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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Entendendo os Solstícios e Equinócios, significado material e espiritual

É muito importante para o Estudante Rosacruz entender tanto o significado material (físico) dos Solstícios e Equinócios, como entender os seus significados ocultos (espirituais).

Vamos ao significado físico. Duas coisas impulsionam este relógio sazonal importantíssimo: o eixo inclinado da Terra e a órbita do Planeta em torno do Sol.

A Terra orbita o Sol uma vez a cada 365 dias e seis horas, e nosso Planeta gira uma vez por dia em torno de um eixo inclinado.

Essa inclinação é de cerca de 23,45 graus (por enquanto) e banha diferentes partes do mundo com várias intensidades de luz ao longo de um ano. Enquanto isso, a rotação da Terra em torno de seu eixo mantém o calor do Sol uniforme.

No solo, o Solstício de Junho é quando o ponto alto do Sol no céu, chamado zênite, atinge o máximo do ano. Do espaço, o Solstício é quando os raios mais diretos do sol rastejam no extremo norte, para uma linha chamada Trópico de Câncer:

Se você estiver no Trópico de Câncer por volta do meio-dia de 21 de junho, o Sol aparecerá mais ou menos diretamente sobre sua cabeça. Portanto, sua sombra também estará no mínimo absoluto (Solstício significa literalmente “parar o sol”).

A duração da luz do dia também será máxima. Isso fica mais extremo quanto mais ao norte você vai, uma vez que há mais atmosfera da Terra para refratar a luz do Sol quanto mais longe você está do equador.

Mas esse momento não vai durar, já que a Terra gira em torno do Sol a uma velocidade de aproximadamente 106.000 km/h.

A órbita do nosso Planeta é elíptica e seu centro de gravidade ligeiramente desviado do Sol.

Isso significa que o tempo que leva para percorrer as estações não está perfeitamente dividido.

Leva 93 dias e 16 horas após o Solstício de Junho para que a Terra alcance o Equinócio de Setembro – quando os raios mais diretos do Sol voltam para o equador. Mais 89 dias e 19 horas depois será o Solstício de Dezembro. Nesse ponto, os raios mais diretos do sol chegam ao Trópico de Capricórnio, o inverno começa no hemisfério norte e o verão começa no hemisfério sul.

Em seguida, leva 89 dias para que o zênite do Sol volte ao equador e dê início ao Equinócio de Março, seguido por 92 dias e 19 horas para completar o ciclo com o Solstício de Junho.

Durante cada uma dessas fases, certas regiões da superfície da Terra recebem mais luz solar, levando à criação de temperaturas sazonais e variações climáticas.

Agora, vamos ao significado oculto (espiritual): os Solstícios de Junho e Dezembro, juntamente com os Equinócios de Março e Setembro, constituem os momentos decisivos na vida do Grande Espírito da Terra, Cristo, assim como a concepção assinala o começo da descida do espírito humano ao Corpo Denso, resultando no nascimento aqui, o qual inaugura o período de crescimento até que a maturidade seja alcançada. Neste ponto se inicia uma época de sobriedade e amadurecimento, juntamente com um declínio das energias físicas que terminam em morte. Este acontecimento liberta o ser humano dos tresmalhos da matéria e o conduz a um período de metabolismo espiritual, por meio do qual nossa colheita de experiências terrenas é transmutada em poderes anímicos, talentos e tendências, a fim de serem multiplicados e utilizados nas vidas futuras e, assim, termos condições para crescer mais rica e abundantemente com tais tesouros e sermos considerados dignos, como “administradores fiéis”, para assumirmos postos cada vez mais elevados entre os servos da Casa do Pai.

Os tons do Equinócio de Março e do Solstício de Junho são expiradores (centrífugos) em sua ação, ou seja: radiantes e construtores, qualitativamente. Os tons do Equinócio de Setembro e do Solstício de Dezembro são inspiradores (centrípetos), ou seja: sustentadores e desenvolvedores.

É no Equinócio de Março que a Páscoa real ocorre, quando o Sol passa da latitude sul para a latitude norte, e Cristo se liberta do Seu trabalho. Então, esse Ser radiante penetra nos planos espirituais da Terra para trabalhar ali com as Hierarquias Criadoras e com os membros da Humanidade que foram transportados pela morte à mais altas esferas de atividade.

O Solstício de Junho ocorre quando o Sol entra em Câncer e está sintonizado com o princípio da fecundidade.

No Solstício de Junho a Terra está mais distante do Sol, mas o raio solar a atinge quase em ângulo reto, em relação ao seu eixo no hemisfério norte, assim resultando no alto grau da atividade física. Nessa ocasião, as radiações espirituais do Sol são oblíquas nessa parte da Terra e são tão fracas como os raios físicos, quando esses são oblíquos.

Com o Solstício de Junho, Cristo passa aos mais elevados planos espirituais da esfera terrestre que, biblicamente, se descrevem como “o Trono do Pai”. É conhecido na terminologia Rosacruz como o Mundo do Espírito Divino, o lar do Deus desse Sistema Solar. Deus é Amor e Deus é Luz. Essa passagem do Cristo se converte em um canal para o derramamento das forças das Doze Hierarquias Zodiacais, incluindo os Serafins, Querubins e Senhores da Chama. Com o Solstício de Junho, cada átomo da Terra fica impregnado da luz-glória desse divino poder espiritual.

Note que a liturgia Cristã associa esse tempo ao festejo de S. João Batista, o Precursor (24 de Junho), que antecede e anuncia o Solstício seguinte, o de Dezembro. Daí as palavras de São João Batista: “Fui enviado adiante d’Ele” (Jo 3:28) e “Ele deve crescer, e eu diminuir” (Jo 3:30).

Já no Equinócio de Setembro Cristo alcança a superfície exterior do nosso Planeta Terra. Então, ocorre uma aceleração cósmica. Lentamente, durante os próximos meses até dezembro, o raio do Cristo penetra nos diversos planos internos do Planeta Terra, até alcançar o centro da Terra no Solstício de Dezembro.

É no Solstício de Dezembro que o coração da Terra se torna luminoso com a luz de Cristo. Assim, nosso Planeta no Solstício de Dezembro logo esse raio de Cristo começa a irradiar, do centro do nosso globo, a Vida, a Luz e o Amor, os três atributos divinos. Estes raios de força e de esplendor espiritual enchem nosso globo com luz celestial que envolve todas as criaturas sobre a Terra, da menor à maior, indistintamente.

Tenha aqui uma atenção muito importante pois a aparente inversão das estações do ano entre o hemisfério norte e o sul podem gerar confusões no entendimento do significado oculto dos Solstícios e Equinócios. O que importa aqui é uma coisa que se mantém idêntica no hemisfério norte e no sul: a DISTÂNCIA, maior ou menor, a que o Sol se encontra da Terra. Como vimos, a Terra percorre uma elipse em torno do Sol, ao longo do ano, e não uma circunferência perfeita, e o Sol ocupa um dos focos dessa elipse. Por volta do Solstício de Dezembro, o foco em que o Sol se encontra está mais próximo da Terra, fazendo, portanto, com que a Terra seja permeada mais fortemente pela aura do Sol espiritual. Inversamente, por volta do Solstício de Junho, a Terra está no máximo afastamento do Sol, o que provoca uma diminuição de espiritualidade com o correlativa intensificação e pujança de vitalidade física.

Podemos resumir esse maravilhoso serviço prestado pelo nosso Salvador, o Cristo assim: “Desde o momento da Crucifixão de Cristo, no qual se converteu no Regente da Terra, Ele tem servido a Humanidade, em escala planetária, renovando todo ano o derramamento de Seu espírito purificador, quando ressuscita anualmente, com toda a natureza, no Equinócio de Março ou Páscoa, e sobe novamente ao trono do Pai no Solstício de Junho ou Ascensão, depois de ter trabalhado na e com a Terra desde o Equinócio de Setembro até o Equinócio de Março ou o período entre o Domingo de Páscoa e o Domingo de Pentecoste. Esse é o ritmo redentor do Cristo Cósmico. Esse é o Seu trabalho com a Humanidade, desde a Sua vinda ao nosso Planeta por meio dos Corpos do Mestre Jesus, e assim continuará até que a Humanidade alcance um ponto em que seja capaz de se encarregar, ela mesma, do trabalho da redenção coletiva, sem a necessidade de Sua ajuda imediata. Uma vez conhecida essa verdade e tudo o que ela implica, quem ama a Cristo converte em sua máxima aspiração ao se qualificar a si mesmo para se fazer digno de compartilhar fraternalmente Seus sofrimentos, fazendo o possível para aproximar o dia em que chegue ao fim esse Seu sacrifício que Ele segue realizando para que todo ser humano tenha vida e a tenha em abundância.”.

 Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Livro: O Testamento de São João Batista – F PH Preuss

Cristo Jesus bem o disse: “Meu Reino não é deste mundo”.

E esse anúncio do Novo Reino foi perfeitamente compreendido por São João Batista, último Profeta em Israel, que servia de arauto da Nova Era, preparando e endireitando as veredas do Senhor dos Exércitos Espirituais. Pela sua boca falava o Espírito Santo, assim como sucedeu a todos os profetas surgidos até então.

Em São João Batista cerravam-se as portas do passado, do “Velho Homem”, tendo início a alvorada do “Novo Homem”. Estes acontecimentos estão bem representados pelas figuras de São João Batista e de Jesus. João, como preparador das veredas para o Novo Homem, pregava no deserto, batizando para o arrependimento com as seguintes palavras: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”.

1. Para fazer download ou imprimir:

O Testamento de São João BatistaFrancisco Phelipp Preuss – Fraternidade Rosacruz

2. Para estudar no próprio site:

O TESTAMENTO DE SÃO JOÃO BATISTA

Por

F. PH. PREUSS

Fraternidade Rosacruz

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Revisado de acordo com:

1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz de Santo André – SP – 1974

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

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Sumário

INTRODUÇÃO.. 4

DIFERENÇAS ENTRE O BASTIMO DE ÁGUA E O BATISMO DE FOGO.. 5

A VERDADE COMO CONSTANTE CRIAÇÃO DE NOVAS PERSPECTIVAS. 17

ESCLARECIMENTOS À PARTE.. 19

INTRODUÇÃO

Conheço tua conduta: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Assim, porque és morno, nem frio nem quente, estou para te vomitar de minha boca.” (Ap 3:15-16).

O autor deseja, inicialmente, dirigir algumas palavras ao prezado leitor, a respeito da severidade com que são feitas certas afirmações no decorrer deste artigo. Elas não se destinam a nenhuma organização religiosa, e sim a todos aqueles que sinceramente desejam seguir a Ordem de Melquisedeque, isto é, a Ordem Sublime do Cristo Espiritual.

DIFERENÇAS ENTRE O BASTIMO DE ÁGUA E O BATISMO DE FOGO

A separação dos Mundos Espirituais e Material acentua-se cada vez mais. Soa, pois, a hora da decisão final, contra ou a favor de Cristo que neste final dos tempos encaminha suas ovelhas a pastos Espirituais, isto é, a um outro Reino, que não é deste mundo. Jesus bem o disse: “Meu Reino não é deste mundo[1]. E esse anúncio do Novo Reino foi perfeitamente compreendido por São João Batista, último Profeta em Israel, que servia de arauto da Nova Era[2], preparando e endireitando as veredas do Senhor dos Exércitos Espirituais. Pela sua boca falava o Espírito Santo, assim como sucedeu a todos os profetas surgidos até então. Em São João Batista cerravam-se as portas do passado, do “Velho Homem”, tendo início a alvorada do “Novo Homem”. Esses acontecimentos estão bem representados pelas figuras de São João Batista e de Jesus. São João Batista, como preparador das veredas para o “Novo Homem”, pregava no deserto, batizando para o arrependimento com as seguintes palavras: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.”[3].

As páginas que se seguem, portanto, têm como finalidade trazer, a visão interna do leitor, a diferença entre estes dois Batismos a que São João Batista se refere. Essa diferença deve, portanto, ser esclarecida, trazida à luz da razão e da lógica. Assim, se surgirem, durante os esclarecimentos que desejamos fazer a respeito deste acontecimento, já tão discutido pela massa, palavras um tanto severas, isto não significa que seja, mas, sim, que existe em nós o desejo de cooperar para um melhor entendimento da missão de Cristo em sua atividade libertadora, bem como do trabalho de São João Batista, que veio para preparar os caminhos do Senhor da Terra. Da missão transcendental de São João Batista, Cristo Jesus dá testemunho chamando-o de muito mais que profeta (Mt 11:9). Portanto, ser “muito mais que profeta” é estar acima da humanidade e, também, daqueles que anteriormente foram chamados para suas respectivas missões como profetas. Convém frisar que aquele que dá testemunho de São João Batista é o próprio Senhor Cristo, em quem depositamos inteira confiança. Os anais místico-esotéricos revelam que São João Batista é o próprio Elias renascido e, portanto, um Ser de grande evolução espiritual no círculo cósmico. Elias, segundo o Velho Testamento, cerca de 800 anos antes de Cristo, subiu aos céus num redemoinho de fogo[4], ante os olhos estupefatos de seus Discípulos. E esse mesmo Elias foi de novo enviado para preparar o caminho do Senhor, que viria para batizar com Fogo e Espírito. Se retornarmos ao Evangelho Segundo Lucas cap. 12 vers. 49 podemos complementar esse fato, com as seguintes palavras de Cristo: “Eu vim trazer fogo à terra, e como desejaria que já estivesse aceso!”. E nos versículos 50 e 51 lemos: “Devo receber um Batismo, e como me angustio até que esteja consumado! Pensais que vim para estabelecer a paz sobre a terra? Não, eu vos digo, mas a divisão.”.

Se imaginarmos a profundidade do momento em que foram pronunciadas tais palavras, que inspiram força e domínio espirituais sem par, e procurarmos senti-las ecoando em nosso íntimo, em nosso próprio Espírito – ou seja: em nós que somos de fato –, poderemos compreender perfeitamente esse instante supremo da mudança dos tempos, da substituição do velho Batismo pelo novo Batismo de Fogo e do Espírito, ocorrido logo após o singular Batismo pelo qual o Senhor, antes, haveria de passar: o Batismo de Sacrifício no Gólgota. Somente após esse Sacrifício tornou-se possível o Batismo prometido por Cristo, quando o fogo de seu espírito jorrou sobre o universo. Eis aí então, o lançamento sobre a Terra de Seu Fogo Espiritual, que vem para separar o joio do trigo ou, segundo outras palavras do evangelho, “os bodes das ovelhas[5]. Todo estudioso do ocultismo sabe perfeitamente, que somente através do sacrifício de sangue é possível a salvação, a libertação da matéria. Assim, Cristo Jesus, o Senhor, projetou sobre a humanidade, o Fogo do Espírito, sendo o primeiro ressurreto de sangue. Portanto, todo aquele que passa pelo Batismo de Fogo e Espírito, é estigmatizado, recebe os sinais do sacrifício de sangue. Muitos se admirarão de nossas palavras e julgá-las-ão obscuras. Nós, porém, dizemos: os tempos são chegados.

Muito do que estava em oculto será revelado; Cristo rasgou o Véu do Santo dos Santos, abrindo o caminho para todo aquele que queira vir e herdar a Sabedoria dos Tempos.

As Religiões de hoje em dia perdem cada vez mais sua força e valor efetivos, assim como sucedeu as Religiões do passado. Isto aconteceu devido ao avanço e a evolução das várias filosofias e ciências conquistadas, pela humanidade, até o presente. Conceitos rígidos e dogmáticos foram despejados de bordo do navio evolutivo por serem um lastro inútil que vinha pesando sobre a força mais lúcida em avanço. A espiral da sabedoria cada vez mais toca alturas fecundas no que se refere aos conhecimentos gerais, e mais se aproxima de verdades maiores, deixando de admitir conceitos obsoletos e ultrapassados. Os conceitos rígidos e dogmáticos estão sendo repelidos pela marcha inexorável da evolução. O Cristianismo, desde o seu início, vem sofrendo os impactos destruidores da inteligência humana, em detrimento da elevada posição espiritual oferecida a toda humanidade desde o advento do Novo Batismo. O intelecto humano, com suas mil e uma acrobacias, conseguiu arrastar em seus trilhos a quase totalidade dos seres humanos, numa direção totalmente antidivina, corrupta. O que revelaremos mais adiante, nesse humilde trabalho, vem propor aos seres humanos uma mudança completa no conceito do Batismo. Uma mudança que venha mostrar, positivamente, que é possível arrancar a humanidade desse beco sem saída onde se embrenhou. E para tanto, afirmamos, não falta auxílio das Hierarquias Criadoras, presidida por Cristo desde o Seu sacrifício, de modo a inverter a marcha degenerescente para um sentido regenerador.

Infelizmente, como bem atestam os fatos históricos, após o supremo sacrifício de Cristo, teve início a divisão da Cristandade. O Ensinamento Universal foi dividido por uma Igreja que se denomina Cristã Oriental e outra Ocidental. A cisma protestante, por sua vez trouxe a divisão da Igreja Ocidental em inúmeras outras igrejas que em nome de Cristo se digladiaram em sangrentas guerras religiosas, desde o século XV e XVII. E assim o Filho de Deus teve o seu ensinamento esfacelado, desvirtuado de seu verdadeiro sentido libertador. Dogmas, os mais diversos, dos quais Cristo jamais falou ou ensinou, foram inventados. Foi introduzido, no conceito religioso, o paganismo e a astúcia dos seres humanos, que malevolamente desejavam a todo custo dominar as massas, pretendendo fechar as portas dos Céus a todos àqueles que insistissem em seguir os puros ensinamentos do Cristo, em troca de um céu imaginário por eles inventado.

Nós, particularmente, afirmamos que é chegado o tempo de abolir o Batismo de Água, já na época de Cristo julgado insuficiente e transitório conforme atestam as próprias palavras de São João Batista: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.” (Mt 3:11). Tornou-se necessário passar pelo Batismo do Novo Ser Humano (Fogo e Espírito), porquanto as velhas coisas encontravam-se no princípio do fim.

Os doutores da lei mosaica, convertidos apenas superficialmente ao Cristianismo, reintroduziram o Batismo de Água, aplicado pelos Israelitas no Mar Morto (Essênios).

Da mesma forma operou-se a introdução do paganismo no seio das igrejas, sinal inequívoco de regressão a idolatrias já condenadas pelo Antigo Testamento! O “Não farás para ti imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo na terra, ou nas águas que estão debaixo da terra[6] e, depois pelo Novo Testamento: “Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade[7]. Cristo não ensinou a aplicação de saliva ao adulto ou recém-nascido durante o batismal, levado a efeito entre os pagãos de Roma, pelas sacerdotisas conhecidas como Sibilas (Adivinhas da Mitologia Greco-Romana). Nos tempos atuais, quando se prega o ecumenismo atuais fariseus e escribas, interessados na separação por ideias e atitudes personalistas, demonstram cabalmente que, o que realmente buscam não é o único e verdadeiro Deus. Eis aí o grande mal de todos aqueles que desejam dominar a humanidade. Devemos lembrar-nos que no tempo de Cristo Jesus, um único Sumo-Pontífice dirigia o Sinédrio como todo-poderoso dos Judeus. E hoje, quantos pseudo-pontífices existem nesta variedade de Sinédrios, intitulados Cristãos?

Se dizemos tudo isso aqui, o fazemos com profunda dor e anelo intenso de ver acabarem-se por completo os erros e as intrigas entre os que se chamam Cristãos. Cristo trouxe, pelo Batismo de Fogo, novas condições atmosféricas e espirituais, a fim de limpar todo rebento da velha árvore, para que dê novos frutos. Portanto, insistimos em considerar apenas válido o Batismo de Fogo, preconizado por São João Batista e consumado em Cristo. Esse Batismo foi experimentado por Paulo de Tarso no caminho de Damasco quando, consoante o relato no Livro Atos dos Apóstolos[8], ele foi ofuscado até a cegueira completa durante dias, pela Luz de Cristo.

No Pentecostes[9] deu-se a mesma coisa. A mesma Luz que brilhou sobre São Paulo envolveu os Apóstolos em seus corações, ensinando-lhes a presença de Deus em seu interior.

No acima exposto não desejamos, absolutamente, condenar aqueles que se deixam batizar na Santa Trindade de Deus, e nem tampouco aqueles que conferem esse Batismo utilizando, em seus processos mágicos, a água. Todas as Religiões têm pleno direito de fazer uso de seus poderes mágico-ritualísticos em favor da fé que confessam. Assim, o Batismo nas igrejas Cristãs, mesmo com alguma modificação ritualística tem o seu valor como base de salvação e santificação. O Batismo apenas representa um valor a ser adquirido pelo batizando, isto é, a sua introdução na igreja Santa e Una, a “Igreja Invisível”, tão bem conhecida pela massa como Corpus Christi, a Santa Comunhão dos Eleitos. Daí poder-se falar de uma vida verdadeiramente Cristã.

Na realidade, as diferentes Igrejas pretendem, cada qual a seu modo, possuir as chaves de um reino de bem-aventurança, em perfeita união com Deus. Um leigo simples e inteligente ao ouvir tais declarações lança a seguinte pergunta: “Sendo assim, deve-se considerar totalmente impossível uma comunhão com o Criador sem a interferência da Igreja?”. Será necessário, para tanto, a intervenção episcopal?

Isto nos leva novamente ao tema do Batismo, o qual é considerado como o bálsamo supremo para aliviar o ser humano de suas penas e salvá-lo de suas maldades, ou melhor, da maldade cometida por seus primeiros pais, Adão e Eva, no Jardim do Éden. A existência cerimonial do Batismo explica-se por aquilo que se denomina “exorcismo do diabo”, o qual, a partir da “Queda do Homem”, passou a dominar o mundo.

Já dissemos anteriormente que as Escrituras apresentam dois diferentes Batismos: o primeiro pode ser definido como Arrependimento, segundo as próprias palavras de São João, o Batista. (Mt 3:11)[10]. Assim como São João Batista, os Israelitas Essênios no Mar Morto batizavam com água para o arrependimento dos pecados.

Logo em seguida vemos Jesus sendo batizado por São João Batista aos 30 anos de idade, tornando-se, a partir daí o Cristo Jesus, Aquele que não mais batizaria com água e sim com Fogo e Espírito, de acordo com o testemunho do próprio São João Batista.

Assim o Fogo do Espírito Santo foi aplicado a toda a Humanidade para salvação, e não mais para arrependimento. Essa é a grande diferença entre o Batismo de Água e o Batismo de Fogo e Espírito. Podemos dizer que o Batismo de Água provoca o conhecimento dos Mundos espirituais por sufocação, enquanto o Batismo de Fogo e Espírito Santo leva a uma comunhão direta com o Fogo do Cosmos do Espírito Universal. Esperamos que o amado leitor nos tenha acompanhado atentamente até aqui, não em espírito de aceitação ou negação daquilo que vimos expondo, mas, investigando juntamente conosco, desbravando corajosamente, sem quaisquer prejuízos, este grande emaranhado de erros e superstições em torno do Evangelho. Isto equivale a uma libertação de todo elemento estranho à verdade, venha ele de onde vier.

No Evangelho Segundo São Mateus, Cap. 3, versículo 11 encontra-se escrito, como já mencionamos: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.”. Esse pronunciamento vem de São João Batista; eis que, de maneira alguma poderá ser modificado ou torcido, tão positivo ele é. Dizemos: água é água e fogo é fogo! Alguns dos leitores bem poderiam inquirir a respeito da idoneidade de São João Batista. O Profeta Isaías, 748 anos antes de Cristo, fala no Capítulo 40, versículo 3, as mesmíssimas e célebres palavras de São João Batista, isto é, proclama a vinda de um precursor: “Uma voz clama: “No deserto, abri um caminho para Iahweh; na estepe, aplainai uma vereda para o nosso Deus.’”.

Completam-se estas mesmas palavras, após quase 750 anos, no Evangelho Segundo São Mateus, Capítulo 3, versículos 1, 2 e 3 com o seguinte: “Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizendo: ‘Arrependei-vos, por que o Reino dos Céus está próximo’. Pois foi dele que falou o profeta Isaías, ao dizer: ‘Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, tornai retas suas veredas.’”.

Dessa maneira bem podemos compreender que, assim como chegava o Reino dos Céus com a vinda do Senhor, haveria, naturalmente, uma mudança dos tempos, o que de fato se deu. Como prova disto, passamos novamente à palavra do Santo Livro, a Bíblia, que no Evangelho de São Mateus, Capítulo 3 e versículos de 13 a 17, diz o seguinte: “Nesse tempo, veio Jesus da Galileia ao Jordão até João, a fim de ser batizado por ele. Mas João tentava dissuadi-lo, dizendo: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?”. Jesus, porém, respondeu-lhe: “Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça”. E João consentiu. Batizado, Jesus subiu imediatamente da água e logo os céus se abriram e ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele. Ao mesmo tempo, uma voz vinda dos céus dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem Me comprazo”.

Pelo diálogo acima, entre São João Batista e Jesus, damo-nos conta de que ambos tinham conhecimento do Batismo vindo das Alturas. Logo já sabia, antes, do Batismo de Fogo que sucederia ao Batismo de Água. Por isso testemunhou visualmente esse Batismo, quando viu abrirem-se os Céus e o Espírito Santo (Fogo) desceu como pomba, com o propósito de tocar o Mestre. Logo, impõe-se historiarmos as duas formas de Batismos, isto é, o de Água e o de Fogo, pois se trata de dois mundos ou estados de consciência diferentes. O Cristianismo popular até agora falou apenas da necessidade da água, tendo-a sempre utilizado em seus ritos.

O exposto nos suscita a seguinte pergunta: qual a razão do Batismo de Água, desde que já se havia anunciado o advento daquele que batizaria com Espírito? Em verdade, trata-se de dar ao candidato dos Mistérios[11] o conhecimento de seu estado espiritual. Os israelitas Essênios, que formavam uma comunidade à parte a qual pertencia São João Batista – filho de Isabel e Zacarias –, sabiam que quando se submerge alguém na água, os seus corpos sutis, por falta de condições biológicas de respiração de ar, abandonavam, em parte, o Corpo Denso (corpo físico), da mesma forma como acontece num afogamento. Antes de o indivíduo se afogar completamente, o Espírito se encontra consciente dentro de seu nível interno, conhecendo-se a si mesmo como um ser espiritual entre outros seres semelhantes, que se encontram em seu nível, estando só parcialmente ligado ao seu Corpo Denso. Acontece, porém, que esse quase afogamento, sem dúvida, era uma operação um tanto brutal, causando algum sofrimento. Os Essênios conheciam perfeitamente o ponto exato em que o candidato aos Mistérios podia ser novamente levado para fora da água, enriquecido com os conhecimentos obtido nos planos superiores. Dessa forma, o candidato tinha plena certeza da existência de uma vida espiritual, o que o levava a morrer para tudo quanto é material. Ele era um morto para o Mundo material, e nascido para os Céus. Esclarecido isso, pudemos agora dizer algo a respeito do Batismo de Fogo e Espírito, ao qual São João Batista se refere. Saibamos, outrossim, que não somente o iluminado São João Batista falava pelo Espírito Santo, como também todos os profetas do Antigo Testamento.

Vimos que na ocasião do Batismo do Senhor Jesus os Céus se abriram, e o Espírito Santo desceu como pomba sobre Ele. Aquilatamos esse acontecimento com uma maior compreensão espiritual: São João Batista tinha visão espiritual, tendo visto, portanto, a descida do “Fogo Espiritual do espaço universal” como pomba, o que esotericamente compreendido significa: paz, Reino dos Céus. Nesse mesmo instante foi conferido o Verbo a Jesus, e esse mesmo Verbo diz: “Este é o meu Filho amado, em quem Me comprazo”.

Cientificamo-nos da grande importância da manifestação pela luz, conforme relata o primeiro Capítulo do Evangelho Segundo São João. O Verbo-Deus manifestando-se como Luz ao mandato: fiat lux (Faça-se a Luz), pronunciado pela essência do Fogo-Luz, o Verbo Absoluto. Marquemos profundamente em nossas Mentes essa abstração, pois é a chave para muitos mistérios.

Sabemos perfeitamente que Jesus, em existências anteriores, vivera na Personalidade de Salomão, na Judeia, e como Krishina, na Índia, sendo ali conhecido como um Salvador. Nessas duas Personalidades habitava a Fogo do Espírito Santo, não havendo, porém, a manifestação mais abundante, plena, do Espírito do Verbo, o que se deu na Personalidade de Jesus de Nazaré, que se transformou, por isso, em Salvador do Mundo. Cristo, o Princípio da Criação, desde esse instante, passou a guiar a Humanidade por força da essência do Fogo (Luz), do qual era portador puríssimo o sangue de Jesus, que posteriormente foi derramado e infuso no globo terrestre. Ele é a Luz e o Amor do Pai, para que, auxiliados por essa Luz e Amor infinitos, os seres humanos de boa vontade dessem início ao seu trabalho de construção do novo Templo da Humanidade, tendo Cristo como Pedra Angular. A presença do Cristo Solar garantia, dessa maneira, a Terra e a Humanidade, o regresso ao Sol, a sua origem. Essa atuação irradiante da Luz Cósmica era decisiva, peremptória, não havendo, portanto, outra via, pois, o Céu se havia movido a favor da Salvação da Humanidade. O Mundo não haveria de perecer, mas seria salvo, e desse modo a essência do fogo, o Verbo, conferia a Jesus o Raio de sua excelsa atuação, a fim de que todos aqueles que cressem em Jesus, o Cristo, pudessem receber o Batismo de Fogo, com a finalidade da regeneração espiritual. Assim, todos morriam em Jesus, o Senhor, para renascer pelo Fogo do Espírito Santo em Cristo. Todo, pois, que aceita o sacrifício da Luz Universal, o Verbo por meio do Sangue de Jesus, traz em si, devido a esse derramamento de Sangue-Espírito, o sinal do Batismo de Fogo. Aquele que não traz esse sinal se encontra ainda preso às águas do Mar Morto do Antigo Testamento, tal como ainda hoje se encontram as Sinagogas e Igrejas, que se dizem orientadas pelo Espírito Santo (Jeová) e para simbolizá-lo mantêm sempre acesas luzes vermelhas em seus Altares. Cristo, porém, não mais se manifesta por meio de luz externa alguma; Ele está presente nas almas de todos os seres humanos como Luz Salvador-Interna, atuando verdadeiramente em todos aqueles que vivem consoante a Lei de Deus, o Senhor do Verbo.

Segundo as palavras do próprio São João Batista, o Batismo de Água vigorou até a vinda do Messias (Salvador). Ele havia sido empregado, cerimonialmente, para o arrependimento, desde a passagem dos israelitas no Mar Morto, até às águas do Jordão, como já mencionamos. Tudo não passava apenas de um Ritual, de uma confirmação do pacto feito entre Deus e o povo de Israel (ICo10:1-4)[12]. As palavras de São João Batista no Batismo de Jesus são totalmente radicais em sua oposição ao Batismo de Água, pois, como foi dito, Cristo liberta os seres humanos por um processo exclusivamente interno, coabitando, como Espírito Universal, como Energia Cósmica irradiante, com toda a Humanidade. Desde o seu advento, alimenta-se a Humanidade, então, pelo constante Batismo de Luz e Fogo, que desce em ondas rítmicas, como pomba (Paz) nas almas dos seres humanos, à semelhança do que se deu no Jordão, quando um Raio da Luz de Deus penetrou a alma do homem Jesus.

A partir daí, teve início o grande Plano de Redenção. Na Santa Ceia evidencia-se a vitória desse plano iniciado e em pleno andamento, a vitória da transformação, quando os doze Apóstolos recebem Pão e Suco da Videira (repare: não havia vinho, mas apenas pão, um produto vegetal, e o fruto da videira, outro vegetal. O suco recém-extraído da uva não contém um espírito proveniente da fermentação e decomposição, mas é um alimento vegetal puro e nutritivo), à semelhança do Corpo e Sangue de Deus. É de se lamentar, no entanto, que a maior parte dos que se dizem batizados não tenham sentido ainda essa grande verdade, continuando, portanto, presos às águas do Mar Morto. Ressaltamos bem o fato, como já foi uma vez explicado, que o Espírito Universal modificou, abruptamente, as condições cósmicas. O Céu se deu num amplo amplexo à Terra obscura. A continuidade do Batismo de Água somente poderia trazer, como efeito, da extremada subordinação à Lei e à letra, a separação da Cristandade em várias seitas.

Dessa forma a Humanidade se perdeu por caminhos ilusórios. Ao invés de preparar em si mesma, em sua alma, os caminhos do Senhor, continuou a crer mais na água morta que na espiritualização da Mente e da Alma. O Monte da Transfiguração tinha que ser alcançado na alma dos seres humanos, assim como aconteceu com Cristo, pois a iluminação interna provém d’Ele para todos. Chame-se essa Luz como quiser, dê-se-lhe o nome que se queira dar. Não importa. É a mesma Luz da Sabedoria de Deus, o “Filho Bem-amado”. Deus deseja residir na alma do ser humano, internamente e para tanto, não precisa cerimonial externo algum. A Humanidade deve se assemelhar a Deus. E Deus é Amor! Dessa forma, reconhecemo-nos uns aos outros na Luz e no Amor de Deus, para sermos reconhecidos no espírito que é de Deus. Todo aquele que confesse ter vindo Jesus-Cristo a sua carne, a sua alma, faz-se divino e nasce em Deus, e todo aquele que nega ter vindo Jesus-Cristo em sua carne e não libertado, o princípio espiritual divino, adormecido em seu interior, não é de Deus. Em verdade não há sinal externo que possa demonstrar a presença de Deus. Contudo acumulamos forças sobrenaturais facilmente reconhecíveis, se realmente pretendemos acompanhar a Deus em seus caminhos, em nossa alma, com aquela simples, quase infantil, compreensão de que Deus é Amor, e quem vive em amor, está em Deus e Deus nele. (IJo 4:16).

Esse amor sempre nos acompanha, onde quer que estejamos. “Ainda que eu caminhe por um vale tenebroso, nenhum mal temerei, pois estás junto a mim” (Sl 23), mais próximo do que nossas mãos e nossos pés. À noite adormecemos com Ele, sonhamos com Ele, despertamo-nos com Ele, falamos cada palavra junto d’Ele. Em todos os nossos serviços, fazemo-Lo acompanhar-nos, numa constante transmissão de Amor, em inalterável serenidade e paz. Em tudo isso, reconhecemos a Sua presença. E se nos amamos uns aos outros, conforme o Seu mandamento, não tenhamos dúvida: Ele estará em nós, conferindo-nos o seu Batismo de Fogo e Espírito. A Água Viva brota de nosso interno Santuário, em transbordante amor para com tudo e com todos, trazendo-nos um vivo sentimento de união com todas as criaturas. Nessa universalidade divina, não há mais tempo, nem espaço, nem criatura, nem criador, nem razão, mas apenas Unidade, o Eterno “Eu Sou”, existência absoluta no Absoluto. Participamos deste elevado estado como Filhos de Deus, e como novas Criaturas. Trazemos em nossas testas o Sinal do “Filho do Homem”, isto é, o Triângulo ígneo representativo do Pai, Filho e Espírito Santo, que se manifesta como Amor.

Percebe-se em volta de todo aquele que se confessa a esse Amor Crístico, algo como que auréola, plena das mais santas vibrações transmitidas em forma de grande compaixão e amor-sacrifício por onde caminhem a dor, a miséria e o sofrimento. Lembremo-nos dos Profetas, Apóstolos e dos verdadeiros benfeitores da humanidade: Platão, Sócrates, Hipócrates, São Francisco de Assis, Santo Agostinho, Jacob Boehme, Max Heindel e tantos outros grandes idealistas, que através de seus ensinamentos fizeram ecoar nas fibras dos mais empedernidos corações o eterno hino do Amor. Através de todos eles circulava o Fogo do Espírito de Deus, pois do contrário não poderiam, com tanta energia, proclamar a presença Divina. Os escribas, pelo contrário, jamais puderam fazer vibrar os corações, pois não falava neles a Divina Luz, e sim a inteligência fundamentada apenas na lógica humana.

A VERDADE COMO CONSTANTE CRIAÇÃO DE NOVAS PERSPECTIVAS

Nunca houve possibilidade de determinar o que é a Verdade. Pode-se apenas dizer que ela é uma constante criação de novas perspectivas pelo Grande Todo. Portanto, impossível de ser conhecida apenas pelo raciocínio humano. Por isso, mesmo Cristo não respondeu a Pilatos quando este o interrogou: “Que é a Verdade?[13]. Nesse instante defrontam-se o tempo e a eternidade, o brilho da dialética do mundo e o eterno fulgor de outro mundo, pois não disse Cristo Jesus: “O meu reino não é deste mundo”? (Jo 18:36). E depois, o que adiantaria falar-lhe (a Pilatos) a respeito da Verdade se não estava interiormente amadurecido para reconhecê-la? E nos tempos atuais, de que nos adiantaria especularmos a respeito da Verdade ou de Deus, se O reconhecemos em nós mesmos? A ingratidão, o mal e a miséria cravaram tão fortemente suas espadas nos corações dos seres humanos, que esses não mais podem sentir a pulsação constante do Amor Infinito, que desce em ilimitada compaixão até nós, desde os planos do Ser Universal.

Para total infelicidade do gênero humano, esse Amor Divino encontra sempre a oposição do “amor” humano, egoísta e autoconservador. E assim a Humanidade se assemelha a um rebanho de cegos conduzido por um guia cego. Originalmente, a Humanidade foi criada como moradora do Jardim do Éden. Cintilava sua veste como pedras preciosas. Era ungida como Querubim, parecendo como pedra afogueada entre as estrelas do firmamento, palavras estas pronunciadas pelo Profeta Ezequiel (28:13 e 14)[14]. Devem ser lidas muitas vezes essas dramáticas acusações! Originalmente, a Humanidade foi criada para andar pelas mãos de Deus, numa perfeita ligação de amor. Nesta santa intimidade não é possível conhecer-se o mal, a separação e a dor, mas constantemente o sentimento da felicidade e a paz. Não se trata aqui, absolutamente de uma exaltação ou de arroubos místicos. Esse encontro com Deus é permanente. É Deus reconhecendo-se a Si mesmo em Sua criatura, e essa se encontrando a si própria no seu Criador. “Lumine de lumine, lumine de lumine…!”. Essa sensação de intimidade entre Deus e o ser humano não pode ser explicada, pois ela se realiza no mais recôndito, onde a percepção se torna sublime, transcendental e imaterial. Não é possível reconhecer a presença de Deus por meio de palavras, nem formular regras para conhecê-lo em nosso Espírito, pois o cálice transborda de alegria. Qual o Santo ou a Santa que alguma vez se expôs a uma sabatina de tal espécie? Isto seria blasfêmia. Conhecer a Deus somente é possível àquele que prova em si a Sua presença.

No entanto, saibamo-Lo ou não, Ele nos envolve em Sua Eterna Luz, à espera de nossa manifestação em sentido de orientador superior, a fim de que a Sua Plenitude e o Seu Espírito possam penetrar em nossa aura, em nossa Individualidade, em nossa inteligência. Este e o Seu eterno anseio. E quando a criatura conhece a dor, o sofrimento, estes não são causados por um afastamento de Deus, e sim pela própria criatura. Muitas vezes ouve-se alguém dizer: “Por que Deus permite isto ou aquilo?”. Então encontramos a única resposta: “Os seres humanos cerraram a passagem à Luz que tem como único objetivo alimentar as suas almas, a fim de que não mereçam, mas tenham a Vida Eterna”. Afirmamos veementemente: a criatura que se volta novamente a Deus, o Fogo do Amor Divino não tardará com o Seu Batismo. Assim, o Batismo de Fogo é sempre renovado, até que o derradeiro se cumpra, culminando no total renascimento da criatura para o Reino dos Céus. O Fogo trazido a Terra por Cristo está ardendo e toda criação geme como em dores do parto à esperada manifestação do Filho de Deus.

ESCLARECIMENTOS À PARTE

No 4º Capítulo, nos versículos 1 e 2 do Evangelho Segundo São João (o Discípulo que Jesus amava) lemos o seguinte: “Quando Jesus soube que os fariseus tinham ouvido dizer que ele fazia mais discípulos e batizava mais que João — ainda que, de fato, Jesus mesmo não batizasse, mas os seus discípulos”, e no versículo 9 o diálogo entre a mulher samaritana e Jesus dizendo-lhe: “Diz-lhe, então, a samaritana: “Como, sendo judeu, tu me pedes de beber, a mim que sou samaritana?”. (Os judeus, com efeito, não se dão com os samaritanos.)”. E logo o versículo 10, diz: “Jesus lhe respondeu: ‘Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva!’”. (Nesse caso “Água Viva” não se deve compreender como um rio em movimento).

Nos versículos 13, 14 (Jesus lhe respondeu: “Aquele que bebe desta água terá sede novamente; mas quem beber da água que eu lhe darei, nunca mais terá sede. Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna”), Cristo ensina Sua eterna vida. E nos versículos 20, 21 e 22 (Nossos pais adoraram sobre esta montanha, mas vós dizeis: é em Jerusalém que está o lugar onde é preciso adorar”. Jesus lhe disse: “Crê, mulher, vem a hora em que nem sobre esta montanha nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus). Ele nos ensina sobre os Iniciados em espírito que trazem em si a Paz do Espírito do Pai, que reinará com Seus filhos na cidade luminosa de Jerusalém, com Cristo sendo o Sumo Pontífice, o “Rei de Salém”. Entende-se o termo judeu e israelita no sentido de “o iluminado pela água da vida para toda eternidade”. Falava Cristo, à mulher de Samaria, de uma água morta a qual jamais poderia matar a sede, referindo-se ao mesmo tempo a água que Ele oferecia, isto é, o Espírito da Vida que eliminava a sede para toda eternidade. Esta água não teria nada a ver com aquela de que os seres humanos e animais bebem, e sim com a Água corrente do Fogo do Espírito Santo com que o Salvador batizava, atuante no Corpo de Cristo. Sabemos destarte, que essa água é a portadora da Vida Eterna, transmitida por Cristo. Assim, tendo bem compreendido o que foi dito acima, torna-nos lógico que Cristo não necessitava de Batismo algum, pois, bem diz o Evangelho Segundo São Mateus, no Capítulo 3, versículos 14 e 15, ao se aproximar Jesus para ser batizado por São João Batista: “‘Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?’. Jesus, porém, respondeu-lhe: ‘Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça’”.

Evidentemente não necessitava do Batismo, pois era o Senhor do Mundo! Em verdade, sempre houve entre os sumo-sacerdotes, desde a existência do Tabernáculo no Deserto, o Lavabo de Bronze (pia batismal) no qual se purificavam, antes de entrar na Sala Oeste onde brilhava a Glória da Shekinah, a luz vermelha, representativa do Espírito Santo, com quem entrava em contato. Note-se que se tratava aí de Comunhão com o Senhor Deus, quando eram recebidas as ordens para o povo. Nesse momento, havia entre aquele que se havia purificado (batizado) e Deus uma estreita relação, mesmo que o Pontífice não conhecesse a face do Espírito Santo. Como havia passado pela água do Lavabo de Bronze, exposta às forças cósmicas durante as lunações em que Jeová dominava, resultara a purificação do Corpo Denso, do Corpo Vital e do Corpo de Desejos do sumo-sacerdote, estabelecendo-se a comunhão entre Jeová e o sumo-sacerdote e, assim o Verbo que saía da boca do Senhor não era desvirtuado.

Nesse ponto convidamos o leitor a se deixar levar pela própria intuição, a fim de apreciar maiores conhecimentos espirituais que se seguem.

O ponto máximo dessa purificação pela água deu-se com o povo israelita, quando da travessia do Mar Vermelho. Ali, como um grande e único grupo humano, passando pelas Águas, foram guiados por uma coluna de fogo, provocando uma purificação em massa. Este acontecimento, bem o explica São Paulo, na sua Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo 10, versículos de 1 a 4, com as seguintes palavras: “Não quero que ignoreis, irmãos, que os nossos pais estiveram todos sob a nuvem, todos atravessaram o mar e, na nuvem e no mar, todos foram batizados em Moisés. Todos comeram o mesmo alimento espiritual, e todos beberam a mesma bebida espiritual, pois bebiam de uma rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha era Cristo.”.

Estas palavras fundamentais de São Paulo mostram e explicam bem que a unidade deveria ser mantida pela relação existente entre a comunhão israelita e a posterior consagrada à crucifixão de Jesus-Cristo. Tanto antigamente como na atualidade, os candidatos à purificação recebem o “Pão e Suco da Videira”, símbolos da presença do alimento Divino para salvação. A essa altura relembramos que tanto as sinagogas como as igrejas ostentam em seus altares a mesma luz vermelha, símbolo da presença do Espírito Santo. Bem diz São Paulo que o Cristo se achava na nuvem, na coluna fogosa na passagem dos israelitas pelo Mar Vermelho. Isto nos mostra cabalmente a perfeita unidade de Deus, mesmo quando se fala em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. O Espírito Universal é “UM”, e não três nem cinco nem dez! Visto dessa forma o assunto torna-se claro. O Batismo de Água valorizava os preceitos e ensinamentos dados por Moisés por meio do Espírito Santo. E logo depois, quando o Cristo passou com o povo escolhido através do Mar, impôs-lhe o conhecimento do espiritual Fogo Invisível. O espiritualista, em seus Corpos purificados, reconhece a mesmíssima coluna fogosa em sua própria coluna espinhal, o Fogo Sagrado do Espírito Santo.

Notemos que, em tempos remotos, tudo se manifestava externamente, de forma inconsciente, devido ao estado involutivo da criatura humana. Essa, com o passar dos tempos, paulatinamente foi tomando consciência de uma vida externa – do Mundo material ao seu redor. E assim sendo, a vida espiritual se encontrava em quase completa escuridão, sendo desvendada por alguns poucos vanguardeiros que iam desenvolvendo órgãos de percepção espiritual. Semelhantemente, hoje em dia, esse reconhecimento interior de Deus se encontra velado para a maioria dos seres humanos, por não possuírem ainda órgãos aperfeiçoados necessários para tal finalidade. Deus fala hoje como antigamente as Almas dos seres humanos. Mas, a virtude de Deus não alcança aquele que não aceita, que não a cultiva em si mesmo. Falta-lhe a devida fé; falta-lhe o devido amor incondicional; falta-lhe a devida força para uma entrega total de si mesmo a esse Amor maior, sem a qual não se pode viver e nem se consegue a divina ascensão do próprio ser.

Nessa prospecção lembramo-nos de ter falado a respeito da atuação externa de Cristo, quando da passagem do povo judeu pelas águas do Mar Vermelho, o que equivaleu a um Batismo externo. Após muito vagar pelo deserto, surgiu o amadurecimento tão esperado, que lhe permitiu receber o Batismo interno ministrado por Cristo. A fim de atingir este amadurecimento, foram necessários longos anos de penúrias e de sofrimentos constantes, de contendas e perseguições, de reedificações do Tabernáculo no Deserto e do Templo de Jerusalém. Os Macabeus[15], organização militar da Judeia, já não mais resistindo aos exércitos bem mais fortes, inclusive os de Roma, não encontravam outra solução senão evadir-se pelo suicídio nas montanhas da Palestina. Estas tremendas provas porque passaram somente podia levá-los a uma seleção, a uma depuração, a uma preparação para o advento de Jesus, posteriormente Jesus-Cristo, que os conduziria a libertação por meio de um Batismo mais extraordinário. E essa libertação, ou seja, Salvação, somente podia ser lograda dentro do sangue da Humanidade, por meio do sacrifício de Jesus. Vejamos, porém, mais de perto esse importante acontecimento. O purificado sangue de Jesus era algo preciosíssimo, pois era cheio da força do Espírito Santo, e deste modo, o Espírito Universal podia penetrar, perfeitamente, em todas os Estratos da Terra[16], purificando-a. Assim, Jesus trazia às almas humanas o Batismo da Salvação, o Batismo do Sangue, sangue de Jesus no sangue do ser humano. As forças divinas puderam penetrar até o âmago da natureza humana, e Cristo fez-se um de nós! A partir de então, tornou-se possível receber as vibrações do Sol diretamente, pois o sangue de Jesus servira de veículo entre a Humanidade e as forças solares. Verdadeiramente a Luz não mais seria recebida por intermédio do Regente da Lua, ou seja, Jehovah (ou Jeová, Javé, Iahweh, Yaweh, YHWH), e sim do Arcanjo Solar, o Cristo que, manifestando-se pelo Corpo Denso e Corpo Vital de Jesus, na Terra, sofreu o derramamento de sangue no Gólgota; e através do sangue penetrou nosso Globo e se tornou Espírito Planetário da Terra.

Na Santa Ceia, esse mesmo Espírito testemunha pelos lábios de Cristo Jesus: “Tomai, comei; isto é o meu corpo.”[17]. Note-se que Ele não disse: “isto representa o meu corpo”, e sim: “Tomai, comei; isto é o meu corpo.”.

Da mesma forma tomando o cálice e dando graças deu-o aos Discípulos, dizendo: “Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados.[18].

Desse momento em diante, a fase final da história da Salvação precipitava-se. O símbolo da Eucaristia é um dos mais belos e mais santos dentro dos Mistérios. O pão que Cristo tomara, e que apontara como sendo o Seu corpo, e o cálice da Nova Aliança representam, nesse sublime rito, a Terra e tudo que ela contém (nesse caso o pão feito de trigo, e o suco da videira). Eles receberiam, no ato final do grande Sacrifício Cósmico de Cristo, a vitalidade e a Luz do Mundo do Espírito de Vida, não somente do exterior como do interior da Terra. Deste modo o globo terrestre vem passando por uma alquimização constante, efetuada pela Luz de Cristo. Assim como Cristo penetrou nos corpos dos Discípulos por meio do “pão e do suco da videira”, tem penetrado também em todos aqueles que chegaram a compreender e aplicar a ciência da transmutação em seus corpos – a transmutação por meio do Amor espiritual, ou seja, impessoal).

Tal alquimia não admite fermento estranho na massa, pois, a própria vida-luz que o Discípulo traz interiormente é suficiente para o seu crescimento. Na Antiga Dispensação[19] os israelitas tinham de entregar o “pão ázimo”, isto é, não fermentado. Esse ensinamento significa que em tudo quanto há fermentação, existe o signo da morte. Da mesma forma, Cristo entregou (como os judeus na Páscoa) o pão não fermentado. Nisso entendemos que, aquele que toma o “pão e suco da videira” não fermentado – o Corpo de Cristo – jamais perecerá. A pureza do corpo espiritual jamais poderá fermentar. Entendemos assim, que Cristo, não somente na ocasião da Páscoa, fez a entrega do pão ázimo (Seu Corpo), mas o faz constantemente, até que o Espírito se faça presente em toda plenitude num corpo não fermentado.

As águas da morte haviam passado, e a pura espiritualização pelo fogo tomou o lugar de tudo aquilo que fermentava. O Fogo da Ressurreição nasceria em tudo o que continha a podridão do fermento. Na crucifixão foi entregue o Fogo do Espírito Triuno, para que a pureza pudesse ser extraída da impureza; e o ouro puro, da escória. Verificamos, assim, a constante presença de Deus, quando diariamente partimos o pão em memória d’Ele. Em cada partícula que tocamos com nossas mãos e ingerimos com devoção a Ele, recebemos o Batismo de Fogo, em virtude de seu Sangue Purificador. Unimo-nos a Ele todos os dias, a todo instante, pois o Espírito não fermenta e, assim, temos a Vida Eterna como ele nos prometeu.

Afirma-se daí, que a criatura jamais deveria pensar em si mesma como sendo apenas um ser feito de carne e osso e sim, participante do Espírito, jamais exposto à fermentação ou deterioração. Depende apenas de si o deixar-se fermentar ou não, o viver na luz da Vida Eterna ou nas trevas da corrupção, quer física, quer etérica ou emocional e intelectualmente. Os nossos Corpos superiores recebem sempre poderes de qualidades divinas por força da Ordem Divina, reinante em todo o Cosmos. Na parábola da videira encontramos referência sobre esta afirmação (Evangelho Segundo São João 15:1-5[20]).

Daí se infere que vivemos sob constante influxo de Forças Divinas que nos envolvem e interpenetram. Asseveramos, portanto, que a única condição para permanecermos nessas Forças Divinas (no Cristo) é o desejo, o anelo sempre contínuo de sermos tais como ramos de uma árvore alimentados por Sua vida. Assim como o Pai preserva a videira, com toda a certeza preservará os ramos que nela permanecem.

Por essa verdade absoluta tão bem explicada por Cristo ao transmitir o conceito da Eternidade do ser humano em Deus, existindo na Eterna Unidade, ou no Verbo Infinito, deve o candidato saber, e por fim sentir, o plano espiritual em seu Ego como Batismo de Fogo e Espírito, de maneira concisa e exata, para não mais desviar-se da profunda base existente na videira, no Fogo do Pai, do Filho e da constante criação do Espírito Santo em seu próprio Ego, Cristo no ser humano. Saibamos que o Fogo do Espírito Universal jamais conhecia limitações em qualquer extensão material, intelectual ou mesmo em si, como elemento do Absoluto. O ser humano, que é incluído em todas as partes divinas por causa de sua divina descendência, reconhece, assim como Deus mesmo, a sua ilimitação. Ressaltamos, porém, que existem limitações apenas para quem não consegue, em sua meditação espiritual ou em sua alma, conviver com a sua ilimitação. Essa frustração resulta de sua Mente não acessível ao ambiente em sua extensão iluminada, ainda não suficientemente aplicada ou aplicável em atividades puras. Todo espiritualista sabe, perfeitamente, que cada pensamento representa uma onda de “luz”, movimento luminoso que é qualidade da divina onipotência.

Essa linguagem encontramos em todos os livros sagrados, na música, literatura e na escultura, em que o Espírito de Deus é fator cooperante. É de suma importância a criatividade na obra artística, pois se percebe quanta força divina tem atravessado, ou tinha possibilidade de se manifestar na alma do artista e, com poder interno, podia expressar-se na pauta musical, na tela, ou na pedra de mármore.

Adicionemos ainda algumas palavras ao mesmo assunto, pois se trata do “Espírito Santo” em nossa Individualidade. Se pertencemos, como Egos, à substância de Deus, mesmo afastados da Luz Central existimos em qualidade espiritual nos Corpos divinos do Sistema Solar, como participantes de todos os sistemas e de suas qualidades, desde o mais sutil-abstrato, “Onisciência de Deus”, até o material mais grosseiro do mundo Planetário-Estelar.

Com essas reflexões entendemos pertencer ao princípio das coisas, a Deus, ao Caos, em exata harmonia com as leis coordenadoras d’Ele, embora sejam imensuravelmente elevadas à nossa compreensão mental. Porém, pelo pensamento abstrato, podemos compreender muito bem onde o nosso ser interior tem a sua função sublime e absoluta.

A esta altura esperamos que o prezado leitor haja alcançado o sentido do “Batismo de Fogo e Espírito” por meio dessas explicações. Atentemos, a seguir, as palavras de Cristo quando nos ensina: “Antes que Abraão fosse, Eu era[21]. A palavra de Cristo é verdade que conduz à totalidade da criação. Portanto, pertencemos a qualidade dos poderes de Cristo. Facilmente vislumbramos nessas palavras a nossa origem, coincidindo com Aquele a quem Ele pertencia, ou seja, Criador do Universo e, em particular, a evolução do Sistema Solar ao qual pertence o nosso globo terreno.

Devemos ainda exigir esclarecimento para retificar um erro grave que os dogmas cometem quando dizem que, após a crucificação, Cristo desceu ao inferno ou, a “mansão dos mortos”, ressuscitando no terceiro dia. Compreendamos que isto jamais aconteceu, pois Cristo incorporava em Si qualidades celestiais, mercê das quais jamais precisaria descer a um inferno ou “mansão dos mortos”! Ele era o Senhor da vida! A, palavra inferno tem o sentido etimológico de “o mais inferior”, designativo de um estado vibratório lento, que deve ser acelerado no processo de espiritualização dos veículos. Eis o que deve acontecer aos seres humanos, pois a Terra e a sua Humanidade deverão ser salvas.

O Batismo pelo Fogo e Espírito deveria realizar-se para que não sucedesse ao nosso Globo e Corpos a extrema condensação que a Luz sofreu. Entendamos que o Fogo deveria permear e sutilizar a Terra que perigava devido a sua vibração demasiado lenta. A Terra e seus habitantes foram salvos da destruição devido a poderosa atividade Solar incorporada no próprio Cristo. Analogamente devemos também acreditar na constante reaparição do globo terrestre, pois ele renasce ciclicamente, tal como nós, Espírito, renascemos com nossos Corpos aqui. Não é possível imaginarmos quantas vezes e em quantos Sistemas Solares o globo que habitamos já pode ter existido, pois se trata de uma constante evolução. As Galáxias estão a nossa disposição. Devemos lembrar-nos, de uma vez para sempre, que a Luz Divina (Deus é Luz) representa uma constante circulação, como se fosse o Sangue do Espírito do Todo Uno, indestrutível, eterno e de total potência. Existe sim, uma constante ação criadora da qual nos beneficiamos e que podemos chamar: a consciência do Batismo de Fogo e Espírito.

F I M


[1] N.R.: Jo 18:36

[2] N.R.: A Era de Peixes que se avizinhava

[3] N.R.: Mt 3:11

[4] N.R.: IIRs 2

[5] N.R.: Mt 25:32

[6] N.R.: Ex 20:4

[7] N.R.: Jo 4:24

[8] N.R.: Saulo, respirando ainda ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote. Foi pedir-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de poder trazer para Jerusalém, presos, os que lá encontrasse pertencendo ao Caminho, quer homens, quer mulheres. Estando ele em viagem e aproximando-se de Damasco, subitamente uma luz vinda do céu o envolveu de claridade. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: “Saul, Saul, por que me persegues?”. Ele perguntou: “Quem és, Senhor?”. E a resposta: “Eu sou Jesus, a quem tu estás perseguindo. Mas levanta-te, entra na cidade, e te dirão o que deves fazer”. Os homens que com ele viajavam detiveram-se, emudecidos de espanto, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém. Saulo ergueu-se do chão. Mas, embora tivesse os olhos abertos, não via nada. Conduzindo-o, então, pela mão, fizeram-no entrar em Damasco. Esteve três dias sem ver, e nada comeu nem bebeu. Ora, vivia em Damasco um discípulo chamado Ananias. O Senhor lhe disse em visão: “Ananias!”. Ele respondeu: “Estou aqui, Senhor!”. E o Senhor prosseguiu: “Levanta-te, vai pela rua chamada Direita e procura, na casa de Judas, por alguém de nome Saulo, de Tarso. Ele está orando e acaba de ver um homem chamado Ananias entrar e lhe impor as mãos, para que recobre a vista”. Ananias respondeu: “Senhor, ouvi de muitos, a respeito deste homem, quantos males fez a teus santos em Jerusalém. E aqui está com autorização dos chefes dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome”. Mas o Senhor insistiu: “Vai, porque este homem é para mim um instrumento de escol para levar o meu nome diante das nações pagãs, dos reis, e dos filhos de Israel. Eu mesmo lhe mostrarei quanto lhe é preciso sofrer em favor do meu nome”. Ananias partiu. Entrou na casa, impôs sobre ele as mãos e disse: “Saul, meu irmão, o Senhor me enviou, Jesus, o mesmo que te apareceu no caminho por onde vinhas. É para que recuperes a vista e fiques repleto do Espírito Santo”. Logo caíram-lhe dos olhos umas como escamas, e recobrou a vista. Recebeu, então, o batismo e, tendo tomado alimento, sentiu-se reconfortado. (At 9:1-19)

[9] N.R.: Tendo-se completado o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se encontravam. Apareceram-lhes, então, línguas como de fogo, que se repartiam e que pousaram sobre cada um deles. E todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia se exprimissem. Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos vindos de todas as nações que há debaixo do céu. Com o ruído que se produziu a multidão acorreu e ficou perplexa, pois cada qual os ouvia falar em seu próprio idioma. (At 2:1:6)

[10] N.R.: Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.

[11] N.R.: Iniciações

[12] N.R.: Não quero que ignoreis, irmãos, que os nossos pais estiveram todos sob a nuvem, todos atravessaram o mar e, na nuvem e no mar, todos foram batizados em Moisés. Todos comeram o mesmo alimento espiritual, e todos beberam a mesma bebida espiritual, pois bebiam de uma rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha era Cristo.

[13] N.R.: Jo 18:38

[14] N.R.: “Estavas no Éden, jardim de Deus. Engalanavas-te com toda sorte de pedras preciosas: rubi, topázio, diamante, Crisólito, cornalina, jaspe, lazulita, turquesa, berilo; de ouro eram feitos os teus pingentes e as tuas lantejoulas. Todas essas coisas foram preparadas nos dias em que foste criado. Fiz de ti o querubim protetor de asas abertas; estavas no monte santo de Deus e movias-te por entre pedras de fogo.”

[15] N.T.: Foram os integrantes de um exército rebelde judeu que assumiu o controle de partes da Terra de Israel, até então um estado-cliente do Império Selêucida. Os Macabeus fundaram a dinastia dos Hasmoneus, que governou de 164 a 37 a.C., reimpuseram a Religião judaica, expandiram as fronteiras de Israel e reduziram no país a influência da cultura helenística. Seu membro mais conhecido foi Judas Macabeu, assim apelidado devido à sua força e determinação. Os Macabeus durante anos lideraram o movimento que levou à independência da Judeia, e que reconsagrou o Templo de Jerusalém, que havia sido profanado pelos gregos. Após a independência, os hasmoneus deram origem à linhagem real que governou Israel até sua subjugação pelo domínio romano em 37 a.C.

[16] N.R.: Ante a visão do Clarividente treinado, do Iniciado nos vários graus dos Mistérios, a Terra apresenta-se composta de camadas, à semelhança de uma cebola, cada camada ou Estrato cobrindo outra. Há nove Estratos e um núcleo central, dez no total. Tais estratos são revelados ao Iniciado gradualmente, um estrato em cada Iniciação, de modo que, ao final das nove Iniciações Menores domina todas as camadas, mas ainda não tem acesso aos segredos do núcleo central. Que é o assento da consciência do Espírito da Terra. Os Estratos não têm espessuras iguais; em realidade uns são muito mais delgados do que outros. Começando pelo mais externo, aparecem na seguinte ordem:

-Terra Mineral: é a crosta pétrea da Terra, com que lida a Geologia no tanto que lhe tem sido possível penetrá-la.

-Estrato Fluídico: a matéria desse Estrato é mais fluídica que a da crosta exterior, mas não é líquida e sim parecida a uma pasta espessa.

-Estrato Vaporoso: no primeiro e no segundo Estratos não há realmente vida consciente. Já nesse existe uma corrente de vida que flui e pulsa continuamente.

-Estrato Aquoso: estão as possibilidades germinais de tudo quanto existe na superfície da Terra.

-Estrato Germinal: existe a fonte primordial da vida, da qual brotou o impulso que construiu todas as formas da Terra.

-Estrato Ígneo: por estranho que pareça esse Estrato possui sensações. O prazer e a dor, a simpatia e a antipatia produzem aqui seu efeito sobre a Terra. Daqui até a superfície da Terra há certo número de orifícios em diferentes lugares. Seus terminais na superfície são chamados “crateras vulcânicas”.

-Estrato Refletor: nele todas as forças que conhecemos como “Leis da Natureza” existem como forças morais, ou melhor, imorais.

-Estrato Atômico: tem a propriedade de multiplicar as coisas que nele estão, porém, isto se aplica somente às coisas já formadas definitivamente.

-Expressão Material do Espírito Terrestre: aqui existem correntes em forma lemniscata, intimamente relacionadas com o cérebro, o coração e os órgãos sexuais da Onda de Vida humana.

-Centro do Ser do Espírito Terrestre: nada mais pode ser dito presentemente a respeito, salvo que é a semente primeira e última de tudo quanto existe tanto dentro como sobre a Terra.

[17] N.R.: Mt 26:26

[18] N.R.: Mt 26: 27-28

[19] N.R.: Primeira e Segunda Dispensação de um total de quatro.

[20] N.R.: Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo em mim que não produz fruto ele o corta, e tudo o que produz fruto ele o poda, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais puros, por causa da palavra que vos fiz ouvir. Permanecei em mim, como eu em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanece na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer.

[21] N.R. Jo 8:58

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O Batismo de São João Batista e o de Cristo Jesus

Aos ouvidos duros de entendimentos, Cristo cita, ainda, o caso de Elias, renascido como São João Batista: “E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos, ouça” (Mt 11:14-15)

Ou seja: Moisés renasceu como Elias e, depois, como São João Batista.

Cabe lembrar que São João Batista, Zacarias, Maria, José e alguns dos Apóstolos eram Essênios.

São João Batista, veio para preparar os caminhos do Senhor Cristo. Cristo mesmo dá testemunho chamando-o de muito mais que profeta (Mt 11:9). Portanto, ser muito mais que profeta, é estar acima da humanidade e, também, daqueles que anteriormente foram chamados para suas respectivas missões como profetas. Pela sua boca falava o Espírito Santo, assim como sucedeu a todos os profetas surgidos até então.

Notemos que São João Batista não pregou filosofias ou doutrinas. Sua mensagem era o arrependimento dos pecados cometidos. Era um meio de preparar as pessoas para o Cristianismo. Sabia que o Cristo ofereceria a Graça, o Perdão dos Pecados, mas isto depende da transformação da consciência de cada um. Arrependimento é uma mudança da Mente e do Coração em relação ao ato pecaminoso. Porém, o remorso exagerado é nocivo, debilitando as correntes do Corpo de Desejos e afetando as glândulas endócrinas. Vemos, então, como tudo depende de um processo interno.

Se quiser saber mais sobre esse assunto é só clicar aqui: O Batismo de São João Batista e o de Cristo Jesus

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As Razões Visíveis e Esotéricas para o Solstício de Junho

Os Solstícios marcam o momento em que a vibração terrestre é mais elevada e em que os Raios Cósmicos da Vida Crística entram profundamente (Solstício de Dezembro) ou saem definitivamente (Solstício de Junho).
Juntamente com os Equinócios de Março e Setembro, constituem os pontos decisivos na vida do Grande Espírito Planetário da Terra, Cristo.

O Solstício de Junho – ótimo momento para se fazer um importante exercício esotérico na sua véspera: Ritual do Solstício de Junho!

Aqui você tem o texto para fazer esse exercício esotérico: https://fraternidaderosacruz.com/ritual-do-servico-do-solsticio-de-junho/

Razões Visíveis: No Solstício de Junho a Terra está se aproximando no máximo AFASTAMENTO do Sol.
Como sabemos, a Astrologia funciona em projeção geocêntrica, e a declinação dá-nos a maior ou menor angulação que o astro considerado faz com o Equador, tal como visto da Terra.

Assim, à medida que os dias se vão aproximando de Junho, a declinação do Sol vai aumentando: passa de 0º em 21-22 de Março até atingir um máximo de 23º 26′ em 20-21 de Junho: então parece que fica “parado”, cerca de três dias nos 23º 26′ (daí o verbo sistere, que compõe “solstício”), uma vez que estamos vendo em projeção geocêntrica contra o fundo da Esfera Celeste, e a partir do dia 24-25 volta “para trás” e os dias começam a diminuir.
Essas razões físicas são as partes visíveis que verificamos como evidências de que o Solstício de Junho é o momento em que a Terra está chegando ao seu ponto mais longe do Sol.

Razões Esotéricas: esteja você no hemisfério norte ou no sul, independentemente da inversão das estações, uma coisa não muda: é a DISTÂNCIA, maior ou menor, a que o Sol se encontra da Terra. A Terra percorre uma elipse em torno do Sol, ao longo do ano, e não uma circunferência perfeita, e o Sol ocupa um dos focos dessa elipse.
Como dissemos acima, no Solstício de Junho, a Terra está no máximo AFASTAMENTO do Sol, o que provoca uma diminuição de espiritualidade com o correlativa intensificação e pujança de vitalidade física.

O Planeta Terra fica, então, consciente de certo vazio, um vazio espiritual, enquanto a Glória Cósmica se afasta.
A liturgia Cristã associa este tempo ao festejo de São João Batista, o Precursor (24 de Junho), que antecede e anuncia o Solstício seguinte, o de Dezembro. Daí as palavras de São João Batista: “Fui enviado adiante d’Ele.” (Jo 3:28) e “Ele deve crescer, e eu diminuir.” (Jo 3:30).

Esta é a época em que o Cristo, tendo alcançado o Trono do Pai (o Mundo do Espírito Divino) depois de ter completado Seu trabalho terrestre por mais um ano, é saudado pela hoste celestial, os Senhores da Sabedoria, que também habitam lá. Em honra a este grande Ser, que deu Sua vida até à exaustão, é apropriado juntarmo-nos àquele coro celeste cantando:

“Aclamem todos o poder do nome de Cristo Jesus!
Deixem os Anjos prostrados caírem;
Tragam o diadema real,
E como o Senhor de todos, O coroem.”

 

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Pergunta: Por que alguns astrólogos afirmam ser o ano 1912 o início da Era Aquariana ou Era de Aquário?

Resposta: Já ouvimos essa afirmação, mas nenhuma razão foi apresentada. A astrologia não é necessária para calcular isso, já que a astronomia comum o faz de forma muito clara. Atualmente, o Equinócio de Março está em torno de 10 graus da constelação de Peixes, o que é naturalmente considerado pelos astrônomos como o primeiro grau de Áries. Eles usam o mesmo sistema que usamos na astrologia para diferenciar os dois Zodíacos. Eles sempre começam com o primeiro ponto de Áries, que chamamos de zero graus de longitude, no momento exato em que o Sol atravessa anualmente o Equador. Eles conhecem e medem a Precessão dos Equinócios à razão de aproximadamente cinquenta segundos de espaço por ano. Se retrocedermos, percorrendo anualmente esses cinquenta segundos de espaço, veremos que eles perfazem cerca de um grau em 72 anos, e um Signo em mais ou menos 2.100 anos, exatamente os mesmos cálculos que usamos na astrologia.

O Sol está no momento atual cruzando o Equador aproximadamente a 10 graus da constelação Peixes, como já foi dito, e como ele precede à razão de cinquenta segundos por ano ou um grau em setenta e dois anos, podemos facilmente calcular quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, entrará na constelação de Aquário: mais ou menos no ano 2638. Porque certas pessoas afirmam que a Era Aquariana, ou Era de Aquário, começou em 1912, não o sabemos. O que podemos dizer, contudo, é que cada um de nós possui uma aura que interpenetra o Corpo Denso, físico, e estende-se a cerca de quarenta centímetros de sua periferia. Ela cresce mais à medida que nos espiritualizarmos, mas essa é a média. Isso explica o fato de, às vezes, sentirmos uma pessoa atrás de nós. Sua aura e a nossa se misturam, e intuímos assim a presença dela, sentindo a sua vibração. Dá-se o mesmo com o Sol, a Lua, a Terra e com todos os outros Planetas.

Cada um possui a sua aura particular. Assim, à medida que o Sol se move em direção da constelação de Aquário, a sua aura o precede e entra em contato com a vibração Aquariana, de forma que a influência começou a fazer-se sentir por nós desde os meados do século passado. É o que chamamos de Órbita de Influência.

Se considerarmos que Aquário é o Signo da criatividade, originalidade e independência, que traz para o mundo ideias mais brilhantes e liberais, e lembrarmos que a partir de 1850 as ideias religiosas e sociais do mundo sofreram uma revolução total e que a ciência e as invenções deram um maravilhoso passo, devemos reconhecer a sua real influência. Pensemos em todas as invenções que surgiram no mundo desde aquela época.

Navios a vapor começaram a ser usados, em seguida o telégrafo e o telefone, o telégrafo sem fio, automóveis, dirigíveis, aparelhos elétricos, e tudo aquilo que passou a revolucionar a vida de 60 ou 70 anos para cá. O mundo inteiro transformou-se com essa influência Aquariana e isso é sentido, cada vez mais, a cada ano. Por essa razão, podemos dizer que estamos na órbita de Aquário, mas a Era Aquariana não começou realmente. Quando Cristo veio, o Sol, por Precessão dos Equinócios, estava em torno de sete graus de Áries.

Ainda tinha que percorrer sete graus antes de chegar a Peixes, mas já estava em sua Órbita de Influência. Em 498 D.C., o Sol cruzou o grau zero de Áries e, a partir daí, veio precedendo o Signo de Peixes, dando início a Era Pisciana, a Era de Peixes.

É comum um grande mestre aparecer a cada Era, e podemos esperar que desta vez venha através da Fraternidade Rosacruz, porque a Fraternidade é o arauto da Era Aquariana, da mesma forma que São João Batista foi o arauto da Era Pisciana.

(Pergunta nº 112 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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São João Batista, o Precursor

São João, durante as viagens que realizava de Juta a Jerusalém, presenciava os atos de extrema crueldade dos soldados romanos e a afrontosa cobrança de impostos. Os serviços do Templo se revestiam de um caráter mundano e o povo vivia debaixo de uma execrável opressão. São João indignou-se contra esse estado de coisas e sua índole, totalmente avessa a tais injustiças, impeliu-o mais tarde a censurar acerbamente o Estado e a Igreja.

Desde a infância mostrava-se diferente dos de sua geração. As outras crianças olhavam-no como se ele pertencesse a outro mundo. O convívio com seus elevados pais, e as instruções que recebia, tornavam-no apto a cumprir uma missão de destaque.

Embora tivesse passado pelas provas que o habilitavam ao noviciado no Templo, seu Espírito encontrava-se além. Não lhe estava destinada uma vida de mera rotina. Uma grande missão o esperava.

Depois da morte de seus pais, São João defrontou-se com o problema comum a todos os Aspirantes que procuram se dedicar de corpo e alma à Vida espiritual, isto é, manter-se equilibrado entre as coisas do Espírito e as do mundo. Como sacerdote teria pela frente uma Vida relativamente tranquila. Seus deveres para com o Templo restringiam-se a umas poucas semanas durante o ano. Isso lhe desagradava profundamente. Jamais se conformaria em servir a uma Religião formal, em que os ritos purificadores eram celebrados por pessoas devotas ao “príncipe do mundo”. Tudo ao seu redor lembrava os rogos das viúvas e os choros dos órfãos, enquanto os publicanos ofereciam as suas infindáveis orações, sem vestígio algum de espiritualidade.

São João ponderou sobre essas coisas e acabou retirando-se para o deserto. Viveu durante quase vinte anos na solidão, a que já se habituara desde sua existência passada quando renasceu como o rude profeta Elias. Nesse isolamento, encontrou todas as condições para preparar-se devidamente como o precursor da Nova Dispensação.

A Galileia, no tempo de São João, era a encruzilhada do mundo, povoada por uma mistura de raças de natureza arrojada, movidas pelo espírito de aventura. Esse trecho do território palestiniano caracterizava-se pela sua grande densidade demográfica, e pela sua população cosmopolita. Fenícios, gregos e pessoas do extremo leste eram figuras familiares nas cidades da Galileia. São João, em contato com esses povos, adquiriu um sentimento de liberalismo, desprendendo-se das convenções tão naturais ao seu povo. Os galileus eram detestados de forma particular pelos saduceus, a mais ortodoxa das castas sacerdotais. Ponderavam sobre o atroz sofrimento em que viviam sob o jugo romano e alimentavam sólidas esperanças quanto à vinda do Messias profetizada pelos livros ocultos. Ressalte-se que todos os Apóstolos, com exceção de Judas Iscariotes, eram originários da Galileia.

Depois de longo período de provas no deserto, São João iniciou a grande missão de arauto da Era de Peixes. O íntimo contato travado com a natureza e com seres superiores facultou-lhe distinguir instantaneamente o falso do verdadeiro, o real do irreal. Sua voz desafiadora e vibrante marcou-o realmente como a “Voz que Clama no Deserto”. Organizou uma escola preparatória em que seus Discípulos recebiam profunda orientação e ensinamentos alusivos à vinda do Messias (o Cristo). Um dos passos iniciáticos dessa Escola era o Batismo que, no Cristianismo Esotérico não consiste apenas na imersão, mas trata-se de um ritual conferindo poderes de Clarividência.

Cristo dirigiu-se a São João para submeter-se ao ritual do Batismo às margens do Jordão, inaugurando, assim, o seu Ministério.

São João preparou-se durante anos para uma missão que, embora durasse apenas seis meses, revestiu-se de grande importância como movimento preparatório à vinda d’Aquele a quem a seu devido tempo “todo joelho se dobrará e toda língua confessará”.

(Publicado na Revista Rosacruz – agosto/1968-Fraternidade Rosacruz-SP)

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O “Pão e o Vinho” Místicos

Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a Páscoa; e Cristo Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a Páscoa, para que a comamos. Perguntaram-lhe eles: Onde queres que a preparemos? Respondeu-lhes: Quando entrardes na cidade, sair-vos-á ao encontro um homem, levando um cântaro de água; segui-o até a casa em que ele entrar. E direis ao dono da casa: O Mestre manda perguntar-te: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado; aí fazei os preparativos. Foram, pois, e acharam tudo como lhes dissera e prepararam a Páscoa. E, chegada a hora, pôs-se Cristo-Jesus à mesa, e com ele os Apóstolos. E disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão; pois vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. Então havendo recebido um cálice, e tendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; porque vos digo que desde agora não mais bebereis do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus. E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lhes, dizendo: Tomai e comei Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, e dando graças, deu-lhes dizendo: Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança que é derramado por muitos para o perdão dos pecados”. (Lc 22:1-20)

Durante o percurso nesse Esquema de Evolução resolvemos tomar as rédeas do nosso desenvolvimento quando, como vemos na Bíblia: “comemos o fruto da Árvore do Conhecimento do bem e do mal”. Daí por diante abusamos demais da força sexual criadora, tornamo-nos egoístas e começamos a ter sofrimentos incalculáveis.

Foi então que a Religião de Jeová foi dada para corrigir esse estado de coisas. Jeová, o mais elevado Iniciado dos Anjos, que exerce o papel do Espírito Santo no nosso Sistema Solar. Ele recebe da Lua o impulso da vida, provindo do Mundo do Espírito de Vida e o reflete sobre a Terra em forma de Religião de Raça e de Leis.

Rebelamos demais contra a Lei o tempo todo. Enchemos a nós mesmos de pecado e todo o nosso Planeta Terra, campo da nossa evolução, da nossa aprendizagem.

Sob esse sistema, infelizmente, o egoísmo, gerado por nós, cristalizou o nosso Planeta Terra em tal extensão que as vibrações espirituais quase cessaram. A evolução estava estagnada e o sangue tão impregnado de egoísmo que a Raça humana corria o perigo de degenerar.

Esse sistema funcionou, como dizia os evangelhos, até São João Batista, o precursor do Cristo: “Arrependei-vos porque o Reino dos Céus está próximo (…) Eu vos batizo com água para o arrependimento (…), Mas Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3:2,11)

Então encarnou Cristo, aliás, uma centelha, uma chispa do Cristo Cósmico, no corpo de Jesus, por ocasião do Batismo no Rio Jordão.

São João Batista, “o mais elevado dos nascidos de mulher”, como alto Iniciado essênio, reconheceu a grandiosidade de Jesus bem como a magnitude do alto a que era chamado ministrar na incorporação da Chispa Crística: “Eu não sou digno de desatar suas sandálias” (Mt 3:11)

Cristo Jesus veio e mudou a máxima até então vigente de: “olho por olho, dente por dente” para “amai vossos inimigos”.

Na última sessão esotérica do Cristo com seus Discípulos, descrita na Bíblia como a Última Ceia, no qual foi celebrada a nova aliança, não havia a carne do cordeiro (Áries), como era exigido na Lei de Moisés. Tampouco havia vinho, mas apenas pão, um produto vegetal, e o fruto da videira, outro vegetal. O suco recém-extraído da uva não contém um espírito proveniente da fermentação e decomposição, mas é um alimento vegetal puro e nutritivo. Assim, os seguidores da doutrina esotérica foram instruídos por Cristo a adotarem uma dieta que não incluísse carne, nem bebida alcoólica.

Supõe-se geralmente que o cálice usado por Cristo na Última Ceia continha vinho, no entanto, não há fundamento na Bíblia para essa suposição. Foram dados três relatos sobre a preparação desta Páscoa. Enquanto São Marcos e São Lucas declaram que os mensageiros foram enviados a uma determinada cidade para procurar um homem transportando um cântaro de água, nenhum dos Evangelistas disse que o cálice continha vinho.

O uso da água na Última Ceia também se harmoniza com os requisitos astrológicos e éticos. Pelo movimento de Precessão dos Equinócios, o Sol estava deixando Áries, o Signo do Cordeiro, entrando em Peixes, um Signo aquático. Uma nova nota de aspiração iria soar, uma nova fase de elevação humana devia ser introduzida durante a Era Pisciana que se aproximava. A autoindulgência iria ser superada pelo espírito da renúncia. O pão, sustento da vida, feito da semente imaculadamente gerada, não alimenta as paixões como a carne; também o nosso sangue, diluído na água, não altera tão bruscamente como quando está saturado de vinho. Portanto, o pão e a água são alimentos adequados e símbolos de ideais durante a Era Peixes-Virgem. Eles representam a pureza.

Assim, o Cálice da Nova Aliança mencionado como a representação do ideal da futura época, a Nova Galileia, é um órgão etérico formado dentro da cabeça e da garganta pela força sexual não gasta que, à visão espiritual, assemelha-se à haste de uma flor, elevando-se da parte inferior do tronco. Este cálice é realmente um órgão criador, capaz de enunciar a palavra de vida e de poder.

Atualmente, a palavra é articulada por movimentos musculares desajeitados que regulam a laringe, a língua e os lábios para que o ar, proveniente dos pulmões, emita determinados sons, mas o ar é um meio pesado quando comparado às forças mais sutis da natureza, como a eletricidade que se move no Éter. Quando este novo órgão tiver evoluído, terá o poder de pronunciar a palavra de vida, de infundir vitalidade em substâncias até hoje inertes. Este órgão está sendo hoje formado por nós, através do serviço amoroso e desinteressado prestado ao irmão e à irmã, focando justamente na divina essência de cada irmão e irmã com quem convivemos.

Lembremo-nos que Cristo não deu o cálice à multidão, mas aos Seus Discípulos, que eram os Seus mensageiros e servidores da Cruz. Atualmente, aqueles que “bebem do Cálice” do autossacrifício, os que colocam sua vida ao serviço dos outros, estão construindo esse órgão, o Corpo-Alma, o “Dourado Manto Nupcial”, o soma psuchicon, que disse São Paulo em sua Primeira Epístola aos Coríntios (15:44). Eles estão aprendendo a usá-lo em pequena escala como Auxiliares Invisíveis, quando deixam seus corpos à noite e é nessas circunstâncias que aprendem a proferir a palavra de poder que remove a doença, a enfermidade e repara órgãos, tecidos e até sistemas inteiro do Corpo.

Com o derramamento do sangue de Jesus no Calvário e a penetração do Cristo no Globo Terrestre, através desse veículo físico, nosso Planeta foi purificado. O esplendor que se emanou deixou os circunstantes ofuscados e se diz que houve trevas.

Em outras palavras: o Cristo Cósmico manifestou-se por meio de Jesus para nos salvar. Purificar o sangue do egoísmo é o Ministério do Gólgota, que começou quando o sangue de Jesus foi derramado, continuou através das guerras das nações Cristãs, sempre que os seres humanos lutavam por ideal, e durará até que, por contraste, os horrores da guerra tenham imprimido suficientemente, no gênero humano, a beleza da Fraternidade.

Cristo entrou no Planeta Terra pelo Gólgota. Está novamente “fermentando” o Planeta, fazendo-o responder às vibrações espirituais, mas o Seu sacrifício não se consumou em um só momento pela morte para, dessa forma, nos salvar, como geralmente se crê. Ele ainda está “gemendo, labutando e esperando o dia da Sua libertação”, para a “manifestação dos Filhos de Deus”, como disse São Paulo, e, na verdade, nós apressaremos esse dia cada vez que participarmos do alimento para os nossos corpos superiores, simbolizados pelos místicos “pão e vinho”. Poderíamos ser muito mais eficazes, acelerando a nossa própria libertação e apressando o “dia de Nosso Senhor”, se o fizéssemos sempre “em Sua memória”.

Depois o Cristo subiu até o Mundo do Espírito Divino, o plano do Pai do nosso Sistema Solar para fortificar-se. É o que significa “descer aos infernos e subir aos céus, onde se encontra a direita do Pai”.

Desde então, como prometera, Cristo estará conosco até “a consumação dos séculos”, isto é, até que terminem estes tempos de aperfeiçoamento terrestre para uma nova Época, ainda uma chispa d´Ele volta todos os anos, começando a descer em setembro, fecundando toda a natureza.

Pelo Natal, Ele está novamente no centro do nosso Planeta Terra espargindo seu impulso de vida e de amor a toda criatura viva. Depois vai se retirando e pela Páscoa retorna a Seu plano, no Mundo do Espírito de Vida.

E assim, segue o Cristo, dando o seu Corpo e o seu Sangue como o “pão e o vinho” místicos, respectivamente, que nos alimenta fisicamente e espiritualmente a custa de muita dor e sofrimento, até que consigamos suplantar as leis do pecado e da morte pelo amor, que restaurará a imortalidade e que é a essência do ensinamento Cristão.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Fogos de São João

Pensando sobre os “Fogos de São João”, apresentam-se vários aspectos sobre o tema, como de símbolos, de uma história verídica e, também, mística, em que a pessoa que chamamos São João, o Batista, está envolvida. A humanidade está intimamente ligada a essa pessoa, eminentemente desenvolvida, através dos milênios do passado.

Pela história bíblica sabemos que São João, o Batista, era o último dos Profetas em Israel, filho do sumo sacerdote Zacarias e de sua esposa Isabel. Isso consta nos Evangelhos. Max Heindel informa em seus estudos, como Elias, Profeta que existiu 700 anos antes da Era Cristã, como João Batista, era capacitado de dotes espirituais poderosos em vidas anteriores, por haver formado em si o Verbo Divino, a Vida Divina no ser humano.

Podemos ver essa afirmativa no segundo Capítulo 2, versículo 5, do Segundo Livro dos Reis, que diz o seguinte: “Os irmãos profetas que moravam em Jericó aproximaram-se de Eliseu e lhe disseram: ‘Sabes que hoje Iahweh vai levar teu mestre por sobre tua cabeça?’. Ele respondeu: ‘Sei; calai-vos’”.

Por essa conversa íntima entre os filhos dos Profetas (veja todo o segundo Capítulo[1]) a respeito de Elias (João Batista) com o Profeta Eliseu, podemos avaliar a sua educação espiritual. Eliseu, como discípulo de Elias, tinha conhecimentos sobre o afastamento de Elias da Terra num turbilhão de Fogo (“carro e cavalos em fogo”, versículo 11[2]) que separou o Mestre de seu Discípulo. Elias afasta-se em um redemoinho de fogo da Terra.

Os fatos acima tiveram relação fundamental na Anunciação do nascimento, vida e morte de São João Batista. A Anunciação da Concepção com Isabel foi feita em circunstâncias de ‘Fogos espirituais’, pois o Anunciador, o Anjo Gabriel, do plano do Espírito Santo, foi escolhido para essa sublime missão; foi o mesmo, que mais tarde, meses após, anunciaria a Maria a Concepção de seu filho Jesus. Zacarias e Isabel, como também José e Maria, em relação à Anunciação, ensinam que as personagens tinham Iniciações dos planos do Espírito de Vida, pois se aproximava a eles o Anjo Gabriel. Os Corpos Densos e suprafísicos deles mesmos tinham alcançado qualidades, onde a esfera Angelical os tangia.

O que nos importa nesses acontecimentos, puramente esotéricos, é sabermos a respeito de Elias em sua “ascensão fogosa” 700 anos A.C. e se manifestando mais tarde, no tempo de Cristo, como de anunciador d’Ele num fulgor de Verbo espiritual, anunciando a vinda “Daquele que havia de vir”, a quem prepararia o caminho, pregando as sábias palavras do arrependimento. Pois, clamava, que sem o arrependimento não haveria acesso do Salvador para suas almas. Disse que não haveria mais perdão por meio dos sacrifícios dos animais.

Sabemos perfeitamente, como Estudantes Rosacruzes, que o arrependimento resulta em nossos Corpos de Desejos, onde reside o fogo inferior dos desejos e da nossa Mente inferior, o limite para a ascensão aos planos de Deus. Os fogos inferiores dos Corpos de Desejos, com o meio do arrependimento, devem-se dar a purificação, resultando a ascensão para os “fogos espirituais do Espírito de Vida de Cristo, e de Seu Pai”.

Pensando sobre símbolos, mesmo tratando-se de datas, que se apresentam ao Estudante Rosacruz, no fato de Isabel concebendo João Batista (Elias), seis meses antes de Maria conceber a do Jesus, espírito que guiava o Rei Salomão, e antes de 3000 anos da Era Cristã, o guia espiritual da antiga Índia denominado Krishina, mostra por meio destes acontecimentos históricos-religiosos-espirituais, o valor que representam na evolução humana.

Colocando as datas calendários a nossa frente, dia 21 de junho para o nascimento de São João Batista, e Jesus no dia 24 de dezembro verificamos, em linha reta, a oposição dos Signos Zodiacais com os seus devidos Regentes. Encontramos o Signo de Câncer com o seu Regente, a Lua, para João Batista-Elias, e o Signo de Capricórnio, Regente de Saturno, para Jesus. Essa linha aparentemente oposta trata do equilíbrio dentro do Sistema Solar. Não é uma oposição cósmica, pelo contrário, uma harmonia perfeita, Água-Terra; sabemos que o Sol deriva do Período Saturno do Pai, e entra em seu avanço evolutivo ao Período Lunar. Mostra-se a Trindade. Havemos o perfeito equilíbrio, Sol em Câncer e em Capricórnio. Saturno-Sol-Lua. No plano Solar entra em função os Solstícios nas datas acima. As forças solares interligam-se às condições gerais da Terra.

Procurando a ligação entre os eminentes personagens em foco, Jesus-João Batista, verificamos que eles foram, pela Hierarquia, escolhidos para serem utilizados como conciliadores entre os seres humanos da Terra e os demais exaltados elementos celestiais.

Podemos também pensar, com base nos estudos, que eles não tinham mais necessidade de renascer por causa de sua Ressurreição em tempos passados, como dito, em um redemoinho de fogo. Para Jesus-Salomão seria o mesmo sentido de aplicar. Os Solstícios coincidem com seus renascimentos constantes em planos de revoluções solares, os quais incitam os tempos propícios para as Iniciações dos seres humanos da Terra.

Voltando para explicar a nossa preocupação a respeito da salvação da humanidade, verificamos, ainda, fora das palavras do arrependimento, as sábias palavras de São João Batista, que dizem, “Eu batizo com água. No meio de vós, está alguém que não conheceis, aquele que vem depois de mim, do qual não sou digno de desatar a correia da sandália” (Jo 1:26-27), e Ele batiza com fogo.

Percebemos, nisso, que a divisa seria o Batismo do Fogo e do Espírito resultante do arrependimento. Mais logo haveria o batismo da Água e do Fogo, da água da Vida-do Corpo de Cristo ligado ao Espírito Santo. Cristo bem disse à Samaritana na fonte quando solicitava água que, se Ele ofereceria água, nunca mais sentiria sede, e haveria alcançado a Vida Eterna (a longa vida dos alquímicos, a Pedra Filosofal, que é o Cristo). Por meio do arrependimento assegura-se a mutação, a transfiguração do ser humano, a sua incorruptibilidade no corpo de Cristo.

(de F. PH. Preuss – Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1984 – Fraternidade Rosacruz – SP)

(Pintura: John Baptist Birth – de Bartolomé-Esteban Murillo)


[1] N.T.: Segundo Capítulo do Segundo Livro dos Reis: 1Eis o que aconteceu quando Iahweh arrebatou Elias ao céu no turbilhão: Elias e Eliseu partiram de Guilgal, 2e Elias disse a Eliseu: “Fica aqui, pois Iahweh me enviou até Betel”; mas Eliseu respondeu: “Tão certo como Iahweh vive e tu vives, não te deixarei!”. e desceram a Betel. 3Os irmãos profetas que moravam em Betel foram ao encontro de Eliseu e disseram-lhe: “Sabes que hoje Iahweh vai levar teu mestre por sobre tua cabeça?”. Ele respondeu: “Sei; calai-vos”. 4Elias lhe disse: “Eliseu, fica aqui, pois Iahweh me envia só até Jericó”; mas ele respondeu: “Tão certo como Iahweh vive e tu vives, não te deixarei!”. E foram para Jericó. 5Os irmãos profetas que moravam em Jericó aproximaram-se de Eliseu e lhe disseram: “Sabes que hoje Iahweh vai levar teu mestre por sobre tua cabeça?”. Ele respondeu: “Sei; calai-vos. 6Elias lhe disse: “Fica aqui, pois Iahweh me envia só até o Jordão”; mas ele respondeu: “Tão certo como Iahweh vive e tu vives, não te deixarei!”. E partiram os dois juntos. 7Cinquenta irmãos profetas foram também e ficaram parados a distância, ao longe, enquanto eles dois se detinham à beira do Jordão. 8Então Elias tomou seu manto, enrolou-o e bateu com ele nas águas, que se dividiram de um lado e de outro, de modo que ambos passaram a pé enxuto. 9Depois que passaram, Elias disse a Eliseu: “Pede o que queres que eu faça por ti antes de ser arrebatado da tua presença”. E Eliseu respondeu: “Que me seja dada uma dupla porção do teu espírito!”. 10Elias respondeu: “Pedes uma coisa difícil: todavia, se me vires ao ser arrebatado da tua presença, isso te será concedido; caso contrário, isso não te será dado”. 11E aconteceu que, enquanto andavam e conversavam, eis que um carro de fogo e cavalos de fogo os separaram um do outro, e Elias subiu ao céu no turbilhão. 12Eliseu olhava e gritava: “Meu pai! Meu pai! Carro e cavalaria de Israel!”. Depois não mais o viu e, tomando suas vestes, rasgou-as em duas. 13Apanhou o manto de Elias, que havia caído, e voltou para a beira do Jordão, onde ficou. 14Tomou o manto de Elias e bateu com ele nas águas, dizendo: “Onde está Iahweh, o Deus de Elias?”. Bateu nas águas, que se dividiram de um lado e de outro, e Eliseu atravessou o rio. 15Os irmãos profetas viram-no a distância e disseram: “O espírito de Elias repousa sobre Eliseu!”.; vieram ao seu encontro e se prostraram por terra, diante dele. 16Disseram-lhe: “Há aqui com teus servos cinquenta homens valentes. Permite que saiam à procura de teu mestre; talvez o Espírito de Iahweh o tenha arrebatado e lançado sobre algum monte ou em algum vale”. Mas ele respondeu: “Não mandeis ninguém”. 17Mas eles o importunaram a ponto de aborrecê-lo, e, então, disse: “Mandai!”. Mandaram, pois, cinquenta homens, que procuraram Elias durante três dias, sem encontrá-lo. 18Voltaram para junto de Eliseu, que tinha ficado em Jericó, o qual lhes disse: “Não vos dissera eu que não fôsseis?”  19Os homens da cidade disseram a Eliseu: “A cidade tem um ambiente agradável, como bem pode ver, o meu senhor, mas suas águas são ruins e tornam o país estéril”. 20Disse ele: “Trazei-me um prato novo e ponde nele sal”; e eles lho trouxeram. 21Ele foi à fonte das águas, lançou-lhe sal e disse: “Assim fala Iahweh: Eu saneio estas águas e elas não mais causarão nem morte nem esterilidade”. 22E as águas se tornaram sadias até hoje, segundo a palavra que Eliseu pronunciara. 23De lá subiu a Betel; ao subir pelo caminho, uns rapazinhos que saíram da cidade zombaram dele, dizendo: “Sobe, careca! Sobe, careca!”. 24Eliseu virou-se, olhou para eles e os amaldiçoou em nome de Iahweh. Então saíram do bosque duas ursas e despedaçaram quarenta e dois deles. 25Dali foi para o monte Carmelo e depois voltou para Samaria.

[2] N.T.: “11E aconteceu que, enquanto andavam e conversavam, eis que um carro de fogo e cavalos de fogo os separaram um do outro, e Elias subiu ao céu no turbilhão.”

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Pergunta: Como o Cristianismo Esotérico explica o fenômeno ocorrido no Dia de Pentecostes?

Resposta: O evento que aconteceu no Dia de Pentecostes é uma das experiências mais gloriosas registradas na Bíblia. Foi uma Iniciação em grupo. Foi um Batismo pelo Fogo. Foi a efusão do Espírito Santo que eleva a consciência para um Plano de exaltada iluminação.

Os Discípulos encontravam-se em total harmonia. E a harmonia existente contribuiu para que a capacidade deles elevasse suas consciências a um Plano superior de unidade. É nessa fase da existência que se percebe como toda a vida é, ao mesmo tempo, inter-relacionada e interdependente. Cada um está em tudo e tudo está em cada um. Consequentemente, nessa fase são transcendidas todas as limitações de idioma. E assim é que os Discípulos falaram em outras línguas; isto é, línguas universais, pois o Espírito Santo lhes deu esse dom de expressão vocal.

O que Jesus experimentou na hora do batismo realizado por São João Batista, quando foi ungido pelo Espírito Santo, e o que Maria, a mãe de Jesus, experimentou nas horas de sua vigília de Páscoa foi o mesmo que os Discípulos atingiram no Dia de Pentecostes. Quando tal nível de Iniciação é alcançado, já não é mais necessário o renascimento, uma vez que as lições tão necessárias providas pela existência terrestre foram totalmente aprendidas.

(*) Pintura: The Pentecost – c. 1600 – El Greco (1541–1614)

(Do livro “Questions and Answers on the Bible” – Corinne Heline)

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O Evangelho de São João: os 5 primeiros versículos

O Evangelho de São João: os 5 primeiros versículos

Lendo atentamente o Evangelho de São João, o Evangelista, que foi Discípulo de São João, o Batista, somos gradativamente absorvidos pela admiração da desenvoltura e sublimidade do seu trabalho. Ao iniciá-lo, coloca como primeiro título a grande boa nova, já na expressiva frase: “A Encarnação do Verbo”. Essa Encarnação, prezados leitores e leitoras, representa o ponto de intercessão entre duas Eras. A primeira delas, em que vigorava a lei — o olho por olho e dente por dente -, representada por Moisés. A segunda é representada por Cristo-Jesus, o Cordeiro que tirou o pecado do mundo e purificou o Corpo de Desejos da Terra. Ademais, pôs ao alcance da humanidade todos os meios de que ela necessitava para sua salvação; vejam, então, prezados leitores e leitoras, a extraordinária importância que tem esse glorioso Ser para todos nós. É de tal autoridade, como bem salienta São João, o Evangelista, que se sentirmos por Ele uma profunda gratidão durante as 24 horas do dia, ainda será pouco. Aliás, a melhor maneira de manifestarmos nossa gratidão é servirmos diligentemente, colaborando de coração no formoso trabalho iniciado pelos Irmãos Maiores.

Durante a primeira dessas Eras, consubstanciada no Velho Testamento, sobretudo no último livro do Pentateuco, quem errasse seria punido, pois não havia perdão e tudo se acertava com a espada da justiça. O Cristo, ao contrário, embora cumprindo a lei, é a tônica do amor através do qual une tudo o que existe ou venha a existir, e não só aqui no Planeta Terra, mas também nos demais do nosso Sistema Solar, sem excetuar outros Sistemas Solares no Universo. Ele é o Amor que tudo liga, transforma e vivifica.

Lá, no primeiro capítulo, no primeiro versículo, diz-nos São João: “No princípio era o Verbo, o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus”. Notem bem, estimados amigos, como ele mostra, entre outras coisas, de maneira concisa, cujo vigor ultrapassa toda expectativa, a nossa origem Divina. Ele transformou o Verbo na Causa primeira de tudo. D’Ele é que saiu tudo aquilo que veio ou vem à existência e, para Ele, tudo volta, como disse bem Santo Agostinho, que assim se expressou: “Viemos da Divindade e para Ela voltaremos”.

Prosseguindo, afirma São João, o Evangelista, no versículo 2°: “Ele estava, no princípio, com Deus”. São João, para facilitar nosso entendimento, reforça aqui o que disse no versículo anterior. Vindo de Deus, Cristo-Jesus é, evidentemente, Deus feito homem.

Referindo-se ao Verbo, comenta São João, no 3° versículo: “Tudo foi feito por Ele e nada do que foi feito se fez sem Ele”. Vemos aqui, mais uma vez, São João, o Evangelista, mostrar, com extraordinária exuberância, nossa origem Divina. Insiste ele e com toda a razão ser o Verbo a gênese de tudo aquilo que existe. Vivendo o amor permanentemente e conhecendo bem a natureza humana é que São João supunha conveniente insistir nesse e em outros pontos.

Continuando a leitura, vamos para o 4° versículo que, reportando-se ao Verbo, esclarece: “A vida estava Nele e a vida era a Luz dos homens”. De fato, aquela vida que estava Nele é a nossa Luz, o Cristo interno que habita em cada um de nós. É a Centelha divina que nos impulsiona constantemente às coisas superiores, os eventos do espírito. Com isso realizamos também uma sutilização de nossos veículos, as ferramentas do Ego, ampliando o seu campo de atividade.

Dando continuidade à leitura do Evangelho de São João, encontramos no versículo 5°, ainda no capítulo l°, que se tornou nosso, o seguinte: “A Luz resplandeceu nas trevas e as trevas não prevaleceram contra Ela”. Realmente, porque essa Luz infinita espanca as trevas.

Trevas da ignorância e más qualidades que são desfeitas pelo amor, sabedoria e atividade nas boas coisas. A propósito, certa vez um Discípulo de Hermes Trismegisto lhe perguntou: “Mestre, qual é o pior mal do mundo?”. Ao que Hermes prontamente respondeu: “A ignorância”.

É por ela, na verdade, que surgem os desentendimentos, malquerenças e inimizades. Max Heindel, o fiel mensageiro da Ordem Rosacruz, afirma, logo na introdução do Conceito Rosacruz do Cosmos: “Se Buda, grande e sublime, foi a Luz da Ásia, pode-se afirmar que Cristo seja a Luz do Mundo”.

(Pulicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1970)

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