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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como devo Proceder nessa Época Santa do Ano?

Já está marcado nos céus o início de uma ação predecessora, isto é, que precede a um grande acontecimento. A 21 de setembro iniciou-se, mais uma vez, a descida de um Raio do Cristo Cósmico, e no dizer de nosso irmão Max Heindel, “um cântico harmonioso, rítmico e vibratório”, maravilhosamente descrito na lenda do Nascimento Místico, como um “hosana” cantado por um coro angelical, enche a atmosfera planetária e opera sobre todos nós como um impulso à aspiração espiritual.

Pelo Natal o Cristo nascera, mais uma vez, no centro da Terra, para vivificá-la e para, de novo, dar Sua vida a todos os Reinos da Natureza que evoluem nesse Planeta. Já o trabalho maior que tem um paralelo: o trabalho menor. A uma ação macrocósmica corresponde uma ação microscópica. Há uma disposição de forças em cada criatura – em cada microcosmo – o que tende a levá-la, por esta época, a consciência de seu Cristo interno. Toda a vida se predispõe a esse grande acontecimento, tanto no maior como no menor…

Tudo se adapta ao desígnio maior. Toda a natureza se rende, toda a vida instintiva cede passo à ação hierárquica dos valores mais elevados. A ação adaptativa se mostra em toda a sua plenitude e a razão está, então, como nosso irmão Max Heindel quando diz que: “a adaptabilidade é a chave do progresso e da evolução”.

Todos os anos há uma tentativa, uma ação de ordem espiritual no sentido de tornar a matéria física mais sensível aos impactos do Espírito. Está, portanto, em ação, tal como nos anos anteriores, um processo mais direto de sutilização da matéria por força desse “cântico harmonioso, rítmico e vibratório” que teve início a 21 de setembro.

O trabalho de Cristo começou novamente. Novas condições de vida, embora imperceptíveis para a maioria, surgirão a contar desse dia, em relação aos anos anteriores.

O processo alquímico no Cosmo se desenvolve sem interrupção através da adaptação integral da Natureza à Ação Crística. No microcosmo, a ação do Cristo interno deveria ser paralela à do Cristo Cósmico, mas não o é. As razões de ordem pessoais tolhem essa ação e a adaptação, quando há, se processa intermitentemente. O ser humano sofre, principalmente por falta de visão, por não poder ou querer dilatar seu horizonte.

Porém, a criatura nunca está desamparada. Existe sempre um auxiliar de Cristo junto a cada ser e, entre esses Auxiliares estão os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, fornecendo os meios necessários para a criatura adaptar-se à Ação Crística.

Dizem eles: “Se aspiramos conhecer a Deus e obter a Sabedoria Divina, devemos estudar a atividade do Divino Princípio em nossos corações. Devemos escutar-lhe a voz com o ouvido da inteligência e ler-lhe as palavras com a luz do divino amor, porque o único Deus que o ser humano pode conhecer é o seu próprio Deus pessoal, Uno com o Deus do Universo” (Livro: Cartas Rosacruzes). Este é o símbolo proposto por Cristo quando disse: “ninguém pode conhecer o Pai senão por mim”, isto é, pelo princípio Crístico microcósmico interno.

Tomás de Kempes diz no Livro “Imitação de Cristo”: “Filho, eu devo ser o teu supremo e último fim, se desejas ser verdadeiramente feliz. Esta intenção purificará teu coração, tantas vezes apegado desregradamente a ti mesmo e as criaturas. Porque se em alguma coisa te buscas a ti mesmo, logo desfaleces e afrouxas. Refere, pois, tudo a mim, principalmente porque eu sou quem te deu tudo. Considera todos os bens como dimanados do Sumo Bem e, por isso refere tudo a mim como sua origem”.

A “Luz do Mundo” diz: “Procura primeiro o Reino de Deus… o Reino de Deus está dentro de ti”.

Cristo e Seus Auxiliares aí estão levando a criatura pela procura de um valor interior, à condição real de Filho de Deus.

Eis porque atualmente se faz ouvir “um cântico como um hosana entoado por um coro angelical, enchendo a atmosfera planetária, impulsionando-nos a aspiração espiritual”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1964 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

“Paz na Terra entre os Homens”

“Paz na Terra entre os homens”! Essas palavras mágicas vem ecoando pelos dos séculos. Em plena era da tecnologia constituem-se na maior, na mais angustiante aspiração humana.

Não podemos afirmar que haja paz no mundo. Em algum momento e em algum lugar, um conflito separa irracionalmente, os seres humanos. Os momentos de trégua, fugazes interlúdios, quantas e sofridas vezes prenunciam o recrudescimento da porfia…

Há mais dois mil anos a humanidade também ansiava pela paz. O advento do Messias representava a redenção. Ele fora proclamado, séculos antes, o Príncipe da Paz, por Isaías. Mas o Cristo, utilizando os dois veículos inferiores de Jesus, pode conhecer a natureza humana: “Não vim trazer-vos a paz, mas uma espada“. A dissenção medraria entre seus próprios seguidores. E estes negariam os princípios do Mestre nas lutas movidas contra os não-cristãos.

“A Religião impropriamente chamada Cristã”, diz Max Heindel, foi responsável por ignominiosos derramamentos de sangue. “Nos campos de batalha e durante a vigência da Inquisição cometeram-se atrocidades inqualificáveis em nome do doce e meigo Nazareno. A ‘espada e o vinho’, isto é, a cruz e o cálice pervertidos, foram os meios de que se valeram as poderosas nações chamadas Cristãs, para dominar os povos pagãos e as nações mais fracas, embora professando a mesma fé de seus conquistadores”.

A humanidade ainda não logrou a paz. Ainda vive em meio a conflitos armados. Permanece confusa ante o choque de ideias. Mas esse estado de coisas há de ensinar-lhe algo proveitoso e capaz de mudar seu caminho. Há algum meio mais eficaz para demonstrar a beleza do entendimento e a necessidade de união, do que compará-los com o panorama de guerras, egoísmo e ódio dominante?

“Quanto mais forte é a luz, tanto mais profunda e a sombra que projeta”. Assim, quanto mais elevados nossos ideais, mais claramente percebemos nossas debilidades.

Lamentavelmente, nas condições atuais de desenvolvimento, a maioria de nós só pode aprender por meio de duríssimas experiências: é mister sofrer a enfermidade ou a doença para se reconhecer as excelências da saúde.

Nenhuma lição encerra valor real como princípio ativo de vida, caso sua verdade seja assimilada apenas superficialmente. Deverá ser assimilada pelo coração, pela aspiração e pela amargura. A lição mais importante, que, deste modo, o ser humano deve aprender é: “o que não beneficia a todos, não beneficia realmente a ninguém”.

Estamos vivendo a atmosfera do Natal! Mais uma vez encontramo-nos com o Cristo, quer estejamos conscientes ou não dessa realidade. Possa Seu estímulo espiritual sensibilizar o coração humano para os aspectos positivos da existência. Cultivemos as virtudes essenciais do cristianismo. Aperfeiçoemos nossa capacidade de dar e amar. Só o altruísmo conseguirá reunir os seres humanos em uma Fraternidade Universal. Para tanto, procuremos nos tornar universais em nossas simpatias, cultivando, também, o sentimento de empatia: é o mesmo que viver a chamada “regra de ouro”.

Aproveitemos a santidade da época para uma reavaliação de nossas vidas. E, principalmente, levemos a paz conosco, desejando e orando para que gradativamente, o mundo possa conquistá-la em caráter permanente. Que a influência unificadora do Cristo encontre, dia a dia, corações mais receptivos. Caminhemos sempre com renovadas esperanças em um mundo melhor. Aprendamos a conhecer, como Whitman, “a amplitude do tempo”[1] e a olhar além das passadas e presentes crueldades, o caminho da Fraternidade Universal. Esta marcará o grande novo passo do progresso humano em sua larga e gloriosa jornada desde o ser mais desprovido de grandeza até Deus, desde o protoplasma até a consciência una com o Pai, esse… “distante e divino acontecimento para o qual se move a criação inteira”.

 (por Gilberto A. V. Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz – dezembro/1975 – Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP)


[1] N.R.: Quem vai ali? Cheio de realizações, tosco místico, nu;

Como extraio energia da carne que consumo?

O que é um homem afinal? O que sou eu? O que és tu?

Tudo o que marco como sendo meu tu deves compensar

com o que é teu.

De outro modo seria perda de tempo me ouvir.

Não lanço a lamúria da minha lamúria pelo mundo inteiro,

De que os meses são vazios e o chão é lamaçal e sujeira.

Choradeira e servilismo são encontrados junto com os

remédios para inválidos, a conformidade polariza-se

no ordinário mais remoto.

Uso meu chapéu como bem entender dentro ou fora de casa.

Por que eu deveria orar? Por que deveria venerar e ser cerimonioso?

Tendo inquirido todas as camadas, analisado as minúcias,

consultado os doutores e calculado com perícia,

Não encontro gordura mais doce do que aquela que se prende aos meus próprios ossos.

Em todas as pessoas enxergo a mim mesmo, em nenhuma vejo mais do que eu sou, ou um grão de cevada a menos.

E o bem e o mal que falo de mim mesmo eu falo delas.

Sei que sou sólido e sadio.

Para mim os objetos convergentes do universo

perpetuamente fluem,

Todos são escritos para mim, e eu devo entender o que a escrita significa.

Sei que sou imortal,

Sei que a órbita do meu eu não pode ser varrida pelo

compasso de um carpinteiro,

Sei que não passarei como os círculos luminosos que as crianças fazem à noite, com gravetos em brasa.

Sei que sou augusto.

Não perturbo meu próprio espírito para que se defenda ou seja compreendido,

Vejo que as leis elementares nunca pedem desculpas,

(Reconheço que me comporto com um orgulho tão alto quanto o do nível com que assento a minha casa, afinal).

Existo como sou, isso me basta,

Se ninguém mais no mundo está ciente, fico satisfeito.

E se cada um e todos estiverem cientes, satisfeito fico.

Um mundo está ciente e esse é incomparavelmente o maior de todos para mim, e esse mundo sou eu mesmo,

E se venho para o que é meu, ainda hoje ou dentro de dez mil anos, ou dez milhões de anos,

Posso alegremente recebê-lo agora, ou esperá-lo com alegria igual.

Meus pés estão espigados e encaixados no granito,

Debocho daquilo que chamas de dissolução,

E conheço a amplitude do tempo.

Song of Myself – Walt Whitman

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Preâmbulo para Ritual do Serviço de Véspera de Natal (Noite Santa) Rosacruz

1.

A data do Natal marca o retorno da atenção do Cristo ao nosso Planeta Terra. O “nascimento anual” do Cristo que chega, mais uma vez, no centro do nosso Planeta Terra. Por isso, no ofício do Ritual do Serviço Devocional de Véspera de Natal (ou Noite Santa) – que oficiamos no dia 24 de dezembro – leremos o relato da Anunciação e do Nascimento de Jesus. A partir desse momento cósmico, todos os anos, um raio do Cristo Cósmico “nasce” no centro do nosso Planeta Terra com o objetivo de continuar o Seu Plano de Salvação até que possamos, nós mesmos, manter esse Campo de Evolução chamado Planeta Terra em perfeito funcionamento.

2.

Esse seu trabalho anual de estar, do centro do nosso Planeta emanando todo o Seu Amor, toda a Sua Vida e toda Sua Luz é de vital importância para a nossa evolução. Sem Ele fatalmente morreríamos e perderíamos todas as oportunidades de crescimento espiritual, pois perderíamos esse Campo de Evolução, seja pela cristalização, seja pela insistência em não seguir o Plano Divino.

3.

A Ele e a esse Seu trabalho, nós devemos essa disposição de ser: fraternos, irmãos, dispostos a servir, a ajudar, a amar, a cooperar com o Plano de Deus para a nossa evolução.

4.

Solstício e Equinócio, termos que escutaremos, são termos emprestados da Astronomia. Estão relacionados com o movimento que o nosso Planeta Terra faz em torno do Sol durante todo um ano. Determinam o início das Estações do Ano.

5. Para o hemisfério sul:

Equinócio de 21, 22 ou 23 de Setembro – marca o início da Primavera

Solstício de 21 ou 22 de Dezembro – marca o início do Verão

Equinócio de 20 ou 21 de Março – marca o início do Outono

Solstício de 20 ou 21 de Junho – marca o início do Inverno

6.

No Solstício de Dezembro o Sol está mais perto da Terra, independente do hemisfério em que se está, e nesse momento a Terra está permeada, mais fortemente, pela aura do Sol Espiritual, com o relativo aumento do Fogo Sagrado inspirador para o nosso Crescimento Anímico, o Crescimento da Alma.

No Solstício de Junho o Sol está mais perto da Terra, independente do hemisfério em que se está, e nesse momento a Terra está permeada por uma diminuição de espiritualidade, com a relativa intensificação e pujança de vitalidade física.

No Equinócio de Setembro o Sol cruza o equador da Terra, independente do hemisfério em que se está, e é a partir desse Equinócio de Setembro que a espiritualidade áurica do Sol começa a se aproximar (as pessoas começam a sentir maior atração pelos estudos mais profundos do mistério da vida) e, consequentemente, a vitalidade física começa a reduzir.

No Equinócio de Março o Sol cruza o equador da Terra, independente do hemisfério em que se está, e é a partir desse Equinócio de Março que começa uma redução da espiritualidade áurica do Sole, consequentemente, a aumento da vitalidade física (onde as pessoas se sentem mais atraídas a se dedicar aos assuntos materiais).

7.

A Filosofia Rosacruz nos ensina que Solstícios e Equinócios têm a ver com o trabalho do Cristo:

  • No Equinócio de Setembro o Cristo inicia o seu retorno ao Planeta Terra
  • No Solstício de Dezembro o Cristo alcança o centro do nosso Planeta Terra
  • No Equinócio de Março o Cristo inicia o seu retorno ao Trono de Deus Pai
  • No Solstício de Junho o Cristo alcança o Trono de Deus Pai

                                                                                QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Tenho dificuldade em compreender as palavras de Max Heindel sobre a entrada periódica de Cristo na Terra em cada Natal, para lá sofrer até a Páscoa. Um Espírito pode sofrer? Também não o compreendo quando diz que Cristo está no centro da Terra e que, quando um número suficiente de discípulos estiver preparado, Cristo será libertado e os discípulos se encarregarão de sustentar a Terra. Essa teoria parece exigir a necessidade de Hierarquias diferentes para controlar os vários Planetas.

Resposta: Resumimos consideravelmente a pergunta, mas os pontos essenciais ali estão. A primeira pergunta é: “Um espírito pode sofrer?” Sabemos que quando uma pessoa sofre um acidente e perde uma perna, essa perna não sofrerá mais. Ela foi removida do Corpo Vital e a sensação desaparece. Por outro lado, o ser humano que perdeu a perna, com toda certeza, sofrerá intensamente, e se ele for de temperamento excessivamente nervoso, terá menos possibilidade de recuperar a saúde que outro de pouca sensibilidade que talvez só conheça nervos pelo nome. Mas o sofrimento físico não é nada comparado à angústia mental. Quem não preferiria sofrer a mais atroz dor de cabeça a sentir remorso decorrente de uma ação má, feita impulsivamente? Esta é, pois a “dor” que o Espírito pode sofrer, em virtude tanto de causas físicas quanto espirituais.

Pode agora o consulente compreender o que significa ser um Espírito livre e restringir-se, conscientemente, dentro de um veículo limitado? Talvez isso seja impossível para alguém que nunca experimentou essa sensação.

Quando os Auxiliares Invisíveis, que retém sua consciência quando estão fora e longe do Corpo Denso, voltam de manhã para reentrar neste Corpo Denso que tanto prezamos, que velamos como sendo tão precioso (afinal ele é o mais desenvolvido que todos os outros nossos veículos e, portanto, o mais próximo de alcançar a perfeição), isso lhes causa (a eles que o viram de fora) o mais intenso desgosto. Ele sente repugnância ao ter que entrar nessa coisa morta, fria e pegajosa, que jaz sobre o leito. Somente o mais elevado senso do dever pode obrigá-lo a entrar. Esse sentimento o abandona tão logo entre, pois, então, muda o ponto de vista. Não obstante, permanece como uma lembrança durante todo a dia. De maneira semelhante, o Cristo Cósmico chega no centro do Planeta Terra anualmente, no Solstício de Dezembro, embora num sentido diferente do que acontece conosco. É antes pela projeção de uma parte de Sua consciência, que é, então, aprisionada na Terra e trabalha pela eterização do nosso Planeta (ou seja: torna-lo predominantemente formado de Éteres, da Região Etérica do Mundo Físico, já que estamos nos esforçando, consciente ou inconsciente para viver em um Corpo formado só do dois Éteres superiores do Corpo Vital, conhecido como Corpo-Alma). Sofre e sente tudo o que uma consciência pode sentir no Corpo Denso. Ele sente tanto a falta de moralidade quanto o meio físico que o circunda e, portanto, a porção que cabe a Cristo é muito mais acentuada. Portanto, também é nossa responsabilidade moral esforçarmo-nos por encurtar, e não prolongar, o tempo que Ele deve suportar nosso fardo e sofrer por nossas más ações.

O consulente certamente leu na Bíblia a passagem referente aos Sete Espíritos diante do Trono (Ap 8). Eles são os Sete Espíritos Planetários, facilmente identificáveis no simbolismo. Necessitaríamos de mais espaço do que dispomos aqui para elucidar esse assunto. Tal assunto é, contudo, explicado no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Todos conhecem as palavras de São Paulo a respeito do nascimento de Cristo dentro de cada um de nós (o Cristo interno). Também, Angelus Silesius nos ensina:

“Embora Cristo nasça mil vezes em Belém,

Se não nasce dentro de ti, tua alma seguirá extraviada.

Olharás em vão a cruz do Gólgota,

Enquanto ela não se erguer em teu coração também”.

Esse Princípio de Cristo todos nós devemos desenvolver interiormente; ele é, também, o Dourado Manto Nupcial com o qual aqueles que são “o noivo encontrarão seu Senhor”, quando da Sua vinda. O nome desse manto é soma psuchicon na Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, 15:44, que foi traduzido como corpo “natural”, palavras que deviam ser eliminadas e substituídas por Corpo-Alma. A Bíblia nos ensina que devemos encontrar o (nosso) Senhor no ar (Terra eterizada). Verdadeiramente, “a carne e o sangue” não podem herdar o Reino de Deus.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz novembro/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Futura Educação da Criança: foco dos 0 as 7 anos

Segundo a Filosofia Rosacruz, aquilo a que vulgarmente chamamos nascimento é tão só o nascimento do Corpo Denso, visto que, por ter já atrás de si uma longa evolução, chega mais depressa ao termo do seu desenvolvimento, e a um elevado grau de eficiência, que os restantes veículos. Sendo esses de formação mais recente, tardam em atingir o seu estágio de maturidade. Em cada período setenário de vida pós-natal, nasce um dos corpos sutis, começando pelo Corpo Vital, cuja organização se completa por volta dos 7 anos de idade. Seguem-se, depois, o Corpo de Desejos – por volta dos 14 anos – e o veículo Mente que só completam em torno dos 21 anos, quando entramos na nossa fase adulta. Do conhecimento desta maravilhosa Filosofia Rosacruz podemos extrair importantes ensinamentos para a formação de um Corpo são e harmonioso e de uma equilibrada Personalidade (que se compõe do Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos).

O Corpo Denso apresenta-se, na infância, bastante plástico e moldável, em razão dos materiais ainda serem novos e de os Corpos Vital e de Desejos se encontrarem em formação, de cuja luta resultará, mais tarde, como consequência, o endurecimento dos tecidos. Certamente, esta luta (em que a Mente e o Corpo de Desejos nos obrigam a um desgaste permanente de energias e vitalidade, enquanto a função do Corpo Vital é a reconstrução dos tecidos e restauração das forças mantenedoras da vida) não é a única causa de envelhecimento e depauperação do Corpo Denso, mas não duvidamos que seja a mais importante. Ao conseguirmos o domínio dos nossos veículos sutis conservaremos até muito tarde a nossa juventude, porque nos traz, necessariamente, grande economia de vitalidade. Esse é um problema do conhecimento comum.

Sendo, pois, o Corpo Denso bastante flexível, por não estar ainda concluído o processo da ossificação, e as cartilagens e articulações se apresentarem ainda muito brandas, permite-nos em larga medida corrigir ou atenuar certas deformações inatas ou adquiridas na primeira infância (até aos 3 anos), dependendo o grau de correção do defeito e dos métodos ortopédicos ou cirúrgicos empregados. A ginástica desempenha aqui um papel a não ser desprezado.

De igual modo podemos operar sobre os Corpos invisíveis aos olhos físicos (aqui nomeados Corpo Vital, Corpo de Desejos e o veículo Mente) se bem que menos facilmente, porquanto a matéria de que são construídos é mais evanescente, menos estável. Se for certo que a constituição física e o caráter que trazemos ao nascer são pouco suscetíveis de profundas alterações, por serem o resultado, a primeira muito (mas não tudo) da hereditariedade, e a segunda da quintessência das nossas vidas passadas, no entanto, muito se pode fazer no sentido do delineamento das fundações que hão de formar as bases vivenciais da nossa nova existência humana aqui renascida.

Na infância todas as forças que agem pelo polo positivo dos Éteres do Corpo Vital estão latentes e inativas; as suas funções realizam-se pelo Corpo Vital “macrocósmico”, que pelos seus Éteres atua durante esse tempo como matriz no amadurecimento do Corpo Vital da criança.

Esse Corpo Vital macrocósmico, de grande sabedoria, orienta a criança no crescimento do seu Corpo e a protege dos perigos a que mais tarde será exposta, quando o seu incipiente veículo for capaz de realizar, sozinho, sua obra.

Contrariamente, as forças que agem pelo polo negativo dos Éteres do Corpo Vital estão extraordinariamente ativas nos primeiros anos. Entre essas funções, mencionaremos especialmente a percepção sensorial, muito aguda, devido às forças que operam pelo polo negativo do Éter Luminoso. Daí que a criança se manifeste muito impressionável: “é toda olhos e ouvidos”. Desta característica resulta a sua notável capacidade de imitação, única via utilizada na aprendizagem, porquanto a Mente se encontra ainda impossibilitada de elaborar pensamentos originais. Mostra viva emoção a mais ligeira contrariedade ou incitamento, mas de duração momentânea. Os seus Corpos sutis acham-se em intenso labor e, por isso, tudo é célere e superficial. Passa repentinamente do choro ao riso, do amuo ao contentamento, “esquecendo” no minuto seguinte tudo quanta sofrera ou gozara antes. Dizemos: “esquecera”, mas não é rigorosamente verdade. Todas as suas experiências boas ou más, agradáveis ou dolorosas, não só deixam impressas no Átomo-semente do Corpo Denso, localizado junto ao ápice do ventrículo esquerdo do coração, as “marcas” que mais tarde formarão parte do panorama da sua vida post-mortem, como ainda se imprimem nos átomos do polo negativo do Éter Refletor, constituindo aquilo a que chamamos “Mente ou memória subconsciente”.

Essas mudanças repentinas são próprias da criança, e constituem uma excelente defesa do Ego e da sua Personalidade em formação, pois os seus estados psíquicos, não sendo duradouros, roçam apenas a superfície do ser, deixando geralmente impressões pouco nítidas e profundas. É sempre motivo de cuidados quando se verifica certa permanência de estados nesta idade (Essas mudanças repentinas são próprias da criança, mas os pais ou responsáveis devem estar atentos tanto para casos de permanência (não oscilação) como excesso e intensidade das oscilações). Denota uma precoce cristalização de movimentos anímicos, que ocasionará seguramente desequilíbrios do caráter pela formação de nódulos e, que, em consequência disso, parecem ser causas ou gênese de muitas neuroses.

Sempre que uma criança não seja toda expansão, vivacidade, plena de movimentos físicos e anímicos, apresentando sintomas de indolência, é uma criança doente. Há que tratá-la com todo o zelo, procurando o mal que a estiola a qual, geralmente, se encontra nos defeituosos métodos educativos. Devemos observar-lhe o funcionamento das Glândulas Endócrinas, da alimentação, do metabolismo basal, das funções de excreção, integrá-las em uma vida ao ar livre para se retemperar, e, sobretudo, consultar um profissional da saúde competente e que uma parte espiritual Cristã cultivada, porque a desarmonia funcional pode não residir no Corpo Denso, mas nos veículos sutis.

Os pais ou responsáveis não devem, nunca, esquecer-se de que a sua função primordial é imprimir a vivência da criança a mais conveniente orientação, de harmonia com as suas melhores tendências e características genotípicas, e segundo adequados métodos da moderna psicopedagogia. Toda a limitação ou restrição da atividade infantil é perniciosa: o que importa não é contrariar a natureza, mas favorecer o que nela há de bom e de belo.

Ouvimos frequentemente perguntar por que é que os chamados meninos ou meninas “prodígios”, ou precoces, quando adultos manifestam, em geral, uma mentalidade abaixo da normal. Quase sempre o fato provém de uma educação errada. Os pais ou responsáveis, no desejo egoísta de ver os seus filhos “brilharem” e sobreporem-se as outras crianças da sua idade, forçam-nos a seguir cursos ou estudos próprios para adultos. Daí o enorme desgaste nervoso e mental de um corpo que não possui reservas suficientes, e de cujo esforço se ressentirá para vida afora. Há como que um “ingurgitamento” mental, uma indigestão ou embotamento intelectual, causado pela saturação. Estas crianças devem ser entregues ao seu natural pendor, no que se refere à aprendizagem, sem apressar a aquisição do conhecimento. Forçar o desenvolvimento mental é fazer-lhes perder o equilíbrio, ainda pouco estável.

Todavia, há um fato contra o qual os pais ou responsáveis devem estar prevenidos: à medida que avançamos na evolução e nos aproximamos de uma nova Era, a Era de Aquário, a precocidade e a perfeição, tanto no aspecto físico como no intelectual, vão-se tornando mais frequentes. Aqueles dos nossos leitores que estão familiarizados com a Filosofia Rosacruz compreenderão facilmente a razão disto. A Era de Aquário, em cuja Órbita de Influência já entramos, será caracterizada pelo desabrochar de faculdades extraordinárias, psíquicas e mentais, predominando a intuição, a fraternidade, a compaixão, o amor altruísta. A Clarividência se tornará um estado de visão normal, cujas consequências para a medicina e cirurgia, e para a investigação científica, em geral, será o de uma repercussão incalculável.

Relativamente à Clarividência, e dentro do tema que nos ocupa, desejamos fazer uma ligeira referência. O assunto foi, não obstante, mais de uma vez versado pelo excelso fundador da Fraternidade Rosacruz, Max Heindel, em alguns dos seus trabalhos.

A embriologia e a psicologia genética afirmam que o ser humano, desde a sua concepção até o estado adulto, reproduz sumariamente, em linhas gerais, todas as grandes fases evolutivas por que passou a humanidade desde os tempos mais recuados até ao ser humano atual. Neste ponto, a ciência concorda com a nossa Filosofia Rosacruz.

Na Época Lemúrica, o ser humano era altamente espiritual, um mago, e reconhecia-se com o um descendente dos deuses. Dotado de inocência imaculada, pura de intenção, possuía uma percepção interna que lhe proporcionava uma visão dos Mundos suprafísicos. Analogamente, a criança, nos primeiros anos, recapitula uma fase correspondente a essa Época: dotada de pura inocência, e em virtude de serem muito ativas, as forças que atuam pelo polo negativo do Éter Refletor, pode “ver” os habitantes do Mundo do Desejo ou mesmo da Região Etérica do Mundo Físico, com as quais mantem frequentes conversações, chegando até a elegê-los para companheiros de brincadeiras. Na sua simplicidade, a criança, não raro, fala “dessas coisas”, mas os adultos, na sua ignorância, castigam-na ou proíbem-na de dizer “tolices”. Ela, vendo-se ridicularizada ou ofendida, retrai-se, guarda silêncio e cala-se. É verdadeiramente deplorável a atitude a primeira causa da introversão em muitas crianças, e da sua perda de confiança nos genitores.

A educação científica – e hoje não se pode educar conscientemente uma criança de outra forma – exige dos pais, responsáveis e educadores um conhecimento suficiente da psicologia genética e evolutiva e da pedagogia, a fim de estimular a floração de uma Personalidade integral. E seria ideal se possuíssem o discernimento necessário para visualizar a sua progressiva estruturação à luz de um espírito clarividente, pois que a educação da nova Era, a Era de Aquário, cuidará mais dos Corpos sutis (principalmente do Corpo Vital) que do Corpo Denso.

Quando a criança nasce, os órgãos físicos estão já formados, mas durante os primeiros sete anos determinam-se as linhas de crescimento. Se elas não se definem bem durante esse período, a criança que nasceu robusta pode converter-se em um ser débil e enfermiço. Na determinação dessas linhas de força, seremos muito ajudados pela Astrologia Rosacruz. Se se levantar o horóscopo do bebê logo após o nascimento, se possuirá um útil instrumento de informação. Mas, pelo seu caráter reservado, este trabalho deve ser executado pelos pais ou responsáveis. Lembremos aqui que a Fraternidade Rosacruz fornece, de graça, Cursos de Astrologia Rosacruz para o Estudante Regular Rosacruz.

Segundo Max Heindel, o pai, a mãe ou o responsável ideal deve ser, também, um Astrólogo Rosacruz. Se, todavia, os pais ou responsáveis desconhecem a Astrologia Rosacruz – e é este o caso – em circunstância alguma devem consultar um astrólogo profissional, daqueles que prostituem, por dinheiro, essa divina ciência. O tema natal astrológico permite diagnosticar, com bastante exatidão, os pontos fortes e as debilidades de caráter e temperamento, e prognosticar o futuro da criança, ainda que conjenturalmente, pois os Astros (Signos, Sol, Lua e Planetas) apenas assinalam as tendências, às vezes bastante poderosas, e não um destino inexorável, porquanto acima de todas as tendências, instintos e hábitos paira a força de vontade e o livre arbítrio, que deverão ser sempre cultivadas. Com esse conhecimento, os pais ou responsáveis se encontram em melhores condições de escolher os métodos educativos mais apropriados ao fortalecimento e desenvolvimento das boas qualidades, que deverão opor-se ou neutralizar as tendências adversas reveladas no tema natal, antes destas se transformarem em realidades. Só assim podem, efetiva e conscientemente, ajudar seus filhos a vencer, em certa medida, os seus defeitos congênitos e construir um bom destino, corrigindo-o se for necessário.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Qualidade Importante: saibamos usá-la aqui

O valor é uma das nossas emoções ou qualidades mais construtivas; ele engendra a esperança e a fortaleza interna.

Qual é o valor? Sendo uma qualidade do Coração e da Mente, ele nos permite arrostar com firmeza as mais ásperas dificuldades. Permite manejar situações ou condições que exigem dos nossos recursos internos em menor ou maior grau de intensidade.

Essa característica positiva forma uma aura brilhante, capaz de repelir pequenas moléstias de tal maneira que não afeta profundamente as emoções, enquanto as experiências mais significativas são enfrentadas inteligentemente, após examinadas todas as facetas da questão. Tal atitude atrai pessoas não dotadas dessa mesma disposição, cujos temores conduzem-nas a situações desagradáveis. Os fortes são como magnetos: atraem os mais débeis (os temerosos).

Aos Estudantes Rosacruzes convém envidar esforços no sentido de compreender essa característica que repele o medo.

O Senhor é minha luz e salvação: de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza de minha vida: quem me atemorizará?” (Sl 27:1). Iahweh (Jeová, Javé, o Senhor) usou o temor para ensinar a existência de Deus a certa parte de nós, quando renascimentos naqueles tempos. Até então nós orávamos a vários deuses, temendo ofender a qualquer um deles. Mas, como haviam chegado a uma determinada etapa do nosso desenvolvimento, outro passo adiante foi planejado pelas Hierarquias Criadoras. Se nós, enquanto renascidos naquele tempo, obedecêssemos a essa nova Lei seríamos recompensados com riquezas, prole numerosa, terras ou gado. Nós obedecíamos para evitar a punição de um Deus vingativo.

Há mais de dois mil anos surgiu uma Lei superior prescrevendo a que “nos amássemos uns aos outros”. A Lei Jeovística nos condicionou a depender de um poder externo para preservar nossos costumes e nosso bem-estar. O ideal do Cristo, porém, prevê o desenvolvimento de uma qualidade interna, até agora raramente empregada pela grande maioria de nós.

Somos partes de Deus. Assim, temos potencialmente todos os poderes do nosso Criador, Deus. Cada passo em nossas experiências nos ensina um novo ideal e nos faz florescer certas qualidades já inerentes a Ele.

São Paulo nos ensinou: “porque Deus não nos deu o espírito do temor, mas o de fortaleza, de amor e equilíbrio.” (IITm 1:1). E São João evangelista, na sua Primeira Epístola nos ensinou: “E no amor não há temor; mas o perfeito amor elimina o temor: porque o temor tem pena. Por isso, o que teme não está perfeito no amor.” (IJo 4:18).

A vida sem problemas é uma impossibilidade, pelo menos agora, porque como seres espirituais criadores não somos perfeitos. Consequentemente, temos que aceitar experiências e aprender a viver com valor. Essas experiências constituem oportunidades de aprender e adquirir sabedoria. É esse o valor da nossa vida após vida aqui, até aprendermos tudo e não precisarmos ficar preso a essa “roda de nascimentos e mortes”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Apreciações sobre o Natal

O nascimento de Jesus, filho de José e Maria, Iniciados da Ordem dos Essênios, foi um evento constante de um plano das Divinas Hierarquias, para que se pudesse realizar a salvação da humanidade. Havia chegado a hora de renovar a alma dos seres humanos e a vibração da Terra. A evolução da humanidade, dentro das atuais linhas de desenvolvimento, ter-se-ia frustrado sem essa providência superior. Resultou, desse acontecimento, a dramática crucificação de um Deus no Corpo de Jesus. Iniciava-se a iluminação da Terra em conjunto com seus habitantes. Assegurava-se, então, o impulso espiritual e vital aos seres humanos e a todos os seres que vivem neste Planeta.

Em Maria e José encontramos manifesto o amor procedente do Espírito Universal, raiz de quem deveria surgir o novo aspecto humano, uma nova identidade divina no ser humano que possa transcender os limites puramente materiais. Surgiu, para aqueles que compreenderam o significado espiritual da Era Crística, a autodisciplina espiritual (a necessidade do sacrifício de si mesmo), como meio de crescimento anímico. Para eles, o Natal é um acontecimento interno, e sentindo a repetição da Divina Presença todos os anos, tornam-se como que Magos, guiados pela Estrela. Seis dias antes e até seis dias após a culminação do Sol em Capricórnio, “nascem” aqueles que se santificaram e se prepararam para a viagem transcendental aos planos internos. O “homem natural”, como disse o evangelista, transforma-se em “homem espiritual”. Nasce nele o Espírito de Cristo

Pelo Natal, os “homens de boa vontade” percebem o influxo irresistível dos planos superiores. Os Rituais, os cânticos, as celebrações, condizem com a solenidade do momento e os mais harmonizados sentem a presença de Seres Superiores. Quem sabe abrir o Sésamo, verá Deus presente.

Finalizamos com um trecho de uma mensagem de Max Heindel:

“Podemos progredir gradualmente a cada dia, podemos sempre fazer algo, podemos de alguma forma fazer brilhar nossa luz. Que Deus nos ajude a obter no ano novo uma maior imitação de Cristo, como antes jamais havíamos alcançado. Cada vez que nos damos em serviço aos demais, aumentamos o brilho do nosso Corpo-Alma. Nossa Terra recebe atualmente a influência do Cristo, e se queremos trabalhar para a Sua libertação, devemos nos desenvolver, até ao ponto de levitá-la (a Terra), no espaço. Assim poderemos tomar a Sua carga e suplantar a dor da existência física” 

(de F. Ph. Preuss, publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1969 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Lição do Natal que devemos Relembrar todos os Anos

Novamente nos encontramos na Estação do Natal, o período mais santo do ano. Retrocedamos mais de vinte séculos, e entremos numa singela casinha da cidade de Nazaré, na Galileia, para contemplarmos, deslumbrados, uma tocante cena. O Anjo Gabriel, enviado por Deus a Maria, esposa do varão José, exclamou-lhe: “Salve mui favorecida; o Senhor é convosco, Bendita sois entre as mulheres”. Maria está perturbada e o Anjo a tranquiliza, dizendo: “Não temas, porque achaste Graça junto de Deus; conceberás e parirás um filho, e o chamarás Jesus, Este será grande e chamado Filho do Altíssimo, e Lhe dará o Senhor Deus o trono de Davi, seu pai”.

São passados nove meses. Voltemos novamente o nosso olhar para uma estrada que vai de Nazaré a Belém, na Judeia. Acompanhemos José e Maria (prestes a ser mãe), caminhando com a finalidade de dar cumprimento à ordem de César Augusto, de que todos fossem recenseados. O casal chega a uma hospedaria, porém não encontra lugar. Pacientemente, Maria e José encaminham-se para outro local. É noite. Estamos em uma colina. Sob frondosa árvore, pastores com seus rebanhos repousam. Uma estranha magia e deslumbrante luz envolvem a paisagem. Ouve-se um cântico de glória despertando os pastores. Um formoso Anjo, acompanhado da Milícia Celestial, surge entoando a “Glória a Deus nas maiores alturas e Paz aos homens de boa vontade a quem Ele quer bem”. Os pastores estão temerosos, mas são tranquilizados pelas palavras do Anjo: “Não temais, pois eu vos trago uma boa nova de grande gozo e que o será para todo o povo, é que hoje vos nasceu na cidade de Davi, um Salvador. Eis para vós um sinal: Encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada numa manjedoura”.

Os Anjos retornam para os céus. Acompanhemos os pastores dirigindo-se a Belém, e vejamos o santo acontecimento. Uma estrela de incomparável fulgor está próxima à estrebaria. Dentro estão Maria e José reclinados sobre uma manjedoura, contemplam uma adorável criança. Eis Jesus, nosso amado Irmão Maior! Despojado de todo conforto material, mas envolto pela Glória do Senhor, presenteado com Ouro, Incenso e Mirra por três reis vindos de longe, guiados pela fulgurante estrela, eis a Santa Criança! Que maravilhoso exemplo de amor, desprendimento e humildade. Que sublime lição nos dá Jesus, ao nascer em uma estrebaria! Ele, um iniciado e filho de iniciados, havia percorrido o caminho da santidade através de muitas vidas. Recebeu a maior honra concedida a um ser humano, ceder Seus Corpos Denso e Vital para Cristo, um Raio do Cristo Cósmico, auxiliar a humanidade em sua jornada evolutiva.

Nos países frios, a comemoração em 25 de dezembro foi adotada pela Igreja com a finalidade de cristianizar a festa de Deus Sol, até então considerada uma festa pagã, uma adoração ao Sol físico. Tal data foi observada mais tarde pelas demais nações cristãs. De acordo com os ensinamentos dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, os Solstícios de Junho e de Dezembro e os Equinócios de Março e Setembro são pontos de alternância, de mudança na vida do Grande Espírito da Terra, um Raio do Cristo Cósmico, que veio substituir a Lei pelo Amor, aparecendo como “um homem entre os homens”, demonstrando que somente de dentro é possível conquistar a separatista Religião de Raça – que age de fora – e estabelecer a Fraternidade Universal.

O sacrifício de Cristo encerra a comprovação que se processa com o advento do Equinócio de Setembro e o lançamento da semente anímica da época do Natal. Portanto, não se comemora meramente o nascimento do nosso amado Irmão Maior Jesus de Nazaré, senão o influxo rejuvenescente de amor e vida.

Como poderemos considerar esse processo de manifestação da Onda Crística em nosso hemisfério (Sul), sabendo-se que as Estações são opostas? Note aqui que uma coisa – que é a mais importante de tudo, pois garante o trabalho do Cristo por todo o Planeta Terra – que se mantém idêntica tanto para o hemisfério norte como para o hemisfério sul, independentemente da inversão das estações: é a distância, maior ou menor, entre o Sol e o Planeta Terra. Sabemos que a Terra translada em torno do Sol por meio de uma órbita elíptica (não circular), ao longo do ano, e que o Sol ocupa um dos focos dessa elipse (lembrando que a elipse tem dois focos). Próxima a data que temos o Solstício de Dezembro (o ponto conhecido como periélio da Terra ocorre entre 2 e 6 de janeiro de cada ano), o foco em que o Sol se encontra está mais próximo da Terra, o que resulta a Terra estar permeada mais fortemente pela aura do Sol espiritual, com o correlativo aumento do Fogo Sagrado inspirador de crescimento anímico em nós. Inversamente, no Solstício de Junho (o ponto conhecido como afélio da Terra ocorre entre 2 e 6 de julho de cada ano) o foco em que o Sol se encontra está mais longe da Terra, o que provoca uma diminuição de espiritualidade, portanto, uma intensificação e pujança da vitalidade física. Assim, é natural que a partir do Equinócio de Setembro – período em que a espiritualidade do Sol começa a se intensificar aqui na Terra e, inversamente, a vitalidade física começa a se enfraquecer, todos sintam, tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul, uma certa atenuação para se tratar dos assuntos materiais e, em contrapartida, uma maior propensão para o recolhimento interno onde se predomina o tratamento a assuntos espirituais.

(publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1969 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Sacrifício e o Serviço

Já se escreveu e falou sobre a natureza autossacrificadora do ser­viço amoroso à humanidade que os Ensinamentos da Sabedoria Oci­dental expõem. Sacrifício de inte­resses, desejos, objetivos, tempo e, às vezes, até da saúde pessoal são requisitos para o desempenho de tal serviço.

Entretanto, quem de nós considerou alguma vez o sacrifício do medo a esse respeito? Na verdade, percebemos que devemos apren­der a superar o medo físico — me­do do fogo, das alturas, de doen­ças e outros desse tipo. Isso é bastante simples de se com­preender e certamente necessário, se o nosso serviço a outra pessoa tiver que ser aperfeiçoado.

De fato, o medo é o maior obstáculo que o Auxiliar Invisível cons­ciente (aquele ser humano que já possui um Corpo-Alma suficientemente desenvolvido que lhe fornece a capacidade de trabalhar, fora do seu Corpo Denso e normalmente à noite, conscientemente nos Mundos suprafísicos) deve aprender a suplantar. Antes que ele possa trabalhar e ser bem-sucedido no Mundo do Desejo, deve estar plenamente convencido de que nem o fogo, nem a água, nem quaisquer outros objetos ou en­tidades têm força para molestá-lo. Destarte, a vitória sobre esse tipo de medo, no plano físico, é um pre­lúdio importante para que consigamos nos tornar um Auxiliar Invisível consciente.

Existe outra espécie de medo, contudo, muitas vezes não reconhecido como tal. Trata-se do me­do de nos projetar diante dos outros ou nos expormos às suas apreciações críticas, medo esse talvez mais conhecido como acanhamento ou timidez. Existem, certamente, graus de timidez, e a maior parte das pessoas tem momentos nos quais preferiria que ninguém se apercebesse delas ou que pudessem evi­tá-las, desempenhando uma tarefa que não as expusesse diante dos olhos do público.

Existem algumas pessoas, toda­via — e talvez em maior número do que geralmente se crê —, as quais o exame por parte do públi­co, seja ele em relação ao que for, tanto por parte de três pessoas sentadas em uma sala quando nela se adentra ou da parte de um audi­tório completamente tomado por espectadores ansiosos, consiste em uma agonia completa. Essas pessoas, muitas das quais talento­sas e que poderiam trazer contri­buições construtivas à melhoria do gênero humano, fogem das oportunidades de “deixar as suas luzes brilharem”, simplesmente porque são muito temerosas de se ergue­rem diante de outras e tornar co­nhecidos os seus pontos de vista ou, por seus próprios meios, tor­nar os seus talentos conhecidos.

A timidez nada mais é do que a falta de autoconfiança. “O que eles estão pensando a meu respei­to?” ou “O que eles irão dizer?” é o tipo de pensamento que, consci­ente ou inconscientemente, predo­mina na Mente de uma pessoa tími­da. Todo ato público seu é cerca­do por uma muralha de autodúvi­da, hesitação e desejo de terminar o quanto antes o serviço e desapa­recer. Como resultado, muitas vezes o trabalho é mal executado e os circunstantes de fato pensam coisas negativas sobre o seu realizador. Caso ele estives­se à vontade e trabalhasse bem, aconteceria justamente o oposto. E todo o episódio consiste em uma perda de tempo e de energia e serve apenas para criar vibrações desagradáveis que perpetuarão aquilo que teria sido melhor não fazer.

Por quê? Tudo porque a essa pessoa faltou confiança em si mesma.

Como sabemos muito bem, cada um de nós tem a centelha do Di­vino dentro de si. Quanto mais permitirmos que essa centelha nos penetre e governe as nossas ações, tanto mais razão teremos para ter­mos autoconfiança. De certa for­ma, pode-se até mesmo dizer que a timidez consiste em uma blasfêmia porque nega essa centelha Divina, a qual, se lhe fosse dada uma oportunidade, melhoraria nossas ações e nossas imagens.

Vista de outro ângulo, a timidez consiste em uma forma pervertida de autoindulgência e presunção. A maior parte de nós concordaria que os que não tenham paciência com os pontos de vista ou paixões de outras pessoas são egocêntricos. O extremo oposto, a timidez, é outra forma desse mes­mo egocentrismo. Ao invés de se concentrar no que poderia fazer em proveito de outrem, de quem tanto receia, a pessoa tímida con­centra-se muitas vezes no que po­deria fazer para evitar a execução de algo, escapando assim de ser notada. Pensa totalmente em si pró­pria da mesma maneira com que um presunçoso faz.

A pessoa tímida, portanto, de­plora o dedicar-se ao serviço amo­roso não menos do que a egocên­trica e egoísta o faz, embora possa não perceber isso e mais do que provavelmente não tencione isso. Frequentemente, uma pessoa tími­da tem um desejo ardente de se mostrar prestativa, mas é muito receosa das opini­ões de outras pessoas, do mesmo modo que muitas que experimen­tam um medo físico se ofereceriam em momentos de peri­go, caso não fossem tão medrosas em relação ao próprio perigo.

Conta-se que Max Heindel estava caminhando pela área de Mount Ecclesia, a alguns passos de uma jovem que fora destacada para fa­zer uma apresentação em um servi­ço da Pro-Ecclesia. Ela se queixava a seu amigo de que não desejasse apresentar — porque se sentia tí­mida para isso. Max Heindel, tendo ouvido isso casualmente, disse-lhe: “Minha cara, caso você não deseje apresentar na Pro-Ecclesia, não o faça. Esse tipo de serviço você não faria bem com seme­lhante estado de ânimo”.

Isso ilustra o ponto verdadeiramente importante de que o “servi­ço” que for relutado de um modo ou outro, até mesmo em virtude de timidez, não será um serviço na acepção dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. Seria, entretanto, um exercício fútil, em maior ou menor grau que, na me­lhor das hipóteses, permitiria obter uma fração do que poderia ser ob­tido e, no pior dos casos, criaria uma condição completamente oposta àquela visada de início.

Realmente, é muito fácil dizer que a pessoa tímida necessita unicamente esquecer o seu medo de outras, concentrar-se na centelha Divina dentro de si e usá-la da maneira me­lhor em aplicações de benemerên­cia; a timidez, então, se desvaneceria na alegria do serviço “auto-esquecedor”.

É o que realmente acontece. Mas, não é coisa fácil de se realizar. Não é mais fácil conquistar a timi­dez do que conquistar o medo do fogo, a claustrofobia ou quais­quer medos físicos que dominam nas vidas de qualquer um de nós.

Todavia, aqueles que forem tímidos devem vencer esse temor e, do mesmo modo que muitos outros anteriormente, poderão juntar-se às fileiras dos serviçais altruístas, os trabalhadores do Reino de Cristo. A conquista da autoconfiança demanda tempo e é feita em pequenas etapas; para isso, ha­verá muitos momentos de “exposi­ção pública” tão amedrontadoras à pessoa tímida como uma exposi­ção a um perigo físico. Ela muitas vezes cometerá erros — e quem não os comete? — e poderá, sem dúvida, passar por momentos nos quais todos os seus temores de ser ridicularizada ou escarnecida se­rão justificados. Mas, conhecerá também momentos de extrema sa­tisfação, quando descobrir que po­derá atuar diante da apreciação do público de modo tão satisfatório quanto outra pessoa qualquer e terá tanta possibilidade de ser ou­vida e respeitada quanto aqueles indivíduos salientes os quais vinha até então invejando.

Em tempo e com persistência, perceberá com alegria que supe­rou — sacrificou — o seu medo e pode, a partir daí, utilizar inteira­mente as suas capacidades de servir.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1974-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Um vampiro é o mesmo que um lobisomem?

Resposta: Não, um vampiro é uma pessoa que absorve a vitalidade de outra pessoa, ao passo que aquele que era chamado de lobisomem, na época medieval, era o Corpo Vital de uma ordem inferior de magos negros. Ele dava uma forma ao Corpo Vital dele que inspirava horror e repulsão e, parcialmente o enchia com matéria densa para prejudicar a outras pessoas. As antigas histórias folclóricas diziam ser inútil golpeá-lo, pois os golpes não o feririam. Mas, se fosse ferido com uma faca ou outro instrumento pontiagudo, começaria a vomitar o sangue de suas vítimas, fugindo uivando para a casa dele, onde o mago negro, que se manifestara como um lobo, poderia ser encontrado com um ferimento no local exato em que havia sido ferido. Isso se deve a uma curiosa circunstância conhecida pelos ocultistas como repercussão, e os mesmos fenômenos podem ser observados quando os espíritos se materializam numa sessão dedicada a esse propósito. O Éter, no qual esses espíritos se materializam, foi retirado do Corpo Vital do médium, e se um pedaço for cortado da veste etérica de tal espírito, esse pedaço  estará faltando nas vestimentas do médium no final da sessão. Esse fato foi utilizado por investigadores céticos, ignorantes da lei de repercussão, para qualificar os médiuns como impostores quando, na verdade, eles eram perfeitamente honestos, embora incapazes de explicar as evidências aparentemente condenatórias.

(Pergunta nº 128 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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