Nessa época do ano, nós, Aspirantes à vida superior, voltamos nossos pensamentos ao grande Drama Cósmico que se desenrola na Terra, ano após ano.
Aprendemos, pelos iluminadores Ensinamentos dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, que o Natal constitui uma das quatro fases anuais na vida do nosso Espírito Planetário Interno (um Raio do Cristo Cósmico), sendo o Natal análogo ao nosso próprio nascimento físico.
Os místicos nascimentos e mortes do nosso Salvador são contínuas ocorrências cósmicas: um sacrifício contínuo, necessário para nossa evolução física e espiritual durante a presente fase do nosso progresso.
Assim como o lago que desagua no mar enche-se de novo quando a água evaporada retorna em forma de chuva, para fluir incessantemente rumo ao oceano, assim o Espírito do Amor nasce eternamente do Pai.
E o faz dia após dia, hora após hora, fluindo sem cessar em direção ao universo solar, com a finalidade de redimir-nos do Mundo da matéria que nos tem enredado em suas garras mortais, obstaculizando o nosso desenvolvimento para viver conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico. Onda após onda, é assim emitida do Sol a todos os Astros, ensejando um impulso rítmico às criaturas que neles evoluem.
Na Santa época do Natal, os fogos espirituais da Terra são mais brilhantes, de tal maneira que é o melhor período para absorvermos os benefícios do nosso crescimento anímico, assim como para investigar e estudar os mistérios da vida.
Portanto, “cabe-nos”, como asseverou Max Heindel, “aproveitarmos a oportunidade, de forma a utilizarmos o tempo presente com a melhor vantagem possível, paciente e persistentemente. Sabemos que essa grande onda de luz espiritual estará conosco durante as épocas vindouras. E, naturalmente, se fará mais e mais brilhante, à medida que a Terra e nós mesmos evoluirmos a graus superiores de espiritualidade.”
Possamos, todos e cada um de nós, empenharmo-nos novamente para que nossa luz ilumine a grande “Árvore Cósmica” do Natal, de modo a ser observada por todos nós, atraindo-os às verdades que sabemos de vital importância para o desenvolvimento da Humanidade.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro de 1976-Fraternidade Rosacruz-SP)
Consideremos duas classes de obsessão, a saber, demoníaca e Elemental. Essa última é uma obsessão ou uma possessão das faculdades do paciente, em maior ou menor grau, por uma entidade invisível (espiritual). Pode haver ou não intervalos lúcidos, mas no caso registrado abaixo eles foram numerosos. No ocultismo, não pretendo ser nada que se aproxime da maestria, mas há muitas coisas sobre as quais posso dar conhecimento em primeira mão.
Não é da competência deste texto descrever os motivos e a origem de entidades como Elementais e Espíritos da Natureza, nem entraremos em nenhum dos planos superiores para descrever a forma ou composição química dos Elementais.
O Elemental é a mais simples de todas as influências externas que causam obsessão e é a primeira influência externa real ou ser real com o qual o diagnosticador Astro-médico entrará em contato.
A composição material real do Elemental é de um elemento, daí seu nome. É bom que o leitor lembre-se de que estamos falando aqui das vibrações que são mais elevadas do que o físico cotidiano, e que uma descrição completa do Elemental nos levaria a uma dissertação prolongada das forças que trabalham ao longo dos polos negativo e positivo ou dos quatro Éteres. Basta dizer aqui que o Elemental tem forma real e possui vida, principalmente obtida de sua pobre vítima humana. O casuísta pode exigir provas desta declaração antes de prosseguir. Eu respondo que é autodemonstrável e que o caminho para a verdade e o aprendizado está aberto a qualquer um que esteja disposto a pagar o preço. Este preço, no entanto, não é em recursos financeiros, e se o pesquisador for absolutamente materialista, ele fará bem em estudar os Ensinamentos Rosacruzes antes de fazer mais pesquisas médicas.
É bom se lembrar que a coisa mais fundamental na planta é invisível aos olhos físicos. O conhecimento supersensível é acessível a todos aqueles que buscam diligente e persistentemente.
Ao relatar este caso, nos ateremos tanto ao lado físico quanto for compatível com o assunto, e descreveremos este como um caso típico real de obsessão Elemental. Entre em qualquer instituição para doentes por insanidade e muitos casos semelhantes podem ser encontrados. Você pode argumentar como quiser e ridicularizar o quanto quiser, mas a verdade não será alterada para se adequar a nenhuma de nossas opiniões preconcebidas.
Sra. H., 26 anos, esposa de um mecânico honesto; mãe de três filhos; loira, com algumas marcas de beleza feminina; tamanho médio, razoavelmente bem construída; veio de uma família inteligente, mas neurótica, seu pai morreu em uma instituição para doentes por insanidade; pulmões e coração em boas condições e nenhuma história específica.
Ela era organizada, trabalhadora e naturalmente de uma disposição alegre. Durante o último confinamento, o trabalho de parto foi concluído em menos de uma hora sob a gestão eficiente do Dr. Muir, que a atendeu muitas vezes durante as sete semanas seguintes.
Na primeira semana do período de repouso, ela se saiu esplendidamente. Depois do nono dia, ela começou a ter ataques nervosos peculiares de vaga apreensão de perigo para seu bem-estar. Não houve febre em nenhum momento. O Dr. Muir, de alguma forma sutil, passou o caso para mim no início da oitava semana. Fui chamado pela primeira vez em 19 de janeiro, às cinco horas da tarde, e a encontrei sentada na cama segurando uma bolsa de água quente em cima do seio esquerdo, cabelo desgrenhado, rosto exibindo uma expressão maníaca; nem um piscar de olhos; olhos fundos nas órbitas, pupilas dilatadas; mãos e pés frios, mostrando circulação perturbada, embora o quarto estivesse confortavelmente aquecido; batimento cardíaco lento, fraco, mas regular. Ambas as pupilas estavam dilatadas e persistentemente se recusavam a contrair sob a influência de luz, hiosciamina, atropina, escopolamina, estricnina ou brometos. Sua conversa era sem nexo e ela estava apreensiva com medo de morrer imediatamente, e repetidamente fazia a mesma pergunta aos atendentes sobre sua morte iminente.
Lembrando que a íris controla o tamanho da pupila por meio dos músculos esfíncter e dilatador da pupila. A dilatação da pupila é chamada de midríase e ocorre quando a luz está baixa ou em situações de medo ou excitação. A contração da pupila é chamada de miose e acontece em ambientes com muita luz, quando os olhos convergem ou durante o sono.
Independentemente das garantias em contrário, ela perguntava cem vezes ou mais por dia se seu coração iria parar ou se ela algum dia se recuperaria. Ela estava rapidamente ficando acamada e qualquer tribunal de insanidade teria julgado, sem hesitação, uma candidata para ser internada em uma instituição psiquiátrica. Seu coração reagiu a uma injeção hipodérmica de estricnina; mas as pupilas, as “janelas da alma”, não cediam a nenhum estimulante que eu aplicasse.
Havia várias sensações nervosas metastáticas simulando uma marca travessa de histeria. O atendente médico pode sentir um sentimento ou atmosfera mais calorosa quando na presença do caso comum de histeria, seja a variedade travessa ou simiesca.
Seus intervalos lúcidos eram ligeiramente perceptíveis. Os pentabromidas produziram um sono razoavelmente bom, embora mais ou menos perturbado por sonhos que eram significativos para qualquer psicanalista.
Além da dosagem noturna de pentabromidas, prescrevi um tônico amargo, para ser tomado após as refeições. Decidi fazer tudo o que estivesse ao meu alcance como médico para salvá-la da instituição psiquiátrica; mas quanto mais eu fazia, mais sérios ficavam os sintomas, até o terceiro dia, quando decidi que o diagnóstico poderia ser modificado ou alterado de prostração nervosa para um caso simples de obsessão por Elemental, que tinha seus sintomas psiconeuróticos produzidos por um fator além do físico visível. As pupilas e a atitude eram patognemônicas.
Nessa situação extrema, um tratamento suprafísico foi iniciado para retirar o Elemental obsessor. Não é conveniente dar ao público a parte suprafísica do tratamento neste momento. Quase imediatamente a íris começou a se movimentar, por assim dizer, ou a reagir em vasos, os intervalos lúcidos tornaram-se mais longos e, em dez dias, toda a pupila assumiu um aspecto normal. Dentro de 36 horas do início do tratamento modificado, uma confissão veio da paciente. Ela declarou que desde os cinco anos de idade ela praticava a masturbação e continuava essa perversão sexual em intervalos ao longo da vida; também a praticava duas vezes desde seu último confinamento.
Os sintomas eram a manifestação direta desse Elemental que funcionava na Região Etérica do Mundo Físico. Como um vampiro invisível, ele havia crescido muito e estava roubando dessa bela mãe seu próprio princípio de vida. Sem ajuda, ela era impotente para se livrar desse Elemental.
Não há necessidade de elaborar sobre o tratamento, enquanto houver viés no julgamento diagnóstico do leitor. Ao fazer um diagnóstico, é bom que sejamos lentos em todos os casos neuróticos, pois primeiro devemos ter certeza de que os sintomas não têm origem física e que não pode haver obsessão de fato e/ou totalmente sem dilatação pupilar. É fácil perceber que não cometer erros no diagnóstico nesses casos é de suma importância para a reputação do diagnosticador e de séria importância para o pobre paciente. Na realidade, os nomes histeria, neurastenia e psiconeurose são subterfúgios vãos, usados para cobrir as multidões de nossa ignorância.
Em poucas palavras, a paciente tinha uma predisposição neurótica, um ambiente hostil, o estresse da maternidade; e uma prática maligna enfraqueceu ainda mais a possessão física e mental, fornecendo assim uma condição ideal como um convite à influência externa. O Elemental obteve uma área de consciência dela em uma data precoce, e como seus atos eram uma rendição de vida ao Elemental, esse cresceu muito, alimentando-se do Éter de Vida e foi capaz de obter a posse de mais áreas de sua consciência. Aos poucos, o Elemental se tornou a maior coisa dentro do Templo, destronando o Ego humano de seu “Trono da Razão”.
Nota — Embora a paciente seja capaz de cuidar de seus deveres domésticos, ela ainda continuou, um bom tempo, sob observação médica.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross – novembro/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
O Estudo Bíblico Rosacruz é fundamental para o Estudante Rosacruz a fim de ajudá-lo a equilibrar cabeça-coração, intelecto-coração, razão-devoção, ocultista-místico Cristão.
Sabemos que os eventos na vida de Cristo representam etapas sucessivas no Caminho da Iniciação para os Cristãos (Místicos e Ocultistas) que estão trilhando esse caminho, que na Fraternidade Rosacruz é o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.
Nesse Estudo vamos detalhar o que são as Bem-aventuranças, como se capacitar para vivenciá-las e algumas significâncias esotéricas das primeiras Bem-aventuranças.
Para saber mais sobre esses assuntos é só clicar aqui: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus: Capítulo 5 – Versículos de 10 a 12
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Resposta. Não. A morte só será superada no Corpo Vital; a morte é meramente uma interrupção momentânea na consciência de alguém, enquanto ela é transferida de um mundo para outro: do Mundo Físico para o Mundo do Desejo. Quando tivermos desenvolvido nossos Corpos-Almas o suficiente para que nossa consciência se torne residente neles, então ela será contínua e não será interrompida pelo fim do Corpo Denso.
Para a maior parte da Humanidade isso não ocorrerá até a Sexta Época, que é chamada de Nova Galileia. Então a Humanidade estará em uma condição análoga àquela em que estava nos dias da Época Lemúrica primitiva, quando a consciência estava focada na Região Etérica do Mundo Físico e não estava consciente da morte do Corpo Denso. No entanto, na Sexta Época estaremos na fase ascendente desse Esquema de Evolução, em um estágio mais elevado do que estávamos nos dias da Época Lemúrica.
O Adepto já chegou a esse estágio. Ele aperfeiçoou seu Corpo Vital, na parte superior que é o Corpo-Alma, a tal ponto que ele pode funcionar nele conscientemente em todos os momentos; ele também adquiriu a habilidade de construir um novo Corpo Denso à vontade e entrar nele quando o velho Corpo Denso se desgastar ou quando ele desejar descartá-lo. Assim, o Adepto superou a morte. Mas note que isso não foi feito elevando as vibrações do Corpo Denso para imortalizá-lo.
Corpos Densos se desgastam, mesmo os dos Adeptos, e continuarão fazendo isso… Além do mais, não é desejável que eles sejam imortalizados. É muito melhor que, quando atingirmos um estágio mais elevado de evolução, transfiramos nossa consciência para Corpos Vitais, que são muito mais adequados para nossos propósitos do que Corpos Densos possam ser.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de março/1926 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Resposta: A Fraternidade Rosacruz prepara os interessados para o ingresso na Ordem Rosacruz. Por meio da Fraternidade Rosacruz é focalizada a atividade dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz no Mundo visível ou Mundo Físico. A Ordem Rosacruz trabalha na Região Etérica do Mundo Físico. A Ordem Rosacruz é formada por elevados Seres, membros da Onda de Vida humana, que já completaram as nove Iniciações (ou Mistérios) Menores e as quatro Iniciações (ou Mistérios) Maiores (ou Cristãs), e desejaram permanecer com os seus irmãos e suas mais jovens, por assim dizer, para assisti-los em sua evolução.
Há treze desses Irmãos Maiores, incluindo Christian Rosenkreuz, que é o “Líder” da Ordem Rosacruz. A Fraternidade Rosacruz é a representante autorizada pela Ordem Rosacruz a funcionar aqui, na Região Química do Mundo Físico, no presente período, e é a sua mais recente manifestação física.
A Fraternidade Rosacruz possui um Templo para o processo de Cura Rosacruz, localizado em Mount Ecclesia, porém esse não é o Templo da Ordem Rosacruz, cuja localização se acha na Região Etérica do Mundo Físico. Portanto, a estrutura do Templo da Ordem Rosacruz é etérica e a estrutura do Templo da Fraternidade Rosacruz é química.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz fevereiro/1976 – Fraternidade Rosacruz SP)
Resposta: Sim, se você realmente esteve fora do seu Corpo Denso e conseguiu reter essa memória até a hora de acordar, pode haver uma série de maneiras pelas quais você pode provar a si mesmo e, também, aos outros, se desejar, que você foi, pelo menos naquela ocasião, liberado de seu Corpo Denso, sendo capaz de funcionar como um Espírito livre no espaço.
Para os que não estão familiarizados com a nossa Filosofia Rosacruz, vamos dar algumas informações básicas para ajudar o entendimento: nós não somos apenas esse Corpo Denso (o corpo físico) que vemos com nossos olhos físicos, mas que possuímos veículos feitos de texturas mais finas nos quais somos capazes de funcionar, quando o Corpo Denso é colocado para descansar, durante o sono. É, de fato, a nossa retirada do Corpo Denso, junto a nossa consciência e aos veículos mais sutis, que induz o sono. Na maioria das pessoas, o Espírito, vestido com seus veículos mais sutis (os dois Éteres superiores do Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente), paira perto do Corpo Denso, quando esse está em repouso. Geralmente medita sobre os assuntos do dia, mas não parece ter muito interesse em qualquer coisa relativa a isso, até que, pela constância de se fazer os Exercícios Esotéricos Rosacruzes, o estudo da Filosofia Rosacruz e por viver uma vida reta – aplicando o conhecimento Rosacruz adquirido -, dedicada ao serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade – a cada irmão e irmã ao seu lado, é gradualmente despertado para a realidade da vida fora do Corpo Denso.
Aqui cabe um alerta: se a pessoa seguiu o caminho do desenvolvimento espiritual negativo, passivo que é se deixando ser possuído (parcial ou totalmente) por Espíritos desencarnados (irmãos e irmãs que, depois de morrerem aqui, ao invés de partirem para o Purgatório, vivem Apegados à Terra), também conseguirá funcionar fora do Corpo Denso, mas é muito perigoso, pois ele não tem controle nenhum (ao contrário, é possuído pelo que chamamos de Espíritos de controle) e é uma presa fácil para ser obsidiado por tais Espíritos. Tudo depende do temperamento da pessoa em questão, pois nosso caráter não é alterado pelo fato de irmos dormir; nós somos lá, no Mundos invisíveis, o que somos aqui, no Mundo visível. É uma máxima dos Ensinamentos Rosacruzes: “Espírito de Luz não ‘baixa’, não toma o Corpo Denso de uma pessoa, nem parcial, nem totalmente, seja qual seja a razão que se justifique”. Há outros modos muito mais eficazes e que respeita as Leis de Deus.
No entanto, há ocasiões em que um homem ou uma mulher se torna tão interessado no trabalho deste Mundo que, ao adormecer, ele ou ela (o Ego) não consegue se desvencilhar inteiramente do Corpo Denso. Está meio dentro e meio fora, em contato com as cenas dos Mundos invisíveis e ainda ruminando as ocorrências do dia anterior. Então, temos aquele estado de consciência confuso que chamamos de sonhos e esses constituem as experiências noturnas da maioria das pessoas. Mas, quando, como já foi dito, começamos a estudar a Filosofia Rosacruz e, acima de tudo, a viver uma vida de serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade – a cada irmão e irmã ao seu lado durante o dia; quando realizamos, principalmente, os dois Exercícios Esotéricos Rosacruzes: noturno de Retrospecção e matutino de Concentração com fidelidade e zelo, um dos primeiros sintomas da verdadeira consciência durante a noite, e das experiências nos Mundos invisíveis, é o de sonhos caóticos e ilusórios se tornarem lógicos e racionais. Quando esse estágio é alcançado, nunca nos vemos andando com a cabeça debaixo do braço ou perseguindo uma vaca em um poste, porque sentimos que ela deveria se empoleirar no topo do poste, ou realizar truques idiotas desse tipo; mas descobrimos nós mesmos vivendo normalmente e lá fazendo as coisas da mesma maneira que faríamos aqui, salvo por certos fatos, tais como se desejamos ir de um lugar a outro, não andamos a pé nem de carro, mas simplesmente, pelo próprio pensamento, nós nos elevamos no ar e nos deslizamos pelo espaço até chegar ao destino. Então, não somos impedidos por portas trancadas ou janelas fechadas, mas vamos diretamente, passando pela parede, para os cômodos onde desejamos estar e começamos a fazer o trabalho para o qual fomos até lá.
Além disso, podemos descobrir que o espaço e a distância quase deixaram de existir e que uma viagem até um amigo sofredor a alguns milhares de quilômetros de distância leva apenas um momento; contudo, essas coisas não indicam que estamos apenas tendo um sonho ilusório e comum, pois, como dissemos, tais são as leis dos Mundos invisíveis que viajamos a uma velocidade maior do que a eletricidade, sempre que desejamos. Não há peso para os veículos invisíveis (Corpo-Alma, Corpo de Desejos e Mente) aos nossos olhos físicos. É nossa vontade que determina nosso lugar em relação à Terra. Podemos andar na rua ou planar sobre os telhados à vontade. Além disso, como é bem sabido que os átomos de todas as substâncias físicas não se tocam de fato, mas, digamos, nadam no mar de Éter, é perfeitamente possível a nós (o Ego, o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui), livre do nosso Corpo Denso, passar nossos veículos invisíveis pelos interstícios entre os átomos de uma parede de tijolo ou cimento, como Cristo fez quando apareceu aos Discípulos, depois que a porta do aposento onde estavam foi trancada.
Tendo esses fatos na sua Mente, suponha que alguma noite, estando fora do seu Corpo Denso, você conheceu uma pessoa e que, talvez, tenham trabalhado juntos por semanas ou meses; no decorrer da conversa você descobre que esse colega mora em Nova York ou Londres e você teve a oportunidade de visitá-lo lá, enquanto funcionava em seu Corpo Denso. Suponhamos ainda que se tornou necessário que você fizesse uma viagem de negócios à cidade onde seu colega estava. Você, um Auxiliar Invisível, conta a ele sobre essa viagem em uma de suas excursões noturnas. Ele o convida para ser seu hóspede durante sua estada naquela cidade e você aceita o convite.
No dia seguinte, você parte para o seu destino e, na chegada, pega um carro conforme orientação dele, desce na esquina que você já conhece tão bem, sobe até a casa, bate à porta e seu colega vem ao seu encontro. Ele o pega pela mão fisicamente, como sempre fez etericamente nos Mundos invisíveis. Você começa imediatamente a falar sobre coisas que fez fora do Corpo Denso e vocês se conhecem tão bem quanto velhos colegas do Mundo Físico; ou em outras palavras, você continua o relacionamento no Corpo Denso, exatamente como se formou fora dele, nos Mundos invisíveis.
Essa é uma das formas de comprovar a realidade de suas experiências durante o período em que o Corpo Denso dormia. Embora tenhamos colocado o caso hipoteticamente, não é totalmente assim. O autor, por exemplo, teve tais experiências em vários casos. Um deles foi contado no panfleto “Nosso Trabalho no Mundo”[1] e, não relatando essas experiências apenas para fofocar, às vezes há um objetivo a ser obtido por meio do testemunho pessoal e, por isso, repetimos o relato aqui:
“Na época em que o autor tinha, sem ter dado conta, é claro, passado pelo teste estabelecido pelos Irmãos Maiores para ver se ele provaria ser verdadeiro como o mensageiro deles, um desses Irmãos Maiores, que já havia entrado em contato comigo quando a porta do quarto estava trancada, apareceu novamente e me notificou que havia sido selecionado para promulgar os Ensinamentos Rosacruzes, que deveria receber no Templo da Ordem Rosacruz, na Região Etérica do Mundo Físico. Para chegar àquele lugar, ele me orientou a seguir, na manhã seguinte, para certa estação ferroviária, em Berlim, comprar uma passagem para um lugar do qual eu nunca tinha ouvido falar e pegar um trem que iria para lá em um determinado horário. Assim, parti na manhã seguinte para a estação ferroviária mencionada, comprei a passagem para o referido destino e descobri que o trem partia no horário que nosso visitante me havia informado. Ao chegar ao destino, encontrei o próprio Irmão Maior revestido com seu Corpo Denso e, por ele, fui conduzido aos arredores do Templo da Ordem Rosacruz, que não é composto de material da Região Química do Mundo Físico, mas etérico – ou seja formado de material da Região Etérica do Mundo Físico – e, portanto, invisível para as pessoas da vizinhança, que não estão cientes de que a Grande Escola dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental estava localizada entre elas.
O autor não estava dormindo quando o Irmão Maior entrou em seu quarto e deu as instruções que o levaram à reunião, nem ele foi capaz de focalizar sua visão espiritual à vontade ou deixar seu Corpo Denso, quando isso fosse desejado. Essas faculdades foram despertadas no momento da primeira Iniciação Menor, que ocorreu no Templo da Ordem Rosacruz, logo depois; mas o Irmão Maior, nesse caso, se materializou o suficiente para permitir ao autor vê-lo e, portanto, a experiência não prova o que pode acontecer quando o Corpo Denso está dormindo, mas demonstra que, no momento em que o autor recebeu as instruções acima mencionadas, ele não estava sob alucinação e isso prova que é possível, para um Espírito livre, entrar em uma sala e ali se materializar para determinado propósito, como os Auxiliares Invisíveis, não raramente, têm que fazer.
Quando o autor diz “prova”, ele quer dizer, é claro, que provou esse fato a si mesmo. Cada um deve obter essa prova pessoal e esses fatos não podem ser “provados” para outra pessoa. O testemunho é dado apenas com o propósito de mostrar como tais coisas acontecem.
Ao relatar experiências pessoais, talvez não esteja fora de contexto dizer que uma vez esse escritor foi capturado por uma câmera. Vocês sabem que a câmera capta vibrações etéricas e que, embora muitas das chamadas fotografias de Espíritos sejam imposturas, há também as reais. O incidente em questão aconteceu quando o autor estava em um hospital, simplesmente recuperando-se de um colapso sério causado por vários anos de estudo muito rigoroso e excesso de trabalho. Antes disso, não tínhamos experiências psíquicas, mas em uma manhã de domingo, quando um querido amigo estava partindo para a Europa, nós nos sentimos particularmente solitários e intensamente desejosos de ver nosso amigo.
De repente, como num passe de mágica, nós nos encontramos fora da cama, olhando para o pobre Corpo Denso definhado que jazia inerte e adormecido; contudo, não sentimos medo e tudo parecia estar bem. Levados dali pelo desejo, que originalmente nos libertara do Corpo Denso, viajamos em uma fração de segundo os 32 quilômetros até o porto de San Pedro, onde nos encontramos no navio, com nosso amigo. O barco estava prestes a partir e, nesse momento, um amigo em comum ligou uma câmera na praia. Quando o filme foi revelado, o rosto do escritor, com uma barba crescida de várias semanas, adquirida no hospital, era claramente visível. Desde então, essa foto foi reconhecida por um número dos nossos conhecidos que nem mesmo foram informados, e é provável que esse caso pudesse realmente ser estabelecido de tal maneira que constituísse uma prova quase legal, pois poderia ser facilmente demonstrado que o autor estava no hospital, quando o amigo dele, que estava a bordo daquele navio (que também está na fotografia, é claro), estivesse partindo e a foto foi feita. No entanto, o velho ditado: “um ser humano convencido contra sua vontade não muda sua opinião” é tão verdadeiro que, sem dúvida, uma grande porcentagem das pessoas a repudiaria como impostura, de qualquer maneira. Então, qual é a utilidade? A convicção deve vir de dentro, antes de ser aceita.
Também foram dadas algumas provas do fato de que algumas pessoas estão conscientes fora do Corpo Denso, em algumas das revistas Rays from the Rose Cross anteriores. Entre outras, o Dr. Stuart Leech [2], no número de setembro da Rays from the Rose Cross, conta a experiência que teve quando um de seus pacientes estava em estágio crítico por causa de apendicite. Tanto ele quanto os outros dois médicos visitaram o menino usando os seus veículos invisíveis, durante a noite, ajustando a situação para que, ao chegarem à consulta na manhã seguinte, encontrassem o menino perfeitamente bem. Também publicamos a história da Srta. Kerin [3], que foi curada milagrosamente por um Auxiliar Invisível. Ela foi vista em outras ocasiões ajudando os doentes e feridos nos campos de batalha da Europa, como muitos dos Auxiliares Invisíveis estão fazendo atualmente. Assim, há testemunho considerável sobre a evidência de que as pessoas que ainda vivem em seus Corpos Densos, durante o dia, estejam engajadas no trabalho espiritual durante a noite e que suas experiências, transportadas para a consciência desperta através da memória, não são sonhos ilusórios, triviais.
Entretanto, você pode perguntar: “Existe alguma maneira de provar que alguém esteve em determinado lugar, fazendo determinado trabalho?”. Você pode estar em algum lugar, fazendo algo e, ao acordar, deseja saber se foi um sonho ou um fato. Se for esse o seu caso, aconselhamos que, da próxima vez que se encontrar fora do Corpo Denso em algum lugar, em sua cidade natal, por exemplo, você possa, no dia seguinte, ir a esse local e observar alguns pequenos detalhes que possa reconhecer depois.
Suponha que você se encontre na sala de espera de uma estação ferroviária, em sua cidade. Conte as janelas da sala, conte os bancos e preste atenção especial na disposição deles; observe o lugar onde a cabine telefônica fica, se houver uma, e quaisquer outras coisas que você não tenha notado em suas visitas anteriores ao local e que não possam ser alteradas por alguém antes que você possa chegar lá na manhã seguinte. Anote os fatos o mais rápido possível para que não escapem da sua Mente e, a seguir, conforme sua conveniência, vá até a estação, entre na sala de espera e lá, conte as janelas, observe a disposição dos bancos, a cabine telefônica, etc. Isso, por si só, vai dar a você uma razão justa para acreditar que esteve lá durante a noite, se você descobrir que acertou no que trouxe da visita noturna para a vida diurna, pela memória. Se o lugar onde você se encontra, quando está fora do Corpo Denso, é a casa de um amigo, o que também acontece ocasionalmente, siga o mesmo método de anotar detalhes a que você não prestou atenção em suas visitas anteriores. Conte as cadeiras da sala, observe se há algum arranhão ou sinal na mobília que possa ser facilmente reconhecido em uma ocasião posterior e assim por diante, de acordo com as sugestões de sua própria engenhosidade. Dessa forma, você sem dúvida encontrará a prova que deseja ou o conhecimento de que se enganou ao acreditar que esteve lá.
(Por Max Heindel – Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro de 1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
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[1] – Capítulos XX, XXI e XXII do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz:
CAPÍTULO XX – NOSSO TRABALHO NO MUNDO – Parte I – (Publicado em maio, 1912)
Observando o progresso dos trabalhos da Fraternidade Rosacruz concluímos que ele não resulta dos esforços exclusivos de alguns membros. Ele é produto do trabalho conjunto dos Irmãos Maiores e de todos os membros da Fraternidade Rosacruz. Na dedicação a essa missão encontramos uma excelente oportunidade para o desenvolvimento da alma.
Não temos o direito de uso exclusivo do alimento espiritual, como não temos o direito exclusivo do alimento material. Devemos dar a todos a oportunidade de colaborar neste trabalho, seja física, mental ou financeiramente. De acordo com o tempo, talento, aptidão e condições de cada um.
Por outro lado, compreendemos a importância da nossa participação, sem a qual a obra poderá ficar incompleta. Nesse caso seremos servos improdutivos dos Irmãos Maiores. A carga é superior à nossa capacidade de suportá-la. Portanto, para prosperarmos, a Grande Obra necessita de muitos colaboradores. Assim sendo, nesta lição vamos repassar o histórico do trabalho efetivado até hoje. Dessa forma os Estudantes podem vislumbrar uma real perspectiva das linhas do futuro trabalho. Será necessário abusar do pronome “Eu”. Peço aos Estudantes a bondade e a compreensão para serem pacientes comigo neste caso. Ninguém menos aprecia introduzir um elemento pessoal do que o autor, mas no caso presente parece ser inevitável.
Temos deixado claro em nossa literatura, como ensinamento axiomático, que cada objeto no universo visível é a corporificação de um pensamento invisível pré-existente. Fulton[1] construiu um barco a vapor e Bell[2] um telefone. O pensamento criador precedeu os primeiros modelos construídos em madeira e metal. Do mesmo modo, um escritor planeja e idealiza um livro antes de escrevê-lo.
Uma Ordem de Mistérios também deve idealizar e planejar sua filosofia espiritual para suprir as necessidades das pessoas que foi encarregada de servir. Esse trabalho pode levar séculos.
As investigações científicas são realizadas no isolamento dos laboratórios. As conclusões provenientes dos resultados experimentais não são divulgadas até estarem devidamente comprovadas. Esse rigor é necessário para assegurar e promover os avanços no âmbito da ciência. Analogamente os ensinamentos espirituais, destinados a incrementar o desenvolvimento de certo conjunto de almas afins, não são divulgados a todos enquanto não ficar bem demonstrada sua eficácia entre os estudiosos e pesquisadores.
Como as invenções, também as teorias ou projetos passam pelo estágio experimental. A menos que comprovem alguma utilidade, serão rejeitados. Também um ensinamento espiritual deve atingir um ponto de perfeição para ser divulgado e utilizado no trabalho do mundo. Se não for assim, sucumbe. Esse tem sido o método utilizado para divulgar os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. Foram formulados pela Ordem Rosacruz com o objetivo de encontrar ressonância com a Mente extremamente intelectualizada dos irmãos da Europa e da América.
Há séculos, nosso venerado Fundador elegeu doze Irmãos Maiores para colaborarem com essa obra. Todos, provavelmente, empenharam-se no estudo retrospectivo da evolução histórica das linhas de pensamento do ser humano. Elaboraram um inventário abrangendo, talvez, vários milênios. Dessa forma, consolidaram, com fundamentos, uma concepção apurada da direção que provavelmente assumiriam as Mentes das gerações futuras. Puderam também antever suas inclinações e necessidades espirituais. Analisando o contexto dentro de diversos ângulos, procuravam identificar os pecados dominantes em nossos dias. Chegavam sempre na inequívoca conclusão: “Orgulho intelectual, intolerância e impaciência diante das limitações e restrições”.
Formularam uma filosofia capaz de satisfazer os apelos do coração e ao mesmo tempo capaz de corresponder aos clamores do intelecto. Enfatizaram a importância do domínio próprio como o melhor meio para vencer as limitações humanas.
Recebemos milhares de cartas de apreço de diferentes cantos do mundo, das altas esferas às camadas mais baixas. Atestam o desejo ardente da alma e a satisfação proporcionada pelos ensinamentos.
Mas, à medida que o tempo passa, daqui a cinquenta anos, talvez um século ou dois, quando as descobertas científicas confirmarem muitas das afirmações contidas no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, quando a inteligência da maioria se tornar ainda mais aberta, os Ensinamentos Rosacruzes darão satisfação espiritual a milhões de Espíritos que buscam esclarecimento.
Neste caso, percebemos como é indispensável o prudente e criterioso cuidado dos Irmãos Maiores, antes de confiarem tão importante missão a qualquer um. Os ensinamentos serão divulgados apenas em momentos decisivos para as futuras épocas. Como as sementes são plantadas no começo do ciclo anual, também uma semente filosófica, como os Ensinamentos da Rosacruz, deve ser plantada na primeira década do século quando se inicia um novo ciclo. As publicações devem respeitar esses períodos. Se passar o prazo, aguarda-se outro momento oportuno.
O mensageiro dos ensinamentos escolhido em 1905 foi considerado inapto. Então, os Irmãos Maiores se voltaram para mim. Fui testado e aprovado em 1908. Desde então venho recebendo seus ensinamentos. O livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos” foi publicado em novembro de 1909, pouco antes do fim da primeira década. Exatamente um ano e um mês antes.
Amigos organizaram o manuscrito original e fizeram um trabalho esplêndido. Entretanto, é claro, ainda era preciso revisá-lo antes de destiná-lo ao trabalho de impressão. Depois li as provas já impressas, corrigi e encaminhei para nova impressão. Tornei a lê-las e os erros foram corrigidos. Depois de paginadas, li novamente. Dei instruções ao pessoal da gráfica sobre os desenhos e a correta posição de cada um nas páginas no livro, etc.
Levantava-se às seis horas da manhã e trabalhava até o início da madrugada, normalmente entre meia-noite e três horas da madrugada. Assim foi durante semanas. Tudo em meio a confusões intermináveis envolvendo comerciantes e o ruído de Chicago agredindo meus ouvidos. Muitas vezes cheguei ao limite de minha resistência nervosa. Ainda assim consegui concentrar-me e redigi muitos temas novos para o “Conceito”.
Eu teria sucumbido não fosse o apoio dos Irmãos Maiores. Era obra deles e eles me forneceram todo suporte. Minha função era trabalhar até o limite de minhas forças e capacidade, deixando o resto aos cuidados deles. Contudo, eu era quase uma ruína quando essa tarefa se consumou.
Talvez agora todos entendam a minha atitude no que se refere ao “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Mais do que ninguém, permaneço extasiado diante de seus maravilhosos ensinamentos, e posso fazê-lo sem falsa modéstia porque o livro não é meu, ele pertence à Humanidade. Inclusive nem parece que fui eu que o escrevi. Sinto-me absolutamente impessoal no assunto. Minha tarefa é cuidar de sua correta publicação e dos direitos autorais com o intuito de protegê-lo contra deturpações.
Contudo, logo que seja possível encontrar depositários responsáveis e competentes, a Fraternidade Rosacruz será incorporada. Todos os meus direitos autorais passarão para a instituição, juntamente com tudo mais que me pertença, pois faz parte do acordo com os Irmãos que qualquer lucro resultante da obra, a ela deve reverter.
Aceitei essa condição voluntariamente. Nem eu nem a Sra. Heindel visamos ganhos materiais. A nós importa somente o suficiente para levar adiante esse trabalho. A abençoada missão é para nós a melhor recompensa. É mais preciosa do que qualquer dádiva material.
Entre algumas opiniões e tolices publicadas sobre a Ordem Rosacruz, destaquemos uma que afirma uma grande verdade: Ela anseia curar os doentes.
Antigas ordens Religiosas acreditavam no flagelo do corpo como meio para se alcançar o desenvolvimento espiritual. Os Rosacruzes, pelo contrário, demonstram o maior zelo por esse instrumento. Um corpo saudável é indispensável para a manifestação de uma Mente sã.
Curar os enfermos e pregar os evangelhos da Era de Aquário são as duas atividades fundamentais para os zelosos seguidores de Cristo, e todos esperam ansiosamente pelo “dia do Senhor”. Com esse Espírito norteamos a totalidade do nosso trabalho no mundo.
Os Irmãos Maiores sabem que o abuso da força sexual, estimulado pelos Espíritos Lucíferos, deixa sequelas no corpo. A perversão do amor (luxúria) é responsável por doenças e debilidades. Por isso, o Método Rosacruz de Cura ensina a manter saudável o Corpo Denso. Somente um Corpo são pode hospedar uma Mente sadia e um coração pleno de amor puro. A concepção sem mácula proporciona corpos cada vez mais puros e abrevia o advento do Reino de Cristo. Somente a pureza pode libertar o Espírito da carne. Lembremos: “A carne e o sangue não podem herdar o Reino dos Céus.”.
Pregar o Evangelho (da próxima Era) é tão necessário quanto Curar os Enfermos. O sistema de cura desenvolvido pelos Irmãos Maiores combina as melhores técnicas e métodos praticados por diversas escolas atuais. Conta com um método de diagnose e tratamento tão exato quanto simples. Assim foi dado um grande passo para elevar e promover o trabalho na área da cura. Como dizem: das areias da experiência às rochas do conhecimento exato.
Na noite de nove de abril de 1910, quando a Lua Nova transitava por Áries, o Mestre apareceu em meu quarto e disse que uma nova década (ciclo) havia começado naquela noite. Na noite anterior, minhas obrigações com o recém-inaugurado Centro da Fraternidade de Los Angeles haviam terminadas.
Viajei e proferi conferências seis noites por semana, além de algumas tardes. Depois da experiência em Chicago na época da edição, adoeci e afastei-me do trabalho em público para descansar e recuperar o vigor físico. Tinha ciência dos perigos envolvidos quando abandonava conscientemente meu corpo enfermo. O Éter está muito desvitalizado e o cordão prateado pode romper-se com facilidade. A morte, sob tais condições, causaria os mesmos sofrimentos que o suicídio. Por isso, previne-se sempre o Auxiliar Invisível para permanecer em seu corpo quando este está enfermo. Mas, por solicitação do Mestre, eu ficava de prontidão para os voos da alma até o Templo. Neste ínterim, alguém ficava incumbido de cuidar do meu corpo ainda debilitado.
CAPÍTULO XXI – NOSSO TRABALHO NO MUNDO – Parte II
Como foi exposto anteriormente em nossa literatura, há nove graus dos Mistérios Menores – em qualquer escola – e a Ordem Rosacruz não é exceção. O primeiro deles corresponde ao Período de Saturno e os exercícios correspondentes são realizados no dia de Saturno, aos sábados, à meia-noite. O segundo grau corresponde ao Período Solar, e este rito específico é celebrado aos domingos. O terceiro grau corresponde ao Período Lunar, e é celebrado às segundas-feiras à meia noite; e assim sucessivamente com os restantes sete graus. Cada um corresponde a um Período e tem, por isso, o dia apropriado para a sua celebração. O oitavo grau é celebrado nas noites de Lua Nova e Lua Cheia. O nono grau nos Solstícios de Junho e Dezembro.
Quando um Discípulo se torna um Irmão ou Irmã Leiga, ele, ou ela, é introduzido ao ritual celebrado nas noites de Sábado. A Iniciação seguinte faculta-os assistir os Serviços do Templo, à meia noite dos domingos, e assim por diante.
Note-se que, embora todos os Irmãos e Irmãs Leigas, nos seus corpos espirituais, tenham livre acesso ao Templo durante todos os dias, eles são proibidos de entrar nos serviços da meia-noite nos graus superiores.
O Templo não está sob qualquer vigilância. Não há exigência de palavra-passe para quem desejar entrar. Entretanto, há um muro invisível ao redor do Templo. Impenetrável para aqueles que ainda não receberam o “Abre-te Sésamo”. Cada noite esta muralha é edificada de modo diferente. Por isso se alguém, por engano ou por esquecimento, quiser entrar no Templo quando o grau vibratório da reunião está acima de seu nível, aprenderá uma lição muito pouco agradável: é possível bater a cabeça contra uma muralha espiritual.
Como já foi dito, o oitavo grau oficia-se nas noites de Lua Nova e Lua Cheia. Quem não alcançou esse estágio não está, naturalmente, credenciado para o Serviço da meia-noite, é o caso do autor destas linhas. A elevação de grau depende de mérito, não pode ser comprada. Exigia um desenvolvimento espiritual muito além do que possuo atualmente. Não obstante o meu esforço e aspiração para atingir esse estágio, preciso ainda dedicar-me por muitas vidas.
Portanto, o leitor entenderá que na noite de Lua Nova em Áries em 1910, quando o Mestre veio me buscar, não foi para levar-me àquela exaltada reunião do oitavo grau, mas a outra, de diferente natureza. Além disso, aquela reunião ocorreu à noite, na Alemanha, e eu estava na Califórnia, com outro fuso horário. Portanto, os exercícios da Lua Nova foram celebrados algumas horas antes. Por isso, quando cheguei ao Templo com o Mestre, o Sol já estava alto nos céus.
Entramos no Templo. Depois passei algum tempo numa conversa a sós com o Mestre. Então, ele fez um esboço da missão da Fraternidade. Como porta-voz dos Irmãos, discorreu sobre as diretrizes do movimento.
A nota-chave da missão consistia em evitar a obstrução da liberdade pessoal. Hierarquia e regras são importantes e cheias de boas intenções, mas não devem ser castradoras e nem opressoras. As tentações do poder e da vaidade não podem ser subestimadas. Sistemas rígidos de organização caminham rapidamente para a cristalização e morte.
Portanto, a liberdade de pensar, discernir e escolher é prioritária e deve ser franqueada aos membros da Fraternidade. Todo membro deve ser encorajado a emancipar-se e conquistar autoconfiança. Se o livre-arbítrio sofrer violência e empalidecer, o objetivo da Ordem Rosacruz estará frustrado.
Leis e estatutos são limitações. Quando realmente houver necessidade, devem conter o menor número possível de regras. O Mestre até pensou na possibilidade de abster-se delas.
Baseados nesse Espírito de liberdade, imprimimos em nosso papel timbrado: “UMA ASSOCIAÇÃO Internacional de Cristãos Místicos”.
Notemos que há uma grande diferença entre uma associação, que é inteiramente composta por voluntários, e uma organização que vincula os membros a votos, cargos, promessas, etc.
Os que assumiram o compromisso como Probacionistas na Fraternidade Rosacruz sabem que esse Compromisso é uma promessa a eles próprios e não à Ordem Rosacruz. O mesmo cuidado para assegurar o máximo da liberdade individual evidencia-se em todas as etapas da Escola de Mistérios Ocidental.
Nós não temos Mestres. Quando, eventualmente, empregamos o termo Mestre é por consideração e respeito. Na verdade, Eles são nossos amigos e nossos Professores. Sob nenhuma condição exigem obediência a alguma ordem, nem nos impelem a fazer isto ou aquilo. Quando muito nos aconselham, deixando-nos livres para escolher e decidir.
Posso dizer que esta política de não organizar já está sendo adotada nos centros de estudos em Columbus, Ohio, Seattle, Washington e Los Angeles[3]. Desde então, tenho ido mais além nessa diretriz, tentando divulgar os ensinamentos por meio de uma Sede Mundial, em vez de formar novos centros em diversas cidades.
Em alguns lugares, grupos de Estudantes desejam reunir-se para estudos e elevação espiritual. Para auxiliar nesse propósito, a Sede fornece-lhes toda assistência possível, mas como já foi dito, não tenho mais me empenhado na formação de centros de estudos. Agora deixo os Estudantes decidirem. Dessa maneira sentem-se mais estimulados e emancipam-se com mais rapidez.
Agora abordaremos outro tema fundamental: o inovador Serviço de Cura da Fraternidade. Como vivemos num mundo concreto, vinculados às condições materiais, necessitamos de uma Sede e de um Templo de Cura. A Sede deve ser estruturada em harmonia com as leis do país que a acolhe. Também deve ser coerente com a sociedade onde está inserida. Assim o produto da obra pode ficar disponível para o uso da Humanidade depois que os líderes atuais se tenham desprendido da vida física.
Até aqui não pudemos evitar situações severas onde firmes decisões foram tomadas para viabilizar a criação da Sede, mas a associação deve permanecer livre, sem restrições.
Insistimos na questão da liberdade. Mas, é somente com esse compromisso que poderemos alcançar maior crescimento espiritual e vida mais longa. No entanto, é triste considerar que, embora sejam essas as nossas intenções, chegará o dia em que a Fraternidade Rosacruz terá o mesmo destino de todos os outros movimentos: ficará atada por regras, e a usurpação de poder a conduzirá fatalmente à cristalização e consequente desintegração. Mas é um consolo saber que de suas ruínas surgirá algo maior e melhor. Assim como ela surgiu de outras importantes estruturas que já tiveram sua utilidade e agora estão em vias de extinção.
Depois do encontro com o Mestre, entramos no Templo onde os doze Irmãos estavam presentes. A configuração do ambiente era bem diferente do encontro anterior. Entretanto, não há necessidade de detalhar o local.
É importante descrever a presença de três esferas suspensas, uma sobre a outra, no centro do Templo. A esfera central situava-se exatamente entre o piso e o teto e era a maior delas. As outras duas estavam suspensas uma acima e a outra abaixo da esfera central.
Além da visão física, há outras formas de visão: a etérica ou raio-X; a visão da cor que nos abre o Mundo do Desejo; a visão tonal que revela a Região do Pensamento Concreto. Esse tema está plenamente explanado no livro “Os Mistérios Rosacruzes”.
Meu desenvolvimento da visão espiritual das Regiões do Pensamento Concreto era muito insuficiente até a sucessão de eventos já mencionados. De fato, quanto melhor for a nossa saúde, tanto mais apegados estamos ao Mundo Físico. Isso inibe a faculdade de entrar em contato com as regiões espirituais. Pessoas que dizem: “Não estive doente um único dia em minha vida”, revelam estar perfeitamente sintonizadas com o mundo material e, portanto, menos capacitadas para ingressar nos reinos espirituais.
Essa foi minha situação até o ano 1905. Sofri dores atrozes durante toda a vida, consequência de uma cirurgia na perna esquerda realizada na infância. A ferida não cicatrizava. Quando abandonei alimentos com carne então fiquei curado e a dor desapareceu.
Minha resistência e paciência foram grandes durante todos esses anos e nunca dei demonstrações de sofrimento. Mas, fora isso, gozava fisicamente de perfeita saúde. É interessante notar também que quando eu sofria qualquer acidente e me cortava, o sangue escorria e não coagulava. Em consequência muito sangue se perdia. No entanto, depois de dois anos adotando uma dieta pura e equilibrada, quando acidentalmente fiquei sem uma unha inteira, perdi só umas poucas gotas de sangue e pude escrever à máquina na mesma tarde sem qualquer infecção, e uma nova unha logo cresceu.
A edificação da parte espiritual da nossa natureza produz, muitas vezes, distúrbios em nosso Corpo Denso. Este fica muito mais sensível às condições do ambiente e, portanto, o resultado pode ser um esgotamento. A resistência física me conservou de pé por meses. Chegou o momento em que o descanso era necessário, porém isso não foi possível e ultrapassei o limite das minhas forças. Sobreveio o esgotamento total, fui conduzido às portas da morte.
A morte definitiva consiste na irreversível ruptura do laço entre o Corpo Físico e os Corpos sutis. Na aproximação desse estado especial de transição, na iminência de ocorrer o desligamento da matéria, podemos receber instruções sobre a ciência de retirar-se do corpo. Goethe, o grande poeta alemão, recebeu sua primeira Iniciação quando seu corpo se achava debilitado e à beira da morte.
Quando fui abatido pela enfermidade, ainda não havia progredido o suficiente no caminho espiritual. Mas a dedicação aos estudos, aspirações e um exercício praticado por muito tempo, e que naquela época acreditava tê-lo inventado, mas agora já sei, vem de tempos remotos, contribuíram para que pudesse abandonar o meu corpo por um curto espaço de tempo e regressar logo em seguida. Não sei como fazia isso, e nem podia fazê-lo voluntariamente. Contudo, isso não vem ao caso.
Um ponto relevante deve ser ressaltado. A saúde perfeita é necessária antes de conseguirmos equilíbrio nos Mundos Espirituais. Entretanto, quanto mais forte e vigoroso o instrumento, tanto mais drástico será o método para debilitá-lo. Em decorrência, as condições de saúde oscilam durante anos até atingirem o devido ajuste. Assim, aprendemos a conservar a saúde enquanto estamos ativos no Mundo Físico e, ao mesmo tempo, adquirimos a capacidade de atuar nos reinos superiores.
Assim aconteceu comigo. A sobrecarga de trabalho tanto físico como mental, sem trégua até hoje, tem deixado o meu instrumento físico longe de um estado saudável. Amigos alertam-me e tenho tentado considerar suas admoestações. Mas, o trabalho urge e deve ser executado. Enquanto não houver suficiente ajuda, sou obrigado a continuar, apesar da saúde. Em todos os aspectos a Sra. Heindel tem sido uma companheira inestimável.
No entanto, desenvolvi uma capacidade crescente de atuar nos Mundos espirituais, mesmo com a saúde precária. Como já afirmei, na ocasião dos principais acontecimentos aqui narrados, minha visão tonal era mediana e principalmente limitada às subdivisões inferiores da Região do Pensamento Concreto. Uma pequena ajuda dos Irmãos naquela noite permitiu-me entrar em contato com a quarta região, o lar dos arquétipos. Lá compreendi as lições relativas ao mais alto elevado ideal da Fraternidade Rosacruz e, também, sobre sua missão na Terra.
Pude ver nossa Sede e uma multidão de pessoas vindas de todas as partes do mundo para receber seus ensinamentos. Pessoas também de lá saiam para levar lenitivo aos aflitos próximos e distantes.
Neste mundo é necessário dedicar um bom tempo investigando e estudando para se adquirir conhecimento sobre qualquer assunto. Mas, na Região Arquetípica do Mundo do Pensamento, a voz de cada arquétipo transporta consigo a rica emissão de conteúdos daquilo que ele representa. Ao mesmo tempo ele carrega de impressões a consciência espiritual. Portanto, nessa noite recebi um entendimento muito além do poder de expressão das palavras.
O mundo em que vivemos é regido pelo ritmo do tempo. Enquanto no reino superior dos arquétipos tudo é um eterno agora. Os arquétipos não revelam seu conteúdo numa sucessão de fatos ao longo do tempo, tal como uma história é narrada aqui. Eles imprimem sobre a consciência uma concepção instantânea e completa da ideia em questão. Com clareza e consistência muito superior a qualquer pormenorizada narrativa. Não ousei mencionar esses fatos na ocasião em que ocorreram. Dedicarei o próximo capítulo a essa tarefa.
CAPÍTULO XXII – NOSSO TRABALHO NO MUNDO – Parte III
Relembremos importante tema dos Ensinamentos Rosacruzes: “A Região do Pensamento Concreto é o reino do som”. É o lar da música celestial, da harmonia das esferas. Esse oceano sonoro envolve e interpenetra tudo e todos, assim como a atmosfera da Terra circunda e envolve todas as coisas terrestres. Nessa região tudo que existe está banhado e impregnado de música, tudo vive e cresce pela música. A PALAVRA de Deus ressoa e modela os diversos protótipos de todas as coisas corporificadas na dimensão terrestre.
No piano, cinco teclas pretas e sete brancas formam a oitava. Além dos sete Globos nos quais evoluímos durante um Dia de Manifestação, existem cinco Globos escuros pelos quais atravessamos durante as Noites Cósmicas. Em cada ciclo de vida e por algum tempo, o Ego recolhe-se no mais denso destes cinco, o Caos, o mundo sem forma onde nada permanece. Apenas os centros de força conhecidos como Átomos-sementes prosseguem. No começo de um novo ciclo de vida, o Ego desce novamente até a Região do Pensamento Concreto, onde a “música das esferas” sincronicamente coloca em vibração os Átomos-sementes.
Há sete esferas. São os sete Planetas de nosso Sistema Solar. Cada Planeta tem sua nota-chave e emite um som particular, diferente de todos os demais. Os tons de todos os Planetas participam na construção de um organismo completo. Entretanto, um deles vibra em singular consonância com os Átomos-sementes do Ego durante o processo de renascimento. Então, esse Planeta corresponde à nota “tônica” da escala musical. É o Astro mais harmonioso para esse Ego. É o regente da nova vida em formação. É sua Estrela Guia. As vibrações sonoras dos demais Astros adaptam-se à frequência sonora dessa nota tônica ou nota-chave.
Como na música terrestre, na celestial há harmonias e dissonâncias. A música entoada pelos Astros reverbera nos Átomos-sementes e direciona a construção do arquétipo dos corpos em vias de encarnar. Assim se formam as linhas vibratórias de força. Essas linhas atraem e organizam as partículas físicas durante a vida. Acontece algo semelhante quando um arco de violino coloca em vibração partículas minúsculas espalhadas sobre um prato de latão. Podemos ver a formação de figuras geométricas.
O Corpo Denso é gradualmente formado segundo as linhas arquetípicas definidas por um conjunto de vibrações. O Corpo Denso é a fiel expressão da harmonia das esferas, modelado conforme as melodias entoadas durante o período de sua construção.
Este período, contudo, é muito mais longo do que o período real da gestação, e varia de acordo com a complexidade da estrutura requerida pela vida em busca de manifestação física.
Tampouco o processo de construção do arquétipo é contínuo. Existem acordes inacessíveis aos diapasões vibratórios dos Átomos-sementes, sons que eles ainda “não sabem ouvir” e, portanto, não podem entrar em ressonância com eles. Quando os Aspectos Astrais entoam esses acordes “incompreensíveis”, o arquétipo simplesmente permanece em compasso de espera e “sussurra” os acordes que já foram incorporados na sua estrutura. Conforma-se em aguardar os sons dos acordes coerentes com o projeto de construção dos órgãos necessários à sua própria expressão.
Concluindo, os organismos terrestres são formados segundo linhas vibratórias produzidas pela música das esferas. Habitamos um corpo composto por órgãos. Cada órgão está associado a um Astro ou vibração sonora.
Estamos em condições de bem compreender que as enfermidades são, na verdade, manifestações de dissonâncias ou desarmonias sonoras, cuja causa, provém primeiramente de uma desarmonia espiritual interna.
Há um fator notável para nós. Se conhecermos com exatidão a causa direta da desarmonia, podemos saná-la. Fica evidente que a manifestação física da doença em breve desaparecerá.
Todavia, é justamente esta a preciosa informação dada pelo horóscopo de uma pessoa. Cada Astro, ocupando uma casa terrestre e Signo celeste, expressa harmonia ou discórdia, saúde ou doença. Portanto, todos os métodos de cura são eficazes apenas na proporção em que levam em consideração as harmonias e discordâncias estelares manifestadas na roda da vida, o horóscopo.
Em circunstâncias normais as Leis da Natureza governam os reinos inferiores com pleno poder. Não obstante, há leis superiores relativas aos reinos espirituais. Em determinadas circunstâncias as leis superiores podem suplantar as inferiores. Por exemplo, a lei superior do perdão dos pecados. O reconhecimento dos erros, acompanhado de sincero arrependimento, pode suplantar a inferior e severa lei: “olho por olho e dente por dente”.
Quando Cristo veio em missão ao nosso Planeta, curava os enfermos. Sendo Ele o Senhor do Sol, incorporou em Si mesmo a síntese das vibrações estelares, como a oitava incorpora todos os tons da escala. Ele pôde, portanto, emitir de Si a correta influência planetária corretiva requerida em cada caso. Sentia a desarmonia e imediatamente sabia como equilibrá-la graças ao Seu elevado desenvolvimento. Não necessitava de preparação adicional e obtinha resultados instantâneos. Substituía a dissonância planetária, a causa da doença, pela harmonia correspondente. Apenas num único caso Ele recorreu às leis superiores e disse: “Levanta-te, teus pecados estão perdoados.”.
Do mesmo modo, o Serviço de Auxílio de Cura da Fraternidade Rosacruz emprega métodos baseados nas dissonâncias astrais. Desse modo, constata-se as causas das doenças e aconselha-se as medidas corretivas para curá-las. Esse procedimento tem sido suficiente, e eficaz, em todas as solicitações de cura recebidas até hoje.
Contudo, existe um método mais poderoso e acessível que, sob uma lei superior, pode acelerar a recuperação nos casos mais crônicos e demorados. Em determinadas circunstâncias, quando existe o reconhecimento sincero e profundo do erro, podemos até erradicar uma futura doença sentenciada pelo frio e inflexível destino.
Quando observamos com a visão espiritual algum enfermo, esteja seu Corpo Denso debilitado ou não, torna-se claro para o Clarividente a fragilidade dos veículos mais sutis. Em relação ao estado normal de saúde eles estão muito mais debilitados e, consequentemente, não conseguem transferir a dosagem necessária de vitalidade para o Corpo Denso. Portanto, por falta de revitalização, o Corpo Denso perde vigor.
No entanto, conforme o estado de abatimento de todo Corpo Denso, determinados centros ficam obstruídos na proporção da gravidade da doença. Segundo o grau de desenvolvimento espiritual da pessoa, esses centros também ficam com a saúde fragilizada.
Isto acontece principalmente no centro principal situado entre as sobrancelhas. Nesse local está enclausurado o Espírito. Em alguns casos está tão aprisionado, com a consciência totalmente voltada para sua débil condição, que perde contato com o mundo exterior. Nesse caso, somente a completa ruptura do Corpo Denso poderá libertá-lo. Mas pode ser um processo demorado.
No decorrer do tempo, a desarmonia planetária causadora do início da doença, vai diminuindo até desaparecer. Mas o sofredor crônico é incapaz de aproveitar novas influências. Em tais casos, é necessária uma efusão espiritual especialíssima para levar a mensagem à alma: “Teus pecados estão perdoados.”. Quando isso for ouvido, a pessoa poderá responder à ordem: “Toma tua cama e anda.”.
Ninguém da presente Humanidade pode sequer comparar-se à estatura de Cristo, consequentemente, ninguém pode exercer Seus poderes em casos tão extremos. No entanto, a necessidade desse poder em ativa manifestação está presente tanto hoje quanto a dois mil anos atrás.
O Espírito envolve e impregna nosso Planeta. Em diferentes dimensões permeia a tudo e a todos, do centro até a superfície da Terra. Tem maior afinidade por algumas substâncias do que por outras. Sendo uma emanação do Princípio de Cristo, é o Espírito Universal compondo o Mundo do Espírito de Vida que restaura a completa harmonia de todo corpo.
Uma substância foi mostrada ao autor no Templo dos Rosacruzes na noite memorável já mencionada. O Espírito Universal combinava-se e unia-se a essa substância de maneira simples e rápida. Tal como o amoníaco interage com a água.
Dentro da grande esfera central, mencionada em lição anterior, havia um recipiente menor contendo vários pacotes repletos dessa substância. Quando os Irmãos se colocaram em determinadas posições, e a harmonia emprestada por uma música já havia preparado o ambiente, repentinamente os três Globos começaram a brilhar nas três cores primárias, azul, amarelo e vermelho. O recipiente, contendo os já mencionados pacotes, tornou-se luminoso durante a entoação das fórmulas mágicas. Para a visão do autor ficou evidente a ação de uma essência espiritual que antes não se encontrava lá. Em seguida os Irmãos empregaram essa essência espiritual no Serviço de Cura. O êxito foi instantâneo. As partículas cristalizadas, que envolviam os centros espirituais do paciente, dissiparam-se como por mágica, e o doente despertou sentindo o restabelecimento da saúde e o bem-estar físico.
[1] N.T.: Robert Fulton (1765-1815) foi um engenheiro e inventor estadunidense que é amplamente creditado com o desenvolvimento do primeiro barco a vapor comercialmente bem-sucedido.
[2] N.T.: Alexander Graham Bell (1847-1922) foi um cientista, inventor e fundador da companhia telefónica Bell.
[3] N.T.: cidades dos Estados Unidos
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[2] A História de um caso contado por um Auxiliar Invisível
Geralmente, não é permitido e nem adequado que os Auxiliares Invisíveis falem de suas façanhas, porque isso possibilita a indesejável propagação de fenômenos; no entanto, há momentos em que a modéstia deva ser deixada de lado, em certa medida, pelo bem da causa e a seguinte história, do médico Dr. Stuart Leech, M. D., um de nossos Probacionistas, ilustra o método usado e os resultados obtidos em um caso. Poderíamos falar sobre centenas de casos semelhantes, em que outros órgãos foram restaurados, colunas foram endireitadas e membros paralisados voltaram a responder à vontade do paciente.
No caso relatado pelo Dr. Leech, ele não menciona se o paciente sentiu as manipulações. Isso é frequentemente o que ocorre, pois, as mãos invisíveis são poderosas, quando materializadas dentro do corpo do paciente. Também acontece com frequência que o paciente veja os Auxiliares Invisíveis no momento em que acorda.
O relatório foi originalmente escrito para publicação na Revista Médica. O Dr. Leech dá a seus médicos, confrades ortodoxos, alguns problemas difíceis de tempos em tempos: mas e se eles zombarem? Ontem, zombou-se de ideias que hoje são “estritamente científicas” e amanhã eles aprenderão isto, parafraseando Shakespeare: Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha sua patologia.
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Relatório clínico de um caso
Foi nos primeiros dias de janeiro de 1914 que eu atendi um menino de quatorze anos que estava com problemas abdominais e muito extenuado. Ele tinha cabelos escuros, olhos castanhos, ossos grandes, corpo esbelto e uma boa quantidade de inteligência. Quatro anos antes do problema atual, ele havia sofrido um grave acometimento de apendicite do qual, aparentemente, se recuperara. Ultimamente, ele estava comendo mais do que devia e no dia anterior à crise, ele estava mexendo com o feno quando sentiu uma dor, ao escorregar o pé.
Depois de um ou dois dias de sofrimento, fui chamado e encontrei todos os sintomas clássicos de um apêndice com formação de pus. A comida foi interrompida por oito ou dez dias, o proverbial saco de gelo foi usado, como manda o procedimento médico, e um enema (uma lavagem intestinal) providencial foi empregado. A temperatura dele variava de 37,2°C — 39,1ºC e no sétimo ou oitavo dia os sintomas se tornaram tão alarmantes que convenci a família a permitir que eu tivesse o auxílio do Dr. North, na próxima manhã.
O Dr. Unus, da mesma cidade, havia participado do caso quatro anos antes e, na época, havia insistido em uma cirurgia. Pessoalmente, eu já tinha realizado várias cirurgias abdominais, mas geralmente as faço como último recurso e agora parecia que havia mais um caso em que precisaria recorrer a esse procedimento. Esse modus operandi (maneira de agir), especialmente no meio de uma crise, não é do meu agrado. Estando na classe neófita da Escola dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, tentei usar meios incomuns, em conjunto com os físicos, para promover a recuperação do garoto, como já fiz em outros casos. O incomum é a aplicação de Leis da Natureza de um ou mais dos Mundos superiores.
Para explicar, direi que a Escola de Ciências Naturais dos Rosacruzes nos informa sobre a existência real de um número de Mundos concêntricos, talvez mais reais do que o Mundo Físico, todos interpenetrando-se, ocupando o mesmo espaço, por assim dizer, tomando nada menos do que sete dimensões do espaço, cada uma sob uma condição vibratória consistente com seu ambiente harmonioso. A Ciência Física relutantemente reconhece e sugere as vibrações mais altas do Éter invisível. A Ciência Médica faz o possível para ignorar esses Mundos mais elevados, porém ela usa de modo persistente, empírico e diário os poderosos alcaloides (substâncias naturais retiradas sobretudo de plantas e muito usadas no contexto terapêutico). Há vários comprimentos de onda entre a vibração que causa o som e a que causa a luz; embora sejam desconhecidas para nós, produzem coisas tão poderosas quanto luz ou som; é assim no trilhão e quintilhão de vibrações. A maioria dessas ignora nossos Corpos Densos, vibrando através deles como se tais Corpos nunca tivessem existido. Essas vibrações são harmonizadas em divisões: a Região mais próxima do Mundo Físico é a Região Etérica desse mesmo Mundo e podemos concebê-la como uma extensão dessa Região que conhecemos como Plano físico e que podemos denominar como Região Química; a Região Etérica sendo mais refinada está, naturalmente, sujeita às Leis mais superiores e apuradas.
No entanto, para poder funcionar nessa Região ou no Mundo do Desejo é necessário um veículo feito da mesma substância. Todo ser humano possui, em sua composição física, a estrutura dessa substância e há certa Palavra ou Fórmula que, se usada com sabedoria, desenvolverá esse instrumento. Anatomicamente falando, cria-se um vínculo ou conexão fisiológica entre o Corpo Pituitário (uma Glândula Endócrina, também chamada de Hipófise ou Glândula Pituitária) e a Glândula Pineal (outra Glândula Endócrina, também Conarium, Epífise cerebral ou simplesmente Pineal), os quais governam e harmonizam, respectivamente, o Corpo de Desejos com o Corpo Denso. Quando esse abismo é superado, o Corpo-Alma (formado pelos dois Éteres superiores – Luminoso e Refletor – do Corpo Vital), de vibração superior, pode se retirar do Corpo Denso e percorrer qualquer distância no Mundo do Desejo.
Na noite anterior à realização da consulta física com o Dr. North, esse, o Dr. Unus e eu fomos ao Mundo do Desejo, a “Terra dos Sonhos”, e nos encontramos ao lado do menino doente sem o seu conhecimento ou de seus pais, que observavam o Corpo Denso do menino com ansiedade. Naturalmente, éramos invisíveis às suas percepções físicas.
Durante essa consulta, no Mundo do Desejo, o Dr. Unus deu um passo à frente, quase atingiu violentamente uma parte do órgão afetado e o jogou fora: sua mão etérica passou direto pelo Corpo Denso do garoto. Então, fui até a cabeceira da cama e, usando as duas mãos, levantei a extremidade do ângulo do cólon para afagar gentilmente a substância irritante e indesejável. Dr. North atuou como espectador e, aparentemente, me deu o seu consentimento. Saiba, leitor, que a substância física não impede o trabalho da mão etérica, mas não é incomum que um paciente acorde, enquanto a mão invisível esteja sendo retirada.
Na manhã seguinte, depois da consulta nos Mundos invisíveis, como havia prometido liguei para o consultório do Dr. North e pedi que ele fizesse comigo a consulta física, que havia sido combinada com a família no dia anterior. Para grande surpresa da família, e para minha própria satisfação, o menino estava livre da dor, fragilidade, febre e rigidez muscular e, conforme o relato dos pais, sua rápida recuperação começara à noite. Já se passaram seis meses e o menino está desfrutando o melhor da saúde.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de 09/1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
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[3] Uma Cura Contada por Quem foi Curada e por Aqueles que estavam ao Redor, acompanhando o caso
Nota do editor — A. M. Davidson, um de nossos Estudantes ingleses, enviou-nos o seguinte relato sobre a cura milagrosa da senhorita Dorothy Kerin, de Londres, que ficou acamada por muitos anos, sofrendo de tuberculose avançada e doença renal. Tornou-se cega, surda, mentalmente retardada e estava perto da morte, quando, de repente, através da visão de mãos curativas e quentes, foi curada e continua bem.
Como nossa amiga nos enviou seu tema natal, achamos que possa interessar aos leitores saber o que as estrelas têm a dizer.
Nesta natividade, Sagitário, 13 graus, está ascendendo com o Sol, Mercúrio, Vênus e a Cauda do Dragão.
Júpiter, o Planeta dominante, faz Sextil com Mercúrio e o Sol; Marte faz Sextil com Vênus. Assim, vemos que ela tem a tendência a ser uma pessoa muito gentil, idealista e adorável; mas, Vênus está em Conjunção com a Cauda do Dragão, que tem influência saturnina; Mercúrio e Vênus fazem Quadratura com Saturno; portanto, é quase inevitável que muita tristeza e sofrimento cheguem a essa vida e a turvem com infelicidade. Onde Mercúrio, o significador da Mente, é atingido por Saturno, o Planeta da obstrução, naturalmente há uma condição sombria e tendência a olhar para o lado nebuloso da vida. Mas, nunca podemos julgar algo em um horóscopo a partir de uma configuração apenas; todos os Aspectos devem ser considerados em relação a qualquer assunto e, assim, será obtida uma síntese ou equilíbrio de influência. O Sextil entre Marte, Vênus e Mercúrio proporciona força à Mente, dessa forma ajudando a compensar a influência sinistra de Saturno. A Lua, que é o outro significador da Mente, está no Signo mercurial de Gêmeos, fazendo Trígono com Urano. Isso explica a evolução das faculdades supranormais que ouvimos na história desse caso e a conversão dessas faculdades latentes em poderes dinâmicos, também é pressagiada pelo Trígono entre Júpiter, o Planeta da benevolência e do idealismo, e Netuno, o Planeta da espiritualidade; além disso, e equilibrando esses testemunhos, nessa jovem nós vemos uma alma de natureza gentil, alegre e idealista, cujas faculdades espirituais latentes estão quase maduras e prontas para ser convertidas em poderes utilizáveis sob o impacto estelar apropriado.
No que diz respeito à saúde, registra-se que ela sofria de tuberculose e perdeu a visão, a audição e a fala. Sol e Mercúrio estão no Signo de Sagitário, próximo ao ponto nebuloso chamado Antares, e o Sol faz Oposição a Netuno. Essa é a causa da visão enfraquecida. A décima segunda Casa indica as influências restritivas da vida e quando Mercúrio, o significador dos sentidos, aparece em Conjunção com o Sol, como é o caso no horóscopo dela, temos uma influência limitadora que afeta a audição. É curioso notar que Netuno, a oitava de Mercúrio, está no Signo de Gêmeos, que é governado por Mercúrio, em Oposição ao Sol e, portanto, ajudando a despertar a audição espiritual, que também é registrada nesse caso. Essa configuração sozinha não seria capaz de causar isso e o acontecimento obtido seria de natureza indesejável, mas ajuda na configuração o Trígono entre a Lua e Urano, que abre as faculdades supranormais, como já foi dito.
Touro rege a garganta e a laringe; entretanto, Mercúrio governa o ar que agita as cordas vocais. Aqui descobrimos que Touro está nos seus últimos graus como cúspide da Sexta Casa, denotando doença, e Vênus, o governante, está no Ascendente, em Conjunção com a influência saturnina da Cauda do Dragão, que também afeta Mercúrio por sua Conjunção; isso proporciona a fraqueza dos órgãos vocais, e a consequente perda de fala é indicada pela Quadratura de Mercúrio com Saturno. Netuno no Signo de Gêmeos, que governa os pulmões, e em Oposição ao Sol, é o responsável pela aflição da tuberculose.
Pareceria quase impossível que uma pessoa tão gravemente afligida pudesse ser curada; contudo, no domingo, 18 de fevereiro de 1912, o Relógio do Destino atingiu a hora do seu alívio. Naquela época, o Sol progredido estava a 28 graus de Sagitário; portanto, havia acabado a Oposição à Lua radical que fazia Sextil com Urano, ao nascer. Essa é uma influência sob a qual uma mudança repentina e de natureza benéfica pode ser esperada, mas os Astros, por si só, não podem fazer isso. A Lua, ou Lunação, é o ponteiro dos minutos no Relógio do Destino e, naquele mesmo dia, a Lua Nova ocorreu a 28 graus de Aquário, o Trígono entre Lua e Urano, ao nascer, e o Sextil com o Sol progredido; essa foi uma influência oculta muito poderosa e, naquele mesmo dia, Júpiter, o governante do mapa astral, também transitou pelo Ascendente; assim, houve uma série de influências extraordinárias para explicar o milagre que ocorreu na recuperação da paciente.
A seguir, é apresentada a história do caso, contada pelo nosso amigo da Inglaterra.
Há muitos que se recusam a acreditar que exista algo como um “milagre”. Eles provavelmente estejam certos: o milagre não é sobrenatural; é apenas, geralmente, uma atividade de forças suprafísicas que ainda não são compreendidas pelo mundo em geral. Tais “milagres” ocorrem constantemente em conexão com os pacientes da F. R., provavelmente todos os dias, se a verdade for conhecida. Porém dos muitos acontecimentos extraordinários que se lançaram sobre este mundo cético nos últimos anos, provavelmente nenhum esteja tão bem autenticado ou tenha recebido tanta atenção dos cientistas quanto o conhecido, neste lado do “lago de arenque”, como “o caso milagroso de Kerin”. No domingo, 18 de fevereiro de 1912, a senhorita Dorothy Kerin, que havia ficado de cama por alguns anos, sofrendo de tuberculose avançada, doença renal e, por último, cegueira e perda de fala, com uma temperatura, às vezes, subindo para 40,5 °C, aproximadamente, foi repentina e completamente curada por uma visita angelical.
As seguintes informações foram dadas por sua mãe: “Um fato estranho na recuperação é que alguns dias antes Kerin parecia ter piorado rapidamente como nunca nos últimos cinco anos da doença: ela havia perdido a audição e a visão. Não achamos que ela pudesse viver o dia todo. Meu marido e eu, com alguns amigos e parentes, estávamos reunidos em volta da cama por volta das oito da noite, no domingo, esperando que ali fosse seu leito de morte. De repente, ela deu um grande suspiro e pensamos que tivesse morrido. No entanto, com um sorriso maravilhoso que nenhum de nós pode esquecer, ela levantou os braços e os estendeu por alguns momentos. Então ficou imóvel por um tempo. Seus lábios se moveram, ela estendeu os braços novamente e depois passou as mãos sobre os olhos, sempre sorrindo daquela maneira maravilhosa e sobrenatural. Sua terrível fraqueza, devido à tuberculose e ao diabetes, tornara-a quase um esqueleto. Então vimos um milagre diante de nossos olhos. Ela olhou para nós, apertando os olhos que depois se tornaram bastante naturais em expressão. Eu lhe perguntei: ‘Minha linda, você me conhece?’; ‘Claro que sim, mamãe’. Todos ficamos surpresos. Ela então se sentou e gritou: ‘Eu devo me levantar!’. Ela parecia estar sob alguma influência misteriosa. ‘Você não pode se levantar, minha querida’, eu disse, ‘você está muito fraca’. Contudo, quando trouxemos um roupão, ela balançou as pernas sobre a cama e caminhou. Estava bem mais calma do que nós. Um homem presente era ateu declarado. Ele caiu de joelhos e soluçou em voz alta”.
A senhorita Dorothy Kerin, entrevistada na presença de sua mãe, falou a respeito da visão que teve durante a cura: “Parecia uma grande chama dourada acima de mim, com as duas mãos esticadas, mãos quentes, e uma voz que falou: ‘Dorothy, seus sofrimentos acabaram; levante-se, você pode andar’. Então eu pude ver, andar e estou bem. Tenho certeza de que seja um milagre”. O médico dela não acreditou quando foi informado, mas teve que admitir, ao examiná-la no dia seguinte, que estivesse totalmente livre de doenças orgânicas!
O caso é tão bem autenticado que é absolutamente indiscutível. A condição patológica da senhorita Kerin foi confirmada não apenas por seu médico assistente e regular, Dr. Norman, mas também pelo Hospital St. Bartholomew, Hospital St. Peter para Incuráveis, em Kilburn, e outras instituições; ela foi enviada para Casa durante dois anos, como um caso sem esperança. Muitos médicos já a viram e seu caso é bem conhecido na medicina. Seu irmão disse que durante os estágios mais avançados da doença dela, quando suas faculdades normais declinaram, Dorothy desenvolveu faculdades sobrenaturais e podia, por exemplo, saber o que acontecia ao irmão, mesmo estando ela longe de casa. Era preciso ter cuidado ao falar sobre ela em outros quartos, porque conseguia ouvir, embora estivesse surda para quem conversasse com ela ao lado da cama.
Uma declaração independente do caso, para aqueles que estejam mais interessados, pode ser encontrada em “Faith and Suggestion” (veja o original aqui), do Dr. E. L. Ash. A senhorita Kerin, segundo o conhecimento desse escritor, está aparentemente muito bem e forte, hoje. Ela falou em uma grande conferência religiosa no norte da Inglaterra recentemente e no mês passado proferiu uma palestra perante a Sociedade de Ocultismo de Londres: “O que eu sei do efeito da oração como fator de cura. Como eu fui curada”. Mas, é preciso acrescentar que a senhorita Kerin tenha uma disposição muito religiosa e, mesmo durante sua doença, era bastante paciente, gentil, sofria com prazer e rapidamente agradava a todos com quem entrasse em contato. A senhorita Kerin recebeu quantias muito grandes para aparecer no palco de auditórios; porém, considerando isso uma prostituição da evidência da graça divina, recusou.
(Publicado na Revista “Rays from the Rose Cross de outubro/1910” e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Logicamente é impossível descrever num livro dado ao público em geral os estágios de Iniciação Rosacruz. Fazer isso seria um abuso de confiança, o que, ademais, seria impossível por falta de palavras adequadas para expressar os fatos.
Não é possível fazer qualquer descrição das cerimônias Iniciáticas. O primeiro voto do Iniciado é o do silêncio.
Contudo, ainda que o relato fosse permitido, não teria maior importância. Para nós, basta indicar os resultados de tais cerimônias para ter uma visão geral do caminho evolutivo.
Em síntese, a Iniciação fornece ao Irmão Leigo ou a Irmã Leiga uma oportunidade de desenvolver, em curto tempo e por meio de um treinamento muito disciplinado e intenso, suas faculdades e seus poderes superiores. Por meio delas se alcança a expansão da consciência que toda a Humanidade possuirá num futuro distante. A grande maioria só a conseguirá seguindo o lento processo da evolução comum!
Gravemos bem na nossa consciência e com letras de fogo, o seguinte: a Iniciação é um processo espiritual, e o progresso espiritual não pode ser concluído por meios físicos, mas somente por exercícios espirituais.
Entretanto, é permitido fazer um esboço geral e mostrar o propósito da Iniciação.
O Método Ocidental de Iniciação é baseado no Cristianismo e ensina o candidato, desde o princípio, a ficar sobre seus próprios pés e ser independente de outros.
É a Iniciação que transforma em poderes dinâmicos os poderes latentes do candidato que atingiu o requerido grau de evolução por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) para com o irmão e a irmã no seu entorno, focado na divina essência oculta neles – que é a base da Fraternidade – esquecendo os defeitos deles. Pois, para merecer a Iniciação nos Mundos espirituais, deve dar provas suficientes de que usará sua força e conhecimento exclusivamente para praticar esse serviço com essas especificações.
As Iniciações Menores (também chamadas de Mistérios Menores) tratam somente sobre a nossa evolução durante o Período Terrestre.
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que nas primeiras três e meia Revoluções em que passamos em torno dos sete Globos, nós não havíamos ainda adquirido a Consciência que temos hoje. Por isso é que ignoramos como chegamos a ser o que somos hoje.
O Iniciado (um Irmão Leigo) ou uma Iniciada (uma Irmã Leiga) precisa ser esclarecido (a) pelos Hierofantes sobre o assunto durante o período de Iniciação.
No primeiro grau, ou primeira Iniciação, a consciência do Iniciado ou da Iniciada é dirigida à página da Memória da Natureza que contém os registros da primeira Revolução, na qual nós recapitulamos o desenvolvimento do Período de Saturno – a Revolução de Saturno. Aí permanece em plena posse da sua consciência diária, sabe e recorda os fatos da vida do século XX, mas está agora observando conscientemente os progressos da evolucionante hoste de Espíritos Virginais (nós!), da qual era uma unidade na denominada Revolução de Saturno. Desse modo, aprende como no Período Terrestre foram dados os primeiros passos para a meta da realização; realização essa que lhe será revelada num grau posterior.
Além dessa aprendizagem, o Iniciado ou a Iniciada a última consumação da Revolução de Saturno: a Época Polar no Globo D do Período Terrestre, que é a Terra.
E, além disso, também lhe é revelado o primeiro Estrato da Terra: o Mineral.
Note aqui que o Iniciado ou a Iniciada adquiriu o conhecimento direto sobre este assunto e mais ainda: se pôs em contato direto com as Hierarquias Criadoras em sua atividade com e sobre nós. Tornou-se assim capaz de apreciar seus esforços benéficos no Mundo e, até certo ponto, de se pôr em linha com eles, convertendo-se, de fato, num colaborador ou numa colaboradora.
E é nessa primeira Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado nas noites de Sábado no Templo da Ordem Rosacruz.
Uma observação importante a ser salientada é que o Templo da Ordem Rosacruz que fica na Região Etérica do Mundo Físico não está sob qualquer vigilância. Não há exigência de palavra-passe para quem desejar entrar. Entretanto, há um muro invisível ao redor do Templo. Impenetrável para aqueles que ainda não receberam o “Abre-te Sésamo”. Cada noite esta muralha é edificada de modo diferente. Por isso se alguém, por engano ou por esquecimento, quiser entrar no Templo quando o grau vibratório da reunião está acima de seu nível, aprenderá uma lição muito pouco agradável: é possível bater a cabeça contra uma muralha espiritual.
Quando chega o tempo de passar ao segundo grau (segunda Iniciação), é solicitado a ele ou a ela dirigir sua atenção às condições da segunda Revolução do Período Terrestre – a Revolução Solar –, conforme registradas na Memória da Natureza. Então, em plena consciência, observa os progressos alcançados nesse tempo pelos Espíritos Virginais.
Também aqui, além dessa aprendizagem, o Iniciado ou a Iniciada a última consumação da Revolução Solar: a Época Hiperbórea no Globo D do Período Terrestre, que é a Terra.
E, além disso, também lhe é revelado o segundo Estrato da Terra: o Fluídico.
E é nessa segunda Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado à meia-noite do domingo no Templo da Ordem Rosacruz.
No terceiro grau (terceira Iniciação) o Iniciado ou a Iniciada segue a evolução da terceira Revolução – a Revolução Lunar.
Também aqui, além dessa aprendizagem, o Iniciado ou a Iniciada a última consumação da Revolução Lunar: a Época Lemúrica no Globo D do Período Terrestre, que é a Terra.
E, além disso, também lhe é revelado o terceiro Estrato da Terra: o Vaporoso.
E é nessa terceira Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado à meia-noite da segunda-feira no Templo da Ordem Rosacruz.
No quarto grau (quarta Iniciação) vê os progressos feitos na metade da quarta Revolução, metade essa que acabamos de passar. Durante essa quarta Iniciação Menor, ele ou ela vê a evolução da última meia Revolução com seu correspondente período de tempo em nossa estada sobre a Terra, a primeira metade da Época Atlante, que terminou quando a atmosfera densa e nebulosa se precipitou e o Sol começou a brilhar, pela primeira vez, sobre a terra e o mar. Então terminou a noite de inconsciência, os nossos olhos se abriram por completo e pudemos dirigir a Luz da razão para o problema da conquista do Mundo Físico. Foi aí que nasceu o que dizemos que somos como o ser humano tal como hoje nos conhecemos.
E, além disso, também lhe é revelado o quarto Estrato da Terra: o Aquoso.
E é nessa quarta Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado à meia-noite da terça-feira no Templo da Ordem Rosacruz.
Tendo-se familiarizado com o caminho percorrido no passado, o quinto grau (quinta Iniciação Menor) leva o Iniciado ou a Iniciada ao final do Período Terrestre, no qual uma Humanidade gloriosa estará recolhendo os frutos deste Período, levando-os consigo, dos sete Globos sobre os quais evoluiu em cada Dia de Manifestação, ao primeiro dos cinco Globos obscuros que são a sua habitação durante as Noites Cósmicas.
E, além disso, também lhe é revelado o quinto Estrato da Terra: o Germinal.
Uma vez mostrada a finalidade da quinta Iniciação Menor, em que o Iniciado ou a Iniciada se familiariza com os meios pelos quais essa finalidade há de ser atingida durante as três e meia Revoluções restantes do Período Terrestre, os quatro graus (sexta, sétima, oitava e nona Iniciações Menores) restantes são dedicados a seu esclarecimento sobre o assunto.
E é nessa quinta Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado à meia-noite da quarta-feira no Templo da Ordem Rosacruz.
No sexto grau (sexta Iniciação), também lhe é revelado o sexto Estrato da Terra: o Ígneo.
E é nessa sexta Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado à meia-noite da quinta-feira no Templo da Ordem Rosacruz.
No sétimo grau (sétima Iniciação), também lhe é revelado o sétimo Estrato da Terra: o Refletor.
E é nessa sétima Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado à meia-noite da sexta-feira no Templo da Ordem Rosacruz.
No oitavo grau (oitava Iniciação), também lhe é revelado o oitavo Estrato da Terra: o Atômico.
E é nessa oitava Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado nas noites de Lua Nova e Lua Cheia no Templo da Ordem Rosacruz.
E, no nono grau (nona Iniciação), também lhe é revelado o nono Estrato da Terra: a Expressão Material do Espírito da Terra.
E é nessa nona Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado nas noites dos Solstícios de Dezembro e Junho no Templo da Ordem Rosacruz.
Que as Rosas floresçam em vossa Cruz
Nas épocas pré-cristãs, os mais aptos receberam grandes ensinamentos por meio das Iniciações de então. Grandes templos foram erguidos, nos quais celebravam-se os rituais Iniciáticos. As ruínas encontradas nas margens do Nilo revelam as características de um momento nesse Esquema de Evolução em que as Iniciações se processavam aqui na Região Química do Mundo Físico.
Com o advento do Cristianismo, surgiu uma nova fórmula de Iniciações. Durante os três primeiros séculos “depois de Cristo”, a Religião Cristã foi a guardiã das Iniciações ocidentais. S. Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios, diz: “Leite vos dei a beber; não vos dei alimento sólido porque ainda não o podereis suportar” (ICor 3:2). Tendo o mundo submergido cada vez mais no materialismo, tais ensinamentos foram sendo relegados ao esquecimento. Os Templos para Iniciações, porém, ainda subsistem na Região Etérica do Mundo Físico.
Cada grande Religião tem o seu Templo, sendo por ele inspirada e dirigida em seu serviço. A Bíblia indica o lugar onde se encontra o Templo Místico de nossa época, quando faz referência à Nova Jerusalém.
A quadrangular cidade de Ezequiel e a das revelações são descrições dos Templos da Nova Época, como também dos corpos sublimados das pessoas pioneiras que neles servirá.
Ezequiel viu uma cidade formada de essência sublimada dos Elementos: Fogo, Ar, Água e Terra. Essa cidade tem doze portões de entrada, sendo três de cada lado.
Cada um identifica-se com um dos Signos do Zodíaco. Conjuntamente simbolizam o Corpo-Alma, o qual nos habilitará ao encontro com Cristo nas nuvens da Cidade Santa. São as doze rosas na Cruz da Humanidade, cujo desabrochar será realidade naquele glorioso porvir.
Em redor dessa cidade não há fortificações ou armamentos, pois não existirão contendas. Será habitada por uma Humanidade renovada. A Nova Cidade será construída da essência sublimada dos quatro Elementos. Tem a mística medida de 144 côvados (1 + 4 + 4 = 9, o número da Humanidade). São doze portões guardados por doze Anjos. Nesses portões acham-se inscritos os nomes das doze “tribos de Israel”, simbolizando o elevado impulso das doze Hierarquias Criadoras.
Os doze fundamentos ou essências dessa cidade têm os nomes dos doze Apóstolos de Cristo. Simbolizam o “o ser humano integral”.
(Traduzido por F. P. Preuss da Revista Das Rosenkreuz e publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – março/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Resposta: Os Éteres, particularmente os dois inferiores (Éter Químico e Éter de Vida), são compostos de matéria física. Aparentemente seriam afetados peta destruição causada pelas bombas.
Max Heindel, referindo-se aos efeitos perigosos que os estampidos das grandes armas de fogo representam para nós, nos assevera que: “O Éter é matéria física e enquanto os que morreram por armas menores em combates de menor importância podem, algumas vezes, serem vistos perambulando, aturdidos, mas conscientes, as aterradoras detonações dos grandes canhões, tão extensamente usados, têm o efeito de transformar inteiramente os átomos etéricos prismáticos e destroçar (não esparramar) o invólucro áurico do Éter de Luz e do Éter Refletor, que são a base do sentido da percepção e da memória, respectivamente. Até que isto seja explicado dentro da sua relatividade original, o ser humano permanece aturdido, numa condição comatosa que perdura, muitas vezes, por semanas” (do livro A Teia do Destino – Os Efeitos Ocultos das Emoções – Parte III – Efeitos da guerra sobre o Corpo de Desejos – o Corpo Vital afetado pelas detonações dos grandes canhões).
É difícil determinar, exatamente, a extensão dos danos causados ao veículo etérico da Terra pelas explosões das grandes bombas. De qualquer maneira, nos sentimos suficientemente seguros para afirmar que os danos são bem consideráveis, com possibilidades mesmo de provocar fendas no envoltório etérico do nosso Planeta. Quanto tempo levaria para os átomos etéricos serem completamente destruídos ou para retomarem sua posição original, certamente não podemos afirmar. Basta dizer, apenas, que nossa Terra e seus habitantes viveriam bem melhor sem essas explosões.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz janeiro/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Vira e mexe ou nós fazemos essas perguntas para nós mesmos ou alguém vem nos perguntar: “Quem são os Irmãos Maiores? Estão sempre trabalhando nos Mundos celestiais ou vivem na Terra? Deve haver um grande número deles pela quantidade de trabalho que fazem. Qual é a melhor maneira de entrar em comunicação consciente com eles? Eles curam alguém que esteja doente?”.
Quando, há muito tempo, Deus diferenciou dentro de Si as Centelhas divinas que somos nós, conhecidos como Espíritos Virginais, todas foram criadas de maneira igual. Mas, desde o início, alguns de nós responderam mais rapidamente do que outros à influência dos Senhores da Chama, que despertaram o Espírito Divino em cada um e deram o germe de um Corpo Denso.
Desde então temos progredido. Primeiro por Involução e agora por Evolução neste Caminho, Obra e Esquema de Evolução. Mas, nem todos nós aproveitamos todas as vantagens que nos foram apresentadas. Alguns de nós ficamos tão atrasados que, no início do Período Terrestre, tivemos que ser expulsos da massa central – o atual Sol – a fim de que os outros Seres em evolução lá não se atrasassem por necessitarem daquele ambiente que, para muitos de nós, não servia. Quatro vezes isso aconteceu no nosso Sistema Solar e assim nasceram quatro Planetas, cada um deles sendo o lar de um certo número de Espíritos em evolução. Na quinta vez em que semelhante acontecimento voltou a ocorrer nós, que pertencemos à Onda de Vida humana da Terra, giramos no espaço. Pouco a pouco, a Terra foi formada, redonda e cheia de crostas. Mas, todos aqueles que deixamos na massa central estavam na posição de Irmãos Maiores para nós. Eles aproveitaram melhor a oportunidade que surgiu e não cristalizaram seus veículos como nós o fizemos. Mas, chegou um tempo em que mesmo alguns deles se revelaram demasiado densos para acompanhar as atividades dos demais.
Isso aconteceu duas vezes e assim nasceram os Planetas Vênus e Mercúrio. Os Irmãos Maiores desses Planetas visitaram a nossa Terra em vários momentos para nos ajudar, a nós, os seus irmãos mais novos. Agora que já estamos no Caminho de Evolução há algum tempo, na viagem de regresso à nossa origem, somos considerados suficientemente fortes para nos mantermos sozinhos, sem a ajuda deles. Os Espíritos mais avançados entre nós, que foram instruídos pelos que vieram de Mercúrio e Vênus, são agora os nossos orientadores. São os nossos Irmãos Maiores, seres humanos como nós, com as mesmas experiências, mas que aproveitaram todas as oportunidades de serviço amoroso, enquanto nós, por comodismo, não conseguimos acompanhá-los. Vida após vida eles voltaram à Terra e nos ensinaram, os irmãos mais novos, ignorantes e indolentes. Ajudaram e tentaram, de todas as formas que conheciam, nos ensinar como amar e despertar em nós a saudade da Casa do Pai.
Assim, continuaram a servir até se libertar da vida terrena e poder, se quisessem, permanecer nos Mundos celestiais até que nós, lentamente, atingíssemos o mesmo estado. Mas, a escolha deles foi regressar à Terra para nos ajudar. O seu amor é tão forte que não nos deixam para lutarmos sozinhos. Há muitos Espíritos assim, mas na Ordem Rosacruz há apenas doze no primeiro escalão. Desses doze, cinco nunca deixam o Templo da Ordem Rosacruz, mas os outros sete trabalham aqui na Região Química do Mundo Físico, quando necessário, guiando os assuntos de estados e países, auxiliados em seus esforços pelos Irmãos Leigos e pelas Irmãs Leigas.
Como entrar em comunicação com os Irmãos Maiores é uma pergunta frequentemente feita. Só há uma resposta: se um ser humano percorreu um determinado caminho e você deseja falar com ele, você vai em direção diferente ou segue no mesmo caminho para encontrá-lo o mais rápido possível? Devemos seguir o “caminho” através de atos de amor e esquecimento de nós próprios. Quando, mediante o Serviço prestado de modo amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao irmão ou à irmã ao seu lado, esquecendo os defeitos dele ou dela e focando na divina essência oculta nele, nela e em você, tivermos feito brilhar a nossa luz, a atenção dos Irmãos Maiores será atraída para nós e receberemos a ajuda que merecemos. Se pedirmos saúde, então poderemos recebê-la, se nos conformarmos com as Leis da Natureza. Mas, lembremo-nos sempre: Deus-Pai é o Grande Médico e a única fonte suprema de saúde.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1920 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)