A vocação e a saúde, como todos os outros assuntos, devem ser interpretadas a partir do horóscopo como um todo, mas há algumas regras gerais que devem ser aplicadas a fim de se ter uma primeira visão.
São elas:
Por outro lado sempre o assunto saúde é que determinará muito de o que realizaremos em uma vida.
Afinal, sabemos que já nascemos com os problemas de saúde que podemos ter latentes. Alguns já se manifestam, pois fazem parte da porção destino maduro que temos que aprender pela dor. Os demais, só aprenderemos pela dor se quisermos. Sabendo das tendências e de quais estão latentes temos a oportunidade de nos emendar antes, de não cair na tentação e de aprendermos a lição que nos reservar por amor. Até os de destino maduro podem ser atenuados se se voltarmos para o nosso desenvolvimento espiritual e utilizando a Astrologia Rosacruz buscar “conhecer a nós mesmos” e desenvolver o autocontrole.
Nesse assunto também temos as regras gerais:
Além delas, cada horóscopo tem as suas particularidades, especialmente quando estamos falando em horóscopo de crianças.
Max Heindel nos mostra muitos exemplos nesse livreto:
1. Para fazer download ou imprimir:
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Enid D’Arcy G.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Hiram W.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Mary G.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Ruby Eldean B.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Avolvi S.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Senhorita J. I. W.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Martha V.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Marie D.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Frank Glenwood C.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Anne E
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Donald A. T.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Virginia W.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Robert P. A.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Selma L. Norway
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Raymond Patrick P.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Oliver A. E.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Ramona B.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Mary Louise B.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Lillian M.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Harold Ernest T.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Hans B.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Gladys M. R.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Stephen Leonard K.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Roy S.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Thelver Barton H.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Leslie Warren G.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Gladyz B. P.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Gerneaux H.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Elsie L.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Elma K.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Dolores A.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Carl S.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Edmund K.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Manley H.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Russel Laverne P.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de David A. G. L.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Irene L. Susie
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Leslie Ralph W.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Carlos S. Jr.
Por um Estudante – Interpretações Astrológicas: Vocação e Saúde – Horóscopo de Viola E.
Em publicação…
Todos nós estamos percorrendo o “Ciclo de Vida e Morte”, vivendo parte do tempo no Mundo visível (Região Química do Mundo Físico) e parte nos Mundos invisíveis (Região Etérica do Mundo Físico, Mundo do Desejo e Mundo do Pensamento).
Ouvimos, muitas vezes, alguém dizer após ouvir esta doutrina pela primeira vez: “Oh! Mas eu não quero voltar”. Tal protesto parte só do cansado e extenuado Corpo Denso como consequência de uma vida árdua. Contudo, tão logo as experiências desta vida tenham sido assimiladas nos céus, a Lei de Consequência ou a Lei de Causa e Efeito e o desejo de novos conhecimentos atraem o Ego de volta à Terra, do mesmo modo que um ímã atrai uma agulha. Então, o Ego começa outra vez a contemplar seu renascimento.
Aqui, novamente a Lei de Consequência é o fator determinante: o novo nascimento está condicionado pelas nossas vidas passadas. Tendo vivido muitas vidas, é evidente que tenhamos conhecido muitas e diferentes pessoas, ligando-nos a elas nas mais variadas relações, afetando-as para o bem ou para o mal ou sendo assim por elas afetados. Causas foram então geradas entre elas e nós, e assim muitas dívidas – impossíveis de serem logo liquidadas por um ou outro motivo – ficaram pendentes.
1. Para fazer download ou imprimir:
2. Para estudar no próprio site:
Nosso Trabalho para Renascer Aqui mais uma vez
Por um Estudante
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Editado e Revisado
pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
_______________________
Aprendemos nos Ensinamentos Rosacruzes que todos nós estamos inseridos no Ciclo de Nascimentos e Mortes durante esse Esquema de Evolução, pelo menos durante esse momento evolutivo, entorno do ponto chamado Nadir da Materialidade.
E esse Ciclo é que nos leva a: morte aqui, no Mundo visível, então nascimento lá, nos Mundos invisíveis; assim como: morte lá, nos Mundos invisíveis, nascimento aqui no Mundo visível.
Assim, da mesma forma que temos uma “Ciência do Nascimento” aqui, deveríamos ter uma “Ciência da Morte” aqui.
Nesse livreto, vamos ver um Ciclo completo que cada um de nós fazemos, saibamos ou não. Que isso nos ajude a aprender com os mínimos detalhes, a fim de que possamos compreender cada fase e, assim, aproveitar para vivenciá-la transformando cada evento em um alimento para a nossa Alma, o que resultará no Crescimento Anímico de cada um de nós.
Aprendemos, também, que aqueles que seguem a Cristo e alcançam, por mérito e prática dos Ensinamentos Cristão, o mais elevado objetivo proposto se libertam do ciclo de nascimentos mortais aqui; eles estão livres do Ciclo de Nascimentos e Mortes. “Não saem mais”.
Isso significa que tais seres humanos não tem mais lições a aprender aqui, as “dívidas do destino” estão pagas e todos os vínculos terrestres deles são desfeitos. Tais seres humanos são conhecidos como Seres Compassivos, os Irmãos Maiores da Onda de Vida humana que não mais necessitam de lições terrestres.
Eles estão livres para passar para uma existência gloriosa. Entretanto, esses grandes Seres podem retornar, por livre vontade, e em obediência ao preceito de que aquele que ama deve servir melhor, frequentemente eles desistem dessas oportunidades bem-aventuradas daquele plano divino, para servir os seres humanos menos evoluídos que estão, ainda, lutando nas labutas com seus próprios destinos maduros. Humildade, obediência e serviço são as notas chaves de suas vidas.
Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil
Tudo que agora vivemos, todo ambiente em nosso redor, todas as pessoas que nos cercam, todas as nossas idiossincrasias, boa parte de tudo que nos acontece foi previamente escolhido e construído antes de habitarmos esses Corpos atuais. Antes, mesmo, de construir esses Corpos!
Tudo começa no Segundo Céu, que se encontra na Região do Pensamento Concreto – ou Região Concreta do Mundo do Pensamento, a Região do Mundo do Pensamento onde existem os Arquétipos, ou modelos viventes – de tudo aquilo que existe no nosso Planeta Terra.
Mas o que é um Arquétipo? É o produto do trabalho de uma classe de seres compostos de inteligências de graus muito diferentes. Esses seres se chamam Forças Arquetípicas. E o seu lar é a quarta divisão da Região do Pensamento Concreto no Mundo do Pensamento. Tal Arquétipo é um molde oco vibratório que emite um som harmonioso. Esse som atrai e modela a matéria.
Podemos ter uma ligeira ideia se fizermos a seguinte experiência: tomemos uma placa de vidro. Coloquemos um pouco de areia em cima dessa placa. Passemos um arco de violino na borda dessa placa de vidro. As vibrações formam figuras geométricas que se formam quando o som muda.
Portanto, um Arquétipo não é um modelo de uma forma física que vemos em torno de nós. Ele é que modela a forma a sua própria imagem. E dá a essa forma um tom, sua nota-chave, que vibra sempre, enquanto o Arquétipo existir. Quando essa nota-chave cessa de vibrar, o Arquétipo deixa de existir e a forma morre. Portanto, todas as formas que agora aqui existem foram criadas primeiro o Arquétipo. E, se essas formas ainda existem é porque o Arquétipo vibra, cada um com a nota-chave própria e exclusiva de cada forma.
De tudo que falamos, se deduz, logicamente, que o material que é formado no Segundo Céu é mental. E, como o Mundo Mental – ou Mundo do Pensamento – compenetra todo nosso Planeta desde o centro até além da atmosfera, estendendo no espaço do Mundo Físico e do Mundo do Desejo, o Segundo Céu também o faz.
Com isso, os Egos que nele se encontram podem nos visitar. Entretanto, as condições e pensamentos gerados por nós aqui obstruem o trabalho deles e, também, a evolução deles, por isso tais Egos preferem ficar na região externa do Segundo Céu, onde as egoístas correntes mentais geradas por nós não os atingem, devido a qualidade inferior de matéria mental que são formados.
Todos nós passamos pelo Segundo Céu. Isso ocorre após morrermos aqui. Antes de chegarmos lá, já descartamos o Corpo Denso da presente vida, o Corpo Vital e, também, o atual Corpo de Desejos.
Portanto, entramos no Segundo Céu apenas com os Átomos-sementes do Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos, que formarão a base, ou o núcleo, dos nossos próximos Corpos nas nossas próximas vidas aqui. Ainda possuímos a Mente, da última vida finda aqui.
E é com esse veículo – a Mente – que funcionamos no Segundo Céu. Neste ponto, iniciamos nossa atividade criadora. Ela será tão criadora quanto foram nossas aspirações mentais durante a última existência aqui na Terra. E não poderia ser de outra forma.
Estamos destinados a nos transformar em Inteligências Criadoras. Somos filhos de Deus, criador de tudo que existe, Deus do nosso Sistema Solar.
Então, temos que nos tornar especialistas em construções mentais, também. Do mesmo modo que os Anjos são especialistas em matéria Etérica e os Arcanjos em matéria de Desejos. Portanto: criamos esses Arquétipos no Segundo Céu e experimentamos sua eficiência durante a nossa existência terrestre, aqui na Região Química do Mundo Físico.
Desde que deixamos o Mundo dos Espíritos Virginais – antes do início do Período de Saturno – para iniciarmos o processo de construção de veículos para a nossa expressão como Ego, o Segundo Céu tornou-se nosso verdadeiro lar. Aqui permanecemos durante séculos!
Vejamos, agora, o que produzimos lá: a matéria que utilizamos para executar o nosso trabalho no Segundo Céu é o som, assim como a matéria química é o instrumento que utilizamos enquanto renascidos aqui na Terra. Mas o som do Segundo Céu não é como o som disponível aqui quando renascidos. O som do Segundo Céu possui frequência – ou vibrações por segundo – muito acima do que estamos acostumados. E essa vibração harmoniosa e sonora nos ajuda na mais intensa e importante atividade, preparando-nos para a nossa próxima vida.
E lembram-se, daquela classe de seres compostos de inteligência de graus muito diferentes e que se chamam Forças Arquetípicas?
Então, quando estamos no Segundo Céu, fazemos parte dessas Forças Arquetípicas. E não deveria ser de outra forma já que estamos destinados a nos converter em uma grande Inteligência Criadora, em algum tempo futuro, e se não houvesse ambiente onde pudéssemos, gradualmente, aprender a criar, não seria possível nos adiantarmos, porque nada na Natureza – que é Deus em manifestação – é feito repentinamente.
Tais Inteligências Criadoras dirigem os Arquétipos, ou os modelos vivos de tudo que existe no nosso Planeta Terra: os continentes, as ilhas, a fauna, a flora, as terras, o clima, o ar, os Éteres e, ainda: os desejos, os sentimentos e as emoções.
Enquanto os Arquétipos não são modificados, também não há modificação aqui no Planeta Terra, que é reflexo do Mundo do Pensamento. Assim, preparamos o nosso próximo ambiente, as condições terrestres para a nossa existência física, o próximo passo no caminho do progresso, ou seja: modificamos e transformamos o Planeta Terra.
Mas essa realização ocorre obedecendo o grau de aspirações e uso de materiais mentais que empregamos em nossa última vida objetiva na Terra. Sob a Lei de Causa e Efeito, que observamos em todos os Reinos, colhemos na nossa existência nos Mundos Superiores – como por exemplo, no Segundo Céu exatamente o que semeamos aqui no Planeta Terra e vice-versa.
Se somos ativos durante a nossa existência objetiva, se trabalhamos para melhorar o ambiente e as condições que vivemos, construímos, nesse Segundo Céu, uma terra melhor, fértil, cheia de recursos onde poderemos obter maiores frutos com menor trabalho.
Se, ao contrário, perdemos o nosso tempo durante essa existência, passando os nossos dias sonhando ou discutindo condições metafísicas, descuidando das nossas condições materiais, continuaremos isso no Segundo Céu e, consequentemente, negligenciando nosso trabalho para o futuro, construiremos uma terra árida e estéril, difícil de se sobreviver.
Assim, como aprendemos quando estudamos o livro Conceito Rosacruz do Cosmos: “O mundo é exatamente o que nós próprios, individual e coletivamente temos feito e, será tal qual o fizermos”. Assim crescemos lenta, mas persistentemente e, avançamos continuamente.
Além de aprendermos a alterar o nosso Planeta Terra, também nos ocupamos em aprender a construir um Corpo que tenha os melhores meios de expressão. Não só os nossos próximos Corpos, mas também os dos outros. Portanto, o que chamamos de mortos são realmente os que nos ajudam a viver aqui na Terra. E, assim, aprendemos conscientemente a construir: o nosso Corpo Denso, o nosso Corpo Vital, o nosso Corpo de Desejos e a nossa Mente, bem como todos os outros Corpos dos outros. Obviamente que no Segundo Céu construiremos o Arquétipo de cada um desses Corpos pois, lá, lidamos somente com a matéria mental.
Cada Arquétipo de cada Corpo tem uma “nota-chave”, um som característico que o distingue de qualquer outro, que cria e mantém o Arquétipo e, consequentemente, o Corpo. É o seu tom. Assim, todas as formas em torno de nós são figuras cristalizadas dos sons produzidos pelas forças dos Arquétipos do Segundo Céu. Quando essa “nota-chave” cessa, o Corpo morre, a força desaparece.
Agora, podemos entender o porquê: “ninguém pode habitar um corpo mais eficiente do que aquele que é capaz de construir”. E isso porque construímos todos os nossos Corpos sobre os nossos Átomos-sementes que nos dá a base para essa construção.
Além disso nada melhor para avaliar uma ferramenta senão utilizando-a! Desta maneira, utilizando os Corpos que construímos percebemos os defeitos e aprendemos a corrigi-los.
Depois de termos assimilado tudo que podíamos da vida passada; depois de termos alterado a aparência do Planeta Terra a fim de nos proporcionar o ambiente necessário para a próxima existência terrena; depois de termos aprendido, pelo trabalho nos corpos dos outros a construir cada um dos nossos Corpos apropriados à nossa manifestação objetiva aqui no Mundo Físico, estamos quase prontos a entrar no Terceiro Céu em nosso trabalho para renascer mais uma vez aqui!
Depois de termos assimilado tudo que podíamos da vida passada; depois de termos alterado os Arquétipos que constituirão a aparência futura do Planeta Terra, a fim de nos proporcionar o ambiente necessário para a próxima existência terrena; depois de termos aprendido, pelo trabalho nos Corpos dos outros, a construir um Corpo apropriado à nossa manifestação aqui no Mundo Físico, estamos quase preparados para entrar no Terceiro Céu.
O Terceiro Céu se situa na Região Abstrata do Mundo do Pensamento – ou Região do Pensamento Abstrato. Essa Região é o local mais elevado que atingimos a cada Ciclo de Vida e Morte, no nosso atual estado de desenvolvimento, ou seja: aqui é o local que trabalhamos com a matéria mais sutil que somos capazes de lidar, no nosso presente estágio de desenvolvimento nesse Esquema de Evolução.
E que matéria que é esta? Matéria Mental Abstrata. Nessa Região é que surgem as nossas Ideias.
Tais Ideias são apenas pensamentos embrionários. Concebidas por uma Mente sã, se tornam pensamentos racionais e servem de base a todo o progresso material, moral e mental. Nesta Região, a Verdade não está obscurecida pela Matéria; ela é evidente por si mesma.
Daqui mergulhamos novamente para Mundos de Matérias mais densas.
Entramos no Terceiro Céu após abandonarmos os Corpos: Denso ao morrer; o Vital, logo em seguida; o de Desejos ao deixarmos o Purgatório e o Primeiro Céu; e, por último, a Mente ao deixarmos o Segundo Céu e entrarmos no Terceiro Céu.
Basicamente nosso trabalho no Terceiro Céu se resume a duas etapas bem definidas:
Entramos no Terceiro Céu sem nenhum dos nossos veículos. Destes, só possuímos seus Átomos-sementes. Em outras palavras, subsistimos em um estado isento de nossa Personalidade (o “eu inferior”) e permanecemos em estado de Espírito puro.
Permanecemos por algum tempo neste Terceiro Céu, que é um verdadeiro reservatório espiritual de força. Aqui fortificamo-nos para o próximo renascimento nessa vida física. Infelizmente para a maioria de nós tudo isso não é tão consciente. E, como não estamos conscientes não conseguimos trazer, na próxima existência, as lições que aprendemos lá aplicando-as no nosso dia a dia. E por quê? Porque a maioria de nós não consegue pensar abstratamente e, portanto, carece de consciência no Terceiro Céu.
O modo pelo qual podemos melhor aproveitar a passagem no Terceiro Céu, e assim potencializar a aplicação das lições que lá aprendemos, durante a existência aqui na Terra, é pela dedicação de nosso tempo e esforço a pensamentos abstratos que não se relacionam com tempo ou espaço.
Pensar no “Amor”, logo o associamos a alguém. Pensar na “Verdade”, logo a associamos a alguma coisa que conhecemos.
Técnicas que podemos utilizar enquanto renascidos aqui para desenvolver o pensamento abstrato (alimentando, assim, a nossa Mente abstrata, ao invés de utilizar somente a Mente concreta): estudar nosso Esquema de Evolução; estudar Astrologia Rosacruz; ouvir músicas de cunho elevado (exemplo: clássica ou erudita) e/ou estudar Matemática.
Muitos dizem que a Matemática é árida, sem emoção. Não há sentimento quando se diz que dois mais dois são quatro. Não há emoção quando se diz que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos em um triângulo retângulo. E é nisso que está o seu valor!
Porque quando nos elevamos acima dos sentimentos, nossos “pré-conceitos” limitantes ficam para trás, e a Verdade se revela imediatamente.
Ou seja: a Verdade é evidente por si mesma e não há nenhum sentimento envolvido no assunto. Este é o motivo pelo qual Pitágoras exigia que seus discípulos estudassem matemática para entrarem em contato com os ensinamentos ocultos. Pois ele sabia o efeito edificante da matemática para elevar as Mentes acima da esfera das emoções que os teria sujeitado a percepções ilusórias, quando fossem conduzidos a Região do Pensamento Abstrato.
Como a maioria de nós ainda não alcançou o estágio de progredir por meio de linhas lógicas, práticas e sequenciais, capazes de examinar e distinguir a verdade sem prevenção, o Terceiro Céu acaba por ser um lugar de espera e de pouca produção para o aprimoramento do Ego.
Lá ficamos inconscientes – como durante o nosso sono – até a oportunidade de um novo nascimento nesse Mundo Físico.
Entretanto, aqueles que buscam aqui, durante a atual existência física, meios de aplicar as suas ideias para melhoria de vida nesse Mundo – os inventores – trazem do Terceiro Céu as ideias originais para a aplicação na próxima existência.
Já aqueles que, durante essa existência se ocuparam em descobrir como melhor utilizar seus talentos a serviço de quem precisa, amorosa e desinteressadamente – os filantropos – obtêm uma visão mais clara de como realizar seus sonhos utópicos na próxima existência.
Como estamos:
– no Terceiro Céu sem nenhum véu que nos obscurece de ver o verdadeiro propósito dessa existência física;
– lá certos de quanto erramos e o que fazer para corrigirmos;
– lá “ansiosos” para ressarcir os prejuízos que causamos aos nossos irmãos e ao plano traçado pelo nosso Deus Pai;
– conscientemente envergonhados de si mesmo recebendo a ajuda de tantos seres ao nosso redor insistimos aqui em sermos egoístas, ignorantes, hipócritas e negligentes e nasce de dentro do nosso íntimo um desejo sincero e honesto de:
-voltar de renascer nesse Mundo Físico;
-obter novas experiências;
– mostrar a nossa gratidão a todos esses seres e ao nosso Pai de que realmente aprendemos as lições que assimilamos no Purgatório e no Primeiro Céu, que aprendemos no Segundo Céu e, quem sabe, que aspiramos no Terceiro Céu.
E é aí que surge, novamente, seres de incomensurável sabedoria, conhecidos como os Anjos do Destino ou Anjos Relatores ou Anjos Arquivadores ou, ainda, Senhores do Destino que nos ajudam nessa tarefa de escolher o que queremos fazer nessa nova existência. Estamos nos aprontando para voltar!
Depois de termos:
-Assimilado tudo que podíamos dos aspectos morais relacionados a vida passada, durante a nossa estada no Purgatório e Primeiro Céu;
-Trabalhado sobre os Arquétipos que alterarão a aparência do Planeta Terra a fim de nos proporcionar o ambiente necessário para a próxima existência terrena;
-Aprendido, pelo trabalho nos Corpos dos outros a construir um Corpo apropriado à nossa manifestação aqui no Mundo Físico durante a nossa estada no Segundo Céu.
-Depois de estarmos no Terceiro Céu sem nenhum véu que nos obscurece de ver o verdadeiro propósito dessa existência física. E, com isso, estamos certos de quanto erramos e o que fazer para corrigirmos. Estarmos lá ansiosos para ressarcir os prejuízos que causamos aos nossos irmãos e ao plano traçado pelo nosso Deus Pai. Estarmos conscientemente envergonhados de, mesmo recebendo a ajuda de tantos seres, insistirmos aqui em sermos: egoístas, ignorantes, hipócritas e negligentes, nasce de dentro do nosso íntimo a Vontade sincera e honesta de renascer; de obter novas experiências de mostrar a nossa gratidão a todos esses seres e ao nosso Pai de que realmente aprendemos as lições que assimilamos no Purgatório e no Primeiro Céu que aprendemos no Segundo Céu e, quem sabe, que aspiramos no Terceiro Céu.
É neste ponto que surge, novamente, seres de incomensurável sabedoria, conhecidos como: os Anjos do Destino ou os Anjos Relatores, ou os Senhores do Destino ou os Anjos Arquivadores que nos ajudam nessa tarefa de escolher o que queremos fazer nessa nova existência.
Tais Seres estão acima de todo erro que, no nosso atual estágio de desenvolvimento, podemos cometer e nos dão exatamente o que necessitamos para o nosso desenvolvimento.
E como se dá esta escolha? Lembrem-se, no Terceiro Céu estamos:
-Sem nenhum véu que nos obscurece de ver o verdadeiro propósito dessa existência física;
-Certos de quanto erramos e o que fazer para corrigirmos;
-Ansiosos para ressarcir os prejuízos que causamos aos nossos irmãos e ao plano traçado pelo nosso Deus;
-Conscientemente envergonhados de, mesmo recebendo a ajuda de tantos seres, insistimos aqui com o nosso egoísmo, ignorância, hipocrisia e negligência;
-Ansiosos para desenvolver as potencialidades latentes que herdamos de nosso Pai, para sermos mais úteis e efetivos no Plano Divino.
Portanto a vontade que nasce de dentro do nosso íntimo sincero e honesto de voltar a renascer nesse Mundo Físico só pode estar impregnada de fortes sentimentos de obter novas experiências, de mostrar a nossa gratidão a todos esses seres e ao nosso Pai de que realmente aprendemos as lições assimiladas nesses Mundos Superiores.
É por estes motivos que escolhemos “melhor vida” para ser vivida no novo renascimento. E agora? O conceito de “melhor vida” neste contexto (do ponto de vista espiritual) é muito diferente do conceito de melhor vida aqui?
Digamos que, para muitos, tais conceitos são diametralmente opostos. Com a nossa própria decisão de querer aprender mais e colaborar mais fica mais fácil escolher a próxima vida.
Afinal, já tivemos por aqui renascidos no Mundo Físico inúmeras vezes. Construímos relações; fortalecemos laços; afrouxamos outros; fugimos de algumas relações; outras completamos totalmente, através do amor, aliás, único modo de se realizar uma relação.
Enfim, temos uma teia completa e complexa de relações para escolher como nosso próximo renascimento.
Com a nossa vontade e, portanto, respeitando nosso livre arbítrio, os Anjos do Destino elaboram vários Panoramas de Vida, onde constam os principais acontecimentos que teremos que passar durante o próximo renascimento.
Mostram-nos as causas principais que poremos em movimento, desde o nascimento até a morte. Note que o Panorama de Vida nos é mostrado no sentido inverso aquele mostrado quando morremos. Por quê? Porque aqui o objetivo é nos mostrar como determinadas causas geram certos efeitos.
Com isso fechamos completamente nossa aprendizagem da Lei de Causa e Efeito: quando morremos e passamos pelo Purgatório e Primeiro Céu, o Panorama de Vida nos é apresentado desde o momento da morte até o nosso nascimento: como cada efeito foi gerado por uma determinada causa, posta em movimento por nós. Já quando estamos prestes a renascer, partindo do Terceiro Céu, o Panorama de Vida nos é apresentado desde o momento do nosso próximo nascimento até a nossa próxima morte: como cada causa, posta em movimento por nós, gera um determinado efeito.
Observe: somente as causas e acontecimentos principais, em termos de conceitos e linhas gerais nos são apresentados. Ou seja: os detalhes ou modos de expressão ocorrem por nossa conta. Ou seja, podemos colocar novas causas em movimento!
Nesse clima tão maravilhoso não é difícil olharmos o nosso Destino Maduro e querermos ser provados nele, a fim de “pagar a dívida”. Não é difícil vermos uma causa complicada ser nos apresentada e nós com grande disposição para enfrentá-la, para gerar efeitos construtivos e mostrar nossa aprendizagem.
Obviamente, que os Anjos do Destino nos orientam e nos aconselhando a escolher, comentando a nossa escolha. Mas, no final, a decisão é nossa.
Esse Panorama de Vida mostra qual a parte das nossas dívidas passadas liquidaremos e o que aprenderemos.
Estamos quase prontos para mergulhar, mais uma vez, nos Mundos inferiores e renascer aqui, com um novo Corpo Denso, um novo Corpo Vital, um novo Corpo de Desejos e uma nova Mente.
O que temos para construí-los? O Átomo-semente de cada um deles. E o que contém o Átomo-semente de cada um deles? A quintessência de tudo que aprendemos utilizando esses nossos veículos, desde quando obtivemos esses Átomos-sementes das Hierarquias Criadoras no Período de Saturno, no Período Solar, no Período Lunar e na Época Atlante do nosso atual Período Terrestre até a nossa última existência.
Vejam, então, que temos material de sobra para construir veículos que contemplem as necessidades e as características que precisaremos para essa existência recém-escolhida.
Outra coisa a se notar é que somente os nossos veículos são novos. Então, pode surgir a pergunta: e a Alma? Nascemos com Almas novas? Já que os Corpos são novos e as Almas são a quintessência do trabalho do Espírito sobre os Corpos, então as Almas não são novas. Não criamos novas Almas só porque os Corpos são novos. Lembrando que durante a nossa existência terrestre e até o descarte de cada Corpo nos Mundos superiores, após a nossa morte, nós, Egos (Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado como um Tríplice Espírito), trabalhamos sobre e no nosso Tríplice Corpo (Denso, Vital e de Desejos), através do nosso veículo Mente. Esse trabalho traz à existência a Tríplice Alma que é o produto espiritualizado dos Corpos. Assim:
– A Alma Consciente é o produto do trabalho do Espírito Divino sobre o Corpo Denso;
– A Alma Intelectual é o produto do trabalho do Espírito de Vida sobre o Corpo Vital;
– E a Alma Emocional é o produto do trabalho do Espírito Humano sobre o Corpo de Desejos.
Ou seja, cada Alma aumenta a consciência, o poder e a eficiência do Espírito no trabalho nesses Mundos Físicos, de Desejo e do Pensamento. Portanto, a Alma é a mesma. Representa o controle que nós, o Ego, teremos sobre nossos novos Corpos: quão eficientemente utilizaremos o nosso Corpo de Desejos; quanto poder teremos sobre o nosso Corpo Vital e quão consciente estaremos no nosso Corpo Denso.
Uma vez revisto isso, estamos prontos para renascer, mais uma vez, aqui!
Depois de:
1-Assimilarmos tudo que podíamos da vida passada, durante a nossa estada no Purgatório e Primeiro Céu.
2-Alterarmos a aparência arquetípica do Planeta Terra a fim de nos proporcionar o ambiente necessário para a próxima existência terrena e aprendermos, pelo trabalho nos Corpos dos outros, a construir Corpos para funcionarmos nos Mundos: Físico, do Desejo e do Pensamento, durante a nossa estada no Segundo Céu.
3-Permanecermos no Terceiro Céu sem nenhum véu que nos obscurece a certeza do verdadeiro propósito da existência física.
4-E, lá no Terceiro Céu, compreendermos quanto erramos e o que fazer para corrigirmos e para evoluirmos mais em direção à nossa meta real: “tornarmos perfeitos, como perfeito é o nosso criador, Deus.” (Mt 5:48).
5-E, ainda, depois de nascer em nosso íntimo uma vontade sincera e honesta de voltar a renascer nesse Mundo Físico; de obter novas experiências; de fazer algo novo, original, criativo como colaborador consciente no Plano de nosso Deus Pai.
6-Depois de contarmos com a ajuda de grandes Seres de incomensurável Sabedoria, conhecidos, na Religião Cristã, como os Anjos do Destino ou os Anjos Relatores, ou os Senhores do Destino ou os Anjos Arquivadores, que trabalham arduamente para que cada um de nós tenha a maior quantidade de experiências possíveis.
E que por terem esta função, nos ajudam a escolher o melhor Panorama de Vida para a nova existência terrestre, existência esta que nos proporcione duas coisas, a saber:
a- sermos testados nas lições que aprendemos;
b- adquirirmos maiores experiências nas nossas relações interpessoais;
7-Depois de escolhermos o sexo que nasceremos; pela Lei das Alternações, que diz que em uma vida física viemos como ser masculino e na próxima como ser feminino (isso para termos a experiência dos dois polos sexuais, durante o tempo em que o Sol transita, por Precessão dos Equinócios, num determinado Signo Zodiacal); ou modificando essa lei em virtude de circunstâncias específicas e individuais para cumprir a próxima vida que escolhemos.
Pela utilização das duas Leis Cósmicas, quais sejam: qualquer ser só pode funcionar em um Mundo se tiver um veículo composto de material desse Mundo; e “semelhante atrai semelhante” e, através delas, partirmos para construir os veículos.
8-Depois de mergulharmos no Mundo do Pensamento e construirmos uma nova Mente, pronta para fazer parte do conjunto dos 3 Corpos e um veículo necessários para essa nova peregrinação. Uma Mente que sintetiza tudo que aprendemos até aqui de como lidar com a matéria mental e mais uma expressão individual original, não determinada pelas ações passadas e que nos garante a nossa Epigênese; aquela capacidade típica de um Espírito Virginal e inaugurar uma coisa completamente nova e não uma simples escolha entre dois cursos de ação. E, que, portanto, torna a nossa Mente com aquele algo a mais e a composição do passado.
9-Depois de mergulharmos no Mundo do Desejo e construirmos um novo Corpo de Desejos. Um Corpo de Desejos que reúne tudo que aprendemos até aqui de como lidar com a matéria de desejos e mais uma expressão individual original, não determinada pelas ações passadas e que nos garante a nossa Epigênese em termos de sentimentos, emoções e desejos originais, nada tendo a ver com o passado. E, que, portanto, torna o nosso Corpo de Desejos com aquele algo a mais da composição do passado.
E então, estamos no seguinte ponto de constituição: nós, um Ego (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado) com os veículos Espírito Humano, Espírito de Vida, Espírito Divino, Mente e com o Corpo de Desejos. Sendo que os últimos, a Mente e o Corpo de Desejos, ainda não assumiram sua forma final.
Ainda estão sob uma forma semelhante ao de um sino com duas camadas, aberto embaixo e tendo em sua cúspide o Átomo-semente da Mente pelo lado externo; e o Átomo-semente do Corpo de Desejos pelo lado interno.
A composição de cada um desses dois veículos recém confeccionados: a Mente e o Corpo de Desejos são de materiais existentes até a última existência material, menos o mal expurgado no Purgatório mais a quintessência do bem praticado assimilado no Primeiro Céu.
10-Continuando na nossa jornada de preparação para um novo aparecimento nesse Mundo Físico partimos para a confecção de um novo Corpo Vital. Entretanto, devido ao nível de organização do nosso Corpo Vital, comparado com o da Mente e do Corpo de Desejos, o processo não é tão simples como foi a confecção desses dois.
A aquisição do material obedece ao mesmo princípio: atração e semelhança, mas a construção e organização dos materiais dentro do Corpo Vital é muito diferente.
Uma vez deixada a Região mais inferior do Mundo do Desejo, a Região das Paixões e Desejos Inferiores, mergulhamos na subdivisão mais elevada da Região Etérica do Mundo Físico, conhecida como a sétima Região, ou Região do Éter Refletor. As forças do Átomo-semente do Corpo Vital entram em ação atraindo todo o material que tenha afinidade.
O nosso Corpo Vital é construído pelos Anjos do Destino, pelos habitantes que estão no Segundo Céu e pelos Espíritos Elementais. É esse Corpo Vital, modelado pelos Anjos do Destino, que dará a forma ao nosso Corpo Denso. Ou seja: o nosso Corpo Denso é átomo a átomo cópia do nosso Corpo Vital. Obviamente, formado por Sólidos, Líquidos e Gases (materiais da Região Química do Mundo Físico), enquanto o Corpo Vital é formado pelos Éteres (materiais da Região Etérica do Mundo Físico).
O que nós agregamos de novo no nosso Corpo Vital, já que ele é construído por outros seres, lembrando a regra de formação de novos Corpos: “composto dos materiais existentes até a última existência material, menos o mal expurgado no Purgatório mais a quintessência do bem praticado assimilado no Primeiro Céu”. E mais uma expressão individual original, não determinada pelas ações passadas e que nos garante a nossa Epigênese em termos a capacidade de lidar com a matéria Etérica, nada tendo a ver com o passado. E, que, portanto, torna o nosso Corpo Vital com aquele algo a mais da composição do passado.
De uma parte da matéria etérica atraída pelo Ego, os Anjos do Destino fazem uma matriz ou modelo etérico que servirá como molde para o novo Corpo Denso e depositam tal modelo no útero materno.
Nesse mesmo momento, os Anjos do Destino depositam na cabeça triangular de um dos espermatozoides do sémen paterno o Átomo-semente do Corpo Denso. Somente esse espermatozoide possibilita a fertilização. Sem a presença desses dois fatores nenhuma união sexual produzirá resultados.
Lembremos que o nosso sexo já está determinado quando escolhemos a nossa próxima existência. Assim, se escolhemos vir como sexo feminino essa matriz etérica colocada no útero materno é feita unicamente de átomos etéricos positivos. Esses átomos etéricos positivos atrairão, infalivelmente, átomos físicos negativos e o Corpo Denso torna-se feminino. Agora, se escolhemos vir como sexo masculino a matriz colocada no útero materno é composta de átomos etéricos negativos e, assim, atrairá átomos físicos positivos, resultando em um Corpo Denso masculino.
Assim que o Corpo Vital é depositado, nós, envolto no nosso Corpo de Desejos, nossa Mente (ambos ainda em forma de sino), Espírito Humano, Espírito de Vida e Espírito Divino ficamos orbitando em volta da nossa futura próxima mãe terrestre.
Essa nossa futura mãe terrestre, através do seu Corpo de Desejos, trabalha sozinha na construção do nosso próximo Corpo Denso nos primeiros dezoito a vinte e um dias após a fertilização. Após esse período entramos no corpo materno.
O NASCIMENTO DE UM NOVO CORPO DENSO (FÍSICO)
Se iniciamos mais uma volta na roda de nascimentos e mortes com a fase de desencarnação, então passamos pelas fases onde:
1-Assimilamos tudo que podíamos da vida passada durante a nossa estada no Purgatório e Primeiro Céu.
2-Alteramos a aparência arquetípica do Planeta Terra a fim de nos proporcionar o ambiente necessário para a próxima existência terrena e aprendemos, pelo trabalho nos Corpos dos outros, a construir Corpos para funcionarmos nos Mundos: Físico, do Desejo e do Pensamento, durante a nossa estada no Segundo Céu.
3-Permanecemos no Terceiro Céu, sem nenhum véu que nos obscurecesse de ver o verdadeiro propósito dessa existência física.
4-E, é lá no Terceiro Céu que compreendemos quanto erramos e o que fazer para corrigirmos e para evoluirmos mais em direção à nossa meta real: “tornarmos perfeitos, como perfeito é o nosso criador, Deus” (Mt 5:48).
Até aqui, utilizando da Força centrífuga de Repulsão, nos livramos do nosso Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e do nosso veículo Mente. Depois nasceu de dentro do nosso íntimo uma vontade sincera e honesta de voltar a renascer nesse Mundo Físico, de obter novas experiências, utilizando a Força centrípeta de Atração.
Foi então que contamos com a ajuda de Grandes Seres de incomensurável Sabedoria, conhecidos, na Religião Cristã, como os Anjos do Destino, que trabalham arduamente para que cada um de nós tenha a maior quantidade de experiências possíveis.
E que por terem esta função, nos ajudam a escolher o melhor tipo para a nova existência terrestre, existência esta que nos proporcione duas coisas, a saber:
1ª-sermos testados nas lições que aprendemos
2ª-adquirirmos maiores experiências nas nossas relações interpessoais
Até aqui podemos ter passado, se considerarmos o tempo terrestre, até 1000 anos nessa nossa existência celestial, tempo este que é o que geralmente ocorre. Podendo até ser abreviado em algumas centenas de anos, se já tivermos evoluído bastante, aprendido rapidamente, e com isso já termos condições de trabalhar nos Mundos invisíveis não precisando passar tanto tempo nos Mundos celestes, afinal o baluarte da nossa evolução é aqui, na Região Química do Mundo Físico!
Depois escolhemos o sexo que nasceremos, utilizando a Lei das Alternâncias, uma vez no sexo masculino, outra vez no sexo feminino, ou modificando essa Lei em virtude de circunstâncias específicas.
E, assim, utilizando duas das Leis Cósmicas:
– “qualquer ser só pode funcionar em um Mundo se tiver um veículo composto de material desse Mundo” e
-a Lei de Atração, popularmente conhecida como “Semelhante atrai semelhante”
Utilizando essas duas Leis Cósmicas partirmos para construir os novos veículos que utilizaremos na próxima existência aqui na Terra.
Mergulhamos no Mundo do Pensamento e construímos uma nova Mente. Mergulhamos no Mundo do Desejo e construímos um novo Corpo de Desejos. Mergulhamos na Região Etérica do Mundo Físico e partimos para a confecção de um novo Corpo Vital que, devido ao seu alto nível de organização, comparado com o do nosso Corpo de Desejos e com a Mente, tem um processo mais complexo de construção: a aquisição do material é igual ao do Corpo de Desejos e da Mente, ou seja, através da: atração e semelhança, mas a construção e organização de tais materiais são de um modo muito diferente.
E que se processa assim: as forças do Átomo-semente do Corpo Vital entram em ação atraindo todo o material que haja afinidade. Mas somente os materiais dos dois Éteres inferiores: Éter Químico e o Éter de Vida.
Lembrem-se: os materiais dos Éteres superiores: Luminoso e Refletor são atraídos pelas forças que compõe o nosso próximo principal Corpo, “o Dourado Vestido de Bodas”, o Corpo-Alma. Forças essas que são compostas pela quintessência de todo o nosso serviço amoroso e desinteressado para com nossos irmãos e nossas irmãs.
Assim, é esse Corpo Vital, modelado pelos Anjos do Destino, que dará a forma ao nosso Corpo Denso, átomo por átomo!
Com a parte da matéria etérica atraída por nós, os Anjos do Destino fazem essa matriz e a depositam no útero materno.
Nesse mesmo momento, os Anjos do Destino depositam na cabeça triangular de um dos espermatozoides do sêmen paterno o Átomo-semente do Corpo Denso. Sem a presença desses dois fatores nenhuma união sexual produz resultado.
Então, envolto nos nossos veículos, ficamos orbitando em volta da nossa futura próxima mãe. Ela, por meio de seu Corpo de Desejos, trabalha sozinha, na construção do nosso próximo Corpo Denso entre os primeiros dezoito e vinte e um dias após a fertilização. Ela controla nosso Corpo Denso por meio das moléculas nucleadas que compõem o nosso sangue.
Após esse período entramos no útero do Corpo Denso materno. Daqui para frente vamos dissolvendo os núcleos das moléculas do nosso sangue de forma a assumir o controle do nosso incipiente Corpo Denso.
A Mente e o Corpo de Desejos se juntam sobre a cabeça do Corpo Vital. O nosso novo Corpo de Desejos assume a sua forma de ovoide envolvendo o nosso novo Corpo Vital e o nosso, ainda disforme, Corpo Denso. A nossa Mente toma a sua forma de nuvem envolvendo onde ficará a cabeça e o pescoço do nosso futuro Corpo Denso.
Esses Corpos reúnem tudo que aprendemos até aqui, de como lidar com a matéria mental, de desejos, etérica e física e mais uma expressão individual original, não determinada pelas ações passadas e, que nos garante a nossa Epigênese em termos de ideias, pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras, atos, obras e ações originais, nada tendo a ver com o passado. E, que, portanto, tornam os nossos Corpos com aquele algo mais da composição do passado.
E assim, cá estamos, nós, Espírito Virginal envolto nos seguintes veículos:
1-o veículo Espírito Divino
2-o veículo Espírito de Vida
3-o veículo Espírito Humano
4-o veículo uma nova Mente
5-o novo Corpo de Desejos
6-o novo Corpo Vital
7-o novo Corpo Denso
E tudo isso acrescido da quintessência de todo serviço amoroso e desinteressado prestado aos nossos irmãos e as nossas irmãs (onde esquecemos os defeitos deles e focamos exclusivamente na Divina Essência de cada um, que é a base da Fraternidade) em nossas peregrinações passadas e, que formam a base para continuarmos a construir o Corpo-Alma.
Encarcerado, mais uma vez, na casa-prisão do Corpo Denso. O Átomo-semente do Corpo Denso é colocado no ápice situado no ventrículo esquerdo do coração. E nele contendo todos os registros dos ciclos de nossas existências anteriores, desde o princípio de tudo.
O Átomo-semente do Corpo Vital é colocado na posição relativa no Corpo Denso conhecida como Plexo Celíaco, Plexo Solar ou, popularmente, “boca do estômago”.
Já o Átomo-semente do Corpo de Desejos é colocado na posição relativa no Corpo Denso onde está o lóbulo superior do fígado e está também o grande vórtice do Corpo de Desejos.
E o Átomo-semente da Mente é colocado na posição relativa no Corpo Denso onde está o seio frontal (meio da testa).
Esses Átomos-sementes estão conectados através de um Cordão, conhecido como Cordão Prateado e que nasce em cada nosso novo renascimento aqui no Mundo Físico.
Esse Cordão é Tríplice em formação e conexão: uma parte desse Cordão nasce composta de Éter Químico e de Éter de Vida e conecta o Átomo-semente do Corpo Vital ao Átomo-semente do Corpo Denso. Uma outra parte desse Cordão nasce composto de material de Desejos e conecta o Átomo-semente do Corpo de Desejos ao Átomo-semente do Corpo Vital. E aí se dá o despertar do feto.
Aqui a última molécula de sangue nucleada (com núcleo) se desintegra e definitivamente assumimos o controle do nosso Corpo Denso. Essa posse é a nossa expressão mais elevada e sagrada do nosso direito, respeitada e resguardada por todas as forças do bem. O Ego, nós (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana), é o amo do seu veículo!
Nesse importante momento, contemplamos o Panorama da Vida que temos pela frente, mas somente os eventos principais (mormente, relacionados com os eventos principais das vidas anteriores onde, nelas não aprendemos as lições que devíamos ter aprendido).
Lembrem-se que esse Panorama da Vida foi impresso naquela matriz do Corpo Vital pelos Anjos do Destino.
Esse Panorama da Vida nos é apresentado na ordem direta, ou seja: primeiro as causas e depois os efeitos. De modo a entendermos por que cada causa, que iremos colocar em movimento, determina sempre o mesmo efeito.
Nós o observamos através do polo negativo do Éter Refletor do nosso Corpo Vital. Entretanto, envolto que estamos em todos os nossos Corpos não conseguimos visualizar o objetivo real dessa existência física, com aquela mesma clareza que visualizamos no Terceiro Céu, quando escolhemos o tipo ou molde dessa nova existência física, com todas as circunstâncias, situações necessárias para liquidar com as causas maduras de aprendizagem. Então, pode acontecer, que quando visualizamos uma vida muita dura, penosa, com muitas provas, demais para poder resistir, nos assustamos, nos apavoramos e tentamos escapar. Porém, nesse ponto, os Anjos do Destino que já fizeram as conexões necessárias entre o Corpo Vital e os centros sensoriais do cérebro no feto e, portanto, o nosso esforço para fugir do renascimento é frustrado. Mas, ao forçarmos impulsionado pela fuga, podemos desequilibrar a conexão entre os centros sensoriais etéricos e físicos resultando daí que o Corpo Vital e o Corpo Denso não fiquem concêntricos podendo fazer com que a cabeça do Corpo Vital se sobressaia para cima da cabeça do Corpo Denso. Com isso podemos estar impossibilitados de utilizar nosso Corpo Denso e ficar conectados a um Corpo Denso sem a Mente que não se pode utilizar. Assim, tal renascimento será praticamente inútil. Nasce um idiota congênito.
Depois de rever o Panorama da Vida partimos para, definitivamente, focarmos nesse Mundo Físico. Ainda como embrião, a nossa Glândula Pineal se sobressai através do cérebro e o nosso Corpo Pituitário forma uma abertura em direção a nossa boca conectando-se, também com a cavidade espinhal.
Através dessa cavidade estamos com um íntimo contato com os Mundos superiores enquanto o Corpo Denso vai se tornando mais endurecido. Então, outras aberturas do Corpo Denso vão se fechando. Aos poucos a cavidade que existe no lugar do umbigo vai se fechando, desviando a corrente fetal que passava por ele, para os centros de percepção espiritual na cabeça o sangue é impulsionado ao pulmão através dos ventrículos do coração e ali é refletido o Mundo Físico. Esses centros são obstruídos e então, a visão espiritual é diminuída e a consciência gradualmente é enfocada no Mundo Físico.
Então, a redução do fornecimento de sangue, quando se corta a conexão com a mãe no parto, cortando o cordão umbilical, serve para emparedar-nos mais ainda em nossa nova prisão terrestre.
Assim, nasce o novo Corpo Denso.
À primeira inspiração de ar aos nossos pulmões, damos início a mais um renascimento. Mas e os outros Corpos? Também estão prontos? Não. Apenas as forças que atuam pelos polos negativos de alguns desses Corpos já se pronunciam.
…Em publicação
“O lema Rosacruz ‘Mente sã, Coração nobre, Corpo sadio‘ implica na coordenação harmoniosa de Mente, Alma e Corpo, num todo equilibrado e de tal maneira que pensamentos puros, amor fraternal e boa saúde se conjuguem para fazer a vida uma contínua aventura de alegres esperanças e aspirações, para viver dentro dos mais elevados padrões de moralidade.”
A saúde é uma qualidade de vida que eleva, inspira e impele o Estudante Rosacruz na direção do esforço e da realização. Para desenvolvermos esse equilíbrio, esses três fatores básicos devem tornar-se parte de nossa vida diária: pensamento reto, ação reta e alimento correto.
1. Para fazer download ou imprimir:
Cuidando da Nutrição do Nosso Corpo Denso como se deve – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz
2. Para estudar no próprio site:
Cuidando da Nutrição do Nosso Corpo Denso como se deve
Por um Estudante
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Elaborado, Compilado e Revisado
pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
Se, começando pelo veículo denso, examinarmos os meios físicos para melhorá-lo e convertê-lo no melhor instrumento possível do espírito e, depois, estudarmos os meios espirituais conducentes ao mesmo fim, os demais veículos ficarão incluídos nesse estudo. Esse é o método que seguiremos.
Começaremos então revendo os nossos veículos. Atualmente temos o Corpo Denso, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente –esses corpos estão todos interligados.
O Corpo Denso é central, o Corpo Vital fica alguns centímetros em torno do Corpo Denso, nosso Corpo de Desejos tem o formato de um ovoide – também circunda o Corpo Denso e o Corpo Vital – e o veículo Mental circunda nossa cabeça.
Quando estamos prestes a nascer aqui, novamente, o embrião que inicia a vida pré-natal se apresenta primeiro apenas como um pequeno glóbulo flácido composto de albumina (a clara do ovo). Então, ocorre uma mudança: várias partículas de substâncias mais sólidas começam a aparecer no interior desse glóbulo, as quais gradualmente crescem em tamanho e densidade até se tocarem umas às outras. Nos pontos de contato, formam-se “juntas”, e, pouco a pouco, aparece o esqueleto. Simultaneamente, a matéria informe se torna mais organizada e então surge o “feto” – uma criança dentro de um útero. Os diferentes pontos de contato convertem-se no decorrer do desenvolvimento em articulações ou juntas até formar-se gradualmente uma estrutura sólida: o esqueleto.
Resumindo: durante a formação dessa estrutura, a matéria gelatinosa que o rodeia acumula-se e muda muito a forma, desenvolvendo por último, um organismo conhecido pelo nome de feto. Esse cresce cada vez mais, torna-se firme e organizado, até que chega o nascimento.
Lembrando que a Fase embrionária começa com a fertilização e dura oito semanas. A fase fetal é da décima semana da gravidez (contando do começo da última menstruação) até o parto. E uma transição rápida e complexa acontece no parto: de um feto dependente para um neonato independente: o bebê.
Notem que o tempo entre a menstruação e a fecundação normalmente é de duas semanas – então se anteriormente foi dito que a fase embrionária dura oito semanas e que a fase fetal começa em torno de dez semanas contando do começo da última menstruação estamos considerando o mesmo tempo.
O crescimento continua e o nascimento revela a criança com um corpinho tenro, apesar de imensamente mais denso e sólido do que o embrião. A infância, a adolescência e depois a juventude vão aumentando a solidificação até que por fim o apogeu do endurecimento é alcançado na velhice, culminando na morte.
Como estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos: “Cada uma dessas fases da vida humana é caracterizada por um crescente grau de enrijecimento e solidificação do Corpo Denso. A carne e os ossos, os tendões e ligamentos, todas as partes, tornam-se mais rígidas e inflexíveis. Os fluidos tornam-se mais espessos. As articulações já não são bem lubrificadas pelo fluido sinovial que está muito espesso para fluir e, por isso, ficam rígidas e passam a ranger. O sangue, que na infância e juventude corria facilmente pelas artérias, veias e diminutos vasos capilares – e que nos primeiros anos eram elásticos como tubos de borracha –, flui lentamente e se estagna, bloqueado pelas artérias enrijecidas e estreitadas da velhice. Em consequência, o Corpo Denso se encurva, a carne emurchece por falta de nutrição, os cabelos caem e, por fim, o exausto coração não mais consegue bombear o sangue. Então, o Corpo Denso morre. O percurso todo, do berço ao túmulo, é um processo ininterrupto de solidificação, e a infância, a adolescência, a juventude, a maturidade e a velhice nada mais são do que etapas desse caminho. A única diferença entre o corpo jovem e o corpo velho é que o primeiro é tenro e elástico, enquanto o segundo é rígido e inflexível.”
A causa dessa ossificação ou solidificação, do ponto de vista físico, e na opinião dos químicos é unânime: é principalmente um crescente depósito de fosfato de cálcio (substância dos ossos), de carbonato de cálcio (giz comum), de sulfato de cálcio (gesso), ocasionalmente, de um pouco de magnésio e de uma quantidade insignificante de outras matérias terrosas.
Essa solidificação lenta do Corpo Denso pode ser controlada, ou pelo menos minimizada, a ponto de se poder prolongar os dias da juventude, desde que aprendamos a minimizar esse processo de endurecimento e, também, a viver sensatamente, aproveitando melhor todo o tempo que nos foi dado nesta existência, o que infelizmente poucos o fazem.
CAPÍTULO 1 – a relação da saúde com os quatro veículos
Utilizando os conhecimentos que aprendemos na Fraternidade Rosacruz vamos ver como devemos cuidar do nosso Corpo Denso, como podemos melhorá-lo e, ainda, como convertê-lo no melhor instrumento para o Espírito, já que o baluarte da evolução é aqui, renascido na Região Química do Mundo Físico.
Nosso Corpo Denso é uma máquina maravilhosa e possui várias funções, sendo uma delas a nutrição.
Faz-se necessário que conheçamos bem nosso Corpo Denso, pois ele é uma estrutura linda, bem formada hoje e, também, bem complexa, que nos permite realizar importantes atividades, como pensar, ver, ouvir, falar, andar, correr, sentir cheiros, comer.
Tudo isso graças às várias células, tecidos, órgãos e sistemas que integram o corpo humano.
Então vemos quão importante é cuidarmos desse Corpo.
Ao estudarmos os meios espirituais que conduzem ao mesmo fim, os demais veículos ficarão também incluídos neste estudo.
Recapitulando, aprendemos que somos um ser complexo que possuimos:
1) Um Corpo Denso, que é o instrumento visível (aos nossos olhos físicos) que ele usa nesse mundo para aprender as lições que devemos quando estamos aqui renascidos; é o Corpo que muita gente pensa como ser o ser humano.
2) Um Corpo Vital, que é feito de Éter e permeia o Corpo Denso como o Éter permeia todas as outras formas, exceto que os seres humanos especializam uma quantidade maior do Éter universal do que outras formas. Esse corpo etéreo é nosso instrumento para especializar a energia vital do Sol. Estende-se além do Corpo Denso.
3) Um Corpo de Desejos, que é nossa natureza emocional. Esse veículo mais sutil permeia o Corpo Denso e o Corpo Vital. É visto pela visão clarividente estender-se além do nosso Corpo Denso e do Corpo Vital, que está localizado no centro dessa nuvem ovóide, assim como a gema está no centro do ovo.
4) A Mente, que é um espelho, refletindo o Mundo exterior (a Região Química do Mundo Físico) e capacitando o Ego (a nós, um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado) a transmitir seus comandos como pensamento e palavra, também para compelir a ação. Nós somos o Tríplice Espírito que usamos esses veículos para acumular experiência na escola da vida.
Trabalhando bem sobre o Corpo Denso, automaticamente o Corpo Vital, Corpo de Desejos também serão influenciados, serão afetados, daí efetuarmos um bom trabalho sobre ele.
O Corpo Denso é o nosso veículo mais antigo, o mais desenvolvido e o mais perto da perfeição já produzido pela Onda de Vida humana.
Devemos, portanto, dar muita atenção a ele, no quesito higiene e alimentação.
Afinal, pelo lema Rosacruz, “Uma Mente sã, um Coração nobre, um Corpo são”, vemos que há a necessidade da coordenação harmoniosa entre Mente, Coração e Corpo em um todo equilibrado, de modo que a mentalidade sã, o amor fraterno e a boa saúde se combinem para tornar possível viver uma vida aqui em plenitude, aprendendo tudo que precisamos aprender e que escolhemos no Terceiro Céu.
Dentre as inúmeras definições de saúde temos como uma condição que torna possível uma maior alegria de viver e o maior trabalho construtivo, e que se manifesta no melhor serviço amoroso e desinteressado ao irmão e à irmã ao nosso redor. Nesse sentido, a saúde envolve manter os nossos três Corpos e a Mente nos níveis mais elevados, vivendo no melhor de nós mesmos e não se contentar com a mera ausência de doença ou enfermidade.
A maior parte dos alimentos que ingerimos, precisam ser constituídos por alimentos que cresçam ao Sol, pois claro, contém mais força solar, são alimentos mais puros com partículas que estão envolvidas por muito Éter Planetário, onde a matéria de desejos também é mais pura.
Consumindo alimentos puros, também com uma parte espiritual bem cultivada, claro, os efeitos sobre o Corpo Vital e de Desejos serão grandes.
O nosso Corpo Denso vem sendo aprimorado desde o longínquo Período de Saturno, quando o recebemos ainda em germe, através de uma Hierarquia Criadora denominada “Senhores da Chama”.
Tornou-se, então, o mais sutil instrumento do Espírito.
Lá atrás, nos primórdios da nossa evolução sobre a Terra, a constituição do nosso Corpo Denso era bem diferente da atual. As condições do ambiente lhe davam configuração e sensibilidade peculiar.
À medida que as Épocas se sucediam, esse importante veículo se aperfeiçoava ganhando novas e dinâmicas faculdades.
Para se chegar às condições atuais, nosso veículo denso teve de passar por muitas transformações. É uma máquina, porém maravilhosa!!!
Mantê-lo em bom estado constitui o dever elementar de todo Estudante Rosacruz, Aspirante à Vida Superior.
Sempre afirmamos que nosso Corpo Denso é o “Templo do Espírito”, portanto, está aí mais um grande motivo para cuidarmos bem dele.
Faz-se então necessário conhecermos bem nossa constituição física e, também, de acordo com a atividade profissional que exerçamos, ou mesmo para quem não tem atividades profissionais fora de casa, para assim fazermos uma dieta que contenha as espécies de alimentos com a menor quantidade de substâncias destrutivas ao nosso Corpo Denso.
O Estudante Rosacruz deve estudar a anatomia e a fisiologia do Corpo Denso, a fim de saber como lidar com o seu Corpo Denso. Afinal, o Corpo Denso de cada pessoa tem as suas deficiências (muito bem detalhadas e apontadas quando, utilizando a Astrologia Rosacruz, nós mesmos levantamos o nosso horóscopo).
Sabemos que dentre os alimentos sólidos, os vegetais frescos e as frutas maduras contêm a maior proporção de substâncias nutritivas e a menor quantidade de substâncias terrosas. Mas isso detalharemos um pouco mais à frente.
O que seria então substância terrosa? São substâncias não metálicas, insolúveis em água e não alteradas pelo aquecimento.
Vamos detalhar um pouquinho os vegetais, tão importantes para o nosso organismo. Temos vegetais folhosos verdes: são ricos em vitaminas A, C e K e, também, fibras; têm ação antioxidante – evitam o envelhecimento precoce; ajudam a prevenir certos tipos de câncer; ajudam a manter a saúde dos olhos, ossos e de todo o nosso sistema nervoso. Encontramos, por exemplo, na couve, no espinafre, na beldroega, bertalha e mostarda.
Também há os vegetais amarelos: a abóbora e a cenoura, por exemplo. As abóboras são ricas em carotenoides, pigmentos com propriedades fotoprotetoras que protegem a pele contra os raios ultravioleta do sol, ajudando a prevenir o câncer de pele. Já as cenouras são excelente fonte de carotenoides, potássio, fibras e antioxidante. Elas são ricas em sais minerais como ferro e cálcio, vitaminas A, C, E e K, também do complexo B e tem poucas calorias. Elas ajudam na saúde dos olhos, da pele e até do cérebro, além de ter influência positiva no colesterol. Controla a glicemia. Favorece a perda de peso.
Um vegetal a destacar importantíssimo para nosso organismo é a beterraba. É uma raiz rica em vitamina C, betalaína, carotenoides e flavonoides, antioxidantes que combatem o excesso de radicais livres no organismo, prevenindo os danos às células saudáveis. Ela possui onze benefícios principais: diminui a pressão arterial, melhora o rendimento durante os treinos, fortalece o sistema imunológico, previne e ajuda a combater a anemia, mantém a saúde dos músculos, protege o sistema nervos, previne o envelhecimento precoce, controla o colesterol e protege o coração, ajuda a prevenir câncer de mama, bexiga, fígado e cólon, mantém a saúde dos olhos e previne catarata, previne problemas no fígado e nos pulmões. Pode consumi-la crua, cozida, em sucos, vitaminas, etc.
Temos também frutas, que são consideradas vegetais, como por exemplo: laranja, manga e mamão.
Como sabemos as frutas são sempre uma dieta ideal, claro que sempre com avaliação de profissionais, ninguém vive só de frutas, mas elas fazem muito bem à saúde.
As árvores produzem as frutas para nos induzirem e aos animais a comê-las, os animais ajudam para que mais e mais sementes se espalhem.
Já as flores das árvores além de lindas, atraem as abelhas, onde depois teremos seu maravilhoso alimento que é o mel.
Alguns benefícios do mel: possui propriedades terapêuticas, que trazem vários benefícios à saúde, já que é rico em antioxidantes, sendo capaz de proteger as células do envelhecimento e regular os níveis de triglicerídeos e colesterol, diminuindo o risco de acúmulo de gordura nas artérias e o desenvolvimento de doenças cardíacas. Ele ajuda a diminuir a pressão sanguínea, além de conter propriedades antimicrobianas, combatendo infecções causadas por fungos, vírus e bactérias. Alivia a dor de garganta, tosse e asma. Eficaz em casos de gripes e resfriados. Aumenta as defesas do corpo. Melhora a saúde do coração. Melhora a saúde gastrointestinal. Trata hemorroidas. substituído integralmente pelo açúcar, há estudos que dizem ajudar na memória e ansiedade. É um adoçante natural, porém calórico, deve ser usado com moderação, ou a pessoa poderá ter ganho de peso, além de desregular os níveis de açúcar no sangue. Há restrições para: diabéticos, alérgicos, crianças até um ano de idade, pessoas com intolerância à frutose (um componente do mel) e pessoas com síndrome do intestino irritável. Na dúvida, procure algum profissional da área de nutrição.
Quanto às frutas frescas, essas contêm água pura e muito boa, capaz de penetrar no nosso organismo, no nosso Corpo Denso, de uma maneira maravilhosa.
Hoje temos uma diversidade muito grande de frutas, para todos os gostos e todos os bolsos. Se não gostamos de comer frutas, tomemos então suco de frutas; não é o ideal, pois descartamos o bagaço onde há muitos bons ingredientes além da fibra, mas é melhor do que não consumir frutas.
Um dos sucos muito importantes é o suco integral de uvas: é um dissolvente excelente, admirável! Esse suco purifica e estimula o sangue, abrindo caminho aos capilares secos e endurecidos (desde que esse endurecimento não esteja grande). Um tratamento à base de suco de uvas sem fermentar, torna fortes, vigorosas e cheias de vida, as pessoas de olhos cansados, pálidas e de constituição pobre, ou seja, pessoas mirradinhas, que precisam de cuidados, precisam de orientação médica.
Cada fruta apresenta características que atuam na prevenção de doenças e manutenção da saúde.
São alimentos que possuem nutrientes e substâncias que contribuem para uma boa saúde.
Vamos detalhar um pouquinho cada uma das principais frutas:
O abacate possui vitamina A, B, C, D e E, proteínas, cálcio, magnésio, fósforo, ferro e potássio.
Já o abacaxi é rico em vitamina C, auxilia na perda de peso e alívio das dores musculares.
O açaí é um alimento altamente energético, rico em cálcio, sais minerais, fósforo e ferro.
A acerola contém vitamina C, auxilia no combate às doenças respiratórias.
A amora contém vitaminas A C e K e possui propriedades anti-inflamatórias. Contribui no combate a anemia e envelhecimento.
A banana ocupa o primeiro lugar das frutas mais consumidas no Brasil; no mundo só perde para a laranja. É rica em potássio, um mineral importante para todas as células, que regula os batimentos cardíacos e garante o funcionamento dos músculos e nervos do corpo todo, inclusive do coração. É rica em fibras, contribuindo para a saciedade, também tem vitaminas A e C. Setenta por cento dela é composta por água. traz energia para o corpo e reduz câimbras. É benéfica para o sistema digestivo; melhora o sono; auxilia o bom humor; ajuda nas funções cerebrais; faz bem para a visão. É rica em vitaminas e minerais que auxiliam o sistema imunológico. Sabemos que com a banana ainda verde também podemos usá-la na culinária. Hoje o coração da bananeira pode ser usado na culinária e em artesanato.
O caju é rico em vitamina C, cinco vezes mais que a laranja, também sais minerais como zinco e ferro. Combate infecções e inflamações. Ajuda a controlar a pressão arterial e o colesterol. Fortalece o sistema imunológico, sangue e ossos.
O caqui contém vitaminas A, B1, B2 e E, além de cálcio, ferro e proteínas. Existem no Brasil quatro tipos de caquis: Fuyu, Rama forte, Taubaté e Giombo.
O coco é rico em gorduras boas, sais minerais e fibras. Para quem não gosta de beber água, beba água de coco.
O figo possui alto índice açúcar, potássio, cálcio e fósforo. Também é rico em fibras. Auxilia na redução do colesterol. Combate infecções respiratórias e inflamações.
A goiaba é rica em vitaminas C, A e E e quase todas do complexo B, além de minerais (em menor quantidade).
A jabuticaba é rica em vitaminas do complexo B. Com as cascas se faz chás que auxiliam na redução de inflamações e envelhecimento da pele.
O kiwi é rico em fibras e vitaminas. Alimento importante contra o câncer e proteção do DNA.
A laranja é rica em vitamina C e ácido cítrico. Fortalece o sistema imunológico, reduz o colesterol e protege o coração.
O limão é fonte de vitamina C e minerais. Melhora a digestão. Fortalece o sistema imunológico. Ajuda a manter o peso. Evita o envelhecimento precoce.
A maçã possui vitaminas: A, B1, B2, C e K, além de ferro e fósforo. Auxilia na prevenção de doenças. Tem substâncias e nutrientes que auxiliam o sistema imunológico.
O mamão é rico em vitaminas C e E, minerais, cálcio, fósforo e ferro. Combate a constipação intestinal. Melhora a aparência da pele.
A manga possui quantidade significativa de açúcar. Possui vitaminas e minerais. Combate a anemia devido sua alta concentração de ferro.
O maracujá tem poder calmante. Contém vitamina A e C e do complexo B, além de ferro, sódio, cálcio e fósforo.
A melancia é rica em água. É muito refrescante. Possui açúcar, cálcio, fósforo e ferro. Apresenta capacidade antioxidante e anti-inflamatória.
O melão é rico em água. Possui quantidade significativa de cálcio, fósforo e ferro. É rico em vitaminas A e C. Auxilia na produção de colágeno e previne o envelhecimento.
O morango é rico em vitaminas A, C, E, B5 e B6, além de cálcio, potássio, ferro, selênio e magnésio. Fortalece o sistema imunológico e processos de cicatrização.
A pera é rica em sódio, potássio, magnésio e cálcio. Contribui para o funcionamento do sistema imunológico.
O pêssego possui minerais como fósforo, magnésio, manganês, cobre, iodo e ferro. Vitaminas A, C e do complexo B. É rico em antioxidantes.
A pitanga ajuda a melhorar a prisão de ventre, perder peso e controlar a diabetes.
As uvas temos as verdes (mais famosa as uvas Itália). Possui vitamina C e do complexo B. Rica em ferro, cálcio e potássio. Possui efeito antioxidante, anti-inflamatório e atua na prevenção de câncer. E quanto mais escuras, maior a quantidade de antioxidantes. Contém resveratrol, um composto que controla o nível do LDL, o colesterol ruim, e favorece o HDL, o bom colesterol, sendo assim reduz o risco de aterosclerose, que é o acúmulo de gorduras nas artérias, e protege o coração de doenças. Combate os radicais livres do organismo. Contém vitaminas A, C, E e K e minerais como cálcio, magnésio, fósforo e potássio. Combate Infecções. Ajuda a controlar o açúcar no sangue. Melhora a saúde dos olhos. Retarda o envelhecimento. Diminui a prisão de ventre.
Existem no mundo mais de 400.000 espécies de vegetais, mas mais ou menos 300.000 são comestíveis, dentre elas temos as verduras e legumes como: mostarda verde, dente de leão, alfaces (da terra, romana, manteiga e americana), rabanetes, agrião, acelga, couve, espinafre e rúcula.
Se pudermos fazer uso de alimentos orgânicos, muito melhor para nossa saúde. Lembrem-se sempre: é muito melhor gastar mais em alimentos orgânicos do que em medicamentos devido aos efeitos de se comer alimentos contaminados por pesticidas e fertilizantes (só para ficar nesses dois itens nocivos já comprovados).
Os alimentos orgânicos são cultivados de maneira sustentável, não utilizam agrotóxicos, nem adubos químicos, aditivos sintéticos, antibióticos, fertilizantes, hormônios, nem técnicas de engenharia alimentar, ou seja, estão isentos de produtos químicos, de insumos artificiais. Seu cultivo respeita as Leis da Natureza; priorizam técnicas ecológicas mais justas para o ser humano e para o meio ambiente; preservam o solo e os lençóis freáticos; usam métodos naturais para enriquecer o solo (adubação verde e orgânica); reduz, portanto, o impacto do aquecimento global no mundo; priorizam a saúde do ser humano.
Afinal, temos órgãos muito importantes que precisam estar em perfeito funcionamento: pele; pulmões; pâncreas; rins; estômago; intestino; coração e todos os outros.
Vamos agora nos ater às vitaminas e sua grande importância no nosso organismo. Nos seres humanos existem 13 vitaminas.
Precisamos, de cada uma, apenas uma pequena quantidade para que o nosso Corpo Denso funcione bem.
Vamos a alguns exemplos:
Vitamina A: Mantém saudáveis as mucosas; cobertura interna do corpo que recobre alguns órgãos como: nariz, garganta, boca, olhos e estômago. Grande defensora contra doenças, em especial as infecciosas. Estudos recentes vêm mostrando que a vitamina A age como antioxidante; ou seja, combate os radicais livres, que aceleram o envelhecimento. Só não devemos consumir em excesso.
Vitamina B: Ajuda na produção de glóbulos vermelhos, responsáveis por fortalecer o sistema imunológico. Concede suporte para a formação de hemoglobina. Faz bem à saúde dos olhos, pele, cabelos, intestino e sistema nervoso. Encontramos: Espinafre, feijão branco, aspargos, verduras de folhas escuras, soja e derivados, laranja, melão, maçã, brócolis, gema de ovo, germe de trigo, amendoim, beterraba crua, ervilhas, nozes, uvas, batatas, mangas, sementes de abóboras, de gergelim e de girassol, melancia, iogurte e abacate, aveia em flocos, cogumelos, avelãs, bananas, farinha de trigo integral, quiabo cozido, feijão preto, brócolis, macarrão e arroz branco, cereais integrais, aspargos. A falta dessa vitamina pode causar palidez, falta de ar, câimbras, inflamação na bocam, nariz, virilha, conjuntivite, sensibilidade à luz, inflamação na língua. Também causa: cansaço excessivo, inchaço nas pernas e pés, formigamento nas pernas, anemia, feridas na pele, canto da boca e dos lábios, alergias, prisão de ventre, gases, sonolência e falta de atenção. Veganos e vegetarianos devem dar atenção à falta de vitamina B12. Podemos obtê-la na alga nori (maior absorção no nosso Corpo), em ovos, queijos tipo camembert e emmental e leite, com taxas de menor absorção. Às vezes é bom complementar com multivitamínicos. Daí consultar um profissional da área de saúde ou nutricionistas. A Vitamina B é dividida em complexos: B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9 e B12.
Vitamina C: Mais conhecida como ácido ascórbico. Exerce uma importante função no nosso organismo. Tem ação antioxidante, combate a formação de radicais livres, ajuda as células do organismo a crescerem e permanecerem sadias, em especial os ossos, dentes, gengivas e vasos sanguíneos. Combate infecções, atua na absorção do ferro, produção de colágeno, reduz o nível de triglicérides e de colesterol, fortalece o sistema imunológico, age contra o entupimento das artérias, aumenta a energia e disposição, favorece a regeneração dos tecidos musculares, auxilia na saúde da pele, cabelos, ossos e cartilagens, ajuda o corpo a lidar com processos inflamatórios causados por doenças e infecções, auxilia no raciocínio e no bem-estar, evita problemas de visão e melhora o humor. Encontramos: laranjas, cajus, limão, goiabas, Kiwi, acerolas, brócolis, couve manteiga, pimentão, repolho, folhas de legumes, cenouras, aipo, feijão verde, batata doce, tomates e cebolas cruas. É hidrossolúvel e não fica estocada no organismo. A falta dessa vitamina nas pessoas pode causar gripes, resfriados, escorbuto, onde provoca inchaço, inflamação nas gengivas, hemorroidas, feridas dificilmente de cicatrizar e ter as articulações fragilizadas. Em excesso pode causar cálculos renais, em algumas pessoas!
Vitamina D: Auxilia a nutrição, e o depósito de minerais nos ossos e nos dentes. É antirraquítica. As principais fontes são: gemas de ovos, natas, manteigas, folhas de legumes e banhos de Sol.
Vitamina E: Ajuda na reprodução e lactação. As fontes principais são: trigo integral, germe de trigo, farinha de aveia, milho amarelo, folhas de legumes e azeite.
Vitamina K: Encontramos, principalmente, em: hortaliças, como os brócolis ou espinafre, óleos vegetais e cereais.
Outra coisa muito importante para o nosso corpo é o mineral ferro. Previne anemia, funciona também como combustível para que a hemoglobina, célula do corpo, transporte o oxigênio para todo o corpo. Realiza também funções básicas desde os batimentos cardíacos até o uso da memória, visão, entre outros. A falta de ferro no organismo pode afetar o desenvolvimento físico e intelectual da criança. Encontramos, principalmente em: soja, couve, sementes de abóbora e girassol, gema de ovo, feijão, leguminosas, nozes, espinafre, brócolis e chocolate amargo.
Aqui, muitos já podem ter pensado que muitos nutrientes desses são também encontrados na carne animal (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis, crustáceos, frutos do mar e afins). Sem dúvida, muitos nutrientes existem na carne animal. No entanto, como esse texto é escrito para um Aspirante à vida superior, um verdadeiro Estudante Rosacruz, que é sincero, que cumpre os seus deveres, já sabemos que ele deve abolir da sua alimentação qualquer alimento de origem animal, o que inclui a carne e quaisquer outras partes dos mamíferos, das aves, dos peixes, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins, pois há muitos meios de se fazer as devidas substituições, onde irá atender as necessidades orgânicas de cada indivíduo.
Também não utilizar nada de vestuário, de produtos de beleza ou higiene que tenha origem em partes e peças de origem animal. Graças à Deus, hoje temos muitas opções e a cada dia está crescendo mais e mais.
Também não participar e nem patrocinar eventos de entretenimento que tenham animais, mesmo que haja a desculpa: “mas não há violência nenhuma com eles”.
Afinal, já estudamos o suficiente para saber que uma dieta vegetariana é a mais adequada para a constituição do ser humano, em especial de quem é um Estudante Rosacruz.
Hoje temos um mercado enorme para quem é vegetariano, ótimos restaurantes, vendas on-line, ovos de galinhas criadas soltas nos terreiros, receitas à nossa disposição, gratuitas, etc.
Ninguém cresce espiritualmente comendo carne animal (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis, frutos do mar e afins) pelo menos, não em uma Escola de Mistérios Cristã, como é a Fraternidade Rosacruz.
Comer carne significa que algum animal, que é nosso irmão mais jovem ou nosso irmão menor, foi morto. Animal este que será um ser humano no Período de Júpiter, o próximo Período desse Esquema de Evolução, segundo já estudamos, através de Grandes Seres que ajudam na nossa evolução, que realmente os animais são nossos irmãos mais jovens, portanto, também estão evoluindo aqui no Mundo Físico.
Na internet temos vários exemplos de que quão terrível são as situações submetidas pelos nossos irmãos mais jovens. Faça uma pesquisa lá para você se atualizar e compreender, de fato, o que estamos aqui colocando.
Note a expressão triste e até com lágrimas. São cenas tristes aos nossos olhos.
Matar algum animal ou deixar que outros o façam para nos satisfazer, é coisa completamente fora de cogitação. Comer carne é muito pior do que se nós os matássemos, uma vez que permitiremos que outro irmão o faça, tornando esse irmão ou essa irmã cada vez mais brutalizado ou mais brutalizada.
Essa brutalidade pela matança de animais é de uma proporção tamanha, que a lei não permite que esse irmão que mata, faça parte de um júri, em qualquer julgamento.
É nossa obrigação ajudar toda Onda de Vida evoluinte, em especial os animais, a continuarem sua evolução, afinal também tivemos e temos recebido grande ajuda de Hierarquias Divinas, como os Anjos por exemplo que foram humanos no Período Lunar e hoje continuam a nos ajudar.
Como estudamos na Fraternidade Rosacruz, hoje temos quatro espécies animais que estão muito próximos de alcançar a individualização, ou seja, de alcançar o nível de consciência de vigília; são eles: os cachorros, os gatos, os cavalos e os elefantes. Estão entre os precursores da Onda de Vida animal.
Os animais têm: Corpo Denso que possibilita que funcionem na Região Química do Mundo Físico; Corpo Vital que possibilita que funcionem na Região Etérica do Mundo Físico; Corpo de Desejos que possibilita funcionarem no Mundo do Desejo e vemos, portanto, que a eles só lhes falta a Mente.
Sabemos também que os animais são dirigidos de fora, por um Espírito-Grupo, que são Seres muito evoluídos, os Arcanjos, e que pertencem a uma Onda de Vida muito superior à nossa. Todo sofrimento causado a um animal, por menor que seja, é sentido por este Espírito-Grupo.
Assim, os animais: sofrem muito no transporte para os matadouros; agonizam demais quando estão perto de receber o golpe que acabará com a vida deles; agonizam quando morrem por arma branca ou outra semelhante. Não devemos usar peles de animais, nem penas, nem plumas, pois tudo isso favorece a matança de muitos irmãos mais jovens, em evolução. Também não devemos criar nenhum animal em cativeiros, eles também têm direito à liberdade.
Costumamos dizer que pássaros quando presos não cantam, lamentam. Outro fato terrível é caçar animais, um ato terrível que resulta na morte desses pobres coitados, e morrem para a diversão de outros, ou mesmo para comê-los.
Temos vários produtos de origem muito importantes, como por exemplo o leite, o queijo e a manteiga. Esses produtos são o resultado de um processo de vida. Transformá-los em alimento não causa nenhum sofrimento aos animais. É nossa obrigação saber a origem do que estamos colocando nas nossas mesas, hoje isso é muito fácil.
Assim os ovos de galinhas ou aves criadas soltas no campo, onde ciscam e tomam banho de sol diariamente; onde são alimentadas somente com grãos orgânicos (a cada dia sabemos que está crescendo muitos esses lugares, onde tais animais são assim tratados).
O cuidado com o bem-estar das vacas repercute tanto na quantidade quanto na qualidade do leite por elas produzido. Isso traduz em sistemas de produção de leite que estabelecem uma relação mais ética, humana e harmoniosa com os animais, além de oferecerem produtos isentos de antibióticos, conservantes e hormônios. Ou seja: leite de vacas ou animais sem a utilização de agrotóxico ou fertilizantes químicos na alimentação do animal, não criados em confinamentos, que têm acesso à água em quantidade e qualidade, e às áreas de pastagem com vegetação arbórea suficiente para garantir sombra aos animais.
Mel de abelhas onde não se use agrotóxicos, antibióticos e pesticidas, para o apiário; onde a flora na qual a abelha se alimenta é de área nativa ou de agricultura orgânica.
E, graças à Deus, essas mudanças vêm ocorrendo porque os produtores perceberam que esses cuidados com os animais são importantes não apenas por proporcionar um aumento na produção, mas porque estão em sintonia com a causa do bem-estar animal e da sustentabilidade, princípios muito valorizados pelas pessoas no mundo atual.
É só ir atrás, afinal é de nosso interesse. Se achar que é muito caro, se não conseguir, então é melhor que não se consuma, pois além de estar colaborando com o sofrimento desses irmãos menores (sim, pois seremos cúmplices), introduzirá mais veneno no seu Corpo Denso.
O leite, fator muito importante para o Estudante ocultista, segundo Max Heindel afirma, não contém substâncias terrosas e, por conseguinte, exerce uma influência muito boa em nosso organismo.
Durante o Período Lunar fomos alimentados com o leite da Natureza, um alimento universal. A Utilização do leite tem certa tendência a nos pôr em contato com as forças cósmicas, que capacitarão para curar os outros.
O leite para as crianças proporciona crescimento saudável de ossos e dentes. Em adultos, garante uma grande quantidade de massa óssea. Em idosos, evita a perda de massa muscular e óssea, decorrente da idade, conforme esta vai avançando. Em gestantes, fundamental na formação do feto.
Não se deve beber o leite como se bebe um copo de água. Ingerindo aos goles, como o chá ou o café, formará no estômago pequenos coágulos, facilmente assimiláveis.
Logicamente para quem tem hipersensibilidade à algumas substâncias do leite esse pode, ao contrário, fazer mal à saúde. Nesse caso, graças à Deus, há outras opções, inclusive por meio de leites de outros animais, por exemplo cabras.
Sabemos que cada caso é um caso e como tal deve ser avaliado por um profissional de saúde. Assim como tudo que é em excesso, claro, faz mal à saúde.
Vejamos os benefícios do leite e dos seus derivados: fortalece os ossos; melhora a saúde dos dentes; melhora a tensão arterial; ajuda a manter uma boa saúde cardiovascular; previne a obesidade; previne a diabetes tipo 2; previne a osteoporose; ajuda a manter uma boa massa muscular; hidrata o organismo; ajuda a dormirmos melhor; favorece a saúde dos olhos; fornece aminoácidos essenciais
O leite contém inúmeros benefícios, contendo muitas vitaminas e minerais que nos mantém ativos e saudáveis, além de ser uma fonte de nutrientes como as Vitaminas A, B12 e D, além de cálcio, carboidrato e zinco.
As bactérias do leite, que são os lactobacilos, são interessantes para manter a flora intestinal saudável.
É muito importante também falarmos sobre o açúcar. Alimento muito gostoso e ao mesmo tempo não sabendo consumir, se torna perigoso. O açúcar é um artigo dietético nutritivo e benéfico.
Logicamente não está se falando do açúcar branco, refinado, cristal ou demerara, mas sim do açúcar mascavo ou da rapadura ou, até, da garapa de cana de açúcar.
O açúcar refinado é um veneno, e não um alimento!
Sabemos que ele consumido em excesso afeta os dentes, provocando cáries e dores, principalmente se usarmos o açúcar branco, que inicialmente ele é marrom, porém recebe uma série de produtos químicos que alteram a sua cor, para que fique claro e uniforme. Também, é de alto valor calórico.
Ele também quando consumido em excesso provoca o aumento de gordura no sangue, provoca diabetes tipo 2, e enfraquece os ossos, hipertensão e obesidade.
Ele atrapalha muito a digestão de proteínas e vitaminas importantes para o organismo.
Normalmente está presente em doces, refrigerantes, cereais matinais, bebidas quentes, etc.
Daí a grande importância de trocá-lo pelo açúcar mascavo, quando necessário usá-lo.
Obviamente quem tem problemas de glicemia alta ou até diabetes deve seguir as recomendações médicas.
Podem ser prejudiciais também em certas enfermidades como a biliose ou dispepsia, ou seja, se é mantido muito tempo na boca, como o açúcar cande. Se empregado discretamente durante a saúde, aumentando-se gradualmente a dose na medida em que o estômago for se acostumando, veremos que é muito nutritivo.
A saúde dos trabalhadores na época da safra da cana de açúcar melhora muito porque se alimentam com o suco da cana, a famosa garapa, ou caldo de cana, mesmo sendo a época em que mais trabalham. A mesma coisa se pode dizer das vacas e cavalos nessas localidades, que também consomem e gostam do melado e dos resíduos da cana. Engordam em pouco tempo e o pelo deles fica leve e brilhante.
Vamos falar, agora, sobre o açúcar mascavo: tem sabor forte e similar ao caldo de cana; é menos calórico; os oxidantes presentes nele ajudam a combater os radicais livres que colaboram para o envelhecimento das células do nosso corpo; não necessita de aditivos químicos e mantém nutrientes que se perdem quando no processo de refinamento.
Vamos elucidar um ponto aqui muito importante e que envolve a questão do álcool e do açúcar.
No capítulo que elucida a Lei de Assimilação, no livro Conceito Rosacruz do Cosmos, estudamos que os minerais não podem ser assimilados porque lhes falta um Corpo Vital, e é a falta dele que torna possível o ser humano elevar o grau vibratório deles até o seu próprio. As plantas têm um Corpo Vital e não tem uma consciência própria, daí serem mais facilmente assimiladas e permanecerem com o ser humano por mais tempo do que as células da carne animal (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins), que são permeadas por um Corpo de Desejos. A taxa vibratória dessas últimas é elevada, e muita energia é necessária na assimilação; suas células também escapam rapidamente e o carnívoro tem necessidade de ir atrás de alimento mais frequentemente.
Estamos cientes de que o álcool é um “espírito estranho” e um “espírito de decadência”, porque é gerado pela fermentação fora do organismo daquele que o bebe. Sendo um “espírito”, vibra com rapidez tão intensa que o espírito humano é incapaz de regulá-lo e controlá-lo como o faz com o alimento, e por isso, o metabolismo é impossível. Ainda mais, como não podemos reduzir sua taxa vibratória às taxas dos nossos corpos, esse “espírito estranho” pode acelerar as taxas vibratórias dos nossos corpos e nos controlar, como acontece no estado de embriaguez. Assim, álcool é um grande perigo para a humanidade e precisamos nos emancipar dele, antes que possamos realizar a nossa natureza divina.
Um espírito estimulante é necessário, enquanto vivemos numa dieta baseada na carne animal, ou o progresso pararia, e um alimento foi fornecido aos pioneiros do Ocidente para preencher os requisitos necessários. Chama-se “açúcar”. Do açúcar, o próprio Ego gera o álcool dentro do organismo pelo simples processo do metabolismo. Esse produto é, portanto, alimento e estimulante, perfeitamente em sintonia com a taxa vibratória do corpo. Tem todas as boas qualidades do álcool, em proporção maior e nenhuma das suas desvantagens e dos seus inconvenientes.
Observe sempre: uma pele rosada para uma pessoa pode ser sinal de estar gozando de boa saúde, porém para outra pessoa não. Não há nenhuma regra particular que permita conhecer a saúde. Não se pode considerar somente as aparências.
Sabemos hoje que qualquer alteração na pele deve-se procurar um dermatologista.
Pessoas magras também não significa que gozam de boa saúde. Aconselha-se pessoas muito magras também, procurarem um profissional de saúde.
Continuando a falar do nosso Corpo Denso, considerando este do ponto de vista puramente físico, ele assemelha-se ao que poderíamos chamar de um forno químico, onde o alimento é o combustível. Quanto mais exercício faz, mais combustível ele precisa.
Cada um individualmente deve se conhecer, saber das suas necessidades diárias dos alimentos, quantas calorias necessitamos diariamente, etc., devemos aprofundar mais sobre esse assunto, não cometer excessos, sempre que possível buscar a ajuda de profissionais da área da saúde. Também se faz necessário lermos os rótulos dos alimentos, termos uma noção do que estes contêm, validade, tempo que demora para fazer a digestão, etc. Como eu disse, nosso Corpo Denso é maravilhoso, mas precisamos estar atentos ao que consumidos, quantidade que consumimos, etc.
Não há regras que nos permitam conhecer a saúde física, a não ser fazendo exames periodicamente. Hoje procurando ajuda médica, logo ao notarmos ou sentirmos que algo não vai bem no nosso corpo, podemos evitar problemas mais sérios.
Aliado aos cuidados com nosso Corpo Denso, lembremos que cuidando bem da parte espiritual, tudo vai se clareando, saberemos como nos cuidar, e mais que isso, teremos longevidade, o que é muito importante para todo Aspirante., quanto mais tempo aqui no Mundo Físico, mais experiências teremos e mais dívidas já contraídas, podemos pagar.
O Conceito Rosacruz do Cosmos, a obra básica dos Ensinamentos Rosacruzes, nos fornece muita informação sobre a área de nutrição, cuidados com o Corpo Denso, como funciona a interação Corpo Denso e Corpo Vital, etc.
Também, estudando a Bíblia podemos verificar muitas passagens com ênfase na alimentação a base de vegetais, frutas, ervas, etc.
Vamos estudar, agora, cinco principais componentes químicos dos alimentos e outras particularidades, que seria muito bom conhecermos:
O primeiro é a água. É o grande solvente (ou seja, é o líquido capaz de dissolver outros componentes). A água é fonte de vida. É essencial para nos manter vivos. É o bem mais importante do Planeta e para o Planeta Terra. A água faz parte dos minerais e rochas, constitui os oceanos, rios e lençóis subterrâneos. É muito importante para nós humanos, quanto para os animais e plantas. É um recurso natural essencial, seja como componentes bioquímicos de seres vivos, como meio de vida de muitas espécies vegetais e animais, como elemento representativo de valores sociais e culturais, e até como fator de produção de vários bens de consumo final e intermediário. Compõe de 60 a 70% do nosso peso corporal. A água regula a nossa temperatura interna. É essencial para todas as funções orgânicas. A maior parte da água do nosso Planeta é salgada, e só 2,7% são de água doce. Para termos uma ótima saúde, deveríamos beber no mínimo 3 litros de água. Está relacionada com praticamente todas as funções no que se refere ao meio aquoso realizado pelo corpo. Ajuda a desintoxicar o corpo. Ajuda a hidratar, a levar nutrientes, como oxigênio e sais minerais até as células, além de expulsar as substâncias tóxicas do corpo humano, por meio do suor e da urina. Deixa a pele hidratada e mais bonita. Previne o aparecimento de pedras nos rins. A água melhora a circulação sanguínea. É um solvente universal – é capaz de dissolver grandes quantidades de substâncias como sais, gases, açúcares, proteínas, ácidos nucleicos. Dado o grau de impureza que contém a água “do cano” existem muitos filtros de água eficientes, pequenos e, também, ainda se usa muito os filtros de barro. Hoje também é muito usado o sistema de armazenamento da água da chuva em cisternas, caixas d’água ou outros sistemas, para se regar plantas, lavar quintais, etc.
O segundo componente químico dos alimentos é o nitrogênio. Ou aminoácidos, é um dos componentes químicos das proteínas, que desempenham um papel importante em nosso organismo; ao fornecer materiais para a construção e manutenção de todos os órgãos e tecidos, e, também, por participarem da formação de hormônios, enzimas e anticorpos. É fator essencial na formação da carne do nosso corpo, mas contém algumas substâncias terrosas (que tem cor, aparência, natureza ou mistura de terra). O corpo humano é formado de proteínas, macromolécula composta por 16% de nitrogênio. Formam as bases nitrogenadas, o DNA, o RNA, substâncias que comandam a produção das proteínas, estruturas fundamentais para nossa existência. É um elemento essencial para a formação de proteínas e de ácidos nucleicos, sendo fundamental, portanto, para a nossa sobrevivência. Em crianças, a falta de nitrogênio acarreta enfermidades e ainda pode levar à desnutrição. Vegetais são fontes de vitaminas e minerais. Alguns alimentos ricos em nitrogênio: vegetais, frutas, alfaces, rabanetes, ruibarbo e espinafre. Muitas pessoas não gostam do espinafre, mas pode ser feito além das panquecas, bolos salgados, bolinhos, tortas, quiches, saladas, refogado com creme de leite, etc. Também encontramos nitrogênio: brócolis, folhas verde-escuras, agrião, couve, taioba, cheiro verde, ovos, linhaça, quinoa, soja e seus derivados (tofu e leite de soja), leguminosas (feijão, lentilhas, grão de bico, ervilha), nos cogumelos e na chia. Para quem não sabe, tofu, é o queijo feito de soja. Como o gosto não é muito bom, existe defumado, com temperos, etc. A quinoa pode-se fazer cozida, hamburguer, bolinhos, quibes, risotos, saladas, quiches, tortas, panquecas, etc.
O ruibarbo é uma planta medicinal extremamente benéfica e terapêutica. Pouco conhecida no Brasil. É de origem asiática. Muito usada em preparo de chás e sobremesas (como geleias e cremes). Fonte de vitamina A (importante para a saúde dos olhos). Fonte de vitamina K (que fortalece a estrutura óssea. Tem alto teor de potássio. Importante antioxidante (bom para a saúde cardiovascular).
O terceiro componente químico é o hidrato de carbono ou açúcares que são os principais portadores de energia. São substâncias constituídas de moléculas de carbono, oxigênio e hidrogênio. São mais conhecidos como carboidratos ou glicídios. São absorvidos rapidamente e estão presentes em diversos alimentos como: frutas, laticínios e mel, ou podem ser adicionados aos alimentos e bebidas. Fornecem energia para o nosso organismo. As principais fontes de hidrato de carbono nos alimentos são: produtos lácteos, cereais, raízes, tubérculos, leguminosas, vegetais e frutas. Alguns alimentos ricos em carboidratos: cereais de milho, corn flakes, farinha de milho, farinha de trigo, farinha de centeio, biscoitos de maisena, torrada integral, bolachas tipo cream craker, pão francês, pão de centeio, pão branco, arroz branco cozido, arroz integral cozido, macarrão, aveia em flocos, batata cozida, batata doce cozida, ervilhas cozidas, grão de bico cozido, lentilhas cozidas, feijão preto e soja cozida. Ervilhas, grão de bico e lentilhas são grandes substitutos do feijão, para não enjoar e para variar. São muito importantes, porém devem ser consumidos com moderação.
O quarto componente químico são as gorduras, que produzem calor e conservam forças de reserva. São conhecidas também como lipídios. São formadas basicamente por ácidos graxos e glicerol. São nutrientes essenciais para o funcionamento do organismo, fornecem energia para as células do corpo. Elas também protegem os órgãos, regulam a temperatura, ajudam na absorção de vitaminas e participam na formação dos hormônios. Podem ser encontrados sob a forma sólida (gordura) e líquida(óleos). Existem três tipos de gorduras: saturadas – são aquelas que em excesso promovem o aumento do nível de colesterol ruim. Podem entupir as artérias, aumentando as chances de ataques cardíacos ou derrames cerebrais (AVC). Evitemos: frituras, muita manteiga, creme de leite, embutidos, etc. Para combater essas gorduras saturadas: melancia, amêndoas (para quem não gosta muito, existem as torradas, são uma delícia), pepino, maçã verde e abacate. Depois temos as gorduras monoinsaturadas – ajudam a controlar os níveis de colesterol. Consiste na ligação entre carbonos. Está associada à defesa em diversos problemas cardiovasculares e diabetes. São aliadas no combate ao colesterol ruim. São encontradas: no azeite de oliva extravirgem; nas azeitonas, no amendoim torrado, abacate, gergelim, nas amêndoas, nos ovos, na linhaça, polpa de açaí, todos consumidos com moderação, claro. E, por fim, temos a gordura poliinsaturada – representadas pelo ômega-3 e ômega-6. O ômega-6 é encontrado em óleos: de girassol, milho, soja, prímula e canola. Também encontramos: Sementes em especial as de abóboras, nozes, castanhas do Pará, de caju, pistache, macadâmia, avelã e amêndoas, que hoje existem cápsulas vegetais. Pode atuar como transmissor de mensagens, assegurando a vasomotricidade da circulação sanguínea, coagulação, inflamação e conjunto de plaquetas. Favorecem o sistema imunológico, melhorando as defesas do corpo, protegendo artérias do coração e agindo como anti-inflamatório, amenizando reações alérgicas e ajudando na cicatrização de feridas. Já o Ômega 3: também encontramos nas algas, na linhaça, chia, nozes, soja, sementes, leguminosas, folhas verde escuras, castanhas, pistache, macadâmia (Ela faz bem ao coração, regula o intestino, previne problemas nos ossos, previne anemia e traz benefícios ao sistema nervoso). O ômega-3 e ômega-6 juntos melhoram em muito a saúde dos ossos, prevenindo a osteoporose.
Aconselha-se também cozinhar com azeite ou manteiga (nunca em grande quantidade), lembrando que o que dá sabor aos alimentos são os temperos e sal. Quanto ao sal, sugere-se que usemos o sal rosa.
Nunca devemos usar excesso de óleo para cozinhar os alimentos. Alimentos gordurosos causam problemas para as artérias, coração, cérebro, diabetes e obesidade.
Embutidos vegetarianos é tão danoso como embutidos à base de carne animal!
O quinto componente químico são as cinzas que são minerais calcáreos, terrosos, que endurecem todo o sistema. O alimento e a bebida são a fonte primária de matérias terrosas, calcárias, logo depositadas pelo sangue em todo o sistema. A pele e o sistema urinário eliminam a maior parte das substâncias terrosas que absorvemos nos alimentos. A pele elimina através do suor. O Sistema urinário compõe-se de: dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. A transpiração expulsa muitas substâncias terrosas do nosso organismo. Os rins são muito importantes; eles expulsam as cinzas, mas muitos corpos não expulsam o suficiente e formam cálculos ou pedras nas vias urinárias, causando dores terríveis. Lembrem-se sempre: dor na bexiga geralmente indica infecção urinária, alguma irritação causada por bactérias que entram pela uretra, cistos ou cálculos, mas também pode ser causada por alguma infecção no útero ou no intestino. A pessoa sente vontade de urinar com muita frequência. A infecção causa dores abdominais, no quadrante superior, dores na parte inferior das costas. Possíveis causas: não beber água durante o dia ou beber pouca água; segurar o xixi por muito tempo; falta de higiene íntima; utilizar absorventes por muito tempo; ter pedras nos rins.
Sobre cinzas, note que o chocolate (amargo e no mínimo 70%) é um alimento muito nutritivo, porém o cacau em pó é o mais perigoso porque contém três vezes mais cinzas que outros alimentos. Ele pode endurecer o sistema muito mais rapidamente do que outra substância. Segundo pesquisas, o chocolate branco é somente leite e açúcar. Não temer a insuficiência desses elementos na formação dos ossos; pelo contrário, devemos ser muito cautelosos e absorver somente o mínimo possível.
Após sabermos desses cinco componentes químicos, vamos falar um pouco das calorias. Caloria é unidade de calor. Ela refere-se à quantidade de energia que a pessoa pode obter de macronutrientes (carboidratos/ gorduras/ proteínas), nos alimentos e bebidas. Essa energia, por sua vez, é obtida à medida que o organismo digere e absorbe os alimentos. Sabemos que necessitamos ingerir um número de calorias por dia, para sustentar o nosso Corpo Denso. Isso varia de acordo com o trabalho e esforço físico de cada pessoa, diariamente, variando também em cada país, com variações individuais, nos adultos, como idade, nível de atividade física e metabolismo. Se uma pessoa consumir mais calorias do que as necessárias diariamente, o corpo armazena esse excesso na forma de gordura, causando excesso de peso e favorecendo sérios problemas de saúde, como diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares. Devemos tomar muito cuidado quanto às calorias, especialmente para pessoas sedentárias ou com trabalhos manuais leves ou moderados.
As pessoas sedentárias correm o risco: ganho de peso corporal; diminuição da capacidade cardiorrespiratória, ou seja, ficar cansada mesmo quando se faz pequenos esforços, como por exemplo subir alguns degraus de uma escada; diminuição da massa muscular; quadros de hipertensão arterial; aparecimento de problemas cardíacos; dores nas articulações; acúmulo de gordura abdominal e no interior das artérias; aumento do ronco durante o sono; desenvolvimento de apneia do sono (existem pessoas que necessitam recorrer a certos aparelhos para ajudarem a respirar durante o sono.); cansaço constante; corre-se o risco de sofrer infartos do miocárdio, ter arritmias e insuficiência cardíaca.
Pessoas hipertensas ou diabéticas devem se preocupar mais, assim como idosos e mulheres que correm mais riscos de desenvolver complicações.
Como o sedentarismo é favorecido? Pelo uso prolongado de computador, celular, TV, isso ficando muito tempo sentado (para tentar reparar um pouco deve-se levantar e se exercitar pelo menos 10 minutos a cada 1h); facilidades com delivery (entrega em domicílio); pegar o carro para ir a distâncias curtas; não fazer exercícios físicos, uma caminhada por exemplo; uso de elevadores ao invés de usar escadas; uso do carro ao invés de bicicletas como meio de transporte. O sedentarismo também afeta ossos e tendões, órgãos como o pulmão e o cérebro. Pessoas sedentárias têm 50% mais chances de sofrer um AVC (acidente vascular cerebral). Hoje sabe-se que mais de 60% dos brasileiros estão sedentários, e isso aumentou com a Pandemia do Coronavírus. E o motivo? Preguiça. E isso é a conclusão de um ranking mundial, onde 29 países foram analisados.
Existem também pessoas muito magras que desejam engordar, daí precisarem mais calorias, porém é recomendável consultar um especialista no assunto, pois isso também varia de pessoa para pessoa, de organismo para organismo, de acordo o peso atual, peso desejado, o sexo, a idade, a altura, o tempo da dieta que será feita e a energia gasta nas atividades ao longo do dia.
Ao nos atentarmos para as calorias e sabermos o que precisamos ingerir diariamente para manter uma boa saúde, tudo isso é compensado pela boa saúde que teremos, também pela longevidade, muito importante, já sabemos, o Mundo Físico é o baluarte da nossa evolução, é onde adquirimos experiências e, portanto, quanto mais tempo ficarmos aqui, muito melhor para nossa Evolução. Reforçando, devemos cuidar bem do nosso Corpo Denso.
Ao darmos uma atenção e dedicação a esse estudo, ficaremos tão familiarizados com ele que não precisaremos dedicar mais tanta atenção a esse assunto.
Nem todas as substâncias químicas contidas em cada substância alimentar, nem todas são aproveitáveis pelo nosso organismo. Aliás, o corpo se recusa a assimilar algumas.
Dos vegetais digerimos somente 83% das proteínas, 90% das gorduras e 95% dos hidratos de carbono. Das frutas assimilamos 85% das proteínas, 90% das gorduras e 90% dos hidratos de carbono.
Nosso cérebro, o órgão coordenador que domina os movimentos do Corpo e expressa as ideias aqui, é constituído pelas mesmas substâncias que as demais partes do Corpo, mas, além delas, temos o fósforo, peculiar somente ao cérebro.
Vejam que interessante e importante conclusão, segundo o livro Conceito Rosacruz do Cosmos, “o fósforo é o alimento particular mediante o qual o Ego pode expressar pensamentos e influenciar o Corpo Denso. A quantidade dessa substância é proporcional ao estado de consciência e ao grau de inteligência da pessoa. Sabemos, os idiotas têm muito pouco fósforo. Já os profundos pensadores têm muito fósforo.”
Já no Reino Animal o grau de consciência e de inteligência está em proporção direta à quantidade de fósforo contida no cérebro.
É de grande importância que o Estudante Rosacruz, que esteja ansioso de se empregar em trabalhos mentais e espirituais, deem ao cérebro essa grande e necessária substância.
A maioria dos vegetais e das frutas contém certa quantidade de fósforo. A maior quantidade é encontrada nas folhas, geralmente desprezadas.
As uvas contêm consideráveis quantidades de fósforo, como também as cebolas, sálvia, feijões, ananás, alhos e folhas de talos de muitos vegetais.
Encontramos também no suco da cana de açúcar, mas não no açúcar refinado.
Temos, então perante o exposto, algumas considerações:
Primeira: Nosso Corpo Denso está sujeito, durante toda a vida, a um processo de solidificação. O que é solidificar? É fortalecer, robustecer, tornar sólido. Daí a importância de se cuidar bem, do nosso Corpo Denso.
Segundo: Esse processo podemos traduzir que é em função do depósito de substâncias terrosas trazidas pelo sangue, principalmente por fosfatos e carbonatos de cálcio, com o que as diversas partes se endurecem, transformando, portanto, em matéria endurecida.
Terceiro: Essa transformação arruína a flexibilidade dos vasos, músculos e outras partes do Corpo sujeitas a movimento. Torna então o sangue viscoso e, obstruindo completamente os diminutos capilares, restringindo a circulação dos fluídos e o labor do sistema, terminando então com a morte.
Quarto: Esse processo de solidificação pode ser retardado. A vida prolonga-se desde que se evite todo o alimento que contenha muitas cinzas, desde que se beba muita água e facilite a excreção, tanto pelos meios naturais como por meio da pele e por meio de banhos.
O melhor mesmo é darmos ao nosso corpo os alimentos apropriados, puros, saudáveis que são os melhores de todos os remédios.
Um cuidado especial que devemos dar também é quanto às excreções, se estão sendo efetuadas devidamente. É o meio principal que a Natureza emprega para desembaraçar o Corpo dos venenos contidos nos alimentos. Dando total atenção às idas ao banheiro. As idas ao banheiro já mostram como estamos por dentro. Deve-se dar atençãoao urinar pois elimina-se: ureia, cloreto de sódio e ácido úrico. A outra atenção são com as fezes que são formadas principalmente por restos de alimentos não digeridos.
Pessoas que não vão ao banheiro diariamente, pelo menos uma vez ao dia, devem recorrer ao médico; ela pode ficar com uma grande quantidade de massa ou bolo fecal, formando fezes empedradas, endurecidas, podendo ficar acumuladas no reto ou no final do intestino.
Alguns sintomas podem indicar problemas com esse processo: abdômen distendido, cólicas abdominais, sangue na evacuação e fezes quando eliminadas, saem em formas de pequenas bolas duras.
Agora, vejamos alguns hábitos que podem causar problemas com os intestinos (prisão de ventre por ex. e outras):
– Consumir alimentos industrializados com frequência
– Pouca ou nenhuma ingestão de frutas, legumes e verduras
– Beber pouca água ao longo do dia
– Sedentarismo
– Estresse
– Adiar as idas ao banheiro
– Ansiedade
– Depressão
O Estudante Rosacruz deve escolher bem seus alimentos, os que possam melhor serem digeridos, por quê? Porque facilmente será realizada essa função, maior a energia extraída do alimento e por mais tempo estará todo o sistema nutrido antes que seja necessário comer de novo.
Sabemos que o melhor é comer a cada 3 horas, cada indivíduo sabendo o que melhor lhe convém.
Deve-se intercalar entre o café da manhã e almoço, se possível, frutas, iogurtes, vitaminas, barra de cereais, etc. Mesma coisa entre o almoço e o jantar (para quem costuma jantar); o correto é se fazer refeições leves até às 19 horas, salvo às exceções indicadas por um profissional da saúde devido a alguma condição específica na saúde da pessoa.
Uma observação: Não se deve beber leite de uma vez só, assim como o café e os chás, devemos ingerir aos goles, pois formarão no estômago pequenos coágulos, facilmente assimiláveis. O leite, como já dissemos anteriormente, é um dos melhores alimentos.
Tanto o chá como o café não se devem ser bebidos como se bebe um copo com água. Ingerindo aos goles e devagar formará no estômago pequenos coágulos, facilmente assimiláveis.
Alguns chás ajudam a acelerar o metabolismo. É uma grande e saudável alternativa aos refrigerantes e às bebidas artificiais. O chá “engana” aquela fominha da tarde. O chá pode dividir com a água a função de hidratar o corpo. Existe uma variedade muito grande de chás, para todos os gostos e funções. Eis alguns dos mais conhecidos: Chá de Camomila, Chá de Hortelã, Melissa, Erva cidreira, Alecrim, Manjericão, Cascas de romãs, Dente-de-leão (considerado um verdadeiro detox no organismo), Gengibre e canela
Existem alguns chás conhecidos por ajudarem no emagrecimento (sempre com orientação de um profissional da área de saúde). São eles: Chá verde, Chá branco, Chá preto, Hibisco, Limão.
Já com relação ao café, muitas vezes, surge uma polêmica em torno dessa bebida; muitos afirmam que faz mal à saúde e outros afirmam que algumas xícaras ao longo do dia, fazem bem à saúde.
Segundo uma pesquisa de 2019, no Reino Unido, por Kim Tu Tran, onde foram analisadas quase 500 pessoas, pessoas que bebem café, têm 50% menos chances de desenvolver “Carcinoma hepatocelular”, um dos tipos mais comuns de câncer de fígado. Segundo a pesquisa, o café contém antioxidante e cafeína, que protege contra esse tipo de câncer. Segundo algumas nutricionistas os antioxidantes trazem inúmeros benefícios para o corpo:
– Melhoram a saúde física e mental
– Fornece mais energia e disposição
– Melhoram a parte cognitiva
– Aceleram o metabolismo
– Facilitam a queima calórica
Já para alguns Neurologistas a cafeína é responsável pela sensação de despertar, quando o dia parece passar arrastado.
A cafeína tem efeito de vaso constrição, melhorando o fluxo de sangue no cérebro; daí existirem vários remédios para dor de cabeça que contém cafeína.
Vale dizer que cada pessoa deve estar atenta ao que melhor lhe cai bem, e às restrições para quem tem gastrite e hipertensão.
A sensibilidade de cada pessoa à bebida é diferente; para algumas pessoas ajuda a despertar, já para pessoas com dificuldade para dormir, é bom evitar tomar café após as 16 horas.
A cafeína e o ácido clorogênico, presentes no café, são excitatórios do Sistema Nervoso Central, podendo deixar as pessoas mais nervosas, ansiosas e com insônia.
Lembrando também que hoje existem várias marcas de café descafeinados, que não alteram o sabor. E o melhor café a ser consumido, segundo especialistas do assunto, é o 100% arábica. Também já existem várias marcas no mercado. É um café de altitude. Cultivado em terrenos específicos, com clima ameno, rico em sabor, acidez e aroma. Tem como benefícios: incluem, as ações antioxidantes preservados nesse tipo de grão, que previnem o envelhecimento precoce das células e diminuem os riscos do desenvolvimento das células cancerígenas.
Cafés expressos e os de cápsulas, muito consumidos hoje, têm mais cafeína. O café filtrado tem menos cafeína.
Mais alguns benefícios ainda dessa bebida polêmica:
– Melhora a memória e a concentração
– Evita depressão
-Ajuda a combater dores de cabeça
-Ajuda no emagrecimento
– Melhora o desempenho durante exercícios físicos
– Evita doenças cardiovasculares
– Combate prisão de ventre
– Previne diabetes
-Evita o envelhecimento precoce
– Previve a doença de Parkinson.
Já não devem tomar café:
– Pessoas que têm insônia, como já dissemos
– Pessoas com problemas de labirintite
– Pessoas com nível elevado de ansiedade
– Pessoas com problemas de zumbido no ouvido
– Também devem evitar o café pessoas com refluxo, úlceras, gastrite, pois irritam a mucosa do estômago.
A sugestão é sempre consultar algum profissional da área de saúde para ajudar e utilizar essa bebida da melhor forma para a sua saúde.
Após vermos o que é necessário ao nosso Corpo Denso e, também, o que se deve evitar, vamos ver um pouquinho sob o ponto de vista oculto, relativamente ao efeito que o alimento produz sobre os dois Corpos invisíveis que interpenetram o nosso Corpo Denso.
Como já sabemos, o ponto de apoio especial do Corpo de Desejos são os músculos do Sistema Nervoso Central (cérebro-espinhal). A energia desprendida por alguém que se movimenta sob excitação ou ódio servem como exemplos. Em tais ocasiões, todo o sistema muscular está em tensão e nenhum trabalho, por mais duro que seja, é tão extenuante como um acesso de ira. Às vezes, pode-se deixar o Corpo Denso extenuado durante semanas inteiras.
Portanto, é imprescindível a todo Estudante Rosacruz, além do que falamos sobre a alimentação, melhorar também o Corpo de Desejos, procurando controlar seu temperamento, evitando sofrimentos ao Corpo Denso que, consequentemente, terá uma ação desordenada do Corpo de Desejos.
Sob o ponto de vista oculto, toda consciência do Mundo Físico resulta da luta constante entre o Corpo de Desejos e o Corpo Vital. A tendência do Corpo Vital é amolecer e construir. Sua expressão principal se encontra no sangue, nas Glândulas e no Sistema Nervoso Simpático. Iniciou o ingresso na “praça” forte do Corpo de Desejos (o sistema muscular e o nervoso voluntário), quando começou a converter o coração em músculo voluntário.
Já a tendência do Corpo de Desejos é endurecer e invadir os domínios do Corpo Vital, tomando posse do baço. Produz os corpúsculos brancos do sangue, que não são “policiais” do organismo, como crê atualmente a ciência, mas sim destruidores de todo o Corpo Denso. Esses corpúsculos filtram-se pelas paredes das veias e artérias, onde quer que apareça a menor enfermidade.
O torvelinho de forças do Corpo de Desejos permeabiliza as veias e artérias, especialmente em momentos de cólera, abrindo caminhos a esses corpúsculos brancos para os tecidos do Corpo Denso, onde formam as bases para a agrupação das matérias terrosas que matam o Corpo Denso.
Viram como uma coisa leva à outra? Como envolve os três Corpos: Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos?
Uma pessoa serena e jovial viverá muito mais, gozará de melhor saúde e será bem mais ativa do que uma pessoa melancólica, ambas consumindo a mesma classe de alimentos, pois a segunda, perde o domínio próprio. Essa pessoa melancólica não só produzirá, mas também lançará sobre todo o organismo mais corpúsculos brancos destruidores do organismo, do que a primeira.
Se as pessoas que se dedicam à ciência analisassem os Corpos dessas duas pessoas citadas, notariam que existe uma quantidade muito menor de substâncias terrosas no organismo da pessoa jovial do que na outra que se irrita com facilidade, pessoa melancólica. Essa destruição é constante porque não é possível evitar totalmente os destruidores.
Se o Corpo Vital pudesse construir ininterruptamente, continuaria empregando todas as energias com esse propósito, mas não haveria consciência ou pensamento algum. A obstrução produzida pelo Corpo de Desejos e pelo endurecimento das partes internas é que desenvolve a consciência.
Em tempo muito recuado, anterior àquele em que criamos as primeiras concreções, tínhamos, como os atuais moluscos, Corpos moles, flexíveis e sem ossos. Porém, a consciência era, como a deles, obscuríssima, vaga e tenuíssima. Para que pudéssemos avançar era necessário retermos as concreções. Concreções são agregações dos sólidos contidos nos líquidos.
O estado de consciência de qualquer espécie está em proporção direta ao desenvolvimento do esqueleto interno.
O Ego humano – nós –, para sua expressão, deve possuir ossos sólidos, com medula semifluídica e vermelha, a fim de poder formar corpúsculos sanguíneos vermelhos. Esse é o maior desenvolvimento do Corpo Denso.
Enfatizando: uma refeição, por mais simples que seja, deve ser feita devagar e com prazer. Devemos criar o hábito de agradecer por termos o privilégio de se ter um bom alimento. Existe para isso uma linda Oração que é sugerido para o Estudante Rosacruz fazer, ainda que em silêncio:
PRECES ÀS REFEIÇÕES
“Nós te agradecemos Senhor por este alimento.
Por ele em qualquer tempo e lugar, a Santa Ceia se repete, novamente, pondo-nos em comunhão com Teu Corpo e Teu Sangue.
Abençoa, pois, essa nossa refeição e ajuda-nos a assimilar a Vida, que é Tua Vida, compenetrando tudo, bem como a santificá-la empregando-a em tudo o que for realmente verdadeiro, belo e bom à serviço da humanidade.
Também Te pedimos por aqueles que abusaram da Tua dádiva e hoje não tem o que comer. Assim seja.”
Não devemos jamais nos sentar à mesa sob influências tais como: pressa, tristeza, desgosto, dor, medo, cólera e afins.
O prazer no consumo de qualquer alimento, claro que sempre que possível, saudável, nos ajuda a assimilar melhor esse alimento.
O gosto por determinados alimentos é resultado de treinamento e hábito, pois sabemos que para termos boa saúde, devemos aprender a comer todo tipo de frutas, verduras e legumes.
À medida que o estudo científico da dieta progride, um número maior de doenças se inclui na classe das desordens da digestão. Já é fato de que muitas doenças crônicas podem ser curadas por meio de certas dietas. Alguns exemplos: doença dos fenos, tipo de rinite alérgica, mais especificamente alergia ao pólen de certas plantas, asma, catarro, várias doenças da pele e outras.
Reforçamos que não é possível formular um regime alimentar igual para todas as pessoas. O regime é individual, e cada um deve se conhecer e saber o que melhor lhe convém.
Nenhuma pessoa pode gozar de boa saúde se não se cuidar, se não conhecer e cuidar bem do seu Corpo Denso, este maravilhoso Templo do Espírito. Pense sempre nisso!
“Faça do seu alimento, o seu remédio”.
F I M
Muito já se escreveu sobre o amor, mas ninguém soube elevá-lo tanto, ninguém o revestiu de profunda clareza, e ao mesmo tempo de suprema transcendentalidade, como São Paulo no Capítulo XIII em sua Primeira Epístola aos Coríntios.
S. Paulo, longe de simplesmente tecer uma rebuscada apologia ao amor, como alguns podem julgar, procura apresentá-lo em suas reais dimensões. Suas palavras deixam transparecer uma clareza meridiana. Seus apelos são diretos e incisivos, dispensando concessões e ambiguidades.
Como Cristãos só nos resta empreender os maiores esforços por expressá-lo em nossas vidas diárias, buscando concomitantemente, compreendê-lo em suas raízes mais profundas.
1. Para fazer download ou imprimir:
A Eulogia do Amor – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz
2. Para estudar no próprio site:
A Eulogia do Amor
Por um Estudante
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido, Compilado e Revisado de acordo com:
Eulogy of Love
1ª Edição em Inglês, 1916, in The Rays from The Rose Cross – The Rosicrucian Fellowship
pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
Sumário
O Amor Não se Conduz Inconvenientemente.. 10
O Amor Não Busca os Seus Interesses. 11
O Amor Não se Ressente do Mal.. 13
O Amor Não se Alegra com a Injustiça, mas se Regozija-se com a Verdade.. 14
O Amor Espera Todas as Coisas. 18
O Amor Suporta Todas as Coisas. 19
O Amor que o Estudante Rosacruz deve valorizar.. 21
————————————-
S. Paulo, o grande Iniciado, escreveu uma tese maravilhosa sobre o amor. Maravilhosa pela sua brevidade abrangente e pelo seu alcance todo-inclusivo. Abrange toda a gama do amor e o seu acorde dominante de altruísmo. Foi escrita para a Igreja de Corinto, uma cidade do sul da Grécia conhecida pelo seu abandono a todas as formas de luxo e sensualidade. Aplica-se ainda mais a nós, nesta época, pois começamos a responder às altas vibrações espirituais e podemos mais facilmente viver os seus profundos ensinamentos.
Este capítulo maravilhoso da Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios é um epítome do amor altruísta, o amor ágape. É o ideal que devemos nos esforçar para alcançar. Sabiamente, nós o incorporamos no nosso Ritual do Serviço Devocional do Templo e o seu glorioso resumo diz o seguinte: “E agora permanecem a fé, a esperança e o amor; mas o maior destes é o amor”.
A fé é importante — a fé que pode remover montanhas. A esperança é necessária — a esperança que ilumina o horizonte distante, por mais escuro que seja o ambiente atual. Ambas são grandes auxiliares da vida superior e da Humanidade comum; mas o amor coroa tudo. O amor é o poder que move o universo. Não é meramente o poder sobre o Trono, mas o poder por trás do Trono.
No prefácio desse maravilhoso epítome do amor nos é dito que, sem ele, somos nada — apenas um “metal que soa ou um sino que tine”. O metal pode emitir sons melodiosos, pode expressar a perfeição da arte, mas lhe falta algo. Não é humano. Não soa os tons da Alma — a qualidade vibrante da vida.
Sem amor não temos expressão. Esse fato é ilustrado por todos os lados. Tomemos a arte, por exemplo. Sem a qualidade que designamos por “alma”, ela é apenas o que o seu nome indica, “arte”. Mas ponha amor nela e deixe que a Alma aquecida, ávida e brilhante se expresse por meio dele: assim a Alma vive.
A cultura tem pouco valor (exceto como um bem de boa criação) sem o amor animador que a inspira e vivifica. Quão vazias, quão artificiais são todas as tentativas de expressão, em qualquer linha, sem o ávido brilho da Alma que brota do amor! Grande parte da nossa arte moderna dá um testemunho lamentável da ausência desse fogo divino.
Trazido para a Personalidade, como emociona e encanta! Como ilumina um rosto humano! Como atrai! Como somos dolorosamente repelidos pela sua antítese e aborrecidos pela sua ausência! O rosto mais simples, com esse brilho interior que transparece nas suas feições, torna-se belo para nós. O rosto mais belo, de acordo com o padrão de contorno físico do mundo, torna-se repulsivo sem essa luz da Alma e nós nos afastamos dele com um estremecimento interior.
Essa bela luz da Alma não pode ser enganada, mas alguns dos seus efeitos podem ser simulados durante algum tempo. Alguns dos modernos ensinamentos de beleza podem permitir que se adquira um certo efeito do “metal que soa”. Pode tornar possível que alguém se torne um “sino que tine” muito melodioso, mas isso é tudo o que faz sem o belo amor espiritual por detrás dele — brilhando através dele.
É isso que esse amor faz por nós, no plano da nossa Personalidade. De fato, ele cria a Personalidade. Sem ele, não há encanto, não há poder de atração ou de agradar. Não há disfarce que tenha valor. A qualidade interior transparece através da máscara mais espessa. Não podemos simulá-la sem sermos detectados. Do amor emana algo, uma força que se faz conhecer e sentir. A imitação adquirida através da, assim chamada, cultura pode mostrar certos truques de vivacidade ou certas graças da sociedade, mas reconhecemos instintivamente a pose, a farsa, o fingimento. Conhecemos a diferença entre essa aparência de vida e o verdadeiro amor que anima, vivifica e inspira.
O amor de que falamos é Espírito-Vida, é Fogo. Ele transmuta todas as qualidades mais inferiores em ouro puro. É uma chama viva que irradia de um centro puro. Deve irradiar e deve irradiar para outras vidas. É esse o seu poder e a sua prerrogativa. Sentimos instantaneamente a sua presença. Alguns estão tão cheios dessa vibração, desse poder mágico, que sentimos quando nos aproximamos deles. Isso, queridos amigos e queridas amigas, é o que todos nós precisamos cultivar cada vez mais. Só isso fará com que o nosso centro de comunhão cresça e viva. Isso deve começar individualmente. Pode e deve manifestar-se coletivamente. Quando nós, como organização, pudermos expressar esse belo amor divino, não mais lamentaremos a falta de trabalhadores. Não precisaremos mais de propaganda ou tentativas de atrair as pessoas para nós. Elas não poderão se afastar de nós, se irradiarmos esse amor de Cristo.
Pelo teste dado na Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios, analisemos este amor divino em manifestação. Vejamos como a nossa vida se ajusta a ele!
Outro teste: o amor vê demasiado longe para invejar. Reconhece o estatuto real do “Eu pessoal”. Sabe que os “Eus separados” são uma ilusão e pertencem ao plano da ilusão. Sabe que, na realidade, todos partilhamos o mesmo “Eu” e todos bebemos da mesma Fonte espiritual de acordo com a nossa capacidade de receber. Em uma visão cósmica, sabe que a sua vida, em todas as suas expressões e correlações, pertence a mim tal como a minha lhe pertence. Nós, diferenciados por um tempo, somos apenas expressões de várias linhas da Vida Única — o Espírito Único. Suas capacidades, seus talentos, seus dons e graças, o encanto da sua Personalidade, a sua beleza e nobreza, tudo isso é meu e, na minha consciência ampla eu os abraço e amo. São uma parte da Vida Cósmica — uma expressão da Deidade e, assim, pertencem a mim e a você. Por outro lado, o que eu sou na fase atual de desenvolvimento é uma parte da Vida Única e universal e por isso pertence igualmente a você. Logo, não há lugar para a inveja e o Amor não inveja.
Porque vê o “Eu pessoal” como ele realmente é; conhece todas as falhas e fraquezas, todas as debilidades e loucuras desse “Eu” limitado e as reconhece como parte do animal que tem que treinar, transmutar e glorificar, unindo-o ao Divino. Por isso, não há lugar para o orgulho ou ufanismo tolo — para a autoglorificação. Tudo que nos pertence individualmente, que é do nosso “Eu pessoal”, é a nossa limitação, a nossa imperfeição. É o transitório, a parte temporária — aquilo que se desvanecerá com a morte, se não for fundido com o que realmente somos: Espírito. Não é algo de que nos devamos orgulhar, particularmente. Quanto mais a Personalidade absorve algo da verdadeira beleza e brilho interiores, menos ela se torna uma Personalidade distinta e separada. Tudo que revelamos desse carácter interior que enriquece a vida é apenas uma expressão mais plena da Divindade interior e pertence igualmente a todos; por isso, o amor não pode ser orgulhoso.
Não se vangloria, porque vê o mundo com olhos de terna compaixão. Não encontra espaço para o orgulho próprio, porque o seu centro não é o “Eu pessoal”. Tendo desenvolvido algo de beleza ou de valor da vida universal, especializando-se em algumas graças espirituais, não vê razão para orgulho ou vanglória. Se o “Eu pessoal” e separado adquiriu algum encanto próprio, alguma beleza, virtude ou graça, o amor sabe que tudo isso deve ser extraído, absorvido pelo “Eu superior” e levado adiante para enriquecer a vida universal — tanto para um como para outro.
É indecoroso brincar com coisas sagradas, ter pensamentos impuros, manter uma sugestão impura na Mente ou transmitir essa sugestão a outra pessoa. Todas as insinuações secretas, os duplos sentidos, as piadas tolas que sugerem sensualidade, tudo aquilo que rebaixa a vida e arrasta a Alma para baixo é inconveniente e o Amor não pode permitir ou suportar isso. O amor é castidade, é pureza, é brilho, beleza, serenidade — mas energia radiante. Sendo puro, não pode se afiliar à impureza; mas queridos amigos e queridas amigas, aqui está uma verdade oculta que, às vezes, não conseguimos descobrir: o amor brilha e transmite sua própria pureza mística às manchas mais sombrias da Alma de outra pessoa. Pode, pelo seu poder absorvente, transformar a vida que toca. O amor nunca toma atitudes de superioridade. O amor não se afasta do pecador penitente com um sentimento de autogratificação por suas próprias virtudes. Não pode comportar-se de forma contrária à sua natureza interior, mas pode e deve se aproximar de outras vidas — mesmo aquelas que chamamos de degradadas, a fim de irradiar o seu poder que abençoa e ajuda. A energia radiante do amor destrói o mal.
Porque o Cristo-Amor não reivindica nada para si mesmo. Suas correntes divinas fluem através da vida, trazendo bênçãos para todas as outras vidas que toca. Procura não guardar, acumular ou reter para si mesmo. Quando isso acontece, deixa de ser amor — mistura-se com a liga do desejo. Desejo é a vontade de possuir algo para si ou para outro “eu” que amamos. Está tudo bem em um determinado estágio do nosso crescimento, porque precisamos do estímulo que ele transmite. Quando manifestado em suas fases mais elevadas, acelera, inspira e leva aos impulsos mais elevados. Refinado até à essência, manifesta-se no mais terno amor materno, amor que deseja apenas para o filho o seu amor. Este amor está muito próximo da fronteira do divino, mas ainda é humano e limitado, pois está misturado com a liga do “eu”. Somente quando amamos aquilo que não nos pertence em qualquer sentido especial — aquilo sobre o qual não temos direito e que nunca nos beneficiará de forma alguma — é que realmente amamos com o amor divino. O amor é a energia radiante que se derrama em todas as formas. Seu poder restritivo é a devoção altruísta. Não busca o que é seu, não busca qualquer bem ou ganho para si mesmo. Em algum ponto da escala, a energia emitida e representada pelo desejo pode ser direcionada para dentro e usada como força espiritual. Então ela se funde com o amor.
Existem inúmeros graus de amor, porém mantendo continuamente o ideal mais elevado no pensamento o estágio sublime do perfeito amor de Cristo pode ser alcançado. Quando essa chama pura brilhar dentro de nós, enviaremos um poder vivificante, um calor, uma energia radiante que todos sentirão no mais breve contato. Nós o vemos brilhar nos olhos e sentimos seu hálito perfumado de vez em quando em alguns raros momentos. É a bênção mais rica do mundo — este poder de amar — e é um poder porque não procura o que é seu. Nem sequer pede que seja devolvido. É como a luz do Sol espalhando bênçãos e inspirando vida: só porque é amor!
Nunca se ofende, nunca se exaspera — mesmo quando a intenção é ofender. Todos os ataques de língua afiada, as calúnias venenosas, os significados desvirtuados que os insensíveis, os mal-intencionados, os invejosos e os cruéis lançam contra a Alma consagrada caem inofensivamente. Eles caem dessa forma porque o amor verdadeiro consagrado aos fins mais elevados e não pode parar no caminho para considerar o mal; ele não tem tempo de se sentir magoado nem inclinação para se sentir ofendido. Conhece a Lei de Deus: “que tudo se reverterá para o remetente do mal” e tem compaixão da Alma ignorante e tola que pratica esses crimes contra o amor. O amor não é facilmente provocado.
Porque a sua própria essência é pura. O Cristo-Amor não poderia pensar mal do outro, porque não há mal dentro dele. Quando falamos mal de outra pessoa, traímos a nós mesmos — a qualidade interior de nossas Almas. Podemos ser forçados a reconhecer o mal ou a falha no outro, mas instantaneamente direcionamos o fluxo de amor radiante sobre ele e nos esforçamos para transmutá-lo ou consumi-lo. Apenas criticar é totalmente mal e não tem lugar em uma organização como essa. Os puros de coração, e não apenas os exteriormente puros, nunca procuram o mal. Quando o encontram, eles ficam tristes com isso e tentam com sua própria força maior ajudar o coração em dificuldades do irmão ou irmã a superá-lo. Todos os pensamentos malignos que permitimos vagar em nossos cérebros vêm de um plano inferior onde todos os acréscimos imundos de eras se acumularam. A corrente passa por nós continuamente através dos Éteres; mas lembre-se de que só nos apropriamos daquilo com que temos afinidade. Portanto, a qualidade do nosso pensamento mostra a nossa natureza interior. Nós nos autocondenamos quando pensamos o mal de outra pessoa; quando pensamos o mal em nós mesmos, revelamos a qualidade interior de nossa natureza.
Ele não poderia se alegrar com a injustiça, porque o seu propósito é o desenvolvimento, a expansão, a manifestação da unidade na diversidade e o seu ser é a harmonia, a vida. Alegrar-se com a injustiça seria alegrar-se com aquilo que perturba, desintegra, destrói! Ele se alegra com a verdade e busca continuamente. Ele conduz à verdade e é a própria verdade, quando manifesta sua expressão última e plena.
Se imaginarmos, por um momento, que o amor pode andar à deriva por jardins de rosas, escapando das tempestades da vida e dos seus males, não conseguiremos perceber a sua verdadeira natureza. O amor tem que sofrer, quando está aprisionado na forma. A sua própria natureza — energia radiante que procura expressão no plano físico, no meio de todos os “tipos e condições de servidão” — necessita de dor e tristeza.
A própria natureza do amor encontra em um verdadeiro Centro da Fraternidade Rosacruz (onde há um Templo onde se oficia os Rituais, onde há um Departamento de Cura e onde há Reuniões de Estudos focados em estudar fielmente e tão somente os Ensinamentos Rosacruzes) um campo para essa expressão. As diferentes Personalidades dos Estudantes Rosacruzes daquele Centro — muitas vezes desarmoniosas e, infelizmente, por vezes discordantes ao ponto do antagonismo —, as diferentes opiniões e ideias deles, os preconceitos e desejos deles, as várias formas de vaidade e egoísmo deles, tudo isso fornece um campo rico para a plena frutificação do amor através da provação e da dor. O amor idealiza-se quando é exposto por meio da Personalidade e, quando se desilude, surge o sofrimento. Isso é exemplificado não apenas nos nossos amores individuais, mas no coletivo, em nossas uniões para: o serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao irmão e à irmã, focado na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade, o estudo e a expressão, por exemplo.
Ora, se o amor pode suportar este processo de desilusão, então é amor. A imitação, que é apenas uma forma de desejo pessoal, desaparece e morre sob o estresse e a tensão da experiência. Por exemplo, somos atraídos pela Fraternidade Rosacruz. Formamos uma concepção ideal da mesma e realizamos suas atividades com um entusiasmo fulgurante. Mas nada do que encontra expressão física é ideal e, por isso, logo nos deparamos com a decepção! Na expressão das diferentes Personalidades, que ainda não estão totalmente dominadas por nós, o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui, encontramos muita coisa que entra em conflito com os nossos ideais e, na repentina oposição de sentimentos que se segue, ficamos doentes do coração e somos levados a nos afastar. Mas aqui está a prova do amor. Se ele não pode resistir a um teste tão pequeno, como trilharemos o Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz?
O amor sofre por muito tempo. Não há limite de tempo para ele. O amor pode produzir muitas eras ou vidas de provação e carga, porque nos tornamos vencedores quando suportamos todos os testes. Os portões do Templo se abrem apenas para aqueles que se tornaram fortes por meio do amor e do sofrimento. A verdadeira grandeza é demonstrada pelo domínio de todas as situações e o amor se prova pelo seu poder de suportar. O amor é bondoso.
Amigos e Amigas, há um mundo de significado nessa pequena palavra: bondade. É dito que ela siga o sofrimento como um efeito. O amor nunca retalia quando lhe é feita uma injúria. Nunca imagina que uma ofensa foi feita. Nunca é ingrato quando lhe é feita uma gentileza. Nunca é invejoso. Nunca diz coisas rancorosas e maldosas. É bondoso no sentido mais completo da palavra. Nós nos magoamos tanto uns com os outros, quando não amamos verdadeiramente. Mas esse amor que estamos considerando agora ministra de mil maneiras ternas e belas ao Amado, seja ele individual ou reunido em um corpo como a nossa Fraternidade Rosacruz. O amor, que é o ideal pelo qual nos esforçamos, é bondoso.
Podemos imaginar situações em que o “amor” pode ser orgulhoso no seu sofrimento. Ele pode se afastar em um distanciamento ofendido e recusar a ser bondoso. Mas isso, caros amigos e caras amigas, é o amor fictício! O verdadeiro amor sofre muito e é bondoso. Mais do que tudo, ele teme causar dor ao outro. Prefere sofrer a magoar o outro, mesmo que tenha sido gravemente prejudicado. Nunca se vinga quando recebe uma injúria. Nunca imagina que uma ofensa foi feita. Nunca é ingrato quando recebe uma gentileza. Nunca é invejoso. Nunca diz coisas rancorosas e maldosas. É bondoso no sentido mais completo da palavra. Nós nos magoamos muito quando não amamos verdadeiramente. Mas esse amor que estamos considerando agora trata o Amado de mil maneiras ternas e belas, seja ele individual ou coletivo como um corpo igual à nossa Fraternidade Rosacruz. O amor, que é o ideal pelo qual nos esforçamos, é bondoso.
A esperança brota de fato e perene no seio humano, quando este amor de que falamos a inspira. O desespero não consegue encontrar um lugar onde seu veneno nocivo possa se alojar, quando esta chama do Amor Divino arde continuamente. Nas cavernas mais sombrias da Terra nunca poderá apagar este fogo e a sua luz. Ele destrói os gases venenosos e a esperança brilha como um farol, pois ela está inclusa no amor.
Pode carregar fardos pesados e nunca vacilar. Pode suportar os fardos dos outros e nunca hesitar. Sua força de Alma brilhante lhe confere muito poder.
Aprende através do sofrimento a suportar pacientemente. Permite que os corações humanos perseverem. É a inspiração da vida. Suporta o sofrimento com sua energia radiante que anima. Pode tornar a Alma grande e elevada, permitindo-lhe, como tão belamente foi expresso, “navegar com um vento favorável através de muitas tempestades e no meio das ondas desfrutar de uma bela calma”[1].
Quando deixamos de aprender algumas das nossas lições da vida, é porque ainda não conhecemos este amor na sua plenitude. Quando ficamos fracos e cedemos a alguma tentação sutil, é porque ainda não nos tornamos um canal para essa força extraordinária. Quando falhamos em algum dever, é porque as correntes de amor são desviadas e não atingem nossas almas com seu poder animador e vivificante. Quando nos desviamos e desanimamos diante das tarefas desesperadoras, é porque ainda não conhecemos esse amor de que falamos. Nunca poderemos falhar enquanto ele brilhar dentro de nós e irradiar, a partir de nós, correntes de força viva. É a própria vida e sem ela somos meras sombras ou autômatos mecânicos.
De acordo com este padrão podemos ver que muito do nosso assim-chamado amor é desejo. Pode ser um desejo que foi refinado até sua essência, mas ainda assim é um desejo, em última análise.
Talvez aqui surja uma questão: se o desejo é movimento, como se diz, como pode o amor maior estar separado do desejo? Quando Deus, que é Amor, começa a Se manifestar, Ele não deseja expressão? Ele flui por todo o universo e Se manifesta através dessas inúmeras formas. O que faz com que Ele Se manifeste? Não é desejo? Mas há uma diferença fundamental entre o desejo que move o Amor Divino em Sua missão benéfica e aquele que leva nossos corações humanos a agirem. O amor de Deus circula pelo Universo como as correntes arteriais em nosso microcosmo, trazendo vida, energia vital e cura; além disso, ele reúne em seu retorno, através de outros canais, todos os acréscimos, impurezas e manchas da nossa Personalidade e os transmuta, purifica e envia de novo em forma de corrente de amor para abençoar e rejuvenescer.
Quando amamos com o Amor Divino, não desejamos para nós mesmos, mas para o outro. Quando desejamos para nós mesmos, poluímos a pura corrente do amor e a enviamos carregada de veneno. Há um trabalho muito bonito que alguns dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz fazem pela Humanidade — e do qual todos nós podemos participar, se quisermos. À meia-noite, eles reúnem todos os maus pensamentos e forças que foram enviados durante o dia e, através da alquimia divina do amor, transmutam em forças para o bem. Algum trabalho poderia ser mais bonito? Vejamos se algo neste trabalho precisa ser feito por nós.
Nós podemos nos transformar em canais de bênçãos para a Humanidade, usando a força do nosso pensamento para os fins mais puros e elevados. No nosso Ritual do Serviço Devocional do Templo, falamos em sermos usados como “canais conscientes na obra benfeitora dos Irmãos Maiores à serviço da Humanidade”. Também usamos o Amor como tema da nossa meditação. Este amor é o poder que devemos usar em nossa vida superior. Nós o pervertemos em nosso desenvolvimento passado. Nós o usamos para atrair coisas para nós mesmos. Muitos dos nossos cultos e das nossas sociedades religiosas fazem isso agora em um grau alarmante. Podemos pensar em bens materiais ou tesouros emocionais, desejos e vontades do coração. Ele pode ser usado para atrair amor humano ou graças espirituais para nós. Seja o que for que procuremos ou desejemos para enriquecer nosso “Eu pessoal” de alguma forma, é uma perversão da força que chamamos de amor. Em um estágio do nosso avanço, isso se torna mau, se houver excesso.
Precisamente aqui, eu gostaria de falar sobre uma tendência entre as “escolas de pensamento superior” de ignorar o chamado amor humano (o amor filia) ou de refiná-lo até que mal seja uma essência. Para muitos ainda é difícil traçar uma linha entre o amor filia e o amor ágape. Quantos de nós, ao iniciar o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, ficamos extremamente intrigados ao saber até que ponto podemos manter, guardar ou valorizar os nossos amores humanos? De alguma forma, talvez lendo superficialmente essas linhas, adquirimos a noção de que todo amor entre homem e mulher ou pais e filhos pertença a um plano inferior e deva ser renunciado. Na verdade, ele deve ser transcendido em algum estágio futuro, mas deve ser mantido e valorizado até que tenha servido ao seu propósito mais completo. O ponto de vista faz toda a diferença. Se o mantivermos para fins egoístas, ele se tornará um erro. Se o nosso amor se estende para abençoar o outro coração; se a alegria que sentimos em ser amados tem o seu centro no ser amado, então ele está de acordo com a Lei de Deus. E algum dia, amando assim, nossa consciência será estendida para abranger toda a Humanidade. Então conheceremos o verdadeiro significado e valor do amor, o amor ágape.
A razão pela qual o Estudante Rosacruz aprende que deva valorizar apenas o amor ágape é porque grande parte do nosso amor filia está misturado com o desejo egoísta. No entanto, até mesmo esse desejo tem a sua parte no grande plano cósmico; ele é a força dinâmica que nos faz agir. Marte representa a energia dinâmica e rege a natureza de desejo. Essa força, às vezes, atua de maneira muito sutil, quando misturada com os acréscimos da nossa Personalidade. Trabalhando através do raio de Marte, ele deseja e envia energia para cá e para lá, sem propósito, razão ou método. Mas Mercúrio, o símbolo da razão, está agora intervindo para ensinar como essa força de desejo deve ser usada. Então o raio de Vênus entra e nos inspira com um amor mais puro e impulsos mais nobres. Ele reúne e prende com um cinto de ouro os corações que toca. Além disso, acelera com sua radiante energia as almas que unifica. O raio de Vênus, na melhor das hipóteses, não busca o que é seu. Ele olha com seu lindo e terno amor para a outra Alma e abençoa com seu poder conquistador. Ele atrai para si todas as forças em conflito e as harmoniza, une e mantém. É o raio de Vênus que nos dá os amores humanos (que é o amor filia) que são ideais, a nossa rica música emocional, a vida artística, os interesses e laços pessoais, o encanto de Personalidades fascinantes que conquistam e atraem todos para si. É uma influência muito bonita e bastante benéfica. Ela mantém as vidas humanas unidas por um vínculo poderoso: ela dá vida, cor e charme.
A existência pareceria muito vazia e monótona sem o raio de Vênus. Não deve ser sufocado ou descartado, mas, isto sim, tomado e usado como um grande propulsor para o nosso progresso ascendente. O poder de amar e de atrair amor é um dom elevado, deve ser valorizado como tal e usados para os fins mais nobres. Mas o raio de Vênus, por mais bonito que seja, não é tudo; ele também serve a um propósito e deve desaparecer. Existe um Poder maior, uma Força superior que está entrando em nossa evolução. Foi Isso que começou a tocar a Humanidade entre as colinas da Judéia, quando o Mestre dos mestres as pisou com Seus pés sagrados. Isso nós chamamos de raio de Urano. É ele que os mais avançados da Humanidade estão começando a enfrentar agora. Esse Amor combina as influências de Marte e Vênus. É o amor ágape! É, ao mesmo tempo, extrovertido e introvertido. Possui toda a doçura e encanto, toda a beleza e harmonia do raio de Vênus. Possui toda a energia dinâmica e força do raio de Marte. É Espírito, fogo, vida, luz. É tudo que o amor expressa — é amor ágape. É a Divindade interior em manifestação. É o Deus-Amor.
O “Eu pessoal” não é o centro desse amor. Ele flui e transmuta tudo dentro do “Eu pessoal” em propósitos mais elevados, em ideais mais puros. Ele forma os nossos ideais e se eleva das terras baixas e dos vales da vida até às alturas onde a nossa visão pode abranger horizontes distantes.
Vemos, então, o significado e o propósito do amor. Sabemos que é uma parte da Chama universal e de forma alguma deve ser confinada dentro de formas — limitada, condicionada, restringida. Quando esse amor ágape nos possui, vemos todos como um e reconhecemos a Divina Essência oculta em cada um de nós. Afinal, nossas Personalidades são meras máscaras e quando adoramos a Personalidade, adoramos uma mera aparência — uma quimera que serve a um propósito temporário, mas que se dissolverá como a névoa diante do Sol na luz maior para a qual iremos. Tudo o que é belo e verdadeiro, tudo que é valioso em nossa Personalidade brilhará com uma juventude imortal e resplandecerá no grande Deus-Luz. Tudo o que é belo, doce e puro na máscara que usamos em cada vida terrena perdurará, pois faz parte do Deus interior. Aquilo que está ligado ao animal perecerá ou se dissolverá. Na verdade, nada perece, mas certas manifestações se desintegram e retornam a suas partes componentes. Só continua aquilo que é mantido unido pela Vida – o que tem coerência e unidade. A vida é Deus e Deus é Amor. Portanto, o Amor é o poder, a força que vence a morte e que incorpora na Alma a vida imortal. Este Amor de Cristo é como a radioatividade e flui do seu centro brilhante no Espírito, abençoando todos na periferia do seu Poder mágico.
Vamos aplicar o teste a nós mesmos como Fraternidade Rosacruz – o teste do raio de Urano (o amor ágape). Nós amamos? Estamos interessados apenas no grande trabalho a ser realizado para elevar, ajudar e ensinar a Humanidade? Deixamos de lado nossos próprios sentimentos e interesses individuais em prol de uma vida maior, de um motivo mais elevado, da vida de serviço? Estamos consagrados à vida superior, ao Ideal de Cristo? Ou magnificamos nossas Personalidades, adorando cegamente em algum santuário de grandeza imaginária ou criticando de forma ignóbil os nossos irmãos e as nossas irmãs? Permitimos que nossas pequenas animosidades e preconceitos pessoais nos levem a retardar o trabalho que nos comprometemos a fazer? Temos inveja do mérito superior e procuramos menosprezar ou destruir a influência daqueles que podem ter captado uma visão da verdade mais clara do que a nossa? Em outras palavras, estamos vivendo de acordo com a definição de amor do Cristo, o amor ágape? Esse amor é a Chama pura que acende todas as nossas pequenas lâmpadas. Somos parte da Chama, parte da corrente que dá luz; mas muitas vezes nos fechamos em nosso pequeno mundo e pensamos que a luz que possuímos pertence exclusivamente a nós mesmos. Não consideramos os outros “Eus”. Ligamos nossa corrente e fechamos nossas cortinas, imaginando que estejamos isolados do mundo. Mas lá embaixo, na rua, há um poderoso arco de luz e por trás dele há uma corrente que atravessa os outros onde existem forças poderosas. No entanto, não se origina aí. Ainda mais atrás — mais profundamente onde a paixão cessa e as forças elementais nascem — a corrente começa e termina. Seu circuito está completo em Deus.
Queridos amigos e queridas amigas, as nossas pequenas Personalidades deveriam encolher e desaparecer no nada diante dessa Grande Luz. Não deveríamos ser meros colecionadores ocupando o cargo mercurial, mas forças, poderes, um centro muito radiante que difunde a nossa luz para todos ao nosso redor. Expressaríamos assim a oitava superior de Mercúrio que é Netuno e a oitava superior de Vênus, que é Urano Isso é o que deveríamos fazer, queridos amigos e queridas amigas, no nosso atual estágio de avanço. Se evoluímos o bastante no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz para nos unirmos aqui como um Centro da Fraternidade Rosacruz ao longo dessas linhas mais elevadas, certamente deveríamos ser capazes de deixar de lado o nosso amor-próprio, a nossa vaidade mesquinha, a nossa presunção, a nossa sensibilidade mórbida, nossas calúnias e críticas indelicadas — tudo que, na verdade, é falso, feio e discordante. Deveríamos ser capazes de nos unir no único objetivo da vida superior: o serviço à Humanidade, que é serviço a Deus. Que diferença faz se a Essência Divina se expressa como você ou eu? A forma específica através da qual funciona realmente não importa. É a Essência interior que nós servimos.
Se irradiamos amor, pouco importa o que mais nos falta. Se não expressarmos em nosso coração e em nossa vida a prova que Cristo nos deu, pouco importa quais outras qualificações tenhamos. Riqueza, cultura, mentalidade brilhante, realizações intelectuais — tudo aquilo a que o mundo se curva em homenagem servil — é nada sem amor.
“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos Anjos, se não tiver amor, serei como o metal que soa ou como o sino que tine”. “E ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e todo ciência; e ainda que eu tenha tamanha fé a ponto de remover montanhas, se não tiver amor, nada serei”. “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará”.
Portanto, queridos amigos e queridas irmãs, o amor é Deus e sem Ele nós somos meras conchas, unidades isoladas e sem vida, sem propósito, átomos à deriva no mar cósmico. Mas com esse amor preenchendo todo o nosso ser e brilhando através de nós, nós nos tornamos forças poderosas trabalhando com a vida cósmica.
FIM
[1] N.T.: Trecho do Livro St. Elmo de Augusta Jane Evans (1835-1909), escritora estadunidense.
As obras de Shakespeare, assim como os dramas musicais de Wagner, o Fausto de Goethe, a Divina Comédia de Dante e muitos outros livros de igual valor são designados Esotéricos, embora de leitura Exotérica. Eles são comunicações diretas dos centros planetários da Divina Sabedoria.
Podemos dizer que a literatura que lida com a vida espiritual e é construída em torno de Mestre e Salvadores do mundo e, além disso, se revestem de uma estrutura baseada nos mistérios, torna-se, em virtude destes vários atributos e elementos, escrituras sagradas. Todas as outras literaturas têm menor classificação.
Voltando à análise da literatura não sagrada, encontraremos, por sua vez, que ela se divide em duas. Na primeira, temos a literatura que é possuidora de um sentido “interno”; na segunda, o “externo” somente. A primeira, como as escrituras sagradas, está fundamentada nos Mistérios e contém, na sua forma externa, um véu de Sabedoria Arcana claramente organizada, enquanto na outra classe tal esoterismo não está presente. Há trabalhos sobre assuntos espirituais, experiência religiosa e mesmo sobre os Mistérios que não possuem este sentido interno. Eles podem ser trabalhos altamente inspirados, contudo somente simplesmente estruturados. Por outro lado, temos trabalhos como os dramas de Shakespeare que o mundo não reconhece como literatura “espiritual”, mas que, em virtude de sua dupla estrutura, cultuam um compêndio de Sabedoria Iniciática só comparável a das sagradas escrituras.
No caso de Shakespeare, a fonte foi os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. Para o esoterista, nenhuma outra evidência disto é necessária senão os trabalhos mesmos. Mas, sinais específicos, ocultamente transmitidos, estão também presentes nos dramas.
Max Heindel é a autoridade para a citação de que as obras que trazem o nome de Shakespeare e aquelas que trazem o nome de Bacon foram influenciadas pelo mesmo Iniciado Rosacruz.
Há 2 meios de você acessar esse Livro:
1.Em formato PDF (para download):
Shakespeare à Luz dos Ensinamentos Rosacruzes – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz
2.Para ler no próprio site (OBSERVAÇÃO: nesse caso para você ter acesso aos ANEXOS, que são a íntegra de cada Obra citada, baixe a versão acima em PDF):
SHAKESPEARE À LUZ DOS ENSINAMENTOS ROSACRUZES
Por
Um Estudante
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, 1919, Shakespeare in the Light of the Rosicrucian Teaching, editada por The Rosicrucian Fellowship in Rays from The Rose Cross Magazine
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
Esses textos foram originalmente utilizados como material de uma séria de Reuniões de Estudos sobre Shakespeare, em Mount Ecclesia, e são o resultado de uma cooperação verdadeiramente harmoniosa e inspiradora entre os participantes dessas Reuniões.
As obras de Shakespeare são designadas esotéricas, embora de leitura exotérica. Elas são comunicações diretas dos centros planetários da Divina Sabedoria. A fonte das obras de Shakespeare os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental – os Ensinamentos Rosacruzes. Para o esoterista, nenhuma outra evidência disto é necessário senão os trabalhos mesmos. Mas, sinais específicos, ocultamente transmitidos, estão também presentes nos dramas.
Shakespeare foi chamado de “A Máscara Rosacruciana”. Max Heindel é a autoridade para a citação de que as obras que trazem o nome de Shakespeare foram influenciadas pelo mesmo Iniciado Rosacruz.
ÍNDICE
PARTE I – INTRODUÇÃO À OBRA DE SHAKESPEARE: SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO.. 5
PARTE II – SHAKESPEARE E O CASAMENTO CÓSMICO.. 9
PARTE III – SHAKESPEARE E A LEI DO RENASCIMENTO.. 16
PARTE 4 – SHAKESPEARE E A ORDEM ROSACRUZ.. 23
PARTE 5 – LEONATUS: UMA PROFECIA DA ERA VINDOURA.. 29
PARTE 6 – LEONATUS: UMA PROFECIA DA ERA VINDOURA – MARGARIDA WOLFF. 37
PARTE 7 – LEONATUS: O ABANDONO IMINENTE DO CORPO DENSO.. 47
ANEXO 1 – SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO.. 56
ANEXO 2 – OTELO – O MOURO DE VENEZA.. 90
ANEXO 3 – A TRÁGICA HISTÓRIA DE HAMLET – PRINCÍPE DA DINAMARCA (1603) 146
ANEXO 4 – ANTÔNIO E CLEÓPATRA.. 199
ANEXO 5 – O MERCADOR DE VENEZA.. 253
É bem conhecido o ditado “não havia Fadas na Inglaterra antes de Shakespeare”.
No entanto, mesmo antes que o puritanismo tivesse extinguido a alegria da velha Inglaterra, essa era o próprio recreio das “pessoas pequenas”. Apareciam das sebes e provocavam os viandantes, faziam travessuras com os jovens e as donzelas nos caminhos dos amantes; todos os bosques e prados mostravam “anéis de Fadas” onde realizavam os seus bailes; tinham pontos de encontro nos pântanos de Yorkshire e nas planícies de Devon; as sereias penteavam-se nas falésias de Dover; e o alegre e brincalhão Robin Bom-camarada era uma palavra corrente em todo o país.
Sim, os contos de Fadas existiam, mas a crença neles era irregular e casual. Para algumas pessoas, eram realidades que faziam parte do seu quotidiano; para outras, eram apenas histórias bonitas ou assustadoras que se contava nas noites de verão ao luar ou à volta da lareira nas longas noites de inverno. Foi necessária a mão divinamente guiada do poeta para reunir todos os fios confusos, tecê-los em uma obra-prima e apresentá-la à Humanidade: aqui está o Mundo das Fadas das vossas chamadas “fantasias”; ele está vivo, é verdadeiro e real; é uma parte muito importante da vida no nosso globo!
No entanto, a grande lei da evolução funciona em espiral por toda parte. Há mais de 300 anos que os críticos tentam rebaixar o nível do Um Sonho de uma Noite de Verão de Shakespeare (Veja a obra no ANEXO 1) mediante interpretações tão cheias de equívocos que chegam a ser um sacrilégio. Essa obra foi escrita em 1590, aproximadamente. Mas só por volta de 1910 ela foi erguida na espiral do pensamento avançado. Não havia Fadas antes da obra Um Sonho de uma Noite de Verão. Shakespeare nos deu o Mundo das Fadas; no entanto, apenas quando a grande Luz Branca dos Ensinamentos Rosacruzes foi derramada sobre ele é que esse Mundo das Fadas apareceu na sua pureza e dignidade como parte integrante e sagrada da casa de Deus na Terra. Que a palavra sagrada penetre profundamente nos nossos corações. Um Sonho de uma Noite de Verão, apesar de borbulhar de riso, alegria, diversão, travessuras e truques, é uma peça sagrada e como tal foi citada por Max Heindel no texto do Ritual do Serviço Devocional do Solstício de Junho e em outros livros da Fraternidade Rosacruz.
A Noite de Natal e a Noite do Solstício de Junho são os dois polos da atividade divina que se manifesta na Terra durante o ciclo do ano. No meio do inverno (em dezembro para o hemisfério norte), sob os raios oblíquos do Sol, a atividade espiritual atinge o seu pico, a Natureza é abafada em uma grande quietude, uma expetativa de escuta, e na noite mais longa, a noite mais escura, a Estrela do Espírito brilha mais intensamente e o Cristo nasce na Terra.
Mas, como lemos no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”: “A evolução é a história da progressão do Espírito no tempo”. E o tempo está indissoluvelmente ligado à matéria. Enquanto a nossa Onda de Vida passa por esta Terra em Involução e Evolução, a existência material, a forma corporal e a manifestação física são necessárias e, a menos que o polo oposto, o da atividade física, seja mantido, o Espírito não pode continuar o seu caminho de “progressão no tempo”. Todos nós, o nosso Planeta e tudo o que nele existe de vida mineral, vegetal, animal e humana, temos de recolher essa experiência da existência física para podermos evoluir de centelhas Divinas a seres Divinos autoconscientes, cocriadores junto às Hierarquias Criadoras e copossuidores da Glória de Deus. Assim, no Solstício de Junho, sob os raios perpendiculares do Sol, as atividades físicas atingem o seu auge e, durante a noite mais curta e luminosa do ano, a de 24 de junho, as mil vozes da Natureza juntam-se em cânticos, risos e murmúrios alegres e os Espíritos da Natureza realizam o seu festival anual, uma festa de regozijo porque fizeram bem o seu trabalho e a vida física na Terra está assegurada por mais um ano.
O Mundo das Fadas de Shakespeare inclui todos os Espíritos da Natureza mencionados nos Ensinamentos Rosacruzes; esses Espíritos — sejamos muito claros sobre isso — são servos de Deus, agentes de Deus, que trabalham sob a direção das Hierarquias Criadoras que guiam nossa evolução. As ações dos Espíritos da Natureza, muitas vezes, parecem incoerentes e irresponsáveis para nós. Por quê? Porque ainda compreendemos mal o funcionamento das Leis da Natureza. Quando o ser humano está em harmonia com as Leis da Natureza e os Espíritos da Natureza lhe são simpáticos, ele os chama de “bons”. Quando ele está em desarmonia com as Leis da Natureza e elas parecem antagonizá-lo, ele as chama de “más”. Porém, todos trabalham juntos para o bem, a serviço da evolução. Os Espíritos precisam de corpos para adquirir experiência. Os Espíritos da Natureza são trabalhadores que constroem corpos, são criadores de forma. É por isso que no Fausto, de Goethe, eles aparecem à chamada de Mefistófeles que, em um dos seus muitos aspectos, é Satanás ou Saturno, o construtor da forma.
Ora, “Um Sonho de uma Noite de Verão” não é apenas o relato da Festival das Fadas no auge das suas atividades bem-sucedidas, mas também se preocupa muito com os males e as provações dos amantes e com a sua feliz união no final. Alguns críticos interpretam a peça como um espetáculo de amor inspirado nos perfumes de uma noite de verão, “Maluquice de uma noite de verão”. Essa é a interpretação mais triste de todas. E aqui, em particular, recordemos que Um Sonho de uma Noite de Verão é uma peça sagrada, apesar de muitos absurdos que são aparentes. Uma “peça” sim, mas apresentada para nós por um grande Iniciado para que possamos ver com ele as Forças da Natureza “brincando” no mundo.
Os Espíritos da Natureza estão sempre e particularmente interessados nos amantes e nos seus assuntos; eles gostam de provocar o jovem e a donzela enamorados, mas apenas durante algum tempo; depois, esses Espíritos os consolam e aproximam; ao final, eles pedem para serem convidados para o casamento e concedem ao casal feliz três desejos no dia do casamento. Os Espíritos da Natureza são construtores da forma e, como tal, precisam da atração entre os sexos para providenciar corpos para as almas que chegam. Um Sonho de uma Noite de Verão é uma Festa de Casamento regida por uma grande característica cósmica: a atração entre os sexos é um fator necessário em certos estágios da evolução em que o Espírito precisa de veículos físicos e densos para acumular experiência e, por isso, devido à sua missão Criadora ao Serviço do plano divino, o Amor entre homem e mulher é sagrado e o Matrimônio é um Sacramento; assim, temos que ter pena das almas mais jovens que o olham de maneira frívola e interpretam Um Sonho de uma Noite de Verão como uma graciosa e espirituosa brincadeira de fazer amor, quando ele é uma Peça Misteriosa realizada nos recintos sagrados do santuário da vida.
Quando o Poeta Iniciado, Goethe, terminou o seu drama místico, Fausto, disse sorrindo: “Nesta peça eu escondi muitos mistérios que manterão os críticos ocupados durante pelo menos cinquenta anos”. A obra “Sonho de uma Noite de Verão”, de Shakespeare, manteve-os assim ocupados durante mais de trezentos anos e não estão agora mais perto da solução dos problemas ocultos dessa magistral obra do que em 1° de maio de 1594, quando foi apresentada pela primeira vez nas festividades do casamento de um dos patronos aristocráticos de Shakespeare, na corte da Rainha Isabel; então as pessoas se perguntavam por que uma peça de maio[1] se chamava “Sonho de uma Noite de Verão”.
Muitos diziam naquela época, como dizem hoje, que as passagens que se referem ao primeiro de maio como a data do casamento do Duque Teseu foram inseridas na peça escrita por volta de 1590 como um elogio ao casal recém-casado perto do trono de Isabel. Essa é a forma mais fácil de evitar o fato embaraçoso de o poeta, no seu grande e misterioso drama nupcial, identificar o 1° de maio com o 25 de junho. A maioria dos expoentes ainda se contenta com essa solução, embora ela pareça bastante incompatível com a dignidade de um Shakespeare.
Alguns o desculpam com base em “erros ortográficos”; outros ainda o acusam de ter feito malabarismos com as datas, assim como o acusam frequentemente de ignorância ou de descuido em relação a fatos históricos, mitológicos ou geográficos. Ele, o Iniciado que sabia tudo o que aqueles que tentam em vão minimizar a sua grandeza não sabem! Gostam de acentuar a sua ignorância em geografia, por exemplo, porque na sua outra peça de mistério, a Tempestade, os navios singram para a Boêmia, que fica longe do oceano.
Sim, hoje em dia! Mas, no século XII, a Boêmia era um poderoso império que se estendia até ao Mar Adriático. Shakespeare, como é óbvio, conhecia esse fato e sabia bem “do que se tratava”, ao nos dizer que, quando o Duque Teseu de Atenas se casou com Hipólita, a sábia rainha das Amazonas, a data do Dia de Solstício de Verão era 1° de maio.
Vemos o grande Iniciado sorrindo com o seu sorriso gentil, como um pai sorri para os filhos que não podem ferir a sua dignidade quando, com razões superficiais e infantis, explicam seus ditos e feitos que ultrapassam a sua compreensão.
Não se confia às crianças a guarda da chama luminosa; — só quando um número suficiente de pessoas que vivem no ocidente atingiu a fase adulta é que se acenderam para elas as velas tão poderosas como temos, por exemplo, nos livros “Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz” e “A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz” – só para citar dois exemplos –, ambos do Iniciado Max Heindel. Esses livros não são meros manuais da Filosofia Rosacruz ou Astrologia Rosacruz, mas poderosos portadores de luz que levam a iluminação para todos os caminhos da vida. Não podemos compreender as obras dos grandes poetas, músicos, pintores e escultores sem a sua ajuda; e a razão para isso é facilmente encontrada. As pessoas que conhecemos como gênias que estavam muito à frente do seu tempo e, em muitos casos, foram iniciados da Ordem Rosacruz, nos deram a Religião Cristã Esotérica por meio de símbolos e parábolas, pois toda grande Arte é basicamente religiosa e a sua missão evolutiva é afirmada naquelas famosas palavras de Richard Wagner, frequentemente citadas por Max Heindel: “Onde a Religião se torna artificial está reservado à Arte salvar o espírito da Religião”. Max Heindel, como porta-voz dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, deu à Humanidade o conhecer a Religião Cristã Esotérica em uma linguagem simples e por meio dos livros que contêm os Ensinamentos Rosacruzes que são lições completas que temos que consultar e estudar a fundo, se quisermos compreender a beleza misteriosa dos roteiros imortais escritos pelos nossos mestres-artistas em cores, palavras ou tons.
Uma biblioteca inteira de obras eruditas sobre Shakespeare não pode ajudar a resolver o problema do “Sonho de uma Noite de Verão”, pois a informação valiosa que contêm é exotérica e ignora o potente fator da Astrologia Rosacruz. Mas se, com ajuda dos Ensinamentos Rosacruzes focarmos nossa atenção no fato de o “Sonho de uma Noite de Verão” ser um grande desfile do Sol e depois seguirmos a pista dada na sua explicação dos ciclos evolutivos ligados à Precessão dos Equinócios, a perplexidade se transforma em compreensão e a discrepância, em concórdia.
Como vimos anteriormente, o “Sonho de uma Noite de Verão” é uma apoteose das Forças da Natureza no auge das suas atividades, o grande “Festival das Fadas”, ou dos construtores da forma, que se regozijam porque fizeram bem o seu trabalho e asseguraram a vida física na Terra por mais um ano, para que o Espírito, em seu Caminho de Evolução, possa se manifestar através dos Corpos e dos veículos. Esse ponto culminante das forças físicas estimuladas pelo Sol ocorre todo ano entre 21 e 25 de junho, no polo oposto ao ponto culminante das forças espirituais, que ocorre entre 21 e 25 de dezembro, também todo ano.
Se a data do casamento na peça foi 1° de maio, o drama está aparentemente desequilibrado em relação ao Natal, afastado do caminho do Sol. — Sabemos que decorrem exatamente quatro dias entre o início da peça e o triplo casamento no final, pois o Duque Teseu abre-a com as palavras “Quatro dias felizes trazem outra Lua”[2] e a Rainha Hipólita acrescenta:
Mergulharão depressa quatro dias na negra noite;
Quatro noites, presto, farão escoar o tempo como em sonhos.
E então a lua que, como arco argênteo,
no céu ora se encurva, verá a noite solene do esposório.
Depois, no final do Ato IV, na Cena I, nesse maravilhoso discurso referente aos seus cães de caça, que soa como uma marcha triunfante composta por harmonias majestosas, informa os seus ouvintes de que “agora a nossa observação está feita” e elucida a ocasião para essa observação, que se realizou em bosques e florestas e não no templo, acrescentando a respeito dos amantes: “Decerto madrugaram, para os ritos observarem de maio”. Esse Dia de Maio é o dia do casamento.
Ouvimos de novo o duque Teseu:
no templo, agora mesmo,
estes dois pares vão se unir para sempre.
Mais tarde, os bons artesãos não-gramaticais dizem: “Mestres, o duque vem vindo do templo, onde se casaram, juntamente com ele, mais três senhores e três senhoras.”[3]. Depois, a companhia festiva será recebida no palácio, até que Teseu lembra:
Com a língua de ferro a meia-noite já deu doze batidas.
Para a cama, namorados! É quase hora das Fadas.
E agora a cena é inteiramente entregue às Fadas que cumprem o que no dia anterior Oberon, o rei das Fadas, anunciou à sua rainha, Titânia:
Já que nossa discórdia mal sofrida em harmonia se mudou garrida,
iremos amanhã, solenemente, dançar, à meia-noite,
bem em frente do quarto de Teseu.
…no Solstício de Junho (estação de verão para o hemisfério norte), — o Festival das Fadas! — para as fiéis Forças da Natureza, a grande, alegre e solene ocasião do ano! Os discursos de Titânia estão repletos de alusões ao Solstício de Junho. Mas não precisamos citá-las, pois o espírito do drama fala por si só. A peça está impregnada de Solstício de Junho, respira Solstício de Junho, canta e dança Solstício de Junho…, mas é mais rica em mistério e mais profunda em promessa do que um simples Solstício de Junho possa dar. Lembremo-nos do que Max Heindel ensina sobre os ciclos menores contidos nos maiores. Os ciclos diurno, anual e precessional são os ciclos do Sol. Uma nova vida é prometida a nós no Solstício de Junho através de Hermia e Lysander, Helena e Demetrius, os dois casais humanos cujo amor é abençoado pelas Fadas; vida abundante é prometida a toda a natureza pela reunião de Titânia e Oberon, o rei e a rainha das Fadas que, após um período de discórdia, celebram de novo o seu casamento e prometem abençoar a Terra com fecundidade. Mas, uma nova vida de um significado muito mais elevado e ampliado é prometida por meio do casamento de Teseu e Hipólita, esses dois seres exaltados que não são humanos nem Fadas, mas representantes cósmicos.
Shakespeare conhecia a mitologia e o seu simbolismo cósmico! Não acidentalmente, mas de forma muito deliberada, escolheu a Grécia como cenário para o seu drama. As Fadas, tipicamente do noroeste, em seu aspeto cosmopolita de Forças da Natureza, podiam ser facilmente transferidas para a Grécia; a sua rainha e o seu rei, Titânia e Oberon, são originários da Índia; assim, os arianos orientais e ocidentais contribuem a partir da sua tradição. Mas, nos mitos gregos foi encontrado o maravilhoso simbolismo dos “cães do céu” — a hoste estrelada — que acompanham a carruagem do deus Sol em uma corrida alegre “com a boca cheia de sinos, um debaixo do outro” e o saúdam com “gritos afináveis” — a música das esferas — aos quais a Terra ecoante responde.
…vai minha amada apreciar a orquestra de meus fortes lebréis. (…)
Tão galante barulheira jamais havia ouvido;
o bosque, o céu, as fontes, tudo, tudo, era em torno uma crebra gritaria.
Em parte alguma nunca ouvira música tão discorde, trovão tão agradável.
Ouvimos uma voz calma no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz” confirmando as rapsódias do mito e da poesia: “Pitágoras não fantasiava quando falou da música das esferas, porque cada um dos Corpos celestiais tem seu tom definido e, juntos, formam a sinfonia celestial”[4].
Finalmente, na mitologia grega este deus Sol, em uma de suas fases de Precessão, é representado por Teseu, o herói forte que matou o touro “devorador de homens”, o Minotauro. Esse terrível monstro tinha a sua fortaleza no Labirinto da ilha de Creta. Os atenienses tinham de oferecer todos os anos sete jovens e sete donzelas às mandíbulas cruéis desse touro. Ele representa o espírito do Ciclo Taurino e da Era de adoração ao touro[5] — o espírito da mais extrema crueldade e do mais cru materialismo ao qual os filhos e filhas da Humanidade eram sacrificados.
O espírito da Era de Touro foi morto por Teseu, o Sol. Isso significa que a Era de Touro terminou porque o Sol, por Precessão dos Equinócios, estava prestes a deixar a constelação de Touro e entrar em Áries. Max Heindel nos informa que em 498 d.C. o Sol cruzou o equador celeste no Equinócio de Março em 21 de março, a 0 grau de Áries. O Sol leva em torno de 2.156 anos para percorrer, pelo movimento da Terra Precessão dos Equinócios, os 30 graus de uma constelação. Ele entrou no 30° grau de Áries, o carneiro ou cordeiro, em 1658 a.C. e, portanto, 1659 a.C. é o último ano da Era de Touro.
Para nós, Áries é um Signo masculino; na astrologia grega era considerado um Signo feminino e o seu regente, o Planeta Marte, era representado não por um deus, mas por uma deusa, nomeadamente Palas Athena, a deusa da guerra e da sabedoria. A analogia entre Palas Athena e Hipolyta, a sábia rainha-guerreira, é evidente. Assim, 1659 a.C., o último ano da Era antiga ou de Touro, é o ano do casamento de Teseu, o Sol, com Hipólita, o Espírito Guardião da nova Era ou a Era de Áries, para que no próximo Equinócio de Março, 1658 a.C., ele pudesse entrar em sua nova casa, Áries, junto à parceira da sua exaltação.
Assim temos o ano; como é que obtemos a data? No que diz respeito à contagem do calendário, as nações antigas seguiam o exemplo da Babilônia ou da Caldeia, que eram seus mestres em todos os assuntos relacionados com a astrologia e a astronomia.
O calendário de Caldeia, que os egípcios, os gregos e os romanos, até ao tempo de César, copiaram, seguia de perto a trajetória do Sol e baseava-se em dois acontecimentos cíclicos: o menor e relativo ao Equinócio de Março e o maior, relativo à Precessão dos Equinócios. Assim, em 1659 a. C. o mês do “Equinócio de Março” foi janeiro e o mês do “Solstício de Junho” foi abril.
A Era de Touro dominou de 3814 a 1659 a.C. Na nossa Era de Peixes – em que nos encontramos atualmente –, estamos afastados de Touro por duas constelações e cada constelação através da qual o Sol passa por Precessão dos Equinócios coloca o ponto do Equinócio de Março um mês à frente. Os caldeus tinham meses lunares de 29 dias e, em certos intervalos, um mês bissexto, em vez do nosso ano bissexto. Se contarmos 91 dias entre o Equinócio de Março e o “Solstício de Junho” e tivermos em conta os meses mais curtos, então veremos que o 23 de abril do nosso calendário equivale ao 26 de abril do calendário caldeu da Era de Touro. Assim, o “Solstício de Junho” na Era de Touro aconteceu entre 26 de abril e 1° de maio; o Casamento Cósmico teve lugar em um dia de “Solstício de Junho”, 1° de maio de 1659 a.C.
Não faz muito tempo um Estudante Rosacruz enviou uma pergunta para aqui, em Mount Ecclesia. Ele perguntou se uma pessoa que deseje, no seu íntimo, não renascer na Terra, jamais renascerá.
Os Ensinamentos Rosacruzes afirmam que uma das principais Leis que guiam a evolução é a Lei do Renascimento, auxiliada pela sua irmã gêmea, a Lei de Consequência. Essas duas grandes Leis devem satisfazer o coração, o intelecto e a vontade. Elas são absolutamente justas e lógicas, mas cheias de esperança e promessa; elas dão um amplo espaço à vontade impetuosa e magistral dos filhos e filhas de Caim, que se recusam a seguir docilmente os líderes e querem trabalhar ativamente em sua própria evolução. Mesmo assim, o coração tenta dobrar a Lei de acordo com a sua impaciência, o intelecto gosta de fazer dela uma base de especulações e a vontade está ansiosa por afirmar a sua superioridade sobre ela. Quando eu me libertarei da Roda de Nascimentos e Mortes? Assim questiona o coração que acredita que a repetição da existência terrena, com as suas tristezas, seus sofrimentos e suas separações dolorosas seja demasiado difícil de suportar e anseia pela felicidade celestial e ininterrupta. Quantas vezes tenho de renascer e em que intervalos cíclicos ou rotações? Em que período da evolução a Lei do Renascimento será substituída por outra mais elevada? Assim pergunta o intelecto que gostaria de reduzir a Lei de Deus a um calendário ou fórmula matemática. E a vontade grita triunfante: assim que eu me recuso a renascer, a Lei deixa de funcionar.
A vontade, como a mais elevada faculdade do ser humano, é o seu direito. Max Heindel ensina no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” que o renascimento depende da vontade do Ego. Quando ele já não quer renascer, está livre. Só que esse direito é constituído de tal forma que não pode se recusar a renascer até ter atingido um certo grau no Caminho de Iniciação Rosacruz. Aqui, como nos casos anteriores, ouvimos um grande poeta acompanhando harmoniosamente esse processo. O problema parece complexo e intrincado. Mas o poeta-iniciado, Shakespeare, resolve em 16 palavras: “Os homens devem suportar tanto a sua partida quanto a sua vinda — a maturidade é tudo”. Essas palavras, que se encontram no drama Rei Lear – Veja no ANEXO 6 –, parecem ao mundo as mais enigmáticas das afirmações de Shakespeare, mas para nós, que as lemos sob a luz dos Ensinamentos Rosacruzes, estão entre as suas maiores verdades!
“Os homens devem suportar tanto a sua partida quanto a sua chegada”. O próprio ritmo das palavras parece transmitir a sequência rítmica de nascimento e morte, morte e nascimento em uma alternância constante e inquieta. Para cima e para baixo, para baixo e para cima o Ego viaja em um movimento cíclico e incessante, descendo à matéria para um período escolar sob a disciplina rigorosa da vida terrena e subindo aos Mundos celestes para um período de férias felizes e atividade intensa. Assimilar a experiência da vida terrena e preparar as condições para a próxima vida — eis o trabalho do Ego nos Mundos celestiais. Depois outro nascimento, mais um dia de escola com mais experiências. E isso se repete em intervalos cíclicos de 1.000 anos, geralmente. Não importa quantas vezes estivemos aqui, pecamos, sofremos e aprendemos, precisamos continuar, continuar… A lei é imutável. “Os homens precisam suportar a sua partida e a sua vinda”. Precisam porque eles próprios assim desejam. A imutabilidade da Lei atua a partir do interior, não do exterior.
No livro Conceito Rosacruz do Cosmos lemos que: “Depois de um tempo (de permanência no Terceiro Céu) vem ao Ego o desejo de novas experiências e a contemplação de um novo nascimento”. Nenhuma força externa o estimula isso, o próprio desejo do Ego confere o estímulo para o renascimento. Pois o Ego, na Região do Pensamento Abstrato, onde fica o Terceiro Céu, onde nenhuma matéria turva a sua percepção, é muito sábio e sabe que um novo mergulho na matéria física, outro período escolar na Terra, é absolutamente necessário para o seu desenvolvimento em direção ao objetivo final, que é a onisciência divina. A consciência total inclui todos os planos de consciência, tanto os mais baixos como os mais elevados, e o Ego compreende a necessidade de acumular experiência nos graus escolares mais baixos na Terra, de modo a estar apto para os mais avançados nos Mundos superiores. O coração insensato, enquanto palpita com a dor e a desilusão da vida terrena, anseia pela felicidade, mas o Ego, que é sábio, prepara-se deliberadamente para deixar a sua morada feliz no Céu e procurar de novo esta mesma existência terrena da qual o coração se ressente, pois ele sabe que “o propósito da vida não é a felicidade, mas sim a experiência” (livro Conceito Rosacruz do Cosmos). Ele deseja voltar até que todas as experiências, que a vida terrena proporciona, sejam reunidas e todas as lições que a vida terrena ensina sejam aprendidas. Só então o Ego estará pronto para experiências e lições em estágios mais elevados da existência. Amadurecimento é tudo!
Mas qual é a prova dessa maturidade, qual é a sua expressão? Como ela se manifesta? — Não é uma maturidade do intelecto que possa ser provada diante de uma banca de examinadores. A bela palavra “amadurecimento” indica um estado de Ser; vemos o grão dourado e o fruto doce, uma perfeição alcançada pelo crescimento natural que expande, suaviza e amacia cada átomo. Desaparecem então a dureza e a aspereza, que são atributos da falta de maturidade, e ganha-se uma bela suavidade! A dureza vem do “eu” que não tem consideração pelo outro; a aspereza surge da paixão que afasta os outros; a suavidade emerge do amor desinteressado. Não há outro teste, não há outra prova. Se o nosso estado de ser se manifesta como amor-próprio e paixão, então não estamos maduros; se ele se manifesta como Serviço amoroso e compaixão, então atingimos a maturidade.
Existem almas mais jovens que julgam demonstrar amadurecimento ao manifestarem desprezo e cansaço pela vida terrena, afirmando que a Terra já não exerce qualquer atração sobre elas, que esperam encontrar em outras esferas a felicidade que aqui não é possível. Felicidade! Aqui está novamente o “eu”, embora disfarçado de saudade dos Mundos celestes. O ser humano aparentemente espiritualizado que denuncia a Terra e deseja o Céu em nome da felicidade está tão enredado nas malhas do “eu” quanto o franco materialista que se agarra à Terra como o campo de caça para suas paixões e não pensa no Além. Os que se rebelam contra as lições da vida terrena amam tanto a si mesmos que não querem amar o outro e o sábio poeta balança tristemente a cabeça para eles: “Como são pobres os que não têm paciência” (Otelo – veja no ANEXO 2). Porque a derradeira lição a ser aprendida aqui na Terra é perder o “eu” e encontrar o outro. A essência de todas as experiências a serem acumuladas aqui é o amor compassivo. Com o objetivo de ganhar a consciência total, nós temos que carregar cada criatura viva, com suas riquezas e tristezas, para a nossa consciência; isso só pode ser feito através da compaixão.
“Ser ou não ser, eis a questão!” (Hamlet) – Veja no ANEXO 3. Quando é que a vontade do Ego decretará que nunca mais precisará “ser” em um Corpo Denso? Quando soubermos preservar a estabilidade da paciência, tanto nas alegrias como nas tristezas da vida, quando a alegria não nos levar ao êxtase nem a tristeza, ao desespero; quando não tivermos tempo a perder com os nossos desejos nem força para as nossas emoções, porque todas as nossas atividades estarão ocupadas de outra forma. O Aspirante à vida superior verdadeiramente maduro, aquele que se aproxima da libertação do nascimento e da morte, não fala nem discute sobre felicidade ou infelicidade, nem usa seu tempo para pensar nisso. Pacientemente, ele faz o seu trabalho diário como Auxiliar Visível ou Invisível, construindo, construindo o tempo todo, construindo estradas que levam para longe de si mesmo, para o fundo do coração, da vida, da necessidade do seu irmão e da sua irmã. E eis como é maravilhosa a lei do amadurecimento! Esse paciente construtor, que ajuda os outros infalivelmente, constrói e amadurece dentro de si mesmo aquilo que o pobre anseia em vão: o Corpo-Alma indestrutível que não pode ser prejudicado pela morte e, portanto, não precisa ser renovado pelo nascimento. — Pois o Ego, quando finalmente se desfizer do Corpo Denso, deverá ter um veículo pronto para funcionar, uma roupa com a qual se vestir.
A morte e o renascimento significam uma interrupção do contato entre este Plano de existência (Região Química do Mundo Físico) e os superiores (Mundos invisíveis à visão física). Enquanto estou nos Céus, estou morto para a Terra. Enquanto estou na Terra, estou morto para os Mundos Celestes. De eras em eras, a beleza celestial brilha, a música celestial soa e as almas vibram umas com as outras em perfeita harmonia.
“Mesmo o menor globo que tu possas contemplar,
No seu movimento canta como um anjo,
Um quieto coro para os querubins de olhos jovens.
Tal harmonia existe nas almas imortais,
Mas enquanto estas vestes decadentes e enlameadas
Grosseiramente as encerrarem, não podemos ouvir”.
(O Mercador de Veneza) – Veja no ANEXO 5
Max Heindel nos diz que “Adão” significa “terra vermelha” e qualifica a matéria terrosa da qual, nos dias lemurianos, o corpo do primeiro Adão foi feito com “lama vulcânica, vermelha e quente”[6]. A Bíblia chama essa “veste lamacenta de decomposição”, pertencente ao primeiro Adão, de “o corpo da nossa humilhação”; mas nos assegura que ela será transformada até se assemelhar ao corpo glorioso do segundo Adão, que é o Cristo. Quando deixarmos de lado, pela última vez, essa veste de lama e imperfeição, então, em nosso Corpo-Alma amadurecido, um corpo de glória e perfeição, teremos um veículo que nos unirá a Terra e ao Céu. Nas asas da nossa dourada veste nupcial nós contataremos tanto o Céu como a Terra, porque seremos capazes de nos mover e funcionar em perfeita liberdade e consciência em Planos que, para nós, estão atual e tristemente separados uns dos outros pelo nascimento e pela morte. Max Heindel diz: “O Reino dos Céus foi invadido (Mt 11:12), há homens e mulheres que já aprenderam, através de uma vida santa e útil, a deixar de lado o corpo de carne e osso, intermitente ou permanentemente, e a caminhar pelos Céus com pés alados, empenhados nos negócios do seu Senhor e vestidos com as etéreas vestes nupciais da nova dispensação”1.
As tendências do “eu” são de contração, de endurecimento, de atração para baixo, de fechamento e de isolamento, correspondendo às qualidades dos dois Éteres inferiores que mantêm o Corpo Denso. A tendência do amor é expandir-se, suavizar-se, unir-se, elevar-nos, em correspondência com as qualidades dos dois Éteres superiores que estão incorporados no Corpo-Alma. O “eu”, junto dos dois Éteres inferiores, é responsável pela cristalização; o amor, junto dos dois Éteres superiores, produz a rarefação. Na linguagem dos alquimistas, os dois Éteres superiores eram chamados de “fogo” e “ar”, enquanto os dois Éteres inferiores eram comparados à “terra” e à “água”. Quando uma vida de serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos do irmão ou da irmã ao seu entorno, focado na divina essência oculta em cada um de nós, que é a base da Fraternidade tiver amadurecido, soltado e moldado os dois Éteres superiores, então o Ego, revestido do seu Corpo-Alma, que é rarefeito, glorificado e etéreo, será elevado para sempre acima da necessidade da existência física e, liberto da Lei do Renascimento, poderá exclamar com o poeta: “Eu sou fogo e ar, os meus outros elementos, eu os dou à vida inferior.” (Antônio e Cleópatra) – Veja no ANEXO 4.
“O amor será a palavra-chave da próxima Era, do mesmo modo que a Lei é a palavra-chave da presente ordem. A expressão intensa das qualidades mencionadas acima aumenta a luminosidade fosforescente é a densidade dos Éteres em nossos Corpos Vitais; as correntes ígneas cortam a ligação com os cuidados e as preocupações do dia a dia, e o ser humano, uma vez nascido da água em sua emersão da Atlântida (Hamlet) (tal como na Lemúria era nascido da terra), agora nasce do espírito, para o Reino de Deus”1.
A infeliz “teoria baconiana” ainda tem alguns seguidores, especialmente nos Estados Unidos, onde as pessoas estão longe da atmosfera convincente de Stratford. Essa pequena cidade no coração da Inglaterra, onde Shakespeare passou a maior parte da sua vida, ainda sonha entre suas sebes e rosas tal como sonhava no tempo de Shakespeare, mas todos os seus sonhos agora estão com ele, cuja grande personalidade deixou a sua poderosa marca na Memória da Natureza e ninguém minimamente sensível a essas vibrações pode ficar diante da velha igreja que narra o seu batismo e o seu enterro, ou passear entre as flores do seu jardim, ou ver as brumas a subir e descer sobre o rio, sem saber, com alegria, não só que William Shakespeare foi um habitante de Stratford, mas que um grande espírito viveu, moveu-se e teve o seu ser ali. “Os passos de um grande homem santificam o solo.” Não se fala de um William Shakespeare que foi um obscuro ator do qual se diz ter vendido o próprio nome para ser usado como máscara por Francis Bacon, “um nobre sem escrúpulos”, como se diz na atmosfera sagrada de Stratford; mas, de William Shakespeare, o poeta imortal, ele próprio um nobre em virtude do seu gênio e amigo próximo de Francis Bacon, o grande cientista e verdadeiro aristocrata do espírito.
Terá Shakespeare pressentido o que a calúnia tentaria fazer com ele, quando escreveu estas linhas em Otelo?
“O bom nome no homem e na mulher, meu caro senhor,
É a joia imediata das suas almas:
Quem rouba a minha bolsa, rouba lixo;
É algo que é nada;
Era minha, é dele e foi escrava de milhares;
Mas aquele que me rouba o meu bom nome
Rouba-me o que não o enriquece
E me faz pobre de fato”.
Ele possui também um aspecto no seu horóscopo, desde que o mapa natal esteja correto, que é tanto mais notável quanto, passados trezentos anos, ainda esteja ativo na perseguição da personalidade de William Shakespeare, embora se possa supor com segurança que o grande espírito renasceu mais do que uma vez, talvez desde 1614, para desempenhar importantes missões a serviço da Humanidade. O Aspecto astrológico é o de Netuno em Oposição a Urano, que proporciona influências para a vida que visam a minar a reputação e fazer com que a pessoa sofra escândalo e prejuízo público.
Quem já passeou por Stratford, não junto da multidão tagarela dos turistas, mas com a memória do gênio por companhia sagrada, sente uma profunda gratidão por Max Heindel, ele que, com a voz da autoridade, explica a natureza da ligação entre William Shakespeare e Francis Bacon, refutando de uma vez por todas as invenções tão irreverentes para a memória e a missão desses dois grandes homens.
No livro “Conceito Rosacruz do Cosmos, lemos que “Rosacruzes como Paracelso, Commenius, Bacon, Hellmond e outros deram pistas em suas obras e influenciaram outros. A grande controvérsia sobre a autoria de Shakespeare (que em vão usou tantas penas de ganso e desperdiçou muita tinta boa que poderia servir para fins úteis) nunca teria surgido se os especuladores soubessem que a semelhança entre Shakespeare e Bacon se deve ao fato de ambos terem sido influenciados pelo mesmo Iniciado, que também influenciou Jacob Boehme e um pastor de Ingolstadt, Jacobus Baldus, que viveu depois da morte do Bardo de Avon, e escreveu versos líricos em latim. Se o primeiro poema de Jacobus Baldus for lido com uma determinada chave vamos verificar que, lendo as linhas para baixo e para cima, aparecerá a seguinte frase: ‘Até agora falei aqui, do outro lado do mar, e por meio do drama; agora vou me exprimir através das letras’”.
A controvérsia baconiana foi principalmente suscitada pela presença de uma certa palavra-chave na Cena I do Ato V, na comédia de Shakespeare chamada de Trabalho de Amor Perdido. Essa palavra, que é reivindicada pelos baconianos como o suporte mais forte da sua teoria, é composta por 27 letras: Honorificabilitudinitatibus. A forma como tem sido explorada para provar que Francis Bacon foi o autor das peças de William Shakespeare é um exemplo de alerta para a falácia de um método de investigação que ignora a existência do ocultismo e dos seus guardiões, os Iniciados das Escolas de Mistérios.
A palavra que os baconianos consideram sua propriedade exclusiva era bem conhecida nos tempos medievais e renascentistas, muito antes de Bacon e Shakespeare, entre os Místicos e Alquimistas que estavam ligados à Ordem Rosacruz. Quando ocorria em um livro ou manuscrito, revelava o fato do seu autor ser um Iniciado dessa Ordem ou, pelo menos, o aluno de um Iniciado. Mediante a alteração de uma ou duas letras, o grau de Iniciação podia ser indicado e eram dadas dicas valiosas que ninguém, exceto os Rosacruzes, podia compreender, pois somente eles sabiam da existência da palavra-chave acima mencionada.
O seu segredo tinha que ser cuidadosamente guardado devido às perseguições da igreja exotérica que punia com tortura e morte na fogueira os “hereges” que acreditavam no Cristianismo esotérico. Mesmo nos tempos de Shakespeare, a inquisição ainda era desenfreada, as “bruxas” e os “feiticeiros” eram queimados, o veneno e o punhal espreitavam por todo lado aquele que não aderisse à letra da Igreja, fosse ela romana ou anglicana, papista, puritana ou protestante; e o filho ilustre de uma Ordem muito mais poderosa do que a Igreja, mais poderosa em espírito, precisava usar uma escrita secreta se quisesse revelar a sua filiação aos contemporâneos e à posteridade. Para tornar o método duplamente seguro, colocava as palavras identificadoras na boca de bobos e palhaços em que, no meio de trocadilhos aparentemente sem sentido, malabarismos com o mau latim e restos mutilados de outras línguas, Honorificabilitudinitatibus não parece mais do que o produto bizarro da fantasia de um tolo, um tilintar dos sinos do bobo.
Para os seus irmãos e suas irmãs Iniciados a presença da palavra por si só já era suficiente, sem qualquer pista ou chave, porque, como já foi dito, era a palavra-chave aceita. Mas, aproximava-se o tempo em que o poder da igreja deveria diminuir e a existência da Ordem que guarda o bem-estar espiritual dos povos que vivem no ocidente deveria ser manifestada. William Shakespeare quis que a posteridade conhecesse a sua ligação com esse grêmio do espírito para que os seus Dramas pudessem ser lidos e compreendidos esotericamente, por isso insere, na conversa dos bobos, algumas dicas que nos chamam a atenção para a palavra e nos permitem lê-la, mesmo que não saibamos que seja uma antiga senha. Mas, aqueles que ignoram a existência das Escolas de Mistério nunca poderão decifrá-la. Um Sr. Dull (“Chato”) que testemunha a conversa é abordado assim no final: “Bom homem Dull, não disse uma única palavra”. Ao que ele responde: “Nem compreendi palavra alguma, senhor”. Este Sr. Dull é um policial. Assim, as revelações do poeta aos que entenderam estão perfeitamente seguras sob os olhos da lei estabelecida pela burrice exotérica, e o seu sentido de humor deleita-se evidentemente com esse fato, que é o pivô da Comédia para nós, os conhecedores. Os críticos exotéricos são unânimes em declarar que Trabalho de Amor Perdido é a mais pobre e “mais chata” das obras de Shakespeare.
A palavra longa representa um criptograma e as palavras escondidas dentro dele são latinas, pois essa era a língua da Religião, da Ciência e do Misticismo durante toda a Idade Média. Mas, o latim clássico foi degenerado, o “latim dos monges” se tornou proverbial e o dos alquimistas, embora bem adaptado aos seus objetivos, não era do melhor tipo. Diz Holofernes, o Pedagogo: “Isso tem cheiro de latim falso”. Fala também dos “patifes da ortografia” que “abreviam” ou introduzem “fantasias fanáticas” na ortografia das palavras. Isso é um indício de que temos de reorganizar as letras e repor as abreviaturas no lugar necessário. O autor menciona ainda “o cesto de esmolas das palavras”, “restos” do “banquete das línguas”. Isto é, fragmentos de palavras foram reunidos sem ordem e é nosso dever juntá-los e desfrutar o nosso achado. A nossa atenção é chamada para a “boa nova”, para a notícia do “homem novo”, o “homem de paz” e o “Cristão” — esse último a ser construído a partir de “Priscian, um pouco riscado, vai servir” e Chirra em vez da saudação habitual: Sirra. A vogal é I e a consoante é S; as duas letras simbolizam a Iniciação e constituem o caduceu ou bastão do Iniciado. Em Holofernes, o pedagogo ou professor, um Iniciado nos fala, pois ele “ensina a partir do livro do chifre”, que é o livro da Iniciação, e é dito que aqueles que recebem esses ensinamentos são os “escolhidos entre os bárbaros”.
Michelangelo, na sua sublime estátua de Moisés, representa o legislador com o atributo dos cornos de carneiro. Desde tempos imemoriais que esses simbolizam a Iniciação do Cordeiro, a Nova Dispensação que começa com a vinda do Cordeiro quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, passa pelo Signo de Áries. Os bobos da corte se referem ao Cordeiro e a Áries mencionando o “carneiro” e os “chifres” com a forma do Signo de Áries, um ♈︎. Falam também da “ovelha, o Signo de Áries, com um corno acrescentado”. Chifre em latim é cornu. Se juntarmos essa palavra, ou um traço que a represente, ao ♈︎, o símbolo do Carneiro, obtemos o ♑︎, símbolo de Capricórnio — que é o Signo da porta do Castelo do Graal ou do Templo no cimo da montanha (mons), onde ocorre a Iniciação. Mais adiante, ouvimos falar dos “Nove Dignos” — as Nove Iniciações nos Mistérios Menores, e depois da “Princesa” a quem os “Nove Dignos” devem ser apresentados no “posterior do dia”; ou seja, no final da tarde, período presidido pelo Signo de Libra, o Signo natural da 7ª Casa. A Princesa que vive na 7ª Casa é Vênus, o Regente de Libra, em cujo Signo também está Exaltado o grande iniciador Saturno, o Regente de Capricórnio.
Essa é uma alusão à Iniciação de Vênus, a terceira das quatro Grandes Iniciações – ou Iniciações Maiores ou, ainda, Iniciações Cristãs – para as quais as Iniciações Menores nos preparam. Com a ajuda das alusões que precedem e sucedem a grande palavra, não é difícil encontrar as 7 palavras que ela contém. O primeiro e o último desses sete honorabili e initiatus são quase claros, também ordoni; filius e bis são facilmente encontrados, especialmente se organizarmos as letras em pares. Foi dito que deveríamos encontrar “Christian” e, finalmente, no caso de não termos encontrado Rosicrucis ao agruparmos as letras, a nossa atenção é cuidadosamente chamada para ela, que contém as vogais o e u, além do “repetido” I e S, que precisa ser repetido para representar o caminho em espiral da Involução e da Evolução, em contraste com o caminho reto da Iniciação. O bastão do Iniciado é referido quando ouvimos falar da “entrada” de Hércules (Involução), da sua “saída” (Evolução) e do seu “esmagamento da serpente” (Iniciação). Através da Iniciação, o caminho da espiral, ou serpente, é transformado no caminho reto e estreito — “embora poucos tenham a graça de o percorrer”.
Três das sete palavras terminam em I e quatro, em S, em correspondência com os três veículos superiores e quatro inferiores do homem: “Honorabili Ordoni Christiani Rosicrucis Filius Bis Ininiatus”; ou seja, “Um filho duas vezes Iniciado da honorável Ordem de Christian Rosenkreuz”. As sete palavras contêm 54 letras, o dobro das que formam a palavra grande; mas o valor de 54 corresponde a 27, ou seja, 9 [2 + 7 = 9, 5 + 4 = 9], que é, segundo Max Heindel, “o número-raiz do nosso atual estágio de evolução”.
No drama romântico de Shakespeare, “Cimbelino”[7], ocorre uma estranha profecia: –
“Quando um filhote de leão de si mesmo desconhecido, encontrado sem ser procurado, for abraçado por um pouco de ar fagueiro, e quando de um cedro imponente os ramos amputados reviverem depois de estarem mortos muitos anos e, reunidos ao velho tronco, crescerem com frescor, as misérias de Póstumo chegarão ao seu termo, a Bretanha será feliz e florescerá na paz e na abundância”.
Há uma grande beleza nessas palavras, e um mistério que é reforçado pelo fato de terem sido dadas a Posthumus Leonatus, o herói da peça, pelo próprio Júpiter.
Leonatus está preso, condenado a morrer na madrugada, aparentemente abandonado por todo mundo. Ele cai em um breve sono de exaustão, no qual seus pais e seus dois irmãos, todos mortos há muito tempo, aparecem para ele. Eles vieram de “lugares silenciosos”, de “elevados jardins floridos que nunca murcham”, para confortá-lo e salvá-lo. Numa oração estranha, rítmica e vibrante, eles enviam suas súplicas por seu filho e irmão sofredor até ao trono de Júpiter. “Em trovões e relâmpagos, sentado sobre uma águia”, o deus desce e coloca uma tábua com a inscrição profética no peito de Leonatus que, após sua feliz libertação no final, relata ao Rei Cymbeline como “a chance de ouro” chegou até ele.
“Vosso servo, príncipes.
Vós, meu bom senhor romano, chamai nosso adivinho.
Pareceu-me, quando a dormir estava,
que baixara do céu sentado na águia, o grande Júpiter,
cercado de espectros dos meus mortos.
Ao despertar, no peito deparou-se-me esta pequena placa,
cujo escrito de tal dificuldade é para o espírito, que não posso explicá-la.
Ele que a prova nos dê de sua habilidade nisso”.
“Considerando que um filhote de leão de si mesmo desconhecido, encontrado sem ser procurado, for abraçado por um pouco de ar fagueiro, – há uma promessa de amor nessas poucas palavras, um doce conforto, uma gentileza reconfortante que faz o coração se alegrar antes que o intelecto chegue a uma interpretação da profecia. O Adivinho, como veremos mais adiante, insinua o belo significado dos primeiros versos, mas sua interpretação mística como um todo permanece exotérica e local, confinada aos personagens da peça e da Bretanha na época da invasão Romana. Cabe à posteridade e àqueles que confiam no poeta, por meio dos Ensinamentos Rosacruzes, levantar o véu e olhar para o santuário esotérico que está no centro de cada drama shakespeariano.
Cada uma das suas peças é fiel à missão original do drama, tão tristemente esquecida nestes tempos de vaudeville[8] e comédia musical, que é nomeadamente dar uma “versão do mundo”, como expressa Richard Wagner; isto é, representar de forma simbólica uma fase da evolução humana ou cósmica.
“O passado ficou para trás, – eis que tudo se fez novo!” – O drama Cimbelino não contém apenas uma profecia com um ponto central elevado, e sim uma peça profética da primeira à última cena, representados pelos personagens Leonatus, o herói e a Imogem, a heroína, os quais encenam as novas fases do desenvolvimento individual, nacional e cósmico, mostrando a preparação e a culminação no advento da Era de Aquário. Embora a época marque o início da era Cristã, mesmo antes de os britânicos serem batizados em nome de Cristo, a visão de longo alcance do poeta alcança profundamente os séculos vindouros e, como a linguagem de um profeta, ele revela o futuro homem e a futura mulher.
Shakespeare foi um Mestre Astrólogo. Embora, tivesse que ocultar seu conhecimento da Ciência Divina, a fim de evitar suspeitas de bruxaria e magia negra, suas obras não apenas estão repletas de alusões astrológicas, como cheias de profunda sabedoria procedentes da escrita estrelar. Na juventude de Shakespeare há vários anos que não podem ser contabilizados. Ele trocou sua cidade natal, Stratford-on-Avon, por Londres e, depois de uma curta estada por lá, desapareceu por, aproximadamente, três ou quatro anos. E nesses anos se dedicou ao estudo das ciências ocultas, entre elas a Astrologia e, muito provavelmente na Itália, onde nas Universidades de Bolonha e Pádua as antigas tradições ocultas foram cuidadosamente preservadas. Como Iniciado da Ordem Rosacruz, mais tarde teve acesso a informações astrológicas muito além do alcance do astrólogo mediano de seu tempo, cujos prognósticos eram mais voltados para a adivinhação, e Shakespeare leu nas estrelas os desenvolvimentos nacionais e raciais pertencentes a um futuro distante; ou melhor, ele leu nas estrelas possibilidades de desenvolvimentos! Pois, nas Nações e nas Raças, assim como nas pessoas, o livre arbítrio é mais poderoso que as Leis do Zodíaco.
Na simbologia nacional, o Britânico é representado pelo Leão. Os Leonati são os filhos da Raça Anglo-Saxônica que, seguindo a águia de Júpiter em seu voo em direção ao Ocidente, conquistaram novas terras, fundaram novas nações e deram vida a uma nova Raça. Leonatus significa: Aquele que nasceu de um leão.
“Tu Leonatus és o Filhote do Leão;
A construção provável e adequada do teu nome
Sendo Leo-Natus, por ventura isto importa tanto”.
Posthumus significa, “Aquele que vem depois”. Na época da invasão romana, a Grã-Bretanha estava povoado pelos Celtas; mas, Posthumus é o Anglo-Saxão que “vem depois” do Celta; é a nova Raça Leonina-Aquariana que “vem depois” da Anglo-Saxônica; está ascendendo a Humanidade. A história da evolução humana é a epopeia daquele que “vem depois”.
“Veio a Sugestão, veio a Visão, veio o Poder com a Necessidade,
Até que a Alma que não é a alma do ser humano nos foi emprestada para liderar.
Assim como o cervo se afasta – à medida que o novilho se afasta – do rebanho onde pastam,
Na fé das criancinhas seguimos nossos caminhos,
Siga depois – siga depois! Regamos a raiz,
E o botão floresceu e amadureceu para dar frutos!”
Tal como descrito por Kipling[9], no seu grandioso poema “A Canção dos Mortos”[10], os Leonati ou Anglo-Saxões são construtores de impérios. A missão deles era obedecer ao impulso sempre urgente do Signo errante jupteriano, Sagitário, e preparar a Terra para aqueles que virão depois, incluindo novos países no império da Civilização e do Cristianismo, de modo que, num solo mais puro e numa atmosfera mais rarefeita, novas Raças poderiam desenvolver as qualidades mais refinadas e superiores, necessárias para sustentar o império do Espírito em evolução. E a Raça que, embora os seus progenitores tenham surgido do Leão e, apesar de carregar a marca Anglo-Saxónica na sua civilização e fale a língua anglo-saxónica, ainda assim, abrange todas as nações – a Raça escolhida através da qual o princípio Crístico da Unidade se manifestará na Era da Fraternidade Universal, está nascendo naquela nação onde o “filhote de Leão é abraçado por uma atmosfera de ar rarefeito”, nomeadamente nos Estados Unidos da América onde o Signo de Ar, Gêmeos, reina supremo e envolve os filhos do Leão.
A nova Raça na qual a Fraternidade Universal será aperfeiçoada está apenas começando a se formar, mas a Era da Unidade está sendo prenunciada pela participação da América na guerra pelo fim das guerras, e pela orientação da América no movimento para a formação da Liga das Nações[11]. Entre os obstáculos no caminho desta Liga estão dois ramos mortos que foram “cortados” de um “cedro majestoso”. A Humanidade da Época Ária é representada por esta árvore de cedro sempre verde; as nações são os ramos. Há duas nações na Europa intimamente relacionadas com os anglo-saxões e anteriormente seus colegas de trabalho ao serviço da civilização. Os pensamentos de militarismo violento sustentados pelos seus líderes, moldaram um machado para cortar seus ramos irmãos, para que os dois pudessem crescer e verdejar abundantemente. O machado se tornou o machado do destino e se voltou contra os próprios dois ramos em que a seiva secou, a vida murchou. Essas duas grandes Nações Ocidentais dessa Época Ária se tornaram “mortas”, porque o Espírito foi expulso delas, e os esforços para forçá-las a prosperar pela força da matéria permaneceram em vão. Mas, eles voltarão à vida, os ramos regados com muitas lágrimas voltarão a verdejar – o rei Cimbelino tem dois filhos “perdidos”, irmãos de Imogen, cunhados de Leonatus; em sua infância, eles foram roubados por Belarius, cujo nome significa ‘o Guerreiro’, separados de sua espécie e escondidos por muitos anos na escuridão de cavernas e florestas. A família deles pensa que estão mortos; e estranhos se perguntam que “os filhos de um rei deveriam ser tão desprotegidos” a ponto de serem “perdidos”. Mas, pelo fato de serem “filhos de um rei”, não permanecem perdidos; seu sangue real se afirma; depois de anos de isolamento e privação, simplicidade e frugalidade, durante os quais crescem fortes de Corpo, nobres de Mente e puros de Alma e, finalmente saem, voluntariamente, para oferecer suas vidas a serviço da Humanidade, cuja causa ouviu estar em perigo, uma vez que a Grã-Bretanha – o futuro – está envolvida com Roma – o passado – numa luta de vida ou morte. A família dela os reconhece pelo seu valor; “os ramos unidos ao tronco antigo crescem de novo”; e a árvore não apenas está perfeita novamente, mas evoluiu de uma árvore de cedro “imponente” para um cedro “majestoso”.
Só quando a árvore das Nações voltar a ficar verde em todos os seus ramos poderá reinar a paz final e duradoura que “acaba com as misérias de Póstumus”, inaugurando a era da cooperação e da Fraternidade Universal. A batalha em que os parentes perdidos de Leonatus lutam, lado a lado com ele, é travada entre princípios; Roma simbolizando o princípio do passado, ou seja, o poder que separa; a Grã-Bretanha representa o princípio do futuro, nomeadamente, o serviço que une. Os dois irmãos prestam ajuda valente e valiosa, mas a batalha é decidida em favor dos britânicos pelo próprio Leonatus que, após uma longa ausência da Grã-Bretanha, reaparece em trajes humildes de camponês e luta com tal “fúria nobre” que seus “feitos preciosos” inclinam a balança do destino. Não como um “cavaleiro de armadura”, mas como um “homem do povo”, ele luta e vence. As nações da Europa não podem superar a velha ordem das coisas e estabelecer a nova ordem sem a ajuda do povo da América. O país do Ocidente sobre o qual a águia de Júpiter voa “com asas elevadas”, até “desaparecer nos raios do sol”, o país do Ocidente onde o “filhote do Leão” está casado com uma “atmosfera rarefeita” deve liderar as suas Nações irmãs para a Nova Era.
“Não somos irmãos? –
Assim deveriam ser todos!”
Assim fala a gentil Senhora Imogen, como no humilde disfarce de um criado sob o comando de nome Fidele, o Fiel, ela encontra os dois “perdidos” na floresta. Imogen é a esposa de Leonatus, sua companheira e complemento e, como tal, a “atmosfera mais rarefeita?” que o envolve. Ela, ainda, é a representante do Signo nacional da América, Gêmeos, o Signo de Ar que envolve Póstumus em sua terra ocidental. Gêmeos é o Signo dos irmãos e das irmãs. Os Estados Unidos da América admitem homens e mulheres de todos os países na família nacional e, ao lhes conceder a cidadania, os reconhecem- como irmãos e irmãs. A cidadania os torna estrangeiros antes dos membros da família. Imogen fala lindas palavras sobre Fraternidade. E lindo é esse acolhimento familiar, estendido a estranhos por meio da cidadania. Mas, é apenas um preparativo para uma beleza maior que surgirá, um ideal mais elevado que será realizado sob outro Signo de Ar. A Fraternidade expressa por Gêmeos na América ainda está confinada à família nacional e depende do nascimento na pátria nacional ou da adoção nela. Não está muito distante o tempo em que o amor fraternal, que estamos aprendendo com Gêmeos e que gradualmente amplia seus limites, se tornará ilimitado; e a Nova Raça que se desenvolve sob Gêmeos será suficientemente aperfeiçoada para responder ao abraço do novo sinal que nos levará para cima, para a “atmosfera mais rarefeita” da Fraternidade Universal.
Imogen, como “a atmosfera rarefeita (ou tênue)”, tem uma simbologia tripla, assim como a profecia tem um aspecto triplo: individual, nacional, cósmico. Indivíduos e Nações têm propensões cósmicas e, ao progredirem no caminho espiral da sua própria evolução, elevam a Terra a um ponto mais elevado do caminho espiral planetário. A espiral individual, a espiral nacional e a espiral cósmica estão mais intimamente interligadas.
“Atmosfera rarefeita”, como explica o vidente, é “brisa suave” em latim. “E brisa suave nós a chamamos de mulier” – Mulher em Latim – “que mulher mais sublime é esta esposa mais constante”. Imogen, a fiel, a casta, a terna, é a Mulher, é o princípio feminino no Homem que nos seus aspectos de intuição e compaixão deve ser desenvolvido, para que a Era de Aquário, a Era da Mulher, possa começar quando toda a Humanidade, unida numa só família, seja envolvida por uma “atmosfera rarefeita”, nomeadamente o Signo de Ar, Aquário.
No livro de Max Heindel a Mensagem das Estrelas – Fraternidade Rosacruz, lemos que na Nova Dispensação, que começou com a vinda do Cristo e que foi fornecida para os povos ocidentais, tem três fases em correspondência com o caminho que Sol faz pelo evento chamado Precessão dos Equinócios, e que são a Era de Áries, Era de Peixes e Era de Aquário[12]. Quando, pela Precessão dos Equinócios, o Sol estava em Áries indicou o início de um novo ciclo de vida com a vinda do maior Espírito do Sol à nossa Terra, que se preparara com expectativa para o Seu advento, desde que o impulso para essa preparação foi recebido através de Libra (Signo oposto a Áries) a, aproximadamente, 13.000 anos antes. Sem dúvida era uma notícia excelente, mas isso ocorreu em Áries e encontrou o povo ocidental pronta para recebê-la, no entanto toda a Humanidade não poderá viver o ideal, do qual o Cristo é o Mestre e o exemplo, senão até que pela Precessão dos Equinócios o Sol tenha passado por Peixes. As lições a serem ensinadas por meio desse Signo de lágrimas, de tristeza e angústias profundas, de escravidão e de compaixão têm que ser aprendidas muito bem, pela repetição e mais repetição, por meio de Júpiter, o Regente de Peixes, antes que uma Humanidade, verdadeiramente Cristã, possa ascender ao “terno Signo de Ar” de Aquário.
Júpiter, o benevolente, gentilmente sorri para seus filhos e os abençoa abundantemente, ainda assim, empunha o método de aprendizagem duro, insistente, repetitivo – da dor, sob cujos golpes poderosos a armadura do “eu”[13] é quebrada na forja da tristeza e angústia profundas, e a Alma (a quintessência dessa aprendizagem) é “forjada em ouro vivo”. Quando os pais de Leonatus chamam Júpiter para libertar seu filho aprisionado, o “deus” fala:
“Seu filho humilde, nossa divindade será elevada,
Seu conforto prosperará, suas provações são bem aproveitadas,
Ele será o protetor de Lady Imogen,
E muito mais feliz por sua aflição causada”.
Os críticos que professam o Cristianismo Exotérico ficam intrigados com o fato de o “deus” greco-romano Júpiter ser invocado na Grã-Bretanha celta; e eles acusam Shakespeare de confundir os “deuses” do Olimpo grego com aqueles que eram adorados nos bosques druidas, e o desculpam alegando que ele não teve uma educação clássica. Mas, como vimos antes, o drama Cimbelino é uma exposição da Astrologia Esotérica e de sua referência profética à evolução humana. Somente através da mediação da Ciência Divina podemos compreender as muitas alusões a Júpiter, contidas na peça. Leonatus, o indivíduo, é libertado da prisão, salvo da morte, reintegrado com honra, reunido com sua esposa, por meio da proteção de sua estrela vital, Júpiter. “Nossa estrela jovial reinou em seu nascimento” – assim o “deus” apazigua a ansiedade dos pais. Na linguagem astrológica, deveríamos dizer que Júpiter era o Planeta que estava no Ascendente no horóscopo de Leonatus Posthumus, e que a influência protetora do grande Planeta da benevolência deve, finalmente, salvá-lo de todas as vicissitudes. Um Júpiter com Aspectos benéficos na 12ª Casa indica que o nativo triunfará sobre todos os seus inimigos. Portanto, parece que a “estrela jovial” no Ascendente de Leonatus está posicionada na 12ª Casa, próximo da cúspide da 1ª Casa.
Estamos tão acostumados a considerar Júpiter como o grande benfeitor, que irradia seus filhos e os abençoa com abundância, que tendemos a esquecer sua regência sobre Peixes, o Signo das lágrimas e da tristeza e angústia profundas. Júpiter é o grande benfeitor e, não só por isso, mas por ser o grande disciplinador, o que corrige tenazmente. “A quem mais amo, eu crucifico”[14]. Os golpes do método de Júpiter são terríveis, mas as correntes do “eu”, que nos mantêm em cativeiro, são tão fortes, que só golpes poderosos podem quebrá-las. Somente quando nossos olhos forem lavados em lágrimas é que eles poderão ver o sorriso paternal no semblante do “deus”. Júpiter é o Planeta da opulência, e não apenas para o indivíduo Leonatus Posthumus, mas também para todo povo ocidental, ou seja, para a Humanidade leonina-aquariana, ele promete “paz e abundância”. Contudo, isso não é uma opulência de coisas materiais: Júpiter, o magnânimo, torna o coração grande e amplo para que ele possa conter uma medida plena de compaixão, a força mágica por meio da qual somente a regeneração pode ser operada; pois o benevolente governante do profundamente triste e angustiado Signo de Peixes castiga seus filhos a fim de regenerá-los. O ser humano não pode atender aos requisitos evolutivos da terceira fase ou Era de Aquário dessa Dispensação que ocorre na Época Ária, pois o Evangelho do amor universal fraterno não deve ser somente pregado, mas vivido; a exceção é se o ser humano se purificar e se regenerar, de acordo com os ideais expostos no Signo de Peixes e no seu oposto, o Signo de Virgem.
Virgem é o Signo da Mãe Divina, da Imaculada Concepção e do Serviço. Por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta no irmão e na irmã – que é a base da Fraternidade – a Humanidade aquariana deve expressar a sua evolução; tal qual o amor de uma mãe, que é todo abrangente, todo compreensivo e que tudo suporta, o amor de cada um deve abranger a todos, puro e altruísta. “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”[15]. A Mãe Divina é uma mãe virgem, aquela pureza de coração da qual brota um amor tão altruísta que não é possível abrir a visão espiritual para a percepção de Deus, enquanto a guerra dos sexos continua; enquanto um padrão estabelecido pelo ser humano sob Touro-Escorpião justifica a conduta do homem, naquilo que condena na mulher; e enquanto a santa palavra do amor é usada com sacrilégio para a emoção inferior da paixão sexual. As lágrimas derramadas na escuridão e na escravidão de Peixes são para purificar a alma das manchas causadas pelos erros cometidos pelo homem à mulher e pela mulher ao homem por meio do abuso da força sexual. Na obra “Sonho de uma Noite de Verão”, é-nos mostrado como é sagrado o uso correto dessa força sexual, de acordo com os ditames do verdadeiro amor e com o propósito de fornecer Corpos para as Almas que chegam; como o casamento, como um Sacramento – o do Matrimônio –, é favorecido e protegido tanto pelas Forças da Natureza quanto pelos “deuses”. Em Cimbelino, o homem Jachimo, que tenta em vão seduzir a pura Imogen à infidelidade contra seu marido Leonatus, é forçado a reconhecer ao rei:
“Fui ensinado
Da sua filha casta
A grande diferença
Entre amoroso e o vilão”.
Shakespeare usa a palavra “amoroso” em seu sentido original, que é “sentindo ou demonstrando amor” ou “fortemente movido pelo amor”. Quando motivada pelo amor entre um homem e uma mulher, e prometendo amor à Alma que precisar renascer aqui, a união sexual é um mistério muito sagrado, mantido diante do próprio altar da Mãe Divina, a própria Virgem Imaculada. Aquele que é concebido com amor, e não com paixão, é concebido imaculadamente. Tal como nos dias anteriores à “Queda do Homem”, quando os Anjos dirigiam o ato sagrado da procriação, o homem e a mulher que amorosamente oferecem ao Ego que espera a oportunidade de renascer aqui, prestam um serviço aos guardiões da evolução humana, servindo no templo da Virgem Mãe. A virgindade encontra a sua máxima expressão no Regozijo arrebatador de dar – um sentimento inestimável que leva as pessoas a perceberem o verdadeiro sentido da vida e o seu impacto na vida dos outros –, para que o grande propósito da vida criadora possa ser servido. “Quando dou algo, dou-me por inteiro!”[16] – Júpiter, que em Exaltação quando está em Câncer é, também, o guardião da fecundidade. Na mitologia grega ele é o deus-criador e Ceres-Virgem, a Mãe Divina, é sua irmã. Apertada no seu coração, Ceres segura uma criança ou um feixe de trigo; coelhos brincam na bainha de sua roupa; ela está profundamente conectada com a terra; seu amor envolve e irradia todas as coisas vivas. Ela é a Mãe-Terra, ao mesmo tempo que é a Mãe universal, a Mãe celestial. Seus servos devem ser virgens, “puros de coração”; sua flor é o narciso branco, em forma de estrela com um centro dourado. Virgem é um Signo de Terra, mas simboliza a pureza da Imaculada Conceição sob o ideal do serviço amoroso, e Maria, a Virgem Mãe do Salvador, se autodenominava de “uma serva do Senhor”[17].
O Signo de Peixes, por onde o amor paterno de Júpiter zela pelo processo de regeneração por meio do sofrimento, e onde ocorre a transmutação da paixão em compaixão, está indissoluvelmente ligado a Virgem, onde a Mãe Divina ensina como se purificar por meio do serviço. A paixão separa; provoca a guerra dos sexos entre si; causa guerras entre as nações. A compaixão unifica. A autogratificação destrói; o serviço constrói e desenvolve. O ideal de Cristo é a unidade. A consequência mais grave da separação por meio do sexo é a separação através da morte. Mediante a compaixão e o serviço (amoroso e desinteressado, focado na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, ao irmão e à irmã) aprendidos em Peixes-Virgem formamos o Corpo-Alma, assexuado e imortal, que nos elevará ao “ar”[18] de Aquário.
“Ele veio como um trovão; sua respiração celestial
Tinha cheiro sulfuroso; a águia sagrada
Inclinou-se para nos acompanhar: sua ascensão é
Mais doce que nossos campos abençoados; seu pássaro real
Poda a asa do Imortal e sacia seu bico,
Como quando seu deus está satisfeito”.
O deus-criador, Júpiter, se revela aos seus servos, os amantes virgens, e os eleva da tristeza e angústia profundas da carne e da escravidão nas paixões do Corpo Denso para o “teto radiante” de um Novo Céu sobre uma Nova Terra. Lá está o “ar terno” de Aquário, doce como o sopro de mil flores, na glória iridescente do céu uraniano, luminoso com o brilho suave de uma luz que nunca se apaga, uma Humanidade regenerada abrirá as asas da imortalidade: não mais vestida em peles vis e perecíveis, mas em Corpos-Alma etéricos e imortais, a Humanidade será libertada da “busca do homem e da mulher”; e seres sempre jovens, alados e adoráveis em suas vestes nupciais douradas, viverão em paz além da compreensão e em abundância além dos limites.
A ave real da ascensão, cujas “asas imortais” transporta o “deus” e aqueles que o servem para o “palácio cristalino”, é a águia de Escorpião. Através da geração Escorpião trata a morte; através da regeneração de Escorpião se dá a imortalidade, e Urano, o Planeta alado, o Regente do Signo de Aquário e da Era de Aquário, quando nossos Corpos se elevam para além da “humilhação” do sexo, será semelhante ao “corpo glorioso” de Cristo – Urano está em Exaltação, quando em Escorpião. A paixão sexual causou a “Queda do Homem”; é “vil”, pois persegue o outro para fins egoístas. A mulher deveria ser a guardiã de seu irmão, o homem deveria ser o guardião do santuário de sua irmã; em vez disso, o homem e a mulher caçam um ao outro, traem um ao outro, mancham um ao outro e usam um ao outro para a gratificação do “eu inferior”. Antes que a ascensão se torne possível, a paixão deve ser transmutada em amor Crístico com virgem pureza e estar liberta dessa condição. “Amoroso” significa “sentindo ou demonstrando amor” ou “fortemente movido pelo amor”. Na plenitude do seu amor altruísta, Imogen, a casta, e Leonatus, o compassivo, servem não apenas um ao outro, mas também ao propósito cósmico do deus-criador em cujo “templo eles se casaram”.
Escorpião, rastejando na lama, tem um ferrão que mata; Escorpião, regenerado na águia, tem asas que se elevam para a imortalidade. Antes que o ideal Crístico de perfeita unidade possa ser vivido na Terra, o último e maior inimigo separatista, que é a morte, tem que ser vencido. A morte está ligada ao sexo e, para vencê-la a Humanidade deve superar pelo poder mental ou moral o sexo. A virgindade é uma atitude mental, mas ao que tudo indica, é um estado mental mais difícil de adquirir do que qualquer outro, pela principal razão de que a Humanidade não compreenderá a santidade da função procriadora e de tudo o que lhe diz respeito. Nos tempos anteriores à “Queda do Homem” o acasalamento acontecia nos Templos. E no Templo da nossa consciência interior deveríamos considerar sagrado o amor entre o homem e a mulher, como uma capacidade, uma condição ou um estado de agir ou de exercer poder como o das Hierarquias Criadoras. Jachimo não é mau; ele é meramente frívolo e faz como todo mundo faz. No entanto, o maior mal em todo o mundo é causado por essa frivolidade nas questões sexuais. Ele se considera um cavalheiro irrepreensível, em seu cavalheirismo para com as mulheres; ele ficaria horrorizado diante de roubo ou assassinato, mas não percebe que toda vez que usa a força sexual para o prazer e sem amor, ele oferece um insulto mortal a sua esposa-irmã e comete um pecado, cuja consequência é a morte. A união como um Sacramento entre um homem e uma mulher, para que os dois se devam manter puros e imaculados: é isso que Jachimo não sabe.
Ele gosta de se divertir na companhia de mulheres, vaidosas e fracas ou confiantes e equivocadas por seus modos polidos; na companhia de homens, ele se refere com desprezo àquilo que deveria ser considerado sagrado e debocha, abertamente, em alusões a assuntos que deveriam ser tratados por uma dignidade muito acima humor cínico. Ele é tipicamente uma pessoa comum. Mas ele se interessa pela castidade de Imogem e pela fidelidade de Leonatus e aprende com esse a reconhecer a santidade do amor entre homem e mulher e a dignidade da função criadora. Ele muda sua atitude mental e, assim, ele dá o primeiro passo para a regeneração. Mercúrio, o Planeta da Mente, está em Exaltação quando em Virgem, o Signo da pureza, do serviço e da Imaculada Concepção. Quando a Mente tiver compreendido, definitivamente, a santidade do ato criador, então, começa a transmutação do Corpo; e não está longe o tempo em que o sexo cessará e a criação por meio da “palavra” será um processo apenas da vontade da Mente.
Leonatus Posthumus que, junto com Imogen, muda toda a perspectiva mental do cínico Jachimo, é descrito como um ser de uma nova ordem. Jachimo diz dele:
“Ele se senta entre os homens como um deus descendente;
Ele tem uma espécie de honra que o destaca
Mais do que uma aparência mortal.”
Ele tem uma nobreza natural de porte e caráter, em comparação com a qual Jachimo renuncia a qualquer pretensão à aristocracia.
“Cavalaria e honras recebidas
Enquanto eu uso os meus títulos, mas de desdém.”
Leonatus – nascido de um leão – natural de Leco! Com o selo radiante de Júpiter na testa! Pois nos lembramos das palavras do “deus”:
“Nossa estrela Jovial reinou em seu nascimento”.
Imogen fala de seu “rosto Jovial” e, novamente, ouvimos Jachimo:
“Um senhor mais nobre nunca viveu
* * *
“Ele é bom demais para estar
Onde estão os homens doentes, e é o melhor de todos
Entre os mais raros dos bons.”
Ele tem o Signo de Leão no Ascendente e o Planeta Júpiter no Ascendente e expressa as melhores e mais nobres qualidades, que é possível desenvolver sob a influência da estrela e do Signo real, e num laço mais elevado da espiral do que o mero humano; ele atingiu tal perfeição que não é mais humano, mas super-humano, e cresce além do Leonatus individual, até se tornar o representante de um tipo novo e superior, o Leonati da Era de Aquário.
Estes Leonati, como verdadeiros seguidores de seu Mestre – o Leão, da tribo de Judá – viveram a vida de Cristo porque, por meio da pureza, da compaixão e do serviço, eles desenvolveram o poder de Cristo Interior. Nenhuma manifestação maior desse poder é possível do que por meio da obediência ao mandamento “ama os teus inimigos”[19], que o ser humano considera impossível de cumprir até que o seu coração bata em sintonia com o Coração do Sistema Solar, de onde veio o Cristo. Para o inimigo que mais o prejudicou, Leonatus não tem censura, apenas essas palavras:
“Não se ajoelhe diante de mim.
O poder que tenho sobre você é de poupá-lo,
A malícia para com você é de perdoá-lo: – viva
E trate melhor os outros.”
Seu exemplo, o do verdadeiro pioneiro em Mente e Espírito, é tão poderoso que o Rei Cimbelino liberta todos os prisioneiros com essas palavras:
“Aprendemos nossa liberdade
De um genro.
Perdão é a palavra para todos.”
Leonatus é libertado da escravidão da Era de Peixes e conduz seus irmãos à liberdade e à unidade. Ele impressiona até mesmo seu carcereiro, que o dispensa, com as palavras:
“Eu gostaria
Que todos tivessem a mesma opinião,
E uma Mente boa.”
Palavras notáveis em um carcereiro e expressivas do grande anseio espiritual predominante no final da Era de Peixes. Leonatus e Imogen estão entre os primeiros frutos amadurecidos no Sol de Aquário-Leão, que começou a brilhar dentro deles muito antes de seus raios atingirem a Humanidade comum.
“Deuses, coloquem a força
Dos Leonati em mim!
Para envergonhar a aparência do mundo, começarei
A moda, – menos fora e mais dentro.”
Assim vai Leonatus, consciente de sua missão, na batalha contra os principados da velha ordem, simbolizada pelo declínio do Império Romano. A força dos Leonati é o poder de Cristo nascido nos corações dos Filhos de Leão.
Como “as espirais dentro de espirais” são os aspectos simbólicos assumidos pela personagem de Leonatus! O poeta faz dele, juntamente de sua contraparte feminina, a casta Imogen, o portador e representante de grandes verdades evolutivas e a principal delas conduz ao próprio centro da nossa Religião Cristã.
Shakespeare, como Iniciado da Ordem Rosacruz, sabia que “A Bíblia foi dada ao Mundo Ocidental pelos Anjos do Destino” e que ela contém todo o conhecimento necessário para o nosso desenvolvimento em conformidade com as leis da nossa evolução.
Como já foi dito, Leonatus significa “Aquele que nasceu de um Leão” e ouvimos um verdadeiro eco da Bíblia quando lhe dirigimos estas palavras: “Tu, Leonatus, és o filho do Leão”. No capítulo 49 do Livro do Gênesis, Jacó abençoa os seus doze filhos, os progenitores das doze tribos de Israel e, dirigindo-se a Judá, diz: “Judá é um filho de Leão”. Devemos lembrar que a Bíblia, tanto na sua história como nas suas partes proféticas, está majoritariamente escrita na linguagem do simbolismo astrológico.
A história e a profecia bíblicas são os relatos das fases pelas quais a evolução humana passou no passado e deve, para alcançar a perfeição, passar no futuro. A evolução humana segue o caminho precessional do Sol e depende, no seu progresso, do desenvolvimento sucessivo de certas qualidades que são governadas e, simbolicamente, representadas por certos Signos do Zodíaco e seus Regentes planetários.
O Sol, por Precessão dos Equinócios, se aproxima do “Signo do Homem nas nuvens”, ou seja, Aquário, e já está dentro da sua Órbita de Influência; o complemento de Aquário é Leão; as faculdades leoninas-aquarianas misturam-se e são inseparáveis umas das outras, como vimos em relação às propriedades piscianas de Virgem e como é o caso de Touro-Escorpião e de todos os Signos que nunca desempenham a sua missão evolutiva isoladamente, mas sempre em pares de opostos ou complementos, oferecendo os aspectos masculino e feminino, os polos positivo e negativo de um mesmo princípio. Leonatus e “o pedaço de ar tenro”!
Não pretendemos ter qualquer conhecimento das miríades de Sistemas Solares fora do nosso, mas sabemos que no nosso Sistema Solar prevalece esta lei: Como em cima, assim é em baixo. O microcosmo, o pequeno mundo do ser humano, corresponde ao macrocosmo, que é o grande mundo das nossas estrelas. O Sol é o coração do nosso Sistema Solar, cujas forças pulsantes e correntes circulantes de vida são reguladas por este Grande Coração, distribuídas por ele, alimentadas através dele, chamadas de volta para ele e enviadas dele novamente para todas as partes.
O ser humano sente as batidas do seu coração no seu pulso; e no pulso da vida que palpita através da nossa Terra bate o coração cósmico, o Sol. O Zodíaco é chamado de o Grande Ser humano do nosso Universo e este Grande Ser humano tem o seu coração em Leão; isso significa que as funções do Sol, como Coração cósmico, estão em correspondência com as forças da vida cósmica que trabalham através do Signo de Leão. Da mesma forma, o nosso coração humano, como representante microcósmico do Sol, não pode deixar de estar ligado a Leão.
O Sol, ou coração macrocósmico, e o coração humano, ou microcósmico, e o Signo de Leão formam uma trindade; o princípio espiritual que subjaz a cada um dos três aspectos é o amor unificador. O Espírito do Sol é o Cristo e a estrutura do Cristo é o amor; portanto, quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, passar por Aquário-Leão, devemos sintonizar os nossos corações com o amor Crístico e a tremenda velocidade das vibrações de amor geradas no coração humano vai libertá-lo da sujeição à matéria, convertê-lo em um músculo voluntário e torná-lo o mestre do Corpo Denso aperfeiçoado.
Cada uma das doze tribos israelitas representa um Signo do Zodíaco e as propriedades evolutivas específicas a serem desenvolvidas através dele. No centro está Judá, o Leão, que recebe uma promessa além da bênção que o Pai, Jacó, concede a todos os seus filhos. Cada um dos doze é abençoado; ou seja, cada Signo tem sua importância particular no processo de evolução, mas para a Humanidade esse processo culmina em Judá, o Leão, o Signo do coração.
“E Jacó chamou seus (doze) filhos e disse: ‘ajuntai-vos para que eu vos diga o que vos acontecerá nos últimos dias. Judá, os teus inimigos te louvarão, os filhos de teu pai se curvarão diante de ti; (…) Judá é um filhote de leão e ele se abaixou, ele se agachou como um leão e como uma leoa o cetro não se afastará de Judá, nem o cajado de governante deixará seus pés até que o Príncipe da Paz (Siló) venha, e a Ele o povo obedecerá” (Gen 49:1-28). Essas palavras, frequentemente citadas e raramente compreendidas, são as maiores entre as chamadas profecias messiânicas; a saber, aquelas passagens do Antigo Testamento que se referem à vinda de Cristo Jesus e à Era de Aquário-Leão.
A tarefa evolutiva da Humanidade durante esta Era em que entraremos em breve é aperfeiçoar o Corpo Denso e sublimá-lo para que o Ego possa deixá-lo de lado para sempre e funcionar no Corpo Vital. Aperfeiçoar uma coisa significa terminá-la, completá-la. Nosso Corpo Denso ainda não está concluído; o feito máximo em seu desenvolvimento ainda precisa ser realizado e o requisito para que sua perfeição seja alcançada sob Leão-Aquário é a conversão do coração, de músculo involuntário em músculo voluntário.
Sabemos que a nossa constituição é sétupla, consistindo no Tríplice Espírito — Espírito Humano, Espírito de Vida e Espírito Divino —, no Tríplice Corpo (Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos) e na conexão entre todos eles, que é a Mente. O Tríplice Espírito somos nós, o Ego (o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui) e controla, ou deveria controlar, o Tríplice Corpo através da Mente; mas infelizmente o Corpo de Desejos tem uma vontade própria que afirmou pela “Queda do Homem” e essa vontade, inferior ou de desejo, que está centrada no próprio Corpo de Desejos, sobrepôs-se à vontade superior da Mente. Como estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos, “a Mente está limitada pelos desejos, submersa na egoísta natureza inferior, o que torna difícil ao Espírito o governo do Corpo. A Mente, o foco – que deveria se aliar à natureza superior, se afastou e está unida e secretamente trabalhando com a natureza inferior – escrava do desejo.”.
Se nós, o Ego, quiséssemos tornarmos o senhor dos nossos Corpos e assegurar a cooperação voluntária deles, teríamos de encontrar no Corpo Denso um ponto de vantagem que não estivesse sob a influência da natureza do desejo. Todos os músculos voluntários são expressões de Corpo de Desejos; portanto, o Ego deve controlar um músculo que seja involuntário e ainda assim conectado com o sistema nervoso voluntário. Tal músculo é o coração. Os músculos involuntários são formados por estrias longitudinais e estão conectados com funções que não estão sob o controle da vontade, como a digestão, a respiração e outras. Os músculos voluntários são aqueles que são controlados pela vontade através do Sistema Nervoso voluntário, como os músculos da mão e do braço. Eles são listrados tanto longitudinalmente quanto transversalmente. Isso é verdade para todos os músculos do corpo, exceto o coração, que é um músculo involuntário. Normalmente, não podemos controlar a circulação. Em condições normais, o batimento cardíaco é uma quantidade fixa, mas, para perplexidade dos fisiologistas, o coração é cruzado-listrado como um músculo voluntário.
O cientista ocultista sabe que, quando o Ego procurou pela primeira vez uma fortaleza no coração, este último era listrado apenas longitudinalmente, como qualquer outro músculo involuntário; mas à medida que o Ego ganhou mais e mais controle sobre o coração, as listras transversais foram gradualmente desenvolvidas. Elas não são tão numerosas nem bem definidas como nos músculos sob o controle total do Corpo de Desejos, mas à medida que os princípios altruístas de amor e fraternidade aumentam em força e gradualmente dominam o desejo, essas listras cruzadas também se tornarão mais numerosas e marcadas, até que prevaleçam e o coração, livre do desejo-emoção-sentimento egoísta, agirá inteiramente de acordo com os ditames da amorosa Vontade de Cristo.
O trabalho ativo do Ego está no sangue. Agora, se excluirmos os pulmões, o coração é o único órgão por onde passa todo o sangue. O coração é a porta de entrada do sangue que nutre todas as partes do corpo. E este sangue nutritivo que alimenta e sustenta a vida de todo o organismo físico é, nas palavras de Max Heindel, “a expressão mais elevada do Corpo Vital”. Espírito de Vida e Corpo Vital! Seus nomes são indicativos. O Corpo Vital, governado pelo Espírito de Vida, é o meio para o funcionamento da vida no organismo humano. À medida que o sangue passa pelo coração, a morada do Espírito de Vida, ciclo após ciclo, hora após hora, durante toda a vida, ele entra em contato mais próximo com o Espírito de Vida, o Espírito de Amor e Unidade; portanto, o coração é a morada do amor altruísta que, por meio do sangue, é transmitido gradualmente a cada célula do nosso Corpo Denso.
Max Heindel diz: “Os fisiólogos notam que certas áreas do cérebro estão dedicadas a determinadas atividades mentais. Os frenólogos levaram esse ramo da ciência ainda mais além. Sabe-se também que o pensamento destrói o tecido nervoso e que esse desgaste do Corpo, como qualquer outro, é restaurado pelo sangue. Quando o coração se converter em músculo voluntário, a circulação do sangue ficará completamente sob o domínio do unificante Espírito de Vida, o Espírito do Amor. Então, terá o poder de impedir que o sangue flua a essas partes do cérebro dedicadas a propósitos egoístas. Esses centros mentais irão se atrofiando gradualmente.”.
“Por outro lado, ser-lhe-á possível ativar o sangue quando as elaborações mentais foram altruístas, o que restaurará e vigorizará esses centros. A natureza passional será conquistada e, pelo Amor, a Mente será emancipada da escravidão do desejo. Só se emancipando completamente pelo Amor, o ser humano poderá se elevar além da lei e se converter, ele mesmo, numa lei. Tendo-se conquistado a si, conquistará então todo o mundo.”. E logo que se torna o conquistador do Mundo Físico, pelo domínio do Corpo Denso, já não precisa do Mundo Físico como Campo de Evolução, nem do Corpo Denso como instrumento de experiência evolutiva.
A perfeição das qualidades do coração em Leão-Aquário está correlacionada com a elevação dos nossos Corpos para o ar, onde nos encontraremos com Cristo na Sua segunda vinda. Aperfeiçoar e abandonar um Corpo é o mesmo fato evolutivo apresentado em duas fases. Logo que um dos nossos veículos é aperfeiçoado, é também abandonado; isto é, destruído para sempre na sua forma; e sua essência é incorporada no veículo seguinte. Quando a Humanidade tiver aperfeiçoado os seus Corpos Densos, eles serão postos de lado para sempre; terão então servido ao seu objetivo evolutivo e não serão mais necessários. Essa perfeição deve ser alcançada durante a chamada Metade Mercurial do Período Terrestre, que é onde nos encontramos agora; no próximo Período, o de Júpiter, funcionaremos então em Corpos Vitais.
A evolução do Período de Júpiter tem seu campo na Região Etérica do Mundo Físico. Por conseguinte, não é possível utilizar aí o Corpo Denso, pois na Região Etérica só pode ser utilizado um Corpo Vital. “A Natureza nada desperdiça. No Período de Júpiter, as forças do Corpo Denso, por adição, completarão as do Corpo Vital. Esse veículo possuirá, além das próprias faculdades, os poderes do Corpo Denso. Será um instrumento muito mais útil para expressão do Tríplice Espírito do que limitado somente às próprias forças do veículo”.
Essa transmutação do Corpo Denso em Corpo Vital será realizada através da libertação do coração durante a era precessional de Leão-Aquário e, embora não seja dada qualquer informação definitiva, é sugerido que entraremos no Período de Júpiter por meio das portas de Capricórnio-Câncer.
Como as leis da evolução operam maravilhosamente! Enquanto aperfeiçoamos um veículo, ao mesmo tempo preparamos o próximo e superior para uso do Ego. Pureza, temperança, abnegação e serviço amoroso e desinteressado – portanto, o mais anônimo possível – focado na divina essência oculta em cada um de nós (que é a base da Fraternidade) e para com o irmão ou a irmã que está ao nosso lado refinam o nosso Corpo Denso e trabalham para a libertação do coração; simultaneamente constroem o Corpo Vital, de modo que, quando deixarmos o Corpo Denso pela última vez possamos ter a nova vestimenta pronta para nos vestir. Isso explica como são inúteis todos os preceitos que ensinam a desenvolver o Corpo Vital e seus centros de consciência, enquanto pecam gravemente contra as Leis de Pureza e Serviço (amoroso e desinteressado – portanto, o mais anônimo possível – focado na divina essência oculta em cada um de nós (que é a base da Fraternidade) e para com o irmão ou a irmã que está ao nosso lado) que governam a perfeição do Corpo Denso.
Quando formos capazes de, por imposição do coração liberto, enviar o amor de Cristo para todas as células do corpo e, através dessa faculdade de Cristo, transmutar todas as células do Corpo Denso, então teremos de fato o Cristo dentro de nós – o Cristo Interno! O primeiro Corpo Denso que realizou a façanha da ação voluntária do coração foi o de Jesus, chamado pelo apóstolo de primícias. Seu pai e sua mãe eram “o leão e a leoa da tribo de Judá”, a tribo que representa o Signo de Leão. José, o homem puro e evoluído pela influência de Leão, uniu-se a Maria, a mulher pura e evoluída pela influência de Aquário. Livres da paixão sexual, entregaram-se castamente em espírito de serviço e sacrifício para que o grande Ego chamado Jesus pudesse ter material para modelar o seu Corpo Denso e seu Corpo Vital perfeitos. Daí surgiu o filhote de Leão, o verdadeiro “Leo-Natus”, o jovem leão de quem o salmista canta.
Jovem com a juventude de uma nova época, forte com o amor que preenchia cada fibra do seu Corpo radiante, assim Jesus triunfou! E, triunfante, rompeu os sete selos de que fala o Apocalipse. Os sete selos são os nossos sete veículos. A menos que o primeiro selo fosse rompido — isto é, que o Corpo Denso fosse expulso —, a evolução humana teria de permanecer um livro fechado. A evolução humana ascendente e simbolizada na quebra dos sete selos é o sucessivo aperfeiçoamento e abandono dos sete veículos, até que a essência de cada um seja atraída para o Espírito e o Espírito seja atraído para Deus. A profecia do Gênesis encontra o seu cumprimento no Apocalipse, onde lemos no capítulo quinto: “Eis que o Leão pertencente à tribo de Judá triunfou, abrirá o livro e romperá os seus sete selos.” (Apo 5:5).
“Como em cima, assim é em baixo” — Cristo, o Espírito do Sol que veio do coração do nosso Universo, tinha que funcionar em um Corpo Denso, se quisesse cumprir a Sua missão redentora na Terra; mas o Corpo Denso, para poder conter este grande Espírito e se manter sob as Suas poderosas vibrações, precisaria estar sintonizado com elas. Isso só seria possível no seu mais alto grau de perfeição, que é representado pelo controle total da ação do coração e da circulação do sangue.
O coração de Jesus tinha que bater em sintonia com o Espírito do Sol para continuar pulsando sob os impactos da tremenda taxa de vibração peculiar ao Cristo. As vibrações internas que encontraram o Espírito do Cristo tinham que ser do mesmo tom das vibrações externas que o Espírito do Cristo trouxe, senão o Corpo Denso de Jesus, em vez de receber o Cristo no batismo, teria sido desfeito ao contato com Ele, como as muralhas de Jericó. Como é que Jesus atingiu essa perfeição absoluta? Como é que ele libertou o seu coração? Não foi concentrando-se na perfeição do seu Corpo Denso, mas renunciando a ele em uma disponibilidade suprema para o serviço e o sacrifício. E o Espírito de Cristo, que veio habitar o Corpo Denso de Jesus, Corpo que, embora perfeito para os humanos, foi uma prisão para Ele, deixou, por sua vez, mundos de felicidade indescritível e caminhos de glória espantosa para nos servir e salvar.
Tanto o Espírito Solar, o Cristo, quanto o homem Jesus tinham a mesma estrutura; em um vibrava o coração do Sistema Solar, no outro, o coração do ser humano; nos dois temos o serviço amoroso e desinteressado – portanto, o mais anônimo possível – focado na divina essência oculta em cada um de nós (que é a base da Fraternidade) e para com o irmão ou a irmã que está ao nosso lado. A pureza e a compaixão, o serviço e o autossacrifício devem ser aprendidos através de Virgem-Peixes como os únicos fatores que podem realizar a libertação do coração. Jesus não foi Cristo, mas foi semelhante a Ele e por isso atraiu o Espírito de Cristo para si.
Sejamos muito claros sobre estes pontos importantes! A tarefa evolutiva da Nova Era é a perfeição do Corpo Denso; a exigência evolutiva é a libertação do coração; o método evolutivo é o Serviço caracterizado indistintamente como o amoroso e desinteressado – portanto, o mais anônimo possível – focado na divina essência oculta em cada um de nós (que é a base da Fraternidade) e para com o irmão ou a irmã que está ao nosso lado. FIM
[1] N.T.: já que a estação de verão do hemisfério norte se inicia em junho.
[2] N.T.: Ato I – Cena I
[3] N.T.: Ato IV – Cena II
[4] N.T.: Capítulo III – O Ser Humano e o Método de Evolução – O Primeiro Céu
[5] N.T.: A Era de Touro na Época Atlante.
[6] N.T.: Capítulo X do Livro Coletâneas de um Místico – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz: CAPÍTULO X – A PRÓXIMA ERA
Quando falamos da “Próxima Era”, “do Novo Céu e da Nova Terra” mencionados na Bíblia e, também, da “Era de Aquário”, as diferenças entre elas podem não ser claras nas Mentes dos nossos Estudantes Rosacruzes. A confusão dos conceitos é um dos campos mais férteis para a falácia, e os Ensinamentos Rosacruzes procuram evitar isso usando uma nomenclatura ou um conceito particularmente definido. Algumas vezes, um esforço extra se faz necessário para dissipar a confusão ou a distorção gerada por concepções nebulosas engendradas por outros, tão sinceros como o presente escritor, porém, não tão afortunados em ter acesso aos incomparáveis Ensinamentos da Sabedoria Ocidental.
Em nossa literatura aprendemos que quatro grandes Épocas de desenvolvimento gradual precederam a atual ordem das coisas; que a densidade da Terra, suas condições atmosféricas e as Leis da Natureza que prevaleciam numa Época eram tão diferentes das de outras Épocas, como a correspondente constituição fisiológica da Humanidade em uma Época era bem diferente das de outras Épocas.
Os corpos de ADM (o nome significa terra vermelha), a Humanidade da ígnea Lemúria, foram formados do “pó da terra”, da lama vermelha, quente e vulcânica, e estavam adaptados ao meio ambiente deles. A carne e o sangue teriam se atrofiado e se enrugado, especialmente pela perda de umidade, no calor intenso daqueles dias e, embora adaptados às condições presentes, São Paulo nos diz que “eles não podem herdar o Reino de Deus” (ICor 15:50). É evidente, portanto, que antes que uma nova ordem de coisas possa ser inaugurada, a constituição fisiológica da Humanidade precisa ser radicalmente alterada, isto sem mencionar a atitude espiritual. Serão necessários milhões de anos para regenerar toda a Onda de Vida humana e torná-la apta a viver em corpos etéricos (Corpos Vitais).
Por outro lado, nem mesmo um novo ambiente surge de um momento para o outro, mas a terra e os povos vêm evoluindo juntos, desde os menores e mais primitivos primórdios. Quando a neblina da Atlântida começou a assentar, alguns dos nossos antepassados já haviam desenvolvido pulmões embrionários, e foram compelidos a subir para as montanhas muito antes de seus pares ou companheiros. Eles vagaram pelo “deserto” enquanto a “Terra Prometida” estava emergindo das névoas mais tênues e, ao mesmo tempo, seus pulmões em crescimento estavam os preparando e os ajustando para viverem sob as condições atmosféricas atuais.
Mais duas Raças nasceram nas bacias da Terra, antes que uma sucessão de inundações os forçasse a ir para as montanhas; a última inundação aconteceu no momento quando o Sol entrou no Signo aquoso de Câncer, há cerca de dez mil anos atrás, como disseram os sacerdotes egípcios a Platão. Como vimos, não há uma mudança súbita no organismo humano ou no meio-ambiente para toda a Onda de Vida humana, quando uma nova Época é introduzida, mas uma sobreposição de condições que tornam isso possível para a maioria dos seres da Onda de Vida humana, por meio de um ajustamento gradual para entrar na nova condição, embora a mudança possa parecer súbita ao indivíduo que fez toda a mudança preparatória inconscientemente. A metamorfose do girino, de um habitante do elemento aquoso para um habitante do elemento aéreo, fornece uma analogia do passado, e a transformação de uma lagarta em uma borboleta se elevando pelo ar é uma ilustração apropriada da próxima Era. Quando o celestial marcador do tempo entrou em Áries, por Precessão (Movimento de Precessão dos Equinócios), um novo ciclo se iniciou e as “boas-novas” foram pregadas por Cristo. Ele enfatizou que o Novo Céu e a Nova Terra não estavam ainda prontos, quando disse a Seus discípulos: “Não podes seguir-me agora aonde vou, mas me seguirás mais tarde” (..) (Jo 13:36) “vou preparar-vos um lugar, e quando eu me for e vos tiver preparado um lugar, virei novamente e vos levarei comigo” (Jo 14:2-3).
Mais tarde São João viu, numa visão, a Nova Jerusalém procedendo do Céu e São Paulo exortou os Tessalonicenses “pela palavra do Senhor” (ITess 4:15) que aqueles que vivem em Cristo, na Sua próxima vinda, deverão ser arrebatados no ar para se encontrarem com Ele e estar com Ele para a Nova Era.
Porém, durante essa mudança, há pioneiros que entram no Reino de Deus antes de seus irmãos e de suas irmãs em Cristo. Cristo disse, no Evangelho Segundo São Mateus 11:12: “Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e violentos se apoderam dele”. Essa não é uma tradução correta. A tradução deve ser: “O Reino dos Céus foi invadido (biaxetai) e os invasores se apoderaram dele”. Homens e mulheres já aprenderam, por meio de vidas santas e baseadas na prestação de serviços e auxílios, a deixar de lado o corpo de carne e de sangue, seja intermitente ou permanentemente, e caminhar pelos céus com pés alados, atentos aos assuntos do Senhor deles, vestidos do etérico “Manto Nupcial” (Corpo-Alma) da Nova Dispensação. Essa mudança pode ser conseguida por meio de uma vida de simples serviço, de ajuda, de auxílio e de oração e prece, como a praticada pelos Cristãos devotos, não importando a que igreja estejam afiliados, assim como por meio dos Exercícios Esotéricos específicos fornecidos pela Fraternidade Rosacruz. Esses Exercícios Esotéricos não trarão nenhum resultado, a não ser que sejam acompanhados por frequentes atos de amor, pois o amor será a palavra-chave da próxima Era, do mesmo modo que a Lei é a palavra-chave da presente ordem. A expressão intensa das qualidades mencionadas acima aumenta a luminosidade fosforescente é a densidade dos Éteres em nossos Corpos Vitais; as correntes ígneas cortam a ligação com os cuidados e as preocupações do dia a dia, e o ser humano, uma vez nascido da água em sua emersão da Atlântida, agora nasce do espírito, para o Reino de Deus. A força dinâmica do seu amor abriu um caminho para a terra do amor, e é indescritível o regozijo daqueles que já se encontram lá quando novos invasores chegam, pois cada um que chega apressa a vinda do Senhor e o estabelecimento definitivo do Reino.
Entre os religiosamente inclinados há um clamor definido e incessante: “Quanto tempo, Oh Senhor, quanto tempo?”. E, apesar da afirmação enfática de Cristo de que o dia e a hora são desconhecidos, mesmo para Ele, profetas continuam ganhando credibilidade quando predizem Sua volta para uma determinada data, embora cada um se frustra quando o dia passa e nada acontece. A questão também tem sido debatida entre nossos Estudantes Rosacruzes, e esse capítulo é uma tentativa de mostrar a falsa ou errada ideia de esperarmos pelo Segundo Advento no próximo ano, nos próximos cinquenta ou nos próximos quinhentos anos. Os Irmãos Maiores se recusam a expressar uma opinião e assinalam só o que deve ser realizado primeiramente.
Nos dias de Cristo, o Sol estava ao redor dos sete graus de Áries. Foram necessários quinhentos anos para, por Precessão, chegar ao décimo terceiro grau de Peixes. Durante este tempo, a nova igreja viveu fases de violência ofensiva e defensiva, justificando bem as palavras de Cristo: “Eu não vim trazer a paz, mas uma espada” (Mt 10:34). Passaram-se mais mil e quatrocentos anos sob a influência negativa de Peixes, que tem fomentado o poder da igreja e sujeitado o povo pelo credo e pelo dogma.
Em meados do último século (Século XIX), o Sol entrou na Órbita de Influência do Signo científico de Aquário e, embora ainda leve cerca de seiscentos anos para que a Era de Aquário comece, é altamente instrutivo notar que mudanças o mero contato com esse Signo tem acontecido e disponibilizadas para o uso no mundo. Nosso limitado espaço nos impede de enumerar os maravilhosos avanços realizados desde então; mas não demais dizer que a ciência, as invenções e a indústria decorrente desse desenvolvimento, tem mudado o mundo completamente, tanto na vida social como nas condições econômicas. Os grandes progressos realizados por meio da comunicação, têm contribuído muito para quebrar as barreiras do preconceito racial, nos preparando para as condições da Fraternidade Universal. Os instrumentos de destruição têm sido elaborados tão assustadoramente eficientes, que as nações militantes serão forçadas, dentro de pouco tempo, a “quebrar as suas espadas, transformando-as em arados, e as suas lanças, a fim de fazerem podadeiras” (Is 2:4). A espada tem tido seu reinado durante a Era de Peixes, mas a ciência governará na Era de Aquário.
Na terra do sol poente podemos esperar vislumbrar as condições ideais da Era de Aquário: uma mescla de Religião e ciência, formando uma ciência religiosa e uma Religião científica, que proporcionarão a saúde, a felicidade e o regozijo de uma vida vivida em sua plenitude.
[7] N.T.: também conhecida como A Tragédia de Cimbelino ou Cimbelino, Rei da Grã-Bretanha, é uma peça de William Shakespeare ambientada na Grã-Bretanha Antiga (sec. 10-14 DC) e baseada em lendas que faziam parte da Matéria da Grã-Bretanha a respeito do início histórico rei celta britânico Cunobeline. Embora seja listado como uma tragédia no Primeiro Fólio, os críticos modernos costumam classificar Cimbelino como um romance ou mesmo uma comédia. Assim como Otelo e The Winter’s Tale, trata dos temas da inocência e do ciúme. Embora a data precisa da composição permaneça desconhecida, a peça certamente foi produzida já em 1611.
[8] N.T.: Vaudeville, uma farsa com música. Nos Estados Unidos, o termo conota um entretenimento leve popular de meados da década de 1890 até o início da década de 1930, que consistia em 10 a 15 atos individuais não relacionados, apresentando mágicos, acrobatas, comediantes, animais treinados, malabaristas, cantores e dançarinos. É a contrapartida do music hall e da variedade na Inglaterra.
O termo vaudeville, adotado nos Estados Unidos a partir do teatro boulevard parisiense, é provavelmente uma corruptela de vaux-de-vire, canções satíricas em dísticos, cantadas em árias populares no século 15 no Val-de-Vire (Vau-de -Vire), Normandia, França. Passou ao uso teatral no início do século XVIII para descrever um dispositivo empregado por atores profissionais para contornar o monopólio dramático detido pela Comédie-Française. Proibidos de representar dramas legítimos, apresentavam suas peças em pantomima, interpretando a ação com letras e refrões de músicas populares. Acabou se desenvolvendo em uma forma de drama musical leve, com diálogos falados intercalados com canções, que era popular em toda a Europa.
[9] N.T.: Joseph Rudyard Kipling (1865-1936) foi um autor e poeta britânico
[10] N.T.: A Canção dos Mortos
Ouça agora a Canção dos Mortos – no Norte, pelas bordas rasgadas do iceberg –
Aqueles que ainda olham para o Polo, adormecidos em seus trenós despidos de couro.
Canção dos Mortos no Sul – ao sol ao lado de seus cavalos esqueletos,
Onde o warrigal choraminga e uiva através da poeira dos cursos dos rios escaldantes.
Canção dos Mortos no Leste – nas cavidades da selva apodrecidas pelo calor,
Onde o macaco-cão late no kloof – no freio dos búfalos.
Canção dos Mortos no Oeste – nos Sertões, o deserto que os traiu,
Onde o carcaju derruba suas mochilas do acampamento e do túmulo que eles fizeram;
Ouça agora a Canção dos Mortos!
EU
Éramos sonhadores, sonhando muito, na cidade sufocada pelo homem;
Ansiamos além da linha do horizonte, onde as estradas estranhas descem.
Veio o Sussurro, veio a Visão, veio o Poder com a Necessidade,
Até que a Alma que não é a alma do homem nos foi emprestada para liderar.
Assim como o cervo se afasta – como o boi se separa – do rebanho onde pastam,
Na fé das crianças seguimos o nosso caminho.
Então a madeira falhou — então a comida falhou — então a última água secou—
Na fé das crianças, deitamos e morremos.
Na areia – no lado da savana – no matagal de samambaias nos deitamos,
Para que nossos filhos possam segui-los pelos ossos no caminho.
Siga depois – siga depois! Regamos a raiz,
E o botão floresceu e amadureceu para dar fruto!
Siga depois – estamos esperando, pelas trilhas que perdemos,
Pelo som de muitos passos, pelos passos de uma hoste.
Siga depois – siga depois – pois a colheita está semeada:
Pelos ossos à beira do caminho, vocês chegarão aos seus!
Quando Drake desceu para o Horn
E a Inglaterra foi coroada assim,
‘Twixt mares não navegados e costas não exploradas
Nossa Loja – nossa Loja nasceu
(E a Inglaterra foi coroada assim!)
Que nunca mais fechará
De dia nem de noite,
Enquanto o homem arriscará sua vida
Em risco de cardume ou principal
(De dia nem de noite).
Mas permanece mesmo assim
Como agora testemunhamos aqui,
Enquanto os homens partem, de coração alegre,
Aventura para conhecer
(Como agora testemunhe aqui!)
II
Alimentamos nosso mar por mil anos
E ela nos liga, ainda sem comida,
Embora nunca haja uma onda de todas as suas ondas
Mas marca nossos ingleses mortos:
Nós demos o nosso melhor para a agitação da erva daninha
Ao tubarão e à gaivota.
Se o sangue for o preço do almirantado,
Senhor Deus, pagamos integralmente!
Nunca há uma inundação indo para a costa agora
Mas levanta uma quilha que tripulamos;
Nunca há um refluxo em direção ao mar agora
Mas deixa cair nossos mortos na areia—
Mas esgueira nossos mortos nas areias,
Dos Ducados ao Swin.
Se o sangue for o preço do almirantado,
Se o sangue for o preço do almirantado,
Senhor Deus, nós pagamos!
Devemos alimentar o nosso mar durante mil anos,
Pois essa é a nossa desgraça e orgulho,
Como foi quando navegaram com o Golden Hind,
Ou os destroços que atingiram a última maré—
Ou os destroços que jazem no recife jorrando
Onde as horríveis luzes azuis brilham.
Se o sangue for o preço do almirantado,
Se o sangue for o preço do almirantado,
Se o sangue for o preço do almirantado,
Senhor Deus, compramos justo!
[11] N.T.: semente do que se tornou, depois, a ONU.
[12] N.T.: Atualmente, estamos nos últimos graus da Era de Peixes.
[13] N.T.: a que se refere ao “eu inferior” e não ao “Eu superior”.
[14] N.T.: Apo 3:19
[15] N.T.: Mt 5:8
[16] N.T.: do poema Song of Myself, part 40 de Walt Whitman (1819-1892) – poeta, ensaísta e jornalista americano.
[17] N.T.: Lc 1:38
[18] N.T.: Região Etérica do Mundo Físico
[19] N.T.: Mt 5:44
A matéria contida neste livro foi compilada de trabalhos de Max Heindel e acrescidos com conhecimentos de astronomia e contém informações muito valiosas sobre as relações entre o som e os Éteres e como a Ciência material lida com esse assunto (mesmo não reconhecendo, atualmente, o Éter, já que no passado o reconheceu e trabalhou muito com ele).
1. Para fazer download ou imprimir:
O Som e os Éteres – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz
2. Para estudar no próprio site:
O Som e os Éteres
Por um Estudante
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido e Revisado de Temas Rosacruces – Tomo II – El Sonido y los Éteres – Centro Rosacruz Max Heindel de Buenos Aires – Argentina – 1983
pelos Irmãos e pelas Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
CAPÍTULO 1 – UM SOM DE VIDA.. 5
CAPÍTULO 2 – OS SONS DO CORPO VITAL SUBSÔNICOS E SUPERSÔNICOS. 10
CAPÍTULO 3 – NOVAS RELEVAÇÕES. 15
CAPÍTULO 4 – OS NÚMEROS E O RITMO DO UNIVERSO: LEI DE BODE.. 22
CAPÍTULO 5 – A ASTRONOMIA ENTOA UMA NOVA CANÇÃO.. 29
CAPÍTULO 6 – KEPLER, O MÍSTICO ASTRÓLOGO ASTRÔNOMO.. 36
CAPÍTULO 7 – O SER HUMANO, CÂNTICO DE DEUS. 43
Os Éteres constituem a Região Etérica do Mundo Físico. Eles são em número de quatro:
-Éter Químico: é o Éter através do qual as forças atuam para manter e nutrir o Corpo Denso (mantém a forma).
-Éter de Vida: é o Éter pelo qual atuam as forças de propagação, cujo objetivo é a manutenção das espécies (mantém as espécies).
-Éter de Luz ou Luminoso: é a fortaleza do cérebro-Mente, porque ele é o assento de toda a percepção sensorial tanto interna, quanto abaixo e acima do âmbito dos órgãos dos sentidos.
-Éter Refletor: é o armazém da memória do ser humano e reflexo da Memória da Natureza (aqui registra-se todos os eventos que são produzidos no Mundo). É, também, através deste Éter que o Ego direciona seus veículos.
O Corpo Vital do ser humano é composto de quatro Éteres.
Em lições anteriores foi dito que os ocultistas reconhecem, já há muito tempo, a existência de um “som de vida” acompanhando todas as coisas viventes e crescentes. A ciência moderna está agora chegando a este campo, assim como a outros campos de fenômenos etéricos, anteriormente admitidos apenas pelos ocultistas.
Houve sempre e ainda há muita confusão a respeito da Clariaudiência[1] ou audição extrassensorial. Mais do que em outros campos, talvez, contam-se histórias de distúrbios mentais, acompanhados de “audição de vozes” ou outros sons. Os médicos muito têm a dizer, também, acerca de “ruídos na cabeça” em geral, dos quais se diz frequentemente que prenunciam a surdez. Agora, a ciência contemporânea aproxima-se mais do “oculto”, como nos dá conta a informação acerca de experiência em laboratórios modernos, tornando possível uma avaliação mais realista.
Há algum tempo, o dr. Albert P. Seltzer, da Universidade de Pennsylvania, escreveu na revista Today’s Health (publicada pela American Medical Association) que ninguém deve desesperar-se por sofrer de ruídos na cabeça (chamados “tinnitus” pelos especialistas). Eles não são, necessariamente, os precursores da surdez, nem da insânia. Diferentemente dos sons normais, esses ruídos da cabeça não se originam nas ondas sonoras que chegam ao tímpano, mas em causas internas, algumas das quais são físicas como o cerume do conduto auditivo, pressões ou tensões nervosas, infecções no ouvido médio, obstruções na trompa de Eustáquio[2] (passagem entre o ouvido e a garganta), bloqueio da passagem do ar nas narinas, etc.
Segundo o dr. Seltzer, tais condições poderiam, usualmente, ser corrigidas por meios médicos. Na opinião de outro médico, existem tantas causas possíveis de ruídos na cabeça que a cirurgia deveria ser evitada, se possível, pois uma operação após outra pode ser levada a efeito nos ouvidos, no nariz e na garganta, e a verdadeira raiz do problema se encontra no sistema nervoso, por exemplo. A remoção do cerume seria relativamente simples, assim como outras correções menores no nariz e garganta. Porém, não há garantia de que ainda a cirurgia extensiva pudesse deter os ruídos.
Para os ocultistas, alguns desses ruídos são etéricos, pertencem ao Corpo Vital, sendo, em verdade, perfeitamente normais e audíveis quando as faculdades espirituais começam a se desenvolver.
A ciência física já começa a verificar isso. Em certas experiências com câmaras à prova de ruídos, na profundidade da Terra, constatou-se que cada um, sem exceção, ouviu um som agudo e intenso – descrito de maneira algo diferente por várias pessoas – e os cientistas observaram que, face à câmara ser totalmente à prova de efeitos sonoros, estes ruídos não podiam ser outra coisa, além de sons, produzidos pelo corpo, pelo fato de viver.
A experiência com a câmara explica o porquê a surdez total ou parcial é associada com os ruídos da cabeça. Uma vez eliminados os ruídos externos, o indivíduo torna-se consciente dos sons interiores. Estes, na verdade, encontravam-se ali o tempo todo, mas não eram percebidos. Independente de todas as causas físicas, o som dos processos vitais faz-se, então, audível.
O cientista observa que os ruídos da cabeça podem principiar sem sinais prévios. Apresentam-se também em pessoas normais, a despeito de sua maior incidência em quem sofre de surdez. Alguns tornam-se conscientes desses ruídos quando adormecem ou então ao despertar. Outros percebem nos instantes iniciais da aplicação da anestesia. Os ruídos são, algumas vezes, suaves e vibráteis, ou também se assemelham à madeira quando está sendo serrada, ou com a explosão de um motor, ou com o vapor escapando de uma caldeira, ou com o silvo de uma serpente.
É significativo que em certos antigos fragmentos de documentos ocultistas se faz menção do “canto da serpente”, ouvido pelo Iniciado, quando uma certa essência ígnea ascende por um canal até o cérebro.
Evidentemente, é o que chamamos de “o fogo-espírito espinhal”. Antigamente o cérebro era comparado à cabeça de uma serpente. As escrituras antigas mencionam também aquilo que denominaríamos de som de campainhas. Alguns destes ruídos, em sentido moderno, são idênticos ao tinir de uma campainha de telefone ou ao repicar de sinos. Achava-se, então, que a Serpente falaca com muitas vozes; e em sons captados por diferentes pessoas, como assinalaram os médicos, encontram-se tons musicais e vocais, algumas vezes em alta voz, diretamente ao ouvido.
A natureza de muitos destes sons está sendo confirmada, agora, por novos descobrimentos científicos, amplamente divulgados. Por exemplo: um médico descobriu, acidentalmente, durante uma cirurgia cerebral que quando a agulha elétrica tocava certas áreas do lóbulo temporal do paciente, este se tornava consciente dos sons, tão claramente como se houvesse um rádio ligado no recinto, associando-os, também, com recordações de acontecimentos passados. Disto se deduz que se as mesmas células são estimuladas de outra maneira que não seja com uma agulha elétrica, de um modo, todavia desconhecido para a ciência, a pessoa ouvirá sons aparentemente presentes e reais fisicamente. Alguém pode afirmar que ciência abordou a questão da “memória eletrônica”, de fato conectada com o cérebro etérico.
Agora vejamos como estas áreas cerebrais podem ser estimuladas a produzir sons de uma natureza etérica, percebidos como se fossem reais fisicamente.
Quando o Ego se isola do mundo exterior, preparando-se para o sono, revoluteando, porém, dentro de sua habitação física, torna-se consciente dos sons do Corpo Vital. Os ruídos de motor – funcionando ou serrando madeira – pertencem ao campo eletromagnético do corpo, no qual os vórtices movem-se com um zumbido comparado, por Max Heindel, ao das abelhas. Há ocasiões em que este zumbido parece se interromper. Max Heindel afirmou, citando alguns exemplos desta natureza, que um violento som de zumbido provém do choque de vibrações quando uma entidade dos planos internos procura obsidiar o Corpo de uma pessoa viva.
A nota-chave do Corpo Vital (ensejada pelo Arquétipo) soa na medula oblonga[3], onde arde a “chama da vida”. Neste lugar ouve-se o som discordante, quando da tentativa de obsessão. A “chama da vida” arde na medula, vibrando freneticamente ao mesmo tempo em que percebe o som. Na Escola de Mistérios tais casos são virtualmente desconhecidos, como resultado da vivência pura – física e mental – do neófito, o qual não se deixa atingir por influências maléficas.
Quando forças poderosas começam a fluir no Corpo Vital como fruto do treinamento espiritual, é natural a aceleração dos ritmos normais do organismo vital. Uma certa inércia deve ser superada, porque o materialismo amortece os sistemas nervosos, e estes devem ser sensibilizados pelo trabalho espiritual. Isto pode ser percebido como uma sensação de vibração nos ossos do crâneo, ou nos vórtices do Corpo de Desejos, assim como naqueles pontos do Corpo Vital por onde fluem as correntes vitais – tradicionalmente simbolizados na Crucifixão – ou seja nas mãos, pés e cabeça, nos quais Cristo foi ferido. Muitos Estudantes Rosacruzes tornam-se conscientes disso.
Os sons captados bem próximos do ouvido, algumas vezes, sobressaltam o indivíduo desperto quando está quase adormecido. Assemelham-se à brilhante luz que algumas vezes cintila ante os olhos fechados, quando se dorme ou se desperta. Em ambos os casos, o Ego envolto em seus veículos superiores, desliga-se da vestimenta corporal, preparando-se para dela sair. Nestas circunstâncias faz-se consciente dos planos internos.
Já se afirmou que quando um indivíduo se encontra fora de seu corpo, parece-lhe expandir-se e crescer em todas as direções. Isto provêm das novas sensações que o abordam de todos os lados no Mundo do Desejo. Muitos Estudantes Rosacruzes passaram pela experiência de flutuar até à cabeça do corpo, percebendo que a consciência parecia estender-se para fora, ao redor do crâneo. A sensação de expansão, característica de tais estados, evidencia-se também em outras formas. Algumas vezes há um som como que “crepitando” na cabeça ou nos ouvidos. Ou então outros ruídos sugerindo uma mudança de vibração, porque isto é o que os sons realmente indicam.
A situação, por suposto, é diferente daquela em que se percebe a “crepitação” quando se sobe uma colina ao nível do mar: aí a sensação origina-se da mudança de pressão atmosférica. Não obstante serem diferentes, as situações são análogas. A mudança de atitude psíquica, por assim dizer, produz variações na vibração, e como o Ego encontra-se conectado com o Corpo Denso, o som parece ocorrer no espaço físico.
Há somente três décadas a ciência chegou a compreender que a vibração da voz é transmitida tanto através dos ouvidos como da garganta e da boca. Isto poderia ter sido antecipado, posto que sentimos as vibrações vocais agitando a estrutura óssea do crânio. Porém, como muitos outros fenômenos, passou despercebido. Agora, não obstante, sabemos que os inventores estão tratando de aperfeiçoar dispositivos que permitam a pilotos de aviões emissores de sons de alta potência, “falar com seus ouvidos” por meio de um microfone especialmente desenhado que capte naturalmente a linguagem articulada. Os sons secundários são transmitidos mediante auriculares de estetoscópio. O cientista não sabe, todavia, como é transmitida a linguagem auricular, mas supõe ser pela trompa de Eustáquio, ou talvez, pelos ossos da cabeça, ou por ambas as vias.
Evidentemente, alguns dos ruídos da cabeça ou tinnitus, de que falam os médicos, devem também pertencer às ondas de linguagem transmitida desta maneira ao cérebro do paciente, além dos perfeitamente normais sons etéricos transmitidos ao “ouvido interno” do Corpo Vital, que está incluído com o outro ouvido físico no processo da audição. Os Clariaudientes comentam o fato de que ao ouvir sons dos planos espirituais, algumas vezes, são conscientes de vibrações na língua, boca e garganta, assim como no ouvido, demonstrando-se que existe uma resposta simpática por todas as partes.
Os físicos afirmam haver muitas classes de ondas sonoras, algumas demasiadas altas para serem ouvidas por ouvidos humanos e outras demasiadas baixas. Para as ondas sonoras abaixo de 500 ciclos por segundo, os ouvidos de um gato podem não ser tão sensíveis como os do ser humano. As mais baixas notas, para as quais o ser humano é sensitivo, são realmente sentidas mais que ouvidas. Uma frequência de 20 segundos soa não como um tom, mas como som palpitante baixo. As notas demasiadas baixas para serem ouvidas são, algumas vezes, sentidas como vibrações no Corpo.
A isso o ocultista acrescenta que os processos vitais do Corpo que residem no campo eletromagnético emitem vibrações, ou são vibrações percebidas pelo ouvido etérico interno sob circunstâncias especiais. Os sons do Corpo Vital são tanto subsônicos como supersônicos, mas são gerados dentro do Corpo: não se originam no exterior. Ao mesmo tempo é evidente por si mesmo que tanto os “subsônicos” como os “supersônicos” atuam sobre o Corpo Vital desde fora e podem matar se usados de certa forma, ou promover vida e saúde se empregados de outra.
Em um antigo artigo, como resposta a uma pergunta em nossa revista “Rays from the Rose Cross” (de novembro de 1964) encontramos sobre o som e seus efeitos. O consulente disse: “Muito se faz no campo da vibração; e demonstrou-se que a enfermidade e a saúde são questão de vibrações e de ritmos variáveis. Se se pode romper o ritmo em um dado lugar e impor um novo tempo sobre eles, aparentemente os prótons e os elétrons voltam a reunir-se em diferentes proporções, formando um padrão diferente: aparece um tecido ou substância de diferente classe. Este processo demonstra que dentro do ser humano há uma vontade ou força que pode atuar desde os modelos segundo os quais constroem seus tecidos, e mudando seu ritmo pode produzir outro desenho no mesmo espaço. Vocês concordam com isso?”.
De onde foi fornecida a seguinte resposta: “Se nos assegura por parte da ciência oculta que não há limite para o poder do Espírito na cura, de tal modo que podemos dizer com segurança: qualquer enfermidade ou doença pode ser curada. Isto nos foi demonstrado por Cristo-Jesus em Seu ministério. Porém, nem toda pessoa encontra-se qualificada para efetuar uma cura fenomenal instantânea… O ponto de vital importância é a transformação que deve partir de dentro do indivíduo.”.
Temos a afirmação de Max Heindel: “O Corpo Vital emite um som idêntico ao zumbido de um besouro. Durante a vida estas ondas sonoras etéricas atraem e colocam os elementos químicos de nosso alimento de tal modo a formar órgãos e tecidos. Conforme as ondas sonoras etéricas do nosso Corpo Vital estejam em harmonia com a nota-chave do Arquétipo, os elementos químicos com os quais nutrimos o Corpo Denso são adequadamente dispostos e assimilados, e a saúde prevalece… mas quando as ondas sonoras do Corpo Vital variam em relação à nota-chave arquetípica, esta dissonância coloca os elementos químicos do nosso alimento em uma disposição incongruente com as linhas de força do Arquétipo.”
Os Auxiliares Invisíveis são ensinados a utilizar o som em seu trabalho de cura nos planos internos. Isso consiste em emitir um som que se harmoniza com a nota-chave do Corpo do paciente, a qual o Auxiliar Invisível pode ouvir quando se encontra fora do Corpo, e isto ajuda a realinhar os elementos orgânicos em harmonia com a nota-chave.
O ultrassom é muito utilizado na sociedade humana. Os cirurgiões usam-no, e aperfeiçoam meios para empregá-lo na cirurgia cerebral. É especialmente útil neste campo devido a que os vasos sanguíneos são muito resistentes às ondas sonoras, e assim o perigo de hemorragia diminui consideravelmente. Mais ainda: a onda sonora pode ser enfocada tanto na matéria branca como na matéria cinzenta do cérebro.
Todos esses descobrimentos da física moderna indicam uma renovação das técnicas conhecidas pelos ocultistas há muitos séculos por intermédio das quais o som foi invocado, usualmente em várias formas de canto, para produzir curas milagrosas. A ciência está, verdadeiramente, no umbral do descobrimento da “Palavra Perdida”.
O Corpo Vital é capaz de receber sons exteriores em forma de vibrações o que, se está em harmonia com a nota-chave arquetípica que enseja a nota-chave do Corpo Vital, fortalece os modelos etéricos construídos pelo Arquétipo e promove a saúde. Mas se pelo contrário, o som não se harmoniza com a nota-chave arquetípica, então tenderá a romper os modelos etéricos, podendo produzir a enfermidade, a doença e até a morte.
“Por esta razão, muito daquilo que é denominado ‘música moderna’ pode deixar os nervos em frangalhos”.
Contudo, a música moderna não é inteiramente má. Introduziu ritmos novos e surpreendentes que ensejam o efeito benéfico de destruir modelos antiquados de pensamento e emoção, e de afrouxar alguns, dos modelos cristalizados do Corpo Vital da Onda de Vida humana. Alguma destruição é necessária para que se dê um passo adiante na evolução, de modo a eliminar as condições cristalizantes. O processo de industrialização até metade do século XX trouxe muita depressão às vidas dos povos do mundo ocidental, e somente os violentos ritmos de jazz e outras excentricidades da música moderna puderam rompê-la. Para milhões de trabalhadores mergulhados na apatia e no desespero, os excitantes alaridos e os rugidos reverberantes da orquestra de jazz foram uma bênção, devolvendo-lhes uma renovada esperança e interesse pela vida. Mas, uma vez realizada a obra de despertar o ser humano do século XX da apatia, florescem condições no sentido de realizar-se algo construtivo. Isto se torna possível agora sob os albores da Era de Aquário, à perspectiva de um novo tipo de música.
De todos os órgãos dos cinco sentidos, o ouvido é o mais altamente desenvolvido. Depende de sua sensibilidade mais que qualquer outro órgão sensorial, porquanto a música tem o poder de conectar o Ego diretamente com a Região do Pensamento Concreto – a pátria da música – onde os Arquétipos de tudo o que existe são construídos por sons musicais. E, diga-se de passagem, o ouvido está longe de ser o maravilhoso instrumento que está destinado a ser algum dia. Por exemplo: “há cerca de 10.000 fibras de Corti[4] localizadas no ouvido interno, cada uma capaz de interpretar aproximadamente 25 gradações de tom em cada ouvido. Na presente época, o ouvido de uma pessoa normal não responde mais que de 3 a 10 das possíveis 250.000 gradações de tom. Assim, nos damos conta de que o sentido da audição se encontra na mesma condição do sentido da visão; existe uma possibilidade de ouvir-se inumeráveis sons, tal como de perceber-se muitas gradações de luz. Tempo virá, como aprendemos na Fraternidade Rosacruz, em que os sentidos da visão e audição não mais se localizarão em determinadas áreas, mas estarão distribuídos por todo o Corpo Denso: o ser humano verá e ouvirá com a totalidade do seu Corpo. Então, a visão e a audição se mesclarão em um só sentido, o qual poderá “ver o som” e “ouvir a cor”. Os sentidos do paladar e do olfato também se unificarão. Os dois novos sentidos se absorverão na faculdade da sensação que, por sua vez, se manifestará como conhecimento, e a laringe emitirá a ‘Palavra Criadora’”.
Foi mencionada em lições anteriores que não há diferença entre as ondas sonoras e as ondas luminosas. A diferença comumente reconhecida é a de que o som não se transmite através do vácuo e a luz sim. Portanto, na terminologia da ciência oculta falamos de um “Éter Luminoso interplanetário”, que é também evidentemente interestelar, pois existe onde quer que a luz viaje através do espaço. Outra diferença entre as ondas sonoras e luminosas é a classe de onda característica de cada uma, como vimos anteriormente. As ondas sonoras são “longitudinais”, ao passo que as luminosas são “transversais”[5].
As ondas luminosas irradiam-se em todas as direções, a partir de uma fonte luminosa, à velocidade de 300.000 quilômetros por segundo, o que é praticamente instantâneo, pelo que diz respeito ao olho humano sob condições ordinárias. Quando se acende uma lâmpada em um quarto escuro, todo o recinto se ilumina instantaneamente, ao que parece por causa da grande velocidade da luz. Com referência à luz que nos vem de estrelas longínquas, sabemos que em alguns casos ela demora muitos milhões de anos para chegar à Terra e ser percebida pelo olho humano. E quando contemplamos a estrela, ele pode ter deixado de existir há muito tempo. E se por algum meio ainda não descoberto pela ciência pudéssemos aumentar e estudar a imagem estelar tal como nos chega, veríamos condições, na estrela, tal como eram a milhões de anos atrás, quando a luz abandonou sua superfície para iniciar sua viagem através do espaço. No caso de supernova, por exemplo, a luz chegaria à Terra e continuaria viajando por milhões de quilômetros. E, como sugeriu um astrônomo, é possível que em algum mundo distante, para algum povo estranho e desconhecido, a Estrela de Belém fosse realmente uma supernova, o que seria uma explicação materialista a seu respeito. A Estrela Crística dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental é, isso sim, um fenômeno místico pertinente ao Sol Espiritual do nosso próprio Sistema Solar: não é considerada uma supernova. Astronomicamente falando, todavia, uma supernova pode também ter brilhado naquela noite, ou noites, quando a Estrela de Belém brilhou sobre nosso mundo. Um não exclui a outro.
Mencionamos as diferenças entre a luz e o som, mas existe uma estranha e notável similitude, como o sugere a Tabela das Vibrações do livro Conceito Rosacruz do Cosmos (Tabela das Vibrações – Cujos efeitos são reconhecidos e estudados pela Ciência – por William Crookes (1832-1919), químico e físico britânico):
Observe-se que, quando se duplica o número de vibrações surge uma oitava. A figura abaixo deixa isso mais claro:
Esta lei das oitavas governa os fenômenos sonoros assim como os luminosos, embora as duas classes de ondas sejam distintas. A lei das oitavas diz respeito não somente à luz visível, pertencente ao nosso espectro solar, como também à gama total dos fenômenos eletromagnéticos. As leis da ressonância indicam como as ondas podem, unidas, harmonizar e gerar energia. Também explicam como as ondas podem excluir outra que não esteja em harmonia. Os físicos esclarecem que as ondas longitudinais formam conchas esféricas que se alargam cada vez mais. Em cada concha o ar se rarefaz, enquanto nas conchas intermediárias se condensa. A distância do centro de uma condensação ao centro da seguinte condensação é denominada a longitude de onda dessa onda sonora. As ondas resultam de que quando uma onda sonora passa através do ar, faz com que as moléculas vibrem e se movem.
Tal como a luz, o som pode refletir-se, como o sabemos pelo eco: o reflexo múltiplo das ondas sonoras que produz a reverberação do som nos grandes auditórios.
Quando dois corpos têm a mesma frequência de vibração, ocorre o fenômeno da “vibração simpática”. Assim, quando um diapasão vibra, outro diapasão à curta distância responderá, se tem a mesma frequência vibratória do primeiro.
As vibrações simpáticas podem ser observadas em muitos lugares. Quando são tocadas algumas notas em um piano, pequenos objetos da casa podem começar a vibrar. A ruptura de um recipiente contendo líquido no seu interior ao tocar-se uma nota, também pertence aos fenômenos da vibração simpática.
As ondas sonoras podem ser reforçadas por ondas refletidas: é um fenômeno chamado ressonância.
Estes fenômenos do som e da luz são todos físicos; não são etéricos. A ciência oculta, não obstante, observou, faz muito tempo, que nos planos internos, começando com a Região Etérica do Mundo Físico, as assim chamadas leis físicas da luz e do som têm um desenvolvimento correlato para a qual os aspectos físicos têm uma relação de sombra ou coisa análoga.
O tom musical depende da regularidade de uma vibração, enquanto o ouvido humano chama de “ruído” a uma vibração sonora irregular. Explica-se nos livros que “os corpos que vibram em uma faixa regular têm uma frequência definida e produzem tons musicais. Os corpos que não vibram em uma faixa regular produzem ruídos”. Já explicamos que quando um tom apresenta uma frequência vibratória correspondente ao dobro da frequência de outro tom, constitui uma oitava desse tom. Isto é, encontra-se a uma oitava acima dele. Os tons maiores e os menores são vibrações dentro da oitava.
Todos estes fenômenos sonoros têm lugar em um ambiente material tal como o ar, a água, etc. As vibrações luminosas, porém, são independentes destes meios, ainda que possam ser afetadas por eles. O vapor d’água no ar, por exemplo, empanará a imagem de uma estrela.
Com o objetivo de colocar à disposição do Estudante Rosacruz uma orientação no estudo da luz e do som, mencionamos o seguinte:
Existem quatro teorias principais sobre a natureza da luz. Todas encontram-se, contudo, em processo de comprovação e novas definições podem ser propostas de tempos em tempos, para consolidá-las. O ocultista, portanto, não deve abandonar as teorias ocultas da luz e do som, simplesmente porque a ciência do presente dia não está de acordo em todos os casos com os ensinamentos esotéricos. Algumas vezes nota-se discrepâncias referentes à terminologia e a ciência se contradisse a si mesma em muitos casos e pode fazê-lo novamente…
1. Teoria Corpuscular: segundo Newton, a luz é uma corrente de partículas ou corpúsculos emanados de um corpo luminoso em todas as direções.
2. Teoria das Ondas: a similaridade entre a luz e o som foi explicada por Huygens sob a premissa de que a luz consiste em ondas etéreas que partem da fonte luminosa como as ondas que se formam ao redor de uma pedra que se deixa cair na água. As ondas luminosas são transversais, enquanto as sonoras são longitudinais.
3. Teoria Eletromagnética: Maxwell tratou de explicar a gênese da luz por meio de sua teoria eletromagnética. Demonstrou que quando uma carga elétrica é posta em vibração, emite ondas transversais em todas as direções. Denominou-as de “ondas eletromagnéticas”. Todas, sem ter em conta a longitude da onda, viajam à mesma velocidade: 300.000 quilômetros por segundo. A luz visível do nosso Sol pertence a estas ondas eletromagnéticas.
4. Teoria do Quantum: esta é mais recente, e amplamente sustentada. Afirma que “a luz é emitida pelos átomos de um corpo luminoso em conjuntos de energia separados que se chamam quanta ou fótons. Estes fótons assemelham-se aos corpúsculos da teoria de Newton em alguma extensão, mas em lugar de serem partículas de matéria são conjuntos de energia. Todos os fótons viajam à mesma velocidade, mas podem conter diferentes quantidades de energia. A energia constante de um fóton determina sua cor. Com a finalidade de explicar alguns fenômenos luminosos, tais como a interferência, é necessária supor que todo fóton é acompanhado, de alguma forma, de uma onda que determina sua conduta.
Todas estas quatro teorias sobre a luz são úteis, mas não se harmonizam inteiramente.
A despeito destas leis físicas que regem a luz e o som, as ciências chamadas extrassensoriais afirmam que o som pode ser ouvido por meios não físicos a qualquer distância, e que esta não parece fazer diferença com respeito ao som percebido clariaudientemente. A mesma coisa é certa com respeito à visão da luz, chamada Clarividência.
Note-se também que a ultrassônica ou supersônica não pertence necessariamente aos reinos etéricos. Constituem sons físicos, além do campo auditivo humano, mas podem ser captados por meio de instrumentos físicos.
O som etérico, como é conhecido da ciência oculta, é som originário do plano etérico. E se bem os Éteres são parte do Mundo Físico e, portanto, em certo grau sujeitos a todas as leis físicas conhecidas da ciência moderna, existem sutis diferenças. O assim chamado “quarto estado da matéria”, tecnicamente denominado “plasma” é também físico, e não etérico. O “quarto estado da matéria” do ocultista é também diferente deste. Porém, é nestas regiões onde a ciência física hoje se aproxima do domínio oculto. E dentro de poucas décadas, poderemos ver a ciência física irrompendo no mundo dos Éteres.
Uma das maravilhas do universo é a forma misteriosa com que os números se ajustam em padrões ou classificações, por motivos que os matemáticos desconhecem. Nada pode afirmar porque os números atuam dessa maneira. É simplesmente um fato que assim o fazem.
Século após século, os matemáticos continuam descobrindo novos jogos que os números podem fazer e aprendem a usar estes jogos numéricos para explicarem as Leis da Natureza e do universo, que parecem manter alguma estranha correlação com eles.
H. D. F. Kitto[6] escreve (no livro “Os Gregos”): “Sucede que eu mesmo posso agir pessoalmente e por um momento estava capacitado para fazer isto (isto é, imaginar o impacto do descobrimento matemático sobre uma Mente arejada) por uma investigação matemática levada a efeito por mim, certa vez, e que me provocou insônia.
Ocorreu-me perguntar-me qual era a diferença entre o quadrado de um número e o produto de seus vizinhos ao lado: 10 x 10 é igual a 100, e 11 x 9 é igual a 99: um número a menos. Era interessante constatar que a diferença entre 6 x 6 e 7 x 5 era exatamente a mesma. E com crescente interesse descobri e provei algebricamente a lei de que este produto deve ser sempre um menos que o quadrado. O passo seguinte foi considerar a conduta do vizinho do lado, mas só de um. E foi com grande satisfação que revelei a mim mesmo todo um sistema de conduta numérica acerca da qual meus professores de matemática deixaram-me em completa ignorância (alegro-me em dizê-lo). Meu espanto aumentou quando resolvi as séries de 10 x 10 = 100, 9 x 11=99, 8 x 12=96, 7 x 13= 91… e constatei que as diferenças eram sucessivamente 1, 3, 5, 7, a série de números ímpares. Maravilhado fiquei ao descobrir que, subtraindo cada produto sucessivo de 100, produz-se a série 1, 4, 9, 16”.
“Eles nunca me disseram, e eu jamais suspeitara que os números fizessem estes formosos jogos, um com o outro, de eternidade a eternidade, independentemente (aparentemente) do tempo, do espaço e da Mente humana.
Foi um vislumbre impressionante de um universo novo e perfeito. Então supus o que sentiram os pitagóricos quando fizeram estes mesmos descobrimentos. A verdade última e simples que os jônios estavam tratando de descobrir em algo físico, era realmente o número. Disse Heráclito[7] que tudo está sempre mudando? Aqui há coisas que não mudam, entidades eternas, livres da carne que se corrompe, independente dos sentidos imperfeitos, perfeitamente concebíveis à Mente. Mais ainda: posto que o número foi concebido especialmente, estas entidades matemáticas tinham uma qualidade que os gregos denominavam de qualquer coisa perfeita: eram simétricas, sendo o Logos (ideia) existente nela, um padrão”.
As “Tábuas de Pitágoras”[8], consideradas reverentemente como algo milagroso pelo mundo antigo, eram simplesmente o que agora chamamos de tábuas de multiplicação (tabuada). A geometria escolar, hoje considerada algo simples, e casual, comoveu a gente grega.
Há, também, a lei de vibração musical, a que Pitágoras descobriu para o mundo ocidental. Segundo ela, quando se duplica um certo número de vibrações, produz-se um som que é a oitava do primeiro som. E uma coisa bem curiosa, algo similar, pode ser encontrada na astronomia. Os metafísicos e os ocultistas, geralmente, consideram-se um exemplo da maneira com que o número governa a criação e todos os fenômenos materiais. Sabemos dos “números mágicos” da física nuclear e de que os átomos que têm certos números definidos de cargas no núcleo, constituem os mais estáveis, sendo estes os átomos fundamentais do universo natural.
Na astronomia foi descoberta uma lei chamada Lei de Bode, que novamente exemplifica a Lei dos Números e seu concomitante de vibração (Os físicos modernos falam comumente de “frequências vibratórias” ou, simplesmente, de “frequências”. Mas estas “frequências”, todavia, referem-se à vibração, ou formas de vibração, no sentido mais antigo do tempo).
A Lei de Bode[9] em astronomia não é mais que uma lei de números, uma lei das relações numéricas que existem entre os Planetas e o Sol do nosso Sistema Solar, pela qual as distâncias entre os Planetas e o Sol ocorrem segundo uma progressão numérica definida. Max Heindel comenta a Lei de Bode no livro “Astrologia Científica e Simplificada”, cuja leitura recomendamos aos Estudantes Rosacruzes. Ele afirma: “A lei é esta: se escrevemos uma série de quatro números, adicionando 3 ao segundo, 6 ao terceiro, 12 ao quarto, etc., duplicando a quantidade somada cada vez, a resultante série de números constitui uma aproximação acentuada das distâncias relativas entre os Planetas e o Sol, com exceção de Netuno”. No lugar deste poderíamos colocar Plutão, que não havia sido descoberto no tempo de Max Heindel, porém, situa-se no lugar correto segundo a Lei de Bode. Plutão, com efeito, encontra-se no lugar em que, segundo a Lei de Bode, deveria estar Netuno, estando este ao redor de 12 milhões de quilômetros do Sol.
Não existe razão conhecida do “porquê” na música, duplicando as vibrações produz-se um tom que, para o sentido humano é a oitava do som repetido ou duplicado. Não existe razão alguma do porquê duplicando o número somado a quatro (o número 4 mesmo é igualmente inexplicável) devem produzir-se os números indicativos das distâncias relativas entre os Planetas e o Sol e um do outro. Isto é o que encontramos e o ocultista considera-o como outro exemplo da Lei de Vibrações que pertence a esse tom universal, ou som da Palavra Cósmica, que ao ser emitido dá existência à criação, mantendo o universo mediante suas harmonias.
A seguinte representação da Lei de Bode completa a explicação de Max Heindel em “Astrologia Científica Simplificada”:
Mercúrio……………4
Vênus………………..(4-3)
Terra………………….(4-6)
Marte…………………(4-12)
Asteroides…………..(4-24)
Júpiter…………………(4-48)
Saturno………………..(4-96)
Urano…………………..(4-192)
Netuno…………………(4-384)
Se dividimos a série anterior por 10, obtemos como convencionando a distância da Terra ao Sol, e os outros Planetas em termos da distância da Terra ao Sol: perto de 149.668.992 de quilômetros.
Note, também, que está indicado os números relativos da Lei de Bode, com Netuno ocorrendo com 38,8, se bem sua distância real esteja representada pelo número 30. Agora colocamos Plutão na lista, abaixo de Netuno, e encontramos o número “real” de Plutão: 39,5, que é unicamente subtraído ao número de Netuno, conforme a Lei de Bode.
O cientista analisa os fatos da ciência, contudo o filósofo da ciência pondera acerca destes fatos e os interpreta em termos da verdade, da consciência ou da Religião, ou de qualquer outra coisa que lhe agrade. Todo ser humano pensante é, portanto, um filósofo da ciência, e muitos dos grandes descobrimentos no domínio da lei científica chegaram a produzir-se mediante a filosofia dos leigos.
Não podemos então filosofar nesse assunto da Lei de Bode e da deslocação do Planeta Netuno? Os números são os indicadores da ação das grandes Leis da Vibração. O padrão tonal do nosso Sistema Solar implica em que um corpo cósmico exista no campo entre Marte e Júpiter, e no ponto onde Plutão tem sua órbita.
Rudolf Thiel[10], escritor alemão versado em astronomia, conta a história de como a Lei de Bode mereceu aprovação com o descobrimento do asteroide Ceres, o primeiro asteroide descoberto, no ano de 1801. No ano seguinte foi descoberto Palas, logo após Juno e, posteriormente, Vesta. Dois mil (2.000) asteroides foram registrados desde essa época, mas o número daqueles ainda não descobertos é estimado por alguns astrônomos como sendo mais de 50.000.
Os astrônomos e os leigos perguntaram-se se talvez tenha havido um Planeta certa vez em uma órbita entre Marte e Júpiter, e ao explodir deixou estes fragmentos. Outros opinam que se trata de fragmentos de Luas que giraram em redor de outros Planetas: de Mercúrio e Vênus, de Marte e Júpiter, e ainda de Saturno. Também se julga que talvez alguns dos cometas e meteoros que pertencem ao nosso Sistema Solar são fragmentos de Planetas que explodiram no espaço cósmico e logo retornaram. O cometa de Enke, com uma evolução orbital de somente 3 1/3 de anos, cai dentro da órbita de Mercúrio, entre Mercúrio e o Sol, sendo denominado de “Vulcano” por alguns antigos astrônomos, enquanto outros afirmam que o misterioso Vulcano nunca foi um Planeta, mas sim em realidade o Sol Interior. O asteroide Hermes viaja muito próximo à Terra, quase junto à Lua. E temia-se há poucos anos, que o asteroide Eros passasse raspando a Terra. Contudo, passou a grande distância e não houve incidentes. O cometa Halley mantém um ciclo de aproximadamente 76 anos, viajando fora da órbita de Netuno, entre Netuno e Plutão, e regressando novamente ao Sol.
Puderam Pitágoras e seus colaboradores conjeturar sobre um lugar vazio no esquema solar, especulando sobre um Planeta desintegrado ou perdido? É inquestionável que eles estabeleceram dados para os corpos celestes, porque calcularam o tamanho e a distância do Sol e da Lua, a partir da Terra. Houve, porém, um erro considerável em seus cálculos. Talvez o mito dos “Anjos caídos” provenha da memória de alguma catástrofe cósmica relativa ao Planeta que explodiu entre Júpiter e Marte, porque tal explosão deve ter abalado todo o Sistema Solar. A Terra, por exemplo, pode ter trepidado em seu eixo, dando origem ao mito grego de Faeton, quem, segundo se diz, conduzia o carro do Sol, mas perdeu o controle de seus cavalos. Assim, o Sol passou a dançar aqui e ali, acima e abaixo, no firmamento.
Os Sete Espíritos Planetários foram conhecidos pelos gregos como os sete titãs. E há uma lenda da guerra dos titãs com Urano, cujo nome significa céu.
Não é necessário discutir aqui, minuciosamente, as teorias dos antigos mestres das Escolas de Mistérios da Grécia: Pitágoras, Platão e seus sucessores. É interessante, porém, observar que os antigos videntes e astrônomos reconheceram a existência de um centro espiritual ígneo ao redor do qual o Sistema Solar parecia dar voltas: um “Sol Central” ou “Fogo Central”, que não era o Sol. E a revolução em torno deste Fogo Central era a causa, segundo eles, da Precessão dos Equinócios[11].
O Grande Ano Platônico não estava longe do Grande Ano Sideral[12] da moderna Astronomia. E é evidente que o Fogo Central de Platão deve estar relacionado com o círculo imaginário descrito no céu, no Polo Norte, pela rotação do eixo terrestre, porque todas as estrelas, assim como o Sol, a Lua e os Planetas, giram em círculos ao redor do Polo (mas existe outra possibilidade como veremos). Pitágoras algumas vezes chamou a isto uma “Contra-Terra”, mais que “Contra-Sol”, por causa, evidentemente de sua associação com as condições terráqueas. Existe um número específico de estrelas ao redor do Polo Norte celeste, para o qual o Polo Terrestre aponta no curso do Grande Ano Sideral. Existem também tempos, no curso deste Grande Ano, nos quais o Polo não aponta uma estrela, senão um espaço entre as estrelas. Quando o Polo aponta uma estrela específica, é compreensível que essa estrela parece ser uma “Contra-Estrela”. Quando, porém, o Polo aponta para o espaço, os antigos, naturalmente imaginaram a hipótese de uma “Terra Invisível”, ou “Contra-Terra”, ao redor da qual o Polo girava durante o Grande Ano.
Os romanos adotaram a Astronomia e a filosofia gregas, assim como a arte e a literatura da Grécia. E entre os sábios romanos, assim desenvolvidos, esteve Cipião, o Jovem, de quem Cícero[13] conta uma história interessante.
Este Cipião sonha que ascende à Via Láctea, donde ouve majestosa harmonia fluir através do espaço, e pergunta a seu avô, Cipião, o Velho, que mora ali como espírito entre outros espíritos bem-aventurados: “Que é este grande e agradável som que enche meus ouvidos?” O avô responde: é a harmonia dos acordes que representam os intervalos dos tons emitidos pelos Planetas e que são produzidos pelos movimentos das esferas em suas órbitas. A esfera mais exterior, Saturno, emite a nota mais alta, devido a que se move mais rapidamente em sua larga trajetória.
A Lua emite a mais baixa (mas outros antigos escritores invertem isto, afirmando que a Lua emite a mais alta nota e Saturno a mais baixa da escala solar. E Milton concorda com este último ponto-de-vista).
Segundo o sistema de Ptolomeu[14] – que se referia a Aristóteles principalmente – cada Planeta era levado ao redor dos céus em uma esfera invisível, e o Arcanjo ou Poder Celestial do Planeta residia na esfera. Uma esfera se acomodava dentro da outra: a de Saturno sendo a mais externa, e a esfera das estrelas fixas mais além da de Saturno. O Arcanjo ou “Deus da esfera” conduzia o Planeta pelos céus como uma lâmpada. Havia alguns homens, todavia, mesmo nos tempos antigos, que sustentavam a ideia de que os Planetas se moviam ao redor do Sol, e que cada corpo planetário individual, tal como se contemplava no espaço, era a indicação externa de um Espírito ou Deus Arcangélico. Este ponto-de-vista, por suposto, chegou a prevalecer, já que o sistema de esferas de Ptolomeu foi gradualmente abandonado junto com seu conceito geocêntrico. O que sucede aqui, é que os filósofos construíram uma filosofia sobre a Astronomia de Ptolomeu, e essa por sua vez, converteu-se em base da Religião.
Ainda hoje, a Religião moderna está procurando conformar-se com a nova Astronomia de nosso próprio tempo, e com toda propriedade, porque é correto hoje, como sempre foi, que o ser humano, em certos sentidos, cria seus próprios deuses, à sua própria imagem. Daí que os gregos dissessem que o “Homem é a medida do Universo”.
Portanto, quando a Astronomia Ptolomaica (geocêntrica) encontrava aceitação acreditava-se que a Música das Esferas provinha da grande esfera invisível ou de cristal que conduzia a cada Planeta, e na qual, verdadeiramente, residia o Espírito Arcangélico. Os místicos diziam que a música era o canto do Espírito, e não o som produzido pelo Planeta em revolução. Com a Astronomia heliocêntrica (o Sol no centro), chegou a ser dominante a ideia de que o Planeta mesmo emitia os sons, e que o Planeta era o corpo de um deus ou Arcanjo. Estas ideias eram as interpretações dos fenômenos científicos, oferecidas pelos místicos, os videntes e os filósofos.
Agora estamos em posição de observar porque Max Heindel afirmou que desde o ponto-de-vista do Mundo do Desejo o sistema Ptolomaico conservava pontos de valor. O ser humano é, todavia, em sua consciência, grandemente geocêntrico. Desde o ponto-de-vista do mundo da alma, que vê o Universo em seu aspecto espiritual interno, aquele é um complexo de seres viventes, e o canto destes seres, coletivamente falando, constituiu a palavra de Deus, o Verbo, que cantando produz a criação a partir do caos primordial e que o sustêm no processo da evolução.
A evolução é um cântico contínuo de Deus. Esta canção cósmica, afirma Max Heindel, modela ou agrega a Substância Raiz Cósmica em formas e figuras, semelhantemente como as vibrações musicais modelam figuras na areia, segundo as experiências de Figura de [15].
Na meditação sobre o som cósmico ou Verbo, tal como incorporado nestes Arcanjos cantantes, a “esfera” da que se pensa que se estende pelo espaço interno dentro da órbita da revolução do Planeta, converte-se em “aura” do Espírito Planetário e simboliza um estado de consciência cósmica. Cada uma das esferas encerra e interpenetra a seguinte esfera menor, e todas se aninham dentro da esfera de estrelas fixas, que por sua vez se acomoda na Esfera do Espaço, Mente Primordial, que é a inteligência ordenadora e governadora de todas as esferas. Mais além encontra-se o Uno que é incompreensível e abarca tudo.
As nove esferas cósmicas do Sistema Ptolomaico davam voltas ao redor da Terra, considerada “a pedra fundamental do Universo”. A ordem dos Planetas era contada a partir da Terra, assim: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno, seguido, como dissemos, pela esfera de estrelas fixas, encerradas no Primum Mobile ou Mente Primordial, culminando na Inefável Unidade.
Estas esferas estão acomodadas, uma dentro da outra, com a Terra no centro, e cada uma é governada por um “Deus”, ou Arcanjo, que faz a esfera dar voltas, conduzindo o Planeta ao redor de si mesmo, em sua órbita. Cada invisível esfera é a “aura” de influência do Arcanjo, do qual o Planeta visível é um representante ante os sentidos da Humanidade, uma espécie de sinal, por assim dizer, ensejado pelo Espírito Planetário. O Planeta é assim, um símbolo do Arcanjo. Este é o conceito que os antigos místicos usaram como base das meditações Astronômicas, por meio das quais desejavam alcançar uma visão cósmica.
A meditação sobre e nestas esferas, em muitos casos, abriu a Mente a uma revelação do Espírito Arcangélico do Planeta, que está, por suposto, presente em todas as partes do espaço mental:
• Miguel para o Sol,
• Rafael para Mercúrio,
• Anael para Vênus,
• Gabriel para a Lua,
• Samael para Marte,
• Zacariel para Júpiter,
• Cassiel para Saturno;
• Ituriel para Urano.
Há outros nomes também para o Arcanjo que incluía em sua consciência uma grande Hierarquia de Anjos. É bom recordar que estes nomes de Arcanjos, que nos parecem hebreus, eram familiares a todo o império persa ao oeste do Eufrates, onde o aramaico (língua falada por Jesus) era o idioma comercial e oficial.
No sistema heliocêntrico, cada Planeta é fisicamente um Arcanjo encarnado, voando ao redor dos céus, no espaço exterior, enquanto sua aura se estende em torno de cada Planeta separadamente, no espaço interno. Os ocultistas dizem que a aura astral dos Planetas Vênus e Marte se entremesclam com aura da Terra, porque estes dois Planetas são nossos vizinhos mais próximos, com exceção da Lua, que é nosso satélite e parte de nós mesmos. A entremescla das auras de Vênus e Marte, indica um laço evolutivo muito próximo entre os três Planetas. No sistema Ptolomaico as duas esferas mais próximas, depois da Lua, eram Mercúrio e Vênus.
Podemos expressar a relação da Terra com Marte e Vênus de outra forma, dizendo que os Corpos de Desejos destes Planetas mesclam-se, uns com os outros, exatamente como quando três seres humanos estão separados, uns dos outros, por poucos centímetros: suas auras se mesclam e todos tendem a reagir ao estado emocional de qualquer deles. Podemos também notar que no espaço mental todas as esferas planetárias se entremesclam com referência a seus Corpos Mentais ou auras mentais, sugerindo que o contato telepático pode ser estabelecido com outros Planetas, muito tempo antes de que seja possível viajar até eles, seja em Corpo-Alma, seja em Corpo Denso.
Shakespeare expressa tal estudo do sistema heliocêntrico quando diz: “Não existe a menor orbe que tu contemples, que em seu movimento como um Anjo não cante, imitando os Querubins de olhos brilhantes. Mas, enquanto essa lodosa vestimenta de podridão a encerre, não poderemos ouvir a canção”.
E assim também, em palavras que Shakespeare deve ter lido, Cipião, o Velho, explicou a seu neto que “os ouvidos dos mortais estão cheios deste som, mas são incapazes de ouvi-lo”. E Macrobius escreveu: “Não captamos o som da música que surge do constante redemoinho das esferas, devido a que é demasiado grande para introduzir-se no estreito espaço de nossos ouvidos”.
Kepler[16] foi um verdadeiro místico. Afortunadamente viveu em uma época em que, ainda, era possível a um cientista proclamar seu misticismo abertamente, sem sacrificar seu prestígio. Afirmou ter ouvido a Música das Esferas e declarou que estava recebendo iluminação divina em seu trabalho científico. “A geometria é única e eterna.”, dizia, “um reflexo do Espírito Divino”.
Um dia subitamente inspirado, escreveu o seguinte: “Colocai o cubo entre Saturno e Júpiter. O cubo limitará a órbita de Júpiter. Colocai o tetraedro entre Júpiter e Marte: limitará a órbita do último. Colocai o dodecaedro entre Marte e a Terra. O dodecaedro limitará a órbita da Terra. Colocai o icosaedro entre a Terra e Vênus. Ele limitará a órbita de Vênus. Colocai o octaedro entre Vênus e Mercúrio. O octaedro limitará a órbita de Mercúrio”.
Estas figuras geométricas são os cinco sólidos básicos da teoria pitagórica. A situação apresentada por Kepler indica uma correlação com a ordem dos Planetas do sistema heliocêntrico, que Copérnico[17] havia redescoberto menos de um século antes.
Mais tarde escreveu: “Comecei esta investigação para meu particular regozijo. Sou tentado a gritar: Apartai-vos de mim, porque sou um pecador! Mas daqui por diante interessar-me-ei unicamente por Sua Glória, porque nós, os astrônomos, somos também os profetas de Deus, através do Livro da Natureza.” (Similarmente, um antigo texto afirma ter Abrão aprendido a Lei de Deus por meio da astronomia).
Ao formular suas três leis, Kepler[18], como Copérnico, usou sua imaginação. Copérnico visualizou o Sistema Solar centralizado no Sol, contudo julgava que as órbitas dos Planetas constituíssem círculos. Kepler, um místico cientista da maior envergadura, elaborou a tarefa de descrever as três grandes leis do movimento planetário, indicando que suas órbitas formavam elipses e não círculos.
Ele contemplou mentalmente o Sistema Solar desde um ponto situado em uma estrela distante, observando a Terra em movimento ao redor do Sol. Deduziu matematicamente que seus movimentos deviam constituir órbitas elípticas.
Comprovou sua primeira visão intelectual, colocando-se mentalmente a si mesmo no espaço. Logo procurou demonstrar matematicamente que a verdade não podia ser outra, a não ser a evidenciada do modo pelo que contemplou. Assim, ele era antes de tudo um matemático. Suas visões caminhavam de mãos dadas com a compreensão matemática, em uma forma impossível de ser percebida pelo não matemático. E ainda mais: não foram somente as matemáticas que revelaram a Kepler as três leis. Encontrava-se presente uma certa clarividência intelectual. Posteriores observações como telescópio demonstraram a correção tanto de suas visualizações como de seus cálculos.
O fato de que suas elipses (ovais) tivessem dois focos, em vez de um, lhe perturbou a Mente por muito tempo. Viu-se forçado a aceitá-lo ante as evidências, mas nunca encontrou uma explicação. Por que devia haver um segundo foco, um lugar vazio, além do foco ocupado pelo Sol, ao redor do qual giravam os Planetas? Kepler mostrava-se relutante em aceitar o conceito grego do círculo perfeito, com um foco em um ponto central, porém, não divisou outro caminho, pois foi conduzido em uma nova direção.
Ao considerar a luta de Kepler por compreender o porquê dos dois focos de suas elipses planetárias, o Estudante Rosacruz recorda novamente a “contra-Terra” pitagórica, que os pitagóricos diziam ser a causa da Precessão dos Equinócios. A astronomia moderna sustenta que o efeito gravitacional da Lua faz com que a Terra gire em torno de seu eixo. Isto, por sua vez, produz a Precessão dos Equinócios. Mas, os pitagóricos (e os platônicos também) evidentemente não incluíam a Lua. Assim é que talvez eles realmente suspeitassem de que uma ou mais órbitas planetárias – provavelmente a da Terra – não era circular, mas elíptica e de que o Planeta girava ao redor de dois focos em lugar de um só.
Os escritores não esclarecem, ao comentarem os fragmentos pitagóricos, se Pitágoras escreveu acerca de uma anti-Terra ou de um anti-Sol. Não obstante, qualquer deles seria, talvez, um esforço para explicar um dos dois focos de uma órbita planetária elíptica.
Acreditou Kepler na Astrologia? Ele chegou gradualmente a abandonar a crença na influência do Zodíaco, mas continuou a aceitar a ideia de que os Aspectos astrológicos exerciam alguma influência sobre a Terra e o ser humano. “Observai”, escreveu, “se, hoje os Planetas estão a 89 graus um do outro, nada acontecerá no ar. Mas amanhã, quando alcançarem os 90 graus completos, levantar-se-á uma súbita tempestade. O efeito, portanto, não provêm de um único Astro, senão de um ângulo, do segmento harmônico do círculo”. A astronomia de nosso próprio tempo redescobriu estes mesmos Aspectos e indicou sua conexão com as radiações, as manchas solares e ainda com os terremotos. É somente questão de tempo: os cientistas estudarão os horóscopos dos indivíduos.
Kepler dizia que a alma humana recebia, ao nascer, emanações planetárias, porque levava em si mesma as harmonias subjacentes: reagia indistintamente a proporções geométricas e continuava respondendo às mesmas durante toda a vida. Afirmou também: “Deus fez a música durante a Criação; também ensinou a Natureza a tocar: em verdade, ela repete o que Ele ensinou”. Tão complicada era a filosofia de Kepler acerca da música cósmica, que Rudolf Thiel comentou: “Comparada com o sistema de Kepler, a pitagórica música das esferas era como que uma lira contra toda uma orquestra”.
Kepler descobriu que os Aspectos astrológicos estavam relacionados com o número total de degraus de um círculo (não elipse) na proporção de 1:2, 2:3, 3:4, 4:5, 5:6, 3:5, 5:8. Levou a ideia mais adiante dizendo que “se mudarmos a forma do círculo, convertendo-o em uma corda de violino, os ângulos astrológicos correspondem às diferentes longitudes da corda que produzia a harmonia”. Seguramente os pitagóricos devem ter descoberto algo parecido em seu tempo, ainda que não tenha chegado até nós. Acreditou-se por longo tempo que o vidro branco transparente era desconhecido no tempo dos romanos. Porém, as recentes descobertas arqueológicas indicam o contrário: os romanos podem ter conhecido tal vidro. No entanto, toda a evidência disto perdeu-se com a queda da cultura greco-romana. A fórmula teve de ser redescoberta nos séculos recentes. A mesma coisa é certa acerca dos complicados relógios astronômicos. Sabe-se que foram inventados pelos gregos, pois um deles foi retirado do fundo do Mediterrâneo, de um barco naufragado. Antes, cria-se que os gregos eram demasiado filósofos, demasiado artistas, excessivamente refinados, para inventar um engenho desse tipo.
Kepler estava certo da existência de uma base harmônica para todas as atividades do Sistema Solar. E enumerou uma relação matemática entre as distâncias dos Planetas entre si, e de cada um deles com relação ao Sol, e suas velocidades. Esta relação se expressa na regra segundo a qual “os cubos das distâncias médias de qualquer par de Planetas com relação ao Sol, são os quadrados de seus tempos periódicos de revolução”. Descobriu isto como se fosse por um acidente divinamente ordenado, no curso de experiências, de provas e erros. Avançou com cada prova em ordem meticulosa até a correta conclusão, como muitos grandes descobrimentos científicos foram realizados. Tal aconteceu como se em realidade alguém estivesse guiando o cientista na série de acidentes que devem conduzir inevitavelmente à meta.
Hoje em dia vivemos na época da radioastronomia. “Ouvidos gigantes” são construídos para captar as mensagens que percorrem o espaço, procedentes de todas as estrelas, Planetas, satélites, meteoros, galáxias, nebulosas e, também, dos gases, especialmente hidrogênio – a substância mais abundante no espaço interestelar. O canto do hidrogênio provém do espaço, mas também dos corpos celestes. Sua cor é o vermelho, esse vermelho descrito por Max Heindel como a tonalidade primária, o “calor” existente na longínqua aurora do nosso Sistema Solar, no que conhecemos como Período de Saturno e sua recapitulação no Período Terrestre. Ali existia “calor”, “vermelho”, e o “canto do hidrogênio”.
Não é, entretanto, uma música possível de ser ouvida com o ouvido astronômico, mas somente o zumbido e o murmúrio das grandes máquinas que transmitem os sussurros do espaço. Não são as estrelas que ouvimos cantar, senão as máquinas murmurando suas respostas ao som das asas cósmicas. Mas temos ouvido suficiente para saber que os antigos estavam certos ao sentirem uma mística simpatia pela Via Láctea onde, diziam, moravam os deuses em seus palácios, e onde Cipião falou com seu avô – ali morando com os deuses em celestial bem-aventurança – e ouviu uma música divina soando ao seu redor.
A Via Láctea é nossa própria galáxia (a que pertence nosso Sistema Solar, um diminuto Sistema). E quando, da Terra, o ser humano contempla a constelação de Sagitário, à noite, olha na direção de algum grande centro invisível dos abismos do espaço, ao redor do qual nossa própria galáxia gira. Ali mora o Deus da galáxia, mesmo que não se possa dizer se sob a forma de um Fogo Central ou de um Poder Invisível em uma nuvem. Sabemos unicamente que as estrelas de Sagitário pendem como uma cortina entre nós e essa distante e oculta Glória, esse Shekinah do profundo e secreto lugar no coração do universo, ao qual a Mente se volta e o Coração exclama: “Quem és Tu, Senhor?”.
Outra noite eu vi a eternidade
Como um grande anel de Luz pura e sem fim.
Entretanto ela brilhava calmamente
E sob ela, o Tempo em horas, dias e anos,
Conduzido pelas esferas,
Movia-se como uma vasta sombra,
Na qual o mundo
E todo seu cortejo eram lançados.
Henry Vaughn
“No princípio era o Verbo”[19], escreveu o apóstolo amado, S. João. E a ciência oculta está de acordo em que “tanto o universo como o ser humano foram criados pelo som”. Afinal, pelo universo inteiro soa um tríplice cântico, o cântico do Absoluto. O cântico é uno, mas possui três aspectos:
-Poder ou harmonia
-Verbo ou melodia e
– Movimento ou ritmo.
Este cântico universal é literalmente energia primordial por meio da qual Ele se manifesta. É verdadeiramente uma música, ainda que a sensibilidade humana, todavia, não seja tal a ponto dela ser ouvida fisicamente. Mas, ouvindo ou não, o ser humano em verdade se move, vive e tem seu ser em um universo de harmonia tonal.
Os físicos modernos afirmam que a ideia grega da harmonia das esferas – ainda os mistérios orquestrais de Kepler – foi posta fora de época pela infinita complexidade do universo, como se mostra aos astrônomos hoje em dia. Não há esquema musical conhecido do ser humano que possa harmonizar essa complexidade, disse o astrofísico. Talvez seja parte desta complexidade o que produziu a música excêntrica e sem melodia, hoje proeminente. Mas a tudo isso o ocultista responde que a Era de Aquário aprenderá primeiro a discernir, logo a compreender e, finalmente, a amar uma Nova Música do Universo. Sabemos que muitas pessoas musicalmente incultas são incapazes de apreciar a música erudita[20]: para seus ouvidos é “ruído”. Similarmente, a música cósmica, que é mais que a música das esferas do nosso Sistema Solar ou de nossa galáxia, deve ser aprendida por um novo tipo de seres humanos.
Afinal, o maravilhoso coro cósmico, estando além da capacidade perceptiva do ser humano é reduzido a potências menores pelo Logos do nosso Sistema Solar, que é seu Criador, e se mostra a conhecer a essa Terra como: Vontade (Melodia), Sabedoria (Harmonia) e Atividade (Ritmo). Assim, ouvir a música das esferas é uma experiência iniciatória transcendental para o espiritualmente iluminado. Assim como os tons celestiais são registrados por ouvidos bem-aventurados que ouvem, assim também olhos bem-aventurados registram um arco-íris de cores acompanhando esses tons. Platão esteve entre os iluminados que escutaram e contemplaram essas glórias supremas. São descritas com entendimento iniciático por Shakespeare. S. João refere-se a elas repetidamente ao relatar a Revelação[21].
Posto que o Fiat Criador do Absoluto, pleno de tons poderosos, é tríplice por natureza, os números um, dois e três são a base de toda manifestação. A Teologia Cristã se refere a esse tríplice poder sob a forma da Santíssima Trindade, e ensina corretamente que todas as coisas visíveis e invisíveis vêm à manifestação procedendo d’Ele.
Como estudamos no livro “A Música: a Nota-chave da Evolução Humana”, de Corinne Heline: “Todas as criações do Sistema Solar se formam por meio de emanações tonais das doze Hierarquias Criadoras. A base alquímica de todas as coisas é o Fogo e a Água, em conjunção com seus elementos complementares de Terra e Ar. Esses compõem a sinfonia zodiacal onde ressoa o coro celeste no supremo cântico: e o Espírito de Deus (Fogo) se movia sobre a face das águas (Água). A combinação dos poderes do Fogo, da Água, do Ar e da Terra é expressa em combinações mantrâmicas, de que são familiares exemplos: INRI, JHVH, AMEN, e o Verbo. No primeiro dos dias da criação, o quádruplo poder se encontrar potencialmente presente. Nos dias subsequentes faz-se progressivamente ativo, até alcançar completa expressão no último ou sétimo dia da criação. O poder dominantemente operativo em cada um dos sete dias ou períodos entona-se com a nota-chave musical de cada um dos Planetas de nosso Sistema Solar. Assim, cada dia acrescenta sua nota particular ao grande conjunto, à medida que os poderes inatos do espírito se manifestam em forma crescente. Quando foi tocada a nota final, ou sétima, o poder do Verbo que é Deus – o Bem Universal – ressoa como uma oitava gloriosa, que é o todo completo e perfeito.
Tudo isso complementa a afirmação de Max Heindel segundo a qual a música divina, quando soa na Substância-Raiz-Cósmica, cria as formas de todas as coisas, analogamente às figuras de Chladni, formadas quando uma lâmina metálica com areia é colocada em vibração por meio de um arco de violino. Esse é um antigo ensinamento das Escolas de Mistérios.
Ao descer dos vastos espaços cósmicos até aos recantos mais obscuros da Terra, o cântico entoado por Deus assume forma na Humanidade. Para o ocultista científico, o nascimento é um tríplice acontecimento. O primeiro é o nascimento físico, acontecimento experimentado por toda a Humanidade. O segundo é um novo nascimento mediante a regeneração espiritual ou Iniciação, experiência que é alcançada somente pelos mais avançados da Onda de Vida humana. O terceiro nascimento é a entrada no conhecimento cósmico, que estabelece contato direto com as atividades das Hierarquias Criadoras. Esse é o estado de adiantamento dos Mestres e Senhores da Compaixão, aqueles que estão ajudando a evolução e o progresso planetários.
Em virtude de ter passado por esse tríplice nascimento, o grande instrutor egípcio Thoth foi denominado pelos gregos de Hermes Trismegisto[22] ou Hermes Três Vezes Grande. A Divina Comédia de Dante contém uma velada alusão às suas experiências pessoais com Hierarquias estelares, que tiveram lugar depois de ele ter alcançado o tríplice nascimento. O que alguém fez, outro pode fazê-lo. A mesma meta sublime aguarda a todos que sejam dignos dela.
Nos mais primitivos estados da encarnação humana, a música foi utilizada pelas Hierarquias Criadoras para modelar os corpos humanos. Na presente época materialista, a música é usada para despertar as almas dos seres humanos.
A ciência espiritual descobriu evidência de quatro grandes períodos nos quais a evolução humana prosseguiu paralelamente com a evolução do nosso universo e Sistema Solar. Três fazem parte do passado, e a Humanidade agora trabalha pela sua libertação no presente quarto Dia da Criação, denominado Período Terrestre. Três períodos mais, ou Dias de Deus, virão a seguir, durante os quais a personalidade será transmutada em Espírito e o Espírito religado a Deus, em plena consciência de sua fonte e natureza divinas.
Durante os passados três Dias de Deus e, também, no presente quarto Dia, Hierarcas Cósmicos têm guiado nossa evolução. Sua obra pela Humanidade está indicada nos céus estelares”.
Mas, aqueles poderes espirituais vistos hoje em dia externamente como estrelas, foram em remotas épocas simplesmente vastas irradiações de inteligência e poder, incluindo não simplesmente os poderes que trabalharam na raiz da matéria, se não também as energias cósmicas que são individualizadas e concentradas nas emoções humanas. Os grandes Poderes do Universo não são seres sem sentimentos ou emoções. Diferem da Humanidade, pois que suas emoções são de caráter universal, “tecendo de estrela em estrela”, enquanto são, simultaneamente, conscientes de cada diminuto átomo do universo. O espaço e o tempo não obstam a atividade desses poderosos hierarcas universais. Suas emanações projetadas criaram as nebulosas e desenvolveram sistemas solares. E ainda quando alguma distante estrela não constitua senão a sombra da estrela real que se deslocou em sua órbita ou talvez tenha desaparecido no espaço, as emanações espirituais continuam trabalhando.
No primeiro grande dia da evolução da Humanidade, o espaço era obscuro. O calor, não obstante, encontrava-se presente na forma cósmica. A Hierarquia Criadora Senhores da Chama, a cujo cargo estava este Período, o de Saturno, era uma hoste de seres associados com o que é hoje em dia a constelação de Leão. São chamados os Senhores da Chama por causa da brilhante luminosidade de suas auras e de seus grandes poderes espirituais, como disse Max Heindel. A Bíblia chama-os de Tronos. Esses seres projetaram na consciência humana o arquétipo-semente do Corpo Denso que possuímos hoje em dia. Esse arquétipo-semente está arraigado em um particular átomo do coração chamado Átomo-semente do Corpo Denso. O Signo de Leão rege o coração, onde o Átomo-semente do Corpo Denso está localizado.
Similarmente, no segundo Dia de Deus – conhecido como Período Solar – o elemento-raiz do Ar foi acrescentado, e o calor converteu-se em luz. Agora o arquétipo-padrão do Corpo Vital foi dado pelas Hierarquia Zodiacal de Virgem ou Hierarquia Criadora do Senhores da Sabedoria. No terceiro dia – conhecido como Período Lunar – a umidade foi acrescentada ao calor e luz, e uma névoa ígnea cósmica (nebulosa) foi o resultado, enquanto o arquétipo-semente do Corpo de Desejos foi dado pela Hierarquia Zodiacal de Libra ou Hierarquia Criadora dos Senhores da Individualidade. No quarto Dia, que é o nosso Período Terrestre, foi acrescentado o germe da Mente, como dom da Hierarquia Zodiacal de Sagitário, a Hierarquia Criadora dos Senhores da Mente. Essa constelação (junto com partes de Escorpião) é o véu de estrelas localizado ante o centro invisível de nossa galáxia. As outras constelações estão implicadas nas atividades complementares da Alma e do Espírito (Ver o Conceito Rosacruz do Cosmos).
Desde o ponto de vista oculto, portanto, não dissemos mais que a verdade literal quando falamos da Humanidade como um Cântico de Deus, e o horóscopo sua carta musical, harmonizada com uma nota estelar ou acorde cósmico peculiar.
Foi dito corretamente que o Ego se harmoniza com a nota-chave de um dos Espíritos Planetários que estão ante o Trono de Deus, o Deus do nosso Sistema Solar. Por meio da meditação e do trabalho interno pode-se descobrir a referida nota-chave. E é certo que à medida que o Aspirante à vida superior continua crescendo espiritualmente esta nota básica aumenta em volume e intensidade até se converter em um canto vitorioso que vence a dissonância das configurações de Quadraturas ou Oposições do horóscopo, e se absorve em um coral triunfante.
A ciência oculta ensina que nos reinos elevados da música está o principal fator motivante de todo ser. Por meio da música desabrocham as flores e a vida vegetal é sustentada. Por meio da música os Seres Celestiais se comunicam uns com os outros: sua linguagem é o canto.
FIM
[1] N.T.: Clariaudiência é a habilidade da pessoa em ouvir sons nos Mundos suprafísicos. Uma pessoa que é clariaudiente ouve sons e vozes de reinos superiores e de outras dimensões que são inaudíveis para os outros.
[2] N.T.: A tuba auditiva ou Trompa de Eustáquio é um canal que liga a orelha média à faringe e que ajuda a manter o equilíbrio da pressão do ar entre os dois lados da membrana timpânica.
[3] N.T.: bulbo raquidiano, medula oblongata, medula oblonga ou simplesmente bulbo é a porção inferior do tronco encefálico, juntamente com outros órgãos como o mesencéfalo e a ponte, que estabelece comunicação entre o cérebro e a medula espinhal. Relaciona-se também com funções vitais como a respiração, os batimentos do coração e a pressão arterial; e com alguns tipos de reflexos, como mastigação, movimentos peristálticos, fala, piscar de olhos, secreção lacrimal e vômito (mais específico da área postrema).
[4] N.T.: ou órgão espiral ou, ainda, órgão de Corti que é o órgão sensorioneural da orelha interna, integrando cóclea. É um composto de células sensoriais (ou células ciliadas) e fibras nervosas que fazem sinapse entre si, além de estruturas anexas e de suporte. O órgão foi nomeado em homenagem ao anatomista italiano Marquês Alfonso Giacomo Gaspare Corti (1822–1876), que conduziu a pesquisa microscópica do sistema auditivo dos mamíferos e o descobriu em 1850.
[5] N.T.: Ondas longitudinais – são aquelas em que a vibração ocorre na mesma direção do movimento; um exemplo são as ondas sonoras. Na figura ao lado podes observar que a vibração provocada pela mão, tem a mesma direção da onda (São, ambas horizontais). Ondas transversais – são aquelas em que a vibração é perpendicular à direção de propagação da onda; exemplos incluem ondas numa corda e ondas eletromagnéticas. Na figura ao lado, observas um exemplo onde a vibração provocada é na direção vertical (para cima e para baixo) e a corda desloca-se na horizontal (da esquerda para a direita).
[6] N.T.: Humphrey Davy Findley Kitto, FBA (1897-1982) foi um estudioso clássico britânico. Seu tratado geral de 1952, Os Gregos, cobriu toda a gama da cultura grega antiga e tornou-se um texto padrão.
[7] N.T.: Heráclito (português brasileiro) de Éfeso (aproximadamente 500 a.C. – 450 a.C.) foi um filósofo pré-socrático considerado o “Pai da dialética”. Recebeu a alcunha de “Obscuro” principalmente em razão da obra a ele atribuída por Diógenes Laércio, Sobre a Natureza, em estilo obscuro, próximo ao das sentenças oraculares. Na vulgata filosófica, Heráclito é o pensador do “tudo flui” e do fogo, que seria o elemento do qual deriva tudo o que nos circunda.
[8] N.T.: A tabela pitagórica (também chamada de tábua ou tabela da multiplicação) é um quadro de dupla entrada no qual são registrados os resultados das multiplicações, de uma vez um até 10 vezes 10. A multiplicação é uma operação matemática aprendida nos primeiros anos da escola. Existem dois métodos tradicionais para sua aprendizagem: as tabelas de multiplicação e a tabela pitagórica. Em que consiste? Em uma tabela são distribuídos dois eixos, um horizontal e outro vertical. Em cada um deles os números 1 a 10 são distribuídos e, em seguida, uma malha quadrícula com uma casinha é desenhada para cada multiplicação entre os números dos dois eixos. Em seguida, multiplicam-se os números do eixo horizontal com os do eixo vertical, posteriormente, coloca-se o resultado na casinha correspondente da grade. Qualquer um dos eixos ou colunas pode funcionar como multiplicando ou multiplicador. Uma vez que todos os números possam ser multiplicados, a tabela pitagórica está completa. A tabela pitagórica é mais visual do que a tabela de multiplicação tradicional. De qualquer forma, os dois sistemas de aprendizagem são válidos e complementares. Muitos professores ensinam as tabelas tradicionais e mais tarde explicam a mecânica da tabela pitagórica para reforçar a aprendizagem:
[9] N.T.: Também chamada de lei de Titius-Bode que é uma fórmula empírica que parte de uma progressão geométrica para determinar as distâncias dos Planetas do Sistema Solar, dadas em unidades astronómicas, em relação ao Sol.
[10] N.T.: Ferdinand “Rudolf” Thiel (1899-1981) foi um escritor alemão.
[11] N.T.: A Precessão dos Equinócios é o movimento cíclico realizado pela Terra ao redor do plano de sua eclíptica. A Precessão dos Equinócios é um dos vários movimentos realizados pela Terra e corresponde ao deslocamento circular efetuado pelo planeta em torno do eixo de sua eclíptica. Quando o Sol, na sua ronda aparente pela eclíptica, atravessa o equador celeste em março – o Equinócio de Março – ele “anda para trás “ contra o céu das estrelas fixas, cerca de 1 grau a cada 72 anos e ½ . A oscilação lenta do eixo da Terra sobre sua própria posição faz com que cada um dos polos trace um círculo cujo raio é de 230 ½ no céu; isso faz com que estrelas diferentes fiquem diretamente acima dos polos, durante cerca de 25.800 anos. Assim, podemos dizer que, a cada 2.160 anos, acontece uma nova Era. Se 2.160 anos atrás o eixo da Precessão do Equinócio se encontrava entre os Signo de Áries e o Signo de Peixes, podemos dizer que atualmente o ponto em Março do Equinócio se encontra entre os Signos de Peixes e o signo de Aquário, se movendo na direção de Aquário. Por essa razão, quando falamos em Era de Aquário não podemos definir com precisão o momento de seu início. Nenhum astrólogo ousaria definir com exatidão essa data. Talvez mais perto do ano 2.160.
[12] N.T.: É contado por meio do aparente movimento do Sol na abóbada celeste, em relação às 12 constelações zodiacais. A volta completa dura cerca de 25.920 anos, e cada idade ou era é marcada pelo alinhamento do Sol (e consequentemente todo o Sistema Solar) com uma das Constelações, e dura cerca de 2.148 anos, sendo marcada por suas características natas. Isso pode ser explicado através de um fenômeno chamado Precessão dos Equinócios, que é a oscilação da Terra ao redor de seu eixo, o que faz com que o norte aponte sucessivamente para diferentes estrelas no decorrer do tempo.
[13] N.T.: Marco Túlio Cícero (106 – 43 a.C.) foi um advogado, político, escritor, orador e filósofo da gens Túlia da República Romana.
[14] N.T.: Cláudio Ptolemeu, ou apenas Ptolemeu ou Ptolomeu (90 – 168), foi um cientista grego que viveu em Alexandria, uma cidade do Egito. Ele é reconhecido pelos seus trabalhos em matemática, astronomia, geografia e cartografia. Realizou também trabalhos importantes em óptica e teoria musical.
[15] N.T.: Os nós de vibração de uma placa elástica fina formam linhas características da frequência específica que foi animada. A materialização dessas linhas com um pó, geralmente o pó de lycopodium, forma as figuras de Chladni. O nome das figuras origina-se do físico alemão Ernst Chladni. Uma vez a placa de metal fixada ao suporte, coloca-se areia e, em seguida, põe-se o dispositivo a vibrar, por exemplo, com um arco que é friccionado verticalmente na borda do prato. Com a fricção do arco, a placa vibra, a areia se move das zonas de vibração forte para as áreas onde a vibração é menos forte ou mesmo inexistente (os nós de vibração da onda estacionária), assim formando as figuras de Chladni.
[16] N.T.: Johannes Kepler (1571-1630) foi um astrônomo, astrólogo e matemático alemão. Considerado figura chave da revolução científica do século XVII é, todavia, célebre por ter formulado as três leis fundamentais da mecânica celeste, denominadas Leis de Kepler, tendo estas sido codificadas por astrônomos posteriores com base nas suas obras Astronomia Nova, Harmonices Mundi e Epítome da Astronomia de Copérnico. Essas obras também forneceram uma das bases para a teoria da gravitação universal de Isaac Newton.
[17] N.T.: Nicolau Copérnico (1473-1543) foi um astrônomo e matemático polonês que desenvolveu a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Foi também cónego da Igreja Católica, governador e administrador, jurista e médico. Sua teoria do Heliocentrismo, que colocou o Sol como o centro do Sistema Solar, contrariando a então vigente Teoria Geocêntrica (que considerava a Terra como o centro), é considerada como uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida da astronomia.
[18] N.R.: “A primeira lei de Kepler afirma que a órbita dos planetas que giram em torno do Sol não é circular, mas sim elíptica. Além disso, o Sol sempre ocupa um dos focos dessa elipse. Apesar de elípticas, algumas órbitas, como a da Terra, são muito próximas de um círculo, pois são elipses que apresentam uma excentricidade muito pequena. A excentricidade, por sua vez, é a medida que mostra o quanto uma figura geométrica difere-se de um círculo e pode ser calculada pela relação entre os semieixos da elipse.” “A segunda lei de Kepler afirma que a linha imaginária que liga o Sol aos planetas que o orbitam varre áreas em intervalos de tempo iguais. Em outras palavras, essa lei afirma que a velocidade com que as áreas são varridas é igual, isto é, a velocidade aureolar das órbitas é constante.”
“A terceira lei de Kepler afirma que o quadrado do período orbital (T²) de um planeta é diretamente proporcional ao cubo de sua distância média ao Sol (R³). Além disso, a razão entre T² e R³ tem exatamente a mesma magnitude para todos os astros que orbitam essa estrela.”
[19] Jo 1:1
[20] N.T.: é a música de concerto, chamada popularmente de música clássica, é a principal variedade de música produzida ou enraizada nas tradições da música secular e litúrgica ocidental. Apesar do nome que remete a algo do ‘passado’ ou ‘antigo’, esta variedade de música é escrita também nos dias de hoje, através de compositores do século XXI que criam obras inéditas, originais e atuais. É aquela que se baseia principalmente na clareza, no equilíbrio, na objetividade da estrutura formal, em lugar do sentimentalismo exagerado ou da falta de limites de linguagem musical. A música clássica frequentemente se distingue pelo amplo uso que faz de instrumentos musicais de diferentes timbres e tonalidades, criando um som profundo e rico. Os diferentes movimentos da música clássica foram afetados principalmente pela invenção e modificação destes instrumentos ao longo do tempo. Embora a música clássica não tenha um “conjunto” de instrumentos necessários para que certos padrões de sua execução sejam preenchidos, os compositores escrevem suas obras tendo em mente diferentes conjuntos instrumentais: orquestras (composta por todas as famílias instrumentais acústicas: as cordas (violino, viola, violoncelo e contrabaixo), as madeiras (flauta, oboé, clarineta, fagote, etc.), os metais (trompete, trompa, trombone, tuba) e a percussão (tímpano, gongo, xilofone etc.). Saxofone e violão eventualmente também participam de uma orquestra, além de pianos, órgãos e celestas. Para as orquestras são escritas as sinfonias. Quando se destaca um instrumento da orquestra que será a voz principal, para o qual a melodia foi composta, trata-se de um concerto. Mesmo destacando-se um instrumento ou conjunto de instrumentos nos concertos, a orquestra toda pode estar presente. As orquestras também realizam os acompanhamentos das óperas, que são compostas para a voz humana. A voz pode ser classificada da mesma maneira que os instrumentos, observando-se a extensão de notas alcançada por ela. As vozes mais agudas são chamadas “soprano”, as vozes mais graves são os “baixo”, que alcançam as notas mais graves)), conjunto de sopros (trompete, trompa, trombone, tuba), orquestra de câmara: Formada predominantemente por instrumentos de corda, podendo ter em algumas formações a presença de alguns sopros de madeira.
[21] N.T.: O Livro do Apocalipse, na Bíblia.
[22] N.T.: Hermes Trismegisto é uma figura mítica de origem sincrética. Essa figura mítica indica o deus Thoth dos antigos egípcios, considerado o inventor das letras do alfabeto e da escritura, escrita dos deuses e, portanto, revelador, profeta e intérprete da divina sapiência e do divino logos. Quando os gregos tiveram conhecimento desse deus egípcio, descobriram que apresentava muitas analogias com seu deus Hermes, intérprete e mensageiro dos deuses, e o qualificaram com o adjetivo “Trismegisto” que significa “três vezes grandíssimo”. Na antiguidade tardia, especialmente nos primeiros séculos da era imperial (sobretudo nos séculos II e III depois de Cristo), alguns teólogos e filósofos pagãos, em contraposição ao Cristianismo galopante, produziram uma série de escritos, conhecidos como literatura hermética, apresentando-os sob o nome desse deus, com a evidente intenção de opor às Escrituras divinamente inspiradas dos Cristãos, como outras escrituras difundidas como divinas “revelações”. A literatura hermética hoje em dia está quase perdida.
Como uma grande nação envia seus embaixadores e plenipotenciários a outras nações, então também há embaixadores de cada um dos grandes Anjos e Arcanjos Astrais (dos Planetas, do Sol e da Lua), presentes em nossa Terra.
A Lua é o nosso satélite e não está na mesma posição que os outros Astros. Os embaixadores desses Astros são Arcanjos, enquanto Gabriel é um Anjo.
O astrólogo ocultista, no entanto, que sabe o que quer e pode trabalhar em harmonia com as forças astrais, aborda diretamente os embaixadores desses Astros e obtém seu objetivo mais facilmente dessa maneira.
Ele estuda as horas astrais, quando aqueles Astros governam e, na época apropriada, profere seu pedido, que é, geralmente, para outra pessoa ou para a iluminação espiritual sobre certos assuntos a serem usados para o bem comum.
1. Para fazer download ou imprimir:
2. Para estudar no próprio site:
Oração para cada um dos Embaixadores: dos Espíritos Planetários, do Sol e da Lua
Por um Estudante
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Traduzido, Compilado e Revisado
pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
Sumário
Para entender o que é a oração use a ilustração de uma casa de energia elétrica com fios para as diferentes casas da cidade. Em cada casa há um interruptor e, quando a gente o aperta, a potência que estava até lá fora nos fios e subestação de energia elétrica entra na nossa casa, ilumina-a ou põe motores para funcionar, de acordo com as leis de sua manifestação. Podemos dizer que Deus, principalmente, e os Sete Espíritos Planetários correspondem secundariamente à subestação de energia elétrica que está conectada a todos, e a oração pode ser dita como o interruptor pelo qual nos colocamos em contato com a luz e a vida divina, permitindo que ela flua para nós e nos ilumine para a nossa elevação espiritual.
É uma lei que a eletricidade fluirá facilmente ao longo do cobre ou outros metais, mas é bloqueada pelo vidro, e antes que possamos obter a eletricidade em nossas casas, devemos ter um interruptor feito em conformidade com essa lei, um interruptor de cobre. Se usássemos um interruptor de vidro, não obteríamos eletricidade; o interruptor de vidro seria uma maneira mais eficaz de excluir o fluido elétrico da nossa habitação. De forma semelhante, se nossas orações (que correspondem ao interruptor) estão em conformidade com as leis de Deus, o propósito divino pode se manifestar através de nós, e nossas orações podem ser respondidas; mas se rezamos ao contrário da vontade de Deus, então uma oração funcionará de maneira semelhante a um interruptor de vidro em um circuito elétrico.
Como uma grande nação envia seus embaixadores e plenipotenciários a outras nações, então também há embaixadores de cada um dos grandes Anjos e Arcanjos Astrais, presentes em nossa Terra. Seus nomes são os seguintes:
A Lua é o nosso satélite e não está na mesma posição que os outros Astros. Os embaixadores desses Astros são Arcanjos, enquanto Gabriel é um Anjo.
Normalmente, a humanidade ora a Deus. Essas orações são, no momento, principalmente egoístas e ignorantes. As orações de tais pessoas não podem receber atenção dos embaixadores que têm a cargo os diferentes departamentos da vida, mas geralmente são atendidas, na medida do possível, pelos Auxiliares Invisíveis, que trabalham para a elevação de seus irmãos. O astrólogo ocultista, no entanto, que sabe o que quer e pode trabalhar em harmonia com as forças astrais, aborda diretamente os embaixadores desses Astros e obtém seu objetivo mais facilmente dessa maneira. Ele estuda as horas astrais, quando aqueles Astros governam e, na época apropriada, profere seu pedido, que é, geralmente, para outra pessoa ou para a iluminação espiritual sobre certos assuntos a serem usados para o bem-comum.
(do Livro: “A Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. I – pergunta 162 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Os Rosacruzes ensinam que os Planetas, o Sol e a Lua exercem domínio sobre os dias da semana, que representam os sete dias da criação (Períodos).
Sábado é o dia de Saturno e corresponde ao Período de Saturno.
Domingo é o dia do Sol e corresponde ao Período Solar.
Segunda-feira é o dia da Lua e corresponde ao Período Lunar.
Terça-feira é o dia do deus da guerra nórdica, Tyr, e corresponde à metade marciana do Período Terrestre.
Quarta-feira é o dia do Mercúrio nórdico, Wotan, e corresponde à metade mercurial do Período Terrestre.
Quinta-feira é o dia de Thor, o Júpiter nórdico, e corresponde ao Período de Júpiter.
Sexta-feira é o dia de Freia, a Vênus nórdica, e corresponde ao Período de Vênus.
Nessa disposição sucessiva começada o domingo é regido pelo Sol, a segunda-feira é regida pela Lua, a terça-feira é regida por Marte, a quarta-feira é regida por Mercúrio, a quinta-feira é regida por Júpiter, a sexta-feira é regida por Vênus e o sábado é regido por Saturno.
(do Livro: “Astrologia Científica e Simplificada” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Sob o nome misterioso e soberano de Cristo-Jesus, que está sobre todo o nome e ante o qual se dobrem todos os joelhos no Céu, na Terra e sob a Terra, elevo meu pensamento à presença do Pai Universal, a Única Vida, a Suprema Realidade. Ao fazê-lo, tangido por Tua Luz, reconheço que meu Espirito é uma emanação da grande unidade de Teu Espírito, sendo assim divino em Tua essência.
Meu Eu Superior, meu Espírito, o Ser Interno e verdadeiro não pode estar enfermo, pois é uma emanação de Ti, ó Deus, e Uno Contigo.
Faze com que o poder dessa grande verdade penetre em minha alma, dissipando os erros, as ilusões, as opiniões falsas e as aparências enganosas da sensualidade, causa de todos os meus infortúnios.
Ilumina-me para que eu compreenda e sinta que sou feliz, pois na qualidade de Espírito Eterno e Divino, ainda que neste Teu plano inferior, possa desfrutar da profunda Paz de Cristo e de Tua Harmonia Eterna.
Seu Verbo vivente ressoa de novo e me diz: “Faça-se a Luz”.
Por meio dessa Luz, a fonte de toda inteligência espiritual, percebo que a minha salvação em Espírito e em Cristo é algo que devo realizar aqui e agora, que é a única eternidade. Fortalecido por essa sublime verdade, eu me vislumbro salvo por Cristo que está em Teu Seio. Eu estou com Ele e n’Ele protegido nesse secreto lugar por Teu Amor.
O sofrimento e as enfermidades, a dor e a morte e o temor inquietante que isso me inspira não poderão me atormentar mais.
A Luz de Tua própria inteligência, em meu íntimo, permite me ver como Espírito criado a Tua própria imagem e semelhança, indissoluvelmente unidas ao Teu próprio Ser, o qual me protege contra o mal e as enfermidades.
Em nome de Cristo, através de Quem minha vida está oculta em Ti, Pai Universal, afirmo, por Fé, que estou livre de todos os males.
Recomendo-lhe a salvação de minha alma, Deus de Paz, para que a torne nova e a preserve com meu Espírito e Corpos, em unidade harmoniosa.
Confio em Tua Sabedoria, Teu Amor e Poder ilimitados para que a Tua Própria ideia de homem (mulher), feito (a) a Tua Imagem e Semelhança, se manifeste através de mim.
(*) recomendamos repetir diariamente essa invocação, antes da prece ao Arcanjo ou Anjo do dia
Embaixador da Lua à Primeira Hora das Segundas-feiras
Ajuda-me Senhor a ser firme, paciente e perseverante. Necessito ser mais equilibrado (a), assim como estabilizar a minha Mente e meus sentimentos. Desejo ser mais realista e estável, aprendendo a me sentir bem aonde me encontro, sem que me afetem as mudanças ocorridas sem uma verdadeira razão ou propósito.
Não me deixarei levar por impressões negativas. Verei tudo com bons olhos e não permitirei que me domine a susceptibilidade. Cumprirei com todos os meus deveres levando-os até ao fim com diligência. Procurarei obter um conhecimento profundo sobre todas as coisas.
Invoco e chamo em meu auxilio as forças divinas de Gabriel, o Poderoso Anjo governante da Lua, representante da: Sensibilidade, Simpatia e Fecundidade e do Poder Criador de Deus, para que confirme em minha alma Suas qualidades superiores de que se acha adornado.
Ajuda-me a reforçar em meu Espírito a Imaginação, a Estabilidade, o Equilíbrio e a Firmeza.
Assim Seja
Embaixador de Marte à Primeira hora das Terças-feiras
Ajuda-me, Senhor, a ser calmo (a), paciente e tolerante, dominando a violência do meu temperamento e sujeitando-o sempre ao que seja justo. Desejo sempre agir prudente e harmoniosamente. Em vez de levar sempre o pé ao acelerador procurarei levá-lo ao freio, mantendo, assim, o total domínio de minhas emoções.
Tratarei a todos os meus semelhantes com respeito, consideração, cortesia e equanimidade. Não quero e não devo ser exigente e autoritário (a). Serei tolerante e defenderei o próprio direito deles à liberdade. Ouvirei, com mais atenção, os conselhos que me forem dados e os usarei como um meio de sã retificação.
Empregarei a força vital de que sou depositário (a) para o bem e ajuda aos mais débeis. Tudo farei movido (a) pelo espírito do serviço altruísta.
Em mim sempre predominará a suavidade do cordeiro e não a agressividade do carneiro.
Aspiro, ardentemente, afastar dos meus sentimentos todo desejo de revanche. Procurarei abolir do meu ser todo vestígio de egoísmo.
Invoco e chamo em meu auxílio as poderosas e dinâmicas forças de Samael, o exaltado Gênio Governante de Marte, representante da Dinâmica Energia de Deus, para que confirme em meu ser Suas construtivas qualidades superiores, reforçando o Entusiasmo, a Coragem e a Vontade.
Assim Seja
Embaixador de Mercúrio à Primeira hora das Quartas-feiras
Ajuda-me, Senhor, a controlar e dominar minha Mente. Necessito examinar todas as coisas com paciência e equanimidade. Só tomarei qualquer decisão depois de analisá-la com todo o cuidado. Compreendendo que devo ser honesto (a) e leal em minhas palavras e ações. Direi somente o que for coerente e verdadeiro. Não mentirei e nem procurarei tirar partido em meu trato com os demais.
Jamais abusarei da ingenuidade ou ignorância dos meus semelhantes; pelo contrário, aplicarei meu saber e entendimento em ajudá-los. Nunca falarei mal de ninguém. Pretendo cultivar a serenidade e a abnegação, o amor e o respeito a todos os seres.
Invoco e chamo em meu auxílio as Divinas Forças de Rafael, o inteligente Gênio Governante de Mercúrio, representante da Sabedoria e Inteligência de Deus, para que confirme em minha alma as superiores qualidades de que está investido. Reforce em meu Espírito o Domínio Próprio, o Equilíbrio e a Verdade.
Assim Seja
Embaixador de Júpiter à Primeira hora das Quintas-feiras
Ajuda-me, Senhor, a ser justo (a), honrado (a) e sincero (a). Necessito e devo ser sóbrio (a) e modesto (a) e rejeitar a ostentação e a vaidade; não quero mais viver de aparências e extravagâncias, aparentando riquezas que não tenho e virtudes que não possuo.
Quero manter-me em uma justa ordem de vida e ser estrito (a) cumpridor (a) de minhas obrigações e deveres.
Unir-me-ei às pessoas de honesto e simples viver, de fé no bem e em Deus. Respeitarei e tratarei de me manter e me sujeitar aos mais sãos princípios da Religião; não frequentarei lugares de duvidoso viver e nem agirei à margem da Lei. Serei honesto (a) e justo (a) com todos os meus semelhantes. Fugirei do jogo e das especulações aventureiras e trabalharei honestamente para ganhar o pão de cada dia.
Invoco e chamo em meu auxilio as Forças Divinas de Zacariel, o Sábio e Generoso Gênio de Júpiter, representante do Altruísmo, da Benevolência e Misericórdia de Deus, para que afiance em minha alma Suas Maravilhosas qualidades. Confirme em meu Espirito a Bondade, Religiosidade, Honradez e o Respeito à Lei.
Assim Seja
Embaixador de Vênus à Primeira hora das Sextas-feiras
Ajuda-me, Senhor, a ser paciente e perfeito (a). Induze-me à abnegação e ao amor desinteressado.
Afasta-me da obstinação e da sensualidade. Desenvolva em mim a tolerância, o perdão e a maleabilidade.
Desejo o equilíbrio em minhas energias vitais e a frugalidade na minha alimentação. Evitarei a solidão e a teimosia, expressando a sociabilidade e a justiça. Procurarei cultivar o valor moral das coisas, tudo fazendo para expressar a Bondade, Beleza e Verdade da vida de Deus.
Vem Anael, amoroso Gênio Governante de Vênus, com tuas forças divinas, confirmar e reforçar em meu espírito o Amor, a Arte e Virtude, expressando-os diariamente em minha vida.
Assim Seja
Embaixador de Saturno à Primeira hora de Sábado
Justo e paciente Gênio Governante de Saturno ajuda-me a ser justo (a), benevolente, amoroso (a) e tolerante, sociável e amistoso (a). A ver tudo com bons olhos, alegres e otimistas. Não quero ver o mal em coisa alguma, pois em tudo existe o bem. Não permitirei que me impressione o aparente mal. Serei amigo (a) de todos e procurarei cultivar e manter minhas amizades com verdadeiro espirito altruísta.
Não quero e não devo viver isolado (a) dos demais. Desejo tratar a todos com delicadeza e consideração; saberei perdoar as faltas que cometam contra a minha humildade e compreensão. Agora e sempre, quando receber um mal, em vez de levar pelo espirito da vingança, imporei a mim mesmo (a) o espírito da tolerância. Anelo ser altruísta, generoso (a) e um instrumento do Bem em meu ambiente.
Invoco e chamo em meu auxílio as forças divinas de Cassiel, o Justo Gênio Governante de Saturno, representante da Justiça, do Direito e da Suprema Ordem de Deus, a fim de reforçar em minha alma Suas sábias e profundas qualidades. Confirme em meu Espírito os princípios do Direito, da Ordem, Paciência, Justiça e Paz.
Assim Seja
Embaixador do Sol à Primeira hora de Domingo
Ajuda-me, Senhor, a ser modesto (a), simples e generoso (a). Não serei imponente e nem autoritário (a), mas reverente. Não farei que se cumpra a minha vontade, senão a Tua, meu Pai.
Mostrar-me-ei respeitoso (a) e amável com todos os meus semelhantes e extinguirei todo o orgulho vão que me possa afastar do Teu Amor.
Amarei a todos os meus irmãos como queres que sejam amados, e sempre que manifestar em mim o desejo de ser o primeiro (a), serei o último (a) e servidor de todos.
Protegerei aos humildes e débeis; respeitarei meus superiores e acatarei as determinações deles com toda a lealdade. Serei sincero (a) e justo (a) em todas as circunstâncias.
Ajuda-me, Senhor, a alcançar esse sublime ideal!
Invoco em meu coração as Divinas Forças de Miguel, o Poderoso Gênio da Luz, governante do Sol, representante da Autoridade, do Poder e da Justiça de Deus, para que confirme em minha alma Suas qualidades Superiores
Fortaleça, em meu Espírito, a Dignidade, Disciplina e o acato a toda Justiça.
Assim Seja
Oitava superior de Vênus (para ser feita à primeira hora das sextas-feiras)
Faze Senhor que eu seja paciente, tolerante e justo (a) com todos. Preciso controlar meu temperamento e amoldar-me às circunstâncias. Quero me desfazer de toda exaltação imprudente que prejudique a alguém. Amarei a meus semelhantes como a mim mesmo (a) e serei extravagante com suas ideias, sem tratar de impor as minhas.
Respeitarei a organização social e não cairei mais em radicalismos destrutivos. Defenderei a justiça e a ordem. Quero me manter sempre respeitoso (a) a todas as normas morais, éticas e espirituais sem me deixar levar por nenhum extremismo. Não serei extravagante, nem excessivo (a) em nada; quero respeitar os bons costumes; tratarei de ser justo (a) ao repelir o passado, aproveitar o presente e aplaudir o futuro.
Desejo dominar o sensualismo e conduzir a força criadora por canais construtivos. No futuro submeterei minhas ideias e desejos de mudança e renovação à uma minuciosa análise e à mais pura lógica, sem me deixar impressionar por minhas ilusões utópicas e descabidas. Porei todas as minhas forças e capacidade a serviço da comunidade; anelo me converter em amigo (a) de todos e os servir desinteressadamente em qualquer ocasião possível.
Sem deixar de abandonar a linha de maior progresso para todos, respeitarei o passado e buscarei na história da humanidade todas as valiosas experiências acumuladas para apontar com elas as bases do futuro.
Para tudo isso eu desejo, invoco e clamo em meu auxílio as Forças Divinas de Ituriel, o Generoso Governante de Urano, o representante do Altruísmo, da Confraternidade Humana, do Amor desinteressado e da Generosidade de Deus para que reforce em mim Suas amantes qualidades e confirme em meu Espírito a Caridade, Tolerância, Magnanimidade e Paciência.
Assim Seja
Oitava superior de Mercúrio (para ser feita à primeira hora das quartas-feiras)
Ajuda-me, Senhor, a ser firme, positivo (a) e seguro (a) governante de minha pessoa, desenvolvendo em mim a Divina Vontade. Necessito compreender e ver a realidade de todas as coisas. Não me deixarei arrastar por falsas imaginações, sonhos utópicos ou meras fantasias, nem me impressionarei por sugestões quiméricas que careçam de fundamentos. Serei senhor (a) de mim mesmo (a) e independente dos demais em todas as coisas.
Meu Espírito não se submeterá a qualquer influência estranha. Desde já comando minha própria vida. Afastarei a superstição de todo o meu ser, e não temerei coisa alguma. Tenho absoluta fé em Deus, no Deus de todos e Naquele que trago dentro de mim mesmo (a). Jamais me envolverei em coisas que aparentam fraude, ambiguidade ou trapaça, submetendo todas as minhas ações, pensamentos e palavras à Luz da Verdade, sem vacilar em minhas negações ou afirmações. Assim, evitarei consequências desagradáveis e gozarei paz e segurança.
Invoco e chamo o auxílio das Forças Divinas de Netuno, representante da Suprema Sabedoria, Intuição, Música Celestial e Divina Inspiração de Deus.
Oh! Divino Mestre, reforce em minha alma, a poesia, a ética, o domínio próprio, o sentimento e a Unidade de Toda a Vida em que todos vivemos, nos movemos e temos o nosso ser.
Assim Seja
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz entre setembro/1967 e junho/1968 – Fraternidade Rosacruz-SP)
A base da Teologia Cósmica é que os Planetas são constituídos por uma Hierarquia de divindades subordinadas, cada uma com seu próprio Espírito inerente, e o Sol é o Pai Divino de todos.
A Teologia Cósmica abarca nesse Sistema Solar todos os organismos vivos que habitam os Planetas, cada um dos quais sendo uma imagem microscópica ou semelhança do Todo, o que é especialmente verdadeiro para a humanidade. O pensamento é o seguinte: todo o sistema, visto como unidade, é a Deidade em sua totalidade, no sentido cósmico, chamado macrocosmo ou ordem cósmica e universal, o todo-abrangente; e o ser humano, uma miniatura do todo, é um microcosmo.
1. Para fazer download ou imprimir (e ter acesso as figuras, que muito ajudam na compreensão):
Teologia Cósmica – Por um Estudante – Introdução
Teologia Cósmica – Por um Estudante – A Ideia Teísta
Teologia Cósmica – Por um Estudante – Quem é Deus?
Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Sol, a Criação e a Relação com o Ser Humano
Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Sol e o Deus Pai-Mãe
Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Dia de Saturno
Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Mal é uma Crença Fixa e Falsa da Mente Mortal
Teologia Cósmica – Por um Estudante – A Involução, a Evolução e a Epigênese
Teologia Cósmica – Por um Estudante – Os Ciclos e os Planos de Consciência
Teologia Cósmica – Por um Estudante – Encarnações Divinas
Em publicação…
2. Para estudar no próprio site:
O Sistema Solar, como o próprio nome indica, é uma combinação de partes que formam uma unidade, um todo: um ajuste ordenado de acordo com uma lei comum, um grupo de Planetas ou Mundos tão relacionados entre si que indicam método em sua formação e movimentos. Como Sistema Solar, é completo em si mesmo, embora possa estar relacionado a outros Sistemas Solares em harmonia consigo próprio e apesar de todos os seus subsistemas, combinados, constituírem um Sistema maior. Sendo um Sistema de mundos, é cientificamente organizado e forma a base da Ciência da Astronomia. Ou seja, não sofre variabilidade, de modo que, se suas leis forem descobertas, poderemos saber exatamente o que procurar e nunca ficaremos desapontados com as expectativas.
A palavra “solar” designa o caráter do sistema e como esse adjetivo se refere ao Sol, indica que o Sistema Solar é dominado pelo Sol. A ciência afirma que o Sol originou e controla o Sistema Solar. Se o Sol puder ser visto como pai, este seria o nome da família: a família Solar.
O Sistema Solar está repleto de vida e movimento, eternamente em movimento, e a pergunta que devemos responder é esta: qual é sua causa? Três respostas são dadas. O ateísmo sustenta que esse processo é totalmente fortuito, o resultado de um mero acaso. Os teístas da escola exotérica consideram que os Planetas são compostos de matéria inerte, impulsionados e guiados em seus movimentos por um Ser inteligente e todo-poderoso que chamam de Deus, assim como o motor controlado pelo engenheiro impulsiona o maquinário da fábrica. Os teístas esotéricos afirmam que cada Planeta é um organismo vivo e possui alma inteligente, ela mesma a criadora ou geradora da forma, guiando-a em todos os seus movimentos, do mesmo jeito que o ser humano é uma alma viva que originou seu corpo e controla suas atividades. Essa última ideia é a base da Teologia Cósmica: os Planetas são constituídos por uma Hierarquia de divindades subordinadas, cada uma com seu próprio Espírito inerente, e o Sol é o Pai Divino de todos.
Contudo, a Teologia Cósmica vai mais longe e abarca nesse Sistema Solar todos os organismos vivos que habitam os Planetas, cada um dos quais sendo uma imagem microscópica ou semelhança do Todo, o que é especialmente verdadeiro para a humanidade. O pensamento é o seguinte: todo o sistema, visto como unidade, é a Deidade em sua totalidade, no sentido cósmico, chamado macrocosmo ou ordem cósmica e universal, o todo-abrangente; e o ser humano, uma miniatura do todo, é um microcosmo.
Então, se o ser humano é uma miniatura de todo o Sistema Solar, ele é o Sol, a Lua e os Planetas, tudo dentro de sua composição. Isso está de acordo com a Lei da Correspondência, reconhecida por todas as grandes Religiões do mundo e expressa nos Livros sagrados delas. Nossa Bíblia declara que Deus criou o ser humano à Sua própria imagem e semelhança. Se o ser humano é uma miniatura do todo, seu corpo inteiro pode ser adequadamente comparado ao espaço ocupado por todo o sistema, em miniatura, dividido em doze Signos ou Casas, desde Áries, na cabeça, até Peixes, nos pés. Ele é, então, uma Deidade em miniatura, em si própria, superior e inferior, com todo o seu corpo como o parque dos deuses, sendo o mundo em que vivemos o campo de operação, expressão e o teatro da experiência e evolução.
Como uma divindade minúscula, cada um de nós é um deus cósmico em formação; portanto, a missão que nos foi dada é desenvolver nossa individualidade para adorar em casa o deus centralizado em seu próprio ser; isto é, amar a Deus em espírito e verdade como somos ordenados pelo grande Mestre. Isso significa idealizar o Eu divino, o Ego, pela adoração, em tudo o que Ele representa, elevando o ser humano inteiro a esse ideal.
A humanidade nunca poderá ser o seu melhor nem atingir suas altas ambições em nenhuma esfera, submetendo sua vontade à de outro e isso é uma característica tanto na Religião quanto no mundo prático. Assim, a Bíblia nos proíbe de adorar o exército celestial, não porque não seja feito de divindades cósmicas, mas porque adorar qualquer ser externo é idolatria, mesmo que seja Jesus Cristo, que proibiu seus Discípulos de adorá-Lo. Todos os deuses lá fora são apenas símbolos, incluindo o Cristo, cujo ofício é ajudar, mas não controlar. Ceder à vontade de Deus, então, significa obedecer ao melhor de nós mesmos.
Todo esse assunto é um grande mistério. Os religiosos comuns descartam o místico e seguem a letra, principalmente porque não são suficientemente desenvolvidos para compreender a verdade interior e mais profunda. Eles são educadores de jardim de infância, em sua Religião: puramente elementares; contudo, não devem ser desprezados ou combatidos mais do que as crianças devem ser pelos graduados das universidades. A Lei é esta: primeiro, o natural; depois, o espiritual. No entanto, a adoração em espírito e verdade abraça o místico. São Paulo, o principal místico entre os Apóstolos, declarou que “Grande é o mistério da piedade, Deus Se manifestou em carne.”[1]. Mais de uma vez ele disse que o grande mistério, escondido desde a fundação do mundo, fora-lhe revelado, que era “Cristo em vós, a esperança da glória”[2].
Já foi dito que “um ser humano honesto é a obra mais nobre de Deus”[3]; no entanto, Robert Ingersoll[4], invertendo o ditado, disse que “um Deus honesto é a obra mais nobre do ser humano”. Isso implica um conceito idealizado sobre a Divindade. Essa é a maneira usual de se pensar em Deus, o processo indutivo de argumentar que parte do efeito para chegar à causa. E não estaria incorreta, se o ser humano soubesse completamente e se controlasse perfeitamente. Entretanto, o procedimento a ser seguido é fazer o pensamento macrocósmico crescer, o que, como foi mostrado, é uma ciência e, portanto, absolutamente correto tanto em sua natureza quanto influência, para depois aplicá-lo ao microcosmo. As divindades cósmicas serão consideradas símbolos a serem seguidos, como aqueles que em outras épocas venceram a corrida, alcançaram seus destinos e, agora, como Irmãos Maiores, estão nos ajudando na corrida para alcançar um destino semelhante.
[1] N.T.: ITm 3:16
[2] N.T.: Cl 1:27
[3] N.T.: Alexander Pope (1688-1744) foi um dos maiores poetas britânicos do século XVIII. Famoso por sua tradução de Homero, da obra An Essay on Man (Ensaio sobre o Homem), Epistle IV, line 248 (1733-1734)
[4] N.T.: Robert G. Ingersoll (1833-1899) foi um livre pensador, orador e líder político estadunidense do século XIX, notável por sua cultura e defesa do agnosticismo.
A Ideia Teísta
A palavra Religião, de religare, ligar de novo, ligar de volta ou ligar rapidamente, significa ser ligado de novo ou ligado firmemente a Deus; e Teologia, a palavra de Deus, ou um tratado sobre Deus, indica que a concepção teísta está no fundamento da Religião e da Teologia. Quem é, o que é e onde está Deus são questões que têm interessado nossa raça mais profundamente do que qualquer uma outra ou do que todas as outras.
Existem duas ideias principais relativas a esse assunto: a antropomórfica e a cósmica. A antropomórfica também pode ser cósmica, mas de acordo com aqueles que afirmam essa ideia, ele não é. Deus é pensado como um grande Ser semelhante ao ser humano tanto em forma quanto em características, possuindo todas as paixões e desejos do ser humano, como raiva, ciúme, etc. Essa é uma concepção muito grosseira e indigna. Acredita-se que ele possua, no entanto, todos os atributos naturais e geralmente atribuídos à Deidade, como onipotência, onisciência e tudo mais, de modo que seja capaz de criar o universo, ou a ordem cósmica, de forma espontânea e sustentá-lo em seus movimentos.
O universo é pensado como matéria química e inerte — órgãos e não organismos; e todas as coisas que existem foram feitas do nada, imagina-se. Entre os antropomórficos existem duas ideias sobre onde Deus está. A classe teísta sustenta que Deus está dentro da Sua obra, fazendo com que Seu universo execute seus movimentos, em estreita analogia com o princípio do relógio cuja mola, que mantém as peças em movimento, está dentro e faz parte do mecanismo.
A classe deísta sustenta que Deus está distante dos mundos, fora do universo cósmico, assim como um oleiro está distante dos vasos que suas mãos criaram. Em ambos os casos, Deus é pensado como tendo, de alguma forma misteriosa, dado corda à maquinaria depois de tê-la feito e colocado em funcionamento; então caiu em um estado de transe, acordando apenas periodicamente para rebobinar as molas, por assim dizer. Essa é uma concepção extremamente mecânica e materialista, desprovida de qualquer ideia de vitalidade inerente à ordem cósmica.
Segundo os teístas exotéricos, o ser humano é considerado puramente humano, como um ser caído, perdido e indefeso, dependendo inteiramente de agentes estranhos, salvo pelo método vicário e imortalizado apenas como uma dádiva de Deus.
A outra ideia principal da Deidade é a concepção cósmica: a ideia de que o próprio cosmos é a expressão externa de Deus, assim como o corpo humano é a expressão externa do indivíduo, o ser espiritual; que todas as coisas foram geradas em vez de criadas e que, portanto, consistem de substância divina, sendo cada átomo dela permeado pelo Princípio da vida e que, de fato, não há inércia em parte alguma. Essa concepção cósmica de Deus implica a proximidade, ou omnipresença em todo o espaço, com todos os outros atributos, tanto naturais como morais e espirituais, inerentes ao cosmos.
Tem-se afirmado que essa ideia nos veio dos adoradores da Natureza, que concebiam que todo objeto na natureza possuísse alma, e de escritores como John Fisk ou outros. A adoração da natureza era pura superstição. O próprio Fisk é um defensor do teísmo cósmico, mas não no sentido puro e esotérico, nem no verdadeiro sentido cósmico. Fisk viveu e escreveu antes da descoberta do rádio, essa descoberta maravilhosa que revolucionou a ciência e a aproximou do misticismo.
Esses antigos adoradores da natureza, embora muito simplistas no que diz respeito à vida objetiva e, portanto, à civilização moderna e ao pensamento concreto, foram pensadores muito profundos no contexto da vida subjetiva e, de certa forma, perceberam a sabedoria que hoje harmoniza a ciência com as verdades divinas.
O antropomorfismo grosseiro, como referido acima, é o resultado lógico dos ensinamentos de Agostinho, o teólogo latino, que introduziu a cunha no esoterismo do Cristianismo primitivo, causando a degeneração do sistema cristão e lançando as bases do romanismo e do moderno Cristianismo ortodoxo. Essa heresia tem causado o conflito entre a ciência e o, assim chamado, Cristianismo. Esse aspecto da verdade se opôs diretamente a todas as descobertas da ciência moderna, como, por exemplo, àquela que revelou que o Sol seja o centro do nosso sistema solar, que a Terra gira em torno do Sol e descoberta newtoniana da lei da gravitação; além disso, à teoria da evolução e à do renascimento, como mantidas pelos místicos. E muito mais. O verdadeiro misticismo e a verdadeira ciência concordam absolutamente entre si; pois Deus, o autor de ambos, não pode Se contradizer.
Quem é Deus?
Tendo afirmado o fato de que Deus não é local, mas universal quanto à sua presença, tentaremos agora responder à pergunta: “quem é Deus?”.
Embora universal, Deus é centralizado, caso contrário Ele não poderia ser uma força dinâmica. Um organismo é essencial para a organização e para o poder dinâmico. A eletricidade, permeando o espaço, é apenas uma força estática; mas atrelada a um dínamo ou a uma nuvem de trovão, é uma força poderosa para a construção ou a destruição, para o bem ou para o mal. Todo organismo é um dínamo. A Divindade criativa ou operativa não é exceção a essa regra.
A forma do Deus criador é a do ser humano; pois de acordo com o relato bíblico da criação do ser humano, ele foi feito à imagem e semelhança de Deus. A esse respeito, Deus é antropomórfico. O que então, na natureza, responde a tudo o que foi dito sobre a imagem e a forma da Deidade em Seu sentido mais amplo e universal? Poderíamos dizer todo o céu estrelado, geralmente referido como o Zodíaco ou as constelações.
O astrônomo Herschel, após uma longa e cuidadosa investigação, declarou que o Zodíaco tinha a forma do ser humano. Todas as pessoas estão acostumadas a dizer que a ordem universal é uma manifestação de Deus; mas, para ser assim, ela deve ser o corpo em que Ele reside, pois o organismo físico do ser humano é a manifestação do ser humano interior. Não se poderia dizer que a ordem cósmica é uma manifestação da Divindade, considerada simplesmente obra de Sua mão, assim como não poderíamos dizer que qualquer mecanismo é a manifestação do mecânico que o inventou. Assim, o grande orbe central de todo o universo seria o coração da Deidade Cósmica Universal.
Em seu sentido mais restrito, como os místicos da Terra estão acostumados a pensar em Deus, Ele é o coração central do nosso Sistema Solar, o Sol. Todo o Sistema Solar, considerando-o como uma unidade, é a manifestação da Deidade, mas o Sol central é o coração e o princípio da vida. O salmista hebreu, Davi, declarou: “Jeová Elohim é um Sol e um escudo”[1]. Esse pensamento corresponde à ideia sustentada por todos os antigos religiosos, abrangendo os hebreus e os primeiros Cristãos. E na moderna adoração ortodoxa do Filho de Deus, o Sol é reconhecido como a Divindade. O Cristo é reconhecido como o Logos ou Deus criador por Quem todas as coisas foram feitas; mas, como foi mostrado, criação é geração e tudo constitui a expressão externa do Logos, o Filho de Deus. A demonstração dessa concepção cósmica da Deidade vem a seguir.
O Sol
O Sol, como é conhecido pelos astrônomos modernos, é um imenso globo de matéria química, incandescente, quentíssimo; tão quente de fato, em sua superfície, que dissocia a substância que o compõe em Éter altamente atenuado, de modo que os vapores descendentes se tornam simples ou homogêneos; ascendendo da superfície, esse Éter torna-se diferenciado e complexo, uma massa concreta. É apenas nas regiões mais frias da sua atmosfera que os vapores, semelhantes aos da Terra, podem existir: quando estão mais próximos dos confins da coroa, esses vapores dão lugar a partículas e massas sólidas.
O diâmetro dessa vasta esfera é, em torno, de1.372.609,5 quilômetros e ela tem, em torno, de 4.023.360 de quilômetros de circunferência. É uma esfera perfeita, não achatada nos polos como a Terra (que não é esférica, mas geoide). Em volume excede a Terra 1.252.700 vezes. Sua densidade média é apenas um quarto da densidade da Terra; sua massa é, em torno, de 816.000 vezes a da Terra ou 700 vezes maior que a de todos os Planetas juntos.
Seu peso é, em torno, de 384.000 vezes maior que o do nosso Planeta natal. Como força elétrica dinâmica, estima-se que seja equivalente a 543 bilhões de motores a vapor de 400 cavalos de potência cada, ou 217 trilhões e 200 bilhões de cavalos de potência. Sua força principal é elétrica ou positiva, embora também tenha uma força negativa ou magnética. Seu campo magnético é apenas três milésimos tão intenso quanto o da Terra, de modo que, apesar de sua massa, possui um campo magnético comparativamente pequeno. Sua cor é branca; mas a luz que atinge a Terra tem um tom amarelado ou dourado que é causado por sua passagem pela nossa atmosfera.
Sua gravidade na superfície excede a da Terra em vinte e sete vezes e meia. Sua rotação axial, ou duração do dia, equivale a vinte e sete dos nossos dias mais dez horas e quatro minutos. Sua distância da Terra é, em torno, de 154.497.024 de quilômetros. Os maiores telescópios agora em uso o trazem para, em torno, de 160.934,4 quilômetros.
Um envelope vermelho e contínuo que envolve o Sol a uma extensão de três mil a quatro mil milhas (4.828,032 — 6.437,376 km), é chamado de “Sierra” ou cromosfera e é composta de gás hidrogênio. Além disso, externamente está a “coroa”, uma grande massa de matéria auto iluminada, estendendo-se para longe e tendo muitas vezes a extensão da cromosfera, irradiando-se em pontos de extensão indefinida.
Além da corona ou coroa, há um brilho fraco que se estende para longe no espaço e é chamado de luz zodiacal; ele pode ser considerado a aura do Sol. O Sol, visto pelo olho natural, limitado pela fotosfera, é então apenas uma pequena porção desse vasto luminar. A atmosfera do Sol consiste principalmente, se não totalmente, de vapores dos elementos químicos, como os que conhecemos, e geralmente se supõe que seja limitada pela cromosfera, mas alguns pensam que se estende até a coroa. Na atmosfera do Sol, como na da Terra, há uma absorção muito considerável de luz azul, de modo que o seu céu, como aquele acima de nós, é azul.
Alguns pensam que a aparência real do Sol seja azul ou azul-acinzentada e que, se a Terra não tivesse atmosfera alguma intervindo, sua luz apareceria nessa cor.
[1] N.T.: Sl 84:11
O Sol, a Criação e a Relação com o Ser Humano
Visto exotericamente, como todos os cientistas materialistas olham para as coisas, o Sol parece apenas uma vasta bola de substância química e os cientistas da escola acima afirmam que o Astro é isso e nada mais. Eles negam enfaticamente que seja um ser vivo e orgânico, afirmando que, se fosse, exigiria respiração, comida e tudo o mais de que tais seres precisam. Que é matéria química em sua manifestação externa, será prontamente admitido por todos.
Que é matéria viva é igualmente manifesto, pois todos os cientistas da atualidade admitem que toda substância química é viva. Que é organizado é igualmente evidente, pois possui forma definida. Mas, que possui um ser consciente, com tudo o que essa ideia implica, resta provar.
Sua matéria química e externa não se opõe à sua Personalidade consciente, pois a mesma coisa se aplica a todos os seres vivos e orgânicos. Cada partícula do Corpo Denso e grosseiro do ser humano é composta de matéria química. Isso também vale para o argumento negativo; mas, há muitas razões positivas que mostram que o Sol é conscientemente pessoal. O princípio básico da Personalidade é a consciência.
Potencialmente, a consciência existe na matéria inorgânica mais grosseira. Diz-se estar dormindo aí e na vida vegetal, sonhando; dizemos que está acordada na vida animal e é autoconsciente no ser humano. O princípio da Vida em todas as formas orgânicas, até na mais simples, o ser monocelular, é o elétron. Essa é a substância vital, ígnea e primordial, a quintessência da Deidade da qual todos os fenômenos vieram pelo processo de Involução. É o núcleo do átomo e o princípio vital da molécula, da célula e dos organismos mais complexos. Em seu estado primordial e indiferenciado, é a consciência total, a síntese de todos os planos da consciência.
Envolvida na matéria, é a consciência limitada nos vários planos de expressão, desde a mera consciência em potencial até o plano da superconsciência. Em seu plano inferior, este é o Corpo Vital, o princípio da vida na matéria grosseira. Não há, então, matéria inerte, porque a ausência de vida é impensável. E onde existe vida, a ausência absoluta de consciência é igualmente impensável. A partir dessa linha de raciocínio, fica evidente que o Sol é um ser vivo e consciente.
Esse raciocínio está em estrita harmonia com a ciência moderna, e o motivo pelo qual os cientistas materialistas negam isso é porque eles são governados pelo preconceito ou ainda não foram capazes de ajustar as descobertas modernas à chamada matéria inerte. O próximo ponto a determinar é o plano, ou planos, da consciência do Sol e, portanto, o caráter da sua Personalidade. Isso não pode ser demonstrado exotericamente, pois dependeria do testemunho dos sentidos e da Mente indutiva, ou concreta, e isso é uniformemente admitido como ilusório.
Na melhor das hipóteses, esse processo não passa de adivinhação e a conclusão alcançada dependerá do plano de consciência revelado pelo adivinhador. O método verdadeiramente científico é o esotérico, que observa o assunto do plano da Mente abstrata, em que apenas a verdade reside. Existe uma lei de correspondência manifestada em toda a natureza, em grande parte reconhecida pelos cientistas modernos, pelo menos em seu plano inferior, e conhecida pelos Místicos nos planos superiores durante muitas das eras passadas.
A fórmula hermética dessa lei é “Como em cima, assim é em baixo; como é embaixo, assim é acima”. Em sua relação com a humanidade, nossa Bíblia assim o expressa: “E disse Deus: façamos o homem à Nossa semelhança e imagem” (Gn 1:26); e está registrado que à Sua própria semelhança e imagem, Deus fez o ser humano, tanto masculino como feminino.
Se, portanto, pudermos analisar plenamente a complexidade do ser humano, não simplesmente como ele é encontrado hoje, mas em seu resultado como imagem e semelhança da Divindade, teremos definido Deus; e se, tendo definido Deus, puder ser demonstrado que o Sol possui todos os atributos da Divindade, teremos então mostrado que o Sol é a Deidade do nosso Sistema Solar e essa teologia é cósmica.
Nosso primeiro passo, então, será responder à pergunta proposta pelo rei Davi no Salmo VIII: “O que é o homem?” (Sl 8:4). A resposta de Davi a essa pergunta é: “Porque o fizeste um pouco menor do que a Ti” (Sl 8:5). A palavra traduzida como “Ti”, em hebraico, é Elohim, ou os deuses criadores; e a frase “um pouco menor”, de acordo com os melhores tradutores judeus, significa “por um pouco de tempo”.
O “homem” – ou o ser humano –, então, é potencialmente uma Deidade criativa, um Logos ou Cristo. Os Elohim são, também, os sete principais Planetas do nosso Sistema Solar; cada um, como o Sol, é um ser vivo, orgânico e consciente; cada um possui um espírito criador, ou melhor, é um espírito criador e isso é mostrado no Livro do Apocalipse 1:4 como “Os sete espíritos diante do trono”; cada um é o criador do seu próprio corpo e todos eles constituem sinteticamente o LOGOS, ou Palavra criadora de Deus.
São João, em sua Primeira Epístola, no capítulo terceiro, referindo-se ao ser humano em seu desenvolvimento último, diz: “seremos semelhantes a Ele, pois O veremos como Ele é”. E Jesus, o Cristo, disse de Si mesmo depois da ressurreição: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28:18). Esse é o ser humano cuja análise do ser demonstrará o Sol como nossa Divindade. Ao analisar a constituição do ser humano como um microcosmo, nós o encontramos como um ser composto de sete veículos, um veículo dentro de outro veículo, mas não como muitas caixas uma dentro da outra, cada uma separada e distinta da outra, não; no entanto, cada uma permeando a outra, estando o todo entrelaçado como um ser inteiro.
Desses veículos, o mais externo, o mais grosseiro, aquele que se manifesta à natureza senciente, é o Corpo Denso. Como já foi dito, esse é composto de substância química, o resultado da evolução desde o plano do mineral ou da cristalização.
Ele teve sua origem durante o Primeiro Dia da Criação, ou Período de Saturno, quando, como pensamento-forma, brotou da Mente e do Coração da Deidade através do duplo processo de Involução e Evolução: primeiro descendo na matéria para o plano mais baixo e depois ascendendo desse plano através daquele maravilhoso processo de transmutação que chamamos de Evolução. Assim, temos o que encontramos hoje no ser humano em sua expressão mais externa.
Esse Corpo Denso e grosseiro é essencial como base da consciência desperta e um instrumento através do qual o Espírito Virginal manifestado aqui (o Ego, a Individualidade) residente, ou divindade interna, pode se manifestar, podendo adquirir experiência para posterior desenvolvimento. Imediatamente o envolvendo está o Corpo Vital, às vezes chamado de “o duplo”, pois é o molde no qual o Corpo Denso é formado; também o chamamos de Vital, referindo-nos à substância da sua composição; também é chamado de “fantasma”, porque, como visto por Clarividentes, ele paira sobre a sepultura do Corpo Denso por um tempo mais longo ou mais curto.
Esse Corpo Vital é o princípio da vida no plano físico, porque enquanto permanece envolvendo o Corpo Denso, esse último se une a ele e adquire consciência; em sua partida, a consciência no plano físico desaparece e o Corpo Denso se desintegra.
O Corpo Vital é composto de quatro Éteres, variando em sutileza entre si. O mais denso deles é o Éter Químico e é o meio para a assimilação da matéria grosseira introduzida no organismo para sustento físico; é, também, o meio para a excreção ou expulsão dos resíduos do Corpo Denso.
O Éter seguinte em sutileza é o Éter de Vida, o meio de propagação. O próximo Éter em sutileza é o Éter de Luz ou Luminoso, o meio da percepção sensorial. O último e mais refinado dos Éteres que compõem o Corpo Vital é o Éter Refletor e ele é o meio usado pela memória.
O Corpo Vital é essencial porque sem ele não poderíamos manifestar a vida nem exteriorizar os Corpos internos ainda mais elevados. Esse Corpo teve seu estágio incipiente durante o Segundo Dia da Criação, o Período Solar, em seu estágio arquetípico.
Esses dois planos constituem os dois veículos que temos no Mundo Físico. O próximo plano superior e mais refinado do nosso ser é chamado de Corpo de Desejos. Constitui a sede das emoções da Força de Repulsão, do Sentimento de Interesse e de Indiferença e da Força de Atração que representam três divisões gerais; mas, cada uma dessas divisões é subdividida em planos mais diminutos. O mais baixo desses planos, o da Força de Repulsão, é subdividido em três sub-planos. O mais baixo deles é a sede das Paixões e dos Desejos Sensuais ou inferiores; o sub-plano logo acima é a sede das impressões ou da Impressionabilidade; o mais alto desses sub-planos no plano da repulsão é a sede dos Desejos.
O plano do Sentimento é subdividido em dois sub-planos. Quanto mais baixo for o assento do Sentimento de Indiferença, maior será o registro do Sentimento do Interesse. O terceiro e mais elevado plano do Corpo de Desejos é o da Força de Atração, subdividido em três. O mais baixo desses sub-planos é o da vida da alma – Vida Anímica; o sub-plano logo acima é o da luz da alma – Luz Anímica; o sub-plano mais elevado no plano da Força de Atração é o do poder da alma – Poder Anímico.
O Corpo de Desejos, em seu sentido mais geral, é a sede das forças psíquicas e teve seu início durante o Terceiro Dia da Criação, ou Período Lunar; mas apenas como um pensamento-forma.
Os dois planos gerais que foram mencionados, o físico e o de desejo, constituem a Personalidade do ser humano, a chamada “natureza decaída”, e é aquela parte individual do ser humano que é mortal e condenada a se desintegrar. Indo ainda mais fundo na constituição do ser humano, chegamos à Mente.
Esse plano é subdividido em duas subdivisões gerais, a do Pensamento Concreto e a do Pensamento Abstrato, chamadas também de “Mente inferior” e “Mente superior”. A primeira dessas Mentes é o elo entre o divino e o humano; o imortal e o mortal estão subdivididos em quatro subdivisões. A mais baixa delas é a sede das Formas Arquetípicas, as concepções de forma.
A próxima superior é a sede dos Arquétipos da Vida Animal, ou a concepção do Corpo Vital. O próximo nível superior é a sede dos Arquétipos do Corpo de Desejos e da emoção. O sub-plano mais elevado da “Mente concreta” é a sede das Forças Arquetípicas e da Mente humana.
Sinteticamente, a “Mente concreta” é a sede do início do processo criador. É o ponto focal da “Mente superior” ou criadora, o ponto em que ela se espelha pela substância primordial no início da longa jornada através da matéria.
O plano superior da Mente é o do Pensamento Abstrato e é a esfera do Espírito Humano, o plano inferior do Ego. Esse veículo é dividido em três subdivisões, sendo a mais baixa a subdivisão que contém Ideias Germinais de Desejo e Emoção tanto no animal quanto no ser humano. O sub-plano dentro dele é aquele que contém a Ideia Germinal da Vida na planta, no animal e no ser humano. A mais interna dessas subdivisões da Mente abstrata é aquela que contém a noção germinal da forma no mineral, no vegetal, no animal e no humano. A Mente ou intelecto do ser humano teve sua origem durante o Quarto Dia da Criação, o Período Terrestre em que vivemos agora, porque antes dele a vida orgânica não tinha nem cérebro e nem Mente.
O Ser Humano é Intimamente Semelhante a Toda Vida abaixo dele e a Toda a Vida Acima Dele
Que todos os livros sagrados, tanto entre os orientalistas quanto entre os ocidentalistas, comecem com uma cosmogonia sempre foi um grande mistério para os teólogos ortodoxos. Eles estão acostumados a considerar isso como algo puramente arbitrário. Isso porque eles não têm a menor ideia da base cósmica da teologia e da Religião. Eles pensam na criação da ordem universal e na criação do ser humano como atos distintos, como duas criações separadas, sem conexão alguma entre si bem definida.
Sendo monoteístas, eles não têm uma concepção de “muitos deuses e muitos senhores”, como o grande Mestre afirma, ou que esses deuses e senhores já foram seres como você e eu somos. É essa ignorância que os levou a formar ideias únicas sobre a pessoa do Cristo, quanto à sua divindade essencial. Eles não pensam que Ele já atravessou um estágio evolutivo que denominamos “humanidade” no sentido que imaginam as pessoas comuns, mas é dito que Ele foi aperfeiçoado pelas coisas que sofreu, assim como todas as outras pessoas são aperfeiçoadas.
Eles confundem o Logos como Deus criador com o Absoluto, a Causa indiferenciada de todas as causas. Isso os levou a considerar o ser humano apenas como um humano que pode se tornar divino por um ato especial da Deidade, um presente imediato; mas, eles não podem dizer como. Assim, toda a teologia ortodoxa, de todas as escolas, é uma confusão, um enigma inextricável baseado em meros dogmas.
A conclusão lógica a ser retirada dos relatos da criação de todos os livros sagrados é palpável; mas, esses livros não são lidos logicamente e isso é um grande mistério que pode ser atribuído ao puro preconceito. Veja, por exemplo, o relato bíblico dessas criações. “No princípio Deus (os Elohim ou deuses criadores) criou os céus e a terra”. Então, mais tarde, “Deus disse: façamos o homem à nossa própria imagem e semelhança”. Claro, isso se refere ao ser humano em seu resultado como Elohim ou criadores de Mundo, porém mostra que intimamente o macrocosmo e o microcosmo são um, sendo o último um filho ou descendência do primeiro; isso também confere um fundamento cósmico a todas as coisas.
Os sete Mundos (Mundo de Deus, Mundo dos Espíritos Virginais, Mundo do Espírito Divino, Mundo do Espírito de Vida, Mundo do Pensamento, Mundo do Desejo e Mundo Físico) são realmente sete planos de existência; na esfera macrocósmica, sete planos dentro do espaço ocupado por nosso Sistema Solar; na esfera microcósmica, sete planos de existência dentro do ser humano. Esses são planos que estão acima ou dentro, planos cada um mais alto ou interno que o outro, expressando uma condição mais atenuada da substância que ocupa espaço. O Plano do Absoluto, que de fato não é um plano, mas o Todo-inclusivo, é a Fonte dos planos inferiores ou externos; e não é matéria diferenciada, mas uma contínua massa, o “manto sem costura”, por assim dizer. É uma substância espiritual absolutamente não-fenomenal. É o “Nada” (porque é totalmente vazia de objetos e fenômenos); é a Coroa que está à frente de tudo, que tudo produziu e a tudo governa. Nisso vemos a lei de correspondência entre o maior e o menor, o que está acima e o que está abaixo.
Costumava-se pensar que o espaço fosse um vácuo e os tradutores da versão bíblica do Rei Jaime o consideravam assim, pois declaravam que antes da criação a Terra era não apenas sem forma, mas também vazia e essa palavra, “vazia”, significa um vácuo.
Nessa suposição foi sustentado pelos teólogos que “do nada Deus criou todas as coisas”, uma ideia realmente impensável. Mas, com a descoberta da teoria ondulatória da luz, tornou-se necessário conceber uma substância de estrutura granulada e repleta de espaço; assim, surgiu o átomo como hipótese. Entre os místicos, o átomo sempre foi reconhecido, mas entre os cientistas materialistas é uma descoberta moderna. O átomo é o ponto geométrico repleto de vida e de tudo que a vida, em todos os planos, implica; nessa descoberta foi estabelecida a harmonia entre as esferas física e metafísica.
Essa substância criadora é chamada, pelos místicos, de elemento ígneo e, pelos cientistas modernos, de névoa ígnea; mas, em seu estado primordial, embora ainda indiferenciado, no estado absoluto, era o elemento aquoso, mas não a água comum como a conhecemos; porém sua quintessência, a água eterizada em seu mais alto estado de tenuidade. Isso está de acordo com a declaração da Bíblia: “E o Espírito de Deus movia-se (pensava profundamente) sobre a face das águas”. E assim foi dito que todas as coisas procederam da água. A primeira emanação do Absoluto foi a Luz: “E Deus disse: Haja luz, e houve luz”. O agente universal, ou a expressão da Deidade no plano do relativo, era a Luz, a primeira irradiação do Seu semblante, o princípio vivificante da Natureza. Em sua manifestação é o elemento ígneo.
O átomo, ou ponto geométrico, foi a primeira diferenciação do Absoluto, o primeiro passo no processo criador, sem o qual o fenomenal teria sido impossível. É o princípio vital do universo, bem como sua manifestação localizada. É, também, o princípio vital e a manifestação localizada do ser humano e de todos os outros seres vivos. Uma vida percorre tudo e essa vida é divina, embora Ela Se manifeste em planos abaixo do essencialmente Divino.
Todas as formas têm dimensões de extensão como comprimento, largura e espessura; mas o ponto, a base de tudo, não possui nenhuma dessas dimensões: é um mero ponto infinitesimal no espaço. E ainda, por ser a base de todas as formas, possui sinteticamente todas elas dentro de si, desde as massas nebulosas até as formas mais sólidas do plano concreto. Possui em possibilidade tudo o que existe nos Mundos metafísico e fenomenal, abrangendo tanto formas quanto forças, objetos e leis que os governam.
Na esfera microcósmica, refere-se ao ponto germinativo, a semente, a partir do qual o feto se torna criança antes de se desenvolver na matriz. Na esfera da Mente, representa o ponto de consciência produzido pela imagem na imaginação da Divindade criadora, seja Deus ou ser humano, referente à criação futura em qualquer um dos planos. É a estrutura arquetípica do Arquiteto divino.
Em relação à Divindade Cósmica, é a imagem de toda a criação e tudo o que ela abrange; no referente ao Ego humano, é a imagem do seu próprio corpo ainda a ser formado no plano concreto. O ponto, portanto, representa a esfera das formas arquetípicas, o Primeiro Dia criador, o Período de Saturno da Terra.
No processo criador, o espaço era necessário, mas não o espaço em sentido geral como o parquinho das formas ou o campo de suas operações, pois esse sempre foi apenas o interstício entre os átomos. O mais sutil dos átomos, aquele que permeia todo o espaço e é um ponto, está assim envolvido.
Possui espaço em escala muito reduzida como seu campo de ação individual, de modo que na primeira Onda de Vida do Absoluto as vibrações foram iniciadas entre os átomos e eles foram polarizados; assim, o movimento começou sendo o segundo passo na Criação, o segundo princípio da Criação. Dessa maneira, o ponto possui em si, estaticamente, todos os princípios criativos como poder, ou força, discernimento, ordem, coesão, fermentação, transmutação e desintegração. Nele estão todas as cores para a visão; todos os sons para o ouvido; todos os gostos para o paladar; todos os odores para o nariz; e toda sensação para o sentido do tato.
Toda a gama de Planos está sinteticamente abarcada no átomo, ou ponto. Isso novamente mostra a base cósmica de todas as coisas em todos os Planos. No processo de Involução do espírito na matéria há cinco Ondas de Vida, quatro além da primeira que forneceu o ponto e essas correspondem aos Quatro primeiros dias criadores. Essas Ondas de Vida, tomadas em conjunto, constituem a Grande Respiração tanto no macrocosmo quanto no microcosmo e dela são modificações.
Essa Grande Respiração é aquele movimento ondulatório que é a causa da Involução da matéria cósmica e indiferenciada no universo diferenciado. A cada Onda de Vida o Espírito desce cada vez mais fundo no vórtice da matéria concreta. Outras Ondas de Vida realizam o trabalho de Evolução pelo qual o Espírito envolvido na matéria grosseira é levado ao seu estado primário de indiferenciação; e assim, continuamente, dentro e fora, o trabalho criador continua para sempre.
Mas, Involução e Evolução são processos opostos: um sai do centro (força centrífuga) e o outro vai para o centro (força centrípeta), assim como é verdade na expiração humana, quando o ar sai, e na inspiração, quando entra. A Fonte da Grande Respiração, não a Sua origem, pois nunca Se originou e sempre esteve operante, é Deus no sentido absoluto, em Quem reside eternamente a autoconsciência absoluta, o autoconhecimento e a automaestria. “Meu Pai trabalha até agora e Eu trabalho”, disse o grande Mestre, e porque o Movimento primordial é incessante, as Ondas de Vida são uma necessidade e a criação é o seu resultado lógico.
Essas Ondas de Vida agem tanto positiva quanto negativamente, proporcionando um período de atividade criadora que é seguido por um período de descanso, de cessação do processo criador por algum tempo. Isso é ilustrado em todos os planos e em todos os ciclos. Nossa noite e nosso dia o ilustram; durante o dia há atividade e à noite há descanso, a recuperação para as atividades do dia seguinte. O inverno e o verão novamente manifestam essa dinâmica. A idade das trevas, seguida das idades de ouro, é outra expressão cíclica dessa grande verdade. Em todos os planos, a vida e a morte são ilustrações dessa grande lei; a vida é o período de atividade para o desenvolvimento da alma; a morte, o período de descanso e recuperação para um novo nascimento.
Assim, os vários planos são abarcados pelo processo de Evolução e Involução. Há um grande significado na declaração bíblica da Criação — “E houve uma noite e uma manhã, Primeiro Dia”. Nem as esferas macrocósmicas nem as microcósmicas descem ou sobem por movimento uniforme; mas, por ciclos e planos. Essa é uma grande lei dentro do plano do relativo. Como o Sol é o grande doador de vida e a Lua é considerada um Mundo morto pelos orientalistas, esses dois movimentos são chamados respectivamente de “a respiração do Sol” e “a respiração da Lua”.
Ambos os períodos, diurno e noturno, eternamente sucessivos, fundem-se em um estado de força que está prenhe de ambas as fases, positiva (ativa) e negativa (passiva), que é quando nenhuma força está ativa, embora ambas existam em estado estático, ou potencial, de suspensão. Essa também é uma grande lei do estado relativo e se manifesta tanto no universal quanto no particular, em todos os planos e em todos os ciclos. A obra de diferenciação não estava completa até que veio uma divisão da sexualidade, simbolizada por Eva sendo retirada de uma parte de Adão.
A relação sexual é apenas um arranjo provisório, instituído como meio de geração no grosseiro plano animal. Como as coisas são, foi uma necessidade à sua maneira, mas nunca deveria ter descido ao plano da luxúria, que é o plano do pecado, da ilegalidade, da morte, da doença e de todos os males aos quais a nossa Onda de Vida está sujeita. Expressa a “Queda do Homem”. A obra da redenção é realizada por meio de uma vida regeneradora, pelo cultivo da vida acima da luxúria, pela proficiência de superar todos os desejos inferiores, incluindo a “concupiscência da carne”.
O resultado do processo Regenerador é a restauração ao estado de equilíbrio, à unidade com o Pai, à vida de dois sexos, ao estado andrógino, quando Adão possuía Eva dentro de si. O grande Mestre disse: “No céu não se casam nem se dão em casamento, mas são como os Anjos”. Agora, o estado de sexo duplo, no qual o homem e a mulher estão separados, pode ser chamado de período diurno; morrer para todo desejo pode ser chamado de período noturno; o resultado da restauração do homem e da mulher ao estado andrógino, quando ambos os sexos se fundem em um, mas nenhum está ativo, é o período de repouso absoluto ou restauração absoluta.
Essa lei é válida tanto nos ciclos mais diminutos quanto nos maiores e em todos os planos da vida, do vegetal ao humano; é válida no macrocosmo e no microcosmo. O ser humano é intimamente semelhante a toda vida abaixo e toda vida acima dele; sua linha de desenvolvimento é sempre assim, primeiro para baixo e depois para cima, para dentro do vórtice e para cima na espiral: sempre e ciclicamente.
Qual é a fonte dos elétrons, ou substância espiritual, e dos vários planos de consciência?
É universalmente admitido que o Sol é a fonte de luz e calor, que está no plano químico ou no plano etérico. Agora, muitos cientistas admitem universalmente que o elétron, ou o Éter, que nos planos superiores é o alimento do nosso ser espiritual superior, é uma radiação do Sol. Em resumo, todos os fenômenos, toda luz, todo calor e toda vida em todos os planos emanam do grande orbe central do nosso Sistema Solar. Novamente, se a consciência existe na substância, mais desperta ou menos de acordo com o plano alcançado, então e logicamente a consciência em todos os planos existe no Sol. O Sol, assim e inquestionavelmente, é um ser vivo e consciente, a fonte de toda vida e consciência; como tal, é a Deidade do nosso Sistema Solar.
O que é verdade para o Sol também é verdade para todos os orbes planetários, pois os vários Planetas e asteroides que compõem o nosso Sistema Solar saíram do Sol através do processo nebular, que no departamento macrocósmico corresponde ao processo de gestação no departamento microcósmico da natureza. Todas as esferas cósmicas nasceram do Sol como um bebê nasce da sua mãe. Os Planetas são filhos do Sol como todos os seres humanos que têm filhos de fato são pais.
Não é mera fantasia poética chamar nossa Terra de mãe, pois ela o é nos planos inferiores do nosso ser. A vida inerente a ela produz toda a vegetação que, em infinita variedade, cresce na superfície dela e que é tão essencial para a alimentação animal e humana. Os vários gases constituem sua aura e produzem a água e a atmosfera tão essenciais para a existência contínua de todos os seres que bebem e respiram.
O que é verdade para o Sol e a Terra a esse respeito também é verdade para cada um dos sete Planetas e para os subplanetas e asteroides — porque cada um é uma personalidade viva, que respira e é consciente em vários planos de tenuidade e com graus variados de espiritualidade. O Sol, o pai de tudo, sinteticamente abraça todos, e os Planetas e asteroides permitem a análise do ser do Sol. O próprio Sol, em relação ao nosso Sistema Solar, é o Deus Pai-Mãe, possuindo polaridade dual.
Do ser mais íntimo desse grande centro recebemos a mais alta espiritualidade de que somos capazes, assim como do seu invólucro mais externo recebemos o nosso Corpo Vital.
O Planeta Mercúrio, que está muito perto do Sol e, portanto, dizemos que habite no seio do Pai, é o meio através do qual os vários outros Planetas ou divindades recebem suas várias características; pode-se dizer que, através dele, eles se aproximam do Pai.
Esse pequeno Planeta é, assim e em sentido cósmico, o mediador entre o grande Pai e seus filhos planetários, o logos de nosso Sistema Solar, o Cristianismo cósmico.
Por essa razão ele sempre foi considerado o Mensageiro dos Deuses e suas irradiações despertam e alimentam a consciência Crística dentro de nós, pelo menos no plano da Mente. Ele é, portanto, o “deus do intelecto”. Para as almas não desenvolvidas, cuja consciência não ascende acima da Mente concreta, ele é o “deus do conhecimento concreto”, o conhecimento comum pertencente apenas a esse Mundo perecível, o Mundo material; mas, para as almas bem desenvolvidas, nas quais a consciência Crística foi despertada, ele é o “deus da sabedoria divina”. Embora essa sabedoria seja produzida no Sol, ela não chega até nós diretamente do Sol, pois como elemento ígneo ele nos consumiria, pois Deus é fogo que consome. “Ninguém pode aproximar-se do Pai senão pelo Filho”. Mas Deus não é apenas um Sol, Ele também é um escudo; isto é, Ele protege Sua grande Glória, que tudo consome, através dos Planetas.
A próxima Deidade planetária situada a partir do Sol é Vênus, a deusa Vênus, a bela estrela matutina e vespertina. Ele representa o elemento Amor do Sol. Os raios do Sol, focalizados nele e irradiados para o nosso mundo, despertam em nós a emoção da afeição, de modo que, junto a Marte, ele é corregente do Corpo de Desejos, tanto em suas manifestações inferiores quanto superiores. O amor é o grande unificador tanto na Natureza como na natureza humana. No processo criativo, a força positiva ou centrífuga é, como Ismael, o grande desintegrador, movendo “a mão de um homem contra outros homens”; mas o amor, como o de Cristo, atrai tudo para tudo o mais.
A influência dos raios de Vênus une elétron a elétron e compõe o átomo; une átomo com átomo, construindo moléculas; une molécula a molécula, compondo as células; une células com células e cria tecidos e órgãos; une órgãos a órgãos, construindo organismos… Levando esse princípio mais longe, ele rompe a tendência dos micróbios de se oporem uns aos outros e, assim, tornarem-se mortais mutuamente, unindo-os em uma fraternidade amorosa e vivificante. Entrando no plano da vida humana, faz com que as pessoas comparem notas, afundem as diferenças e gravitem juntas em um todo unido, despertando aquela afeição sagrada e divina dos pais por seus filhos, o que os leva a fazer todo e qualquer sacrifício pelo bem-estar deles; além disso, ela desperta em toda a vida senciente — dos pássaros aos animais — o amor e cuidado pela sua progênie, algo que se aproxima do amor materno.
Em qualquer lugar que esteja posicionado em um horóscopo, o raio de Vênus tende a eliminar as dificuldades e a criar e manter a harmonia. Sem a influência de Vênus, toda a Natureza, toda a natureza humana e toda a natureza senciente desmoronariam e dariam lugar ao caos universal.
Sobre as almas que ainda estão apenas no plano da consciência mortal, a influência dessa “Deusa do amor” amortece o senso de harmonia e beleza, de modo que a pessoa se torna preguiçosa, desordenada e carente de autorrespeito, sendo incapaz de sentir amor verdadeiro, tornando-se uma pervertida e licenciosa. Mas, nas almas bem avançadas, indicadas tanto por suas condições de nascimento quanto por suas vidas, Vênus desperta e alimenta as emoções superiores e o amor altruísta.
O próximo Planeta ou Deus é a Terra, o Planeta que representa nosso lar, o teatro de nossas atividades, a escola na qual recebemos nossa educação, a teórica e a prática, a esfera da nossa evolução e desenvolvimento. Este Mundo Físico constitui o plano de tudo o que é da Terra, terrestre, o invólucro externo do próprio Mundo e de todos os seres orgânicos sobre a face do globo. Assim, a Terra expressa o elemento terrestre do Sol. Nela, o Sol, focalizando seus raios, desperta em nós e alimenta a porção perecível da nossa complexa natureza. Como o Sol, cada um dos Planetas possui polaridade, a positiva, ou ativa, e a negativa, ou passiva, e ambas as expressões da vida terrena são assim manifestadas aqui. Ela é nossa Deusa Pai-Mãe e eleva essa relação dual até nós. O físico e denso, mesmo no plano de cristalização, tanto no macrocosmo quanto no microcosmo, é essencial para o processo de evolução.
Começamos a crescer no nível mais baixo, e a quintessência desse plano, expressa em termos de Espírito, é necessária como elemento constitutivo desse puro estado espiritual ao qual todos nós tendemos. Almas subdesenvolvidas no plano terrestre são intensamente terrenas, rudes, ignorantes, feias em forma e caráter, precisando de muitos renascimentos para trazê-las ao padrão de santidade. Mas, aquelas que estão no caminho reto e estreito para cima são esotéricas em pensamento, consciência e vida, apresentando muito da divindade do ser para a qual todo o sistema planetário se esforça para nos levar.
A Lua, o satélite da Terra, é geralmente classificada entre os Astros influentes em sua relação com a Terra. O elemento negativo, ou passivo, domina a Lua de modo que ela é considerada, assim como a Terra, um Astro mãe ou Deusa. Na relação da Terra com o Sol a Lua é um meio e no plano terrestre é a esposa ou deusa do Sol. Como esposa do Sol ela recebe o ofuscamento dele, ou fertilização, e seu principal atributo é o da fecundação. Ela constitui a matriz para o Pai-Sol depositar Sua semente para a geração de todas as gestações e nascimentos. Segundo o relato bíblico, foi Gabriel, o Anjo, quem anunciou a Isabel o vindouro nascimento de João, o Batista, e a Maria, o vindouro nascimento do Cristo na pessoa de Jesus, o Nazareno.
Marte, a Deidade avermelhada e ruiva, é o próximo Planeta que se estende da Terra e do Sol. Sua expressão especial do Sol é o vigor ou energia dinâmica. Ele rege a cabeça, positivamente, e as partes íntimas, negativamente, e essas são as sedes da força: uma força ligada aos arquétipos do cérebro ou da Mente e a outra às formas concretas que são geradas pela Mente e alcançadas pela involução. Marte se projeta em Áries e gera formas de matéria grosseira em Escorpião.
A força dinâmica de Marte é vista em toda a Natureza e sem ela não poderia haver progresso. A eletricidade disseminada no espaço é apenas uma força estática, um gigante adormecido; mas, quando está sob a influência do Sol torna-se uma força dinâmica e serve à humanidade iluminando o mundo, transformando a noite em dia, levando suas mensagens através dos continentes e sob os mares, impulsionando máquinas e, assim, unindo nações, aniquilando distâncias, construindo uma civilização evoluída.
Os leitos de carvão da terra são conservadores do calor do Sol e neles uma poderosa energia jaz latente, em alguns casos durante eras; mas, quando finalmente essa poderosa energia é liberada pelo processo de consumo do carvão outro poderoso gigante é liberado e, estendendo-se à utilidade, ele se torna um poderoso poder dinâmico. O calor aquece nossas casas, cozinha nossa comida, dá nova vida a corpos resfriados pelo frio, gera vapor e move nossos carros, barcos e fábricas; consequentemente, é outro grande civilizador. Essas e todas as outras forças dinâmicas que são controladas e guiadas em canais de utilidade sob a influência desse ígneo deus Marte são o bem mais valioso que a humanidade possui no caminho da civilização e do desenvolvimento da Onda de Vida humana; embora às vezes esse poder possa parecer brutal, ele, de modo geral, representa o progresso.
No entanto, se esses poderes escapam do controle da masculinidade superior e os servos se tornam os senhores, eles se tornam destrutivos, como no caso da guerra que devasta grandes extensões de território e dizima grandes cidades, consumindo as finanças das nações e esgotando o agregado do elemento humano. O poder dinâmico pode se tornar um flagelo tão grande quanto possível ou ser uma bênção para nossa Onda de Vida humana. Pode se tornar um fogo destruidor que é mais mortal do que todos os explosivos existentes.
Marte também é o deus do desejo. Ele concentra a vida solar no desejo e na emoção, despertando os espíritos animais. Assim, ele intensifica o espírito de Vênus do Corpo de Desejos. Ele também intensifica a mentalidade Mercurial, seja para o bem ou para o mal. Os tabus do Oriente orientam a todos no caminho de “matar o desejo”. Mas, o mundo ocidental, com desejos energéticos bem direcionados, operou transformações maravilhosas na Terra, criando uma civilização muito além de qualquer outra que já a precedeu. E aqui é a razão que não devemos “matar o desejo” e sim dominá-lo.
A próxima divindade planetária a partir do Sol é Júpiter, o gigante do céu. Ele é o deus do idealismo e, portanto, da Religião; focalizando os raios do Sol, transmite aos habitantes da Terra o ímpeto religioso do Sol. Sua influência em todos os planos é a mais benéfica de todos os Planetas do nosso Sistema Solar. Ele é o deus das grandes oportunidades não apenas no desenvolvimento da alma e na realização espiritual, mas, também, nas coisas temporais. Saturno representa limitações e infortúnios; se estamos familiarizados com os dados astrológicos, estamos acostumados a culpar esse Planeta “malévolo” por todos os nossos infortúnios; mas, na verdade, nossas bênçãos sob Júpiter superam em muitos nossos infortúnios, assim chamados, sob Saturno. Posicionado na Casa da prosperidade, Júpiter dá riquezas; na Casa da honra ele confere popularidade e renome.
As crianças subdesenvolvidas de Júpiter são religiosas pela esperança de recompensa ou são capciosas, apenas desempenhando um papel pela esperança de ganho. No plano superior, os filhos e filhas dessa divindade são pessoas santas. Os subdesenvolvidos esbanjam seu dinheiro mal ganho em coisas pertencentes ao plano do real em vez do ideal; os mais avançados não apenas têm tudo o que o coração poderia desejar, mas também o usam com benevolência e sabedoria. A classe inferior ganha notoriedade, enquanto os sábios adquirem fama honrosa ao longo da vida.
Saturno, o deus das limitações, vem a seguir quando nos afastamos do Sol. Através dessa divindade os raios do Sol são especializados em obstruções. Na mitologia grega ele é chamado de Cronos, que significa o deus do tempo e o tempo é limitação. No desenvolvimento da alma, são necessários obstáculos e limitações para evitar que a pessoa mergulhe de cabeça em caminhos destrutivos. “Tão perto e tão longe”; os prazeres dissipadores são apresentados a nós e, tendo falhado repetidas vezes em superá-los, a alma conclui que deve se purificar desses desejos baixos e, assim, o processo de auto purgação continua. Isso pode se referir a prazeres comuns, à obtenção de dinheiro ou posições, a honras buscadas…
Saturno é também o Satã da Bíblia, o grande tentador e provador, como no caso de Cristo Jesus e Jó. Não que ele seja malévolo, desejando a nossa queda. A malevolência é apenas aparente, a visão superficial do sujeito; mas, ele nos testa para ver se somos capazes de suportar os testes de discipulado e domínio. Ele não se alegra com nossos fracassos, mas os lamenta como qualquer instrutor lamenta o fracasso de um aluno. Na verdade, ele é um aliado de Deus, não um inimigo. “Meu filho, não considere levianamente a correção do Senhor (Saturno), nem desanime quando for reprovado por ele, porque o Senhor corrige a quem ama e açoita todo filho a quem repreende”.
Como o deus do Tempo, Saturno produz decrepitude e decadência. Em nossa juventude, o Sol derrama um fluxo constante e resistente de vida através do nosso organismo, dando aparentemente a promessa de imortalidade na carne. Todo jovem possui um excesso de vitalidade. Isso continua até o zênite da vida; mas, então, quando o Sol começa sua queda, quando desce em direção ao horizonte ocidental, quando a Natureza parece estar cansada e nos aproximamos da morte, assim, depois que o vigor completo foi alcançado, a decrepitude e a decadência começam quando o poder de Saturno supera o do Sol e nos aproximamos das sombras da morte em Escorpião. Essa lei de Saturno, e todas as outras, de fato, percorrem todos os departamentos da vida e, também, a natureza.
Os castigos de Saturno não são agradáveis, mas dolorosos; no entanto, eles produzem em nós os frutos pacíficos da justiça. Foi afirmado por Cristo Jesus, o maior dos Mestres, e o que é válido para Ele é também para todos nós. As obstruções despertam a resistência e a resistência desenvolve a força, em todos os planos.
Os recém-descobertos Planetas-deuses Urano e Netuno estão ainda mais distantes do grande centro, sendo o último o mais distante. Cada um, como todo o resto, são especializações das forças solares. Foi dito que eles são o início de outra oitava de Espíritos Planetários e, como tal, estão em um plano superior aos outros Planetas.
Urano é considerado a oitava superior de Vênus e, portanto, expressa o elemento de amor da Deidade no plano divino, que é puro e altruísta. Essa é a esfera do coração puro, em que vemos apenas Deus ou o bem, pois desse ponto de vista tudo é bom. A alma que pulsa em resposta às vibrações uranianas é como Deus, pois O vê como Ele é.
Urano rege os Éteres superiores, de modo que aqueles que vivem no plano dos Mundos inferiores são os mais afligidos de todos e sofrem mais com seus castigos. Comunidades, nações e o mundo em geral, embora existam no plano inferior, também são afligidos, assim como os indivíduos, mas de maneiras diferentes, por cataclismos por exemplo. Todas as visitas dessa divindade são repentinas e inesperadas, como insuficiência cardíaca em indivíduos ou terremotos em países.
Netuno, o mais distante e o último descoberto, é a divindade dos mares, oceanos e do elemento aquoso em geral. Diz-se que ele é a oitava superior de Mercúrio e, como tal, é o deus da Mente superior, da sabedoria divina. Ele é a divindade mais espiritual de todas, até onde sabemos.
Assim como Mercúrio é o Portador da Luz do Sol externo ou físico, Netuno é o Portador da Luz do Sol interno ou espiritual, que é do deus Vulcano. É missão especial de Netuno nos elevar ao plano dos deuses, os membros da Hierarquia do céu.
Os místicos declaram que além de Netuno existem três Planetas, mas se três, por que não cinco, perfazendo ao todo uma segunda oitava? Esses três deuses planetários regem os três Signos mais complexos ou altamente desenvolvidos; primeiro Virgem, que se relaciona com o processo de refinamento da nossa Onda de Vida humana e com a purificação da alma individual; a seguir, Libra, o Signo do casamento da alma e do espírito, ou da unidade com Deus; finalmente, Escorpião, o Signo da morte, mas para a imortalidade da alma individual.
Dissemos que o Sol do nosso Sistema Solar é o Deus Pai-Mãe, e Mercúrio, o Cristo ou mediador; mas, na relação do nosso Sistema Solar com os maiores, o Sol é, Ele mesmo, o LOGOS, o Cristo Cósmico.
Entre as constelações, ou aglomerados de estrelas, Touro parece ser aquela com o qual estamos mais intimamente relacionados, se é que não fazemos parte dela. No pescoço de Touro existem sete estrelas brilhantes chamadas Plêiades, que dizem exercer uma influência muito agradável sobre nosso organismo: “Podes atar a doce influência das Plêiades?” ou “Podes amarrar as lindas Plêiades?”, ou ainda: “Podes afrouxar as cordas de Órion?” (Jó 38:31). O centro desse aglomerado é Alcyone, e é dito ser o grande Sol central em torno do qual todo o nosso Sistema Solar, com outros Sistemas Solares, gira uma vez a cada vinte e cinco mil anos, um ciclo chamado de Precessão dos Equinócios. Se isso estiver correto, então Alcyone é o maior Deus Pai-Mãe.
Seguindo esse processo, podemos avançar e penetrar na profundidade abismal do espaço até alcançar o maior de todos os centros e o maior de todos os sóis, que, por excelência, é a Divindade do espaço universal, de duração infinita, de todos os ciclos e todos os sistemas; assim como o nosso Sol especializa sua influência por meio dos Planetas, esse Deus universal especializa seu Ser absoluto por meio dos vários sóis e Sistemas de Mundos.
O Dia de Saturno
Os dias da semana têm, respectivamente, o nome dos vários Planetas do nosso Sistema Solar. Sábado é o dia de Saturno – Saturday em inglês. De acordo com o relato do Gênesis, o sábado foi o sétimo e o último dia da semana. E como era o dia seguinte à conclusão do processo criativo, foi reservado como o dia de descanso ou sábado do hebraico Shabat, descanso, e durante toda a história do povo hebraico, foi observado como tal.
Na medida em que os Dias da Criação não são mais considerados como sete dias e noites literais, mas longos períodos de tempo, exceto por um grupo relativamente pequeno de ultraliteralistas, o sétimo Período é considerado a longa Noite cósmica ou Período de descanso, fechando o processo criativo e apresentando a nova Criação. Por todos os místicos, esse sétimo Dia é dividido em duas partes.
A parte do dia eles chamam de Período de Vulcano e a metade da noite é geralmente entendida como o Período de Saturno. Isso o torna a Era introdutória do novo processo de Criação ou do primeiro Dia da Criação e, como a Criação está eternamente em andamento, todos os começos dos sistemas solares são vistos como o Período de Saturno.
No último artigo desta série, discutimos as limitações de Saturno como “Tempo, o Velho Pai” e mostramos que ele é o Planeta da obstrução e da destrutividade; no entanto, há outras lições a serem aprendidas com o profundo conhecimento desse Planeta e das coisas para as quais ele dá suporte. Para algumas dessas lições nós gostaríamos de direcionar a atenção dos leitores deste artigo.
A primeira lição é a da transição da escuridão para a luz. Saturno é uniformemente considerado o Planeta da escuridão. A própria ideia de descanso indica isso. A noite é o período de descanso e o dia, o de atividade. Mas, como devemos entender o significado dessa transição? A noite não é apenas o período de descanso, mas também de recuperação: um estado preliminar para um novo dia, uma nova vida, um novo nascimento; em suma, uma ressurreição. Porém, o novo dia deixa Saturno e seu trabalho para trás e é o começo de uma condição muito maior que a de descanso. Em um sentido muito profundo, o descanso implica não apenas a noite, a escuridão ou a recuperação; mas a própria morte.
A morte, devidamente entendida, é um período de escuridão no que diz respeito às formas, um período de inconsciência, de recuperação, de reunir os resultados das complexas experiências da vida anterior, que preparam a inauguração de uma nova e mais alta forma de vida. O novo dia, ou período, é chamado domingo ou o dia do Sol – Sunday, em inglês. Como domingo, ou o dia do Sol, foi o Dia da Ressurreição de Jesus, o Cristo, esse dia simboliza a ressurreição, pois o Dia de Saturno representa a morte.
Há uma questão muito debatida hoje sobre qual dia deve ser observado como cumprimento da exigência de YahwehI – Jeová – de “guardar meu sábado”[1]. Ultrassabatistas afirmam que o sábado deve ser observado; mas o cristianismo ortodoxo defende a observância semanal do domingo. Para ser fiel ao significado dos símbolos, a primeira classe argumenta que descanso, recuperação, escuridão e morte são ideias mais elevadas do que ressurreição, dia, luz e uma nova vida. Aqueles, ao adorar o sábado, inconscientemente adoram Saturno ou o Satã da Bíblia, o grande destruidor, o tentador, o acusador; os outros adoram o Sol, o doador da vida, o sustentador, a luz e o fornecedor de calor; em suma, a verdadeira Deidade do nosso Sistema Solar.
Se for perguntado, então, como a ideia de Saturno foi usada e comandada pelo Deus do Antigo Testamento, a resposta será simples e palpável. A escuridão sempre precede a luz e, vindo primeiro, é naturalmente a primeira a ser usada. Mas, a escuridão é elementar, provisória, efêmera. Representa o começo das coisas, as etapas da infância; porém, de acordo com a lei do crescimento ou evolução, deve ser seguida pelas ideias mais elevadas da humanidade, da vida superior. O advento do Cristo foi a separação dos caminhos. Adão foi feito uma alma vivente; Cristo, ou “o segundo Adão”, tornou-se um espírito vivificador. A ressurreição seguiu a morte de acordo com a lei do crescimento e tão certamente quanto o dia segue a noite. Apegar-se ainda ao dia de Saturno como o ideal mais elevado é voltar ao antigo hebraísmo, ao estado da infância, é inverter os ponteiros do mostrador do tempo. Para a atual Era, a Era de Peixes, a próxima Era, a Era de Aquário, vai melhorar a Humanidade, assim manter o dia de Saturno e respeitar na vida tudo o que isso implica retardar a evolução, impede o crescimento da Humanidade e faz da sepultura o lugar de descanso de tudo o que o ser humano é: Corpo, Alma e Espírito.
É verdade que os sabatistas esperam uma ressurreição futura, algo que ainda virá, e isso no sentido literal de ressurgir de sepulturas terrenas e de corpos físicos, de Corpos Densos. Mas, essa literalização é destrutiva para toda espiritualização da Humanidade. A ressurreição não é um evento futuro, mas está aqui e agora. “Se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima”[2], são as palavras do inspirado São Paulo. Cada manhã é uma ressurreição; cada avanço feito em qualquer plano ou departamento do nosso ser maravilhosamente complexo é uma ressurreição. São Paulo buscou o poder da ressurreição e disse que ainda não o tinha alcançado, mas que estava lutando para alcançá-lo.
O poder da ressurreição foi expresso pelo grande Mestre quando, depois de ter saído do túmulo, declarou que todo poder ou autoridade Lhe havia sido dado[3]. Esse mesmo poder foi proporcionado ao ser humano no momento da sua criação. E os Elohim disseram: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre o gado, sobre toda a terra e sobre todo réptil que se arrasta na terra”[4]. Esse domínio sobre o céu, a terra e todas as obras das mãos de Deus não foram realmente dados ao ser humano naquela época, nem ele ainda o alcançou; foi dado apenas como uma possível conquista e essa conquista virá como o resultado de uma vida ressurreta.
Ultrassabatistas alegam que as escrituras não defendem o respeito ao domingo e esse é o seu desafio. Hoje, porém, essa autoridade existe na observância do “Dia do Senhor” pela Igreja Apostólica (Católica ou Protestante); mas, na ausência disso a Natureza, que é o livro mais inspirado de Deus, prova essa transição de maneira mais conclusiva. Em toda parte da natureza isso é observado. A cópula, a concepção e a gestação, em todos os planos, vegetal, animal ou humano, representam o Período de Saturno da escuridão e da morte; enquanto o nascimento a seguir é o período do Sol de ressurreição em estágio mais elevado. São Paulo, ao discutir o princípio da ressurreição, usa essa mesma figura. Mas alguém dirá: “Como os mortos são ressuscitados e com que tipo de corpo?”. “Tu és um tolo; aquilo que tu semeias não produzirá a menos que morra; e aquilo que tu semeias não é o corpo que deve ser, mas um grão nu, pode ser acaso de trigo ou outro tipo; mas Deus dá o corpo como Lhe agrada e cada um semeia o próprio corpo.”[5].
Nenhuma disputa deve ser oferecida contra o sábado ou o domingo. Os princípios envolvidos em ambos são essenciais: um representa a involução e o outro, a evolução; um é elementar, o outro é avançado. Existem vastas multidões de pessoas que ainda não estão suficientemente amadurecidas para superar o processo literalista. Elas precisam observar o sábado ou o dia de Saturno e encontrar sua Religião sobre as ideias envolvidas nesse caso; outras são mais avançadas e precisam situar sua Religião na concepção da ressurreição, mesmo que seja uma interpretação literal de ressurreição. Cada classe representa um estágio de desenvolvimento.
Os dois são necessários em sua relatividade: o mais elevado, para trabalhar internamente como Deus, desejando e atuando por seu próprio prazer, como um ímã espiritual que atrai para cima a parte inferior; o menos elevado, para ganhar experiência pelo toque com o mundo concreto e, assim, evoluir para o mais alto até que os dois se tornem um. KAPH, a décima primeira letra do alfabeto hebraico e a primeira da superior série simbólica, ilustra esse grande princípio adotado na dupla ideia da morte seguida pela vida. A palavra significa literalmente “a Palma da mão” e denota força.
Eva foi a primeira na transgressão e por seu poder de persuasão induziu Adão a seguir seu exemplo. Nisso ela demonstrou seu poder superior; mas, na queda resultante, o seu desejo se dirigia ao marido, de modo que ela se perdeu nele. A mente carnal luta contra a espiritual e a espiritual, contra o carnal e nos estágios elementares a mente carnal é vitoriosa sobre a mente espiritual. No estágio mais avançado, o Ego, ou Cristo interno, liberta a natureza caída, assim como o Cristo expulsou os “sete demônios de Madalena”[6]; é então que, o “homem natural”, purgado de todos os desejos, torna-se casado com o “homem espiritual”.
É assim que o sábado, tendo feito sua obra de morte e destruição, introduz o domingo com sua glória de ressurreição e absorve em si a quintessência do sábado, tornando-se assim mais rico. A criação, que é geração, incluindo tudo o que entendemos por esse termo, é a donzela prostituta, a trabalhadora do mal, porque os que praticam o mal o fazem à noite. É a morte das envolturas, a morte do corpo, “porque no dia em que dela comeres, morrendo tu morrerás”[7]. Esse é o trabalho preparatório do primeiro Dia da Criação, mas a regeneração é a redenção da Criação, o novo nascimento ou nascimento de Deus (o Sol).
Essa transição da escuridão para a luz é o maior dos mistérios. “Grande é o mistério da piedade, Deus manifestou-Se em carne”[8]. Saturno transmutado em Sol, engolido pelo Sol, as duas forças, masculina e feminina, nessa união andrógina, agindo e reagindo, dão origem aos Novos Céus e à Nova Terra, onde habita a retidão. Essa é a consumação do processo de expiação no cosmos; o princípio corre por toda parte, da Deidade à ameba e da ameba de volta a Deus.
Outra lição a ser aprendida dos princípios envolvidos na ideia de Saturno é a lição da Lei e sua transição para os princípios eternos que estão envolvidos no ser aperfeiçoado.
Muito está sendo dito por ministros, pastores e padres a partir de seus púlpitos em todo o mundo Cristão sobre o contraste que existe entre a Lei e o Evangelho ou entre os estados de estar sob a lei e estar sob a graça. Mas, pelas conclusões tiradas é evidente que eles têm apenas uma concepção muito superficial da verdade real. Essa nebulosidade decorre do fato de que eles não têm conhecimento da base cósmica da Religião e da Teologia, não entendem adequadamente as lições mais profundas da própria Bíblia, pois praticam o Cristianismo popular.
A lei se relaciona com o estado de limitação, de tempo, de localidade, de finito. Saturno, sendo o “deus da limitação”, é o “deus da lei”. Ele é referido pelo grande Mestre como o “deus deste mundo”. É o domínio de Satanás que torna a lei uma necessidade. Onde não há lei não há pecado. A lei é feita para os injustos, não para os justos. É um mero arranjo provisório para conter o mal, até que a iluminação divina nos eleve acima da lei, quando nos tornaremos uma lei para nós mesmos. Sendo restrição, uma força negativa, impede o crescimento e trabalha para a morte. “Porque a letra <lei> mata.”[9]. Legalismo e literalismo são gêmeos e ambos são descendentes de Saturno. Os legalistas estão sob a lei e não sob o princípio envolvido no Evangelho; no entanto, muitos podem se imaginar convertidos a Cristo ou nascidos de Deus.
[1] N.T.: Ex 20:8
[2] N.T.: Col 3 :1
[3] N.T.: Mt 28:18
[4] N.T.: Gn 1:26-28
[5] N.T.: ICor 15:36
[6] N.T.: Lc 8:2
[7] N.T.: Gn 2:17
[8] N.T.: ITm 3:16
[9] N.T.: IICor 1:3
O Mal é uma Crença Fixa e Falsa da Mente Mortal
O processo de Involução (a parte do Esquema de Evolução que começa no Período de Saturno e vai até a metade da Época Atlante, nesse Período Terrestre) não implica necessariamente a queda da Humanidade (a “Queda do Homem”) em pecado, doença e morte reais — no cultivo e no domínio do espírito de luxúria. Mas, uma vez que o espírito de limitação foi instituído, havia a responsabilidade de descer ao plano e domínio da Mente concreta. Essa condição se impôs a nós durante a Época Atlante e cresceu a tal ponto e a um estado de tal virulência que se diz que Deus se arrependeu de ter feito o ser humano (Gn 6:6).
Existe uma escola de pensamento hoje que combate a ideia da “Queda do Homem”, afirmando que o ser humano surgiu da condição mais baixa de vida e de forma e que o processo tem sido um avanço contínuo. Rejeitando o processo de Involução, os adeptos dessa filosofia lutam por uma geração espontânea de formas de vida. Os chamados cientistas, entre eles, podem ser encontrados examinando a água em barris de chuva ou poços de lodo na esperança de descobrir o processo.
Outros fazem testes com substância protoplasmática no esforço de produzir vida e formas. Mas, esse esforço é uma luta para produzir algo do nada, o que obviamente é impossível. A única solução viável para a questão da origem das formas de vida é a da Involução, que explica as formas de vida como tendo irradiado do grande luminar central, que é o Deus do nosso Sistema Solar. Sob essa hipótese também havia a possibilidade da “Queda do Homem”.
Com uma Humanidade degenerada em Suas mãos, caída em um estado tão baixo em todos os sentidos, a grande obra da Deidade foi resgatar e redimir a Humanidade, uma tarefa estupenda mesmo para um Deus. A Lei, então, com suas severas penalidades, tornou-se uma necessidade; época em que os cataclismos foram introduzidos como assistências na obra de salvação humana. No desenvolvimento inicial de todos nós, antes que Urano fosse descoberto ou sua influência nefasta fosse sentida em grande extensão, Saturno era o “deus da lei e dos cataclismos”. Mesmo hoje, o reinado de Saturno como o “deus do mal” e da destruição não foi totalmente superado. Ele ainda é considerado, por muitos, o grande malévolo devido o reino da lei ainda ser dominante, na verdade, uma necessidade para muitas pessoas.
Os quatro Evangelhos, como um agente salvador, tem estado ativo desde a introdução do Cristianismo e cada vez mais no sempre crescente espírito de reavivamento e nos seus resultados. Mas, a mensagem do Evangelho para a igreja e o mundo hoje é baseada na concepção exotérica do Cristo Salvador. Ele é o Salvador que foi, e de um modo nebuloso ainda é, de uma forma comercializada, literalmente um pagador da nossa dívida com a Lei, por causa da nossa pecaminosidade, tanto a atual quanto a herdada de “nosso pai”, Adão. A graça é, portanto, um dom imediato e a imortalidade, que é o seu resultado, também.
De fato, não há mal, nem natural, nem cívico, nem moral. O mal é a ilusão da Mente mortal, uma condição mental que foi produzida por termos “comido” da Árvore do Conhecimento do bem e do mal. O que a Humanidade considera o mal é, em grande parte, resultado da ignorância, se não totalmente. É verdade que dizem ser o resultado da ordem divina “Não comereis dela” e, assim, o pecado também é visto como a transgressão da Lei.
Distinguir entre o bem e o mal é uma base necessária para o crescimento moral; o crescimento moral é essencial para o desenvolvimento da alma e a experiência espiritual. Era bastante apropriado, portanto, que, como condição necessária para o desenvolvimento inicial, a cegueira fosse nosso guia. As crianças são assim educadas; elas são ensinadas, por exemplo, a acreditar em Papai Noel. Existe um verdadeiro Papai Noel, mas não como elas são instruídas a acreditar. Esse é uma ilusão que serve a um bom propósito no desenvolvimento educacional da criança. Mais tarde, ela descobre que o verdadeiro Papai Noel é seu pai ou seu responsável e, assim, capta o espírito (de gentileza) e cultiva a benevolência de um “Papai Noel” para seus filhos e para os infelizes que não têm pais ou têm pais pobres demais para dar presentes para seus filhos.
Na nossa ignorância, em seu estágio bruto, somos ensinados pela linhagem divina a acreditar na existência real do mal como sendo o antípoda do bem. Mais tarde, percebemos que isso é apenas um pouco de romance, mas tem um respaldo sólido e, pois, no desenvolvimento que se segue nós ganhamos uma experiência que só a lei e a letra poderiam dar. Acreditar no mal moral tem a sua sequência na crença no mal natural; então, somos instruídos a acreditar que no dia em que comermos do fruto proibido “morrendo morreremos”; assim, através da Mente iludida, nós nos tornamos vítimas da doença, de acidentes, de perdas e mortes.
Isso tudo é elementar. Deus não vê o mal. Seu “olho é puro demais para contemplar a iniquidade”[1]. Ele está além da idade da ignorância e do romance e vê as coisas em sua verdadeira luz. O coração puro não vê o mal, mas vê Deus ou o bem, apenas. O ponto de vista tem muita relação com esse assunto do mal. “Para os puros todas as coisas são puras, mas para os impuros (ignorantes) nada é puro”[2]; “Aquele que é nascido de Deus não peca e não pode pecar porque é nascido de Deus”[3]. Ver o mal é ser mau e Deus é absolutamente puro. Essa ideia, embora horripilante para almas rudes, é verdadeira; é simplesmente o método de Deus para o desenvolvimento humano do estado juvenil para o estado superior.
Essa concepção é a quintessência do Evangelho como um poder para salvar ou elevar da ilusão do mal para a clara luz do Sol da verdade e da liberdade. A verdade enganosa, assim chamada, é escravidão; ela estreita, limita, produz uma consciência mórbida; mas, a Verdade liberta. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”[4]. A verdade é o objetivo ideal, mas a ilusão leva a ela e, então a ilusão é necessária. O real e o ideal andam de mãos dadas com o real dominando por um tempo, mas acabando por se tornar subserviente ao ideal. A lei, o domínio de Saturno, é universal em nosso mundo, abrangendo todos os departamentos da vida. A violação de seus mandatos na Natureza é a base de todo o mal natural: no governo artificial é o crime, a base das instituições e punições penais que vão das mais triviais até a prisão perpétua ou até mesmo a perda da própria vida; na esfera moral é a base de uma consciência acusadora e da concepção ilusória de uma Geena (o suposto inferno de fogo eterno aonde as almas são enviadas para sofrer), de um tormento sem fim como resultado de uma maldade incorrigível. Mas, com a crescente inteligência da Humanidade, particularmente ao longo da linha da verdadeira ciência e, mais especialmente, da ciência esotérica e cósmica, o “reino da lei” está relaxando e a graça a está, gradualmente, o substituindo.
A verdadeira ideia do Evangelho e o real significado da graça estão crescendo rapidamente. Quanto ao mal natural, a Mente está substituindo a terapêutica como agente de cura; quanto ao cívico, os tribunais de justiça estão estendendo o privilégio de liberdade condicional e os executivos estão mais frequentemente comutando sentenças e perdoando criminosos; quanto ao mal moral, os tormentos de um inferno sem fim como punição merecida para os culpados estão sendo substituídos por instituições purgatoriais e remediadoras, a Geena e o Hades da Bíblia, corretamente entendidos.
O mundo, incluindo todos os tipos literais de religiosos, ainda está sob o domínio da lei em todos os seus movimentos de reforma e propaganda. Desconhecendo as leis da vibração superior, ou da ajuda divina e superior, a igreja depende do “espírito do dinheiro” para sustentar o ministério, o missionário e todos os seus empreendimentos de organização, de respeitabilidade e de forças civis para inaugurar a temperança e as reformas para lidar com o mal social. Na verdade, Saturno rege todos os departamentos da igreja, bem como o estado.
Mas, os dias sagrados, os sábados e domingos, as leis em todos os departamentos, o pecado, a doença e a morte, Satanás, o Inferno e todos os outros inimigos da Humanidade, com todos os desejos desordenados, ambições baixas e motivos egoístas, serão gradualmente conquistados e abolidos para que “o novo Céu e a nova Terra”[5] possam ser introduzidos. O processo de superação é o processo de elevação do inferior ao plano do superior, ou não seria redenção, mas morte e não daria início ao “dia do Sol”, mas permaneceria na sepultura durante um dia interminável de Saturno.
A mediação será então para sempre dispensada, não sendo mais necessária, pois cada alma se tornará como Deus, vendo-O como Ele é, será um Ego consciente de Cristo, um coerdeiro, junto ao Cristo, da herança do mais alto céu. Então, até mesmo o Cristo despojará Sua coroa diante do trono eterno para que “Deus seja tudo em todos”[6].
Estando “mortos em delitos e pecados”[7], o processo de redenção é pela morte, um morrer para a carne, para que possamos ressurgir em vida nova, a vida do Espírito. O pecado mata e para morrer para o pecado é preciso morrer para si mesmo. O décimo segundo termo do alfabeto hebraico ilustra isso de forma impressionante, a letra LAMED. A palavra significa literalmente um “aguilhão” e significa uma surra ou castigo. Dessa palavra surgiu o termo “lamm”, que significa bater com força. Essa ideia é expressa em todos os planos, em processos multiformes e nos mitos e lendas de todos os religiosos, tanto orientais quanto ocidentais. Uma das primeiras lendas da Bíblia é a de LAMECH, que matou um jovem que o feriu — a morte precedendo uma vida mais elevada e divina.
Caim matou Abel e Abel renasceu como Set; Sansão matou o Leão e da sua carcaça foi extraída doçura; o Cristo foi crucificado por Seus inimigos… Isto é Satanás, que morre para a carne a fim de alcançar uma gloriosa ressurreição, a elevação da alma à unidade com o Ego ou o Pai interior. Em todos os lugares, onde uma semente viva tenha sido plantada adequadamente, ela morre ou permaneceria sozinha; mas na morte do seu invólucro, o germe ou divindade interior brota e produz uma nova e mais elevada forma de ser.
Essa é a Lei da Graça, ou o favor imerecido, devidamente compreendida. Assim, o “dia de Saturno” se funde naturalmente com o “dia do Sol” como a noite se funde com o dia e a morte, com o renascimento.
[1] N.T.: Hab 1:12
[2] N.T.: Tit 1:15
[3] N.T.: IJo 3:9
[4] N.T.: Jo 8:32
[5] N.T.: Apo 21:21
[6] N.T.: ICor 15:28
[7] N.T.: Ef 2:1
Involução, Evolução e Epigênese
Cientistas modernos adotaram a teoria da Espiral para as formas, os ciclos, os movimentos e tantos outros fenômenos como hipótese de trabalho. Essa ideia tem sido conhecida não como teoria, mas como verdade científica pelos místicos de todas as eras passadas. A evolução não ocorre em círculos, muito menos em linha reta. O círculo nunca nos faria avançar; a linha reta nos levaria a qualquer lugar, ou melhor, a lugar nenhum. Todas as formas são espirais.
A vegetação, da menor à maior, cresce em espiral. Todas as frutas são em forma de espiral; o mesmo se aplica a ovos de todas as variedades. Todos os organismos que possuem o Corpo de Desejos — insetos, peixes, animais e seres humanos — são moldados dessa forma. No ser humano há uma relação espiral entre o quadril, o ombro e a mandíbula; em alguns casos, esse fenômeno é bastante acentuado. Os Astros também apresentam características espirais.
Todos os movimentos são em espiral, seja uma bala projetada de uma arma, um ciclone se movendo sobre a terra, um redemoinho no riacho, a rebentação do oceano ou os movimentos das esferas umas sobre as outras.
Todos os ciclos são espirais, do mais minucioso ao maior possível. O período da Criação, tomado como um todo, é uma vasta espiral. Os sete Períodos criadores são, cada um, uma espiral e cada um faz sete voltas em sua ascensão em direção ao ápice. Cada uma das Eras precessionais é uma espiral; os séculos também, assim como os anos, meses, dias, horas, minutos e assim por diante, até o menor ponto infinitesimal de tempo. Esse é o processo universal de gestação e nascimento, pois ambos são movimentos, forças e formas. A vida, a morte e o renascimento, que se repetem continuamente, seja do ser humano ou dos mundos, expressam o movimento espiral.
Como mostrado no artigo anterior, os fenômenos não ocorrem apenas em espiral, mas em ciclos de atividade e de repouso: dias e noites, vida e morte; avanços e aparentes retrocessos; fluxo e refluxo; verão e inverno; e durante os períodos de descanso, os frutos dos períodos de atividade são reunidos e guardados com o propósito de enriquecer o ser e intensificar a autoconsciência.
Hierarquia Celestial
O trabalho de envolvimento da vida e o desdobramento dos órgãos, tanto internos quanto externos, superiores e inferiores, é realizado não apenas pela Deidade Suprema de maneira geral, mas Deus é auxiliado pelas Hierarquias Criadoras, Seres que avançaram do estágio humano para o estágio de glória e todos incorporados no Absoluto. Cada um tem o seu próprio trabalho designado para realizar, um trabalho exatamente adequado ao seu estágio de progresso. Todos esses Seres, por mais gloriosos, por mais avançados que sejam como Divindades ou Criadores de Mundos, são frutos de ciclos criadores anteriores e avançaram do estágio mais baixo possível das formas de vida.
Esses seres angélicos estão em vários estágios de desenvolvimento, desde aqueles que atingiram o estágio mais elevado até aqueles que possuem menos consciência do que a Humanidade comum; todos são ajudantes de uma forma ou de outra e por meio da ajuda prestada estão ajudando a si mesmos a avançar para alturas mais elevadas, assim como avançamos nesta vida ao contribuir com o progresso dos outros. Eles não são apenas ajudantes dos desdobramentos iniciais da vida, mas ajudam uns aos outros, auxiliando os seres angélicos superiores nos planos inferiores. Nem todos ajudam em todos os momentos, mas cada classe aguarda o seu tempo até que haja trabalho adaptado a ela.
No Reino de Deus a ajuda mútua é um dos grandes princípios, mas em nosso estágio de desenvolvimento pouco é praticado nessa direção, pois cada um está muito ocupado com seus próprios assuntos para dar um pensamento útil a seu irmão ou a sua irmã; mas, à medida que a Onda de Vida humana avança, o altruísmo também avança e o egoísmo gradualmente se dissipa.
O crescimento da alma, na melhor das hipóteses, é extremamente lento; começou na manhã da criação e prossegue Era após Era através de muitas vidas, até o fim dos tempos. Existem, no entanto, almas avançadas e retardatárias; aquelas que avançaram ao longo do “caminho reto e estreito” por meio de exercícios especiais, auxiliadas pelos seres angélicos, e que venceram a corrida muitas Eras antes dos soldados rasos e esses, que, nada sabendo da possibilidade de tal vantagem, e talvez não se importando, elaboram seu destino na forma ampla da vida comum; os retardatários são aquelas almas que retrocedem na corrida, ficando para trás de Era em Era, e que têm até a quinta Revolução desse Período Terrestre para alcançar o ritmo nesse Esquema de Evolução; caso contrário perderam as condições de continuarem evoluindo nesse Esquema de Evolução. Desses alguns ainda estão no estado da Onda de Vida animal, mas deveriam estar no plano humano. Entre os pioneiros do antigo Ciclo Criador, que assumem sua tarefa neste ciclo, como se retomassem o trabalho de um dia anterior, exatamente de onde pararam, alguns ultrapassaram os novos iniciantes e se tornaram os Irmãos Maiores do nosso ciclo, sendo uns mais avançados do que outros.
Ao longo do caminho há todos os estágios de desenvolvimento, desde a alma vegetal e mais baixa, ainda inconsciente ou cuja consciência está no estado de sonho, até o Senhor da Mente mais elevado que, como luz celestial e brilhante, permanece diante do Trono Eterno. Existem todos os graus de seres humanos nesta vida, desde o recém-nascido ao centenário; dos mais estúpidos e ignorantes aos Mestres de Sabedoria; e o que é verdadeiro para a vida orgânica e microcósmica é igualmente verdadeiro para os organismos macrocósmicos ou esferas.
Esse trabalho de ajuda externa, feito pelos vários planos de Espíritos angélicos, prossegue de plano em plano como Espíritos grupais que sempre carregam suas cargas cada vez mais altas, até que o plano do humano seja alcançado e o ser humano se torna uma individualização autoconsciente do Ser Espiritual, ganhando independência à medida que a Vontade se torna cada vez mais livre do domínio da carne, quando ele não precisa mais de ajuda externa e se torna uma lei para si mesmo. Nesse estágio, a experiência, transmutada em Sabedoria é o seu instrutor e ele, como as “filhas do Rei”, torna-se então “todo glorioso por dentro” e rapidamente desenvolve poder e autoridade semelhantes aos dos deuses.
Essa consumação é o resultado de um processo duplo: o primeiro consiste na construção gradual dos vários invólucros ou corpos do espírito inerente, por meio dos quais ele deve se manifestar nos vários planos de consciência correspondentes ao veículo. Esse processo costuma ser chamado de período de Involução e significa o envolvimento do Espírito na matéria, em vários graus de tenuidade.
No ser humano, é o trabalho de preparação para a experiência humana em todos os vários planos do Ser, porque sem um corpo a experiência e a consciência são inviáveis. O último processo, o período de existência consciente, consiste em utilizar os veículos para a aquisição de experiência, sabedoria e poder: é a transmutação do ser humano em Deus. Este processo é chamado de Evolução, o que significa a evolução de todos os invólucros de volta ao Espírito puro.
O ser humano, sendo uma individuação da Deidade e possuindo uma vontade independente, é uma Individualidade, de modo que, não apenas não há dois iguais, mas também não há dois que agem da mesma forma sob as mesmas circunstâncias ou situações semelhantes. Os animais são controlados por um Espírito-Grupo; eles não possuem independência de vontade e ação. Eles são governados pelo instinto, não pela intuição. Às vezes, mostram feitos maravilhosos, como a abelha na construção dos alvéolos no favo; mas, todas as abelhas agem exatamente da mesma forma em seu trabalho e produzem de maneira igual as mesmas formas.
O mesmo comportamento se aplica ao castor, à formiga e a muitos outros insetos e animais construtivos. Eles nunca fazem qualquer melhoria em seu trabalho; o tempo passa e ele permanece o mesmo. O Divino ainda não foi individualizado neles. Não há gênio entre eles, pois o gênio é a expressão de uma Mente divina e, em conexão com a imaginação, faz do ser humano um criador dentro de si mesmo. O castor é um construtor sob controle; o ser humano é um construtor independente, de modo que é capaz de uma variedade infinita em todas as suas realizações. O instinto não é engenhoso, mas o gênio é.
Se algo acontecer e estragar as células do favo de mel, as abelhas o descartam e começam a construir de novo; mas, o ser humano, sendo um criador, é capaz de converter a derrota em sucesso. O ser humano, assim, não apenas evolui, pois, evolução significa mero desdobramento de possibilidades latentes, o simples crescimento ou desenvolvimento, como a evolução de um pássaro a partir de um ovo. Todas as formas inferiores de vida evoluem, mas o ser humano procede pelo processo de Epigênese.
A força dentro dele, que faz com que sua evolução seja mais do que um mero desdobramento de poderes latentes, que faz a evolução de cada indivíduo ser radicalmente diferente da de todos os outros, que fornece o elemento de originalidade e dá escopo à potência criativa que o ser em evolução deve cultivar por seus próprios recursos independentes para eventualmente se tornar um Logos ou uma Deidade criativa — essa força é o Gênio, o elemento desperto em nós por Deus.
Muitos cientistas avançados de hoje consideram a Epigênese um fato demonstrável; mas, os cientistas em geral, lidando apenas com os fenômenos, com a forma, reconhecem apenas a Evolução.
Muitos dos filósofos avançados do nosso tempo reconhecem tanto a involução quanto a evolução. Mas, os místicos combinam todos os três em sua filosofia — Involução, Evolução e Epigênese. A Epigênese não entra em conflito com a evolução, como alguns supõem. Max Heindel, no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, mostra que sem a Involução é impossível compreender a origem da Humanidade; sem a Evolução não podemos entender o constante desenvolvimento da Onda de Vida humana; e sem a Epigênese não podemos conceber porque o ser humano se desenvolve como o faz.
Os Ciclos
Como foi observado anteriormente, há em um vasto ciclo criador sete ciclos menores de duração uniforme, constituindo, cada um deles, uma noite e um dia criadores. Cada um desses ciclos é subdividido em sete ciclos menores de duração uniforme e possuem, também, respectivamente, sua noite e seu dia de igual duração; como o tempo nunca cessa, esses sete ciclos internos constituem uma espiral com o tempo sempre se movendo para cima em direção ao ápice. Também observamos que cada uma dessas noites e dias criadores recebe o nome de um dos Planetas do nosso Sistema Solar e que o Período de Saturno inicia o Tempo. Isso nos dá sete Mundos, bem como sete ciclos e cada Mundo corresponde a um ciclo. Cada um desses Mundos corresponde ao Planeta que lhe dá nome e possui um grau diferente de vibração, o que significa um estágio diferente de densidade que vai da pura substância espiritual até a matéria densa.
Embora nos refiramos a sete Mundos, deve-se entender que esses não são Mundos separados ou distintos, mas Mundos dentro de Mundos e, como no caso de nosso organismo, existem Corpos dentro de Corpos, desde o Corpo Denso até o Espírito Virginal. Eles correspondem exatamente, sendo o último a miniatura do primeiro e estando envolvido nele. O Sistema Solar é, portanto, uma unidade composta de um número infinito de unidades menores ou Sistemas Solares, desde o átomo até o Sol universal; como Deus é o Sol, tudo isso está contido em Deus e, de acordo com essa visão, “Deus é tudo em todos”. A separação, ou diferenciação dos Mundos, um do outro, ocorreu depois do Período de Saturno, cada um tendo nascido em sua estação de acordo com o surgimento de novas condições no Esquema de Evolução.
Os Mundos mais elevados, ou mais espirituais, muito naturalmente foram os primeiros a nascer e são os últimos a desaparecer, porque saíram diretamente do puro Espírito e ao mesmo retornarão. Com o passar do tempo, à medida que a Involução continuou, Mundos mais densos surgiram como veículos para a experiência, até que finalmente todo o sistema foi concluído, inclusive os três Mundos mais densos nos quais nossa atual evolução está sendo consumada e o elo de conexão entre os Mundos espirituais e superiores e o Mundo material, inferior, Região Química do Mundo Físico. À medida que esses Mundos servem, cada um, a seu propósito particular, como uma célula desgastada do nosso Corpo Denso que percorreu o seu curso, sua existência termina e, assim, com o tempo, todo o sistema é reabsorvido no centro cósmico Uno e Universal, quando outra longa Noite se segue, preparatória de um novo Ciclo criador. Assim, o processo de criação continua incessantemente, dia após noite, sistema após sistema.
Planos de Consciência
Antes do início da longa jornada do Espírito individualizado através da matéria, como Espírito Virginal, virgem porque não se encontrava contaminado pela matéria, ele estava no Mundo ou esfera do Espírito Virginal – o Mundo dos Espíritos Virginais –, que está próximo ao mais elevado dos sete Mundos, sendo o mais elevado o Mundo de Deus, onde não há diferenças, mas a eterna imutabilidade e, no entanto, é a Fonte eterna de toda a Criação.
Nessa época, possuía consciência divina e universal, mas não autoconsciência. Para obtê-la, era necessário que ele se envolvesse em um Corpo Denso e grosseiro; ou seja, que se tornasse humano, como conhecemos hoje o humano. Sem essa condição, ele não poderia associar-se a uma Alma, ou invólucro espiritual, nem poderia ter o Poder da Alma, o Poder anímico, fruto do seu trabalho no Tríplice Corpo. Finalmente, sem se manifestar na carne, jamais poderia se tornar um Logos ou uma Mente criadora. Teria, portanto, permanecido para sempre em sua morada nativa, possuindo apenas potencialmente essas vastas possibilidades, e Deus, o Pai-Mãe, teria sido para sempre um “Pai sem filhos”. Assim, a majestade do sexo não teria ganhado expressão. A ideia de uma Deidade eternamente inativa e de um espaço eternamente perdido e vazio é dificilmente concebível.
Deus anseia eternamente por Sua prole e os filhos cósmicos e microcósmicos são o resultado. O Espírito Virginal desceu primeiro ao plano do puramente humano e depois ascendeu de volta a Deus; na sua descida e ascensão Ele se tornou uma Deidade Criativa.
De acordo com o livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”, no início da Manifestação, Deus diferenciou dentro de Si esses Espíritos Virginais (que se tornaram seres humanos) como centelhas de uma Chama (Radiações) da mesma natureza e capazes de serem transformadas em Chamas ou Deuses.
A Evolução é o processo de abertura que deve atingir esse fim. Nos Espíritos Virginais estão encerradas todas as possibilidades do seu Pai Divino, inclusive o germe da Vontade independente que os torna capazes de dar origem a novas fases. As possibilidades latentes na Vontade são transformadas em poderes dinâmicos e faculdades disponíveis durante a Evolução, tais como são expressas em todas as formas vivas que se situam abaixo do ser humano em todos os planos inferiores, enquanto a Vontade independente institui projetos novos e originais, como expressam os seres humanos que se expressam como gênio, e são incorporadas na Epigênese.
Quando o Espírito Virginal se envolve no Plano imediatamente abaixo daquele do Espírito Divino e assim começa sua longa peregrinação, sua consciência, que vimos ser divina, torna-se totalmente cega, de modo que se torna completamente alheia às condições externas, como é o ser humano no mais profundo transe. Esse estado de inconsciência continua ao longo deste Plano e do Período que envolve.
Esse Período, como será mostrado mais tarde, é o Período de Saturno. No segundo, ou Período Solar, correspondente ao Plano do Espírito de Vida, a consciência se eleva ao estado de sono profundo ou sem sonhos. Durante o terceiro, ou Período Lunar, que é o terceiro degrau descendente na matéria e corresponde ao Mundo ou Plano do Pensamento, a consciência eleva-se ao estado de sono com sonhos. No meio do quarto Período, o Plano Terrestre, ao qual agora chegamos como Onda de Vida humana, a consciência alcançou o estado de totalmente desperta, a consciência de vigília.
Essa é uma consciência pertencente apenas ao mais baixo dos sete Mundos. Durante a metade restante deste Período, a Metade Mercurial, e todos os Períodos restantes — de Júpiter, de Vênus e de Vulcano —, a consciência, tendo sido totalmente despertada, continuará a se expandir à medida que a Alma avança para frente e para cima de volta para Deus, de modo que incluirá todos os seis Mundos acima do plano Físico, Mundos pelos quais anteriormente desceu através da Involução.
Enquanto o Espírito Virginal descia, assim, à matéria para formar para si os invólucros essenciais pelos quais poderia se expressar no plano do físico e do mental, as energias vitais inerentes a ele eram dirigidas por Seres superiores que ajudavam a voltar sua energia inconsciente para dentro, de modo a lhe permitir construir os seus próprios veículos. Durante todo esse tempo, o Espírito Virginal foi um feto indefeso e inconsciente sendo gestado no ventre da Natureza.
Mas, depois, quando veio o nascimento no Mundo objetivo, no plano do humano, e o Espírito Virginal avançou suficientemente e se equipou com o Tríplice Corpo, os olhos da sua consciência foram abertos e agora, como ser humano, seu olhar foi invertido: do Mundo interior para o Mundo exterior, para que as suas energias o conquistem.
Como ser humano, tornou-se agora potencialmente um Elohim, um construtor de Mundos: “Pois tu o fizeste um pouco menor do que os Elohim”. Para alcançar essa exaltada possibilidade, o ser humano deve necessariamente avançar pela Região Química do Mundo Físico, pelo Mundo do Desejo e, mais tarde, pelo Mundo Mental até atingir o plano do Ego, despertando sua consciência à medida que avança, ganhando total experiência e poder, conquistando a onisciência, a onipotência e todos os outros atributos divinos.
Assim, foi dado um esboço do Esquema da Evolução, de acordo com a Filosofia Rosacruz. Embora seja obscuro, é compreensível, especialmente por aqueles que avançaram o suficiente ao longo do caminho para se interessar profundamente pelos grandes problemas envolvidos. Que o conhecimento desse Esquema de Evolução, especialmente o seu domínio, é altamente importante, ficará evidente quando considerarmos que quanto melhor conhecermos os segredos ocultos da Natureza, com cujas leis e princípios temos de lidar, mais perfeito será o nosso poder sobre a Natureza.
Ignorar as forças ocultas é ser tão indefeso quanto um bebê nos braços de sua ama. Pouco a pouco essas Forças da Natureza estão sendo dominadas, como se vê na energia a vapor, no telégrafo elétrico, na energia elétrica, na luz elétrica, no telefone, na telegrafia sem fio, na telefonia e em muitos outros aparelhos da descoberta moderna no mundo prático. Mas, nos planos superiores, essas forças ocultas aparecem em possibilidades maravilhosas como na Clarividência, Clariaudiência, telepatia e forças espirituais afins. Conhecer e ser capaz de trabalhar com essas forças é tornar-se um colaborador da Deidade, usando possibilidades e poderes amplamente divinos.
Além disso, essas forças ocultas têm um lado sombrio e um lado positivo, trabalhando para a destruição e para a construção; elas se manifestam tanto na força satânica quanto na Divina. O raio não apenas opera ou pode controlar a maquinaria do Mundo, mas, na ignorância sobre o seu poder destrutivo ou sobre os seus modos de operação, alguém pode ser vítima de sua corrente mortal e o mesmo é válido para todas essas forças. A magia branca, ao elevar a Humanidade, eleva o mago; a outro, ao afligir sua vítima, aflige a si mesmo, criando material mortal para agoniar tanto esta vida quanto as futuras; é importante, assim, conhecer o uso de uma e se proteger da outra.
Encarnações Divinas
Tudo o que foi dito sobre a criação do Mundo e expressa o assunto em seus termos mais gerais também pode ser dito sobre a Involução e Evolução dos germes que ocorreram na humanidade, pois os dois foram concebidos, gerados e nascidos juntos.
É verdade que nossa Bíblia se refere ao ser humano, criado à semelhança e imagem de Deus, como a “obra-prima” da Deidade e o produto do sexto dia da criação, mas essa referência destina-se ao ser humano não como é hoje, muito menos como tem sido, mas como ele será em seu pleno desenvolvimento.
Como os Mundos, a vida microcósmica primeiro desceu por Involução ao plano de cristalização e depois ascendeu por Evolução, através dos planos do vegetal, do animal e do humano bruto, até o plano que agora ocupa, que, em seu estado normal, é ainda um humano puro, mas está avançando do humano para o divino. O Espírito dentro dos Corpos já esteve envolto em mineral, quando, como no caso da terra, a consciência estava em estado de transe profundo. Em seguida, avançou para o plano de vegetal, onde possuía um Corpo Vital e a consciência estava no estado de sono sem sonhos.
Ele então ascendeu ao estado animal, abrangendo toda aquela vida orgânica possuída por um Corpo de Desejos, em que a consciência foi despertada, mas não era autoconsciência, pois o Espírito ainda não estava individualizado, mas era governado de fora, de maneira parecida como os Espíritos-Grupo fazem hoje com a Onda de Vida animal. Finalmente, o espírito residente foi revestido de corpos humanos de carne e sangue, que são apenas transmutações da essência da vida mineral, vegetal e animal.
Dias de Criação
No desenvolvimento da vida orgânica e do ser espiritual são necessários sete vastos Períodos, como afirmado anteriormente, geralmente chamados de dias criadores, abrangendo em sua totalidade todo o Ciclo Criador. Cada um desses Dias é seguido por uma Noite de duração proporcional durante a qual as experiências do Dia anterior são revisadas e sua essência é reunida ao enriquecimento da alma.
Esses dias criadores recebem o nome dos Astros do nosso sistema solar na ordem do processo criador. A segunda metade do último dia criador, de acordo com o relato bíblico, é o sábado, cujo nome vem do Planeta Saturno; mas, de acordo com os místicos esse é o primeiro Dia, pois introduz o Tempo. O segundo Dia, o domingo, recebe o nome do Sol; o terceiro Dia, ou segunda-feira, o da Lua; o quarto Dia, ou a primeira metade do Dia terrestre, o de Marte; a segunda metade recebe o nome de Mercúrio; o quinto Dia, o de Júpiter, chamado pelos nórdicos de Thor, refere-se à quinta-feira; o sexto Dia, ou sexta-feira, tem o nome de Vênus; e o último Dia, que é a primeira metade do sábado, o de Vulcano, o deus do submundo.
Esses Astros específicos regem os vários dias da semana correspondentes. Embora os dias da semana recebam o nome dos Astros, os Períodos criadores mencionados não têm referência a eles, exceto no sentido mais amplo; mas, todos se referem à Terra, como o Período de Saturno da Terra, o Período Solar da Terra e assim por diante. O trabalho geral a ser realizado é indicado pelo Astro nomeado, pois o trabalho de Saturno deve ser realizado durante o Período de Saturno na Terra; o trabalho do Sol durante o Período Solar da Terra, etc.
Cada um dos Dias criadores é subdividido em sete períodos menores chamados de Revoluções e correspondem ao trabalho que deve ser feito durante todo o Dia criador, sendo o trabalho a ser feito durante a Revolução correspondente. Assim, como o trabalho de Saturno é realizado durante o longo Período de Saturno, um trabalho similar deve ser feito na Terra durante o subperíodo de Saturno do longo Dia terrestre e assim por diante.
Ao mostrar o trabalho a ser feito, então, durante o longo Dia de Saturno, que é um trabalho geral, mostramos de maneira específica o trabalho especial a ser realizado durante cada Revolução.
O que é indicado aqui sobre o Período de Saturno e as sete Revoluções de Saturno é verdadeiro para cada um dos outros Períodos e Subperíodos, como por exemplo o Período Solar, ou segundo Dia criador, está ligado de maneira geral ao trabalho do Sol, enquanto a primeira ronda do Sol tem relação com o trabalho específico do Sol e a da Lua, com o trabalho específico da Lua durante o segundo Dia criador…
Durante os sete longos Dias criadores e os quarenta e nove Revolução criadores, todo o trabalho de construção do Mundo e construção do ser humano — nos detalhes mais minuciosos, começando dos Espíritos Virginais que são inexperientes e não estão desenvolvidos, descendo e subindo, primeiro ao plano mineral e então, de volta, ao plano dos Espíritos Virginais, mas agora totalmente desenvolvidos e totalmente conscientes como Deidades criadoras — será completo.
Os literalistas de hoje têm muito a dizer e escrever sobre o “Plano das Eras de Deus”, mas o período abrangido e a obra a ser realizada, segundo eles, são tão insignificantes que parecem apenas uma gota em um balde, em comparação com o verdadeiro plano de Deus, apenas um instante de tempo dentro de uma época inteira, quando comparado à duração de um Ciclo criador. É tão vasto que está além da nossa capacidade de compreensão.
O Primeiro Dia da Criação
Esse, conforme explicado acima, é o Dia de Saturno, ou a segunda metade desse Dia. Entre os antigos hebreus, o sábado é uniformemente ensinado como sendo o sétimo ou último Dia criador, o Dia em que Deus terminou todas as Suas obras e entrou em descanso, o longo período de descanso do povo de Deus quando, eles completaram sua longa jornada através da matéria. Mas, como mostrado em artigo anterior, essa Noite deve preceder o Dia e a morte deve introduzir a vida; como Saturno é o deus da noite e da morte, ele deve ser o introdutor do primeiro Dia.
Assim, ele é representado na mitologia grega como o “Velho Pai-Tempo”, o deus que introduziu o tempo, o plano do limitado dentro do ilimitado, de modo que podemos ver prontamente que ele representa o Primeiro Dia Criador. Ele geralmente é representado como um homem velho, cheio de anos e maduro para se reunir com o grande depósito da eternidade.
Ele está sentado ao lado de uma mesa sobre a qual se vê uma ampulheta cujo objetivo é medir o tempo. Sobre o seu ombro está uma foice, indicando que o tempo ceifa todas as coisas para a eternidade. Nisso ele representa sinteticamente, como de fato ele controla, todo o tempo e, portanto, é o “Deus deste Mundo”. Sendo o deus do tempo, é sua missão construir e destruir todas as formas com o propósito de reconstruí-las em um plano superior da grande espiral. Esse trabalho reconstrutivo, no sentido mais geral, é o trabalho de construção de seres humanos e Mundos, como vimos acima, trabalho trazido de um Ciclo criador anterior.
De acordo com o relato bíblico, o trabalho geral feito durante o Período de Saturno foi um mero trabalho de concepção, um processo de reflexão introdutório à produção de luz. De acordo com a tradução do rei James, no início dos tempos “a terra estava vazia e vaga”[1]. Em certo sentido, isso era verdade, pois não havia formas ou organismos de natureza concreta como os que conhecemos; e ainda havia uma forma bem definida, uma vasta massa nebulosa que estava situada dentro do “grande abismo” do espaço. Antes que a criação realmente começasse, o espaço estava preenchido com a substância que compunha essa vasta nebulosa, mas em uma condição sem forma. Sendo sem forma, essa substância era fria e elétrica, um zero absoluto, de fato.
Mas, com o início da forma, o estado magnético da eletricidade foi introduzido e, assim, o calor permeou a forma. O Espírito, que é elétrico, é informe e imutável, portanto, eterno e sempre existente; mas, assim que assume a forma, por mais etérea que ela possa ser, Ele é trazido para dentro do alcance do Tempo, perde Sua espiritualidade essencial e é transmutado da condição de frio intenso à de calor incandescente. Antes do processo criador “as trevas cobriam o abismo”[2]; isso porque sem forma o espaço fica cheio de escuridão, pois fica em estado negativo.
A escuridão não é uma entidade como a luz, mas é a ausência de luz e na ausência de forma não pode haver luz. A luz é radiante ou refletida, seja a luz do Sol ou da Lua, mas em ambos os casos deve haver forma. Mas, com a gestação da nebulosa, a luz começou — luz e calor implicam-se mutuamente. Assim, no primeiro passo do processo gestativo, a forma bruta e a luz passaram a existir juntas. “Deus disse: “Haja luz” e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e Deus separou a luz e as trevas”[3].
“Deus chamou à luz “dia” e às trevas “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia”[4]. A escuridão pertence ao estado indiferenciado; a luz pertence à criação; é, portanto, uma medida do tempo assim como medimos por dias e noites. O primeiro Dia criador, então, foi a introdução do tempo, a transição da escuridão, da morte e frieza de Saturno para a luz cósmica que é vida e calor.
E, no entanto, a escuridão no estado indiferenciado é luz indiferenciada, pois o estado indiferenciado é o estado do indizível; é o estado do Espírito em Sua absoluta pureza. É escuridão apenas para o nosso sentido limitado da visão que, por causa de sua limitação, é incapaz de perceber a luz no plano do Espírito; “O homem psíquico não aceita o que vem do Espírito de Deus. É loucura para ele; não pode compreender, pois isso deve ser julgado espiritualmente.”[5], assim diz o inspirado S. Paulo.
[1] N.T.: Gn 1:2
[2] N.T.: Gn 1:2
[3] N.T.: Gn 1:3-4
[4] N.T.: Gn 1:5
[5] N.T. 1Cor 2:14