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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Valor do Inventário Espiritual

O ano passado, com tudo o que nos proporcionou em termos de venturas e tristezas, êxitos e malogros, já faz parte do passado. É mister, entretanto, proceder-se a um inventário espiritual. O Estudante Rosacruz sincero, por certo, analisará sua atuação durante o período recém-findo, objetivando verificar a extensão de seu progresso e a estatura de seu patrimônio moral. É uma autoanálise. Seguramente evidenciará as falhas de caráter e as virtudes já conquistadas. Fará vir à tona uma série de distorções subconscientes. Mostrará, enfim, as debilidades a serem substituídas gradativamente pelas qualidades opostas, e os pontos positivos que deverão ser fortalecidos. É um dever ao qual não podemos nos eximir.

Não olvidemos o trabalho empreendido pelo Espírito de Cristo, cujo clímax é atingido pelo Natal. Estejamos cientes de nossa responsabilidade perante essa ajuda. O refrão popular “Deus ajuda a quem se ajuda” tem sua razão de ser. Não poderemos usufruir dessa infusão de energia espiritual se nos mantivermos “impermeáveis” a ela. Nosso crescimento será maior e mais rápido na medida em que agirmos consoante a Lei Cósmica.

É lógico, o ser humano mundano é também envolvido pelo Auxílio Crístico, porém em amplitude bem menor do que o espiritualista que se esforça por tornar-se não só um elemento receptível, mas também um canal a espargir as mais elevadas benções. Na proporção em que se aumenta a capacidade de dar, ampliam-se as possibilidades de receber. É uma Lei!

É importante conscientizarmo-nos de que somos canais. Mas só isso não basta. O canal necessariamente deverá estar limpo e desimpedido para que o fluxo através dele não sofra solução de continuidade. Aí encontramos o valor do inventário espiritual. Ele nos propicia o real vislumbre dos atritos a serem eliminados, dando-nos a dimensão exata do trabalho de purificação e regeneração a ser executado.

É louvável nosso desejo de ajudar a Humanidade. É compreensível e confortadora nossa ânsia de trabalhar na “Vinha do Senhor”. Contudo, nós o faremos mais eficientemente se nos libertamos pouco a pouco de nossas falhas.

Preparemo-nos convenientemente para a labuta do ano entrante, delineando alguns objetivos a serem colimados. E que um deles seja o aprimoramento de nosso caráter.

(Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Rosacruz – janeiro/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Atividade, a Essência da Saúde

Indolência é uma palavra feia. Está intimamente associada à estagnação e à decadência e essas são palavras repulsivas para a Mente saudável. A indolência é a precursora da decadência e da morte. A atividade é o promotor do crescimento, do desenvolvimento e da força. Isso é verdade para o sistema muscular, para todos os órgãos do Corpo Denso e para o sangue, que é a vida. Também é verdade para o cérebro; um cérebro não pode ser alimentado com sono e ser saudável e forte; para triunfar, requer ainda mais exercício do que o Corpo Denso. A inatividade causa a degeneração do Ego e do Corpo Denso.

O Corpo Denso foi feito para ser ativo e o bem-estar do corpo exige isso. A natureza é o melhor exemplo de atividade. A natureza nunca adormece no sentido de desperdício ou improdutividade. Nos meses frios, ela está ocupada armazenando energia para os meses produtivos.

As grandes e pequenas criaturas vivem vidas ativas, ensinando a nós o valor do tempo e a brevidade da vida. Quem não observou os pássaros quando chegam a primavera? Começam a construir os seus ninhos, porque a Terra continua a se mover, sem perder um único segundo de tempo e, assim, e em breve, chegarão os dias em que terão de procurar climas mais quentes. A abelha há muito que é vista nós como uma criatura de atividade e indústria. A abelha é a própria encarnação da atividade e não tolera a indolência. Ela segue o ditado bíblico: “Quem não trabalhar também não comerá”; mas, no caso da abelha temos: “Quem não trabalhar também não viverá”.

Mas, há outro lado da vida ativa e completa. Tal como a saúde do Corpo Denso e do Ego não pode ser saboreada na ausência de uma vida ativa, também a felicidade e o contentamento não podem existir num ambiente de ociosidade. Parece que a inatividade enche o Corpo Denso com uma matéria estranha que envenena a felicidade, pois se somos ociosos não podemos ser felizes. Vemos outro exemplo disso novamente na Natureza. As aves na época do acasalamento, quando estão mais ativas, são felizes e cheias de canto. A miséria e a ociosidade caminham juntas, enquanto a felicidade e o contentamento acompanham uma vida ativa. Se todos os que estão cansados da monotonia da existência saíssem da luxuosa ociosidade, a vida teria um encanto e os dias seriam muito curtos em vez de ser muito longos.

A ociosidade tem sanções que afetam a nossa própria existência. A ação é a lei do nosso ser, é a lei do crescimento. A ociosidade é fraqueza; a ação é tão favorável ao crescimento físico e mental como o simples fato de dormir em um ginásio o é para a força de um atleta. O trabalho gera força, enquanto a ociosidade é perda de força. Até o menor talento se desvanecerá se não for utilizado. O poder de fazer as coisas deserda a pessoa, quando ela não age. Quando a energia é desligada, a máquina para; quando ficamos ociosos e nos esquivamos da nossa responsabilidade de trabalhar, a energia nos abandona. Nunca se deve permitir que o poder mental diminua. A perda de energia, a falta de confiança e uma capacidade executiva deficiente são os castigos.

O ocioso é um inadaptado, porque fica estacionário em um mundo ativo e se torna impotente, porque a Natureza lhe retira o talento que possuía. Aquele que abandona a vida ativa pela aposentadoria – por exemplo – apresenta um triste espetáculo, porque a infelicidade e não o prazer é o resultado inevitável. A classe ociosa apresenta uma vista infeliz. O trabalhador pode ser pobre, mas feliz; o ocioso pode ser rico, mas miserável. Ele não se encaixa na Natureza; está fora de harmonia com Deus e com o ser humano. O segredo da saúde e da felicidade é a atividade.

Todo o nosso ambiente, ao nosso redor, fala de atividade, de desenvolvimento, de utilidade; ensina-nos que devemos utilizar o tempo, devemos prestar atenção e respondermos aos monitores e às sirenes da atividade que nos rodeiam. A indolência é um crime que a Natureza não perdoa. Devemos trazer no nosso Corpo Denso as marcas da inatividade. Porque, com isso, rouba o nosso Corpo Denso e o nosso cérebro; nosso Corpo Denso não pode ser forte e saudável nem o nosso cérebro, desenvolvido. O Corpo Denso se fortalece com exercício, assim como o cérebro se fortalece e expande com a expressão do pensamento que criamos, como Egos.

Será que a Natureza perdoa esse crime de indolência? Não! Temos que confessar os nossos pecados; temos que ser obedientes; temos que limpar o nosso “Templo de Deus”, porque a Doutora Natureza sabe o que é melhor. A Natureza é o único “médico” verdadeiro; devemos então obedecê-la e começar a trabalhar.

O exercício mantém o Corpo Denso jovem ao promover a flexibilidade de todos os músculos e articulações. O exercício mantém o Corpo Denso saudável ao evitar a estagnação e expulsar as matérias estranhas do Corpo. Para saborear o maior grau de saúde, todos os órgãos, músculos e ligamentos do Corpo Denso devem ser exercitados, não só os membros, mas também a maquinaria interna. É aqui que o verdadeiro exercício tem valor. Quando deixamos de nos exercitar, a “idade se faz sentir”: músculos flácidos e articulações rígidas são alguns dos resultados e dos castigos.

O cérebro deve ser exercitado regularmente para se desenvolver e se manter jovem. Em pouco tempo o Corpo Denso e o cérebro enfraquecem, se forem negligenciados. Certamente é um crime matar o cérebro de fome, enfraquecer esse órgão maravilhoso com o qual Deus tanto nos abençoou. Tal como o Corpo Denso enfraquece sem exercício, também o cérebro enfraquece, caso não seja mantido ativo. Tão importante é o exercício e o uso adequado do cérebro, que cada um de nós deve prestar contas no grande julgamento pelo uso do tempo e do talento. Seremos obrigados a prestar contas rigorosas pela condição do “Templo de Deus”, o Corpo. Uma recompensa só pode ser concedida a um Templo limpo, incluindo o Corpo Denso e o cérebro.

O caminho que leva para cima é difícil de escalar. Significa trabalho árduo; mas, na escalada, ganha-se força, energia, coragem, persistência e consistência; o sucesso nos espera e o prazer na escalada é o companheiro diário. “Tudo que a tua mão encontrar para fazer, faça com a tua força” (Ecl 9:10). Há poder no trabalho. Aquele que não trabalha com o coração no seu trabalho não trabalha bem nem age bem.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1920 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: O que o Discípulo pode esperar do Mestre

Janeiro de 1914

Cristo disse: “Pelos seus frutos os conhecereis”[1]. Suponhamos que ervas daninhas pudessem falar. Acreditaríamos em suas pretensões se elas declarassem serem parreiras? Certamente não; nós procuraríamos os seus frutos. E, a menos que elas fossem capazes de produzirem uvas, os protestos delas – não importa quão vociferantemente os pudessem fazer – não nos causariam impressão. Nós somos suficientemente sensatos em assuntos materiais para nos precavermos contra decepções; então, por que não aplicamos o mesmo princípio para outros departamentos da vida? Por que não usar sempre o bom senso? Se assim fizéssemos, ninguém nos poderia impor os seus pontos de vista em assuntos espirituais, pois cada reino da natureza é governado por uma lei natural, e a analogia é a chave mestra para todos os mistérios e uma proteção contra as decepções.

A Bíblia nos ensina muito, mas muito claramente, que nós devemos testar e provar os espíritos e julgá-los de acordo[2]. Se fizermos isso, nunca seremos enganados por pretensos mestres; e salvaremos a nós mesmos, aos nossos familiares e aos conhecidos – inclusive da Fraternidade Rosacruz – de muita tristeza, muita angústia, muita dor e de muita ansiedade, inquietação e aflição.

Vamos, então, analisar a questão e vejamos o que temos o direito de esperar de quem pretende ser um mestre. Para isso, devemos, primeiramente, nos fazer a pergunta: “Qual é o propósito da existência no universo material?”. E podemos responder a essa pergunta dizendo que é a evolução da consciência. Durante o Período de Saturno, quando a nossa constituição era semelhante à dos minerais, a nossa consciência era como a de um médium expulso do seu corpo por Espírito de Controle em uma reunião se evoca espíritos desencarnados para se materializar, onde uma grande parte dos Éteres, que compõem o Corpo Vital, foi removida. Então, o Corpo Denso está em um transe muito profundo. No Período Solar, quando a nossa constituição era semelhante à das plantas, a nossa consciência permanecia como no estado de sono sem sonhos, no qual o Corpo de Desejos, a Mente e o Espírito estão do lado de fora, deixando o Corpo Denso e o Corpo Vital em um leito ou em um lugar dormindo. No Período Lunar, tivemos uma consciência pictórica, correspondente ao sono com sonhos, quando o Corpo de Desejos está apenas parcialmente removido do Corpo Denso e do Corpo Vital. Agora, aqui no Período Terrestre, a nossa consciência foi ampliada para abarcar objetos fora de nós próprios, mediante uma posição concêntrica de todos os nossos veículos, como acontece quando estamos acordados.

Durante o Período de Júpiter, os Globos sobre os quais progrediremos estarão situados de forma semelhante ao que estavam no Período Lunar. E a consciência pictórica interna que, então, possuiremos será exteriorizada, pois o Período de Júpiter está no arco ascendente desse Esquema de Evolução. Assim, em vez de ver as imagens dentro de nós mesmos, poderemos, quando falarmos, projetá-las sobre a consciência daqueles a quem nos dirigimos.

Por conseguinte, quando alguém se intitula um Mestre, ele deve ser capaz de fundamentar sua afirmação dessa maneira, pois os Mestres verdadeiros, os Irmãos Maiores, que estão agora preparando as condições de evolução que devem ser obtidas durante o Período de Júpiter, têm a consciência pertinente àquele Período. Portanto, eles são capazes, e sem esforço algum, de utilizar essa linguagem pictórica externa e, assim, imediatamente dão evidências claras de sua identidade. Somente eles são capazes de guiar outros com segurança. Aqueles que não se desenvolveram a tal ponto, mesmo que possam estar até iludidos a seu próprio respeito e até imbuídos de boas intenções, não são dignos de confiança, e não devemos lhes dar crédito. Esta é uma aferição absolutamente infalível; e as pretensões de quem não pode mostrar seus frutos não tem maior valor do que a erva daninha mencionada daninhas mencionadas no nosso parágrafo inicial.

Todos os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz possuem esse atributo; e eu confio que nenhum dos nossos Estudantes, no futuro, se deixará enganar em seguir exercícios ou passar por cerimônias planejadas por qualquer pessoa que não seja capaz de produzir o fruto, e evocar imagens vivas na consciência daqueles com quem ele fala.

(Carta nº 38 do livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Mt 7:16

[2] N.T.: IJo 4:1

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Calendário – As Atividades de Estudos e Ofícios de Rituais da Fraternidade Rosacruz em Campinas/SP/Brasil–2024–Janeiro

*** Para você ter uma cópia é só clicar aqui:

As Atividades Locais e Remotas da Fraternidade Rosacruz em Campinas/SP/Brasil–2024–Janeiro

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– Informações importantes para usar nos seus Exercícios Esotéricos Rosacruzes são as Atividades do Cristo no seu Trabalho como Nosso Salvador:

-> Para saber qual é o Trabalho Cósmico do Cristo nesse quadrimestre: O Trabalho do Cristo na Terra: de Dezembro a Março de cada ano

-> Para esse Mês Solar tome como material para os seus Exercícios Esotéricos tal assunto: Senhor Cristo Inunda a Terra com o Prodigioso Poder Espiritual

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– Para você usar no processo de Cura Rosacruz:

-> Para saber que Signo a Lua está em cada dia desse mês, e daí saber as Partes do Corpo que Não Se Deve Mexer – Janeiro de 2024

-> Para obter mais detalhes sobre os Melhores e Adversos Períodos e Dias para Tratamentos e Cirurgias – Janeiro de 2024

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder do Amor

“O Amor nasce do Pai eternamente, dia a dia, hora a hora, impregnando constantemente o Universo Solar para nos redimir do mundo da matéria que nos mantém presos à morte. É impelido do Sol, onda a onda para todos os Planetas, estimulando ritmicamente todas as criaturas que neles evoluem” (Livro “Coletâneas de um Místico” – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)).

Tal é a natureza do Amor Cósmico que nos faz estremecer, e que um dia, eventualmente, todos nós seremos capazes de emanar também; temos plena consciência desse Amor Cósmico, a mais sublime das emoções, que nos é oferecida por meio do Cristo recém-nascido no Natal de cada ano.

O nascimento místico de Cristo, repleto da nova vida e do Amor do Pai, é nos dados para nos salvar da fome física e espiritual que nos destruiria se não fosse essa dádiva anual de Amor.

O Amor que faz pulsar os corações de todos os sistemas religiosos, independentemente das divergências que possam aparentar, é a pedra de toque de toda a criação.

A maneira como cada um de nós, participante do processo evolutivo, é receptivo e responde ao Amor, e aprende eventualmente a transmiti-lo, determina o nosso grau e nível de ascensão na escada do desenvolvimento (desde a completa ignorância até a total consciência; depende de nós). A maioria de nós conhece o que considera “amor” sob três formas.

Primeiro, a paixão marciana, a luxúria que não tem nada a ver com a faceta espiritual do Amor.

Segundo, o amor pessoal de Vênus, a que a maior parte de nós responde. É uma forma de amor egoísta, separatista e exclusivista.

Finalmente, o altruísmo uraniano – o amor que engloba todos os seres igualmente e que Cristo veio nos ensinar, como a palavra-chave do Seu reino, que ultrapassa a concepção ou os limites da compreensão de grande parte de nós.

O amor ao nosso “semelhante”, ou seja, o amor a todos os nossos irmãos e nossas irmãs, é o mandamento supremo e ultrapassa todas as leis do passado. Cristo-Jesus foi claro ao nos deixar a mensagem de que as Leis da Religião de Raça haviam servido a seu objetivo, mas que, a partir de então, todas as Leis passariam a ser subordinadas ao Amor. Atingimos um ponto da sua evolução em que nos foi pedido que aprendêssemos a fazer o bem por amor ao bem, e não por receio das consequências dos nossos erros. “O Amor perfeito elimina todo o medo.” (IJo 4:18) – quando aprendermos a irradiá-lo, de nós próprios, fará bem a nós e ao nosso semelhante, automaticamente.

O Amor é a força criadora que emanamos a fim de criar outro ser. Os Anjos projetam todo o seu amor, sem desejo ou egoísmo, e são banhados em troca pela corrente da Sabedoria Cósmica. Projetamos apenas uma parte do nosso amor e guardamos o resto, utilizando-o na construção dos nossos órgãos de expressão interno e no nosso próprio aperfeiçoamento. Desse modo o amor que conseguimos expressar se tornou egoísta e sensual. Usando parte do poder criador da nossa alma, amamos egoisticamente, porque necessitamos de outra pessoa para colaborar no processo de propagação da espécie humana (se todos resolvessem não ter mais filhos – o que é impossível, pois “os Anjos do Destino estão acima de todos os erros e dão a cada um e a todos exatamente o necessitam para o seu desenvolvimento” – não teríamos mais a espécie humana nesse Planeta.). E com a outra parte do poder criador usamos para expressar nossos pensamentos aqui na Região Química do Mundo Físico, embora também por razões egoístas, pois a nossa ambição é obter mais conhecimentos.

Temos agora a responsabilidade de nos purificar do pecado, do egoísmo. Só quando o fizermos é que compreenderemos e seremos capazes de exprimir o Amor Altruísta e Espiritual – o Amor Crístico.

A vida é o que temos de mais precioso, pois “Não há Amor maior do que o do ser humano que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15:13). Ao cultivarmos o altruísmo, aprendemos, figurativamente, a dar a nossa vida, a sacrificar o “Eu pessoal” – “eu inferior” – pelo nosso semelhante, atingindo o estado do Amor Crístico.

Atualmente, a razão nos controla, aliando-se à causa da natureza de desejos, emoções e sentimentos. Essa soberania terá de ser sucedida pela do amor que, presentemente, age independentemente (e por vezes, contrariamente) aos ditames da razão. Na Sexta Época (a próxima), na Nova Galileia, o que chamamos de Amor não será egoísta e a razão servirá à causa da Fraternidade Universal, e aprovará o que o Amor lhe ditar. Todos trabalharão para o bem comum, pois o interesse egoísta terá desaparecido para sempre.

Assim, o Estudante Rosacruz que procura acelerar a sua evolução deve aprender, desde agora, a ambicionar apenas aquele amor “que é da alma e que envolve todos os seres vivos, superiores e inferiores, e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe” (como estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz). O amor de indivíduos, que exclui outros, terá pouco a pouco de ser substituído pelo amor do todo. Os ensinamentos espirituais do passado requeriam que amássemos nossos familiares e, embora essa exortação continue sendo válida ainda hoje, os ensinamentos mais recentes nos dizem que ampliemos esse amor partilhando-o com toda a “família humana”.

Infelizmente, é vulgar que a Mente humana confunda o “amor” com a “paixão”. O primeiro, porém, nada tem a ver com a segunda, como se pode claramente depreender da ópera “Parsifal” (ópera de três atos do com a música e libreto do compositor alemão Richard Wagner, muito estudada no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz), em que esse diz a Kundry que representa o Corpo Denso: “perderíamos a eternidade se cedesse a ti, nem que fosse só por uma hora… assim, vou salvar-te e libertar-te da maldição da paixão, pois a amor que te consome é sensual, apenas; entre ele e o amor verdadeiro dos corações puros existe um abismo tão grande como entre o céu e o inferno”.

Sabemos, também, que as crianças geradas num momento de paixão ardente e sem amor, ou sob a ira ou a embriaguez, têm probabilidades de nascer com veículos mais fracos e uma vida mais curta do que aquelas geradas em condições de harmonia e de verdadeiro amor. O Corpo Vital, que é o veículo do amor, determina o desenvolvimento e a formação do Corpo Denso.

É infinitamente melhor ser capaz de sentir e exprimir o amor do que o definir. Podemos pregar e exortar outros a amar, mas, enquanto não tivermos aprendido verdadeiramente a arte de amar como Cristo amou, não nos encontraremos mais perto de sua realização do que agora. Podemos fazer os nossos Exercícios Esotéricos Rosacruzes fielmente; podemos oficiar todos os Rituais Rosacruzes, mas os resultados serão nulos se não forem constantemente acompanhados de atos de amor Crístico! A expressão intensa do amor na sua forma de serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos dos outros, e focando na divina essência oculta – que é a base da Fraternidade – aumenta a densidade fosforescente dos dois Éteres superiores do nosso Corpo Vital. Assim construímos o nosso Corpo-Alma.

A sabedoria, a expressão do princípio Crístico, só é possível quando o conhecimento estiver aliado ao amor. E só quando essa união for consumada é que teremos a certeza de que as nossas ações terão o único fim de promover o bem comum e não (muito embora apenas inadvertidamente) os nossos fins egoístas.

O Poder do Amor é bem conhecido de todos. Não se opõe nunca aos planos de Deus; e consegue inspirar pessoas a fazer esforços para os quais nunca se supuseram capazes. É uma força que age tão perfeitamente por meio da expressão de objetivos criadores humanos, como de criações cósmicas. É um agente de transformação que, quando encontra a sua forma de expressão adequada, ultrapassa todas as formas do mal e transmuta o próprio ódio em Amor.

Deus é Amor, e se amamos uns aos outros, Deus está em nós e nós n’Ele” (IJo 4:12).

O verdadeiro Amor é divino e descreve a solidariedade de “Espíritos livres”. A paixão é diabólica e o que a ela cede se torna escravo do pecado. Eis o princípio em que se baseia a exortação de amar segundo o Espírito (o Ego) e não segundo a “carne”.

Temos, pois, de aprender a elevar o amor do âmbito passional ao Reino Espiritual, a fim de permitir a igualdade entre o homem e a mulher. Embora a “supremacia masculina” não represente o peso social que foi no passado (apesar de ainda existir e em muitos lugares e situações com a tal supremacia do passado), é necessário que nos lembremos de que os opressores de uma época serão os oprimidos da época seguinte (pois renascemos alternadamente: uma vez homem, outra vez mulher) e que, portanto, só nos elevaremos quando a igualdade total dos sexos deixar de ser um conceito hipotético e se tornar um fato real e concreto.

Atualmente, a ciência médica considera o coração como um músculo involuntário, constituído ao longo do comprimento, pelas fibras que se encontram geralmente nesse tipo de músculo. Contudo, o aparecimento de fibras horizontais tem deixado os cientistas perplexos, pois desconhecem que elas significam o controle que o Ego eventualmente terá sobre o coração. Ao manifestar-se cada vez mais o princípio do amor altruísta essas fibras horizontais se tornarão mais numerosas e nós, Ego, poderemos, então, atingir a soberania do coração com maior facilidade, e um dia saberemos regular a quantidade de sangue necessária ao cérebro, alimentando o lado dedicado a atividades altruístas e filantrópicas e deixando “à mingua” o outro, que se dedica a fins meramente egoístas. Assim, a circulação sanguínea passará eventualmente a ser controlada unicamente pelo unificante Espírito de Vida – um dos nossos três veículos superiores –, o Espírito do Amor, enquanto os centros de expressões dos pensamentos egoístas, que usamos hoje, serão atrofiados.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – março/1985 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Devemos ser Tolerantes

Dentre os pensamentos maravilhosos que compõem o Ritual Rosacruz do Serviço Devocional do Templo destacamos o seguinte: “Devemos esquecer diariamente os defeitos dos nossos semelhantes, e servir a Divina Essência neles oculta, o que constitui a base da Fraternidade”. Estas palavras encerram uma exortação à busca do lado positivo de todos nós. Contudo, podemos ir mais além, pois na realidade o ideal é procurarmos vislumbrar o bem em todas as coisas.

Como estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos, certa vez Cristo percorria os arredores de Jerusalém em companhia de seus discípulos. Em dado momento estes depararam com o cadáver de um cão, já em adiantado estado de decomposição. Ante aquele quadro nauseabundo todos expressaram sentimentos de desagrado, porém o Mestre impassível, afirmou: “As pérolas não são mais brancas que seus dentes”. Esta foi uma das mais expressivas lições que o Salvador nos legou. Contudo, não tem sido bem compreendida. Raras vezes percebemos o lado bom das coisas ou dos nossos semelhantes. É muito mais fácil notar as falhas alheias do que ponderar sobre os próprios defeitos. Essa tendência negativa nos coloca em constante atrito com os outros, formando ao nosso redor uma atmosfera de desarmonia.

Cada um nós é como que um diamante a ser lapidado. Embora muitas vezes coberto por uma crosta pouca atraente, que mais cedo ou mais tarde mostrará seu brilho. Deus, o grande lapidário, dispõe de diversos meios para remover a dita crosta. Deixemos de considerar a fealdade desta última e procuremos meditar sobre o fulgor interno.

Cada um de nós é uma lei em si mesmo. Não há dois de nós absolutamente iguais no mundo. Cada um renasce num ambiente diferente, passa por experiências também diferentes, o que acentua sua individualidade. Então, não temos o direito de querer padronizar o comportamento humano. Cada um de nós se encontra num determinado estágio evolutivo. “Até entre as estrelas existe diferença de esplendor” (ICor 15:41). É uma grande injustiça, de nossa parte, exigir de todas as pessoas um ajustamento aos nossos conceitos pessoais de ética. Nossa formação é, assaz, débil para alimentarmos tal pretensão. Nem sempre nossos conceitos de bem e de mal correspondem à realidade das coisas. Bem é o que nos deleita; mal é o que nos desagrada. Quão restritos são tais conceitos! Consideramos nossas aflições e experiências dolorosas como sendo um mal, e, no entanto, são elas que encerram lições marcantes, despertando nossa consciência para uma vida mais elevada. Precisamos de muita cautela quando julgamos os atos dos nossos irmãos e das nossas irmãs. Eis porque destacamos a tolerância como a virtude a ser cultivada por quem anela o aprimoramento espiritual, o verdadeiro Estudante Rosacruz.

É necessário que se esclareça que tolerância não é conivência com coisas erradas nem com certas distorções dos sentimentos humanos. Porém, entre criticar destrutiva e ferinamente, e orientar amorosamente há uma grande diferença. Uma orientação amigável só tende a fortalecer e alimentar as boas qualidades alheias fazendo com que as falhas morram de inanição. A tolerância sempre é um fator de preservação da paz e harmonia em nosso meio ambiente, seja no lar ou no trabalho.

Nem sempre a nossa compreensão e as nossas boas intenções são correspondidas inteiramente, porém, isto não constitui argumento para que busquemos o litígio. Um erro não justifica outro. Se alguém nos decepciona pelo modo como procede, isto não é problema nosso. Ante a Lei de Consequência cada um responde pelos seus atos. Não somos obrigados a errar, pois temos o livre arbítrio. Podemos perfeitamente optar por um curso de ação, porém, colhemos infalivelmente aquilo que plantamos.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – março/1968-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cartas de Augusta Foss Heindel: Última Mensagem da Sra. Augusta Foss de Heindel

Querido amigo e querida amiga:

Eu, Augusta Foss Heindel, estando no ano oitenta e quatro de minha vida e, tendo em conta que, de acordo com as leis físicas, deverei, a qualquer momento, deixar o plano terreno, estou profundamente interessada e preocupada com o bom andamento desta obra, cuja continuidade nos foi confiada pelo meu esposo, inspirado pelo Mestre. Sinto-me no dever de escrever a cada um pessoalmente sobre assuntos de capital importância, relacionados com os ensinamentos Rosacruzes.

Como você já sabe, em 1898 eu me encontrei pela primeira vez com Max Heindel. Isso se deu em uma conferencia teosófica na cidade de Los Angeles. Atendi solicitação dele, emprestando-lhe e facilitando-lhe livros que o ajudaram muito em sua busca de um maior conhecimento das verdades espirituais. Fui sua companheira infatigável, e todos os dias ele ia à casa de minha mãe para que eu lhe ministrasse aulas de astrologia.

Anelando verdades mais profundas, Max Heindel esteve, em 1907, na Alemanha, onde esperava encontrar a ajuda de um mestre. Desiludido com o que encontrou, decidiu providenciar seu regresso aos Estados Unidos. Enquanto aguardava a partida do navio, recebeu a visita de um ser misterioso, que mais tarde reconheceu como sendo o “Mestre” (da Ordem Rosacruz) oferecendo-lhe conhecimentos de grande elevação.

Tais conhecimentos ser-lhe-iam ministrados sob a condição de não os divulgar a outrem. Deveriam permanecer em segredo. Como Max Heindel desejava compartilhá-los com outros buscadores da verdade, não aceitou a proposta. O “Mestre” se foi deixando-o só.

Novamente deparou com o “Mestre” em seus aposentos. O misterioso ser afirmou tê-lo submetido a uma prova, por sinal, vencida com muita segurança. Se tivesse aceitado à proposta de manter em sigilo aqueles ensinamentos, o Irmão Maior não mais teria voltado. Os Ensinamentos Rosacruzes deveriam ser condensados em um livro (“CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS”) e levados a público antes do encerramento da primeira década do século, isto é, até dezembro de 1909.

O primeiro bosquejo do livro foi feito no Templo, na Europa. Posteriormente, foi ampliado e enriquecido na atmosfera elétrica dos Estados Unidos, para onde Max Heindel voltou na primavera de 1908. O “Conceito” foi novamente revisado no verão de 1908 e completado em setembro do mesmo ano.

Logo em seguida iniciou-se a luta, renhida, diga-se de passagem, para editá-lo. Não se logrou êxito até o final do ano de 1909. Ao findar-se o outono de 1908, Max Heindel proferia conferências em Columbus, Ohio, fundando ali o primeiro Centro da Fraternidade. Dirigiu-se depois a Seattle e em agosto de 1909 organizou o primeiro Centro naquela cidade.

Em 10 de agosto de 1910, Max Heindel e Augusta contraíram matrimônio na cidade de Santa Ana, Califórnia. No dia seguinte ele encetou viagem a diversas cidades como Seattle, Portland e outras, com o intuito de realizar uma série de conferências. Durante essa viagem ele escreveu para a Sra. Augusta: “14 de agosto de 1910… Eu sempre lhe desejei falar sobre a orientação espiritual dos Irmãos Maiores. Devemos agir sempre segundo os ditames do nosso ‘Ser Interno’, até onde seja possível, independentemente dos conselhos dos demais, não importando quanto os admiremos e respeitemos. Somos responsáveis pelos nossos atos, ainda que outros nos induzam a praticá-los. Por isso temos de analisar os conselhos e sugestões recebidos para verificar se coincidem com nossa apreciação do reto e do justo. Uma noite você defendia o justo ainda que isso pudesse custar a sua felicidade. Eu não posso nem lhe contar como senti profundamente quando você me revelou. Esteja sempre firme em defesa da justiça e da retidão tal como as compreende, ainda que contra mim mesmo ou o Mestre quando encontrá-lo, ou contra as leis que você julga emanarem de Deus, porque o justo é o justo, não importa quem diga o contrário. É preferível cometer um erro por iniciativa própria do que por deferência a alguém. Temos de desenvolver a capacidade de manejar nossos veículos, mas, simultaneamente, devemos fazer o mesmo com nossa autoconfiança, guiando-a por meio do conhecimento do Eu Superior”.

“21 de agosto de 1910… O Mestre felicitou-me, dizendo ter esperança de algum dia poder recebê-la no Templo como uma filha e chamou-me de ‘filho’, coisa que não havia feito até então. Ademais eu o notei mais afetuoso do que nunca”.

“setembro de 1910… Senti-me feliz quando o Mestre anunciou esperar algum dia dar-lhe as boas-vindas como filha no Templo. Este é meu grande e sincero desejo: ver o dia em que juntos entraremos para receber a benção dos IRMÃOS”.

“12 de novembro de 1910… Meus amigos disseram às autoridades eclesiásticas que sou um verdadeiro e devoto cristão. Eu não teci comentários a respeito, mas sustento minhas palavras, fazendo referências sobre passagens bíblicas, coisa a que me habituei, ainda que em outras ocasiões eu o faça com maior frequência, porque nossos ensinamentos são cristãos por excelência”.

Algum tempo antes do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, Max Heindel regressou a Los Angeles, chegando em casa muito enfermo, pois sofria de uma debilidade cardíaca. Vivíamos em uma pequena moradia em Ocean Park, Califórnia, onde mesmo acamado escreveu sua carta aos Probacionistas. A Sra. Heindel imprimiu-a em uma antiga impressora manual, remetendo-a em envelopes personalizados. Isso aconteceu em dezembro de 1910. A elaboração das cartas aos Probacionistas prosseguiu à custa de ingentes esforços, ao longo dos doze meses subsequentes. Naquela época a Fraternidade foi denominada “ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE CRISTÃOS MÍSTICOS”, estabelecendo-se o lema: “UMA MENTE PURA, UM CORAÇÃO NOBRE E UM CORPO SÃO”.

Muitas vezes, tanto verbalmente como por escrito, Max Heindel referia-se a Sra. Augusta como “sua querida companheira na obra”. Consideravam-se insignificantes demais para executar uma tarefa de tamanha envergadura como a de difundir a Filosofia Rosacruz: “Nós temos orado muito, pedindo ajuda, contudo, quando olhamos para trás, constatamos quão benéficas tem sido as lições aprendidas em meio às lutas”.

“O que o ser humano aprende isso ele pode fazer. Eu e Augusta temos obtido conhecimento à custa de muito esforço. E outros que também estão trabalhando amorosa e tenazmente pelos mesmos ideais, ajudando e tratando de elevar a humanidade, também encontram uma ILUMINAÇÃO inaccessível àqueles que buscam somente vantagens materiais.”

Em 1911, Max Heindel e Augusta Foss Heindel adquiriram a área onde hoje encontra-se instalada a Sede Mundial e que ela chamava de “Mount Ecclesia”. Augusta vendeu propriedades e valores recebidos por herança e prazerosamente aplicou-os na ereção dos prédios de Mount Ecclesia.

Em janeiro de 1913, foram elaborados os estatutos conforme a lei, constituindo-se legalmente um órgão depositário das propriedades e administrador de Mount Ecclesia. Os estatutos foram registrados pelo Sr. e Sra. Heindel, os únicos conectados com a Fraternidade, e outros três desconhecidos, amigos do advogado contratado para tal fim.

Do livro “ENSINAMENTOS DE UM INICIADO”, no capítulo intitulado “Nosso Trabalho no Mundo”, extraímos o seguinte: “Quando adentramos ao Templo, bom espaço de tempo foi empregado em uma entrevista com meu Instrutor e nela foi delineado o trabalho da Fraternidade, tal como os Irmãos queriam que se levasse a cabo. A característica principal da ação era a de evitar até onde fosse possível uma organização excessivamente formal ou ao menos torná-la mais aberta, porque segundo as palavras de meu interlocutor, por boas que sejam as intenções, enquanto se institua cargos e consequente poder capaz de despertar a vaidade humana, a tentação surge muito atrativa para a maioria, anulando o nobre objetivo de fomentar a individualidade e autoconfiança a serviço de ideais superiores. As leis e regulamentos implicam limitações e por essa razão devem ser instituídas o menos que se puder. O Mestre ainda julgava possível permanecer a Fraternidade livre de toda a regulamentação,

Depois de 6 de janeiro de 1919, quando Max Heindel passou para o além, a Sra. Heindel, com o auxílio de alguns poucos e leais Probacionistas, continuou a dirigir todas as atividades esotéricas da Fraternidade Rosacruz sob a denominação de THE ROSICRUCIAN FELLOWSHIP, estabelecida por seu fundador em 1908.

Desafortunadamente, em 1943, alguns Probacionistas mal orientados, débeis ante a tentação do poder pessoal, fizeram menção de dominar e tomar em suas mãos os trabalhos esotéricos da Fraternidade, reivindicando todo o patrimônio em nome de sua organização temporal.

Os acontecimentos tomaram tal rumo a ponto de obrigar a Sra. Heindel, apoiada por um grupo de leais Probacionistas, a estruturar a entidade sob a égide das leis que protegem as igrejas e organizações religiosas no Estado da Califórnia. Isso tanto para assegurar o direito de todos como membros, como para usar as propriedades no serviço esotérico. Estabeleceu-se, então, uma forma democrática de governo eclesiástico.

Em nossa revista “ECOS” de 10 de outubro de 1913, destacamos o seguinte trecho da mensagem de M. Heindel: “Por nada, o Sr. e a Sra. Heindel devem ser colocados em um pedestal, pois não lhes compete tal lugar e nem alimentam pretensões dessa natureza. Todos têm a mesma oportunidade de servir e o serviço é o único caminho conducente à elevação. Não importa quão eficientes sejamos em servir, se nos vangloriamos de nossas obras, o único galardão será nossa efêmera glória pessoal. Não devemos reconhecer outra direção que a de Cristo, nem sequer a direção dos Irmãos Maiores, porque eles não determinam, mas aconselham como amigos. Devemos trabalhar incansavelmente para remover os blocos de pedra, obstrutores do caminho da humanidade. Isso pode ser feito da melhor maneira, seguindo a obra iniciada pelos Irmãos Maiores”.

No livro “ENSINAMENTOS DE UM INICIADO” lemos: “… e a Sra. Heindel está comigo nisto, como nos demais trabalhos”.

Na lição de julho de 1912, destacamos o seguinte trecho: “… mesmo com as facilidades atuais, não podemos fazer muito mais do que estamos fazendo no serviço de Cura. Eu e a Sra. Heindel temos somente quatro mãos e essas já se encontram ocupadíssimas. Uma poderosa plêiade de ajudantes espirituais nos fornece cobertura, todavia, somos o foco através do qual se dá o contato físico, e a verdadeira ajuda física constitui necessidade premente ao prosseguimento da obra”.

O futuro desta obra está em sua própria maneira de manter-se firme. E, somente pelos seus esforços e sacrifícios pessoais você poderá colaborar na consolidação da “ASSOCIAÇÃO DE CRISTÃOS MÍSTICOS”, a verdadeira Fraternidade Rosacruz. A força tremenda assim gerada levará nossos ensinamentos ao mundo inteiro.

Meu querido amigo e minha querida amiga: Agora você entenderá por que eu, sobrecarregada com tanta responsabilidade, necessito de assegurar-me por meio desta mensagem que depois de minha passagem, está grande obra cumprirá o destino previsto pelo Mestre, o Irmão Maior e Max Heindel.

Ponderei e concluí que a continuidade e a segurança de todas as atividades esotéricas devem ser confiadas somente aos Probacionistas e Discípulos que, eleitos pela Assembleia, possam efetuar o trabalho essencial na Sede Mundial e nos Centros localizados nas diferentes partes do mundo.

Para colaborar de acordo com sua eleição sob um sistema democrático, conduzindo o trabalho desta Sede, objetivando a divulgação desta Filosofia como tem sido feito até agora, tenho que designar desde este momento a Jorge Schwenk, Srta. Joyce Junsfor, Sra. Helena de Cash, Sr. Frank Bowman e o magistrado James R. Armstrong. Desejo que você continue a trabalhar leal e desinteressadamente com nossos representantes eleitos, os quais, ajudados por Deus, continuarão o trabalho da Fraternidade Rosacruz.

Desejo ansiosamente que todos os Estudantes Rosacruzes continuem seus estudos esotéricos e devocionais sob a orientação dos acima mencionados representantes, dos Probacionistas e que esses mesmos Estudantes possam, no devido tempo, tomar parte no trabalho e responsabilidade de difundir os Ensinamentos Rosacruzes.

AUGUSTA FOSS HEINDEL

Oceanside, 23 de janeiro de 1948

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1972-Fraternidade Rosacruz-SP)

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