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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder do Perdão na Cura

Em nossas relações diárias com vizinhos e amigos, somos, às vezes – talvez muitas vezes –, sujeitos a sentimentos negativos como insultos, críticas embaraçosas e desapontamentos.

Consideramos que nossos semelhantes nos feriram de alguma maneira. Podem sempre atribuir motivos contra nós.

Essa centelha de punição ou injúria psicológica alimenta a chama do ressentimento ou acende o fogo da hostilidade aberta.

Na reação, quando percebemos essas injúrias, nós tentamos nos envolver com ideias que parecem nos justificar.

Os argumentos procedem, sem que um ouça o que o outro tem a falar. A ruptura pode ser temporária ou permanente. Pode deixar cicatrizes emocionais que afetam nossa saúde ou, talvez, ferir um espectador inocente.

Se olharmos em nosso íntimo e nos conscientizarmos do que aconteceu, em geral, achamos que existe algo negativo que o nosso “inimigo” em nós despertou. Somos sensíveis demais? Quais são os medos, inseguranças ou debilidades internas que nosso “inimigo” nos expôs? Se nós analisarmos mais tarde, podemos achar a mesma fraqueza em nós do que no “inimigo”.

Perdão é a força curativa da fraternidade. O verdadeiro perdão significa tolerar as fraquezas em ambos: em nós e nos outros. Perdão é o passo positivo para a aliança humana, baseada no reconhecimento de problemas idênticos e da necessidade de solução. Perdão é o produto da força espiritual interna sobre o qual morre a explosão dos sentimentos negativos; uma mentalidade livre de egoísmo que se identifica com outro ser humano em espírito de amor.

Devemos nos exercitar no poder do perdão para que possamos nos iluminar e ser capazes de acender o farol da verdadeira fraternidade espiritual, “que é o bálsamo de Gileade, a única panaceia para os males do mundo”.

(Traduzido da Revista: “Rays from the Rose Cross” e publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – agosto/1984-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Porque os Rosacruzes Curam

Vamos começar entendendo o conceito da palavra “cura” para os Ensinamentos Rosacruzes. Isso porque, na língua portuguesa, há uma confusão que não há na língua inglesa. Em inglês “healing” é bem diferente de “curing”. O problema é que em português traduzimos ambas as palavras por “curar”. Entretanto, o conceito delas é bem diferente. “Curing” significa “eliminar todas as evidências da doença”, “eliminar todos os sintomas” – está mais para remediar; enquanto que “healing” significa curar totalmente o Corpo – aqui sim: restaurar, eliminar a causa suprafísica, restabelecer o funcionamento normal da parte afetada, pois essa parte está doente. Lembrando: o Espírito e a Alma nunca ficam doentes (!). Quando falamos do Método de Cura da Fraternidade Rosacruz, estamos falando de “healing”. Assim, neste texto, todas as vezes que se lê “cura”, entenda “healing” e não “curing”.

“Entre a infinidade de tolices que têm circulado nos últimos séculos a respeito dos Rosacruzes, destaca-se uma grande verdade: ‘Os membros da Ordem Rosacruz se dedicam a curar os enfermos e têm meios superiores para realizar esse benéfico propósito’. As ordens religiosas anteriores buscaram o progresso espiritual mortificando o corpo, porém os Rosacruzes sempre tiveram o maior cuidado com a conservação desse veículo. Existem duas razões para as suas atividades de curar. Todos os seguidores fervorosos de Cristo esperam ansiosamente pelo ‘dia do Senhor’. Sabem que Lúcifer, a falsa Luz da Lemúria, infundiu a paixão, iniciando assim o pecado original que causou sofrimento, tristeza e morte. Sabem também que o Cristo, a Verdadeira Luz da vindoura Nova Galileia, inaugurou a Imaculada Concepção, pregando o Evangelho da redenção do pecado pelo AmorO celibato é adequado para os aspirantes do Oriente, porque os veículos físicos que tais irmãos e irmãs utilizam nos seus renascimentos estão destinados a desaparecer, mas é contrário ao esquema da Evolução Ocidental porque dela deve surgir um novo tipo de corpo disponível para os renascimentos e a geração em pureza deve ser a diretriz do discípulo nessa parte do mundo. Esses novos tipos de corpos deverão ser trazidos à existência pelo Amore dessa maneira os males que atualmente afligem a humanidade, trazidos pelas gerações que concebem em pecado, cessarão. Até a morte será vencida na Nova Dispensação, porque a pureza etérea dos Corpos evitará a necessidade de sua renovação.

Embora se fale muito sobre essa época na Bíblia, um ponto está envolto em mistério impenetrável: ‘Esse dia ninguém sabe quando será, nem os Anjos do céu, nem mesmo o Filho.’[1]. Desde que o Evangelho foi pregado pela primeira vez, todos os Cristãos, em todos os tempos, anseiam fervorosamente por esse dia em que se manifestarão os Filhos da Luz. Somente o Pai, o mais elevado Iniciado dos Senhores da Mente, é Quem pode prever o tempo em que a Mente egoísta e separatista se submeterá à abnegação e ao unificante Espírito do Amor. Um ponto, todavia, está bem claro: o ser humano do futuro não poderá habitar o Novo Céu e a Nova Terra enquanto não tiver construído para si mesmo um corpo chamado, na Bíblia, “Veste Nupcial”, o Corpo-Alma. Foi algo parecido que aconteceu com os degenerados Atlantes, os quais, não possuindo pulmões, não puderam respirar quando mudaram as condições atmosféricas para esta Época Ária.

É um fato científico que o estado do sangue afeta a Mente e vice-versa. Para ter a mentalidade sã é mister possuir igualmente um corpo são. Só a Mente sã pode transcender à paixão e só um corpo são pode gerar outro que seja puro. Os Rosacruzes sempre procuraram curar o corpo para que possa albergar uma Mente sã e um amor puro e para que cada concepção, nessas condições, seja um passo à frente para o dia do Senhor que todos esperamos ardentemente. Essa é a razão para as atividades curadoras e é a razão de ser do nosso lema: ‘Mente Pura – Coração Nobre – Corpo São’.

Está escrito em várias obras que os membros da Ordem fazem o voto de curar os outros gratuitamente. Essa afirmativa é inexata. Os Irmãos Leigos fazem o voto de assistir a todos o melhor que possam independentemente de retribuição. Esse voto inclui o trabalho de curar para os possuidores dessa aptidão, como foi o caso de Paracelso. Ele tinha uma grande capacidade curadora e procurava combinar a eficiência dos remédios físicos, aplicados em fases astrológicas favoráveis, com a orientação espiritual conveniente. Os que não possuem a faculdade curadora trabalham em outros setores, mas todos têm uma característica em comum: nunca cobram pelos seus serviços e sempre trabalham em segredo, sem clarinadas e rufos de tambores.

Cristo deu dois mandamentos aos Seus mensageiros: ‘Pregai o Evangelho[2] (da Nova Era) e ‘Curai os Enfermos[3]. O primeiro mandamento é tão obrigatório quanto o segundo e, pelas razões que já vimos, são igualmente necessários. Para cumprir o segundo mandamento, os Irmãos Maiores desenvolveram um sistema curador que combina os melhores pontos das diferentes escolas atuais com um método de diagnóstico e de tratamento tão seguro como simples, com o qual se deu um grande passo na arte de curar, algo assim como passar das simples areias da experiência para a firme rocha do conhecimento.

É uma boa razão, verdadeira e válida, quando dizemos que procuramos ajudar os outros pelo amor de Cristo. Ele está atualmente encerrado na Terra, penando e esperando o dia da sua libertação. A dor e a enfermidade são causadas pela violação das Leis da Vida; por isso, o Corpo Denso se cristaliza, dando maior compressão ao Corpo Vital e retardando o dia da nossa libertação, bem como da d’Ele. Ajudando os enfermos a recuperar a saúde, ensinando-os a viver de acordo com as leis da vida, de maneira que possam manter a saúde, estamos, realmente, apressando o dia da Sua volta. Que Deus abençoe nossos esforços e fortaleça nossas mãos na Boa Obra!”.

(Explicação sobre termos e Trecho do Livro: “Princípios Ocultos de Saúde e Cura” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.R.: Mt 24:36

[2] N.R.: Mc 16:15

[3] N.R.: Mt 10:8 e Lc 10:9

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Panaceia: no que consiste e como ela pode nos beneficiar?

Existem algumas palavras-chave nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental – os Ensinamentos Rosacruzes –, de função bem definida em relação às aspirações do Mundo Ocidental, tais como: panaceia, cosmos, arquétipo, Ecclesia, Epigênese, hierofante, neófito, mistério, misticismo, etc.

A filosofia e mitologia grega, pré-cristã, criaram estas palavras para atender ao significado mais profundo de certas atividades e realizações em suas escolas de mistérios, durante um dos períodos mais gloriosos da História humana – que fora a Idade Áurea. Os criadores destes termos simbólicos foram: Sócrates, Platão, Aristóteles, Pitágoras, Hipócrates e outros iluminados da Grécia antiga.

O Estudante Rosacruz está familiarizado com esses vocábulos, mas, frequentemente, passa por cima do significado mais profundo ou porque não presta a devida atenção, ou porque não compreendeu, ainda, a diferença que isso faz para a perfeita assimilação dos seus estudos.

Ao compulsar o sentido etimológico podemos desvelar significados mais sutis, convertendo-os em símbolos vivos e imagens pulsantes do pensamento ocidental.

Deles, o que, talvez, encerre maior significado é a palavra – e o conceito que há no seus significado – PANACEIA aplicada nos Ensinamentos Rosacruzes.

Na Filosofia Rosacruz há três pedras angulares: curar, servir e propagar. Sobre elas os Irmãos Maiores edificaram seu trabalho em benefício do mundo. Ora, panaceia exprime a atividade de cura!

Em seu simbolismo, panaceia expressa a aspiração e o desvelo da Fraternidade Rosacruz no desenvolvimento da arte de curar pelo Método Rosacruz, a Cura Rosacruz.

O dicionário define panaceia como um remédio universal, pois pode curar todas as enfermidades e doenças.

No grego, panakeias é um vocábulo composto: Pana (todo ou pão) e o verbo akeistar (curar). Literalmente: o “pão da cura”, ou seja, o remédio com a fórmula para tudo curar: mental, moral ou fisicamente.

Na mitologia grega Panaceia e Higéia (saúde) eram irmãs, filhas de Asklêpios (em latim Asculapius, em português Esculápio) – o deus da cura. Por sua vez, Esculápio era filho de Apolo (Sol, vitalidade, luz) – o grande médico.

Desde tempos imemoriais havia Templos de Cura. Na Grécia eram dedicados a Asclépio, o deus da cura. Seus sacerdotes compunham grupos de curadores especializados, devotos e espirituais. Praticavam a medicina em o sagrado recinto de cura (asklepión).

Sob configurações astrais favoráveis (pois aliavam os conhecimentos de Astrologia), os enfermos eram levados a esse lugar santo (asklepión) onde, em cerimônia religiosa, tomavam tabletes, espécie de hóstia sagrada deixada pelos ex-pacientes agradecidos, após sua cura, na elevação de sua fé ao deus da cura.

Depois deste serviço religioso, os enfermos eram deixados no recinto sagrado a dormir. Durante o sono, os sacerdotes lhes ministravam os remédios – a panaceia – por meios conjuros (ritual especial) e encantamento, regidos por Higéia e Asclépio. Por este meio de cura, muitos pacientes ao despertar na manhã seguinte estavam completamente curados, tal como relatam os manuscritos da época.

Esse ritual é tecnicamente conhecido como “incubação” (em grego epoas, que quer dizer empolar ou deitar-se sobre ovos).

Há grande semelhança entre o templo grego de cura (asklépión) e a arte de Cura Rosacruz. Os dois empregam o método de ajuda espiritual, da Escola Ocidental de Mistérios; ambos ajudam a humanidade a alcançar a saúde do corpo pela combinação da panaceia espiritual e dos meios físicos. É a ação do Grande Curador, aproveitada pelos conhecimentos de Astroterapia e auxiliada pela dieta alimentar adequada, exercícios, preparo mental e emocional, etc.

Quando aprofundamos o significado de Higéia (saúde) e Astroterapia, do ponto de vista Rosacruz, compreendemos por que Max Heindel definiu: “há saúde física apenas quando os órgãos trabalham em perfeita ordem e harmonia”. Quando um órgão diminui sua função, provoca desequilíbrio na harmonia do conjunto e surge a enfermidade ou a doença.

A enfermidade ou a doença se prolonga por causa dos abusos e da ignorância. Se o paciente sabe aproveitar as configurações astrais favoráveis e colabora com o Departamento de Cura de um Centro Rosacruz que o possua, cumprindo sinceramente sua parte, então a panaceia lhe é aplicada, coroando seus esforços de viver segundo as Leis da Natureza, que são as Leis de Deus. Diz Max Heindel: “A panaceia faz com que a substância concentrada da Vida de Cristo flua através do Corpo Denso e do Corpo Vital do paciente, dando a cada célula um ritmo que desperta o Ego preso em sua letargia, devolvendo-lhe vigor e saúde”.

Em que consiste essa panaceia? Como pode ela nos beneficiar?

Max Heindel nos relata o que pôde constatar, quando visitou pela primeira vez o Centro Espiritual da Ordem Rosacruz: “É uma visão inolvidável! Ao penetrar no Templo, vi três esferas suspensas no teto, no meio do salão. Na esfera superior observei um pequeno recipiente com vários pacotes cheios de substância do Espírito Universal. Os Irmãos sentaram-se numa certa posição, enquanto a música preparava o ambiente”.

Inesperadamente as três esferas começaram a brilhar com as três cores primárias: a de cima, azul; a do meio, amarelo; a de baixo, vermelho.

Durante esse encantamento, cheio de beleza, reparei que o recipiente dos pacotes se iluminou de uma essência espiritual. Vi como os Irmãos tomaram essa substância, aplicando-a aos pacientes adormecidos, à medida que os visitavam à noite”.

Continua Max Heindel: “Quanto ao efeito da panaceia, é maravilhoso! Quando aquela substância dos pacotes (panaceia) era aplicada, irradiava-se pelo Corpo do paciente como uma luz mágica, destruindo toda matéria cristalizada que cobria os centros espirituais do Corpo enfermo. A cura era instantânea e o paciente despertava são na manhã seguinte”.

A Astroterapia, à parte da Astrodiagnose e do prognóstico pelos Astros, tem sido de grande importância na medicina de todos os tempos. Pelas Progressões e pelos Trânsitos dos Astros, aplicados a cada enfermo, o profissional de saúde, que utiliza a Astroterapia, pode chegar a conclusões importantes e prevenir crises que se anunciam. Talvez não haja ciência mais estreitamente unida a medicina que a Astroterapia.

A Astrodiagnose, por exemplo, tem sido de uma importância capital na arte de curar. Era o método de diagnóstico que os profissionais da saúde da antiguidade utilizava e constitui um auxiliar precioso aos profissionais da saúde de hoje. No Departamento de Cura de um Centro Rosacruz que o possua é o método básico de diagnóstico. Max Heindel considerava a Astrologia mais importante que a clarividência, porque, baseada na Lei Cósmica, é muito mais rápida, exata e ampla.

Voltando à palavra panaceia, observemos que ela esteve presente no juramento hipocrático, que se estendeu por quase vinte e cinco séculos como guia de ética na profissão “médica”. Tal juramento se inicia com essa invocação: “Juro, pelo médico Apolo, por Asklépios, por Higéia e por Panaceia, etc. etc.”. Hipócrates viveu no século quinto A.C. e é conhecido como o “Pai da Medicina”. Era um Ego avançado, devotado à arte de curar, com grande amor à humanidade. Ele combinava os esforços e contribuições da medicina e da física com poderes espirituais em suas práticas de cura, porque sabia que a enfermidade é, ao mesmo tempo, física e mental. Daí tratar do paciente como um todo: Corpo, Mente e Espírito. Seu tratamento incluía medicina, dieta, massagens, exercícios, estudos e práticas espirituais. Só mesmo quando tudo isto não resultava eficaz recorria à cirurgia.

Hipócrates fez da medicina uma ciência. Não só definiu as funções do “Sacerdote” e do “Médico”, combinando sua contribuição, como também destacou a medicina da filosofia.

Atribuem-lhe muitos aforismos famosos, tais como:

“Onde há amor, há humanidade”. “Não há arte de cura sem amor”.

“Nenhuma enfermidade é só divina ou só humana; todas têm sua própria natureza; cada pessoa apresenta sua própria causa. Assim, nenhuma enfermidade se produz sem causa natural”.

Deste último a medicina moderna adaptou o asserto: “Não há doenças; há doentes”.

Hipócrates ensinou que a natureza é a grande curadora.

Antes de Hipócrates, os métodos gregos de cura estavam em sua infância e tinham caráter mágico-religioso. No tempo de Hipócrates assumiram feição médico-filosófica, levando em conta todos os fatores que pudessem favorecer a cura. Com o tempo, reduziram-se a uma ciência natural, mais especulativa, limitada aos próprios recursos e reduzida em sua eficácia.

Notem no método de Cura Rosacruz: muitas pessoas podem testemunhar a eficiência da panaceia espiritual; seus efeitos são evidentes, mas não podem ser confirmados cientificamente, senão por comparação entre o estado anterior e posterior do paciente. Quer dizer: não se pode explicar praticamente.

A medicina, ao contrário, dá explicações teóricas para quase tudo, sendo mais facilmente aceita por aqueles que desejam evidências.

No entanto, o que vale é o resultado, mais completo e eficaz, de vez que abrange o ser humano integral, consolidando a harmonia física, emocional e mental sem os inconvenientes tóxicos.

O método de Cura Rosacruz foi transmitido a Max Heindel pelos Irmãos Maiores e se baseia nos mais puros princípios da medicina natural, combinados com métodos espirituais de harmonização emocional e mental. Concilia, pois, os diversos aspectos: panaceia espiritual, Astroterapia, dieta, homeopatia, osteopatia, tratamento quiroprático, etc.

O conceito Rosacruz de enfermidade e doença, tal como se depreende da filosofia exposta por Max Heindel, deseja contribuir para que a medicina seja restituída a seu lugar exato, deixando seu limitado campo de experiência e combine todos os fatores solicitados pelo ser integral.

Em tal sentido, Max Heindel construiu, em Mount Ecclesia, um Sanatorium ou Sanitarium (“casa para curar”), onde aplicava todos os recursos na recuperação completa dos enfermos.

Em seu livro “Cartas aos Estudantes”, Carta nº 6, de junho de 1911, último parágrafo, diz Max Heindel: “Denominamos Mount Ecclesia a este maravilhoso recanto da natureza. Iniciamos um fundo para construção de um edifício adequado, uma Escola de Cura, um Sanatorium ou Sanitarium e, por fim, um Templo de Cura, uma Ecclesia onde seja possível preparar a panaceia espiritual, que será aplicada pelos auxiliares devidamente capacitados, aos enfermos que, no mundo inteiro, nos solicitar ajuda”.

Não pode realizar esse objetivo. Durante toda a sua vida o desejou, lamentando não haver encontrado meios para realizá-lo, conforme exprime na Carta n.º 24, de novembro de 1912.

No entanto, formou-se um competente Departamento de Cura, com recursos astrológicos utilizando a Astrologia Rosacruz, orientação sobre medicina natural (higiene, alimentação, tratamento, etc.) que tem atendido eficazmente a todo o mundo, membro ou não, logrando resultados auspiciosos.

O sonho de Max Heindel permanece como ideal embrionário, uma aspiração germinal. O que se realiza apenas no Templo etérico da Ordem Rosacruz será realidade em muitos núcleos futuros, quando houver pessoas devidamente preparadas.

Os gritos de dor e angústia da humanidade carente, chegam à Mount Ecclesia, pelas milhares de cartas endereçadas ao Departamento de Cura e em todos os Centros Rosacruzes no mundo que também possuem um Departamento de Cura. De toda maneira, a ânsia concentrada dos enfermos, sua esperança em um método mais completo, estão criando condições para que os Irmãos Maiores realizem seu ideal de cura, por meio dos homens e das mulheres de boa vontade, sensíveis a esse sofrimento.

Max Heindel estava seguro de que um dia os Centros de Cura se estabelecerão sobre linhas científicas, explicando os recursos espirituais que emprega. Em um futuro não muito distante teremos Discípulos bem qualificados, movidos pelo amor altruísta, dignos de receberem e encaminharem a panaceia, aos lugares de cura estabelecidos com esse propósito.

Ele nos encarece fazermos todo o possível para manter a unidade de esforço, no intento de curar. Insiste sobre a importância de realizarmos, com todo o amor, as Reuniões semanais de Cura, apesar de não podermos contar o mecanismo de ação. Aconselha o estudo dos recursos naturais e da Astrologia Rosacruz médica, para sermos úteis a nossos semelhantes. Sobretudo nas Reuniões de Cura geram a panaceia, para os Auxiliares Invisíveis realizarem amplamente sua tarefa.

Era firme crença de Max Heindel: “Qualquer movimento, incluindo a Fraternidade Rosacruz, deve reunir os três atributos divinos: ‘Sabedoria, Fortaleza e Beleza’, para que cresça e perdure. Esses três atributos geraram a Ciência, a Religião e a Arte. Igualmente, cada Estudante Rosacruz deve empenhar-se para conquistar e desenvolver em si estes três atributos, até certo grau, aplicando-os no trabalho de conjunto, para que a Fraternidade Rosacruz realize o que os Irmãos Maiores planejaram. Estudantes que são profissionais de saúde devem procurar a conciliação dos recursos espirituais de cura (panaceia e recursos auxiliares, que atendam ao ser integral) com os descobrimentos da ciência moderna, que dê um caráter científico-espiritual ao Serviço de Cura, tal como está previsto para a Era de Aquário”.

A tarefa é extremamente difícil, tendo em vista a resistência acadêmica, o materialismo e os interesses em jogo. Entretanto, cabe a cada um de nós realizar aos poucos esta sublime aspiração.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1976-Fraternidade Rosacruz-SP)

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A Panaceia Espiritual preparada no Templo da Ordem Rosacruz

Vamos falar hoje sobre o significado de algumas palavras-chaves dos Ensinamentos Rosacruzes, isto é, os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. Algumas dessas palavras vêm do grego e têm uma distinta conexão filosófica com as aspirações do Mundo Ocidental.
Termos como Panaceia, Arquétipo, Cosmos, Ecclesia, Hierofante, Neófito, Mistério, Misticismo, etc. expressam uma evolução filosófica de processo do pensamento e nos dão um vislumbre do progresso do Cristianismo Místico. O Estudante Rosacruz compreende, sem dúvida, seu significado. Não obstante, as palavras acima mencionadas estão propensas a ocultar certos aspectos sutis e que, amiúde, passam por alto, sendo necessário, portanto, trazê-las à luz. Somente quando compreendermos a origem e o completo significado de tais iluminadoras palavras podem elas converter-se em símbolos vivos, imagens pulsantes do pensamento, que nos desvendam um sentido mais profundo, o qual se acha contido na Filosofia Rosacruz. Adentremo-nos à filosofia e à mitologia da Grécia pré-cristã a fim de obter alguma luz, pois essas palavras simbólicas foram criadas pelos pensadores da antiga Grécia, particularmente por Platão, Aristóteles, Hipócrates e vários outros durante um dos períodos mais gloriosos da história: a Idade de Ouro.
O termo Panaceia envolve, talvez, uma das palavras de maior significado dentro dos nossos ensinamentos. Designa uma das três pedras angulares: CURAR, SERVIR e PREDICAR o ensinamento. Sobre essas três pedras se orienta a filosofia dos Irmãos Maiores. Panaceia é uma palavra simbólica que expressa a aspiração e o desvelo da Fraternidade Rosacruz no desenvolvimento da Arte de Curar pelo método Rosacruz.
O dicionário Webster define a Panaceia como: “um remédio universal que oferece a cura para todas as enfermidades”. No idioma grego PANAKEIAS, uma palavra composta, que une a PAN (tudo) com AKEISTHAE (curar). Literalmente significa: um remédio para curar tudo ou uma fórmula para a cura de todas as enfermidades físicas ou mentais. Na mitologia Grega, Panaceia e Hâgeia (saúde) eram irmãs.
Ambas eram filhas de Asklepios (fàusculapius em latim), o Deus da Cura. Este, por sua vez era filho de Apolo (o Deus Sol), o Grande Médico.
Os Centros de Cura existiram desde tempos imemoriais, na Grécia. Eram dedicados a Asklepios, o Deus da Cura. Seus sacerdotes constituíam um grupo de curadores especializados, muito devotos e espirituais, que praticavam também a medicina no sagrado recinto chamado Asklepión. Em épocas astrologicamente propícias, os enfermos eram levados a esse lugar santo, onde se lhes subministravam umas tabuinhas em forma votiva, isto é, mediante certa cerimônia (uma espécie de hóstia sagrada) as quais haviam sido deixadas pelos ex-pacientes agradecidos, a fim de levantar sua fé no Deus da Cura. Depois dos serviços religiosos eram deixados ali durante à noite, onde dormiam. Durante o sono, os sacerdotes lhes subministravam remédios por meio de conjuros e encantamentos da Panaceia, Hygeia e Asklepios.
Por esses métodos de cura, muitos pacientes despertavam na manhã seguinte completamente curados, tal como contam muitas inscrições existentes. Esse ritual é tecnicamente conhecido como “Incubação”, do termo grego “Epoaso”, que quer dizer, chocar ou sentar-se sobre ovos.
Existe uma grande semelhança entre o Templo de Cura grego e a Arte de Curar da Fraternidade Rosacruz, porque ambos os métodos empregam a ajuda espiritual do Mundo Ocidental em seus esforços de ajudar a humanidade a obter a saúde do corpo mediante uma combinação da Panaceia Espiritual e meios físicos, proporcionando uma dieta adequada, exercício e Astroterapia. Quando examinamos os diferentes significados de Panaceia, Hygeia ou saúde, e Astroterapia do ponto de vista Rosacruciano, vemos Max Heindel afirmar que a saúde ou Hygeia é uma condição do corpo quando todos os órgãos trabalham em perfeita harmonia. Mas, quando essa é quebrada por um órgão que tem sua função reduzida ou por outros que a têm acelerada, então produz-se a enfermidade. Se essa se prolonga devido ao paciente ser incapaz de aproveitar as oportunidades astrais favoráveis, então se aplica a Panaceia. Como diz Max Heindel: “A Panaceia faz com que a concentrada substância da Vida de Cristo flua através do corpo e infunda a cada célula um certo ritmo que desperta o Ego aprisionado em sua letargia e lhe devolve a vida e a saúde”.
Em que consiste essa Panaceia e o que pode realizar, Max Heindel conta que lhe ocorreu uma imagem mental inesquecível, quando visitou o Templo da Ordem Rosacruz. Ao penetrar no Templo, viu três esferas dependuradas no teto. “Na esfera superior observou um pequeno recipiente contendo vários pacotes cheios de substância do Espírito Universal. Depois que os Irmãos se sentaram em uma posição específica, e a música preparou o ambiente, inesperadamente as esferas começaram a brilhar com as três cores primárias: azul, amarelo e vermelho. Durante esse encantamento, o recipiente que continha os pacotes tornou-se luminoso com uma essência espiritual, a qual os Irmãos aplicavam nos pacientes, enquanto eles permaneciam adormecidos. No processo de administrar essa Panaceia, a substância contida nos pacotes se espalhava como por arte mágica e destruía a matéria cristalizada que cobria os centros espirituais do corpo enfermo. A cura era instantânea e o paciente despertava pela manhã seguinte, gozando de plena saúde”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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