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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Água Viva lhe mostra: Você sofre porque quer, teme porque quer

No Evangelho Segundo São João 4:5-10 estudamos que Cristo-Jesuschegou, então, a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto da região que Jacó tinha dado a seu filho José” e onde se achava o poço (“Ali se achava a fonte de Jacó”) de onde se tirava a água que dessedentara Jacó, sua descendência e seu gado. No versículo 6 lemos que, “fatigado da caminhada, Jesus sentou-se junto à fonte”, quando “Uma mulher da Samaria chegou para tirar água. Cristo-Jesus viu essa samaritana chegar e disse-lhe então: “Mulher, dá-me de beber”. Essa, percebendo tratar-se de um judeu, respondeu: “Como, sendo judeu, tu me pedes de beber, a mim que sou samaritana?”. Porque os judeus não se comunicam com os samaritanos. A isso respondeu Cristo-Jesus: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva!”.

Preste a atenção a alguns pontos de relevante importância a respeito de sua própria vida e de toda a humanidade.

Esse foi o primeiro passo dado por Cristo em Seu Ministério, para estender fora do povo escolhido, a toda a humanidade, sua doutrina unificadora e redentora. No entanto, até hoje a maioria da humanidade abrasa na sede da insatisfação íntima e de sofrimento de toda a ordem, cuja causa única é a falta de compreensão e, sobretudo, de vivência das grandes e sempre atuais verdades contidas nas entrelinhas dos Evangelhos.

Cristo-Jesus conhecia profundamente as carências humanas quando dizia: “tendes olhos e não vedes, ouvidos e não ouvis.” (Mc 8:18). A evolução do ser humano comum é lenta. Alguns há que entram e saem da aula da vida quase no mesmo estado. Mais de dois mil anos transcorreram e se Cristo hoje voltasse ao mundo teria de dizer as mesmas coisas. Por isso afirmou que não sabia quando voltaria. Depende somente de nós…

Cumprindo a finalidade da Fraternidade Rosacruz é que vimos juntar esta exortação: “não há nada mais essencial nesta vida do que o conhecimento de nossa própria natureza e a razão de nossa existência”. A Fraternidade Rosacruz pode esclarecer integralmente, dando uma real motivação à sua vida e ajudando-o a assentar as bases da verdadeira paz e felicidade.

Quando, em 1909, foi lançado a público a obra fundamental de Max Heindel, o livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”, foi justamente para lançar nova luz à má compreendida Religião Cristã, dando a chave para um entendimento racional das verdades evangélicas e sua conciliação com a vida moderna. A Filosofia Rosacruz ilumina a parábola e o simbolismo permitindo-nos penetrar-lhe a essência figuradamente exposta pelo Mestre “para os que a vissem, não a enxergassem, e ouvindo-a, não a escutassem”, isso é, oculta dos que buscam a beleza exterior, o encanto da forma e não a alma, vislumbrada apenas por quem tem amadurecimento interior.

Falamos de uma cidade e de um poço, ao lado do qual se sentou Cristo-Jesus. Falamos também da água viva, referida pelo Mestre à mulher samaritana.

Que significa cidade? Ao pé da letra e num sentido histórico, quase nenhum proveito e sentido trás. Porém, considerando esotericamente o termo, veremos tratar-se de uma parte da nossa natureza, cujos elementos nós, o Ego, busca incorporar a seu Reino. Ali existia um poço, a beira do qual, como Egos cansados da jornada, paramos para repousar. Realmente, nós, o Ego, nos estafamos na luta pela conquista da nossa “natureza inferior”, que se alimenta ainda do poço de suas tradições, de seus hábitos e desconhece o sabor da água viva, que satisfaz permanentemente nossas necessidades reais, pois somos Egos e não há como fugir dos nossos próprios reclamos. Enquanto continuamos a beber da água do poço, teremos necessidade de renascer. Só a água viva da espiritualidade poderá redimir e transubstanciar o que há de humano, espiritualizar o que há de material, eternizar o que há de transitório, conforme nos explica o apóstolo São Paulo em sua Epístola aos Efésios. Realmente, não encontramos tempo para alimentar nossa alma com coisas superiores. Não buscamos uma pausa para uma prece sentida. A vida do ser humano comum decorre numa competição febril e nervosa, cheia de preocupações, angústias, temores, ódio, astúcias, ambições e seu preço logo se evidencia nas mais variadas formas de enfermidades ou doenças modernas, que devastam o Corpo Denso, até muito antes dos cinquenta anos de idade aqui (!). Quem disse que a vida espiritual não tem fundamento prático? Não nos referimos à Religião, tal como é hoje praticada pela maioria. Nem a criticamos. A culpa é daqueles seres que se acomodaram às suas conveniências. Cristo continua em Seu lugar e continua a esperar pelo nosso entendimento e pela prática dos princípios que nos levarão à posteridade. Não há outro Caminho, não há outra Verdade, não há outra vida real senão essa: a água viva que Ele oferece a todos.

Você sofre porque quer, teme porque quer. Está em seu livre arbítrio escolher a solução. Um bom ano novo não pode cair das nuvens ou esperar contar com a sorte. Precisa ser conquistado por cada um de nós.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)

(*) Pintura: -Jesus asks the Samaritan woman for a draft from the well-Gusatve Dore 1866-1870

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

“Paz na Terra entre os Homens”

“Paz na Terra entre os homens”! Essas palavras mágicas vem ecoando pelos dos séculos. Em plena era da tecnologia constituem-se na maior, na mais angustiante aspiração humana.

Não podemos afirmar que haja paz no mundo. Em algum momento e em algum lugar, um conflito separa irracionalmente, os seres humanos. Os momentos de trégua, fugazes interlúdios, quantas e sofridas vezes prenunciam o recrudescimento da porfia…

Há mais dois mil anos a humanidade também ansiava pela paz. O advento do Messias representava a redenção. Ele fora proclamado, séculos antes, o Príncipe da Paz, por Isaías. Mas o Cristo, utilizando os dois veículos inferiores de Jesus, pode conhecer a natureza humana: “Não vim trazer-vos a paz, mas uma espada“. A dissenção medraria entre seus próprios seguidores. E estes negariam os princípios do Mestre nas lutas movidas contra os não-cristãos.

“A Religião impropriamente chamada Cristã”, diz Max Heindel, foi responsável por ignominiosos derramamentos de sangue. “Nos campos de batalha e durante a vigência da Inquisição cometeram-se atrocidades inqualificáveis em nome do doce e meigo Nazareno. A ‘espada e o vinho’, isto é, a cruz e o cálice pervertidos, foram os meios de que se valeram as poderosas nações chamadas Cristãs, para dominar os povos pagãos e as nações mais fracas, embora professando a mesma fé de seus conquistadores”.

A humanidade ainda não logrou a paz. Ainda vive em meio a conflitos armados. Permanece confusa ante o choque de ideias. Mas esse estado de coisas há de ensinar-lhe algo proveitoso e capaz de mudar seu caminho. Há algum meio mais eficaz para demonstrar a beleza do entendimento e a necessidade de união, do que compará-los com o panorama de guerras, egoísmo e ódio dominante?

“Quanto mais forte é a luz, tanto mais profunda e a sombra que projeta”. Assim, quanto mais elevados nossos ideais, mais claramente percebemos nossas debilidades.

Lamentavelmente, nas condições atuais de desenvolvimento, a maioria de nós só pode aprender por meio de duríssimas experiências: é mister sofrer a enfermidade ou a doença para se reconhecer as excelências da saúde.

Nenhuma lição encerra valor real como princípio ativo de vida, caso sua verdade seja assimilada apenas superficialmente. Deverá ser assimilada pelo coração, pela aspiração e pela amargura. A lição mais importante, que, deste modo, o ser humano deve aprender é: “o que não beneficia a todos, não beneficia realmente a ninguém”.

Estamos vivendo a atmosfera do Natal! Mais uma vez encontramo-nos com o Cristo, quer estejamos conscientes ou não dessa realidade. Possa Seu estímulo espiritual sensibilizar o coração humano para os aspectos positivos da existência. Cultivemos as virtudes essenciais do cristianismo. Aperfeiçoemos nossa capacidade de dar e amar. Só o altruísmo conseguirá reunir os seres humanos em uma Fraternidade Universal. Para tanto, procuremos nos tornar universais em nossas simpatias, cultivando, também, o sentimento de empatia: é o mesmo que viver a chamada “regra de ouro”.

Aproveitemos a santidade da época para uma reavaliação de nossas vidas. E, principalmente, levemos a paz conosco, desejando e orando para que gradativamente, o mundo possa conquistá-la em caráter permanente. Que a influência unificadora do Cristo encontre, dia a dia, corações mais receptivos. Caminhemos sempre com renovadas esperanças em um mundo melhor. Aprendamos a conhecer, como Whitman, “a amplitude do tempo”[1] e a olhar além das passadas e presentes crueldades, o caminho da Fraternidade Universal. Esta marcará o grande novo passo do progresso humano em sua larga e gloriosa jornada desde o ser mais desprovido de grandeza até Deus, desde o protoplasma até a consciência una com o Pai, esse… “distante e divino acontecimento para o qual se move a criação inteira”.

 (por Gilberto A. V. Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz – dezembro/1975 – Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP)


[1] N.R.: Quem vai ali? Cheio de realizações, tosco místico, nu;

Como extraio energia da carne que consumo?

O que é um homem afinal? O que sou eu? O que és tu?

Tudo o que marco como sendo meu tu deves compensar

com o que é teu.

De outro modo seria perda de tempo me ouvir.

Não lanço a lamúria da minha lamúria pelo mundo inteiro,

De que os meses são vazios e o chão é lamaçal e sujeira.

Choradeira e servilismo são encontrados junto com os

remédios para inválidos, a conformidade polariza-se

no ordinário mais remoto.

Uso meu chapéu como bem entender dentro ou fora de casa.

Por que eu deveria orar? Por que deveria venerar e ser cerimonioso?

Tendo inquirido todas as camadas, analisado as minúcias,

consultado os doutores e calculado com perícia,

Não encontro gordura mais doce do que aquela que se prende aos meus próprios ossos.

Em todas as pessoas enxergo a mim mesmo, em nenhuma vejo mais do que eu sou, ou um grão de cevada a menos.

E o bem e o mal que falo de mim mesmo eu falo delas.

Sei que sou sólido e sadio.

Para mim os objetos convergentes do universo

perpetuamente fluem,

Todos são escritos para mim, e eu devo entender o que a escrita significa.

Sei que sou imortal,

Sei que a órbita do meu eu não pode ser varrida pelo

compasso de um carpinteiro,

Sei que não passarei como os círculos luminosos que as crianças fazem à noite, com gravetos em brasa.

Sei que sou augusto.

Não perturbo meu próprio espírito para que se defenda ou seja compreendido,

Vejo que as leis elementares nunca pedem desculpas,

(Reconheço que me comporto com um orgulho tão alto quanto o do nível com que assento a minha casa, afinal).

Existo como sou, isso me basta,

Se ninguém mais no mundo está ciente, fico satisfeito.

E se cada um e todos estiverem cientes, satisfeito fico.

Um mundo está ciente e esse é incomparavelmente o maior de todos para mim, e esse mundo sou eu mesmo,

E se venho para o que é meu, ainda hoje ou dentro de dez mil anos, ou dez milhões de anos,

Posso alegremente recebê-lo agora, ou esperá-lo com alegria igual.

Meus pés estão espigados e encaixados no granito,

Debocho daquilo que chamas de dissolução,

E conheço a amplitude do tempo.

Song of Myself – Walt Whitman

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Dádiva da Graça

Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo — pela graça fostes salvos! — e com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, em Cristo Jesus, a fim de mostrar nos tempos vindouros a extraordinária riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco, em Cristo Jesus. Pela graça fostes salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é o dom de Deus: não vem das obras, para que ninguém se encha de orgulho. Pois somos criaturas dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras que Deus já antes tinha preparado para que nelas andássemos.” (Ef 2:4-10).

A beleza e o poder transcendentes da Religião Cristã baseiam-se no fato de dar a seus seguidores uma oportunidade para renunciar à vida comum, circunscrita pela lei e penetrar numa vida anímica, na qual há mais amor, misericórdia e graça. Esses atributos manifestam-se particularmente pela influência de Cristo, o segundo Aspecto do Deus Trino – nosso Criador.

O Cristianismo Esotérico nos ensina que no começo da nossa evolução setenária de manifestação, Deus diferenciou dentro de Si mesmo uma hoste de Espíritos Virginais, cada um possuindo potencialmente os poderes de seu Criador, a fim de que, pela evolução, esses poderes se convertessem em faculdades dinâmicas. Nesse plano original não existia previsão em relação ao pecado e à morte.

Durante a Época Lemúrica do nosso presente Período Terrestre, houve um tempo em que “um cérebro tornou-se necessário ao desenvolvimento do pensamento e da laringe para sua expressão verbal. Para isso, então, a metade da força criadora foi dirigida para cima, a fim de que o ser humano formasse esses órgãos”. Foi assim que o ser humano, até então hermafrodita, tornou-se unissexuado e forçado a procurar um ser do outro polo ou sexo, um complemento, necessário quando desejava criar um corpo, para gerar um novo instrumento que servisse a um espírito irmão para uma fase mais elevada de evolução.

Enquanto o ato criador era amorosamente realizado sob a sábia orientação dos Anjos, a existência do ser humano estava livre da tristeza, da pena e da morte. Mas, ao ficar sob a tutela dos Espíritos Lucíferos, depois de ter “comido o fruto da Árvore do Conhecimento”, passou a perpetuar a raça humana, sem levar em conta a influência das linhas de força astrológicas, transgredindo a Lei de Deus e seus corpos se cristalizaram cada vez mais até o ponto de tirar-lhe a percepção espiritual, sujeitando-o à morte de maneira muito mais notória do que então se processava. Dessa forma, foi forçado a criar corpos mais frequentemente, em proporção à diminuição do período de vida terrestre e, portanto, de experiências necessárias à evolução espiritual. Os guardiões celestiais levaram-no para fora do “jardim do amor” (do Éden), para o deserto do mundo. Então a humanidade se tornou responsável perante a Lei de Causa e Efeito, que governa o Universo, por suas ações.

Ao tempo da vinda de Cristo, a maioria da humanidade tinha se tornado tão cristalizada, que se encontrava a ponto de retrogradar. Uma ajuda teria que ser dada. Daí, Cristo, o mais elevado Iniciado do Período Solar, voluntariamente, veio à Terra; penetrou no nosso globo por meio do sangue de Jesus, vertido na crucifixão e, desde então, irradia do centro do nosso Planeta as tremendas vibrações do poder unificante de seu Amor-Sabedoria. O Mundo do Desejo e a Região Etérica do Mundo Físico da Terra foram, então, purificados, tornando-se mais utilizável para os Corpos de Desejos individuais dos seres humanos, formados ao voltarmos a cada renascimento aqui.

Esse grande sacrifício (ainda em desenvolvimento, pois Ele, o Cristo, “estará conosco até a consumação dos séculos” ou destes tempos de materialidade), tornou possível aos seres humanos impregnarem-se com o altruístico amor de Cristo e transcenderem a Lei ou temperar a Lei com o amor; a fim de penetrar na esfera de vida abençoada pelo tesouro adicional de “Sua Graça“.

Essa “dádiva benéfica de Deus” acena para todos aqueles que se dispõem a abraçar a vida de pureza, de serviço e alcançar a libertação das restrições da queda, ou seja, a salvação.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – outubro/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)

 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Mulher Vestida de Sol

E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça”.

E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz”.

E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas”.

E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho”.

E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono”.

E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias”. (Apo 12:1-6)

O Espírito Humano é uma chispa do infinito, abrangendo todas as possibilidades. O indivíduo é apenas uma unidade separada, embora venha situar-se como tal desde que o observemos como membro de uma família, de uma comunidade, de uma nação como habitante da Terra. Mesmo assim, liga-se a outros Mundos e, consequentemente, com os habitantes desses Mundos.

Notamos a relação existente entre o Sol, a Lua e outros Planetas em cada uma das diferentes Religiões, inclusive na Religião Cristã.

Em 21 de junho, isto é, no Solstício de Junho o Sol deixa o seu trono, passando através do Signo de Leão, o Leão de Judá. Em 15 de agosto a Igreja Católica festeja a Assunção. Daí em direção ao nodo ocidental, o Sol entra em Virgem, mais ou menos a 22 de Agosto. A Virgem nasce do Sol, por assim dizer. Tal fato correlaciona-se com a passagem do Apocalipse acima transcrita: “E viu-se um grande sinal no céu; uma mulher vestida de Sol e a Lua debaixo de seus pés”. Observando, desde a Terra, temos a impressão de que em setembro o Sol cobre ou veste completamente o Signo de Virgem, e como a Lua vai afrouxando a sua Conjunção com o Sol, ela parece se situar sob “os pés da Virgem”.

A vida de todos os Salvadores da Humanidade se desenvolve sincronicamente com a passagem do Sol ao redor do círculo do Zodíaco, o qual retrata as provas e os triunfos dos Iniciados. Tal fato vem dando margens às interpretações errôneas, entre outras, a de que estes Salvadores nunca existiram, de que os relatos sobre as suas existências são meramente mitos solares. Isto é um erro. Como ensina os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, todos os Mestres Divinos enviados para nos auxiliar são Individualidades Cósmicas que ordenam suas existências de conformidade com as órbitas solares, que contêm antecipadamente, por assim dizer, uma biografia de suas vidas. Cada um deles vem com o conhecimento e a luz divina espiritual indispensável para nos ajudar a encontrar a Deus. Há, portanto, uma sincronização natural entre os eventos de suas vidas com os eventos do nosso “dador de luz” – o Sol – em sua peregrinação de trezentos e sessenta e cinco dias no ano.

Os Salvadores nascem de uma Virgem Imaculada ao tempo em que a obscuridade é maior entre nós. Sincronicamente, o Sol do ano vindouro nasce ou inicia a sua jornada na mais longa noite do ano, quando o Signo da Virgem permanece no horizonte oriental em todas as latitudes, entre 22 horas e meia-noite. Ela permanece tão Imaculada como sempre, mesmo depois de ter dado nascimento ao seu infante solar.

(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – março/1969 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Comentários à Luz do Cristianismo Esotérico sobre “Declaração Universal dos Direitos Humanos”

A história pré-cristã da humanidade está pontilhada de conflitos. O relacionamento entre os povos era sempre belicoso. As guerras de conquista compunham a rotina da época. As nações mais frágeis sucumbiam ante o poderio e a sanha dominadora das mais fortes. Os vencidos, não raro, eram passados a fio de espada. Na melhor das hipóteses eram escravizados e rebaixados a condições animais.

Mesmo no seio das nações prevalecia a lei do mais forte, com o povo padecendo a ausência de direitos e proteção por parte dos poderosos.

A ação separatista dos Espíritos de Raça gerava o ódio entre as nações e tribos. Em tudo se notava a presença do egoísmo como terrível cancro a consumir o pouco de nobre que existia no ser humano.

O altruísmo inexistia. A bondade e a compaixão eram consideradas o apanágio dos fracos.

Com o advento da Religião Cristã as coisas começaram a tomar um rumo diferente. O altruísmo já despontava como um ideal louvável e possível de ser alcançado. A nova doutrina pregava o Amor como o fundamento essencial do bom relacionamento humano.

O Cristianismo conquistou um número fabuloso de seguidores. As guerras e os conflitos, porém, sucedem-se com os mesmos requintes de barbarismo. A despeito desse panorama, até certo ponto semelhante àquele dos tempos antigos, há uma diferença fundamental: hoje, já se esboça uma reação contra esse estado de coisas. O efeito desolador dos conflitos desperta gradativamente a necessidade de se instalar uma era de paz definitiva. O que, antigamente, era fato comum, nos dias atuais principia a causar horror. As pessoas já sentem isso.

A paz representa, atualmente, o maior objetivo das nações. Essas, contudo, para alcançar a meta proposta, devem empenhar-se em torná-la realidade dentro de suas próprias fronteiras, proporcionando melhores condições de vida a seus habitantes. Daí, pode-se partir com segurança para uma tentativa de estabelecer laços de amizade e cooperativismo com povos além-fronteira.

Uma sociedade que não assegure certos direitos básicos a seus cidadãos, não merece tal denominação. O direito à vida, ao bem-estar, ao progresso, à preservação da integridade física e moral, deve ser ponto de honra na vida de qualquer país.

Por inspiração do Cristo, a sociedade humana vai aos poucos tomando consciência dessa realidade. Seu trabalho unificador faz-se sentir em todos os setores. À medida que nos aproximamos da Era de Aquário esses ideais vão encontrando ressonância, até sua concretização final. Só assim poderá ser inaugurada a Fraternidade Universal, cuja realização será possível quando o egoísmo for definitivamente erradicado do coração humano.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos [1] constitui uma manifestação palpável da compreensão dos princípios essenciais do Cristianismo.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1974 – Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: Observação: o termo “homem” no texto abaixo significa: Humanidade; espécie humana, ser humano, que atualmente está em desuso. Ou seja, atualmente o termo “homem” é melhor utilizado para denominar seres humanos adultos do sexo masculino.

Texto na íntegra da: Declaração Universal dos Direitos Humanos

Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948.

Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,

Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade, e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade,

Considerando ser essencial que os direitos do homem sejam protegidos pelo império da lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,

Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,

Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos do homem e da mulher, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, Considerando que os Estados Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do homem e a observância desses direitos e liberdades,

Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,

A Assembleia Geral das Nações Unidas proclama a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1

Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo 2

I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

II) Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo 3

Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4

Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos estão proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5

Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Artigo 6

Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.

Artigo 7

Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos tem direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8

Todo o homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.

Artigo 9

Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10

Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo 11

I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias a sua defesa.

II) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12

Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques a sua honra e reputação. Todo o homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13

I) Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.

II) Todo o homem tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

Artigo 14

I) Todo o homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.

II) Este direito não pode ser invocado em casos de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15

I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade.

II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.

Artigo 16

I) Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, tem o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.

II) O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.

III) A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.

Artigo 17

I) Todo o homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.

II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18

Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

Artigo 19

Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras.

Artigo 20

I) Todo o homem tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.

II) Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21

I) Todo o homem tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.

II) Todo o homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.

III) A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22

Todo o homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.

Artigo 23

I) Todo o homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.

II) Todo o homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.

III) Todo o homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como a sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.

IV) Todo o homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses.

Artigo 24

Todo o homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.

Artigo 25

I) Todo o homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda de meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.

II) A maternidade e a infância tem direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26

I) Todo o homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnica profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, essa baseada no mérito.

II) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.

III) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.

Artigo 27

I) Todo o homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de fruir de seus benefícios.

II) Todo o homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28

Todo o homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29

I) Todo o homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.

II) No exercício de seus direitos e liberdades, todo o homem estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.

III) Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30

Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer direitos e liberdades aqui estabelecidos.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Diferenças entre Exoterismo e Esoterismo

Há certa tendência das pessoas não repararem a diferença existente entre as palavras Exotérico e Esotérico, pretendendo dar a ambas o mesmo significado.

Exoterismo vem do grego: exotéricos e, pelo latim: exotericu, que quer dizer: conhecimento passível de ser divulgado para o público. Relacionamos com externo, público e profano. Para passarmos de nível utilizamos as conversões.

Esoterismo vem do grego: esotericos, que quer dizer: conhecimento complexo e entendimento restrito a um círculo de especialistas. Relacionamos com interno, oculto e reservado. Para passarmos de nível utilizamos as iniciações.

Assim, Exotérico é tudo que se fala abertamente sobre: uma filosofia, uma corrente de pensamento, uma Religião, etc., ou seja: todo ensinamento dado publicamente, sem reservas. É representado pelas grandes Religiões: Cristianismo Popular – igreja católica, protestante, ortodoxa, etc. –, Budismo, Judaísmo, Islamismo, etc. É por isso que cada Religião possui três elementos imprescindíveis:

  • Uma Doutrina sobre o Criador: de onde viemos, porque estamos aqui e para onde vamos;
  • Um conjunto de Rituais (ajudam a incorporar a Doutrina);
  • Um conjunto de Símbolos (ajudam a entender a verdade exposta na Doutrina e corporificada nos Rituais)

Como aprendemos nos Ensinamentos Rosacruzes: a Religião Cristã é a mais elevada fornecida ao ser humano até o momento presente. Então, repudiar a Religião Cristã, seja ela exotérica ou esotérica, por qualquer sistema antigo é como preferir livros científicos desatualizados, ao invés dos mais novos que contém as mais recentes descobertas.

Da mesma forma, desprezar a crença nos ensinamentos da igreja Cristã relativa à Doutrina dos Perdão dos Pecados, ao poder salvador da fé e a eficácia da oração é um fator de atraso para o Aspirante à vida superior. Pois impelidos pela razão, muitos de nós afastamo-nos da igreja Cristã e tornamos as nossas vidas vazias. A saída é um retorno com renovada devoção, nascida de uma compreensão mais profunda das verdades cósmicas.

Notemos isso quando entendemos a mensagem Cristã que a Bíblia nos transmite e que conseguimos distinguir entre: o conteúdo essencial (“interior”) – ensinamento esotérico – e a forma estrutural (“exterior”) – ensinamento exotérico.

A forma estrutural que aparece como Religião sugere uma radiação exterior, um véu. E é com isso que externa os principais problemas: a pretensão de posse exclusiva da verdade; a rejeição das realidades iniciáticas; a fixação no dogmatismo; o conhecimento público que tende a sofrer modificações advindas das interpretações individuais.

Lembremo-nos do ensinamento de São Pedro: “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal.” (IIPe 1:20).

Também vemos que São Paulo formulou que as Escrituras Cristãs nos fornecem dois “tipos” Evangelhos:

  • um exotérico (relacionado com a Personalidade): “Resolvi não saber coisa alguma, entre vós, senão Jesus Cristo, e este crucificado.” (ICor 2:2).
  • outro esotérico (relacionado com a Individualidade): “Não sabeis que sois templo de Deus?” (ICor 3:16).

Percebam: é o primeiro “tipo” que o Cristianismo Popular mais prega e divulga; mantém com o carácter que conhecemos e tem sido a tônica permanente da sua doutrina.

Por outro lado, vejam que o Cristianismo em si não é exclusivamente esotérico: é uma Religião dada por Cristo para a salvação de todos e comunicável a todos!

Então, qual é origem e a necessidade que temos de experimentarmos o exoterismo e o esoterismo?

Nos Ensinamentos Rosacruzes nós temos a resposta e essa é composta de duas partes.

A primeira parte é essencialmente a necessidade de sairmos da inconsciência total até a consciência total. No atual Esquema de Evolução conseguimos isso em quatro Etapas bem definidas:

Etapa 1 – Ações feitas sobre nós de fora, enquanto permanecemos inconscientes;

Etapa 2 – Sob a direção de Mensageiros Divinos e Reis, a quem vemos e a cujas ordens obedecemos;

Etapa 3 – Ensinados a reverenciar as ordens de um Deus a quem não vemos com os olhos físicos

Etapa 4 – Aprendemos: a nos elevar sobre toda a ordem; a convertermos em uma lei em nós mesmos; viver voluntariamente em harmonia com a Lei de Deus

A segunda parte da resposta do porquê precisamos experimentar o exoterismo está na necessidade de galgarmos os 4 Graus que nos leva a Deus, quais sejam:

Primeiro Grau: Adoramos a Deus por meio do medo; começamos a presenti-Lo; fazemos sacrifícios para agradá-Lo (exemplo: fetichismo);

Segundo Grau: Vemos Deus como o “dador de tudo”; esperamos Dele benefícios materiais; cumprir as Leis desse Deus: prosperidade material; sacrificamos por avareza e intenções próprias;

Terceiro Grau: Adoramos a Deus com orações; cultivamos a fé num céu com recompensa futura através de um sacrifício próprio; caso contrário: castigo futuro em um inferno;

Quarto Grau: Agimos bem sem pensar em recompensas ou castigo; amamos o bem por ser o bem; vivemos uma vida de serviço amoroso e desinteressado.

Convido você a fazer uma reflexão e determinar:

  1. em qual Etapa e Grau você se encontra hoje; se isso varia ao longo do seu dia, da sua vida; se varia, para que Etapas e Graus?
  1. em qual Etapa e Grau você acha que deveria estar (sua meta e objetivo)?
  2. em qual Etapa e Grau termina o exoterismo e começa o esoterismo?

                                                                       Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Lei do Renascimento para você se perguntar: é lhe dado tarefas fáceis ou difíceis?

Dentre vários ensinamentos que lemos nas Epístolas de São Paulo há um muito interessante para entendermos a questão do título: “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” (Gl 6:7). Estas palavras foram escritas pelo Iniciado o Apóstolo São Paulo em uma Epístola aos Gálatas, que eram um grupo de pessoas que habitava uma província da Ásia Menor. São Paulo leva a Religião Cristã aquela gente, a quem amou de maneira muito especial, congregando-os em uma Igreja. Estando deles ausente, apareceram certos “mestres”; dentre eles três judeus e trataram de persuadir aquela gente a desprezar a Religião Cristã, que lhes tinha sido ensinada por São Paulo, e voltaram à antiga forma de adoração.

São Paulo viu claramente que para os Gálatas o retroceder depois de terem visto a luz significava atraso, em lugar de progresso, e que suas consequências seriam o incorrer em uma pesada dívida com o destino, que requeria eternidades para eles a liquidarem.

Sendo São Paulo um Iniciado, conhecia perfeitamente as Leis do Renascimento e as de Causa e Efeito e, por isso, sabia muito bem que se este povo contraísse uma tal dívida, teria de pagá-la alguma vez e em alguma parte, ao preço de grande dor e de profunda angústia. Por esta razão, São Paulo proclamou a Lei de Causa e Efeito a essa gente, dando-lhe o conhecimento dela em termos inequívocos: “Não vos enganeis: Deus não pode ser iludido; tudo o que o homem semear, isso também colherá“.

Se o Renascimento não fosse um fato, numerosas afirmações da Bíblia, semelhantes à que acabamos de citar, seriam difíceis de aceitar. De fato, seria absolutamente impossível para um homem ou uma mulher inteligente aceitar muitos fatos da vida, nem sequer em mínima parte. Por todas as partes vemos no mundo pessoas semeando sem cessar, sementes de maldade, discórdia, ódio, desonestidade, decepções, etc. e, contudo, ostentam-se prósperos e florescentes, como o verde loureiro proverbial. Aqueles cujas vidas são piores, acham-se com frequência, ocupando os mais altos cargos; entretanto vemos oprimidos, homens e mulheres de vida santa e Cristã.

E qual a resposta a esses diversos e complexos problemas que, constantemente, a vida nos está apresentando? Não têm eles respostas alguma? E a morte? Ainda os resultados da morte são incertos. Aniquila a morte a consciência?

Como resposta a tais perguntas, a maioria das pessoas dirá: “Creio nisto ou naquilo, mas nada sei”.

Há uma resposta para cada problema que a vida nos apresenta; os precursores da grande escola da vida, que avançaram e progrediram, puderam nos dar estas respostas. Eles não dizem: “creio” ou “penso”, mas dizem: “sei” -“Eu sei”. E como sabem? Porque adquiriram conhecimento de primeira mão. E de que maneira o adquiriram? Por meio da perseverança, devoção, observação e discernimento.

Antes que um homem ou uma mulher possa entender a vida, há de achar-se disposto ou disposta a aceitar como uma hipótese eficaz a de que o Renascimento é um fato e que toda a manifestação se explica pela Lei de Causa e Efeito. Uma vez que uma pessoa permita que entrem na sua consciência estes dois grandes fatos, tem já um ponto de apoio ou de partida para seus raciocínios.

Se o Renascimento é um fato, então todos nós temos vivido várias vidas anteriores à atual, e temos passado por numerosas provas. Temos sido arrogantes, cruéis, opressores, tiranos, injustos? Tem havido ocasiões em que temos sido bondosos, tolerantes, sensíveis, serviçais etc.? Pois bem, na atualidade somos a soma de nossas experiências anteriores, ou melhor, a soma de nossas reações à todas as nossas experiências passadas.

Cada criatura humana de nossa Onda de Vida tem-se iniciado na grande escola da vida, na Grande Escola de Deus, com iguais oportunidades. Durante cada vida foram-nos dadas certas lições. Quando as tivermos aprendido perfeitamente, teremos ganho em conhecimento e inteligência e teremos avançado.

Quando recusamos fazer nosso trabalho, e dissipamos nosso tempo vivendo preguiçosa ou licenciosa e desordenadamente, não só debilitamos, então, nossa estrutura moral, deixando para o lado o trabalho, senão que ao deixar para mais tarde o que devíamos ter feito hoje mesmo, deixamos para o dia seguinte uma tarefa mais dura e mais difícil de executar; e já não estaremos tão preparados para ela como estávamos ao ser-nos dada a primeira lição.

Mas esse trabalho há de ser executado alguma vez, em alguma vida, porque estamos desenvolvendo nossos próprios deuses, que absoluta e necessariamente hão de alcançar seu desenvolvimento, mercê de nossos próprios esforços.

O desenvolvimento das potencialidades latentes, dentro de cada indivíduo, não pode comprar-se, não pode achar-se ou receber-se como se fosse um gracioso donativo.

Depende de nossos próprios esforços perseverantes e resolutos, o que este crescimento progressivo encerra, e só nós estamos em possibilidade de apressá-lo ou retardá-lo. O indivíduo que diz: “Não tive nunca uma oportunidade na minha vida”, está-se enganando. Cada incidente que ocorre, e sucedem-se dezenas deles diariamente, nos subministra a oportunidade de desenvolver em alguma extensão algum poder potencial latente, em nosso interior, e as provas que sofremos, vem precisamente com esse objetivo. Não são meros acidentes com que tropeçamos, mas oportunidades dadas por Deus mesmo, para nosso crescimento, às quais devemos estudar bem e aproveitar tudo o que pudermos. Uma vez que nos dermos conta disso, cada dia de nossa vida se converte em uma grande e gloriosa aventura. Os mais humildes acontecimentos tornam-se grandes e maravilhosas experiências. O gorjeio de uma ave fere nossos ouvidos, estimula nosso sentido da audição e desenvolve nossa apreciação da verdadeira harmonia expressa em sons. Um humilde gusano, uma humilde minhoca, arrasta-se pelo solo aos nossos pés; o sentido da vista entra em ação; a cor daquela criatura se nos revela; a sua forma, a sua maneira de locomoção. Nosso poder de observação se vigoriza; o nosso interesse se estimula; a nossa Mente entra em atividade.

Começamos a estudar a vida, a verificar a nossa mentalidade e acabamos por aprender que tudo aquilo que existe é uma parte de Deus, que lenta, mas seguramente desenvolve dentro de si próprio, a Divindade.

A vida não nos aparece já como um confuso labirinto. É uma escola onde toda a criatura vivente recebe um ensino alegre e intenso. Nada há nela de opaco ou privado de interesse. São a Lei e a Ordem, trabalhando unidos, harmoniosamente. É o Amor em manifestação; é a atividade que nos revela em miríades de demonstrações.

Por que vemos ocupar altos postos aqueles que, segundo todas as aparências, carecem de algum mérito? Suas lições por um dia na Escola da Vida exigirão esse ambiente particular? Mas ai daquele que abuse de seus altos privilégios! Esse está criando uma tremenda dívida de destino, que não lhe será fácil pagar. Por que vemos sofrer opressão a uma pessoa digna? É com o objetivo de que possa aprender valiosas lições que hão de ser usadas em proveito de seus semelhantes, em vidas futuras, nas quais ocupará postos de grande influência e poderio. Tal pessoa não cometerá nunca o erro que seu irmão ou sua irmã menos adiantado ou adiantada poderia cometer ao achar-se numa posição semelhante.

O homem ou mulher que semeia sementes de discórdia, ódio, desonestidade, engano, etc. não pode ter a esperança de escapar ao castigo da Lei.

Qualquer coisa que um homem semear, isso mesmo colherá“, seja durante sua vida atual, seja durante alguma outra vindoura, a não ser que se arrependa do seu mau comportamento.

Reformem-se enquanto puderem, reparem o mal que tenham cometido. A razão de que não vemos o malfeitor pagar suas dívidas é porque não estamos capacitados, no atual estado do nosso desenvolvimento, para segui-lo vida após vida e saber quando se vencem essas dívidas.

Algumas vezes pagam-se durante a vida em que se contraíram; outras vezes levam-se através de um ou mais Renascimentos, mas nunca ficam por saldar.

A Lei de Causa e Efeito, é ensinada pela Bíblia, ainda que expressa com diferente terminologia: “Qualquer coisa que um homem semear isso também colherá“. Nem esta Lei nem a Lei do Renascimento são realmente novas, como poderia comprovar qualquer estudante da Bíblia, cuidadoso e dotado de espírito analítico. Na atualidade, contudo, está lhe dando uma importância muito particular, por parte das escolas avançadas de preparação espiritual, devido a que um número considerável de seres humanos completou já as lições ensinadas por meio da Religião Cristã ortodoxa, e se encontram já prontos para uma etapa mais adiantada na senda do progresso. Essa etapa mais avançada lhes abrirá os Mundos invisíveis onde reside o Espírito, ou verdadeiro “EU”, durante os intervalos entre a morte e o novo renascimento, e os capacitará para seguirem as pisadas do Espírito, ainda que esse faça suas diversas viagens, da morte ao nascimento e vice-versa.

Antes que um indivíduo possa chegar a essa etapa adiantada, há de construir um veículo que lhe permita funcionar nos Mundos invisíveis. Esse veículo se constrói determinando uma separação entre os dois Éteres inferiores (o Químico e o de Vida) dos Éteres superiores (Luminoso e Refletor), que são os veículos da percepção dos sentidos e da memória; podem então usar-se como tal, o veículo a que se chama o Corpo-Alma.

Em consequência, a “Senda da Preparação” precede a capacidade de adquirir conhecimento de primeira mão, o conhecimento direto.

O amoroso e abnegado serviço aos outros, a perseverança, a devoção, a observação e o discernimento são os meios de alcançá-lo. O serviço amoroso e abnegado aos outros atrai automaticamente ao indivíduo os dois Éteres superiores, a saber; o Luminoso e o Refletor, com os quais se constrói o “Corpo-Alma”.

O Éter Químico e o Éter de Vida são capazes de se encarregar das funções vitais do Corpo Denso, durante o sono. Mais tarde tem lugar uma separação entre estes dois Éteres inferiores e os dois Éteres superiores. Quando esses dois últimos Éteres que compõem o “Corpo-Alma” já se espiritualizaram o suficiente, por meio da observação, do discernimento e do serviço, uma simples fórmula, dada por um Mestre espiritual, capacita o Aspirante à vida superior a levar consigo o “Corpo-Alma” à vontade, junto com o seu Corpo de Desejos e a sua Mente. Fica assim equipado com seus veículos de percepção sensorial e de memória.

Qualquer conhecimento que possua no Mundo Físico está, então, à sua disposição para usá-lo nos Mundos invisíveis, e quando de novo entra em seu Corpo Denso, traz consigo, ao cérebro físico, memórias de suas experiências adquiridas durante seu funcionamento longe do próprio corpo e naqueles altos lugares.

Quando o indivíduo tenha construído esse veículo no qual funciona, pode visitar os Mundos invisíveis e fica com liberdade para explorá-los a seu gosto, e aprender neles as causas que produzem todos os efeitos que se manifestam no plano físico.

Pode, então, acompanhar uma criança, da morte ao renascimento e comprovar assim que a reencarnação é um fato.

Pode então compreender a vida e seu objetivo, e trabalhar em harmonia com todas as Leis da Natureza; e dessa maneira tem já em suas mãos não só o método de acelerar sua própria evolução, senão também o de ajudar os outros a fazerem outro tanto.

Todo o nosso progresso depende de que aprendamos as lições que se nos apresentam em nossa vida diária, sem ter em conta que sejam fáceis ou difíceis. Devemos agradecer cada lição e pôr-nos prontamente a aprendê-la. E devemos agradecer especialmente às difíceis e desagradáveis, pois indicam que fizemos consideráveis progressos no passado e que, por consequência, estamos já capacitados para aprendê-las. Às almas jovens e pouco experimentadas não são dadas tarefas difíceis para executar.

Cada dia está cheio de oportunidades que, nos tornam os donos delas e se as aproveitarmos tanto quanto possível, nos permitirão avançar rapidamente pelo caminho do verdadeiro desenvolvimento.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – setembro/1979 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Espírito Oculto: Saturno

Os astrólogos mundanos falam de Plutão, Netuno, Urano, Saturno e Marte como sendo maléficos, enquanto Vênus e Júpiter são qualificados de benéficos.

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que no Reino de Deus nada há que seja realmente malévolo. O que assim aparente ser, nada mais é que um bem em gestação. Consequentemente, aprendemos na Astrologia Rosacruz que tampouco devemos acreditar que as inerências de algum Astro, seja qual for, constituem um obstáculo a nós!

Retornamos várias vezes a este Mundo material (que é a Região Química do Mundo Físico) com o propósito de obter certas experiências (que chamamos de lições), necessárias ao nosso desenvolvimento espiritual. E quanto mais tratemos de compreender as influências Astrais (do Sol, da Lua e dos Planetas), mais facilmente concluiremos que são fatores potentíssimos para nos ajudar a colher as referidas experiências.

Por exemplo: Saturno é o depurador. Quando nos afastamos do caminho da retidão, ele surge para nos deter, nos alertando para não prosseguir na transgressão, pois o “caminho do transgressor é duro, sofrido e muito triste”.

Por exemplo: coube-nos uma herança, mas a malbaratamos em todos os sentidos, inclusive fisicamente. Surge, então, um Aspecto adverso astrológico de Saturno, representado por uma enfermidade ou doença, confinando-nos ao leito. Sujeitamo-nos a uma dieta rigorosa. Nosso organismo repousa. E quando nos erguemos, somos um novo ser. Durante todo esse tempo tivemos a oportunidade de meditar sobre a vida que temos levado aqui, nesse mais um renascimento. Em caso afirmativo aproveitamos a lição, porque então saberemos como agir, evitando aquilo que possa causar enfermidades ou doenças.

Quando dilapidamos nossa herança, podemos acabar com os bolsos vazios. Talvez nem tenhamos onde pedir auxílio. Então, veremo-nos obrigados a pensar e abrir um caminho pelo nosso próprio esforço. Nossos talentos foram inúteis quando desperdiçamos os nossos recursos financeiros. Na pobreza temos que explorá-los, que empregá-los para realizar nossa parte na obra nesse Mundo material. Perdemos nossa herança, mas o Mundo ganhou um trabalhador. Se a lição foi aprendida, a influência de Saturno foi uma benção!

E assim sucede com tudo aquilo que em um horóscopo possa parecer um “mal” ou um “mau”. Além disso, quanto mais nos desenvolvemos espiritualmente, tanto menos seremos afetados adversamente por esses Planetas ou Aspectos chamados “maléficos”. Veremos que, na realidade, esses Aspectos são “adversos” (Quadratura, Oposição e algumas Conjunções). Ajudam-nos a nos emendar, a nos esforçar, a persistir, a retomarmos a direção para Deus (cumprindo as Leis Divinas), a nos colocar em linha com a nossa evolução e a entendermos que devemos servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível) a divina essência do irmão e da irmã que estão ao nosso redor, no nosso dia a dia.

Saturno não gera desastres a nós, se estamos nos esforçando – sinceramente – na dedicação à parte espiritual dessa vida aqui, mas apenas cobra persistência; não gera enfermidades ou doenças, mas cobra fortaleza. E dessa maneira, conformando-nos às Leis da Natureza – que são as Leis de Deus –, vivendo em harmonia com os Astros, os dominaremos e modificaremos nossas existências, enquanto renascidos aqui.

A maior parte da Humanidade se deixa arrastar pelas influências Astrais (até chega ao cúmulo de dizer frases como: “eu estou assim porque o MEU Saturno…”, “eu sou assim porque o MEU Marte…”). Porém, quanto mais vivemos nos dedicando a nossa vida espiritual em uma Escola de Mistérios como a Fraternidade Rosacruz, tanto mais nos converteremos em um fator que se deve ter em conta, e “as predições do astrólogo fracassarão em proporção direta à nossa realização espiritual”, exatamente como aprendemos se estudamos a Astrologia Rosacruz como se deve.

Aprendemos na Astrologia Rosacruz que “os Astros sugerem e não obrigam”. Quem “aceita a oferta” sempre seremos nós, por meio do nosso livre-arbítrio. E, obviamente, colhemos a consequência da escolha. Simples assim!

Os Astros são nossos auxiliares evolutivos. Não são corpos de matéria morta, mas Corpos viventes e vibrantes de grandes Inteligências Espirituais que, na Religião Cristã, são chamados de Sete Espíritos ante o Trono. Isso sem contar com os Signos que são Hierarquias Criadoras!

Conforme nos modificamos, muda também sua influência sobre nós, porém a essas influências não escapamos pelo simples incidente de morrer aqui, mais uma vez. Quando a aurora de uma nova vida aqui despontar, surgiremos com um novo horóscopo.

Se empenharmo-nos em um desenvolvimento espiritual para aprender as “lições” que esses Espíritos Planetários e as Hierarquias Criadoras trataram de nos ensinar nas vidas passadas, teremos novos Aspectos e novas posições do Sol, da Lua e dos Planetas que nos ajudarão no Caminho da Evolução, trafegando por esse Esquema de Evolução e nos realizando nessa Obra de Evolução.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Antigas e Modernas Escolas de Mistérios ou de Iniciação

Nas Antigas Escolas de Mistérios as formas de adoração mais amplamente disseminadas foram as de Ísis, Orfeu, Dionísio, Ceres e Mitras. Muitas nações bárbaras receberam seu conhecimento dos Mistérios em honra dessas divindades. Os Mistérios de Elêusis, celebrados em Atenas, em honra de Ceres, absorveram, por assim dizer, todos os outros. Estenderam-se através do Império Romano e ainda além de seus limites. Aristides chamou-os de “o templo comum de todo o mundo”.

Não é surpreendente dar-se conta que os ensinamentos desses antigos Mistérios têm relação pelo menos com os da Ordem Rosacruz, quando se trata dos Mistérios ou Iniciações Menores. Platão afirmou que o objetivo dos Mistérios era converter a alma à sua pureza primitiva e a esse estado de perfeição o qual havia perdido. A pureza moral e a elevação da alma eram requisitos indispensáveis aos Iniciados. Esses eram considerados os únicos indivíduos afortunados, os possuidores de incomuns virtudes, talvez viessem da Índia, porque todas velhas nações eram acordes em chamar a Ásia de o “berço da raça humana”. E a Filosofia Rosacruz ensina que os Semitas Originais, a quinta Raça atlante, surgiu do continente condenado, sendo conduzida a vagar pelo deserto de Gobi, até que uma nova Terra fosse preparada para eles. Durante esse intervalo de sua peregrinação, a maioria desobedeceu às instruções recebidas, deveriam manter puro seu sangue, casando-se com as “filhas dos homens”, enquanto as tribos fiéis extraviaram-se e pereceram. Mas, embora seus corpos morressem, renasceram na Terra Prometida, tal como é hoje, na forma da Raça Ária.

A corrente de vida humana fluiu para a Índia, China, Egito, Arábia e Fenícia. Assim, os Semitas Originais chegaram a ser a semente das sete Raças da presente Época. No Egito, toda Religião, ainda que em suas piores formas, era em menor ou maior grau um Mistério. A teologia popular e superficial deixava um anelo insatisfeito nas almas. A Religião, não obstante, poderia suprir e satisfazer os pensamentos mais profundos e as aspirações do ser. Nota-se aí um paralelo com condições atuais.

A Fraternidade Rosacruz esforça-se em ensinar a Religião Cristã com a pureza dos primeiros tempos, sem obscurecê-la com a teologia e dogmatismo do Cristianismo popular. E por meio desses Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, o Estudante Rosacruz obtém o conhecimento de como se tornar um Aspirante à vida superior, se preparando para as Iniciações Menores e depois para as Iniciações Maiores ou Cristãs na Ordem Rosacruz.

Há outra coisa em comum entre os antigos Mistérios e os do nosso tempo. Os poderes reverenciados nesses Mistérios dizem respeito à realidade dos deuses da Natureza. Os Mistérios ensinavam a doutrina da Divina Unidade. A essência de todos os antigos Mistérios girava em torno do conceito de um Ser inacessível, uniforme e eterno. Eram um drama sagrado exibindo alguma lenda significativa das transformações da natureza do Universo visível, na qual se revelava a Divindade. O método da sugestão indireta por meio da alegoria ou símbolo é mais eficaz que a linguagem. O mesmo método Cristo, nosso Mestre e Salvador, usou em Suas pregações populares durante Seu ministério. Os espetáculos dos Mistérios continham sugestões, quando não lições adaptadas para contribuir à elevação do caráter dos espectadores, ensejando-lhes vislumbrar algo do propósito da existência.

Sem dúvida, as cerimônias de Iniciação foram originalmente poucas e simples. Porém, como as grandes verdades da primitiva revelação se dissiparam da memória dos povos e a perversidade estendeu-se sobre a Terra, chegou a ser necessária a discriminação, requerendo-se mais tempo de prova e experiência aos candidatos. Pelo revelado nas grandes obras pictóricas, em especial nas obras Cristãs, os escritores deduziram que os Mistérios não só existem originalmente, como também se mantiveram rodeados de uma essência de pureza.

Antigamente, as cerimônias da Iniciação celebravam-se na quietude da noite, bem no “interno” da Terra ou no centro de uma pirâmide. Inumeráveis cerimônias, algumas aterradoras e outras plenas de inspiração, foram agregadas de tempos em tempos aos símbolos dos conhecimentos originais. No livro Cristianismo Rosacruz de Max Heindel-Fraternidade Rosacruz, conferência n.º 9, lemos: “As investigações baseadas nas imperecíveis imagens encontradas na Memória da Natureza, fixam a data da construção da grande pirâmide de Gizeh em 250.000 anos A.C., aproximadamente, quando era empregada como templo de Iniciação nos Mistérios e era o lugar onde se guardava um grande talismã”.

Encontramos vários Mistérios na Idade Média. Os Trotes do norte da Rússia ensinavam uma fase dos Mistérios do mundo. Os outros eram os Cavaleiros da Távola Redonda do rei Artur, e os Druidas da Irlanda. No norte da Espanha existiu o Mistério do Santo Graal. A lenda de Parsifal faz alusão aos Santos Cavaleiros, moradores do Castelo de Monte Salvat.

Na conferência n.º 17 do livro “Cristianismo Rosacruz” lemos: “Esse Mistério era custodiado por um grupo de santos cavaleiros residentes no Castelo de Monte Salvat e seu grande propósito era proclamar à humanidade, as grandes verdades espirituais em forma inteligível, apresentando por meio de imagens o que o intelecto não poderia compreender diretamente”. Os antigos Mistérios (os da Idade Média) e os de hoje são o trabalho de grandes instrutores que nos guiam em nossa evolução.

Na Fraternidade Rosacruz, o Estudante Rosacruz pode obter uma sabedoria e compreensão incomensuráveis desde que se esforce por viver a vida.

Que possamos ser guiados na busca da perfeição, não por ganância ou vaidade pessoal, mas como trabalhadores na “Vinha do Senhor”, o Cristo, nosso Salvador.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1974-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cartas de Augusta Foss Heindel: A Ordem Rosacruz e a Fraternidade Rosacruz: Nosso Supremo Ideal

Augusta Foss Heindel

Nossa missão é dar a conhecer publicamente os Ensinamentos dos Irmãos Maiores dessa Ordem e, mediante a aplicação deles em nossa vida diária, poder chegar a possuir: uma Mente Pura – um Coração Nobre – um Corpo São.

Antes de entrar na explicação desses Ensinamentos Rosacruzes, bom será que digamos algumas palavras acerca dos Irmãos Maiores e do lugar que ocupam na evolução da humanidade.

Por razões que se dirão mais adiante, os Ensinamentos Rosacruzes advogam uma visão dualista: sustentam que cada um de nós é um Espírito encerrando em si mesmo todos os poderes de Deus, como a semente encerra a planta, e que esses poderes se desenvolvem lentamente em uma série de existências dentro de um corpo terreno que melhora gradualmente; sustentam, além disso, que referido desenvolvimento se tem processado sob a direção de Seres exaltados que dirigem, ainda hoje, nossos passos, embora essa tutela vá diminuindo à medida que gradualmente adquirimos intelecto e vontade. Esses Seres Excelsos, se bem que invisíveis a nossos olhos físicos, constituem, entretanto, poderosos fatores em todos os assuntos da vida, dando aos diferentes grupos humanos lições que impulsionam o desenvolvimento dos poderes espirituais deles com o máximo grau de eficiência. De fato, a Terra pode ser comparada a uma vasta escola de treinamento, na qual existem Discípulos de várias idades e diferentes habilidades ou disposições, como ocorre em qualquer de nossas escolas. Existem os selvagens, vivendo e adorando sob as mais primitivas condições, vendo Deus numa pedra ou num pedaço de madeira. Assim, sob o progresso que cada um de nós realiza para diante e para cima na escala da civilização, encontramos uma concepção mais alta da Deidade até florescer, em nosso mundo ocidental, na formosa Religião Cristã, que nos proporciona, atualmente, a inspiração espiritual e o incentivo necessário para melhorar. Os Seres, que a Religião Cristã conhece sob o nome de Anjos do Destino, proporcionaram a cada grupo humano as diferentes Religiões que conhecemos, e sua maravilhosa previsão capacita-Os para verem a direção de algo tão instável como a Mente humana, podendo assim determinar que passos são necessários para guiar nosso desenvolvimento a respeito de linhas convenientes ao bem universal mais elevado.

Estudando a história das antigas nações veremos que, cerca de seiscentos anos antes de Cristo, uma grande onda espiritual surgiu nas costas orientais do Oceano Pacífico, onde a grande Religião de Confúcio acelerou o progresso da nação chinesa. Na mesma época a Religião de Buda começou a conquistar milhões de adeptos na Índia, e mais a oeste temos a sublime filosofia de Pitágoras. Cada sistema era apropriado às necessidades particulares do povo ao qual se aplicava.

Veio então o período dos céticos, na Grécia, e mais tarde, caminhando para Oeste, a mesma onda espiritual se manifesta na Religião Cristã da Idade Média, quando o dogma de uma Igreja dominante impôs sua crença em toda a Europa Ocidental.

É Lei do Universo que à uma onda de despertar espiritual siga sempre um período de materialismo duvidoso, e cada uma dessas fases é necessária para que o Espírito receba igual desenvolvimento, tanto em seu intelecto como em seu coração, sem ir demasiado longe em nenhuma das direções.

Os Grandes Seres, anteriormente mencionados, que cuidam de nosso progresso, tomam sempre medidas para preservar a humanidade desse perigo.

Quando previram a onda de materialismo que começou no século dezesseis com o nascimento da ciência moderna, tomaram medidas para proteger o Ocidente, como haviam anteriormente salvaguardado o Leste contra os céticos, que se viram contidos pelas Escolas de Mistérios.

No século treze surgiu na Europa Central um grande Mestre espiritual cujo nome simbólico foi CHRISTIAN ROSENKREUZ, isto é — CRISTÃO ROSACRUZ — que fundou a misteriosa Ordem Rosacruz, em relação à qual tantas suposições têm sido feitas sem que grande coisa haja chegado ao mundo em geral, uma vez  que se trata da Escola de Mistérios do Oeste e se abre, unicamente, àqueles que alcançaram o estado de desenvolvimento espiritual necessário a serem “ iniciados nos seus segredos relativos à Ciência da Vida e do Ser

Se alcançamos um desenvolvimento tal que nos permita deixar nosso Corpo Denso e encetar um voo anímico pelo espaço interplanetário, veremos que o átomo físico primário é de forma esférica, como nosso Planeta, isto é — um globo. Se tomamos um determinado número de globos de igual tamanho e os agrupamos em torno de um deles, necessitaremos exatamente doze para ocultar o décimo-terceiro. Também assim os doze visíveis e o décimo-terceiro oculto – o UNO — são cifras que revelam uma relação cósmica; como todas as Ordens de Mistérios estão baseadas em linhas cósmicas, todas se compõem de doze membros reunidos em torno de um décimo-terceiro que é o Líder invisível.

São sete as cores do espectro: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta. Entre o violeta e o vermelho, porém, existem outras cinco cores invisíveis aos olhos físicos, mas que se descobrem pela visão espiritual. Em toda Ordem de Mistérios existem igualmente sete Irmãos que, às vezes, aparecem no mundo a fim de realizar o trabalho necessário para o progresso daqueles a quem servem. Entretanto, cinco Irmãos nunca são vistos fora do Templo. Eles ensinam e trabalham com aqueles que já passaram por certos estados de desenvolvimento espiritual e que podem, portanto, dirigir-se ao Templo em seus corpos espirituais — fato esse que se ensina na primeira Iniciação, que costuma ter lugar no exterior do Templo, por não ser conveniente a todos visitá-lo fisicamente.

Não vá agora o leitor imaginar que essa Iniciação faz do Estudante um Rosacruz, como tampouco a admissão de um estudante na Universidade o torna membro dessa Faculdade. Nem mesmo após passar os nove graus desta ou de outra Escola de Mistérios, se é um Rosacruz. Os Rosacruzes são Hierofantes dos Mistérios (ou Iniciações) Menores e além deles existem, ainda, escolas em que são ensinados Mistérios (ou Iniciações) Maiores. Todos aqueles que já concluíram os Mistérios Menores e são alunos dos Mistérios Maiores são chamados Adeptos; mas, nem mesmo eles alcançaram a privilegiada situação dos doze Irmãos da Rosacruz ou dos Hierofantes de qualquer Escola de Mistérios Menores, assim como o Estudante que acaba de graduar-se na Universidade não desfruta da posição e do reconhecimento devidos aos catedráticos.

Em outro artigo falaremos sobre a Iniciação, mas devemos salientar aqui que a porta de uma genuína Escola de Mistérios não se abre com chave de ouro, mas tão somente como recompensa pelos serviços meritórios realizados em prol da humanidade. Todo aquele que se anuncia a si mesmo como um Rosacruz, ou se encarrega de instruir a troco de dinheiro, se acredita a si mesmo como charlatão por qualquer desses dois atos.

Nos séculos decorridos desde a formação da Ordem Rosacruz seus membros têm trabalhado secreta e silenciosamente, esforçando-se por moldar o pensamento da Europa Ocidental mediante obras de Paracelso, Boehme, Bacon, Shakespeare, Fludd e outros. Diariamente à meia-noite, quando as atividades físicas do dia estão em seu mais baixo refluxo e os impulsos espirituais em seu fluxo superior, enviam de seu Templo vibrações que agitam e comovem a alma a fim de contrabalançar o materialismo e para impulsionar o desenvolvimento das forças do espírito. À suas atividades respondemos nós e delas nos beneficiamos, assim como a ciência materialista, que se vai espiritualizando lenta e gradativamente.

(de Augusta Foss Heindel – Traduzido e Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto de 1969 – Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

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