Pergunta: Por que foi necessário que o Cristo entrasse no corpo de Jesus e fosse tentado para sentir compaixão por nós? Um grande Ser como Ele não poderia sentir compaixão sem passar por isso?
Resposta: Não, evidentemente. Para que a tentação se torne tentação é preciso que a pessoa tentada veja algo desejável naquilo que a tenta. Faltando essa condição, não pode haver tentação. A carne não é motivo de tentação para esse autor, pois até o pensamento de comê-la lhe causa náuseas. Portanto, não há virtude em abster-se dela. Ele não precisa dominar o desejo pela carne, mas terá de dominar a repugnância para comê-la. O grande Espírito Solar, o Cristo, por Sua própria natureza, não podia sentir-Se tentado em transformar pedra em pão para aplacar a fome. O ato de recusar obediência a um poder que O teria tornado soberano da nossa pequena Terra não seria para Ele um sacrifício; contudo, assim como quando olhamos através de uma lente colorida vemos tudo colorido, assim também quando a consciência do Cristo estava focalizada no corpo de Jesus, Ele percebia as coisas deste mundo através dos olhos de Jesus, um ser humano. Do ponto de vista desse último, o pão era algo extremamente desejável, quando sentia fome. Portanto, isso constituía uma tentação.
O poder é também almejado pela maioria da humanidade. Consequentemente, saber que pelo poder dentro de Si, Ele poderia satisfazer esse desejo constituía uma tentação. Somente pela perspectiva humana de Jesus, o Getsemani poderia parecer terrível o suficiente para que Ele desejasse evitar a provação que se aproximava. Podemos opinar, baseados no adágio “Cada um é que sabe onde os calos lhe apertam”, que o Espírito de Cristo aprendeu, através das limitações corporais de Jesus, a ter compaixão por nossas fraquezas de um modo que não teria sido possível pela simples observação externa. Tendo uma vez usado um corpo e sentido a fraqueza da carne, Ele sabe melhor como nos ajudar e é, portanto, o Supremo Mediador entre Deus e o ser humano.
(Pergunta nº 91 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel)
Pergunta: Os Arcanjos trabalham com a humanidade? Se isso é verdade, como e com o que se parecem?
Resposta: Sim, os Arcanjos trabalham com a humanidade. Aparecem a todos aqueles que os podem ver como seres poderosos de dimensões variadas, irradiando grandes correntes de força colorida. Em algumas ocasiões aparecem dentro de uma formação nebulosa.
Cada nação (com raras exceções) possui um Espírito de Raça, um Arcanjo, que à vista espiritual aparece como uma nuvem envolvendo e permeando a atmosfera do país habitado pelo povo que se encontra sob o seu domínio. Observa-se tal domínio quando o Espírito de Raça exerce um controle sobre a laringe e os pulmões de cada ser pertencente àquela comunidade particular. As cordas vocais vibram dentro da sua nota peculiar, o que faz com que o idioma de uma nação difira do de outra.
É em resposta à vibração dos Espíritos de Raça que os laços de nacionalidade unem os povos de uma nação num propósito comum, não somente entre si, como também em relação à terra que habitam. Esse laço é conhecido como patriotismo. Esses Espíritos Arcangélicos são os árbitros do destino de seus povos, tanto sob o aspecto espiritual como político e industrial.
Os Arcanjos operam na reflexão do impulso espiritual vindo do Sol sobre a humanidade, sob a forma de Religião de Raça e por isso são aptos no manejo dessas forças solares, agindo diretamente sobre o Corpo de Desejos no sentido de restringir suas tendências malévolas.
Esses excelsos seres dirigem correntes de força espiritual de tal forma que limitam a ação individual por intermédio do medo ou impelem atos de coragem. Entretanto, seu trabalho sobre a humanidade tem uma finalidade benéfica.
A liberdade individual é exígua nos países onde se observa um acentuado poder do Espírito de Raça. Por outro lado, quanto mais avançada é uma nação, tanto maior é a prerrogativa de livre-arbítrio de seus concidadãos.
Os Arcanjos são os auxiliares de Jeová (o Espírito Santo), hábeis manipuladores das forças espirituais solares. Seu veículo de expressão inferior é o Corpo de Desejos. Eis porque preparam a humanidade para receber diretamente essas forças sem a intervenção lunar. Essa tarefa cabe ao Cristo, como o mais alto Iniciado do Período Solar.
(da Revista Rays from the Rose Cross – Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro-1970)
Cristo é o Nosso Modelo
Muitos Estudantes, não raramente, são fustigados por dolorosas provações. Essas fases, às vezes, prolongam-se por bom tempo e podem ensejar reações negativas se não forem enfrentadas com calma e firmeza.
Uma provação representa uma ou várias lições pendentes de vidas passadas, cujo aprendizado deve acontecer agora. Qualquer tentativa de procrastinar esse aprendizado redundará numa experiência mais dolorosa ainda, neste ou no próximo renascimento. Portanto, é inútil fugir. Não adianta quedar-se passivo,lamentando a “própria desgraça”.
Antes de mais nada é preciso que se entenda: o propósito da vida é a experiência e não o sofrimento, como alguns imaginam. A atitude mais correta é tentar entender o que está acontecendo e por quê. A meditação, a oração e o estudo servem justamente para esse propósito.
O Estudante, porém, muitas vezes depara com uma situação complexa, intrincada, à primeira vista um beco sem saída. Contudo, não é bem assim. Há sempre uma saída. Talvez não seja a solução ideal no entendimento do Estudante, mas, de qualquer forma é o que mais lhe convém em termos de crescimento anímico.
E como reagir diante de uma situação capaz de causar perplexidade?
Bem, há que haver um parâmetro de comportamento. Esse modelo é Cristo.
Se nos perguntarmos como reagiria o Cristo em uma dada circunstância, logo o saberemos. Ele, em qualquer situação seria compassivo, tolerante, paciente, compreensivo e amoroso. Seu Espírito perdoador de imediato transmutaria todo e qualquer desentendimento em concórdia.
Alguém, entretanto, pode objetar: mas o Cristo é o Cristo. Eu sou um ser humano, cheio de falhas.Cristo é um ideal muito distante para mim. É uma meta inatingível.
É lógico, nenhum ser humano agiria exatamente como o Cristo, porque ninguém o iguala em perfeição e sabedoria. Contudo, pode se reagir amorosamente em um relacionamento conflituoso, sem expressar um amor tão perfeito como o do Cristo. É necessário, entendamos, manifestar as virtudes do Cristo, mesmo que se o faça imperfeitamente. Se houver boa vontade as coisas se resolverão.
Todos nós passamos por fases de duras provações em nossas vidas. Se vivermos cada minuto de nossas existências como sabemos que o Cristo desejaria que o vivêssemos superaremos gloriosamente todas as provas.
Meditemos sobre esta frase: “Se vivermos cada minuto como sabemos que o Cristo desejaria que o vivêssemos“.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 02/86)
Uma História para Crianças: Sou eu o teu Cristo, tu és Eu e Eu sou tu, sou Cristo do teu Eu e teu Eu sou Eu mesmo
Era uma vez um aluno que ouvia dizer de seu professor que existia um homem que se chamava CRISTO. Este Cristo tinha um Pai nos céus e uma Mãe na Terra. Estes dois criaram o seu filho Cristo. O professor contou que o Pai criou seu filho de perfeita luz e a Mãe deu à luz a sua preciosa carne. Aconteceu, disse o professor, que este filho se chamava mais tarde Filho de Deus por causa de sua perfeição. Porém, não acreditaram nele, pois ninguém via a luz. Acharam que ele era um mentiroso. Naquela época crucificavam os mentirosos e assim foi crucificado e posto o seu corpo numa tumba. No dia seguinte procuraram o seu corpo que, por um milagre, tinha desaparecido.
Houve muita discussão sobre o desaparecimento e acharam que o corpo tinha sido roubado e não podia ser outro senão o seu próprio pai. Chegaram a esta conclusão porque o guarda do cemitério não sabia nada do seu desaparecimento, não viu ninguém, não sentiu nada, pois então, somente a LUZ do Pai entrou na tumba e levou o seu Filho e o guarda não viu essa luz. Foi uma grande calamidade.
Chegaram, enfim, a seguinte conclusão: como ninguém se apoderou de seu corpo e somente as vestes mortuárias estavam na tumba, ele não tinha morrido e anda sem corpo para ninguém o achar.
O aluno não se satisfez com o desaparecimento e começava uma jornada dura para achar o Cristo. Ele disse a si mesmo:
– O Cristo estava na Terra, então não podia desaparecer; é preciso procurá-lo.
Começou a andar pelo mundo, andava pelos mares e montanhas, rios e vales, andava em baixo do mar e em cima dos ventos, perguntava às árvores e aos pássaros e não recebia resposta, tudo parecia em vão.
O aluno ficou mais velho e mais maduro em seus dias. Continuou procurando o Cristo nos sentimentos dos seres humanos, ia procurar na inteligência, procurava no colorido do Sol poente, na estrela da noite e da madrugada, na Lua, no crepúsculo do nascimento do dia, tudo em vão, não achava o Cristo, o seu querido Filho de Deus.
O aluno ficou ainda mais velho e já se estendia a cor de prata sobre os seus cabelos, andava já bem cansado com as costas arqueadas, pelas ruas, mas nunca se cansou a sua alma à procura do seu bem-amado.
Um dia, quando quase lhe faltaram as forças pelas duras caminhadas, aconteceu algo bastante esquisito. Parecia que a morte lhe tocava as costas, quando alguém lhe tocou levemente nos ombros dizendo:
– Aqui sou EU a quem tu procuras!
Virou-se rapidamente para ver quem lhe falava, mas, ninguém se achava presente.
Logo mais, aconteceu a mesma coisa, a mesma voz falava, porém mais forte.
– “Aqui sou EU”. Virou-se novamente e não achava ninguém.
Recomeçava de novo a caminhar pensando em seu Cristo. De repente,ouvia de novo a mesma voz, mas não falava, cantava, cantava cada vez mais forte, cantava assim como canta o mar:
– Aqui sou Eu, sou Eu aqui, o teu Cristo junto a ti.
O aluno perdeu-se em si mesmo ouvindo dentro de si a voz tão forte como o mar:
– Sou eu o teu Cristo, tu és Eu e Eu sou tu, sou Cristo do teu Eu e teu Eu sou Eu mesmo.
O aluno perdeu o mundo. Cristo reinava em seu Espírito.
(de Francisco PH. Preuss; publicado na Revista Serviço Rosacruz – 10/81- Fraternidade Rosacruz-SP)
Pergunta: O assunto Espírito Santo não está claro. A questão do Espírito de Raça não faz sentido na plenitude maior que é o Espírito Santo que liberta e, sendo assim, é superior à própria influência de Cristo. Como pode o Espírito de Raça ser libertador?
Resposta: uma coisa é o Espírito Santo – ele sim é libertador, pelas razões abaixo – terceiro Aspecto da Trindade Divina, cuja atribuição, nesse Esquema de Evolução, foi dada à Jeová, um Anjo, o mais alto Iniciado do Período Lunar. Nesse Período ele alcançou a competência de criar um Corpo com material do Mundo de Deus, daí a sua atribuição. Isso fica claro nos Diagramas 8 e 14 do “Conceito”.
O Espírito Santo não é separatista. É tão unificador quanto os dois outros aspectos, o Pai e o Filho. Afinal, só alcançaremos o Pai e o Filho, via Espírito Santo. Se esse fosse separatista, seria impossível.
Vejamos as razões para isso. Jeová se tornou especialista em Corpos feitos com material da Região do Pensamento Abstrato – onde atualmente temos um veículo: o Espírito Humano. Atualmente, também, é nesse veículo que temos o foco da nossa evolução, por isso lemos no “Conceito”: “como Egos funcionamos na Região Abstrata do Mundo do Pensamento” (veja o Diagrama 4 do citado livro). É nessa Região que estamos nos focando quando fazemos os exercícios esotéricos preconizados no Capítulo VIII do referido livro. Afinal sem “desgrudar” a nossa Mente do nosso Corpo de Desejos (o que fizemos erroneamente, quando ganhamos o germe da Mente dos Senhores da Mente, a humanidade em geral, entre a primeira e segunda metade da Época Atlante, conforme vemos no Capítulo IV e XII) não há como ter “pensamentos sem a contaminação do desejo”. E aqui o auxílio do Espírito Santo é fundamental. Seja para aprendermos a funcionar conscientemente na Região Abstrata do Mundo do Pensamento (a região das Ideias), seja para dominar o nosso Corpo de Desejos (a primeira ajuda que recebemos – de um total de 3 – para adquirirmos toda a experiência por intermédio dos nossos instrumentos, a fim de alcançar o objetivo desse trabalho que é a união com o Eu superior.
Essa primeira ajuda nos prepara para a união com o Espírito Santo. Sem essa ajuda não chegamos a união com Cristo (!) – veja mais detalhes no Capítulo XVII).
E é aqui que entram as Religiões de Raça, criadas por Jeová, o Espírito Santo, e conduzidas pelos Espíritos de Raça, uma das inúmeras atribuições de um grupo de Arcanjos competentes para esse trabalho.
Veja: isso foi necessário porque nós, seres humanos, precisamos. Não foi criado porque “alguém quis”.
Antes de ganharmos o germe da Mente, nosso Corpo de Desejos era extremamente forte e o seu uso e abuso destruía o Corpo Denso em uma velocidade muitíssima maior que atualmente. Quando ganhamos o germe da Mente e, por livre e espontânea vontade, a atrelamos ao Corpo de Desejos, a situação piorou enormemente.
Junte-se a isso a conquista da consciência de vigília e a nossa decisão de “tomarmos o rumo da nossa evolução” começamos a fazer o mal, não somente para os nossos Corpos, mas para outras pessoas, as destruindo, física, moralmente e até espiritualmente (mais detalhes sobre isso veja quando criamos corpos e vivemos a partir da 3ª raça atlante e mesmo no início quando vivemos como Semitas Originais, Capítulo XII).
Só com um foco na obediência e na consequência clara do que acontece quando fazemos o mal a alguém é que conseguimos entender e aprender que o caminho do transgressor é duro e sofrido. Esse trabalho de fora foi necessário para, por livre arbítrio, escolhermos o caminho do bem.
Infelizmente, muitos de nós, ainda traz as reminiscências desse modo de aprender dentro de nós (e “vivemos” no Espírito de Raça). Exemplos: espírito de família, patriotismo, grupos que se identificam como separados dos outros, tribos, nações e, ainda, raças.
O “caráter libertador” que o irmão aludiu ao Espírito Santo é correto. Afinal o Espírito Santo não é “o Deus de Raça”, Espírito de Raça, Religiões de Raça. Essas são algumas das atividades que o Espírito Santo exerce, quando uma onda de vida, exatamente como a nossa, precisa de lições fornecidas “de fora para dentro”, a fim de alcançar a libertação por meio do domínio das suas ferramentas, seus instrumentos, no caso específico, do Corpo de Desejos.
Uma vez nos libertado desse grilhão que nos aprisiona – não o matando, mas aprendendo a usá-lo da forma como se deve – aí sim podemos dar um próximo passo e usar a 2ª ajuda (veja mais detalhes no Capítulo XVII).
Afinal de contas: como construir um Corpo-Alma – constituído dos 2 Éteres Superiores do nosso Corpo Vital – se o nosso Corpo de Desejos exige que o Corpo Vital seja quase todo preenchido de Éteres Inferiores para manter a vitalidade do nosso Corpo Denso? É impossível, né?
A Nossa “Bondade” tem que adquirir Força em Si Mesma
Durante a nossa jornada de purificação, quando nos esforçamos por mudar seriamente de vida e tornar-nos cada vez melhores corremos o risco de acabar parecendo tolos, dando ensejo a que pessoas mal informadas, interpretem nossa bondade baseadas em seus próprios padrões, como sinal de fraqueza. Daí podem surgir situações difíceis que vão exigir tremendos esforços de nossa parte, para que sejam corrigidos todos os enganos, e as coisas colocadas em seus lugares. Na verdade, leva um bom tempo até que nosso esforço para sermos melhores, apareça revestido de sua própria verdade, sob sua real aparência. Antes disso, há um longo incômodo interno até que se chegue a adquirir o aspecto de tranquilidade, paz e desprendimento real, que não poderá mais ser confundido com a aparência de uma pessoa tola e desavisada.
Para isso, nossa “bondade” deve adquirir força em si mesma, criada não só pelos nossos bons propósitos, mas principalmente pelas nossas boas realizações.
O exemplo máximo de força encontramos em Cristo Jesus, que era bom, justo, honesto e manifestava todas as qualidades superiores que eram raras na humanidade de seu tempo. Essas qualidades eram fortes e se sobrepunham às iniquidades e fraquezas dos que O cercavam, fazendo-O amado por uns e temido por outros. E foi por temor à força dessas qualidades que O crucificaram. Mas embora fosse Cristo um enviado do Pai para sacrificar-se por nós, redimindo nossos erros pelo seu sangue derramado na cruz, é seu exemplo que temos de seguir, para que seja possível despertar a força que existe em nós, e que é Deus em nosso próprio íntimo.
Porque, só quando pudermos nos apoiar nesta força, é que alguma coisa começará a dar frutos, no longo caminho de preparação que vimos trilhando. Esses frutos, porém, muitas vezes poderão parecer fugazes, como se a força conquistada em bem, nos esteja escapando, fazendo com que nos sintamos subitamente sós e desamparados. Mas, embora isso aconteça, não será prova de que Deus nos abandonou e retirou de nós a sua força.
Pelo contrário, vem provar que Ele está ainda mais próximo, a ponto de nos permitir experimentar nossa própria solidão, e nos fazer compreender e sentir que Ele é também esta solidão, que Ele também está no nosso desamparo.
Uma coisa é certa: nunca estamos sós. Deus está sempre presente, e é a nossa constância no Bem, nossa permanência na Verdade, que nos levará a sentir cada vez mais real a presença Divina. Mesmo que a impressão dessa Presença mude, que já não se manifeste como apoio, como graça, como auxílio, mas como percalço, como dura experiência, mesmo assim, ela, a Presença, está cada vez mais perto e mais sutil; não como uma força externa, mas como Poder dentro de nós mesmos, como aquisição conquistada pela nossa própria permanência na fé. E esta deve ser a nossa maior esperança quando tivermos que colocar à prova a nossa bondade, num mundo que nem sempre encontraremos preparado para recebê-la.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/73)
“Quando o Ensinamento Oculto oriental foi apresentado para o Mundo Ocidental, quarenta anos atrás, suas explicações sobre o universo foram aceitas como razoáveis por muitos estudantes. O Conceito Rosacruz do Cosmos, publicado em 1909, era similar em alguns aspectos no que se refere às leis que governam o universo. A questão que, naturalmente, surge sobre seu escopo e propósito, o motivo pelo qual foi dado, e porque seus ensinamentos e métodos de desenvolvimento são mais adequados para uma civilização mais avançada e moderna. Este tratado foi escrito em resposta a esse questionamento e para corrigir as conclusões errôneas, baseadas em exames superficiais, que ambos os ensinamentos são iguais.”
Alcance aqui um excelente material para estudar sobre: algumas diferenças entre os Ensinamentos do Ocidente e do Oriente com ênfase em particular no método Ocidental de desenvolvimento da alma.
1. Para fazer download ou imprimir:
Cristo ou Buda? – de Annet C. Rich
2. Para estudar no próprio site:
CRISTO OU BUDA?
Por
Annet C. Rich
Com Prefácio de
Max Heindel
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido e Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, Christ or Buddha?, 1914, editada por The Rosicrucian Fellowship
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
PREFÁCIO
O seguinte tratado foi escrito pela autora a meu pedido, com o objetivo mencionado nos dois primeiros parágrafos, e tendo ela dedicado anos nos estudos de ambos os sistemas Religiosos Orientais e Ocidentais, na minha opinião, ela tem uma visão mais abrangente do tema. Ela se simpatizou mais com o ensinamento oriental e assim se tornou uma alma iluminada. Assim, o espírito deste pequeno livro não é controverso em nenhum sentido, pois nós não acreditamos em tentar construir nossa própria Religião lançando aspersões sobre a Religião de outras pessoas. Estamos tão certos de que a Religião do Oriente é perfeitamente adequada para as pessoas que vivem lá como que a Religião Cristã é a Religião para o povo Ocidental. Se Buda estivesse ensinando hoje e um estudante do Ocidente perguntasse a sua opinião sobre se ele deveria segui-lo ou a Cristo, tenho certeza de que ele iria direcionar o inquiridor para a Luz do Mundo. Este pequeno livro é, portanto, enviado com a esperança de que ele possa mostrar aos estudantes ocidentais que sua Religião é a Religião Cristã, e que eles devem deixar a Religião Oriental para o povo oriental, abraçando com todo o seu coração e alma a Religião do Cristo.
Max Heindel
ÍNDICE
Involução, Evolução e Epigênese
O Mistério da Mortalidade Infantil
O Cristo do Ocidente não é o Cristo do Oriente
Quando o Ensinamento Oculto oriental foi apresentado para o Mundo Ocidental, quarenta anos atrás, suas explicações sobre o universo foram aceitas como razoáveis por muitos estudantes. O Conceito Rosacruz do Cosmos, publicado em 1909, era similar em alguns aspectos no que se refere às leis que governam o universo. A questão que, naturalmente, surge sobre seu escopo e propósito, o motivo pelo qual foi dado, e porque seus ensinamentos e métodos de desenvolvimento são mais adequados para uma civilização mais avançada e moderna.
Este tratado foi escrito em resposta a esse questionamento e para corrigir as conclusões errôneas, baseadas em exames superficiais, que ambos os ensinamentos são iguais.
O capítulo oito da Epístola de São Paulo aos Hebreus conta sobre um tempo por vir onde não será necessário ensinar ao ser humano sobre como conhecer a Deus, pois todos, do menor ao maior, terão Suas leis inscritas em seus Corações e Mentes, e todos O conhecerão. A percepção espiritual atual está obscurecida em vários graus pelo véu da carne e do sangue que “não poderá entrar no Reino de Deus”. Agora estamos tateando pela verdade que nos libertará dos grilhões da carne e nos trará as faculdades espirituais requeridas para conhecer a Deus. É uma promessa do Cristo que se nós buscarmos, nós encontraremos. Ele não fez exceções; não devemos temer que alguém ficará “perdido”. Mas muito esforço será poupado se buscarmos na direção certa, e por isto nos sentimos impelidos a colocar, diante dos estudantes Ocidentais, algumas diferenças entre os Ensinamentos do Ocidente e do Oriente com ênfase em particular no método Ocidental de desenvolvimento da alma, um método naturalmente adaptado para as pessoas que vivem no Ocidente e que leva em conta as diferenças mentais e raciais entre as civilizações ocidentais e orientais (ou povos).
Nós queremos acrescentar que após muitos anos de estudo das religiões antigas falamos sem preconceitos e com gratidão pela luz recebida por meio delas. Portanto, nos sentimos livres para dar voz a nossa convicção de que a Religião Cristã é a mais avançada do que qualquer uma de suas predecessores; que os Ensinamentos de Mistérios Cristãos, agora promulgados pela Ordem Rosacruz por meio da Fraternidade Rosacruz, são ambas científicas e especialmente adaptadas para nossa civilização avançada; e que repudiar a Religião Cristã por qualquer sistema antigo é análogo a preferir os textos científicos antigos ao invés das edições que estão atualizadas com as descobertas atuais.
Não precisamos mais ficar relembrando que vivemos em tempos repletos de inovações. Todos os departamentos de nossa civilização são varridos pelo intrépido, invasivo espírito da pesquisa, das investigações e análises. Também não podemos deixar de observar que estamos vivendo em uma época em que o intelecto está atingindo sua expressão mais prática e intensa; que está se arrogando com uma confiança real e autossuficiente, o direito de desafiar qualquer código de ética, qualquer teoria da vida ou Religião, qualquer marco da civilização ou qualquer hipótese da ciência e exigir a prova de seu direito à existência. Nada, no universo é demasiado colossal para sua investigação ou demasiado infinitesimal para sua análise. A sociedade deixou de se encolher dos ataques revolucionários das descobertas científicas que há muitos anos vêm derrotando a ignorância, o preconceito e dogmatismo com força irresistível. Esses tiveram seu dia, e agora são impotentes para retardar o progresso; a humanidade está avançando querendo ou não.
Em nenhum departamento da vida o espírito da pesquisa, do esquadrinhamento da investigação está mais intimamente manifestado do que na Religião. Nesse domínio do mistério e da tradição, nas profundezas de sua origem, no reino de sua autoridade marchou o implacável espírito da pesquisa, que não parou nem se encolheu, nem se voltou, embora todos os baluartes sagrados do credo ameaçavam desmoronar antes da invasão. O intelecto está exigindo um direito superior ao do sacerdote para interpretar a verdade da Religião, afirmando com confiança que se não pode discernir a verdade ou penetrar além das fronteiras do invisível para o conhecimento de Deus, nenhuma outra faculdade existe capaz de conhecer a Deidade.
Se olhamos para trás ao longo dos séculos da história, notamos que a idade intelectual e material atual é fruto de um passado longo e significativo; a crista de uma onda de progresso que seguiu um impulso enviado desde o início da corrida. O nosso vislumbre sobre as civilizações da Índia, do Egito, da Pérsia ou Grécia pode ser vago ou inseguro, no entanto, podemos notar que desde o nascimento da raça Ária a linha de progresso está à disposição da glória do pôr-do-sol.
Quando a Índia atingiu o auge de sua grandeza, a Religião hindu ensinou uma concepção de Deus e Sua onipotência que em toda a história não foi excedida para a espiritualidade elevada. Da crista da onda de progresso brilhou, ao longo dos séculos, a luz da maravilhosa verdade da unidade da vida e de uma Presença divina no universo. Então, com profunda quietude, a onda recuou para reaparecer na Pérsia, acrescentando uma nova luz para estimular o progresso humano.
Não costumamos associar a ideia de desenvolvimento material ao Oriente, mas ele nasceu lá. Como a nota-chave da Religião hindu é a unidade, realizando a Deidade em todas as partes do universo, então a nota-chave da Religião Persa ou Zoroástrica é pureza; pureza de conduta e nos assuntos da vida. Zoroastro veio para afastar o seu povo da preguiça e da ociosidade em que haviam caído e para despertá-los do estado de apatia e contemplação inativa da vida interior, muito comum entre os hindus, à consideração da verdade espiritual adaptada a seu dia. Como todas as grandes religiões enfatizou o lado prático da vida ao invés do metafísico, e seu lema de “pensamentos puros, palavras puras, atos puros” revela quão antiga é a doutrina do pensamento correto e do viver correto.
Séculos mais tarde, o Buda veio para re-anunciar as antigas verdades que estavam ocultas sob os escombros do egoísmo e das castas, e sentindo o sofrimento e o pecado do mundo que está enraizado no desejo não realizado, seu coração compassivo procurou aliviar a tristeza, por meio da doutrina de superar todo o desejo e, assim, alcançar a paz, uma doutrina que caiu como uma benção sobre as vidas perturbadas de seus contemporâneos, e que ainda vive no coração de seus seguidores.
Com a passagem do grande mestre oriental, a glória do Oriente começou a desvanecer. Mais uma vez a onda espiritual recuou para reaparecer entre os gregos. Uma vez que os gregos não conseguiram nenhum tipo mais elevado de intelecto puro do que o deles tinham alcançado; a arte deles, sua filosofia sempre fala na linguagem do repouso, da dignidade, do autocontrole. Para eles, VERDADE e BELEZA eram pérolas de grande valor. Eles inscreveram nos seus templos “Conhece-te a Ti mesmo”, pois se conhecer é conhecer a verdade. Quer se manifestando através do poder consciente de seu deus Apolo, saindo de seu templo para defender pessoalmente o santuário sagrado, quer refletido nas esplêndidas conquistas de Péricles ou a filosofia elevada de Pitágoras, Sócrates ou Platão, encontramos sempre nos gregos a presença do poder intelectual e da autossuficiência, mas a Grécia caiu diante do militarismo organizado de Roma.
Do seu auge da supremacia militar, Roma olhava com complacência para o mundo que conquistara. De forma simples, ela sonhou que derrubaria a força espiritual, deixando uma herança de lei, ordem e justiça para uma geração posterior.
Vislumbrar a miséria e a degradação do mundo aos pés de Roma, escravizada pelo vício, pela apatia e pela superstição, é perceber, embora vagamente, até que ponto a humanidade se afastou dos altos preceitos dos antigos Instrutores. As antigas notas-chave de unidade e pureza soou, ainda em tudo muito fraco, entre o murmúrio do preconceito da raça e da separação entre raças. O Egito estava envolto na escuridão de um sacerdócio degenerado; a Índia estava encadeada por castas; Pérsia dormia debaixo de suas coberturas de joias; a glória da Grécia estava ofuscada; Roma, fervente com vício e dissipação, afrontava os deuses com seus fogos de acampamento; e quase parecia como se Deus tivesse esquecido Seu mundo. Mas, “Ele permanece imóvel ainda que dentro da sombra, vigiando acima do Seu próprio”[1]. Novamente chegou a hora de uma dessas manifestações divinas que, de tempos em tempos, ocorrem para ajudar a humanidade. Tal manifestação invariavelmente ocorre quando a opressão das trevas parece muito pesada e um novo impulso é necessário para acelerar o crescimento espiritual.
Nesse lamaçal de um império em decadência, no cansaço de um mundo desesperado, no meio de um povo perdido e desprezado, desceu o Espírito do Sol, Cristo, manifestando “a maior das medidas divinas ainda postas para a elevação do mundo”[2]. Cristo não veio sozinho para resgatar a verdade do esquecimento, para trazer de volta os antigos ensinamentos ou para restabelecer a lei, mas para lhes acrescentar o maior princípio de todos – o Amor; para revelar à humanidade a doutrina do coração; como podemos alcançar uma sabedoria mais sublime pelo caminho do amor do que podemos alcançar pela razão. Ele veio para substituir as Religiões de Raça que foram instituídas por e sob a orientação de Jeová, com uma RELIGIÃO CÓSMICA, promovendo a Amizade Universal bem como a Fraternidade Universal; uma Religião em que o reinado da Lei deve ser substituído pelo reinado do Amor, e onde o espírito de antagonismo e separação, que está na raiz de todas as Religiões de Raça, seja transmutado em serviço desinteressado; cada um para todos; para que as nações possam transformar suas espadas em arados e o reinado da Amizade e da Paz comece.
Em todas as religiões anteriores haviam verdades mais profundas do que foram dadas às massas. Os sacerdotes eram os guardiões desse conhecimento interior, e a Iniciação estava aberta apenas a alguns. A humanidade, como um todo, não estava suficientemente avançada para recebê-la. Aqueles que foram iniciados nos antigos Mistérios necessitavam da mediação dos sacerdotes, e somente o Sumo Sacerdote podia entrar no mais íntimo Templo de Deus. Quando Cristo veio, gerado do Pai, Ele trouxe diretamente para a humanidade a luz e o poder do Sol espiritual. Ele derramou na vida humana o Raio Cósmico de Si mesmo. Ele é o elo entre Deus e o ser humano, o Caminho, a Verdade e a Vida, preenchendo em si o ofício de Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, Ele mesmo Iniciador; e agora “todo aquele que quiser, tome a água da vida livremente”.
Parece paradoxal considerar o crescimento material e a supremacia da civilização moderna como, em qualquer sentido real, o resultado de um impulso enviado pelo gentil Nazareno, mas o nascimento da Religião Cristã deu um estímulo direto e especial para a realização INDIVIDUAL, pois ela quebrou as barreiras de casta e raça e revelou o fato de que todos os seres humanos são iguais aos olhos de Deus. Que todos são irmãos é um fato na natureza, mas sob o regime de Jeová alguns eram preferidos e outros não; portanto, Cristo veio para nivelar as diferenças. A própria Galileia era um lugar mais apropriado para uma nova ordem das coisas do que a princípio parece. Obscuro como é hoje, há dois mil anos, a Galileia era a Meca dos viajantes que se reuniam lá de todas as partes conhecidas do mundo. Era tão cosmopolita quanto a própria Roma, uma espécie de “caldeirão”, proporcionando condições favoráveis ao nascimento de um corpo e de um cérebro diferentes do tipo comum, e um ambiente onde a adaptabilidade aos novos impulsos pudesse encontrar alcance e de onde novas concepções poderiam ser enviadas para o mundo.
Na nova Religião Cristã, os antigos ideais de escravo e mestre, judeus e gentios, sacerdotes e povos, brâmanes e párias foram substituídos pelos ideais de IGUALDADE, INDEPENDÊNCIA e LIBERDADE INDIVIDUAL. Até os mais humildes começaram a erguer a cabeça como pessoas livres e a alcançar a realização individual e o desenvolvimento individual; e com essa nova sensação de liberdade em seus corações, é de admirar que começaram a saciar sua primeira sede de auto expressão por meio das águas da prosperidade material, que nunca antes haviam fluido tão abundantemente aos seus pés. Nossa civilização moderna é uma consequência normal desse impulso dado ao desenvolvimento individual, tanto no pensamento quanto na ação.
As realizações materiais e intelectuais da civilização moderna evoluíram naturalmente o espírito crítico e analítico que acompanha sempre o crescimento individual. Isso foi acentuado pelo nascimento da ciência moderna. Hoje, o intelecto está entronizado no conhecimento que adquiriu e se recusa a aceitar qualquer coisa como verdade que não pode ser vista, medida ou analisada. Mas, embora a ciência física possa zombar da Religião Cristã de amor e auto sacrifício, como sendo não-científica e contrária às leis de autopreservação e sobrevivência dos mais aptos, os ensinamentos do humilde Nazareno inocentaram silenciosa e quase imperceptivelmente o Mundo Ocidental com um espírito de altruísmo, impelindo a humanidade a suportar os fardos uns dos outros e tornar a causa do bem-estar individual a causa do todo.
Todo estudante sabe que a civilização moderna não foi alcançada por estágios de crescimento constante e uniforme. Seguindo o impulso inicial do Cristianismo veio a horrível Idade das Trevas com seu manto de superstição e intolerância. A Religião Cristã foi usada como uma escada para a ganância e ambição, e os ensinamentos ocultos de Cristo foram submergidos sob o dogmatismo teológico que ameaçou prender o progresso humano por causa da supremacia eclesiástica. Os grilhões do sacerdócio autocrático foram, por fim, quebrados pela ciência moderna, e a RAZÃO saltou para a perigosa e tirânica supremacia que mantém ainda hoje.
O intelecto, em sua revolta contra a superstição, logo mostrou uma inclinação para o ultra-materialismo. Para que esse poder não engolisse a verdade espiritual, surgiu no século XIV um grande Mestre com o nome simbólico de Christian Rosenkreuz para lançar nova luz sobre os incompreendidos ensinamentos Cristãos, preservá-los e guiá-los por meio das iminentes controvérsias materialistas e científicas. Ele é um guardião da Sabedoria Oculta do Ocidente, que sozinha pode satisfazer, AMBOS, Coração e Mente.
Estamos hoje no meio de uma civilização nascida do estresse, da luta e da ultra-atividade; uma civilização cortada pela espada e arrastada pelo sangue humano. Verdadeiramente, Cristo refuta a prosperidade física ou saudável do seu povo. Para o conhecimento desse e de outros ramos da ciência, o Ensinamento da Sabedoria Ocidental dos Rosacruzes fornece certas explicações, novas e abrangentes, que orienta a uma solução racional para muitos dos problemas da evolução.
Além de apresentar a teoria da Involução da VIDA e a Evolução Sincrônica da FORMA, o ensino ocidental inclui um terceiro fator, a Lei da EPIGÊNESE. O ser humano é ele mesmo um fator na construção de seus corpos. Durante a vida pré-natal, ele trabalha inconscientemente, construindo na “quintessência da formação de Corpos”; mais tarde ele começa a trabalhar conscientemente, e quanto mais avançado ele é, melhor pode construir. Em cada encarnação ele faz algum TRABALHO ORIGINAL, de modo que “há um afluxo de causas novas e originais o tempo todo”, e este processo de tomar a iniciativa, de criar novas possibilidades de crescimento, é chamado de “Epigênese”. Isso permite que o ser humano se torne um GÊNIO e um colaborador das Hierarquias Criadoras do Mundo. Se a evolução consistisse simplesmente no desenvolvimento de possibilidades germinais ou latentes, o ser humano não poderia se tornar um criador. O ensinamento oriental não diz nada sobre este princípio de longo alcance.
Logo após a promulgação da teoria da evolução de Darwin, foram apresentadas certas objeções que nunca foram respondidas satisfatoriamente pela ciência, mas que recebem uma explicação razoável no Ensinamento da Sabedoria Ocidental. Estas objeções à teoria darwiniana da evolução são:
Há sempre um movimento na natureza, e como o ser humano passou por vários reinos, ele evoluiu e ocupou formas adaptadas a cada estágio de desenvolvimento. “É uma lei na natureza que ninguém pode habitar um Corpo mais eficiente do que ele é capaz de construir”. Quando a forma atinge o limite de sua capacidade de utilidade, começa a degenerar, tendo servido seu propósito como um veículo de crescimento. Ao longo do caminho sempre houve alguns que se recusaram a avançar e foram deixados para trás, como retardatários. À medida que os pioneiros passavam para os Corpos mais adequados para o progresso, os modelos arquetípicos de seus veículos desgastados e degenerados eram ocupados pelos menos evoluídos e pelos retardatários, que os utilizavam como trampolins até que os Corpos correspondentes cristalizassem ao ponto de serem inúteis para a possibilidade da vida em evolução. A ciência fala da evolução das formas, mas há também essa linha de formas degeneradas usada pelos menos evoluídos e pelos retardatários. Os Antropóides superiores pertencem a esta última classe e, em vez de serem os progenitores do ser humano, são, na realidade, retardatários que ocupam as formas degeneradas, já utilizadas pelo ser humano no passado. O ensino oriental atribui sua existência às relações impróprias do ser humano primitivo com os animais.
Esse é outro problema na evolução, completamente omitido pelo ocultismo oriental, nem explicado satisfatoriamente pela ciência, mas recebe uma solução racional no Ensinamento da Sabedoria Ocidental. Resumidamente:Até que os animais se tornem animados por espíritos individuais habitados dotados de razão para guiá-los conscientemente ou subconscientemente DE DENTRO, a Mãe Natureza designa sabiamente um Espírito-Grupo que os guia DE FORA em harmonia com a lei cósmica; e o que chamamos de “instinto” é uma manifestação da sabedoria deste Espírito-Grupo. Quando os animais de diferentes espécies se acasalam, sua progênie não está totalmente sob o controle de qualquer um dos Espíritos-Grupo que guiam seus pais. Se os híbridos pudessem se propagar, eles ficariam ainda mais longe da orientação e do controle do Espírito-Grupo; seria uma onda desamparada no mar da vida, não tendo nem instinto nem razão. Portanto, os Espíritos-Grupo retiram beneficamente o Átomo-semente necessário à fertilização dos híbridos, que são, portanto, estéreis.O fato observado cientificamente de “hemólise”, ou destruição de sangue quando misturado artificialmente, também tem um importante papel nesse assunto. Isso é totalmente elucidado no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos, para o qual os estudantes que desejam investigar o assunto em profundidade farão bem em se referir.
Este fato, tão aparente que não pode escapar da percepção do observador mais superficial, não é claramente explicado pelo ocultismo oriental, mas recebe tratamento completo e lógico no Ensinamento da Sabedoria Ocidental dos Rosacruzes.
As plantas extraem seu sustento do solo, os animais se alimentam das plantas e os seres humanos tomam seu alimento dos reinos inferiores. Assim, em última análise, todas as formas minerais, vegetais, animais e humanas são compostas dos mesmos constituintes químicos da Terra.
Além deste mundo de forma física que vemos, há domínios invisíveis aos olhos, mas perceptíveis por um sexto sentido latente na maioria, mas despertado em alguns. Esta visão espiritual revela a existência de:
Como uma forma construída de matéria química é necessária para a vida no Mundo Físico, também é necessário ter um veículo feito da substância dos outros reinos da natureza, a fim de expressar suas qualidades. Além disso, a vida em evolução está sempre buscando a expansão da consciência. Para isso, as formas se tornam mais complexas à medida que subimos na escala do mineral para o ser humano, e veículos invisíveis também são adicionados à forma física. O ser humano só tem veículos que o correlacionam a todos os quatro reinos, o que resulta em quatro estados de consciência análogos aos possuídos pelos quatro reinos:
Em sessões espirituais, entidades invisíveis realizam a proeza de materialização extraindo do corpo de um médium, formando-o como desejam, e enchendo essa urdidura a qualquer densidade desejada com uma trama de partículas físicas flutuando na atmosfera. O corpo do médium é assim separado dos veículos superiores que o ligam ao espírito, daí o médium está em um estado de profunda inconsciência que chamamos de “transe”. Como o mineral tem apenas um corpo físico, pode-se dizer que ele tem uma consciência de transe.
Quando olhamos para uma pessoa envolvida em um sono sem sonhos, o corpo parece inerte; mas quando focalizamos nossa visão espiritual sobre a pessoa dormindo, vemos uma atividade interior. Os processos de digestão, assimilação, secreção, etc., são levados a um propósito ainda melhor do que no estado de vigília. Isto é porque o Corpo Denso é interpenetrado por um Corpo Vital feito do Éter, mas os veículos superiores flutuam alguns metros acima do Corpo Denso. Quando examinamos as plantas, descobrimos que elas também têm um Corpo Denso e um Corpo Vital, que lhes permite digerir e assimilar alimentos, respirar o ar, etc., e podemos, portanto, dizer que as plantas têm uma consciência análoga ao sono sem sonhos.
Às vezes, quando estamos indevidamente atentos aos assuntos deste mundo, os veículos superiores não se separam adequadamente quando vamos dormir. Os Corpos Densos e Vitais são então parcialmente interpenetrados pelo Corpo de Desejos que gera emoção e incentivo ao movimento. Devido aos centros de sentido de nossos veículos mais elevados estarem inclinados em relação ao nosso cérebro, vemos uma galáxia de imagens de sonhos selvagens, e somos atirados sobre a cama sob o balanço das emoções causadas por essas visões. Não podemos raciocinar sobre eles, pois a Mente está fora do Corpo Denso e, portanto, aceitamos inquestionavelmente até as situações mais impossíveis.
Um Corpo Vital e um Corpo de Desejos interpenetram o Corpo Denso de animais, mas não são concêntricos com ele. Imagens são projetadas pelo sábio Espírito-Grupo nesses Corpos, e os animais, sem Mente, seguem cegamente o curso sugerido por essas imagens. Assim, vemos que a consciência dos animais é análoga ao nosso próprio estado de sonho, com a importante diferença de que as imagens sugestivas projetadas pelo Espírito-Grupo não são irracionais, mas encarnam uma sabedoria maravilhosa que chamamos de instinto.
A inteligência supernormal e a razão observável em animais domesticados são induzidas pela associação com o ser humano, no mesmo princípio que a eletricidade da baixa tensão é induzida quando um fio não carregado é trazido próximo a outro que carrega uma corrente da tensão elevada.
No estado de vigília todos os veículos do ser humano são concêntricos, e ele tem a capacidade da vontade e razão. O mineral não pode escolher se cristalizará ou não, nem a planta tem a livre vontade; ela é obrigada a florescer por condições fora de seu controle. O leão deve caçar, e o coelho deve entrar na toca. Cada espécie tem certos hábitos genéricos, e todas as plantas ou animais separados de uma determinada família agem da mesma forma sob condições semelhantes, porque é impelido à ação pelo Espírito-Grupo comum. Portanto, se conhecemos os hábitos de qualquer animal, conhecemos as características de toda a família. Não é assim com o ser humano, QUE É GUIADO DE DENTRO. Cada um é uma espécie, uma lei em si mesmo, e não importa quanto estudamos, nunca podemos dizer o que alguém fará em um determinado caso, sabendo como outro agiu. Nem podemos escrever a biografia de uma rosa, ou de um leão. Apenas um ser humano, cuja vida é diferente de todos os outros, pode ser assim esboçado.
Assim, a supremacia mental e moral do ser humano sobre os animais e os reinos inferiores se deve ao fato de que ele é um ego individual, habitante, conhecendo a si mesmo como “EU SOU”, uma denominação não aplicável a um animal. O ser humano é capaz de iniciar a ação de dentro por um “EU QUERO”, enquanto os animais são guiados de fora por um Espírito-Grupo e não têm vontade própria.
Aqui também os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental é mais abrangente e explícito que o ocultismo oriental. Distingue-se entre:
Durante o período de involução, quando o ser humano estava construindo seus Corpos e estava em contato mais íntimo com os Mundos espirituais do que agora, esses órgãos eram veículos de consciência por meio dos quais ele entrava em contato com os mundos internos que eram, então, tão reais para ele quanto o mundo físico é hoje. Mas à medida que mergulhava mais profundamente na matéria e começava a focalizar sua consciência aqui, esses órgãos eram um obstáculo, pois por meio deles sua atenção era desviada da obra do Mundo Físico. Por isso ficaram adormecidos. O ser humano, no entanto, evolui em espiral, e à medida que ele se eleva para cima, esses centros tornar-se-ão novamente ativos para lhe permitir recontatar os Mundos espirituais. Portanto, eles não se atrofiaram como teriam feito se seu propósito tivesse sido inteiramente servido.
Depois de muitos anos de estudo das glândulas de secreção interna, o Dr. C. E. de Sajons publicou um profundo tratado sobre o Corpo Pituitário, onde ele mostra que este órgão exerce um controle central sobre todo o nosso organismo físico; que, em vez de ser um órgão rudimentar ou atrofiado, como os fisiologistas têm afirmado há muito tempo, serve como ponto de controle sobre o Corpo. O sistema nervoso simpático, as secreções vitais da Glândula Tireoide e as Suprarrenais são reguladas por conexão direta com o Corpo Pituitário, bem como o trato digestivo e os nervos vasodilatador e vasoconstritor. Estas declarações científicas sobre a importância do Corpo Pituitário para o nosso sistema físico são especialmente interessantes à luz dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental sobre a função futura deste órgão.
O coração pertence a esta classe. É um músculo involuntário, mas é investido com as listras transversais peculiares aos músculos voluntários, e estas listras transversais tornar-se-ão mais e mais fortes, como o Ego ganha o controle sobre este órgão. Todos os músculos são a expressão do Corpo de Desejos, e quando o ser humano evolui os desejos espirituais e cresce em poder espiritual, o coração se tornará um músculo voluntário e a circulação do sangue passará sob controle voluntário. Então, ele terá o poder de reter o sangue das áreas do cérebro dedicadas a propósitos egoístas e dirigi-lo para outros centros dedicados a ideais altruístas.
Nas escrituras cristãs as doutrinas seguintes recebem grande destaque:
A doutrina do sangue é escrita em todas as páginas da Bíblia desde Gênesis até o Apocalipse. É inegável que o sangue é a base de todas as formas com vida senciente; mas até onde a escritora tem sido capaz de aprender, o ocultismo oriental não tem uma palavra sobre esse assunto importante. Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, por outro lado, lança uma luz sobre o “Mistério do Sangue” que esclarece muitos dos problemas mais intrincados da vida. Tais Ensinamentos apresentam várias ideias extensas e profundas sobre o sangue. Eles denominam o sangue de “terreno vantajoso do espírito”, o veículo direto e individual pelo qual o ser humano, por meio do seu calor, controla e dirige seu corpo físico.
Quando o ser humano entrou no reino humano e estava desenvolvendo sua individualidade, o controle sobre suas ações foi, em certa medida, exercido pelo ESPÍRITO DE RAÇA, que, de uma maneira um tanto análoga ao controle do Espírito-Grupo sobre o reino animal, manteve o domínio sobre eles preservando a pureza do sangue tribal ou familiar; quanto mais íntimo o entrelaçamento de sangue pelo casamento no clã, casta ou tribo, mais forte o poder do Espírito de Raça. Como o sangue é o veículo do Ego, o portador de seus sentimentos e emoções e o gravador de sua memória, o entrelaçamento do sangue da família teve o efeito de reproduzir as imagens mentais dos pais em seus descendentes, que se viam nessa Memória da Natureza, através de uma longa linhagem de antepassados. Os acontecimentos na vida de seus antepassados assim pareciam ter acontecido a si mesmos. Foi através dessa consciência comum ou memória que se disse que um indivíduo viveu muitas gerações. Quando lemos que Adão viveu 900 anos e os patriarcas viveram durante séculos, significa que eles não viveram tanto tempo, mas que seus descendentes se sentiram como Adão, Matusalém, etc., porque o sangue ancestral, transmitido diretamente através de casamentos dentro da tribo, clã ou nação, era o armazém de toda a experiência, e carregava os retratos da memória da vida destes patriarcas. Assim, certas faculdades e traços foram construídos e o tipo fortalecido até que a humanidade pudesse caminhar com seus próprios pés, sem o auxílio do espírito da família ou da raça. Nos princípios da evolução do ser humano na busca do estado de consciência de si mesmo, ele viveu sob o reinado da lei, que submeteu o indivíduo à nação, tribo ou família.
Há evidências de que os primeiros judeus tinham um ensinamento especial sobre o sangue, como mostrado no versículo 14 do capítulo 17 do Livro de Levítico, onde foram proibidos de comer o sangue porque a “alma de toda a carne está no sangue”. Entre eles, o Espírito de Raça era mais forte do que o indivíduo, pois todo judeu pensava em si próprio primeiro como pertencente a uma certa tribo ou família, e seu maior orgulho era ser “semente de Abraão”.
Os Semitas originais foram os primeiros a desenvolver o livre arbítrio. Em certa medida, romperam com o Espírito da Raça ao se casarem com outras tribos, e essa introdução de sangue estranho interrompeu a consciência comum que compartilhavam com seus antepassados e que foi substituída pela consciência individual. Mas por esse ato, também, gradualmente perderam a chamada “segunda visão”, mantida até hoje por muitos escoceses que se casam dentro do clã.
O grande significância da Religião Cristã reside no ensinamento de que Cristo veio preparar o caminho para a emancipação da humanidade da influência do Espírito de Raça e unir a multiplicidade das raças numa fraternidade universal; para substituir o reino da lei pelo reino do amor e auto sacrifício; para incutir na nova raça o ideal da AMIZADE UNIVERSAL, um ideal que acabará por nivelar todas as distinções e trazer paz sobre a terra e boa vontade entre os seres humanos. Ele trouxe uma espada por causa da paz final, pois o Reino de Deus só poderá ser construído depois que o reino dos homens seja destruído – o Reino de Deus, que é construído DE DENTRO mediante o livre arbítrio do ser humano como um indivíduo auto-governante, cooperando com a vontade divina.
O ser humano está construindo em todos os Mundos e, apesar de, às vezes, parecer que ele está apenas construindo para o eu separado, existe no mundo atual um ideal de amizade e altruísmo que era pouco conhecido nas civilizações antigas. Através desta expressão de altruísmo, o ser humano está evoluindo para a perfeição de seu CORPO VITAL, QUE É A MAIOR EXPRESSÃO DO SANGUE. Este veículo é também o assento da memória e está correlacionado com o Espírito de Vida unificador. Os corpúsculos sanguíneos dos animais inferiores são nucleados, e esses núcleos são a base para a atuação dos Espíritos-Grupo, que controlam cada espécie por meio desses centros de vida. Quando a individualidade evolui, os núcleos desaparecem, como nos mamíferos superiores que estão se aproximando da individualização. No feto humano os corpúsculos sanguíneos são nucleados durante as primeiras semanas, enquanto a mãe trabalha no corpo; mas estes, o Ego, que renascerá nesse corpo, desintegra esses núcleos, quando toma posse de seu corpo como um indivíduo, pois não pode haver outro princípio governante onde o espírito é residente. Assim, o sangue de cada ser humano é diferente do sangue de qualquer outro indivíduo, fato esse que logo será descoberto pela ciência. Nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental nos é ensinado que o Corpo Vital será nosso veículo mais denso no próximo ciclo ascendente, portanto a necessidade de seu desenvolvimento apropriado é prontamente necessária. Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental fornecem explicações claras sobre os Éteres constituintes do Corpo Vital, suas funções no desenvolvimento do ser humano e a relação do desenvolvimento do Corpo Vital com a segunda vinda de Cristo. Inclui instruções para esse desenvolvimento, purificando o sangue, e este método é adequado à Mente e ao Corpo que evoluímos sob os ideais modernos e progressistas do Ocidente. É um MÉTODO OCIDENTAL PARA POVOS OCIDENTAIS; portanto, é seguro e certo, como a escritora sabe por experiência.
À medida que estudamos mais de perto esses ensinamentos maravilhosos, podemos entender o intrincado problema do sangue racial que tem desempenhado um papel tão importante na história do mundo e na perpetuação de ideias familiares, tribais e nacionais. A ciência ainda está procurando seu significado; reconhece o fato de que a transfusão de sangue de um animal de uma espécie superior para um de espécie inferior mata o último (hemólise). Contudo, os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental explica que à medida que a humanidade evolui para a estatura divina, a mistura do sangue humano se tornará impossível. Em uma idade distante, a propagação da raça não será mais necessária, pois o ser humano terá aprendido a criar a partir de dentro de si, PELA PALAVRA. Ainda hoje o ser humano está construindo um Corpo mais sutil e melhor do que no passado, mais flexível, mais adaptável; ele está aprendendo a conhecer suas funções e está começando a se libertar da influência cristalizadora do sangue racial e a se tornar um cidadão do mundo.
Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental também dão a solução do problema do sexo e seu propósito. “O próprio Ego, ao contrário da ideia geralmente aceita, é bissexual”. Essa dualidade não se manifesta como sexo nos mundos internos, mas como vontade e imaginação, representando as forças solar e lunar, respectivamente. Durante a época em que a Terra estava dentro do Sol “as forças solares abasteciam o ser humano com todas as substâncias necessárias, e ele, inconscientemente, irradiava o excedente para o propósito da propagação”. Mas quando o Ego começou a habitar dentro do corpo e a controlá-lo, foi necessário usar parte dessa força criadora para construir um cérebro e uma laringe para que o ser humano pudesse ser equipado com instrumentos para a auto expressão. À medida que o corpo físico se tornava ereto, a dupla força criadora foi dividida, uma parte sendo dirigida para cima para construir o cérebro e a laringe e a outra para baixo para construir os órgãos que servem para a procriação. Como resultado dessa mudança, apenas uma parte da força essencial para a criação de outro corpo estava disponível em cada indivíduo e a cooperação de outro se tornou necessária para a propagação. Assim, o ser humano obteve a consciência do cérebro ao custo de metade de seu poder criador, mas ganhou um instrumento com o qual ele poderia criar no Mundo do Pensamento, nos domínios da música, poesia e arte e entrar na herança da beleza do mundo; e se por esse ato seus olhos foram abertos ao conhecimento da morte, dor e tristeza, eles também foram abertos ao conhecimento de sua própria divindade e ao conhecimento da lei do sacrifício, amor e serviço. O ocultismo oriental ensina o fato da separação em sexos, mas os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental MOSTRAM O PROPÓSITO DA SEPARAÇÃO.
Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental também têm uma explicação lógica para a mortalidade infantil, que provocado tanta tristeza e sofrimento ao mundo; é realmente uma ação misericordiosa da lei beneficente que previne uma calamidade maior ainda. Uma compreensão do funcionamento dessa lei nos mostrará como podemos prevenir essa anormalidade e nos salvar do incidente de sofrimento da partida prematura desses raios de sol muito amados, os quais, aliás, frequentemente deixam nossa terra fria e desolada.
Imediatamente após a morte o panorama da vida que acaba de finalizar passa diante do espírito. Pela contemplação, o panorama é gravado no Corpo de Desejos, e quando o Ego entra no Mundo do Desejo, ele sente, de uma forma incompreendida por nós neste presente estado, os erros da vida passada, enquanto passa pelas cenas onde fez algo de errado. Isto é o Purgatório, e com o sofrimento a alma tece a CONSCIÊNCIA para se proteger de maus atos em vidas futuras. Ele também goza as virtudes com uma intensidade inacreditável das boas obras feitas na vida passada. Isto é o Primeiro Céu, e por meio dessa alegria vem o incentivo para viver até IDEAIS ainda maiores no futuro. Assim, o Espírito colhe os frutos de consciência e de aspiração elevada da contemplação imperturbável e do panorama, imediatamente após a morte.
Quando essa contemplação é perturbada, como no caso de morte no campo de batalhas, ou por fogo, afogamento ou outros acidentes, as circunstâncias angustiantes fazem com que seja impossível para o espírito que possa dar a devida atenção ao panorama revisto da vida passada. Esse é também o resultado quando explosões histéricas de familiares agem de forma igualmente desconcertantes. Em tais condições a gravação no Corpo de Desejos é fraca, e consequentemente as sensações de alegria e tristeza não são sentidas com o entusiasmo na existência post-mortem para gerar a consciência, e que servirá para guiar o espírito em sua próxima vida na terra, ou ideais para encorajá-lo adiante. Semeou, mas não colheu; a vida foi vivida em vão, e em sua próxima vida na Terra o ser humano ainda estará sujeito aos vícios da vida que acabou de passar; as virtudes adquiridas na vida anterior teriam que ser trabalhadas novamente. Assim, o Espírito seria lançado ao mar da vida como um navio sem bússola para guiá-lo em seu refúgio de descanso, e seria condenado a uma vida à deriva e sem rumo. Estranho como possa parecer, a mortalidade infantil, sob tais circunstâncias, foi desenhada pela bondade amorosa de Deus, para evitar essa calamidade causada pela selvageria, descuido ou falta de consideração, e dar ao espírito entrante um começo justo na vida. O método para atingir esse objetivo é o seguinte:
Em seu caminho para o renascimento o espírito recolhe material para sua nova Mente, Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso. Como o período de gestação precede ao nascimento do Corpo Denso, assim acontece com as vestes mais finas. O nascimento do Corpo Vital, aos sete anos, inaugura o crescimento rápido; do Corpo de Desejos, aos catorze anos, traz a adolescência e emerge a idade emocional; e aos vinte e um anos, quando a Mente nasce, a razão ilumina o caminho para subjugar as emoções e guiar-nos pela vida.
O que não nasceu também não pode morrer; e quando um Corpo Denso de uma criança morre antes da idade da adolescência, a gestação do Corpo de Desejos será completada no Primeiro Céu, uma parte do Mundo do Desejo (chamado de “Terra do Verão” por alguns) onde os ideais nobres e a aversão ao mal são instilados por professores devotados. Ali são ensinadas às crianças a moralidade superior, enquanto ficam engajadas em brincar com cores e brinquedos vivos tão lindos, que se pudéssemos vê-los, nós iríamos esquecer nosso sofrimento e agradecer a Deus por Sua bondade. Após alguns anos esses sortudos, muitas vezes, renascem na mesma família, mais nobres do que eles seriam se eles não tivessem a experiência resultante de uma morte na infância.
O Ocultismo Oriental nos diz que não devemos lamentar por aqueles que passam, porque o nascimento é tão certo para os que morrem como a morte é para os que nasceram. Isto é verdadeiro, mas é tão frio como o ocultismo em si. A mortalidade infantil é tão triste, aparentemente é uma anormalidade da natureza, que desejamos um raio de esperança para confortar nossos corações doloridos quando o Anjo da Morte toma o sol de nossos lares. Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental falam para o Coração e a Mente igualmente; nos mostram uma lei trabalhando para o bem, para corrigir nossos erros; iluminam o caminho do sofrimento com um raio de esperança, e nos mostram como podemos nos salvar desse sofrimento em vidas futuras, abolindo a Guerra, cuidando para evitar acidentes, e sendo atenciosos com a partida de amigos na hora de sua morte, não os distraindo com lamentações egoístas.
Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental dão inestimáveis instruções no cuidado dos moribundos e mostram como podemos ajudá-los, na hora da passagem, a realizar o maior crescimento de alma possível da vida que acaba de terminar. Portanto, esses ensinamentos são de benefício prático em cada contingência da vida e da morte.
Embora a ideia de que a morte é apenas um deslocamento de atividades deste Mundo Físico para Mundos mais sutis, o Mundo celestial, é aceita pelos estudantes mais sérios, os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental explica o funcionamento da lei natural, em relação à duração da vida terrena e ao colapso do Corpo Denso. O ser humano constrói o arquétipo de seu Corpo Denso no Mundo Celestial. Este arquétipo é, naturalmente, construído de acordo com suas capacidades inerentes. Às vezes, uma vida se prolonga para além da duração normal, quando os Seres Compassivos percebem que ela pode colaborar mais, mas de modo geral o arquétipo persiste até que a vibração, iniciada no nascimento, cesse.
Quando a vida física chega ao fim, a ascensão do Espírito é retardada pela matéria do desejo que se agarra a ele, depois que o Cordão Prateado foi rompido. A partir disso, ele procura se libertar por força centrífuga, seguindo a mesma lei natural pela qual um Planeta se liberta da parte que está se cristalizando em si mesmo. Então, primeiramente, a matéria mais inferior do Corpo do Desejos é descartada. Ela é eliminada pela força centrífuga da PURGAÇÃO, que arranca o mal e permite que o espírito ascenda às regiões superiores, que constituem o Mundo celeste. Nessa conexão, o ensinamento mais importante dado é a necessidade de gravar corretamente o panorama da vida passada no Corpo de Desejos, para que o Ego possa ver seus sucessos e seus fracassos, onde era forte e onde era fraco; para que ele possa ver o propósito da dor e o caminho que leva à sua erradicação. Cada geração, ao ascender ao Mundo celeste, canta um cântico de suas realizações que ela fez na Terra. Assim, cada uma entoa um canto diferente na harmonia de nossa esfera, e da mesma forma que sementes quando colocadas sobre uma placa de vidro são organizados de maneira diversas, quando tons definidos fazem a placa vibrar, assim estas variações na canção mundial são as causas que mudam o clima, a flora e a fauna terrestre. Se fôssemos aplicados durante a nossa vida anterior, ao chegarmos ao Mundo celeste, cantaríamos sobre uma terra de abundância, e seria isso que nós encontraríamos quando retornassem. Se negligenciarmos a nossa terra e passarmos nosso tempo na especulação metafísica, nossa canção no Mundo celeste será muito diferente, e quando retornamos à vida terrena, nos encontraremos em uma terra de fome, inundação e desolação. Todas as coisas no céu e na terra são governadas pela Lei de Consequência, que é imutável e que mantém o equilíbrio do mundo.
Enquanto os pontos anteriores são importantes para mostrar os conceitos superiores dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental em relação aos do ocultismo Oriental, eles se tornam insignificantes em comparação com as diferenças entre os dois ensinamentos referentes ao Cristo, a Sua identidade, a Sua missão, e a natureza do Seu advento. Sobre este ponto importante, diz Edith Ward em The Occult Review[4], há uma diferença tão radical e irreconciliável que ambos não podem ser, simultaneamente, verdadeiros. Ela chega a esta conclusão comparando o Livro Conceito Rosacruz do Cosmo, de Max Heindel, com os escritos de um líder da principal sociedade que promulga o hinduísmo entre os povos do Ocidente.
Até novembro de 1909, quando o Conceito Rosacruz do Cosmo foi publicado, esta sociedade tinha muito pouco a dizer sobre um Cristo; mas desde então eles têm feito disto uma característica. Em um de seus livros mais recentes, seu líder afirma que as vidas de Cristo sempre tiveram uma relação muito estreita com os membros mais dedicados desta sociedade. Jesus é dito ter recentemente renascido como um hindu, e no momento está à cargo desse líder, que afirma estar preparando-o para o governo espiritual do mundo.Nós não temos nenhuma discussão com aqueles que acreditam nisso. É contrário à política da Fraternidade Rosacruz falar de forma depreciativa de pessoas de outra crença ou burlar de suas crenças sinceras; mas reivindicamos o direito ético de comparar os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, que está em pleno acordo com as escrituras cristãs em que acreditamos, com os Ensinamentos da escola do Oriente, que tem o propósito de mostrar que o Cristo a quem todos os cristãos procuram por luz e esperança NÃO é o Cristo proclamado por esta sociedade.Com esse objetivo há referências mais volumosas, mas a seguinte será suficiente. As letras “X” e “Z” são usadas para designar duas citações de escritores da escola do Oriente.De acordo com “X”, afirma-se que “quando chegou o momento em que era esperado que a humanidade estivesse pronta para cuidar de si mesma, os mais avançados que haviam alcançado o estágio de adeptos eram dois amigos ou irmãos cujo desenvolvimento tinham o mesmo grau. Estes foram Lord Gautama e Lord Maitreya. O primeiro foi quem atingiu o estágio primeiro, o outro o seguiu, porém, centenas de anos mais tarde …. Buda cedeu seu cargo de governante da Religião e educação para Lord Maitreya, a quem o povo ocidental chama de Cristo, e que tomou o corpo do discípulo Jesus, durante os últimos três anos de sua vida no plano físico …. Senhor Maitreya teve vários nascimentos antes de ter o ofício que possui agora”. “Z” traça uma linha semelhante de nascimentos -“O Senhor Maitreya, no devido tempo, apareceu como Shri Krishna, e faleceu em idade adulta precocemente, voltando para sua casa no Himalaia. Então ele veio novamente, usando o corpo de seu querido discípulo, Jesus, o hebreu, e por três anos brilhou na perfeita ternura de Cristo…. e agora novamente nós estamos esperando, por Sua vinda”.Mas que essas pessoas não esperam o Cristo dos Evangelhos, ou do mundo cristão e dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental é um fato que se há de se cuidar de imprimir sobre seus leitores, como se segue:“Z” Escreve:“Ao considerar o retorno do Cristo quero distinguir claramente entre o Cristo dos evangelhos e a quem eu me refiro. Tudo o que eles têm em comum é o nome Jesus…. É necessário enfatizar o fato que o Jesus, cujo imediato retorno eu espero, não pode de forma alguma ser confundido com o seu Cristo …. Se você permanecer fiel em suas escrituras – cuja autenticidade eu nego – eles irão protegê-lo contra …. confundindo o profeta cujo imediato retorno proclamo e o Cristo dos Evangelhos”.“X” diz:“Quando examinamos através da clarividência a vida do fundador do Cristianismo…. nós não encontramos vestígio dos doze Apóstolos…. O autor dos evangelhos parece ter concebido a ideia de lançar alguns dos grandes fatos da iniciação em um forma narrativa e misturando-os com alguns pontos fora da vida do Jesus real, que nasceu 105 a.C”.Com isto “Z” concorda:“Sua fé na sua divindade surge de sua fé na história de sua vida, como registrado por seus discípulos. Mas tanto quanto eu sei, estes Discípulos nunca existiram, e a história de sua vida, e a deles é uma criação da IMAGINAÇÃO…. o Cristo a quem me refiro…. viveu na terra cerca de um século antes do tempo que se supõe que esses eventos ocorreram na Palestina, mas não foi assim”.Não parece estranho que escritor a que repudia as escrituras Cristãs e qualifica a história de Cristo e Seus Apóstolos como uma invenção da imaginação, exclama pateticamente como segue, o motivo pelo qual o novo Cristo é repudiado por muitos membros de sua sociedade:“Será que a história irá se repetir e a história da Judeia, de Jerusalém, e até mesmo do calvário mais uma vez acontecerá?”.Como pode repetir-se algo que nunca aconteceu? E não é estranho que um líder que faz uma campanha mundial repudiando o Cristo do Mundo Ocidental e das escrituras Cristãs e que anuncia outro Cristo, assumindo dizer:“Eu quase nada sei deste Jesus, cujo retorno eu prevejo”.Não é estranho que alguém que diz sem rodeios e sem reservas, “Eu não sou um Cristão”, deveria ter sido confiada a grande missão de proclamar o retorno de Cristo?Deixe o leitor responder a estas perguntas e ele pensar nas evidências dos méritos. Mas nós acreditamos, ou melhor, nós sabemos que o Cristo de todos os Cristãos devotos e crentes é totalmente diferente do anunciado pelos novos líderes da escola oriental do ocultismo.
Os ensinamentos da Sabedoria Ocidental fornecem uma descrição abrangente da cosmogênese. Três grandes Períodos evolutivos precederam nosso estado atual. O Pai é o Iniciado mais elevado do primeiro ou do Período Saturno. O Filho (Cristo) é o mais elevado Iniciado do segundo ou Período Solar, e Jeová é o mais elevado Iniciado do terceiro ou Período Lunar.
Sob o regime de Jeová e seus Anjos a separação dos sexos ocorreu e também uma divisão da humanidade em tribos e nações. A natureza do desejo era desenfreada, e por isso as Leis foram dadas, e “o temor do Senhor” foi colocado contra “os desejos da carne”. Todas as Religiões de Raça foram concebidas por Jeová, cada uma adaptada à nação particular a quem foi dada. Todas essas formas de culto se destinavam a preparar a humanidade para o reinado de Cristo, cuja missão é nos emancipar do Estado de direito, segundo o qual tudo é pecado; substituindo pelo reino do Amor, onde tudo servirá.
Jeová trabalhou na Terra e na humanidade, DE FORA, da mesma forma que os Espíritos-Grupo trabalham com os animais. Mas há 2.000 anos, no Batismo, o Espírito de Cristo tomou os Corpos Denso e Vital de Jesus e até a tragédia no Gólgota, quando entrou na Terra e tomou posse como Espírito planetário. Imediatamente Cristo começou a purificar o Mundo do Desejo, que estava repleto de brutalidade e do egoísmo gerados sob a Lei, e também a irradiar o amor e o altruísmo, que permeia, lenta e seguramente, o Mundo. Assim, com o tempo, certamente veremos “paz na terra, boa vontade entre os homens”[5].
Mas o Grande Sacrifício SOMENTE COMEÇOU no Gólgota; o Cristo ainda está “gemendo e trabalhando”, e deve continuar a fazê-lo “até o dia da manifestação dos Filhos de Deus” [6], o dia em que teremos evoluído o suficiente para guiar o nosso próprio Planeta em sua órbita e cuidar dos nossos irmãos mais fracos. Não esqueçamos que podemos acelerar ou retardar o dia da Sua vinda pelos tipos de vidas que vivemos. Se vivemos para o Mundo, prolongamos a Sua prisão e agonia; e, portanto, se deve observar sua última admoestação, para que tudo o que fazemos, seja feito EM MEMÓRIA DELE; pois então estaremos trabalhando para liberá-Lo, acelerando assim o tempo em que O encontraremos “no ar”, à medida que Ele for saindo do centro da Terra em direção à superfície e, então, para o Sol, de onde Ele veio.
O trabalho da raça ariana é a evolução da razão; conseguiu bem cumprir esse propósito. Mas, doravante, a humanidade deve aprender a iluminar a sua razão pela luz interior do espírito e unir o seu CONHECIMENTO CEREBRAL com o conhecimento do CORAÇÃO. Deve aprender a iniciar por meio de seu próprio livre arbítrio toda ação de dentro, e essa ação deve resultar em Serviço.
Foi dito que a “a flor da Religião sempre foi dada para a flor da humanidade”, e que religiões mais gloriosas ainda estão por vir. No entanto, o mundo de hoje está apenas começando a ter fracos vislumbres da elevada missão de Cristo, que é elevar a humanidade para a realidade vivente da FRATERNIDADE UNIVERSAL.
Nos Ensinamentos de Mistérios Atlante, registrado no Antigo Testamento, descobrimos que o ser humano, por sua própria liberdade, comeu da “Árvore do Conhecimento”, que trouxe dor e morte ao Mundo e, como resultado, ele foi “expulso do jardim de Deus, vagou pelo deserto do mundo”[7]; que Deus, por piedade, fez uma aliança com o ser humano; que um Tabernáculo foi construído, dentro do qual foi colocada a Arca, simbolizando o espírito humano, que nunca morre; que os bastões da Arca nunca foram removidos, para que o ser humano, um peregrino, nunca descanse até alcançar, por sua própria vontade, o objetivo humano. Dentro desta Arca estava o “pote de maná dourado”, MAN, caído do céu, juntamente com uma declaração de leis divinas que ele deve aprender em sua “peregrinação pelo deserto da matéria”; havia, também, o “bastão mágico” de Aarão, o símbolo do poder espiritual, que está dentro de cada um, exortando-o a caminhar para Templo Místico de Salomão[8]. No Antigo Testamento é detalhada a descendência do ser humano que desceu do céu, suas transgressões aos mandamentos de Jeová, que o orientaram e o guiaram com dor e tristeza pelo deserto da matéria em direção ao reino da paz, que será conduzido por Cristo.
O mundo já começou a viver os ensinamentos internos do Cristianismo, mas de maneira bem parcial; apenas ligeiramente começou a entender seu significado; ainda que lenta, mas seguramente, estamos a caminho do próximo ciclo de progresso, a grande Sexta Época, da qual Cristo deve ser o líder, uma Época que congregará toda a humanidade, seja “Filhos de Caim” ou “Filhos de Seth”, para trabalhar em harmonia no Reino de seu Senhor; a Época que os raios da Rosacruz derramarão a luz do entendimento sobre todas as instituições dos seres humanos, de modo que toda diferença se transformará em serviço amoroso e desinteressado para o bem de todos, e a amizade unirá as almas dispersas no Reino de Cristo. Quando Ele aperfeiçoar completamente a unificação do Reino, Ele o cederá ao Pai, conforme indicado na Bíblia.
Nos Ensinamentos de Mistérios Ocidental é revelada a missão de Cristo, que veio mostrar e preparar o caminho para o Seu Reino e que não só os atrasados podem ser elevados, mas que todos os que estão prontos para entrar na senda reta e estreita podem encontrar a Luz e o Caminho. Já não é Ele “o que virá”, mas o ÚNICO QUE VOLTARÁ. NUNCA APARECERÁ NOVAMENTE EM CARNE – pois, como disse São Paulo, a carne não pode herdar o Reino – mas em CORPO-ALMA. Quando a humanidade evoluir a consciência etérica poderá encontrá-Lo “no ar”. Mas “daquele dia e hora, ninguém conhece, nem mesmo os Anjos que estão no céu, nem o Filho, mas o Pai”. Então, a Lei que foi dada por Moisés será substituída pela “graça e verdade que veio por Jesus Cristo”[9], e a humanidade que surgiu no seu curso designado testemunhará como filhos legítimos de Deus que é possível obedecer ao comando divino: “Sede perfeitos, assim como o vosso Pai Celestial é perfeito”[10].
CONCLUSÃO
Nas páginas anteriores, abordamos, um pouco, a riqueza da sabedoria encontrada nos Ensinamentos do Mistério Cristão difundidos por meio da Fraternidade Rosacruz. Mas foi suficiente para convencer qualquer pessoa familiarizada com o ensino do ocultismo oriental e que esteja aberta à convicção. Embora ambos contenham as mesmas grandes verdades básicas comuns a todas as religiões, antigas e modernas, estão muito longe de ser O MESMO e que os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental está tão longe do ocultismo oriental como BUDA, a luz da ÁSIA, ESTÁ DISTANTE DO NOSSO GLORIOSO CRISTO, A LUZ DO MUNDO, cuja chegada assistimos e oramos.
Fim de
[1] N.T.: do poema: The Present Crisis de James Russell Lowell (1819–1891)
[2] N.T.: do capítulo XV – Cristo e Sua Missão do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel
[3] N.T.: Gorilas, Orangotangos, Chimpanzés e Bonobos são os antropoides superiores.
[4] N.T.: The Occult Review foi uma importante revista britânica que existiu de 1905 até 1951 com Ralph Shirley como editor, este que foi vice-presidente do Instituto Internacional de Investigação Psíquica. A revista foi chamada por algum tempo como The London Forum. A descrição da revista dizia “ Revista mensal devotada a investigação do sobrenatural e o estudo de problemas psicológicos.”.
[5] N.T.: Lc 2:14
[6] N.T.: Rm 8:19
[7] N.T.: do Livro Maçonaria de Catolicismo – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
[8] N.T.: Veja mais sobre a simbologia do Tabernáculo do Deserto no livro Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz.
[9] N.T.: Jo 1:17
[10] N.T: Mt: 5:48
A fim de facilitar o estudo desse assunto dividiremos nas seguintes partes:
Deste modo, será mais fácil, para aqueles que não estudaram os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, compreenderem a ideia.
Há 3 meios de você acessar esse Livro:
1. Em formato PDF (para download):
Quando Conheceremos Cristo quando Ele voltar? – Max Heindel
2. Em forma audiobook ou audiolivro:
Como Conheceremos Cristo quando Voltar? – Max Heindel – audiobook
3. Para estudar no próprio site:
COMO CONHECEREMOS CRISTO QUANDO VOLTAR
Relatório Taquigrafado de uma Palestra Proferida em Los Angeles Study Center, Rx. F., em 18 de maio de 1913, por Max Heindel
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, How shall we know Crist at his coming, editada por The Rosicrucian Fellowship
1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
ÍNDICE
PARTE II – POR QUE CRISTO VEIO À TERRA PELA PRIMEIRA VEZ?
PARTE III – POR QUE ELE DEVE VIR OUTRA VEZ
PARTE IV – COMO CONHECEREMOS CRISTO QUANDO ELE VOLTAR?
Relatório Taquigrafado de uma Palestra Proferida em Los Angeles Study Center, Rx. F., em 18 de maio de 1913, por Max Heindel
Existe um quadro em minha Mente, ele está lá há anos; algumas vezes, quando tenho tempo disponível para voltar-me para dentro de mim mesmo e olhar aquele arquivo, este aparece. Deixe-me descrevê-lo: Acompanhe-me, regredindo no tempo, cerca de dois mil anos. A cena passa-se na Palestina; as colinas estão desertas; vê-se um pequeno grupo de homens e no rosto de cada um reflete-se a tristeza. Eles estão pranteando. Aquele que, pensavam, tinha vindo para fazer grandes coisas foi-lhes tirado por mãos implacáveis e Sua vida parecia-lhes destruída, e eles perguntavam-se: “Será este o fim”? Isto emocionava-os profundamente. Ele os tinha chamado de amigos. Disse-lhes: “Vós sois meus amigos”[1], e eles choravam por Ele, como a um amigo. Disse-lhes também: “Se Eu for embora, Eu virei novamente”[2], e eles discutiam, ansiosamente, procurando saber quando esse advento ocorreria.
Assim foi o início, mas, desde então, isto continua sendo um assunto de interesse para todos que, pela graça de Cristo, intitulam-se Seus amigos. Tem sido um tema de entusiástica e constante indagação: Quando Ele virá novamente, e como O conheceremos quando Ele voltar?
Ele disse a Seus seguidores na Palestina que muitos viriam para enganar: que se lhes fosse dito para irem ao deserto, a este ou aquele lugar para procurá-Lo, eles não deveriam ir. Disse-lhes, também, que os Anjos no céu não sabiam o dia em que Ele retornaria; que mesmo o Filho não sabia, mas somente o Pai. Como descrevi antes, eles estavam discutindo, procurando saber o tempo aproximado do advento e, particularmente, como cada um poderia conhecê-Lo quando Ele aparecesse.
Pretendentes – tem havido muitos desde aquele dia – têm alegado ser Cristo; alguns enganam-se a si próprios e aos outros, acreditando que são realmente aquele exaltado e elevado Mestre. Existem outros que, deliberada e maliciosamente, procuram usurpar Seu lugar. Portanto, há um interesse permanente na pergunta: Como vamos reconhecê-Lo?
Há um ano atrás, apareceu em uma revista inglesa, um artigo intitulado “Arautos Ocultos”. Nele foram apresentados resumos dos Ensinamentos dos Mistérios Ocidentais como são fornecidos no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e do Ocultismo Oriental, representado por uma sociedade que promulga aquela doutrina. Os líderes das duas sociedades e suas obras foram comparados. Semelhanças foram encontradas, mas o autor do artigo também percebeu, com notável perspicácia, o que Estudantes superficiais dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental não perceberam, isto é, a diferença Vital e irreconciliável nos dois ensinamentos, no que diz respeito a Cristo e Sua vinda. Foi mostrado que, de acordo com os ensinamentos Orientais, tanto Cristo quanto Buda foram homens de vida comum, enquanto nos ensinamentos do Mistério Ocidental diz-se, com ênfase, que Cristo é um Hierarca divino, não de nossa evolução, mas, “que por nós, homens, veio” e que, tendo uma vez deixado o Corpo Denso, Ele jamais aparecerá em um veículo físico.
Como esta é uma das principais diferenças entre a Sabedoria do Ocidente e os Ensinamentos Orientais, constituindo isto um dos maiores problemas atuais, parece Vital que todos os Estudantes dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental compreendam perfeitamente o assunto.
Para sistematizar nossa exposição, vamos dividi-la em quatro partes, cada uma dedicada à consideração de uma questão que tenha relação definida com nosso assunto:
Deste modo, será mais fácil para aqueles que não estudaram os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, compreenderem a ideia.
O primeiro ponto que precisamos colocar é a identidade de Cristo, como é ensinada na Escola dos Mistérios Ocidentais. De acordo com a figura anterior, “Os Sete Dias da Criação”, o ser humano passou por um período de involução compreendendo os Períodos de Saturno, Solar e Lunar, como também metade do Período Terrestre. Nesta peregrinação através da matéria, ele adquiriu os veículos que hoje possui.
Durante o Período de Saturno, quando éramos semelhantes aos minerais, alguns seres eram humanos como nós somos hoje, mas eram de uma onda de evolução diferente. Desde então, eles têm avançado e tornaram-se os Senhores da Mente. O mais elevado daquela evolução – da Onda de Vida que estava, então, no estágio humano – é chamado no esoterismo de o Pai.
O mais elevado Iniciado do Período Solar, quando aqueles seres, que agora são Arcanjos, eram humanos, é chamado o Filho, ou seja, o Cristo.
Os Anjos atuais eram humanos no Período Lunar e o mais elevado Iniciado, que agora chamamos de Jeová, é também chamado Espírito Santo.
Temos aqui a categoria dos três mais ativos grandes seres – os líderes da evolução.
A humanidade do Período Solar não podia descer mais no mar da matéria além do Mundo do Desejo (veja a figura acima), portanto, seu veículo inferior era o Corpo de Desejos e, como é uma lei cósmica que nenhum ser pode criar um veículo que não aprendeu a construir durante sua evolução, era impossível para o Espírito Cristo nascer em um Corpo Denso. Ele não poderia formar tal veículo. Nem poderia formar o Corpo Vital, feito de Éter. Faltava-Lhe também a habilidade de funcionar na última substância, pois Ele nunca a havia adquirido em Sua evolução. Para fornecer os veículos necessários para Cristo, Jesus, um ser humano da nossa evolução – um homem nascido de um pai e de uma mãe, ambos altos Iniciados, que fizeram do ato criador um sacrifício e chegaram à concepção imaculada sem paixão – entregou seus Corpos Denso e Vital no Batismo para o Espírito Sol, Cristo, que, então, entrou no mundo material e tornou-se mediador, possuindo todos os veículos necessários para funcionar entre Deus e o ser humano. Cristo Jesus é, portanto, absolutamente único, e a Bíblia nos diz que não há nenhum outro nome pelo qual devemos ser salvos, a não ser pelo nome de Cristo Jesus. Este é o único Credo Cristão autorizado.
Tendo explicado a identidade de Cristo e de Jesus, como é apresentada nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, nosso problema seguinte é:
No Gólgota, o Corpo Denso de Jesus foi destruído, ao mesmo tempo em que se manifestavam certos fenômenos relatados na Bíblia, e o Espírito de Cristo penetrou na Terra. Até aquele momento, a Terra vinha sendo governada de fora. Do mesmo modo que os Espíritos-Grupo guiam os animais de fora, também a Terra foi guiada em sua órbita e a humanidade também o foi, no caminho de evolução, dirigida quase que inteiramente por Jeová, mas, desde aquele momento, o Cristo se tornou nosso Espírito Interno da Terra. Agora, Ele guia nosso Planeta em sua órbita e está procurando substituir o regime de guerra, inaugurado por Jeová de um lado e pelos marciais espíritos Lucíferos de outro, por um regime de altruísmo, um reino de Fraternidade Universal. Ouvimos falar muito sobre Fraternidade Universal, mas não é necessário formarem-se sociedades para proclamar que somos irmãos. Todos sabemos disto, não há necessidade de chamar atenção para este fato. Irmãos e irmãs nem sempre são harmoniosos, mas devem procurar sê-lo, se pretendem ser amigos. Cristo instituiu um ideal muito mais elevado, quando chamou Seus Discípulos de amigos: “Vós sois meus amigos se fizerdes tudo que Eu vos mandar”[1].
Enquanto temos a promessa enfática do retorno de Cristo, existem muitos Cristãos que não acreditam no Segundo Advento, de maneira que será melhor, analisar se existe alguma razão compelindo Seu retorno.
Para elucidar este ponto, tomemos um episódio iluminador de “Fausto”. Embora escrito por Goethe, este drama não foi uma ficção, pois a lenda de Fausto é mais velha que a história; é um dos mitos que expressa, em termos fantasiosos, pictóricos, a história da alma em busca da luz. Estes contos foram transmitidos à humanidade infantil para que pudesse, subconscientemente, absorver os ideais que, em épocas posteriores, deveria viver. Na verdade, usamos o mesmo método de instrução quando damos a nossos filhos livros com ilustrações para inculcar-lhes ideias que não podem captar intelectualmente, por serem muitos novos.
Fausto leu livros durante sua vida inteira e, gradualmente, aprendeu que nós sabemos somente o que vivemos. Se não for para aplicação prática na vida diária, o aprendizado através de livros não terá nenhum valor. Quando a alma desperta para este fato, coloca-se no limiar do verdadeiro conhecimento olhando em direção à LUZ. Mas, a estrada se bifurca: um caminho é tranquilo e fácil, por toda sua extensão existem guias serviçais e risonhos prontos para encorajar o viajante e assisti-lo em tudo que desejar, e, no final, está Lúcifer, o portador da luz, disposto a dar honras mundanas àqueles que lhe prestam culto. O outro caminho é áspero, escarpado e perigoso; algumas vezes é muito escuro; muitos corações doloridos estão nele e, frequentemente, podemos ouvir o grito de angústia: “Quanto tempo mais, Ó, Senhor! Quanto tempo”? Mas, ainda que a alma lute aparentemente sozinha, sempre escuta uma voz interior, suave, tênue e silenciosa, mas inconfundivelmente clara: “Vinde, vós que estais fatigados e sobrecarregados e Eu vos darei repouso”[2]. Às vezes, a “Verdadeira Luz”, Cristo, a meta da alma que procura, é vista através de uma brecha nas nuvens tempestuosas, que precisam ser transpostas para que o aspirante alcance o topo da realização e, a partir da visão beatificada, a alma que busca reúne novas forças.
No caminho escuro, Lúcifer favorece todos os apetites sem restrições ou reserva. Enquanto a alma é levada pela correnteza, tudo aparenta ser fácil e o prazer parece estar a espera a cada passo. No entanto, quanto a alma finalmente chega ao fim do rio da vida, em lugar de voar muito alto em direção à própria meta, é arrastada para baixo pelos apetites vis que se uniram a ela, como a polpa de sua fruta verde está colada na presente; e ela experimenta, com uma intensidade mil vezes maior, a dor que sobrevém quando pretende se libertar dos grilhões consolidados pelo pecado.
Thomas A. Kempis menciona o desejo da maioria de viver uma longa vida e como poucos se preocupam em viver uma boa vida. Eu posso parafrasear isto, exclamando: “Oh, quantos desejam alcançar poderes espirituais, mas como são poucos os que se esforçam para cultivar a espiritualidade”! A história de Fausto dá-nos uma visão daquilo que pode acontecer, se exclamássemos com toda a intensidade de nosso ser, como ele o fez:
“Oh! Há Espíritos no ar,
Que flutuam entre o céu e a terra em domínio atuando?
Inclinai-vos aqui de vossa atmosfera dourada,
Para cenários, nova vida e plena rendição ides me guiando.
Se eu possuísse um manto mágico, simplesmente,
Para transportar-me como que em invisíveis asas, largamente,
Muito mais do que custosas vestes eu prezaria,
E nem por um manto real o trocaria”.
Por esta impaciência e desejo de obter alguma coisa em troca de nada, de colher onde não semeou, ele atrai para si um espírito de natureza indesejável, pois os habitantes dos Mundos invisíveis não são, de modo algum, diferentes das pessoas daqui. Um filantropo não é encontrado a cada curva do caminho neste mundo, nem encontramos Anjos por todos os lados quando atravessamos fronteira, e a única proteção é esforçar-nos para sermos dignos de entrar conscientemente naqueles reinos. Quando tivermos alcançados o caráter requerido, não teremos que esperar.
Não precisamos referir-nos ao tipo de barganha que foi proposta a Fausto por Lúcifer, que seguiu sua vítima em perspectiva até seu gabinete; mas, quando ele se volta para a porta e está prestes a sair, ele vê, aflito, uma estrela de cinco pontas, com duas pontas viradas para a porta e uma ponta à sua frente. Esta, ele pede a Fausto que a remova, mas ao ser rigorosamente interpelado e convidado a sair pela janela ou chaminé, Lúcifer finalmente confessa:
“Para os fantasmas e espíritos é uma lei
Por onde entrarmos, por aí sair devemos”.
Isto é um ponto muito importante, pois, assim como Lúcifer entrou no gabinete de Fausto pela porta e é forçado a sair pelo mesmo caminho, Cristo entrou na Terra por meio do Corpo Vital de Jesus e precisa, em Seu retorno, sair da Terra redimida por esse mesmo caminho em direção ao Sol, Seu lar celestial. Nenhum outro veículo o fará.
Mas existem mais coisas de interesse nesta situação e na ligação entre Fausto e Lúcifer. A porta está aberta, então, por que a estrela de cinco pontas iria barrar a saída de Lúcifer, especialmente quando ele a havia transposto ao entrar no gabinete?
A estrela de cinco pontas é o emblema do ser humano com seus membros separados e braços estendidos; uma ponta está no topo, representando a cabeça que é a porta natural do espírito. Por aí ele entra em seu futuro Corpo cerca de 18 dias depois da concepção, daí saindo quando o Corpo dorme, retornando pela mesma passagem pela manhã. Para os Auxiliares Invisíveis esta é, também, a saída e a entrada. Finalmente, quando a morte chega, o espírito se retira por meio da cabeça.
Por esta razão, a estrela de cinco pontas, com uma ponta para cima, como está representada no emblema da Fraternidade Rosacruz, é o símbolo de magia branca, que trabalha por meios naturais, em harmonia com a lei de evolução.
O Estudante de uma Escola de Mistérios aprende a dirigir a força criadora para cima, para o cérebro e transmutá-la em poder anímico através de uma vida de castidade e auto sacrifício. Esse poder anímico ele o usa para projetar-se nas esferas superiores por meio da cabeça. O seguidor da magia negra, incapaz de auto sacrifício, obtém o poder através do uso pervertido da força de vida de suas vítimas, que o projetam para baixo por meio dos pés, e ele deve retornar pelo mesmo caminho. O Cordão Prateado, então, projeta-se através do órgão inferior. Portanto, a estrela de cinco pontas, com duas pontas apontando para cima e uma para baixo, é o símbolo da magia negra. Foi fácil para Lúcifer entrar no gabinete de Fausto porque as duas pontas da estrela estavam apontando para a entrada, mas, quando ele quis sair e defrontou-se com uma ponta do símbolo, sua alma pervertida foi repelida pelo emblema da pureza e do amor.
Realmente, não temos qualquer prova legal de que Cristo tenha entrado na Terra e esteja lá parcialmente confinado, como estamos confinados em nossos Corpos Densos, mas existe nisto muita evidência mística e, pela Lei da Analogia, está evidente que Cristo, passa Seus dias-santos, parte dentro e parte fora da Terra.
Câncer, regido pela Lua, é o Signo que rege a concepção. Os Egípcios o retrataram como um besouro e, para eles, o escaravelho era o símbolo da alma. Quando a Luz do Mundo, o Sol, entra em Câncer, em Junho, o poder criador do último ciclo que deu vida à Terra foi gasto e, para renovar esta vida, que caso contrário se desvaneceria, o Sol precisa descer novamente. No Equinócio de Setembro, a balança se inclina e a força germinativa entra em nossa Terra, alcançando o Centro no Natal, quando o Sol está em seu ponto mais baixo de declínio, o Solstício de Dezembro. Daí a força germinante, o raio de Cristo, se irradia para frutificar novamente a matéria e alcançar a periferia da Terra no momento em que o Sol cruza o equador celeste, no Equinócio de Março. Então, o Salvador, o Cordeiro de Deus, morre para o Mundo, mas se torna vivo para as esferas superiores.
Assim como estamos confinados em nossos Corpos Densos, de manhã até a noite pelas atividades do dia, também Cristo está confinado na Terra, do Equinócio de Setembro até o Equinócio de Março, que é o período em que as atividades físicas estão bastante inativas, mas onde os esforços espirituais trazem melhores resultados. E, da mesma forma que somos libertados de nossos Corpos à noite e entramos nos Mundos invisíveis para recuperar-nos (para o espírito) das condições difíceis da existência física, o Cristo também é temporariamente libertado da Terra na cruz (cificação) quando vemos o Sol passar o equador celeste e elevar-se às alturas celestiais. Esta é, portanto, a ocasião em que sentimos o impulso espiritual enfraquecer e utilizamos nossa energia nas atividades físicas, no cultivo do solo, fazendo crescer duas folhas de erva onde havia apenas uma.
De acordo com a opinião comum sobre o assunto, Cristo completou o Sacrifício no Gólgota, mas, na verdade, aquilo foi só o início. Ele ainda está confinado à Terra como nós estamos em nossos “Corpos de Morte”. Ele sofre como nós sofremos, mas com uma intensidade que não podemos avaliar. Ele ainda está “gemendo e labutando esperando pela manifestação dos Filhos de Deus”[3], que somos nós mesmos. Quando um número suficiente de pessoas sentir o nascimento do Cristo Interno, de modo que possam suportar a carga de seus irmãos e dar suas vidas como Cristo está agora dando a Sua, então, a hora da libertação soará e Cristo poderá retornar permanentemente para o Sol. Mas, da mesma forma que Ele entrou na periferia da Terra quando veio, assim também, sob a lei que acabamos de explicar, Ele deve voltar para a superfície da Terra e isto, em si, é o que constitui a Segunda Vinda.
Não existe na Bíblia aviso mais enfático do que aquele dado por Cristo contra os que pretendem ser Cristos. Ele declarou que alguns produziriam sinais e maravilhas que poderiam enganar o próprio escolhido, e nós devemos lembrar-nos de Suas palavras, quando começamos a considerar nossa última pergunta:
Cristo disse: “Tende cuidado para que nenhum ser humano vos engane; pois muitos virão em meu nome, dizendo, Eu sou Cristo; e enganarão muitos. E, se algum ser humano vos disser, olhai, aqui está Cristo, ou olhai, ele está lá, não acrediteis nele. Pois falsos Cristos e falsos profetas surgirão e produzirão sinais e milagres para enganar, se isto fosse possível, o verdadeiro escolhido… então, eles verão o Filho do homem vindo nas nuvens com grande poder e glória … Ele enviará Seus Anjos e juntará Seu escolhido dos quatro ventos …, mas, deste dia e hora, nenhum ser humano o sabe, nem os Anjos que estão no céu, nem o Filho, mas só o Pai”.[4]
Por essas passagens, vemos como precisamos ser cuidadosos para não sermos atraídos por impostores. Existe, também, muita luz a guiar-nos para o caminho certo e alguns sinais são os indicadores pelos quais podemos, certamente, reconhecer Cristo dos imitadores. O sinal mais conclusivo dos impostores é que, não importa quanto seu argumento possa ser inteligente, eles vêm revestidos em um Corpo físico. Existem boas razões para entendermos que:
Cristo Não Virá em um Corpo Físico[5]
Nenhum veículo poderia suportar a tremenda vibração de tão grande Espírito. Pelas Escrituras, sabemos que Cristo frequentemente afastava-Se de Seus Discípulos. Nessas ocasiões, Ele levava o Corpo de Jesus para os Essênios, que eram homens de nossa evolução e hábeis médicos esotéricos, peritos nos cuidados com o Corpo. Eles restauravam o seu vigor e energia e, dessa forma, mantiveram o Corpo de Jesus unido por três anos. Do Gólgota, o Corpo foi levado para o túmulo e, como a influência coesiva foi retirada, os átomos espalharam-se em todas as direções e quando o túmulo foi aberto, somente a vestimenta foi encontrada.
Para obter outro veículo físico para a Segunda Vinda, da mesma maneira que o primeiro foi preparado, seria muito difícil, mas poderia ser conseguido. No entanto, sob a lei de que um espírito deve sair por onde entrou, somente aquele único Corpo de Jesus seria utilizado e, como foi destruído, é impossível que Cristo apareça em um veículo físico. Portanto, como já foi dito, possuir tal Corpo revela o impostor.
Supondo que essa “lei” seja uma invenção da imaginação do autor e que a Lei de Analogia, citada como defesa, seja somente uma coincidência, nossa argumentação é ainda apoiada pela Bíblia, não obstante todas as outras evidências. Cristo disse: “Se eles disserem para vós; Olhai, Ele está no deserto; não ides. Olhai, Ele está nas câmaras secretas; não acrediteis”[6]. Assim Cristo não deve ser encontrado em nenhum lugar físico. São Paulo também declara enfaticamente que “carne e sangue” não herdarão o reino. Se nós estamos para ser “revestidos com uma casa que nos vem do céu”, por que o líder da Nova Dispensação deveria Ter um veículo físico?
A Bíblia não abandona o assunto e diz-nos onde não procurar Cristo. Ele disse enfaticamente: “O Filho do Homem virá nas nuvens”[7]. Quando Ele finalmente deixou Seus Discípulos, “Ele foi levado para cima, e uma nuvem O recebeu, sem ser visto por eles. E, enquanto eles olhavam fixamente para o céu, à medida que Ele subia, dois homens permaneceram perto deles em trajes branco, os quais também disseram: Ele voltará do mesmo modo que O vistes ir para o céu” (At 1:10-11). São Paulo diz: “O Senhor, Ele mesmo descerá do céu… depois nós … seremos arrebatados por entre nuvens para encontrar o Senhor, no ar” (ITes 4:16-17). São João viu o primeiro céu e a terra desaparecerem – o mar secou e uma cidade santa desceu do céu, da qual Cristo era o regente. Estas coisas são, evidentemente, impossibilidades físicas. Um Corpo de carne e sangue não pode elevar-se no ar, e São Paulo afirma, categoricamente, que “carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus”. Se nós não podemos entrar naquele traje, como pode Cristo, o líder, usar um Corpo físico em um universo de lei?
Se pudéssemos, agora, descobrir que tipo de veículo Ele usou, saberíamos como reconhecê-Lo e, também, como seremos constituídos, pois “seremos como Ele” de acordo com São João: “Amados, agora nós somos os filhos de Deus, e não aparece ainda o que seremos: mas nós saberemos que, quando Ele aparecer, nós seremos como Ele.” (IJo 3:2). São Paulo diz: “nossa comunidade (não conversação, como foi traduzido; a palavra grega é “politeuma” – forma de governo ou comunidade e é usada pelo apóstolo para se referir ao novo céu e terra) está no céu, de onde também estamos esperando o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso Corpo vil, fazendo-o semelhante ao Seu Corpo glorioso.” (Fp 3:20-21).
O Corpo que Cristo usou depois do evento do Gólgota era também capaz de entrar em uma sala com portas fechadas, pois Ele assim apareceu para Seus Discípulos e deixou Tomás tocá-lo. Podem pseudo-Cristos, em um Corpo físico, fazer isto? Acredito que não.
Este fato requer um veículo mais sutil que o físico e nenhum sofisma poderá invalidar este argumento, isto é, de que Cristo usará um veículo mais sutil que o físico. A Bíblia diz que Cristo usou um Corpo tão sutil depois da ressurreição, que Ele ascendeu ao Céu dentro dele, que Ele deverá voltar neste mesmo Corpo e que, neste aspecto, nós mudaremos para um estado onde seremos como Ele.
Surge a pergunta final: Ensina-nos a Bíblia que veículo é esse e existe alguma informação pela qual possamos obter conhecimento completo e definitivo com respeito a este novo veículo? Devemos procurar a resposta no inimitável capítulo XV da 1ª Epístola aos Coríntios, onde São Paulo ensina a doutrina do Renascimento por meio dos Átomos-semente, tão claramente quanto a dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental de hoje.
Na versão inglesa, o versículo 44 diz: “Existe um Corpo natural e um Corpo espiritual”; mas o Novo Testamento não foi escrito em inglês e, como os tradutores nada sabiam dos ensinamentos internos, não tinham ideia de como traduzir a palavra grega que para eles parecia sem sentido, por isso, a traduziram como a compreenderam. Contudo, deixarei que vocês a traduzam, mesmo que não sejam Estudantes de grego. A palavra que é usada e traduzida como “corpo natural” é soma psuchicon. Soma é uma palavra grega que, todos concordam, é Corpo – não há dúvidas quanto a isto. Mas Psuchicon – psuche – (psyche) – a alma – um Corpo-Alma do qual nunca ouviram falar; provavelmente pareceu-lhes tolice, de maneira que traduziram a palavra como “Corpo natural”. É verdade que São Paulo diz na 1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:23, que o ser de todo ser humano é Espírito, Alma e Corpo, mas, provavelmente, eles interpretaram alma e espírito como sinônimos. Existe, porém, uma grande diferença, como é explicado nos Mistérios Rosacruzes: este Corpo-Alma é o veículo a que São Paulo se refere e no qual encontraremos Cristo. É composto de Éter e, portanto, capaz de levitação e de passar por paredes, uma vez que toda matéria densa é permeada com Éter. Os Auxiliares Invisíveis o usam hoje, como Cristo o fez.
De início, parece muito estranho saber que encontraremos o Senhor “no ar”, que esta terra vai ser deixada para trás. Mas não é estranho se considerarmos que o caminho da evolução sempre foi de dentro para fora. Na última parte da Época Lemúrica, quando esta terra estava em um estado ígneo, o ser humano vivia na crosta que estava sendo formada próxima ao centro ígneo, em um Corpo que começava também a ser formado. Ele viveu na Época Atlante, nas bacias da Terra, sob a densa neblina que se levantava da terra que se esfriava, como é mencionado no capítulo segundo do Livro do Gênesis. Então, a humanidade foi chamada, como relata a história folclórica alemã “Niebelungen” – Niebel, que significa neblina e Ungen, filhos: Filhos da Neblina. A Bíblia conta-nos como eles foram guiados por seus mestres e, gradualmente, como esta atmosfera nebulosa da terra condensou-se quando o Planeta resfriou e, finalmente, como as águas desceram do céu no chamado “o dilúvio”.
Nessa ocasião, sabemos que o ser humano deixou as terras baixas, que estavam submersas pela neblina condensada, o mar, e entrou em uma nova era de desenvolvimento sob as atuais condições. Então, ele viu o arco-íris pela primeira vez, quando o Sol brilhou sobre as nuvens e foi-lhe dito que, enquanto aquele sinal permanecesse, a sucessão de mudanças, que conhecemos como estações, continuaria. Enquanto tivermos as atuais condições atmosféricas, esta era de alternâncias continuará. Devagar, mas seguramente, estamos subindo em direção aos cumes da terra; procuramos níveis cada vez mais altos.
Quanto mais elevada for a evolução das raças, mais elas quererão subir em direção ao ar e, gradualmente, vão deixando as terras baixas.
Como aconteceu na época de Noé, dia virá que ocorrerá uma grande mudança cósmica. Cristo refere-se a isto ao falar de Sua vinda: “Assim como foi nos dias de Noé, assim será nos dias do Filho do homem”[8]. Pessoas movimentavam-se como sempre o haviam feito. Casavam-se e eram dadas em casamento; comiam e bebiam e viviam suas vidas mundanas. Mas, de repente, o dilúvio desceu sobre a antiga Atlântida e os veículos que tinham não lhes eram mais úteis. Necessitavam de veículos onde pudessem adaptar-se às novas condições atmosféricas, da mesma maneira que o bebê, quando nasce, precisa instantaneamente adaptar-se, da respiração que tinha dentro da água, à respiração no ar. Se não puder fazer isto, ele morrerá e foi o mesmo no caso dos Atlantes que estavam acostumados a respirar em sua atmosfera aquosa e nebulosa. Aqueles que não estavam fisiologicamente ajustados para esta mudança, afogaram-se.
Cristo disse que uma condição semelhante ocorrerá à Sua vinda. Aqueles que viviam na Atlântida, talvez não tenham percebido o desenvolvimento fisiológico que ocorreu em alguns e que os preparou para mudar da respiração aquosa para a respiração do ar, usando diretamente os pulmões. Do mesmo modo, há uma mudança acontecendo na humanidade, não observável por aqueles que não cultivam a visão espiritual. É um fato que uma atmosfera áurica envolve todo ser humano. Sabemos que, frequentemente, sentimos a presença de uma pessoa que não vemos e sentimos isto porque existe esta atmosfera fora de nossos Corpos Densos. Ela está, pouco a pouco, mudando; está se tornando cada vez mais dourada no Oeste. Quanto mais caminhamos com Cristo, mais esta cor dourada aumentará – esta que é a cor do Cristo e dos semelhantes a Ele: os Santos que os pintores retrataram com uma auréola. Gradualmente, estamos nos tornando mais semelhantes a Ele e esse “soma psuchicon” ou Corpo-Alma está adquirindo forma, está sendo preparada como nosso “traje nupcial”.
Um número crescente de pessoas está se tornando capaz de funcionar neste veículo e muitos estão se preparando para o dia da vinda de Cristo. Esta mudança não é realizada por processo físico, mas pelo serviço, pelo amor, pelo que conhecemos no mundo ocidental como altruísmo, que está se difundindo cada vez mais na sociedade. Estamos ficando mais humanos; cada vez mais iguais a Cristo, embora longe de sermos perfeitos. Talvez o dia da vinda de Cristo não seja nesse século ou no outro, nem no próximo milênio, não obstante, podemos observar uma mudança espiritual acontecendo na humanidade e depende de nós apressarmos o dia da vinda de Cristo, pois como Ele mesmo disse: “Este dia nenhum ser humano conhece”[9]. Nenhum ser humano está habilitado a dizer quando e quantas pessoas terão desenvolvido o soma psuchicon, de tal forma que estejam capacitados a fazer a obra que Ele está agora fazendo para nós.
Descemos até ao vale da matéria e, por nossa causa, foi necessário que Cristo entrasse na Terra para nos ajudar de dentro. Por nossa causa, Ele está agora sofrendo e labutando lá, esperando pela manifestação dos filhos de Deus e depende de nós apressarmos ou retardarmos este dia. Cada ato nosso tem algum efeito nesse sentido – cada um de nós tem seu trabalho neste mundo e quanto mais cedo aprendermos a fazê-lo, melhor será para nós. Não deveríamos procurar o Cristo fora – Ele não se encontra lá. Ele mesmo disse, “Não vás para o deserto”. Não O procuremos nestes lugares: o Cristo é formado de dentro. O Corpo-Alma que está, gradualmente, tornando-se capaz de elevar-se sobre as montanhas, é o resultado do esforço de cada aspirante que esforça para ser admitido à vida superior. Como diz Fausto:
“Duas almas, oh! Moram dentro do meu peito,
E aí lutam por um indivisível reino;
Uma aspira pela terra, como vontade apaixonada
À íntimas entranhas ainda está ligada.
Acima das névoas, a outra aspira, de certeza,
Com ardor sagrado por esferas onde reine a pureza”.
Amigos, em cada um de nós há essa luta travada entre a natureza superior e a inferior. São Paulo teve que lutar essa batalha e toda alma que procura deve lutar, também. Mas, não pensem que é saindo para o extenso mundo e nele lutar, que encontraremos o que procuramos. Sir Launfal saiu de sua casa ainda jovem, passou toda uma vida procurando o Graal. Quando voltou para seu castelo, encontrou o mesmo mendigo que ele havia desdenhosamente ignorado quando partiu de casa, mas, quando agiu certo, quando o amoroso espírito do serviço entrou nele, então, o Cristo se manifestou.
“Ele partiu em duas, sua única côdea de pão,
Ele quebrou o gelo da beira do córrego;
E ao leproso deu de comer e beber pela mão”.
O Salvador, diante dele, disse: “Este é meu Corpo e este é meu sangue”.
“Santa Ceia é mantida, na verdade,
Por tudo que ajudamos o outro em sua necessidade”
Não é o que damos, mas é o que compartilhamos que realmente tem valor. Aqueles que dão somente quando têm em abundância, quando dão coisas que não necessitam – coisas que são realmente um peso para eles, coisas de que não sentem falta – não sabem o que é dar a vida por um amigo. Enquanto não se derem, suas dádivas serão estéreis. “Não há maior amor que o do ser humano que dá sua vida por um amigo”. Este não deve ser um único ato – o dar a vida por um amigo – mas sim um auto sacrifício constante, diário. “Eu estava com fome e tu me deste de comer; eu estava com sede e tu me deste de beber … eu estava doente e tu me visitaste”[10]. Este é o único requisito. Que nós possamos aprendê-lo, amigos. Não precisamos procurá-Lo tão longe: está perto de nós, ao nosso lado.
Conhecemos aquele pequeno poema sobre deixar nossa luz brilhar exatamente onde estamos. Nem todos podem ser uma estrela, nem podem brilhar, nem ser um líder, mas cada um pode fazer algo, acender sua própria velinha e deixar que ela dissipe um pouco a escuridão ao redor. Isto é o que temos que fazer e se fizermos somente este tanto, descobriremos que aquela vela será como uma estrela ardente para guiar-nos para o Cristo, na Sua próxima vinda. Então, teremos certeza de reconhecê-Lo, pois encontraremos a resposta dentro de nós. Diz-se que O conheceremos porque seremos como Ele e, como Ele não tem Corpo Denso para vir, temos que desenvolver aquele veículo da alma, o soma psuchicon. Para que nós possamos encontrá-Lo quando Ele aparecer, mas deveremos estar trajados com o “Dourado Manto Nupcial”.
F I M
[1] N.T.: Jo 15:14
[2] N.T.: Mt 11:28
[3] N.T.: Rm 8:18
[4] N.T.: Mt 24 4-36 e Mc 13:5-32
[5] N.T.: em um Corpo Denso
[6] N.T.: Mt 24:26
[7] N.T.: Mt 24:30; Lc 21:27 e Mc 13:26
[8] N.T.: Mt 24:37
[9] N.T.: Mt 24:36
[10] N.T.: Mt 25:35-36