Resposta: Do ponto de vista do ocultismo, o aborto é um crime. É um exemplo gritante do mau uso do livre arbítrio da Humanidade.
Os Ensinamentos Rosacruzes pregam que a vida é sagrada e santa e que ninguém tem o direito de destruir a forma sob a qual um Espírito vive. O Espírito que habita um embrião ou um feto tem tanto direito a sua forma densa, quanta um recém-nascido com o corpo mais desenvolvido. Quem pratica o aborto é tão culpado quanto um assassino “convencional”.
O aborto, em países civilizados, é tão repreensível e criminoso como a prática, entre povos primitivos, de matar as crianças fêmeas, por serem consideradas um peso, e não terem valor. A conduta moderna em relação ao aborto, no que tange as razões mais frequentemente usadas em sua defesa, é, de fato, muito repreensível. Pessoas rudes e despreparadas que não têm noção alguma da imoralidade de tirar uma vida humana, podem até serem compreendidas e talvez desculpadas, por sua ignorância. As chamadas pessoas “ilustradas”, que são as que mais defendem o aborto, defendem esta pratica cruel, por conveniência. Querem ter os prazeres da vida, mas sem assumir as consequências.
Elas estão, deliberadamente, tirando a vida de outros, para satisfazer os próprios desejos egoístas. Esta atitude vai trazer-lhes débitos severos, em vidas futuras.
Há aqueles que defendem o aborto, por razões médicas, isto é, esperam salvar a vida ou proteger a saúde da mãe, livrando-a do filho. Ou esperam evitar que uma criança retardada ou com outro defeito qualquer, chegue a nascer. Embora os motivos dessas pessoas sejam mais compreensíveis, o aborto não pode ser perdoado, do ponto de vista espiritual. O estado de saúde de uma pessoa é o resultado do respeito e devoção às leis naturais nesta vida e na anterior. Se for necessário que ela aprenda as lições através de um sofrimento, isto é, pela doença, por deficiências físicas e mentais, ela deverá passar por essas lições. A família de uma criança doente foi escolhida para cuidar dela e seus membros podem, desta maneira, tirar experiências valiosas. Ao livrar-se de crianças, antes dela nascer, o indivíduo não elimina a necessidade de ter essas experiências e elas terão de ser vividas, de uma maneira ou de outra, pelos Egos afetados. Em tais exemplos, o aborto serve para intensificar a carga de destino, numa responsabilidade individual.
Se as pessoas compreendessem o processo maravilhoso do pré-nascimento que se desenvolve nos Mundos invisíveis, quando um Ego está pronto a renascer e todas as causas e efeitos passados que envolvem este evento, certamente hesitariam em destruir a forma infantil, no princípio de sua formação.
Não sabemos, na verdade, se o aborto é atualmente ou não apresentado como inevitável, para um determinado Espírito prestes a alcançar o renascimento. Há sem dúvida, certas influências de destino que trabalham num Ego cuja vida, subsequente, será abortada. Este Ego parece precisar de um fim precoce de vida terrena.
Os Ensinamentos Rosacruzes nos ensinam que as pessoas que morrem violentamente e, em consequência, não vivenciam pós-morte – o panorama de suas experiências – renascem logo em seguida e morrem ainda criança. Elas irão imediatamente para o Primeiro Céu e aí aprenderão as lições necessárias e serão capazes, então, de assimilar a essência das experiências do Purgatório e do Primeiro Céu, resultantes de suas vidas anteriores na Terra.
Sabemos, também, que as Forças Superiores que ajudam a nossa evolução estão, constantemente, tentando transformar o mal em bem, por nossa causa. É possível, então, que estes Seres Sábios, fazendo frente a atual popularidade e quantidade de abortos, estejam utilizando esses mesmos abortos, como um meio de permitir aos Egos que precisam morrer na infância, a deixar a vida física desta maneira.
Milhares de pessoas morreram violentamente durante a II Grande Guerra, em catástrofes e cataclismas e não há dúvida que muitos desses Egos estão esperando a oportunidade de renascer e morrer na infância.
Nós só podemos especular, mas é possível que alguns desses Egos estejam tendo a chance desta maneira e assim irem diretamente para o Primeiro Céu, logo que seus estados embrionários ou fetais tenham terminado. É possível, também que, Egos que em vidas passadas tenham sido responsáveis por mortes de outras pessoas, sejam agora forçados a pagar as dívidas do destino deste modo, isto é, o período de vida física desses Egos chega ao fim, ainda no estágio pré-natal.
Nada disto, porém, isenta de culpa, aqueles que abortam ou praticam o aborto. Podemos estar certos de que eles terão que pagar um preço muito alto, em vidas futuras, por suas ações presentes.
(Traduzido da Revista “Rays from the Rose Cross” e publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – agosto/1981 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Resposta: Quando seu ratinho de estimação morreu, ele – o Ego animal ou Espírito Virginal da Onda de Vida animal manifestado aqui – voltou para o Espírito-Grupo, do qual, por assim dizer, ele é uma célula. O amor e carinho que você lhe deu, naturalmente, adiantou-o em sua evolução, ajudando-o a alcançar um grau de consciência mais alto do que teria sido possível de outra forma e, também, adiantou a evolução espiritual do próprio Espírito-Grupo. O Ego animal ou Espírito Virginal da Onda de Vida animal manifestado aqui que habitava o corpinho do ratinho não era individualizado no sentido de como somos nós (um Ego humano ou Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui), e embora a consciência do ratinho tenha sido elevada, não continuará como entidade “separada”, a não ser de maneira semelhante a uma célula do nosso Corpo Denso. O crescimento dos Egos animais coincide com o do Espírito-Grupo. O mesmo Ego animal, sem dúvida, renascerá aqui no Corpo de um ratinho e se você morresse logo após a morte dele, “poderia” vê-lo. Não é impossível, embora não muito provável em conexão com um animal num ponto tão baixo da escala evolutiva. É também possível que o mesmo Ego animal venha a você após renascido em outro ratinho.
Seja como for, seu carinho e seus cuidados a qualquer animal traz recompensa em crescimento anímico para você e para o Ego animal, e cremos ser melhor nos abstermos do aspecto “pessoal” da questão. Todos os animais (cachorro, gato, peixes, ratinhos, vaca, boi, galinha, elefante, cavalo e todos os outros) são todas criaturas de Deus, e como tais merecem nossa ajuda, venham ou não a ser nossos “bichinhos de estimação”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/fevereiro de 1988 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Resposta: No Capítulo 17 do Evangelho Segundo S. Mateus, versículos 11-13, Cristo-Jesus deu aos seus Discípulos uma demonstração muito maravilhosa da realidade do Renascimento: “Respondeu-lhes Cristo-Jesus: “Certamente Elias terá de vir para restaurar tudo. Eu vos digo, porém, que Elias já veio, mas não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem irá sofrer da parte deles”. Então os discípulos entenderam que se referia a João Batista.” Já no Capítulo 8 do Livro de Jó[1] nos fala de Renascimento.
Os Rosacruzes ensinam que nem todas as coisas que se põem em ação em uma vida podem amadurecer em uma só existência e que todas as coisas devem alcançar um estado de frutificação. “O que o homem semear, isso colherá” (Gl 6:7), este é um dos ensinamentos bíblicos, de que devemos colher os próprios frutos das sementes que semeamos, sejam boas ou más; por conseguinte, cada um de nós passa através de um número de vidas terrestres durante as quais construímos o caráter. Nesse estado de nossa vida, ou gozamos dos frutos de nossa construção passada, ou sofremos pelos resultados de nossas más ações, obras e maus atos.
Cada dia é um dia de escola – a Escola da Vida –, na qual nós aprendemos as nossas lições. Estudamos no Livro do Gênesis que Deus fez o ser humano a sua própria imagem (Gn 1:26-28). Se fomos criados divinamente, também devemos chegar a ser sábio como o Pai que nos fez. Naturalmente isto não pode ser realizado em uma só vida, senão, que é necessário um lento processo de evolução para elevar nos desde ser uma diminuta Chispa da divindade a ser tão sábio e omnisciente como nosso Deus que nos criou.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/ 1978 e abril/1981 – Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: Baldad de Suás tomou a palavra e disse: Até quando falarás dessa maneira? As palavras de tua boca são um vento impetuoso. Acaso Deus torce o direito, ou Shaddai perverte a justiçai. Se teus filhos pecaram contra ele, entregou-os ao poder de seus delitos. Se és irrepreensível e reto, procura a Deus, implora a Shaddai. Desde agora a sua luz brilhará sobre ti e restaurará a casa de um justo. Teu passado parecerá pouca coisa diante da eximia grandeza de teu futuro. Pergunta às gerações passadas e medita a experiência dos antepassados. Somos de ontem, não sabemos nada. Nossos dias são uma sombra sobre a terra. Eles, porém, te instruirão e falarão contigo, e em sua experiência encontrarão palavras adequadas. Acaso brota o papiro fora do pântano, cresce o junco sem água? Verde ainda e sem ser arrancado, seca antes de todas as ervas. Tal é o destino daqueles que esquecem a Deus, assim desvanece a esperança do ímpio. Sua confiança é um fiapo no ar, uma teia de aranha sua segurança: ao se apoiar em sua casa, esta cairá; quando nela se agarrar, ela não resistirá. Cheio de seiva, ao sol, lança rebentos no seu jardim, enreda as raízes entre pedras e vive no meio das rochas. Mas, se o arrancam do lugar, este o renegará: “Nunca te vi”. E ei-lo apodrecendo no caminho, e do solo outros germinam. Não, Deus não rejeita o homem íntegro, nem dá a mão aos malvados: pode ainda encher tua boca de sorrisos e teus lábios de gritos de júbilo. Teus inimigos cobrir-se-ão de vergonha e desaparecerá a tenda dos ímpios.
Resposta:
A construção das formas físicas do Reino das plantas é de responsabilidade dos Espíritos da Natureza sob a direção dos Anjos. Esses últimos, como nós, também estão evoluindo. O fato de estarem evoluindo mostra que eles, também, são imperfeitos e, portanto, sujeitos a cometer erros. As más formações das plantas são os resultados desses erros. À medida que os Espíritos da Natureza se tornam mais competentes, cometerão menos erros nas formações físicas dos seres da Onda de Vida Vegetal.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross novembro/1975 – Traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Resposta: A razão pela qual temos dia e noite, luz e escuridão é que a Terra é opaca a nossa visão física. Portanto, quando o Sol está no lado oposto da Terra, não podemos olhar através deste globo físico e ver a luz, nem podemos perceber, pela nossa visão física, os raios de luz que o penetram, embora exista uma tal luz invisível pela qual alguns psicômetros e Clarividentes veem tão bem naquilo que chamamos de escuridão quanto naquilo que chamamos de luz.
É verdade que a atmosfera gira com ela, e o mesmo acontece com a matéria de desejos que constitui o Mundo do Desejo do nosso Planeta. Contudo, aqueles que se despojaram de seu invólucro mortal e estão no Mundo do Desejo veem através da Terra com a mesma facilidade com que vemos através de uma vidraça.
Além disso, a maior parte deles, geralmente, está tão longe da Terra física que mesmo os raios diretos do sol não seriam obstruídos pelo globo mineral, sobre o qual vivemos em nossos Corpos Densos.
Por essas razões, não há ali nem noite e nem dia. Não há estações do ano (primavera, verão, outono e inverno), que dependem em certa medida do que chamamos dia, mas há um dia eterno e uma luz perene nesses Mundos.
(Pergunta nº 54 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Resposta: Mani ou Manes ou, ainda, Maniqueu nasceu próximo a Otesiphon, na Mesopotâmia, em torno do ano 227 da Era Cristã, morrendo por volta de 277. Com referência a seu pai, supõe-se ter sido membro da seita dos “Batistas”. Os ortodoxos negam seu sentimento Cristão.
Mani chamou a si mesmo “Eu, Mani, o Apóstolo de Jesus Cristo”; afirmando que vinha para dar cumprimento à profecia de Cristo. Reuniu os ensinamentos de Zoroastro com os de Buda e, provavelmente, com os princípios do Taoísmo e com os do Novo Testamento. Uma vez que o Maniqueísmo se relacionava pouco com o Novo Testamento, Mani, sendo persa, considerou desnecessário integrar-se primeiramente no Judaísmo, para depois converter-se ao Cristianismo.
A ortodoxia recusa aceitar como Cristão quem não aceite o Novo Testamento conjuntamente com o Antigo Testamento. Evidentemente, Mani julgou haver solucionado o problema do bem e do mal, bem como da realidade da natureza, o que se conclui após um estudo do que se encontra em seu sistema básico, idêntico ao que está exposto no Evangelho da Verdade, descoberto há alguns anos em Nag Hamadi, no Egito.
O aramaico foi o idioma oficial do Império Persa Ocidental, bem como foi o dialeto oriental, assim como o hebreu é o dialeto do ocidente. Em outras palavras, os persas tinham as mesmas palavras sagradas tal como os hebreus, mas em aramaico, que foi o idioma falado por Jesus. Mani escreveu em siríaco e persa e em “código” ou cifrado. Muitos livros Maniqueus foram descobertos em 1930.
A lenda dos Duendes Luminosos e dos Duendes Sombrios mencionada no Conceito Rosacruz do Cosmos[1] demonstra que os Maniqueus atribuíram a si a prerrogativa de solucionar o problema da conquista do Mal, da mesma forma que Max Heindel descreve. Entretanto os chamados escritos Maniqueus sobre a natureza da Verdade e da Realidade não pertencem à época de Mani, pois, como já foi dito, eles foram encontrados no Evangelho da Verdade, escrito em algum lugar por volta da metade do segundo século, ao passo que Mani viveu no terceiro século da Era Cristã.
A Angeologia Zoroastriana é, naturalmente, uma parte real do Cristianismo e do Judaísmo Esotérico. Não há dúvida que, durante o exílio, profetas hebreus e mestres zoroástricos trabalharam em conjunto, o que até a Bíblia demonstra.
Os Maniqueus exotéricos, contudo, não formam a Escola Interna de Mistério, a respeito da qual Max Heindel fala.
Tal como a Fraternidade Rosacruz é uma escola preparatória para a Ordem Rosacruz, assim é o movimento Maniqueu, incluindo os Cataristas ou Albigenses do sul da França, são a representação externa da Grande Escola de Mistérios nos Planos Internos.
Porém, todos os conceitos básicos espirituais do Maniqueísmo são, também, encontrados no Rosacrucianismo, por serem, naturalmente, universais, construídos sobre verdades eternas. Onde quer que haja Mentes abertas à verdade, esses conceitos estarão em evidência, pois somente o fanatismo e a intolerância vivem deles divorciados.
Até certo ponto a Cosmogonia maniquena é um tema da ciência, parcialmente baseada na “Revelação” (lida na Memória da Natureza) e parcialmente nas descobertas científicas externas. Os cientistas modernos estão reelaborando a sua Cosmogonia, modificando a hipótese nebular, descobrindo novos aspectos da evolução, da natureza, da matéria etc. e todas essas mudanças serão, eventualmente, incorporadas à Religião da Era de Aquário, a qual terá uma nova Cosmogonia.
Santo Agostinho foi um membro sem, contudo, ingressar na escola esotérica. No maniqueísmo existia um conjunto de ensinamentos internos, aos quais Santo Agostinho não teve acesso, atendo-se exclusivamente à escola externa. Sua mãe, Mônica, foi uma devota católica, orando continuamente para que ele se reintegrasse ao catolicismo.
Em virtude de tenaz perseguição que sofreu – perseguição essa vinda de todos os lados – a Ordem exotérica de Mani foi impelida a se esconder. Entretanto, os Maniqueus se disfarçaram e começaram a trabalhar de dentro dos agrupamentos de seus inimigos.
Mani foi crucificado pelo sacerdócio pérsico, pelos fanáticos e perseguidores que não admitiam seu Cristianismo. A Ordem de Mani existiu na Europa e na Ásia, podendo ser restaurada de alguma forma dentro de alguns séculos.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz março/1967 – Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: do Capítulo XVI – Desenvolvimento Futuro e a Iniciação: “Quando um ser humano do Período de Júpiter disser ‘vermelho’ ou expressar o nome de um objeto, apresentar-se-á à sua visão interna uma reprodução exata e clara do tom particular de vermelho em que esteja pensando ou do objeto de que esteja falando, reprodução essa que será também visível para o interlocutor. Não haverá mal-entendido quanto ao que pretende significar pelas palavras emitidas, porque os pensamentos e ideias serão visíveis e vivos. A hipocrisia e a adulação serão completamente eliminadas, os seres humanos se ver-se-ão exatamente como serão. Haverá bons e maus, mas as duas qualidades não se encontrarão mescladas na mesma pessoa. Haverá seres humanos perfeitamente bons e seres humanos completamente malvados, e um dos problemas mais sérios daquele tempo será a maneira de agir com estes últimos. Os Maniqueus, uma Ordem de espiritualidade ainda superior à dos Rosacruzes, estão atualmente estudando esse problema. Pode-se obter uma ideia antecipada dessas condições num curto resumo da sua lenda (Todas as ordens místicas têm uma lenda simbólica enunciadora dos seus ideais e aspirações).
Na lenda dos Maniqueus há dois reinos: o dos Luminosos e o dos Sombrios. Esses últimos atacam os primeiros, são derrotados e devem ser castigados. Contudo, como os Luminosos são perfeitamente bons, como, do mesmo modo, os Sombrios completamente maus, eles não os podem infligir nenhum mal, pelo que os castigam lhes fazendo o Bem. Para isso, uma parte do reino dos Luminosos se incorpora ao dos Sombrios e, desta maneira, com o tempo, o mal é transmutado. O ódio não será dominado pelo ódio; há de sucumbir ante o Amor.”
Resposta: Sim. Os Ensinamentos Rosacruzes “tiram”, da morte, o aguilhão da dor, porque eles preparam o Estudante Rosacruz para o que deve esperar na vida futura.
Uma viagem para países estrangeiros se torna agradável quando estamos preparados e sabemos algo do país ao qual nos dirigimos. De modo semelhante, conforta muito conhecer as condições existentes naquelas paragens que se nos apresentam tão misteriosas, em virtude da sombra negra que tem pesado sobre muitas pessoas quando chegam a fase que conhecemos como “terceira idade” ou pessoas idosas, ou “melhor idade”, ou pessoas senis, incluindo aqui alguns casos de pessoas doentes ou enfermas de qualquer idade.
O conhecimento da vida além da tumba conforta mais ainda aqueles que perderam seus entes queridos.
Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, com seu conhecimento superior dos Mundos espirituais, nos trazem a prova de uma existência desses sublimes Mundos. Muitos Estudantes Rosacruzes avançados também têm recebido provas positivas de uma vida depois da morte. Para eles, tal vida já não consiste apenas em uma teoria, mas, sim em uma verdade.
É possível, com o desenvolvimento de um sentido mais sutil, experimentar e ver realmente as condições que existem nessa invisível “terra dos mortos que vivem”. Ela interpenetra nosso Mundo Físico, denso, embora não seja vista pelos que têm unicamente desenvolvido o sentido da vista física. Na Fraternidade Rosacruz o Estudante Rosacruz pratica Exercícios Esotéricos que o ajudam nesse desenvolvimento.
John Mc Creery em seu belo poema diz:
“Eles não estão mortos.
Eles apenas passaram além da névoa que aqui nos cega,
para uma vida nova e maior,
naquela esfera mais serena”.
A morte é, para um Estudante Rosacruz, que pratica os Ensinamentos Rosacruzes, somente uma mudança de consciência. É tirar um vestido usado (o Corpo Denso) para funcionar somente com o Corpo de Desejos (que toma a forma do Corpo Denso) na nossa vida celeste e depois funcionar só com a Mente na nossa passagem pela Região do Pensamento Concreto e, por fim, vivenciarmos sem nenhum Corpo ou veículo, mas com toda a potência do Tríplice Espírito que é o que realmente somos: um Ego!
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1978 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Como o leitor afirma, os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental estão compreendidos na Filosofia Rosacruz que, adicionalmente, inclui grande quantidade de informações sobre os planos invisíveis e suas leis, onde nós, entre renascimentos, vivemos.
O Cristianismo Esotérico fornece, sem sombra de dúvida, significado oculto ou esotérico à doutrina Cristã. Os fatos esotéricos são verdades eternas, cuja interpretação varia segundo os diversos movimentos Cristãos.
O Cristianismo popular, na sua forma de uma casca de noz, diz que Cristo, o Filho de Deus, veio à Terra há quase dois mil anos, para se tornar o salvador espiritual da Onda de Vida humana, por meio da crença das doutrinas que enunciou e por viver uma vida de acordo com elas. Também afirma que os nossos pecados contra as leis de Cristo são perdoados e apagados sob certas condições as quais são promulgadas desde tempo considerável, sob diferentes denominações.
A interpretação esotérica do Cristianismo, em seu aspecto global, não contradiz as doutrinas básicas preconizadas pelo Cristianismo popular, porém mostra mais exatamente o que realmente sucede. Cristo é um grande Ser, de elevado desenvolvimento espiritual, a mais alta expressão arcangélica, isto é, o mais elevado iniciado da Onda de Vida que evolucionava como a “humanidade” no longínquo Período Solar, há muitos e muitos milhões de anos. Cristo veio à Terra a fim de nos influenciar espiritualmente, irradiando Suas vibrações de luz e de amor, do interior do Globo terrestre. Desde então, continuamente nos envolve das mais altas influências espirituais.
Esse constante influxo da espiritualidade de Cristo à Terra e a nós está transmutando pouco e pouco, o nosso caráter. Nós já não somos tão bárbaros e cruéis como há dois ou três milênios atrás. O objetivo mais elevado e derradeiro de Cristo é o de nos espiritualizar a tal grau, que adquiramos o senso de unidade de cada um com todos, nos tornando uma família mundial, onde cada um de nós se identifique perfeitamente com o nosso semelhante, com eliminação de toda separatividade, preconceito e egoísmo, geradores de conflitos, guerras e crimes. Assim poderemos admitir que o bem-estar de um, será o bem-estar de todos, uma vez que somos parte integrante e sentida, do todo. Qual uma dura vida escolar, teremos que passar muitas vezes por este Mundo material, até que possamos compreender e empreender esforços no sentido de sublimar nosso caráter egoísta e brutal, nos tornando em virtudes Cristas conducentes a confraternização universal. Porém, a felicidade e alegria que experimentaremos no futuro, quando a influência de Cristo haja colimado seus objetivos, serão tão grandes, tão profundas, que Sua vivência jamais poderia ser avaliada em nossas condições atuais, tão grande é o contraste com nossa forma de sentir de hoje!
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz janeiro/1971 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Atualmente, o alimento que recebemos internamente desfaz-se e decompõe-se devido ao calor interno do corpo, permitindo, desse modo, que o Éter Químico, com qual estão impregnadas todas as partículas alimentares, combine-se com o Éter Químico do nosso Corpo Vital. O alimento que está magnetizado pela ação do Sol sobre as plantas é então assimilado, e permanece conosco até que se esgote o magnetismo. Quanto mais diretamente os alimentos vierem do Sol até nós, tanto mais magnetismo solar eles conterão. Constantemente, eles permanecerão conosco durante um tempo maior se forem comidos crus. Quando um alimento sofre o processo de cocção, uma parte do Éter nele contido perde-se, em virtude da decomposição, pelo calor, das partículas respectivas, deixando impregnado o ar da cozinha pelo odor do alimento do qual provém. Portanto, as células do alimento cozido e os alimentos que já foram assimilados pelos outros animais têm muito pouco Éter Químico em si, exceto o leite, que é obtido através de um processo vital e contém uma quantidade maior de Éter que qualquer outro alimento.
No que se refere à carne dos animais (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins), podemos dizer que a maior parte do Éter Químico das suas rações foi absorvida pelo Corpo Vital antes da morte do animal; ao ocorrer a morte, o Corpo Vital deixa a carcaça. Portanto, a carne animal apodrece muito mais depressa que os vegetais e permanece conosco somente por pouco tempo após a termos ingerido.
A morte e a doença são motivadas, acentuadamente, pelo fato de insistirmos em ingerir alimentos compostos de células desprovidas do respectivo Éter Químico individual obtido durante a assimilação vegetal. Esse Éter é diferente e não deve ser confundido com o Éter Químico planetário que impregna os minerais, as plantas, os animais e ser humano. A alimentação carnívora, pois, privada pela morte, do Corpo Vital individual que envolve o animal durante a vida, fica reduzida realmente a sua forma química mineral que tem pouco valor nos processos vitais; de fato, é prejudicial a eles, e deve ser eliminada do sistema tão rapidamente quando possível, pois sendo minerais, essas partículas de carne estão mortas ou são de movimento difícil. Portanto, elas, gradualmente, vão se acumulando. Mesmo a parte dos vegetais que é composta de cinzas e minerais permanece em nosso sistema, de maneira que há um processo gradual de obstrução que consideramos como sendo o crescimento.
Isto acontece porque privamos os vegetais e outros alimentos de seu Éter Químico. Se fôssemos semelhantes às plantas e capazes de impregnar os minerais com Éter, seríamos, provavelmente, capazes de assimilá-los e desenvolver nossa estatura de um modo gigantesco; mas, tal como somos, o material morto acumula-se cada vez mais até que finalmente o crescimento cessa em virtude de nossos poderes de assimilação tornarem-se, progressivamente, menos eficientes.
Futuramente não digeriremos os alimentos no interior do corpo, mas extrairemos o Éter Químico e o inalaremos pelo nariz onde ele entrará em contacto com a Glândula Endócrina Corpo Pituitário ou Hipófise. Esse é o órgão geral de assimilação e agente de crescimento. Nosso Corpo Denso se tornará, então, cada vez mais etéreo, os processos vitais não serão embaraçados pelos resíduos obstrutores, e, consequentemente, a moléstia desaparecerá e a vida aumentará em extensão. É significativo, em relação a esse fato, que muitos cozinheiros não sentem apetite, pois os aromas picantes dos pratos que eles preparam os satisfazem bastante. A ciência está aprendendo, gradualmente, as verdades anteriormente ensinadas pela ciência oculta, e a atenção dela está sendo voltada para as glândulas endócrinas, que lhes darão a solução de muitos mistérios. Eles, contudo, não parecem estar inteirados ainda de que há uma ligação física entre o Corpo Pituitário, o principal órgão de assimilação e, portanto, do crescimento, e as Glândulas Suprarrenais, que eliminam os resíduos e assimilam as proteínas. Elas também estão ligadas fisicamente com outras Glândulas: Baço, Timo e as Tiroides. Nessa ligação é significativo, do ponto de vista astrológico, que o Corpo Pituitário é regido por Urano, que é a oitava superior de Vênus, o regulador do plexo celíaco ou plexo solar, onde está localizado o Átomo-semente do Corpo Vital. Desse modo, Vênus aguarda a entrada do fluido vital que nos vem diretamente do Sol através do baço etérico e Urano é o guardião da porta de entrada do alimento físico. É a função dessas duas correntes que produz poder latente armazenado em nosso Corpo Vital, até que seja convertido em energia dinâmica pela natureza marcial do desejo.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto/1980 – Fraternidade Rosacruz SP)
O Primeiro Céu, localizado nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo, é o lugar da alegria, isenta de qualquer sombra de amargura ou de tristeza. Ali, todos os mais nobres propósitos, almejados por nós, se realizam na mais ampla expressão. É o lugar do repouso, pois, quanto mais dura ou áspera tenha sido o nosso anterior renascimento terrestre, mais profundamente sentirá a sensação de repouso. As doenças, tristezas e dores são ali desconhecidas.
É a “Casa de Praia” ou “Casa da Montanha” dos espiritualistas, onde os pensamentos dos devotos Cristãos construíram a Nova Jerusalém. Belas casas e residências floridas são o quinhão daqueles que as desejaram, pois podem construí-las pelo simples emprego da sutil matéria de desejos, mediante o poder da vontade e do pensamento, tornando-as tangíveis e reais como as moradias deste mundo.
E não só as floridas casas e residências, senão tudo aquilo que intimamente ambicionamos realizar, pois todas as satisfações emocionais superiores são ali realizadas quer como quintessência das experiências boas da Terra, quer como formas de tudo que nos tenha sido negado ou dificultado.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz maio/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)