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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Autossuficiência do Método Ocidental Rosacruz

A Autossuficiência do Método Ocidental Rosacruz

“O método Rosacruz difere de todos os outros num ponto especial: procura, desde o princípio, emancipar o Aspirante de todas as dependências externas e orienta-o a cultivar a confiança em si próprio ao máximo grau, a fim de que se torne num ponto de apoio e de ajuda aos demais — levando-os a alcançar a mesma desejável condição” (Max Heindel, em O Conceito Rosacruz do Cosmos).

A presença e ação de um orientador espiritual autêntico, longe de impor dependência, promove uma relação essencial do Aspirante consigo próprio. Sua ajuda, como fator externo e relativo, devolve a pessoa a uma mais alta consciência de seu próprio ser. Leva o estudante a desvendar em seu íntimo uma necessidade até ali insuspeitada por ele, libertando-lhe energias e capacidades que, sem esse suscitar, não teriam encontrado aplicação, continuando adormecidas dentro dele.

O orientador Rosacruz guarda-se de ser endeusado. Ele conhece a verdade ensinada pela doutrina psicanalítica: “o indivíduo, uma vez desligado da constelação familiar, esforça-se por estabelecer nos novos meios de relacionamento (a Fraternidade, por exemplo) ligações da mesma ordem. Ele está essencialmente desejoso de reencontrar uma mãe, um pai, irmãos, por causa de uma necessidade regressiva que lhe dá segurança”. De fato, há no neófito inexperiente a tendência de superestimar os dirigentes de um movimento espiritual.

Quando se desiludem, muitas vezes, se afastam e nunca mais voltam a outro esforço dessa ordem. É preciso, pois, que saibam: todos, num movimento espiritual, são estudantes da verdade. Todos objetivam o mesmo fim de realização individual. Se alguns se põem no difícil papel de expositor e orientador é porque não se podem negar à necessidade da difusão e do serviço amoroso e altruísta ao próximo.

O orientador esclarece, desde logo e sempre, que a verdade pertence ao Divino interno. O Cristo Interno é que pode apropriar-se das experiências e ensinos externos, adaptando-os ao grau particular de consciência evolutiva da personalidade pela qual atua. Só o Verbo interno pode instruir. Como disse Descartes: “É preciso tornar as pessoas discípulas da verdade e não sectárias obstinadas do que o expositor ensina”. Há sempre o risco de se corromper essa pura busca da verdade, quando o Aspirante tende a venerar a personalidade do instrutor, em vez de buscar, além da pessoa, a revelação de que ele é simples mensageiro. Se buscássemos a verdade além da pessoa, poderíamos aproveitar o que diz qualquer orador, além das simpatias e antipatias exteriores. O ser humano aberto à verdade, aprende de tudo e de todos, porque a reconhece, independentemente de sua fonte. O Divino sempre traz à nossa experiência aquilo que devemos aprender, mas isso requer que estejamos descondicionados.

Assim, colocamo-nos na vida como aprendizes e mestres, uns dos outros, cada qual contribuindo animicamente pela edificação de todos. A presença, embora necessária do orientador, é ocasional, para provocar relação com a verdade que ele já atingiu em alguma medida. Ninguém nos dá a verdade porque ela já está repousando, em potencial, dentro de nós. No entanto, ela precisa ser suscitada e isso subentende a presença de um intercessor que tenha realizado boa dose da verdade. Contudo, isso não o converte em mestre. Ele, por sua vez, recebeu essa verdade universal dos verdadeiros Mestres da humanidade, aqueles altos Iniciados que, por seu esforço individual, abriram caminho à frente, tornaram-se os vanguardeiros da evolução e alcançaram uma ampla visão da verdade. Por amor, voltaram e no-la revelaram, através de Iniciados menores, como foi o caso de Max Heindel. Tal é a garantia da verdade que recebemos, inicialmente. Depois devemos experienciar essa verdade e torná-la nossa, pela adequação ao nosso nível de ser. Todo orientador aprende dos Mestres que os caminhos são individuais e diferentes, por causa da Epigênese – a chispa criadora interna. Assim, a orientação legítima é encaminhar cada pessoa para que ela seja autenticamente ela mesma.

É um triste exemplo o do orientador que impõe pontos de vista e se compraz na imitação do neófito. O estudante que se esforça em alcançar o favoritismo pela imitação do orientador, amesquinha a si mesmo; e o orientador que o permite, comete deturpação pedagógica, lesa o livre arbítrio do aluno, lhe anestesia a Epigênese e assume uma dívida de destino. Ambos se iludem e se prejudicam.

Max Heindel relata sua experiência com o Irmão Maior e Mestre: sempre que ia procurá-lo em busca de uma solução difícil, Ele apenas lhe indicava o caminho e nada dizia. Os Irmãos Maiores desencorajam toda e qualquer dependência.

Tal é o método cristão-esotérico. Cristo disse: “Se alguém quer ser meu Discípulo, tome sobre si mesmo sua cruz e siga-me”. É o mesmo que dizer: “Eu te mostro a direção, mas deves assumir o teu destino, arrostando tuas dificuldades e realizando tua obra evolutiva a teu modo”.

No seu último dia de vida, Sócrates dirige a seus discípulos uma solene advertência: “Não façais grande caso de Sócrates. Acreditai-me nisto. Levai em conta a verdade de que não apenas eu sou portador”.

Sócrates tinha razão ao esclarecer seus discípulos na hora derradeira. Sua ausência não seria a ausência da verdade, pois ele sabia ser apenas uma interposta pessoa nesse solilóquio de cada um consigo próprio, desvelando o íntimo, que é a terra natal da verdade. Ele nos ensinou que todo o verdadeiro instrutor é um medianeiro de consciência. Por isso permanecia como um parteiro de almas. Ele suscitava e trazia à luz, o conhecimento potencial, pré-existente em cada indivíduo. Por isso reduzia-se, humildemente, à função de um parteiro espiritual, convicto da presença antecipada da verdade do Cristo interno, que deve nascer e crescer. Ele mostrou que a suprema relação é a do ser humano para consigo mesmo; ele revelou que o ser humano não tem outro centro que não seja ele mesmo. O mundo inteiro se concentra nele (no profundo sentido e não egoístico). Desse modo, conhecer-se a si próprio é conhecer a Deus

Contudo, não se entenda que devamos permanecer na verdade que recebemos; comprazendo-nos em ser discípulos para sempre. Bem disse Kant: “o estudante não deve aprender pensamentos, e sim, aprender a pensar, para que não seja carregado em dependência, mas guiado e, no futuro, seja capaz de dirigir-se por seus próprios meios”.

É claro que o instrutor ajuda muito na abertura, despertar e evolução da consciência, estimulando e suscitando a verdade interna potencial. A evolução humana é uma cadeia de amor. Sempre alguém ajudou outro a subir. Nosso nível evolutivo atual foi ajudado por outros que nos precederam. Há um patrimônio de cultura e de consciência que os mais adiantados vão deixando aos detrás, se bem que a assimilação da verdade é individual e cada um de nós enriquece esse patrimônio com algo de original que os outros não têm.

O importante é que cada um procure superar-se continuamente. Permanecer numa verdade relativa, sem ultrapassá-la para atingir outra mais alta, é retardante. Na escada de Jacó, aquele que não tira o pé do degrau de baixo não pode levá-lo ao de cima, no esforço de constante ascensão.

Só o fanatismo ignorante se detém em alguma coisa, considerando-a como a última palavra. Max Heindel nos adverte continuamente contra isso. Em o Conceito Rosacruz do Cosmos ele diz: “esta obra não é a última verdade. O autor reconhece a possibilidade de haver-se enganado em alguns pontos, motivo por que, quaisquer eventuais falhas não devem ser imputadas aos Irmãos Maiores”. Os próprios Irmãos Maiores — Altos Iniciados — admitem que algumas vezes se enganam. Eles sabem que, em relação à verdade absoluta, todos somos discípulos. Por mais que, espirais muito maiores, Eles busquem assenhorear-se da Verdade, sempre há algo a atingir, porque a verdade é infinita. Daí que a relação deles com a verdade seja uma relação de humildade.

Uma escola é autêntica quando tem por alicerces mestres dessa natureza, que através de suas mensagens buscam orientar os estudantes à própria realização. Todos temos direito de despertar para uma verdade maior, sem dependências. Buscar segurança na tutela de um mestre, não é da Escola Ocidental de Mistérios. Seria um parasita o estudante que permanecesse na mesma linguagem recebida do Mestre, repetindo indefinidamente a tradição, receoso de errar, de faltar à fidelidade; incapaz de recriar, como lhe reclama o dom epigenético. Aprender a meditar, a pensar, é saber desmembrar uma verdade básica em todas as infinitas consequências. Se o Conceito Rosacruz do Cosmos é uma exposição elementar da verdade Rosacruz, isto significa: é um mundo de verdades ocultas, manifestado simplesmente no que se lê. Existem abismos de decorrências nas entrelinhas.

Apesar de seu imenso amor, os Mestres ocidentais estão prevenidos para não se apegarem aos discípulos. Só os falsos mestres submetem os incautos alunos à sua tutela, como pais que relutam em compreender e aceitar que os filhos devem ter vida própria quando se tornam adultos. A psicologia fala do “complexo de desmame” e das perturbações que ele produz na família. O mesmo sucede na família espiritual, entre mal preparados instrutores e seus alunos, que se deixam enredar nessas interferências subconscientes, em prejuízo da mútua edificação. Assim como os pais não devem submeter à escravidão os filhos que põem no mundo, também o mestre não deve prender o discípulo que formou — senão ajudá-lo a alcançar a autenticidade e consciência plena de si próprio. Por isso lhe facilita a libertação e compreende quando o discípulo, no esforço de autoafirmação, se volta contra ele, como os rapazes em relação ao pai “quadrado”.

Não se trata de escolher entre o mestre e a verdade. Foi ele quem nos introduziu à verdade. A amizade e gratidão pelo mestre é a mesma amizade e gratidão pela verdade. Somos gratos ao mestre, não pela pessoa dele senão pelo papel de intercessor que exerceu, para desperta-nos a verdade. Não significa que não tenhamos o direito de contradizer e tentar ultrapassar o mestre.

Esse esforço de autorrealização não é contrário à amizade, senão o fruto dela, porque recebemos do mestre a procuração para prosseguir a tarefa de investigação à nossa maneira. O que se passa é que, no esforço de autorrealização, quase sempre o discípulo se envolve na vaidade. Na tradição filosófica da Grécia há trechos lindíssimos de discípulos que se voltaram contra seus mestres, no esforço de serem eles mesmos. É como se cometessem um patricídio, ao consumar o simbólico crime de eliminar a dependência ao mestre, no rito de passagem à própria autonomia.

Mais tarde compreendem que não mataram nada porque a verdade é imortal e só ela é quem esteve presente, relacionando-os, englobando-os e tornando sublimes os seus diálogos. Só então se tornam cônscios da função do mestre e do discípulo. Só então podem atuar corretamente, em relação àqueles a quem, por sua vez, toca ajudar.

Orientador e aluno, cada um desempenha um papel essencial, um em relação ao outro, provisoriamente. É apenas uma fase na vida de cada um deles, na qual o desenvolvimento se cumpre pela verdade em diálogo, cada um exercendo o seu entendimento e buscando o outro, num confronto e desejo de mútua edificação.

Finalizamos com um pensamento de Leonardo da Vinci: “Triste é o discípulo que não se esforça por ultrapassar seu orientador. Triste é o orientador que se indigna por ver os seus discípulos esforçando-se por ultrapassá-lo”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1976)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Caminho da Preparação e o Caminho da Iniciação Rosacruz

No Caminho da Preparação, que é o que precede o Caminho da Iniciação Rosacruz, entendemos o que bem disse o Cristoque suas ovelhas O conheciam pela voz”.

Todo verdadeiro Aspirante Rosacruz, quando se defronta pela primeira vez com um dos livros de filosofia ou após ouvir um dos nossos expositores, diz: “é o que vinha procurando há tempo. Finalmente achei”. E se lhe perguntamos donde lhe vinha essa aspiração, responde: “é uma questão interna; tinha intuição de que devia ser assim; parece-me lógico”. Isso revela que trazemos conosco o desenvolvimento anímico preparatório que nos habilita a etapas superiores de desenvolvimento nesta vida.

Então, lá dentro de nós alguma coisa estala, uma vozinha atravessa o véu de carne e reconhecemos o que já estudamos! E então lembramos a frase do Mestre a São Tomé: “bendito o que não vê, mas crê”. Realmente, como disse São Paulo, “a fé é a substância das coisas esperadas”.

É muito natural que o Aspirante almeje a Iniciação para conquistar maior capacidade de serviço ao próximo. Contudo isso pressupõe esforço e perseverança. Assim também faz o indivíduo que estuda anos a fio, com afinco, para formar-se médico e habilitar-se a curar.

Quem busca a Iniciação por mera curiosidade de coisas diferentes e fantásticas, ou com intuitos interesseiros, não tem fibra para conquistá-la.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 01/1964)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Empenhe-se em uma Só Direção

Empenhe-se em uma Só Direção

Vagávamos, todos nós, durante longo tempo, juntamente com a humanidade comum, pelo deserto do mundo, como que perdidos, ansiando, graças a certa maturidade interna, espiritual, por algo mais elevado do que tudo aquilo que existia até então; até que, em um belo dia, tivemos a ventura de encontrar a Escola Iniciática Rosacruz, portadora de sublimes ensinamentos dados pelos Irmãos Maiores da Ordem desse nome, para eterno benefício da humanidade. Esses ensinamentos foram-nos transmitidos por seu fiel mensageiro, o iluminado mestre Max Heindel, a quem muito devemos. Esse nosso encontro com a Rosacruz foi de suma importância e ficamos maravilhados mesmo. Portanto, encontrado o caminho certo, com justa razão nos matriculamos nesta Escola, cujo curriculum consta de 7 etapas ou Cursos, que são: Preliminar, Regular, Probacionista, Discípulo, Irmão Leigo (a), Adepto e Irmão Maior, com o firme propósito de seguirmos fielmente e com toda diligência os preciosos ensinamentos por ela ministrados. Estes nos incitam, como um dos pontos FUNDAMENTAIS, A CONCENTRAR OS NOSSOS ESFORÇOS NUMA SÓ DIREÇÃO, E JAMAIS FICARMOS ZIGUEZAGUEANDO DE UM CAMINHO PARA OUTRO. Temos esses ensinamentos, já na obra básica, isto é, no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, com o título A FRATERNIDADE ROSACRUZ, que, entre outras coisas, nos diz, expressamente, o seguinte:

“Depois de completar o Curso Preliminar, o estudante é automaticamente matriculado como Estudante Regular durante dois anos. Findos esses, caso tenha-se compenetrado da verdade dos ensinamentos Rosacruzes e preparado para cortar toda relação com qualquer outra ordem oculta ou religiosa excetuando-se as Igrejas Cristãs e ordens fraternais – pode assumir a Obrigação que o admite no grau de Probacionista. Não pretendemos insinuar, na cláusula anterior, que as demais escolas de ocultismo não servem. Longe disso; muitos caminhos conduzem a Roma, mas chegaremos com menos esforços seguindo por um deles do que ziguezagueando de um caminho para outro. Nosso tempo e energias são limitados e, além disso, reduzidos por deveres de família e sociais que não devemos descuidar para atender ao próprio desenvolvimento. A fim de evitar, no máximo, o desperdício das energias de que legitimamente dispomos e evitar a perda dos poucos momentos ao nosso dispor, os Guias insistem no corte de relações com as demais ordens”.

Os Guias, a que “O Conceito” se refere, são os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. É lógico e coerente que devemos seguir essa segura e sábia orientação, e, se assim fizermos tornará patente estarmos com o pé na realidade, aliás sublime, portanto, libertos de imperfeições maiores, particularmente de confusão dentro de nós, como se ainda fôssemos seres indefinidos (pois a árvore se conhece por seus frutos – é um ensinamento dos Evangelhos).

Para ilustrar, ainda, o importante assunto aqui tratado, lembramos a todos que, se nos matricularmos numa Faculdade de Direito e quisermos alcançar bons resultados, temos que seguir com diligência o curriculum dela, a sua orientação, pois, se ficássemos correndo de uma faculdade a outra finalmente, não nos formaríamos em nenhuma delas. No campo espiritual a coisa é mais séria ainda. Atentemos.

Nos centros e grupos Rosacruzes, devemos transmitir os formosos ensinamentos que recebemos dos queridos Irmãos Maiores, de maneira fiel e diligente, pois, de certo modo estamos funcionando como guias de outros que estão começando, portanto, necessitam muita definição e firmeza; ademais, não temos o direito de deturpar nada, de ninguém, principalmente dos Irmãos Maiores, aos quais devemos o máximo respeito e admiração!

Neste artigo, que não passa de lembrete de pontos fundamentais da Filosofia Rosacruz, aparece o nome de quem o escreve, unicamente com a finalidade de resguardar a Fraternidade Rosacruz de qualquer falha que por ventura exista. Encerra ele, tão-somente, o pouco que o autor pôde alcançar dos ensinamentos Rosacruzes.

(De Hélio de Paula Coimbra, Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/77)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Qualidades do Aspirante Rosacruz

As Qualidades do Aspirante Rosacruz

O verdadeiro Aspirante Rosacruz é individualista, não egoísta. Já vimos a diferença que existe entre individualista e personalista. O verdadeiro Aspirante Rosacruz busca continuamente ligar-se a seu Cristo Interno e expressar-se superiormente em serviço ao próximo. É coerente, no sentido de que age segundo a consciência. Embora imperfeito ainda, cônscio das ciladas de sua natureza inferior ele vigia e ora.

Ao contrário do que parece, o individualismo, bem entendido, UNE e valoriza a Fraternidade, da mesma forma que cidadãos conscientes formam um POVO e não MASSA.

Atende-se bem no que, sobre o assunto, escreveu Max Heindel, no “CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS” a obra básica da Filosofia Rosacruz: “O método de realização Rosacruz difere de outros sistemas num ponto especial: procura, desde o princípio, emancipar o Discípulo de toda dependência dos outros, tornando-o confiante em si, no mais alto grau, de maneira a poder permanecer só em todas as circunstâncias e lutar em todas as condições. Somente aquele que for bem equilibrado, pode ajudar ao débil”.

Há um perigo de interpretar-se mal essa independência. Julgamos, rigorosamente, como dependência externa, inclusive a que se pode ter a nossa personalidade, que não faz parte real de nosso EU. Por isso já inserimos no número passado desta revista algumas ideias sobre Personalidade e Individualidade. Isto quer dizer que o Aspirante Rosacruz não procura mestres externos; que em nossa Fraternidade não há Mestres ou Instrutores, senão orientadores no reto sentido de quem procura ajudar cada estudante a ajudar-se, a libertar-se, a independer-se, a confiar-se para ser um valioso servidor na obra de Cristo na Terra. Aquele que gosta de proteção não pode ser um Aspirante Rosacruz. Aquele que vive buscando novos autores e novos livros e correndo de uma a outra conferência de oradores ilustres, que se empolga, que vive repetindo ideias alheias e, afinal de contas, continua sendo o mesmo indivíduo, não pode ser um Aspirante Rosacruz.

Perscrute-se letra a letra, linha a linha, página a página, no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e as demais obras de Max Heindel e veja-se que todas elas são libertadoras. Os Irmãos Maiores não gostam de dependências. Temos de gravar com letras de fogo em nossa consciência anestesiada pela escravidão do mundo, que somos PRÍNCIPES, filhos de Deus, centelhas de seu Fogo, Espíritos feitos à Sua Imagem e Semelhança tendo dentro de nós todos os divinos atributos, latentes, à espera de desenvolvimento e potencialização. Somos criadores em formação, Cristos em desenvolvimento. “Não sabeis que sois templo do Altíssimo e o Espírito Santo habita em vós?“. “O Reino de Deus está dentro de vós“. “Aquilo que eu faço –disse o Cristovós o fareis e obras maiores ainda“. São promessas bíblicas, são reconhecimento de nossa divindade em formação.

Perscrute-se letra a letra, linha a linha, página a página, no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e as demais obras de Max Heindel e veja-se que todas elas são libertadoras. Os Irmãos Maiores não gostam de dependências. Temos de gravar com letras de fogo em nossa consciência anestesiada pela escravidão do mundo, que somos PRÍNCIPES, filhos de Deus, centelhas de seu Fogo, Espíritos feitos à Sua Imagem e Semelhança tendo dentro de nós todos os divinos atributos, latentes, à espera de desenvolvimento e potencialização. Somos criadores em formação, Cristos em desenvolvimento. “Não sabeis que sois templo do Altíssimo e o Espírito Santo habita em vós?”. “O Reino de está dentro de vós”. “Aquilo que eu faço –disse o Cristo – vós o fareis e obras maiores ainda”. São promessas bíblicas, são reconhecimento de nossa divindade em formação.

Mas para que essa individualidade se forme harmoniosamente, é necessário que se a oriente honestamente em humildade, em amor, em serviço, em entendimento. Não conhecemos outra Escola que o faça melhor, do que a Fraternidade Rosacruz. Ela não é obra de mestres terrenos, de literaturas rendadas, de promessas fantasiosas, de pretensas iniciações. Os Irmãos Maiores que a ditaram, são altos iniciados, conhecidos por seus frutos. Ela é simples e profunda como a própria natureza; racional e lógica como a própria nudez simbólica da verdade. Ela reúne a que há de mais atual e conveniente às necessidades internas dos Egos ocidentais; é uma fase mais alta do Cristianismo, aquilo que o Cristo ainda não podia ensinar em seu tempo, porque não podíamos suportar; é o alimento sólido do adulto espiritual.

Respeitamos o leite das criancinhas; a necessidade de dependência de muitas pessoas a outras; compreendemos a curiosidade dos que buscam coisas novas, porque se encantaram com as vestes coloridas e não podem avaliar ainda a essência. Mas a Escola Rosacruz destina-se aos simples, aos essencialistas, aos sinceros, aos realizadores, aos servidores, aos humildes, aos corajosos que podem renunciar aos acenos do passado e “buscam alcançar o Reino dos Céus por assalto”, por seu próprio esforço e orientação esclarecida da Fraternidade. Não é uma dependência; é o reconhecimento de um método melhor, mais apropriado. O Irmão Maior leva em conta as possibilidades do Aspirante e, tendo já percorrido o Caminho, previne os desvios retardantes e o prepara para vencer as dificuldades que defrontará.

A Escola Rosacruz de Max Heindel (dizemos de Max Heindel porque já andam deturpando o nome Rosacruz) é uma compilação atualizada de todos os mistérios antigos, conciliados com os mistérios cristãos, de modo a dar a mentalidade inquiridora e dinâmica do povo ocidental, uma explicação lógica e simples do ser humano e do universo e de sua missão no mundo. Daí chamar-se “Escola Ocidental de Mistérios, preparatória para uma nova época, em que seus ensinamentos constituirão a futura religião, o Cristianismo Esotérico”.

Compreende-se então, que ela não pode ainda atrair grande número de pessoas, porque pressupõe qualidade, porque ensina primeiro a dar, a primeiro buscar o Reino de Deus e Sua justiça, e por mérito, como consequência natural o desenvolvimento interno lhe venha como acréscimo.

Essa é a iniciação: um processo natural de desenvolvimento interno, como decorrência do mérito que se conquista pelo domínio de si mesmo e pelo serviço amoroso e desinteressado aos demais. O resto é fantasia.

A Fraternidade Rosacruz é desinteresseira e sincera, desmascara ilusões e artificialismo pela simples apresentação de seus princípios racionais.

O Aspirante que nela se inspira e forma liberta-se de sua natureza inferior e concomitantemente, de todas as dependências externas. Não mais se desilude porque não se ilude. Sabe que seus poderes internos serão proporcionais a capacidade moral que ele desenvolve, para usá-los retamente. Não fala de si como um Mestre, não conta suas “experiências”, não exibe seus recursos curadores porque sabe que atrás de tudo isso está à personalidade a reclamar preço, glória, reputação, que o distinga dos demais.

O verdadeiro Aspirante Rosacruz é autentico, simples, humilde, e tudo refere a Deus dentro de si; é o que ocupa o último lugar na assembleia dos servidores e o que busca mais servir, sem pretensões ulteriores.

Quão necessário e oportuno compreender-se isto.

( Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – outubro/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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