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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Livro: O Testamento de São João Batista – F PH Preuss

Cristo Jesus bem o disse: “Meu Reino não é deste mundo”.

E esse anúncio do Novo Reino foi perfeitamente compreendido por São João Batista, último Profeta em Israel, que servia de arauto da Nova Era, preparando e endireitando as veredas do Senhor dos Exércitos Espirituais. Pela sua boca falava o Espírito Santo, assim como sucedeu a todos os profetas surgidos até então.

Em São João Batista cerravam-se as portas do passado, do “Velho Homem”, tendo início a alvorada do “Novo Homem”. Estes acontecimentos estão bem representados pelas figuras de São João Batista e de Jesus. João, como preparador das veredas para o Novo Homem, pregava no deserto, batizando para o arrependimento com as seguintes palavras: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”.

1. Para fazer download ou imprimir:

O Testamento de São João BatistaFrancisco Phelipp Preuss – Fraternidade Rosacruz

2. Para estudar no próprio site:

O TESTAMENTO DE SÃO JOÃO BATISTA

Por

F. PH. PREUSS

Fraternidade Rosacruz

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Revisado de acordo com:

1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz de Santo André – SP – 1974

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

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Sumário

INTRODUÇÃO.. 4

DIFERENÇAS ENTRE O BASTIMO DE ÁGUA E O BATISMO DE FOGO.. 5

A VERDADE COMO CONSTANTE CRIAÇÃO DE NOVAS PERSPECTIVAS. 17

ESCLARECIMENTOS À PARTE.. 19

INTRODUÇÃO

Conheço tua conduta: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Assim, porque és morno, nem frio nem quente, estou para te vomitar de minha boca.” (Ap 3:15-16).

O autor deseja, inicialmente, dirigir algumas palavras ao prezado leitor, a respeito da severidade com que são feitas certas afirmações no decorrer deste artigo. Elas não se destinam a nenhuma organização religiosa, e sim a todos aqueles que sinceramente desejam seguir a Ordem de Melquisedeque, isto é, a Ordem Sublime do Cristo Espiritual.

DIFERENÇAS ENTRE O BASTIMO DE ÁGUA E O BATISMO DE FOGO

A separação dos Mundos Espirituais e Material acentua-se cada vez mais. Soa, pois, a hora da decisão final, contra ou a favor de Cristo que neste final dos tempos encaminha suas ovelhas a pastos Espirituais, isto é, a um outro Reino, que não é deste mundo. Jesus bem o disse: “Meu Reino não é deste mundo[1]. E esse anúncio do Novo Reino foi perfeitamente compreendido por São João Batista, último Profeta em Israel, que servia de arauto da Nova Era[2], preparando e endireitando as veredas do Senhor dos Exércitos Espirituais. Pela sua boca falava o Espírito Santo, assim como sucedeu a todos os profetas surgidos até então. Em São João Batista cerravam-se as portas do passado, do “Velho Homem”, tendo início a alvorada do “Novo Homem”. Esses acontecimentos estão bem representados pelas figuras de São João Batista e de Jesus. São João Batista, como preparador das veredas para o “Novo Homem”, pregava no deserto, batizando para o arrependimento com as seguintes palavras: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.”[3].

As páginas que se seguem, portanto, têm como finalidade trazer, a visão interna do leitor, a diferença entre estes dois Batismos a que São João Batista se refere. Essa diferença deve, portanto, ser esclarecida, trazida à luz da razão e da lógica. Assim, se surgirem, durante os esclarecimentos que desejamos fazer a respeito deste acontecimento, já tão discutido pela massa, palavras um tanto severas, isto não significa que seja, mas, sim, que existe em nós o desejo de cooperar para um melhor entendimento da missão de Cristo em sua atividade libertadora, bem como do trabalho de São João Batista, que veio para preparar os caminhos do Senhor da Terra. Da missão transcendental de São João Batista, Cristo Jesus dá testemunho chamando-o de muito mais que profeta (Mt 11:9). Portanto, ser “muito mais que profeta” é estar acima da humanidade e, também, daqueles que anteriormente foram chamados para suas respectivas missões como profetas. Convém frisar que aquele que dá testemunho de São João Batista é o próprio Senhor Cristo, em quem depositamos inteira confiança. Os anais místico-esotéricos revelam que São João Batista é o próprio Elias renascido e, portanto, um Ser de grande evolução espiritual no círculo cósmico. Elias, segundo o Velho Testamento, cerca de 800 anos antes de Cristo, subiu aos céus num redemoinho de fogo[4], ante os olhos estupefatos de seus Discípulos. E esse mesmo Elias foi de novo enviado para preparar o caminho do Senhor, que viria para batizar com Fogo e Espírito. Se retornarmos ao Evangelho Segundo Lucas cap. 12 vers. 49 podemos complementar esse fato, com as seguintes palavras de Cristo: “Eu vim trazer fogo à terra, e como desejaria que já estivesse aceso!”. E nos versículos 50 e 51 lemos: “Devo receber um Batismo, e como me angustio até que esteja consumado! Pensais que vim para estabelecer a paz sobre a terra? Não, eu vos digo, mas a divisão.”.

Se imaginarmos a profundidade do momento em que foram pronunciadas tais palavras, que inspiram força e domínio espirituais sem par, e procurarmos senti-las ecoando em nosso íntimo, em nosso próprio Espírito – ou seja: em nós que somos de fato –, poderemos compreender perfeitamente esse instante supremo da mudança dos tempos, da substituição do velho Batismo pelo novo Batismo de Fogo e do Espírito, ocorrido logo após o singular Batismo pelo qual o Senhor, antes, haveria de passar: o Batismo de Sacrifício no Gólgota. Somente após esse Sacrifício tornou-se possível o Batismo prometido por Cristo, quando o fogo de seu espírito jorrou sobre o universo. Eis aí então, o lançamento sobre a Terra de Seu Fogo Espiritual, que vem para separar o joio do trigo ou, segundo outras palavras do evangelho, “os bodes das ovelhas[5]. Todo estudioso do ocultismo sabe perfeitamente, que somente através do sacrifício de sangue é possível a salvação, a libertação da matéria. Assim, Cristo Jesus, o Senhor, projetou sobre a humanidade, o Fogo do Espírito, sendo o primeiro ressurreto de sangue. Portanto, todo aquele que passa pelo Batismo de Fogo e Espírito, é estigmatizado, recebe os sinais do sacrifício de sangue. Muitos se admirarão de nossas palavras e julgá-las-ão obscuras. Nós, porém, dizemos: os tempos são chegados.

Muito do que estava em oculto será revelado; Cristo rasgou o Véu do Santo dos Santos, abrindo o caminho para todo aquele que queira vir e herdar a Sabedoria dos Tempos.

As Religiões de hoje em dia perdem cada vez mais sua força e valor efetivos, assim como sucedeu as Religiões do passado. Isto aconteceu devido ao avanço e a evolução das várias filosofias e ciências conquistadas, pela humanidade, até o presente. Conceitos rígidos e dogmáticos foram despejados de bordo do navio evolutivo por serem um lastro inútil que vinha pesando sobre a força mais lúcida em avanço. A espiral da sabedoria cada vez mais toca alturas fecundas no que se refere aos conhecimentos gerais, e mais se aproxima de verdades maiores, deixando de admitir conceitos obsoletos e ultrapassados. Os conceitos rígidos e dogmáticos estão sendo repelidos pela marcha inexorável da evolução. O Cristianismo, desde o seu início, vem sofrendo os impactos destruidores da inteligência humana, em detrimento da elevada posição espiritual oferecida a toda humanidade desde o advento do Novo Batismo. O intelecto humano, com suas mil e uma acrobacias, conseguiu arrastar em seus trilhos a quase totalidade dos seres humanos, numa direção totalmente antidivina, corrupta. O que revelaremos mais adiante, nesse humilde trabalho, vem propor aos seres humanos uma mudança completa no conceito do Batismo. Uma mudança que venha mostrar, positivamente, que é possível arrancar a humanidade desse beco sem saída onde se embrenhou. E para tanto, afirmamos, não falta auxílio das Hierarquias Criadoras, presidida por Cristo desde o Seu sacrifício, de modo a inverter a marcha degenerescente para um sentido regenerador.

Infelizmente, como bem atestam os fatos históricos, após o supremo sacrifício de Cristo, teve início a divisão da Cristandade. O Ensinamento Universal foi dividido por uma Igreja que se denomina Cristã Oriental e outra Ocidental. A cisma protestante, por sua vez trouxe a divisão da Igreja Ocidental em inúmeras outras igrejas que em nome de Cristo se digladiaram em sangrentas guerras religiosas, desde o século XV e XVII. E assim o Filho de Deus teve o seu ensinamento esfacelado, desvirtuado de seu verdadeiro sentido libertador. Dogmas, os mais diversos, dos quais Cristo jamais falou ou ensinou, foram inventados. Foi introduzido, no conceito religioso, o paganismo e a astúcia dos seres humanos, que malevolamente desejavam a todo custo dominar as massas, pretendendo fechar as portas dos Céus a todos àqueles que insistissem em seguir os puros ensinamentos do Cristo, em troca de um céu imaginário por eles inventado.

Nós, particularmente, afirmamos que é chegado o tempo de abolir o Batismo de Água, já na época de Cristo julgado insuficiente e transitório conforme atestam as próprias palavras de São João Batista: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.” (Mt 3:11). Tornou-se necessário passar pelo Batismo do Novo Ser Humano (Fogo e Espírito), porquanto as velhas coisas encontravam-se no princípio do fim.

Os doutores da lei mosaica, convertidos apenas superficialmente ao Cristianismo, reintroduziram o Batismo de Água, aplicado pelos Israelitas no Mar Morto (Essênios).

Da mesma forma operou-se a introdução do paganismo no seio das igrejas, sinal inequívoco de regressão a idolatrias já condenadas pelo Antigo Testamento! O “Não farás para ti imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo na terra, ou nas águas que estão debaixo da terra[6] e, depois pelo Novo Testamento: “Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade[7]. Cristo não ensinou a aplicação de saliva ao adulto ou recém-nascido durante o batismal, levado a efeito entre os pagãos de Roma, pelas sacerdotisas conhecidas como Sibilas (Adivinhas da Mitologia Greco-Romana). Nos tempos atuais, quando se prega o ecumenismo atuais fariseus e escribas, interessados na separação por ideias e atitudes personalistas, demonstram cabalmente que, o que realmente buscam não é o único e verdadeiro Deus. Eis aí o grande mal de todos aqueles que desejam dominar a humanidade. Devemos lembrar-nos que no tempo de Cristo Jesus, um único Sumo-Pontífice dirigia o Sinédrio como todo-poderoso dos Judeus. E hoje, quantos pseudo-pontífices existem nesta variedade de Sinédrios, intitulados Cristãos?

Se dizemos tudo isso aqui, o fazemos com profunda dor e anelo intenso de ver acabarem-se por completo os erros e as intrigas entre os que se chamam Cristãos. Cristo trouxe, pelo Batismo de Fogo, novas condições atmosféricas e espirituais, a fim de limpar todo rebento da velha árvore, para que dê novos frutos. Portanto, insistimos em considerar apenas válido o Batismo de Fogo, preconizado por São João Batista e consumado em Cristo. Esse Batismo foi experimentado por Paulo de Tarso no caminho de Damasco quando, consoante o relato no Livro Atos dos Apóstolos[8], ele foi ofuscado até a cegueira completa durante dias, pela Luz de Cristo.

No Pentecostes[9] deu-se a mesma coisa. A mesma Luz que brilhou sobre São Paulo envolveu os Apóstolos em seus corações, ensinando-lhes a presença de Deus em seu interior.

No acima exposto não desejamos, absolutamente, condenar aqueles que se deixam batizar na Santa Trindade de Deus, e nem tampouco aqueles que conferem esse Batismo utilizando, em seus processos mágicos, a água. Todas as Religiões têm pleno direito de fazer uso de seus poderes mágico-ritualísticos em favor da fé que confessam. Assim, o Batismo nas igrejas Cristãs, mesmo com alguma modificação ritualística tem o seu valor como base de salvação e santificação. O Batismo apenas representa um valor a ser adquirido pelo batizando, isto é, a sua introdução na igreja Santa e Una, a “Igreja Invisível”, tão bem conhecida pela massa como Corpus Christi, a Santa Comunhão dos Eleitos. Daí poder-se falar de uma vida verdadeiramente Cristã.

Na realidade, as diferentes Igrejas pretendem, cada qual a seu modo, possuir as chaves de um reino de bem-aventurança, em perfeita união com Deus. Um leigo simples e inteligente ao ouvir tais declarações lança a seguinte pergunta: “Sendo assim, deve-se considerar totalmente impossível uma comunhão com o Criador sem a interferência da Igreja?”. Será necessário, para tanto, a intervenção episcopal?

Isto nos leva novamente ao tema do Batismo, o qual é considerado como o bálsamo supremo para aliviar o ser humano de suas penas e salvá-lo de suas maldades, ou melhor, da maldade cometida por seus primeiros pais, Adão e Eva, no Jardim do Éden. A existência cerimonial do Batismo explica-se por aquilo que se denomina “exorcismo do diabo”, o qual, a partir da “Queda do Homem”, passou a dominar o mundo.

Já dissemos anteriormente que as Escrituras apresentam dois diferentes Batismos: o primeiro pode ser definido como Arrependimento, segundo as próprias palavras de São João, o Batista. (Mt 3:11)[10]. Assim como São João Batista, os Israelitas Essênios no Mar Morto batizavam com água para o arrependimento dos pecados.

Logo em seguida vemos Jesus sendo batizado por São João Batista aos 30 anos de idade, tornando-se, a partir daí o Cristo Jesus, Aquele que não mais batizaria com água e sim com Fogo e Espírito, de acordo com o testemunho do próprio São João Batista.

Assim o Fogo do Espírito Santo foi aplicado a toda a Humanidade para salvação, e não mais para arrependimento. Essa é a grande diferença entre o Batismo de Água e o Batismo de Fogo e Espírito. Podemos dizer que o Batismo de Água provoca o conhecimento dos Mundos espirituais por sufocação, enquanto o Batismo de Fogo e Espírito Santo leva a uma comunhão direta com o Fogo do Cosmos do Espírito Universal. Esperamos que o amado leitor nos tenha acompanhado atentamente até aqui, não em espírito de aceitação ou negação daquilo que vimos expondo, mas, investigando juntamente conosco, desbravando corajosamente, sem quaisquer prejuízos, este grande emaranhado de erros e superstições em torno do Evangelho. Isto equivale a uma libertação de todo elemento estranho à verdade, venha ele de onde vier.

No Evangelho Segundo São Mateus, Cap. 3, versículo 11 encontra-se escrito, como já mencionamos: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.”. Esse pronunciamento vem de São João Batista; eis que, de maneira alguma poderá ser modificado ou torcido, tão positivo ele é. Dizemos: água é água e fogo é fogo! Alguns dos leitores bem poderiam inquirir a respeito da idoneidade de São João Batista. O Profeta Isaías, 748 anos antes de Cristo, fala no Capítulo 40, versículo 3, as mesmíssimas e célebres palavras de São João Batista, isto é, proclama a vinda de um precursor: “Uma voz clama: “No deserto, abri um caminho para Iahweh; na estepe, aplainai uma vereda para o nosso Deus.’”.

Completam-se estas mesmas palavras, após quase 750 anos, no Evangelho Segundo São Mateus, Capítulo 3, versículos 1, 2 e 3 com o seguinte: “Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizendo: ‘Arrependei-vos, por que o Reino dos Céus está próximo’. Pois foi dele que falou o profeta Isaías, ao dizer: ‘Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, tornai retas suas veredas.’”.

Dessa maneira bem podemos compreender que, assim como chegava o Reino dos Céus com a vinda do Senhor, haveria, naturalmente, uma mudança dos tempos, o que de fato se deu. Como prova disto, passamos novamente à palavra do Santo Livro, a Bíblia, que no Evangelho de São Mateus, Capítulo 3 e versículos de 13 a 17, diz o seguinte: “Nesse tempo, veio Jesus da Galileia ao Jordão até João, a fim de ser batizado por ele. Mas João tentava dissuadi-lo, dizendo: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?”. Jesus, porém, respondeu-lhe: “Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça”. E João consentiu. Batizado, Jesus subiu imediatamente da água e logo os céus se abriram e ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele. Ao mesmo tempo, uma voz vinda dos céus dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem Me comprazo”.

Pelo diálogo acima, entre São João Batista e Jesus, damo-nos conta de que ambos tinham conhecimento do Batismo vindo das Alturas. Logo já sabia, antes, do Batismo de Fogo que sucederia ao Batismo de Água. Por isso testemunhou visualmente esse Batismo, quando viu abrirem-se os Céus e o Espírito Santo (Fogo) desceu como pomba, com o propósito de tocar o Mestre. Logo, impõe-se historiarmos as duas formas de Batismos, isto é, o de Água e o de Fogo, pois se trata de dois mundos ou estados de consciência diferentes. O Cristianismo popular até agora falou apenas da necessidade da água, tendo-a sempre utilizado em seus ritos.

O exposto nos suscita a seguinte pergunta: qual a razão do Batismo de Água, desde que já se havia anunciado o advento daquele que batizaria com Espírito? Em verdade, trata-se de dar ao candidato dos Mistérios[11] o conhecimento de seu estado espiritual. Os israelitas Essênios, que formavam uma comunidade à parte a qual pertencia São João Batista – filho de Isabel e Zacarias –, sabiam que quando se submerge alguém na água, os seus corpos sutis, por falta de condições biológicas de respiração de ar, abandonavam, em parte, o Corpo Denso (corpo físico), da mesma forma como acontece num afogamento. Antes de o indivíduo se afogar completamente, o Espírito se encontra consciente dentro de seu nível interno, conhecendo-se a si mesmo como um ser espiritual entre outros seres semelhantes, que se encontram em seu nível, estando só parcialmente ligado ao seu Corpo Denso. Acontece, porém, que esse quase afogamento, sem dúvida, era uma operação um tanto brutal, causando algum sofrimento. Os Essênios conheciam perfeitamente o ponto exato em que o candidato aos Mistérios podia ser novamente levado para fora da água, enriquecido com os conhecimentos obtido nos planos superiores. Dessa forma, o candidato tinha plena certeza da existência de uma vida espiritual, o que o levava a morrer para tudo quanto é material. Ele era um morto para o Mundo material, e nascido para os Céus. Esclarecido isso, pudemos agora dizer algo a respeito do Batismo de Fogo e Espírito, ao qual São João Batista se refere. Saibamos, outrossim, que não somente o iluminado São João Batista falava pelo Espírito Santo, como também todos os profetas do Antigo Testamento.

Vimos que na ocasião do Batismo do Senhor Jesus os Céus se abriram, e o Espírito Santo desceu como pomba sobre Ele. Aquilatamos esse acontecimento com uma maior compreensão espiritual: São João Batista tinha visão espiritual, tendo visto, portanto, a descida do “Fogo Espiritual do espaço universal” como pomba, o que esotericamente compreendido significa: paz, Reino dos Céus. Nesse mesmo instante foi conferido o Verbo a Jesus, e esse mesmo Verbo diz: “Este é o meu Filho amado, em quem Me comprazo”.

Cientificamo-nos da grande importância da manifestação pela luz, conforme relata o primeiro Capítulo do Evangelho Segundo São João. O Verbo-Deus manifestando-se como Luz ao mandato: fiat lux (Faça-se a Luz), pronunciado pela essência do Fogo-Luz, o Verbo Absoluto. Marquemos profundamente em nossas Mentes essa abstração, pois é a chave para muitos mistérios.

Sabemos perfeitamente que Jesus, em existências anteriores, vivera na Personalidade de Salomão, na Judeia, e como Krishina, na Índia, sendo ali conhecido como um Salvador. Nessas duas Personalidades habitava a Fogo do Espírito Santo, não havendo, porém, a manifestação mais abundante, plena, do Espírito do Verbo, o que se deu na Personalidade de Jesus de Nazaré, que se transformou, por isso, em Salvador do Mundo. Cristo, o Princípio da Criação, desde esse instante, passou a guiar a Humanidade por força da essência do Fogo (Luz), do qual era portador puríssimo o sangue de Jesus, que posteriormente foi derramado e infuso no globo terrestre. Ele é a Luz e o Amor do Pai, para que, auxiliados por essa Luz e Amor infinitos, os seres humanos de boa vontade dessem início ao seu trabalho de construção do novo Templo da Humanidade, tendo Cristo como Pedra Angular. A presença do Cristo Solar garantia, dessa maneira, a Terra e a Humanidade, o regresso ao Sol, a sua origem. Essa atuação irradiante da Luz Cósmica era decisiva, peremptória, não havendo, portanto, outra via, pois, o Céu se havia movido a favor da Salvação da Humanidade. O Mundo não haveria de perecer, mas seria salvo, e desse modo a essência do fogo, o Verbo, conferia a Jesus o Raio de sua excelsa atuação, a fim de que todos aqueles que cressem em Jesus, o Cristo, pudessem receber o Batismo de Fogo, com a finalidade da regeneração espiritual. Assim, todos morriam em Jesus, o Senhor, para renascer pelo Fogo do Espírito Santo em Cristo. Todo, pois, que aceita o sacrifício da Luz Universal, o Verbo por meio do Sangue de Jesus, traz em si, devido a esse derramamento de Sangue-Espírito, o sinal do Batismo de Fogo. Aquele que não traz esse sinal se encontra ainda preso às águas do Mar Morto do Antigo Testamento, tal como ainda hoje se encontram as Sinagogas e Igrejas, que se dizem orientadas pelo Espírito Santo (Jeová) e para simbolizá-lo mantêm sempre acesas luzes vermelhas em seus Altares. Cristo, porém, não mais se manifesta por meio de luz externa alguma; Ele está presente nas almas de todos os seres humanos como Luz Salvador-Interna, atuando verdadeiramente em todos aqueles que vivem consoante a Lei de Deus, o Senhor do Verbo.

Segundo as palavras do próprio São João Batista, o Batismo de Água vigorou até a vinda do Messias (Salvador). Ele havia sido empregado, cerimonialmente, para o arrependimento, desde a passagem dos israelitas no Mar Morto, até às águas do Jordão, como já mencionamos. Tudo não passava apenas de um Ritual, de uma confirmação do pacto feito entre Deus e o povo de Israel (ICo10:1-4)[12]. As palavras de São João Batista no Batismo de Jesus são totalmente radicais em sua oposição ao Batismo de Água, pois, como foi dito, Cristo liberta os seres humanos por um processo exclusivamente interno, coabitando, como Espírito Universal, como Energia Cósmica irradiante, com toda a Humanidade. Desde o seu advento, alimenta-se a Humanidade, então, pelo constante Batismo de Luz e Fogo, que desce em ondas rítmicas, como pomba (Paz) nas almas dos seres humanos, à semelhança do que se deu no Jordão, quando um Raio da Luz de Deus penetrou a alma do homem Jesus.

A partir daí, teve início o grande Plano de Redenção. Na Santa Ceia evidencia-se a vitória desse plano iniciado e em pleno andamento, a vitória da transformação, quando os doze Apóstolos recebem Pão e Suco da Videira (repare: não havia vinho, mas apenas pão, um produto vegetal, e o fruto da videira, outro vegetal. O suco recém-extraído da uva não contém um espírito proveniente da fermentação e decomposição, mas é um alimento vegetal puro e nutritivo), à semelhança do Corpo e Sangue de Deus. É de se lamentar, no entanto, que a maior parte dos que se dizem batizados não tenham sentido ainda essa grande verdade, continuando, portanto, presos às águas do Mar Morto. Ressaltamos bem o fato, como já foi uma vez explicado, que o Espírito Universal modificou, abruptamente, as condições cósmicas. O Céu se deu num amplo amplexo à Terra obscura. A continuidade do Batismo de Água somente poderia trazer, como efeito, da extremada subordinação à Lei e à letra, a separação da Cristandade em várias seitas.

Dessa forma a Humanidade se perdeu por caminhos ilusórios. Ao invés de preparar em si mesma, em sua alma, os caminhos do Senhor, continuou a crer mais na água morta que na espiritualização da Mente e da Alma. O Monte da Transfiguração tinha que ser alcançado na alma dos seres humanos, assim como aconteceu com Cristo, pois a iluminação interna provém d’Ele para todos. Chame-se essa Luz como quiser, dê-se-lhe o nome que se queira dar. Não importa. É a mesma Luz da Sabedoria de Deus, o “Filho Bem-amado”. Deus deseja residir na alma do ser humano, internamente e para tanto, não precisa cerimonial externo algum. A Humanidade deve se assemelhar a Deus. E Deus é Amor! Dessa forma, reconhecemo-nos uns aos outros na Luz e no Amor de Deus, para sermos reconhecidos no espírito que é de Deus. Todo aquele que confesse ter vindo Jesus-Cristo a sua carne, a sua alma, faz-se divino e nasce em Deus, e todo aquele que nega ter vindo Jesus-Cristo em sua carne e não libertado, o princípio espiritual divino, adormecido em seu interior, não é de Deus. Em verdade não há sinal externo que possa demonstrar a presença de Deus. Contudo acumulamos forças sobrenaturais facilmente reconhecíveis, se realmente pretendemos acompanhar a Deus em seus caminhos, em nossa alma, com aquela simples, quase infantil, compreensão de que Deus é Amor, e quem vive em amor, está em Deus e Deus nele. (IJo 4:16).

Esse amor sempre nos acompanha, onde quer que estejamos. “Ainda que eu caminhe por um vale tenebroso, nenhum mal temerei, pois estás junto a mim” (Sl 23), mais próximo do que nossas mãos e nossos pés. À noite adormecemos com Ele, sonhamos com Ele, despertamo-nos com Ele, falamos cada palavra junto d’Ele. Em todos os nossos serviços, fazemo-Lo acompanhar-nos, numa constante transmissão de Amor, em inalterável serenidade e paz. Em tudo isso, reconhecemos a Sua presença. E se nos amamos uns aos outros, conforme o Seu mandamento, não tenhamos dúvida: Ele estará em nós, conferindo-nos o seu Batismo de Fogo e Espírito. A Água Viva brota de nosso interno Santuário, em transbordante amor para com tudo e com todos, trazendo-nos um vivo sentimento de união com todas as criaturas. Nessa universalidade divina, não há mais tempo, nem espaço, nem criatura, nem criador, nem razão, mas apenas Unidade, o Eterno “Eu Sou”, existência absoluta no Absoluto. Participamos deste elevado estado como Filhos de Deus, e como novas Criaturas. Trazemos em nossas testas o Sinal do “Filho do Homem”, isto é, o Triângulo ígneo representativo do Pai, Filho e Espírito Santo, que se manifesta como Amor.

Percebe-se em volta de todo aquele que se confessa a esse Amor Crístico, algo como que auréola, plena das mais santas vibrações transmitidas em forma de grande compaixão e amor-sacrifício por onde caminhem a dor, a miséria e o sofrimento. Lembremo-nos dos Profetas, Apóstolos e dos verdadeiros benfeitores da humanidade: Platão, Sócrates, Hipócrates, São Francisco de Assis, Santo Agostinho, Jacob Boehme, Max Heindel e tantos outros grandes idealistas, que através de seus ensinamentos fizeram ecoar nas fibras dos mais empedernidos corações o eterno hino do Amor. Através de todos eles circulava o Fogo do Espírito de Deus, pois do contrário não poderiam, com tanta energia, proclamar a presença Divina. Os escribas, pelo contrário, jamais puderam fazer vibrar os corações, pois não falava neles a Divina Luz, e sim a inteligência fundamentada apenas na lógica humana.

A VERDADE COMO CONSTANTE CRIAÇÃO DE NOVAS PERSPECTIVAS

Nunca houve possibilidade de determinar o que é a Verdade. Pode-se apenas dizer que ela é uma constante criação de novas perspectivas pelo Grande Todo. Portanto, impossível de ser conhecida apenas pelo raciocínio humano. Por isso, mesmo Cristo não respondeu a Pilatos quando este o interrogou: “Que é a Verdade?[13]. Nesse instante defrontam-se o tempo e a eternidade, o brilho da dialética do mundo e o eterno fulgor de outro mundo, pois não disse Cristo Jesus: “O meu reino não é deste mundo”? (Jo 18:36). E depois, o que adiantaria falar-lhe (a Pilatos) a respeito da Verdade se não estava interiormente amadurecido para reconhecê-la? E nos tempos atuais, de que nos adiantaria especularmos a respeito da Verdade ou de Deus, se O reconhecemos em nós mesmos? A ingratidão, o mal e a miséria cravaram tão fortemente suas espadas nos corações dos seres humanos, que esses não mais podem sentir a pulsação constante do Amor Infinito, que desce em ilimitada compaixão até nós, desde os planos do Ser Universal.

Para total infelicidade do gênero humano, esse Amor Divino encontra sempre a oposição do “amor” humano, egoísta e autoconservador. E assim a Humanidade se assemelha a um rebanho de cegos conduzido por um guia cego. Originalmente, a Humanidade foi criada como moradora do Jardim do Éden. Cintilava sua veste como pedras preciosas. Era ungida como Querubim, parecendo como pedra afogueada entre as estrelas do firmamento, palavras estas pronunciadas pelo Profeta Ezequiel (28:13 e 14)[14]. Devem ser lidas muitas vezes essas dramáticas acusações! Originalmente, a Humanidade foi criada para andar pelas mãos de Deus, numa perfeita ligação de amor. Nesta santa intimidade não é possível conhecer-se o mal, a separação e a dor, mas constantemente o sentimento da felicidade e a paz. Não se trata aqui, absolutamente de uma exaltação ou de arroubos místicos. Esse encontro com Deus é permanente. É Deus reconhecendo-se a Si mesmo em Sua criatura, e essa se encontrando a si própria no seu Criador. “Lumine de lumine, lumine de lumine…!”. Essa sensação de intimidade entre Deus e o ser humano não pode ser explicada, pois ela se realiza no mais recôndito, onde a percepção se torna sublime, transcendental e imaterial. Não é possível reconhecer a presença de Deus por meio de palavras, nem formular regras para conhecê-lo em nosso Espírito, pois o cálice transborda de alegria. Qual o Santo ou a Santa que alguma vez se expôs a uma sabatina de tal espécie? Isto seria blasfêmia. Conhecer a Deus somente é possível àquele que prova em si a Sua presença.

No entanto, saibamo-Lo ou não, Ele nos envolve em Sua Eterna Luz, à espera de nossa manifestação em sentido de orientador superior, a fim de que a Sua Plenitude e o Seu Espírito possam penetrar em nossa aura, em nossa Individualidade, em nossa inteligência. Este e o Seu eterno anseio. E quando a criatura conhece a dor, o sofrimento, estes não são causados por um afastamento de Deus, e sim pela própria criatura. Muitas vezes ouve-se alguém dizer: “Por que Deus permite isto ou aquilo?”. Então encontramos a única resposta: “Os seres humanos cerraram a passagem à Luz que tem como único objetivo alimentar as suas almas, a fim de que não mereçam, mas tenham a Vida Eterna”. Afirmamos veementemente: a criatura que se volta novamente a Deus, o Fogo do Amor Divino não tardará com o Seu Batismo. Assim, o Batismo de Fogo é sempre renovado, até que o derradeiro se cumpra, culminando no total renascimento da criatura para o Reino dos Céus. O Fogo trazido a Terra por Cristo está ardendo e toda criação geme como em dores do parto à esperada manifestação do Filho de Deus.

ESCLARECIMENTOS À PARTE

No 4º Capítulo, nos versículos 1 e 2 do Evangelho Segundo São João (o Discípulo que Jesus amava) lemos o seguinte: “Quando Jesus soube que os fariseus tinham ouvido dizer que ele fazia mais discípulos e batizava mais que João — ainda que, de fato, Jesus mesmo não batizasse, mas os seus discípulos”, e no versículo 9 o diálogo entre a mulher samaritana e Jesus dizendo-lhe: “Diz-lhe, então, a samaritana: “Como, sendo judeu, tu me pedes de beber, a mim que sou samaritana?”. (Os judeus, com efeito, não se dão com os samaritanos.)”. E logo o versículo 10, diz: “Jesus lhe respondeu: ‘Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva!’”. (Nesse caso “Água Viva” não se deve compreender como um rio em movimento).

Nos versículos 13, 14 (Jesus lhe respondeu: “Aquele que bebe desta água terá sede novamente; mas quem beber da água que eu lhe darei, nunca mais terá sede. Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna”), Cristo ensina Sua eterna vida. E nos versículos 20, 21 e 22 (Nossos pais adoraram sobre esta montanha, mas vós dizeis: é em Jerusalém que está o lugar onde é preciso adorar”. Jesus lhe disse: “Crê, mulher, vem a hora em que nem sobre esta montanha nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus). Ele nos ensina sobre os Iniciados em espírito que trazem em si a Paz do Espírito do Pai, que reinará com Seus filhos na cidade luminosa de Jerusalém, com Cristo sendo o Sumo Pontífice, o “Rei de Salém”. Entende-se o termo judeu e israelita no sentido de “o iluminado pela água da vida para toda eternidade”. Falava Cristo, à mulher de Samaria, de uma água morta a qual jamais poderia matar a sede, referindo-se ao mesmo tempo a água que Ele oferecia, isto é, o Espírito da Vida que eliminava a sede para toda eternidade. Esta água não teria nada a ver com aquela de que os seres humanos e animais bebem, e sim com a Água corrente do Fogo do Espírito Santo com que o Salvador batizava, atuante no Corpo de Cristo. Sabemos destarte, que essa água é a portadora da Vida Eterna, transmitida por Cristo. Assim, tendo bem compreendido o que foi dito acima, torna-nos lógico que Cristo não necessitava de Batismo algum, pois, bem diz o Evangelho Segundo São Mateus, no Capítulo 3, versículos 14 e 15, ao se aproximar Jesus para ser batizado por São João Batista: “‘Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?’. Jesus, porém, respondeu-lhe: ‘Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça’”.

Evidentemente não necessitava do Batismo, pois era o Senhor do Mundo! Em verdade, sempre houve entre os sumo-sacerdotes, desde a existência do Tabernáculo no Deserto, o Lavabo de Bronze (pia batismal) no qual se purificavam, antes de entrar na Sala Oeste onde brilhava a Glória da Shekinah, a luz vermelha, representativa do Espírito Santo, com quem entrava em contato. Note-se que se tratava aí de Comunhão com o Senhor Deus, quando eram recebidas as ordens para o povo. Nesse momento, havia entre aquele que se havia purificado (batizado) e Deus uma estreita relação, mesmo que o Pontífice não conhecesse a face do Espírito Santo. Como havia passado pela água do Lavabo de Bronze, exposta às forças cósmicas durante as lunações em que Jeová dominava, resultara a purificação do Corpo Denso, do Corpo Vital e do Corpo de Desejos do sumo-sacerdote, estabelecendo-se a comunhão entre Jeová e o sumo-sacerdote e, assim o Verbo que saía da boca do Senhor não era desvirtuado.

Nesse ponto convidamos o leitor a se deixar levar pela própria intuição, a fim de apreciar maiores conhecimentos espirituais que se seguem.

O ponto máximo dessa purificação pela água deu-se com o povo israelita, quando da travessia do Mar Vermelho. Ali, como um grande e único grupo humano, passando pelas Águas, foram guiados por uma coluna de fogo, provocando uma purificação em massa. Este acontecimento, bem o explica São Paulo, na sua Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo 10, versículos de 1 a 4, com as seguintes palavras: “Não quero que ignoreis, irmãos, que os nossos pais estiveram todos sob a nuvem, todos atravessaram o mar e, na nuvem e no mar, todos foram batizados em Moisés. Todos comeram o mesmo alimento espiritual, e todos beberam a mesma bebida espiritual, pois bebiam de uma rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha era Cristo.”.

Estas palavras fundamentais de São Paulo mostram e explicam bem que a unidade deveria ser mantida pela relação existente entre a comunhão israelita e a posterior consagrada à crucifixão de Jesus-Cristo. Tanto antigamente como na atualidade, os candidatos à purificação recebem o “Pão e Suco da Videira”, símbolos da presença do alimento Divino para salvação. A essa altura relembramos que tanto as sinagogas como as igrejas ostentam em seus altares a mesma luz vermelha, símbolo da presença do Espírito Santo. Bem diz São Paulo que o Cristo se achava na nuvem, na coluna fogosa na passagem dos israelitas pelo Mar Vermelho. Isto nos mostra cabalmente a perfeita unidade de Deus, mesmo quando se fala em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. O Espírito Universal é “UM”, e não três nem cinco nem dez! Visto dessa forma o assunto torna-se claro. O Batismo de Água valorizava os preceitos e ensinamentos dados por Moisés por meio do Espírito Santo. E logo depois, quando o Cristo passou com o povo escolhido através do Mar, impôs-lhe o conhecimento do espiritual Fogo Invisível. O espiritualista, em seus Corpos purificados, reconhece a mesmíssima coluna fogosa em sua própria coluna espinhal, o Fogo Sagrado do Espírito Santo.

Notemos que, em tempos remotos, tudo se manifestava externamente, de forma inconsciente, devido ao estado involutivo da criatura humana. Essa, com o passar dos tempos, paulatinamente foi tomando consciência de uma vida externa – do Mundo material ao seu redor. E assim sendo, a vida espiritual se encontrava em quase completa escuridão, sendo desvendada por alguns poucos vanguardeiros que iam desenvolvendo órgãos de percepção espiritual. Semelhantemente, hoje em dia, esse reconhecimento interior de Deus se encontra velado para a maioria dos seres humanos, por não possuírem ainda órgãos aperfeiçoados necessários para tal finalidade. Deus fala hoje como antigamente as Almas dos seres humanos. Mas, a virtude de Deus não alcança aquele que não aceita, que não a cultiva em si mesmo. Falta-lhe a devida fé; falta-lhe o devido amor incondicional; falta-lhe a devida força para uma entrega total de si mesmo a esse Amor maior, sem a qual não se pode viver e nem se consegue a divina ascensão do próprio ser.

Nessa prospecção lembramo-nos de ter falado a respeito da atuação externa de Cristo, quando da passagem do povo judeu pelas águas do Mar Vermelho, o que equivaleu a um Batismo externo. Após muito vagar pelo deserto, surgiu o amadurecimento tão esperado, que lhe permitiu receber o Batismo interno ministrado por Cristo. A fim de atingir este amadurecimento, foram necessários longos anos de penúrias e de sofrimentos constantes, de contendas e perseguições, de reedificações do Tabernáculo no Deserto e do Templo de Jerusalém. Os Macabeus[15], organização militar da Judeia, já não mais resistindo aos exércitos bem mais fortes, inclusive os de Roma, não encontravam outra solução senão evadir-se pelo suicídio nas montanhas da Palestina. Estas tremendas provas porque passaram somente podia levá-los a uma seleção, a uma depuração, a uma preparação para o advento de Jesus, posteriormente Jesus-Cristo, que os conduziria a libertação por meio de um Batismo mais extraordinário. E essa libertação, ou seja, Salvação, somente podia ser lograda dentro do sangue da Humanidade, por meio do sacrifício de Jesus. Vejamos, porém, mais de perto esse importante acontecimento. O purificado sangue de Jesus era algo preciosíssimo, pois era cheio da força do Espírito Santo, e deste modo, o Espírito Universal podia penetrar, perfeitamente, em todas os Estratos da Terra[16], purificando-a. Assim, Jesus trazia às almas humanas o Batismo da Salvação, o Batismo do Sangue, sangue de Jesus no sangue do ser humano. As forças divinas puderam penetrar até o âmago da natureza humana, e Cristo fez-se um de nós! A partir de então, tornou-se possível receber as vibrações do Sol diretamente, pois o sangue de Jesus servira de veículo entre a Humanidade e as forças solares. Verdadeiramente a Luz não mais seria recebida por intermédio do Regente da Lua, ou seja, Jehovah (ou Jeová, Javé, Iahweh, Yaweh, YHWH), e sim do Arcanjo Solar, o Cristo que, manifestando-se pelo Corpo Denso e Corpo Vital de Jesus, na Terra, sofreu o derramamento de sangue no Gólgota; e através do sangue penetrou nosso Globo e se tornou Espírito Planetário da Terra.

Na Santa Ceia, esse mesmo Espírito testemunha pelos lábios de Cristo Jesus: “Tomai, comei; isto é o meu corpo.”[17]. Note-se que Ele não disse: “isto representa o meu corpo”, e sim: “Tomai, comei; isto é o meu corpo.”.

Da mesma forma tomando o cálice e dando graças deu-o aos Discípulos, dizendo: “Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados.[18].

Desse momento em diante, a fase final da história da Salvação precipitava-se. O símbolo da Eucaristia é um dos mais belos e mais santos dentro dos Mistérios. O pão que Cristo tomara, e que apontara como sendo o Seu corpo, e o cálice da Nova Aliança representam, nesse sublime rito, a Terra e tudo que ela contém (nesse caso o pão feito de trigo, e o suco da videira). Eles receberiam, no ato final do grande Sacrifício Cósmico de Cristo, a vitalidade e a Luz do Mundo do Espírito de Vida, não somente do exterior como do interior da Terra. Deste modo o globo terrestre vem passando por uma alquimização constante, efetuada pela Luz de Cristo. Assim como Cristo penetrou nos corpos dos Discípulos por meio do “pão e do suco da videira”, tem penetrado também em todos aqueles que chegaram a compreender e aplicar a ciência da transmutação em seus corpos – a transmutação por meio do Amor espiritual, ou seja, impessoal).

Tal alquimia não admite fermento estranho na massa, pois, a própria vida-luz que o Discípulo traz interiormente é suficiente para o seu crescimento. Na Antiga Dispensação[19] os israelitas tinham de entregar o “pão ázimo”, isto é, não fermentado. Esse ensinamento significa que em tudo quanto há fermentação, existe o signo da morte. Da mesma forma, Cristo entregou (como os judeus na Páscoa) o pão não fermentado. Nisso entendemos que, aquele que toma o “pão e suco da videira” não fermentado – o Corpo de Cristo – jamais perecerá. A pureza do corpo espiritual jamais poderá fermentar. Entendemos assim, que Cristo, não somente na ocasião da Páscoa, fez a entrega do pão ázimo (Seu Corpo), mas o faz constantemente, até que o Espírito se faça presente em toda plenitude num corpo não fermentado.

As águas da morte haviam passado, e a pura espiritualização pelo fogo tomou o lugar de tudo aquilo que fermentava. O Fogo da Ressurreição nasceria em tudo o que continha a podridão do fermento. Na crucifixão foi entregue o Fogo do Espírito Triuno, para que a pureza pudesse ser extraída da impureza; e o ouro puro, da escória. Verificamos, assim, a constante presença de Deus, quando diariamente partimos o pão em memória d’Ele. Em cada partícula que tocamos com nossas mãos e ingerimos com devoção a Ele, recebemos o Batismo de Fogo, em virtude de seu Sangue Purificador. Unimo-nos a Ele todos os dias, a todo instante, pois o Espírito não fermenta e, assim, temos a Vida Eterna como ele nos prometeu.

Afirma-se daí, que a criatura jamais deveria pensar em si mesma como sendo apenas um ser feito de carne e osso e sim, participante do Espírito, jamais exposto à fermentação ou deterioração. Depende apenas de si o deixar-se fermentar ou não, o viver na luz da Vida Eterna ou nas trevas da corrupção, quer física, quer etérica ou emocional e intelectualmente. Os nossos Corpos superiores recebem sempre poderes de qualidades divinas por força da Ordem Divina, reinante em todo o Cosmos. Na parábola da videira encontramos referência sobre esta afirmação (Evangelho Segundo São João 15:1-5[20]).

Daí se infere que vivemos sob constante influxo de Forças Divinas que nos envolvem e interpenetram. Asseveramos, portanto, que a única condição para permanecermos nessas Forças Divinas (no Cristo) é o desejo, o anelo sempre contínuo de sermos tais como ramos de uma árvore alimentados por Sua vida. Assim como o Pai preserva a videira, com toda a certeza preservará os ramos que nela permanecem.

Por essa verdade absoluta tão bem explicada por Cristo ao transmitir o conceito da Eternidade do ser humano em Deus, existindo na Eterna Unidade, ou no Verbo Infinito, deve o candidato saber, e por fim sentir, o plano espiritual em seu Ego como Batismo de Fogo e Espírito, de maneira concisa e exata, para não mais desviar-se da profunda base existente na videira, no Fogo do Pai, do Filho e da constante criação do Espírito Santo em seu próprio Ego, Cristo no ser humano. Saibamos que o Fogo do Espírito Universal jamais conhecia limitações em qualquer extensão material, intelectual ou mesmo em si, como elemento do Absoluto. O ser humano, que é incluído em todas as partes divinas por causa de sua divina descendência, reconhece, assim como Deus mesmo, a sua ilimitação. Ressaltamos, porém, que existem limitações apenas para quem não consegue, em sua meditação espiritual ou em sua alma, conviver com a sua ilimitação. Essa frustração resulta de sua Mente não acessível ao ambiente em sua extensão iluminada, ainda não suficientemente aplicada ou aplicável em atividades puras. Todo espiritualista sabe, perfeitamente, que cada pensamento representa uma onda de “luz”, movimento luminoso que é qualidade da divina onipotência.

Essa linguagem encontramos em todos os livros sagrados, na música, literatura e na escultura, em que o Espírito de Deus é fator cooperante. É de suma importância a criatividade na obra artística, pois se percebe quanta força divina tem atravessado, ou tinha possibilidade de se manifestar na alma do artista e, com poder interno, podia expressar-se na pauta musical, na tela, ou na pedra de mármore.

Adicionemos ainda algumas palavras ao mesmo assunto, pois se trata do “Espírito Santo” em nossa Individualidade. Se pertencemos, como Egos, à substância de Deus, mesmo afastados da Luz Central existimos em qualidade espiritual nos Corpos divinos do Sistema Solar, como participantes de todos os sistemas e de suas qualidades, desde o mais sutil-abstrato, “Onisciência de Deus”, até o material mais grosseiro do mundo Planetário-Estelar.

Com essas reflexões entendemos pertencer ao princípio das coisas, a Deus, ao Caos, em exata harmonia com as leis coordenadoras d’Ele, embora sejam imensuravelmente elevadas à nossa compreensão mental. Porém, pelo pensamento abstrato, podemos compreender muito bem onde o nosso ser interior tem a sua função sublime e absoluta.

A esta altura esperamos que o prezado leitor haja alcançado o sentido do “Batismo de Fogo e Espírito” por meio dessas explicações. Atentemos, a seguir, as palavras de Cristo quando nos ensina: “Antes que Abraão fosse, Eu era[21]. A palavra de Cristo é verdade que conduz à totalidade da criação. Portanto, pertencemos a qualidade dos poderes de Cristo. Facilmente vislumbramos nessas palavras a nossa origem, coincidindo com Aquele a quem Ele pertencia, ou seja, Criador do Universo e, em particular, a evolução do Sistema Solar ao qual pertence o nosso globo terreno.

Devemos ainda exigir esclarecimento para retificar um erro grave que os dogmas cometem quando dizem que, após a crucificação, Cristo desceu ao inferno ou, a “mansão dos mortos”, ressuscitando no terceiro dia. Compreendamos que isto jamais aconteceu, pois Cristo incorporava em Si qualidades celestiais, mercê das quais jamais precisaria descer a um inferno ou “mansão dos mortos”! Ele era o Senhor da vida! A, palavra inferno tem o sentido etimológico de “o mais inferior”, designativo de um estado vibratório lento, que deve ser acelerado no processo de espiritualização dos veículos. Eis o que deve acontecer aos seres humanos, pois a Terra e a sua Humanidade deverão ser salvas.

O Batismo pelo Fogo e Espírito deveria realizar-se para que não sucedesse ao nosso Globo e Corpos a extrema condensação que a Luz sofreu. Entendamos que o Fogo deveria permear e sutilizar a Terra que perigava devido a sua vibração demasiado lenta. A Terra e seus habitantes foram salvos da destruição devido a poderosa atividade Solar incorporada no próprio Cristo. Analogamente devemos também acreditar na constante reaparição do globo terrestre, pois ele renasce ciclicamente, tal como nós, Espírito, renascemos com nossos Corpos aqui. Não é possível imaginarmos quantas vezes e em quantos Sistemas Solares o globo que habitamos já pode ter existido, pois se trata de uma constante evolução. As Galáxias estão a nossa disposição. Devemos lembrar-nos, de uma vez para sempre, que a Luz Divina (Deus é Luz) representa uma constante circulação, como se fosse o Sangue do Espírito do Todo Uno, indestrutível, eterno e de total potência. Existe sim, uma constante ação criadora da qual nos beneficiamos e que podemos chamar: a consciência do Batismo de Fogo e Espírito.

F I M


[1] N.R.: Jo 18:36

[2] N.R.: A Era de Peixes que se avizinhava

[3] N.R.: Mt 3:11

[4] N.R.: IIRs 2

[5] N.R.: Mt 25:32

[6] N.R.: Ex 20:4

[7] N.R.: Jo 4:24

[8] N.R.: Saulo, respirando ainda ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote. Foi pedir-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de poder trazer para Jerusalém, presos, os que lá encontrasse pertencendo ao Caminho, quer homens, quer mulheres. Estando ele em viagem e aproximando-se de Damasco, subitamente uma luz vinda do céu o envolveu de claridade. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: “Saul, Saul, por que me persegues?”. Ele perguntou: “Quem és, Senhor?”. E a resposta: “Eu sou Jesus, a quem tu estás perseguindo. Mas levanta-te, entra na cidade, e te dirão o que deves fazer”. Os homens que com ele viajavam detiveram-se, emudecidos de espanto, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém. Saulo ergueu-se do chão. Mas, embora tivesse os olhos abertos, não via nada. Conduzindo-o, então, pela mão, fizeram-no entrar em Damasco. Esteve três dias sem ver, e nada comeu nem bebeu. Ora, vivia em Damasco um discípulo chamado Ananias. O Senhor lhe disse em visão: “Ananias!”. Ele respondeu: “Estou aqui, Senhor!”. E o Senhor prosseguiu: “Levanta-te, vai pela rua chamada Direita e procura, na casa de Judas, por alguém de nome Saulo, de Tarso. Ele está orando e acaba de ver um homem chamado Ananias entrar e lhe impor as mãos, para que recobre a vista”. Ananias respondeu: “Senhor, ouvi de muitos, a respeito deste homem, quantos males fez a teus santos em Jerusalém. E aqui está com autorização dos chefes dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome”. Mas o Senhor insistiu: “Vai, porque este homem é para mim um instrumento de escol para levar o meu nome diante das nações pagãs, dos reis, e dos filhos de Israel. Eu mesmo lhe mostrarei quanto lhe é preciso sofrer em favor do meu nome”. Ananias partiu. Entrou na casa, impôs sobre ele as mãos e disse: “Saul, meu irmão, o Senhor me enviou, Jesus, o mesmo que te apareceu no caminho por onde vinhas. É para que recuperes a vista e fiques repleto do Espírito Santo”. Logo caíram-lhe dos olhos umas como escamas, e recobrou a vista. Recebeu, então, o batismo e, tendo tomado alimento, sentiu-se reconfortado. (At 9:1-19)

[9] N.R.: Tendo-se completado o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se encontravam. Apareceram-lhes, então, línguas como de fogo, que se repartiam e que pousaram sobre cada um deles. E todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia se exprimissem. Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos vindos de todas as nações que há debaixo do céu. Com o ruído que se produziu a multidão acorreu e ficou perplexa, pois cada qual os ouvia falar em seu próprio idioma. (At 2:1:6)

[10] N.R.: Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.

[11] N.R.: Iniciações

[12] N.R.: Não quero que ignoreis, irmãos, que os nossos pais estiveram todos sob a nuvem, todos atravessaram o mar e, na nuvem e no mar, todos foram batizados em Moisés. Todos comeram o mesmo alimento espiritual, e todos beberam a mesma bebida espiritual, pois bebiam de uma rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha era Cristo.

[13] N.R.: Jo 18:38

[14] N.R.: “Estavas no Éden, jardim de Deus. Engalanavas-te com toda sorte de pedras preciosas: rubi, topázio, diamante, Crisólito, cornalina, jaspe, lazulita, turquesa, berilo; de ouro eram feitos os teus pingentes e as tuas lantejoulas. Todas essas coisas foram preparadas nos dias em que foste criado. Fiz de ti o querubim protetor de asas abertas; estavas no monte santo de Deus e movias-te por entre pedras de fogo.”

[15] N.T.: Foram os integrantes de um exército rebelde judeu que assumiu o controle de partes da Terra de Israel, até então um estado-cliente do Império Selêucida. Os Macabeus fundaram a dinastia dos Hasmoneus, que governou de 164 a 37 a.C., reimpuseram a Religião judaica, expandiram as fronteiras de Israel e reduziram no país a influência da cultura helenística. Seu membro mais conhecido foi Judas Macabeu, assim apelidado devido à sua força e determinação. Os Macabeus durante anos lideraram o movimento que levou à independência da Judeia, e que reconsagrou o Templo de Jerusalém, que havia sido profanado pelos gregos. Após a independência, os hasmoneus deram origem à linhagem real que governou Israel até sua subjugação pelo domínio romano em 37 a.C.

[16] N.R.: Ante a visão do Clarividente treinado, do Iniciado nos vários graus dos Mistérios, a Terra apresenta-se composta de camadas, à semelhança de uma cebola, cada camada ou Estrato cobrindo outra. Há nove Estratos e um núcleo central, dez no total. Tais estratos são revelados ao Iniciado gradualmente, um estrato em cada Iniciação, de modo que, ao final das nove Iniciações Menores domina todas as camadas, mas ainda não tem acesso aos segredos do núcleo central. Que é o assento da consciência do Espírito da Terra. Os Estratos não têm espessuras iguais; em realidade uns são muito mais delgados do que outros. Começando pelo mais externo, aparecem na seguinte ordem:

-Terra Mineral: é a crosta pétrea da Terra, com que lida a Geologia no tanto que lhe tem sido possível penetrá-la.

-Estrato Fluídico: a matéria desse Estrato é mais fluídica que a da crosta exterior, mas não é líquida e sim parecida a uma pasta espessa.

-Estrato Vaporoso: no primeiro e no segundo Estratos não há realmente vida consciente. Já nesse existe uma corrente de vida que flui e pulsa continuamente.

-Estrato Aquoso: estão as possibilidades germinais de tudo quanto existe na superfície da Terra.

-Estrato Germinal: existe a fonte primordial da vida, da qual brotou o impulso que construiu todas as formas da Terra.

-Estrato Ígneo: por estranho que pareça esse Estrato possui sensações. O prazer e a dor, a simpatia e a antipatia produzem aqui seu efeito sobre a Terra. Daqui até a superfície da Terra há certo número de orifícios em diferentes lugares. Seus terminais na superfície são chamados “crateras vulcânicas”.

-Estrato Refletor: nele todas as forças que conhecemos como “Leis da Natureza” existem como forças morais, ou melhor, imorais.

-Estrato Atômico: tem a propriedade de multiplicar as coisas que nele estão, porém, isto se aplica somente às coisas já formadas definitivamente.

-Expressão Material do Espírito Terrestre: aqui existem correntes em forma lemniscata, intimamente relacionadas com o cérebro, o coração e os órgãos sexuais da Onda de Vida humana.

-Centro do Ser do Espírito Terrestre: nada mais pode ser dito presentemente a respeito, salvo que é a semente primeira e última de tudo quanto existe tanto dentro como sobre a Terra.

[17] N.R.: Mt 26:26

[18] N.R.: Mt 26: 27-28

[19] N.R.: Primeira e Segunda Dispensação de um total de quatro.

[20] N.R.: Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo em mim que não produz fruto ele o corta, e tudo o que produz fruto ele o poda, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais puros, por causa da palavra que vos fiz ouvir. Permanecei em mim, como eu em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanece na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer.

[21] N.R. Jo 8:58

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Por que chamam Netuno de oitava superior de Mercúrio?

Resposta: Mercúrio está, geralmente, associado a razão e a inteligência; a ele atribuímos a regência sobre o sistema nervoso, que é o meio de transmissão entre o Espírito encarnado e o Mundo exterior. Da mesma forma que Netuno significa as inteligências sub-humanas e super-humanas que vivem e se movimentam nos Reinos espirituais do universo, mas que operam com e sobre nós, assim Mercúrio indica a inteligência humana focalizada no Mundo Físico terrestre no qual vivemos desde o nosso nascimento até a nossa morte. Por conseguinte, podemos dizer que Netuno é a oitava de Mercúrio; mas há nisso um sentido ainda mais profundo.

Se consultarmos um manual de anatomia ou de fisiologia do corpo humano, verificaremos que os sulcos longitudinais[1] na medula espinal[2] se dividem em três partes, que encerram um tubo oco. Cada uma dessas colunas é regida por uma das Hierarquias que estão em contato mais próximo de nós: a lunar, a marcial ou a mercurial, predominando conforme o estágio de evolução do indivíduo. No canal espinal[3], os raios de Netuno iniciam o fogo espiritual espinal por meio do qual o Espírito humano é capaz de penetrar pelo véu da carne e entrar em contato com os Mundos do além. Essa visão é colorida de acordo com a coluna da medula espinal mais ativamente excitada.

Na infância da humanidade, a força criadora, que está atualmente voltada para o exterior para construir navios, casas, ferrovias, telefones, etc., era usada internamente para construir os órgãos do nosso Corpo Denso, e da mesma forma como fotografamos o Mundo Físico ao nosso redor sobre a placa de uma câmara escura, assim também os Mundos espirituais são refletidos no canal espinal. Foi lá que, primeiramente, o ser humano contemplou o Deus lunar, Jeová, cujos Anjos eram, então, os tutores dele. Mais tarde, os Anjos que ficaram para trás em relação a evolução dos seus companheiros, e cujas necessidades evolutivas eram, portanto, diferentes, forçaram a entrada na medula espinal do ser humano. A visão interna espiritual dos seres humanos se extinguiu quando “seus olhos abriram-se e viram que estavam nus[4].

Então, os seres humanos perderam o contato com o “Eu superior”. Eles só viam a pessoa, e a dócil criatura de Jeová se transformou logo em um ser selvagem e bruto sob o impulso dos Espíritos de Lúcifer, a Hierarquia de Marte. Contudo, sob as instigações desses, o ser humano aprendeu, também, a conquistar os obstáculos materiais, a construir externamente e a se tornar o arquiteto do mundo. Para neutralizar o egoísmo feroz alimentado pelos Anjos marciais e para humanizar o gênero humano, os nossos Irmãos Maiores de Mercúrio, humanos como nós, cujo elevado grau evolutivo requeria vibrações mais elevadas, como as que são geradas e que prevalecem nas proximidades do Sol, foram solicitados a investir também na medula espinal do ser humano. Através dos esforços deles é que a civilização tomou uma forma diferente. A humanidade está recomeçando, novamente, a olhar para dentro, e quando o raio mercurial encontra o raio de Netuno, no canal espinal, o ser humano encontra novamente o seu “Eu superior” – o Cristo nasce internamente[5].

Portanto, há uma conexão entre a Lua, Mercúrio e Netuno. Os que entram em contato com Netuno por meio da Lua, podem se tornar médiuns irresponsáveis, vítimas de obsessão, etc., mas quando Mercúrio é a porta de entrada, a razão e a compreensão passam a guiar o Espírito aspirante. Um Mercúrio com Aspectos adversos[6] pode, às vezes, induzir aqueles que buscam a entrar pela porta errada, o que poderá resultar em perturbações mentais. Contudo, se estiverem conscientes do perigo, um cuidado e uma persistência contínua geralmente abrirão a porta do templo, pois as forças do bem estão agora em ascendência e crescem cada vez mais fortes à medida que o tempo passa.

(Pergunta nº 118 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: A medula espinal apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que percorrem em toda a sua extensão: o sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral.

[2] N.T.: Os termos “medula espinal” e “medula espinhal” são sinônimos, e ambos podem ser usados para fazer referência à medula e aos nervos periféricos. Os termos “espinal” e “espinais” são os termos utilizados na terminologia anatômica oficial.

[3] N.T.: Também chamado de canal medular (também conhecido como canal espinhal ou canal vertebral) é o espaço dentro das vértebras onde passa a medula espinal.

[4] N.T.: Gn 3:7

[5] N.T.: Refere-se ao nascimento do Cristo Interno.

[6] N.T.: Quadraturas, Oposições e algumas Conjunções.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Astrologia e a Páscoa

A Páscoa é sempre calculada da mesma forma[1], conforme é requerida pela tradição oculta, para apropriadamente simbolizar a significância cósmica do evento, e a esse respeito, ambos o Sol e a Lua são fatores necessários, já que a Páscoa não é, meramente, um festival solar. Não é somente a passagem do Sol pela linha do Equador, como ocorre todos os anos no Equinócio de Março que conta aqui, mas a Lua Cheia deve ter ocorrido após o Equinócio de Março. Então, o próximo domingo será a Páscoa, o dia da Ressurreição.

A luz do Sol de março deve ser refletida pela Lua Cheia, antes que o dia amanheça na Terra, e nisso há um profundo significado sobre esse método de determinar a Páscoa, como foi dito acima; e esse é o significado oculto: a humanidade não estava suficientemente evoluída para receber a Religião do Sol, a Religião Cristã de Fraternidade Universal, até que essa mesma humanidade fosse, completamente, preparada por meio das Religiões da Lua, as quais segregam e separam a humanidade em grupos, nações e raças. Isso tudo é simbolizado pela elevação anual do Espírito do Sol na Páscoa que vai sendo adiado até que a Lua Jeovística tenha trazido de volta e completamente refletido a luz do Sol da Páscoa.

Todos os fundadores das Religiões de Raça: Hermes, Buda, Moisés, etc. foram Iniciados nos Mistérios Jeovísticos. Eles eram Filhos de Seth. Nessas Iniciações eles se tornaram repletos de alma pelos seus respectivos Espíritos de Raça, e de cada um desses Espíritos de Raça falando através da boca de tais Iniciados forneceu as Leis ao seu povo, como por exemplo: o Decálogo de Moisés, as Leis de Manu, as verdades nobres de Buda, etc. Essas Leis manifestaram o pecado, porque o povo não as cumpria e não poderia guardá-las naquele estágio de evolução. Como consequência, esses povos produziram uma quantidade de Dívidas de Destino. O Iniciado e humano fundador da Religião de Raça tinha tomado para si mesmo essas Dívidas de Destino coletivo e, por isso, ele tinha que renascer de tempos em tempos para ajudar seu povo. Então Buda renasceu como Shankaracharya e teve outros inúmeros renascimentos. Moisés renasceu como Elias e, depois, como João Batista, mas Cristo, por outro lado, não precisou nascer, nem mesmo a primeira vez. Ele fez isso por Sua livre vontade para ajudar a humanidade, para revogar a lei, que traz o pecado, e emancipar a humanidade da Lei do pecado e da morte.

As Religiões de Raça do Deus lunar, Jeová, transmitem a vontade de Deus para a humanidade de um modo indireto por meio de videntes e profetas que foram instrumentos imperfeitos, assim como os raios lunares refletem a luz do Sol.

A missão dessas Religiões foi preparar a humanidade para a Religião universal do Espírito Solar, Cristo, que se manifestou entre nós sem um intermediário, como a luz que vem diretamente do Sol e “nós vimos Sua glória como o único primogênito do Pai[2], quando Ele ensinou o Evangelho do amor. A Religião Cristã não fornece Leis, mas prega o amor como um complemento da Lei. Portanto, nenhuma Dívida de Destino é gerada sob ela, e Cristo – que de antemão não tinha a necessidade de nascer – não será levado ao renascimento sob a Lei de Consequência, como foram os fundadores das Religiões de Raça lunares, que devem suportar, de tempos em tempos, os pecados de seus seguidores. Quando Ele aparecer será em um Corpo formado dos dois Éteres Superiores: o de Luz e o Refletor, o Dourado Manto Nupcial ou Corpo-Alma, chamado de Soma Psuchicon, por São Paulo que era muito enfático em sua asserção quando disse: “a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus[3]. Ele afirma que nós devemos nos transformar e ser como Cristo, e se nós não podemos entrar no Reino em um corpo carnal, seria absurdo supor que o Rei da Glória usaria tal vestimenta, pesada e grosseira.

(retirado dos escritos de Max Heindel, Publicada na Revista Rays from the Rose Cross, de Março de 1978 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: (Ref.: Inst. Inf. UFRS) Para calcular o dia da Páscoa (Domingo), usa-se a fórmula abaixo (Fórmula de Gauss em 1750), onde o ANO deve ser introduzido com 4 dígitos. O Operador MOD é o resto da divisão. A fórmula vale para anos entre 1901 e 2099. A fórmula pode ser estendida para outros anos, alterando X e Y conforme a tabela a seguir (criada por Gauss até 1999 e estendida pelo autor até 2299):

faixa de anosXY
15821599222
16001699222
17001799233
18001899244
19002019245
20202099245
21002199246
22002299257

Para anos entre 1901 e 2099:
X=24
Y=5
a = ANO MOD 19
b= ANO MOD 4
c = ANO MOD 7
d = (19 * a + X) MOD 30
e = (2 * b + 4 * c + 6 * d + Y) MOD 7

Se (d + e) > 9 então DIA = (d + e – 9) e MES = Abril
senão DIA = (d + e + 22) e MES = Março

Há dois casos particulares que ocorrem duas vezes por século:

  • Quando o domingo de Páscoa cair em Abril e o dia for 26, corrige-se para uma semana antes, ou seja, vai para dia 19;
  • Quando o domingo de Páscoa cair em Abril e o dia for 25 e o termo “d” for igual a 28, simultaneamente com “a” maior que 10, então o dia é corrigido para 18.

Neste século estes dois casos particulares só acontecerão em 2049 e 2076.

[2] N.T.: Jo 1:14

[3] N.T.: ICor 15; 50

[1] N.T.: Jo 1:14

[2] N.T.: ICor 15; 50

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Páscoa e a Unidade com Deus

Definimos como unidade o estado de formar uma coisa só, de estar em completa concordância e harmonia. A unidade pode ser mais bem definida como total integração.

Por causa de sua proficiência em três Exercícios Esotéricos Rosacruzes, ou três estados da Mente, Max Heindel obteve conhecimentos extraordinários e de primeira mão sobre o que realmente é a unidade. Os três estados da Mente são: a Concentração – sendo a Mente focalizada num só objeto, como através de uma lente, até que, em certo tempo, o objeto chega a ser um pensamento-forma vivo; a Meditação – precedida pela Concentração, permite a retrocessão até a origem do pensamento-forma; e a Imaginação que trabalha, dessa forma, sobre o resultado da Meditação.

A Concentração e a Meditação têm a ver, geralmente, com objetos, ou coisas externas. Após bastante prática, se atinge um grau de proficiência e estaremos então prontos a partir para o Exercício Esotérico da Contemplação, no qual a “alma vivente” do objeto nos fala. Na contemplação não há nosso esforço para “conseguir” como o caso dos dois Exercícios Esotéricos acima mencionados, e sim, a vida compreendida no objeto se nos manifesta.

Estudamos no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” que o investigador bastante hábil no Exercício Esotérico da Contemplação fica consciente “do fato supremo de que só há uma Vida – a Vida Universal de Deus – em quem de fato e mui realmente, vivemos e temos o nosso ser”; o mineral, a planta, o animal e o ser humano, sem exceção, são manifestações de Deus.

A afirmação “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser (existimos)” aparece na Bíblia, no Livro Atos dos Apóstolos 17:28 onde o Apóstolo São Paulo argumentava com os “homens” de Atenas que gostavam demais de discutir filosofia.

Acharam a doutrina de São Paulo estranha e o chamaram de “pregador de deuses estranhos”, “homem de muitas palavras”, escarnecendo aquele que os queria ajudar “E enquanto São Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue a idolatria” (At 17:16).

São Paulo defendeu sua posição sem vacilar, proferindo esse maravilhoso discurso sobre a unidade: “Deus, que fez o mundo, sendo Senhor do Céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens, dando ao homem de Sua vida, já que n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser.” (At 17:24-31).

A ideia da unidade com Deus não era tão estranha aos “homens de Atenas”, pois no século VI A.C. o profeta de Creta, Epimenides já havia dito: “n’Ele vivemos, nos movemos e existimos”. Vemos por aqui que a ideia era comum na doutrina dos Cristãos Primitivos, na antiga filosofia grega, cretense, etc.

A Filosofia Rosacruz nos propicia, porém, uma interpretação científica e clara dessa unidade. Sabemos do grande Ser que conhecemos como Cristo, que vem até nós provindo do Mundo do Espírito de Vida, e nos traz essa maravilhosa influência unificadora de planos extremamente elevados.

Antes de Cristo, não estávamos bastante adiantados para seguir a Sua voz interna, necessitando da orientação dos Espíritos de Raça, que nos conduzia a partir do nosso exterior.

Tínhamos, naqueles longínquos tempos, pouquíssimo controle sobre os nossos desejos. Assim, devemos, sem dúvida alguma, muita gratidão aos Espíritos de Raça pelo seu trabalho dedicado. Porém, tal influência é separatista, resultando em conflitos, guerras e contendas infinitas e pouco “humanas” entre nações, tribos e indivíduos. Pelo visto, muitos de nós nos encontramos, ainda hoje, de baixo da direção dos Espíritos de Raça.

Antes do advento de Cristo, as influências espirituais, que nos vinham do Sol, só nos atingiam indiretamente, via a Lua, através de Jeová e dos seus Espíritos de Raça.

O mais avançado membro da família humana, Jesus de Nazaré, preparou seus veículos inferiores (Corpo Denso e Corpo Vital) para ficar à disposição do Cristo, na Sua missão terrestre, ensejando-se um primeiro impulso espiritual direto à Onda de Vida humana. O Cristo tomou posse dos Corpos Denso e Vital de Jesus no Batismo (com total consentimento de Jesus) e, durante poucos anos ensinou, curou e, pela sua própria presença literalmente, elevou a humanidade.

Na Páscoa, morrendo na Cruz, o sangue de Cristo-Jesus conduziu o próprio Espírito de Cristo para o interior da Terra. Durante o evento, como todos sabem, a luz era tão intensa que, temporariamente, cegou a humanidade, como cegou São Paulo no caminho de Damasco, promovendo uma grande purificação do Corpo de Desejos do Planeta Terra (o Mundo do Desejo). Como resultado desse grande sacrifício, na Páscoa, o Cristo passou a ser o Espírito Planetário da Terra, trabalhando diretamente com os seres humanos. Esse trabalho de dentro para fora, cujo propósito é a unificação, liberta o ser humano, a tribo e a nação da influência separatista e ainda egoísta dos Espíritos de Raça, que até agora tanto nos ajudaram para lograrmos o desenvolvimento material de hoje.

O trabalho do Cristo, porém, realiza-se em ciclos contínuos de descida ao centro da Terra, do Natal até a Páscoa, e Ascensão para os Mundos superiores nos quais Ele renova Sua força, com a qual deverá rejuvenescer e descristalizar a Terra e todas as Ondas de Vida que aqui habitam. Esse sacrifício continuará ano após ano, até a humanidade ficar liberta das forças tendentes a dividi-las. Quando isto acontecer, seremos guiados pelo Cristo Interno e estaremos formando, através de vidas de serviço e pureza, os nossos Dourados Mantos Nupciais, compostos dos dois Éteres Superiores, o Corpo-Alma

Quando, finalmente, um suficiente número de membros da Onda de Vida humana tenha se purificado ao ponto de poder levitar a Terra, nós O encontraremos nos Éteres. Ali habitaremos conscientes da unidade com o Espírito Divino, que interpenetra não somente o nosso Sistema Solar, mas também o espaço interestelar e muitos outros Sistemas Solares.

O museu astronômico de Mount Wilson, em Los Angeles, California, EUA parece-se com uma igreja. E é isso mesmo que poderia ser. As reproduções do Sol, das estrelas e as galáxias mais distantes, inspiram reverência. Há a possibilidade de se sentir a presença do Espírito Divino, quando admirando e meditando sobre a beleza magnífica dos corpos estelares.

Considerando esses pensamentos ocorre-nos a real grandeza do macrocosmo, Deus, no qual “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”.

Somos expressões em miniatura desse Ser Divino! “Como é em cima, assim é em baixo”. “Como em baixo, assim em cima”. Não é o microcosmo, ser humano, um tipo, em miniatura do macrocosmo Deus? Não há a mesma qualidade divina tanto em Deus como no ser humano? Consideremos a relação entre a semente que temos em nossa mão e uma árvore. Seguramente, nós temos uma árvore em potencial. Essa é a mesma relação entre o ser humano e Deus: o potencial está latente. Que unidade maravilhosa temos, realmente com Ele, no qual “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz Março/1975-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como conheceremos Cristo quando voltar?-

Descubra aqui onde o estudo foi dividido nos seguintes tópicos para facilitar a assimilação do conhecimento:

  1. Quem é Cristo?
  2. Por que Cristo veio à Terra pela primeira vez?
  3. Por que Ele deve vir outra vez?
  4. Como conheceremos Cristo quando Ele voltar?

Acesse aqui: Como Conheceremos Cristo quando Voltar?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Princípios Básicos da Astrologia Rosacruz

A Astrologia Rosacruz se baseia em dois fatos cósmicos:  primeiro, que a matéria é inerte e segundo, que a vida se manifesta na matéria, como movimento.

No começo desse grande Dia de Manifestação o Deus do nosso Sistema Solar produziu movimento nos átomos inseparáveis da Substância Raiz Cósmica, ao emitir a Palavra de Poder. Essa “Palavra” foi um tom musical, provavelmente, contendo a totalidade da Escala Cromática.

Outros grandes Seres, dotados de poder criador, assistiram à divindade nos detalhes relativos à execução do plano criador do Sistema Solar. São as Hierarquias Criadoras. Esses seres são designados na Bíblia como Elohim. Um deles é Jeová, o Anjo mais elevado Iniciado do Período Lunar. Seu poder, expressando-se em tonalidades musicais, atingiu o extremo ou a periferia do Sistema Solar.

Deus é vida, e cada ser humano, como uma descendência direta de Deus, também é uma unidade de vida. Por isso cada uma dessas unidades de vida tem poder inerente para se manifestar na matéria, em grau limitado. Daí, então, ser o propósito da vida humana tornar o ser humano gradativamente idêntico a Deus em manifestação.

O Sol tem três veículos, a saber: o Sol Espiritual, o Sol Central e o Sol Físico, através dos quais operam o Pai, o Filho (Cristo) e o Espírito Santo (Jeová), respectivamente. Toda a vida e energia, dadora e criadora, nos vêm do Sol, porém, presentemente recebemos e usamos pouco dela. Eis porque se refrata nos três tons musicais e nas cores do espectro. Essas focalizam-se em nós por intermédio dos Planetas do nosso Sistema Solar.

É o tom que produz a cor e, assim, cada um deles manifesta uma cor particular. Primeiramente, os sete Planetas do nosso Sistema Solar (que são corpos de Grandes Inteligências Espirituais, designados na Bíblia como os Sete Espíritos diante do Trono) tonalizam-se com determinado tom da escala musical e cor do espectro; por meio do Sol e dos Planetas recebemos as energias que nos auxiliam a crescer e desenvolver.

Há nove Planetas em nosso Sistema Solar. Dois deles, Netuno e Plutão, descobertos mais recentemente, não pertencem ao nosso Sistema Solar, porque não foram ejetados do Sol como os outros sete. Foram adicionados, provindos do espaço exterior, pertencentes a outro Sistema Solar. Mais três Planetas serão necessários para completar a Escala Cromática dentro desse Esquema de Evolução. No devido tempo serão eles “descobertos” pelos astrônomos.

Como ficou demostrado pelo grande tenor Caruso, o tom musical de um objeto poderia ser encontrado utilizando-se uma taça. Ficou provado que cada objeto na Terra possui uma nota-chave. Colocava a citada taça à uma certa distância e emitindo o tom-chave com relativa intensidade ela se esfacelava. A mesma verdade encontramos mencionada na passagem bíblica do desmoronamento das Muralhas de Jericó, por Josué.

O ser humano é sétuplo. Possui um Tríplice Espírito (Poderes), um Tríplice Corpo e uma Mente. Cada um desses fatores que o compõem possui um tom-chave que lhe é determinado antes do nascimento físico ou um mais nascimento aqui.

As vibrações ou tons que são induzidos nos Corpos Densos pelas energias provindas do Sol, da Lua e dos Planetas no momento do nascimento físico, são também tonalidades permanentes, para mais ou para menos, na vida. Elas compõem a “Carta Natal da Astrologia”, o horóscopo. Produzem discórdia ou harmonia de acordo com suas naturezas e os ângulos em que se colidem. Esses tons, em conformidade com suas naturezas e os ângulos de incidências, impelem (sugerem, induz, não exigem, nem obrigam!) o ser humano a gerar certos tipos e classes de pensamentos, de sentimentos, de emoções e de desejos. As vibrações discordantes produzem pensamentos, sentimentos, emoções e desejos discordantes (inferiores), ao passo que as harmoniosas geram sentimentos, emoções e desejos concordantes (superiores). As discórdias geram como efeitos a tristeza, a dor, o sofrimento, a frustração e a perda. Pela aplicação do conhecimento, da sabedoria e do poder da vontade essas vibrações ou tons poderão ser mudados, dentro de certos limites, em conformidade com os propósitos e necessidades do indivíduo. Afinal, o livre arbítrio sempre é e será respeitado!

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – junho/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como a Evolução está Escrita no Zodíaco

No caminho aparente que o Sol percorre, chamado Eclíptica, há grupos de estrelas que compõem as 12 constelações Zodiacais.

Os primitivos astrólogos místicos, quando dividiram essas estrelas em 12 grupos, obedeceram a profundas razões místicas, as quais se relacionam com o adiantamento físico e espiritual do ser humano.

Ao observar essas estrelas e notar o esboço que se faz para fixar a posição de cada uma delas, a maioria das pessoas pensa imediatamente que os antigos sábios o fizeram sem uma razão científica e apenas com o fim de recordar a posição de cada estrela componente de um grupo ou constelação; porém veremos que isso não é assim.

Os antigos podiam ter medido a posição por graus, como fizeram com o círculo, entretanto dividiram as estrelas em grupos e a cada grupo representaram por meio de um desenho, geralmente, de um animal.

Há alguns milênios, quando o Sol fazia a cruz equinocial em Câncer – ou seja, quando o Equinócio de “Setembro” caia quando o Sol cruzava o Equador estando em Câncer, denominado então como Equinócio de “Junho” –, a água que havia na atmosfera caiu em forma de chuva para depositar-se nas profundezas da Terra, deixando a atmosfera clara que hoje temos, iniciando um novo período evolutivo na Onda de Vida humana sobre a Terra. Essa queda das águas é conhecida na Bíblia com o nome de “Dilúvio”.

Assim, também veremos que o grande relógio sideral marcou a hora desse e de outros acontecimentos, porque quando o ponto equinocial estava em Câncer – Época Atlante –, foi quando se produziu o Dilúvio, pois o Signo simbólico de Capricórnio, que lhe é oposto, está representado por uma cabra com cauda de peixe, representando a passagem das formas físicas do elemento Água, ao elemento Ar; assim iremos vendo como o Signo oposto à constelação em que ocorre, atualmente, o Equinócio de Setembro representa o adiantamento ou evolução da forma física e o ideal religioso que precisa atingir a humanidade dessa determinada época.

Mais tarde, quando o Sol cruzava o Equinócio de “Setembro” na constelação de Gêmeos, a humanidade deixou o estado animalizado em que se achava e começou a olhar para o alto e o ser humano se fez verdadeiramente humano; isto está representado por Sagitário, oposto a Gêmeos, metade inferior animal e a outra metade superior humana, representando, ao mesmo tempo que nessa Época – Época Atlante – começou, a luta verdadeira entre a “natureza superior” e a “natureza inferior” do ser humano.

Mais tarde, ainda nessa época, o ser humano adquiriu a Mente e isso lhe permitiu dirigir suas aspirações ao céu como representa simbolicamente o centauro apontando a fecha para as alturas.

Depois o Sol chegou a Touro – ainda na Época Atlante –, momento em que o vulgo adorava o Touro, como sucedia no Antigo Egito. Porém, se observarmos as gravuras daquele momento, veremos que a classe sacerdotal usava na cabeça um diadema com uma serpente que simulava sair do ponto situado acima do nariz; isto indicava que eles eram possuidores da Sabedoria Mística, ideal incompreensível para a maioria do povo que adorava o Touro Sagrado. A Sabedoria Mística possuída pelo sacerdócio está representada pelo Signo oposto a Touro, Escorpião, representado no Zodíaco Místico, por uma serpente, que é o símbolo da Sabedoria, pois também se chamavam serpentes aos antigos iniciados das Escolas Místicas.

Também foi a serpente quem fez “nossos pais” pecarem, significando que por conhecer a existência do Mundo externo das formas, a humanidade viu que podia atuar livremente, contrariando as leis do supremo Jeová; assim, pois, a “serpente de sabedoria” nos fez pecar, porém por causa das distintas experiências pelas quais temos passado, conquistaremos a virtude, que é superior à inocência que antes possuíamos. A virtude é a prática do bem com conhecimento do mal, quer dizer, uma faculdade positiva; a inocência é a prática do bem sem conhecimento do mal, ou seja, uma faculdade negativa.

Porém o tempo passou e veio o sacrifício de cordeiros (Época Ária), momento em que o sacerdócio já havia, em sua grande maioria, perdido contato com a sabedoria mística, interna; isto eles demonstraram por sacrificar com as próprias mãos inocentes vítimas ante os altares. E comia-se o carneiro da Páscoa no tempo da celebração dessa festa, a qual representava a passagem do Mar Vermelho, que está entre o Egito e a Ásia, pelo povo de Israel, pois a Páscoa vem de pesha ou pesaj, que significa passagem, sendo no Cosmos a passagem do Sol pelo Equinócio.

Também a Páscoa hebraica é a lembrança de não ter o Anjo, no Egito, exterminado os filhos de Israel, por esses terem marcado com sangue de cordeiro as portas de suas casas, cujo significado cósmico, é que, nessa época longínqua, quando o Sol estava na constelação de Áries (Carneiro) perto do ponto em que se produzia o Equinócio, dourava com seus raios as portas das casas dos Israelitas, pois esses construíam suas vivendas com a frente para o leste, ou seja, de onde vem a “luz”. Assim também se construíram os primitivos tempos Cristãos e era por causa dessa posição que os primeiros raios do Astro do dia dourava as moradas do povo de Israel, quando estava em Áries.

Tudo isto ocorreu quando o Equinócio de “Março” ocorria quando o Sol passava pela constelação de Áries, vindo o Cristo ao mundo, também nesse momento, sendo chamado o Cordeiro de Deus e sacrificado no tempo da Páscoa.

Cristo veio implantar a igualdade entre os seres humanos, o que está representado por Libra (a Balança), símbolo de justiça. A estrela de Cristo, ou seja, o Corpo Cósmico de Cristo, é o Sol e os raios do Astro rei simbolizam o sangue que marcava as portas das casas dos israelitas no Egito, sendo esses mesmos raios, o sangue que derrama o Cristo cósmico ao morrer na cruz equinocial.

Assim também vemos que as festas da Religião Cristã são ocorrências cósmicas e fatos da natureza, sem os quais a humanidade pereceria sem lograr um desenvolvimento verdadeiro.

Cristo Jesus, o Filho de Deus, veio ao mundo a fim de salvar-nos de um atraso evolutivo, quando o Equinócio ocorria em torno do sétimo grau de Áries; e foi chamado o “Cordeiro de Deus”. Entretanto, ele chamava seus Discípulos de “pescadores de homens” – pois já estávamos na Órbita de Influência de Peixes –, o que simboliza que a Religião por Ele fundada entraria em ação quando Equinócio de “Março” ocorria quando o Sol passava pela constelação de Peixes (os peixes), que é a Época atual (Época Ária), quando os fiéis se alimentam, durante esse tempo, de pescados nos dias de jejum e nos dias santos de guarda. Porém, o ideal religioso da Época atual está no símbolo oposto a Peixes, que é Virgem, a Virgem Celestial, ideal que ainda tem que alcançar a humanidade de hoje, pois atualmente adoram uma forma completamente material, ao passo que o significado, como sabemos místicos, é puramente espiritual. Além disso, levantando-se o mapa astrológico do céu na noite de 24 para 25 de dezembro, à meia-noite, aparece no Oriente (no Ascendente astrológico) o Signo da Virgem (a Virgem), e, na parte inferior, como nascendo, aparece o Sol que, como já se disse, é o Corpo Cósmico do Cristo.

Quando a cruz equatorial celeste se produzir na constelação de Aquário (ainda na Época Ária) representada por um “homem que derrama água no seu cântaro”, o ser humano derramará toda a água viva de sua sabedoria, chegando a um adiantamento inesperado, produzido pelo contato direto de sua Mente com os raios do Cristo Cósmico, quando caírem da nossa atmosfera atual os últimos resíduos de umidade que ainda existem, deixando-a, portanto, mais etérica e tornando o ser humano verdadeiro rei da criação, o que está simbolizado pelo Signo oposto a Aquário, que é Leão (o leão) que representa a nobreza.

Embora, atualmente, o Sol não cruze o Equador celeste na constela­ção de Aquário, a humanidade já manifesta um grande desenvolvimento mental – pois já estávamos na Órbita de Influência de Aquário –, notado desde o meado do século passado. Isto é devido a que, ao efetuar a cruz equinocial, a aura solar põe-se em contato com as vibrações da constelação de Aquário, o Equador celeste. Aquário está representado no novo Testamento pela casa do aguadeiro, na qual os Discípulos de Jesus passaram a Páscoa e onde o Mestre disse que não beberia mais do sumo da videira, significando que na Era de Aquário, a idade futura, o ser humano não beberá mais bebidas alcoólicas.

O conhecimento que adquirirá a humanidade nessa Era permitirá ao ser humano saber que deve aprender as Leis de Deus, no grande livro da Natureza e refletir na Terra, como fazem os Astros no firmamento, a Vontade de nosso Pai que está nos céus sendo, assim, brilhantes guias para seus irmãos menores, os seres dos demais reinos da Natureza.

Hoje vivemos assombrados pelos grandes inventos do ser humano; a aviação é uma realidade, mas Júlio Verne foi tido por visionário. O rádio é outro invento que parecia impossível aos nossos avós, a televisão é outra realidade, porém todos esses inventos nada são comparados com as descobertas da futura Era de Aquário, quando as vibrações etéricas despertarem a intuição em grau elevado. Na Era de Aquário, este poder interno permitirá ao ser humano desdobrar suas ideias até o infinito e a grande quantidade de conhecimentos acumulados no trans­curso dos séculos permitirá, ao mesmo tempo, converter em realidade as visões internas.

Faltam mais ou menos setecentos anos para que o Sol entre por Precessão dos Equinócios na influência direta de Aquário. Se hoje pudéssemos tirar do túmulo uma pessoa depois de haver passado um ou dois séculos sem observar o progresso do mundo, essa pessoa ficaria estupefato diante do avanço da ciência; a eletricidade seria para ela coisa do demônio e a mesma ideia teria ela de outros grandes inventos que não nos chamam a atenção.

O mesmo se daria conosco, se dentro de um século pudéssemos ver o adiantamento da humanidade. Na Era de Aquário não haverá mais guerras, porque o desenvolvimento espiritual do ser humano permitirá sentir em seu coração as grandes verdades ensinadas pelo grande ser Cristo-Jesus, hoje tão pouco conhecidas.

A Astrologia e a Filosofia Rosacruz ensinam que novas forças, ainda mais surpreendentes do que a eletricidade, serão descobertas, porém serão sem as maléficas aplicações a que o ser humano atualmente as destinam. Verdadeiramente falando, o ser humano atual é como um garoto que lida com instrumentos perigosos, empregando certos inventos para destruir seus semelhantes.

Na Era de Aquário, uma humanidade mais nobre e melhor povoará a Terra e os grandes inventos serão usados para o bem-comum de todos e, então, será uma realidade o que disse Cristo-JesusAs obras que eu faço vós também as fareis“: os sonhos dos místicos serão uma realidade para a humanidade do futuro, quando compreender essa palavra de Cristo em seu coração.

(Publicada na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – fevereiro/1979-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Consolador: saber quem é para não fazermos confusões e não usar no nosso dia a dia

Convém-vos que Eu vá, porque se Eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém. Eu for, Eu vo-Lo enviarei.” (Jo 16:7)

Essas palavras de “consolo” ditas por Cristo a Seus Discípulos, justamente antes de ser conduzido à Sua crucificação, foram uma promessa de que alguém tomaria Seu lugar e seguiria a Sua obra.

A pergunta surge agora: “Quem é esse Consolador e como está continuando o trabalho de Cristo?”. Foi Cristo quem disse que o Consolador é o Espírito Santo, o qual será enviado pelo Pai em Seu Nome e nos recordará todas as coisas que Ele nos disse.

Conforme estudamos no Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”: “No Mundo mais elevado do sétimo Plano Cósmico habita o Deus do nosso Sistema Solar. Este grande Ser é de manifestação tríplice, semelhantemente ao Ser Supremo. Seus três aspectos são: Vontade, Sabedoria e Atividade, atribuições do Pai, do Filho e do Espírito Santo, respectivamente. Ao final do Período de Saturno um Senhor da Mente conseguiu aprender tudo que precisava aprender até o Período de Vulcano, alcançado o mérito de construir um Corpo com material do Mundo de Deus. Assim, se tornou responsável pelas atribuições divinas do ‘Pai’, por ser o mais elevado Iniciado da humanidade do Período de Saturno. Já ao final do Período Solar um Arcanjo conseguiu aprender tudo que precisava aprender até o Período de Vulcano, alcançado o mérito de construir um Corpo com material do Mundo de Deus Assim, se tornou responsável pelas atribuições divinas do ‘Filho’, Cristo, por ser o mais elevado Iniciado da humanidade do Período Solar. Ao final do Período Lunar um Anjo conseguiu aprender tudo que precisava aprender até o Período de Vulcano, alcançado o mérito de construir um Corpo com material do Mundo de Deus. Assim, se tornou responsável pelas atribuições divinas do ‘Espírito Santo’, Jeová, por ser o mais elevado Iniciado da humanidade do Período Lunar.”.

Não é nada fácil explicar verdades esotéricas de modo que possam ser compreendidas e cridas, o que sucede unicamente quando a Mente houver chegado a um certo estado de seu desenvolvimento, evoluindo para um Corpo, o Corpo Mental.

Essa é a base comum na qual toda Ciência e toda Religião deve encontrar, e a seu devido tempo encontrará a estrutura fundamental de todas as coisas, o começo da ciência da existência e da criação. Do “um” procede o “dois”, e desses, o terceiro desenvolve a sempre presente Trindade da Unidade. Dos três aspectos ou um total, provém o quarto, e mais tarde o sétimo, o nono e o décimo segundo, pois que o Universo está baseado em leis matemáticas que dirigem suas energias.

Em certos períodos de evolução um desses três princípios aparece como predominante, mas, sem dúvida, os outros dois estão presentes. A principal característica do Pai é o poder da Vontade; a do Filho ou Cristo é o Amor-Sabedoria; e a do Espírito Santo ou Jeová é a Atividade. De modo que na Atividade temos em certo grau, o poder do Amor-Sabedoria e da Vontade em uma ou outra forma. A Ciência e a Religião se encontram nesses fundamentos comuns, pois, que cada uma delas comprova a verdade da outra.

Nossa fé e nossa crença na existência estão baseadas sobre essa Trindade quando aceitamos a doutrina de que o ser humano é Espírito, Alma e Corpo e, portanto, feito à imagem de Deus, de acordo com o axioma hermético: “Assim como é em cima, é em baixo”.

Aceitando o fato de que o Consolador é o Espírito Santo ou Jeová, vejamos o que diz nosso livro de texto o “Conceito Rosacruz do Cosmos”, sobre a matéria. Informa-nos que Jeová, o Espírito Santo, foi o maior Iniciado do Período Lunar, líder dos Anjos e Regente de todas as Luas, incluindo a nossa.

O trabalho de Jeová é o de construir corpos e formas, por meio do endurecimento ou cristalização das forças lunares. Portanto, é o “dador dos filhos”, ou seja, o que proporciona o corpo ou a forma; os Anjos são Seus assistentes nessa tarefa. Os Anjos foram a humanidade no Período Lunar e são exímios construtores do Éter e trabalham especialmente com as plantas, que passaram pelo seu estado mineral naquele Período. O Corpo Vital é o veículo cotidiano dos Anjos e, portanto, são construtores do Corpo Vital que dá a forma ao Corpo Denso da planta, do animal e do ser humano. Nesse trabalho são assistidos, também, pelos Senhores da Forma.

Agora, coordenemos essas coisas com o mistério da presente estação, a Páscoa da Ressurreição (Semana Santa), quando Cristo, por meio da Ressurreição, ascende ao céu.

Cristo, para o Cristão Místico, é o Senhor da Vida que está relacionado com tudo o que vive em nossa terra e na Páscoa dá Sua vida para nós e por nós, morrendo para a Terra e nascendo no Céu.

Quando Ele nos deixa, envia-nos o Consolador, o Espírito Santo, Jeová, O qual fornece as atividades necessárias para nós. Pois bem, Jeová é o construtor de corpos e formas, e por meio da Sua atividade temos as miríades de formas de plantas, animais e de seres humanos que aparecem em magnífica profusão durante os meses de março, abril, maio e meados de junho. Esse é o trabalho de Jeová como Senhor da Criação, e nesta época, cobre a vida dada por Cristo como Espírito Planetário, com a forma. É assim que o Consolador enviado pelo Pai, a pedido de Cristo, pode nos trazer ante nós todas as coisas que Cristo nos disse.

Cristo como Espírito morador do nosso Globo, desde o Natal até a Páscoa, tem eterizado a Terra em sua passagem desde o centro até a periferia da mesma, e é com esse Éter que Jeová e Seus Anjos modelam o invólucro etérico que fornece formo ao corpo ou forma da matéria física.

O Éter Crístico contém um ingrediente solar, uma força solar; assim sendo, ao criar essa forma de Éter, Jeová e Seus Anjos têm que receber a ajuda de alguns Arcanjos, os quais foram a humanidade do Período Solar e trabalham com a substância de desejos, que interpenetra o Corpo Vital.

É, pois, evidente, que nossa evolução está ligada com as forças Solares e Lunares e também, em menor grau, com os demais corpos celestiais. Portanto, o estudo da Divina Ciência da Astrologia Rosacruz deve merecer a devida consideração na investigação do mistério da vida.

Em geral, a humanidade hoje em dia, responde principalmente aos efeitos de Saturno, Vênus e Marte: “o Pai, o Filho e o Espírito Santo”, dos quais obtemos o poder da Vontade, do Amor-Sabedoria e da Atividade em suas várias formas e graus.

Desde o Natal até a Páscoa temos sido testemunhas do poder e amor mediante o sacrifício de Cristo, na Estação da Páscoa, com a cruz do Sol sobre o equador celestial, nós passamos do amor espiritualizado de Cristo através do Signo de Peixes que termina o trabalho de Cristo na Terra, e entramos no Signo de Áries, o Signo da atividade e, portanto, o poder de Jeová, e por esta razão temos esse período intenso de atividades na produção das formas. Assim é que o Consolador vem a nós para completar o trabalho feito por Cristo para nós. Enquanto esta época constitui o período especial em que o Consolador, por meio de Seu trabalho, se torna proeminente, não devemos esquecer que ocultos para nossa vista física se acham o Pai e o Filho guiando esse trabalho, pois que esses três aspectos de Deus estão mesclados e em realidade não separados, daí a razão da frase de Cristo: “Meu Pai e Eu somos um“. Assim como na Religião, é na Ciência. Existem em ambos o Exotérico e o Esotérico, porque é sempre o invisível que produz o visível, e disso somos conscientes quando passamos da própria consciência para a consciência cósmica.

Esta é a época da criação, do nascimento e por toda parte a natureza manifesta seus esforços para produzir abundantemente através de esforços materiais e com eles vêm as tentações de edificar tesouros aqui na Terra, o impulso da própria conservação do corpo, os desejos animais de Marte. Sem dúvida, esta é também a época da exaltação do Sol à medida que retorna aos céus levando-nos ao lar do Espírito, se seguimos a Cristo. À medida que procuramos ajudar a Cristo em Sua tarefa de levar o peso e a carga da Terra, sendo melhores Cristãos, oxalá que possamos trabalhar com o Consolador com maior interesse em benefício da humanidade. No passado tratamos de acrescentar brilho a alma, assim, no presente podemos melhorar o Corpo Denso ou forma para que a Luz da Alma ilumine nosso ser. Assim é que “possa nossa luz brilhar ante os seres humanos, para que vejam nossas boas obras e glorifiquem a nosso Pai que está no céu“.

Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro” – (I Jo 4:6).

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – janeiro/1983 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Qualidade Importante: saibamos usá-la aqui

O valor é uma das nossas emoções ou qualidades mais construtivas; ele engendra a esperança e a fortaleza interna.

Qual é o valor? Sendo uma qualidade do Coração e da Mente, ele nos permite arrostar com firmeza as mais ásperas dificuldades. Permite manejar situações ou condições que exigem dos nossos recursos internos em menor ou maior grau de intensidade.

Essa característica positiva forma uma aura brilhante, capaz de repelir pequenas moléstias de tal maneira que não afeta profundamente as emoções, enquanto as experiências mais significativas são enfrentadas inteligentemente, após examinadas todas as facetas da questão. Tal atitude atrai pessoas não dotadas dessa mesma disposição, cujos temores conduzem-nas a situações desagradáveis. Os fortes são como magnetos: atraem os mais débeis (os temerosos).

Aos Estudantes Rosacruzes convém envidar esforços no sentido de compreender essa característica que repele o medo.

O Senhor é minha luz e salvação: de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza de minha vida: quem me atemorizará?” (Sl 27:1). Iahweh (Jeová, Javé, o Senhor) usou o temor para ensinar a existência de Deus a certa parte de nós, quando renascimentos naqueles tempos. Até então nós orávamos a vários deuses, temendo ofender a qualquer um deles. Mas, como haviam chegado a uma determinada etapa do nosso desenvolvimento, outro passo adiante foi planejado pelas Hierarquias Criadoras. Se nós, enquanto renascidos naquele tempo, obedecêssemos a essa nova Lei seríamos recompensados com riquezas, prole numerosa, terras ou gado. Nós obedecíamos para evitar a punição de um Deus vingativo.

Há mais de dois mil anos surgiu uma Lei superior prescrevendo a que “nos amássemos uns aos outros”. A Lei Jeovística nos condicionou a depender de um poder externo para preservar nossos costumes e nosso bem-estar. O ideal do Cristo, porém, prevê o desenvolvimento de uma qualidade interna, até agora raramente empregada pela grande maioria de nós.

Somos partes de Deus. Assim, temos potencialmente todos os poderes do nosso Criador, Deus. Cada passo em nossas experiências nos ensina um novo ideal e nos faz florescer certas qualidades já inerentes a Ele.

São Paulo nos ensinou: “porque Deus não nos deu o espírito do temor, mas o de fortaleza, de amor e equilíbrio.” (IITm 1:1). E São João evangelista, na sua Primeira Epístola nos ensinou: “E no amor não há temor; mas o perfeito amor elimina o temor: porque o temor tem pena. Por isso, o que teme não está perfeito no amor.” (IJo 4:18).

A vida sem problemas é uma impossibilidade, pelo menos agora, porque como seres espirituais criadores não somos perfeitos. Consequentemente, temos que aceitar experiências e aprender a viver com valor. Essas experiências constituem oportunidades de aprender e adquirir sabedoria. É esse o valor da nossa vida após vida aqui, até aprendermos tudo e não precisarmos ficar preso a essa “roda de nascimentos e mortes”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Interpretação Astrológica do Salmo 23

1 – O SENHOR é o meu pastor, não me faltará.

2 – Deitar-me faz em verdes pastos guia-me mansamente às águas tranquilas.

3 – Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor de seu nome

4 – Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte não temeria mal algum, porque tu estás comigo: a tua vara e o teu cajado me consolam.

5 – Preparas uma mesa perante mim na presença de meus inimigos; unges a minha cabeça com óleo; o meu cálice transborda.

6 – Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão por todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor para sempre.

Salmo 23:1-6

Temos a impressão de que esse Salmo foi escrito especialmente para nós que vivemos nestes dias de inquietação e insegurança, porque:

  1. Pela repetição de suas palavras adquirimos uma sensação de paz e segurança;
  2. Embora simples como uma oração infantil, elas são mais profundas do que qualquer filosofia;
  3. Não sendo uma oração nem uma promessa (sendo a última linha uma profecia) apenas são um canto de fé a Deus;
  4. Ele conta as belezas do mundo, a generosidade de Deus e suas bênçãos, nós não nos pertencemos, mas sim a Deus;
  5. Pelo uso deste Salmo em forma de oração – recorremos às 12 Hierarquias Divinas ou Hierarquias Criadoras ou, ainda, Hierarquias Zodiacais.

A Bíblia revela-se em seus verdadeiros significados por meio de sete chaves. Entretanto, neste trabalho vamos analisá-la por meio da chave astrológica, compreendendo que a palavra “Senhor” se refere à Lei Cósmica.

O SENHOR É O MEU PASTOR – A Lei Cósmica é o nosso Pastor ou a nossa Guia em nossa peregrinação através da matéria. Áries, “cabeça” do Círculo Zodiacal, é a primeira ou a maior das 12 Hierarquias Criadoras em virtude de se encontrar muito próximo à Luz, Deus, perdendo em glória apenas em relação ao Esplendor Central.

Apenas sabemos que esses Seres se identificaram como o Pai ou Princípio Vontade.

Para ajustamento de nossas vidas ao Plano Divino, torna-se necessário grande esforço, grande atividade anímica, porque o Corpo de Desejos é o elemento de ação com o qual nós contamos desde o tempo em que, por nossa própria iniciativa, nos propomos a dirigi-lo quando a Mente era apenas um germe. Não é, pois, de se admirar que nos deparemos com grandes dificuldades, devido a essa união do Corpo de Desejos – de ação e de emoção – com a Mente.

A realização da vida superior requer a separação desses dois veículos.

Adicionalmente, nos servirmos do cérebro para dirigir e operar em todas as funções corporais, porém apenas podemos usar algumas áreas cerebrais. Restam áreas não despertas, próprias de uma vida mais ampla que virá, depois de removermos as barreiras autocriadas.

NÃO ME FALTARÁ – Existe o suficiente para todas as necessidades, tanto de ordem material, como espiritual. Quando tivermos conhecimento dos mistérios e trabalharmos com eles, por meio do uso controlado das forças correspondentes que estão dentro de nós, superaremos todas as carências do amanhã.

Primeiramente, necessitamos estabelecer “internamente” a ordem e harmonia usando o pensamento e a palavra para criar apenas o que estiver tonalizado com a harmonia do Universo.

Nossa segunda necessidade é desenvolver a determinação, a constância necessária para manter nossos pensamentos até que o propósito seja cumprido. Touro reflete-se na laringe. Temos a palavra, então.

Quando admitimos que a laringe é um órgão criador, acautelamo-nos com nossas palavras, o nosso mais elevado privilégio. Lembremo-nos das palavras de CristoToda palavra ociosa que o homem fala, terá que dar conta dela no dia do julgamento.” (Mt 12:36-37).

A Natureza não é pródiga em dádivas, mas quando nos conformamos com suas Leis, “NÃO NOS FALTARÁ”.

DEITAR-ME FAZ EM VERDES PASTOS – Somos levados ao campo da Mente e por isso ao Signo de Gêmeos. Ele é um Signo dual, expressa forma positiva e negativa, os polos do Espírito bem como contrastes expressos no plano físico da matéria.

Foram os Senhores da Mente que implantaram o germe mental na parte superior do Corpo de Desejos, criando uma união íntima entre ele e o poder emocional.

Gêmeos reflete-se em nosso Corpo Denso por meio dos pulmões que, ao se desenvolverem pelo aumento do oxigênio no sangue, torna possível à nós levá-lo ao íntimo dos nossos veículos e iniciar, assim, a expressão de Individualidade. Nós, o Ego, controlamos nossos veículos por meio do calor do sangue.

Jeová – o Espírito Santo –, o Senhor dos Espíritos de Raça, iniciou seu controle sobre nós por meio do ar que inalamos e o sangue que circula através dos pulmões.

Atingiu, assim, a evolução a sua mais elevada forma de contrastes. Começamos a gerar, levamos a nossa consciência para a nossa forma exterior.

Daí, então, nossa Mente embrionária, operando com alguma clareza, nos mostrou a nós mesmos como uma forma entre outras formas. Assim, o contraste entre as formas se tornou para nós um estado de separação, estado que em a Natureza não existe, e que se trata apenas de uma nossa ilusão mental. Eis que então o nosso maior problema é o de compreender a nossa unidade com todos no universo. Essa Unidade se revelará quando a Mente se espiritualizar por meio da nossa natureza emocional.

A Mente é a ferramenta, a razão, o archote por cuja luz nos ajusta os pequenos fragmentos da Verdade.

São Paulo, diz: “Agora conhecemos em parte, porém conheceremos com também somos conhecidos.” (ICor 13:12). Tal são os “verdes pastos” da Mente.

GUIA-ME MANSAMENTE ÀS ÁGUAS TRANQUILAS – Agora nos deparamos com o Signo de Câncer, cujos Querubins nos despertaram o Espírito de Vida, o segundo Aspecto da Divindade e a contraparte da Sabedoria ou do Princípio Materno de Deus.

Câncer, o segundo dos grandes Signos Maternos, é ativo na forma de colocar em ação o pensamento de Deus na substância física. Sob Touro a palavra criadora põe a vida em movimento rítmico, ao longo das linhas determinadas pela Vontade Divina. O princípio Materno em Câncer recebe e mantém o quadro vivente do Plano, como se estivesse refletido na superfície profunda e quieta da “lagoa”, imprimindo esse quadro vivente do Plano sobre cada semente de vida em cada forma na concepção, “cada uma em conformidade com a sua espécie”.  Podemos realmente dizer que a “mãe Natureza” é o Signo de Câncer. Quando a operação das formas de Câncer é compreendida, entendemos o mistério da vida em si mesmo.

Presentemente podemos censurar os quadros que, diariamente, e passam através do nosso espelho mental, aceitando aquilo que é bom, acionando o poder criador de nossos corações a fim de que se manifeste em nossas vidas o mais prontamente possível. Também procuramos desenvolver a visão interna que nos proporcionará a simpatia que compreende, estimula e cura. O Princípio Materno de Câncer trabalha, nutre, bem como concebe. Reflete-se no estômago, preparando o alimento para a digestão, ao passo que nos seios provê a nutrição para o recém-nascido. A Luz rege o Sistema Nervoso Simpático que controla todas as funções involuntárias do Corpo Denso. A vida atual causa, em todos nós, quase que uma contínua tensão, produzindo contrações nervosas e musculares que interferem no fluir da força vital em todo organismo. Portanto, na preparação da meditação, acalmamos a Mente, relaxamos toda a tensão, abrindo as portas do santuário interno; mas também libertando, para mais grandiosas ações, as forças que sustentam nossos Corpos.

Compreenderemos então as palavras: Ele “guia-me mansamente às águas tranquilas”.

REFRIGERA MINHA ALMA – É no lar do Signo do Sol – representado em nossos Corpos Densos pelo coração – que temos a explicação dessa frase. Os Senhores da Chama, a Hierarquia Criadora de Leão, nos deram o germe do Corpo Denso e despertaram o nosso Espírito Divino, ainda em formação. Segundo os Ensinamentos Rosacruzes, o Sol é o símbolo mais aproximado que temos de Deus. É o Véu daquilo que está oculto. Por isso São João nos fornece uma melhor definição: “Deus é Luz, Deus é Amor (IJo 1:5 e IJo 4;8) e penetrando o Universo com Sua Vida fluindo como uma corrente de fogo Vivo em toda a Natureza.

Ainda São João nos diz que “A vida era a Luz dos homens, e a Luz brilhava nas trevas e as trevas não a compreenderam.” (Jo 1:5). As trevas representam nossa Mente concreta, ligando-nos ao Mundo da forma.

Quando nossos esforços se encaminham penetrantemente em direção às trevas (o véu da matéria), apressamos a elaboração da Alma Consciente, a frutificação das experiências do Espírito relacionadas com o Corpo Denso.

GUIA-ME PELAS VEREDAS DA JUSTIÇA – Isso nós devemos aos Senhores da Sabedoria que no Período Solar nos deram o germe do Corpo Vital, atualmente composto de quatro Éteres, utilizados na elaboração da Alma Intelectual.

Mercúrio, o Mensageiro de Virgem e o Planeta da razão, nos ajuda a desenvolver, claramente, o discernimento necessário para analisar e classificar nossas conclusões. Por meio do discernimento os frutos da experiência são absorvidos, afetando decididamente o Corpo Vital, usado por nós como um departamento de compensação para todas as nossas atividades. Virgem tem seu reflexo no Corpo Denso por intermédio dos intestinos e de suas funções (os processos de seleção e de absorção). Pela ligação desse núcleo mental com uma forte devoção a ideais de pureza, de serviço e da verdade seremos levados a caminhos de real utilidade

POR AMOR DE SEU NOME – Pelo estudo do Plano Divino, o alvo essencial é o equilíbrio entre os polos positivo e negativo do ser. Entre o Espírito e a Matéria, a Vida e a Forma, entre o Criador e a Sua vasta Criação.

A confusão existente no mundo é um reflexo daquilo que criamos em nossa consciência. Agora, por intermédio dos Senhores da Individualidade, que nos deram o germe do Corpo de Desejos no Período Lunar, disciplinamos esse Corpo de Desejos e formamos a Alma Emocional. Vênus indica a parte vital desempenhada pelo amor e pela pureza na realização do equilíbrio simbolizado por Libra. Vênus é o salvador do bem, conservando-o para crescimento evolucionário. Repete-se em nosso Corpo Denso por meio dos rins, onde os elementos indispensáveis são conservados por meio da filtração da corrente sanguínea. Assim o Amor e a Pureza nos tornam aptos a joeirar o verdadeiro do falso, na Lei Cósmica por Amor ao Seu Nome.

AINDA QUE EU ANDASSE PELO VALE DA SOMBRA DA MORTE, NÃO TEMERIA MAL ALGUM – Sob Escorpião todo o trabalho requerido fundamenta-se na ligação de tudo aquilo que aprendemos durante a nossa peregrinação na matéria. Deparamo-nos aqui com o mistério da vida. Necessitamos de compreender que o Espíritomove-se sobre as águas do profundo” dentro de nós, vertendo através do canal formado por nossos desejos, criando em nós e em nossas vidas as condições correspondentes àqueles desejos. De acordo com as leis da vida, se harmonizará cada um dos departamentos do nosso ser nos tornando vitoriosos sobre a vida e a morte. Por meio de Escorpião temos a oportunidade de fundir nossas qualidades mediante a junção dos raios de Vênus (Touro) e Marte (Escorpião) pelo refinamento e redireção dessa grande força vital. Dessa forma, nossa consciência se desperta para o glorioso significado da vida, proporcionando-nos criar o “Novo Céu” e a “Nova Terra” para onde toda a Onda de Vida humana está se movendo.

TUA VARA E TEU CAJADO ME CONSOLAM – Em Sagitário, os Senhores da Mente mantêm a visão do nosso alvo diante de nós, com Júpiter dissolvendo as barreiras que levantamos ao redor de nossa consciência. São aquelas barreiras que nos mantêm confinados àquilo que está de acordo com nossos sentidos. Sagitário é o Signo por meio do qual o Fogo Criador do Espírito Santo flui para criar em nós a Mente superior – Deus-Mente – que, livre da escravidão das formas, se relaciona com as Leis e Princípios subjacentes em todas as formas, criando como Deus cria. O Espírito Santo procede da união do Pai (Princípio da Vontade) e do Filho (Princípio da Sabedoria). Daí ser a mensagem de Sagitário a de juntar os poderes da Mente e do Coração para que, assim, todos ascendam ao Trono de Deus. Impelida pelo trabalho de realização anímica, a Mente superior desenvolve-se para manter nossos veículos em grande eficiência, refletindo-se na espiritualização do Corpo Denso, do Corpo Vital e do Corpo de Desejos por meio da elevação vibratória de cada célula. Daí então a força criadora começa a fluir como ouro líquido, ascendendo lentamente em direção ao seu objetivo situado no cérebro, para aí acionar as Glândulas Endócrinas Corpo Pituitário (hipófise) e a Pineal (conarium ou epífise cerebral). O fêmur representa Sagitário no Corpo Denso, tornando possível a rapidez e a liberdade de ação. O movimento no Caminho da Iniciação é obtido por meio da Divindade interna.

PREPARAS UMA MESA PERANTE MIM NA PRESENÇA DE MEUS INIMIGOS – O pensamento é a semente e dele brota a ação e a manifestação. Um quadro mental na frente de Deus é a semente da qual surgiu todo o Universo, bem como todo o trabalho das inúmeras ordens de Seres de variados poderes para executar seu Plano. Nossa Onda de Vida particular é apenas uma definida parte do Plano de Deus como qualquer outra Hierarquia Criadora que nos precedeu na infindável procissão que se estende desde a argila até Deus.

A nossa parte não poderá ser cumprida eficientemente se não soubermos quem e o que somos, de onde viemos, porque estamos aqui e para onde vamos. Em Capricórnio temos a delineação completa do Plano. Saturno, mensageiro de Capricórnio, cuja força tem relação com o princípio e o fim da manifestação:

  1. Situa os limites do Universo;
  2. Cristaliza os pensamentos de Deus em formas dentro das substâncias de todos os planos;
  3. Ajuda a conscientização do Ego humano na consciência física;
  4. Manifesta-se na vitória do Espírito sobre a matéria e na nossa volta a Deus.

Estudando o Plano de Deus compreendemos que a forma deve ser usada somente para desenvolvimento da consciência e poder da chispa de vida interna. Capricórnio reflete-se em nossos Corpos Densos nos joelhos, funcionando como acomodações para o movimento, adaptável tanto mental como fisicamente.

Precisamos compreender a importância dos nossos Corpos, servos do Ego, que requer persistente concentração para o cumprimento do Plano de Deus. Assim procedendo superaremos o “eu inferior”.

UNGES A MINHA CABEÇA COM ÓLEO, O MEU CÁLICE TRANSBORDA – Em Aquário temos uma visão da Forma Divina em operação através das 12 Hierarquias Criadoras e Espíritos Planetários do nosso Sistema Solar. Operam como intermediários de Deus, como Fonte e Centro de toda a Vida, em “quem vivemos, nos movemos e temos nosso ser.” (At 17:28). Cada um tem uma parte de responsabilidade no desenvolvimento do Plano Divino, alcançando a unidade na diversidade, antes que possamos merecer a primogenitura como filhos de Deus.

Estamos no ponto mais crítico de nossa evolução, donos de uma vontade livre, de Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos fortemente desenvolvidos. Por meio dos Anjos, que é a Hierarquia de Aquário, fluem correntes do Amor Divino provendo nossas necessidades. As leis Cósmicas podem tornar-se conhecidas por intermédio de Saturno e de Urano, esse impulsionando-nos a investigar os segredos da Natureza e, também, nos levando à originalidade, estimulando o crescimento espiritual e individual.

Saturno, assistindo-nos, possibilita a coordenação dessas conclusões e de pô-las em prática. Se se tornam rígidas, Urano quebra-as. Saturno clama por justiça, ordem, dever e senso de responsabilidade. Por intermédio de associações, empenhados em esforços cooperativos, ascendemos pela influência de Urano ao altruísmo e, dessa forma, preparamo-nos para a Era de Aquário.

Necessitamos aprender a trabalhar em conjunto para um bem comum, desenvolvendo todos nossos poderes ao máximo, tal como fazem as células em nosso organismo físico (a unidade na diversidade). A coordenação dos movimentos está relacionada – em Aquário – com os tornozelos em nossos Corpos Densos.

Quando essa coordenação é usada na movimentação para frente, no sentido evolutivo, realmente podemos dizer: “Tu unges minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.”.

CERTAMENTE QUE A BONDADE E A MISERICÓRDIA ME SEGUIRÃO TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA E HABITAREI NA CASA DO SENHOR PARA SEMPRE – O Signo de Peixes revela, por intermédio das profundezas do misticismo, as sombras dolorosas que atraímos sobre nós em virtude do nosso rompimento com nossos guardiães espirituais, ao assumir a responsabilidade dos nossos atos. A Lei de Causa e Efeito se torna necessária porque frustramos a Lei Cósmica. Ao tomar conhecimento da conexão entre semear e colher, Peixes se torna o portão luminoso da libertação. O Dia da Libertação depende de nós. Podemos reclamar nossos direitos de primogenitura como filhos de Deus e enveredar pelo reto Caminho. Se assim fizermos, devemos passar pelo Tabernáculo no Deserto e, por meio da Iniciação, encontrar a Verdade que nos tornará livres.

Em relação ao Corpo Denso, os pés se relacionam com o Signo de Peixes representando a base que suporta todo o Corpo Denso. Assim, a influência de Peixes é o fundamento sobre o qual repousa nossa vida espiritual. É por meio da libertação que vem a compreensão, e certamente a bondade e a misericórdia nos seguirão todos os dias de nossas vidas e habitaremos na “casa do Senhor” para sempre.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – abril/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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