Nessa época do ano, nós, Aspirantes à vida superior, voltamos nossos pensamentos ao grande Drama Cósmico que se desenrola na Terra, ano após ano.
Aprendemos, pelos iluminadores Ensinamentos dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, que o Natal constitui uma das quatro fases anuais na vida do nosso Espírito Planetário Interno (um Raio do Cristo Cósmico), sendo o Natal análogo ao nosso próprio nascimento físico.
Os místicos nascimentos e mortes do nosso Salvador são contínuas ocorrências cósmicas: um sacrifício contínuo, necessário para nossa evolução física e espiritual durante a presente fase do nosso progresso.
Assim como o lago que desagua no mar enche-se de novo quando a água evaporada retorna em forma de chuva, para fluir incessantemente rumo ao oceano, assim o Espírito do Amor nasce eternamente do Pai.
E o faz dia após dia, hora após hora, fluindo sem cessar em direção ao universo solar, com a finalidade de redimir-nos do Mundo da matéria que nos tem enredado em suas garras mortais, obstaculizando o nosso desenvolvimento para viver conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico. Onda após onda, é assim emitida do Sol a todos os Astros, ensejando um impulso rítmico às criaturas que neles evoluem.
Na Santa época do Natal, os fogos espirituais da Terra são mais brilhantes, de tal maneira que é o melhor período para absorvermos os benefícios do nosso crescimento anímico, assim como para investigar e estudar os mistérios da vida.
Portanto, “cabe-nos”, como asseverou Max Heindel, “aproveitarmos a oportunidade, de forma a utilizarmos o tempo presente com a melhor vantagem possível, paciente e persistentemente. Sabemos que essa grande onda de luz espiritual estará conosco durante as épocas vindouras. E, naturalmente, se fará mais e mais brilhante, à medida que a Terra e nós mesmos evoluirmos a graus superiores de espiritualidade.”
Possamos, todos e cada um de nós, empenharmo-nos novamente para que nossa luz ilumine a grande “Árvore Cósmica” do Natal, de modo a ser observada por todos nós, atraindo-os às verdades que sabemos de vital importância para o desenvolvimento da Humanidade.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro de 1976-Fraternidade Rosacruz-SP)
Resposta: A Lei da Analogia é válida em todo lugar. É a chave mestra para todos os mistérios, e você verá que aquilo que se aplica ao nível microcósmico (como no ser humano), se aplica também ao nível macrocósmico (como em Deus) ou ao Poder Divino. Atualmente, a Onda de Vida animal está sendo guiada por Espíritos de fora[1]. Num período posterior, os Espíritos Virginais da Onda de Vida dos animais se tornarão Espíritos internos residentes e aprenderão a guiar os veículos – os Corpos – deles sem ajuda proveniente de qualquer fonte. O mesmo aconteceu com o Planeta Terra, como é afirmado no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz e em vários outros textos da nossa Literatura Rosacruz. Até há pouco mais de 2000 anos, Jeová era responsável e guiava o Planeta Terra de fora, da mesma forma que os animais são guiados pelos Espíritos-Grupo de fora. O Planeta Terra foi mantido em sua órbita graças ao Seu poder e Jeová foi o “Deus Supremo” até aquele momento.
No entanto, após a transformação realizada no Gólgota, o Espírito de Cristo penetrou até o centro do Planeta Terra para que nos ajudar a desenvolver faculdades que estavam fora das atribuições de Jeová. Jeová nos deu as Leis que nos mantinham sob controle, mas Cristo nos deu o amor. O conjunto das Leis de Jeová é uma força restritiva aplicada de fora; o amor de Cristo é uma energia propulsora aplicada de dentro. Assim, o Cristo está agora guiando o Planeta Terra em sua órbita, a partir do interior do Planeta, e assim continuará até que tenhamos aprendido a vibrar com esse atributo, o amor, por meio do qual seremos capazes de aplicar o poder ao nosso próprio Planeta, guiando-o na órbita dele a partir de dentro.
Cristo é o mais elevado Iniciado do Período Solar e, como tal, Ele tem a Sua morada no Sol. Ele é o Sustentador e o Preservador de todo o nosso Sistema Solar. Em certo sentido, é correto dizer que Ele habita nosso Planeta Terra como um Raio, embora isso não transmita uma ideia exata do que ocorre. Talvez compreendamos melhor o assunto mediante uma ilustração. Vamos comparar o grande Espírito Solar a um refinador de metais – ou seja, uma pessoa que se dedica à técnica de refino de metais, que visa obter a maior pureza possível do metal. Ele tem em sua fornalha vários cadinhos e observando todos eles. O calor funde esses metais e lança suas impurezas para o topo de cada cadinho. O refinador, gradualmente, vai desbastando os cadinhos até que o metal esteja totalmente limpo e brilhante, a ponto de se poder ver o rosto refletido neles. Da mesma forma, podemos ver Cristo direcionar Sua atenção de um Planeta a outro e, quando Ele se volta para o nosso Planeta Terra, por exemplo, Sua imagem é refletida justamente nesse Planeta. Contudo, não é uma imagem inanimada. É um ser vivo, sensível e capaz de perceber e sentir tudo, tão cheio de vida e sentimentos que nós mesmos, em nosso atual estado mortal, habitando esses Corpos terrenos, não podemos ter sequer uma pequena ideia dessa faculdade de sentir possuída pelo Espírito Planetário da Terra.
Assim, durante um certo período, Sua energia é transmitida sobre essa imagem como um foco e, embora estando realmente no Sol, o Cristo Cósmico sente tudo o que está acontecendo no Planeta Terra, como se Ele estivesse realmente presente aqui. Essa imagem interior, que deve ser completamente compreendida, não é uma imagem no sentido comum da palavra, mas é uma contraparte, um elemento do Cristo Solar e, por meio dela, Ele conhece, sente e percebe tudo que acontece no Planeta Terra, como se Ele mesmo estivesse verdadeiramente presente. Note que já repeti isso, mas trata-se de um assunto que deve ser repetido inúmeras vezes, pois é algo que deve ser muito bem compreendido. Isto é o que realmente significa onipresença. Assim, enquanto o Cristo é o Espírito residente do Sol, Ele também é o Espírito Planetário da Terra e deve continuar a exercer essa função de auxiliar-nos — sentindo tudo, suportando tudo o que acontece ou acontecerá com Sua presença real, por nossa causa.
Vamos analisar, por um momento, aquilo que chamamos de Planeta Terra — ou seja, a sua origem. A solidificação começou no Período Solar, quando não conseguíamos vibrar na alta taxa exigida para permanecer no centro do Sol. Assim, gradualmente, nos afastamos do centro do Sol e até sermos projetados no espaço[2]. A frequência vibratória foi, gradualmente, baixando até a metade da Época Atlante e, então, o Planeta Terra se cristalizou, por assim dizer, em uma massa pétrea. Assim, nós mesmos fizemos o Planeta Terra como ele é, e se não tivéssemos recebido ajuda, não teríamos conseguido nos livrar das malhas da matéria. Jeová, de fora, procurou nos ajudar por meio das Leis. Conhecer a Lei e segui-la nos teria ajudado, desde que tivéssemos a força necessária para segui-la. Entretanto, nenhum ser humano é justificado pela Lei e por meio dela todo Espírito se torna ainda mais enredado. Portanto, era preciso dar um novo impulso que inscrevesse a Lei dentro dos nossos corações. Há uma grande diferença entre o que fazemos, porque devemos fazer, por medo de um “mestre externo” que fornece uma retribuição justa para cada ofensa, e o impulso interno que nos impele a fazer o que é certo porque é certo.
Reconhecemos o que é certo quando a Lei está inscrita em nossos corações e, então, obedecemos aos seus ditames, inquestionavelmente, ainda que isso possa fazer todo o nosso ser vibrar de dor.
Desse modo, somos coletivamente os Espíritos Planetários da Terra. Algum dia, teremos que guiar o veículo que criamos. Jeová o guiou de fora por meio de Leis. Entretanto, como isso não foi suficiente para nos levar ao ponto de individualização, em que seremos capazes de cuidar de nós mesmos, Cristo veio até nós como Salvador e está nos ajudando até chegar o momento em que teremos desenvolvido, internamente, uma natureza amorosa que seja suficiente para fazer o Planeta Terra flutuar. Logo, não houve quaisquer outros Espíritos Planetário da Terra. O Cristo está aqui apenas temporariamente para nos ajudar e, no tempo devido, será nosso privilégio receber a tarefa de conduzir o nosso Planeta Terra como queremos e devemos. O aumento da força vibratória já tornou o Planeta Terra muito menos densa, bastante mais leve e, com o passar do tempo, ele se tornará novamente etérico, como já foi. Ela deixará de estar morta no pecado. E se tornará viva no amor.
(Pergunta nº 99 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: que chamamos de Espíritos-Grupo.
[2] N.T. Já no Período Terrestre, na Época Hiperbórea.
“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco, e o que estava montado sobre ele chamava-se Fiel e Verdadeiro, e com justiça julga e peleja”.
“Os seus olhos eram chama de fogo, e na sua cabeça estavam muitos diademas; e tinha um nome escrito que ninguém sabe senão ele mesmo”.
“E vestia uma capa imersa no sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus”.
“E os exércitos que estão no céu seguiam-no sobre cavalos brancos, e vestidos de linho finíssimo, branco e puro”.
“Da sua boca saia uma espada afiada para com ela ferir as nações; e ele as regerá com uma vara de ferro, e ele é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo Poderoso”.
“Ele traz sobre a sua capa e sobre a sua coxa este nome escrito: REI DOS REIS e SENHOR DOS SENHORES” (Apo 19:11-16).
Vamos a significância esotérica de algumas palavras: o cavalo simboliza o intelecto ou a inteligência. Também é comum a associação entre as expressões “branca” com a pureza. Daí se poder relacionar o primeiro dos versículos dessa passagem da Revelação de São João com a Mente purificada e espiritualizada, alvo a ser atingido pela humanidade. A vida de pureza e de serviço amoroso aos demais, exemplificada por Cristo-Jesus, durante todo seu Ministério sobre a Terra, não somente levará o neófito a espiritualização de sua Mente, como também limpará seu sangue (o Lar do Ego) dos desejos, sentimentos e emoções inferiores e das paixões – tudo isso formamos usando material das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo –, atraindo os dois Éteres superiores do Corpo Vital (Éter Luminoso e Éter Refletor) componentes do Corpo-Alma ou Vestido Dourado Nupcial, a ser usado por todos aqueles que viverão na Nova Galileia (a Sexta Época do Período Terrestre) sob a regência do Cristo. A “Palavra de Deus” é o Segundo Aspecto da Trindade, o Amor-Sabedoria, a respeito do qual São João fala em seu Evangelho: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (Jo 1:1).
A espada, muitas vezes, é o símbolo da energia positiva, da Mente superior (ou Mente abstrata, para diferenciarmos a Mente concreta que está “contaminada” pelos desejos), levando avante o conflito entre a verdade e o erro. Esse conflito deve perdurar até que a influência separativa dos Espíritos de Raça e a Mente concreta — unida com o desejo — tenha sido suplantada pelo unificante poder do Cristo.
O Raio do Cristo Cósmico veio a Terra (no Gólgota) para se tornar o Espírito Planetário interno desse Planeta, irradiando o Seu poderoso Amor, Sua poderosa Luz e Vida para nos auxiliar, em trabalho de redenção de nossas transgressões passadas e presentes das Leis de Deus. Quando tenhamos evoluído a ponto dos nossos Corpos-Almas estarem suficientemente fortes para manter flutuando a Terra em sua órbita — Serviço esse atualmente realizado pelo Cristo — Ele retornará, no Corpo Vital de Jesus, o qual está sendo preservado cuidadosamente em um sarcófago de cristal no centro da Terra, por alguns Irmãos Maiores. Então, Ele reinará entre nós, que formaremos uma Humanidade purificada e regenerada.
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que a Segunda Vinda de Cristo não ocorrerá provavelmente antes de que o Sol, por Precessão, entre no Signo de Capricórnio. É evidente que a nossa atual condição está longe ainda daquele estado espiritual necessário para a próxima vinda do Cristo. Contudo, como os Raios Crísticos se tornam mais e mais poderosos, ano após ano, e recebemos a vibração do humanitário Signo de Aquário, indubitavelmente faremos maior e mais rápido progresso desenvolvendo nossos Corpos-Almas a fim de que possamos “encontrar Cristo no ar e estar com Ele para todo o sempre.” (ITes 4:17).
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/72 – Fraternidade Rosacruz SP)
Durante as Eras passadas, várias Religiões foram fornecidas à humanidade pelas Hierarquias Criadoras, encarregadas pela nossa evolução – um ensinamento exotérico para a humanidade em geral e um ensinamento esotérico para os pioneiros.
Um pouco mais de dois mil anos atrás, a maioria da humanidade já tinha atingido um ponto alto de cristalização que necessitava de ajuda para seguir adiante. O Cristo, um Raio do Cristo Cósmico, veio e fez o sacrifício supremo tornando-se o Espírito Planetário residente da Terra; desse modo, foi possível termos acesso ao material mais puro para nossos Corpos atuais.
Podemos ler nos nossos ensinamentos que: “Engano e ilusão não podem perdurar eternamente”[1], e por isso, o Redentor veio para limpar e purificar o sangue cheio de paixão, para pregar a verdade que nos deve libertar desse corpo de morte, para inaugurar a Imaculada Concepção, segundo as linhas indicadas, superficialmente, pela ciência das eugenias para profetizar uma Nova Era, um novo Céu e uma nova Terra da qual Ele, a verdadeira Luz, será o Gênio; uma Era em que habitará a “plena realização dos anseios da humanidade onde florescerão a virtude e o amor”[2].
Antes de Sua vinda, eram poucos os eleitos que tinham permissão para entrar no Templo, mas após a Sua vinda o véu do Templo foi rasgado para “quem quisesse” entrar; ou seja, para aqueles que também estavam dispostos a pagar o preço vivendo uma vida de abnegação ou serviço amoroso e desinteressado aos demais.
Em 1313, um grande Mestre Espiritual, a quem chamamos de Cristão Rosacruz,[3] fundou a Ordem Rosacruz – uma ordem cujo propósito era neutralizar as tendências materialistas tão desenfreadas. Os membros da Ordem trabalharam secretamente para ajudar a humanidade.
Na primeira década do século XX finalmente chegou o momento de divulgar publicamente os ensinamentos da Ordem. Max Heindel, nosso amado líder, foi escolhido para ser o mensageiro dos Irmãos Maiores e recebeu as informações contidas no “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Esse livro contém ensinamentos lógicos e racionais que fornecem respostas adequadas aos questionamentos do intelecto, para que a vida religiosa seja vivida; um ensinamento, que, se vivido, torna possível se ter uma Mente pura, um Coração nobre e um Corpo são; um ensinamento que é o caminho da realização espiritual para a Nova Era[4] ou a Nova Dispensação vindoura.
É de nossa responsabilidade para com aqueles que receberam esse Ensinamento filosófico, bem como nosso privilégio, ajudar nosso irmão e nossa irmã a se desvencilhar da matéria, ensinando-lhes os verdadeiros princípios sobre os quais se baseiam nossas vidas. Todos aqueles que se empenham na aplicação desses princípios podem viver de modo que sua vida se torne cada vez mais prazerosa e ajude a tornar a Religião Cristã um fator vivo no mundo.
Max Heindel nos conta que qualquer movimento que precise ser preservado, necessita, antes de tudo, possuir três qualidades divinas: sabedoria, beleza e força. A Ciência, a Arte e a Religião possuem, cada uma, um desses atributos até certa medida. O propósito da Fraternidade Rosacruz é uni-las e harmonizá-las entre si, ensinando uma Religião que seja científica e artística e, assim, reunir todas as igrejas em uma grande Fraternidade Cristã. Nosso livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” explica que o propósito da Fraternidade Rosacruz é fornecer uma explanação dos problemas da vida que satisfaça tanto a Mente como o Coração. A Fraternidade Rosacruz trabalha sob o comando de Cristo para “pregar o evangelho e curar os enfermos”. Pregar o evangelho não apenas com palavras, mas pelo que emanamos de todos os nossos atos e pensamentos.
No livro “Ensinamentos de um Iniciado” lemos: “Para cumprir o segundo mandamento de Cristo, ‘Pregar o Evangelho’ (da próxima Era) é tão necessário quanto ‘Curar os Enfermos’. O sistema de cura desenvolvido pelos Irmãos Maiores combina as melhores técnicas e métodos praticados por diversas escolas atuais. Conta com um método de diagnose e tratamento tão exato quanto simples”. Os Irmãos Maiores chegaram à conclusão de que “Orgulho intelectual, intolerância e impaciência diante das limitações e restrições”[5], seriam os pecados que assediam nossos dias e, com isso, formularam a Filosofia Rosacruz de modo que satisfaça ao Coração ao mesmo tempo que apela ao intelecto e ensina o ser humano a escapar da restrição dominando a si mesmo.
“Recebemos milhares de cartas de apreço de diferentes cantos do mundo, das altas esferas às camadas mais baixas. Atestam o desejo ardente da alma e a satisfação proporcionada pelos ensinamentos.
Mas, à medida que o tempo passa, daqui a cinquenta anos, talvez um século ou dois, quando as descobertas científicas confirmarem muitas das afirmações contidas no ‘Conceito Rosacruz do Cosmos’,quando a inteligência da maioria se tornar ainda mais aberta, os Ensinamentos Rosacruzes darão satisfação espiritual a milhões de espíritos que buscam esclarecimento.”[6]
Max Heindel nos conta que recebeu ajuda de um Irmão Maior para entrar em contato com a quarta Região do Pensamento Concreto do Mundo do Pensamento e ali receber os ensinamentos e a compreensão daquilo que é contemplado como o mais elevado ideal e a mais elevada missão da Fraternidade Rosacruz. Ele afirma: “Pude ver nossa Sede e uma multidão de pessoas vindas de todas as partes do mundo para receber seus ensinamentos. Pessoas também de lá saiam para levar lenitivo aos aflitos próximos e distantes.”[7]
Quando recordamos que Augusta Foss Heindel tantas vezes nos falou em suas palestras sobre os dias de pioneirismo – como, em 1911, quando chegaram a Mount Ecclesia, um campo de feijão estéril, com pouquíssimos recursos financeiros, porém, com os corações fortes em um mundo de fé e coragem e cheio de entusiasmo pelo trabalho que eles estavam prestes a começar – e então, olhamos ao nosso redor hoje, e vemos uma verdadeira cidade, mesmo que pequena, com suas estradas pavimentadas, árvores e folhagem, com seu Templo de Cura, o magnífico prédio do Departamento de Cura e o maravilhoso Sanitarium[8] de Mount Ecclesia; tudo isso e muito mais; uma instituição da qual o sul da Califórnia pode se orgulhar, construída com as ofertas de amor de milhares de Estudantes Rosacruzes fiéis e pela comercialização dos nossos livros. Quando lembramos que tudo isso foi realizado num prazo inferior a trinta anos, então, fica fácil visualizarmos o que esperar para os anos futuros. Nossos belos Ensinamentos Rosacruzes estão se espalhando rapidamente pelo Planeta; nosso trabalho está crescendo a passos largos, à medida que avançamos em aspiração harmoniosa em direção à meta que nosso líder estabeleceu para nós. Quando, por meio de nosso objetivo, nossas aspirações, nosso amor pela humanidade (pois o amor à humanidade gera amor a Deus) – quando nosso amor tiver se tornado elevado, puro e sagrado o suficiente, então proporcionaremos o nascimento da mais pura luz, a luz branca, de nosso Templo de Cura Etérico, interpenetrando a estrutura física, que se tornará um fogo branco resplandecente, com suas pontas, como asas, alcançando o Mundo celestial, formando um cálice ou matriz que conterá e trará à Terra o Solvente Universal ou a Panaceia para toda a aflição mundana. Então, a visão de Max Heindel será cumprida e “uma multidão de pessoas virá de todas as partes da terra… saindo dali para levar bálsamo para os aflitos próximos e distantes”.
Então, sempre que nos reunimos para estudar, para decidir, para oficiar rituais ou, somente, para batermos um bom papo, o façamos para estabelecer um vínculo mais forte de companheirismo entre os Estudantes Rosacruzes, para que possamos trabalhar em cooperação, pois nosso próximo passo é o trabalho em grupo em ambos os planos. Não é fácil para nós, quando temos tantos intelectuais entre nós, descobrir como fazer isso. Os diamantes são polidos por fricção e nós ainda somos diamantes brutos. Aprenderemos isso, gradualmente, friccionando uns nos outros – teríamos pouca experiência se estivéssemos sozinhos no Planeta. Dessa maneira, vemos as falhas um no outro, somos antipáticos e criticamos de maneira negativa, causando ressentimento e tristeza um ao outro, até que, finalmente, chegamos à conclusão de que os defeitos e falhas vistos em nosso irmão ou em nossa irmã, eram as nossas e nosso irmão ou a nossa irmã apenas serviram como um espelho para refletir os nossos defeitos e falhas. Somente quando chegarmos a essa percepção é que podemos ver o verdadeiro “eu” do outro e de “nós” mesmos, e seguir em frente na nossa unificação. Por fim, nós nos reunimos para aprender a cooperar, a descobrir maneiras e meios de divulgar amplamente essas verdades; ter uma visão maior do nosso trabalho no mundo; para nos aproximarmos mais das forças espirituais que atuam para elevar a humanidade; inspirar em todos um maior desejo e aspiração de estabelecer a Fraternidade Universal no mundo.
(Publicado pela Revista: Rays from the Rose Cross – novembro/1940 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
[2] N.T.: do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
[3] Christian Rosenkreuz
[5] N.T.: do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
[6] N.T.: do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
[7] N.T.: do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
[8] N.T.: um hospital focado na cura definitiva das doenças e enfermidades
Já está marcado nos céus o início de uma ação predecessora, isto é, que precede a um grande acontecimento. A 21 de setembro iniciou-se, mais uma vez, a descida de um Raio do Cristo Cósmico, e no dizer de nosso irmão Max Heindel, “um cântico harmonioso, rítmico e vibratório”, maravilhosamente descrito na lenda do Nascimento Místico, como um “hosana” cantado por um coro angelical, enche a atmosfera planetária e opera sobre todos nós como um impulso à aspiração espiritual.
Pelo Natal o Cristo nascera, mais uma vez, no centro da Terra, para vivificá-la e para, de novo, dar Sua vida a todos os Reinos da Natureza que evoluem nesse Planeta. Já o trabalho maior que tem um paralelo: o trabalho menor. A uma ação macrocósmica corresponde uma ação microscópica. Há uma disposição de forças em cada criatura – em cada microcosmo – o que tende a levá-la, por esta época, a consciência de seu Cristo interno. Toda a vida se predispõe a esse grande acontecimento, tanto no maior como no menor…
Tudo se adapta ao desígnio maior. Toda a natureza se rende, toda a vida instintiva cede passo à ação hierárquica dos valores mais elevados. A ação adaptativa se mostra em toda a sua plenitude e a razão está, então, como nosso irmão Max Heindel quando diz que: “a adaptabilidade é a chave do progresso e da evolução”.
Todos os anos há uma tentativa, uma ação de ordem espiritual no sentido de tornar a matéria física mais sensível aos impactos do Espírito. Está, portanto, em ação, tal como nos anos anteriores, um processo mais direto de sutilização da matéria por força desse “cântico harmonioso, rítmico e vibratório” que teve início a 21 de setembro.
O trabalho de Cristo começou novamente. Novas condições de vida, embora imperceptíveis para a maioria, surgirão a contar desse dia, em relação aos anos anteriores.
O processo alquímico no Cosmo se desenvolve sem interrupção através da adaptação integral da Natureza à Ação Crística. No microcosmo, a ação do Cristo interno deveria ser paralela à do Cristo Cósmico, mas não o é. As razões de ordem pessoais tolhem essa ação e a adaptação, quando há, se processa intermitentemente. O ser humano sofre, principalmente por falta de visão, por não poder ou querer dilatar seu horizonte.
Porém, a criatura nunca está desamparada. Existe sempre um auxiliar de Cristo junto a cada ser e, entre esses Auxiliares estão os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, fornecendo os meios necessários para a criatura adaptar-se à Ação Crística.
Dizem eles: “Se aspiramos conhecer a Deus e obter a Sabedoria Divina, devemos estudar a atividade do Divino Princípio em nossos corações. Devemos escutar-lhe a voz com o ouvido da inteligência e ler-lhe as palavras com a luz do divino amor, porque o único Deus que o ser humano pode conhecer é o seu próprio Deus pessoal, Uno com o Deus do Universo” (Livro: Cartas Rosacruzes). Este é o símbolo proposto por Cristo quando disse: “ninguém pode conhecer o Pai senão por mim”, isto é, pelo princípio Crístico microcósmico interno.
Tomás de Kempes diz no Livro “Imitação de Cristo”: “Filho, eu devo ser o teu supremo e último fim, se desejas ser verdadeiramente feliz. Esta intenção purificará teu coração, tantas vezes apegado desregradamente a ti mesmo e as criaturas. Porque se em alguma coisa te buscas a ti mesmo, logo desfaleces e afrouxas. Refere, pois, tudo a mim, principalmente porque eu sou quem te deu tudo. Considera todos os bens como dimanados do Sumo Bem e, por isso refere tudo a mim como sua origem”.
A “Luz do Mundo” diz: “Procura primeiro o Reino de Deus… o Reino de Deus está dentro de ti”.
Cristo e Seus Auxiliares aí estão levando a criatura pela procura de um valor interior, à condição real de Filho de Deus.
Eis porque atualmente se faz ouvir “um cântico como um hosana entoado por um coro angelical, enchendo a atmosfera planetária, impulsionando-nos a aspiração espiritual”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1964 – Fraternidade Rosacruz – SP)
A Substituição dos Festivais que celebravam o Sol pela Celebração do Natal
Aos Cristãos comuns o festival natalino vem a ser a celebração da maior oferenda de Deus ao ser humano: a vinda de um Redentor, uma época de grande júbilo, de felicidade e boa vontade transbordantes. Realmente, o mês de dezembro é a época mais apropriada para a celebração da vinda do Salvador.
Do mesmo modo com que o Solstício de Dezembro assinala o término do movimento descendente do Sol, salvando-nos assim de virmos a perecer de frio e fome, especialmente no hemisfério norte deste Planeta, assim também, quando Cristo veio, Ele deteve o movimento descendente da humanidade e nos fez voltar à direção certa. Destarte, foi bastante apropriado que os antigos festivais solares, que celebravam o nascimento do Sol do novo ano, fossem substituídos pelo Natal.
Há também o retorno anual do Cristo, nesse período do ano, que não deve ser confundido com o Seu retorno, como prometera, no Corpo Vital de Jesus.
No momento da Crucificação, o Raio do Cristo Cósmico, que utilizava o corpo de Jesus, sobrepairou o Planeta Terra e nele adentrou. A cada ano, no Equinócio de Março, Ele recomeça o Seu retorno para os Mundos superiores e então celebramos a Páscoa. Inicia uma nova estação com o Sol nos céus do norte, misticamente chamado de “Polo Norte”, e retorna trazendo outro ano de suprimento do espiritualmente chamado Seu “sangue”, que, conforme lemos no Evangelho segundo São João 6:53, recebemos junto à nossa comida diária para limpeza de todo pecado, nutrindo o Cristo desperto, parcialmente desperto ou ainda adormecido dentro de nós (Cl 1:27). Isso começa a ser derramado sobre a Terra no Equinócio de Setembro, atinge a sua intensidade máxima na estação do Natal e cessa quando Ele retorna aos Mundos superiores, na Páscoa.
Naturalmente, quando isso está no auge, os impulsos da alegria, do altruísmo e da boa vontade Crísticos são mais sentidos pelo ser humano. A isso se chama de espírito do Natal, sendo sua influência sentida por todos, em maior ou menor grau. É simbolizado por um ser humano idoso, de longa barba branca, com um corpo rotundo e natureza maravilhosamente benigna, alegre e generosa. Ele passou o verão no “Polo Norte” e traz aos “filhos dos homens” os presentes que esteve fazendo. São Nicolau ou Papai Noel não é, realmente, um mito ou fábula, mas, sim, um símbolo do grande fato que é o retorno anual do Cristo.
Um dos presentes trazidos por São Nicolau, sobre o qual são pendurados os outros, é a árvore de Natal. O mais significativo a respeito da árvore de Natal é que ela é, ou deveria ser, um pinheiro. As árvores comuns, que perdem suas folhas no outono e apresentam novas na primavera, simbolizam os ciclos periódicos de morte e ressurreição do corpo por meio do renascimento; o pinheiro, porém, simboliza a vida eterna, a contínua consciência de que o Cristo veio para Se oferecer a nós.
A maioria de nós não receberá essa vida eterna, a não ser algum tempo após a Segunda Vinda de Cristo. A Bíblia (ICo 15:26) diz que o último inimigo que deve ser destruído é a morte. De fato, não mais existindo morte não haverá necessidade de renascimento.
O lenho dos pinheiros é comumente menos denso do que a madeira das árvores que deixam cair suas folhas. Isso está em acordo com o ensinamento de que nossos novos corpos serão menos densos do que os atuais, de carne e sangue, que não podem herdar o Reino. Também a árvore de Natal tem as suas próprias luzes, proféticas de nossa futura e íntima ligação com a fonte de toda luz, de forma tal que os ensinamentos profanos serão quase, ou totalmente, desnecessários.
A história do “nascimento virginal”, na Bíblia, é um pormenorizado relato alegórico do que realmente sucederá a cada um de nós, quando tivermos “nascido novamente”, como Cristo explicou a Nicodemos, no Evangelho segundo São João 3:3-8. Teremos então a mesma espécie de “chaves” que foram oferecidas a São Pedro e seremos capazes de ver os Mundos superiores, chamados de Reino de Deus, e entrar neles, à semelhança do vento, em nossos novos corpos, “como fantasmas” chamados “corpos anímicos” ou “manto de bodas” – o Corpo-Alma – enquanto os Corpos Densos estão adormecidos durante a noite ou em outros momentos.
Alguns pais tentam fazer com que seus filhos creiam literalmente em São Nicolau e, quando estes começam a pensar de outra maneira, a fé em seus pais é fortemente abalada. Alguns líderes religiosos nos fizeram crer em um literal nascimento virginal, tais como as afirmações de Buda, Tamuz e outros, assim chamados, líderes. Isso faz com que muitos percam a confiança nas igrejas.
Outro ângulo da história do Natal, que se relaciona ao “nascer novamente”, é a estrela. São Mateus nos diz que ela foi vista por “homens sábios”, mas não disse que foi vista por alguém mais. São Lucas não se refere a isso, absolutamente. Os “homens sábios” de hoje ainda seguem essa mesma estrela, a fim de que possam ser conduzidos até o nascimento de seus próprios “Cristos internos”. Esse constrói para si, dentro do Corpo Denso e nele interpenetrando, o novo e etérico “corpo anímico”, o Corpo-Alma. Antes do seu “nascimento” ou formação, que é consumado sob a orientação e o controle dos “Irmãos Maiores”, está ligado ao Corpo Denso em sete pontos, cinco dos quais — a fronte, as palmas de ambas as mãos e as plantas de ambos os pés — configuram uma estrela.
Uma vez que, simbolicamente falando, o véu do templo foi rasgado em dois, todos podem aspirar agora ao “novo nascimento”, que São Paulo chama de “o elevado chamado de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:14).
Do mesmo modo que o Sol do ano novo leva algum tempo para banir o frio do inverno, assim também é necessário certo tempo para que o Cristo limpe as condições maléficas acumuladas em épocas anteriores a Ele. Quando consideramos que 1.900 anos correspondem a menos de um mês em um ano sideral, que tem aproximadamente 25.000 anos, e comparamos as condições não tão boas da atualidade com as muito piores de 2.000 anos atrás, sentimos que houve muito progresso. E o índice de melhora aumentará do mesmo modo que o grau de aquecimento aumenta à medida que realmente chegamos à primavera.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1972)