Arquivo de categoria Filosofia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático: Purgatório

Pergunta: A palavra “Purgatório” atemoriza muitas pessoas por suscitar a ideia de sofrimento. É realmente assim?

Resposta: Não devemos nos alarmar com a palavra “Purgatório”, porque as experiências, se podem ser dolorosas, são, ao mesmo tempo, inteiramente benéficas. Libertam o Ego do peso negativo que, de outra maneira, poderia impedir sua elevação às regiões superiores. Por isso, o Purgatório vem imediatamente depois da morte. Do nosso ponto de vista, seria mais desejável entrar, em primeiro lugar, no Céu, principalmente se tivemos uma vida terrestre muito dura. Isso é, cientificamente, impossível. Não podemos nos elevar antes de atingir certa gravidade espiritual específica.

Pergunta: Como a Filosofia Rosacruz conceitua o Purgatório?

Resposta: O Purgatório se situa nas três Regiões inferiores do Mundo de Desejo. Sua função principal é separar a matéria de desejo inferior, depositada em nosso Corpo de Desejos durante a vida terrestre. Os desejos grosseiros e egoístas são, aqui, divididos pela força de repulsão, a força predominante nessa região. A afirmação da própria personalidade é a mola principal da força de repulsão. Essa força destrói todas as qualidades baseadas na afirmação da própria personalidade e contrárias ao altruísmo.

Pergunta: Como se desenvolve o processo purgatorial?

Resposta: O panorama da vida passada desenrola-se diante do Ego, trazendo consigo as forças purgatoriais apropriadas para cada incidente. Aqui, o Ego sente todas as mágoas causadas a outras pessoas e sofre a ansiedade de desejos destrutivos, como os de bebidas alcoólicas, fumo e drogas, que são impossíveis de satisfazer. E sofrerá até que tais desejos morram por falta de satisfação. O sofrimento relativo a esse processo é, aproximadamente, três vezes mais agudo que o proveniente de experiências similares na vida terrestre, posto que o processo é três vezes mais rápido e o Ego não dispõe de corpo físico para abrandar a dor. O período do Purgatório dura geralmente a terça parte, aproximadamente, do tempo correspondente à vida terrestre do indivíduo.

Pergunta: Qual a lição sugerida por esse processo?

Resposta: Disso podemos tirar uma lição prática; a melhor maneira de nos livrarmos dos maus desejos é deixá-los morrer de inanição. Se os combatemos, criamos pensamentos-formas nos quais se fixam, prolongando sua vida. A inanição, por conseguinte, é o único método prático. Por ele consegue-se limpar a mente de pensamentos impuros. Assim, compreendemos porque é disparate criar, durante a vida, obstáculos na forma de desejos destrutivos. Porém, se fomentamos tais hábitos, convém que nos lembremos da grande vantagem de nos libertar deles durante esta vida terrestre, já que podemos fazê-lo com a terça parte de sofrimento e incômodos que teríamos de suportar na vida, depois da morte. Até sob o ponto de vista egoísta o senso comum deveria nos aconselhar a abandonar esses desejos, enquanto temos oportunidade de fazê-lo com relativa facilidade.

As experiências do Purgatório desenvolvem a consciência que evitará a repetição dos erros nas vidas futuras. Na próxima vida, o Ego já não estará sujeito, como antes, aos maus desejos. Aplicará sua vontade livremente, o que não seria possível fazer, se esses não tivessem sido expulsos.

Sem dúvida, a tentação de satisfazer os mesmos desejos vai se repetir até que o Ego tenha, finalmente, desenvolvido o poder de vontade suficiente para dominá-los. Só assim deixarão de entrar no campo de sua consciência.

Pergunta: O que acontece ao Ego, depois de passar pelo Purgatório?

Resposta: Depois de passar pelos processos purgatoriais, o Ego está capacitado para entrar nos mundos celestiais e desfrutar daquela vida que antes lhe era impossível. Muitas pessoas trabalham com a ilusão de que seriam felizes, se pudessem entrar no Céu, no momento do desenlace. Na realidade, as vibrações dos planos celestiais são tão elevadas que uma pessoa qualquer, levada para lá antes de ter passado pelos processos purgatoriais, ficaria na mais intensa agonia. Seus veículos espirituais vibram em um grau muito inferior e elevar seu tipo de vibração, repentinamente, ao tipo dos planos celestiais criaria uma condição igual à de uma eletrocussão.

Pergunta: Há casos em que a ação das forças purgatoriais pode ser dificultada?

Resposta: Pessoas que, durante sua vida terrestre, fartam-se de vícios e crueldades ou empregaram a magia negra para obter poder sobre os outros endurecem seu Corpo Vital, interpenetrando-o vigorosamente com o Corpo de Desejos. Os dois constituem o que se denomina “Corpo de Pecado”. Tais indivíduos ficam ligados à zona terrestre, quando passam às regiões purgatoriais. As forças do Purgatório não são capazes de desintegrar o Corpo de Pecado com a rapidez de costume, do que resulta que esses Egos ficam sob a influência terrestre; em alguns casos, durante centenas de anos, retendo sua má disposição. Eles estão entre nós, mais perto que nossas mãos e pés. Por meio de sugestão mental, são capazes de incitar os mentalmente débeis até para o crime. São muito mais perigosos do que os criminosos na vida física.

Pergunta: Há alguma possibilidade de se evitar os sofrimentos purgatoriais?

Resposta: Agora, temos a parte mais prática desses ensinamentos: um método que nos permite evitar o Purgatório, se nos dermos ao trabalho de pô-lo em prática. Trata-se do método Rosacruz da Retrospecção. Cada noite deveríamos repassar os acontecimentos do dia, em sentido contrário, começando pelos da noite e continuando a rever para trás, até os da manhã, examinando cada acontecimento cuidadosamente para discernir perfeitamente sua qualidade de bem ou de mal. Deveríamos fazer voltar as experiências do dia ao campo da consciência, esforçando-nos para sentir o sofrimento que tenhamos causado aos outros e procurando sentir, também, a qualidade não-espiritual das más ações. Agindo assim, viveremos o Purgatório a cada noite e, quando passarmos ao outro lado do véu, não necessitaremos sentir as experiências intensificadas dessa Região.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1974 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O que é “produzir frutos” no Cristianismo Esotérico

A relação do ser humano com Cristo e com o mundo é um tema abordado no Evangelho Segundo São João, capítulo 15: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim não der fruto ele corta. E tudo o que dá fruto, limpa para que produza mais frutos ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir frutos de si mesmo, se não permanecer na videira, assim nem vós o podeis dar se não permanecer em mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim será lançado fora à semelhança do ramo e secará, e o apanham, lançam no fogo e queimam”.

Mas, como se dá essa relação? Consideremos, primeiramente, que o universo é como um todo harmônico. Se uma célula do nosso corpo tivesse consciência individual ela nos veria como um universo, isto é, como um conjunto regido por lei imutáveis, perpassado e vivificado por energias em fluxo constante.

No livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” Max Heindel se refere a Deus afirmando: “É uma verdade literal que n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser, porque ninguém pode existir fora das grandes inteligências que, com sua vida, interpenetram e sustentam os Mundos”. Então, todos os seres da Criação, independentemente da Onda de Vida a que pertençam, indissoluvelmente ligados a esse processo cósmico, em que recebem e irradiam energia.

Nós, seres humanos, recebemos particularmente a energia que o Cristo difunde nesse Planeta e a irradiação nas mais variadas formas. Ora, o que mantém os ramos de uma videira vivos e capacitados a produzir frutos é o fato de a ela os ramos estarem ligados e dela receberem a seiva vivificadora. Sem esse fluxo vital os ramos não produzem frutos. Mas, com o tempo secam e acabam morrendo. Analogamente, podemos considerar o Cristo como sendo a videira e a humanidade são os ramos a ela ligados. A chave da questão chama-se consciência. Nosso grau de consciência indica em que grau estamos ligados à videira, ou seja, ao Cristo.

Mas não estamos ligados ao Cristo, sabendo-se que Ele assumiu a regência e a salvação do nosso Planeta? SIM, porém há uma diferença entre estar em Cristo e estar ligado ao Cristo. Estar ligado ao Cristo é estar consciente desse fato e viver de acordo com ele. É fazer-se sensível e receptivo aos desígnios divinos, tornando-se um canal por onde possam fluir as bênçãos Crísticas. Um cano d’água está ligado ao reservatório através de todo o sistema hidráulico. Quando a água flui pelo cano, é o primeiro a molhar-se, ou seja, a beneficiar-se. Agora, se o registro permanecer fechado a água não circulará. O destino da água é abastecer a população, irrigar o solo, dessedentar animais, levando vida a todas as paragens. Isso é produzir frutos. Se tal não ocorrer, o cano será um elemento inútil, podendo ser retirado e lançado ao lixo. Quando a vida de uma pessoa se harmoniza com o Divino Plano da Evolução, ela está ligada ao Cristo e produz frutos.

(de Gilberto A. V. Silos – Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1975 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Sucesso nos torna Generosos?

por Max Heindel

De fato, “do Senhor é a terra e a sua plenitude.” (Sl 24,1).

Podemos pensar que “possuímos” um navio, mas em um minuto um maremoto pode engoli-lo, devolvê-lo ao armazém de Deus e nos deixar na miséria. Podemos cavar um buraco no solo e extrair ouro ou outros minerais sob a ilusão de que “possuímos” uma mina; mas de repente as Salamandras acendem os fogos ocultos, uma explosão acontece e nossa riqueza desaparece. Deus tomou o que era Seu.

Podemos derreter o minério de ferro nas montanhas, fazendo com ele pilares e vigas para uma estrutura imponente; podemos usar cimento para construir suas paredes e colocar nossos nomes em seus portais para significar nossa orgulhosa propriedade; mas um terremoto pode desfazer em minutos o trabalho de meses e quando isso acontece os pilares retorcidos são levados para a pilha de sucata para se desintegrar, pois Deus tomou o que era Seu.

Na verdade, não possuímos e não podemos possuir coisa alguma material. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude”. Tudo aquilo de que nos apropriamos e acumulamos é, na melhor das hipóteses, um empréstimo. Mas, Deus nem sempre é consultado sobre a Sua disposição de emprestar e a dívida pode ser paga a qualquer momento.

Assim, o ser humano cujo único objetivo é a acumulação é um tolo. Muitos cujo coração e alma estão voltados para a aquisição de riqueza percebem isso subconscientemente e, portanto, tentam se enganar ainda mais com a ideia de que a posse de riqueza não é o seu objetivo final, mas apenas o meio para um fim. Esse objetivo imaginado é sempre altruísta em certa medida porque faz com que eles se sintam bem e justos. É agradável para um menino sonhar com riquezas para confortar seus pais idosos; lisonjeia sua vaidade pensar em si mesmo como seu benfeitor e ele desfruta em antecipação de suas expressões de louvor e gratidão. Ele pode retirar seu apoio atual e justificar sua negligência com o argumento de que deseja ser desimpedido enquanto “faz sua fortuna”. Depois ele vai “compensar”.

Mas aquele que não é “fiel” ou prestativo quando tem “pouco” não se torna generoso quando acumula “muito”, assim como o leopardo não perde suas manchas; portanto, à porta da morte, se não antes, Deus exige TUDO que tal pessoa pegou emprestado, e o interesse também, na dor e no sofrimento, quando as imagens do Purgatório o fazem sentir sua dureza de coração.

É literalmente verdade que “aquele que dá aos pobres empresta ao Senhor”, porque ele acumula um “tesouro no Céu”, já que na existência post-mortem a benevolência que motivou seus atos de bondade e a gratidão daqueles que foram ajudados por ele reagem sobre ele e lhe dão poder de alma adicional.

É um mau negócio ser mesquinho, mas a generosidade discriminada traz sucesso aqui e no futuro.

Também não devemos adiar o cultivo dessa virtude até que tenhamos adquirido abundância. Cristo elogiou “a viúva” porque seu presente, embora pequeno, provavelmente envolvesse um grande sacrifício e a negação de alguma necessidade. Portanto, era realmente maior do que os dons daqueles que viviam na riqueza e não se sentiam mais pobres em bens materiais por causa de sua oferta. Não temos algo contra o ser humano que deseja adquirir riqueza para poder ajudar, mas reiteramos que, embora a riqueza abra nesse caso uma via de expressão de caráter, ela não muda a natureza da pessoa. A pessoa que é mesquinha quando pobre na verdade se torna mais gananciosa quando rica; quem é generoso em circunstâncias pobres torna-se mais generoso quando a fortuna o favorece. E em todos os casos é verdade que “o que se cria no osso aparece na carne”; é tão importante cultivar a virtude da generosidade como qualquer outra, mesmo do ponto de vista egoísta.

Ella Wheeler Wilcox nos diz isso com as seguintes palavras.

Dá do teu ouro, ainda que pequena seja a tua porção

O ouro enfraquece e murcha na mão que o guarda.

Cresce em um que se abre largamente e livre.

Quem semeia a sua colheita é quem a colhe.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross july-august/1999 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por favor, deem-me uma descrição clara dos Irmãos Maiores e digam-me se eles atuam nesse plano por meio de um corpo material e, também, em relação aos Irmãos Leigos e Irmãs Leigas, etc.?

Resposta: No que se refere aos Irmãos Maiores, eles possuem um corpo material exatamente como você e eu, e vivem numa casa que pode ser descrita como uma casa que pertence a uma pessoa próspera, mas não exibicionista. Parecem ocupar funções de destaque na comunidade onde vivem, mas essas posições são apenas um pretexto para justificar sua presença e não criar dúvidas quanto ao que eles representam ou quem são ou, ainda, para que não se note nada de extraordinário a seu respeito. Externa, internamente e através desta casa há o que pode ser chamado o Templo. Ele é etérico e é diferente das nossas construções comuns. Pode ser comparado à atmosfera áurica que circunda nossa Pro-Ecclesia em Mount Ecclesia, que é etérica e muito maior que a construção física.

A descrição oral de Manson[1] a respeito da igreja espiritual construída por ele, fornece uma ideia do que são tais estruturas. Elas envolvem totalmente os edifícios e as igrejas onde se reúnem pessoas de grande espiritualidade e, naturalmente, diferem em cores. Esse Templo Rosacruz é superlativo e não pode ser comparado a nenhum outro e a nenhuma outra coisa; ele envolve e permeia a casa onde vivem os Irmãos Maiores. A casa é tão permeada de espiritualidade que a maioria das pessoas não se sentiria muito confortável lá. E os Irmãos Leigos e as Irmãs Leigas têm um corpo material? Certamente. O autor[2] não é muito etérico e pode servir como uma ilustração da média.

 (Pergunta nº 134 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: É um personagem do Livro The Servant in the House (1908), do escritor anglo-americano Charles Rann Kennedy (1871-1950).

[2] N.T.: Lembrando: Max Heindel é um Irmão Leigo, que alcançou a 5ª Iniciação Menor.


PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Há algum limite de tempo estabelecido para a vida terrena antes de nós nascermos aqui?

Resposta: Sim, o Ego, quando está para renascer, molda o Arquétipo criador da sua forma física no Segundo Céu, com o auxílio das Hierarquias Criadoras. Esse Arquétipo é uma coisa sonora, vibrante, que é posta em vibração pelo Ego com uma certa força proporcional à duração da vida a ser vivida na Terra; e até que esse Arquétipo cesse de vibrar, a forma, que é construída pelos componentes químicos da Terra, continuará a viver.

No entanto, a Lei de Causa e Efeito é o árbitro que determinará como a vida é para ser vivida, e certas oportunidades de crescimento espiritual são apresentadas ao Ego em vários momentos da sua vida terrena. Se essas oportunidades forem aproveitadas, a vida prossegue normalmente, caso contrário será desviada, por assim dizer, para um beco sem saída, em que lhe será dado um fim pelas Hierarquias Criadoras, que destroem o Arquétipo no Mundo Celeste. Por isso, podemos afirmar que a duração de uma vida terrena é determinada antes do nascimento físico, mas poderá ser abreviada se negligenciarmos certas oportunidades. Há, também, a possibilidade, em poucos casos, quando a vida foi plenamente vivida e proveitosa, em que a pessoa se esforçou totalmente para viver de acordo com as oportunidades que lhe foram dadas, de mais vida ser infundida no Arquétipo e, assim, a existência terrena poderá ser prolongada; mas, como foi dito, isso ocorre em casos excepcionais.

(Pergunta nº 47 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I” –Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ser Fraternal

Uma coisa evidente na doutrina Cristã, quer para o Cristão popular, quer para o Cristão esotérico, é a missão unificadora do Cristo, em que todos somos chamados a servir.

E como é costume, justamente nesse fundamento, singelo e claro, é que tropeçamos todos, até compreender que isso pressupõe a conquista de muitas virtudes Cristãs secundárias.

Não há do que fugir; harmoniosamente, ou pela dor, um dia chegaremos a sentir necessidade de nos entendermos perfeitamente, uns com os outros, recebendo-nos, sinceramente, como irmãos em essência e em verdade, para formar uma só família mundial, um só rebanho, de um só Pastor: Cristo, o Senhor e a Luz do Mundo!

A questão é interna. Cada um de nós tem de se analisar repetidamente. Como age Ele em seu lar? Em seu trabalho? Na Fraternidade Rosacruz?

Encontra dificuldade em viver harmoniosamente com a esposa, com o marido? É temido pelos filhos? Ou é desrespeitado? Ou, contrariamente, sente, da parte da esposa ou do marido, o amor e a atenção próprios de quem realmente quer bem? Os filhos o consideram um amigo ou uma amiga, um irmão ou uma irmã mais velho ou mais velha, a quem prezam e em cuja presença se sentem à vontade?

No trabalho, tem queixa dos colegas? Acha seu chefe horrível? Ou os estima e por eles é estimado e querido?

Na Fraternidade Rosacruz, espera sempre receber, sem dar? Senta-se comodamente na poltrona e nada faz pelo ideal? Ama o Ideal Rosacruz em si, pelo que de belo e profundo apresenta, como solução de sua felicidade, ou por mero diletantismo intelectual?

Acha um palestrante ou escritor bom e outros não, ou procura tirar o que de bom cada palestra, de cada texto, pode oferecer, independentemente da pessoa que a apresenta?

Desilude-se facilmente com qualquer defeito dos que lá trabalham, ou segue o Ideal Rosacruz impessoal e eterno apresentado pelos Irmãos Maiores, para melhor compreensão do verdadeiro Cristianismo?

Cada um é que deve responder a si próprio. Nosso Ideal Rosacruz busca desenvolver em cada um a consciência do seu valor, da sua responsabilidade espiritual, perante a si mesmo e a humanidade, e mostra como pode servir eficiente, amorosa e desinteressadamente.

O certo é que, se criticamos muito os demais, se estamos desgostosos com uma porção de coisas, se vivemos descontentes e amargurados, nervosos, sempre nos chocando com os outros, é sinal seguro de que ainda não compreendemos o sentido real de Fraternidade Rosacruz, de irmanação, de entendimento e de tolerância.

Recebamos cada qual como ele é e tem direito de ser. Façamos simplesmente nossa parte, sem exigir dos outros retribuição nem imitação. Não façamos para receber. Se assim o fizermos, pouco valor teremos.

Podem notar: o que mais critica e exige, é o que menos dá, em regra geral.

Em todos os Núcleos da Fraternidade Rosacruz, como em qualquer movimento social, há sempre uns dedicados, que lhes formam o alicerce, que sustentam o trabalho. E, mesmo esses, muitas vezes se amarguram com as críticas, não raro, injustas, com as deslealdades e outras provas do trabalho em grupo, retirando sua colaboração.

É uma pena. Quem tem convicção mesmo do Ideal Rosacruz que abraça tem que resistir a esses embates e pôr sua meta acima dos seres humanos. O que vale, no movimento Rosacruz, é que não temos líderes, gurus, instrutores, mestres, governadores a quem nos dependuramos. Cada qual procura se desenvolver ajudado por cursos, estudos, leituras, conversas, reuniões, participações de grupos de Estudos e Centros Rosacruzes, palestras e o estímulo inicial dos companheiros mais seguros. Mas, depois, é orientado a cortar o segundo cordão umbilical. Estão, portanto, menos sujeitos às desilusões que os chamados “mestres”, “instrutores”, “gurus” humanos, que são e às vezes mal-intencionados, costumam pregar.

Todavia, mesmo em nosso meio há os que têm dificuldade de se irmanar com os demais.

Não apenas um, nem dez, mas, muitas dezenas de pessoas e centenas e até milhares, passam nos grandes movimentos coletivos. Se procuram seu “raio”, está bem. O que observamos é que não o encontram nunca, por falta dessa virtude básica, essencialmente Cristã: a fraternidade.

Ela é que se irradia de uma pessoa que julgamos simpática, que é querida por todos, que raramente entra em conflito com os semelhantes, que tem “magnetismo”, que é bem-sucedida. Vem de dentro, da vivência, e não de intelectualismo. Como disse alguém: “prefiro antes sentir o amor, do que saber brilhantemente defini-lo”.

Muitos serão os chamados e poucos os escolhidos. Nós mesmos nos selecionamos, nos capacitamos, nos escolhemos, segundo os nossos atos. E não nos descuidemos, mesmo quando já estivermos no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, como convidados para o banquete do Senhor, porque a vaidade e o personalismo nos espreitam e nos lançam os seus cantares de sereia. A tentação é necessária em todos os graus, pois são os exames que revelam nosso proveito na escola da vida.

Bem gostaríamos que todos se analisassem melhor nesse ponto essencial de buscar justificativas para sua inação, para sua falta de entrosamento com os outros. É muito fácil atribuirmos aos outros as causas de nossos fracassos. Mas não é justo.

Pensando bem, o único obstáculo que existe à nossa capacidade de irmanação é a nossa natureza inferior, essa segunda natureza construída através de muitas vidas de vícios e egoísmos de toda ordem. É tão velha, que já a consideramos de casa. Às vezes, chegamos ao cúmulo de a considerarmos nós mesmos, num flagrante desrespeito à nossa natureza espiritual. E quando chegamos a esse ponto, é porque a crosta de materialismo está mesmo grossa e necessitando de uma reação mais violenta da Lei de Consequência, porque, os que não querem aprender pelo entendimento e pelo amor, terão de aprender pela dor…

Como disse São Bernardo: “ninguém pode fazer mal a mim, senão eu mesmo. O mal que trago comigo, esse é que reage mal aos outros, esse é que me prejudica e dificulta a ascensão”.

Partindo do sincero reconhecimento dessa verdade, alertas com nossas falhas, tendo idealizado claramente nosso objetivo superior e esforçando-nos para atingi-lo, teremos certamente um resultado positivo.

A Fraternidade Rosacruz está ansiosamente à espera de colaboradores, sempre! Pessoas sinceras que compreendam bem esses pontos e possam exercitar, no trabalho de equipe, suas qualidades Cristãs, prová-las na prática, a fim de que se capacitem a sair da fase “intelectual” e partir para uma realização mais efetiva, de real vivência, cuja influência se estenderá por todas as esferas de sua vida, com favoráveis reflexos.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Mortos Perderam o Interesse em Nós?

Max Heindel

Conta-se a história de um casal de grande coração, no País de Gales, que, desejando adotar uma criança belga refugiada, viajou para Swansea a fim de obter uma do Campo de Concentração de lá. Mas, nenhuma lhes convinha, exceto um irmão e uma irmã; porém, os dois se agarravam um ao outro tão tenazmente que não tiveram coragem de separá-los. Decidiram, finalmente, adotar os dois, levando-os para casa. Quando a senhora despiu a menininha, notou um medalhão pendurado no pescoço da criança e a menininha lhe disse da melhor maneira que pôde que ele continha uma foto da sua mãe, que havia sido massacrada. Ao abrir o medalhão, a mulher viu com espanto e tristeza a foto da sua própria irmã, que havia ido para a Bélgica como governanta anos antes e de quem ela havia perdido o rastro. Dessa forma, descobriu-se que ela havia levado os filhos da sua irmã assassinada para seu coração e lar.

Como isso aconteceu? Isso “aconteceu”? Essa é uma questão de grande importância, pois afeta o destino de todo ser humano, se os eventos em nossas vidas são governados por acaso ou destino. A explicação mais simples é, claro, que “simplesmente aconteceu” e pode parecer muito improvável para a maioria postular o destino. Ainda assim, Cristo disse: “os cabelos da sua cabeça estão contados, nem mesmo um pardal cairá na terra sem que o Pai saiba. Vós sois de mais valor do que muitos pardais” (Lc 12:7). Se Cristo disse a verdade, e não podemos duvidar disso, então o elemento “acaso” é eliminado e tudo o que nos acontece é o resultado do desígnio divino ou humano, operando sob, e em harmonia com a lei imutável da consequência; e os agentes que garantem esse desígnio podem estar nos Mundos visível ou invisíveis. Com essa hipótese, é fácil explicar a ocorrência. Quando nos perguntamos quem estaria interessado em levar essas crianças para a proteção da tia, a resposta é, obviamente, a mãe.

E, se uma ou outra mãe pode fazer isso por seus filhos, segue-se que todas as mães devem ter a mesma capacidade de afetar os destinos de seus filhos, restringidas, é claro, pela Lei de Causa e Efeito, como já foi dito; e se as mães podem fazer tais coisas, os pais ou outros parentes, em suma, o mundo inteiro do outro lado do véu da morte, devem ter o poder de afetar todas as outras pessoas que vivem aqui, e devemos ter o poder de afetá-los. Não pode haver meias medidas.

Para o investigador ocultista é de conhecimento comum que aqueles a que chamamos de mortos continuam por um tempo, variando de acordo com sua inclinação e disposição, a se interessar pelos assuntos daqueles que deixaram para trás, e se esforçam, com variado sucesso, para influenciá-los como influenciamos uns aos outros nas relações físicas. Eles não são livres para fazer isso o tempo todo, porque episódios no panorama da sua vida passada exigem toda a sua atenção enquanto estão sendo expurgados; mas, entre esses períodos nossos amigos dos Mundos invisíveis estão conosco e nos abraçam com a mesma solicitude e amor que tiveram por nós enquanto estavam ao nosso lado, aqui renascidos na Região Química do Mundo Físico.

Infelizmente, o inverso também é verdadeiro: se um inimigo morre, não nos livramos dele por esse fato. Ele pode realmente nos fazer mais mal fora do Corpo Denso e Vital do que poderia fazer enquanto estava aqui renascido na Região Química do Mundo Físico. Isso foi sentido em pequena escala na guerra russo-japonesa, quando alguns dos golpes inteligentes dos japoneses ocorreram em virtude de impressões recebidas do outro lado; métodos semelhantes foram usados em uma extensão que ninguém iria acreditar, se não estivesse ciente dos fatos, no início da presente guerra[1]. Mas, o efeito organizado dos Irmãos Maiores e seus grupos de Auxiliares Invisíveis deram frutos para conter a corrente de ódio entre as vítimas da batalha, de modo que todos os que cruzam o portal da morte são agora instruídos sobre o efeito da malícia sobre si mesmos e o mundo, sua melhor natureza surge e o altruísmo é exaltado como mais nobre do que o patriotismo; o resultado é que a maioria é convertida, pelo menos na medida em que se abstém de esforços ativos para interferir na batalha.

Há muitos anos defendemos a abolição da pena capital por razões semelhantes; o assassino ressentido é, por esse ato de retaliação, liberado do Corpo Denso para influenciar outros de mentalidade semelhante e o resultado é que os assassinatos se multiplicam; ao passo que, se fosse mantido na prisão, seria isolado até os anos passarem e esfriarem o ressentimento dele contra a sociedade; então ele morreria em um estado de espírito menos perigoso e, provavelmente, não faria mal à sociedade.

Portanto, que se perceba que seja um fato e não um sentimento poético, o que John McCreery escreveu:

Embora invisíveis aos olhos mortais,

Eles ainda estão aqui e ainda nos amam.

Os queridos que deixaram para trás,

Eles nunca esquecem.

Sim, sempre perto de nós, embora invisíveis,

Nossos queridos espíritos familiares caminham.

Pois todo o Universo sem limites de Deus é Vida.

Não há mortos.


[1] N.T.: Refere-se à Primeira Grande Guerra Mundial

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de agosto/1915 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

“A Imitação é o ‘Elogio’ Mais Sincero”

Desde que o trabalho da Fraternidade Rosacruz foi iniciado, em 14 de novembro de 1908, os movimentos com nome de “Rosacruz” multiplicaram-se rapidamente. Parece haver uma mania perfeita para anexar a palavra Rosacruz aos seus nomes; mas para garantir a distinção do restante, alguns escrevem com “k “— Rosakruz. Outros usam “ae” em vez do “a” — Rosaecrucianismo. Alguns deles fazem grandes reivindicações. Um até mesmo afirma ter seis milhões de membros, entre os quais estão os chefes coroados da Europa e todas as pessoas ilustres de todas as épocas, incluindo Moisés, Elias, os faraós do Egito e outros grandes demais para serem mencionados.

Tampouco é de admirar que essa deslumbrante fantasmagoria cegue alguns de nossos membros mais fracos, que correm para essas ordens com plena fé de que o chamado Grão-Mestre, Imperator ou qualquer outro nome fantasioso, simplesmente vai mover uma varinha mágica sobre eles e suas asas brotarão, imediatamente os tornando oniscientes como os deuses. Aos poucos eles entenderão melhor: o avanço no Caminho da realização espiritual depende, como já dissemos mil vezes, do crescimento da alma (crescimento anímico); ninguém pode assimilar nosso alimento espiritual para nós, nem crescer por nós, assim como não pode comer nosso café da manhã físico e nos entregar o valor alimentar pelo qual podemos crescer fisicamente mais fortes.

Shakespeare fez a pergunta: o que há em um nome? Pode haver pouco e pode haver muito. Todos nós conhecemos o valor comercial de um bom nome para designar uma marca de produtos; contudo, não importa quão bom seja o nome, a menos que os produtos que ele represente sejam de excelente qualidade, o nome por si só não pode torná-los um sucesso permanente e a mesma coisa é válida para um movimento espiritual — deve ter uma base sólida, uma filosofia robusta.

Os hindus receberam os Vedas; os persas receberam o Zend Avesta; os maometanos, o Alcorão; os Cristãos, a Bíblia. Cada grande Religião teve seu próprio livro-texto particular que é o fundamento da sua fé e esse livro-texto tem três pilares: um relato sobre a nossa origem, uma declaração sobre o futuro reservado para nós e um códigode ética. Mesmo nos tempos modernos descobrimos que os Cientistas Cristãos têm seu livro-texto, Ciência e Saúde, e os Teosofistas têm a Doutrina Secreta.

Antes do início da Fraternidade Rosacruz, os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz deram ao escritor os ensinamentos monumentais contidos no Conceito Rosacruz do Cosmos, que supera todas as filosofias anteriores. Esse é agora o livro-texto da Fraternidade Rosacruz e está se espalhando por todo o mundo da maneira mais maravilhosa, pois encontra em todos os lugares, entre as pessoas pensantes, um assentimento incondicional, porque apela ao fórum interno da verdade.

A Filosofia Rosacruz foi oferecida, pela primeira vez, pelos Irmãos Maiores a Max Heindel com a condição de que ele a mantivesse em segredo e só a revelasse a alguns, através do rito e dos mistérios da Iniciação. Mas, sendo ele mesmo, naquela época, uma alma faminta em busca da solução do mistério da vida, recusou a oferta, embora repetidas propostas fossem feitas para que ele se retratasse. Ele pensou que se esse ensinamento fosse bom para ele, seria bom para milhares de outras almas famintas no mundo; finalmente, foi dado a ele na condição inversa, ou seja, que ele fizesse tudo ao seu alcance para promulgar a Filosofia Rosacruz. Ele foi submetido a um teste para ver se a usaria egoisticamente ou se seria firme em seu propósito de dá-la à humanidade; por isso, a Filosofia Rosacruz está sendo difundida publicamente através desse livro-texto para que todo aquele que busca, venha e beba de graça dessa “água da vida”.

Basta pensar o que teria acontecido se os Apóstolos tivessem conspirado, com sucesso, para manter os ensinamentos de Cristo longe do mundo ou se os primeiros Sábios da Índia ou da Pérsia, que receberam os Vedas e o Zend Avesta, respectivamente, tivessem feito isso. Então todo o mundo teria ficado séculos sem o ensino religioso e, certamente, todos sabem que isso teria sido um grande prejuízo para a evolução espiritual de muitos. Tendo isso em mente, basta aplicar os mesmos argumentos de bom senso às alegações dos chamados “Mestres”, que professam iniciar nos mistérios desta ou daquela Ordem qualquer um que tenha recursos financeiros, mas nada oferecem ao público. É fácil pegar um nome e fazer afirmações, mas peça-lhes para produzirem seu livro e compará-lo com a Bíblia ou o Conceito Rosacruz do Cosmos, veja se ele cobre os três pontos essenciais que mencionamos e nenhum outro teste será necessário para mostrar a sua condição de falso Mestre.

A Fraternidade Rosacruz não tem coisa alguma contra essas pessoas, pois, como se diz que a imitação é a forma mais sincera de elogio, supomos que elas reconhecem o mérito e a força do nosso movimento ou não tentariam imitá-lo.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de abril/1916 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que deveria Jesus perder a experiência correspondente aos trinta anos que já vivera, uma vez que ele havia ocupado esses veículos e os Átomos-sementes voltaram a ele depois que Cristo cessou de usá-los?

Pergunta: Por que deveria Jesus perder a experiência correspondente aos trinta anos que já vivera, uma vez que ele havia ocupado esses veículos e os Átomos-sementes voltaram a ele depois que Cristo cessou de usá-los?

Resposta: Essa pergunta decorre do que se declarou anteriormente, isto é, que quando Jesus deixou o seu veículo ao cargo do Cristo, ele perdeu com isso a experiência dos trinta anos que já vivera, e isso é verdade.

As experiências ficam realmente registradas no Átomo-semente, e quando Jesus recebeu esses Átomos-sementes após a morte no Gólgota, ele recebeu, desse modo, um registro da experiência, mas o Corpo Vital é que recebeu o impacto das experiências. Jesus viveu seu céu e seu inferno diariamente, como todo verdadeiro Probacionista o faz, e gravou a experiência no Corpo-Alma que foi entregue a Cristo.

O Corpo-Alma, os dois Éteres superiores que cresceram durante a vida na Terra, incluindo naturalmente os três anos em que foi habitado por Cristo, continua faltando a Jesus.

Aquele não será devolvido até que o Dia da Libertação e o Milênio tenham chegado e passado, de modo que o Cristo tenha completamente acabado a necessidade de utilizar o Corpo Vital que Ele recebeu de Jesus.

Então, naturalmente, o crescimento anímico alcançado por Cristo recairá sobre Jesus em decorrência da Lei de Atração, e ele se tornará muitíssimo mais rico do que o seria se não tivesse sacrificado o seu corpo dessa maneira. É por essa razão que declarei, como opinião pessoal, que Ele seria o mais elevado ser sobre a Terra, devido a esse fato.

(Pergunta nº 98 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol II-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: A Inalação da queima de Incenso pode prejudicar o Desenvolvimento Espiritual?

Pergunta: A Fraternidade Rosacruz desaconselha à queima de incenso, alegando que sua inalação pode deixar o indivíduo à mercê ou influenciado por espíritos Elementais, cuja atividade negativa induz a sensualidade ou outras práticas perniciosas. O que se pode afirmar com referência à queima de incenso nas igrejas?

Resposta: Para um espírito desencarnado ou Elemental influenciar uma pessoa necessita agir sobre seus centros cerebrais. Porém, ele só pode realizar isso se dispuser de um veiculo suficientemente denso. Caso um Elemental consiga utilizar um veículo dessa natureza poderá impressionar ou incitar moral ou mentalmente uma pessoa, dependendo do caráter e capacidade de autocontrole dela.

Ao queimar-se incenso em um recinto, a fumaça constitui por si só um veículo de tal densidade que poderá ser usado facilmente por qualquer entidade fim ao grau de vibração daquela espécie particular de incenso. Esse veículo abre a entidade Elemental um caminho de acesso aos centros cerebrais. Ao ser inalado oodor, irá inalar também o espírito Elemental, afetando a pessoa conforme sua natureza ou suscetibilidade.

Um indivíduo altamente evoluído, possuidor de visão espiritual desenvolvida, tendo a possibilidade de ver e reconhecer a verdadeira natureza dos vários seres existentes nos Mundos invisíveis pode queimar incenso, utilizando-o como veículo para entidades auxiliadoras. Contudo, somente os Iniciados podem se dedicar a essa prática e, mesmo assim, em perfeita conexão com as Escolas de Mistérios.

Quanto às igrejas, o incenso por elas empregado é de natureza comercial e não específica, embora ainda não tenhamos dados exatos sobre isso, o incenso, quando preparado especificamente por uma pessoa ignorante ou movida por sentimentos egoístas, torna-se veículo para entidades de natureza semelhante que, revestindo-se da fumaça e do odor, incitam outras pessoas a atos imorais ou criminosos. Quando a prática é constante, o espírito obsessor adquire tal controle sobre sua vítima, a ponto de conduzi-la a estados similares ao frenesi epiléptico ou a espasmos motores idênticos aos produzidos pela coreia de Sydenham ou “dança de São Vito”.

NT: Corinne Heline, no terceiro volume de sua obra “A interpretação da Bíblia pela Nova Era”, relata que o incenso empregado nas igrejas facilita a influência do sacerdote sobre o público que inala a fumaça, tornando-a mais passível de aceitar suas emanações ou intenções, enquanto pastor de um rebanho. Desse modo, por ser um ambiente que representa o polo passivo e puramente devocional de desenvolvimento espiritual, as pessoas ficam neste estado de consciência passiva, recebem maior influência pelo incenso, que é uma resina. Não significa que a pessoa que inala o incenso não possa ter a força de vontade suficiente para superar qualquer influência externa. Em verdade, uma consciência positiva, apesar de muita fé em Deus, jamais se deixa levar por influências externas.

Vale também lembrar que a simbologia do incenso nada tem a haver com o ato de queimar incenso: em histórias mitológicas, a palavra incenso significa Alma. Por exemplo, diz-se que o menino Jesus recebeu Ouro, Mirra e Incenso dos três Reis Magos. O Ouro aqui representa o Espírito; a Mirra os Corpos; e o Incenso a Alma.

Pelo exposto pode-se concluir sobre a periculosidade do uso indiscriminado do incenso.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – abril/1966- traduzido da Revista “Rays from the Rose Cross”- Fratrernidade Rosacruz-SP)

Idiomas