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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Cristo deu realmente a S. Pedro as chaves do “céu e do inferno”, ou que outro sentido tem esta passagem?

Resposta: Indubitavelmente Cristo deu-as a S. Pedro, bem como a outros, mas não eram chaves semelhantes as que usamos para abrir as portas. Contudo, nenhum ser humano pode entrar em certos lugares a menos que tenha essas “chaves”. São “chaves” musicais ou encantações, tais como são usadas em todas as ordens ocultas para todos os fins ocultos.

Nas ordens ocultas, como a Ordem Rosacruz, a nota tônica ou “chave mestra” da encantação para cada grau, é de medida vibratória diferente de todos os outros graus, e uma pessoa que não possua esta nota chave e não seja, portanto, capaz de se harmonizar a ela, é detido como se houvesse um muro invisível vibratório ao redor do Templo. Na substância das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo, que rodeia a Terra e onde está localizado o Purgatório, há uma vibração diferente da que existe na parte de nossa atmosfera onde se localizam as três Regiões superiores do Mundo do Desejo (onde se localiza o Primeiro Céu) e a Região do Pensamento Concreto (onde se localiza do Segundo Céu).

Esta frequência vibratória, por sua vez, difere daquela que existe nos estados da matéria que está no interior da Terra, em cada um dos nove Estratos subterrâneas. Portanto, cada uma dessas divisões dos Mundos invisíveis também exige uma nota tônica ou “chave” mestra diferente, que são ensinadas gradualmente aos Iniciados, à medida que eles progridem no Caminho de Iniciação Rosacruz à qualidade de Adeptos. Foi a nota tônica ou “chave” mestra de um ou mais de um desses reinos, que foi fornecida a S. Pedro e a outros, por Cristo, que era a Iniciador em seus casos. As mesmas “chaves” são dadas atualmente a Seus seguidores por Seus sucessores, que iniciam os que são dignos das Iniciações, a fim de que eles possam servir a Humanidade melhor e mais diligentemente.

Assim, vemos que a música tem, pois, uma missão mais sublime que nos servir de simples deleite. De fato, a harmonia das esferas é a base de toda a evolução. Sem ela não haveria progresso, e uma vez nossos ouvidos harmonizados a ela, teremos a “chave” de todo o adiantamento.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz julho/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Você Realmente quer Alcançar o Conhecimento Direto dos Mundos suprafísicos?

Diversos Aspirantes à vida superior chegam até a Fraternidade Rosacruz revelando grande interesse em desabrochar seus poderes espirituais. Muitos, apesar de convictos, vêm em busca de respostas aos seus anseios. Outros desejam convalidar créditos de outra Escola, isto é, relatam que já passaram por correntes espiritualistas e, por isso, acreditam que já galgaram etapas básicas do treinamento esotérico e podem iniciar etapas mais profundas. “Você pode me adiantar para o Curso Superior de Astrologia Rosacruz ou me inscrever no Probacionismo?”, dizem alguns.

Quando lhes informam que devem realizar o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, antes de se inscreveram nos Cursos de Astrologia Rosacruz, e que somente podem se candidatar ao Probacionismo após um período mínimo de 24 meses recebendo semanalmente instruções espirituais do Mestre, saem desapontados. Tal atitude revela que ainda não compreenderam o que significa a busca pelo verdadeiro desabrochar espiritual.

Mas, a questão não é somente essa. Há outro fator que não parecem compreender. É o fato imperioso de possuir os requisitos básicos necessários para que o Mestre possa realmente iniciar o neófito nas tão almejadas verdades espirituais. Sem tais requisitos, essa aspiração não passa de sonho. A pergunta natural que se faz, neste ponto, é a mesma que o jovem aspirante fez ao sábio: “Senhor, o que devo fazer para me tornar um sábio?” (Introdução do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos[1]), ou quais são esses requisitos para que o Mestre venha até mim e me inicie?

Todos concordam que para adquirir uma formação acadêmica, a consagração de tempo constitui um dos principais ingredientes para que isso se torne uma realidade. Apesar de necessária, essa consagração não é suficiente. Veja bem, sabemos que muitos jovens alcançam a formação acadêmica, todos os anos. Mas, quantos jovens saem da universidade com mais do que o título e a formação? Isto é, quantos jovens saem com umdomínio total do conhecimentoadquirido?Quantos realmente saem do nível de aprendiz e passam para o nível de mestre no assunto? Pouquíssimos! Compreendem o porquê do tempo ser necessário, mas insuficiente?

Os alunos que realmente adquiriam poder sobre algum assunto foram além do tempo. O que lhes conferiu tal poder foi o sacrifício. Pelo sacrifício, ganhamos! “É dando que recebemos; é morrendo que nascemos para vida eterna” (Trechos da Oração de S. Francisco). Entre os sacrifícios para formar um bom profissional, destacamos: lazer; período diário para não apenas assistir às aulas, mas para estudar e se aprofundar no assunto; recusar trabalhos que ajudariam no orçamento mensal, pois tem foco; horas de sono; momentos agradáveis com amigos e família; entre muitos outros interesses concorrentes. Por meio da consagração de tempo para o estudo e o Sacrifício de diversos outros hábitos ou afazeres que poderiam preencher sua vida nesse período de formação, ele obteve foco e pôde se aprofundar, adquirindo poder sobre os assuntos estudados.

“Senhor, o que devo fazer para me tornar um sábio?”. Finalmente o sábio deu-lhe ouvidos e, então, desceu a um rio próximo. Entrou na água convidando o jovem e levando-o pela mão. Quando alcançaram certa profundidade o sábio, pondo todo seu peso sobre os ombros do rapaz, submergiu-o na água, apesar dos esforços que esse fazia para livrar-se. Por fim o sábio largou-o, e quando o jovem recuperou alento perguntou-lhe: “Meu filho, quando estavas debaixo d’água o que mais desejavas?” O jovem respondeu sem hesitar: “Ar, ar! eu queria ar!” “Não terias antes preferido riquezas, prazeres, poder ou amor, meu filho? Não pensaste em nenhuma dessas coisas?” indagou o sábio. “Não, senhor! Eu desejava ar, só pensava no ar que me faltava”, foi a resposta imediata. “Então”, disse o sábio, “para te tornares sábio deves desejar a sabedoria com a mesma intensidade com que desejavas o ar. Deves lutar por ela e excluir de tua vida qualquer outro objetivo. Essa e só essa deve ser, dia e noite, tua única aspiração. Se buscares a sabedoria com esse fervor, meu filho, certamente tornar-te-ás sábio”.

Essa aspiração traduz-se em sacrifício! Muitos que chegam à Fraternidade Rosacruz possuem esse anseio sincero por sabedoria, mas poucos estão dispostos a compreender e a realizar os sacrifícios necessários para se adquirir o conhecimento direto, o poder espiritual. “Saber o caminho é diferente de percorrer o caminho”. Se essas pessoas que relatam possuir conhecimentos avançados e, por isso, querem cortar caminho (isso também vale para os Estudantes Rosacruzes antigos que, muitas vezes, acabam caindo na cilada de deixar de realizar os Exercícios Esotéricos e buscar fora algo “mais elevado”), por que ainda não conseguiram o contato consciente com o Mestre, o único capaz de lhe oferecer algo mais elevado? O leitor agora percebe o motivo por que chamamos essas pessoas de “perdidos”?

Pelo sacrifício, recebemos! Pelo sacrifício, temos graça! “(…) aniquilou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E achando-se na condição de homem, humilhou-se a Si mesmo, tornando-se obediente até à morte, a morte na Cruz. Pelo que também, Deus o exaltou soberanamente e Lhe deu um nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Cristo-Jesus, se dobre todo o joelho, e toda a língua confesse, que Cristo-Jesus é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Trechos do Ritual Rosacruz do Serviço Devocional do Templo, que repetimos todos os dias que o oficiamos). Cristo – o Caminho, a Verdade e a Vida – nos ensinou o sacrifício em seu mais alto significado. Por isso ele obteve a graça.

Abraão foi capaz de sacrificar seu filho Isaac (obras de seu Eu Superior) em favor da vontade do Senhor. Mas, foi divinamente impedido, pois Deus já tinha visto que tinha a coragem para tal. Por isso, foi agraciado, alcançou Iniciações ainda maiores. Do mesmo modo, Salomão desejou sabedoria para governar seu povo, ao invés de pedir faculdades ou regalias pessoais. Por isso, entrou em estado de graça e Jeová o tornou o ser humano mais sábio que já viveu.

Aquele que não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim. Aquele que acha sua vida, a perderá, mas quem perde sua vida por causa de mim, a achará.” (Mt 10:38-39). Esse constitui um dos fatores que faz o Aspirante à vida superior passar muitos anos sem contato com o Mestre. Isto é, o interesse pessoal ou egoísmo sutil e inconsciente que envolve o Aspirante à vida superior durante sua tentativa de percorrer o caminho da senda da preparação (Para mais informações sobre isso, leia o trecho da Conferencia XI do livro Cristianismo Rosacruz[2]).

Quem consegue abandonar (sacrificar) o próprio anseio de obter acesso direto às verdades espirituais, em favor de servir ao próximo? O maravilhoso poeta de Longfellow, A Lenda Formosa[3], retrata com maestria esse sacrifício em favor dos outros. S. João Batista também fornece uma das fórmulas para adquirir esse poder: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua.” (Jo 3:30).

Estimado amigo e estimada amiga, se deseja verdadeiramente adquirir poderes espirituais, trabalhe para despertar em seu coração, a sabedoria do sacrifício equilibrado. Sem esse requisito, todos os livros e conhecimentos que adquiriu serão estéreis.

Que as rosas floresçam em vossa cruz


[1] N.R.: Trecho do Capítulo em questão: Se o leitor, que compreendeu bem essa ideia perguntar o que deve fazer para obter o conhecimento direto, terá na seguinte história a ideia fundamental do ocultismo:

Certo dia um jovem foi visitar um sábio, a quem perguntou: “Senhor, o que devo fazer para tornar-me um sábio? “. O sábio não se dignou responder. Depois de repetir a pergunta certo número de vezes sem melhor resultado, o jovem foi embora, mas voltou no dia seguinte com a mesma pergunta. Não obtendo resposta ainda, voltou pela terceira vez e novamente fez a pergunta: “Senhor, o que devo fazer para tornar-me um sábio?”.

Finalmente o sábio deu-lhe ouvidos, e então desceu a um rio próximo. Entrou na água convidando o jovem e levando-o pela mão. Quando eles alcançaram certa profundidade o sábio, pondo todo seu peso sobre os ombros do rapaz, submergiu na água, apesar dos esforços que esse fazia para livrar-se. Por fim o sábio largou-o, e quando o jovem recuperou alento perguntou-lhe:

“Meu filho, quando estavas debaixo d’água o que mais desejavas?”.

O jovem respondeu sem hesitar: “Ar, ar! Eu queria ar!”.

“Não terias antes preferido riquezas, prazeres, poder ou amor, meu filho? Não pensaste em nenhuma dessas coisas?” – Indagou o sábio.

“Não, senhor! Eu desejava ar, só pensava no ar que me faltava” – Foi a resposta imediata.

“Então”, disse o sábio, “para te tornares sábio deves desejar a sabedoria com a mesma intensidade com que desejavas o ar. Deves lutar por ela e excluir de tua vida qualquer outro objetivo. Essa e só essa deve ser, dia e noite, tua única aspiração. Se buscares a sabedoria com esse fervor, meu filho, certamente tornar-te-ás sábio”.

Esse é o primeiro e fundamental requisito que todo Aspirante ao conhecimento oculto deve possuir – um desejo firme, uma sede abrasadora de conhecimento, e um entusiasmo insuperável para conquistá-lo. No entanto, o motivo supremo para a busca desse conhecimento oculto deve ser um desejo ardente de beneficiar a Humanidade, esquecendo-se inteiramente de si mesmo, a fim de trabalhar para os outros. A não ser por essa motivação, o estudo do ocultismo é perigoso.

Sem possuir tais qualificações – especialmente a última – em certa medida, qualquer tentativa para seguir o caminho árduo do ocultismo seria um empreendimento perigoso. Outro pré-requisito para aspirar ao conhecimento direto é o estudo do ocultismo indiretamente. A investigação direta requer certos poderes ocultos que permitem estudar os assuntos relacionados com os estados pré-natal e pós-morte do ser humano, mas ninguém deve se desesperar por não ter desenvolvido ainda poderes ocultos para adquirir conhecimento direto sobre esses assuntos. Assim como uma pessoa pode conhecer a África indo lá pessoalmente ou lendo as descrições de viajantes que ali estiverem, assim também, para conhecer os Mundos suprafísicos, visita-os, se estiver habilitado para fazê-lo, ou estuda o que outros já capacitados contam como resultado de suas investigações.

[2] N.R.: Trecho referente ao assunto: Surge daí a pergunta: Como achar um instrutor autêntico e como distingui-lo de um impostor? É uma pergunta muito importante, porque quando o aspirante encontra tal mestre, pode considerar-se em perfeita segurança e protegido contra a grande maioria dos perigos que cercam aqueles que, por ignorância ou egoísmo, traçam seus próprios rumos e buscam poderes espirituais, mas sem qualquer esforço para desenvolver fibra moral.

É uma verdade axiomática que os seres humanos são conhecidos “por seus frutos” e, como o mestre esotérico exige de seu pupilo desinteresse nas motivações, infere-se justamente que o instrutor deve possuir esse atributo em grau ainda maior. Portanto, se alguém se arvora em ser instrutor e oferece seus conhecimentos em troca de dinheiro, a tanto por aula, mostra assim que está abaixo do padrão que exige de seus discípulos. Alegar que precisa de dinheiro para viver, ou apresentar outros motivos semelhantes para cobrar pelo ensino, tudo não passa de sofismas. As leis cósmicas cuidam de todo aquele que trabalha com elas. Qualquer ensino oferecido em bases comerciais não é ensino superior, porque este jamais é vendido ou envolve considerações materiais, pois, em todos os casos, chega ao recebedor como um direito em função do mérito. Assim, mesmo que o verdadeiro instrutor tentasse negar o ensino a determinada pessoa que o merecesse, pela Lei de Consequência, seria um dia compelido a ministrar-lhe o mesmo.

No entanto, tal atitude seria inconcebível porque os Irmãos Maiores sentem uma grande e indizível alegria toda vez que alguém começa a palmilhar a senda da vida eterna. Por outro lado, embora ansiosos por tal, eles a ninguém podem revelar seus segredos antes que cada um tenha dado provas de sua constância e altruísmo, pois só assim poderá alguém ser um firme guardião dos imensos poderes resultantes, que tanto podem servir ao bem como podem ser usados para o mal. Se permitimos que nossas paixões se imponham descontroladamente, e se a avareza ou a vaidade são as molas de nossas ações, apenas sustamos o progresso de nosso semelhante ao invés de ajudá-lo. E, até que aprendamos a usar apropriadamente os poderes que possuímos, não estaremos em condições de realizar o trabalho ainda maior exigido daqueles que têm sido ajudados pelos Irmãos Maiores a desenvolverem sua visão espiritual latente, e a conseguirem compreensão espiritual, que é o que torna valiosa aquela faculdade como fator de evolução.

Portanto, a “Senda da Preparação” antecede o “Caminho da Iniciação”. A perseverança, a devoção, a observação e o discernimento são os meios de alcançá-lo, porque tais qualidades sensibilizam o Corpo Vital. Através da perseverança e da devoção, os Éteres Químico e de Vida capacitam-se a cuidar das funções vitais do Corpo Denso durante o sono. E uma separação entre estes dois Éteres e os dois superiores – Éter de Luz e Éter Refletor – acontece. Quando os dois últimos se espiritualizam suficientemente mediante a observação e o discernimento, uma simples fórmula dada pelo Irmão Maior capacita o Discípulo a separá-los e a levá-los consigo, à vontade, juntamente com seus veículos superiores. Deste modo, ele fica equipado com um veículo de percepção sensorial e memória. Qualquer conhecimento que possua no mundo material pode, então, ser utilizado nos Reinos espirituais, como também pode trazer ao cérebro físico recordações das experiências por que passou enquanto esteve fora de seu Corpo Denso. Isto nos é necessário para funcionarmos separados do Corpo Denso, plenamente conscientes tanto do Mundo Físico quanto do Mundo do Desejo, pois o Corpo de Desejos ainda não está organizado e, se o Corpo Vital não transferisse suas impressões no momento da morte, não poderíamos ter consciência no Mundo do Desejo durante a existência post-mortem.

Os exercícios respiratórios indiscriminados não produzem a divisão acima descrita, mas apenas tendem a separar o Corpo Vital do Corpo Denso. Por isso, as ligações entre os centros etéricos dos sentidos e as células cerebrais rompem-se ou deformam-se em certos casos, resultando ao final em vários tipos de insanidade mental, como a loucura. Em outros casos, o rompimento ocorre entre o Éter de Vida e o Éter Químico e, como o primeiro responde pela assimilação orgânica dos alimentos e é a avenida particular para a especialização da energia solar, essa ruptura resulta em tuberculose. Somente através de exercícios apropriados pode-se efetuar a separação correta. Quando a pureza de vida permite que a força sexual, que é criadora, gerada no Éter de Vida eleve-se até o coração, essa força encarrega-se de manter a quantidade de circulação necessária ao estado de sono. Deste modo, as funções físicas e o desenvolvimento espiritual correm paralelamente ao longo de linhas harmoniosas.

[3] N.R.: Poema de James Russell Lowell (1819-1891) – poeta romântico, crítico, satírico, escritor, diplomata e abolicionista americano: “A Lenda Formosa” (The Beautiful Legend):

“Sozinho em sua cela,

No chão de pedra ajoelhado,

O monge orava em profunda contrição

Por seus pecados de indecisão.

Suplicava por maior renúncia

Na tentação e na provação;

O mostrador meio-dia já marcava

E o monge em solidão ainda orava”.

“De repente, como num relâmpago,

Algo incomum resplandeceu, afora e no âmago,

E nessa estreita cela de pedra fez abrigo;

Então, o monge teve com o Poder do Clarão

De Nosso Senhor, a Abençoada Visão.

Como um manto, O envolveu,

Como uma veste, O abrigou”.

Contudo, este não era o Salvador açoitado e penitenciado, mas o Cristo que alimenta os famintos e cura os enfermos.

“A alma em preces acalentada,

Cada mão sobre o peito cruzada,

Reverente, adorando, assombrado,

O monge, perdido em êxtase, caiu ajoelhado”.

“Depois, em meio à sua exaltação,

Retumbante o sino do convento em exortação

De seu campanário tangeu, ressoou,

Por pátios e corredores reverberou

Com persistência badalando,

Como nunca antes ousou”.

Esse era o chamado para seu dever cumprir. Como esmoler da Irmandade sua tarefa era alimentar os pobres, tal como Cristo ensinou e exemplificou.

“Profunda angústia e hesitação

Misturavam-se à sua adoração;

Deveria ir, ou deveria ficar?

Poderia os pobres deixar

Famintos no portão a esperar,

Até a Visão se dissipar?

Poderia ele seu brilhante hóspede desprezar?

Seu visitante celestial desconsiderar

Por um grupo de míseros esfarrapados,

Mendicantes no portão do convento sediados?

Será que a Visão esperaria?

Será que a Visão retornaria?

Então, dentro do seu peito uma voz

Audível e clara sussurrou,

E ele, nitidamente escutou:

Cumpre teu dever sem inquietação ou protesto,

Deixa aos cuidados do Senhor o resto!”.

“Imediatamente ergueu-se resoluto,

E com um olhar ardente, decidido e arguto

Dirigido à Abençoada Visão,

Lentamente A deixou em sua cela na solidão,

Diligentemente foi cumprir sua missão”.

“No portão, os pobres estavam esperando

Através do gradil de ferro observando,

Com terror no semblante

Que só se vê no suplicante

Que em meio a desgraças e desditas

Ouve o som das trancas lhe cerrando as portas,

Pobres, por todos desprezados,

Com o desdém, familiarizados,

Com o dissabor, acostumados,

Buscam o pão pelo qual muitos sucumbem!

Mas hoje, sem o motivo sequer saberem bem,

Tal como Portal do Paraíso no além

Abre-se a porta do convento!

E como um divino Sacramento

Parecia-lhes o pão e o vinho nesse momento!

Em seu coração o Monge estava orando,

Nos pobres sem teto pensando,

Tudo que sofrem e suportam

E vendo ou ignorando, muitos rejeitam.

Enquanto isso uma voz interna ao Monge dizia:

O que quer que faças

Ao último e menor dos meus,

A Mim o fazes!”.

“A Mim! Mas se tivesse a Visão

Se apresentado em farrapos e errante,

Como um desvalido suplicante,

Ter-me-ia ajoelhado em adoração?

Ou A receberia com escárnio e presunção

E até ter-me-ia afastado com aversão”.

“Assim questionou sua consciência,

Com insinuações e incômoda insistência,

Quando, por fim, com passo apressado

Dirigindo-se à sua cela com ânsia,

Seus olhos contemplaram o convento iluminado

Por uma luz sobrenatural inundado,

Como uma nuvem luminosa se expandindo

E sobre o chão, paredes e tetos subindo”.

“Mas, assombrado parou a extasiar,

Da porta contemplou, no limiar!

A Visão que lá permanecera,

Exatamente como antes A deixara

Na hora em que o sino do convento soou,

De seu campanário clamou, clamou,

E para os pobres alimentar o intimou.

Por longa e solitária hora esperara,

Seu regresso iminente aguardara.

O coração do Monge ardeu

Quando Sua mensagem compreendeu,

Logo que o Vulto Amado deixou esclarecido:

Eu teria desaparecido

Se tu tivesses permanecido!”.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Comece de Dentro para Fora

Comece de dentro para fora! Deus se manifesta do centro de cada coisa criada, num sentido de expansão: de dentro para fora. Grave bem isto, traçando um círculo com um ponto no centro: o centro é você, um Espírito, um Deus individualizado, do qual devem emanar as manifestações espirituais, em direção à periferia (a Personalidade) e daí ao próximo, ao mundo.

Expande-se a luz, a partir do centro gerador. Você é luz, porque Deus é Luz e você foi feito (a) à Imagem e Semelhança d’Ele. A luz não deve ser colocada sob o alqueire (escondida na Personalidade), mas exposta no candeeiro, para iluminar a todos. Assim brilhe a sua luz, para que seja glorificado o seu Cristo Interno.

Irradia-se o calor, a partir do foco central; expande-se o som, a partir do instrumento que o produziu.

Assim também você, qual uma sementinha de Deus, enterrada no plano evolutivo, deve expandir-se, lançar as raízes, erguer a haste, atingir a superfície da realização espiritual. Depois você crescerá por uma nova vida (Iniciações) até se converter numa árvore, com sua sombra protetora e amena; dando os frutos que alimentam os famintos de verdade; espalhando sementes que possam cumprir a mesma missão expansiva de realização e de serviço.

Tal é a ordem da natureza. Ninguém pode limitar, sufocar ou impedir esse centrífugo impulso de Deus em tudo. Se sufocamos o calor, ele se acumula e se transforma em fogo, destruindo-nos de algum modo. Se sufocamos o ar e o comprimimos além de certo limite, ele acaba explodindo e nos explodindo. Se limitamos um caudal de água e não lhe permitimos o fluxo, ele acaba destruindo as barreiras, provocando grandes danos.

O mesmo se dá com a manifestação centrífuga do Espírito, através de seus veículos, Ele deve cumprir uma tarefa de dinamização e expansão de faculdades latentes, no cumprimento de seu destino evolutivo. O corpo há de ser exercitado e superutilizado; as emoções e a Mente há de purificar-se e aprimorar-se. O que não se exercita, cristaliza-se, fatalmente. Doutro lado, se a Mente se entretém apenas com pensamentos negativos, acaba se envenenando e comprometendo o ser. Se as emoções se contêm no ódio, no ressentimento, na inveja, nos medos de toda espécie, tristezas, um dia, como um vulcão, entrará em erupção, devastando-nos o corpo. No aspecto físico, a má alimentação, em qualidade e quantidade, provoca retenção de tóxicos, anormalidades várias. Tudo isto somado, explica os males e sofrimentos da chamada “moderna civilização”.

A ciência acadêmica reconhece essas evidências. O médico sabe que a úlcera foi de origem nervosa; que a diabetes foi ocasionada por traumas; que os infartos e derrames (acidentes vasculares) são produzidos por esta vida agitada, egoísta, angustiada, insatisfeita, ignorante – apesar da (pseudo) cultura. A Astrologia Rosacruz explica bem estas correlações.

Por exemplo, tomemos Vênus num horóscopo: ele rege a glândula Timo, a circulação venosa – no aspecto físico; rege o amor, a simpatia, a coalizão, a doçura, o senso estético – no aspecto emocional; rege o relacionamento financeiro, conjugal e social – no aspecto mental.

Se Vênus está com Aspectos adversos (Quadratura, Oposição e algumas das Conjunções), todas essas atividades ficam limitadas, prejudicadas, desvirtuadas, segundo o Signo, a Casa e o Astro com os quais esteja configurado adversamente. De modo geral podemos dizer que seu Aspecto adverso tende a uma má ligação (Timo), atraindo pais ou responsáveis desamorosos ou indiferentes; a circulação venosa não fluirá livre e normalmente; a pessoa terá dificuldades em trabalhos de equipe; será desalinhada em seus hábitos; terá carência de compreensão e aceitação das pessoas, provocando-lhes e atraindo idêntica atitude; falhará no harmonioso relacionamento com o (a) cônjuge e sócios; não terá equilíbrio e justeza no modo de adquirir recursos e empregá-los.

Justamente por falta dessas capacidades, a pessoa não poderá tomar consciência de suas falhas; buscará justificar-se; se revoltará com as dificuldades que atrai a sua vida. Só a sofrimento poderá despertá-la, tirando-lhe o indevido apoio nos recursos externos e materiais – sabendo que tudo depende de seu íntimo, de sua consciência, para a relação com o exterior.

É claro que, nessa expansão justa das faculdades, para conservarmos a harmonia com o mundo, é mister a prudência, o equilíbrio, a vigilância, o conhecimento de si, o discernimento em cada situação, tudo isto dependendo das configurações de Saturno e Mercúrio. Tais qualidades são desejáveis de cultivar – para substituir os comuns recursos de esperteza, de astúcia, de desonestidade, de negligência, de egoísmo, enfim que obstruem a força centrífuga de Deus em nós. A Personalidade não pode nem deve conter a natural expansão do Espírito, em sua ânsia evolutiva.

Vejam como a força de uma semente em expansão vai rompendo os obstáculos, contornando os mais difíceis ou, se necessário, rompendo-os à sua passagem! Já vi árvores romperem rochas enormes, para poderem abrir caminho para o alto.

Além de nos prejudicarmos, quando ignorantemente tentamos obstruir a expansiva ação do Divino interno, fechamo-nos ao cicio natural de reabastecimento; negamo-nos a entrar no ritmo divino. Isto é pior que tudo.

O ciclo de Lavoisier oferece uma clara ilustração deste ponto: a fonte jorra livremente; seu fio d’água desce a montanha e se junta em sua jornada, a outros fios d’água, formando regatos; estes formam os rios menores que oferecem tributo na formação dos maiores, que finalmente desaguam no mar. É uma aglutinação de esforços; uma jornada de serviço, fertilizando terras, alimentando, dessedentando. No oceano, as águas se evaporam pelo calor, formam-se as nuvens que se deslocam para as montanhas e desfazem-se em chuva. Esta mergulha na terra e vai reabastecer os canais abertos das fontes. É um trabalho dos elementos, a serviço das Hierarquias Criadoras. As fontes continuam a fluir constantemente reabastecidas, sem necessidade da inteligência e recursos humanos.

Se a fonte se fechasse, negando sua contribuição – ou as águas a romperiam com a pressão ou tratariam de encontrar nova saída. O importante é saber: sem esvaziar-se ela não pode ser suprida novamente; sem dar, ela não pode receber.

Cada um de nós é uma fonte – porém, uma fonte diferente, porque, mercê de nosso nível evolutivo, temos consciência própria, ignorantemente usada, por causa de nossos vícios e condicionamentos. Temos condições de dar uma água muito mais valiosa ao mundo, mas incoerentemente, somos aquela fonte citada na Epístola de São Tiago 1:3: “que jorra, ao mesmo tempo, água doce e amarga“. E, às vezes, nem jorramos. Abusamos de nossa prerrogativa e nos fechamos. As consequências aí estão nesse mundo de desarmonias que todos conhecem.

Importante é sabermos que, pelo conhecimento e regeneração de nossa Personalidade, podemos nos transformar numa fonte maravilhosa, cujos canais, à medida da evolução, se alargam e recebem, mais e mais, do suprimento divino interno, quando sabem jorrar com discernimento e amor.

Em tudo, no microcosmo como no macrocosmo, o que gradua a evolução é a capacidade de dar, de fazer jorrar do manancial interno o fluxo irresistível de Deus em expansão. Um galho produz mais que o outro, quando seus canais internos se abrem mais ao fluxo da seiva comum da árvore; uma estrela brilha mais que outra, quando dinamizou internamente maior potencial de luz.

No ser humano esse reabastecimento resulta do trabalho evolutivo. Temos um manancial interno – que se encontra inativo; um potencial. Só o dinamizamos em parte e essa parte é que constitui nosso atual nível evolutivo, nosso grau de consciência, nosso fluxo anímico, expresso pelos recursos pessoais. O resto não se pode medir, porque é infinito; é a própria herança de Deus, e cujo dinamizar nos torna “perfeitos como o Pai celestial” – segundo o convite evangélico.

Precisamos jorrar, isto é, dinamizar as faculdades latentes e pô-las a serviço do divino. A única dificuldade que existe reside na Personalidade viciosa, que não deseja esvaziar-se dos condicionamentos para encher-se do novo ser, da nova consciência. Ela é que anestesia nossa vontade e procura dissuadir-nos desse despertar. No entanto, à medida que vamos nos regenerando, o impulso centrífugo do Cristo interno irá abrindo caminho a manifestação das potencialidades divinas, rumo ao destino que o impele.

Assim, sempre, o trabalho é interno, é individual, é de dentro para fora!

 (Por Gilberto A V Silos – Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1976-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Maria, Mãe de Jesus: um Iniciado de alto grau

Maria, a mãe de Jesus, foi o coração de compaixão e de compreensão. Quantos de nós têm prestado suficiente atenção à vida e ao trabalho de Maria? Ela veio para cumprir uma missão especial, assim como José e Jesus. Sua missão não foi somente dar à luz o homem Jesus, que mais tarde cedeu seu corpo ao Cristo, mas, também, elevar as condições de toda a humanidade, em virtude do fato de que foi a mãe de Jesus, o indivíduo mais importante que já nasceu em toda a história do mundo.
Quando estudamos as vidas de Jesus e de Maria, ficamos um tanto surpreendidos com a resposta que ela recebeu de Jesus, o Cristo, segundo o Evangelho de São João (2:4), em relação à transformação da água em vinho: Ele lhe respondeu de um modo quase ríspido: “Que tenho eu contigo, mulher? Ainda não é chegada a minha hora“.
Porém fixemo-nos na resposta dela, dirigida aos serventes: “Fazei tudo o que Ele vos ordenar“. Note-se que cuidadosamente ela preparava o caminho para que se consumasse seu primeiro milagre.

Maria e José foram à Jerusalém para a festa da Páscoa, como era costume naqueles dias. Quando voltavam para casa deram falta de Jesus, e O procuraram durante três dias até que O encontraram no Templo entre os sábios e os doutores. Todas as mães sabem o que se sente ao procurar um filho perdido. Maria, conhecendo a missão de Jesus, estava desconcertada com o seu desaparecimento. Quando O encontrou perguntou por que havia se comportado daquela maneira com seus pais. Vejam a resposta dele, conforme o Evangelho de São Lucas (2:49): “Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?“. Isso não indica que Jesus, sendo ainda muito jovem, (pois tinha então 12 anos), estava plenamente inteirado da parte que lhe correspondia representar, isto é, de permitir a Cristo que lhe utilizasse o corpo durante os três anos de Seu ministério?

Maria – seu próprio nome nos traz à Mente muitas coisas que nos são queridas. Vejamos a letra “M”; quantas palavras começam com essa letra: mãe, multidão, maná, matéria, mestre, metafísica, mar e outras tantas mais. Também temos outras Marias relacionadas com a vida de Jesus, e cada uma delas cumpriu sua missão.

De acordo com Max Heindel, sabemos que Maria e José foram Iniciados elevados nos Mistérios, ou seja, alcançaram as elevadas Iniciações. Estavam imbuídos plenamente da missão que lhes tocava, assim como Jesus. Da mesma forma que no caso dos grandes músicos como é de notar nas vidas da célebre família dos Bach. Quando Jesus Cristo falava com Maria e lhe dava aquelas respostas, era o Cristo e não o homem Jesus que falava. Podemos alcançar uma maior compreensão quando Jesus Cristo em Seu último alento deixou Sua mãe aos cuidados de São João evangelista, Seu discípulo, segundo lemos no Evangelho Segundo São João (19:26), demonstrando o laço profundo entre a mãe e o filho. Quase Seu último pensamento e pedido foram nela e para ela.

Nos tempos presentes, vemos a mulher ocupando os postos dos homens, em alguns casos. Porém, se ouvimos a conversa delas nos distintos aspectos da vida, podemos verificar seus fortes desejos de voltar ao lar e viver ao lado de seus familiares. É no lar em que se acha o verdadeiro trabalho da mulher. Sabemos que renascemos umas vezes como homem e outras como mulher, e é necessário que aprendamos tudo o que nos seja possível em cada corpo. Maria cumpriu seu trabalho familiar muito bem. Trabalhou com José, porém não encontramos nenhum indício de que ele tivesse exercido domínio sobre ela. Sem dúvida, encontramos muitos relatos do trabalho de Maria no lar. Sabemos que a túnica de uma só peça que Cristo usava quando foi crucificado havia sido tecida por ela.

A grande influência que as mulheres exercem sobre os homens está indicada no conhecido dito que diz: “A mão que embala o berço governa o mundo”. O êxito do homem é amiúde devido à influência de sua esposa, mãe ou noiva. Temos muitos exemplos disso e todos os grandes homens dão muito crédito aos conselhos maternais. Lincoln disse que tudo o que ele era e esperava ser o devia à sua mãe.

Em todas as grandes crises encontramos uma mulher atrás da cena. Nem todas as mulheres, em sua capacidade, têm sido boas, e é então quando se tem provocado muitos distúrbios ao mundo, porém o fato é que sempre existe uma mulher por detrás dos bastidores.

De acordo com a Bíblia, José era muito mais velho do que geralmente se supõe. Quando lemos sobre sua participação no plano, notamos, sobretudo, seu cuidado com Maria e Jesus, e sua devoção e completa obediência à vontade de Deus. Todos os seus pensamentos convergiam à ternura pela mãe e o Filho. José deu por cumprida sua missão quando Jesus estava preparado para entregar seu corpo ao Cristo. Somente Maria esteve com Jesus, com seu amor e devoção, até que Ele expirou.

Durante os trinta anos da vida como um ser humano – pois utilizava os seus Corpos Denso e Vital – , Jesus obedeceu todas as leis da Terra. Porém, quando Cristo tomou o Corpo Denso e o Corpo Vital dele – com o seu consentimento –, no Batismo, começou a mudar as leis e dar novos ímpetos ao mundo. Tão logo como o Cristo começou Seu ministério, as mudanças foram maiores e nos três curtos anos em que executou a sua missão para a qual havia vindo, ou seja, a de Salvador do Mundo.

Não nos esqueçamos das outras Marias que tomaram parte nas vidas de Maria e Jesus. Não é estranho que as três tivessem o nome de Maria? Cada uma delas ilumina alguma das fases da vida da mulher. A história de Maria e Martha é uma das quais estamos familiarizados. Por que Maria ficou com Jesus enquanto Martha trabalhava na cozinha? Por que Maria Madalena ungiu os pés de Nazareno com azeite perfumado? Por que elas tinham parte na missão de Jesus? Maria Madalena é uma das Marias que mais nos intriga. Ela tomou parte na redenção. Trabalhou seu destino por meio de superação de sua Mente e de sua alma. Todos nós sabemos que Maria Madalena havia quebrado muitas das leis, porém com a ajuda de Jesus Cristo, se redimiu e começou vida nova.

Aproximava-se a hora em que Jesus Cristo tinha de se apresentar aos judeus como seu Rei e Messias prometido. Quantas alegrias sentiria o coração de Maria, ao observar seu Filho fazendo os primeiros milagres de cura! Quanto teria sofrido ao saber que seu Filho bem amado teria que caminhar sozinho os anos restantes de Sua vida! Aqui vai uma avaliação para todas as mães: quantas há que, ao chegar a hora em que seus pequeninos tenham que provar suas próprias asas e começar a viver suas próprias vidas, estão dispostas a dar-lhes a liberdade de que necessitam?

Diz se no Novo Testamento que quando Cristo falava às multidões, Maria e Seus Irmãos vieram e desejaram falar-Lhe, e sua resposta foi: “Quem é minha mãe, e quem são os meus irmãos? Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe“. Maria compreendeu isso porque sabia que já não tinha o mesmo laço familiar com Cristo como o tinha com Jesus. Sabemos que durante os últimos dias e noites de provas, Maria falava com Deus e teve que receber muitas bênçãos porque continuou sua missão até o final.

Como a alegria que Maria teve ao ter o menino entre seus braços, também teve a dor de sustentar o corpo sem vida de Jesus Cristo, enquanto José de Arimatéia ia procurar o pano para envolvê-Lo. Depois que Seu corpo foi levado Maria foi com João, pois sabemos que esse a levou para sua casa e dela cuidou. Maria viveu o suficiente para saber que a missão para a qual Ela e Jesus haviam nascido se havia cumprido, e que tudo se havia feito de acordo com a vontade e guias Divinos.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1966 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

São Tiago e São João – Os filhos do trovão

E subiu ao monte, e chamou para Si os que Ele quis, e os nomeou doze para que estivessem com Ele… e para que tivessem o poder de curar as doenças e enfermidades e expulsar os demônios. A Simão a quem acrescentou o nome de Pedro, e a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, irmão de Tiago, aos quais deu o nome de Boanerges, que significa Filhos do Trovão… (Mc 8:13-17).

A jornada dos Discípulos principia quando foram ordenados por Cristo após suas Iniciações. Podemos segui-los durante os anos de ministério de seu Mestre e Salvador, prosseguindo depois o seu trabalho na Terra.

Durante esses anos todos, foram beneficiados pela presença e profundo amor do Galileu. As chacotas dos populares pouco os atingiam, em comparação com a felicidade que sentiam no trabalho do “Caminho”, na vinha do Senhor. E qual dos Discípulos era o mais próximo do Cristo, o que mais afinidade conseguiu com o Mestre, quem melhor O compreendeu?

De todos os Discípulos, João foi chamado de “amado” pelo Mestre. Em sua juventude era impulsivo, ambicioso e até vingativo. Só quando cresceu em espírito vislumbramos a sua maravilhosa essência, pelo Cristo reconhecida desde o início.

Apesar de ter sido o mais jovem de todos os Discípulos, ele, segundo a história, viveu mais do que todos. Narra a tradição que ao redor de seus noventa anos era levado à Igreja de Éfeso, onde permanecia testemunhando radiantemente a sua fé. Não dizia outra coisa que: “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros”. Para um mais profundo estudo da vivência Cristã desse Discípulo, observemo-lo jovem, porque houve uma marcante diferença entre as duas fases de sua vida, juventude e velhice.

A Bíblia nos diz que esse era o Discípulo amado. Porém, curiosamente Cristo Jesus chamou aos irmãos Tiago e João de “Filhos do Trovão”, literalmente significando aqueles que fazem muito barulho e são a fonte constante de perturbações.

Aparentemente os dois irmãos eram bem conhecidos do Mestre. Os dois “Boanerges” … Filhos do Trovão… (Mc 3:13-17).

Certa vez no caminho de Jerusalém, no meio de Seu pequeno grupo, o Senhor predisse as coisas terríveis que lhe aconteceriam e toda a glória que o Pai lhe reservara. Os dois irmãos, menos interessados nos pormenores da trágica profecia, e visando algo mais grandioso e atraente, qual seja a alta direção de um reinado, de imediato rogaram ao Mestre: “Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita e outro à tua esquerda” (Mc 10). Mas Cristo Jesus lhes respondeu: “Não sabeis o que pedis, podeis vós beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado?” E eles disseram: “Podemos”. Com essa resposta causaram discórdia naquele grupo ora tão harmonioso. “E os dez, tendo ouvido isso começaram a indignar-se contra Tiago e João” (Mc 10:41). E repreendeu-os Cristo Jesus: “Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes, delas se assenhoreiam e os seus grandes usam da autoridade sobre elas. Mas entre vós não será assim… aquele dentre vós que quiser ser o maior seja o servo de todos”.

Não é, pois, de se admirar que Cristo Jesus lhes apelidasse de “Filhos do Trovão”. Naquele dia os Discípulos aprenderam uma lição valiosa: os Filhos de Deus não exercem autoridade sobre o seu semelhante.

Quando a presença do Senhor pareceu indesejável aos moradores de uma aldeia samaritana, prontamente os dois irmãos reagiram. Movidos pelo amor para com o Mestre, mas ainda carentes de sabedoria, disseram: “Senhor, é de Tua vontade que ordenemos que chamas ardentes desçam dos céus e os consumam, como já aconteceu com Elias?”. A essa demonstração muito humana de solidariedade, que não passava, realmente, de um simples desejo de vingança, revestido de uma aparência de virtude, O Mestre respondeu: “O Filho do Homem não veio para destruir os homens, e sim para salvá-los.”. Essa atitude deve ter parecido muito curiosa aos Discípulos, porém o Caminho Superior exige o conhecimento de certas leis: a disciplina interna no relacionamento com outros seres humanos e o respeito à sua divina essência, apesar de suas manifestações inferiores, ou justamente por causa delas. Os Filhos de Deus devem representar um padrão de humanidade a ser seguido pelos semelhantes.

Escreve Max Heindel: “O Discípulo deve passar por um período de treinamento, através do qual alcança tal ponto de maturidade espiritual em que fica capacitado a viver as verdades assimiladas. Então, no tempo certo, torna-se mais fácil, para o Mestre ou Iniciador, mostrar-lhe pela primeira vez, como aplicar a verdade assimilada, como utilizar o poder acumulado, seguindo-se, realmente, a Iniciação”. Esse é, na verdade, o caminho trilhado pelos Discípulos do Cristo. Através do demorado processo da transmutação, eis que os Filhos do Trovão passaram a ser Iniciados de alto grau. O Evangelho Segundo São João, Cap. 14-17, contém informações a respeito da nova forma de Religião a substituir o Cristianismo, conhecida como Religião do Pai. Ela deverá elevar os Discípulos ao Mundo do Espírito Divino. São João diz a esse respeito: “Quem nega o Filho, não tem o Pai, porém, aquele que confessa o Filho, também tem o Pai”.

O inspirado Browning[1] escreveu estes versos e de sua atmosfera, por vezes enigmática, emerge um personagem que reconhecemos como João, o velho João, já muito cansado, falando através da pena do poeta:

“Já passou tanto tempo… tanto tempo…

Tiago e Pedro já foram libertados pela morte.

E só fiquei eu, o vosso irmão João, que tudo viu,

Que tudo ouviu e que tudo se lembra. Na Terra,

Já não há ninguém vivo que possa testemunhar  

Sobre o que viu com os seus olhos, sobre o que tocou

Com suas mãos! Lembro-me DELE, a própria Palavra da Vida,

Dizendo: “Eu sou”, desde o começo do mundo.

Ah! E como será esse Seu mundo,

Quando o último que possa dizer 

“Eu conheci”, vos terá deixado?”.

O velho Filho do Trovão… muito cansado e possivelmente só. A cada domingo é conduzido à igreja, lá em Éfeso. Não tem mais outra mensagem para a humanidade. Só diz: “Filhinhos, amai-vos uns aos outros” …

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: Robert Browning (1812-1889) foi um poeta e dramaturgo inglês.

(*) Pintura: São João e São Tiago maior – El Greco 1610-1614

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Dezembro de 2022

O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.

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1.Para acessar a Edição digital, clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Dezembro de 2022

2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras):

A Fraternidade Rosacruz é uma escola de Filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: Ecos.

Informação

As atividades presenciais continuam suspensas em nossa sede em Campinas-SP por tempo indeterminado, devido a pandemia da COVID-19. Nossas reuniões semanais estão ocorrendo virtualmente.

Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de dezembro/2022:

https://www.facebook.com/fraternidaderosacruz/

https://www.facebook.com/FraternidadeRosacruzCampinas

https://www.instagram.com/frc_max_heindel/

https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas

  • Correção de lições dos Cursos (Filosofia, Bíblia e Astrologia) on line em andamento
  • Respostas às dúvidas dos leitores (via e-mail, no site, nas redes sociais)
  • Oficiação dos Rituais Devocionais (incluindo Hino de Abertura, do Signo do mês solar e Hino de Encerramento)

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Janeiro – Sol transitando pelo Signo de Aquário

A Hierarquia de Aquário é o lar dos Anjos.

O Anjo Jeová é o mais elevado Iniciado da Hierarquia de Aquário.

A nota-chave de Aquário é a lei.

Os Anjos, quando trabalham na Terra, utilizam os planos etéricos do Planeta como campo mais apropriado.

Os Corpos dos Anjos estão formados de Éteres, e por isso só são visíveis para os que desenvolveram a visão etérica.

Muitas crianças a possuem e, por isso, tem o conhecimento, de primeira mão, dos seres angélicos.

O padrão cósmico que Aquário mantém sobre a Terra é um modelo dos ideais de Paternidade de Deus e da irmandade do ser humano, o fundamento para um tipo de amizade destinado a se expandir até que abarque a todos.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo XVIII – A Constituição Da Terra E Erupções Vulcânicas – O Número da Besta – Parte 2

  1. Quais Iniciações são chamadas Cristãs? E por quê?

São chamadas Cristãs, as quatro Iniciações Maiores, que só puderam ser acessadas após a primeira vinda de Cristo.

  • De que maneira São João recebeu os ensinamentos do Livro da Revelação?

São João tinha a capacidade de funcionar conscientemente nos Mundos suprafísicos e conviver com os seres que vivem em cada um desses Mundos.

São João viu e nos forneceu ensinamentos com elevada significância oculta, tais como:

  • Um Trono: Deus.
  • 24 anciãos: os polos positivos e negativos dos 12 signos do Zodíaco.
  • 7 Tochas: Os 7 Espíritos Planetários,
  • O Mar de vidro: a Mente Cósmica,
  • Os 4 seres Vivos:

Leão (Leão, Fogo, Região Etérica): os Anjos,

Boi (Touro, Terra, Região Química): Ser Humano,

Homem (Aquário, Ar, Mundo do Pensamento): Srs. da Mente

Águia (Escorpião, água, Mundo do Desejo): Arcanjos.

  • Se um Espírito desencarnado pode atravessar uma parede, ele também pode atravessar uma montanha e a Terra, e pode ver o que está no seu interior?

Depende do “tipo’ de Espírito;

Sem o Corpo Denso, um Espírito pode atravessar uma parede, ou uma montanha, mas nenhum Espírito pode ver o que está no interior da Terra, até que as portas da Iniciação despertem suas faculdades latentes.

Ninguém, a não ser um Iniciado, pode penetrar as profundezas da Terra, nem mesmo no seu 1º Estrato.

Tal penetração, é o caminho da Iniciação, e é preciso força de Alma, pureza e abnegação para alcançar o Cristo.  

  • O que é cristalização?

Tudo aquilo que perdeu vida, cristalizou-se.

Quando a vida abandona as formas, estas morrem.

A vida nunca penetra numa forma para despertá-la a vida.

Foi assim que surgiram as coisas mortas.

  • O que é Lemniscata?

É um “Oito Deitado”, símbolo do infinito; sua forma tem um traço contínuo.

Há 2 círculos convergindo para um ponto central, representando o caminho da evolução do lado físico e espiritual.

O ponto central simboliza a porta do nascimento e da morte.

Conceito Rosacruz do Cosmos – A Constituição Da Terra E Erupções Vulcânicas – O Número da Besta – Parte 3

  1. Qual é o Estrato da Terra que nos dá um reflexo preciso do estado moral da humanidade?

No Sétimo estrato: Refletor – que corresponde ao Mundo do Espírito Divino

Nesse estrato, as “Leis da Natureza” aparecem como forças morais ou imorais

Estas forças da Natureza, respondem a queda da moralidade, com devastações.

  • Qualquer falha moral, pode resultar em inundações, terremotos, vulcões, furacões, etc.
  • Já qualquer procura por ideais elevados, melhoria da moralidade, pode resultar na formação de óleos, carvão, minérios, etc.

“As Leis de Consequência, mais a responsabilidade coletiva, atrai estes agentes de Justiça retribuidora.

Porque nessa época ocorreram muitos conflitos e guerras, sendo considerada uma época ruim. As ideias religiosas impediram o desenvolvimento da razão pelo mundo.

Atualmente os historiadores discordam, porque acredita-se que houve grandes avanços científicos e históricos nessa época.

Pois as ideias religiosas impediram o desenvolvimento da razão pelo mundo.

  • Quais são os renascimentos anteriores de Christian Rosenkreuz?
  • Hiram Abiff: o Construtor do Templo de Salomão – que representa o polo masculino. Ele foi o mestre de todos que trabalhavam na construção. Era o mais habilidoso artífice no trabalho do mundo. Nele se concentrava toda a arte e ofício de todos os Filhos de Caim que o precederam. Assim, a habilidade material dos Filhos de Caim foi tão necessária para a construção deste Templo como o era a concepção espiritual dos Filhos de Seth.

Quando Hiram Abiff, descendente dos Filhos de Caim, “Filho da Viúva”, estava perto de acabar a obra prima do Templo, que seria o Mar Fundido, os Filhos de Seth, “Filho do Homem”, tentaram apagar o fogo utilizado por Hiram Abiff, jogando água e por pouco não conseguiram. Com isso frustrou o plano divino de reconciliação entre essas duas classes.

  • Lázaro: ou o ser andrógeno ressuscitado pelo Leão de Judá, o Cristo. Junto a Jesus, alcançou a vida eterna pela união dos dois polos masculino e feminino. O próprio Cristo Jesus chorou na ressureição de Lázaro, que é a personificação da união perfeita entre os polos masculino e feminino.
    • Conde Saint Germain: Tratando-se de um Ego excepcional, previu o que iria acontecer à França e dedicou sua vida à mudança político-social do mundo que foi operada pela Revolução Francesa. o Conde de Saint Germain representava a face do amor. Permanecia em um lugar somente o tempo necessário à realização do seu trabalho. Como Iniciado de grau superior, está sempre em atividade em alguma parte do mundo. No século XIII, na Alemanha, fundou a misteriosa Ordem dos Rosacruzes.
    • Christian Rosenkreuz – elevado instrutor espiritual, usando o simbólico nome Christian Rosenkreuz – Cristão Rosacruz – apareceu na Europa para iniciar o trabalho de espiritualizar a Ciência e tornar científica a Religião. Fundou a misteriosa Ordem dos Rosacruzes objetivando lançar uma luz oculta sobre a mal-entendida Religião Cristã, e para explicar o mistério da Vida e do Ser do ponto de vista científico, em harmonia com a Religião. Seu nascimento como Christian Rosenkreuz marcou o princípio de uma nova era na vida espiritual do mundo ocidental.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo XIX –Christian Rosenkreuz e a Ordem dos Rosacruzes – Antigas Verdades em Novas Roupagens – Parte 1

  1. Onde está a Ordem Rosacruz?

Importante:

O templo da Ordem Rosacruz é formado de material da Região Etérica– e, portanto, invisível para as pessoas que não possuem a visão etérica.

O local onde está o Templo da Ordem Rosacruz não pode ser revelado publicamente, para que curiosos não atrapalhem o trabalho realizado lá.

  • No lançamento da cruz do fundador – a Cruz não era BRANCA, era negra. Por quê?

A ideia de ser negra, era para indicar o quanto estamos na escuridão, aqui na Região Química do Mundo físico. Mas como a cor preta, aqui no Mundo Físico, está associada a algo ruim, a morte e a magia negra, e para não haver essa associação, a sugestão foi transformar a cruz negra em cruz branca.

Hoje a Cruz Branca mostra o quanto precisamos evoluir e a necessidade de buscarmos a purificação do Corpo Denso tanto no uso, quanto naquilo que fazemos com ele (alimentação, bons hábitos) e principalmente eliminar todo o desejo inferior.

Resumindo: a Cruz Branca representa a necessidade da purificação dos nossos corpos.

  • O que é a meditação sobre a cruz negra e as sete rosas vermelhas?

Nos três braços superiores da cruz negra, havia pintado com letras douradas: C.R.C., as iniciais de Christian Rosenkreuz – (O) Cristão Rosa Cruz, que inclui um pensamento de beleza e vida superior.

Seu próprio nome é a Corporificação da maneira e dos meios pelos quais o ser humano atual é transformado em Divino “Super-homem”.

A cruz juntamente com uma trepadeira de rosa no chão, simbolizando a verdejante vida dos diferentes reinos, que se encaminham às esferas superiores pelo caminho em espiral de evolução.

Portanto, esse símbolo mostra o fim e o objetivo da evolução humana, o caminho a ser percorrido e os meios pelos quais alcançará essa meta.

A cruz negra, os galhos verdes da planta que a entrelaçam, os espinhos e as rosas vermelho-sangue ocultam a solução do Mistério do Mundo: a evolução passada do Ser Humano, sua constituição presente e, especialmente, o segredo do seu futuro desenvolvimento.

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Alguns Artigos Publicados nas nossas redes sociais no mês de dezembro:

Tomando a decisão certa

A sabedoria humana é finita e não pode conhecer todos os aspectos de um problema e, por isso, é incapaz de tomar uma decisão certa.

Mas quando estabelecemos contato com o reino interior de perfeita idealização – o Reino Crístico da Perfeição – isolamo-nos das interferências exteriores e, através da Mente Supraconsciente passamos a receber as ideias puras da Sabedoria.

Precisamos ter disciplina mental e harmonia interior, ouvir a “voz silenciosa” que nos conduzirá bem, sempre no caminho reto. Para que tudo dê certo, seria bom agirmos do seguinte modo, para que Deus nos ajude:

  1. Decidir sempre pelas coisas que sejam para o benefício de todos;
  2. Escolher o caminho que nos conduza para seu mais elevado bem;
  3. Colocar o bom senso nas tomadas de decisões. Procurar se conservar na direção da luz. Esforçar-se e aspirar no sentido do Bom, do Belo e do Verdadeiro.

Toda transição não é fácil, mas temos que persistir, pois a vitória final é segura.

Quem persegue o Bom, Belo e Verdadeiro sempre será ajudado pelas forças invisíveis de Deus.

Os Ensinamentos de Cristo são muito simples e poderiam ser mais fáceis se nós não nos afastássemos da harmonia interna e não nos opuséssemos a esses belos Ensinamentos.

O caminho de Cristo é de paz e êxito real, e só depende de cada um de nós.

Aproveitemos essas vibrações de Cristo agora, nesse momento do ano, aqui na Terra, arregacemos as mangas e procuremos seguir Seus passos, tendo o Cristo como nosso único e mais perfeito Ideal.

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“A Madona e o Menino”

Temas sobre “A Madona e o Menino” não tem idade. Encontram-se acima de tempo e espaço. Simbolizam o ideal sublime da maternidade encarnado em Maria, a imaculada Mãe de Jesus de Nazaré.

Periodicamente surge um alto Iniciado, em forma de mulher, para ser a mãe de um grande Mestre.

Em cada caso, o nascimento foi imaculado (não milagroso).

A Iniciada do Egito chamava-se Isis, que deu à luz a Horus, no Solstício de Inverno.

Krishna, mencionado frequentemente como o Cristo da Índia, nasceu como Jesus, em um ambiente muito humilde.

Os escandinavos adoravam ao Deus-Sol Baldur, cuja mãe era a virgem Frigga ou Freya. Outro nascimento que coincidiu com o Solstício de Inverno.

No México e nas Américas, o Deus Quetzacoatl nasceu de uma virgem Imaculada chamada Rainha dos Céus. Menciona-se também nesta narrativa, a vinda dos Anjos anunciando o nascimento.

A Suprema Mãe, adorada por todo o Universo, é o mais insigne Ser que rege a Hierarquia de Virgem, os Senhores da Sabedoria.

Sob a regência desta Mãe Celestial, todas as Madonas Iniciadas recebem sua instrução e preparação.

A Palestina foi o berço da mais exaltada de todas, Maria de Belém, mãe do Mestre Jesus, que possuía a mais elevada pureza humana. Ela legou a seu filho as riquezas de sua mais profunda sabedoria.

O Natal é notável por sua interna e profunda quietude. É como se o mundo inteiro estivesse envolvido em uma luz branca. Ocorre que as correntes de desejos da Terra se aquietam, com predomínio das forças espirituais.

É significativo o fato de que este eterno tema, a Madona e o Menino, correlacione-se com a caminhada evolucionária da Onda de Vida humana, nós. Juntos formam a imagem arquetípica do futuro desenvolvimento espiritual da humanidade, pois simbolizam o nascimento da Consciência Crística no interior do ser humano. O feminino indica uma Alma desperta e iluminada, e a Consciência Crística só pode nascer de uma Alma dotada dessas qualidades.

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Mente pura, Coração nobre, Corpo são”

A Fraternidade Rosacruz tem como lema: “Uma Mente pura, um Coração nobre e um Corpo são”. E isso não é difícil de entender.

A Cura se processa ao nível espiritual, segundo as Leis Universais que o ser humano, por ignorância ou fraqueza, persiste em transgredir. E o efeito na restauração do Corpo Denso é resultado da obediência do irmão ou da irmã doente ou enfermo em seguir as orientações de um irmão ou de uma irmã que dedica a sua vida ao estudo e prática da promoção da saúde aqui, na Região Química do Mundo Físico.

É esta resistência ao movimento natural e harmonioso que rege a vida de todos os seres humanos, que causa o sofrimento, a dor e a doença.

Para que a cura se realize completamente, é necessário eliminar as causas espirituais que se refletem em desarmonias no Corpo Denso, que são sempre sentimentos, desejos e emoções inferiores (ou seja, formado por nós mesmos por meio do uso dos materiais das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo, que especializamos, carregamos e juntamos no nosso Corpo de Desejos), tais como o medo, o ressentimento, a mágoa, os ciúmes, a inveja, a cobiça, o rancor, a tristeza, a raiva, a presunção, o egoísmo, a soberba, e tantos outros.

Uma Mente pura, um Coração nobre e um Corpo são e serão, então, a manifestação harmoniosa de uma pessoa perfeitamente equilibrada, que se esforça e utiliza os Exercícios Esotéricos da Fraternidade Rosacruz, junto com o ofício dos Rituais e foco da sua vida cotidiana em servir amorosa e desinteressadamente a divina essência oculta em cada irmão e irmã. Ou seja, vivencia os Ensinamentos Rosacruzes no dia a dia.

Os Auxiliares Invisíveis proporcionam ajuda nos Planos Espirituais e, por isso, antes mesmo da Solicitação de Auxílio e Cura chegar ao Departamento de Cura de um dos Centros Rosacruzes, este auxílio, baseado no mandamento de Cristo “curai os enfermos” é atraído para a pessoa que o invoca sinceramente.

O irmão ou a irmã doente ou enfermo, ou seja, paciente, deve cooperar e ter sempre a convicção de que é ajudado, protegido, guiado e envolvido no Amor de Deus que o guia a seguir uma linha reta para frente e para cima, a fim de melhor compreender e remover as profundas causas e erros passados que agora se refletem na enfermidade, na doença ou na desarmonia presente. É fundamental que o irmão ou a irmã, agora paciente, esteja disposto a ajudar, dar a sua parte para os irmãos e as irmãs que estão sofrendo muito mais do que ele ou ela (e, acredite, existem muitos!) e é nesse sentido que ele também oficia os Rituais de Serviços Devocionais que lhe são fornecidos e do modo que lhe é ensinado. “Pedi e vos será dado”!

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Doutrina Cristã o Perdão dos Pecados

Para entendermos a razão de ser da doutrina Cristã o Perdão dos Pecados, vamos considerar o seguinte caso:

“As águas dos Grandes Lagos (de cinco lagos situados na América do Norte, entre o Canadá e os Estados Unidos) afluem ao rio Niágara. Este enorme volume de água corre rapidamente para as cataratas, sobre um leito coberto de rochas, numa extensão de uns 16 quilômetros. Se uma pessoa vai além de certo ponto e não perde a vida nos redemoinhos vertiginosos, perdê-la-á indubitavelmente ao cair na catarata.

Suponhamos que um ser humano, cheio de piedade pelas vítimas dessas águas, resolvesse colocar uma corda sobre as cataratas, ainda que soubesse serem tais as condições que não poderia depois escapar com vida. Apesar disso, de seu próprio gosto e livremente, sacrifica sua vida e coloca a corda, modificando o estado inicial. As vítimas abandonadas podem agarrar-se à corda e salvar-se.

Que pensaríamos de um ser humano que, tendo caído na água devido à sua falta de cuidado e estivesse lutando furiosamente contra a corrente, exclamasse: ‘Como? Salvar-me e procurar escapar ao castigo que a minha falta de cuidado merece? Amparar-me no sacrifício de quem sofreu sem culpa alguma e deu sua vida para que outros pudessem salvar-se? Não, nunca! Isso não seria digno de ‘um ser humano’! Assumirei as consequências dos meus erros!’.

Não concordaríamos que esse ser humano deveria estar louco?

Nem todas as pessoas necessitam de salvação. No Caminho da Evolução, as Leis do Renascimento e de Consequência são perfeitamente adequadas para conduzir à perfeição a maior parte da Onda de Vida humana, mas não são suficientes para os atrasados dos vários povos espalhados pelo mundo que têm ficado para trás. Durante o estado de individualização, o pináculo da separatividade ilusória, toda a humanidade necessita de ajuda extra, mas os atrasados necessitam ainda de um auxílio especial.

Cristo sabia que um grande número não necessitaria salvar-se dessa maneira. Porém, tão certo como noventa e nove por cento se deixa conduzir pelas leis do Renascimento e de Consequência e, por essa forma, alcança a perfeição, assim os “pecadores” se submergiram tanto na corrente do materialismo que não lhe poderiam fugir sem aquela ajuda. Cristo veio para trazer paz e boa vontade a todos, e para salvar esses pecadores elevando-os ao ponto necessário de espiritualidade, produzindo uma modificação em seus Corpos de Desejos que tornará mais forte a influência do Espírito de Vida em seus corações.”.

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Retrospecção

Max Heindel afirma que o exercício de Retrospecção é um dos ensinamentos mais importantes da Fraternidade Rosacruz. E não há nenhum exagero nessa afirmação, se considerarmos o poder autotransformador dessa prática diária.

A Filosofia Rosacruz tem como base o conhecimento e o seu objetivo é o aperfeiçoamento do ser humano em todos os sentidos. Ela oferece as ferramentas para essa melhoria interna, fato que pode ser constatado por quem se dedica diligentemente ao estudo, a meditação e reflexão sobre seus ensinamentos.

Max Heindel asseverou que a lógica, a coerência e a elevação desses ensinamentos conquistaram as Mentes e os corações de muitas pessoas no mundo todo. Ele, porém, não escondia sua preocupação em que lhes impressionassem apenas o intelecto com sua beleza filosófica, sem atingir o ideal mais elevado de torná-las melhores seres humanos, mais sensíveis, amorosos e solidários.

Esse exercício conduz ao autoconhecimento, passo inicial do processo de alquimia interna, sem o qual não há como aprimorar o caráter e desenvolver aquelas virtudes que iluminam a vida do Estudante Rosacruz.

 Ninguém julgue, porém, tratar-se de um trabalho fácil. Deve ser realizado toda noite, antes de dormir, com o cuidado de, com a prática regular, não se tornar um automatismo. Deve ser feito conscientemente e esse processo de rememorar os fatos ocorridos e vividos deve revestir-se de sentimento, para que o praticante possa julgar o aspecto moral de sua conduta.

Se praticado com esse Espírito de sincera devoção, todos os registros das más ações praticadas durante o dia serão apagados do Átomo-semente, e aqueles referentes às atitudes nobres e amorosas servirão de estímulo para o aperfeiçoamento do caráter. Conduz também ao processo de purificação dos pensamentos e emoções.

Assim, reduzirá o seu tempo no Purgatório e no Primeiro Céu, podendo até a chegar ao ponto de passar direto para o Segundo Céu!

O Estudante Rosacruz, porém, deve manter-se atento para que durante o dia evite cometer atos indesejáveis, mesmo sabendo que à noite, durante o exame retrospectivo, terá a oportunidade de apagá-los, pois assim procedendo evitará também cair num círculo vicioso.

O ideal é justamente criar um círculo virtuoso, ou seja, a experiência noturna deve promover uma vivência cada vez mais aprimorada nos ideais Cristãos e o fortalecimento da consciência moral, de tal maneira que os desvios de conduta se tornem cada vez mais raros.

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Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam serem dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes

  1. Pergunta: Por que os Anjos permitem que mulheres que são vítimas de estupro engravidem?

Resposta: Na realidade não há essa coisa de que “os Anjos permitem ou não permitem”. Há um panorama de vida escolhidos pelas duas partes envolvidas e uma tendência a se encontrarem enquanto renascidos aqui.

E há uma tentação do lado do irmão potencial estuprador de cometer esse delito para com a irmã vítima (fruto do mesmo ato, inverso – ela como ele, ele como ela –, em renascimentos anteriores). Se o irmão estuprador cair na tentação e querer “pagar com o mesmo preço” (“olho por olho, dente por dente”), vida haverá no futuro que a irmã virá com a mesma tentação.

Se cair, está aqui um ciclo vicioso alimentado por raiva, ódio, vingança que continuará até que um dos lados não caia em tentação e pratique o perdão, quebrando o ciclo vicioso e iniciando um ciclo virtuoso. Pois, é uma máxima oculta que “todo relacionamento só alcança o seu objetivo quando termina com amor”.

2.Pergunta: Qual é a opinião da Fraternidade Rosacruz sobre o aborto?

Resposta: A posição que os Ensinamentos Rosacruzes nos ensinam é muito clara: do ponto de vista do ocultismo, o aborto é um crime. É um exemplo gritante do mau uso do livre arbítrio da humanidade.

Os Ensinamentos Rosacruzes pregam que a vida é sagrada e santa e que ninguém tem o direito de destruir a forma sob a qual um Espírito vive. O Espírito que habita um embrião ou um feto tem tanto direito a sua forma densa, quanta um recém-nascido com o corpo mais desenvolvido.

Quem pratica o aborto é tão culpado quanto um assassino “convencional”. O aborto, em países civilizados, é tão repreensível e criminoso como a prática, entre povos primitivos, de matar as crianças fêmeas, por serem consideradas um peso, e não terem valor.

A conduta moderna em relação ao aborto, no que tange as razões mais frequentemente usadas em sua defesa, é, de fato, muito repreensível. Pessoas rudes e despreparadas que não têm noção alguma da imoralidade de tirar uma vida humana, podem até serem compreendidas e talvez desculpadas, por sua ignorância.

As chamadas pessoas “ilustradas”, que são as que mais defendem o aborto, defendem esta prática cruel, por conveniência. Querem ter os prazeres da vida, mas sem assumir as consequências. Elas estão, deliberadamente, tirando a vida de outros, para satisfazer os próprios desejos egoístas. Esta atitude vai trazer-lhes débitos severos, em vidas futuras.

Há aqueles que defendem o aborto, por razões médicas, isto é, esperam salvar a vida ou proteger a saúde da mãe, livrando-a do filho. Ou esperam evitar que uma criança retardada ou com outro defeito qualquer, chegue a nascer.

Embora os motivos dessas pessoas sejam mais compreensíveis, o aborto não pode ser perdoado, do ponto de vista espiritual. O estado de saúde de uma pessoa é o resultado do respeito e devoção às leis naturais nesta vida e na anterior.

Se for necessário que ela aprenda as lições através de um sofrimento, isto é, pela doença, por deficiências físicas e mentais, ela deverá passar por essas lições. A família de uma criança doente foi escolhida para cuidar dela e seus membros podem, desta maneira, tirar experiências valiosas.

Ao livrar-se de crianças, antes dela nascer, o indivíduo não elimina a necessidade de ter essas experiências e elas terão de ser vividas, de uma maneira ou de outra, pelos Egos afetados. Em tais exemplos, o aborto serve para intensificar a carga de destino, numa responsabilidade individual.

Se as pessoas compreendessem o processo maravilhoso do pré-nascimento que se desenvolve nos mundos invisíveis, quando um Ego está pronto a renascer e todas as causas e efeitos passados que envolvem este evento, certamente hesitariam em destruir a forma infantil, no princípio de sua formação.

Não sabemos, na verdade, se o aborto é atualmente ou não apresentado como inevitável, para um determinado Espírito prestes a alcançar o renascimento. Há sem dúvida, certas influências de destino que trabalham num Ego cuja vida, subsequente, será abortada. Este Ego parece precisar de um fim precoce de vida terrena.

Os ensinamentos do ocultismo nos dizem que as pessoas que morrem violentamente e, em consequência, não vivenciam pós-morte, o panorama de suas experiências, renascem logo em seguida e morrem ainda criança. Elas irão imediatamente para o Primeiro Céu e aí aprenderão as lições necessárias e serão capazes, então, de assimilar a essência das experiências do Purgatório e do Primeiro Céu, resultantes de suas vidas anteriores na Terra.

Sabemos, também, que as Forças Superiores que ajudam a nossa evolução estão constantemente tentando transformar o mal em bem, por nossa causa. É possível, então, que estes Seres Sábios, fazendo frente a atual popularidade e quantidade de abortos, estejam utilizando esses mesmos abortos, como um meio de permitir aos Egos que precisam morrer na infância, a deixar a vida física desta maneira.

Milhares de pessoas morreram violentamente durante a II Grande Guerra, em catástrofes e cataclismas e não há dúvida que muitos desses Egos estão esperando a oportunidade de renascer e morrer na infância. Nós só podemos especular, mas é possível que alguns desses Egos estejam tendo a chance desta maneira e assim irem diretamente para o Primeiro Céu, logo que seus estados embrionários ou fetais tenham terminado.

É possível, também que, Egos que em vidas passadas tenham sido responsáveis por mortes de outras pessoas, sejam agora forçados a pagar as dívidas do destino deste modo, isto é, o período de vida física desses Egos chega ao fim, ainda no estágio pré-natal. Nada disto, porém, isenta de culpa, aqueles que abortam ou praticam o aborto. Podemos estar certos de que eles terão que pagar um preço muito alto, em vidas futuras, por suas ações presentes.

Você pode perguntar: inclusive no caso de um estupro? Oras, você já sabe como acontece uma fecundação e como há todo um trabalho prévio do Ego que está para nascer se preparar…bem antes da fecundação ocorrer, Ou seja: a condição pelo qual esse Ego renascerá é a melhor para ele a fim de se cumprir o panorama que escolheu.

Tudo está perfeito na teia do destino, mesmo que não tenhamos, ainda, a condição de compreender o todo e ficamos olhando “como em um espelho, meio embaçado”. Agora…se estudarmos e praticarmos, podemos ver o todo e, aí sim, ficaremos satisfeitos (bastante-feitos).

3. Pergunta: No Purgatório, além do mal que fizemos a outros, também expurgamos o mal que fizemos a nós próprios?

Resposta: Sem dúvida alguma, mesmo porque quando fazemos “o mal a nós próprios” também fazemos aos outros, já que somos responsáveis pela evolução espiritual de todos que estão a nossa volta, saibamos ou não.

4. Pergunta: Gostaria de saber se, também expurgamos o seguinte: os pensamentos negativos que produzimos sobre nós próprios; os sentimentos negativos que podemos alimentar em relação a nós mesmos; e se expurgamos também o fato de nos termos desviado, por meio da dispersão e distração por exemplo, daquilo que, no Terceiro Céu, escolhemos vir fazer a este plano (neste caso não me estou a referir àquilo a que não temos mesmo hipótese de fugir, o chamado “destino maduro” se não estou errado)?

Resposta: Sobre os pensamentos negativos que produzimos sobre nós próprios e os sentimentos negativos que podemos alimentar em relação a nós mesmos: Sem dúvida alguma, já que o Éter de onde foi gravado quando do fato ocorrido, leva com ele todas as impressões, sejam elas de pensamentos, desejos, emoções, sentimentos, palavras, atos, obras e ações. Nada escapa a essa perfeita e completa gravação. Tanto é que quando vamos à Memória da Natureza e revivemos um fato, ele nos é sentido em toda as suas dimensões: pensamentos, desejos, emoções, sentimentos, palavras, atos, obras e ações.

Agora, se expurgamos também o fato de nos termos desviado, por meio da dispersão e distração por exemplo, daquilo que, no Terceiro Céu, escolhemos vir fazer a este plano: Como o Panorama da Vida que escolhemos no Terceiro Céu só está gravado os fatos principais (especialmente àqueles em que temos que aprender a lição pela dor e sofrimento, que conhecemos como destino maduro), então somente esses, se desviamos, procrastinamos ou nos dispersamos que será purgado. Os demais fatos não estão no Panorama da Vida, cabendo a nós escolhermos que caminho queremos tomar para aprender tais lições. Agora…se não a aprendemos, também será purgado, como lição não aprendida, o ensino não será suspenso.

5.Pergunta: A Era de Aquário começou com o advento da eletricidade?

Resposta: Não, não foi com a descoberta da eletricidade. A eletricidade e toda a onda de tecnologia que estamos vivenciando é apenas o efeito da órbita de influência do Sol, pelo movimento de Precessão de Equinócios, nos últimos 8 graus do Signo de Peixes. Então, temos a influência de Aquário fornecendo facilidades, novas dificuldades, novos ambientes, novas formas do pensar e de comportar, novos valores que serão totalmente disponíveis quando o Sol entrar em Aquário, ou seja na Era de Aquário, que AINDA não COMEÇOU.

O Sol entrou na órbita de influência aquariana em meados do século passado e se aproxima, um grau cada 72 anos, do Signo de Ar de Aquário, regido por Urano. Sua influência, cuja nota-chave é originalidade e renovação, começa a manifestar-se nas invenções e conquistas do ar, captação e transmissão da eletricidade, da energia solar, da energia atômica, forças essas que estão mudando a história do mundo e nos impulsionando para rumos imprevisíveis.

 Quando começará? Depende. Para quem já atingiu, no mínimo, o grau de Adepto na Escola Ordem Rosacruz, já começou! Para o restante da humanidade há uma previsão, mas não há como cravar, pois dependerá muito do livre arbítrio de cada um conseguir se desenvolver para, de fato, entrar na Era de Aquário. Sempre é assim que acontece: quando o Sol, também pelo movimento de Precessão de Equinócios, estava nos últimos 8 graus do Signo de Áries, a influência de Peixes começou a estar presente entre nós. Foi quando aconteceu o maior evento de ajuda que recebemos: a primeira vinda do Cristo.     

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SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA

Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.

Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura

Datas de Cura:

Janeiro: 06, 13, 20, 26

“Tudo é possível ao que crê”.

São Marcos, 9:23

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Os Ensinamentos Rosacruzes ensinam que Cristo é o Espírito Solar e, por essa razão, parece perfeitamente lógico que consideremos o domingo (Sunday – dia do Sol) para venerá-Lo nas terras Cristãs. Não obstante, Jeová é o Regente da Lua. Por que então os Judeus não santificam e guardam a segunda-feira (Monday – dia da Lua), em lugar do dia de Saturno (Saturday – sábado), que é atualmente o seu Sabbath?

Resposta: Há uma conexão esotérica entre Saturno, o Sol e a Lua, que regem o sábado, o domingo e a segunda-feira, respectivamente. O Sol e Saturno são ministros da vida e da morte, e a Lua é, por assim dizer, a lançadeira com o qual a humanidade se vê constantemente impelida de um polo a outro enquanto a teia da experiência está sendo tecida. O nodo setentrional da Lua, que chamamos de Cabeça do Dragão, compartilha da natureza vivificante do Sol e conduz a humanidade ao período de atividade física. O nodo meridional leva-nos para o repouso da morte por meio das forças saturninas da Cauda do Dragão. Em outras palavras, tanto Saturno como a Lua são os portões de entrada e saída dos Mundos invisíveis ou Caos, a Lua em termos de capacidade astral e Saturno em sentido cósmico.

Quando desponta um grande Dia Criador de Manifestação, a época sempre começa com um Período de Saturno, então, as Ondas de Vida do Espírito, que passaram pela fase subjetiva da evolução durante a Noite Cósmica precedente, são postas em ativa manifestação, e isso ocorre durante a Revolução de Saturno de cada Período. Na pequena esfera terrestre da nossa vida atual, quando um Ego está pronto para o renascimento na vida terrestre, a Lua marca os momentos tanto da concepção quanto do nascimento, assumindo assim a função saturnina de introduzir Egos em evolução tirados da escura “Noite Cósmica” da morte para o universo solar de vida e luz. Há, contudo, alguns Egos que não evoluem; são os atrasados no Caminho da Evolução. Chega um momento em que são expulsos para a Lua e é-lhes negada a oportunidade e privilégio de renascer dentro da atual classe evolucionária. Em consequência, permanecem na Lua até que os veículos, cristalizados por eles por falta de ação, finalmente se dissolvem. Como não podem acompanhar a corrente evolutiva, só lhes resta um caminho livre, isto é, gravitar de volta através do portão de Saturno para dentro do Caos, ou Noite Cósmica, onde deverão aguardar outra oportunidade de manifestação numa corrente de vida posterior.

Jeová não é o Regente dos Judeus ao ponto de excluir todos os outros povos. Ele é o Legislador e o Senhor Cósmico da fecundação. Ele tem uma missão especial a cumprir em relação a todos os povos pioneiros de qualquer Época ou Período em que haja uma grande hoste de Espíritos que devam ser providos de veículos de um novo tipo. É Ele que multiplica abundantemente os povos pioneiros, fornece-lhes as leis apropriadas para a sua evolução e prepara-os para um novo período de desenvolvimento. Lembremo-nos sempre que a primeira parte de uma Época (desde a Época Hiperbórea até a Época Reino de Deus) é saturnina, e assim entenderemos que, embora os Semitas Originais fossem os ancestrais da Raça Ária e tivessem se multiplicado como as areias da praia, recebendo suas leis através de Jeová, eles também viviam no estágio saturnino da Época Ária, portanto, eram logicamente instruídos a guardar o dia de Saturno como dia de descanso.

A Bíblia diz que a lei era suprema até o advento do grande Espírito Solar. Cristo iniciou uma nova fase da evolução sob o princípio do amor e da regeneração. Isso encerrou o regime de Jeová e a ascendência de Saturno, não de uma forma abrupta, pois há sempre uma sobreposição que se procura entre um regime antigo e um novo. Mas, desde então, nós, o povo pioneiro Cristão, já entramos na segunda parte, ou seja, na parte Solar da Época Ária, e estamos substituindo agora o dia de Saturno pelo dia do Sol como dia de culto.

Referimo-nos a Lua e a Saturno como sendo os portões do Caos, e isso pode levar os Estudantes Rosacruzes a quererem saber o que acontece ao restante da humanidade. Sobre isso daremos uma explicação resumida dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental:

A humanidade comum que segue o Caminho da Evolução é guiada em direção ao Reino de Cristo, o Espírito Solar.

Os atrasados, que não conseguem manter o ritmo do curso evolutivo, retrocedem para o Reino de Jeová, o Espírito Lunar.

Os avançados da humanidade, os Iniciados que passaram as Iniciações Menores e Maiores e seguem diante do Libertador (o grande Ser encarregado da evolução na Terra), têm a opção de ficar aqui para ajudar seus irmãos nesse mundo, ou ir para um satélite natural de Júpiter e preparar as condições sob as quais a humanidade poderá evoluir no futuro Período de Júpiter.

As almas avançadas que malbarataram os seus poderes exercendo a magia negra retrocedem diretamente para Saturno e são forçadas a penetrar no Caos pela dissolução de seus veículos.

Saturno tem uma preponderância do quarto Éter, o Éter Refletor. Daí a sua pálida luminosidade, e os Egos que vão para lá deixam um registro de suas vidas e são em seguida lançados para fora em direção ao Caos através das luas de Saturno.

Júpiter tem uma preponderância do terceiro Éter, ou Éter Luminoso. Daí o seu brilho, e os Egos avançados que vão para Júpiter, vindos do lado externo, dirigem-se para o interior através das luas e começam, então, como já dito, um trabalho construtivo para o Período de Júpiter.

 (Pergunta nº 77 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Antigas e Modernas Escolas de Mistérios ou de Iniciação

Nas Antigas Escolas de Mistérios as formas de adoração mais amplamente disseminadas foram as de Ísis, Orfeu, Dionísio, Ceres e Mitras. Muitas nações bárbaras receberam seu conhecimento dos Mistérios em honra dessas divindades. Os Mistérios de Elêusis, celebrados em Atenas, em honra de Ceres, absorveram, por assim dizer, todos os outros. Estenderam-se através do Império Romano e ainda além de seus limites. Aristides chamou-os de “o templo comum de todo o mundo”.

Não é surpreendente dar-se conta que os ensinamentos desses antigos Mistérios têm relação pelo menos com os da Ordem Rosacruz, quando se trata dos Mistérios ou Iniciações Menores. Platão afirmou que o objetivo dos Mistérios era converter a alma à sua pureza primitiva e a esse estado de perfeição o qual havia perdido. A pureza moral e a elevação da alma eram requisitos indispensáveis aos Iniciados. Esses eram considerados os únicos indivíduos afortunados, os possuidores de incomuns virtudes, talvez viessem da Índia, porque todas velhas nações eram acordes em chamar a Ásia de o “berço da raça humana”. E a Filosofia Rosacruz ensina que os Semitas Originais, a quinta Raça atlante, surgiu do continente condenado, sendo conduzida a vagar pelo deserto de Gobi, até que uma nova Terra fosse preparada para eles. Durante esse intervalo de sua peregrinação, a maioria desobedeceu às instruções recebidas, deveriam manter puro seu sangue, casando-se com as “filhas dos homens”, enquanto as tribos fiéis extraviaram-se e pereceram. Mas, embora seus corpos morressem, renasceram na Terra Prometida, tal como é hoje, na forma da Raça Ária.

A corrente de vida humana fluiu para a Índia, China, Egito, Arábia e Fenícia. Assim, os Semitas Originais chegaram a ser a semente das sete Raças da presente Época. No Egito, toda Religião, ainda que em suas piores formas, era em menor ou maior grau um Mistério. A teologia popular e superficial deixava um anelo insatisfeito nas almas. A Religião, não obstante, poderia suprir e satisfazer os pensamentos mais profundos e as aspirações do ser. Nota-se aí um paralelo com condições atuais.

A Fraternidade Rosacruz esforça-se em ensinar a Religião Cristã com a pureza dos primeiros tempos, sem obscurecê-la com a teologia e dogmatismo do Cristianismo popular. E por meio desses Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, o Estudante Rosacruz obtém o conhecimento de como se tornar um Aspirante à vida superior, se preparando para as Iniciações Menores e depois para as Iniciações Maiores ou Cristãs na Ordem Rosacruz.

Há outra coisa em comum entre os antigos Mistérios e os do nosso tempo. Os poderes reverenciados nesses Mistérios dizem respeito à realidade dos deuses da Natureza. Os Mistérios ensinavam a doutrina da Divina Unidade. A essência de todos os antigos Mistérios girava em torno do conceito de um Ser inacessível, uniforme e eterno. Eram um drama sagrado exibindo alguma lenda significativa das transformações da natureza do Universo visível, na qual se revelava a Divindade. O método da sugestão indireta por meio da alegoria ou símbolo é mais eficaz que a linguagem. O mesmo método Cristo, nosso Mestre e Salvador, usou em Suas pregações populares durante Seu ministério. Os espetáculos dos Mistérios continham sugestões, quando não lições adaptadas para contribuir à elevação do caráter dos espectadores, ensejando-lhes vislumbrar algo do propósito da existência.

Sem dúvida, as cerimônias de Iniciação foram originalmente poucas e simples. Porém, como as grandes verdades da primitiva revelação se dissiparam da memória dos povos e a perversidade estendeu-se sobre a Terra, chegou a ser necessária a discriminação, requerendo-se mais tempo de prova e experiência aos candidatos. Pelo revelado nas grandes obras pictóricas, em especial nas obras Cristãs, os escritores deduziram que os Mistérios não só existem originalmente, como também se mantiveram rodeados de uma essência de pureza.

Antigamente, as cerimônias da Iniciação celebravam-se na quietude da noite, bem no “interno” da Terra ou no centro de uma pirâmide. Inumeráveis cerimônias, algumas aterradoras e outras plenas de inspiração, foram agregadas de tempos em tempos aos símbolos dos conhecimentos originais. No livro Cristianismo Rosacruz de Max Heindel-Fraternidade Rosacruz, conferência n.º 9, lemos: “As investigações baseadas nas imperecíveis imagens encontradas na Memória da Natureza, fixam a data da construção da grande pirâmide de Gizeh em 250.000 anos A.C., aproximadamente, quando era empregada como templo de Iniciação nos Mistérios e era o lugar onde se guardava um grande talismã”.

Encontramos vários Mistérios na Idade Média. Os Trotes do norte da Rússia ensinavam uma fase dos Mistérios do mundo. Os outros eram os Cavaleiros da Távola Redonda do rei Artur, e os Druidas da Irlanda. No norte da Espanha existiu o Mistério do Santo Graal. A lenda de Parsifal faz alusão aos Santos Cavaleiros, moradores do Castelo de Monte Salvat.

Na conferência n.º 17 do livro “Cristianismo Rosacruz” lemos: “Esse Mistério era custodiado por um grupo de santos cavaleiros residentes no Castelo de Monte Salvat e seu grande propósito era proclamar à humanidade, as grandes verdades espirituais em forma inteligível, apresentando por meio de imagens o que o intelecto não poderia compreender diretamente”. Os antigos Mistérios (os da Idade Média) e os de hoje são o trabalho de grandes instrutores que nos guiam em nossa evolução.

Na Fraternidade Rosacruz, o Estudante Rosacruz pode obter uma sabedoria e compreensão incomensuráveis desde que se esforce por viver a vida.

Que possamos ser guiados na busca da perfeição, não por ganância ou vaidade pessoal, mas como trabalhadores na “Vinha do Senhor”, o Cristo, nosso Salvador.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1974-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ritual do Serviço do Solstício de Dezembro

FRATERNIDADE ROSACRUZ

Ritual do Serviço do Solstício de Dezembro

1. O Oficiante convida os presentes a cantarem, de pé, o Hino Rosacruz de Abertura

2. O Oficiante ilumina e descobre o Símbolo Rosacruz e apaga as luzes, exceto a que o ilumina o Símbolo e a que auxilia na leitura

3. Em seguida, fixa o olhar no Símbolo Rosacruz e fala a saudação Rosacruz:

“Queridos irmãos e irmãs:

Que as rosas floresçam em vossa cruz”

4. Todos respondem:E na vossa também.

5. Todos se sentam, menos o Oficiante.

6. Em seguida, o Oficiante começa a leitura do texto do Ritual:

Estamos agora no Solstício de Dezembro, tempo em que a luz do Sol definha para o hemisfério norte, onde o frio e a tristeza são intensos nessa ocasião. Mas, na noite mais longa e mais escura para aquele hemisfério, o Sol retoma o seu caminho de ascensão para o norte; a Luz de Cristo de novo nasce na Terra e todo o mundo rejubila. A onda de vida e luz espiritual que será a base do crescimento e do progresso do próximo ano, atinge o máximo de sua altura e poder. A Terra está agora mais próxima do Sol e seus raios espirituais incidem em ângulo reto sobre a superfície da Terra no hemisfério norte, promovendo a espiritualidade, enquanto as atividades físicas são mantidas em expectativa, devido ao fato de os raios solares incidirem em ângulo oblíquo sobre a superfície da Terra.

É da maior importância para o Estudante esotérico conhecer e compreender as condições particularmente favoráveis que prevalecem por ocasião do Natal, mais do que em qualquer outra ocasião, de modo a poder dirigir todas as suas energias na direção espiritual, de forma a poder percorrer, com menor esforço, uma distância muito maior nessa direção.

O apóstolo deu-nos uma maravilhosa definição da Divindade quando disse que “Deus é Luz”. Por isso a palavra Luz tem sido utilizada nos Ensinamentos Rosacruzes para ilustrar a natureza divina, especialmente o mistério da Trindade na Unidade. É ensinado claramente nas Sagradas Escrituras de todos os tempos, que Deus é Um e Indivisível. Ao mesmo tempo verificamos que assim como a luz branca Una é refratada nas três cores primárias: vermelho, amarelo e azul, assim também Deus se apresenta em tríplice aspecto durante Sua manifestação, pelo exercício das três funções divinas: de Criação, Preservação e de Dissolução.

Quando Deus exerce o atributo de criação aparece como Jeová, o Espírito Santo; Ele é, então, o Senhor da Lei e da Geração e projeta a fertilidade solar diretamente através dos satélites lunares de todos os Planetas onde se torna necessário fornecer corpos para os seres evoluintes.

Quando Deus exerce o atributo de preservação com o propósito de conservar os corpos gerados por Jeová sob as Leis da Natureza, Ele aparece como o Redentor, o Cristo, e irradia os princípios do Amor e da Regeneração diretamente em qualquer Planeta onde as criaturas de Jeová requeiram este auxílio para se libertarem das malhas da mortalidade e do egoísmo, a fim de alcançar o altruísmo e a vida eterna.

Quando Deus exerce o atributo divino da dissolução, aparece como o Pai que nos chama de volta ao nosso lar celeste para assimilarmos os frutos da experiência e do crescimento anímico, por nós armazenado, durante o Dia da manifestação. Este solvente universal, o raio do Pai, emana então do Sol espiritual invisível.

Estes processos divinos de criação e nascimento, de preservação e de vida, de dissolução, morte e retorno ao Autor do nosso ser, vemos por toda a parte à nossa volta e reconhecemos o fato de que são atividades do Deus Triuno em manifestação.

Será que já imaginamos um mundo espiritual onde não existem acontecimentos definidos, onde não há condições estáticas, onde o princípio e o fim de todas as aventuras, de todos os tempos, estão presentes no eterno “Aqui” e “Agora”?

Do seio do Pai há uma permanente saída das sementes das coisas e acontecimentos que entram no reino do “tempo” e do “espaço”. Aí, elas se cristalizam, gradualmente, e se tornam inertes, sendo necessária à sua dissolução para que possam dar lugar a outras coisas e a outros acontecimentos.

Não podemos fugir dessa Lei Cósmica; ela se aplica no reino do “tempo” e do “espaço”, inclusive ao próprio raio de Cristo. Da mesma maneira que os rios, cujas águas são lançadas no oceano, se enchem novamente quando as águas do mar são evaporadas e a eles retornam como chuva, para de novo correrem para o mar, num incessante fluxo e refluxo, assim também o espírito de amor está eternamente nascendo do Pai, dia a dia, hora a hora, fluindo interminavelmente no universo solar para nos remir do mundo da matéria que nos prende nas suas garras de morte. Onda após onda é assim impelida do Sol para todos os Planetas, dirigindo ritmicamente as criaturas que neles evoluem.

Dessa maneira é, no sentido mais real e mais literal, um Cristo recém-nascido que nós saudamos em cada festa de Natal que se aproxima, e o Natal é o acontecimento anual mais vital para toda a humanidade, saibamo-lo ou não. Não é apenas a comemoração da data natalícia do nosso amado Irmão Maior Jesus, mas o advento do rejuvenescedor amor-vida do nosso Pai Celestial, por Ele enviado para livrar o mundo das garras mortais do inverno. Sem esta nova infusão de vida e de energia divina, cedo pereceríamos fisicamente, e todo o nosso progresso regular teria sido inútil, pelo menos no que se refere às nossas atuais linhas de desenvolvimento.

Infinita fonte de amor divino, o nosso Pai Celestial ama-nos, assim como um pai ama seu filho, pois, Ele conhece a nossa debilidade física e espiritual; Ele reconhece a nossa dependência. Por isso, estamos agora esperando confiantemente o nascimento místico do Cristo de outro ano, carregado com nova vida e amor, enviados pelo Pai para nos socorrer da fome física e espiritual que seria inevitável, não fora essa dádiva de amor anual.

Com tempo, todo o mundo compreenderá que “Deus é Espírito” e que em Espírito e em Verdade deverá ser adorado. Nada podemos fazer para que possamos retratá-lo, pois Ele não é semelhante a nenhuma coisa existente nem no céu nem na Terra.

Podemos ver os veículos físicos de Jeová circulando como satélites em torno de vários Planetas; podemos ver o Sol, que é o veículo visível do Cristo; mas o Sol Invisível, que é o veículo do Pai, e a origem de tudo, aparece aos maiores videntes humanos apenas como uma oitava superior da fotosfera do Sol, como um anel de luz azul-violeta, por trás do Sol.

Porém não necessitamos vê-Lo; sentimos o Seu Amor, e este sentimento nunca é tão intenso como por ocasião do Natal, quando Ele nos dá o maior de todos os presentes: o Cristo do Ano Novo.

Toda e qualquer partícula de energia física provém do Sol visível; e é do invisível Sol espiritual que obtemos toda a nossa energia espiritual. No momento presente não podemos olhar diretamente para o Sol, se assim fizéssemos ficaríamos cegos. Podemos, porém, olhar para a luz solar refletida que vem da Lua. Assim também o ser humano não pode resistir ao impulso espiritual direto vindo do Sol e por isso esse impulso tem de ser enviado por meio da Lua, pelas mãos e por intermédio de Jeová, o regente da Lua, como Religião de Raça. Somente pela Iniciação é possível chegar ao contato direto com o impulso espiritual do Sol. Um véu pendia diante do Templo.

Dessa forma, na Noite Santa a que chamamos Noite de Natal, era costume entre os “homens sábios” (os Magos) – aqueles que estavam muito na vanguarda da humanidade comum – chamar aqueles que também se preparavam para se tornar sábios e conduzi-los à Iniciação, no interior dos Templos. Levavam-se a efeito certas cerimônias e os candidatos entravam em transe. Nesse tempo não seria possível a Iniciação em estado de vigília; tinha que ser cumprida em estado de transe.

Quando a percepção espiritual despertava nos candidatos, estes podiam ver através da Terra; não viam nenhum detalhe, mas a Terra se tornava transparente e eles viam o Sol do outro lado da Terra, viam o que se chamava a “A Estrela da Meia-Noite”.

Posteriormente foi possível ao ser humano receber o impulso espiritual mais diretamente, e quando chegou a ocasião em que o Espírito de Cristo pôde ser admitido na Terra – através da nossa evolução, um Raio do Cristo Cósmico veio até nós e se encarnou no corpo do nosso Irmão Maior Jesus. Foi assim que veio o Espírito de Cristo, o ponto de partida do impulso espiritual direto.

Exotericamente o Sol tem sido considerado desde tempos imemoráveis como o doador de vida, porque a multidão era incapaz de ver a grande verdade espiritual existente por trás desse símbolo material. No entanto, para além daqueles que adoravam o corpo celeste que viam com os olhos físicos, havia também, e ainda hoje há, uma pequena, porém crescente minoria, um sacerdócio consagrado mais pelas ações retas do que pelo ritual, que via e vê as verdades espirituais, essas verdades sob a forma de cerimonial, cerimonial esse que mudava de acordo com o tempo e com o povo a que era destinado. Para esses, a lendária Estrela de Belém brilha todos os anos como o Sol Místico da Meia-Noite que penetra nosso Planeta no Solstício de Dezembro e logo começa a irradiar, do centro do nosso globo, a Vida, a Luz e o Amor, os três atributos divinos. Estes raios de força e de esplendor espiritual enchem nosso globo com luz celestial que envolve todas as criaturas sobre a Terra, da menor à maior, indistintamente.

Nesta Noite Santa da qual acabamos de falar, quando o Cristo nasce, como um Sol, para iluminar a nossa escuridão, a influência espiritual é mais forte e pode ser atingida com muito maior facilidade. Esta é a grande verdade encoberta pela Estrela da Noite Santa, que iluminava a noite mais escura e comprida do ano – para o hemisfério norte (Esta noite mais escura e mais longa simboliza também o desesperado estado de alma daquele que procura a Iniciação).

Quando o Cristo aqui chegou, alterou as vibrações da Terra e desde então continua a alterá-las constantemente. Cristo rasgou o “Véu do Templo”. Ele tornou o Santo dos Santos – o lugar da Iniciação – acessível a “todo aquele que quiser”.

Desde então não houve mais necessidade de transe; não é mais necessário provocar estados subjetivos com o propósito de conseguir a Iniciação. Todo aquele que quiser penetrar no Templo para se iniciar, fá-lo-á em estado consciente.

Na Ordem Rosacruz, os nove Mistérios Menores, ou Iniciações Menores, se referem somente à evolução da humanidade durante o Período Terrestre; o quinto grau desses Mistérios conduz o candidato ao final do Período Terrestre quando a humanidade gloriosa estará assimilando os frutos desse Período, retirando-os dos sete Globos nos quais evoluímos durante cada dia de manifestação, para transportá-los ao primeiro dos cinco globos obscuros que constituem nossa vivenda durante a Noite Cósmica. Depois de ter visto o fim, no quinto grau, o candidato é informado sobre os meios pelos quais este final será atingido no decorrer das três Revoluções e meia que faltam para se completar o Período Terrestre; os quatro graus restantes são dedicados à iluminação do candidato a esse respeito. O nono ou último desses graus é atingido nos Solstícios de Junho e de Dezembro, tendo o candidato, por essa ocasião, obtido acesso a todas as camadas ou estratos da Terra.

Este é o grande destino que está reservado a cada um de nós. Disse o Cristo aos Seus discípulos: “Aquele que crer em Mim, fará as coisas que eu faço… e ainda maiores”. É um fato sublime sermos nós Cristos em formação; quanto mais cedo nos convencermos que devemos dar nascimento ao Cristo Interno antes de podermos ver o Cristo exterior, mais depressa chegará o dia da nossa iluminação espiritual. Cada um de nós será, oportunamente, conduzido pela Estrela até ao Cristo, mas é necessário acentuar que não seremos conduzidos a um Cristo exterior, mas ao Cristo que está no Interior.

“Embora Cristo possa nascer mil vezes em Belém,

Se não nascer dentro de ti, tua alma continuará extraviada”.

Entremos, agora, em silêncio e, por alguns instantes, concentremo-nos sobre o Amor Divino e o Serviço.

7. O período de concentração deve se prolongar por uns 5 minutos

8. Terminada a concentração, o Oficiante cobre o Símbolo Rosacruz e acende as luzes

9.   O Oficiante convida todos a se levantarem e a cantarem o Hino Rosacruz de Encerramento

10. O Oficiante profere a seguinte exortação de despedida:

“E agora, queridos irmãos e irmãs, que vamos partir de volta ao mundo material levemos a firme resolução de expressar, em nossas vidas diárias, os elevados ideais de espiritualidade que aqui recebemos, para que dia a dia nos tornemos melhores homens e mulheres, e mais dignos de sermos utilizados como colaboradores conscientes na obra benfeitora dos Irmãos Maiores, a Serviço da Humanidade”.

“QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ”

11. Apaga-se a luz do Templo

(todos devem se retirar do Templo em silêncio)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Alerta sobre quando estudamos a Bíblia

Um Alerta sobre quando estudamos a Bíblia

Quando se fala dos Mistérios Cristãos deve-se compreender que os quatro Evangelhos não são exclusivamente relatos da vida de um único indivíduo, escritos por quatro pessoas diferentes e sim que são símbolos de Iniciações distintas. Cada um de nós atravessará, algum dia, os quatro períodos descritos nos quatro Evangelhos, porque cada um está desenvolvendo o espírito de Cristo no seu interior. E ao dizer isso dos quatro Evangelhos, podemos aplicá-lo também a uma grande parte do Antigo Testamento, que é também um maravilhoso livro de ocultismo.

Quando colhemos batatas não esperamos encontrar somente batatas e nenhuma terra; tampouco, devemos esperar, ao nos aprofundarmos no livro chamado Bíblia, que cada palavra seja uma verdade oculta, porque como deve haver terra entre as batatas, assim também deve haver escória entre as verdades ocultas da Bíblia. Os quatro Evangelhos foram escritos de tal maneira que somente aqueles que têm o direito de saber podem descobrir o verdadeiro significado e compreender os fatos subjacentes. Do mesmo modo, no Antigo Testamento encontramos grandes verdades ocultas que se tornam lúcidas no dia em que podemos olhar por detrás do véu.

Deve-se notar que as pessoas que originalmente escreveram a Bíblia não intentaram dar a verdade de uma maneira que todo aquele que quisesse, pudesse lê-la. Nada estava mais afastado de suas mentes que escrever “um livro aberto sobre Deus”. Os grandes ocultistas que escreveram o Thorah são muito categóricos a esse respeito. Os segredos do Thorah não podiam ser compreendidos por todos. Cada palavra do Thorah tem um significado elevado e um mistério sublime. Muitas passagens estão veladas; outras devem ser entendidas literalmente; e ninguém que não possua a chave oculta pode decifrar as profundas verdades veladas naquilo que amiúde apresenta um feio revestimento.

(Publicado na Revista O Encontro Rosacruz – Fraternidade Rosacruz em Santo André-SP – dezembro/1982)

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