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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Regime Vegetariano desde o século XIX e desde lá os resultados

Nossa vida aqui é de curta duração (quiçá 70, 80 anos contra, em torno, de 1000 anos de vida celeste!). Deveríamos  perguntar-nos: Que uso posso fazer de minhas forças para delas tirar o melhor partido possível enquanto estou peregrinando nessa vida terrestre? Como posso contribuir mais para a glória de Deus e o bem-estar dos meus semelhantes aqui e agora? Pois é isso somente que dá valor à vida aqui!

Nosso desenvolvimento físico depende da nutrição de nosso organismo – do nosso Corpo Denso –, consequentemente, de nossa alimentação. É de admirar que muitos de nós, possuidor de poderosa inteligência, menosprezemos a influência da alimentação sobre a preservação da nossa própria saúde. Não temos o direito de prejudicar nenhuma das funções do nosso Corpo Denso, seja ela qual for. Se o fizermos, sofremos seguramente as consequências, pois a Lei de Causa e Efeito é inexorável, pois é uma das Leis de Deus.

Está nas mãos de cada um de nós ser o que devemos ser. As bênçãos da vida presente e as da vida futura nos são sempre acessíveis. Uma Personalidade de elite ou uma vida infeliz dependem do nosso procedimento. A alimentação tem influência decisiva na nossa formação física, emocional e mental.

Apesar de todas as evidências dessa verdade, muitos de nós comem e bebem desordenadamente, sem se preocupar com as consequências decorrentes da escolha dos alimentos. Como efeito disso, como consequência disso, os desejos, as emoções e os sentimentos inferiores (que é o que conseguimos coletar das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo e expressar por meio do nosso Corpo de Desejos) dominam e as inclinações para a autodestruição destroem tais irmãos e irmãs.

Se caprichamos na escolha dos nossos alimentos (se precisar, gastando até mais do que roupas, divertimento, automóveis e outros bens materiais), temos como efeito disso, como consequência disso, os desejos, as emoções e os sentimentos superiores (que é o que conseguimos coletar das três Regiões superiores do Mundo do Desejo e expressar por meio do nosso Corpo de Desejos), o que se traduz em ideais nobres e elevadas aspirações. Como aprendemos quando nos dedicamos a assimilar os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, aqueles irmãos e aquelas irmãs que fazem uso de alimentos animais (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins) nem sempre têm lúcido o cérebro nem bem ativa a inteligência, porque o uso da carne animal tende a tornar impuros os tecidos, em detrimento das faculdades intelectuais, predispondo, igualmente, para as doenças e enfermidades (muitas delas a própria Ciência material já chegou a essa conclusão, comprovando com testes e mais testes). A carne animal não é indispensável para a manutenção da força e saúde, como muitos ainda advogam. Um exemplo disso nos vem dos cocheiros noruegueses, que não conhecem o uso da carne animal, acompanham seus carros que transportam turistas, por estes guiados, correndo três ou quatro léguas ao lado deles.

Desde o século XIX, o vegetarismo vem sendo considerado, pelos investigadores insuspeitos e imparciais, como regime capaz de proporcionar saúde e força física, bem como acuidade mental e firmeza de caráter.

Apesar de que muitas pessoas praticavam o regime, foi Jean-Antoine Gleizes (1773-1843, um escritor francês e defensor do vegetarianismo, extremamente popular e influente na sua época, com estudos e argumentos muito interessantes no seu livro: Thalysie: ou La Nouvelle Existence, em 1840) o grande apóstolo do vegetarianismo daquele século. Estudando o assunto, do ponto de vista fisiológico e científico, em seu livro Thalysie, assentou as bases do vegetarianismo. Sob sua inspiração formaram-se sociedades vegetarianas na Inglaterra, onde os adeptos do novo regime se tornaram numerosos; editaram-se revistas, fizeram-se conferências e usaram-se outros meios de divulgação, tendo o Governo inglês publicado um livro de cozinha vegetariana, com o objetivo de proporcionar à população uma alimentação mais saudável e mais barata. O proselitismo alcançou a indústria. M. Hills, dirigente de vastas oficinas de construções navais em Blackwall, fundou a London Vegetariana Association. A grande maioria do pessoal dessas usinas, tanto operários como intelectuais, seguiram o regime vegetariano, abandonaram o uso do vinho, da cerveja, dos aperitivos, do uísque e afins, com grande aproveitamento para a saúde e a eficiência.

Hill montou uma fazenda com o objetivo de dar trabalho aos desempregados, em Wickford Essex, a cerca de vinte e cinco quilômetros de Londres. Muitos pobres aí chegaram em estado de grande miséria. Depois de três ou quatro dias, dormindo na fazenda e nutridos sob regime vegetariano, passaram a ganhar bom salário.

Em relatório ao Congresso Vegetariano, o secretário da Sociedade concluiu, nos seguintes termos: “Temos, portanto, em nossas fileiras, operários praticando os mais rudes trabalhos de forja, laminação, altos fornos, funcionários de escritório, homens velhos e enfraquecidos por privações que, graças ao nosso regime, chegam a recuperar sua atividade e a ganhar a vida facilmente no trabalho da fazenda e das oficinas”.

Muitas sociedades vegetarianas se fundaram em várias cidades inglesas. Um restaurante vegetariano fornecia uma refeição por preço duas e meia vezes menor que o preço de uma refeição que contivesse carne animal.

Logo, na Alemanha, surgiram sociedades para o estudo e divulgação do vegetarismo. Entre elas se destaca a Deutscher Vegetarier Band que afinal se tornou “pangermânica” e publicou um jornal — o Vegetarische Warte.

Na Áustria e na Hungria os restaurantes vegetarianos tiveram grande popularidade.

Nos Estados Unidos o vegetarismo se instalou, independentemente da influência de Jean-Antoine Gleizes.

Os adeptos do regime que preconizava o uso do pão integral e arroz integral foram denominados de “papa-farelo”, e ridicularizados. A Ciência, pouco tempo depois, sancionou a prática. Hoje, há em todo o mundo centenas de fábricas de alimentos não refinados, de base vegetarista, que proporcionam nutrimento saudável. Em todo o mundo milhões de pessoas doentes se recuperam com o uso da dieta vegetariana bem orientada. Com base na mesma orientação, há, no Brasil, hospitais, clínicas e sociedades que difundem esses conhecimentos e os praticam, visando ao aperfeiçoamento da Humanidade, tanto do ponto de vista pessoal como coletivo, buscando contribuir para a glória de Deus e o bem-estar de seus semelhantes.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1967-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Possibilidades do Astrodiagnóstico

Dá-se o nome de Astrodiagnóstico a ciência e arte de obter conhecimentos a respeito das doenças e enfermidades e suas causas, bem como os meios de evitá-las ou curá-las pelas indicações astrológicas. Aliás, o tratamento das doenças e enfermidades é o melhor dos empregos que se pode dar à Astrologia Rosacruz.

Quando alguém se vê acometido de alguma doença ou enfermidade, as crises podem ser previstas no horóscopo, e por seu intermédio é possível acompanhar sua marcha, de maneira que os momentos propícios à cura sejam aproveitados. Assim, o tratamento se revestirá de maior eficácia. E, se não se puder fazer muitos progressos, devido às condições astrais adversas, pelo menos há possibilidade de se prever as modificações.

O Astrodiagnóstico, pelo seu caráter abrangente e profundo, pode ser denominado de “a ciência de prevenir as doenças ou enfermidades, pois é possível fazê-lo”.

O método tradicional de diagnosticar pelos sintomas não oferece muita segurança. Hoje se acrescentaram os exames por meio de muitas máquinas, o diagnóstico pela íris, as análises de sangue e urina e muitos outros. O mais prático, entretanto, é detectar as tendências e os estágios latentes para evitar a manifestação da doença ou enfermidade.

As doenças latentes estão indicadas pelas configurações adversas no horóscopo. Se os pais conhecem Astrologia Rosacruz a respeito das tendências de seus filhos, então poderão ajudá-los de modo a evitar que as doenças ou enfermidades se manifestem.

Todavia, se as mesmas tendências a transgredir as Leis Naturais (as Leis de Deus) remanescem nesta existência, constituirão os pontos débeis a merecer uma atenção toda especial. Primeiramente surgem os sintomas, como indícios de que a doença ou enfermidade se encontra em vias de se materializar (tronar-se uma doença ativa), pois se expressa, inicialmente, no Corpo Vital. Quando se provocam os Aspectos adversos (Quadratura, Oposição e algumas Conjunções) e a doença ou enfermidade aparece, as posições progredidas dos Astros ensejam o estabelecimento de um quadro completo do caso.

Num horóscopo, a natureza física é indicada pelo Ascendente, pela posição e Aspectos do governante e suas configurações. A análise da Sexta Casa é muito importante, pois ela rege a saúde, as doenças e enfermidades. Uma visão mais profunda dessas facetas do tema astrológico nos facilita compreender melhor a natureza da doença ou enfermidade, e o modo de removê-la ou contemporizá-la em estado latente. Devemos, também, atentar para o papel que o irmão ou a irmã doente ou enfermo (a) deve desempenhar, colaborando no trabalho de Cura Rosacruz ou de prevenção. Aí entra sua disposição física e tendências morais, marcadas pela posição do Sol e outros pontos do horóscopo. Se o irmão ou a irmã doente ou enfermo não quiser fazê-lo, não há como curá-lo (a), pois o livre arbítrio deve ser sempre respeitado.

O Astrólogo Rosacruz, quando levanta um horóscopo com o objetivo de curar a doença ou a enfermidade de um irmão ou de uma irmã, ele procura fazê-lo como oportunidade de esclarecer e ajudar o doente ou enfermo (a), levando em conta a mensagem global do horóscopo.

Na literatura Rosacruz, encontramos duas obras de suma importância como excelentes fontes de conhecimentos sobre este assunto: Rosacruz encontra duas obras de suma importância como excelentes fontes de conhecimentos sobre este assunto: Astro-diagnose: Um Guia para a Cura Definitiva – Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz e A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz. Essas obras, somadas à dedicação do Estudante Rosacruz em fazer os Cursos de Astrologia Rosacruz (quando, então, potencializam o uso do conhecimento dessas obras) o a ajudarão a torná-lo um Auxiliar Visível Consciente dos mais eficazes e dar um imenso passo ao objetivo de se tornar um Auxiliar Invisível Consciente.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – janeiro/1982 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Maternidade

Apesar das tentativas em menosprezar a maternidade é caracterizada como algo enfadonho; essa quando analisada sob a luz dos Ensinamentos Rosacruzes é um dos atos mais nobres a que uma mulher pode aspirar além de ser um dos mais importantes a que possa se submeter.

As responsabilidades e os privilégios da maternidade, se encarada com reverência e seriedade, pode ser uma das experiências mais gratificantes no plano físico, além de proporcionar grande crescimento anímico, crescimento da alma da pessoa.

A mãe providencia o veículo inicial que irá ser utilizado pelo Ego que está a caminho do renascimento. Ela, mais do que qualquer outra pessoa, está em condição de determinar o ambiente no qual a criança cresce e as influências a que está sujeita durante os seus anos de desenvolvimento. Os veículos em formação da criança se desenvolverão de acordo com o tratamento e as atitudes que a mãe teve para com os seus próprios veículos físico, emocional e mental (Corpo Denso, Corpo de Desejos e Mente, respectivamente).

Sob a luz dos Ensinamentos Rosacruzes, tentativas de conceber somente deveria ser feita quando as linhas de forças astrais (Sol, Lua e Planetas) estiverem favoráveis. A energia criadora deve ser canalizada para a atividade mental.

Jamais utilizada para se obter prazer. Do ponto de vista astrológico, existem duas condições importantes a serem consideradas se desejamos que um Ego renasça sob condições harmoniosas. Em primeiro lugar os pais devem possuir afinidades, e em segundo a concepção deve ocorrer quando as forças astrais estiverem em relação harmoniosa indicada no horóscopo dos pais. Por “relação harmoniosa”, não queremos dizer presença de Trígonos, Sextis ou Conjunções benéficas, mas também equilíbrio entre as dissonâncias.

Apesar de ser verdade que a “Queda do Homem” teve como causa a má utilização do ato criador, não devemos esperar que este ato seja retificado somente pela concepção sob condições astrais favoráveis. A Humanidade tem se desenvolvido consideravelmente desde aquela época, sendo que as necessidades do ser humano moderno são maiores.

Existe uma verdade na Astrologia Rosacruz que infelizmente é ignorada por muitas pessoas: um horóscopo não pode prometer mais do que é inerente a sua natureza. Consequentemente devemos nos perguntar: qual é o valor de verificarmos condições astrais favoráveis se ao mesmo tempo não avaliamos o nosso estágio físico, mental e espiritual? Se tais atributos são pobres independente da natureza das condições astrais, os resultados não são satisfatórios. Dessa forma se desejamos conceber crianças saudáveis, não devemos atentar somente para as condições astrais, mas também nos purificarmos o melhor que pudermos. Assim, quando as condições internas indicadas pelas posições astrais sejam favoráveis, podemos esperar a concepção de Egos qualificados. Como a maior parte da Humanidade não alcançou um estágio evolutivo considerável, é óbvio que uma vida de celibato é algo difícil de se esperar. Como consequência, a maioria das crianças continua sendo concebida em momentos indevidos.

Uma vez ocorrida a concepção – deliberadamente ou não – a primeira obrigação dos pais é para com a criança. Ambos são responsáveis pelo Ego que está a caminho do renascimento. Conveniente ou não os pais devem procurar desempenhar tal tarefa da melhor maneira possível, não somente por causa do Ego que está para renascer, mas também por seus próprios futuros. A tranquilidade com a qual a gravidez é muitas vezes interrompida, por conveniência, é repreensível, e os envolvidos incorrerão em pesados débitos do destino.

A síntese da maternidade se encontra em Maria, a mãe de Jesus. No Cristianismo Popular, ela é reverenciada como uma Virgem Imaculada de pureza inviolável. O Cristianismo Esotérico também a reverencia pela sua pureza e espiritualidade, porém relata que a “concepção imaculada” se refere ao fato de que Maria e José, dois seres que possuem elevadas Iniciações, foram capazes de realizar o ato criador sem paixão, somente com o propósito de fazer com que um Ego conhecido como Jesus, renascesse na Terra. Jesus, cuja missão era desenvolver o seu Corpo Denso e seu Corpo Vital para ser usado por Cristo, foi sem dúvida o ser humano mais puro e desenvolvido espiritualmente. A mãe dele também teve que se purificar, pois somente assim seria capaz de gerar um ser tão nobre. Assim sendo, uma vida pura, vivida sob os ditames das Leis de Deus, é o melhor preparo para a maternidade. Quanto mais experiência a mãe adquire ao procurar dar o melhor tratamento possível aos seus veículos, mais capaz ela será de trabalhar com a criança. Certamente, não importa que direção a vida tenha tido nos anos anteriores à concepção; tão logo uma mulher tome consciência de que está grávida, é de sua responsabilidade se esforçar para ter bons pensamentos e praticar atos que beneficiem seu futuro filho.

Hábitos Nocivos

Estudos científicos têm revelado que os maus hábitos como fumar tabaco ou afins, tomar bebidas alcoólicas e utilizar drogas causam danos consideráveis ao feto em desenvolvimento. Felizmente a ciência material está ajudando a convencer as mulheres que desejam ser mães, a mudar seus comportamentos. Parece que o bom senso é o suficiente para mostrar que esses hábitos são perigosos tanto para o feto quanto para a mãe.

A mesma coisa vale para os alimentos que a mãe consome, particularmente no período da gestação. Uma dieta rica em nutrientes ajuda a realizar o seu trabalho de forma eficaz, além de fornecer um melhor material para a construção dos veículos do Ego que está a caminho.

Ao contrário, uma dieta pobre formada basicamente de produtos refinados, doces, carnes, embutidos e outros elementos nocivos, prejudica ambos os Egos.

Ambiente Harmonioso

Igualmente importante são os pensamentos que a mãe dirige para a criança. O tempo de retorno à Terra é, particularmente, difícil para um Ego. Ele deixa a segurança e a harmonia dos Mundos espirituais e retorna ao tumultuado e doloroso Mundo Físico. Não importa quanto ansioso esteja por vivenciar as experiências terrestres; o “se envolver na matéria” não pode ser indeciso. Qualquer ajuda que o Ego receba nesse momento, que o faça se sentir amado e desejado, será de um valor incalculável. Se ele sente que a família em que irá nascer e, particularmente, os seus pais estão preparados para recebê-lo de braços abertos, as vicissitudes da vida futura tendem a se tornar mais amenas. Talvez até, seja mais verídico para um Ego que está para renascer do que para aquele que tenha estado de algum modo preso à Terra, que a presença do amor diminua o peso do destino, enquanto a sua ausência aumenta até mesmo os aborrecimentos mais triviais. Importante, também, é a atmosfera em que a mãe se situa. Se a vida da mãe no lar é calma, se ela é rodeada de amor e carinho pelo marido, pela família e pelos conhecidos, se dá valor às questões espirituais, se aprecia a boa música, a natureza, leituras elevadas, e coisas afins, tudo isto se refletirá, não somente em seu estado mental, como também na criança que traz dentro de si. Desarmonia, amoralidade e atividades de gosto questionáveis, penetram na consciência da mãe e perturbam não só a sua serenidade, como também a da criança.

O Ego e as Leis

A Fraternidade Rosacruz evidencia que tanto a Lei de Consequência quanto a Lei de Atração determinam o lugar em que o Ego irá renascer, assim como a família e o ambiente em que irá viver.

Relacionamentos inimigos em vidas passadas perduram até o momento em que estes sejam solucionados com amor. Isso explica os antagonismos tão comuns entre membros de uma família. Às vezes há o antagonismo entre mãe e filho, desde o começo. Esse é o caso de dois Egos que estão tendo a oportunidade de reconciliarem-se. Tal situação requer sabedoria e boa vontade por parte da mãe, sentimentos que se refletem na criança que ela educa.

Por outro lado, relações harmoniosas entre membros de uma família, é o resultado da boa conduta que os envolvidos tiveram em vidas passadas. A Lei de Consequência irá determinar de que forma o Ego, que está para renascer, irá viver. A falta de cuidado que teve com os seus veículos em vidas passadas resulta em veículos fracos na atual existência. Os débitos do destino indicam que o Ego irá ser privado de algo.

As Leis de Deus não podem ser infringidas e as lições têm que ser aprendidas, muitas vezes, sem a ajuda da mãe, que se verá impossibilitada de aliviar o sofrimento que a criança tem que enfrentar.

Se, o Ego tem que passar a sua existência em um veículo debilitado, a mãe tem a prerrogativa e até mesmo o dever de lhe ensinar as regras de higiene e alimentação, que o capacitarão a utilizar, da melhor maneira possível, o veículo que possui atualmente. Os pais podem não dispor de recursos materiais suficientes para oferecer à criança, porém devem se doar, lhe transmitindo amor e confiança. Agindo dessa forma, moldarão a criança aos mais elevados padrões morais, além de fazer com que se torne um ser humano autossuficiente e confiável.

A Astrologia Rosacruz como um recurso

Uma vez que a criança nasceu, convém que a mãe verifique o horóscopo natal da criança o quanto antes. Será bom que procure adquirir conhecimentos suficientes de Astrologia Rosacruz a fim de que possa interpretar o horóscopo. Caso contrário, a interpretação do horóscopo da criança, feita por um verdadeiro Astrólogo Rosacruz qualificado, poderá ser devidamente estudada. As configurações astrais, quando a criança respira pela primeira vez, revelam as debilidades ou fortalezas com que o Ego está retornando à Terra, características que são determinadas conforme os atos praticados nas últimas existências.

Conhecendo os pontos fortes e fracos a que sua criança está sujeita, a mãe deve orientá-la devidamente nos seus primeiros anos de vida a fim de que o Ego evolua. Caso perceba que a criança é propensa à indulgência sensual, uma ênfase na moderação é fator importante. Porém se tende a ser hostil para com os demais, a mãe poderá fazer com que a criança conviva com os seus amigos, auxiliando-os quando necessário.

Se há uma inclinação para a supremacia material ou prestígio intelectual, deve-se procurar explicar à criança a sua natureza espiritual, sendo que tal entendimento é de extrema importância.

Educação

Cabe lembrar que o conhecimento adquirido pelas crianças nos planos superiores ainda está latente e que o ceticismo, cinismo e ilusão do Mundo Físico estão desconhecidos.

Uma educação baseada nos conhecimentos da Filosofia Rosacruz, que é Cristã Esotérica, será de incomensurável valor, fazendo com que as crianças se tornem adultos capazes de conduzir suas próprias vidas.

Os preceitos básicos da Filosofia Rosacruz e particularmente o conceito de Fraternidade Universal e Amor podem ser ministrados desde a mais tenra idade. Como as crianças não são críticas, mas muito imitativas, as atitudes e hábitos dos que estão próximos, em particular da mãe, exercem nelas uma influência considerável.

Assim sendo a mãe deve ser cuidadosa a respeito da sua própria expressão, mesmo quando perceba que a criança não a está observando. Não deve ter medo de expor suas experiências de vida, procurando sempre demonstrar confiança e otimismo frente a criança. Também deve se esforçar por viver uma vida de pureza, procurando transmutar os impulsos de sua natureza inferior. É óbvio que a paciência é um fator de extrema importância a cultivar, caso a mãe ainda não a tenha adotado.

Até no ambiente familiar mais afável, os problemas para manter um lar, uma família, cuidar dos filhos e demais afazeres, estressam a mulher. Porém é nessa hora, que o seu desenvolvimento e compreensão a ajudam, pois as forças superiores estão sempre prontas para auxiliar a quem pede orientação e proteção.

O desenvolvimento dos veículos

O Corpo Denso da criança se desenvolve principalmente nos primeiros sete anos de vida, sendo que nesse período a criança é muito curiosa. A mãe pode canalizar esta energia de modo que contribua para o desenvolvimento da criança, bem como para o seu futuro autocontrole e autoconfiança.

É certo que é difícil ser razoável com a criança nessa idade; caso não responda favoravelmente às sugestões de comportamento alternativo, a disciplina se faz necessária, sendo muito mais eficiente do que dizer muitos “nãos”. O tipo de disciplina que a mãe fornece para a criança, mais uma vez, demonstra o seu nível de desenvolvimento. O castigo corporal, a ira, a raiva, os gritos e coisas afins servem apenas para reprimir emoções ou reforçar o senso de superioridade sobre a criança. O efeito é totalmente negativo!

Se a disciplina se faz necessária, a negação de favores e a não concessão de privilégios, se torna mais eficiente. Tal política irá conscientizar a criança a respeito de sua conduta, com toda certeza.

Outra responsabilidade da mãe durante esse período é submeter a criança ao som e ritmo da boa música (com melodia, harmonia e ritmos elevados). Tudo o que existe no Universo é criação do Mundo Cósmico. Apesar de não podermos ouvir a música das esferas, podemos trabalhar os Corpos (Denso, Vital de Desejos) e a Mente da criança através da música terrena.

As cantigas de ninar possuem um ritmo maravilhoso. Quanto mais uma criança aprende a falar e a cantar, e quanto mais música é incorporada ao seu dia a dia, mais fortes e sadios serão os seus veículos nos anos futuros.

Crianças que possuem menos de 14 anos, ainda são uma parte de seus pais, pois na Glândula Timo está armazenada a essência do sangue dos pais, que a criança utiliza para gerar o seu próprio sangue no período da infância. A Glândula Timo é maior antes do nascimento, sendo que diminui à medida que a criança cresce.

Por volta dos 14 anos o Ego já está apto a gerar o seu próprio sangue. Aqui começa a ter identidade própria.

A Visão Etérica

É uma pena que a maioria das mães, atualmente, não possuam habilidade e nem condições de entender as brincadeiras de suas crianças com seus “amigos invisíveis”. É muito comum as crianças terem visões etéricas, verem Gnomos, Duendes, Ondinas, Fadas e Anjos e insistirem que o seu companheiro invisível a acompanhem. Elas não estão inventando estórias. “Amigos invisíveis” são entidades reais e fazem parte das brincadeiras das crianças. A mãe, que é compreensível, entende isso, mesmo não estando consciente da presença de tais entidades. A imaginação ocupa um lugar importante na vida da criança. Da imaginação surge a criatividade, e sem imaginação uma vida criativa não é possível. A mãe que permite que a criança passe horas em frente de uma televisão, de um computador, de um celular, de um jogo eletrônico, que lhe oferece uma grande quantidade de brinquedos (especialmente os que estão prontos, elétricos ou eletrônicos) sem lhe dar oportunidades de criar suas próprias brincadeiras, está fazendo com que a criança não adquira capacidade suficiente para lidar com os problemas que venham ocorrer no futuro. Mães que incentivam a criatividade em seus filhos, jamais ouvem deles frases do tipo: “estou aborrecido” ou “não tenho nada para fazer”.

A Segurança do Amor

Em tudo o que a mãe faça, o objetivo principal deve ser o amor, a compaixão e a compreensão o que, com certeza, será muito benéfico para a criança em formação. Não é fácil ser criança. As restrições a perseguem e tudo parece estar contra ela. Existem mais coisas que precisam ser disputadas e aprendidas do que aquelas que ofereçam satisfação. Logo, a certeza de que está segura no amor materno, a paciência e a compreensão tornarão o processo educativo da criança muito mais fácil, além de transmitir a autoconfiança que será de grande valor nos anos posteriores.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Vitória que vence o Mundo: a Nossa Fé!

Sabemos da luta que muitos estão sustentando para desenraizar as faltas e os maus hábitos que, estamos convencidos, prejudicam a saúde e destroem a felicidade.

Deus não nos livra da tentação porque nunca desenvolveremos força, a menos que aprendamos a usar o poder que já possuímos, e assim o aumentemos.

Se pelo menos confiássemos em nós mesmos, e se, resolutamente, nos opuséssemos ao mal, nos surpreenderíamos com os resultados.

Até poderíamos triunfar sobre qualquer circunstância adversa se nos esforçássemos em fazer hoje as coisas difíceis pela FÉ, fortalecida na oração, quando experimentaríamos uma alegria incalculável.  Mesmo as pequenas coisas que fizermos, ou qualquer ato de abnegação, nos infundiriam um gosto e um gozo na vida, antes desconhecidos. Enquanto nos esforçamos em vencer as dificuldades e em servir aos demais, a saúde melhorará notavelmente, pelo contentamento e as boas obras.

Esta é uma Lei Cósmica da vida: que a bondade e o serviço atraem para nós a saúde e a prosperidade.

O mundo é de Deus, e em conformidade com Suas Leis encontraremos paz e felicidade. Experimente!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1982-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Páscoa Interna diferente da Páscoa Externa

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que os graus Iniciáticos menores, quando alcançados por meio do Caminho Cristão Místico, não se realizam obrigatoriamente na ordem exposta pela Filosofia Rosacruz (que nos ensina como alcançar as Iniciações Menores pelo Caminho do Cristão Ocultista). Ao mesmo tempo, são experiências que devem ser vivenciadas em todos os graus, desde uma pessoa comum. De fato, o Batismo ou o despertar se efetiva grau a grau, em cada vislumbre, cada nova ideia, cada nova experiência, cada nova vivência emocional. É o nascer gradativo, que sucede ao morrer gradativo.

A Tentação se dá todos os dias. Oportunidades pequenas, mas, expressivas, de autossuperação. Verdadeiro herói não é o que realiza grandes façanhas, com desprezo à vida e temeridade. Não. Verdadeiro herói é o que vence, todos os dias, pequenas falhas, num ritmo seguro, constante, rumo à meta.

A Transfiguração, ou renovação do ser, é decorrente da transformação. A cada falha superada e nova virtude conquistada, ocorre, em grau infinitesimal, uma correspondente eterização dos Corpos Densos.

Assim também com os passos correspondentes à Última Ceia e Lavapés; ao Horto da Agonia; à Estigmata; à Crucifixão; à Ressurreição e Ascensão. A cada pequeno passo, distanciamo-nos do sentido humano e nos aproximamos do “Eu real”, para mais íntima comunhão com Ele. Com isso vamos experimentando a solidão do incompreendido; o sofrimento da Personalidade ao se desligar do sentido humano. É um “morrer todos os dias”, como disse S. Paulo, em graus correspondentes ao nosso nível de Consciência; uma lenta crucifixão, que nos permite ressurgir aos poucos, numa expansão gradual de Consciência. Espirais dentro de espirais, todos os graus Iniciáticos se realizam diariamente, nos mais variados níveis de evolução. Assim como nas matemáticas, o sentido de proporção, de quantidade, de unidade, se desenvolve desde as primeiras noções do curso fundamental na escola e se vai aprofundando gradativamente até o curso superior e além desse; assim, também com os diversos aspectos Iniciáticos: eles vão desabrochando incipientemente em graus pequeníssimos, que se ampliam na medida em que se processa a evolução, até assumirem a proporção de grandes espirais nos níveis Iniciáticos propriamente ditos.

Ora, também a escalada evolutiva, em níveis comuns, se divide em duas etapas, como nos graus das Iniciações Menores:

a) Levando-nos do estado humanamente mal ao humanamente bom;

b) e do humanamente bom à Iniciação.

A cena do calvário, vista na Memória da Natureza, apresenta muitos crucificados junto com Cristo-Jesus. Mas, a tradição Cristã representou-a, simbolicamente, com três cruzes: a de Cristo-Jesus (no meio), a do bom ladrão (à direita) e a do mau ladrão (à esquerda). Tendo em vista que a cruz representa as limitações, extraímos da cena do calvário um expressivo simbolismo: o mau ladrão representa o estado de consciência do humanamente mau, isto é, aquele que está preponderantemente sob a influência do seu “Eu inferior” e vive sob o aguilhão constante da Lei de Causa e Efeito. É uma cruz imposta, que ele carrega com revolta, porque desejaria agir impunemente, sem restrições nem dores, na satisfação de seus impulsos. Um ser nesse nível é ignorante das Leis de Deus e, por isso, peca menos – mas a Lei de Consequência tem de agir mais fortemente sobre ele, para acordá-lo pela dor e reconduzi-lo à justeza. É um pobre estado de ignorância em que o indivíduo não compreende nem aceita as circunstâncias, atribuindo todos os seus problemas aos outros. Revolta-se com os que têm mais e vivem felizes. Inveja-os. Acha que todos têm obrigação de ajudá-lo. Está sempre com a mão na posição errada, vergonhosamente estendida, a pedir, em vez de colocá-la acima do ombro, para segurar e carregar a cruz das limitações que ele mesmo formou com seus desvios às leis da natureza. Foi esse mau ladrão que xingou o Cristo, ironizando: “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós” (Lc 23:39). Para um tal estado, a finalidade do espiritualismo é a de nos isentar das dores e nos cumular de conforto. Fora disso, que utilidade teria? Por isso, rouba-se a si mesmo a graça e prolonga o calvário.

O bom ladrão é o ser humanamente bom. Ou conhece as Leis de Deus e as segue como o “moço rico” da Parábola – ou tem consciência do justo. Assume a cruz de suas limitações espontaneamente, compreendendo que ele mesmo gera seu destino e, portanto, ele mesmo pode transformá-lo gradativamente para melhor. Conquistou, por mérito, uma boa Vida, desconforto e harmonia relativos e a conserva zelosamente como um fim. Aí é que ele se rouba também: as boas coisas não representam um fim, mas um meio. “A quem mais for dado, mais lhe é exigido”. Ele tem mais Consciência e responde mais severamente perante a Consciência por se deter numa “Boa Vida” como um fim, em vez de se empenhar mais, a serviço do “Eu superior” – já que tem mais para dar. Ele deve compreender: que “nada lhe pertence”, senão que é mero canal consciente do Cristo Interno, para verter os bens do espírito ao mundo, a fim de colher os frutos d’Alma, decorrentes do serviço prestado. Reserva para si o suficiente apenas e todo o mais põe nos “negócios do Senhor, para render”. Como na Parábola dos Talentos, ninguém tem o direito de tornar deste plano físico ao espiritual, sem levar um acréscimo de capacidades. Nós, Aspirantes à vida superior, somos um “bom ladrão”. Humanamente bons, mas ladrões ainda, porque estamos roubando ao nosso “Eu Superior” a oportunidade de uma evolução maior. Não estamos fazendo tudo o que podemos. Receosos de perder o relativo conforto e a harmonia conquistados, neles nos detemos como um fim. E isso se torna, para nós, uma gaiola de ouro, uma restrição. Seja de bambu, de arame ou de ouro, é sempre gaiola, é sempre uma prisão. Vivemos melhor, mas ainda limitados no humano. É preciso dar o segundo passo: de consagração a uma vida de serviço, amoroso e altruísta. Para esses, para nós enfim, é que o Cristo dirigiu seu apelo de discipulado:

  1. “Toma a tua cruz e me segue!”
  2. “Vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres e depois volta a me seguir!”
  3. “Aquele que não deixar pai, mãe, irmãos, amigos…”

É a lição do despojamento da Personalidade; de transferência do humano ao Cristo Interno, sabendo que o “pão” só nos vem de cima, do céu do íntimo, do Divino em nós – e não dos recursos da Personalidade, de sua esperteza, de sua astúcia, de suas manobras.

É mister assumir nossas limitações e nos dispor, decidida e perseverantemente a um nível gradativamente mais alto de Consciência. Isso é tomar a cruz e se dispor à regeneração e à libertação, nas pegadas de Cristo – o “Eu Superior”. É mister renunciar ao sentido humano de posse, sabendo que tudo pertence ao Divino interno e deve ser posto a serviço da evolução e não para exaltar a Personalidade. Atribuir ao humano o que é do Divino interno é ateísmo. Se não esvaziamos a Personalidade e nem a colocamos em condições de receptividade, não podemos receber “o maná renovado” o “pão transubstancial de cada dia”, que nos impulsione à evolução. Tal um copo vazio, de boca para cima, assim devemos permanecer em relação ao Cristo Interno. Mas, para estar vazios, devemos renunciar ao velho ser, aos triunfos e fracassos de ontem, entregando diariamente ao nosso Melquisedeque os despojos de nosso diário lutar. Eis o sentido de ir vender tudo o que temos e dar aos pobres. Os pobres são nossos “Eu inferiores”, aquelas vivências a quem devemos levar o Evangelho e curar, numa regeneração constante. É mister, finalmente, transcender os laços de sangue, de família, de raça e outras limitações convencionais, para que se estabeleça a “Família Universal de Cristo”, o “único rebanho com um só Pastor”, que pressupõe uma ligação mais profunda, como ensina o Ritual do Serviço Devocional do Templo Rosacruz: “o reconhecimento da unidade fundamental de cada um de nós com todos, a Comunhão Espiritual, é a realização de Deus. Para alcançarmos essa realização, esforcemo-nos, diariamente, por esquecer os defeitos de nossos irmãos e procuremos servir à Divina Essência neles oculta, o que constitui a base da fraternidade”. Tal é o sentido de “deixar pai, mãe, irmãos…”, não como convite para negligenciarmos nossos deveres filiais e fraternos, senão como desafio para superar as conveniências, fanatismos e preferências da Personalidade.

A cruz do meio é a do Cristo – aquele nível em que trabalhamos para o levantamento da Humanidade; em que, voluntariamente ajudamos o Cristo a carregar sua pesada missão. Já não é o natural assumir de nosso destino, senão o desejo de fazer mais ainda. Para tais indivíduos, bem mais raros, há um preparo especial que lhes permita chegar e transpor os portais da Iniciação.

A Páscoa, em níveis comuns, começa no indivíduo humanamente bom.

Aprendemos, também na Fraternidade Rosacruz, que todo trabalho Iniciático começa no Corpo Vital, o veículo dos hábitos, formados pela repetição. Isso nos leva a uma meditação e oportuno esclarecimento: devemos trabalhar pelo Corpo Vital, cuja chave é a repetição, para formar hábitos. É claro, hábitos bons, como disse S. Paulo: “Examinai de tudo e escolhei o melhor”. “Tudo é lícito, mas nem tudo convém”.

O que é o melhor? O que mais nos convém? – Só o nível individual de evolução é quem pode determinar, se bem que haja determinadas coisas que são comprovadamente boas a todos, tais como os Exercícios Esotéricos Rosacruzes recomendados no livro “Conceito Rosacruz-do Cosmos”, a oficiação dos Rituais do Serviço Devocional e, principalmente, a prática de tudo que vai se aprendendo por meio do estudo constante dos Ensinamentos Rosacruzes (Filosofia, Bíblia e Astrologia).

Mas, referindo-nos especificamente às pequenas coisas da vida, o discernimento individual há que determinar o que melhor lhe convém e buscar alcançá-lo; Personalidade viciosa que procura justificar suas dificuldades, de atingir certas virtudes, dizendo: “estão acima de minhas forças… talvez mais tarde…”.

Se vencemos essas manhas, vamos aos novos e melhores hábitos e os realizamos. E depois? Ficamos neles? É o que estamos testemunhando: há muitos Estudantes Rosacruzes que se acomodaram na rotina e nela permanecem como se houvessem alcançado o “Ideal”. É como alguém que, detendo-se num degrau da escada, olha satisfeito para baixo, vê que subiu, regozija-se com sua “superioridade” e permanece ali…Não tira o pé do degrau para colocá-lo no de cima e, desse modo, jamais poderá atingir o topo.

É preciso olhar para cima e dispor-se à escalada gradativa e constante! Cada um de nós é como um parêntesis na eternidade: vencemos uma parte da jornada, estamos num determinado grau de consciência mui individual (por causa da Epigênese) e devemos saber que ainda falta muito para chegar. Se nos dispomos a continuar firmemente, nosso parêntesis se desloca, deixando anteriores estados e alcançando novos níveis. Isso acontece até mesmo na vida prática: o profissional que se acomoda e deixa de se aprimorar, de se atualizar com novos e melhores recursos, fica para trás e paga o seu desleixo. Afinal é uma verdade: “há homens ultrapassados, mas não ideias ultrapassadas”.

Há sempre algo mais a conquistar; um modo melhor de fazer as coisas. Tudo é suscetível de aprimoramento. Tudo! Mas, podemos nos acomodar e nos cristalizar, porque a Natureza não conhece paradas: ou avançamos e evoluímos, ou paramos e retrogradamos e nos cristalizamos.

A mensagem da Páscoa é esse constante morrer para o velho ser seguido de um constante nascer para a novidade de Espírito que nos acena alvissareira.

Se todo trabalho Iniciático começa pelo Corpo Vital – repitamos e adquiramos a disciplina dos Exercícios Esotéricos Rosacruzes e de uma vida mentalmente mais pura, emocionalmente mais nobre a amorosa, fisicamente mais saudável. Todavia, cuidado com a rotina! Estejamos vigilantes para que cada dia traga uma nova e melhor contribuição, pois os próprios exercícios são um desafio: eles vão desvelando maravilhas ao Estudante Rosacruz sincero que se empenha diariamente e se vão tornando cada vez mais novos e profundos, na medida da prática renovada em Epigênese.

Com essa advertência, deixemos de ser o Estudante Rosacruz de ontem e sejamos, hoje, algo melhor em tudo. Esse é o morrer gradativo e racional. Essa é a Páscoa – com seu convite de crucificar o que está ultrapassado (por mais que o apego nos dificulte e implore), ressuscitando para algo maior e ascendendo um pouco mais na evolução.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – abril/1976 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Lei de Causa e Efeito ou Lei de Consequência e a Gêmea Lei do Renascimento

Já percebeu que cada ato que você pratica, que toda emoção e pensamento emitidos repercutem construtiva ou destrutivamente em sua saúde, seu ambiente e seu destino? No universo de Deus nada é deixado para o azar. Nós, como seres em evolução, somos os causadores de todas as coisas, boas ou más, que sucedem em nossa vida. Não nos é fácil perceber nossas fraquezas, carências e sofrimentos, nem as virtudes, talentos e alegrias, mesmo sendo garantida a colheita do que plantamos, em cumprimento sempre justo às Leis de Causa e Efeito e do Renascimento. Se nossos males foram criados por si mesmos, então devem ser necessariamente curáveis por si mesmos, mediante o correto atuar, pensar e sentir, permitindo-nos viver na mais íntima harmonia com o Plano Divino e nos acercar de Deus, a Fonte de toda a Vida.

Sendo Deus justo e bom, não permite suceder-nos algo bom ou mau sem que mereçamos. Se, em Sua infinita misericórdia e sabedoria, permite nosso sofrimento — como a consequência de nossas atividades mentais, emocionais ou físicas —, é unicamente para aprendermos lições que não podemos, ou não queremos, de outra maneira. Uma das finalidades essenciais da existência é o acúmulo de experiência e, do ponto de vista cósmico, ela nos é conveniente, ainda que seja dura.

A aceitação dessas Leis não nos deveria levar a observar nossos males, nossa vida e nosso destino a partir de uma perspectiva acentuadamente fatalista. O fato de as Leis da Natureza — as Leis de Deus — serem violadas não implica a inevitabilidade do sofrimento: Cristo nos ensinou o Perdão dos Pecados, ou seja, introduziu a doutrina do Perdão dos Pecados.

Em um artigo intitulado “Podemos semear sem colher?”, Max Heindel explica essa questão da seguinte maneira:

“Todas as Leis da Natureza, inclusive a Lei de Consequência, e suas aplicações na vida humana, encontram-se sob a direção de Grandes Seres de sublime espiritualidade e sabedoria superlativa. A Lei não opera às cegas, regendo-se pelo princípio do ‘olho por olho e dente por dente’. Os Grandes Seres e Seus colaboradores administram as coisas com sabedoria muito além da compreensão da nossa Mente finita. Alguns julgam não haver meio de escapar às dívidas do passado. Mas há. Reiteradas vezes afirmamos: Deus, a Natureza ou os colaboradores da Grande Lei, nunca a empregam com todo o seu rigor. Encontramo-nos aqui, neste grande esquema da vida, resguardados por essas Leis, que foram instituídas para nos beneficiar e não para prejudicar, ainda que nos limitem de certo modo, de maneira idêntica como limitamos a liberdade concedida a nossos filhos menores visando a protegê-los contra os perigos de sua inexperiência”.

“Mediante nossas ações passadas deixamos dívidas em pendência, sujeitas ao resgate. No entanto, reconhecendo nossas falhas, procuramos escrever uma nova página de nossa vida, em harmonia com as Leis outrora infringidas. Essa transformação apaga as consequências dos erros passados e os agentes da Grande Lei, ao observarem isso, abstêm-se de nos infligir os sofrimentos dos quais nos fizemos merecedores. Aí está a diferença entre os pontos de vista espiritual e fatalista. A mão de Deus, por intermédio de Seus agentes, encontra-se em toda parte, desde os acontecimentos mais importantes, como a passagem de um Planeta por sua órbita, até o mais simples como a queda de uma folha. Tudo está sob Seu cuidado amoroso e, por conseguinte, o que nos sucede harmoniza-se com o Grande Plano Divino. E tal Plano certamente não pode ser fatalista”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1975-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Dois Caminhos: a porta estreita e a porta larga – o que você escolhe?

“Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à Vida. E poucos são os que o encontram.” (Mt 7:13-14).

Para o leitor profano, estas palavras de Cristo-Jesus parecerão detestáveis e seu aspecto apavorante foi usado livremente por muitos padres e pastores de igrejas que pregam o Cristianismo popular, que continuam atuando sob o impulso do regime jeovístico do medo, com a intenção de amedrontar as suas congregações a levar uma vida mais religiosa. Mas, quando se interpretam sob a luz reveladora dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, indicam as verdades e belezas do Caminho Espiritual – a vida “mais abundante”, na qual todas as nossas faculdades latentes se desenvolvem em uma bela floração. Em verdade a vida, de acordo com as Leis de Deus que nos governam e governam todo o universo, requer o sacrifício de coisas que chamam aos sentidos, mas também brindam uma mudança de percepção, que estabelece uma apreciação mais penetrante e o poder de desfrutar das coisas reais da vida. Gradualmente, “um Coração Nobre, uma Mente Pura e um Corpo São” trabalham em perfeito acordo para proporcionar paz e satisfação sempre crescentes.

Vivendo como o faz em meio de incontáveis atrações aos sentidos, podemos até achar mais fácil seguir a linha de menor resistência e agradar aos sentidos. Não obstante, o tempo tem que chegar quando a aversão, a saúde prejudicada e o sofrimento levam a prestação de contas e ao desejo de conhecermos as joias da vida espiritual. Começamos a abandonar o caminho da vida sensual, e aprendemos a falar e a atuar em harmonia com a Vontade de Deus, que governa tudo.

Quando Cristo convidou a todos para entrar pela “porta estreita”, estava chamando o Eu Superior em nós (o Ego, o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui), a nossa parte que sempre se dirige às estrelas, que sempre aspira às alturas, como o simboliza o Signo de Sagitário. Somente por períodos temporários essa voz interna em nós pode ser silenciada, porque embora enterrado entre as capas da materialidade, nós, o Ego, anelamos por nosso lar primitivo com o nosso Criador, Deus. Há sempre um impulso interno para um modo mais espiritual de vida!

Como Espíritos diferenciados em Deus (não de Deus), como imortais, passando tempos incontáveis através do Ciclo de Vida que conduz desde os Céus até a materialidade, e desde o mundo material, de retorno para os planos superiores, realmente um novo Dia Evolutivo chega, e algo em muitos de nós cai para adiante, enquanto que em outros de nós, não havendo conseguido se capacitar, são colocados em outro meio ambiente para cumprir o trabalho que não fizeram e, portanto estão atrasados.

Aqueles dentre nós que têm a face voltada para a Luz, reconhecem o enorme Poder do Espírito e não admitem frustração alguma no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Quando uma vez a pessoa houver despertada e for devidamente ativa, o “eu inferior” é sentenciado à morte. A vida dos sentidos perde suas atrações, e o Caminho, no qual se crucifica a Personalidade pela eterna glória de Deus, se converte cada vez mais luminoso e sedutor. Cada dia de amor e serviço amoroso e desinteressado (e, portanto, o mais anônimo possível) prestado ao irmão e à irmã que está ao lado, focando na divina essência oculta em cada um deles – que é a base da Fraternidade – traz certo adiantamento para o Reino da “Vida”, a vida abençoada de atividades e progresso no Grande Jardim de Deus.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – agosto/1981 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder da Imaginação: como usá-lo para o nosso Bem e dos Outros

Trabalhando com as Leis de Deus, a fim de criar e estabelecer um estado de saúde, não existe recurso mais poderoso do que a faculdade da imaginação.

Se com nosso “olho mental” formarmos uma imagem daquilo que desejarmos criar, trazer à realidade, mantendo essa imagem suficientemente, por exemplo, uma imagem de saúde, podemos ser de um auxílio ilimitado para os outros e para nós mesmos.

Realmente, tudo o que foi criado o foi pela imaginação. Isso nos dá a chave para a formação de um órgão ou de um corpo mais perfeito. A Filosofia Rosacruz nos ensina que a “Mente humana” é incapaz de imaginar algo que não possa existir. Assim, podemos estar perfeitamente confiantes quanto aos resultados que desejamos serem obtidos por aqueles que assistimos.

A atitude básica em que essas imaginações devem ser apoiadas, fundamentadas, reside nesta exclamação a Deus: “Não se faça a minha vontade, mas somente a Vossa”, mesmo porque seria um erro usar a própria vontade nesse como em qualquer outro assunto dessa ordem.

O esforço inicial é imaginar um órgão ou corpo perfeito, embora depare-se com uma aparência defeituosa, imperfeita ou fraca. Aqui, então, torna-se mister a persistência, persistência e sempre a persistência que, finalmente, vencerá.

Para fazer dessas imagens uma realidade deve-se praticar “dia após dia” a fim de manter o pensamento focalizado em um determinado assunto ou ideia, com exclusividade de tudo o mais. Muitos curadores têm adotado esse método, o que demonstra amplamente sua eficácia.

Do que foi dito é fácil admitir-se que, assim como uma imagem mental saudável produz efeito correspondente, também prender-se em imagens contrárias causa detrimento. A faculdade da imaginação pode ser usada destrutiva ou construtivamente. Por isso, devemos ser cuidadosos em não mantermos pensamentos que não desejamos ver cristalizados em realidade.

O bom, a verdade e o belo. Pensemos nesses atributos, usando o poder da imaginação para levá-los à manifestação para o bem de todos, nosso e dos outros.

(Publicada na revista Serviço Rosacruz de março e abril/1987-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Carta de Max Heindel: Curando os Doentes

Junho de 1911

Cristo deu dois mandamentos a Seus Discípulos quando Ele disse: “Pregai o Evangelho e Curai o enfermo”[1]. Vimos, na lição do mês passado[2], como o ofício de um conselheiro espiritual está estreitamente ligado à cura das doenças físicas, pois, ainda que a causa imediata e aparente da doença possa ser física, numa análise final, todas as doenças são devidas à transgressão das Leis de Deus, que costumamos chamar de “Leis da Natureza”, em nossos intentos materialistas de eliminar o Divino. Bacon[3], com rara percepção espiritual, disse: “Deus e a Natureza diferem entre si como o sinete[4] e a impressão”[5]. Assim como o lacre flexível é moldado pelas linhas rígidas do sinete, assim também a natureza se ajusta, passivamente, às Leis imutáveis do seu Divino Criador e, assim, a saúde e uma condição de despreocupação são a regra entre os Reinos de Vida inferiores[6]. Mas quando o estágio humano de um Reino é alcançado, quando a Individualidade é desenvolvida e começamos a ter escolhas, prerrogativas e emancipações, nós nos tornamos capazes de transgredir as Leis de Deus e, invariavelmente, o sofrimento é o efeito dessa transgressão.

Há um lado da Lua que nunca vemos[7], mas sabemos que está lá, e esse lado oculto da Lua é um fator tão importante para a formação das marés, quanto a parte da Lua que está mais próxima de nós e visível. Do mesmo modo, também há no ser humano um lado oculto que é tão ativo quanto o ser físico[8] que contemplamos. As transgressões às Leis divinas, nos planos de ação mental e moral, são tão responsáveis pelos transtornos físicos, como o é o lado oculto da Lua na formação das marés.

Se o que foi dito fosse compreendido, os profissionais de saúde[9] não ficariam mais intrigados com o fato irritante de que, embora um certo tipo e quantidade de um remédio produza a cura em um caso, pode ser absolutamente impotente em outros. Um grande e crescente número de profissionais da saúde está agora convencido que a Lei do Destino é um fator importante no aparecimento da doença e na demora da sua extinção ou do restabelecimento à saúde ou, ainda, da cura superficial, embora não acreditarem na falácia de um destino inexorável. Eles reconhecem que Deus, pela vontade d’Ele, não nos aflige, nem pretende se vingar do transgressor;eles compreendem que toda a angústia profunda, tristeza e todo sofrimento são destinados a nos ensinar lições que não aprenderíamos ou não poderíamos aprender por qualquer outro meio. As estrelas[10] mostram o período estimado como requisito para nos fazer conhecer as consequências desagradáveis de alguma ação por meio de lições, mas nem mesmo Deus pode determinar o tempo exato, nem a quantidade de sofrimento necessária; nós mesmos temos essa prerrogativa, pois nós somos divinos. Se nos tornarmos conscientes das nossas transgressões e começarmos a obedecer às Leis antes que a aflição astral[11] cesse, estaremos curados da nossa desordem no Corpo, ou seja, da doença mental, física ou moral; se persistirmos até o fim de uma aflição astral, sem termos aprendido a nossa lição, mais tarde, uma configuração astrológica mais adversa e intensa nos forçará à obediência para aprender o que devemos.

É nessa conexão que um curador dotado de uma Mente espiritual pode prestar, frequentemente, serviços eficazes e encurtar o período de sofrimento do paciente ao lhe indicar a causa de sua aflição. Mesmo quando o curador se sinta incapaz de lidar com a doença, muitas vezes, ele pode encorajar o paciente durante uma crise de inevitável angústia, informando-lhe sobre as esperanças de alívio para quando essa determinada fase passar. Nos meus cuidados aos doentes, nesses últimos anos, tem sido frequente o privilégio de apontar a Estrela da Esperança e, até onde eu me lembre, as minhas previsões de recuperação, em um prazo determinado, se realizaram sempre e, algumas vezes, quase de maneira milagrosa, pois as estrelas são o relógio do destino e são sempre corretas.

Pelo que expusemos acima, você tem o grande motivo pelo qual nós devemos estudar Astrologia do ponto de vista espiritual. Na Carta aos Estudantes do próximo mês, espero expor algo mais definitivo quanto à Panaceia Espiritual, mas, enquanto isso, tenho a certeza de que você ficará feliz em saber que compramos o terreno ao qual nos referimos anteriormente. É um dos pontos mais agradáveis aos olhos no belo sul da Califórnia; na verdade, embora eu já tenha viajado por quase todo o mundo, nunca deparei com uma vista que se possa comparar com a do local da nossa futura Sede[12]. Está situado sobre um elevado planalto que permite uma visão que se estende por uns sessenta quilômetros ou mais em todas as direções. Ao Norte, as Montanhas Santa Ana (uma pequena cordilheira) protegem dos ventos frios do norte, fazendo com que, praticamente, o clima seja livre de geadas durante todo o ano. Abaixo, para o leste, está o lindo Vale São Luiz Rey, com seu rio que parece uma faixa prateada serpenteando por campos férteis, passando pela antiga e histórica Missão Espanhola, onde os padres franciscanos ensinaram os indígenas durante séculos. Mais para o leste, a Montanha São Jacinto ergue seu pico coberto de neve contra um céu do mais intenso azul. No sul, o promontório de La Jolla, com suas cavernas pitorescas, encobre o grande porto natural da cidade, situado mais ao sul da cidade mais a sudoeste do Tio Sam, que é San Diego. Em direção ao sol poente, contemplamos a plácida enseada do Oceano Pacífico, as ilhas São Clemente e Santa Catarina com seus maravilhosos jardins submarinos – uma imagem composta de glória e inspiração, suficiente, por si só, para evocar tudo o que há de melhor e mais puro em qualquer pessoa que seja inclinada à espiritualidade.

Demos o nome de “Mount Ecclesia” a esse belo local da natureza, e uma verba já foi designada para a construção das edificações necessárias: uma Escola de Cura, um Sanitarium[13] e, por último, mas não menos importante, um lugar de culto – uma Ecclesia– onde possa ser preparada a Panaceia Espiritual e enviada para todo o mundo e, posteriormente, utilizada pelos Auxiliares devidamente qualificados.

(Carta nº 6 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Mt 10:7-8

[2] N.T.: Carta nº 5: O Valor dos Sentimentos Retos

[3] N.T.: Francis Bacon, 1°. Visconde de Alban, também referido como Bacon de Verulâmio (1561-1626) foi um político, filósofo empirista, cientista, ensaísta inglês, barão de Verulam (ou Verulamo ou ainda Verulâmio) e visconde de Saint Alban. É considerado como um dos fundadores da Revolução Científica.

[4] N.T.: É um pequeno objeto de metal como ouro ou prata (placa, coluna e até anel) usados como assinatura do proprietário e/ou responsável por uma organização, para selar e autenticar documentos e cartas.

[5] N.T.: Trecho do livro “The First Book Of Francis Bacon” – Of The Proficience And Advancement Of Learning, Divine And Human – Volume VIII

[6] N.T.: Por exemplo: Animal, Vegetal e Mineral.

[7] N.T.: Também chamado de lado oculto da Lua (também chamado de lado negro da Lua ou lado escuro da Lua) é o hemisfério lunar que não pode ser visto da Terra em decorrência da Lua estar em rotação sincronizada com a Terra.

[8] N.T.: o Corpo Denso

[9] N.T.: médico (a), enfermeiro (a), psicólogo (a), psiquiatra, farmacêutico (a), fisioterapeuta, nutricionista, odontólogo (a), biomédico (a), biólogo (a), osteopata, fonoaudiólogo (a), terapeutas, quiroprata e afins.

[10] N.T.: Signos astrológicos, Sol, Lua e Planetas

[11] N.T.: apontada pelos Signos astrológicos, Sol, Lua e Planetas

[12] N.T.: Onde hoje temos Mount Ecclesia, sede mundial da The Rosicrucian Fellowship.

[13] N.T.: Ou Sanatorium: se refere a um centro médico para tratamento de doenças diversas não contagiosas.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Crescimento Espiritual por meio do servir ao irmão e à irmã

 “Diga aos israelitas que me tragam uma oferta. Receba-a de todo aquele cujo coração o compelir a dar.” (Ex 25:2).

E, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos Céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10:7-8).

A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido.” (Lc 12:48).

Deem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês.” (Lc 6:38).

E digo isto: ‘Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria’.” (IICor 9:6-7).

Esses belos versos, tão plenos de verdade espiritual, vêm sendo violados através de idades, muitas vezes por esforços intencionais de indivíduos frívolos, com propósito de ganho monetário em movimentos de ordem temporal ou programas efêmeros de ação. Faremos bem em tornarmo-nos como crianças, lendo esses versos sempre uma vez mais como se fora pela primeira vez. O tempo da lei passa lentamente. Não mais devemos ordenar nossas vidas conforme preceitos obscuros, como o que diz que “o Espírito, em si mesmo, vem aprendendo a cooperar com as Leis Universais que são as Leis de Deus, não por meio do medo, mas por intermédio de uma vaga consciência de interesse próprio”.

Tal princípio faz parte de uma técnica esotérica que apela para o interesse próprio, sob a justificativa de que não podemos alcançar a realização espiritual de uma só vez e esse é um meio indireto do indivíduo controlar seus poderes latentes e conquistar a expansão de consciência, tornando-se, então, apto para melhor trabalho ao próximo. Todavia, pensando bem, essa é uma forma sutil de egotismo, de fazer o indivíduo concentrar-se em si mesmo e acostumar-se a pensar em seu crescimento espiritual, apenas. É contrário ao princípio de “buscar primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça para que o resto venha por acréscimo” (Mt 6:33). Ademais, que alegria pode advir desse esforço?

Na Filosofia Rosacruz aprendemos a viver a tônica: SERVIR. Permanecendo como um canal aberto ao influxo vitalizante e amoroso da Luz Divina, devemos manter nosso poder de projeção. Contudo, é preciso usar nossas energias com discernimento, evitando a pretensão de fazer pelos outros aquilo que eles devem fazer por si mesmos. Ajudar é preparar os mais débeis a não depender dos outros e a servir conscientemente.

É certo que o serviço implica desempenho do papel de servo. Porém, a fase Cristã de “servo e sofredor” está quase a findar. Devemos olhar para a frente, para a igualdade da Fraternidade, quando, então, poderemos chamar a cada um: Amigo. Do nosso ponto de vista terreno e no estado de semi-cegueira em que nos encontramos, o caminho parece conter muitos altares e neles somos convidados a sacrificar nossos preciosos seres inferiores.

Dentro de nossa família não precisamos ser outra coisa senão aquilo que somos, autênticos, porque ela nos conhece por meio do conhecimento que o coração dá. Acaso somos suficientemente convictos e coerentes, de modo que os outros saibam o que está mais profundamente oculto em nossos corações? Experimentamos estranha alegria, no fato de nos encontrarmos vivos e conscientes? O gesto mais simples ou a lágrima compassiva, um sorriso acompanhado de um amor altamente desenvolvido, possuem o poder inerente de fazer fluir a vida de nosso irmão em paz inefável. Possamos consultar muitas vezes os nossos corações, dando o melhor de nosso amor e compreensão, a fim de que nossos amados irmãos não precisem depender de nossos serviços, mas possam desenvolver-se conosco, como iguais, fortes e confiantes em espírito, servindo conosco junto aos mais débeis nessa essencial obra de libertação humana e preparação da família de Aquário.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/1966 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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