Em todas as atividades filosóficas religiosas aparecem, frequentemente, os símbolos. O esoterista conhece um bom número deles e, por isso, pode interpretar logicamente os mitos. O Cristão esoterista sabe que a Bíblia não é um “livro aberto”. Ao contrário, é um compêndio riquíssimo, composto pelos Anjos do Destino, com tal Sabedoria que pode ser interpretada validamente por muitos modos. Podemos fazer uma ideia disso, pela citação de S. Paulo apóstolo, em uma de suas Epístolas: “a história de Sara e Agar é simbólica”[1]. “Cristo-Jesus dizia falar por meio de parábolas, a fim de que, ouvindo-o, não o entendessem”. Em outra passagem, S. Paulo, pedagogicamente, afirma: “aos pequeninos na doutrina damos leite; aos adultos, alimento sólido”[2]. Pelo exposto vemos que os livros mais profundos se constituem de “chaves” ou “mistérios” que vão sendo desvelados pelos seres humanos, na medida de sua iluminação interna.
Realmente, todas as coisas criadas devem ser consideradas de um duplo ponto de vista: espiritual e material. O Cristão-cientista leva evidente vantagem na compreensão de tudo, porque tem essa visão global. Ele sabe que o plano espiritual é o mundo das causas e o material, o dos efeitos. A visão do materialista é parcial e defeituosa, sendo amiúde induzido a erros. Também o Cristão místico muitas vezes se engana, porque dedica pouca atenção às leis da matéria. O ideal é a fusão da Ciência, Religião e Arte, ensinada pela Fraternidade Rosacruz e conducente a uma compreensão integral, una, coerente, dos aspectos externo e interno, do micro e do macrocosmo.
Que os Mundos espirituais são os das causas e o Mundo material, o dos efeitos, não há dúvida. Podemos comprová-lo a cada passo. O ser humano, racional que é, nada faz que não seja precedido pelo pensamento, pelo planejamento. Tudo o que existe ao nosso redor nasceu primeiramente de um pensamento, que era invisível a todos, menos a seu criador. O início do Evangelho de S. João, o mais profundo e misterioso dos quatro, afirma que “tudo nasceu do Verbo”[3] e tudo o que vemos manifesto, inclusive nós, é carne provinda do Verbo.
No mundo mental, a Hierarquia Zodiacal de Sagitário, os Senhores da Mente, já em estado criador são os responsáveis pela formação dos quatro Reinos em evolução. Eles nos deram o germe da Mente e nos ajudam a desenvolvê-la. Nesse plano, consideram nossa evolução e Epigênese admitindo nossa interferência na formação de nossos futuros corpos e do ambiente em que vamos renascer, quando ainda estamos na vida antenatal.
De cada coisa criada – nossos veículos, os de um determinado animal, vegetal, um continente – há naquele plano mental um molde vivente, chamado Arquétipo, que é a origem vibratória que modela e sustenta as coisas manifestadas. Tais Arquétipos têm, cada um, determinado tempo de vibração, durante o qual a forma se mantém. Vencido esse prazo, deixa de vibrar e a forma se desfaz, porque a energia que a mantinha coesa se afasta, voltando à sua origem para formação de novos Arquétipos. É a morte física. Fica, todavia, na Memória da Natureza, uma gravação da forma criada, permitindo que, em qualquer tempo futuro, um Iniciado de quarto grau, como foi Max Heindel, possa verificar, na Região arquetípica do Mundo do Pensamento, os sucessos do passado, tais como foram e não como a história os relata.
Muitas vezes ocorre que uma coisa criada seja a combinação de vários Arquétipos. E muitas vezes um Arquétipo é modificado para que a forma, neste Mundo material, também o seja. É o caso, por exemplo, de certa região que sofra modificações, em virtude de uma erupção vulcânica. É o caso de todas as mudanças havidas através dos tempos no globo terrestre. Mas, as modificações, primeiramente, ocorrem no plano mental e depois no físico. É o mesmo que um indivíduo que, anos após haver construído sua casa, faz uma reforma e a modifica. Para isso ele modificou o primeiro planejamento, em sua Mente, atendendo a certas conveniências. Isso nos mostra como realmente “o que é em cima é como o que está embaixo”.
Esse preâmbulo é importante fundamento para o tema que nos propomos, sobre símbolos e emblemas.
Que é um símbolo? É a representação de uma verdade espiritual. É bem diferente de emblema.
Que é um emblema? É a combinação de certas ideias e coisas, de um ponto de vista material ou filosófico.
Nesta época de conquistas espaciais tem se falado como poderíamos fazer-nos compreender por habitantes de outros Astros ou de outros Sistemas Solares. Pois nós respondemos: através dos símbolos. Se projetarmos, por exemplo, um triângulo perfeito, damos imediatamente, a qualquer ser racional, deste ou de outros Sistemas Solares, a ideia de uma trindade em um. E por que entenderão? Porque somos todos, nós e eles, essencialmente Espíritos e o íntimo nos revela a significação do símbolo, não importa quão diferente seja nosso exterior do deles. Já o emblema, não; ele é o resultado do mundo fenomênico. Um brasão que represente um município, combinando ideias e coisas caracterizadoras dessa região, nada ou pouco dirá a um habitante de terras distantes, necessitando ser interpretado.
É verdade que também o símbolo, para ser compreendido com certa profundidade, deverá ser interpretado por pessoa competente. Mas, os significados do símbolo encontram eco em nosso interior, provocam certas vivências internas, reações espirituais, porque nosso íntimo reconhece algo familiar, que está sendo gravado em nossa persona ou natureza humana. O emblema já não provoca essa correspondência interna. No máximo, atende a certa correlação lógica de coisas e fatos. Às vezes, nem isso, como é o caso da pintura moderna, em que as representações exprimem uma indefinida vivência de seu criador.
A cruz é um símbolo. Ela corresponde a um conjunto de Arquétipos e de verdades pré-existentes. O madeiro inferior, partindo de baixo para cima, é uma expressão do reino de vida vegetal, porque as forças vitais mantenedoras do reino vegetal se exteriorizam, de dentro do Globo para a periferia, das raízes para as copas. O madeiro horizontal simboliza o Reino de vida animal, porque as forças espirituais mantenedoras desse Reino transitam pela superfície da Terra, passando pela espinha dorsal dos animais. Nenhum deles, por isso, pode manter-se durante muito tempo em posição vertical, pois morreria por falta desse influxo do Espírito-Grupo. O madeiro superior corresponde ao Reino de vida humano, porque as forças espirituais que se infundem em nós, vêm de cima para baixo. Assim, a cruz, fixada no solo mineral, é um conjunto de Arquétipos correspondentes aos quatro Reinos atualmente em evolução na Terra. Representa, igualmente, o conjunto instrumental do ser humano, a série de Corpos pelos quais atualmente se expressa: o Corpo Denso (o solo em que se fixa a cruz, o mundo em que evolucionam os elementos de que ele se formou), o Corpo Vital (o madeiro inferior, a capacidade etérica de metabolismo, procriação, capacidade sensorial, calor e circulação sanguíneos, memória), o Corpo de Desejos ou emocional (madeiro horizontal, capacidade de movimento, instintos, desejos e emoções) e veículo Mente (madeiro superior, laringe em vertical, influxo espiritual de cima para baixo, capacidade racional).
Dentre os materiais que Max Heindel recebeu dos Irmãos Maiores, para fundação da Fraternidade Rosacruz, está o símbolo da Cruz e das Rosas. Consiste numa Cruz trilobada e branca sobreposta a uma Estrela Dourada de cinco pontas. No centro da Cruz há uma rosa branca, rodeada por uma quase coroa de sete rosas vermelhas.
Já vimos o simbolismo da Cruz. É uma realidade arquetípica ter uma correspondência no Mundo do Pensamento Concreto. A cruz representa a cadeia completa de veículos pelos quais se expressa o gênero humano. Representa, igualmente, os quatro Reinos em evolução na Terra. As razões já foram explicadas.
As rosas simbolizam os Centros sensoriais do Corpo de Desejos, os pontos de percepção que devem ser despertados em nosso Corpo de Desejos. São faculdades latentes adormecidas, cujo despertar corresponde ao desabrochar das rosas das virtudes. O ser humano é uma planta invertida. A planta recebe o alimento pelas raízes e o encaminha para cima. O ser humano o toma em cima, pela boca, e o dirige para baixo. Os órgãos geradores da planta são a flor, coisa bela que deleita a quem a vê; que inspira o artista. A geração é feita castamente, sem paixão. O ser humano tem seus órgãos geradores em baixo e os esconde com vergonha. Seu ato gerador é mesclado de paixão. Desse modo, a flor simboliza um ideal de pureza que o ser humano deve alcançar um dia, quando haja sublimado seus instintos e dirija a força sexual criadora à cabeça, para despertar os dois centros sensoriais situados no crâneo.
Surge, então, a Clarividência, a iluminação, e a cabeça se converte numa auréola de luz, cuja haste etérica desce pela laringe, como autêntica flor espiritual. Nos trabalhos da Fraternidade Rosacruz, o Oficiante (o Estudante Rosacruz que está oficiando o Ritual do Serviço Devocional) sempre se dirige aos presentes com a saudação “que as rosas floresçam em vossa cruz”. É o desejo que ele expressa de que essa iluminação interna se realize em cada Aspirante à vida superior. Os ouvintes retribuem dizendo: “E na vossa também!”. As rosas são vermelhas, não o vermelho da paixão do sangue venoso, senão a expressão de energia pura. A rosa branca do centro é a súmula, a síntese das cores, o símbolo da Unidade de nossas virtudes.
Quando Max Heindel concebeu esse símbolo sob orientação dos Irmãos Maiores, sendo um Iniciado que havia atingido a Região Arquetípica do Mundo do Pensamento Concreto, sabia que ele correspondia a uma realidade espiritual com força interna para suscitar, no íntimo de quem o vê, uma mensagem de regeneração, um convite à elevação, algo que faz bem a nossa Alma. Não deve, pois, ser alterado em nenhum de seus detalhes, porque a forma mental de um emblema (pois não seria um símbolo) semelhante seria atraída ao Arquétipo verdadeiro, pela similitude vibratória da forma, provocando desarmonias no ideal de quem o criou.
Pelo exposto podemos compreender que os verdadeiros símbolos têm raiz espiritual e só podem ser transmitidos por um Iniciado. Aquilo que os neófitos criam para representar a mensagem que desejam transmitir a seus companheiros é apenas emblema, sem força de gerar em nossa alma os impulsos vibratórios induzidos dos Mundos internos. É por isso que os Evangelhos dizem: “Não temos outra autoridade senão a que recebemos dos céus; não precisamos combater nada; o que vem de Deus subsiste; o que vem do ser humano, logo passa”. “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6; 33).
Dessa fonte interna, quando começa a jorrar, é que provém a inspiração, a intuição, o magnetismo que atrai o poder de comunicar a ideia, a capacidade de congregar seres humanos e esforços.
A força comunicada pelos símbolos é que tem eternizado o Cristianismo. A força da Religião antiga judaica, transmitida por Moisés, igualmente residia nas coisas ocultas. O Tabernáculo no Deserto com suas dimensões, formas e finalidades era um símbolo do universo, do mundo e do ser humano. Por isso ainda se conserva o Antigo Testamento, que, junto ao Novo Testamento, constitui o mais completo documento evolucionário jamais dado à Humanidade.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1968 – Fraternidade Rosacruz – SP)
[1] N.R.: Gl 4:24
[2] N.R.: ICor 3:1-3
[3] N.R.: Jo 1:1
Quando a pessoa, seja homem ou mulher, se torna Estudante Rosacruz é porque acordou para realidades mais elevadas. Esse despertar mostra ter o Aspirante à vida superior alcançado, já, certo amadurecimento interno, fruto de sua peregrinação, embora estivesse, até então, inconsciente. O referido amadurecimento interno é que o leva a se ligar à Misteriosa Escola Rosacruz. Feita a ligação com essa Escola, recebe o Estudante a orientação necessária, assim como o auxílio dos Irmãos Maiores, a fim de que possa realizar, daí em diante, conscientemente, a sua evolução. Antes ela se processava de maneira inconsciente. Nesse caso, ela se realiza com lentidão e muito sofrimento, enquanto no outro se dá exatamente o contrário. É que, ao se ligar à Escola, tomou o Estudante o caminho de atalho. Aproveita o tempo e pode fazer, no atual renascimento, o que não faria em vários, de outro modo.
Convém esclarecer que, uma vez ligado à Escola, o maior ou menor avanço na senda depende, exclusivamente, da dedicação do Estudante. A parte de incentivo e orientação que compete à Escola e aos Irmãos Maiores jamais faltou ou faltará. Cada Estudante é atendido, prontamente, no nível de sua dedicação. Aliás não poderia ser de outra forma.
Quanto mais o Estudante Rosacruz se dedica, maior compreensão lhe surge, quase que automaticamente, dos mistérios da vida e da mencionada Escola Fraternidade Rosacruz que o orienta e apoia. Os horizontes vão se alargando, até que, um dia, o simples Estudante Rosacruz se torna Iniciado. Portanto, queridos amigos e queridas amigas, é sobremaneira importante se esforçarem. Todo esforço traz um resultado positivo na Economia da Natureza. Do preparo de cada um depende a capacidade para melhor e mais SERVIR.
(Hélio de Paula Coimbra, publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1966 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Em realidade, a Escola Fraternidade Rosacruz não possui um método de auxílio propriamente, mas os seus Ensinamentos Rosacruzes nos conduzem a determinadas conclusões a esse respeito. E, como todos nós desejamos prestar a nossa contribuição nessa senda de luz e amor, será interessante conhecermos essas conclusões, para não nos afastarmos dos elevados Ensinamentos Rosacruzes dessa escola, que nos foram transmitidos pelos Irmãos Maiores, através do seu arauto, Max Heindel.
Sabemos que é sempre possível prestarmos o nosso auxílio, tanto direta, como indiretamente, podendo esse auxílio ser pessoal ou coletivo, por meio da entidade de que fazemos parte. Assim, não nos será difícil chegarmos ao ponto certo da questão, ou, pelo menos, ao que mais se aproxima do método mais puro, se formos nos orientar pelo exemplo de nossos Irmãos Maiores.
Nunca se ouviu notícia de que um Irmão Maior impusesse sua vontade arbitrariamente: pelo contrário, ele sempre procura prestar o seu auxílio discretamente, quase sempre de longe, nunca deixando de respeitar a liberdade de escolha de cada um de seus custodiados, e jamais interferindo na vontade deles!
Muitas vezes, mesmo, temos que chegar ao ponto de gritar por socorro em nossos corações, para que, só então, o Bom Amigo se manifeste, sem, contudo, esquecer a independência do trabalho de cada um. E só essa observação já nos dá uma ideia bem clara de como deve ser esse nosso trabalho na Fraternidade Rosacruz e no mundo. E, se esse exemplo não bastasse, teríamos ainda o apoio esclarecido de nosso lema: “Uma Mente pura, um Coração nobre, um Corpo são” que, bem observado, apresenta a chave da nossa posição espiritual em face do auxílio que devemos prestar ao próximo.
Quem possui, em verdade, um Coração terno, um Corpo isento de pecado e uma Mente sadia, objetiva, construtiva, apoiada numa vontade firme, terá forçosamente que chegar a certas conclusões na vida, muito próximas do Amor e da Verdade; estará, assim, em condições de compreender que não pode nem deve exercer qualquer coação, nem que seja para prestar auxílio a um necessitado. E, quando se fala em coação, deve-se esclarecer que o ato de pedir auxílio a uma segunda pessoa em favor de uma terceira, embora o pedido seja revestido da mais sincera piedade, não deixa de representar um ato de coação, por mais leve, mais subtil que seja.
Pode agora alguém dizer que esse tem sido o meio empregado por muitas entidades filantrópicas, com resultados positivos. Quanto a isso, não há contestação, mas, como estamos falando apoiados nos Ensinamentos Rosacruzes, temos que compreender o impulso que rege esse auxílio, de forma diferente da comum, de modo muito mais amplo e mais objetivo. Não esqueçamos que há muitos caminhos para alcançarmos o céu, e que o Caminho Rosacruz é uma escala direta ao topo da cruz, portanto não pode se apoiar em métodos que, embora satisfatórios em algum sentido, não correspondam ao ideal de liberdade, de amplitude individual que deve manter sempre vivo o Estudante Rosacruz, atualmente os mais elevados do mundo.
Assim, baseados nesses princípios de amor e de liberdade individual, podemos compreender que nunca, de modo nenhum, se deve solicitar auxílio pecuniário em prol de quem quer que seja, por mais necessitado que se nos pareça.
O método Rosacruz, sendo livre e amoroso, tende logicamente a respeitar a pessoa humana em toda a extensão, inclusive aquela a quem pretendemos incluir nas nossas solicitações.
O auxílio tem que ser sempre espontâneo para ser livre. É maravilhoso quando um irmão ou uma irmã, mais favorecido pelo destino, abre a sua bolsa espontânea e amorosamente, dando a muitos necessitados a oportunidade de serem ajudados; entretanto, não se deve esquecer que esse auxílio, tem de vir de sua própria bolsa, esteja ele em condições de prestá-lo ou o tenha feito à custa de seu próprio sacrifício, de sua própria vontade. Podemos sempre prestar o nosso auxílio e prestar a nossa cooperação em prol da Humanidade, por muitos meios, como dissemos acima, diretos ou indiretos, sem necessidade de atingir a liberdade alheia com solicitações que muitas vezes são respondidas com indisfarçável má vontade.
A dádiva, para ser verdadeira, terá que incluir o próprio dador. Temos que nos dar a nós mesmos, caso contrário nossa obra será vazia e fútil o nosso esforço. Se não possuirmos, nós mesmos, os meios para prestar algum auxílio material, seja de que proporções for, ainda assim, poderemos dar a nossa ajuda por meio de uma palavra amiga, de uma visita oportuna, uma oração piedosa, por meio de algum trabalho, tanto físico como intelectual, enfim de mil pequenas e grandes maneiras, que, se forem sinceras e dignas, cumprirão o mesmo objetivo de auxílio à Humanidade. O real auxílio está na sinceridade com que é feito, na humildade do propósito, sem intenção de engrandecimento próprio, na paciência de saber esperar, na conformidade com os percalços, na alegria de poder tomar-se um conduto divino de realização. Não é o tamanho da obra que realizamos que vai representar a justa medida do nosso entendimento espiritual, mas muito mais a amplitude amorosa do nosso gesto, qualquer que seja a extensão do auxílio.
O ideal é sempre puro e simples, modesto e paciente, e, quando concretizado em atos, já veio trilhando caminhos de luz como resultado de uma realização interna. Eis por que, quando nos ocorrer algum desejo de realizações grandiosas (e todos a temos) convém pararmos um instante e meditar nos nossos reais propósitos de auxílio, pesando e medindo bem as nossas próprias possibilidades.
Por ser a Filosofia Rosacruz realmente uma das mais elevadas do mundo, nem sempre tem sido bem compreendida e aceitada pela mentalidade humana. A tendência natural do indivíduo comum é limitar-se ao seu próprio mundo de vaidade e egoísmo, e o Estudante Rosacruz, mais esclarecido do que o vulgo, tem o dever de furtar-se a esse perigo que muitas vezes surge engalanado dos mais sutis revestimentos. Eis por que é sempre bom lembrarmo-nos da nossa posição espiritual em relação aos nossos desejos de auxílio e de cooperação, nunca esquecendo, a exemplo dos Irmãos Maiores, a liberdade de cada um e a amplitude amorosa de ter, no respeito, tanto em relação a dignidade da pessoa humana, como à consideração do ser espiritual, nosso irmão e nossa irmã em Cristo.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1967-Fraternidade Rosacruz-SP)
Estava um lindo dia e às onze horas todos nós nos reunimos em frente ao novo refeitório prontos para içar a bandeira da Fraternidade Rosacruz; Max Heindel então tomou a palavra:
“Embora numericamente sejamos poucos, os olhos que estão sobre este lugar nesta manhã são muitos e um evento que marcará época está prestes a acontecer. Seiscentos anos antes do início da era Cristã, uma onda de esforço espiritual foi iniciada nas costas orientais da Ásia; o Confucionismo começou então a lançar sua luz sobre os problemas das pessoas que viviam lá naquela época. Tornou-se para elas um trampolim para maiores realizações, pois era adequado àquela raça e de lá, em outra forma, foi para o oeste através do Índia e da Pérsia, até a Galileia, onde assumiu a atual roupagem da Religião Cristã e, como tal, foi promulgada em todo o mundo ocidental.”
“Mas, sempre houve um lado oculto em todas as Religiões: ‘leite para os bebês e carne para os fortes’ sempre foi a regra em todos os lugares, tanto nos tempos antigos como nos modernos, e os símbolos místicos que deram esse ensinamento mais profundo moveram-se junto à onda em seu caminho para o oeste. Seiscentos anos atrás, o avançado posto de mistérios ocidentais foi fixado na Alemanha e a Ordem Rosacruz começou a ensinar os poucos que estavam, então, prontos. Hoje, aquele posto quase completou seu trabalho, tanto quanto é possível naquele lugar. Está agora enviando outro posto avançado para as costas do Oceano Pacífico; aqui, na extremidade ocidental do nosso continente, a Fraternidade Rosacruz foi estabelecida como um centro Esotérico para preparar o caminho para a Ordem Rosacruz e algum dia, nós não sabemos quando, mas provavelmente na época em que o Sol entrar em Aquário, a própria Fraternidade Rosacruz surgirá e estará localizada em algum lugar nesta vizinhança.”
“Esta, então, é a última mudança nos continentes atuais e quaisquer futuros movimentos espirituais que possam surgir terão seu início em um novo ciclo em outros continentes, a ser elevado ao oeste e ao sul desta localização; portanto, estamos agora no final de um ciclo e no início de um novo. Estamos prestes a hastear a bandeira da Fraternidade Rosacruz, que é o símbolo espiritual mais elevado da Terra: a bela cruz branca com suas rosas vermelhas, a sua estrela dourada e um fundo azul-celeste. As cores primárias, em sua relação única e significando o Pai, o Filho e o Espírito Santo, flutuarão sobre este lugar doravante até que a sua missão esteja cumprida, possibilitando a criação de veículos mais elevados. Queira Deus que uma multidão possa se unirem torno desta bandeira para guerrear contra a natureza inferior, para exaltar a vida superior, para trazer luz e cura ao mundo que agora geme de dor e sofrimento.”
A bandeira foi então hasteada e o Max Heindel continuou:
“Mas, enquanto tivermos fé, no devido tempo as trevas, a tristeza e o sofrimento cessarão e o glorioso Milênio, o Reino de Cristo mencionado na Bíblia, vai se tornar uma realidade; a ‘fé sem obras é morta’ e cabe a todos os verdadeiros construtores de Templos fazer o seu trabalho para que possamos tornar realidade esses ideais que esperamos. Portanto, nos reunimos hoje com o importante propósito de colocar a pedra fundamental, o primeiro bloco de concreto para o último Templo material a ser erguido no continente agora habitado por seres humanos. Notem, eu digo ‘o último Templo material’, pois é necessário para a nossa presente condição subdesenvolvida ter o edifício de concreto, antes de podermos construir sobre ele o verdadeiro Templo feito de corações humanos, do qual já falamos tantas vezes.”
“Em algum momento, como foi afirmado anteriormente, numa data futura, provavelmente quando o Sol entrar em Aquário, a Ordem Rosacruz se manifestará em toda a sua plenitude. Seus membros também construirão um Templo aqui, um Templo de potência muito maior do que jamais poderemos esperar para o nosso Templo ‘de concreto’; e nele será continuado o trabalho agora realizado no Templo da Ordem Rosacruz que hoje se encontra na Região Etérica do Mundo Físico, na posição referencial onde hoje está a Alemanha; talvez esse Templo possa inclusive ser transferido de lá. O autor não sabe ao certo, mas essa estrutura é inteiramente etérica. Nós, que somos incapazes de ver o Templo tal como ele aparece à visão espiritual, somos, naturalmente, obrigados a primeiro construir uma estrutura física como um tipo de esqueleto de um edifício verdadeiramente espiritual, que então se torna uma força no mundo. E se tornarmos este edifício material concreto bonito e inspirador, a inspiração que obtemos deste edifício visível se refletirá no nosso Templo espiritual invisível. Assim, a estrutura concreta é a ‘serva’ do trabalho espiritual.”
“Se compreendêssemos as linhas da força Cósmica, se pudéssemos ver como os Irmãos Maiores são, não teríamos a necessidade de construir assim uma estrutura de ‘concreto’, também não teríamos a necessidade de esperar muito tempo até que os materiais fossem colocados em suas devidas posições, mas nós poderíamos começar o trabalho de construção imediatamente; seríamos de uma vez por toda uma força para um grande bem no mundo, para a rápida libertação de Cristo; agora, porém, que não somos, devemos fazer o melhor que pudermos, isto é, criar uma estrutura material, incorporando linhas e princípios cósmicos, para que todos que entrarem em seus portais possam ser inspirados, e assim poderemos ajudar a todos para construir o Templo vivo invisível, que é a verdadeira assembleia de Cristãos, ligada pelos mesmos laços de doutrina de fé e sob a liderança de Cristo.”
“Esta manhã nos reunimos com o propósito de colocar a primeira pedra, a pedra que conterá todas as cartas e todos os documentos, juntamente com os escritos e a literatura tal como os temos atualmente na Fraternidade Rosacruz; isto proporcionará as idades futuras a razão sobre o motivo da construção desta estrutura e porque ela perdurou. Que Deus conceda que esta primeira pedra possa ser rapidamente seguida por outras pedras e que em breve possamos iniciar o trabalho e estar prontos para estabelecer a verdadeira Sede em Mount Ecclesia.”
“A Bíblia relata a visita dos Reis Magos no nascimento do nosso Salvador e a lenda completa a história contando-nos que Gaspar, Melchior e Baltazar, que eram os nomes destes sábios, pertenciam às três Raças na Terra, naquela época. É muito peculiar, para dizer o mínimo, que nesta importante ocasião também estejam presentes em Mount Ecclesia os representantes das Raças da Época Lemúrica, da Época Atlante e da Época Ária. Para uma Mente aberta, a presença de representantes das diferentes Raças no nascimento de Cristo esclarece o fato de que a Religião que Ele veio estabelecer é universal. Da mesma forma, a presença presente, inesperada e até o momento despercebida, de representantes das três grandes Raças em Mount Ecclesia parece um augúrio de que este grande movimento irá, também, se tornar um veículo universal de boas novas, de compreensão mais profunda e de um verdadeiro sentimento de companheirismo para todos os que vivem na Terra.”
Os presentes se dirigiram, então, para o local onde haviam sido empilhados areia e cimento e cada um, senhoras e senhores, participou da mistura do cimento, do transporte até a sala de espera decorada com folhas de palmeira e da confecção da pedra que formará o canto da Ecclesia, quando esta for iniciada.
(Publicado na Revista Rays from the Rosecross de dezembro de 1914 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de Cristianismo Esotérico, isto é, diferente do Cristianismo Exotérico ou Popular. Ela procura transferir as realidades do Cristianismo para o interior de cada indivíduo, visando convertê-lo no centro de uma realidade espiritual, num microcosmo, feito à imagem e semelhança de Deus em realidade. Afinal: “Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?”[1].
Esse reino interno de Cristo é concebido por Virgem, a Virgem Celestial, em cooperação com José. Virgem é o símbolo da pureza e do serviço e mostra que o Cristo se forma pela pureza e serviço amoroso e desinteressado, mediante o esforço bem orientado da vontade humana consciente (José).
A história de Cristo Jesus é a nossa. Jesus nasceu em Bethlehem (“casa do pão”), o Corpo Denso. Somos nós, o Espírito interno, que aguardamos a nossa purificação ou o nosso batismo, a fim de que comecemos, de fato, a dirigir nosso destino. Depois é tentado, transfigurado e, finalmente, entra em Jerusalém (Jer-u-salém, “onde haverá paz”), e ali Seu primeiro ato foi expulsar os mercadores do Templo, mostrando que para haver paz dentro do Templo do nosso Corpo é preciso limpá-lo dos desejos, sentimentos e das emoções inferiores.
Nessa trajetória, Cristo Jesus pregou e curou, vivendo os mandamentos básicos da Sua mensagem e mostrando os meios de elevação para cada um de nós: autoaperfeiçoamento e serviço amoroso e desinteressado ao próximo, esquecendo os defeitos desse e focando na divina essência oculta nele, que é a base da Fraternidade. Por isso chamou os hipócritas fariseus de “túmulos caiados de branco por fora e podre por dentro”[2].
Para nós, Estudantes Rosacruzes, Cristo é o ideal que buscamos atingir, ajudados pelos Ensinamentos Rosacruzes, tal como foram fornecidos pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, conhecedores da natureza humana e que nos previnem racional e devocionalmente como realizar essa gigantesca tarefa.
Não é uma Escola para a maioria, compreendemos, mas para verdadeiros Aspirantes à vida superior que buscam a realização pelo Cristianismo Esotérico, escolhidos por seus valores morais, pela sinceridade de propósito, provados na prática do trabalho coletivo. Não é certo que “pelos frutos se conhecem árvores”[3]?
O Cristianismo Popular (Exotérico) ainda não compreendeu esse sentido ativo que ele deve imprimir a cada seguidor. “Ajuda-te que Deus te ajudará”[4]. “Tome o Reino de Deus por assalto”[5].
No Evangelho segundo S. Lucas (6:45) estudamos: “O homem bom, do bom tesouro do coração, tira o bem; e o mau, do mau tesouro tira o mal porque a boca fala do que está cheio o coração”. O que presenciamos atualmente que amostra nos dá dos corações dos seres humanos?
No entanto, os erros dos outros não justificam os nossos. Dizer que somos compelidos a errar por força das circunstâncias ou do meio em que vivemos é uma desculpa irrazoável. Afinal, a “ocasião não faz o ladrão”, mas, simplesmente, mostra o que a pessoa realmente é. Afinal, a ocasião faz o ladrão só quando há uma decisão para ser um ladrão; assim, não é a ocasião, mas o possível ladrão que decide. Portanto, a decisão continua a ser determinada pela pessoa e nunca pela circunstância. Uma pessoa pode e deve ser um Cristão consciente em qualquer meio, embora pareça difícil manter a coerência interna e externa. É uma questão de prudência e de boa compreensão do Cristianismo Esotérico.
Por outro lado, a elevação da pessoa não é tarefa impossível. Muitas a realizaram e nós também podemos levá-la a efeito. Uma história para ilustrar essa possibilidade: contam que certo embaixador, na antiguidade, visitou o rei de Esparta, que lhe mostrou toda a cidade. No fim da excursão o visitante estranhou: “Mas, onde estão as famosas muralhas de Esparta? O rei lhe respondeu: “Volte amanhã que lhe mostrarei”. No dia seguinte o rei levou o visitante às planícies fora da cidade, onde os Espartanos faziam exercícios, com escudos e lanças reluzindo ao Sol. Mostrando os soldados, disse o rei: “Eis as muralhas de Esparta. Cada homem é um tijolo”. E nós dizemos: “orai e vigiai”[6], agindo como um real Cristão, no próprio aprimoramento interno e na prestação do serviço amoroso e desinteressado ao irmão e a irmã que estão ao seu lado, sempre focando na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, o melhor possível cada dia que passa e verá como se forma um “homem novo”[7] de pequenos esforços, constantemente alinhados num plano de regeneração. Ao mesmo tempo passaremos a constituir, cada um de nós, um tijolo na obra de reerguimento do mundo, de que a pedra angular é o Cristo.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto/1963-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: (ICor. 3:16)
[2] N.R.: Mt 23:27
[3] N.R.: Lc 6:44
[4] N.R.: Mt 7,7-8
[5] N.R.: Mt 11:12
[6] N.R.: Mt 26:41 e Mc 13:33
[7] N.R.: Ef 4:22-24 e Cl 3:10-11
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS realizadas pelos Estudantes Rosacruzes, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos que foram objetos de exposições, publicações e em Reuniões públicas de Estudos durante o mês anterior.
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1.Para acessar a Edição digital
clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Outubro de 2023
2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras) é só ler aqui:
A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de Filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes Rosacruzes, o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: ECOS.
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Outubro/2023: 4
1.Reuniões Presenciais de Estudos Rosacruzes: 4
2.Publicações de textos no nosso Site:www.fraternidaderosacruz.com e nas nossas Redes Sociais: 4
3.Correção de lições dos Cursos (Filosofia, Bíblia e Astrologia) on-line em andamento. 4
4.Respostas às dúvidas dos leitores (via e-mail, no site, nas redes sociais) 4
Novembro – Sol transitando pelo Signo de Sagitário (novembro-dezembro) 5
Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Outubro: 19
“A única opinião digna de ser levada em conta precisa se basear no conhecimento.”. 19
Serviço desinteressado – necessário praticar todos os dias. 20
Período do trânsito do Sol pelo Signo de Escorpião. 21
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA.. 23
Datas de Cura: Novembro: 02, 10, 17, 23, 30. 23
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As Reuniões de Estudos presenciais abertas ao público ocorrem na nossa Sede própria situada na Avenida Francisco Glicério, 1326 – Centro – Conj. 82 – Campinas – SP, aos domingos as 17hs. Em seguida temos a oficiação do Ritual do Serviço Devocional do dia.
Se você quiser participar presencialmente é só nos avisar antecipadamente pelo fone: 55 19 99185-4932 ou pelo e-mail: fraternidade@fraternidaderosacruz.com
É uma oportunidade ímpar de você estar estudando com pessoas que têm o mesmo ideal Rosacruz!
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Outubro/2023:
Reuniões Presenciais de Estudos Rosacruzes:
Dia 01/10 – 16 h – Estudos Bíblicos Rosacruzes – Evangelho Segundo São Mateus 5, 1-12 – Parte 1
Dia 01/10 – 17 h – Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. III – O Ser Humano e o Método de Evolução – P.10 A – Preparativos para o Renascimento
Dia 08/10 – 17 h – Não tivemos reunião – devido à falta de água no local
Dia 15/10 – 16 h – Sessão Cinema – Estudo das Leis de Consequência e Renascimento – O valor da repetição para o aprendizado e evolução espiritual
Dia 22/10 – 16 h – Reunião de Estudante Regular
Dia 22/10 – 17 h – Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. III – O Ser Humano e o Método de Evolução P.11 – O Nascimento do Corpos Denso, Vital, de Desejos e Nascimento da Mente
Dia 29/10 – 16 h – Reunião de Probacionista
Dia 29/10 – 17 h – Dia 17/09 – 17 hs – Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. III – O Ser Humano e o Método de Evolução – P.10 B – Preparativos para o Renascimento
Nota: Você pode obter uma cópia digital da Obra Básica Conceito Rosacruz do Cosmos da edição mais atualizada grátis aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/livros-digitalizados/o-conceito/
Publicações de textos no nosso Site: www.fraternidaderosacruz.com e nas nossas Redes Sociais:
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Correção de lições dos Cursos (Filosofia, Bíblia e Astrologia) on-line em andamento
Respostas às dúvidas dos leitores (via e-mail, no site, nas redes sociais)
Oficiação dos Rituais dos Serviços Devocionais (incluindo Hino de Abertura, do Signo do mês solar e Hino de Encerramento)
Novembro – Sol transitando pelo Signo de Sagitário (novembro-dezembro)
A força Crística dourada, descendo da fonte do Sol, tocando a partir do lado externo da atmosfera terrestre no Equinócio de Setembro, como antes mencionado, passa pelo Mundo do Desejo durante novembro (Escorpião).
Esse é um tempo propício para que o discípulo trabalhe na purificação da sua natureza inferior e, assim, se torna mais habilitado para auxiliar os Seres Superiores em seus trabalhos de purificação do Mundo do Desejo) da Terra. Um esforço suplementar é, então, feito para torná-lo um servidor consciente mais eficiente tanto nos planos internos como nos externos da vida.
Em estágios evolutivos anteriores do desenvolvimento humano a Hierarquia de Escorpião, que preside o mês zodiacal de novembro, auxiliou o despertar do Ego (o Espírito Virginal manifestado, nós) no ser humano (ou seja, nos seus Corpos: Denso, Vital e de Desejos) e, fazendo isso lançou o ser humano na estrada da individualização. Durante o presente estágio de evolução humana o Discípulo, trabalhando sob a orientação dos Senhores da Individualidade (Libra) e dos Senhores da Forma (Escorpião), está aprendendo a substituir a sua capacidade de fazer valer a própria opinião diante de outras pessoas pela humildade e pelo sacrifício pessoal do “eu” pelo impessoal “nós”; em outras palavras, atualmente vive-se o ideal de O MAIOR BEM PARA O MAIOR NÚMERO.
Estudos Bíblicos Rosacruzes – Novo Testamento – Evangelho Segundo São Mateus 5, 1-6 – Parte 1 – As Bem-aventuranças
A Bíblia é um livro de chave e de mistérios. Ela possui Bíblia uma parte pública (exotérica) e outra oculta (esotérica)
O estudante Rosacruz deve estudar e praticar os ensinamentos oferecidos pela Bíblia, pois “A Bíblia foi nos dada ao mundo ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todo o erro, nos dão exatamente o que necessitamos para o nosso desenvolvimento. Por conseguinte, se procurarmos a Luz, a encontraremos na Bíblia”.
Os 4 Evangelhos são fórmulas de Iniciação, pelas quais todos nós vamos passar. O evangelho segundo São Mateus começa no Natal, no sagrado nascimento, e é um dos 3 evangelhos que traz as fórmulas para iniciação ou mistérios menores. João é o único evangelho que traz os mistérios de Iniciação Maiores.
As Bem-aventuranças
1Vendo ele as multidões, subiu à montanha. Ao sentar-se, aproximaram-se dele os seus discípulos. 2E pôs- se a falar e os ensinava, dizendo: 3 “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. 4Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. 5Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. (Mt 5:1-6).
Também conhecida como Sermão da Montanha, Sermão do Monte ou as Beatitudes
Atualmente estamos muito longe do desenvolvimento previsto para nós no Plano Divino, pois atualmente deveríamos estar vivendo conscientemente na Região etérica do Mundo Físico, assim como muitos Auxiliares Invisíveis já vivem lá, ainda que parcialmente. Importante saber, que os irmãos (as) leigos, adeptos e irmãos (as) maiores vivem na Região etérica de forma consciente e, também, aqui no Mundo Físico, sempre que necessário.
Desde o pináculo na materialidade, estamos cristalizados aqui no Mundo Físico, ao ponto, que muitos de nós acreditam que não existe outro lugar no Universo, além da Região química do Mundo Físico e em razão dessa crença, tentam explicar tudo que existe na Terra e no Universo através dos materiais (gases, líquidos e sólidos) dessa Região.
Poucos alcançaram o ponto de evolução, no qual se vive totalmente de acordo com os Dez Mandamentos e ainda muito poucos, têm apenas uma ideia do valor espiritual das Bem-Aventuranças.
Na Era de Aquário, só conseguirão viver, os indivíduos que tiverem o Corpo-Alma desenvolvido, para funcionarem conscientemente na Região Etérica. A vida cotidiana nessa Era será baseada nos Dez Mandamentos, ou seja, todo aprendizado obtido dos 10 Mandamentos já terá virado uma virtude (um bom hábito de convivência) na nossa vida.
Para avançarmos para as próximas Eras, usaremos as Bem-aventuranças para elevarmos nossos níveis de conhecimento e de desenvolvimento que nos permita funcionar conscientemente em outras Regiões e outros Mundos.
As Bem-aventuranças, segundo são Mateus, se constituem de 9 passos e são a síntese para a libertação humana, ou seja, através dela é que alcançaremos as nossas aspirações espirituais. Nove é um número cabalístico, representativo do gênero humano, do que se deduz tratar-se de uma síntese para a libertação humana. Representa a humanidade.
Para vivermos as Bem-aventuranças é necessário nos despojarmos do sentido humano vicioso que enaltece a nossa personalidade e que cultivamos ao longo dos renascimentos.
Nota: é importante aqui diferenciarmos, segundo os Ensinamentos Rosacruzes que: Individualidade é a expressão do “eu real”, verdadeiro “Eu superior”. Compõe-se dos veículos Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano. É o Espírito quem manda e orienta. Enquanto, Personalidade, é a imagem refletida do Espírito, e a Mente é o espelho ou foco. Compõe-se do Corpo Físico, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente.
As Bem-aventuranças são uma síntese do espírito Cristão (o Cristão completo é autêntico). São também uma sinopse espiritual do verdadeiro Cristianismo. É um resumo didático que Cristo deixou para que conseguimos vivenciá-las a partir da Região Química do Mundo Físico, para funcionarmos na Região Etérica do Mundo Físico. Aqui na Região Química, o hábito que devemos colocar em prática são os 10 Mandamentos.
Elas sintetizam os ensinamentos que deveremos adquirir para nossa evolução. É um dos mais importantes trechos da mensagem Cristã; um código universal de conduta, cabível a qualquer religião ou credo. Elas sugerem que sejamos as Bem-aventuranças – que sejamos: desprendidos e servidores; puros de coração; coerentes na reta justiça, apesar de perseguições; mansos, pacificadores e misericordiosos; amorosos com os que nos odeiam sem razão; e retribuidores de bem, mesmo aos que nos fazem mal.
Conforme vamos caminhando na compreensão esotérica das Bem-aventuranças, vamos concluindo que:
Agora…se conhecermos e aplicarmos as Bem-aventuranças, teremos o êxito espiritual que tanto procuramos
Nos versículos 1 e 2, vemos descritos:
** “Vendo ele as multidões, subiu à montanha. Ao sentar-se, aproximaram-se dele os seus discípulos. E pôs- se a falar e os ensinava, dizendo…”
Os discípulos encontravam em graus diferentes de desenvolvimento, portanto, a hipótese mais provável, é que eles estavam na Região etérica do Mundo Físico.
“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5, 3).
** “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mt 5, 4).
Para compreendermos o sentido dessa bem-aventurança, analisemos as palavras-chave: MANSOS e TERRA.
MANSO: não estamos falando de um indivíduo “mole”, “morno”, que se omite ou não se arrisca a contraditar ninguém; uma pessoa com falta de coragem e de dignidade, servil e até hipócrita, empenhada em cultivar um relacionamento sem conflito, ainda que isso exija a bajulação, mentiras “brancas” etc.
E sim, de uma pessoa que tem uma atitude mental de “não resistência”. Aquele que se mantém num estado de receptividade, de Mente aberta, de canal consciente, numa amorosa atitude de entrega; no desejo de que o Divino interno se lhe manifeste; intuindo-o em tudo.
O que interessa ao Cristo, é a CAUSA interna: se o íntimo é manso, é doce, é receptivo à sabedoria interna, os atos – que são os efeitos, logicamente serão acertados e conducentes a infalível êxito.
TERRA: Significa a esfera material, o exterior, a manifestação, a consequência, o lado humano pelo qual o Eu real se expressa. É conseguir o total domínio dessa Região Química do Mundo Físico – nosso objetivo: “estar no mundo, mas não ser do mundo”.
No “Pai Nosso”, a frase: “Seja feita a tua vontade, assim na Terra como no céu,” – por exemplo – indica que a vontade do Cristo interno deve ser feita nos assuntos externos da personalidade (pelos pensamentos, palavras, emoções e atos).
** “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados” (Mt 5, 5).
SE AFLIGIR: Não se refere: aflições superficiais ou astutas, movidas pela chantagem, por dizer o sofrer, com fundo vicioso. Refere-se sim:
CHORAR: refere-se ao choro redentor, ao choro transformador, marcado pela consciência que reconhece e aceita seus erros; aquele que dissolve a crosta da relutância egoísta e abre a alma para nova e melhor etapa. São as lágrimas que extravasam dos olhos ao coração, amolecendo a carapaça do egoísmo para que a semente do amor possa germinar e produzir a cento por um. O mundo é um “vale de lágrimas”, porque é uma escola de experiências.
RIR: refere-se ao riso legítimo, uma alegria sã, natural, desejável, citada por Cristo: “Dou-vos a minha paz para que minha alegria esteja em vós e seja perfeita a vossa alegria e ninguém mais tire de vós a vossa alegria”! Chama-se alegria perfeita a esta alegria interna, pura, saudável, para destacar da outra alegria imperfeita que brota da natureza inferior.
** “Bem-aventurados têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 5, 6).
JUSTIÇA: não é meramente uma conduta reta, mas, sobretudo, uma INTENÇÃO reta, em cada assunto e aspecto da vida. Notem a reiteração de Cristo: o que interessa é a causa, o pensamento, a intenção. Se esta é reta, os efeitos (impulsos sentimentais, palavras e atos) também o serão. O ser humano interno se expressa (ex + pressar ou impulsionar para fora) e retrata sua intenção – pressupondo coerência e sinceridade, conforme a citação evangélica: “Assim como o ser humano pensa em seu coração (íntimo) assim ele é”.
AJUSTAMENTO: – “fome e sede de ajustamento” – Ajustamento a que? Está claro: às divinas leis; à vontade divina em nós.
Essa bem-aventurança é prometida e assegurada aos que têm fome e sede (forte aspiração, sincero propósito) de verdade. Refere-se especialmente a “ter fome” do Divino interno, para experimentar a satisfação, gradativamente maior, da religação.
Temos de reconsiderar nosso modo de pensar, para que mudem nossos hábitos e, desse modo, cheguemos um dia a ser bem-aventurados pela fome e sede de ajustamento às leis de harmonia.
Para saber mais, assista a 6ª Reunião Estudos Bíblicos Rosacruzes-da FRC em Campinas-SP em:
Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo III – O Ser Humano e o Método de Evolução – Parte 10 A- Preparativos para o Renascimento
Anjos Relatores ou Anjos do Destino ou ainda Senhores do Destino:
São seres da Onda de Vida Angélica.
A Lei do Renascimento, uma das leis básicas expostas pelos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, está sob a administração desses Anjos. Esses Seres maravilhosos são os que guiam as influências dos Astros de tal forma que afetam a cada um da maneira mais conveniente, para facilitar a liquidação de suas dívidas passadas. Ajudam também a cada ser humano a recolher o benefício de qualquer bem que tenha feito em suas vidas anteriores.
Os Anjos do Destino também trabalham diretamente com a Lei de Consequência. Em cada novo renascimento, os arquivos registrados em cada Átomo-semente são lidos por aqueles Seres que cuidam para estabelecer as condições e o momento adequado para que o Ego renasça aqui, na Terra, com exatamente o que necessita para seu desenvolvimento. Eles asseguram que nada seja alterado por interferência humana, que impeça que alguém experimente os efeitos da causa gerada, ou seja, nesse caso, o destino será cumprido, pois é a melhor maneira que existe para aprendermos a lição que nos é apresentada.
Também foram os anjos do Destino que forneceram a Bíblia ao Mundo Ocidental, que nos fornece a luz espiritual, de modo que cada vez melhor sondamos as profundezas divinas e mais nos aproximamos do nosso Pai Celeste. A compreensão dos conteúdos da Bíblia constitui o bálsamo que nos indica como suportar os efeitos do mal praticado no passado, sem gerar mais desequilíbrios para o futuro.
É o livre-arbítrio – que sempre supõe a escolha entre 2 cursos de ação.
É uma atividade divina criadora e que é a base da evolução, pois é a atividade original criadora do Espírito, de cada um de nós.
É o poder de acionar um número ilimitado de causas novas não determinadas, nem impostas por atos do passado.
É o poder que todos nós temos de “criar”.
É a liberdade que temos de inaugurar algo inteiramente novo.
É o que nos capacita, se aplicarmos à vontade, a abrirmos passagem e atingirmos esferas de maiores poderes e atividades proveitosas.
É o que nos capacita a darmos um passo em direção a esferas de poder e atividade maiores.
É uma faculdade do Ego, da Individualidade.
É um fator que se junta à Involução e à Evolução e que faz com que a evolução não seja somente o desenvolvimento de poderes latentes.
Permite ao Ego faça melhorias às condições existentes e desenvolva coisas completamente novas. Ela nos faz um criador independente e original.
A Epigênese está em atividade durante toda a vida. Se estivéssemos sujeitos totalmente ao passado e incapazes de gerar causas novas, seria impossível desenvolver o poder criador original. Nem haveria livre arbítrio.
Se a Epigênese não atuar, ou se tornar inativa no indivíduo, na família, na nação ou raça, cessa a Evolução e começa aí a degeneração. Isso se aplica também às ideias, aos sistemas, às organizações, etc. Se não se reciclarem periodicamente, perdem a sua eficiência e, consequentemente, sua razão de ser.
A Hereditariedade diz respeito unicamente ao Corpo Denso, não às qualidades anímicas, que são completamente individuais.
Quando pesquisamos sobre Hereditariedade, vimos apenas que:
É a transmissão de características de pais para filhos
São informações genéticas e fenotípicas
Genes e características dos pais transmitidos aos seus descendentes
Portanto, não faz sentido as pessoas atribuírem as más qualidades a hereditariedade, culpando os pais por elas, e atribuírem as boas qualidades a si mesmos. Contudo, o fato mesmo de diferenciarmos o que se herda do que é propriamente nosso demonstra que existem dois aspectos da natureza humana: a forma e a vida.
Somos atraídos ao nascer e viver com as pessoas que convivem conosco devido a Lei de Causa e Efeito (ou Consequência) e a lei de Associação (ou Atração). A mesma lei que faz com que os músicos procurem a companhia de outros músicos e ser reúnam nas salas de concertos, ou que os apostadores se juntem nos hipódromos ou nas casas de jogo ou que as pessoas estudiosas se reúnam nas bibliotecas ou nos centros de cultura, também faz com que as pessoas de tendências e gostos semelhantes nasçam na mesma família.
O ser humano é essencialmente Espírito e vem para o Mundo Físico, em cada novo renascimento, equipado com uma natureza mental e moral que é absolutamente sua, tomando dos seus pais somente os materiais necessários para formar o seu corpo físico, o Corpo Denso.
Portanto, a hereditariedade só é verdadeira no que se refere aos aspectos materiais do Corpo Denso, mas, não relativamente às qualidades anímicas que são absolutamente individuais.
Para saber mais, assista a 157ª Reunião Dominical – FRC em Campinas/SP em:
No Filme Feitiço do Tempo (1993) um repórter de televisão que faz previsões de meteorologia fica preso no tempo, repetindo os eventos do dia que foi fazer uma matéria sobre o “Dia da marmota”.
Esse filme nos permite fazer uma analogia entre o ocorrido com o personagem do filme e os aprendizados rosacruzes, onde nós adquirimos o aprendizado necessário para a nossa evolução através da repetição das principais lições que precisamos aprender durante as experiências que temos em uma vida e em várias vidas.
Uma vez que a lição seja aprendida, o ensino será suspenso. Mas enquanto insistirmos em não querer aprender as lições com as quais nos comprometemos no Terceiro Céu em aprender nessa vida, a bondade divina, nos oferecerá uma nova oportunidade, ou seja, essa lição aparecerá novamente na nossa vida, até que consigamos superá-la com êxito.
Nosso aprendizado se dá de forma cíclica e espiralada. No processo em Espiral, cada passo, apesar de repetir condições já experimentadas, se situa em níveis cada vez mais elevados. Essas espirais se repetem no tempo e nas diversas fases do processo, como espirais dentro de espirais.
Por que a Repetição é necessária para o Aprendizado?
A repetição das mesmas condições nos ajuda a crescer
Se falhamos nessa vida, teremos de repeti-la na próxima vida
O contexto em que as lições nos ocorrem pode ser completamente diferente, mas a lição a ser passada será a mesma
Muitas vezes não entendemos a razão do sofrimento, da dor, da falta de sentido de nossa vida, até termos o “estalo” de consciência
Este mundo é uma escola que nos ensina a pensar e sentir corretamente, e assim tornar-nos aptos a usar estas duas forças sutis – o poder do pensamento e o poder do desejo
Objetivo é atingirmos o domínio próprio
Se cairmos pelas provas apresentadas, a Sabedoria Divina nos dará novas oportunidades. “…se caíres pelas provas, dar-te-emos forças novas, para a luz em ti se restaurar.”. Portanto: Nos são dadas várias chances de consertarmos os erros do passado e evoluirmos espiritualmente.
Quando cessa a repetição e podemos dar o próximo passo em direção ao novo dia?
Até assumimos o controle dos nossos atos e tomarmos uma nova direção. Lição aprendida, ensino suspenso.
Os Exercícios Esotéricos Rosacruzes, noturno de Retrospecção e matutino de Concentração nos ajudam a tomarmos consciência das nossas quedas e tentarmos acertar na próxima vez que a lição aparece. Eles nos permitem repetir, elaborar, corrigir e evoluir, para frente e para cima.
O autoexame e o descobrimento da causa do nosso sofrimento, é uma preciosa lição que deve ser aprendida pelo sincero aspirante à espiritualidade.
A Repetição enquanto aprendizado, está associado à quais Leis?
A Lei de Consequência ou Lei de Causa e Efeito:
As circunstâncias atuais de nossas vidas têm por causa as nossas ações passadas e somente nós somos responsáveis por elas.
Essa Lei, nos dirige, a cada nascimento, para as condições mais adequadas e necessárias para esse nosso aprendizado.
Ela é necessária e suficiente para aprendermos todas as lições que precisamos, desde que saibamos trabalhar com ela.
Através dela, aprendemos que cada ato acarreta responsabilidade e que cada força que põe em movimento tem seu correspondente efeito, nessa ou em outra vida
Devemos estar prontos para aproveitar todas as oportunidades oferecidas e ansiosos para aprender as lições ali contidas.
Lei do Renascimento:
O Espírito renasce para mais um dia de aprendizado na Escola da Experiência. Para aprender as lições que precisa e dar mais um passo no caminho em espiral, evolutivo, rumo à perfeição. O Espírito só consegue a evolução com várias experiências na Terra, vivendo a vida.
O que somos hoje são os resultados de nossos “ontens” (ou vidas passadas). Os nossos “amanhãs” (vidas futuras) dependem de nós hoje.
O processo de desenvolvimento é lento. É efetuado, persistentemente, por meio de repetidos renascimentos
Aprendendo as lições necessárias, alcançaremos a perfeição e a união, novamente, com Deus.
No processo de Evolução podemos escolher alguns caminhos:
O do lamento e da reclamação, onde nos colocamos como vítimas da injustiça Divina. Esquecemos que fomos nós que escolhemos o nosso “destino” e temos que encontrar o caminho para podemos seguir em frente.
O da Astúcia, de tentar tirar proveito das situações que nos são oferecidas. A finalidade da vida não é usufruir de prazeres, bens materiais e status. Outro ponto importante, é que realizar as nossas obrigações nessa vida, de má vontade, só acarretará maiores dificuldades futuras – Pode gerar destino maduro
O reto caminho: O de fazer as coisas certas.O ódio, a inveja, a ironia, o desdém, a soberba e o ressentimento, degradam e obstruem a evolução. É necessário eliminar os pensamentos negativos, os desejos e emoções inferiores, e os hábitos nocivos, capazes de retardar nossa evolução. Consciente de nossa responsabilidade, devemos indagar-nos: Estou me empenhando de maneira efetiva.
Lembramos que o Caminho da Evolução é:
Uma caminhada solitária – temos que, sozinhos, compreender e lutar no silêncio, sem apoio e sem voz alguma que nos orienta e console, até atingir a meta.
Temos que aprender a guiar nossos próprios passos, cuidadosamente, para não cair. Temos que aprender a ouvir, ver, ousar e calar, seguindo apenas a voz do silêncio interno. Ouvir a voz interna para escolher os próprios caminhos.
Requer renúncia – consiste em um esforço de desprendimento progressivo dos laços que nos ligam à vida e à experiência materiais. O Foco é ampliar o domínio da nossa vida moral e espiritual.
Goethe um grande Iniciado escreveu: “o ser humano se liberta de todas as forças que encadeiam o mundo quando alcança o domínio de si mesmo”.
O processo de recapitulação constrói uma base firme sobre a qual possam ser desenvolvidas as atividades novas
O mundo é uma escola que nos ensina a pensar e sentir corretamente. Nos ensina a controlar o poder do pensamento e do desejo.
Sempre haverá oportunidades para avaliação e correção dos erros que acontecem ao longo do caminho. O processo evolutivo, concebido pela Mente Divina, provê meios para essa avaliação e correção
Voltamos em vidas posteriores para sermos testados nessas mesmas falhas e maus hábitos. Primeiro passo é reconhecermos que estávamos errados. O Segundo é provarmos que não erramos mais.
Como se dá o nosso Processo de Mudança?
A prática de bons hábitos diariamente atua sobre o Corpo Vital e educa-o. Depois que um bom hábito é formado, fica mais fácil praticá-lo.
Nada realmente valioso se obtém sem esforço. O crescimento deve ser gradual e lento, porém seguro daquilo que estamos praticando.
Só existe um caminho que conduz ao alto céu, e esse caminho é a COMUNHÃO e o AMOR. O fator determinante para a realização do trabalho espiritual ou material na nossa vida será a nossa atitude em executá-lo. Nos momentos de fraqueza contamos com auxílio superior. O único fracasso é deixar de lutar. As provas existem para testar nossa firmeza e avaliar o nosso mérito de atingir pontos mais altos.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo III – O Ser Humano e o Método de Evolução – Parte 10 B – Preparativos para o Renascimento
Forças dos 4 Átomos-sementes
Há um Átomo-semente para cada um dos três Corpos (Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos) e para o veículo Mente. É graças a esses Átomos-semente que conseguimos construir um novo Corpo e uma nova Mente.
A quintessência de toda a nossa experiência de cada vida que vivemos se imprime sobre o Átomo-semente correspondente de cada Corpo e da Mente. Isso é a base – serve de núcleo em torno do qual se construirá o novo Corpo e a nova Mente – para construção dos Corpos nos próximos renascimentos.
Por meio das forças do Átomo-semente do Corpo Denso:
É que são gravados todos os pensamentos, sentimentos, desejos, todas as emoções, palavras, obras, ações.
Estão inscritas todas as nossas experiências das vidas anteriores, e que utilizamos para a construção dos Corpos Densos nos próximos renascimentos.
São responsáveis por garantir que tudo que está gravado nele, seja passado para o Átomo-semente do Corpo Desejos, de forma que essa gravação no Átomo-semente do Corpo de Desejos, seja base da nossa vida no Purgatório e no Primeiro Céu.
Por meio das forças do Átomo-semente do Corpo Vital:
Atraímos material etérico quando estamos nos preparando para um novo renascimento. Ou seja, quando estamos passando pela Região Etérica do Mundo Físico, atraímos material para compor o nosso Corpo Vital.
É que o Fluido Solar incolor – que especializamos por meio das forças solares, que entram pelo nosso baço etérico durante o dia, é convertido em um fluido e quando irradiado pelos centros cerebrais em grandes quantidades, move os músculos para os quais os nervos se dirigem.
Que o polo positivo do Éter Químico se torna totalmente ativo, por volta dos 7 anos e que o polo positivo do Éter de Vida se torna totalmente ativo, por volta dos 14 anos.
É que se recebe, do Átomo-semente do Corpo Denso, todos os pensamentos, sentimentos, desejos, todas as emoções, palavras, obras, ações e todos os atos gravados da vida que acabou de findar, e que será a base da nossa vida no Purgatório e no Primeiro Céu.
Por meio das forças do Átomo-semente do Corpo de Desejos
Atraímos material de desejos, emoções e sentimentos, quando estamos nos preparando para um novo renascimento. Ou seja, quando estamos passando pelo Mundo de Desejo, atraímos material para compor o nosso Corpo de Desejos.
Que atraímos material de pensamentos-forma quando estamos nos preparando para um novo renascimento. Ou seja, quando estamos passando pela Região Concreta do Mundo do Pensamentos, atraímos material para compor a nossa Mente.
Lei da Semelhança ou Lei de Atração
Pela Lei de Atração – semelhante atrai semelhante. No entanto, nem sempre estamos atentos para perceber o quanto essa lei age em cada momento de nossa vida, através dos nossos pensamentos, dos nossos sentimentos e dos nossos atos.
Se levarmos uma vida com bons pensamentos, sentimentos e atos, certamente atrairemos para o nosso convívio, pessoas com o mesmo modo de pensar e agir. Nos sintonizaremos com pessoas de reto pensar, agir e viver. Procuramos pessoas semelhantes a nós até inconscientemente.
Quanto mais positivos nós formos e nos sentirmos, mais poderemos desenvolver e colher o bem em torno de nós.
Se lutarmos para eliminar maus hábitos e vícios, se servimos com amor e desinteresse, se formos sinceros com os outros e conosco mesmos, encontraremos pessoas de mesma índole. Estaremos então colaborando com a obra dos Irmãos Maiores e, também, serviremos às forças superiores.
Se por outro lado não nos corrigimos, não eliminamos os maus hábitos e os vícios, se buscamos desculpas para tudo, se nos justificamos, se somos interesseiros, certamente não estamos colaborando com a Obra dos Irmãos Maiores, e serviremos às forças inferiores. Da mesma maneira então, só encontraremos companheiros da mesma índole.
Se o ser humano escolher fazer o que é errado, viver de forma errada, que sabe estar infringindo a lei, com certeza, sofrerá as consequências do seu erro. Somos livres para fazermos nossas escolhas – entre o certo e o errado, entre o bem e o mal, etc. Colhemos aquilo que plantamos. Quanto melhores e corretas nossas escolhas, mais ajuda teremos dos Guias Espirituais.
Pela Lei de Atração, somos colocados em contato com Espíritos semelhantes, não somente nessa vida, mas também em vidas futuras.
Para saber mais, assista a 158ª Reunião Dominical – FRC em Campinas/SP em:
Polos positivo e negativo dos Éteres
Polos positivo e negativo do Éter Químico
Função do Éter Químico: Manter e nutrir o Corpo Denso – manter a forma.
O Éter Químico é o construtor e o limpador
O Éter Químico, que é o mais denso, pode ser visto como uma bruma azul que rodeia as montanhas.
O polo positivo
Atua na assimilação dos elementos nutritivos, no crescimento ou na acumulação de tais elementos no corpo e na conservação da forma.
O polo negativo
Controla a eliminação e a excreção das toxinas e dos catabólitos.
Catabolismo: processo em que os carboidratos, nutrientes, proteínas, lipídios e toda a matéria orgânica ingerida é dividida em produtos menores e se transformam em energia.
Catabólitos: resíduos do catabolismo, geralmente substâncias tóxicas.
Polos positivo e negativo do Éter de Vida
Função do Éter de Vida: propagação – manutenção das espécies
O polo positivo
Capacita a fêmea para o trabalho ativo e positivo de formação de um novo ser.
O polo negativo
Permite que macho produza o sêmen.
O sexo do bebê é determinado antes de que esta matriz seja colocada no útero da mãe pelos Anjos
Se a matriz é constituída por átomos etéricos positivos – o bebê será do sexo feminino;
Se a matriz é feita de átomos etéricos negativos – o bebê terá um corpo masculino.
Na imensa maioria das vezes o sexo de uma vida é o inverso do sexo da vida precedente. As exceções ficam a cargo dos Anjos do Destino.
Polos positivo e negativo do Éter Luminoso
Também chamado de Éter de Luz
Função do Éter Luminoso: Fortalecer cérebro-Mente – assento de toda a percepção sensorial
O polo positivo
Gera o calor do sangue nos animais superiores e no ser humano, convertendo-os em fontes individuais de calor.
Nos animais de sangue frio, é o veículo que faz circular o sangue. Nas plantas, produzem a circulação da seiva.
O polo negativo
Permite as funções de visão, audição, tato, olfato e paladar.
Também constrói e nutre os olhos.
Para os seres que não possuem olhos, constroem e nutrem outros órgãos sensoriais.
Nas plantas: formam a clorofila.
Criam todas as cores do Reino da Natureza.
Polos positivo e negativo do Éter Refletor
Função do Éter Refletor: memória do ser humano – registra todos os eventos que são produzidos no Mundo, através dele o Ego direciona seus veículos.
É a avenida através da qual a Mente do ser humano trabalha com o cérebro físico.
É o menos denso dos quatro Éteres.
É o armazém da memória do ser humano.
O polo positivo
Responsável pelo processo de manifestação do pensar.
O polo negativo
Produz a memória – registra ou reflete todos os acontecimentos que tenham sucedido, algum dia, nas vidas passadas e presentes do ser humano.
Também reflete impressões e formas de pensamentos armazenadas na verdadeira Memória da Natureza, que se encontra nos reinos superiores.
Veículos microcósmicos
O ser humano é o microcosmo, ou seja, a pequena ordem ou o pequeno universo. Nós somos um Espírito Virginal da Onda de Vida humana aqui manifestado, uma Centelha Divina em evolução.
“Eu e o Pai somos um”
Veículos inferiores do Ego (microcosmos): Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente
Veículos macrocósmicos
O cosmos como um todo é chamado de macrocosmo, ou seja, a grande ordem ou o grande universo
“Como em cima, assim é embaixo”
Macrocosmo: relacionado ao universo (que incluí o reino espiritual do Divino)
Veículos Macrocósmicos: Corpo Denso do Planeta, Corpo Vital do Planeta, Corpo de Desejos do Planeta, Corpo Mental do Planeta.
Calor do sangue e produção do próprio sangue
Calor do Sangue
É pelo calor do sangue que o Ego pode expressar-se.
O sangue quente é que nos dá as condições adequadas para controlar nosso Corpo Denso
O Ego só pode atuar no Corpo Denso se o sangue estiver dentro de uma temperatura apropriada.
Por exemplo: um calor ou frio acima do normal torna a pessoa sonolenta ou inconsciente (devido a expulsão do Ego)
O calor apropriado do sangue para capacitar o Ego a expressar-se plenamente, torna-se uma realidade quando o indivíduo está para atingir os vinte e um anos de idade.
Produção do próprio sangue
O sangue é composto de:
Uma parte líquida (plasma), constituída por água, sais, vitaminas, e fatores de coagulação.
Uma parte sólida: hemácias, leucócitos e plaquetas.
É produzido na medula óssea dos ossos chatos, vértebras, costelas, quadril, crânio e esterno.
Até os 14 anos, a medula dos ossos não forma todos os corpúsculos sanguíneos
A maioria deles é provida pela glândula timo, que é maior no feto. A Glândula endócrina Timo contém, por assim dizer, certa existência de corpúsculos proporcionados pelos pais
Com o crescer da criança, o Ego vai desenvolvendo a faculdade individual de produzir sangue
Até que a própria criança elabore seu sangue, não pensará em si mesmo como um “eu”.
Quando a Glândula endócrina Timo se reduz grandemente aos 14 anos, o sentimento do “eu” expressa-se plenamente, pois então o sangue é produzido e dominado inteiramente pelo Ego.
Para saber mais, assista a 159ª Reunião Dominical – FRC em Campinas/SP em:
Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Outubro:
“A única opinião digna de ser levada em conta precisa se basear no conhecimento.”
Dentre muitas coisas que o Aspirante à vida superior aprende quando trilha com disposição o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz é que “a única opinião digna de ser levada em conta precisa se basear no conhecimento”.
E essa prática evita que façamos um julgamento apressado e baseado na falta de conhecimento de todo o método Rosacruz como preconizado pela Fraternidade Rosacruz e, também, evita que declaremos coisas como “essa obra não tem fundamento!”, sem previamente, dedicarmos uma atenção imparcial.
Pois já sabemos que há uma óbvia razão para que se tenha muito cuidado ao emitir um juízo: muitos de nós temos uma imensa dificuldade em nos retratar de qualquer opinião expressa prematuramente.
Para quem já é um dedicado Estudante Rosacruz (especialmente para quem já está no segundo grau – Estudante Regular -, ou no terceiro (Probacionista), ou no quarto (Discipulado) já deve estar convicto (pois já experimentou muitas “verdades prováveis” sendo “provadas” na vida dele) de que a Fraternidade Rosacruz tem a concepção mais lógica e ampla sobre tudo que vivemos nesse mundo – enquanto vivemos aqui – e em todos os outros Mundos que existem.
Pois ao longo do seu Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz adquiriu algum conhecimento durante os muitos anos que consagrou exclusivamente aos Estudos Rosacruzes em sua completa tríade: Filosofia Rosacruz, Estudos Bíblicos Rosacruzes e Astrologia Rosacruz.
Se dedicou tanto a obtenção de conhecimento, como na aplicação na sua vida para ajudar aos outros.
Se dedicou ainda ao serviço de auxílio de Cura Rosacruz, onde já compreendeu o que é “cura paliativa” – remédio – e o que é “cura definitiva” – eliminação da causa da doença e da enfermidade.
Serviço desinteressado – necessário praticar todos os dias
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que, vira e mexe, nos “parece ser sempre necessária uma calamidade ou uma catástrofe” para que o ser humano se esqueça de si mesmo e atenda ao apelo de uma causa ou à necessidade daquele momento, sem considerar as consequências.
O ser humano sempre reage em resposta a esse apelo nas guerras, nos terremotos, incêndios ou naufrágios.
Contudo, por que haveria necessidade de tais eventos cataclísmicos para despertar a virtude do serviço desinteressado, quando tais serviços são necessários todos os dias, todas as horas, em todos os lares, lugarejos e cidades?
O mundo seria bem melhor se nós praticássemos nossos atos nobres diariamente, ao invés de somente em ocasiões de excepcional estresse.
Pode ser nobre morrer por uma grande causa, porém, certamente é mais nobre viver uma vida de sacrificando a si mesmo ou de seus interesses pelos dos outros, estendendo por muitos anos, sentindo e demonstrando afeto para com os outros e ajudando-os a ser melhores e mais nobres, do que morrer na tentativa de matar o seu próximo.
Há muitos pais que anos e anos fazem esforços extenuantes e desgastantes devido a dificuldades e adversidades para proporcionar a seus filhos o que eles denominam ‘uma oportunidade na vida’.
Há milhares de mães que se esforçam laboriosamente durante uma vida toda em ‘árduos trabalhos’ para fornecer o que é necessário para proporcionar ‘uma oportunidade na vida’ para os jovens.
Há milhões destes heróis de quem nunca se ouviu falar, porque eles ajudaram seus semelhantes a viver, ao invés de lhes causarem a morte.
Isso não é uma anomalia: que nós honremos um exército de homens por mais de meio século, pelo fato de terem matado, matado, matado…, enquanto aquele exército bem maior que fomentou tudo aquilo que há de melhor na Terra repousa esquecido em suas sepulturas?
Como seguidores de Cristo, vamos prestar homenagens aos heróis e heroínas que durante anos de sofrimento lutaram pelos outros, prestando cuidados carinhosos em tempos da infância desamparada, pelo serviço incansável em tempos de doença, pela paciente ajuda aos pobres e por todo e qualquer problema que pudesse ocorrer, especialmente devido a um destino.
Tampouco vamos esperar até que esses benfeitores passem para o além. E nem deveríamos estipular um dia no ano para o pagamento de tal tributo, mas nós deveríamos honrá-los todos os dias das nossas vidas, e deveríamos tentar aliviar seus fardos, imitando seus nobres atos.
Como vamos encontrá-los? Eles não usam uniformes; nem se exibem pelo que fazem. Eles estão em toda parte, e se buscarmos, os encontraremos.
Quanto mais depressa nos juntarmos a eles, mais depressa nós os honraremos aliviando seus fardos, pois isso torna a nós todos servos do Mestre, o Cristo: ‘cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes’.
Período do trânsito do Sol pelo Signo de Escorpião
O Aspirante à vida superior emprega o período do trânsito do Sol pelo Signo de Escorpião como tempo de transmutação.
Ele tenta sublimar o mal em bem, a obscuridade em luz, o negativo em positivo, em cada fase da vida cotidiana.
Dedica-se a si mesmo à tarefa de transmutar o pouco endurecido de sua natureza inferior (que, às vezes, ainda se confunde como se fosse isso) no ouro puro do Espírito, o que ele realmente é.
Compreende, aos poucos, que as forças de Escorpião atuam em uma faixa que vai desde as fases mais íntimas da degeneração, até as fases mais excelsas da regeneração.
Aliás, a sublimação da geração em regeneração se simboliza não pelo escorpião se arrastando pela terra e com o aguilhão da morte em sua cauda, mas pela águia, voando em linha reta para o coração do Sol!
A constelação de Escorpião é o lar da Onda de Vida dos Senhores da Forma, ou Hierarquia Criadora de Escorpião.
Desde o princípio do Período Terrestre a Hierarquia Criadora de Escorpião fornece a nós modelos de pensamentos-forma cósmicos. Mediante esses modelos aprendemos a construir nossos renascimentos característicos.
Resposta: Misturar as “previsões da ciência material” – que não tem nada de precisão (e nunca terá, porque só trabalha com material da Região Química do Mundo Físico, e esse assunto se deve trabalhar com material ou da quarta Região do Mundo do Pensamento ou com 100% de precisão com material do Mundo do Espírito de Vida) – com conhecimento da ciência esotérica jamais se chegará a conclusões assertivas, e sempre ficará na dimensão de “palpites”, “hipóteses” e, portanto, perda de tempo. Por falar em tempo, como chegar a alguma conclusão como acima em um Mundo onde o tempo não existe?
Resposta: Não, pois o Plano inicial era conhecermos tudo que precisamos conhecer aqui na Região Química do Mundo Físico – nos tornando especialistas na matéria dessa Região (tal como os Anjos são para o Éter, os Arcanjos para a matéria de desejos e os Senhores da Mente para a matéria mental) sem precisar passar pela dor, pelo sofrimento, pela morte e pelas tristezas que passamos por insistirmos em transgredir as Leis de Deus, devido a insistência em abusar da força sexual criadora. E a realização desse plano era atribuição dos Anjos, liderados por Jeová, que nos levaria até o Cristo, o Arcanjo, que, assim “nos receberia nas nuvens”, ou seja, uma vez conquistada a Região Química do Mundo Físico (um trabalho original da Onda de Vida humana, a nossa, já que os Anjos só nos orientariam até a Região Etérica do Mundo Físico), construiríamos o Corpo-Alma que nos habilitariam a viver conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico, aqui já sendo liderado por Cristo, no caminho de “volta para o Pai” (“de Deus viemos para Deus voltaremos), como podemos ver no Diagrama Esquema de Evolução.
Resposta: A maior influência espiritual de um evento periódico envolvendo Cristo (Equinócios, Solstícios e Noite Santa) é no dia do evento (esse ano: 20 de março, 21 de junho, 23 de setembro, 22 de dezembro e 24 de dezembro, respectivamente).
Então, devemos nos PREPARAR para aproveitar essas influências espirituais elevadíssimas e que nos ajuda no nosso crescimento espiritual de Cristãos como somos. E para isso é vital nos preparar na véspera (exatamente como fazemos no nosso cotidiano para qualquer evento importante, não é?). Assim: 1) enquanto como participantes inconscientes desses eventos a gente vai RECEBENDO os impactos dessas influências espirituais pela Lei da Semelhança (sintonizamos na mesma frequência); 2) quando nos tornarmos participantes conscientes (isso começa a ocorrer com o Discipulado e vai crescendo com as Iniciações) já estaremos sabendo exatamente o que está ocorrendo em cada evento e, assim, a nossa assimilação vai se tornando cada vez mais intensa e, por conseguinte, vamos nos tornando maiores colaboradores conscientes do trabalho dos Irmãos Maiores e, logicamente, do Cristo).
Resumindo: A Fraternidade Rosacruz oficia os Rituais dos Serviços dos Equinócios e dos Solstícios, no mínimo, 24 horas antes do “dia do Equinócio ou do Solstício”. Nesse ano o dia do Equinócio de Setembro é 23 às 3h49 da manhã. E 24 horas antes cairá às 3h49 da manhã do dia 22. Assim, oficiemos às 20h – de preferência – do dia 21.
Resposta: Note bem o texto: não é o Estudante que tem que agir assim e, sim o INICIADO: “O Iniciado, pelo voto mais solene, obriga-se a não empregar jamais esse poder para servir seus interesses individuais, sequer em grau mínimo, nem para salvar-se de qualquer dor ou tormento. (…) Está ligado a um voto de absoluto desinteresse e, por isso, é sempre certo que o Iniciado, ainda que possa salvar os outros, não pode salvar-se”.
Resposta: Não existe isso para com os animais, pois sua evolução é totalmente dirigida pelo Espírito-Grupo de cada espécie, um Arcanjo. Eles aprendem com uma consciência de sonhos com sonhos. Só terão essa “responsabilidade” e ficarão à mercê da Lei do Renascimento e Consequência no Período de Júpiter.
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura: Novembro: 02, 10, 17, 23, 30
“Servireis a Iahweh vosso Deus e então abençoarei o teu pão e a tua água e afastarei a doença do teu meio.” Ex 23:25
FIM
Diversos Aspirantes à vida superior chegam até a Fraternidade Rosacruz revelando grande interesse em desabrochar seus poderes espirituais. Muitos, apesar de convictos, vêm em busca de respostas aos seus anseios. Outros desejam convalidar créditos de outra Escola, isto é, relatam que já passaram por correntes espiritualistas e, por isso, acreditam que já galgaram etapas básicas do treinamento esotérico e podem iniciar etapas mais profundas. “Você pode me adiantar para o Curso Superior de Astrologia Rosacruz ou me inscrever no Probacionismo?”, dizem alguns.
Quando lhes informam que devem realizar o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, antes de se inscreveram nos Cursos de Astrologia Rosacruz, e que somente podem se candidatar ao Probacionismo após um período mínimo de 24 meses recebendo semanalmente instruções espirituais do Mestre, saem desapontados. Tal atitude revela que ainda não compreenderam o que significa a busca pelo verdadeiro desabrochar espiritual.
Mas, a questão não é somente essa. Há outro fator que não parecem compreender. É o fato imperioso de possuir os requisitos básicos necessários para que o Mestre possa realmente iniciar o neófito nas tão almejadas verdades espirituais. Sem tais requisitos, essa aspiração não passa de sonho. A pergunta natural que se faz, neste ponto, é a mesma que o jovem aspirante fez ao sábio: “Senhor, o que devo fazer para me tornar um sábio?” (Introdução do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos[1]), ou quais são esses requisitos para que o Mestre venha até mim e me inicie?
Todos concordam que para adquirir uma formação acadêmica, a consagração de tempo constitui um dos principais ingredientes para que isso se torne uma realidade. Apesar de necessária, essa consagração não é suficiente. Veja bem, sabemos que muitos jovens alcançam a formação acadêmica, todos os anos. Mas, quantos jovens saem da universidade com mais do que o título e a formação? Isto é, quantos jovens saem com umdomínio total do conhecimentoadquirido?Quantos realmente saem do nível de aprendiz e passam para o nível de mestre no assunto? Pouquíssimos! Compreendem o porquê do tempo ser necessário, mas insuficiente?
Os alunos que realmente adquiriam poder sobre algum assunto foram além do tempo. O que lhes conferiu tal poder foi o sacrifício. Pelo sacrifício, ganhamos! “É dando que recebemos; é morrendo que nascemos para vida eterna” (Trechos da Oração de S. Francisco). Entre os sacrifícios para formar um bom profissional, destacamos: lazer; período diário para não apenas assistir às aulas, mas para estudar e se aprofundar no assunto; recusar trabalhos que ajudariam no orçamento mensal, pois tem foco; horas de sono; momentos agradáveis com amigos e família; entre muitos outros interesses concorrentes. Por meio da consagração de tempo para o estudo e o Sacrifício de diversos outros hábitos ou afazeres que poderiam preencher sua vida nesse período de formação, ele obteve foco e pôde se aprofundar, adquirindo poder sobre os assuntos estudados.
“Senhor, o que devo fazer para me tornar um sábio?”. Finalmente o sábio deu-lhe ouvidos e, então, desceu a um rio próximo. Entrou na água convidando o jovem e levando-o pela mão. Quando alcançaram certa profundidade o sábio, pondo todo seu peso sobre os ombros do rapaz, submergiu-o na água, apesar dos esforços que esse fazia para livrar-se. Por fim o sábio largou-o, e quando o jovem recuperou alento perguntou-lhe: “Meu filho, quando estavas debaixo d’água o que mais desejavas?” O jovem respondeu sem hesitar: “Ar, ar! eu queria ar!” “Não terias antes preferido riquezas, prazeres, poder ou amor, meu filho? Não pensaste em nenhuma dessas coisas?” indagou o sábio. “Não, senhor! Eu desejava ar, só pensava no ar que me faltava”, foi a resposta imediata. “Então”, disse o sábio, “para te tornares sábio deves desejar a sabedoria com a mesma intensidade com que desejavas o ar. Deves lutar por ela e excluir de tua vida qualquer outro objetivo. Essa e só essa deve ser, dia e noite, tua única aspiração. Se buscares a sabedoria com esse fervor, meu filho, certamente tornar-te-ás sábio”.
Essa aspiração traduz-se em sacrifício! Muitos que chegam à Fraternidade Rosacruz possuem esse anseio sincero por sabedoria, mas poucos estão dispostos a compreender e a realizar os sacrifícios necessários para se adquirir o conhecimento direto, o poder espiritual. “Saber o caminho é diferente de percorrer o caminho”. Se essas pessoas que relatam possuir conhecimentos avançados e, por isso, querem cortar caminho (isso também vale para os Estudantes Rosacruzes antigos que, muitas vezes, acabam caindo na cilada de deixar de realizar os Exercícios Esotéricos e buscar fora algo “mais elevado”), por que ainda não conseguiram o contato consciente com o Mestre, o único capaz de lhe oferecer algo mais elevado? O leitor agora percebe o motivo por que chamamos essas pessoas de “perdidos”?
Pelo sacrifício, recebemos! Pelo sacrifício, temos graça! “(…) aniquilou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E achando-se na condição de homem, humilhou-se a Si mesmo, tornando-se obediente até à morte, a morte na Cruz. Pelo que também, Deus o exaltou soberanamente e Lhe deu um nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Cristo-Jesus, se dobre todo o joelho, e toda a língua confesse, que Cristo-Jesus é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Trechos do Ritual Rosacruz do Serviço Devocional do Templo, que repetimos todos os dias que o oficiamos). Cristo – o Caminho, a Verdade e a Vida – nos ensinou o sacrifício em seu mais alto significado. Por isso ele obteve a graça.
Abraão foi capaz de sacrificar seu filho Isaac (obras de seu Eu Superior) em favor da vontade do Senhor. Mas, foi divinamente impedido, pois Deus já tinha visto que tinha a coragem para tal. Por isso, foi agraciado, alcançou Iniciações ainda maiores. Do mesmo modo, Salomão desejou sabedoria para governar seu povo, ao invés de pedir faculdades ou regalias pessoais. Por isso, entrou em estado de graça e Jeová o tornou o ser humano mais sábio que já viveu.
“Aquele que não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim. Aquele que acha sua vida, a perderá, mas quem perde sua vida por causa de mim, a achará.” (Mt 10:38-39). Esse constitui um dos fatores que faz o Aspirante à vida superior passar muitos anos sem contato com o Mestre. Isto é, o interesse pessoal ou egoísmo sutil e inconsciente que envolve o Aspirante à vida superior durante sua tentativa de percorrer o caminho da senda da preparação (Para mais informações sobre isso, leia o trecho da Conferencia XI do livro Cristianismo Rosacruz[2]).
Quem consegue abandonar (sacrificar) o próprio anseio de obter acesso direto às verdades espirituais, em favor de servir ao próximo? O maravilhoso poeta de Longfellow, A Lenda Formosa[3], retrata com maestria esse sacrifício em favor dos outros. S. João Batista também fornece uma das fórmulas para adquirir esse poder: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua.” (Jo 3:30).
Estimado amigo e estimada amiga, se deseja verdadeiramente adquirir poderes espirituais, trabalhe para despertar em seu coração, a sabedoria do sacrifício equilibrado. Sem esse requisito, todos os livros e conhecimentos que adquiriu serão estéreis.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
[1] N.R.: Trecho do Capítulo em questão: Se o leitor, que compreendeu bem essa ideia perguntar o que deve fazer para obter o conhecimento direto, terá na seguinte história a ideia fundamental do ocultismo:
Certo dia um jovem foi visitar um sábio, a quem perguntou: “Senhor, o que devo fazer para tornar-me um sábio? “. O sábio não se dignou responder. Depois de repetir a pergunta certo número de vezes sem melhor resultado, o jovem foi embora, mas voltou no dia seguinte com a mesma pergunta. Não obtendo resposta ainda, voltou pela terceira vez e novamente fez a pergunta: “Senhor, o que devo fazer para tornar-me um sábio?”.
Finalmente o sábio deu-lhe ouvidos, e então desceu a um rio próximo. Entrou na água convidando o jovem e levando-o pela mão. Quando eles alcançaram certa profundidade o sábio, pondo todo seu peso sobre os ombros do rapaz, submergiu na água, apesar dos esforços que esse fazia para livrar-se. Por fim o sábio largou-o, e quando o jovem recuperou alento perguntou-lhe:
“Meu filho, quando estavas debaixo d’água o que mais desejavas?”.
O jovem respondeu sem hesitar: “Ar, ar! Eu queria ar!”.
“Não terias antes preferido riquezas, prazeres, poder ou amor, meu filho? Não pensaste em nenhuma dessas coisas?” – Indagou o sábio.
“Não, senhor! Eu desejava ar, só pensava no ar que me faltava” – Foi a resposta imediata.
“Então”, disse o sábio, “para te tornares sábio deves desejar a sabedoria com a mesma intensidade com que desejavas o ar. Deves lutar por ela e excluir de tua vida qualquer outro objetivo. Essa e só essa deve ser, dia e noite, tua única aspiração. Se buscares a sabedoria com esse fervor, meu filho, certamente tornar-te-ás sábio”.
Esse é o primeiro e fundamental requisito que todo Aspirante ao conhecimento oculto deve possuir – um desejo firme, uma sede abrasadora de conhecimento, e um entusiasmo insuperável para conquistá-lo. No entanto, o motivo supremo para a busca desse conhecimento oculto deve ser um desejo ardente de beneficiar a Humanidade, esquecendo-se inteiramente de si mesmo, a fim de trabalhar para os outros. A não ser por essa motivação, o estudo do ocultismo é perigoso.
Sem possuir tais qualificações – especialmente a última – em certa medida, qualquer tentativa para seguir o caminho árduo do ocultismo seria um empreendimento perigoso. Outro pré-requisito para aspirar ao conhecimento direto é o estudo do ocultismo indiretamente. A investigação direta requer certos poderes ocultos que permitem estudar os assuntos relacionados com os estados pré-natal e pós-morte do ser humano, mas ninguém deve se desesperar por não ter desenvolvido ainda poderes ocultos para adquirir conhecimento direto sobre esses assuntos. Assim como uma pessoa pode conhecer a África indo lá pessoalmente ou lendo as descrições de viajantes que ali estiverem, assim também, para conhecer os Mundos suprafísicos, visita-os, se estiver habilitado para fazê-lo, ou estuda o que outros já capacitados contam como resultado de suas investigações.
[2] N.R.: Trecho referente ao assunto: Surge daí a pergunta: Como achar um instrutor autêntico e como distingui-lo de um impostor? É uma pergunta muito importante, porque quando o aspirante encontra tal mestre, pode considerar-se em perfeita segurança e protegido contra a grande maioria dos perigos que cercam aqueles que, por ignorância ou egoísmo, traçam seus próprios rumos e buscam poderes espirituais, mas sem qualquer esforço para desenvolver fibra moral.
É uma verdade axiomática que os seres humanos são conhecidos “por seus frutos” e, como o mestre esotérico exige de seu pupilo desinteresse nas motivações, infere-se justamente que o instrutor deve possuir esse atributo em grau ainda maior. Portanto, se alguém se arvora em ser instrutor e oferece seus conhecimentos em troca de dinheiro, a tanto por aula, mostra assim que está abaixo do padrão que exige de seus discípulos. Alegar que precisa de dinheiro para viver, ou apresentar outros motivos semelhantes para cobrar pelo ensino, tudo não passa de sofismas. As leis cósmicas cuidam de todo aquele que trabalha com elas. Qualquer ensino oferecido em bases comerciais não é ensino superior, porque este jamais é vendido ou envolve considerações materiais, pois, em todos os casos, chega ao recebedor como um direito em função do mérito. Assim, mesmo que o verdadeiro instrutor tentasse negar o ensino a determinada pessoa que o merecesse, pela Lei de Consequência, seria um dia compelido a ministrar-lhe o mesmo.
No entanto, tal atitude seria inconcebível porque os Irmãos Maiores sentem uma grande e indizível alegria toda vez que alguém começa a palmilhar a senda da vida eterna. Por outro lado, embora ansiosos por tal, eles a ninguém podem revelar seus segredos antes que cada um tenha dado provas de sua constância e altruísmo, pois só assim poderá alguém ser um firme guardião dos imensos poderes resultantes, que tanto podem servir ao bem como podem ser usados para o mal. Se permitimos que nossas paixões se imponham descontroladamente, e se a avareza ou a vaidade são as molas de nossas ações, apenas sustamos o progresso de nosso semelhante ao invés de ajudá-lo. E, até que aprendamos a usar apropriadamente os poderes que possuímos, não estaremos em condições de realizar o trabalho ainda maior exigido daqueles que têm sido ajudados pelos Irmãos Maiores a desenvolverem sua visão espiritual latente, e a conseguirem compreensão espiritual, que é o que torna valiosa aquela faculdade como fator de evolução.
Portanto, a “Senda da Preparação” antecede o “Caminho da Iniciação”. A perseverança, a devoção, a observação e o discernimento são os meios de alcançá-lo, porque tais qualidades sensibilizam o Corpo Vital. Através da perseverança e da devoção, os Éteres Químico e de Vida capacitam-se a cuidar das funções vitais do Corpo Denso durante o sono. E uma separação entre estes dois Éteres e os dois superiores – Éter de Luz e Éter Refletor – acontece. Quando os dois últimos se espiritualizam suficientemente mediante a observação e o discernimento, uma simples fórmula dada pelo Irmão Maior capacita o Discípulo a separá-los e a levá-los consigo, à vontade, juntamente com seus veículos superiores. Deste modo, ele fica equipado com um veículo de percepção sensorial e memória. Qualquer conhecimento que possua no mundo material pode, então, ser utilizado nos Reinos espirituais, como também pode trazer ao cérebro físico recordações das experiências por que passou enquanto esteve fora de seu Corpo Denso. Isto nos é necessário para funcionarmos separados do Corpo Denso, plenamente conscientes tanto do Mundo Físico quanto do Mundo do Desejo, pois o Corpo de Desejos ainda não está organizado e, se o Corpo Vital não transferisse suas impressões no momento da morte, não poderíamos ter consciência no Mundo do Desejo durante a existência post-mortem.
Os exercícios respiratórios indiscriminados não produzem a divisão acima descrita, mas apenas tendem a separar o Corpo Vital do Corpo Denso. Por isso, as ligações entre os centros etéricos dos sentidos e as células cerebrais rompem-se ou deformam-se em certos casos, resultando ao final em vários tipos de insanidade mental, como a loucura. Em outros casos, o rompimento ocorre entre o Éter de Vida e o Éter Químico e, como o primeiro responde pela assimilação orgânica dos alimentos e é a avenida particular para a especialização da energia solar, essa ruptura resulta em tuberculose. Somente através de exercícios apropriados pode-se efetuar a separação correta. Quando a pureza de vida permite que a força sexual, que é criadora, gerada no Éter de Vida eleve-se até o coração, essa força encarrega-se de manter a quantidade de circulação necessária ao estado de sono. Deste modo, as funções físicas e o desenvolvimento espiritual correm paralelamente ao longo de linhas harmoniosas.
[3] N.R.: Poema de James Russell Lowell (1819-1891) – poeta romântico, crítico, satírico, escritor, diplomata e abolicionista americano: “A Lenda Formosa” (The Beautiful Legend):
“Sozinho em sua cela,
No chão de pedra ajoelhado,
O monge orava em profunda contrição
Por seus pecados de indecisão.
Suplicava por maior renúncia
Na tentação e na provação;
O mostrador meio-dia já marcava
E o monge em solidão ainda orava”.
“De repente, como num relâmpago,
Algo incomum resplandeceu, afora e no âmago,
E nessa estreita cela de pedra fez abrigo;
Então, o monge teve com o Poder do Clarão
De Nosso Senhor, a Abençoada Visão.
Como um manto, O envolveu,
Como uma veste, O abrigou”.
Contudo, este não era o Salvador açoitado e penitenciado, mas o Cristo que alimenta os famintos e cura os enfermos.
“A alma em preces acalentada,
Cada mão sobre o peito cruzada,
Reverente, adorando, assombrado,
O monge, perdido em êxtase, caiu ajoelhado”.
“Depois, em meio à sua exaltação,
Retumbante o sino do convento em exortação
De seu campanário tangeu, ressoou,
Por pátios e corredores reverberou
Com persistência badalando,
Como nunca antes ousou”.
Esse era o chamado para seu dever cumprir. Como esmoler da Irmandade sua tarefa era alimentar os pobres, tal como Cristo ensinou e exemplificou.
“Profunda angústia e hesitação
Misturavam-se à sua adoração;
Deveria ir, ou deveria ficar?
Poderia os pobres deixar
Famintos no portão a esperar,
Até a Visão se dissipar?
Poderia ele seu brilhante hóspede desprezar?
Seu visitante celestial desconsiderar
Por um grupo de míseros esfarrapados,
Mendicantes no portão do convento sediados?
Será que a Visão esperaria?
Será que a Visão retornaria?
Então, dentro do seu peito uma voz
Audível e clara sussurrou,
E ele, nitidamente escutou:
Cumpre teu dever sem inquietação ou protesto,
Deixa aos cuidados do Senhor o resto!”.
“Imediatamente ergueu-se resoluto,
E com um olhar ardente, decidido e arguto
Dirigido à Abençoada Visão,
Lentamente A deixou em sua cela na solidão,
Diligentemente foi cumprir sua missão”.
“No portão, os pobres estavam esperando
Através do gradil de ferro observando,
Com terror no semblante
Que só se vê no suplicante
Que em meio a desgraças e desditas
Ouve o som das trancas lhe cerrando as portas,
Pobres, por todos desprezados,
Com o desdém, familiarizados,
Com o dissabor, acostumados,
Buscam o pão pelo qual muitos sucumbem!
Mas hoje, sem o motivo sequer saberem bem,
Tal como Portal do Paraíso no além
Abre-se a porta do convento!
E como um divino Sacramento
Parecia-lhes o pão e o vinho nesse momento!
Em seu coração o Monge estava orando,
Nos pobres sem teto pensando,
Tudo que sofrem e suportam
E vendo ou ignorando, muitos rejeitam.
Enquanto isso uma voz interna ao Monge dizia:
O que quer que faças
Ao último e menor dos meus,
A Mim o fazes!”.
“A Mim! Mas se tivesse a Visão
Se apresentado em farrapos e errante,
Como um desvalido suplicante,
Ter-me-ia ajoelhado em adoração?
Ou A receberia com escárnio e presunção
E até ter-me-ia afastado com aversão”.
“Assim questionou sua consciência,
Com insinuações e incômoda insistência,
Quando, por fim, com passo apressado
Dirigindo-se à sua cela com ânsia,
Seus olhos contemplaram o convento iluminado
Por uma luz sobrenatural inundado,
Como uma nuvem luminosa se expandindo
E sobre o chão, paredes e tetos subindo”.
“Mas, assombrado parou a extasiar,
Da porta contemplou, no limiar!
A Visão que lá permanecera,
Exatamente como antes A deixara
Na hora em que o sino do convento soou,
De seu campanário clamou, clamou,
E para os pobres alimentar o intimou.
Por longa e solitária hora esperara,
Seu regresso iminente aguardara.
O coração do Monge ardeu
Quando Sua mensagem compreendeu,
Logo que o Vulto Amado deixou esclarecido:
Eu teria desaparecido
Se tu tivesses permanecido!”.
Relato de Augusta Foss Heindel na data inaugural de Mount Ecclesia (Fraternidade Rosacruz em sua Sede Mundial em Oceanside, CA) em 28 de outubro de 1911:
“O trem chegou ao meio-dia e trouxe com ele 5 de nossos membros leais:
Sr. William Patterson, de Seattle, Washington;
George Cramer, de Pittsburgh, Pennsylvania;
John Adams
e Rudolph Miller, membros ativos do Centro da Fraternidade em Los Angeles;
e a Sra. Anne R. Attwood, de San Diego.
A esses cinco se juntou o nosso grupo que era composto:
da Sra. Ruth Beach,
da Rachel Cunningham e
nós mesmos,
perfazendo um total de 9 almas.
Dirigimo-nos ao terreno lamacento em duas carruagens pois Oceanside era uma pequena vila, com apenas uns seiscentos habitantes, com cocheiras muito antigas. Carros, lá, eram uma raridade.
Assim, o grupo prosseguiu de carruagem para realizar o que posteriormente veio a ser conhecida como a mais importante cerimônia — cavar a primeira pá de terra, erguer a cruz, e plantar uma roseira no local que se tornaria o ponto central de uma grande obra.
A Sede Mundial da Fraternidade Rosacruz, que era para crescer e se expandir no mundo foi iniciada.
Mount Ecclesia veio à existência num terreno baldio e poeirento onde não se via nenhum arbusto ou raminho verde.
Tanto a cruz negra, com as iniciais C.R.C. nos três braços, quanto a pá com que se cavou a primeira terra, vieram da cidade de Ocean Park.
O seguinte discurso foi proferido, por Max Heindel, aos 9 irmãos presentes em Corpo Densos e a 3 Irmãos Maiores presentes nos seus Corpos Vitais:
Cristo disse:
“Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, Eu estarei no meio deles” e como tudo que Ele disse essa declaração era a expressão da mais profunda sabedoria divina.
Ela se apoia sobre uma lei da natureza tão imutável como o próprio Deus.
Quando os pensamentos de dois ou três focalizam-se sobre qualquer objeto ou pessoa determinada, gera-se uma forma poderosa de pensamento como uma expressão definida de suas Mentes imediatamente projetada para seu objetivo.
Seus efeitos ulteriores dependerão da afinidade entre o pensamento e a quem ele é endereçado, pois para conseguir gerar uma correspondência vibratória, sobre a nota soada pelo diapasão, é necessário outro diapasão afinado no mesmo tom.
Se forem projetados pensamentos e orações de natureza inferior e egoísta, apenas criaturas inferiores e egoístas responderão a eles.
Essa espécie de oração nunca chegará até Cristo, como a água não pode correr montanha acima. Gravita para os demônios ou Elementais, que são totalmente indiferentes às sublimes aspirações manifestadas pelos que estão reunidos em nome de Cristo.
Como estamos reunidos hoje neste lugar a fim de assentar a pedra fundamental para a construção da Sede de uma Associação Cristã Mística, estamos confiantes em que, tão certo como a gravidade atrai uma pedra em direção ao centro da Terra, o fervor de nossas aspirações unidas atrairá a atenção do Fundador de nossa fé (Cristo) que, assim, estará entre nós.
Tão certamente como diapasões com a mesma afinação vibram em uníssono, também o augusto “Cabeça” da Ordem Rosacruz (Christian Rosenkreuz) faz sentir sua presença nesta ocasião quando a sede da Fraternidade Rosacruz está tendo início.
O Irmão Maior que inspirou este movimento está presente e visível, pelo menos para alguns de nós.
Estão presentes nesta maravilhosa ocasião e diretamente interessados nos acontecimentos formando o número perfeito — 12.
Isto é, há três seres humanos invisíveis que estão além do estágio da Humanidade comum, e nove membros da Fraternidade Rosacruz.
Nove é o número de Adão, ou ser humano.
Destes, cinco — número ímpar masculino — são homens, e quatro — número par feminino — são mulheres.
Por sua vez, o número dos seres humanos invisíveis, três, apropriadamente representa a Divindade assexuada.
O número dos que atenderam ao convite não foi programado pelo orador. Os convites para tomar parte nesta cerimônia foram enviados a muitas pessoas, mas apenas nove aceitaram. E, como não acreditamos no acaso, o comparecimento deve ter sido conduzido de acordo com os desígnios de nossos líderes invisíveis.
Pode ser entendido também como a expressão da força espiritual por trás deste movimento, e não é necessária maior prova do que observarmos a extraordinária expansão dos Ensinamentos Rosacruzes, que se disseminaram por todas as nações da Terra nos últimos anos, despertando aprovação, admiração e amor nos corações de todas as classes e condições de pessoas, especialmente entre os seres humanos.
Enfatizamos isso como um fato notável, pois enquanto todas as outras organizações religiosas compõem-se em sua maioria de mulheres, os homens são maioria entre os membros da Fraternidade Rosacruz.
Também é significativo que nossos membros profissionais da saúde sejam mais numerosos que os de outras profissões e que, em seguida, estejam as pessoas que exercem alguma posição nas Religiões Cristãs exotéricas.
Isso prova que aqueles que têm a prerrogativa de cuidar do corpo enfermo estão conscientes que causas espirituais geram fraqueza física, e estão tentando compreendê-las para melhor ajudar os enfermos e doentes.
Demonstra também que aqueles cujo trabalho é cuidar das pessoas doentes estão tentando socorrer Mentes inquisidoras com explicações razoáveis sobre os mistérios espirituais.
Reforçam, assim, sua fé esmorecida e tentam firmar seus laços com a Religião Cristã exotérica, em vez de responder com máximas e dogmas não sustentadas pela razão, o que abriria totalmente as comportas para o mar agitado do ceticismo, afastando aqueles que procuram a luz através do porto seguro da Religião Cristã exotérica, e levando-os para a escuridão do desespero materialista.
É um abençoado privilégio da Fraternidade Rosacruz socorrer a muitos que buscam, sinceramente, a verdade e que, embora ansiosos, são incapazes de acreditar no que lhes parece contrário à razão.
Recebendo explicações razoáveis sobre a fundamental harmonia entre os dogmas e doutrinas apresentadas pela Religião Cristã exotérica e as Leis da Natureza, muitos retornaram à sua congregação, regozijando-se com os companheiros, tornando-se mais fortes e melhores membros do que antes de se afastarem.
Qualquer movimento para perdurar deve possuir três qualidades divinas: Sabedoria, Beleza e Força.
Ciência, Arte e Religião, cada uma possui, de certa forma, uma dessas qualidades.
O objetivo da Fraternidade Rosacruz é unir e harmonizar umas com as outras, ensinando uma Religião que é tanto cientifica como artística, e reunir todas as Igrejas numa só grande Irmandade Cristã. Presentemente, o relógio do destino marca um momento auspicioso para o início das atividades da construção, erigindo um centro visível de onde os Ensinamentos Rosacruzes possam irradiar sua benéfica influência para aumentar o bem-estar de todos que estão fisicamente, mentalmente ou moralmente enfermos ou doentes.
Portanto, agora ergamos a primeira pá de terra no local da construção com uma prece pela Sabedoria, para guiar esta grande escola no caminho certo.
Cavemos o solo, uma segunda vez, com uma súplica ao Mestre Artista pelo direito de introduzir aqui a Beleza da vida superior, de tal maneira a torná-la atrativa para a humanidade.
Cavemos, pela terceira e última vez, com relação a esta cerimônia, murmurando uma prece pela Força, para que, paciente e diligentemente, possamos continuar o bom trabalho em perseverar e tornar este lugar um maior fator de elevação espiritual do que qualquer dos que nos antecederam.
Cavado o local do primeiro prédio, continuaremos, agora, plantando o símbolo maravilhoso da vida e do ser, o emblema da Escola de Mistérios ocidentais.
O emblema consiste na cruz, representando a matéria, e nas rosas, que envolvem e rodeiam o tronco, representando a vida em evolução subindo cada vez mais alto pela crucificação.
Cada um de nós, os nove membros, participará deste trabalho de escavação para este primeiro e maior ornamento de Mount Ecclesia.
Vamos fixá-lo numa posição em que os braços apontem um para Leste e outro para Oeste, enquanto o Sol do meridiano projeta-o inteiramente em direção ao Norte. Assim, ele estará diretamente no caminho das correntes espirituais que vitalizam as formas dos quatro Reinos da vida: Mineral, Vegetal, Animal e Humano.
Sobre os braços e a parte superior desta cruz podemos ver três letras douradas, “C.R.C”, Christian Rosenkreuz, ou Christian Rosecross, as iniciais do Líder Augusto da Ordem.
O simbolismo desta cruz está parcialmente explicado aqui e também em nossa literatura, mas seriam necessários volumes para dar uma explicação completa. Vamos olhar um pouco mais longe sobre o significado da lição que nos oferece este maravilhoso símbolo.
Quando vivíamos na densa atmosfera aquosa da antiga Atlântida, estávamos sob leis completamente diferentes das que nos regem hoje. Quando deixávamos o corpo, não o percebíamos, pois nossa consciência estava focalizada mais nos Mundos espirituais do que nas densas condições da matéria. Nossa vida era uma existência contínua; não percebíamos nem o nascimento nem a morte.
Ao emergirmos para as condições aéreas da Época Ária, o mundo de hoje, nossa consciência dos Mundos espirituais desvaneceu-se e a forma tornou-se mais proeminente. Então, começou uma existência dupla, cada fase definidamente diferenciada da outra pelos eventos do nascimento e da morte. Uma dessas fases é a vida do espírito livre no reino celestial: a outra, um aprisionamento num corpo terrestre, que é virtualmente a “morte do espírito”, como está simbolizado na mitologia grega de Castor e Pólux, os gêmeos celestiais.
Já foi elucidado, em diversos pontos de nossa literatura, como o espírito livre ficou emaranhado na matéria pelas maquinações dos espíritos de Lúcifer, aos quais, Cristo se referiu como as falsas luzes. Isso ocorreu na ígnea Lemúria. Portanto, Lúcifer pode ser chamado o Gênio da Lemúria.
O efeito de seu erro não ficou totalmente aparente até a Época de Noé, compreendendo o período final Atlante e o início da nossa presente Época Ária. O arco-íris, que não poderia existir sob as condições atmosféricas anteriores, pairou com suas cores sobre as nuvens como uma inscrição mística quando a humanidade entrou na Época de Noé, onde a lei dos ciclos alternantes trouxe enchente e vazante, verão e inverno, nascimento e morte. Durante essa Época, o espírito não pôde fugir permanentemente do corpo mortal gerado pela paixão satânica primeiramente inculcada por Lúcifer. Suas repetidas tentativas de fugir para seu lar celestial são frustradas pela lei da periodicidade, pois, ao livrar-se de um corpo pela morte, será trazido para renascer quando o ciclo se completar.
Engano e ilusão não podem perdurar eternamente. Surgiu, portanto, o Redentor para purificar o sangue cheio de paixão, para pregar a verdade que nos libertará deste corpo de morte. Surgiu para inaugurar a Imaculada Concepção ao longo das linhas grosseiramente indicadas na ciência da eugenia, para profetizar uma nova Era, ‘um novo céu e uma nova terra’, onde Ele, a verdadeira Luz, será o Gênio; uma Era em que florescerão a virtude e o amor, pelos quais toda a humanidade suspira e procura.
Tudo isso e a maneira de evoluir estão simbolizados na cruz de rosas que temos em frente. A rosa, na qual a seiva da vida está inativa no inverno e ativa no verão, ilustra com clareza o efeito da lei dos ciclos alternantes. A tonalidade da flor e seus órgãos reprodutores lembram o nosso sangue. No entanto, a seiva que flui é pura, e a semente é gerada imaculadamente, sem paixão.
Quando alcançarmos a pureza de vida assim simbolizada, estaremos libertos da cruz da matéria, e as condições etéricas do milênio estarão presentes.
A aspiração da Fraternidade Rosacruz é apressar esse dia feliz, quando a tristeza, a dor, o pecado e a morte desapareçam e nós sejamos redimidos das fascinantes, mas escravizantes ilusões da matéria, e despertados para a suprema verdade da realidade do Espírito.
Que Deus apresse e frutifique nossos esforços.”
Como de costume, o tempo estava ótimo no sul da Califórnia após a cerimônia, os cinco homens e as quatro mulheres retornaram à pequena casa em Oceanside, que serviria de lar para o casal Max Heindel e Augusta Foss Heindel e duas mulheres que estavam ajudando nas atividades diárias, durante o período de construção do primeiro prédio. Compartilhamos um ligeiro almoço, e os visitantes regressaram aos seus lares, deixando estas quatro almas esperançosas exaustas para repousarem um pouco, após a batalha com as pulgas e camundongos.
(Do Livro Memórias sobre Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz – Por Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Dentro de cada um de nós há um impulso para a liberdade. Pode se manifestar, às vezes, como um convite alegre a “subir mais acima” para alcançar mais ansiosamente a liberdade que pode tomar e fazer nossa. Esse impulso interno tem sido chamado “o descontentamento divino”, que nos incita a seguir adiante, para cima e para sempre. Esse impulso é também responsável pelo nosso progresso no caminho espiral desse Esquema de Evolução.
Ainda que esse impulso possa estar inteiramente latente, ou talvez embotado pela inércia mental e por forças das circunstâncias, não obstante, está presente, e destinado a se vivificar e se converter na nossa força motriz. Provavelmente não há maneira melhor de determinar até onde chegamos trilhando o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, do que considerando o grau da nossa aspiração à liberdade, indicado pelo zelo com que nos esforçamos em nossa vida diária a fim de alcançarmos tal liberdade.
Mas aqui necessitamos decidir exatamente o que queremos dizer com a palavra “liberdade”. Liberdade de que ou para quê? É uma interrogação lógica. Existem dois pontos de vista principais que podemos usar para obter uma perspectiva satisfatória desse polêmico tema.
Em primeiro lugar está o conceito comumente aceito de liberdade: liberação de fatores externos, tais como um governo ditatorial, uma igreja dominante ou condições sociais escravizantes, de tal modo que possamos viver em liberdade de adorar como lhe aprouver, de falar e de escrever livremente sem temor de intimidação e perseguição, de trabalhar em local de nossa escolha, sob condições convenientes ao nosso próprio respeito e a nossa boa saúde; de votar e ser votado para participar num governo “do povo, pelo povo e para o povo”. A luta da Humanidade em prol dessas liberdades tem chamado a atenção de pensadores avançados e escrito páginas da história durante os séculos passados e ainda prossegue nos dias de hoje.
Podemos encontrar frases sobre isso, como: “Quando a liberdade desaparece, a vida torna-se insípida e perde seu sabor”. E outra como: “A liberdade, como o dia, amanhece na alma, e como um relâmpago do céu incendeia todas as faculdades com alegria gloriosa”.
Essa “alegria gloriosa”, uma vez provada, não é fácil de ser esquecida. Na perseguição dela, entramos na vida ativa, a vida na qual somos incentivados a demonstrar o que sabemos, a pôr em uso cada uma das faculdades que possuímos, a recusar a tranquilidade física e mental, mediante a qual podemos ser reduzidos à escravidão. Aqueles que aceitaram esse desafio no passado são os que hoje estão na vanguarda da civilização, porque é óbvio que a causa da liberdade se identifica com a causa do progresso do Espírito humano. Na Fraternidade Rosacruz são os Adeptos, até certo ponto, e os Irmãos Maiores, que já alcançaram a plenitude nesse quesito.
Podemos ler a respeito de alguma tentativa de se alcançar “pedaços” do que se conceitua como liberdade em praticamente todas as fontes de informações noticiosas publicadas na atualidade: as dificuldades raciais na África, na Ásia e em outras partes do mundo; a tendência para o nacionalismo em países que até o momento estavam subjugados; os esforços para a alfabetização entre milhões de analfabetos vergonhosamente escravos da ignorância e da pobreza; as controvérsias concernentes ao pensamento regimentado em outras partes do mundo; as revoluções agrícolas e econômicas que têm lugar em vários países, quando as pessoas tratam de aprender a prover-se de alimento suficiente e de melhores lugares; as cruzadas contra o crime, contra os narcóticos, contra o uso das bebidas alcoólicas, contra o consumo de carne animal (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins) e usos de partes de corpos animais como vestimenta, decoração, etc..
Efetivamente, na atualidade, a maioria dos seres humanos se intensificam na perseguição em prol da liberdade. Todos nós estamos sujeitos à pressão que sempre vem no final de uma Era. Afinal, estamos agora no final da Dispensação Pisciana – Era de Peixes – e já na Órbita de Influência da Era de Aquário. Uma melhor ordem de coisas se perfila no horizonte e a Fraternidade Universal há de ser a característica dominante nessa nova ordem, da Era de Aquário, desde que estejamos prontos para vivenciá-las, ou seja, desde que tenhamos um Corpo-Alma o suficientemente desenvolvido para funcionar conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico.
Mas há um segundo ponto de vista ao se considerar a liberdade: um ponto de vista interno, ligado à nossa liberação das ataduras do nosso próprio “eu inferior” – a Personalidade – que construímos a cada vida aqui e que é constituída do nosso Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos, com a Mente “concreta” escrava do Corpo de Desejos. É completamente desejável, nesse momento em que estamos no final de uma Era e já com a outra nos influenciando, que cheguemos a ser livres da dominação externa, mas é também essencial que usemos essa liberdade no interesse de todos. Portanto, é necessário que dominemos o maior de todos os inimigos: a Personalidade, ou seja, o nosso “eu inferior”. Para isso, se requer, em primeiro lugar, autoanálise e muita disciplina.
A tarefa da autoanálise é uma tarefa sutil. Sendo essencialmente egoísta, a nossa Personalidade está destinada a obter e possuir coisas materiais, poder e fama mundanos. A nossa Personalidade sugere toda classe de desculpas para se autojustificar, e lança mão de toda classe de recursos ao adotar uma atitude de falsa inocência, quando é acusada de ser responsável por condutas indesejáveis. Conduz-nos a lançar a culpa a outros por qualquer coisa que seja má em nossa própria vida e em nosso próprio mundo (sempre a “culpa é do outro”, seja esse “outro” quer for). Impulsiona-nos à vingança e à revanche contra aqueles a quem culpamos por nossas dificuldades individuais e coletivas. Estimula sentimentos cancerosos, tais como os ciúmes, a cobiça, a inveja, o rancor, o desejo de vingança, o ódio, a raiva, o ressentimento e uma infinidade de outros mais, todos compostos por materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo.
Para nos ajudar a vencer esses nocivos dominadores de pensamentos, de emoções, de desejos e de sentimentos, foi-nos dado o Exercício Esotérico noturno de Retrospecção. Os Ensinamentos Rosacruzes nos ensinaram como fazê-lo, todas a noites antes de dormir, corretamente, revisando os acontecimentos do dia e examinando nossos pensamentos, sentimentos, desejos, nossas emoções, palavras, obras, ações e nossos atos louvando-nos ou culpando-nos onde for necessário. A principal característica desse maravilhoso e poderoso Exercício Esotérico noturno de Retrospecção é que ele não é um exercício de memória (!), mas sim de “coração”: os acontecimentos (na ordem inversa no tempo, efeito-causa) vão se apresentando a nós conforme o grau de intensidade que foi impregnado em nós quando ele ocorreu. Ou seja: não necessariamente todos os acontecimentos do dia serão objetos da Retrospecção! Aos poucos, com o autocontrole, mais e mais acontecimentos serão objetos desse Exercício.
Complementando àquele – pois se não o fizer bem, dificilmente fará esse – também nos foi ensinado o Exercício Esotérico matutino de Concentração para que possamos controlar nossa Mente, e não deixar que seja levada daqui para lá pelas incessantes ondas de pensamento, desejo emoção e de sentimento que nos envolvem.
Todo aquele que colocou conscientemente seus pés no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, que conduz à perfeição de si próprio e à liberação das garras do materialismo sabe que isso não é fácil. A vida disciplinada, a vida autodisciplinada, requer constante atenção e esforço. É a tarefa demasiado difícil? Não, compreendemos que não é, porque o exemplo foi dado por nosso Grande Indicador do Caminho, Cristo Jesus. Nos quatro Evangelhos, contidos na Bíblia, Ele nos deixou as fórmulas para a Iniciação, os sublimes conceitos e preceitos espirituais que nos conduzem para diante, para cima e para sempre.
Quando compreendermos o verdadeiro propósito da vida, que é o de adquirir experiência (e não “buscar a felicidade”), considerando-a como um desafio e nos dermos conta de que, como chispas da Chama Divina, temos um ilimitado poder de desenvolvimento dentro de nós, um poder pronto para ser demonstrado e exercitado, poderemos considerar a tarefa da autodisciplina com regozijo e determinação. Nós, a Individualidade – um Ego da Onda de Vida humana manifestado aqui – sempre buscamos o nosso direito de nascimento no Reino de Deus (ainda que, em muitos, inconscientemente). Vira e mexe, estamos dando impulsos para levarmos uma vida de retidão, uma vida na qual a consciência de vigília se identifica com o que realmente somos, um Ego; uma vida que não é apenas “construtivamente” criadora, mas que segundo os preceitos de Cristo Jesus é como “uma coisa formosa”, e é verdadeiramente um “regozijo eterno”.
No capítulo 8º do Evangelho Segundo S. João, Cristo Jesus usa duas frases que enfatizam a mesma ideia. No versículo 31, fala de “Discípulos verdadeiros”, e logo no versículo 36, de “verdadeiramente livres”.
O Discipulado – no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, o próximo grau depois do Probacionismo – significa uma vida disciplinada, mas não é necessária uma vida limitada por restrições e limitações enfadonhas e irritantes. Existe uma profunda corrente submarina de felicidade e de liberdade sem empecilhos, em uma vida vivida de acordo com os mais sublimes preceitos. Para tanto, Cristo Jesus disse que o propósito de Seu ensinamento era que “a vontade de Deus seja sempre cumprida.” (Jo 16:24).
Um verdadeiro Cristão, que todo Estudante Rosacruz deve ser, nunca pode se contentar com esforços periódicos ou esporádicos por viver segundo os ensinamentos de Cristo Jesus. Deve haver uma disciplina diária, um esforço constante por “amar a vossos inimigos, bendizer aos que os maldizem, fazer o bem aos que os aborrecem e orar pelos que os usam malignamente”.
Para ser verdadeiramente livres devemos ser capazes de seguir; devemos servir de boa vontade e amorosamente onde quer que apareça a oportunidade; devemos ser capazes de nos esquecermos de nós mesmos e pensarmos, antes de tudo, em nossos próximos. Devemos chegar ao ponto em que nos arrependamos, nos restituamos e nos reformemos, com alegria e boa vontade em nossos corações. Essa é a vida de autoconquista, a vida que nos desafia, como peregrinos sobre a Terra, a viver em constante vigilância para responder unicamente aos impulsos superiores.
Afinal, somos Espíritos Virginais manifestados aqui com um Ego da Onda de Vida humana e sendo assim nosso verdadeiro lugar está nos Mundos celestes, e tão logo aprendamos as lições desta escola da vida, levaremos à realidade um mundo pacífico no qual a Fraternidade Universal será um fato e mais rápido nos livraremos da cruz de nossos Corpos.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de junho de 1973 e publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz” – julho-agosto/ 88-Fraternidade Rosacruz-SP)