Resposta: Essa pergunta, se feita por um cético, proporciona-lhe uma grande satisfação, pois ele vê nela uma justificativa para sua ideia de que todas as seitas estão erradas em suas crenças e que a Bíblia é um conglomerado de bobagens, só que na verdade a caso é exatamente o contrário. Nós não defendemos a Divindade desse Livro, nem sustentamos que ele é a Palavra de Deus de capa a capa; reconhecemos o fato de que se trata de uma tradução deficiente dos originais e de que existem muitas interpolações, que foram inseridas em momentos diferentes para apoiar várias ideias, mas, no entanto, o próprio fato de tanta verdade ter sido reunida num espaço tão pequeno a faz uma fonte de constante admiração para o ocultista, que sabe o que esse Livro realmente é e o verdadeiro ocultista tem a chave do seu significado.
Há um fato que o cético não consegue perceber. A ideia dele é que se uma determinada interpretação é verdadeira, todas as outras interpretações devem necessariamente ser falsas. Esta ideia está enfaticamente errada. A verdade tem várias facetas e é eterna; a busca pela verdade também deve ser abrangente e interminável. Podemos comparar a verdade a uma montanha, e as várias interpretações dessa verdade a diferentes caminhos que conduzem ao cume. Muitas pessoas estão percorrendo todos esses caminhos e cada um pensa que seu caminho é o único enquanto está ainda percorrendo as primeiras partes do caminho; vê-se apenas uma pequena parte da montanha e pode-se, portanto, ter razão em clamar aos seus irmãos ou as suas irmãs: “Vocês estão errados; venham no meu caminho; esse é o único que leva ao topo.”. Mas à medida que todas essas pessoas vão caminhando mais e mais para cima, elas verão que os caminhos convergem no topo e que são todos um no final.
Pode-se dizer, com maior ênfase, que nenhum sistema de pensamento, que tenha sido capaz de atrair e reter a atenção de um grande número de pessoas durante um tempo considerável, ficou sem a sua versão da verdade; e quer percebamos isso ou não, existe em cada “seita” o cerne do Ensinamento Divino que, gradualmente, os leva para cima, em direção ao topo da montanha e, portanto, devemos praticar a máxima tolerância para com cada crença.
(Pergunta nº 73 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Resposta: Essa é uma regra geral, aplicável às massas. Tratando-se de um Ego espiritualmente mais avançado, há maior oportunidade de escolher o sexo para um determinado renascimento, como também o tempo e o lugar.
Além disso, não é sempre que uma pessoa renasce consecutivamente em Corpos Densos masculinos e femininos. Alguns fatores em sua evolução exigem-lhe habitar um Corpo Denso masculino ou feminino, não alternadamente, a fim de que possa cumprir alguma missão importante. Essa natureza dual é inerente a todos os seres humanos, e ambos os aspectos podem ser plenamente desenvolvidos e harmonizados em cada Ego.
O Ego que renasceu como Elias e subsequentemente como S. João Batista estava consciente de que só poderia dar comprimento à sua missão, com maior eficiência, num Corpo Denso masculino do que renascendo em um Corpo Denso feminino.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/1978 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Os fariseus constituíam, ao tempo de Cristo, uma seita predominante, antipatizada pelos demais em razão do seu rigor na observância exterior da Lei e da Tradição e, principalmente, por seu menosprezo aos patrícios que não participavam desse rigorismo. Daí o nome fariseu, que quer dizer separado. Eram formalistas e hipócritas. Acreditavam na sobrevivência dos Espíritos, na reencarnação dos justos (os maus, segundo eles, ficavam sofrendo os tormentos do fogo eterno) e no livre arbítrio limitado pelo destino. Participavam do Sinédrio (uma associação de 20 ou 23 juízes que a Lei judaica ordenava existir em cada cidade. O Grande Sinédrio era uma assembleia de juízes judeus que constituía a corte e legislativo supremos da antiga Israel).
Os saduceus eram um grupo pouco numeroso, mais político que religioso, formado por personagens importantes que organizaram um senado com autoridade sobre toda a nação, mais tarde transformado no Sinédrio, com a participação de fariseus. Sua forma religiosa era subordinada à Lei (Thorah). Severos na aplicação da Lei de Talião (que consistia na rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamada retaliação. Na perspectiva da Lei de Talião, a pessoa que fere outra deve ser penalizada em grau semelhante, e a punição deve ser aplicada pela parte lesada. Em interpretações mais suaves, significa que a vítima recebe o valor estimado da lesão em compensação. A intenção por trás do princípio era “restringir” a compensação ao valor da perda. A Lei de Talião é encontrada em muitos códigos de leis antigas. Ela pode ser encontrada nos livros do Antigo Testamento do Êxodo, Levítico e Deuteronômio. Mas, originalmente, a lei aparece no código babilônico de Hamurabi (datado de 1770 a.C.), que antecede os livros de direito judeus por centenas de anos.). Materialistas, não acreditavam na sobrevivência dos Espíritos, nem nos Anjos e desprezavam os Rituais; por isso os fariseus os detestavam.
A expressão “geração de víboras, quem vos recomendou que fugísseis da ira vindoura?” (Mt 3:7), dirigida por S. João Batista aos fariseus e saduceus, é para se referir que eles eram venenosos e astutos como as víboras, por isso, eram filhos delas. As víboras previam as enchentes do Mar Morto e antecipadamente fugiam para se refugiarem nos galhos das árvores. Esse fato é comparado com a condição deles, que tinham muitos pecados e estavam buscando se refugiar no Batismo de S. João Batista, antes que a Lei de Causa e Efeito lhes trouxesse as consequências.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto/1977 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Temos inúmeras informações na Bíblia de que Jacó era um “homem de Deus”. Embora falhasse às vezes, seus esforços convergiam sempre para elevados ideais. Por causa de sua lealdade a tudo que era nobre e verdadeiro, foi bendito e sua história dá testemunho de que Jeová esteve “perto dele” em muitas ocasiões.
Quando era jovem, Jacó empreende uma viagem de sua terra Canaã até Padanarã, a pátria de seus ancestrais, para “tomar uma mulher”. Simbolicamente, isso se refere ao desenvolvimento do coração, do lado místico da natureza de Jacó. Jacó era um tipo positivo de homem e, como todo ocultista desenvolvido, precisava um dia de equilibrar-se, desenvolvendo também o outro lado, o místico. Jacó conquistou o desenvolvimento da natureza cardinal, que o completaria e suavizaria.
Em sua viagem chegou a um lugar denominado “Luz”, que significa a própria Luz, e nele Jacó deita-se para repousar, apoiando sua cabeça sobre uma pedra. Na maioria dos versículos da Bíblia em que se usa a palavra pedra, aplica-se ela no sentido de conhecimento, compreensão, sabedoria ou poder espiritual. Exemplos disso são: Moisés ferindo a rocha com sua vara, a fim de obter águas vivas para dar de beber aos filhos de Israel; o peitoral do sumo sacerdote com as doze pedras que representam os doze Signos do Zodíaco; Davi matando o gigante Golias com uma pedra; a tentação de Cristo no deserto, para transformar pedras em pão; o encargo dado por Cristo a S. Pedro: “Tu és Pedro (pedra) e sobre esta pedra edificarei minha igreja.” (Mt 16:18) e muitos outros.
Na história de Jacó, a “pedra de luz” se refere à compreensão, à sabedoria, à iluminação espiritual de Jacó. E, quando usou seu conhecimento (recostou a cabeça na pedra), viu uma longa escada (a famosa escada de Jacó) que “se apoiava na Terra e se elevava até tocar o Céu”. Em outras palavras, ele havia desenvolvido o poder de atingir os diversos Mundos espirituais (alcançou várias Iniciações) e seus vários habitantes. Isto foi, certamente, uma experiência maravilhosa e Jacó põe outro nome a este lugar chamando-o Bether ou Betel, que significa “Casa de Deus“.
Verdadeiramente, quando atingimos esse estado, somos transformados e o nosso corpo passa a ser de fato uma “Casa de Deus”: “Não sabeis que sois templos do Altíssimo e o Espírito Santo habita dentro de Vós?”. “Sois o templo de Deus.” (ICor3:16-17 e 19).
Jacó permaneceu vinte anos nessa Terra (a Luz) passando por sucessivas experiências espirituais. Seu contato consciente com Jeová (Jeová é o Regente das Religiões de Raça, de que trata o Antigo Testamento) permitiu-lhe vencer muitos obstáculos que encontrou em seu caminho (debilidade de caráter). Recebeu instruções diretas e seguiu-as implicitamente, recebendo a recompensa de sua obediência, que foi justamente o de ser ele constituído “a semente de uma nova Raça”. Um mais alto passo evolutivo estava sendo preparado e, através dele, de acordo com a história bíblica, nasceram as doze tribos de Judá. Ele estava destinado a cumprir elevada missão e sua habilidade provada para “caminhar com Deus” permitiu-lhe a formação de uma nova Raça.
Em sua viagem de regresso de Padanarã, Jacó teve outra experiência espiritual única, desta feita em Peniel (a face de Deus): Jacó foi separado de sua gente e durante toda uma noite lutou contra um “Ser espiritual”; Jacó não o deixava ir enquanto este não o abençoasse. Tal Ser espiritual é chamado “Anjo” na Bíblia e está registrado em Gênesis 32:22-32 que o Anjo o abençoou porque ele (Jacó) havia lutado “com Deus e com os homens” e havia vencido. Desde esse momento o nome de Jacó foi mudado para Israel, que significa: “o que luta com Deus”. Na Iniciação antiga o candidato era mergulhado em catalepsia (noite de inconsciência) e tinha visão dos Mundos espirituais; mas antes de conquistá-los tem de vencer o “fantasma do umbral”[1] (a natureza espiritual formada pelos erros passados, representado pela nossa, a do Aspirante à vida superior, própria figura com face do sexo oposto. Só depois de vencê-lo é que serão franqueados a nós os Mundos espirituais). Jacó havia conquistado o direito de ser “um homem de Deus” pelo desenvolvimento de suas faculdades espirituais e, como tal, tinha direitos superiores aos do “homem comum”. Tal fato está amplamente ilustrado quando ele abençoou os filhos de José e deu a profecia de seus próprios filhos, tal como se conta no capítulo 49 do Livro do Gênesis.
Essa passagem nos conta sobre a família de Jacó, com suas quatro esposas e seus doze filhos. É um Mito Solar em que Jacó representa o Sol, suas esposas, as quatro fases da Lua e seus filhos, os doze Signos do Zodíaco, a saber:
Aquário – Rubens, o princípio do vigor solar (Era de Aquário…), o primogênito de sua fortaleza. Mas também lemos que não haverá fortaleza e proeminência, enquanto não houver controle, o que está simbolizado pela corrente como as águas (versículo 4), isto é, o “homem controlando a saída da água de seu jarro”.
Peixes – Zabulão ou Zabulam ou, ainda, Zabulon, um porto de mar (versículo 13), o embarque, o início de religiosidade, da Religião Cristã.
Áries – Gad. Um exército o acometerá (versículo 19). O princípio de atividade, de dinamismo, confiança.
Touro – Issachar, Issacar ou Isacar. É forte e chegou a ser um Servo como recompensa (versículo 14 e 15). Signo Fixo, persistente, sentimental, que sempre alcança resultados em perseverança.
Gêmeos – Simeão e Levi. São Irmãos (versículo 5). Representação da Humanidade infantil de meados da Época Atlante e futura fraternidade, pelo entendimento.
Câncer – Benjamim. Lobo (versículo 27) – Constelação do Cão, em Câncer, com a grande estrela Sirius.
Leão – Judá. Encurvou-se como Leão (versículo 9). Fartas referências você encontra no Livro “Maçonaria e Catolicismo – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz”.
Virgem – Diná, filha única de Jacó (Gn 30:21). Signo feminino e intuitivo.
Libra – Aser ou Asher. O pão de Aser será grande (versículo 20). A ocasião da colheita no hemisfério norte – a massa.
Escorpião – Dan ou Dã “Serpente junto ao caminho” (versículo 17). Signo de espiritualidade, da serpente da sabedoria, do Aspirante à vida superior que busca o Caminho.
Sagitário – José “Seu arco ficou forte”, “Os arqueiros o aborreceram.” (versículo 23 e 24). Signo do idealista que anela algo de natureza tão elevada (arco apontando as estrelas) que não sabe definir.
Capricórnio – Nephtalí ou Naftali, o cervo perdido (versículo 21), a cabra do Signo que inicia o ano, que foge em corrida, dando início a novo ano.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1962 – Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.T.: o Guardião do Umbral
O último livro da Bíblia nos fala que o Apóstolo S. João escreveu o Apocalipse (O Livro da Revelação) na Ilha de Patmos.
Ao dizer, S. João que “se encontrava na Ilha de Patmos”, há uma grande significação. A palavra “Patmos” significa iluminação, e nos tempos anteriores a Cristo, a expressão “Ilha de Patmos” era usada para se referir à Iniciação. Por meio de seu progresso no caminho iniciático, “o Discípulo – Amado” foi capaz de estar em Espírito, em estado de consciência necessária para ver nos reinos superiores e funcionar ali em seus veículos invisíveis.
Quando estudamos a Revelação, encontramos como uma de suas características mais notáveis, que está baseada no místico número sete. S. João teve sete visões nas quais recebeu mensagens para as sete igrejas; há sete Anjos ante o trono, há sete lâmpadas de fogo e sete trombetas; há sete candelabros, os sete selos do “livro”.
O significado do uso do número sete é explicado pelos Ensinamentos Rosacruzes, a qual ensina que nós temos uma constituição sétupla, sendo um Tríplice Espírito que possui um Tríplice Corpo e a Mente.
No Corpo Denso há sete centros espirituais, os quais quando são despertados e desenvolvidos, expressam os nossos (o do Ego, o do Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui) poderes espirituais. Posto que nós temos uma constituição sétupla, e dado que somos a unidade deste particular Campo de Evolução, a quem S. João se refere em sua mensagem, logicamente, é de supor-se que a mensagem que foi escrita por S. João e enviada às “sete igrejas”, encerra informação referente a nós mesmos.
Em outras palavras, as sete igrejas são usadas em um sentido simbólico para referir-se aos nossos sete centros espirituais, os quais têm que ser desenvolvidos no processo evolutivo espiritual. Cada um de nós é um Deus em formação e eventualmente logrará seu divino destino!
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – setembro/1988 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Resposta: Indubitavelmente Cristo deu-as a S. Pedro, bem como a outros, mas não eram chaves semelhantes as que usamos para abrir as portas. Contudo, nenhum ser humano pode entrar em certos lugares a menos que tenha essas “chaves”. São “chaves” musicais ou encantações, tais como são usadas em todas as ordens ocultas para todos os fins ocultos.
Nas ordens ocultas, como a Ordem Rosacruz, a nota tônica ou “chave mestra” da encantação para cada grau, é de medida vibratória diferente de todos os outros graus, e uma pessoa que não possua esta nota chave e não seja, portanto, capaz de se harmonizar a ela, é detido como se houvesse um muro invisível vibratório ao redor do Templo. Na substância das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo, que rodeia a Terra e onde está localizado o Purgatório, há uma vibração diferente da que existe na parte de nossa atmosfera onde se localizam as três Regiões superiores do Mundo do Desejo (onde se localiza o Primeiro Céu) e a Região do Pensamento Concreto (onde se localiza do Segundo Céu).
Esta frequência vibratória, por sua vez, difere daquela que existe nos estados da matéria que está no interior da Terra, em cada um dos nove Estratos subterrâneas. Portanto, cada uma dessas divisões dos Mundos invisíveis também exige uma nota tônica ou “chave” mestra diferente, que são ensinadas gradualmente aos Iniciados, à medida que eles progridem no Caminho de Iniciação Rosacruz à qualidade de Adeptos. Foi a nota tônica ou “chave” mestra de um ou mais de um desses reinos, que foi fornecida a S. Pedro e a outros, por Cristo, que era a Iniciador em seus casos. As mesmas “chaves” são dadas atualmente a Seus seguidores por Seus sucessores, que iniciam os que são dignos das Iniciações, a fim de que eles possam servir a Humanidade melhor e mais diligentemente.
Assim, vemos que a música tem, pois, uma missão mais sublime que nos servir de simples deleite. De fato, a harmonia das esferas é a base de toda a evolução. Sem ela não haveria progresso, e uma vez nossos ouvidos harmonizados a ela, teremos a “chave” de todo o adiantamento.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz julho/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Nas épocas pré-cristãs, os mais aptos receberam grandes ensinamentos por meio das Iniciações de então. Grandes templos foram erguidos, nos quais celebravam-se os rituais Iniciáticos. As ruínas encontradas nas margens do Nilo revelam as características de um momento nesse Esquema de Evolução em que as Iniciações se processavam aqui na Região Química do Mundo Físico.
Com o advento do Cristianismo, surgiu uma nova fórmula de Iniciações. Durante os três primeiros séculos “depois de Cristo”, a Religião Cristã foi a guardiã das Iniciações ocidentais. S. Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios, diz: “Leite vos dei a beber; não vos dei alimento sólido porque ainda não o podereis suportar” (ICor 3:2). Tendo o mundo submergido cada vez mais no materialismo, tais ensinamentos foram sendo relegados ao esquecimento. Os Templos para Iniciações, porém, ainda subsistem na Região Etérica do Mundo Físico.
Cada grande Religião tem o seu Templo, sendo por ele inspirada e dirigida em seu serviço. A Bíblia indica o lugar onde se encontra o Templo Místico de nossa época, quando faz referência à Nova Jerusalém.
A quadrangular cidade de Ezequiel e a das revelações são descrições dos Templos da Nova Época, como também dos corpos sublimados das pessoas pioneiras que neles servirá.
Ezequiel viu uma cidade formada de essência sublimada dos Elementos: Fogo, Ar, Água e Terra. Essa cidade tem doze portões de entrada, sendo três de cada lado.
Cada um identifica-se com um dos Signos do Zodíaco. Conjuntamente simbolizam o Corpo-Alma, o qual nos habilitará ao encontro com Cristo nas nuvens da Cidade Santa. São as doze rosas na Cruz da Humanidade, cujo desabrochar será realidade naquele glorioso porvir.
Em redor dessa cidade não há fortificações ou armamentos, pois não existirão contendas. Será habitada por uma Humanidade renovada. A Nova Cidade será construída da essência sublimada dos quatro Elementos. Tem a mística medida de 144 côvados (1 + 4 + 4 = 9, o número da Humanidade). São doze portões guardados por doze Anjos. Nesses portões acham-se inscritos os nomes das doze “tribos de Israel”, simbolizando o elevado impulso das doze Hierarquias Criadoras.
Os doze fundamentos ou essências dessa cidade têm os nomes dos doze Apóstolos de Cristo. Simbolizam o “o ser humano integral”.
(Traduzido por F. P. Preuss da Revista Das Rosenkreuz e publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – março/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Maria, a mãe de Jesus, foi o coração de compaixão e compreensão. Quantos de nós teria prestado suficiente atenção à vida e ao trabalho de Maria?
Ela veio cumprir uma missão especial, assim como José e Jesus. A missão dela não foi somente dar à luz ao homem Jesus, que mais tarde cedeu seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital a Cristo, mas veio também elevar as condições de toda a Humanidade em virtude do fato de que foi a mãe de Jesus, o indivíduo humano mais importante que já nasceu em toda a história do mundo.
Quando estudamos as vidas de Jesus e de Maria, nos surpreendemos um tanto com a resposta que ela recebeu de Cristo-Jesus, que lemos no Evangelho Segundo S. João 2:4 em relação à conversão da água em vinho. Ele lhe respondeu de um modo admoestador: “Que tenho eu contigo, mulher? Ainda não é chegada a minha hora”.
Porém fixemos atenção na resposta dela, dirigida aos servos: “Fazei tudo que Ele vos disser”. Note-se quão cuidadosamente ela aplainava o caminho para que se consumasse seu primeiro milagre.
Maria e José foram a Jerusalém para a festa da Páscoa, como era costume naqueles dias. Quando voltaram para casa perceberam que Jesus não estava entre eles, voltaram a Jerusalém para achá-lo e o procuraram durante três dias até que o encontraram no Templo entre os sábios e doutores. Todas as mães sabem o que se sente na busca de um filho perdido.
Maria, conhecendo a missão que Jesus trazia, estava desconcertada com seu desaparecimento. Quando o encontrou lhe perguntou por que havia se comportado daquela maneira para com seus pais, e vejamos a resposta dele, como se indica no Evangelho Segundo S. Lucas, 2:49: “Por que me procuráveis? Não sabeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?”. Isto não indica que Jesus, ainda sendo um rapazola, pois tinha então 12 anos, estava plenamente inteirado da parte que lhe correspondia representar, e que tinha que permitir que o Cristo utilizasse seu Corpo durante os três anos de seu ministério?
Maria em seu próprio nome nos traz à mente muitas coisas que nos sãos queridas. Vejamos a letra “M” quantas palavras começam com esta letra: Mãe, multidão, maná, matéria, metafísica, mar, e outras mais. Também temos outras Marias relacionadas com a vida de Jesus, e cada uma delas cumpriu sua missão.
De acordo com Max Heindel, sabemos que Maria e José foram grandes Iniciados. Estavam plenamente conscientes da missão que lhes cabia, assim como Jesus. Também sabemos que através de muitas vidas Maria, José e Jesus haviam renascidos juntos, principalmente Maria e Jesus. Assim como no caso dos grandes músicos, como é de notar nas vidas da célebre família dos Bach. Quando Cristo-Jesus falava com Maria e lhe dava aquelas respostas, era orientado por Cristo e não pelo homem Jesus.
Podemos entender melhor quando Cristo-Jesus, em seu último alento pôs Sua mãe aos cuidados de João, Seu Discípulo, segundo lemos no Evangelho Segundo S. João 19:26-27: “Vendo Jesus sua mãe, e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe“. Fica demonstrando assim o laço profundo entre a mãe e o filho, e que quase Seu último pensamento e ordem foram dela e para ela.
Nos tempos presentes, vemos a mulher tomando o lugar do homem, em alguns casos, e o homem tomando a lugar da mulher em outros casos. Natural e ótimo que isso está ocorrendo. No entanto, há coisas que só a mulher consegue fazer melhor que o homem e vice-versa. E não seria de outra forma, já que quando renascemos em um Corpo Denso feminino é porque escolhemos expressar com mais facilidade a Imaginação do que a Vontade. E quando renascemos em um Corpo Denso masculino é porque escolhemos expressar com mais facilidade a Vontade do que a Imaginação. Um desses lugares e afazeres vemos em um lar. A mulher tem muito mais facilidades, jeito e qualidades para transformar qualquer lugar em um lar e cuidar dele como nenhuma outra pessoa consegue fazer. Maria cumpriu seu trabalho familiar, em um lar, muito bem. Trabalhou com José, porém não encontramos nenhum indício de que ele tivesse ou exercera domínio sobre ela. Porém, encontramos muitos relatos do trabalho de Maria no lar. Sabemos que a veste de uma só peça que Jesus usava quando foi crucificado foi tecida por Maria.
A grande influência que as mulheres têm na vida dos homens está indicada pelo muito conhecido provérbio que diz: “A mão que embala o berço, governa o mundo”. O êxito do homem é, muitas vezes, devido a influência de sua esposa, mãe ou noiva. Temos muitos exemplos disto e todos os grandes homens dão muito crédito aos conselhos maternos. Abraham Lincoln (16º presidente norte-americano – 1861-1865) disse que tudo o que ele era e esperava ser se devia a sua mãe. Em todas a grandes crises encontramos a uma mulher por trás dos bastidores. Nem todas as mulheres com tais capacidades foram boas quando, então, provocaram muitos distúrbios no mundo, mas o fato é que sempre existe alguma mulher no fundo da questão.
De acordo com a Bíblia, José era muito mais velho do que geralmente se supõe. Quando lemos sobre sua participação no plano, notamos sobretudo, seu amoroso cuidado por Maria e Jesus, e sua devoção e completa obediência à vontade de Deus. Todos os seus pensamentos convergiam à ternura para com a mãe e o filho. José deu por cumprida sua missão quando Jesus estava pronto para ceder seu Corpo a Cristo. Somente Maria esteve com Cristo-Jesus com seu amor e devoção, até Cristo-Jesus libertou-se do Corpo Denso, na cruz.
Durante os trinta anos da vida de homem, Jesus obedeceu a todas as leis vigentes aqui. Porém quando o Cristo tomou posse do Corpo Denso e do Corpo Vital de Jesus, no batismo, começou a mudar as leis e dar novos ímpetos ao mundo. Tão logo Cristo-Jesus começou Seu ministério, as mudanças foram maiores e em três curtos anos consolidou a missão para a qual havia vindo, ou seja, a de Salvador do Mundo, inaugurando as condições Cristãs que temos hoje, para quem quiser abraça-las.
Não nos esqueçamos das outras Marias que tomaram parte nas vidas de Maria e de Jesus. Não é estranho que as três tivessem o nome de Maria? Cada uma delas ilumina alguma das fases da vida da mulher. A história de Maria e Marta é uma das quais estamos familiarizados. Por que Maria estava com Cristo-Jesus enquanto Marta trabalhava? Porque Maria Madalena limpou com azeite perfumado os pés do Nazareno? Por que elas tinham parte na missão de Cristo-Jesus? Maria Madalena é uma das Marias que mais nos intriga. Ela tomou parte na redenção. Ela trabalhou seu destino por meio da superação de sua Mente e de sua Alma. Todos sabemos que Maria Madalena havia quebrado muitas leis, porém com a ajuda de Cristo-Jesus, se redimiu, e começou uma nova vida.
Aproximava-se a hora em que Cristo-Jesus tinha que se apresentar aos Judeus como seu Rei e Messias prometido. Quantas alegrias sentiria o coração de Maria ao observar o seu filho fazendo os primeiros milagres de cura. Quanto teria sofrido ao saber que seu filho bem-amado teria que caminhar sozinho os anos restantes de Sua vida. Eis aqui uma grande lição para todas as mães. Quantas há que quando chegue a hora em que seus pequeninos tenham que provar suas próprias asas, e começar a viver suas próprias vidas, estão dispostas a lhes dar a liberdade de que necessitam?
Estudamos no Evangelho Segundo S. Mateus (12:46-50) que quando Cristo falava às multidões, Maria e Seus Irmãos vieram e desejavam falar-Lhe, e sua resposta foi: “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos? Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Maria compreendeu isto porque sabia que já não tinha o mesmo laço familiar com o Cristo como o tinha com Jesus. Sabemos que durante os últimos dias e noites de prova, Maria falava com Deus e que teve que receber muitas bênçãos, porque valentemente continuou sua missão até o final.
Com a alegria que Maria teve com o menino entre os braços, também teve a dor de sustentar o corpo de Cristo-Jesus, enquanto José de Arimateia procurava o pano para envolver o corpo. Depois de Seu corpo ter sido levado, Maria foi com João Evangelista, pois já sabemos que esse a levou para sua casa e cuidou dela. Maria viveu o suficiente para saber que a missão para a qual ela e Jesus haviam vindo se havia cumprido, e que havia feito tudo de acordo com a vontade e guia Divina.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – setembro/1979 – Fraternidade Rosacruz – SP)