Arquivo de categoria Estudos Bíblicos

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder da Páscoa: você entende o que ocorre nesse momento todo o ano?

Há somente dois caminhos no labirinto que é a vida. Um leva ao abismo insondável onde os corpos e as almas se movem velozmente num mundo de trevas feito pelo ser humano.

O outro leva às regiões elevadas onde Deus, o Bem, a Verdade e a Beleza reinam para sempre, onde as Mentes e as almas se fortalecem, vivem e crescem eternamente. É isso que Cristo nos ensinou aqui: “Vinde a mim todos os que trabalhais e vos achais carregados, e eu vos aliviarei.” (Mt 9:28). Aqui há flores de variados perfumes e fragrâncias, ouve-se o canto dos pássaros, o céu é mais azul e o ar mais limpo. A visão é fortalecida e é capacitada para penetrar mais profundamente nesse céu azul. Aqui a luz segue iluminando mesmo depois que o Sol se põe, as estrelas se movem mais rapidamente e o mistério da Páscoa da Ressurreição é revelado ao feliz mortal. O Espírito de Amor, o Cristo, luta ano após ano, no coração da Natureza; as aves, os rios, as flores, cada fibra de uma planta se entregam alegre e graciosamente para receberem em seu seio a carícia desse presente de amor, no dia de Páscoa – o presente do Pai, que nos dá seu Próprio Filho, ano após ano, para que tenhamos vida e a tenhamos abundantemente.

A Páscoa traz consigo um tão grande Poder Cósmico que pode romper todas as cadeias do sofrimento e da dor criadas pelas fraquezas e os erros dos seres humanos. Todo aquele que crucificar o corpo de pecado de seu interior por um esforço de vontade, poderá receber durante essa época, essa infusão de vida, que vem de Cristo, que se dá a nós, sem limites.

Pode ser um Jacó que, praticando a astúcia e o engano que lhe trazem prosperidade material, aprenda que isso lhe tira a paz da Mente e da Alma. E quando o tumulto do mundo cessa e o Espírito fala quietamente ao Espírito no silêncio da noite, sua alma clama e a luz se faz nela.

Pode ser uma Madalena que, desiludida e penitente se afasta do mundo em que tudo é engano, miragem, ilusão e sem piedade, para crucificar-se, a si mesma, na solidão e no desamparo. Mas, quando a tranquilidade e o sossego são mais intensos, maior é a eloquência do Espírito, porque aí o Espírito é chamado pelo próprio Espírito e pode ouvir a sua voz. O coração que se inclinar sincera e humildemente é elevado, sua alma recebe a palavra de Perdão, a graça tão esperada. Com lágrimas de felicidade prosseguirá seu caminho, confiantemente, enquanto repete alegremente: “Uma Nova Vida”, “Vai e não Voltes a Pecar”. O Cristo de Amor que tudo perdoa, nasceu dentro de si.

Pode ser um José, lutando por perdoar, consciente da miséria que seu ressentimento acarreta. Ou um Tomé que, desejoso de vida abundante, se agarra ao invólucro da dúvida e do ceticismo, que lhe roubam a doçura e o poder da fé que redime. “Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos“, disse-lhe Cristo. Depois de convencê-lo disse novamente: “Tu crestes, Tomé, porque me viste, bem-aventurados os que não viram e creram.” (Jo 20: 27-28).

Na Páscoa, os braços universais do engrandecimento espiritual estão estendidos, prontos para elevar, todo aquele que o mereça, ao Reino dos Céus. Não podemos seguir dois caminhos – temos que escolher um e nos afastar do outro. Os Anjos se regozijam cada vez que um Aspirante à vida superior escolhe o caminho reto! Na Páscoa, legiões desses seres elevados esperam-nos ansiosos, com os braços estendidos para nos ajudar.

Que esta Páscoa seja para você, realmente, o Domingo da Ressurreição!

(Publicado na Revista “Serviço Rosacruz” – fevereiro/1985 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sem Calvário não pode haver Ressurreição

O caminho até o Calvário há de passar, necessariamente, pelo Getsemani, o Jardim da Agonia, cenário em que experimentamos o grande conflito interno diante da dor que temos de finalmente aceitar. Aqui tem lugar a batalha final. Se temos suficiente valor, tomamos então nossa cruz de sofrimento expressamente aceito, para seguir o Mestre até a Ressurreição, através do Calvário. Muitas vezes já estivemos no Horto da Agonia, clamando desesperadamente a ouvidos surdos: “Afasta de mim este cálice!” (Mt 26:39), mas o terror mortal não se afastará de nós e tampouco se filtrará em nosso interior a bendita segurança do céu, enquanto não adquirirmos valor e não elevarmos nossas consciências para dizer como Ele: “Não se faça, Pai, a minha vontade, senão a vossa.” (Lc 22:42).

Quando chegarmos a este ponto, então poderemos triunfalmente enfrentar qualquer prova, na firme convicção de que isto é apenas um meio que nos conduzirá a um glorioso fim; um processo regenerativo que nos irá emancipando, cada vez mais, de todos os males das heranças da “carne”; a crucifixão da nossa Personalidade que libertará, gradualmente, o que somos de fato: a Individualidade, um Ego (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui).

Na verdade, em cada prova saboreamos o Calvário; em cada vitória nos aproximamos da Ressurreição.

Por meio de incontáveis existências terrestres, nos mais profundos mistérios de nosso Ser, o Cristo de nossa própria divindade vem sendo sepultado, amarrado, esquecido em nosso interior, enquanto nos inclinamos às solicitações materiais.

Hoje, alguns, felizmente, já vão se tornando abatidos com as migalhas pouco satisfatórias de seu modo material de vida e se dispõem a tomar a Cruz das passadas dívidas para crucificar a Personalidade e tornar o “Eu superior”, seu Cristo Interno, mais dignificado, que se eleve em esplendor e poder dentro de suas almas.

Atualmente muitos acreditam firmemente que se podem tornar novas criaturas, vitoriosos sobre as condições transitórias do mundo e herdeiros das ocultas riquezas do céu. Esses podem chegar a ser participantes conscientes da maravilhosa experiência do Domingo da Ressurreição, dessa grande libertação, desse avassalador poder espiritual que nos inunda de paz. E só nessa condição nos unimos conscientemente a Ele, Aquele que perdoa todas as nossas iniquidades, que cura todas as nossas doenças e enfermidades e nos infunde na alma um descanso indizível.

Seja triunfante o vosso Domingo da Ressurreição!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – março/1966 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Crucifixão: compreensão esotérica uma experiência importante

Uma compreensão esotérica do significado da Crucifixão revela que essa experiência é uma consumação gloriosa do Caminho da Cruz. Em lugar de exclamar: “Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste?” (Mt 27:46), Cristo Jesus exclamou triunfalmente: “Deus meu, Deus meu, como me glorificaste!”.

Essas passagens da Bíblia nos fornecem exemplos para ajudar na nossa compreensão:

“Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como os malfeitores, um à direita, outro à esquerda”.

“Contudo, Jesus dizia: Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartiram as vestes d’Ele, e lançaram sortes”.

“O povo estava ali e a tudo observava. Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é de fato o Cristo de Deus, o escolhido”.

“Igualmente os soldados o escarneciam e aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo: Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo”.

“Também sobre Ele estava esta epígrafe: ESTE É O REI DOS JUDEUS”.

“Então, Jesus chamou em voz alta: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E dito isso expirou” – (Lc 23:33 a 38-46).

A libertação do Espírito de Cristo do corpo de Jesus, o homem, possibilitou que a Terra recebesse um Espírito Planetário morador, e com a chegada dessa poderosa e purificadora força tornou possível para todo Aspirante à vida superior que o deseje, entrar no Caminho de Preparação e de Iniciação Rosacruz e alcançar as alturas da glória espiritual.

A inscrição colocada acima da cruz de Cristo Jesus, “lesus Nazarenus Rex ludaeorum”, dá a chave que tem lugar no corpo do ser humano que está no Caminho de Preparação e de Iniciação Rosacruz. As letras I N R I representam os nomes dos quatro elementos em idioma hebreu: lam – “água”; Nour – “fogo”; Ruach – “espírito” ou “ar vital”; labeshah – “terra”. Desses quatro elementos se compõe os nossos Corpos e por meio da espiritualização deles chega ao ponto em que Jesus chegou, podendo sair de seus veículos inferiores e viajar em seu Corpo-Alma. Como nos disse Max Heindel: “Este estado do desenvolvimento espiritual do Cristão Místico implica reversão da força sexual criadora de seu curso ordinário para baixo, mudando-a em um curso ascendente através da espinha dorsal tripartida, cujos três segmentos estão governados pela Lua, por Marte e Mercúrio, respectivamente, e nos quais os raios de Netuno acendem, então, o Fogo Espiritual regenerador.

Essa ascensão põe em vibração as duas Glândulas Endócrinas: Corpo Pituitário e a Glândula Pineal, provocando a visão espiritual, e golpeando o seio frontal inicia-se o ponto simbolizado pela coroa de espinhos, causando fortes dores à medida que a união com o Corpo Denso se queima por meio do Fogo Espiritual, o qual desperta esse centro de seu longo sono para uma vida vibrante ascendendo aos demais centros da estrela estigmática de cinco pontas que também são vitalizados, e todo o Corpo resplandece em uma glória dourada.

Então, em uma arrancada final, o grande vórtice do Corpo de Desejos localizado na posição referencial do lóbulo superior do fígado se liberta, e a energia marciana contida nesse veículo impele para cima o “veículo sideral” (assim chamado devido aos  estigmas da cabeça, das mãos e dos pés que estão localizados na mesma posição relativas uns aos outros, como os pontos de uma estrela de cinco pontas), que ascende e atravessa a caveira (Gólgota), enquanto que o Cristão crucificado emite seu grito de triunfo: “Consumatum est” (está consumado) , e se eleva para as sutis esferas para buscar a Jesus, cuja vida imitou com tal êxito que daí para a frente não mais se separará d’Ele”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – abril/1983 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Última Ceia e o Lavapés: o domínio dos poderes espirituais

A chave para o mais profundo significado da “Última Ceia” e do “Lavapés” – e o caminho do Cristão Místico – pode ser encontrada considerando o significado interno das duas coisas que Cristo Jesus serviu na Ceia: o “pão e o vinho”.

Isso é descrito nessas passagens bíblicas:

Ao cair da tarde, ele pôs-se à mesa com os Doze e, enquanto comiam, disse-lhes: ‘Em verdade vos digo que um de vós me entregará’. Eles, muito entristecidos, puseram-se um por um — a perguntar-lhe: ‘Acaso sou eu, Senhor?’ Ele respondeu: ‘O que comigo põe a mão no prato, esse me entregará. Com efeito, o Filho do Homem vai, conforme está escrito a seu respeito, mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem for entregue! Melhor seria para aquele homem não ter nascido!’ Então Judas, seu traidor, perguntou: ‘Porventura sou eu, Rabi?’. Jesus respondeu-lhe: ‘Tu o dizes’. Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo-o abençoado, partiu-o e, distribuindo-o aos discípulos, disse: ‘Tomai e comei, isto é o meu corpo’. Depois, tomou um cálice e, dando graças, o ofereceu aos discípulos, dizendo: ‘Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados. Eu vos digo: desde agora não beberei deste fruto da videira até aquele dia em que convosco beberei o vinho novo no Reino do meu Pai” (Mt 26:20-29).

Durante a ceia, quando já o diabo colocara no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, o projeto de entregá-lo, sabendo que o Pai tudo colocara em suas mãos e que ele viera de Deus e a Deus voltava, levanta-se da mesa, depõe o manto e, tomando uma toalha, cinge-se com ela. Depois coloca água numa bacia e começa a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido.” (Jo 13:2-5).

O “pão” é um produto da Imaculada Concepção da terra: o “trigo”, que é o símbolo do princípio feminino no ser humano – o polo negativo do Espírito. O “fruto da videira” é um produto da uva que nasce na terra e representa o princípio masculino – o polo positivo do Espírito. Ambos vieram ao mundo por meio da vida que irradia através de todas as partes da Terra, o Espírito Crístico, o Espírito Planetário morador interno e em verdade constituem “o corpo e o sangue” de nosso Salvador. Não são meras palavras de Cristo Jesus quando disse: “Tomai, comei, isto é meu corpo… isto é meu sangue da aliança.” (Mt 26:26-27).

Durante a cerimônia da Última Ceia, Cristo Jesus estava ensinando a seus Discípulos que o mistério da transmutação se achava encarnado no “trigo” e na “uva”. Repartir o “pão” e o “fruto da videira” significa o domínio dos poderes espirituais – a transmutação completa do “Eu inferior” nas transcendentes glórias do “Eu Superior”.

No laboratório de seu próprio Corpo, o alquimista espiritual trabalha a Pedra Filosofal; se converte nessa joia luminosa e resplandecente, à medida que purifica e espiritualiza suas faculdades e seus veículos por meio do “serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos do irmão ou da irmã ao seu entorno, focado na divina essência oculta em cada um de nós, que é a base da Fraternidade”. Depois que Cristo Jesus terminou a cerimônia da Última Ceia, começou o ritual místico do Lavapés. Nesse ato de humilde gratidão, deu exemplo aos seguidores d’Ele da necessidade de possuir a grandiosa qualidade da humildade. Na evolução espiritual o Aspirante à vida superior, que é o Estudante Rosacruz, se eleva prestando justamente o serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos do irmão ou da irmã ao seu entorno, focado na divina essência oculta em cada um de nós, que é a base da Fraternidade, e aqueles a quem serve e exalta são os degraus que formam a escada que ajuda o próprio Estudante Rosacruz a escalar as alturas. Eles se beneficiam pelos Ensinamentos Rosacruzes, mas ao mesmo tempo proveem as oportunidades benditas para o progresso por meio do serviço, e sem dúvida alguma, com eles contrai uma dívida de gratidão. Havendo subjugado todo orgulho e toda a hipocrisia, o Estudante Rosacruz tem uma consciência tão ampla que expressa de um modo natural, a Humanidade simbolizada pelo Lavapés.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – abril/1981 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Núpcias do Cordeiro

No Livro do Apocalipse[1] há uma descrição bem detalhada do que é o casamento místico do nosso “Eu superior” com o “eu inferior” dentro de nós – o perfeito equilíbrio dos nossos polos positivo e negativo.

Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental velam que nós, Ego (o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui) não somos nem homem nem mulher, mas que durante o presente estado de manifestação se tornou necessário dedicar uma metade da força sexual criadora para o desenvolvimento do cérebro e da laringe, por meio dos quais podemos criar pela palavra e produzir imagens mentais que serão reproduzidas em matéria concreta do Mundo Físico. Dessa forma se tornou necessário desenvolver um organismo físico, um Corpo Denso, com dois sexos: um expressando a qualidade espiritual da Vontade (masculina) e outro a da Imaginação (feminina). Note o Corpo Denso expressa ou o sexo masculino ou o sexo feminino. O Corpo Vital expressa o polo negativo (quando o Corpo Denso expressa o sexo masculino) e o polo positivo (quando o Corpo Denso expressa o sexo feminino). Já o Corpo de Desejos “não tem sexo”. E a Mente também “não tem sexo”.

Como cada um de nós nasce alternadamente em Corpos Densos masculinos e femininos, assim também expressamos, alternadamente, nossas faculdades gêmeas de Vontade e Imaginação. Cada uma dessas duas faculdades predomina em cada vida nossa aqui, enquanto a outra permanece latente, determinando, assim, os sexos masculino ou feminino. Porém, como renascemos aqui, vida após vida, na Grande Escola vamos nos tornando, com o aprendizado, mais capacitados a compreender e a dirigir o mecanismo dos sexos, até que vai nos sendo possível expressar simultaneamente e em certa medida essas duas qualidades. No Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz isso é possível para nós quando alcançamos o nível de Adepto. Mas esse trabalho vai sendo efetuado por graus, até que nos encontremos realmente nas mais sutis qualidades femininas e a mulher dentro de si se identifique com os mais nobres traços masculinos e nas mais sutis qualidades masculinas e a homem dentro de si se identifique com os mais nobres traços femininos. Quando tal ocorre, produz-se o equilíbrio e tem lugar o “casamento místico” ou “matrimônio místico”. Em tal condição, estaremos funcionando com os seus dois hemisférios cerebrais. É dito que no céu não há casamento, nem se dar em casamento, porque nós lá estamos livres das limitações e das imposições da carne. Lá não há problema sexual nem estamos sujeitos à expressão unilateral de um de seus polos. A nossa qualidade dual é então utilizável e, consequentemente, o casamento é desnecessário. Cada um cria o Arquétipo de seus futuros Corpos, com apenas a assistência das Hierarquias Criadoras. Só quando se deixa o Mundo celeste se penetrando na Região Química do Mundo Físico é que se torna necessária a cooperação de pessoas para a formação de Corpo Denso, que se adapte ao arquétipo construído no Segundo Céu. Este conhecimento de nossa constituição permite ao Estudante Rosacruz entender hoje a necessidade de se encarar como realmente é uma unidade criadora integral. Desse modo, ele vai preservando racional e conscientemente sua força sexual criadora, a fim de usá-la como energia para fins espirituais. E assim, naturalmente, a força sexual criadora provoca a ascensão do fogo espinhal para que, ao devido tempo, se defrontem dentro de nós o homem e a mulher. Tal fato foi muitas vezes exposto de modo falso por certas escolas espiritualistas na teoria das “almas gêmeas”, prestando-se a grosseiras concepções, uniões sexuais ilícitas, etc.

Realmente é do modo descrito que se realiza dentro de nós o Casamento Místico, com a ligação desses dois polos e o despertar de uma consciência criadora em todos os reinos da Natureza.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz – abril/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)


[1] N.R.: “6Ouvi depois como que o rumor de uma grande multidão, semelhante ao fragor de águas torrenciais e ao ribombar de fortes trovões, aclamando: “Aleluia! Porque o Senhor, o Deus todo-poderoso passou a reinar! 7Alegremo-nos e exultemos, demos glória a Deus, porque estão para realizar-se as núpcias do Cordeiro, e sua esposa já está pronta: 8concederam-lhe vestir-se com linho puro, resplandecente” — pois o linho representa a conduta justa dos santos. 9A seguir, disse-me: “Escreve: felizes aqueles que foram convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro”. E acrescentou: “Estas são as verdadeiras palavras de Deus”. 10Caí então a seus pés para adorá-lo, mas ele me disse: “Não! Não o faças! Sou servo como tu e como teus irmãos que têm o testemunho de Jesus Cristo. É a Deus que deves adorar!”. Com efeito, o espírito da profecia é o testemunho de Jesus Cristo.” (Ap 19:6-10).

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Diz-se que quando o Novo Testamento menciona o “Filho do Homem” quer se referir ao Espírito Solar. Os adoradores do Sol foram considerados idólatras. Nós também seríamos considerados como tais?

Resposta: Todo aquele que não segue os padrões de seu tempo é um idólatra. Quando o Sol, pelo movimento de Precessão dos Equinócios, deixou constelação de Touro e entrou em Áries foi emitida a ordem “Não adoreis o bezerro de ouro; isso é idolatria” (Ex 32 1:35 e Dt 9.7-21, 25-29).

Posteriormente, quando chegou a era Cristã houve uma nova aliança e não se devia mais praticar o Judaísmo com suas oferendas, pois Cristo chegara e houve um único sacrifício por todos.

Tornou-se idolatria executar o antigo sacrifício. Não há nenhum outro nome dado sob o céu pelo qual nós devemos ser salvos (At 4:12), a não ser o nome de Cristo.

Mais tarde, quando Cristo entregar tudo nas mãos do Pai, haverá um novo padrão e será idolatria voltar aos nossos ideais de hoje.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – dezembro/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Maná que desceu do Céu

Manas, mensch, mens ou man (ser humano) são palavras que facilmente se associam com o Maná que caiu do céu. Somos nós, o Ego (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui) e que para isso “desceu” de nosso Deus-Pai para uma peregrinação através da matéria (nesse Esquema de Evolução); o Pote de Ouro do Maná, onde se conservava o Maná, simboliza a aura resplandecente do nosso Corpo-Alma.

Ainda que a história da Bíblia não esteja de pleno acordo com os acontecimentos, relata os fatos principais do Maná Místico que caiu do céu. Quando desejamos saber qual é a natureza do assim chamado “pão”, podemos consultar o capítulo 6 do Evangelho Segundo S. João, que relata como Cristo alimentou a multidão com pães e peixes, simbolizando a doutrina mística dos 2000 anos que Ele estava iniciando. Durante esse tempo, por Precessão dos Equinócios, o Sol estava passando através do Signo de Peixes (os peixes), e a nós éramos ensinados a nos abster, ao menos um dia por semana (referente ao hoje “sexta-feira”) e em certa época do ano, das “panelas de carne” de que tanto se abusara no Egito ou na antiga Atlântida.

À porta do templo era fornecida a água de “Peixes” (água benta, usada ainda hoje nas portas das Igrejas Católicas), e na mesa Eucarística, ante o Altar, a Hóstia Imaculada (feita de trigo), quando se adora a “Virgem” que representa o Signo celestial da Virgem (o oposto ao Signo de Peixes).

Cristo também explicou, naquele tempo, em linguagem mística, mas inconfundível, o que era esse “pão da vida”, ou Maná, isto é, nós, o Ego. Essa explicação se encontra nos versículos 33 e 35, onde lemos: “Porque o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo … Eu sou (Ego sum) o pão da vida” (Jo 6-33-35). Isso, então, é o símbolo do Pote de Ouro do Maná que se encontrava na Arca da Aliança do Tabernáculo no Deserto.

Esse Maná é o Ego que vivifica os Corpos Densos. Hoje, está oculto dentro da Arca de cada um de nós, e o Pote de Ouro ou Corpo-Alma, ou “Traje Dourado de Bodas”, está também latente em cada um de nós. É a “casa não feita com as mãos”, eterna nos céus, com a qual S. Paulo anelava revestir-se, como se lê na Epístola aos Coríntios (IICor 5:1-10): “Sabemos, com efeito, que, se a nossa morada terrestre, esta tenda, for destruída, teremos no céu um edifício, obra de Deus, morada eterna, não feita por mãos humanas. Tanto assim que gememos pelo desejo ardente de revestir por cima da nossa morada terrestre a nossa habitação celeste — o que será possível se formos encontrados vestidos, e não nus. Pois nós, que estamos nesta tenda, gememos acabrunhados, porque não queremos ser despojados da nossa veste, mas revestir a outra por cima desta, a fim de que o que é mortal seja absorvido pela vida. E quem nos dispôs a isto foi Deus, que nos deu o penhor do Espírito. Por conseguinte, estamos sempre confiantes, sabendo que, enquanto habitamos neste corpo, estamos fora da nossa mansão, longe do Senhor, pois caminhamos pela fé e não pela visão… Sim, estamos cheios de confiança, e preferimos deixar a mansão deste corpo para ir morar junto do Senhor. Por isto também esforçamo-nos por agradar-lhe, quer permaneçamos em nossa mansão, quer a deixemos. Porquanto todos nós teremos de comparecer manifestamente perante o tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba a retribuição do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja para o bem, seja para o mal.”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz, março/1978 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Milagre dos Peixes

Nos quatro Evangelhos se fazem referências dos Discípulos como pescadores, porém, é um erro tomar isto como se fossem homens ordinários. Ao contrário, eles eram Egos altamente evoluídos e sua associação com a “pesca” deve ser considerada como uma expressão simbólica. “Pescadores”, como está mencionado nos Evangelhos, indica aquele que está conscientemente no caminho espiritual. Vamos ver um exemplo nesse trecho:

Certa vez em que a multidão se comprimia ao redor dele para ouvir a palavra de Deus, à margem do lago de Genesaré, viu dois pequenos barcos parados à margem do lago; os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. Subindo num dos barcos, o de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra; depois, sentando-se ensinava do barco às multidões. Quando acabou de falar, disse a Simão: ‘Faze-te ao largo; lançai vossas redes para a pesca’. Simão respondeu: ‘Mestre, trabalhamos a noite inteira sem nada apanhar; mas, porque mandas, lançarei as redes’. Fizeram isso e apanharam tamanha quantidade de peixes que suas redes se rompiam.” (Lc 5:1-6).

Esotericamente, o “pescado” se refere à Iniciação ou o processo de aprender a fazer uso dos poderes espirituais que foi gerado dentro de nós. Na época dos “três anos” de ministério de Cristo-Jesus, o Sol pelo movimento de Precessão dos Equinócios estava deixando o Signo de Áries, o cordeiro, e estava entrando no Signo de Peixes, o pescado ou os peixes. Assim, a antiga escola de Iniciação ou de desenvolvimento pelo Conhecimento Direto foi o da Dispensação de Áries, enquanto a Nova Dispensação tinha que ver com os “pescadores de homens”, a Dispensação de Peixes.

Afinal, já sabemos que cada vida neste plano terrestre não é mais que um dia na grande escola da existência e a experiência é o meio pelo qual progredimos.

No grande mar da vida usamos vários veículos para adquirir experiências de onde vem o crescimento da nossa alma, o crescimento anímico. Na medida em que usamos nossa sabedoria ou “redes” é para armazenar “pescados” ou “peixes” ou alimento para nós, o Ego – o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui –, assim progredimos no caminho espiritual para frente e para cima. Em nossa falta de sabedoria amiúde lançamos nossas “redes e não tiramos pescados”.

Por meio do desenvolvimento da nossa percepção espiritual por meio do amor e do serviço amoroso e desinteressado (e, portanto, o mais anônimo possível) ao irmão ou à irmã no seu entorno, procurando esquecer os defeitos deles e focando na divina essência oculta em cada um de nós, que é a base da Fraternidade, nos capacitamos para dirigir nossas atividades sabiamente e, assim, traremos uma pesada “rede” de recompensa espiritual ou crescimento anímico.

À medida que imitemos a Cristo, amando e servindo aos nossos semelhantes, obtemos a habilidade de fazer o melhor de nossas experiências. Aprendemos onde temos que servir e como devemos servir o melhor que possamos.

Dentro das “profundidades” das realidades da vida lançamos nossas “redes” e enchendo-as até que se rebentem. Talvez nossas “redes” se rompam devido a que nossa sabedoria aumenta, às vezes, devido ao demasiado esforço que fazemos para servir.

Novamente, o mar simboliza esse reino espiritual que chamamos de Mundo do Desejo. S. Pedro disse a Cristo-Jesus: “Estivemos pescando toda a noite e não apanhamos nada“. Isto se refere aos esforços nos planos internos que não foram frutíferos devido à falta de conhecimento.

Não havia alcançado o ponto onde poderiam funcionar sozinhos, vantajosamente, nos planos invisíveis e, consequentemente, seus esforços obtiveram fracos resultados.

O poder de Cristo foi tal que Ele pode funcionar perfeitamente nos planos invisíveis, sendo o único que possuía todos os veículos para alcançar desde o Mundo Físico até o Mundo de Deus (doze veículos!). Ele ensinou aos Seus Discípulos como usar seus poderes espirituais e em certas ocasiões os elevava a estados de consciência espiritual muito mais elevada do que nas que ordinariamente funcionavam. Sob sua direção podiam assegurar “uma grande quantidade de peixes“.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – maio/1982 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Levantar o Morto: o Caso de Tabita que quer dizer Dorcas

Ora, em Jope havia uma discípula, chamada Tabita, em grego Dorcas, notável pelas boas obras e esmolas que fazia. Aconteceu que naqueles dias ela caiu doente e morreu. Depois de a lavarem, puseram-na na sala superior. Como Lida está perto de Jope, os discípulos, sabendo que Pedro lá se encontrava, enviaram-lhe dois homens com este pedido: “Não te demores em vir ter conosco”. Pedro atendeu e veio com eles. Assim que chegou, levaram-no à sala superior, onde o cercaram todas as viúvas, chorando e mostrando túnicas e mantos, quantas coisas Dorcas lhes havia feito quando estava com elas. Pedro, mandando que todas saíssem, pôs-se de joelhos e orou. Voltando- se então para o corpo, disse: “Tabita, levanta-te!”. Ela abriu os olhos e, vendo Pedro, sentou-se. Este, dando-lhe a mão, fê-la erguer-se. E chamando os santos, especialmente as viúvas, apresentou-a viva. Espalhou-se a notícia por toda Jope, e muitos creram no Senhor. Pedro ficou em Jope por mais tempo, em casa de certo Simão, que era curtidor.” (At 9:36-42).

Os Apóstolos eram homens espiritualmente desenvolvidos. Sob a tutela de seu exaltado Mestre desenvolveram poderes espirituais no mais alto grau. Tornaram-se, assim, em condições de imitar o Mestre e, por isso, realizar milagres similares àqueles que Ele realizava.

Esse evento acima é um exemplo desse poder exercido por Pedro, revelando às pessoas um conhecimento que vai além do da cura de uma mera enfermidade física.

Frequentemente a palavra morte é adotada na Bíblia, não significando que o Cordão Prateado tenha se rompido (o que impediria a ressurreição), mas o que ocorre é um estado de coma ou que ele ou ela se encontram num estado de consciência que transcende os véus da carne. Em outras palavras, sendo Iniciados, os Apóstolos podiam, como Cristo-Jesus, levar aqueles que estavam em condições adequadas a estados de consciência superiores, representando, assim, fases de treinamento no Caminho.

No princípio há um período de purificação ou “enfermidade”, como poderá parecer ao não iluminado, antes que a iniciação tenha lugar. Mas uma enfermidade real pode ser necessária a fim de preparar o corpo para receber novo influxo do Espírito. Evidentemente há certas condições mentais e físicas que deverão ser mudadas antes que o corpo esteja preparado para suportar novas experiências iminentes. Assim, por meio de certas enfermidades essas mudanças podem ser feitas e realizadas.

Quando Dorcas foi levada a “um quarto alto” (uma câmara superior) significa o estado superior de consciência que acompanha a Iniciação. A ascenção do fogo espinal espiritual às Glândula Pituitária (Corpo Pituitário ou Hipófise) e Glândula Pineal (ou Epífise) situadas na cabeça proporciona a Clarividência positiva e o funcionamento consciente nos planos internos.

A vinda do Raio de Cristo, como Espírito Planetário da Terra, tornou possível a Iniciação para todos, portanto, muitas pessoas piedosas que se tornaram seus seguidores estavam prontas para serem ensinadas a usar esse poder acumulado internamente, mediante o reto viver. Suas ações brilharam em seus Corpos-Almas como um símbolo de sua retidão e elevaram-nas a degraus mais altos no Caminho Superior.

Hoje, a mesma áurea oportunidade existe para toda a Humanidade. “Todo aquele que quiser” pode seguir esse glorioso caminho do reto viver que desenvolve as possibilidades latentes, em poderes dinâmicos, ou seja, o Caminho da Iniciação (tanto as 9 Menores como depois as 4 Maiores ou Cristãs).

A habilidade de curar e “levantar o morto” virá a todos que desenvolverem o seu Cristo Interno.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – julho/1985 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como Combater o Bom Combate

Depois da morte de Moisés, servo do Senhor, o Senhor falou a Josué, filho de Nun, ministro de Moisés, dizendo: “Moisés, meu servo, está morto; levanta-te, pois, agora, passa por este Jordão, tu e todo este povo, para a terra que eu dou aos filhos de Israel. Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, eu tenho dado a ti, como disse a Moisés. Desde o deserto e este Líbano até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até ao grande mar, ao pôr do sol, tudo será vosso. Durante todos os dias da tua vida ninguém poderá resistir diante de ti; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei.” (Js 1:1-5).

Tratava-se de uma dádiva magnífica, acompanhada de uma promessa do Deus da criação que garantia o êxito de Josué, desde que esse cumprisse as ordens que lhe fossem dadas. Josué[1] olhou para a Terra Prometida e viu logo a fertilidade dela, os seus tremendos recursos, as suas possibilidades ilimitadas — uma terra da qual, de fato, emanam leite e mel. Mas, não foi só isso que ele viu. Viu ali os filhos de Anaque[2], homens de enormes proporções, superfortes e sempre em alerta. Outras tribos também habitavam a terra, que não eram apenas de homens de força, mas homens treinados em todas as artes da guerra.

A Terra Prometida à qual os filhos de Israel deveriam ir e possuir representa o corpo humano. Josué simboliza o Ego. O rio Jordão simboliza a separação, na medida em que separou os filhos de Israel da Terra Prometida. O sacerdote, que conduzia a Arca da Aliança em que Deus estava, representa os nossos princípios mais elevados e nobres.

Como se diz mais adiante na versão bíblica, logo após a travessia do rio foi necessária uma nova purificação em forma de circuncisão para que fossem afastados todos os que não fossem dignos. E como é verdade que uma purificação semelhante era exigida de cada indivíduo quando ele decide, em seu coração, atravessar o rio! Uma grande prova o confronta, na qual o seu próprio coração é levado a sangrar.

Essa terra, com a sua população variada, suas tribos e clãs, suas cidades muradas e fortificadas, representa os nossos vários pecados e fraquezas, individuais e coletivos. Como eles se destacam em desafio a nós! Agora começamos a entender por que a ordem foi destruir total e completamente todos os habitantes. Não é difícil entende esses gigantes da tribo de Anaque. São os nossos maiores pecados. Como eles nos atrapalharam em nosso caminho! E os muitos outros pecados, alguns dos quais são velhos e grisalhos no serviço, quantas vezes nos confundiram e desafiaram o nosso direito de progredir! E depois da batalha, quando o conflito terminou, quantas vezes regressamos exaustos e sangrando pelas muitas feridas! Mas, quando o coração sangra, é então que o Espírito de Cristo se precipita, e não só renova as nossas forças, como as aumenta muitas vezes, permitindo assim que façamos coisas ainda maiores.

Há outra classe de pecados que é representada pela mulher, aquela classe em relação à qual exibimos uma espécie de atitude respeitosa. Não nos sentimos inclinados a entrar em conflito com eles. Não parecem causar dano algum e, além disso, temos um prazer considerável junto a eles. Assim são os pecados das formas menores de sensualidade. Eles são mais atraentes ou menos e não nos sentimos dispostos a ser violentos com eles; consequentemente, deixamos de cumprir a ordem de destruir totalmente “todos os que estão na cidade, tanto homens quanto mulheres” e, assim, poupamos esses pecados, que aumentam em força para nossa confusão posterior.

O último pecado que gostaria de mencionar é o da classe infantil. É aqui que muitos falham. Esses pecados, tal como os bebês, parecem inofensivos e inocentes. Já ouvi pessoas dizerem: “Por que abençoar sua vida? Minha querida e velha mãe fez isso e aquilo todos os dias de sua vida e foi para casa de Deus e certamente não há mal algum nisso; pelo menos eu não consigo ver algum”. Amigos, quando chegarem ao fim do caminho, quando o Sol se puser sobre o último dia da sua vida e vocês se encontrarem aquém da meta, vocês procurarão a causa nas páginas do livro da vida e verão que não foram as “cidades muradas” que pareciam inexpugnáveis nem os “filhos de Anaque” com quem lutaram tão valentemente; mas, o grande número de “crianças” que não conseguiram destruir. Foram os pecados infantis, de aparência bastante inocente, que obscureceram a sua visão e os fizeram ficar aquém do prêmio. Por isso, tenham cuidado e não se deixem enganar: destruam totalmente todos os pecados.

Temos que deixar de lado todo o peso e os pecados que tão facilmente nos assaltam e correr com paciência a corrida que nos está proposta. Depois, no final, tendo vencido a corrida, poderemos dizer: “Combati o bom combate, guardei a fé, matei todos os meus inimigos internos[3]. Por conseguinte, será reservada para nós uma coroa de justiça.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro de 1920 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: Moisés era um representante da Era de Áries e não poderia auxiliar o povo escolhido a entrar na Era de Peixes. Isso conseguiria Josué, o filho de Nun, ou melhor, Jesus, o filho de Peixes; a Era de Peixes.

[2] N.T.: ou filhos de Enaque (Num 13:22 e 33).

[3] N.T.: IITim 4:7

Idiomas