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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

São Tiago e São João – Os filhos do trovão

E subiu ao monte, e chamou para Si os que Ele quis, e os nomeou doze para que estivessem com Ele… e para que tivessem o poder de curar as doenças e enfermidades e expulsar os demônios. A Simão a quem acrescentou o nome de Pedro, e a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, irmão de Tiago, aos quais deu o nome de Boanerges, que significa Filhos do Trovão… (Mc 8:13-17).

A jornada dos Discípulos principia quando foram ordenados por Cristo após suas Iniciações. Podemos segui-los durante os anos de ministério de seu Mestre e Salvador, prosseguindo depois o seu trabalho na Terra.

Durante esses anos todos, foram beneficiados pela presença e profundo amor do Galileu. As chacotas dos populares pouco os atingiam, em comparação com a felicidade que sentiam no trabalho do “Caminho”, na vinha do Senhor. E qual dos Discípulos era o mais próximo do Cristo, o que mais afinidade conseguiu com o Mestre, quem melhor O compreendeu?

De todos os Discípulos, João foi chamado de “amado” pelo Mestre. Em sua juventude era impulsivo, ambicioso e até vingativo. Só quando cresceu em espírito vislumbramos a sua maravilhosa essência, pelo Cristo reconhecida desde o início.

Apesar de ter sido o mais jovem de todos os Discípulos, ele, segundo a história, viveu mais do que todos. Narra a tradição que ao redor de seus noventa anos era levado à Igreja de Éfeso, onde permanecia testemunhando radiantemente a sua fé. Não dizia outra coisa que: “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros”. Para um mais profundo estudo da vivência Cristã desse Discípulo, observemo-lo jovem, porque houve uma marcante diferença entre as duas fases de sua vida, juventude e velhice.

A Bíblia nos diz que esse era o Discípulo amado. Porém, curiosamente Cristo Jesus chamou aos irmãos Tiago e João de “Filhos do Trovão”, literalmente significando aqueles que fazem muito barulho e são a fonte constante de perturbações.

Aparentemente os dois irmãos eram bem conhecidos do Mestre. Os dois “Boanerges” … Filhos do Trovão… (Mc 3:13-17).

Certa vez no caminho de Jerusalém, no meio de Seu pequeno grupo, o Senhor predisse as coisas terríveis que lhe aconteceriam e toda a glória que o Pai lhe reservara. Os dois irmãos, menos interessados nos pormenores da trágica profecia, e visando algo mais grandioso e atraente, qual seja a alta direção de um reinado, de imediato rogaram ao Mestre: “Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita e outro à tua esquerda” (Mc 10). Mas Cristo Jesus lhes respondeu: “Não sabeis o que pedis, podeis vós beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado?” E eles disseram: “Podemos”. Com essa resposta causaram discórdia naquele grupo ora tão harmonioso. “E os dez, tendo ouvido isso começaram a indignar-se contra Tiago e João” (Mc 10:41). E repreendeu-os Cristo Jesus: “Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes, delas se assenhoreiam e os seus grandes usam da autoridade sobre elas. Mas entre vós não será assim… aquele dentre vós que quiser ser o maior seja o servo de todos”.

Não é, pois, de se admirar que Cristo Jesus lhes apelidasse de “Filhos do Trovão”. Naquele dia os Discípulos aprenderam uma lição valiosa: os Filhos de Deus não exercem autoridade sobre o seu semelhante.

Quando a presença do Senhor pareceu indesejável aos moradores de uma aldeia samaritana, prontamente os dois irmãos reagiram. Movidos pelo amor para com o Mestre, mas ainda carentes de sabedoria, disseram: “Senhor, é de Tua vontade que ordenemos que chamas ardentes desçam dos céus e os consumam, como já aconteceu com Elias?”. A essa demonstração muito humana de solidariedade, que não passava, realmente, de um simples desejo de vingança, revestido de uma aparência de virtude, O Mestre respondeu: “O Filho do Homem não veio para destruir os homens, e sim para salvá-los.”. Essa atitude deve ter parecido muito curiosa aos Discípulos, porém o Caminho Superior exige o conhecimento de certas leis: a disciplina interna no relacionamento com outros seres humanos e o respeito à sua divina essência, apesar de suas manifestações inferiores, ou justamente por causa delas. Os Filhos de Deus devem representar um padrão de humanidade a ser seguido pelos semelhantes.

Escreve Max Heindel: “O Discípulo deve passar por um período de treinamento, através do qual alcança tal ponto de maturidade espiritual em que fica capacitado a viver as verdades assimiladas. Então, no tempo certo, torna-se mais fácil, para o Mestre ou Iniciador, mostrar-lhe pela primeira vez, como aplicar a verdade assimilada, como utilizar o poder acumulado, seguindo-se, realmente, a Iniciação”. Esse é, na verdade, o caminho trilhado pelos Discípulos do Cristo. Através do demorado processo da transmutação, eis que os Filhos do Trovão passaram a ser Iniciados de alto grau. O Evangelho Segundo São João, Cap. 14-17, contém informações a respeito da nova forma de Religião a substituir o Cristianismo, conhecida como Religião do Pai. Ela deverá elevar os Discípulos ao Mundo do Espírito Divino. São João diz a esse respeito: “Quem nega o Filho, não tem o Pai, porém, aquele que confessa o Filho, também tem o Pai”.

O inspirado Browning[1] escreveu estes versos e de sua atmosfera, por vezes enigmática, emerge um personagem que reconhecemos como João, o velho João, já muito cansado, falando através da pena do poeta:

“Já passou tanto tempo… tanto tempo…

Tiago e Pedro já foram libertados pela morte.

E só fiquei eu, o vosso irmão João, que tudo viu,

Que tudo ouviu e que tudo se lembra. Na Terra,

Já não há ninguém vivo que possa testemunhar  

Sobre o que viu com os seus olhos, sobre o que tocou

Com suas mãos! Lembro-me DELE, a própria Palavra da Vida,

Dizendo: “Eu sou”, desde o começo do mundo.

Ah! E como será esse Seu mundo,

Quando o último que possa dizer 

“Eu conheci”, vos terá deixado?”.

O velho Filho do Trovão… muito cansado e possivelmente só. A cada domingo é conduzido à igreja, lá em Éfeso. Não tem mais outra mensagem para a humanidade. Só diz: “Filhinhos, amai-vos uns aos outros” …

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: Robert Browning (1812-1889) foi um poeta e dramaturgo inglês.

(*) Pintura: São João e São Tiago maior – El Greco 1610-1614

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Os Egos escolhendo servir à Deus, seus renascimentos e suas missões

Os Egos escolhendo servir à Deus, seus renascimentos e suas missões

Muitos Egos escolheram servir a Deus, vida após vida. E um destes Egos foi Davi, filho de Jessé. Davi era um poderoso guerreiro, um doce cantor, bom músico, escritor e poeta. David renasceu, mais tarde, como Jonas e salvou a cidade de Nínive da destruição, devido a sua sinceridade e eloquência.

Este mesmo Ego renasceu, depois, como Simão Pedro, e tornou-se o pescador da Galileia. Depois foi um dos doze Discípulos de Cristo. Pedro foi um homem devoto que seguiu praticando o Evangelho e curando os enfermos, até que encontrou a morte nas mãos dos inimigos do Cristianismo.

Centenas de anos depois, este mesmo Ego renasceu num corpo de um jovem italiano que morreu na cidade de Assis. Este grande Ego havia renascido antes do seu tempo e quando seu Corpo Denso se tornou desgastado para ser utilizado de maneira eficaz, ele foi vinculado a um outro Corpo Denso, pelos Irmãos Maiores. Então, recebeu o nome de Francisco. E por muitos anos, Francisco de Assis trabalhou entre os pobres leprosos desta região, e viveu de maneira simples e humilde. Ele fundou muitos Mosteiros, e era muito amado e reverenciado pelo povo.

Durante essa vida Francisco recebeu sua décima terceira Iniciação. Foi dito que este Ego se encontra nos Mundos superiores, ainda trabalhando para ajudar a humanidade, como fazia anteriormente.

Quando este Ego renasceu como Jonas, teve uma experiência incomum, pois, foi salvo da morte por uma baleia. Vejamos como isto aconteceu.

No livro de Jonas (1:1-4): “A palavra de Iahweh foi dirigida a Jonas, filho de Amati: ‘Levanta-te, vai a Nínive, a grande cidade, e anuncia contra ela que a sua maldade chegou até mim’. E Jonas levantou-se para fugir para Társis, para longe da face de Iahweh. Ele desceu a Jope e encontrou um navio que ia para Társis, pagou a passagem e embarcou para ir com eles para Társis, para longe da face de Iahweh. Mas Iahweh lançou sobre o mar um vento violento, e houve no mar uma grande tempestade, e o navio estava a ponto de naufragar”.

Jeová (Iahweh) somente teve que enviar uma mensagem a alguém, para que as Ondinas, nas águas, e os Silfos, no ar, iniciassem sua maior atividade, e, assim, houve uma terrível tempestade. Um elevado Irmão Leigo disse a Jonas que ele deveria ir à Nínive; mas, Jonas estava amedrontado e fugiu, ao invés de ir. A tempestade foi tão assustadora que os marinheiros estavam aterrorizados, e todos os homens rezavam para que Deus os salvasse. Até jogaram toda carga no mar para aliviar o navio.

O capitão do navio encontrou Jonas dormindo na parte de inferior do navio, e ordenou-lhe que orasse a Deus pela sua segurança. Os marinheiros lançaram sortes para ver quem era o culpado por estarem em apuros, e a sorte caiu sobre Jonas.

Os marinheiros perguntaram a Jonas o que tinha feito para trazer esta desgraça sobre eles. Jonas disse que era um hebreu e que temia a Deus, e havia fugido de Sua presença. Os homens perguntaram a Jonas como eles poderiam ajudá-lo para que o mar se acalmasse. Jonas pediu que o lançasse ao mar por ser o causador do problema. Antes que fizessem isto, os homens remaram para tentar levar o navio à terra, mas não conseguiram devido a força da tempestade.

Em seguida, os marinheiros oraram novamente a Deus, e pediram que eles não perecessem por causa de Jonas. Pediram a Deus para não os condenar pelo que iam fazer a Jonas. Eles, então, pegaram Jonas, o lançaram ao mar e este se acalmou.

“Os homens foram então tomados por um grande temor para com Iahweh, ofereceram um sacrifício a Iahweh e fizeram votos” (Jn 1:16).

A Bíblia com a nova versão diz o seguinte: “E Iahweh determinou que surgisse um peixe grande para engolir Jonas. Jonas permaneceu nas entranhas do peixe três dias e três noites” (Jn 2:1).

Esta última parte está incorreta, e ilustra como a Bíblia tem sido traduzida incorretamente. Um elevado Irmão Leigo disse que grande parte da tradução da Bíblia está incorreta, e que aqueles que buscam diligentemente a verdade na Bíblia, encontrarão o seu significado correto. Aqui está a maneira que Jonas foi realmente salvo do afogamento pela baleia. Jonas estava abrigado na parte de trás da baleia e não no estômago.

Esta história tem causado muita preocupação e constrangimento aos estudantes da Bíblia, e é utilizada pelos incrédulos como um argumento contra a toda a Bíblia. A maioria das pessoas não acredita que a baleia engoliu Jonas vivo, e que depois o atirou para cima pelo seu estômago após três dias. A vida de Jonas foi salva por uma baleia de uma maneira notável, mas de uma maneira que possa ser facilmente aceita pelos estudantes de Ocultismo.

Depois que os homens, a bordo do navio, descobriram que Jonas havia desobedecido à ordem de um Irmão Leigo, pois, tinha sido enviado a uma missão em Nínive, para alertar as pessoas do perigo iminente que eles corriam, eles foram influenciados a jogar Jonas ao mar, a fim de que pudesse aprender que não poderia escapar dos Seres Superiores, que guiam os destinos das pessoas neste Planeta. Este mesmo Irmão Leigo, que tinha sugerido que jogassem Jonas ao mar, solicitou também a uma baleia que seguisse ao lado do navio para apanhar Jonas na parte de trás do navio. A baleia se manteve na superfície da água com Jonas em cima e assim ficou por três dias.

Assim aconteceu para que Jonas tivesse a oportunidade de se arrepender das suas ações, e aprender a obedecer; pois, algumas vezes ele se mostrava muito teimoso, apesar de ser um bom servo da humanidade, quando estava de bom humor. Depois de Jonas ter se arrependido e prometido obedecer, foi levado, então, para o outro lado esquerdo da margem. E as ondas o levaram à terra firme e ele ficou em segurança.

Enquanto Jonas se encontrava no mar, muitos outros peixes e outras espécies se acercavam perto dele. Mas ninguém poderia tocá-lo, pois, ele tinha sido protegido da morte por Auxiliares Invisíveis que o guiavam.
O destino de Jonas era ir a Nínive, e salvar as pessoas que estavam sob seus cuidados. Mais tarde conseguiu cumprir tão bem sua missão, que as pessoas malvadas daquela cidade o escutaram, arrependeram e oraram para Deus por libertação. Estas pessoas eram tão sinceras e fervorosas em suas orações que todos se salvaram do desastre.

Agora, algumas pessoas podem dizer que não havia entendido como a baleia poderia ter feito para nadar até o navio, e permitir que Jonas ficasse nas costas dela por três dias; e também como alguém poderia manter a baleia imersa no mar durante três dias inteiros.

Esses Espíritos-Grupo têm corpos que parecem com humanos, e suas cabeças parecem com os animais que estão aos seus cuidados. Muitos Auxiliares Invisíveis veem e conversam com esses Espíritos-Grupo, no transcurso de seu trabalho à noite, enquanto estão fora de seus corpos durante o sono.

Um Irmão Leigo, que tem alcançado cinco ou mais Iniciações Menores, pode se comunicar com estes Espíritos-Grupo, e terá suas ordens obedecidas pelos animais. O Irmão Leigo, que estava cuidando de Jonas, tinha o poder de dirigir o Espírito-Grupo das baleias para resgatar o Profeta Jonas. Depois que Jonas compreendeu sua condição, orou a Deus para salvá-lo da morte, e prometeu ir ao povo de Nínive. Em seguida, ele foi levado para a terra.

O mundo de hoje é muito parecido com a cidade de Nínive, e precisamos de alguém como o profeta Jonas, para dizer às pessoas que se voltem a Deus em busca de orientação. A maioria das pessoas gastam seu tempo com filmes, boates e barzinhos muito mais do que se supõe. A humanidade está se tornando propensa ao materialismo, e um grande número de pessoas está se afastando de Deus, e só estão interessados na aquisição de riqueza e ter uma vida tranquila. Há pouco interesse ou crença nas coisas espirituais.

As palavras de Josué: “Escolhei hoje a quem quereis servir”, é tão importante para nós, como foi para as pessoas daquela época. Nós somos Egos renascidos do passado, e certamente ainda teremos muitas lições a aprender. Os velhos ódios e amores do passado ainda estão dentro de nós, e a lei do Destino Maduro está ativa, pois, agora estamos colhendo o que plantamos no passado. O que se espera é que vivamos em paz uns com os outros, e amemos aos nossos inimigos. A maioria das pessoas apenas parece ser verdadeira a seus amigos, e muitas delas são falsas a si mesmas.

(IH – de Amber M. Tuttle)

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