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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Tannhouser e a Doença Acompanhando o Crescimento da Alma

Um correspondente escreve: “Em Tannhouser II[1] você diz que a doença acompanha o crescimento da alma em maior ou menor grau. Também vejo na Conferência nº 11, Visão e Compreensão Espiritual[2], que você diz que a doença é uma manifestação de ignorância. Na proporção em que o Cristo é formado em nós, alcançamos a saúde. Essas duas passagens não me parecem conciliáveis”.

Resposta: elas são, no entanto, muito conciliáveis. Até que a vida de Cristo nos ilumine interiormente, não compreendemos nem seguimos as leis da natureza e consequentemente contraímos doenças por nossa violação ignorante dessas leis. Como diz Emerson: “um homem doente é um canalha prestes a ser descoberto”; ele violou as leis da natureza. Por isso que é necessário que o evangelho de Cristo seja pregado e que cada um de nós aprenda a amar o nosso Deus com todo o coração e toda a alma, e ao nosso irmão como a nós mesmos, pois todos os nossos problemas no mundo, reconheçamos isso ou não, vem do nosso óbvio egoísmo.

Se a função alimentar está perturbada, qual o motivo? Não é porque sobrecarregamos o nosso sistema por causa do egoísmo? Ou, se tivermos um colapso nervoso, não será, por exemplo, porque ficamos irritados e esgotamos a nossa força nervosa ao tentar conseguir que alguém servisse aos nossos fins egoístas e ficamos ressentidos por não termos conseguido? Em todos os casos, o egoísmo é a causa principal da maioria das doenças, tristezas e dores; o egoísmo é o pecado supremo da ignorância.

Anexamos, como sempre, algumas cartas daqueles que foram beneficiados no último mês. H. C. O. escreve: “Mais uma semana se passou e posso dizer que eu me sinto muito bem. Ainda tenho manchas nos olhos, mas elas não aparecem constantemente como antes. Os Auxiliares Invisíveis têm feito maravilhas até agora, ao me ajudar a recuperar a saúde; com a ajuda de Deus e deles eu espero um dia alcançar o objetivo de estar inteiramente bem”.

Esta carta, de um paciente na Inglaterra, é autoexplicativa. “Posso dizer que estou livre do controle espiritual ou condição hipnótica; também prometi a mim mesmo não permitir que isso me domine novamente. Tenho evitado constantemente associar-me com meus supostos amigos desde o ocorrido. Obrigado. Seguirei seu conselho e desistirei de me preocupar com esse e outros erros que cometi. Tentarei novamente superar o passado.”

(Publicado no Echoes from Mount Ecclesia de outubro de 1914 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)


[1] N.T.: do Livro Mistérios das Grandes Óperas – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

[2] N.T.: Texto da Conferência nº 11 do Livro Cristianismo Rosacruz – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz:

CONFERÊNCIA Nº 11 – VISÃO E PERCEPÇÃO ESPIRITUAL

Quando nós falamos de visão espiritual, não estamos falando simbolicamente, ou de uma maneira vaga, como um sentimento de êxtase ou algo semelhante, mas de uma faculdade definida tão real como a visão física, e tão necessária à percepção dos mundos espirituais e à verdadeira habilidade para compreender as qualidades internas das condições suprafísicas, como a visão física é indispensável para uma ampla cobertura de todos os pontos importantes das coisas materiais.

A visão espiritual de que falamos não é para ser confundida com a Clarividência desenvolvida em alguns nos meios espiritualistas. Essa última depende de um estado negativo da Mente onde os Mundos internos são refletidos na consciência do receptor, da mesma forma que uma paisagem é refletida em um espelho. Tal método produz uma visão, mas não há a ampla cobertura indispensável e necessária de todos os pontos importantes do que está sendo visto no Clarividente involuntário, do mesmo modo que não há no espelho. Ele está em uma posição similar àquela de um homem preso a um cavalo sem rédeas nem freios, podendo assim ser levado de um lado para outro, dependendo da vontade do cavalo. Tal faculdade é uma maldição. O clarividente devidamente desenvolvido não está preso: pode ver ou deixar de ver à vontade; maneja as rédeas do seu cavalo; é dono de sua faculdade, enquanto o outro é tão somente escravo dela.

Certas fases negativas de Clarividência são também desenvolvidas através de drogas, bola de cristal, etc. Em todos esses casos, a faculdade torna-se perigosa e prejudicial, uma vez que não se acha sob o controle do espírito. As drogas têm efeito terrivelmente destruidor sobre os diferentes veículos do ser humano. Porém, o mais perigoso de todos os métodos de desenvolvimento é a prática de exercícios respiratórios aplicada de modo indiscriminado. Muitos indivíduos acham-se hoje em manicômios ou até morreram tuberculosos por haverem praticado tais exercícios em aulas de desenvolvimento dirigidas por pessoas tão ignorantes quanto eles mesmos. Exercícios respiratórios, quando necessários, jamais devem ser feitos em conjunto, uma vez que cada discípulo tem constituição diferente dos demais. Assim, cada um requer exercícios individuais, particulares, bem como diferentes exercícios mentais para acompanhar aqueles.

Somente através de instruções individuais dadas por um instrutor competente, pode-se desenvolver com segurança a visão e a compreensão espirituais. Estas advertências referem-se exclusivamente aos exercícios respiratórios como método de desenvolvimento oculto, e nunca aos exercícios físicos que são excelentes quando praticados com moderação.

Surge daí a pergunta: Como achar um instrutor autêntico e como distingui-lo de um impostor? É uma pergunta muito importante, porque quando o aspirante encontra tal mestre, pode considerar-se em perfeita segurança e protegido contra a grande maioria dos perigos que cercam aqueles que, por ignorância ou egoísmo, traçam seus próprios rumos e buscam poderes espirituais, mas sem qualquer esforço para desenvolver fibra moral.

É uma verdade axiomática que os seres humanos são conhecidos “por seus frutos” e, como o mestre esotérico exige de seu pupilo desinteresse nas motivações, infere-se justamente que o instrutor deve possuir esse atributo em grau ainda maior. Portanto, se alguém se arvora em ser instrutor e oferece seus conhecimentos em troca de dinheiro, a tanto por aula, mostra assim que está abaixo do padrão que exige de seus discípulos. Alegar que precisa de dinheiro para viver, ou apresentar outros motivos semelhantes para cobrar pelo ensino, tudo não passa de sofismas. As leis cósmicas cuidam de todo aquele que trabalha com elas. Qualquer ensino oferecido em bases comerciais não é ensino superior, porque este jamais é vendido ou envolve considerações materiais, pois, em todos os casos, chega ao recebedor como um direito em função do mérito. Assim, mesmo que o verdadeiro instrutor tentasse negar o ensino a determinada pessoa que o merecesse, pela Lei de Consequência, seria um dia compelido a ministrar-lhe o mesmo.

No entanto, tal atitude seria inconcebível porque os Irmãos Maiores sentem uma grande e indizível alegria toda vez que alguém começa a palmilhar a senda da vida eterna. Por outro lado, embora ansiosos por tal, eles a ninguém podem revelar seus segredos antes que cada um tenha dado provas de sua constância e altruísmo, pois só assim poderá alguém ser um firme guardião dos imensos poderes resultantes, que tanto podem servir ao bem como podem ser usados para o mal. Se permitimos que nossas paixões se imponham descontroladamente, e se a avareza ou a vaidade são as molas de nossas ações, apenas sustamos o progresso de nosso semelhante ao invés de ajudá-lo. E, até que aprendamos a usar apropriadamente os poderes que possuímos, não estaremos em condições de realizar o trabalho ainda maior exigido daqueles que têm sido ajudados pelos Irmãos Maiores a desenvolverem sua visão espiritual latente, e a conseguirem compreensão espiritual, que é o que torna valiosa aquela faculdade como fator de evolução.

Portanto, a “Senda da Preparação” antecede o “Caminho da Iniciação”. A perseverança, a devoção, a observação e o discernimento são os meios de alcançá-lo, porque tais qualidades sensibilizam o Corpo Vital. Através da perseverança e da devoção, os Éteres Químico e de Vida capacitam-se a cuidar das funções vitais do Corpo Denso durante o sono. E uma separação entre estes dois Éteres e os dois superiores – Éter de luz e Éter refletor – acontece. Quando os dois últimos se espiritualizam suficientemente mediante a observação e o discernimento, uma simples fórmula dada pelo Irmão Maior capacita o Discípulo a separá-los e a levá-los consigo, à vontade, juntamente com seus veículos superiores. Deste modo, ele fica equipado com um veículo de percepção sensorial e memória. Qualquer conhecimento que possua no mundo material pode, então, ser utilizado nos Reinos espirituais, como também pode trazer ao cérebro físico recordações das experiências por que passou enquanto esteve fora de seu Corpo Denso. Isto nos é necessário para funcionarmos separados do Corpo Denso, plenamente conscientes tanto do Mundo Físico quanto do Mundo do Desejo, pois o Corpo de Desejos ainda não está organizado e, se o Corpo Vital não transferisse suas impressões no momento da morte, não poderíamos ter consciência no Mundo do Desejo durante a existência post-mortem.

Os exercícios respiratórios indiscriminados não produzem a divisão acima descrita, mas apenas tendem a separar o Corpo Vital do Corpo Denso. Por isso, as ligações entre os centros etéricos dos sentidos e as células cerebrais rompem-se ou deformam-se em certos casos, resultando ao final em vários tipos de insanidade mental, como a loucura. Em outros casos, o rompimento ocorre entre o Éter de Vida e o Éter Químico e, como o primeiro responde pela assimilação orgânica dos alimentos e é a avenida particular para a especialização da energia solar, essa ruptura resulta em tuberculose. Somente através de exercícios apropriados pode-se efetuar a separação correta. Quando a pureza de vida permite que a força sexual, que é criadora, gerada no Éter de Vida eleve-se até o coração, essa força encarrega-se de manter a quantidade de circulação necessária ao estado de sono. Deste modo, as funções físicas e o desenvolvimento espiritual correm paralelamente ao longo de linhas harmoniosas.

Temos, pois, aí a razão para o voto de celibato feito por aqueles que se dedicam inteiramente à vida superior. Não é necessário que o principiante se torne um asceta. A castidade absoluta por enquanto é só para poucos, especificamente, para aqueles que já alcançaram as Iniciações Maiores. Atualmente, o ato sexual é o método normal de procriação. Não existe outro meio de prover-se Corpos Denso aos Egos que precisam renascer – pois a fila é enorme! –, e é dever de todo aquele que é mental, moral e fisicamente sadio proporcionar veículo e ambiente apropriado a Espíritos, irmãos e irmãs, que desejam e precisam renascer aqui, isto de acordo com seus meios e oportunidades. Deveríamos encarar o ato da procriação como um Sacramento, não um ato para simples gratificação dos sentidos, mas para ser realizado com espírito de oração. A força sexual é exigida para geração apenas umas poucas vezes na vida de qualquer pessoa, de modo que o excedente pode ser legitimamente aproveitável ao autodesenvolvimento, já que ela é criadora.

Discernimento é a faculdade – e um importante Exercício Esotérico, como nos ensinado no livro Conceito Rosacruz do Cosmos – que nos permite distinguir aquilo que é essencial daquilo que não tem importância, separando a realidade da ilusão, e o que é duradouro daquilo que é efêmero. Na vida comum, acostumamo-nos a pensar que somos só corpo. O discernimento ensina-nos que somos Espíritos e que nossos corpos e veículos nada mais são que moradas provisórias, instrumentos para nosso uso. O carpinteiro usa martelo e serra que são importantes instrumentos. Contudo, nunca lhe ocorre que ele próprio seja essas ferramentas. Jamais devemos identificar-nos com o nosso Corpo Denso ou Corpo Vital ou ainda Corpo de Desejos, mas sim aprender, pelo discernimento, a considerá-lo um servidor, valioso tão somente enquanto obedeça a nossas ordens. Quando o considerarmos assim, descobriremos que somos capazes de fazer com facilidade muitas coisas que até então julgávamos impossível realizar. O discernimento gera a Alma Intelectual e imprime em nós o primeiro impulso em direção à vida superior.

A observação – além de ser mais um importante Exercício Esotérico, como nos ensinado no livro Conceito Rosacruz do Cosmos – é o uso dos sentidos como meio de obter-se informações a respeito dos fenômenos que ocorrem ao nosso redor. A observação e a ação geram a Alma Consciente. É de máxima importância para o nosso desenvolvimento que observemos minuciosamente tudo o que se passa em torno de nós; caso contrário, as imagens da nossa Memória Consciente deixam de coincidir com aquelas de nossa Memória Subconsciente ou automática. O ritmo e a harmonia do Corpo Denso são perturbados em proporção à superficialidade de nossa observação durante o dia. Nossas atividades durante o sono restauram parcialmente a harmonia, mas o entrechoque de vibrações dia após dia e ano após ano é uma das causas que, gradualmente, endurecem e destroem nosso organismo até torná-lo impróprio para o uso do Espírito que, então, precisa abandoná-lo e buscar nova oportunidade de desenvolvimento em um corpo novo e melhor. Na mesma proporção em que aprendemos a observar atentamente, ganharemos em saúde e longevidade e precisaremos de menos repouso e sono. Este último é um ponto muito importante, como veremos.

Devoção – além de ser mais um importante Exercício Esotérico, como nos ensinado no livro Conceito Rosacruz do Cosmos – aos elevados ideais restringe os instintos animais, gera e desenvolve a Alma Emocional. O cultivo, pois, dessa faculdade é essencial. Para algumas pessoas, essa é a linha de menor resistência; eis porque são aptos a se converterem em místicos sonhadores. As energias do Corpo de Desejos expressam-se então na forma de entusiasmo e êxtase religioso. Outros há que desenvolvem anormalmente a faculdade de discernimento que os leva ao longo das frias linhas intelectuais da especulação metafísica. Em ambos os casos há desequilíbrio e existe perigo. O sonhador místico pode tornar-se joguete de toda sorte de ilusões por estar dominado pela emoção. Ao intelectual ocultista isso nunca pode acontecer, mas pode terminar na magia negra se perseguir a senda do conhecimento só por desejo de conhecimento e não para poder servir. O único meio seguro é desenvolver simultaneamente a “Cabeça e o Coração”.

O Ocultista desenvolve-se ao longo de linhas intelectuais; procura a verdade pela observação e pelo discernimento, observa e raciocina sobre tudo o que vê. Assim, ele alcança o conhecimento, mas, como diz o apóstolo São Paulo: “O conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica.”[2]. Portanto, antes que seu conhecimento possa ser útil ao próprio desenvolvimento espiritual, precisará aprender a senti-lo, pois, de outro modo, não poderá vivê-lo. Quando tiver feito isto, será tanto Ocultista quanto Místico.

O Místico desenvolve especialmente a faculdade de devoção. Ele sente a verdade sem precisar raciocinar. Sabe, mas não tem meios para explicar a razão de sua fé, de modo ajudar os outros. Deve, pois, desenvolver o lado intelectual de sua natureza, a fim de ser o mais útil possível na elevação da humanidade. Assim, o intelecto pode agir como um freio sobre as emoções, e a devoção pode guiar o intelecto com segurança. Se seguirmos unicamente uma das linhas, teremos mais tarde que seguir a outra, caso queiramos ter um desenvolvimento completo e harmonioso. Por isso, é melhor tentar desenvolver agora a faculdade que nos falta, pois assim progrediremos mais rapidamente em direção à meta final e em perfeita segurança.

A clareza e a nitidez de uma fotografia dependem do modo do fotógrafo focalizar as lentes. Uma vez ajustada a objetiva, o foco se conserva. Todavia, se a máquina tivesse vida e vontade próprias, se pudesse modificar sua direção e focalização, as imagens captadas apareceriam sem nitidez. A Mente encontra-se em situação análoga: vagueia sem objetivo como se estivesse literalmente com “dança de São Vito”[2] e resistindo tenazmente a qualquer restrição. Mas ela pode e deve ser subjugada, e a perseverança é o meio de conseguir. Na proporção em que a Mente é aquietada, o Espírito pode refletir-se no Tríplice Corpo, segundo o princípio de que os raios do Sol não se podem refletir num mar encapelado, mas somente em águas tranquilas.

O Corpo Vital é como um espelho, ou melhor, como uma película cinematográfica em movimento: filma o mundo mesmo que esteja em desacordo com a nossa faculdade e observação e com as ideias que brotam do Espírito interno, conforme a clareza e o treinamento mentais. A devoção e o discernimento, ou em outras palavras, a emoção e o intelecto, decidem nossa atitude face a essas imagens, e o equilíbrio entre as ações de ambos conduz a um desenvolvimento perfeito. Alcançado certo grau de aperfeiçoamento, elas realizam inevitavelmente o processo de purificação. O ser humano precisa compreender que, para alcançar a meta, deve pôr de lado tudo o que possa entravar a roda do progresso. O bom mecânico prefere sempre as melhores ferramentas e esmera-se em conservá-las perfeitas, porque sabe quão importantes são para realizar um bom trabalho. Nossos Corpos são as ferramentas de nós, o Espírito, de modo que, na medida em que elas se encontrem obstruídas, estorvam a nossa manifestação. O discernimento aponta-nos o que obstrui. A devoção à vida superior ajuda-nos a eliminar maus hábitos e traços de caráter indesejáveis, suplantando o simples desejo.

A carne animal (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis, frutos do mar e afins) obtida à custa da vida e sofrimento de outros seres e, que além de estar impregnada dos desejos e paixões do animal encontra-se já em estado de decomposição, não é um alimento puro. Nenhum sincero Aspirante à vida superior e aos poderes superiores deve escolher este tipo de alimento. Deve estudar, sim, para aprender como atender às necessidades do seu organismo com alimentos puros. Deve também se dar conta da importância de manter seu cérebro lúcido para que sua consciência possa abrir-se completamente à influência espiritual, concluindo-se daí que abandonará o uso do fumo (seja de qualquer espécie e das bebidas alcoólicas que estimulam e entorpecem o cérebro. Moderação é um termo impróprio com relação à bebida alcoólica. O uso do álcool, em qualquer escala, é desastroso ao desenvolvimento espiritual.

Perder a serenidade é prejudicial ao crescimento interno, além de dissipar, em grande escala, utilíssima energia que poderia ser utilizada beneficamente; a raiva envenena o organismo, inutiliza-o e retarda enormemente o progresso espiritual.

Da mesma forma, pensamentos de crítica nos prejudicam, por isso deve o Aspirante à vida superior evitá-los tanto quanto possível. O discernimento ensina-nos, de modo impessoal, o que é bom e o que é mau, mas não imprime em nós nenhum sentimento sobre isso, e isto é um ponto muito importante. O exame de um fato, de uma ideia ou objeto, seguido de uma decisão relativa ao seu valor, é necessário e não deve ser evitado. Porém, os pensamentos não caridosos devem ser evitados, uma vez que geram pensamentos em forma de flecha que, conforme se exteriorizam, atingem e bloqueiam o fluxo de bons pensamentos emanados constantemente dos Irmãos Maiores e atraídos por todos os seres humanos bons.

Dois exercícios específicos são dados ao Aspirante à vida superior que inicia a jornada preparatória. Ambos conduzem ao desenvolvimento da visão e da compreensão espirituais. Um eles levam ao caminho reto e apela mais para o Ocultista, que trabalha mais com o intelecto, mas é de grande valor para o Místico porque desenvolve nele a qualidade que mais lhe falta — a razão. Esse exercício é chamado de Exercício Esotérico matutino de Concentração e produz “poder mental”. O outro produz resultado semelhante de maneira indireta. Agrada mais ao Místico, mas é extremamente necessário ao intelectual Ocultista porque proporciona-lhe o senso da verdade, que está além da razão. Tal exercício é o Exercício Esotérico noturno de Retrospecção, que desenvolve o “poder da devoção”. Ambos são necessários para garantir um desenvolvimento completo e harmonioso.

A filosofia da conquista da visão e compreensão espirituais resume-se em obrigar o Corpo de Desejos a efetuar, dentro do Corpo Denso e em completo estado de vigília, — ou seja, positivo e consciente — o mesmo trabalho que realiza quando se encontra fora durante o sono, ou no estado post-mortem.

Existem certas correntes no Corpo de Desejos de todos. São fortes, bem definidas, e formam sete grandes vórtices nos clarividentes, mas são fracas, descontínuas e destituídas de vórtices no ser humano comum, naquele que não pode “ver”. O desenvolvimento dessas correntes e vórtices conduzem à visão espiritual. Durante o dia, enquanto somos absorvidos pelos nossos interesses materiais, essas correntes fluem muito vagarosamente. Mas, tão logo nos retiramos do Corpo Denso ao dormir, iniciamos o trabalho de restauração, conforme descrito na Conferência IV do Livro Cristianismo Rosacruz, as correntes reativam-se e os vórtices também, fulgurando como se fossem incandescentes, porque então o Corpo de Desejos se encontra no seu elemento de origem, livre do peso embaraçante do Corpo Denso.

O tempo de que o Corpo de Desejos precisa para restaurar o ritmo do Corpo Vital e do Corpo Denso depende do modo que usamos esse último durante o dia. Se o extenuamos nesse período, as desarmonias criadas serão naturalmente maiores, e isso exigirá a maior parte da noite para o Corpo de Desejos poder restaurar a harmonia e o ritmo. Assim, vive o ser humano preso ao seu Corpo Denso, dia e noite. Mas quando ele aprende a controlar a ação, a controlar gastos de energia nas atividades diárias, cessando de malbaratá-las em palavras e atos vãos, quando começa a dominar seus impulsos e a impedir novas desarmonias resultantes de uma observação imperfeita, então o Corpo de Desejos não precisa trabalhar o período inteiro do sono noturno para restaurar o Corpo Denso. Uma parte da noite pode ser empregada para se trabalhar fora. Se os centros sensoriais do Corpo de Desejos estão suficientemente desenvolvidos — como regra geral estão na maioria dos indivíduos inteligentes — o ser humano pode então desatar o cabo e elevar-se ao Mundo do Desejo. Lá ele tem uma visão do que se passa nesse plano, embora geralmente não consiga recordar depois de nada do que viu, até que consiga efetuar a separação entre as partes superior e inferior do Corpo Vital, conforme já explicado.

Vemos, pois, a grande importância da observação correta, da devoção aos elevados ideais, da pureza de alimentação, etc., tudo isso tendendo a harmonizar as vibrações internas com as vibrações externas. Na mesma proporção em que progredimos nessa direção, o tempo empregado na restauração dos veículos é abreviado, sobrando-nos, portanto, uma margem para trabalharmos no Mundo do Desejo.

EXERCÍCIO NOTURNO

O Exercício Esotérico noturno de Retrospecção é o mais eficiente dos métodos existentes para fazer o Aspirante à vida superior avançar na senda da realização espiritual. Seu efeito tem tal alcance que permite ao indivíduo aprender agora não apenas as lições dessa vida, mas também lições que normalmente lhe estariam reservadas para existências futuras.

Após deitar-se à noite, o Aspirante à vida superior relaxa o Corpo Denso e começa a recordar os acontecimentos do dia na ordem inversa, partindo dos da noite, em seguida os da tarde, e depois os da manhã. Deve esforçar-se para “rever” cada cena com a máxima fidelidade e procurar reproduzir ante seus olhos mentais tudo o que aconteceu em cada uma delas, a fim de poder julgar seus atos e certificar-se de que suas palavras transmitiram o sentido desejado ou deram uma impressão falsa, como também se exagerou ou foi omisso ao relatar experiências a outrem. Deve examinar sua atitude moral relativa a cada cena. E quanto aos alimentos, verificar se “comeu para viver” ou “viveu para comer”, para gratificar o paladar. Durante todo o Exercício Esotérico noturno de Retrospecção, o Aspirante à vida superior vai julgando a si mesmo, censurando-se onde couber reprovação e elogiando-se onde couber o louvor.

Os Probacionistas acham, às vezes, difícil permanecer acordados até o fim do Exercício Esotérico noturno de Retrospecção. Em tais casos, é permitido que se sentem na cama, até que lhes seja possível seguir o método comum.

O valor do Exercício Esotérico noturno de Retrospecção é imenso. Vai muito além de nossa imaginação. Em primeiro lugar, realizamos o trabalho de restauração da harmonia conscientemente e em tempo muito mais curto do que o Corpo de Desejos pode fazê-lo durante o sono, sobrando assim uma maior porção da noite para trabalhos fora do corpo. Em segundo lugar, vivemos nosso Purgatório e Primeiro Céu cada noite, incorporando a nós, o Espírito, o senso de retidão como essência das experiências do dia. Escapamos, assim, do Purgatório depois da morte, economizando também o tempo que despenderíamos no Primeiro Céu.

Por último, e não menos importante, tendo dia após dia extraído a essência das experiências que produzem o crescimento anímico, e havendo incorporado essa essência em nós, o Espírito, passamos a vivenciar realmente uma nova atitude mental e a nos desenvolver por linhas que normalmente estariam reservadas a vidas futuras.

Executando fielmente esse Exercício Esotérico noturno de Retrospecção, dia após dia, apagamos de nossa Memória Subconsciente o registro de fatos desagradáveis e eliminamos os nossos pecados, nossas auras começam a reluzir com o ouro espiritual extraído das experiências diárias pela Retrospecção, e aí começamos a atrair a atenção do Irmão Maior.

“Os puros verão a Deus.”[2], disse Cristo, e o Irmão Maior abrirá nossos olhos quando estivermos prontos para entrar no “Templo do Saber” — o Mundo do Desejo — onde obtemos nossas primeiras experiências de vida consciente fora do Corpo Denso.

EXERCÍCIO MATUTINO

O Exercício Esotérico matutino de Concentração, o segundo exercício, é executado pela manhã, tão logo o Aspirante à vida superior desperta. Ele não precisa levantar-se para abrir as janelas ou fazer qualquer coisa desnecessária. Sentindo o Corpo Denso confortável, deve relaxar e começar imediatamente a se concentrar. Esse momento é muito importante porque nós, o Espírito, acabamos de regressar do Mundo do Desejo, podendo termos contato consciente com esse Mundo, bem mais facilmente do que em qualquer outra hora do dia.

Se o Corpo Denso está em desconforto, o Aspirante à vida superior deve se mexer com o objetivo de acomodá-lo melhor antes de iniciar a Concentração, mas muito da eficácia do exercício é perdida em razão de se iniciá-lo com atraso.

Vimos na Conferência IV do Livro Cristianismo Rosacruz que, durante o sono, as correntes do Corpo de Desejos fluem e seus vórtices movem-se e giram com enorme rapidez. Porém, tão logo ele interpenetra o Corpo Denso, suas correntes e vórtices são quase paralisados pela matéria densa e pelas correntes nervosas do Corpo Vital que levam e trazem mensagens ao cérebro. A finalidade deste exercício é levar o Corpo Denso ao mesmo grau de inércia e insensibilidade do estado de sono, embora com o Espírito dentro dele e conservando-se totalmente acordado, alerta, consciente. Deste modo, cria-se uma condição em que os centros sensoriais do Corpo de Desejos podem começar a girar no interior do Corpo Denso.

Concentração é uma palavra enigmática para muitos, por isso tentaremos esclarecer seu significado. O dicionário dá-nos diversas definições, todas aplicáveis à nossa ideia. Uma é “convergir para um centro”, enquanto outra, uma definição química, é “reduzir à extrema pureza e potencialidade pela eliminação de constituintes inúteis”. Aplicada ao nosso problema, uma das definições faz-nos ver que, se convergimos nossos pensamentos para um centro, para um ponto, podemos aumentar sua força, segundo o princípio que estabelece que a força dos raios solares é multiplicada quando focalizada num ponto através de uma lente de aumento. Eliminando-se de nossa Mente todos os demais assuntos, todo o nosso poder mental pode ser completamente aproveitado na consecução de um objetivo ou solução do problema em que nos concentramos. Podemo-nos absorver em nosso assunto a tal ponto que, mesmo um canhão sendo disparado, não o ouviremos. Há pessoas que podem concentrar-se numa leitura de tal maneira que são capazes de esquecer tudo mais. O Aspirante à vida superior deve, igualmente, ser capaz de abstrair-se numa ideia, objeto de concentração, a ponto de fechar por completo sua consciência ao mundo dos sentidos e atentar exclusivamente para os Mundos espirituais.

Quando aprender a fazer isso, ele verá o lado espiritual de um objeto, ou ideia, iluminado por uma luz espiritual e, assim, ele alcançará o conhecimento da natureza interna de coisas nem sequer sonhadas pelo ser humano mundano.

Quando se chega a esse ponto de abstração, os centros sensoriais do Corpo de Desejos começam a girar lentamente no interior do Corpo Denso e a se acomodarem por si mesmos. Com o tempo, esses centros tornam-se cada vez mais definidos e passam gradativamente a exigir menos esforço para pô-los em movimento.

O tema da concentração pode ser um ideal elevado e sublime, mas preferivelmente que seja de uma natureza tal que consiga situar o Aspirante à vida superior acima do tempo e do espaço, afastando-o das sensações ordinárias do Mundo material. Para isto, não há melhor fórmula do que os cinco primeiros versículos do primeiro Capítulo do Evangelho Segundo São João. Tomando-os como base, sentença por sentença, manhã após manhã, com o tempo, o Aspirante à vida superior terá adquirido uma admirável compreensão do princípio do nosso universo e do método da criação — compreensão que está muito longe de ser alcançada em livros.

Depois de algum tempo, quando o Aspirante à vida superior já tenha aprendido a manter sem oscilações, ininterruptamente por uns cinco minutos, a ideia na qual venha se concentrando, pode, um dia, tentar lançar fora repentinamente essa ideia, deixando a Mente “em branco”. Em nada deve pensar então, mas simplesmente esperar que algo venha preencher aquele vazio mental. Com o tempo, as visões e cenas do Mundo do Desejo deverão ocupar essa lacuna. Após ter-se acostumado a essa prática, o Aspirante à vida superior pode desejar que algo se apresente ante seus olhos mentais. A coisa virá e então ele poderá investigá-la à vontade.

Mas o ponto principal é que, seguindo as instruções acima, o Aspirante à vida superior vai purificando a si mesmo. Sua aura começa a brilhar e isso atrairá infalivelmente a atenção do Irmão Maior, que designará alguém para ajudá-lo, quando necessário, a dar o passo seguinte.

Mesmo que passem meses ou anos sem resultados visíveis, estejamos certos de que não nos esforçamos em vão; os Irmãos Maiores veem e apreciam nossos esforços, e vivem eles tão ansiosos por nossa colaboração quanto nós por trabalhar. Os Irmãos Maiores podem ver razões que nos impeçam de empreender o trabalho pela humanidade no momento presente ou mesmo por toda esta vida. Mas, tão logo essas razões desapareçam, poderemos ser admitidos à luz, onde seremos capazes de ver por nós mesmos.

Uma antiga lenda diz que escavações em busca de tesouros devem ser feitas somente na calada da noite e no mais absoluto silêncio; falar uma só palavra antes de os descobrir fará com que desapareçam inevitavelmente. Trata-se de uma parábola mística relativa à busca da iluminação espiritual. Se tagarelarmos ou contarmos a outrem as experiências de nossos momentos de concentração, poderemos perdê-las. Antes de extrairmos delas, pela meditação, pleno conhecimento das leis cósmicas subjacentes, tais experiências podem reduzir-se a nada, uma vez que esta classe de experiências não pode suportar a transmissão oral. A experiência em si, portanto, não conta muito, pois, afinal, não é mais do que uma casca envolvendo e ocultando saboroso fruto. A lei tem valor universal, como vai ficar evidente, porque ela explica os fatos da vida, ensina-nos como tirar vantagem de certas condições e o modo de evitar outras. Em benefício da humanidade, ela pode ser livremente revelada, à vontade de seu descobridor. Então, a experiência que a revelou parecerá, em sua verdadeira luz, apenas uma coisa passageira que dispensa maiores considerações. Por conseguinte, tudo o que aconteça durante o Exercício Esotérico matutino de Concentração deve ser considerado sagrado e guardado no mais absoluto sigilo pelo aspirante.

Finalmente, evitemos considerar os Exercícios Esotéricos Rosacruzes como tarefas desagradáveis. Estimemo-los em seu verdadeiro valor, pois eles são nossos mais altos privilégios. Somente quando assim os considerarmos, poderemos fazer-lhes justiça e colher todo o benefício de sua prática.

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Na Fraternidade Rosacruz, os Irmãos Maiores distinguem três classes:

1) Estudantes Preliminares e, depois Estudantes Regulares, aqueles que simplesmente estudam a Filosofia. Pessoas das mais variadas denominações entram em instituições de ensino tais como as Universidades de Harvard ou Yale e ali estudam mitologia, psicologia e Religião comparada sem prejuízo de suas filiações religiosas. Nestas mesmas bases, os candidatos a estudos podem inscrever-se na Fraternidade Rosacruz. Qualquer um pode candidatar-se, se não for hipnotizador ou não esteja profissionalmente comprometido como médium, quiromante ou astrólogo.

2) Probacionistas, que são Estudantes Rosacruzes que aspiram o conhecimento direto a fim de se capacitarem para o serviço. Ao fim de dois anos na condição de Estudante Regular Rosacruz, e caso tenha já se convencido da veracidade dos Ensinamentos Rosacruzes e esteja decidido a cortar toda ligação que eventualmente ainda tenha com qualquer outra entidade esotérica ou ordem religiosa — exceto as igrejas e irmandades Cristãs — o Aspirante à vida superior pode assumir o Compromisso que o fará ser admitido no grau de Probacionista. A estes, a Sede Mundial fornece um formulário mediante o qual o Aspirante à vida superior promete a si mesmo praticar fielmente os dois Exercícios Esotéricos Rosacruzes (noturno de Retrospecção e matutino de Concentração), e registrá-los todos os dias em outro formulário especial que deve ser devolvido mensalmente à Sede. As provas duram no mínimo cinco anos e seu propósito é testar a dedicação e a persistência do Aspirante à vida superior, dando-lhe a oportunidade de purificar-se a si próprio antes de passar aos métodos de treinamento mais diretos pertinentes ao Discipulado. Esse registro diário destina-se também a ajudar o Aspirante à vida superior a fazer os Exercícios Esotéricos Rosacruzes. É próprio da natureza humana tentar fazer o melhor sempre que tenha de mostrá-lo, portanto, sabendo-se observado, o Aspirante à vida superior procura esmerar-se nesses Exercícios Esotéricos Rosacruzes.

Longe estamos de insinuar que as demais escolas de ocultismo não devam ser consideradas. Muitos são os caminhos que levam a Roma, mas lá chegaremos com menos esforço se seguirmos por um só deles ao invés de ziguezaguear de um a outro.

Em primeiro lugar, nosso tempo e energia são limitados e são reduzidos ainda mais pelos deveres sociais e familiares, que não devem ser negligenciados em favor do autodesenvolvimento. Portanto, só com o propósito de economizarmos essa limitada energia — a qual podemos usar de modo mais legítimo — e evitar o desperdício do reduzido tempo à nossa disposição, é que os Irmãos Maiores insistem para renunciarmos a todas as outras ordens.

O mundo é um agregado de oportunidades, mas para aproveitá-las é necessário possuirmos eficiência em certa linha de esforços. O desenvolvimento dos poderes espirituais pode nos capacitar a ajudar ou prejudicar aos nossos irmãos mais fracos. E esses poderes só se justificam quando o objetivo é Servir à Humanidade.

O método de realização Rosacruz difere dos outros sistemas por um pormenor especial: procura desde o princípio emancipar o Discípulo de toda dependência dos outros, tornando-o autoconfiante no mais alto grau, de maneira a poder permanecer só em todas as circunstâncias e enfrentar todas as condições. Somente aquele que for tão bem equilibrado pode ajudar ao débil.

Quando certo número de pessoas se reúne em classe ou círculo objetivando o autodesenvolvimento, mas por meio de métodos negativos, geralmente os resultados são conseguidos em pouco tempo, seguindo o princípio de que é mais fácil deixar-se levar pela corrente, do que lutar contra ela. O médium, contudo, não é senhor dos seus atos, mas escravo do espírito que o domina. Por isso tais reuniões devem ser evitadas pelos Probacionistas.

Mesmo as reuniões em que se mantenha uma atitude mental positiva não são aconselhadas pelos Irmãos Maiores, porque os poderes latentes de todos os membros são amalgamados. Então as visões dos Mundos internos obtidas por quaisquer deles apenas resultam parcialmente da influência das faculdades dos demais. O calor de um carvão no centro de uma fogueira fica aumentado pelo dos carvões que o rodeiam. O Clarividente originado num círculo, mesmo que esse seja positivo, é como uma planta na estufa – demasiado dependente para que se lhe possa confiar os cuidados dos demais.

Portanto, todo Probacionista da Fraternidade Rosacruz efetua seus exercícios sozinho, no isolamento do seu lar. Seguindo esse método, obtêm-se resultados mais lentamente. Porém, quando tais resultados aparecerem, manifestar-se-ão como poderes cultivados por ele mesmo, e poderão ser empregados independentemente dos demais. Além disso, os métodos Rosacruzes constroem o caráter, ao mesmo tempo em que desenvolvem as faculdades espirituais, resguardando assim o Discípulo da tentação de perverter seus poderes divinos em busca de prestígio mundano.

Do que foi dito acima, não se conclua que o candidato deva empregar todo o seu tempo em esforços espirituais. Se não podemos dispor de muito tempo, cinco minutos pela manhã e quinze minutos à noite é quanto basta. De fato, dedicar ao desenvolvimento de faculdades espirituais um tempo que precisaria ser legitimamente usado em responsabilidades materiais é decididamente um erro. Antes de nos entregarmos ao serviço nos mundos espirituais, precisamos cumprir todos os nossos deveres no mundo material. Não se pode esperar fidelidade no trabalho espiritual de quem é infiel aos seus deveres terrenos.

Após a remessa de sessenta relatórios consecutivos, o candidato pode solicitar instruções individuais, as quais, se possível, lhes serão dadas.

3) Discípulos, composta de pessoas que, havendo completado a fase de Probacionista, são consideradas aptas para receberem instruções individuais dos Irmãos Maiores. O ensino é gratuito.

A Filosofia Rosacruz tem conquistado adeptos por toda parte, os quais se mantêm em estreito contato com o movimento e que trabalham para difundir as profundas verdades concernentes à Vida e ao Ser que os estão ajudando.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Senda: o Caminho Estreito e Direto para o seu Desenvolvimento Espiritual Rosacruz

Solitário, cego e nu. Eis o início da longa jornada. Aquele que tanto buscou, passo a passo, a Senda, com suas carnes sangrando pelas pedras e espinheiros do caminho estreito e tortuoso, vê-se de repente no umbral da vida, sem paralelos, sem apoio. No princípio tudo lhe parece vazio e aterrador, mas, já não pode voltar atrás. Tem que avançar mais, sempre mais, já se ouviu a ordem: “Queimem os barcos”[1]. Agora terá de enveredar-se pela Senda afora ou estagnar-se, o que significa morte. Cristo não chama à Senda qualquer um, pois somente às ovelhas sedentas de Verdade e de Vida é que se lhes abrem as portas gigantescas do infinito saber. O Discípulo terá que, sozinho, compreender e lutar no silêncio, sem apoio e sem voz alguma que o oriente e console, até atingir a meta: a morada do Mestre – Cristo –, que o conduzirá pela estrada de ouro do saber, até à Iniciação.

Antes, porém, terá o Discípulo de aprender a guiar seus próprios passos, cuidadosamente, para não cair. Terá de aprender a ouvir, ver, ousar e calar, seguindo apenas a voz do silêncio eterno. Não adiantará perguntar, pois não obterá resposta. Apenas com seu humano saber e sua inteligência escolherá os próprios caminhos. Enfrentará tempestades em mares bravios e lutará em batalhas gigantescas, terrificantes, no mais profundo abandono, até que se apontem os primeiros raios do Sol nascente, rompendo as trevas noturnas da humana ignorância. Então, uma voz potente como as águas dos mares da Terra, lhe dirá: “Vinde, benditos de meu Pai.” (Mt 25:34). E será então chamado de “o Liberto”!

(Publicado na Revista Rosacruz – outubro/1969-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.T.: Há vários exemplos na história, de comandantes valorosos que fizeram a mesma coisa. Dizem que os Vikings faziam o mesmo – ao chegar num porto para invadir um território e conquistá-lo – queimavam seus navios para impedir qualquer possibilidade de recuo. “Queimar as Naus” significa, pois, vencer ou vencer! Outro exemplo foi o do conquistador espanhol Hernán Cortez e foi utilizada de maneira motivacional. Conta-se que ao chegar em terras mexicanas e notar apreensão e medo em seus soldados, Cortez, para impedir que seus soldados fugissem acovardados, ateou fogo aos navios. Não havia modo de voltar atrás. Ou venciam ou morriam. Também dizem que César mandou queimar os navios e os remos, quando chegaram na Inglaterra, para ninguém fazer corpo mole diante do inimigo. Sem alternativas para voltar para casa, eles tinham que vencer ou vencer.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Tríplice Cura Rosacruz: a verdadeira e completa cura nos nossos veículos

O melhor remédio para qualquer enfermidade ou doença é a prevenção, através de uma vida higiênica racional.

O nosso Corpo Denso é um organismo cujo germe foi nos dado por uma grande Hierarquia Criadora, conhecida na terminologia Rosacruz pelo nome de Senhores da Chama, e representa o vestido exterior, na Região Química do Mundo Físico, de um Tríplice Espírito, essencialmente imortal e individualizado, que é o que realmente somos.

Este complicado Corpo Denso é, basicamente, perfeito, ou de outra maneira como podiam os trilhões de células individuais que compõem o corpo, trabalharem juntas em uníssono e de forma tão extraordinária?

Quando, sem dúvida, o modelo original espiritual do corpo é perturbado através dos abusos das forças internas, então podemos ter qualquer coisa, desde um resfriado comum até um carcinoma.

Assim, a enfermidade ou a doneça é sempre causada pelo paciente, através da perversão de forças mentais, emocionais e vitais. “A perfeita harmonia de todos os nossos órgãos e funções constitui a saúde. A enfermidade é somente a aberração desta harmonia. A cura consiste, então, em restabelecer a harmonia perturbada. O remédio geral é o magnetismo”. Com estas palavras claras e concisas Franz Anton Mesmer, o grande médico Rosacruz, expressou um profundo princípio terapêutico. A palavra magnetismo pode ser um tropeço para muitos, porque está estreitamente associada com o hipnotismo, ou seja, a prática maligna de controle da vontade de outras pessoas, que foi desenvolvida por pessoas menos desenvolvidas espiritualmente do que Mesmer. A arte errática de hipnotismo foi denunciada por Mesmer em termos nada ambíguos, e os psicólogos e psiquiatras mais iluminados estão abandonando esta prática deletéria. Sabem, por experiência, que o poder de sugestão pode ser usado, sem roubar completamente de um indivíduo sua mais sagrada prerrogativa: o livre arbítrio. Não é a sugestão que é crime. O crime é a privação da vontade. Os efeitos prejudiciais, tanto para o operador como para a vítima, estão sendo reconhecidos cada vez mais.

O magnetismo, no sentido que Mesmer usou, é um sinônimo da força curativa. Tem três distintos canais de operação, de acordo com o tipo e origem de radiação da aura humana:
1) Etérico ou magnetismo vital
2) De desejos ou magnetismo astral
3) Mental, ou seja, magnetismo mais puramente espiritual
Quando a força curativa se aplica por meio do Corpo Vital (que está correlacionado com o aspecto Amor-Sabedoria da Divindade e o princípio atrativo da Natureza) ocorre uma grande saída de Éter enfermo (que na terminologia Rosacruz é dito miasmas) do corpo do paciente e reposto por Éter saudável (eflúvios) do curador. Isso é efetuado, por exemplo, pela imposição das mãos, perto da parte enferma do paciente, massageando ou não, como o curador deseje. Umedecer as mãos acentua o poder de atrair os miasmas do corpo do paciente.

O curador tem que vigiar o ponto no qual a sua própria energia se esgota em excesso, porque depois deste ponto adquirirá em certo grau a condição negativa do paciente, e sofrerá por ele. Em qualquer circunstância as mãos devem ser lavadas, em seguida, em água corrente com o objetivo de remover o Éter enfermo. Nenhuma pessoa enferma com a vitalidade baixa deve tentar fazer essa forma de cura. As mães são curadoras dessa classe, desde tempos imemoriais, ao massagear, suave e instintivamente, seus filhos chorosos. Qualquer um que se interesse em histórias de casos semelhantes deve ler a monumental obra de Friedrich Eduard Bilz: “The Natural method of healing” (O método de cura natural). Se a verdade fosse mais conhecida em relação a esse tipo de cura, buscaríamos primeiro nos curar dessa maneira. Muitos médicos, consciente ou inconscientemente, usam o magnetismo vital ao tratar seus pacientes.

No magnetismo astral ou de desejos os principais efeitos são sobre o Corpo de Desejos, que é um veículo mais sutil, porém menos organizado que o Corpo Vital e está correlacionado com o Espírito Santo, que é o princípio de atividade da Divindade. Assim como durante o sono o Ego leva seu Corpo de Desejos para “esse mar de forças e harmonia chamado Mundo do Desejo”, com a finalidade de restaurar seu ritmo e seu tom, assim também o curador se esforça por erradicar as venenosas emoções de ódio, inveja, ressentimento, medo, etc., do paciente e substituí-las por emoções edificantes e harmoniosas.

O paciente experimenta uma sensação de tranquilidade e liberdade espiritual junto com um ponto de vista mais edificante sobre a vida. Essa forma de cura só pode ser tentada por pessoas com grande integridade e pureza de almas, porque só elas são capazes de fazer frente às tremendas correntes do Mundo do Desejo inferior, na qual se originam as emoções nocivas aos seres humanos.

Os iluminados fazem o possível para viver vidas puras e nobres, para com isso poder atrair matéria de desejos das três Regiões superiores do Mundo do Desejo: Vida Anímica, Luz Anímica e Poder Anímico e assim, levar saúde e felicidade para suas vidas.

O terceiro tipo de cura tem a ver com a Mente, o veículo mental, correlacionado com o aspecto Pai da Divindade ou “Vontade”. A Mente é o ponto focal entre o Espírito e seus veículos, e depende da perfeição desse foco a habilidade do Ego para funcionar harmoniosamente em seus veículos. Os que curam por este meio necessitam de um alto grau de “Princípio de Amor e Sabedoria”, assim como a “Vontade” para que seus esforços sejam eternamente com o conselho: “Pai, não se faça a minha vontade, mas a Sua“. Isso se usa com êxito somente quando se toma consciência do Princípio do Pai no paciente. Sem dúvida, todo aquele que se esforça por purificar seus pensamentos e os dirige construtivamente, está apressando, não somente a própria redenção, senão a de toda humanidade.

A Fraternidade Rosacruz executa a Cura Rosacruz, centrado no seu Departamento de Cura, por meio dos Auxiliares Invisíveis (Probacionistas e Discípulos) – trabalhando à noite, quando o paciente está dormindo – onde utiliza os métodos acima detalhados utilizando um processo constando de três pilares: primeiro: o Poder Curador de nosso Deus Pai (que está em todo lugar pois, “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”); segundo: o curador (selecionado astrologicamente por métodos Rosacruzes de astrodiagnose e astroterapia); terceiro: o paciente (que quer ser curado, cooperativo, participativo e quem tem uma vontade enorme em ajudar aos demais). É nesse paciente que o Poder do Pai age, por meio do curador, de maneira a dissipar todos os males físicos, psíquicos, mentais e emocionais.

(Traduzido da Revista Rays From the Cross e publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1984 – Fraternidade Rosacruz –SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cura Rosacruz: a Tríade para você ser bem-sucedido no processo de cura

Considerando que:

  1. recebemos muitas dúvidas de como funciona, como proceder e como se inscrever
  2. há uma insistente e persistente utilização errônea desse método e com consequente não alcance da cura

… vamos, resumidamente, apresentar as três condições suficientes e necessárias, como funciona e como usar corretamente para que o irmão ou a irmã doente ou enfermo alcance a Cura Rosacruz, ou seja, elimine a causa da doença ou enfermidade e não somente os seus efeitos (pois se for focado somente nesses, com certeza, a doença ou enfermidade “voltará”) e, depois, apresentar o que denota usar erroneamente esse método de Cura Rosacruz com o consequente não alcance da Cura Rosacruz.

Essas condições forem instituídas por Max Heindel, sob a orientação direta dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, desde a primeira reunião de cura que ocorreu numa noite de terça-feira, em 23 de junho de 1914 e, desde então, já tem curado definitivamente as doenças e enfermidades de milhões de irmãos e irmãs, que a utilizam corretamente.

Existem três fatores no processo de Cura Rosacruz:

  1. O Poder do nosso Pai Celestial: compreendamos que todo o Universo está impregnado pelo Poder do Pai, sempre à nossa disposição para curar definitivamente todas as doenças e enfermidades, de qualquer natureza que sejam: isto é absolutamente certo;
  2. O Curador: é o foco, o veículo por cujo intermédio se infunde a energia no Corpo do paciente. É escolhido criteriosamente utilizando as Leis de Compatibilidade e de Receptividade Sistemática dentre os Probacionistas e Discípulos de um Centro Rosacruz que tenha um Templo. Se for um instrumento adequado, consagrado, harmonioso, real e bem harmonizado com o Infinito, não há limites para as obras maravilhosas que o Pai realizará por seu intermédio quando a oportunidade se apresentar a um paciente;
  3. O Paciente: com ânimo obediente, sobre o qual possa agir o poder do Pai por intermédio do Curador que Cura definitivamente, de tal forma que dissipe todas as doenças e enfermidades corporais. O Paciente é definido como uma pessoa que coopera e ativa – que também quer ajudar e não só ser ajudada – esforçada para que, finalmente, aprenda a obedecer às leis de Deus, que governam o Universo e, assim, alcance a saúde permanente tanto na vida atual, como nas futuras.

Uma observação importantíssima: o trabalho de Cura Rosacruz é realizado pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, por meio de um grupo de Auxiliares Invisíveis que eles estão instruindo. Ou seja, ninguém de um Centro Rosacruz, seja Estudante, Probacionista ou até Discípulo, tem autorização para “participar” da Cura Rosacruz, seja por meio de:

  • procedimentos terapêuticos, incluindo imposição das mãos, “energizações”, “magnetismos”, “transmissão de pensamentos” e outros afins;
  • medicamentos (de quaisquer tipos ou denominações que se dê);
  • aconselhamentos, consultas, orientações para tratamentos e afins;
  • levantamento de horóscopos, “leitura” de horóscopos, “descrições” de configurações;
  • preenchimento do Formulário para Solicitação de Auxílio de Cura, “assinatura” da Folha mensal em nome do Paciente.

Se o fizer: está se enganando, enganando o irmão ou irmã Paciente e profanando o Método de Cura Rosacruz.

A participação de Probacionista e Discípulo de um Centro Rosacruz no processo de Cura Rosacruz é somente como um Curador, harmônico com o Paciente, e sob orientação e, ainda, de uma forma totalmente anônima, amorosa e desinteressadamente. E a sua atuação é restrita durante noite, depois de ter executado o Exercício Noturno da Retrospecção e de ter restaurado seu Corpo Denso, durante o sono.

Lembrando, agora, o processo que deve ser seguido para a execução do Método de Cura Rosacruz:

  1. O Paciente obtém uma cópia impressa do Formulário para Solicitação de Auxílio de Cura;
  2. O próprio Paciente preenche o Formulário (veja as exceções, onde não é o Paciente que deve preencher);
  3. O Formulário completamente preenchido deve ser enviado, via Correios, para o Centro Rosacruz que tem um Departamento de Cura (alguns o endereço já está no próprio Formulário;
  4. O Departamento de Cura do Centro Rosacruz ao receber o Formulário executa os procedimentos para inserir o Paciente no processo do Método de Cura Rosacruz e envia o primeiro conjunto de material com as orientações para o Paciente executar (sobre a execução, considere os desmembramentos das exceções no preenchimento do Formulário – item 2, acima);
  5. O Paciente segue as orientações recebidas (colocando-as em prática no seu dia a dia);
  6. O Paciente envia mensalmente formulário semanal que coleta a assinatura do paciente, via Correios, no início do mês que segue a coleta das assinaturas (veja as exceções, onde não é o Paciente que deve preencher).
  7. E assim se segue o Processo até o Paciente alcançar a Cura (e isso sempre acontece, se o Paciente fizer sempre a sua parte, com paciência, respeitando as suas limitações e considerando o “tempo de Deus” e jamais o seu, pois a “vontade de Deus” sempre deve ser considerada). Para mais informações sobre isso, especificamente, veja aqui.

IMPORTANTE: Qualquer um desses três fatores que faltar, a Cura Rosacruz não avançará, não evoluirá e não será alcançada pelo Paciente. Qualquer avanço ou resultado positivo não deve ser atribuído a esse processo de Cura Rosacruz. É pura ilusão de quem o faz.

Isso colocado, vamos enumerar alguns procedimentos e comportamentos nos quais não funcionará a Cura Rosacruz:

  1. Escrever no “papelzinho” – que tem uma variante que é enviar via correio esse “papelzinho” – que existe em alguns Centros Rosacruzes o nome do Paciente, ainda que com caneta tinteiro, e colocar na “gavetinha” que também existe em alguns Centros Rosacruzes. Isso é apenas a tangibilização de um desejo da pessoa para com o Paciente, normalmente alguém conhecido, para que esse “melhore a saúde”. É louvável, mas não será objeto da ação da Cura Rosacruz;
  2. Enviar os “formulário semanal das assinaturas” preenchidos para o um Centro de Cura, sendo que o Paciente não está inscrito (ou seja, não há um Curador previamente selecionado), achando que com isso usufruirá da Cura Rosacruz. É impossível, pois não há nenhuma conexão harmônica entre os eflúvios do Curador com o Corpo Vital do Paciente;
  3. Preencher o Formulário com caneta esferográfica, hidrográfica ou outras quaisquer que não tenha tinta nanquim;
  4. Entrar no Templo de um Centro Rosacruz e rezar achando que está usufruindo da Cura Rosacruz. O que é bom aqui é se banhar na egrégora espiritual que um verdadeiro Templo de um Centro Rosacruz tem. Auxilia na manutenção do equilíbrio espiritual do irmão ou da irmã que frequenta, renova o ânimo e a centralização na meta de servir amorosa e desinteressadamente a divina essência de cada irmão e irmã que se relacionará. Mas daí entender que alcançará a Cura Rosacruz está muito distante;
  5. “Pular” assinaturas semanais; não oficiar os Rituais solicitados; não colocar em prática os ensinamentos fornecidos em cada material enviado; não ajudar os irmãos e irmãs que estão à volta do Paciente, com a desculpa de que está “mais precisando do que eles” ou que “o doente aqui sou eu” ou, ainda, “não tenho tempo”. Enfim, não cumprir com a parte de “Paciente ativo, que coopera, que quer definitivamente ser curado, que faz a sua parte no processo”.
  6. Não enviar, no início do mês seguinte, o formulário com as assinaturas semanais ou, pior ainda, “esperar” juntar vários meses para enviar tudo de uma vez;
  7. “Enviar” digitalmente via e-mail seja o Formulário para Solicitação de Auxílio de Cura ou o formulário de assinaturas;
  8. “Achar que está curado” e parar de fazer a sua parte no processo de Cura Rosacruz. Exames médicos e o parecer do irmão ou irmã profissional de saúde (sim, o tratamento físico é indispensável para recomposição da parte química do seu Corpo Denso), como especialista médico do assunto, é que terá que apontar que “os sintomas desapareceram”, “o órgão está funcionando normalmente”, “a sua doença não existe mais”.

Caro irmão ou irmã se ainda tem alguma dúvida, por favor, é só nos dizer e escrever para o e-mail cura_rosacruz@fraternidaderosacruz.com que prontamente lhe responderemos.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sol transitando pelo Signo de Aquário (janeiro-fevereiro)

Quando o Sol está transitando por Aquário, o Senhor Cristo, em Sua passagem anual pela Terra, centra Suas atividades na Região Etérica do Mundo Físico. Derrama Seu amor e Suas bênçãos, tanto sobre os Anjos como sobre as almas dos desencarnados da humanidade terrestre que estão vivendo e trabalhando nesses planos. São esses também o lar das crianças, os Egos dos que morreram na infância e os Anjos os instruem e os acompanham.

Um Discípulo qualificado, que aprendeu a seguir a Cristo ao longo da trilha da santidade por meio de Aquário, é capaz, em tal estágio de desenvolvimento, de entrar conscientemente nos planos etéricos. Ali pode observar os variadíssimos e formosos serviços prestados pelos Anjos no benefício da humanidade e de todas as formas de vida existentes no Planeta. Assim, pois, o Discípulo se encontra em um mundo encantado, um mundo tênue onde está a origem das notícias sobre as Fadas; porque as regiões dos Éteres superiores é, verdadeiramente, um mundo das Fadas. Das atividades observadas nesses planos é onde muitos buscadores iluminados e místicos tecem seus mais formosos escritos, relativos às verdades espirituais.

Durante o mês em que o Sol transita por Aquário, os Éteres superiores se tornam mais dourados e luminosos, porque a força de Cristo está sendo dirigida sobre a superfície da Terra para preparar Sua triunfante libertação pascal.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Conheça os Deveres do Verdadeiro Estudante Rosacruz

O Universo é um corpo ou um todo. Os Astros são órgãos desse corpo e os habitantes são suas células.

Pela lei da analogia comparamos a Ordem Rosacruz com o Universo como sendo um corpo: a Sede Mundial da Fraternidade Rosacruz em Mount Ecclesia – Oceanside – é a Cabeça; os Centros e Grupos de Estudos Rosacruzes são os órgãos e membros e os Estudantes Rosacruzes são as células desse corpo.

Quando em um corpo um órgão adoece ou não funciona bem, o corpo todo se ressente e há um desajuste. Esse órgão afeta todos os outros e reina a desarmonia no conjunto. Uma célula depende da outra. É um trabalho de equipe, por assim dizer. É necessário haver harmonia e unidade entre todas as células e órgãos, caso contrário, surge a doença e, possivelmente, a morte do corpo.

Na Fraternidade Rosacruz também é assim. Quando um Estudante Rosacruz se integra no movimento passa a fazer parte do todo.

O nosso lema é “Serviço” e cada Estudante Rosacruz deve fazer a sua parte. Onde houver algo para se fazer, façamo-lo; não esperemos que outros o façam. Max Heindel nunca escolheu serviço. Fazia de tudo, até faxina se preciso fosse. Sempre dizia: “Se este serviço tem que ser feito por alguém, então por que não eu?”. Nós, também, devemos fazer o mesmo, cada um dentro de suas possibilidades. Hoje em dia fala-se em trabalho de equipe. É o que procuramos empreender. Até no Reino Animal nota-se este trabalho. Quando uma formiga está carregando uma folha muito grande, vem outra ajudar e, ambas, levam a carga para o celeiro a fim de alimentar as outras companheiras. Todas trabalham para o mesmo fim. Por que não seguimos o exemplo delas? Cada Estudante Rosacruz é uma formiguinha e deve colaborar para que o todo sobreviva.

Alguns Centros da Fraternidade Rosacruz, como todas as entidades organizadas, tem um corpo de conselheiros, diretores, mas estes não são a Fraternidade Rosacruz. É lógico que a maior responsabilidade, quanto ao bom andamento e progresso da organização, cabe ao corpo de conselheiros, mas ela depende também de todos os Estudante Rosacruz. Se não houvesse Estudantes não haveria a Fraternidade Rosacruz.  A nossa Fraternidade Rosacruz cresce e progride à medida que cada Estudante Rosacruz evolui. Se nós não nos interessamos e somos indiferentes a tudo que diz respeito ao movimento, retrocedemos, pois, nosso irmão Max Heindel afirma que ninguém para nesse Esquema de Evolução; ou caminhamos para frente ou para trás. Se não avançamos, retrocedemos e, assim, o progresso da Fraternidade Rosacruz se torna mais lento. É a sinceridade e o interesse do Estudante Rosacruz que fazem a Escola Rosacruz crescer e progredir. O verdadeiro Estudante Rosacruz sincero e dedicado interessa-se por tudo o que diz respeito ao movimento Rosacruz.

Nós devemos ser quentes ou frios, porém nunca mornos; por isso ou somos ou não somos Estudantes Rosacruzes da Fraternidade Rosacruz.

Aquele que não se interessa de corpo e alma, que não vive a vida, que não toma parte ativa em tudo o que diz respeito à Escola Rosacruz não é um verdadeiro Estudante Rosacruz e está apenas passando seu tempo.

Quando um órgão ou membro adoece gravemente, muitas vezes, requer uma intervenção cirúrgica com extração ou amputação do mesmo para salvar o corpo.

Na Fraternidade Rosacruz também quando um elemento está prejudicando o todo pela sua conduta, os Irmãos Maiores se encarregam de afastá-lo. Essa é a prova do Estudante Rosacruz. Ser Estudante Rosacruz não é muito fácil. É necessário sacrifício, principalmente, da natureza inferior.

Na Oração do Senhor, o “Pai-Nosso”, há uma petição pelo Corpo de Desejos: “não nos deixei cair em tentação”. As tentações existem e são necessárias para provar a nossa resistência e o nosso valor. Mas precisamos lutar para não cairmos em tentação e se cairmos devemos nos erguer e continuar a luta com a mesma coragem e sinceridade. É nessa hora que se conhece o verdadeiro Estudante Rosacruz.

O maior serviço que devemos prestar é divulgar a Filosofia Rosacruz e o meio mais eficiente é pelo exemplo, vivendo o que aprendemos.

Não adianta ficarmos pregando a Filosofia Rosacruz, falando nas maravilhas que ela encerra se a vida que levamos mostra o contrário. Nesse caso, é preferível ficarmos calados levando uma vida honesta, digna e justa.

E quanto mais graus subimos (desde Estudante Preliminar até Discípulo), mais devemos nos dedicar a vivenciar e promulgar os Ensinamentos Rosacruzes, pois “a quem muito é dado, muito é exigido”. Se assim não o fizermos, pode ter certeza: você não é um Estudante Rosacruz, ainda que ache que é. Os Irmãos Maiores que tanto precisam de colaboradores (“a messe é grande e os operários são poucos”), com certeza, não tem tempo a perder com quem quer se intitular “Estudante Rosacruz”, mas não quer ser um “colaborador consciente na obra benfeitora a serviço da humanidade”.

Sejamos bons Estudantes Rosacruzes e lutemos com todas as nossas forças pelo engrandecimento da Fraternidade Rosacruz, a quem tanto devemos. Não poupemos esforços e, assim, quando chegar a nossa hora final estaremos em paz com a nossa consciência, certos de que colaboramos com nosso amado Mestre, o Cristo e não cruzamos os braços, enquanto os outros trabalhavam por nós.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1969 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Metal que soa ou o Sino que tine

… ainda que eu fale a língua dos homens e dos Anjos, se eu não tiver amor, serei como o metal que soa ou o sino que tine.” (ICor 13).

Aquele que se esforça para viver a vida da cruz deve se empenhar para cultivar um atributo acima de todos os outros. Seu crescimento deve ser um pouco adiantado a cada passo na aquisição de conhecimento, poder, saúde; na verdade, todas as coisas que contribuem para a evolução — e isso é Amor. Para cada passo no avanço intelectual, deve-se dar dois no avanço do cultivo do amor. Só assim o discípulo pode escalar o caminho espinhoso com segurança. Sim, até flores brotarão ao longo do caminho para aliviar seus pés que estão sangrando, se a luz do amor arder inabalavelmente no altar do seu coração.

À medida que, aos poucos, nossos olhos se abrem para o interior da vida e vemos que cada pessoa está sofrendo por causa de seus próprios preconceitos, atos ou fraquezas e que não podemos ajudá-la, que só pelo sofrimento ela está disposta a aprender, é provável que haja um endurecimento no coração do aspirante que nada pode suavizar, exceto o óleo do amor.

Não alcançamos sabedoria no primeiro degrau do caminho, nem ainda no segundo, nem no terceiro… O que pensamos ser sabedoria muitas vezes é apenas conhecimento. É apenas pela ligação contínua do conhecimento com o amor em nossa natureza que alcançamos a sabedoria.

Ainda que eu fale a língua dos homens”, embora eu tenha alcançado o domínio de todas “as línguas dos homens” — que poder e conhecimento isso implica; ainda assim, aos olhos do grande Coração eu sou apenas “o sino que tine”: oco, duro, brilhante e, talvez, polido; mas com a falsa luz de reflexão. Não tenho luz própria ou verdadeira para iluminar o caminho para os passos vacilantes de outras pessoas.

A sede de conhecimento nunca é saciada e, a menos que a pressão contínua seja exercida sobre a natureza do amor — o amor puro e compassivo do Eu Superior —, o amor pelo conhecimento afogará tudo o mais. E o Discípulo vai despertar de vergonha algum dia, ao descobrir que em sua busca clamorosa por conhecimento ele tem pisado nas flores do amor, até que elas, sob seus pés, dificilmente sejam reconhecidas. Então ele tem que derrubar sua estrutura e construir novamente.

Ele deve abrir repetidamente seu coração e deixar as comportas do amor banharem sua superfície endurecida até que, mais uma vez, seja como a terra macia na primavera, em que o menor passo ou o suspiro mais suave deixará uma impressão e o coração responderá com compaixão e amor. O coração de uma pessoa é como um jardim; as flores não crescerão até sua beleza completa, se a terra for deixada para endurecer em torno das raízes. O solo deve ser continuamente agitado e amolecido; assim, o nosso coração deve ser continuamente cutucado com o garfo do espírito para quebrarmos a presunção do conhecimento e fazer o amor crescer forte e belo como seu arquétipo no Céu.

E embora eu “fale em línguas dos Anjos” — ainda assim, não sou mais do que “um sino que tine”. Embora eu tenha até mesmo alcançado o estágio acima do humano e tenha muito conhecimento do Céu e da Terra — ainda estou oco por dentro e cheio de vazio. Dentro de mim estão as trevas, pois o grande Coração não disse que “Deus é Amor”? Ele também não disse que “Deus é Luz”? Nos termos da Álgebra, “duas grandezas iguais a uma terceira grandeza são iguais entre si”; portanto, “Amor é Luz”. E se não há amor em mim, então não há luz. Não consigo ver um único passo do caminho — talvez eu nem mesmo esteja no caminho; de tão estreito e reto que ele é, um passo para o lado e já estou no caminho sinuoso do prazer.

Portanto, desde o início, quando alguém decide que irá “viver a vida”, a primeira coisa a ser feita é cultivar o amor devocional.

Plante a pequenina semente do amor verdadeiro em seu coração, cuide dela e alimente-a — oh, tão cuidadosamente — com atos de amor, pensamentos e palavras amáveis; a cada dia e a cada hora deixe-a crescer ao Sol do amor de Cristo, Ele, o do grande Coração. Quando o coração estiver cansado de lutar e do aparente pequeno sucesso, abra bem o seu coração, mantenha a sensação de que o coração esteja exposto ao brilho do Seu Amor, o Seu Amor Divino, que está sempre pronto para ser derramado sobre você, se você quiser, apenas abra seu coração para isso. Não pense, apenas sinta o doce bálsamo do Seu Amor derramando-se e curando todas as feridas do seu coração.

Vinde a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu os aliviarei”. E você se levantará com a Mente e o Espírito revigorados, com energia renovada para tomar a sua Cruz.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro de 1916 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sugestão para o seu Exercício Esotérico de Meditação nesse período: A Parábola do Semeador

A Bíblia é um dos maiores livro de Mistérios de todos os tempos. Há poucos que se dão conta de suas insondáveis profundidades. Cristo disse: “a fim de que vendo, vejam e não percebam; e ouvindo, ouçam e não entendam” (Mc 4:12).

Na mais antiga simbologia a palavra “barco” se referia à alma, e a palavra “mar” se referia às correntes psíquicas. Diz-se que Cristo Jesus se sentou em uma barca e ensinava o povo que estava na margem. Isso significa que ensinava aos que estavam nos planos internos e aos que estavam nos planos externos, posto que sua missão era instruir tanto os encarnados como os desencarnados.

Quando Cristo terminou de expor a Parábola do Semeador, disse: “Quem tem ouvidos, ouça”. O semeador é o Mestre; as sementes são as verdades que vai disseminando. Os Estudantes e os Discípulos, que são a terra, as recebem de acordo com sua capacidade de compreensão e, de acordo com ela, usam os ensinamentos. Também disse o Senhor que alguns receberam (e produziram) trinta ou, em outras palavras, só puderam aceitar uma interpretação literal. Outros receberam (e produziram) sessenta e são os que alcançaram os significados mais profundos. O compreender que a Bíblia é o livro de texto supremo da vida há de ser uma das primeiras conquistas do verdadeiro Discípulo Cristão.

Depois Ele acrescentou que houve outros que receberam (e produziram) cem; esses são os Iniciados, que captaram as verdades em sua totalidade. Eles são a boa terra, na qual as sementes caem, crescem e produzem fruto. Algumas sementes, no entanto, caem sobre o caminho e são devoradas pelos pássaros, ou seja, são captadas pelos emocionalmente inseguros e, por isso, não lhes puderam proporcionar um porto seguro espiritual.

Aconselha-se a todo Discípulo que aprenda a contatar com seu próprio ser interior e, por meio da oração e meditação, a despertar e a incrementar seus poderes. Um Aspirante capaz converte esse centro (interno) no ponto focal a partir do qual trabalha para atrair o bom, o verdadeiro e o formoso. Há de ter cuidado, no entanto, de não se ver circunscrito pela estreiteza do pensamento ou o fanatismo da interpretação. Esse centro, o mais recôndito de si mesmo, se não for cultivado com persistência e perseverança, a pessoa tenderá a ter que enfrentar a decepção e a desilusão. Quando isso sucede, o neófito não só abandona as coisas do espírito, mas também obstrui o caminho para os outros. A advertência bíblica no Evangelho Segundo São Lucas em 9:62 ratifica isso: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus”.

De acordo com a parábola, outras sementes caíram entre as rochas e morreram por falta de umidade. Esse é o símbolo da pessoa puramente mental, aquela cujo coração ainda não foi despertado. A Mente, só, nunca poderá resolver os problemas da vida, nem ensinar a outros como fazê-lo, porque isso só se pode conseguir por meio do amor de um coração espiritualizado.

Algumas das sementes caíram entre espinhos e os espinhos cresceram e as afogaram. Os espinhos representam os desejos inferiores. Desde os dias da antiga Atlântida, a Mente humana está mais intimamente ligada à natureza de desejo do que ao espírito, o que contrário ao plano divino. Por isso, em uma grande maioria, a humanidade é mais motivada pelo desejo do que pela razão. Essa motivação egoísta deu origem a atual situação caótica do mundo: as raças, as nações e os indivíduos estão tão desgarrados pela dissenção e confusão que a humanidade se aproxima de um estado geral de pânico e desespero.

Um dos objetivos principais das sucessivas vidas sobre a Terra é que o ser humano liberte sua Mente dos laços de sua natureza de desejos para que a Mente se converta em um instrumento do espírito. Há de voltar uma e outra vez até que tenha aprendido a lição. As pessoas cujas vidas estão mais motivadas pela razão que pelo desejo são exceções e, entre elas, as que se guiam pelo intelecto espiritualmente iluminado são extremamente raras.

Por fim, parte das sementes caíram em terra boa e frutificaram produzindo cem por um. Isso se refere aos poucos que alcançaram o equilíbrio entre o Coração e a Mente, estado superior que é o ideal Crístico para toda a humanidade. Quando um Aspirante aprende a equilibrar essas duas forças, é digno de receber e disseminar os Mistérios do Reino de Deus.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sugestão para o seu Exercício Esotérico de Meditação nesse período: A Parábola das Dez Virgens

As dez virgens levaram suas lamparinas quando foram receber o noivo; mas, como ele tardava, elas dormiram.

Por fim, à meia-noite, um grito foi ouvido: “O noivo se aproxima”. As virgens despertaram e cinco delas descobriram que não havia azeite suficiente nas suas lamparinas e, assim, pediram um pouco emprestado as suas irmãs. No entanto, as virgens prudentes disseram: “’De modo algum, o azeite poderia não bastar para nós e para vós. Ide antes aos que vendem e comprai para vós”. Enquanto as virgens néscias estavam comprando o azeite, o noivo chegou; as cinco virgens prudentes foram com ele ao matrimônio e a porta se fechou. Quando as virgens néscias voltaram e pediram para que a porta fosse aberta, o noivo respondeu: “’Em verdade vos digo: não vos conheço”.

As virgens néscias são aquelas que gastam mal sua sagrada força vital (o azeite) por meio de prazeres sensuais e mundanos e não possuem luz interior para receber o noivo quando chega. Em outras palavras: não são dignas de receber a vida do Cristo Interno.

A maior parte das chaves mais importantes para a interpretação bíblica está escondida no sagrado significado dos números. Dez é o número do homem e da mulher trabalhando juntos enquanto percorrem a Trilha do discipulado. Cinco é o número dos sentidos físicos e também é a da atividade mediante a qual as lamparinas internas se mantêm acesas. Uma antiga declaração, muito anterior à literatura bíblica, disse: “Aprenda a calcular corretamente para ter azeite para a sua lamparina”. Enquanto o ser humano estiver submetido à sedução dos cinco sentidos, será incapaz de descobrir o verdadeiro propósito e significado da vida. Quando supera essa atração, se converte na estrela de cinco pontas e compreende o real significado das palavras do Mestre: “Eu sou a Luz do Mundo”.

O azeite perdido pelas cinco virgens néscias é sua própria divina essência criadora interna. Quando essa força ascende pela espinha dorsal, a verdadeira trilha do discipulado, e alcança a cabeça, ilumina os dois órgãos espirituais situados nela, a Glândula Pineal e o Corpo Pituitário, e ambos começam a brilhar com enorme resplendor. Realizado isso, o Discípulo leva, em seu interior, sua própria lamparina acesa e está em todo momento preparado para receber o Noivo.

Aquele que está iluminado por essa luz nunca deixa de atrair a atenção do Mestre. Como diz o provérbio: “Quando o Discípulo está pronto, o Mestre aparece”.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O “Novo Homem”: o movimento ascensional do ser humano na ascese expansiva

Se vós, porém, sois guiados pelo espírito, não estais debaixo da lei.” (Gl 5:18).

As perspectivas de evolução e de aperfeiçoamento promulgadas pela Ordem Rosacruz são a que há de mais cativante para o coração humano, e de mais grandioso para a sua inteligência e entendimento.

Até o advento da Fraternidade Rosacruz, que é o mesmo que dizer até o aparecimento do “Conceito Rosacruz do Cosmos”, o mundo ocidental não havia conhecido revelação tão sublime das imensas possibilidades latentes da perfectibilidade do ser humano.

Max Heindel, o compassivo mensageiro da Ordem, desvelando o mistério oculto nos Evangelhos, abriu e completou o sentir da Verdade, pelo entendimento profundo dos destinos espirituais prometidos pelo Senhor Cristo.

Qual foi essa mensagem esclarecedora? Numa palavra toda se reduz a esse movimento ascensional que, tomando o ser humano nas formas mais primárias de sua carne, dos seus sentimentos e do seu pensamento, pouco a pouco, ao longo dos milênios, na ascese expansiva do latente Fogo Espiritual, o modela, o transforma, o eteriza, o transfigura em um novo indivíduo.

Lembremos como a Ordem Rosacruz realiza essa transfiguração. Estabeleceu sete etapas de desenvolvimento: Estudante Preliminar, Estudante Regular, Probacionista, Discípulo, Irmão Leigo, Adepto e Irmão Maior.

Durante as primeiras etapas de Estudante e de Probacionista, o Aspirante, por assim dizer, cursa as matérias básicas e constrói os fundamentos da sabedoria e da disciplina dos seus corpos. Assimilando a Filosofia, apreende o senso das realidades, apaga pouco a pouco as ilusões e domina, aprende a, gradualmente, dominar as forças obscuras de seu ser; toma contato com a Sabedoria e conhece os primeiros vislumbres da expansão do “eu”, os prenúncios da sua identidade substancial com todos os seres e coisas que o rodeiam.

Largos anos e, às vezes, vidas de trabalho, de cuidados e de esmorecimentos, de lutas e de desânimos, de quedas e de levantamentos, de augustas alegrias e de sofridos desesperos marcam esta fase preparatória do Aspirante, do ser humano novo em modelação. Mas, os esforços, as lutas, seu avanço no Caminho, são observações dos Mundos internos pelos Líderes e Condutores Espirituais. E, um dia os vislumbres tornam-se realidade viva, os obscuros contornos da visão Probacionista adquirem a nitidez ofuscante do Discípulo Iniciado. Assim, o ser humano novo adquire uma nova estatura do Espírito Vivificante.

Até aí debaixo da lei e da contingência, os poderes da mesma lei são, agora, impotentes para dominá-lo. As obras do falso “eu” ou “eu inferior”, os zelos, o amor-próprio, a vaidade, a ambição de posse, o espírito sectário, que ontem eram as características do “ser humano velho”, desvanecem-se para sempre. É o Espírito ou verdadeiro “eu” quem agora o dirige. E o “fruto do Espírito é a caridade, o gozo, a paz, a paciência, a benignidade, a bondade, a longanimidade, a mansidão, a fidelidade, a modéstia, a continência, a castidade contra estas coisas não há lei.” (Gl 5:22-23).

Mas, não imaginemos que atingido o grau de Discípulo, o “novo homem” entra numa fase de contemplação estática, absorvente, de mera assimilação dos favores dos Deuses. Não, pelo contrário!

Os poderes da ação, do trabalho, estão mais presentes, e mais presentes do que nunca em seus pensamentos, em seus nervos e em seus músculos. Seu pensamento é ocupado, as vinte e quatro horas do dia, com “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é santo, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama.” (Fp 4: 8).

Exemplo daqueles de que falava São Tiago em sua Epístola: “Sede, pois, fazedores da palavra e não ouvidores tão somente, enganando-vos a vós mesmos.” (Tg 1:22). Sua família, seus amigos, seus companheiros de trabalho, de associação no campo ou no mar, a sua terra, seu município, seu estado, sua pátria e a própria humanidade vão sentir a força propulsora de sua vontade, da sua cultura, da sua dedicação férrea às causas justas e nobres; vão beneficiar-se do esforço incomparável, quantas vezes do sacrifício, a par da mais extrema renúncia aos frutos do êxito.

Que poderemos, agora, imaginar das três etapas superiores do Caminho Rosacruz, do Irmão Leigo, do Adepto e do Irmão Maior? Iluminados nas transcendentes alturas do Bom, do Belo e da Verdade, são inconcebíveis as vivências e sublimidades do Ser. Max Heindel nos deixa antever algo da fecundidade da sua vida misteriosa, que aqui resumimos: “Os Irmãos Leigos vivem em diferentes partes do Mundo Ocidental e recebem uma ou mais Iniciações das Escolas de Mistérios Menores. São capazes de abandonar seu Corpo Denso, conscientemente, e assistir ou participar dos trabalhos no Templo dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Os Adeptos são graduados de uma Escola de Mistérios Menores e passaram, pelo menos, pela primeira das quatro Iniciações Maiores. A Doutrina Rosacruz diz que o Adepto pode construir novo Corpo Denso por processos ocultos de alquimia espiritual. Os Irmãos Maiores são graduados das Escolas de Mistérios Menores e, também, das Escolas de Mistérios Maiores (ou seja: já passaram pelas nove Iniciações (ou Mistérios) Menores e pelas quatro Iniciações (ou Mistérios) Maiores. São seres de sublime espiritualidade e fazem parte da Hierarquia planetária”.

Poderá haver qualquer Estudante Rosacruz, qualquer Aspirante, jubiloso da grandeza do caminho, com sinceridade de alma ansiosamente esperando no Senhor, “como o lavrador, na expectação de recolher o precioso fruto da terra” (Tg 5:7), que não se entregue com todo o ânimo a esta faina construtora, a esta ingente obra de auto edificação do novo ser?

Que nos falta? “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós?” (ICor 3:16).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – novembro/1958 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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