanças adversária etc. Incapaz de desviar a visão, ele ficou mortalmente pálido, mas o exercício da força de vontade lhe permitiu que terminasse sua palestra sem atrair a atenção do público em geral.

Há outros Clarividentes que têm apenas um controle parcial de sua visão e que não podem contar com o poder quando querem. A essa classe pertence o médium comum que prostitui a faculdade, às vezes até cobrando algo por isso. Às vezes, quando se alimenta desse poder, ele pode fazer leituras extremamente boas e dizer a verdade, mas outras vezes, quando não tem acesso a esse poder, pode haver a tentação de garantir o recebimento do que cobrou tão necessário para o pagamento do aluguel do local onde está e das despesas pessoais e para isso ele dissimula. A única maneira segura de cultivar a faculdade de Clarividência é por meio de exercícios fornecidos pelas Escolas de Mistérios; mas, esses exercícios e as lições no desenvolvimento das faculdades superiores nunca são vendidos por ouro ou quaisquer outras retribuições materiais. Eles sempre são ofertados como uma recompensa do mérito. A pessoa que possui essa faculdade, cultivada pelo método das Escolas de Mistérios, não tem dias de folga, mas nunca consentirá em usá-la para satisfazer a curiosidade de ninguém, para testes ou outros propósitos frívolos. Ela direciona toda a sua energia para ajudar na elevação da humanidade.

(Pergunta 148 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual é a diferença entre a visão Etérica, a Clarividência e a visão pertencente ao Mundo do Pensamento?

Resposta: Quando olhamos para uma pessoa utilizando a visão etérica, primeiro vemos sua vestimenta externa, depois o revestimento interno, a peça de roupa usada junto à pele e sob outra roupa, a própria pele, as costelas e os vários órgãos do Corpo Denso próximo de nossa visão; em seguida, a coluna espinal, a parte posterior das costelas, a carne, novamente, a pele e a roupa das costas dela. Em outras palavras, vemos através dela. Pela visão etérica, uma pessoa pode ver através de livros, papéis, cartas, paredes ou de qualquer outra coisa a uma curta distância. De fato, essa faculdade pode ser chamada de visão de raio-X. Somente uma substância nossa é à prova de sua faculdade penetrante. O vidro é tão opaco à visão etérica quanto uma parede de pedra para a visão física comum, talvez pela mesma razão pela qual o vidro é um esplêndido isolante de eletricidade.

Quando olhamos para uma pessoa por meio da visão do Clarividente voluntário, vemos o Corpo de Desejos dela e as contrapartes de seus outros veículos por dentro e por fora – todas as partículas ao mesmo tempo. É muito difícil ler um livro ou mesmo uma carta com a visão etérica, porque devemos olhar através de outras páginas que acabam borrando aquela página que desejamos ler. Quando usamos a Clarividência voluntária, parece que o livro ou a carta está aberto para que pudéssemos preparar qualquer página ou parte sem ter que olhar para qualquer outra parte. Mas quando olhamos para um objeto com a visão pertencente às quatro Regiões inferiores do Mundo do Pensamento, e o autor não tem nenhum conhecimento pessoal de nenhum dos Reinos superiores, descobrimos que, em vez de formas, há espaços ocos ou moldes, que nos falam e nos contam a respeito de si mesmos. A necessidade de investigação é eliminada naquele Mundo. Nele sabemos, de uma vez só, tudo o que se torna objeto de nossa atenção. Há, no entanto, uma curiosa desvantagem no conhecimento obtido dessa maneira – ele se manifesta tudo de uma só vez. A soma desse conhecimento é um todo e não tem começo nem fim. Portanto, geralmente, é uma tarefa hercúlea desdobrá-lo em um conceito ordenado e contínuo que possa ser expresso de forma abrangente para nós mesmos e para os outros.

(Pergunta 140 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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