“E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mt 28:20)
Os Ensinamentos Rosacruzes estabelecem uma diferença entre Cristo, o grande Arcanjo e Espírito Solar e Jesus, o mais elevado espiritual ser humano. Nos Evangelhos nos é dito que na época do Batismo o “Espírito de Deus” desceu sobre Jesus.
Foi de fato naquele momento que Jesus entregou a Cristo seu Corpo Denso e seu Corpo Vital, de modo que o grande Espírito Solar pudesse se manifestar entre nós e realizar o supremo sacrifício do Gólgota. Um sacrifício que não consistia apenas em morrer numa cruz, mas que permitia que Cristo entrasse no interior da Terra e começasse a espiritualizá-la.
Esse é o grande sacrifício de Cristo, pois as baixas vibrações do nosso Mundo constituem, para ele, uma imensa dolorosa limitação.
Cristo permanece, no entanto, sendo o grande Espírito Solar, pois é apenas um dos seus raios (parte de sua consciência) que penetrou em nossa Terra quando o sangue de Jesus fluiu no Calvário.
Mantendo uma conexão com o nosso Planeta, ele se retira, todos os anos, na Páscoa e começa a penetrar, novamente, em setembro para fornecer à Terra (e a nós) uma nova vida durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro.
Essa força espiritual atinge sua intensidade máxima durante a noite de Natal, a noite mais sagrada do ano.
Muitas pessoas começam a sentir as vibrações Cristãs de paz, alegria e amor na época do Natal. E a prática de dar presentes é um primeiro passo para a Fraternidade Universal.
(Traduzido do: Le Christ, Esprit de la Terre, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix)
Há um Natal humano, esse natalício ou nascimento marcado por nosso aparecimento num Corpo, quando, através do ventre materno, voltamos a este mundo; é o que consta oficialmente no “registro de nascimento”. Refere-se ao Corpo.
Há outro Natal, interno, quando nascemos para nova esfera, espiritual, quando nossa consciência humana recebe o Batismo de Fogo.
O primeiro Natal, o do Corpo, é o mesmo que o do ovo que a galinha põe; depois se vai formando algo novo dentro do ovo e um dia (após 21 dias ou 3 x 7) um pintinho rompe a casca e sai para uma esfera mais ampla de viver: é o segundo nascimento, o novo nascido ou o novo início ou Iniciação: o Natal da consciência.
O nascimento do Corpo é a lagarta que se encerra no casulo de uma forma material, na qual luta, aspira e forma algo novo: a borboleta que sai voando para a imensidão do espaço de Deus.
O Espírito não tem natal. O Espírito é imortal, eterno, sem princípio nem fim. Ele é uma centelha de Deus e tem as mesmas características imortais, tal como a gota do oceano tem as mesmas propriedades do oceano.
Mas há outro Natal, grandioso, macrocósmico, que deverá ocorrer para o “ovo” de nossa Terra: o Natal Cósmico.
Quando o Iniciado investiga na “Memória da Natureza” pode encontrar as encarnações passadas do homem Jesus, um Irmão Maior, porque ele pertence à nossa Onda de Vida, a humana. A mesma coisa não sucede com o Cristo. D’Ele só podemos encontrar uma única encarnação.
É Lei Cósmica: nenhum ser, por elevado que seja, jamais pode funcionar num certo plano do Universo, se não tem um veículo formado com material ou substância daquele plano. Exemplo: para agirmos na Região Química do Mundo Físico devemos nos revestir de um Corpo Denso, formado de sólidos, líquidos e gases (os conhecidos elementos da química). Caso contrário, não poderíamos manipular o material dessa Região e ao mesmo tempo seríamos “fantasmas”, invisíveis aos humanos.
Cristo, como Arcanjo, jamais passou por uma evolução igual à nossa, num Corpo Denso. Portanto, não aprendeu a construir veículos desta natureza.
Quando nossa Terra (como os demais Planetas irmãos) foi expulsa do Sol, porque já não podíamos resistir à temperatura, lá ficaram os Arcanjos, cujos Corpos mais inferiores são os Corpos de Desejos e não sofrem influência da alta temperatura. Ao contrário, distanciados do Sol, nossa Terra se esfriou, nossos Corpos foram se condensando.
Cristo, o mais elevado Iniciado dos Arcanjos, o mais perfeito canal de expressão para os atributos de Amor-Sabedoria, do Deus-Filho, em nosso Sistema Solar, devia vir à Terra para salvar a Onda de Vida humana da destruição. E os mais elevados seres humanos, elevados Iniciados, que estão em contato com as Hierarquias Criadoras ou Divinas, sabiam disso. Eles mesmos não tinham poder para tão gigantesca tarefa.
Então prepararam, durante vidas, a vinda do Cristo à Terra. É por isso que os Iniciados, fundadores das grandes Religiões, apontavam “alguém que devia vir do Sol”. Por isso Isaias profetizou a vinda do Salvador. E, como vaso físico, para manifestação de Cristo na Terra, devia ser preparado um Corpo puro e perfeito. Foi o que realizaram os dois grandes Iniciados conhecidos por José e Maria.
Um Planeta não é um Corpo morto como julgamos. Na verdade, é o Corpo de um grande Espírito Planetário e possui, também, Corpos espirituais, Mental, de Desejos, Vital e Denso. Do macrocósmico Corpo da Terra é que retiramos, em quantidade e qualidade requeridas por nosso particular grau de evolução, o material mental, emocional, etérico e químico, para formação de nossos Corpos e veículo, em cada renascimento. E, como Corpo vivo que é, a Terra grava, em seus estratos, todos os pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, palavras, ações, obras e atos humanos. Ora, desde a “Queda do Homem” a Humanidade estava comprometendo seriamente esses “arquivos” da Terra, com transgressões às Leis da Natureza. Nosso Planeta estava se cristalizando e ameaçava se desintegrar no Caos, quando as Hierarquias Criadoras resolveram interferir para salvá-lo.
Quando Jesus nasceu, os Iniciados sabiam qual era a missão dele para com Cristo. Jesus mesmo tinha plena consciência disso. Pessoalmente trabalhou sobre seus Corpos para dotá-los de elevada vibração. No Egito recebeu a contribuição do Templo Essênio de Heliópolis. Dali foi para Nazaré, onde maravilha os doutores do Templo com sua sabedoria. Dos 12 aos 30 anos (período omitido pelos Evangelhos) ele esteve num mosteiro essênio da Pérsia no qual havia a mais completa biblioteca de rolos secretos, onde gravou, em seu novo cérebro, as conquistas Iniciáticas de vidas anteriores.
Assim, plenamente preparado, vem Jesus, adulto, de novo para o Jordão, onde o grande Iniciado João Batista, seu primo (relutante, em face de sua alta evolução), consentiu por fim em batizá-lo.
Nesse momento, na forma de pomba, desceu o Espírito de Cristo aos veículos Físicos de Jesus (Corpo Denso e Corpo Vital). Esse se retirou do Corpo, conscientemente e o entregou a Cristo, acompanhando de fora o Seu ministério de 3 anos. Daí por diante não é mais Jesus, senão: Jesus-Cristo ou Cristo-Jesus.
Se perguntamos a um sacerdote se Jesus e Cristo eram uma só pessoa, ele responderá: “Não; Jesus é a parte humana; Cristo é a parte divina”. Mas, não irá além disso: é mistério. Aí está a encarnação de Cristo, que usou seus próprios veículos mental e emocional, mas teve que tomar emprestados os Corpos Denso e Vital de Jesus, para aparecer “como um homem entre os homens”[1].
Notamos, pelos Evangelhos, que muitas vezes o Cristo se afastava do povo e se isolava. Assim fazia para entregar os veículos físicos de Jesus aos Iniciados essênios, a fim de que eles recompusessem seu tônus vibratório celular, porque a elevada vibração dos veículos Crísticos ameaçava desintegrar o Corpo de Jesus (apesar de ser o mais puro e refinado Corpo Denso humano jamais concebido). Por essa razão é que, após a crucifixão, sem essa providência dos Iniciados essênios, o Corpo Denso de Jesus se desintegrou no túmulo.
Logicamente, pela Clarividência, os Iniciados essênios sabiam da presença de Cristo nos veículos físicos de Jesus. Nas Bodas de Caná, Maria não estranha a resposta de Cristo: “mulher, que tenho eu contigo?”[2]. Era o Cristo dirigindo-se a uma Iniciada humana (embora ocupando os veículos que ela gerou). As três Tentações pelas quais passou, no Corpo de Jesus, tinham por finalidade fazê-lo conhecer a natureza humana.
Com o derramamento do sangue de Jesus, no Gólgota, Cristo penetrou no Globo Terrestre (através do sangue, elemento misterioso em que se firma o Espírito) e do centro de nosso Planeta expandiu toda a Sua imensa força espiritual, lavando a Terra de todas as transgressões passadas. Daí a citação do João Batista, usada na Páscoa: “Eis o cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo”[3] (não dos homens). Cristo permaneceu três dias no centro da Terra.
Depois da destruição do Corpo Denso de Jesus, Cristo apareceu entre os Discípulos em Corpo Vital, no qual funcionou durante algum tempo. Depois subiu ao Seu Mundo o Mundo do Espírito de Vida), de onde, anualmente, desce, pelo Natal, para dar mais um impulso espiritual ao nosso Globo (que continua sendo comprometido com nossas transgressões) e à Humanidade, até que um número suficiente de seres humanos elevados possa manter o Planeta na própria levitação e o Cristo seja libertado da cruz da Terra (pois Ele disse: estarei convosco até a consumação dos séculos[4]).
A Fraternidade Rosacruz tem uma comemoração especial no Natal. Desde o Solstício de Setembro os Estudantes Rosacruzes vão se preparando para a vinda do Cristo e, da entrada do Sol em Capricórnio, mais três dias, permanecem em oração, reflexão, concentração e respeito, a fim de estarem em sintonia vibratória para receberem a ajuda espiritual do Cristo.
Infelizmente o Cristianismo popular perdeu de vista essas verdades esotéricas, agora reservadas “aos de casa”. Só na Era de Aquário a Humanidade estará em condições de receber amplamente essas verdades que temos o privilégio de conhecer. Oxalá possamos vivenciá-las e aproveitá-las devidamente, valorizando a rara oportunidade que nos oferecem.
Assim como nascemos humanamente, assim como despertamos a consciência para um “novo nascimento”, assim nossa Terra nasceu materialmente quando se separou da matriz solar. Mas, terá que nascer de novo, pela perfeita sintonia vibratória ao Centro Espiritual do Sistema Solar. Eis o Natal Cósmico!
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – dezembro/1974 – Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: Is 6:5e Jo 1:14
[2] N.R.: Jo 2:4
[3] N.R.: Jo 1:29
[4] N.R.: Mt 28:20
Nosso Sistema Solar se move como um todo pelo Cosmos. Isso se chama a Precessão dos Equinócios, o retrocesso do ponto para cada mês de março. A cada 2160 anos, aproximadamente, o nosso Sistema Solar percorre outro Signo que rege a forma da Religião. Essa mudança de um Signo para outro acontece de forma gradual.
Em torno de 6000 a.C. o nosso Sistema Solar, ou o ponto do mês relativo a março ficava em Gêmeos. E oposto a esse está o Signo de Sagitário. Ambos os Signos têm seu papel.Na Pérsia existia, então, a Religião com Ormuzd e Ahriman; e o Deus Nórdico Thor, que era o senhor dos ventos, dirigia sua carruagem, puxada por dois bodes, pelos Céus. Thor também é chamado de Donar e assim reconhecemos donderdag, Donars-dag. Esse dia astrologicamente é regido pelo Planeta Júpiter, que pertence ao Signo oposto de Gêmeos, Sagitário.
Em torno de 4000 a.C. – aproximadamente 2000 anos depois – o ponto do mês relativo a março entrou no Signo de Touro, com seu oposto Escorpião. Touro é um Signo de Terra, e seu oposto Escorpião antigamente era também chamado de Águia. Esse é um Signo de Água, e rege a 8ª Casa, a da morte.
Os Gregos, então, veneravam o Minotauro, o Touro de Minos. O Rei Minos pediu a Poseidon para enviar um Touro que ele pudesse fazer oferendas.
No Egito existia o touro Apis. Então as posses terrenas eram muito valorizadas e ‘os potes de carne do Egito’ ainda é um termo reconhecido atualmente. Os mortos eram presos à Terra com o embalsamento, e nas sepulturas dos ricos, seus servos e todos os pertences eram enterrados juntos para serem usados na vida além. Eles iam até lá de barco.
Para os Edas da Islândia ou os Vedas Nórdicos é Siegfried que mata a serpente. E bebendo do sangue dela se torna sábio. A serpente tem o veneno em seus dentes, a cabeça, um símbolo positivo; no escorpião o veneno fica na cauda, um símbolo negativo.
Nos religiosos Egípcios saía da testa, logo acima da raiz do nariz, no local da câmara escura, em que se encontra o Espírito Humano, a cabeça de uma serpente, chamada Naja, o que simbolizava a sabedoria deles. Iniciados dessa ‘Escola de Serpentes’ eram chamados “filhos da luz”, Free Messen, um termo que conhecemos como Maçons. Esses religiosos também conseguiam realizar milagres, por exemplo, transformando um cajado em uma serpente viva.
Em torno de 2000 a.C. o ponto do mês relativo a março atingiu o Signo de Áries, com seu oposto Balança. Como descrito no Antigo Testamento, os Israelitas ofereciam o carneiro e marcavam as portas com o sangue dele. De Libra, a balança, eles receberam não apenas os Dez Mandamentos, mas muitas outras leis e regras.
A adoração de antigos deuses era considerada uma idolatria. Isso lemos na Bíblia quando Moisés desce da montanha e encontra o bezerro de ouro que fora construído pelos Israelitas. Ouro é a forma mais nobre, lembre-se dos alquimistas que tentavam transformar metais inferiores em ouro. O Bezerro de Ouro simboliza então o mais nobre da Era de Touro. Mas era idolatria e, portanto, Moisés o destruiu.
Moisés conseguia realizar milagres, pois depois que os religiosos Egípcios transformaram seus cajados em serpentes, ele jogou seu cajado no chão e, também, o transformou em serpente. Mas, a serpente de Moisés destruiu as serpentes dos Egípcios. Isso significa que seu conhecimento era superior ao deles.
Moisés era um representante da Era de Áries e não poderia auxiliar o povo escolhido a entrar na Era de Peixes. Isso conseguiria Josué, o filho de Nun, ou melhor, Jesus, o filho de Peixes; a Era de Peixes.
O ano 0 (zero), quando Jesus nasceu, o ponto do mês relativo a março se encontrava, aproximadamente, 7 graus em Áries (um Signo contém 30 graus; ainda levaria aproximadamente 430 anos até a entrada da Era de Peixes). Cristo diz, portanto, que Ele é o Cordeiro, que será imolado e se dizia o Bom Pastor.
Como precursor da Era seguinte Peixes-Virgem ele alimenta o povo com 2 peixes e 7 pães. O símbolo para o Signo de Peixes são dois peixes; o de Virgem é uma mulher deitada sobre um braço num trigal ceifado, com os feixes enfileirados; em sua outra mão estão sete hastes de trigo. Jesus nasceu em Belém, que significa a casa do Pão, de uma virgem, portanto alguém de vida pura e daí a Imaculada Concepção.
Quando Jesus foi batizado no Jordão, desceu através do símbolo da pomba, o Espírito de Cristo em seu Corpo, e aí se inicia uma nova Religião, o Cristianismo. As Religiões anteriores todas apontam para Aquele que vem, mas Cristo disse: “Eu sou a luz do mundo”.
Vemos os primeiros Cristãos que desenham o símbolo de Peixes nas Catacumbas de Roma. Também os religiosos Católicos Romanos têm a cabeça de Peixe, o Mitra, em seu cajado. Na entrada da Igreja tem uma bacia com água, magnetizada pelo Padre, e as pessoas colocam seus dedos nela e passam a água na testa, logo acima da raiz do nariz, em que se encontra o Espírito Humano, e dessa forma indica que está sob o jugo da Igreja. Eles vivem em castidade, em mosteiros, pois a 12ª casa, em que está o Signo de Peixes, é a casa da reclusão, mosteiros, instituições; e os religiosos comiam peixe às sextas-feiras.
Cristo apontou na sua despedida ao tempo que virá, o de Aquário-Leão, em torno de 2600. O Regente de Leão é o Sol, que simboliza o coração, e o Aguador é, portanto, alguém altruísta, que ama todo mundo, não apenas sua família.
Na busca de um local para a Última Ceia, Cristo falou para dois de seus Discípulos que precisavam organizar isto: siga o homem com um Cântaro de Água, que simboliza Aquário. Também, que Ele, Cristo, deve nascer em nossos corações. As Religiões que tratam do Cristianismo popular somente começam a ter seus seguidores reduzindo em número cada vez mais. Apesar de parecer que ainda muitos são crentes, considerando a venda de livros de assuntos espirituais, muitos já escolhem a ‘liberdade’ de Aquário. Deverá surgir outra forma de Religião.
Conforme os últimos cálculos astronômicos a Era de Aquário deve começar por volta de 2660, mas agora já sentimos sua influência, pois estamos nos últimos graus da Era de Peixes, já na Órbita de Influência da Era de Aquário.
(Por Ger Westenberg, Fraternidade Rosacruz da Holanda-traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Aos ouvidos duros de entendimentos, Cristo cita, ainda, o caso de Elias, renascido como São João Batista: “E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos, ouça” (Mt 11:14-15)
Ou seja: Moisés renasceu como Elias e, depois, como São João Batista.
Cabe lembrar que São João Batista, Zacarias, Maria, José e alguns dos Apóstolos eram Essênios.
São João Batista, veio para preparar os caminhos do Senhor Cristo. Cristo mesmo dá testemunho chamando-o de muito mais que profeta (Mt 11:9). Portanto, ser muito mais que profeta, é estar acima da humanidade e, também, daqueles que anteriormente foram chamados para suas respectivas missões como profetas. Pela sua boca falava o Espírito Santo, assim como sucedeu a todos os profetas surgidos até então.
Notemos que São João Batista não pregou filosofias ou doutrinas. Sua mensagem era o arrependimento dos pecados cometidos. Era um meio de preparar as pessoas para o Cristianismo. Sabia que o Cristo ofereceria a Graça, o Perdão dos Pecados, mas isto depende da transformação da consciência de cada um. Arrependimento é uma mudança da Mente e do Coração em relação ao ato pecaminoso. Porém, o remorso exagerado é nocivo, debilitando as correntes do Corpo de Desejos e afetando as glândulas endócrinas. Vemos, então, como tudo depende de um processo interno.
Se quiser saber mais sobre esse assunto é só clicar aqui: O Batismo de São João Batista e o de Cristo Jesus
Ao tempo de José e Maria havia, na Palestina, três classes religiosas: os fariseus, os saduceus e os essênios, cada uma com características próprias.
Os Fariseus seguiam à risca o Torah. Chamavam a atenção pelo seu excessivo formalismo religioso, censurando acerbadamente aos que não observavam rigorosamente a lei. Acreditavam na sobrevivência dos espíritos, no renascimento dos justos e no livre arbítrio limitado pelo destino.
Zelosos em fazer cumprir os princípios, na verdade assumiam uma postura meramente de fachada. Cristo desmascarou-os publicamente ao compará-los a sepulcros caiados: belos por fora, mas interiormente cheios de imundície. O zelo que demonstravam, no fundo, não passava de hipocrisia. O nome fariseu vem de “pherusin” que quer dizer “separados”.
O nome Saduceu, provavelmente, provenha de Sadoc, sumo sacerdote ao tempo de Davi. Constituíam minoria, exercendo influência mais política que religiosa. Eram materialistas, não acreditando na sobrevivência dos espíritos, nem na existência dos Anjos. Essa classe pouco valor atribuía à ritualística e às tradições, preferindo ater-se à lei de Talião. Mesmo assim, em termo de poder seu peso específico era considerável porquanto faziam parte do Sinédrio.
Já a seita dos Essênios era bem diferente. Em primeiro lugar, não se ostentavam publicamente. Eram piedosos, estudiosos e contemplativos.
Enquanto os saduceus se perdiam num materialismo estéril e os fariseus se comprometiam com a interpretação puramente literal da lei, a Ordem Essênica procurava o sentido mais profundo das coisas. Conheciam as leis naturais e primavam por viver consoante esses princípios. Viviam em vários mosteiros espalhados pelo oriente médio, sendo o mais famoso o de Qumram, descoberto em 1947, as margens do Mar Morto. Nele foram encontrados diversos pergaminhos cuja decifração possibilitou o esclarecimento de muitos mistérios dos Evangelhos. Uma vida plena de Oração e devoção afastava os essênios de um convívio maior com o povo. No entanto, sua bondade natural, sua pureza de costumes e outras virtudes, atraiam-lhes os sofredores, os desamparados e os sequiosos de alívio.
Essênios foram João Batista, Zacarias, Maria, José e alguns dos Apóstolos. Jesus de Nazaré cresceu e fortificou-se nesse ambiente elevado. Desde tenra idade irradiava uma espantosa sabedoria e a “benevolência de Deus estava sobre ele”. Esse fato é confirmado nos Evangelhos quando do relato do encontro entre o menino e os doutores do Templo.
José e Maria, elevados Iniciados, iam anualmente a Jerusalém, pela Páscoa. Finda a festividade, ao regressarem, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Não o achando regressaram à sua procura. Três dias depois foram encontrá-lo no Templo, ouvindo e interrogando os doutores. Todos se admiravam de sua inteligência e de suas respostas. Afinal, aquilo não era comum em uma criança de sua idade.
Maria repreendeu-o: “Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando o menino completou doze anos, segundo o costume, subiram para a festa. Terminados os dias, eles voltaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que ele estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia, e puseram-se a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. E não o encontrando, voltaram a Jerusalém à sua procura. Três dias depois, eles o encontraram no Templo, sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os; e todos os que o ouviam ficavam extasiados com sua inteligência e com suas respostas. Ao vê-lo, ficaram surpresos, e sua mãe lhe disse: ‘Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos’. Ele respondeu: ‘Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?’. Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes dissera.” (Lc 2:41-49)
Dessa forma, Jesus preparou-se para aquele que seria o mais elevado propósito jamais cumprido por um ser humano: ceder seus veículos inferiores (Corpo Denso e Corpo Vital) ao Cristo, para que fosse cumprida a missão de ajudar a humanidade a elevar-se e a libertar-se dos grilhões da materialidade.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1981 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Descubra aqui onde o estudo foi dividido nos seguintes tópicos para facilitar a assimilação do conhecimento:
Acesse aqui: Como Conheceremos Cristo quando Voltar?
INTRODUÇÃO
Vamos conceituar, primeiro, o que é um Audiobook ou Audiolivro: nada mais é do que a transcrição em áudio de um livro impresso digital ou fisicamente.
Basicamente, é a gravação de um narrador lendo o livro de forma pausada e o arquivo é disponibilizado para o público por meio de sites. Assim, ao invés de ler, o interessado pode escolher ouvi-lo.
Um audiobook que obedece ao conceito de “livro-falado” tenta ser uma versão a mais aproximada possível do “livro em tinta” (livro impresso), a chamada “leitura branca”, que, mesmo desprovida de recursos artísticos e de sonoplastia, obedece às regras da boa impostação de voz e pontuação, pois parte do princípio de que quem tem de construir o sentido do que está sendo lido é o leitor e não o ledor (pessoas que utilizam a voz para mediar o acesso ao texto impresso em tinta para pessoas visualmente limitadas).
Para que serve audiolivro?
O audiolivro é um importante recurso, na inserção do no ecossistema da leitura, para:
O audiolivro é apreciado por um público de diversas idades, que ouve tanto para aprendizado como para entretenimento.
************************************************************************************************************
FIM
O nascimento de Jesus, filho de José e Maria, Iniciados da Ordem dos Essênios, foi um evento constante de um plano das Divinas Hierarquias, para que se pudesse realizar a salvação da humanidade. Havia chegado a hora de renovar a alma dos seres humanos e a vibração da Terra. A evolução da humanidade, dentro das atuais linhas de desenvolvimento, ter-se-ia frustrado sem essa providência superior. Resultou, desse acontecimento, a dramática crucificação de um Deus no Corpo de Jesus. Iniciava-se a iluminação da Terra em conjunto com seus habitantes. Assegurava-se, então, o impulso espiritual e vital aos seres humanos e a todos os seres que vivem neste Planeta.
Em Maria e José encontramos manifesto o amor procedente do Espírito Universal, raiz de quem deveria surgir o novo aspecto humano, uma nova identidade divina no ser humano que possa transcender os limites puramente materiais. Surgiu, para aqueles que compreenderam o significado espiritual da Era Crística, a autodisciplina espiritual (a necessidade do sacrifício de si mesmo), como meio de crescimento anímico. Para eles, o Natal é um acontecimento interno, e sentindo a repetição da Divina Presença todos os anos, tornam-se como que Magos, guiados pela Estrela. Seis dias antes e até seis dias após a culminação do Sol em Capricórnio, “nascem” aqueles que se santificaram e se prepararam para a viagem transcendental aos planos internos. O “homem natural”, como disse o evangelista, transforma-se em “homem espiritual”. Nasce nele o Espírito de Cristo.
Pelo Natal, os “homens de boa vontade” percebem o influxo irresistível dos planos superiores. Os Rituais, os cânticos, as celebrações, condizem com a solenidade do momento e os mais harmonizados sentem a presença de Seres Superiores. Quem sabe abrir o Sésamo, verá Deus presente.
Finalizamos com um trecho de uma mensagem de Max Heindel:
“Podemos progredir gradualmente a cada dia, podemos sempre fazer algo, podemos de alguma forma fazer brilhar nossa luz. Que Deus nos ajude a obter no ano novo uma maior imitação de Cristo, como antes jamais havíamos alcançado. Cada vez que nos damos em serviço aos demais, aumentamos o brilho do nosso Corpo-Alma. Nossa Terra recebe atualmente a influência do Cristo, e se queremos trabalhar para a Sua libertação, devemos nos desenvolver, até ao ponto de levitá-la (a Terra), no espaço. Assim poderemos tomar a Sua carga e suplantar a dor da existência física”
(de F. Ph. Preuss, publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1969 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Novamente nos encontramos na Estação do Natal, o período mais santo do ano. Retrocedamos mais de vinte séculos, e entremos numa singela casinha da cidade de Nazaré, na Galileia, para contemplarmos, deslumbrados, uma tocante cena. O Anjo Gabriel, enviado por Deus a Maria, esposa do varão José, exclamou-lhe: “Salve mui favorecida; o Senhor é convosco, Bendita sois entre as mulheres”. Maria está perturbada e o Anjo a tranquiliza, dizendo: “Não temas, porque achaste Graça junto de Deus; conceberás e parirás um filho, e o chamarás Jesus, Este será grande e chamado Filho do Altíssimo, e Lhe dará o Senhor Deus o trono de Davi, seu pai”.
São passados nove meses. Voltemos novamente o nosso olhar para uma estrada que vai de Nazaré a Belém, na Judeia. Acompanhemos José e Maria (prestes a ser mãe), caminhando com a finalidade de dar cumprimento à ordem de César Augusto, de que todos fossem recenseados. O casal chega a uma hospedaria, porém não encontra lugar. Pacientemente, Maria e José encaminham-se para outro local. É noite. Estamos em uma colina. Sob frondosa árvore, pastores com seus rebanhos repousam. Uma estranha magia e deslumbrante luz envolvem a paisagem. Ouve-se um cântico de glória despertando os pastores. Um formoso Anjo, acompanhado da Milícia Celestial, surge entoando a “Glória a Deus nas maiores alturas e Paz aos homens de boa vontade a quem Ele quer bem”. Os pastores estão temerosos, mas são tranquilizados pelas palavras do Anjo: “Não temais, pois eu vos trago uma boa nova de grande gozo e que o será para todo o povo, é que hoje vos nasceu na cidade de Davi, um Salvador. Eis para vós um sinal: Encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada numa manjedoura”.
Os Anjos retornam para os céus. Acompanhemos os pastores dirigindo-se a Belém, e vejamos o santo acontecimento. Uma estrela de incomparável fulgor está próxima à estrebaria. Dentro estão Maria e José reclinados sobre uma manjedoura, contemplam uma adorável criança. Eis Jesus, nosso amado Irmão Maior! Despojado de todo conforto material, mas envolto pela Glória do Senhor, presenteado com Ouro, Incenso e Mirra por três reis vindos de longe, guiados pela fulgurante estrela, eis a Santa Criança! Que maravilhoso exemplo de amor, desprendimento e humildade. Que sublime lição nos dá Jesus, ao nascer em uma estrebaria! Ele, um iniciado e filho de iniciados, havia percorrido o caminho da santidade através de muitas vidas. Recebeu a maior honra concedida a um ser humano, ceder Seus Corpos Denso e Vital para Cristo, um Raio do Cristo Cósmico, auxiliar a humanidade em sua jornada evolutiva.
Nos países frios, a comemoração em 25 de dezembro foi adotada pela Igreja com a finalidade de cristianizar a festa de Deus Sol, até então considerada uma festa pagã, uma adoração ao Sol físico. Tal data foi observada mais tarde pelas demais nações cristãs. De acordo com os ensinamentos dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, os Solstícios de Junho e de Dezembro e os Equinócios de Março e Setembro são pontos de alternância, de mudança na vida do Grande Espírito da Terra, um Raio do Cristo Cósmico, que veio substituir a Lei pelo Amor, aparecendo como “um homem entre os homens”, demonstrando que somente de dentro é possível conquistar a separatista Religião de Raça – que age de fora – e estabelecer a Fraternidade Universal.
O sacrifício de Cristo encerra a comprovação que se processa com o advento do Equinócio de Setembro e o lançamento da semente anímica da época do Natal. Portanto, não se comemora meramente o nascimento do nosso amado Irmão Maior Jesus de Nazaré, senão o influxo rejuvenescente de amor e vida.
Como poderemos considerar esse processo de manifestação da Onda Crística em nosso hemisfério (Sul), sabendo-se que as Estações são opostas? Note aqui que uma coisa – que é a mais importante de tudo, pois garante o trabalho do Cristo por todo o Planeta Terra – que se mantém idêntica tanto para o hemisfério norte como para o hemisfério sul, independentemente da inversão das estações: é a distância, maior ou menor, entre o Sol e o Planeta Terra. Sabemos que a Terra translada em torno do Sol por meio de uma órbita elíptica (não circular), ao longo do ano, e que o Sol ocupa um dos focos dessa elipse (lembrando que a elipse tem dois focos). Próxima a data que temos o Solstício de Dezembro (o ponto conhecido como periélio da Terra ocorre entre 2 e 6 de janeiro de cada ano), o foco em que o Sol se encontra está mais próximo da Terra, o que resulta a Terra estar permeada mais fortemente pela aura do Sol espiritual, com o correlativo aumento do Fogo Sagrado inspirador de crescimento anímico em nós. Inversamente, no Solstício de Junho (o ponto conhecido como afélio da Terra ocorre entre 2 e 6 de julho de cada ano) o foco em que o Sol se encontra está mais longe da Terra, o que provoca uma diminuição de espiritualidade, portanto, uma intensificação e pujança da vitalidade física. Assim, é natural que a partir do Equinócio de Setembro – período em que a espiritualidade do Sol começa a se intensificar aqui na Terra e, inversamente, a vitalidade física começa a se enfraquecer, todos sintam, tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul, uma certa atenuação para se tratar dos assuntos materiais e, em contrapartida, uma maior propensão para o recolhimento interno onde se predomina o tratamento a assuntos espirituais.
(publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1969 – Fraternidade Rosacruz – SP)