“Um novo e importante papel atribuído ao coração, como regulador dasreações cerebrais, foi proposto pelodr. John I. Lacey, do Centro de Pesquisas de Fels, em Yellow Springs,Ohio. A teoria do dr. Lacey baseia-se em evidências sobre animais e humanos e contradiz teorias já reconhecidas, segundo as quais o sistema cardiovascular reflete, mas não controla, o dinamismo mental. Diz Lacey que o ritmo do coração e da pressão sanguínea varia com a atividade mental.
A desaceleração cardíaca e queda de pressão sanguínea se associam a um aumento da atividade cerebral. Até agora supunha-se que a aceleração do batimento cardíaco aumentava a atividade mental e física. Dr. Lacey vê o sistema cardiovascular como um canal para estímulo do cérebro. Ao chegar o estímulo ao cérebro, esse imediatamente decide se deve ou não o atender, comunicando, em seguida, ao Coração, a sua decisão. Seguidamente a atividade cardíaca atua sobre o cérebro, para inibi-lo ou acioná-lo. Por que o coração deveria ser envolvido em trabalho tão importante? Não está esclarecido. Mas serão necessárias investigações complementares para comprovar estados de atenção mental e expansão física”.
(Revista: Selected News)
COMENTÁRIO: Os cientistas ocultistas declaram, há séculos, que o coração, bem como o cérebro, tem parte preponderante sobre o consciente e inteligência do corpo. O Coração é de fato nomeado como sede de um aspecto da Mente Supraconsciente, o reino da intuição. Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, tais como foram expostos por Max Heindel em “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, ensinam que a fortaleza do Espírito de Vida (consciência Crística), tem sua principal Sede no Corpo Pituitário (hipófise), no crâneo, e uma segunda fortaleza no coração. O Espírito Humano ou Ego tem sua primeira fortaleza na Glândula Pineal (epífise) e segunda fortaleza no cérebro, como um todo. O Espírito Divino, o Observador Silencioso, tem sua fortaleza na raiz do nariz, mas não em uma glândula. O Espírito Divino é chamado “O Princípio do Pai”. Ele inclui o Espírito de Vida, o princípio Crístico. O princípio do Pai é o da criatividade cósmica ou da vontade, ou ainda, a força da Epigênese. A Epigênese permite ao Espírito Virginal criar novas ideias no Universo e desse modo manifestar novas condições, tornando-se num Criador livre e positivo. Os cientistas, até agora, não admitiam que o coração pudesse interferir na inteligência manifestada pelo cérebro. Dr. Lacey vem trazer valiosa contribuição ao meio científico. De longa data vêm os ocultistas ensinando que as atividades mentais superiores dependem de relaxação e calma. Mergulham-se numa profunda tranquilidade, para possibilitar à Mente libertar-se das solicitações e pressões externas e iniciar as atividades internas e superiores. Essa condição de tranquilidade não é dormir porque a Mente está desperta e a pessoa consciente de si, de seu corpo e derredor.
Mesmo assim, deliberadamente, ela fecha, pelo poder da vontade, os sentidos, a tudo que no exterior possa distrai-la. Uma vez estabelecida a indispensável quietude, a supraconsciência mental procede como num espetáculo, ou projeção de quadros, fato conhecido como clarividência, telepatia, clariaudiência, consciência cósmica, etc. O indivíduo, em tal estado, pode sentir, às vezes, que está deixando o Corpo
Denso, podendo funcionar independentemente em outros planos da Natureza, nos quais colabora com Hierarquias Criadoras. Seu batimento cardíaco e pulso estão reduzidos e não excitados.
O coração toma parte especial nesse desempenho, em virtude de sua conexão com o Cristo Interno e o Corpo Pituitário (Hipófise), é popularmente considerado como a sede do amor humano. No entanto, quer nutramos amor material, quer elevadamente espiritual, estamos cônscios de correntes fluindo na região cardíaca. Max Heindel fala de um “lírio”, órgão etérico que se desenvolve entre a laringe e os dois centros cerebrais, para habilitar o Adepto a falar a palavra criadora. Esse lírio é construído pela força sexual criadora conservada, elevada através da coluna espinhal ao coração e desse ao cérebro. A conservação espiritual dessa força sexual criadora é mais que mero acúmulo de força sexual. Esclarecemos isso para orientação de pessoas que julgam bastar, para isso, a continência, sem crescimento da alma pelo altruísmo e amor. Essa conservação envolve também a justa aplicação da palavra, pelo controle da língua e usada edificantemente, sem desperdícios, o mais possível. força sexual criadora é igualmente conservada pela disciplina da atividade mental, por sua focalização em assuntos nobres e superiores, por pensamentos criadores da melhoria do ser humano e de suas condições.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1969-Fraternidade Rosacruz-SP)
A maioria das pessoas acham que uma refeição sem carne do reino animal (de mamíferos, répteis, anfíbios, insetos, aves, peixes, frutos do mar e afins) é incompleta. Desde tempos imemoriais que tem sido considerado um axioma que a carne do reino animal é o alimento mais fortalecedor que temos.
Todos os outros alimentos são vistos como meros acessórios de um ou mais tipos de carne em qualquer cardápio.
Nada poderia ser mais incorreto; a ciência comprovou, por meio de experimentos e experiências, que o alimento obtido de vegetais, invariavelmente, tem um maior poder de sustância, e fica mais fácil de percebermos, se olharmos para o assunto sobre o ponto de vista ocultista.
A Lei de Assimilação
A Lei da Assimilação declara que: “nenhuma partícula de alimento pode ser inserida na construção de um Corpo, até que as forças nele vigentes sejam superadas pelo Espírito que construiu e é residente nesse Corpo”.
O Ego (o Espírito Virginal manifestado e que utiliza os Corpos) deve ser o regente absoluto e incontestado no corpo, governando as células como um autocrata, ou elas seguirão cada uma o seu próprio caminho, como acontece na morte, por exemplo, quando o Ego se retira definitivamente do Corpo, o descartando.
O nível da consciência da célula determina o seu poder como uma unidade. Quanto menor for essa consciência, mais fácil será para o Ego atuar como regente máximo das funções corporais. As células que entram no corpo, via alimentação, também têm suas consciências individuais e coletivas. Portanto, o nível dos alcances espirituais dessas células é um fator a ser considerado, quando se pretende que determinado alimento seja utilizado pelo organismo do corpo.
Os diferentes quatro Reinos de Vida têm diferentes veículos e, consequentemente, diferenças de consciência. O mineral tem apenas o Corpo Denso e uma consciência semelhante à do transe mais profundo. Por isso, seria mais fácil sujeitar alimentos provindos diretamente do Reino mineral. O alimento mineral se manteria conosco um maior tempo, eliminando a necessidade de comer tão frequentemente; no entanto, sabemos que o organismo humano vibra tão rapidamente que é incapaz de absorver o mineral inerte diretamente. O sal e as outras substâncias similares são expulsos do sistema imediatamente, sem terem sido assimilados totalmente.
O ar está cheio de nitrogênio que necessitamos para a síntese de proteínas e, portanto, para o funcionamento do metabolismo, crescimento de músculos e do crescimento celular; nós o inspiramos no processo de respiração para dentro do nosso corpo e não o conseguimos assimilar, tal como qualquer outro mineral, até que tenha sido transmutado no laboratório da Natureza e incorporado pelas plantas. As plantas, o Reino vegetal (plantas: verduras, legumes, tubérculos, frutas, grãos, sementes), têm um Corpo Denso e um Corpo Vital, que as capacita a fazerem aquele trabalho. A consciência delas é tão profunda como a de um sono sem sonhos. Assim, é fácil para o Ego dominar as células vegetais e mantê-las subjugadas por um longo período de tempo, e daí o grande poder de sustância dos vegetais.
O Alimento Animal
No alimento animal (oriundo dos seres da Onda de Vida Animal) as células já se tornaram mais individualizadas, e como o animal tem um Corpo de Desejos, que lhe proporciona uma natureza passional, é facilmente entendido que quando comemos a carne, é mais difícil sujeitar essas células animais, que têm uma consciência animal semelhante ao estado de um sono com sonhos e, também, que tais células não se deixarão se subjugar por muito tempo. Assim, uma dieta baseada na carne animal requer maiores quantidades e refeições mais frequentes que a dieta baseada em vegetais. Se avançarmos um degrau a mais e comermos carne de animais carnívoros, nos sentiremos famintos a toda a hora, pois tais células se tornaram muito mais individualizadas e procurarão, por isso, alcançar a sua liberdade e o mais rápido possível. Um excesso de carne que é consumido libera no corpo o venenoso ácido úrico, estando cada vez mais reconhecido que quanto menos carne comemos, melhor para o nosso bem-estar.
É natural que devamos desejar o melhor dos alimentos, mas todo corpo animal tem em si os venenos da degradação. O sangue venoso está cheio de dióxido de carbono e outros produtos nocivos que vai sendo levado para os rins ou para os poros da pele a fim de serem expelidos pela urina ou transpiração. Estas substâncias repulsivas estão em cada porção da carne e, quando comemos tal alimento estamos enchendo o nosso corpo de venenos tóxicos. Muitas doenças e enfermidades são devidas ao nosso uso de alimentos baseados na carne animal.
Há inúmeras provas que uma dieta carnívora estimula a ferocidade. Nós podemos mencionar a ferocidade famosa dos animais de caça, contraposta à força prodigiosa e a natureza dócil do boi, elefante e cavalo, demonstrando o efeito da dieta herbívora nos animais.
Alimentos Saudáveis
Assim que adotamos a dieta vegetariana (vegetais, leite, ovos e mel), escapamos a uma das mais sérias ameaças à saúde: a putrefacção dos restos da carne animal que ficam entre os nossos dentes. Frutos, cereais e vegetais em geral são, devido a sua natureza própria, lentos para apodrecer; cada partícula contém uma enorme quantidade de Éter que o mantem vivo e doce por muito tempo, enquanto que o Éter que interpenetrava a carne animal e pertencia ao Corpo Vital do animal se retira com o Espírito desse, no momento em que ele foi morto. Assim, o perigo de infecção por meio dos vegetais é muito pequeno, e muitos deles são, na verdade, antissépticos em um grau muito elevado. Isso se aplica, particularmente, aos frutos cítricos: laranjas, limões, toranjas, etc., para não falar do rei de todos os antissépticos, o abacaxi. Em vez do envenenamento de todo o trato digestivo com elementos putrefativos, como resulta com a carne animal, os frutos limpam completamente e purificam todos os sistemas do corpo, e o abacaxi é uma das melhores ajudas conhecidas para a digestão do ser humano. É bem superior à pepsina e para o obter não se usa nenhuma crueldade com a vida senciente, como a é dos animais. Alguns nutricionistas modernos avisam que para se beneficiar totalmente dos seus nutrientes, as frutas cítricas não devem ser misturadas com outros alimentos.
Sais Celulares
Há doze sais no corpo conhecidos como sais celulares; eles são vitais e representam os doze Signos do Zodíaco. Esses sais são necessários para construção do corpo. Não são sais minerais, como geralmente se supõe, mas sim vegetais. O mineral não tem Corpo Vital e é apenas por meio do Corpo Vital que a assimilação é conseguida. Por isso temos que obter esses sais por meio do Reino vegetal.
Cru ou Cozido?
O calor destrói o Corpo Vital da planta e sobra apenas a parte mineral. Portanto, se desejamos renovar o suprimento desses sais no nosso corpo, devemos obtê-los de vegetais não cozidos. Como cozinhar destrói os valiosos sais celulares, a nossa dieta deveria conter uma grande porcentagem de alimentos crus. Chás de ervas, que devem ser infusões sem ebulição, são também muito ricos em tais sais.
Contudo, não devemos, precipitadamente, chegar a conclusão que todos devem parar de comer carne animal e viver unicamente de alimento vegetal cru. No presente estado de evolução há muito poucos que o podem fazer. Devemos ter o cuidado de não elevar as vibrações do nosso corpo tão rapidamente; afinal, para continuarmos o nosso trabalho nas condições presentes temos que ter corpos adaptados ao trabalho.
Os ocultistas sabem que há uma chama na base do crânio, na base do cérebro. Ela arde continuamente na medula oblonga no topo da medula espinal, e é de origem divina. Esse fogo emite um som cantante, parecido ao zumbido de uma abelha, e é a nota-chave do Corpo Denso (o físico). Ela constrói e cimenta o conjunto dessa massa de células conhecida como “o nosso corpo”.
Inofensivos como as Pombas
O chama arde muito ou pouco, clara ou intensamente, conforme a alimentamos. Há fogo em tudo na Natureza, exceto no Reino mineral. Esse não tem Corpo Vital e como tal não tem via para o ingresso do Espírito de Vida, o fogo. Nós alimentamos esse fogo sagrado, parcialmente, por meio das forças do Sol entrando no Corpo Vital através da contraparte etérica do baço e daí para o Plexo Celíaco onde é colorido e, então, levado para cima, por meio do sangue. Nós, também, alimentamos esse fogo do fogo vivo que absorvemos dos alimentos crus, que comemos e assim assimilamos.
Olhando para o assunto “comer carne animal”, do ponto de vista ético, também é contra a mais alta concepção de matar para comer. Nós temos uma dívida pesada para pagar às criaturas inferiores, cujos mentores deveríamos ser, mas de que somos assassinos; a boa Lei que trabalha sempre para corrigir os abusos relegará, em tempo, o hábito de comer animais assassinados para a lixeira das práticas obsoletas.
O ser humano, nos primeiros estágios do seu despertar na Evolução, era como os animais de caça, em certos aspectos. No entanto, ele está se tornando um Deus e, como tal, deve parar de destruir para começar a criar. O alimento de carne animal estimulou a ingenuidade humana de uma ordem inferior no passado; serviu um propósito na nossa evolução; mas agora estamos no advento de uma Nova Era, quando o autossacrifício e serviço trarão crescimento espiritual a humanidade. A evolução da Mente trará uma sabedoria muito além da nossa maior concepção, mas antes de ser seguro nos confiar essa sabedoria, devemos nos tornar “inofensivos como as pombas”. De outro modo poderíamos nos tornar tão egoístas e de propósitos tão destrutivos que seríamos uma ameaça inconcebível aos nossos semelhantes seres humanos. Para evitar isto, deve ser adotada a dieta vegetariana.
Considerações Práticas
Também do ponto de vista puramente prático a dieta vegetariana é vantajosa. O cada vez mais proibitivo preço da carne animal está sempre levando as donas-de-casa a se virarem para achar os substitutos e, gradualmente, as pessoas estão sendo ensinadas que os alimentos da dádiva-de-Deus, os vegetais, o leite, os ovos e o mel, são os mais deliciosos e saudáveis. Muitas pessoas que começaram a comer mais frutas e vegetais, acrescendo o leite, os ovoso e o mel estão percebendo que estão obtendo mais saúde e, em muitos casos, que a melhoria física é acompanhada por melhorias mentais e morais. Afirma-se que são necessários 48.562 metros quadrados de pastagens para criar animais para produzir a carne suficiente para alimentar um ser humano. Se esses 48.562 metros quadrados de terra fossem usados em horticultura e fruticultura, produziriam comida suficiente para alimentar várias famílias de tamanho médio. Com a população crescendo em todo o mundo, em breve será necessário parar a criação de gado e devotar os campos ao cultivo de cereais e vegetais.
Nesses tempos de mudança, quando mais Egos avançados estão nascendo, naturalmente muitos deles são vegetarianos; um novo tipo de humanidade, tendo uma mais alta consciência, está se formando. A Era vindoura será vegetariana, e todos os que forem progressivos se alinharão e se tornarão vegetarianos – os outros ficarão para trás e classificados entre os atrasados da Onda de Vida Humana.
(da The Rosicrucian Fellowship: Healing, Health and Nutrition, The Wisdow of the Vegetarian Diet – traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Você já leu ou estudou a Ode à Imortalidade de William Wordsworth[1]? É maravilhoso como experiência da alma. Esse poema foi escrito parcialmente em 1803 e concluído em 1806, há mais de dois séculos; mas, como todas as coisas que valem a pena é sempre novo e aplicável. Sobre os sentimentos que o levaram a escrevê-lo, o autor diz: “Nada foi mais difícil para mim na infância do que admitir a noção da morte como um estado aplicável ao meu próprio ser”.
… Uma criança
Que apenas respire forte,
Enchendo-se de vigor,
Que sabe ela sobre a morte?
“Mas não foi tanto de sentimentos de vivacidade animal que a minha dificuldade veio, mas de uma sensação de indomabilidade do espírito dentro de mim… Muitas vezes era incapaz de pensar nas coisas externas como tendo uma existência externa e comungava com tudo o que via como algo não separado, mas inerente à minha própria natureza imaterial” …
“Aquela vivacidade e esplendor de sonho que investem os objetos e as vistas na infância, cada um, creio eu, se olhar para trás poderá testemunhar”.
“Nos últimos anos deplorei como todos nós temos razão para fazer uma subjugação de caráter oposto e me regozijei com as lembranças expressas nestas linhas”:
IX
(…) Mas, pelas questões obstinadas
De senso e coisas externadas
Distantes de nós, sublimadas;
Vagos temores da Criatura
Nos seguintes versos o autor dá suas ideias sobre a infância, a respeito dessa natureza agindo sobre ele.
I
Houve um tempo em que a relva, a fonte, o rio, a mata
E o horizonte se vestiam
De uma luz grata,
— Visto que assim me pareciam —,
E da opulência que nos sonhos é inata.
Hoje está sendo tal como foi outrora; —
Seja o que for, eu,
Na luz ou breu,
Eu não verei jamais o que se foi embora.
II
O arco-íris vai, vem,
E a rosa nos faz bem;
Alegre, a lua nota
Que o céu está completamente nu; à luz
De estrelas, a água brota
E é belo o que ela reproduz;
A aurora é sempre um nascimento;
E contudo, eu sei muito bem
Que a glória passou por nós em algum momento.
IV
(…), Mas uma, uma Árvore existe,
Uma Planície que em minh’alma inda persiste,
Lembrando o que se foi e hoje e me deixa triste:
E o Amor-Perfeito
Diz: Que foi feito
Do vislumbre visionário?
Dos sonhos? Do esplendor vário??
Acima estão os fatos que perturbam o poeta e as questões que as contemplações desses fatos geram. Com a verdadeira intuição de poeta, ele passa a explicar o assunto (versos 59 a 72):
V
Nosso nascer não passa de sono e de oblívio:
A Alma que nasce com nós, nosso Astro Vital,
Vive longe de onde vive o
Trajeto de seu fanal;
Não no esquecimento inteiro
Nem na nudez por inteiro,
Mas, arrastando nuvens de glória, viemos
De Deus — nele vivemos —:
É o Céu que a nós circunda e a nossa meninice!
As sombras da prisão começam a cobrir
O Menino que cresce;
Mas ele vê a luz, sabe aonde ela vai ir
E sabe que ela o acresce;
A Juventude, em sacerdócio à Natureza,
Viaja ao Leste numa empresa
Guiada pela
Visão mais bela;
E ao largo o Homem vê que sua vida acaba
E que na luz do hábito ela enfim desaba.
VI
A Terra enche o colo com prazeres seus;
A Terra possui ânsias que ela mesma mantém,
E, possuindo um algo maternal também,
E honesta em seu intuito,
A Terra, ama-de-leite, empenha-se
P’ra que o filho adotivo, a Humanidade, abstenha-se
De todos seus apogeus
E do que nele for trajetória e for muito.
VIII
Você, cujo semblante exterior desmente
Teu valor inerente;
Você, grande Filósofo, que mantém ainda
A herança; você, que é a Visão entre a cegueira,
Que, surdo e mudo, lê a profundeza infinda
Sempre assombrada pela mente altaneira, —
Ó Vidente! Ó Profeta!
Que a verdade afeta
E a quem nós procuramos de qualquer maneira,
Por toda a vida, presos no escuro da cova;
Você, sobre quem flui a Fonte da Existência
Que escraviza ao mesmo tempo que renova,
Algo impossível de se ignorar a presença;
A quem a cova
É cama solitária sem sentido ou luz
Do que lá fora luz,
Um lugar onde se descansa e onde se pensa;
Você, Criança, ainda ilustre na amplitude
Da aérea liberdade de tua atitude,
P’ra quê, com dores tão solenes, provocar
Os anos a te darem o que eles vão te dar,
Assim tão cega e santa imersa na batalha?
Não tarda e teu espírito cai no retardo
De uma rotina que imporá a ti um fardo
Que pese e quase como a vida se equivalha!
Não é de se admirar que Cristo disse: “a menos que se tornem como uma criança, de maneira nenhuma entrareis no Reino dos Céus”. Na verdade, as criancinhas ao nosso redor, que recentemente deixaram o Mundo Celeste, ainda têm esse estado agarrado a elas; elas estão real e verdadeiramente parcialmente no Céu. Para elas, toda a natureza externa parece fazer parte do seu próprio ser; não há uma compreensão nelas deste mundo e do que tudo isso significa. Sua gloriosa imaginação torna real tudo o que elas veem a seu respeito, da maneira que desejam.
Aqui em Mount Ecclesia esses fatos são apresentados a nós todos os dias por nosso pequeno e maravilhoso mascote, Herman Miller. “Poderoso Profeta! Vidente abençoado!” se aplica a ele em todos os detalhes; há para ele uma luz no mundo que não brilha para nenhum de nós e ele é uma fonte constante de admiração para todos aqui. De acordo com nosso conhecimento do fato de que o seu Corpo Vital ainda não foi formado e não será concluído até o sétimo ano de vida, não nos esforçamos para lhe ensinar coisa alguma, mas ele se interessa por muitas coisas curiosas, que lhe dão experiência e ensino; isso é mais do que poderia ser transmitido pelo esforço de enchê-lo com algo que já preparamos e que estamos fadados a enfiar em sua garganta, seja ele capaz de engolir ou não.
Esse método de enfiar informação nas crianças para torná-las precoces infelizmente resulta, muitas vezes, em atrofiamento para o resto da vida. Durante aqueles primeiros sete anos, a contraparte do Corpo Vital, que está, então, em processo de gestação (a saber, o Espírito de Vida), atua através da criança como uma imaginação poderosa e ensina pela intuição o que ela deve saber, de um modo muito mais eficiente do que nosso melhor currículo poderia ser.
Herman tem uma pequena carroça de quatro rodas com pedais que ele empurra e por vários meses ele a chamou de seu Ford; mas em agosto passado, quando uma família veio de North Yakima para Mount Ecclesia, Herman começou a ter novas ideias, observando o automóvel Overland do Sr. Swigart e andando nele, além de ter observado como se lubrificava e cuidava daquele automóvel. A primeira coisa que notou foi que era preciso encher os pneus. Imediatamente ele pegou de um dos jardineiros uma velha bomba que tinha sido usada para borrifar água nas flores do jardim. Seu “Ford” havia adquirido pneus imediatamente e agora era necessário enchê-los com frequência para que o “Ford” andasse melhor.
Ele tem a qualidade de “tempo musical” com perfeição e pode imitar quase qualquer som mecânico, entre outros o barulho de um motor à gasolina e é um verdadeiro prazer ouvi-lo ligar o motor. Primeiro, os ruídos espasmódicos e separados que imitam as primeiras explosões; depois, o estágio laborioso e lento da explosão; finalmente, conforme o motor ganha velocidade, as explosões tornam-se mais regulares, frequentes e menos trabalhosas; ele faz tudo com perfeição, de modo que quase se acreditaria que ele deu partida em um motor de verdade.
O automóvel Overland do Sr. Swigart tinha um arranque automático e luzes elétricas. Imediatamente Herman foi até Roy, nosso impressor e eletricista, e lhe pediu uma velha bateria elétrica. Isso ele instalou em seu “Ford”; além disso, ganhou uma lâmpada velha e queimada para fazer a luz elétrica, mais um fusível que seria a chave. Em seguida, seu “Ford” foi equipado com as melhorias mais recentes. Mas, aconteceu que o Sr. Swigart queimou o interruptor em uma viagem e imediatamente o “Ford” de Herman desenvolveu os mesmos sintomas. Ele começou a queimar o interruptor de sua partida elétrica regularmente; ele sempre foi, no entanto, capaz de consertar e fazer funcionar. Para todos os efeitos, no que lhe diz respeito, aquela pequena carroça é um carro moderno e de primeira classe, equipado com todas as melhorias modernas, no qual ele anda todos os dias. De manhã, ele sai apressado e pega seu “Ford” na garagem; então ele caminha para o refeitório; ali ele para e toma seu café da manhã; em seguida, ele dá uma volta pelo terreno e, às vezes, o usa como um caminhão para recolher pedras para a Sra. Heindel, que ele então deposita em pilhas na esquina das estradas. Ao meio-dia ou à noite ele é sempre visto no refeitório com seu “Ford”, que fica do lado de fora, esperando por ele até que ele termine sua refeição.
Há apenas um problema em seu “Ford”; apenas um detalhe em que é inferior: não sobe colinas ou ladeiras. Outro dia ele conheceu o homem da garagem, que vinha levar alguns passageiros para o depósito. Esse homem estava intensamente interessado em sua ideia mecânica e deu-lhe um livro com fotos, mostrando as várias partes do motor. Ficamos muito surpresos outro dia, quando Herman apareceu e nos disse que agora ele conhecia tudo sobre motores; sabia como iniciá-los e gerenciá-los. Ele então nos mostrou na foto o que era a embreagem, o freio, o botão de arranque e o botão magneto. Em seguida, foi questionado sobre como ligaria a máquina; imediatamente disse que pressionaria o botão do magneto (ele sabia a diferença entre este botão e o da lâmpada), o botão de arranque, tiraria o pé do freio e soltaria a embreagem. Ele havia estudado todo o problema sozinho e certamente ficamos mais do que surpresos, pois ele estava certo em todos os detalhes.
Bem, é uma velha história a de que toda mãe pense que seu ganso seja um cisne. Nós, em Mount Ecclesia, certamente desejamos algo de Herman, quando ele crescer, e acreditamos que, ao deixá-lo passear pelos primeiros anos da sua vida sem treinamento sistemático algum, ao mesmo tempo respondendo a todas as suas muitas perguntas como responderíamos a uma pessoa adulta, tratando seus problemas com a mesma consideração séria que daríamos a um adulto, ele aprenderá a recorrer a essa maravilhosa fonte de imaginação e intuição, a contraparte do Corpo Vital, o Espírito de Vida, a imaginação e intuição agora cultivadas não o deixarão nos anos posteriores, mas o capacitarão a visualizar as coisas que ainda estão nos Mundo espirituais e trazê-las para o reino material, como fazem todos os inventores.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro de 1916 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: William Wordsworth (1770 – 1850) foi um dos maiores poetas e escritores do Romantismo inglês. Os trechos abaixo é do poema Ode: Intimations of Immortality. Uma das obras-primas de Wordsworth, a ode canta a compreensão comovente do narrador maduro de que a relação especial da infância com a natureza e a experiência se perdeu para sempre, embora a memória inconsciente desse estado de ser permanece uma fonte de sabedoria no mundo. O poema de 11 estrofes foi escrito no estilo da ode Pindárica irregular.
A Constituição Sétupla do ser humano se compõe de:
O Tríplice Espírito, o Ego:
A 4) Mente – Foco através do qual se reflete o Ego no Tríplice Corpo
O Tríplice Corpo, a sombra do Tríplice Espírito:
Para funcionarmos na Região Química do Mundo Físico precisamos de um Corpo Denso adaptado ao nosso ambiente. Se assim não fosse seríamos fantasmas, como geralmente dizem, e seríamos invisíveis à maioria dos seres físicos. Esse é o copo visível que vemos com os nossos olhos físicos. O nosso Corpo Denso é um composto químico tanto quanto o da pedra, se bem que esta última esteja ocupada só pela vida mineral. Todavia, mesmo falando do ponto de vista puramente físico e deixando à margem qualquer outra consideração, notamos várias diferenças importantes se comparamos o Corpo Denso do ser humano com o mineral da Terra. O ser humano move-se, cresce e propaga a sua espécie, mas o mineral, em seu estado natural, nada disso pode fazer.
O Corpo Denso, construído na matriz do Corpo Vital durante a vida pré-natal, com uma exceção, é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital. Veremos essa exceção a seguir.
Para funcionarmos na Região Etérica do Mundo Físico precisamos de um Corpo Vital adaptado ao nosso ambiente. Temos um Corpo composto de Éter que é chamado de Corpo Vital nas Escolas de Mistérios Ocidentais, pois o Éter é o caminho de ingresso da força vital do Sol e o campo das forças da natureza que promovem as atividades vitais de assimilação, crescimento e propagação.
Este veículo é uma exata contraparte do nosso Corpo Denso, molécula por molécula e órgão por órgão, com uma única exceção, que veremos a seguir. Mas é ligeiramente maior, estende-se cerca de 4 cm além da periferia do nosso Corpo Denso.
O baço é a porta de entrada de forças que vitalizam o corpo. Na contraparte etérica deste órgão, a energia solar se transmuta em fluido vital, de cor-de-rosa pálido. Daí se espalha por todo o sistema nervoso e, uma vez que tenha sido utilizado no corpo, irradia-se para fora, em correntes, parecendo espinhos que saem da pele de um porco-espinho.
Os raios do Sol são transmitidos diretamente, ou refletidos mediante os Planetas e a Lua. Os raios que vêm diretamente do Sol proporcionam iluminação espiritual; os raios recebidos por intermédio dos Planetas produzem inteligência, moralidade e crescimento anímico; mas, os raios refletidos pela Lua produzem crescimento físico, como se vê no caso das plantas que crescem diferentemente quando plantadas na fase crescente da Lua ou na minguante. Há também diferenças nas plantas semeadas quando a Lua passa por Signos estéreis ou férteis do Zodíaco.
O raio solar é absorvido pelo Espírito humano, que tem seu assento no centro da fronte; o raio estelar é absorvido pelo cérebro e pela medula espinhal e o raio lunar entra em nosso sistema através do baço.
Todos os raios, tanto os do Sol como os da Lua e os das estrelas, são de três cores e, na radiação lunar, que fornece nossa força vital, o raio azul é a vida do Pai, que produz a germinação; o raio amarelo é a vida do Filho, que é o princípio ativo da nutrição e do crescimento, e o raio vermelho é a Vida do Espírito Santo, que estimula a ação, libertando a energia armazenada pela força amarela. Este princípio é especialmente ativo na geração.
Os diferentes reinos absorvem essa força vital de maneira diversa, de acordo com sua constituição. Os animais têm somente 28 pares de nervos espinhais e estão harmonizados com o mês lunar de 28 dias, dependendo, portanto, de um Espírito-Grupo para a infusão dos raios estelares necessários para produzir consciência. Nenhum deles é capaz de absorver os raios diretos do Sol.
O ser humano se encontra num estágio de transição: tem 31 pares de nervos espinhais, que o relacionam com o mês solar, mas os nervos da chamada cauda eqüina (literalmente rabo de cavalo), no fim da nossa medula espinhal, estão ainda pouco desenvolvidos para que possam servir de passagem para o raio espiritual do Sol. À medida que elevamos nossa força criadora, mediante pensamentos espiritualizados, desenvolvemos esses nervos e despertamos as faculdades adormecidas do Espírito. Mas é muito perigoso tentar esse desenvolvimento a não ser sob a direção de um mestre capacitado e advertimos seriamente o leitor para que não empregue nenhum método vendido ou publicado em livros, porque tais práticas geralmente levam à demência. O método seguro nunca se vende por dinheiro, nem é trocado por algo terreno, seja grande ou pequeno, mas é sempre dado gratuitamente, como uma recompensa ao mérito.
“Pedi, e recebereis; procurai, e achareis; batei, e abri-se-vos-á”, disse Cristo. Se nossa vida é uma oração para a iluminação, a procura não será vã e nossa chamada não ficará sem resposta.
Quando a energia solar tiver sido transmutada no baço, atravessa o sistema nervoso do corpo, brilhando com um delicado tom róseo. Serve para o mesmo propósito que a eletricidade numa instalação telefônica. Podemos estender cabos entre cidades, levantar estações telefônicas e até instalar receptores e transmissores. Podemos também pôr operários preparados diante de toda a rede mas, enquanto o fluido elétrico não circular pelos fios, as comunicações não funcionarão.
Assim acontece também com o Corpo. O Espírito Humano é o operador e, da estação central do cérebro, os nervos se ramificam, indo por todo o organismo a todos os músculos. Quando esse fluido vital atravessa o sistema nervoso, o Ego pode enviar suas ordens aos músculos e impeli-los a se moverem; mas se o fluido vital, por qualquer razão, não afluir a determinada parte do corpo, tal como um braço ou uma perna, o Espírito será incapaz de mover essa parte do corpo e ela ficará paralisada.
Quando gozamos de boa saúde especializamos a energia solar em tão grande quantidade que não podemos empregá-la toda em nosso corpo e, nesse caso, ela se irradia pelos poros da pele em raios retos e serve a um propósito similar ao do ventilador para purificar o ar. Esse aparelho expulsa o ar viciado de um quarto ou de um edifício, mantendo sua atmosfera pura e suave. A força vital excessiva que se irradia do nosso corpo leva consigo os gases venenosos, micróbios deletérios e matérias residuais, mantendo desse modo a saúde do organismo em bom estado. Ele também evita que os exércitos de germes causadores de doenças, que flutuam na atmosfera, penetrem no corpo, da mesma forma que o exaustor impede que uma mosca entre voando num edifício. Vê-se, pois, que essa força vital serve aos mais benéficos propósitos, mesmo depois de ser utilizada em nosso corpo, quando volta ao seu estado livre.
É um espetáculo curioso e surpreendente observar, pela primeira vez, que das partes expostas do nosso corpo, como as mãos e o rosto, começa a fluir uma corrente de pequeninas estrelas, cubos, pirâmides e outras figuras geométricas. O autor, mais de uma vez, esfregou os olhos quando começou a observar esse fenômeno, porque lhe parecia estar sofrendo de alucinações. As formas vistas são átomos químicos os quais cumpriram seu propósito dentro do corpo e são expelidos pelos poros.
Depois das refeições, o fluido vital é consumido pelo corpo em grandes quantidades, porque ele é o meio pelo qual as forças da natureza integram o alimento em nosso corpo. Portanto, as irradiações são mais débeis durante o período da digestão. Se a refeição foi abundante, a irradiação é perceptivelmente diminuída e não limpa o nosso corpo tão completamente como quando acabamos de digerir o alimento, nem é tão poderosa para manter afastados os germes inimigos. Por esta razão, estamos mais expostos a apanhar um resfriado ou outra enfermidade qualquer por comermos em excesso.
Durante uma enfermidade, o Corpo Vital especializa muito pouca quantidade de energia solar. Então, por algum tempo, o Corpo Denso – o Corpo Denso – parece que se alimenta do Corpo Vital e, desse modo, este veículo fica mais transparente e tênue, ao mesmo tempo que o Corpo Denso fica debilitado. As irradiações ódicas purificadoras estão quase completamente ausentes durante a enfermidade e, devido a isto, as complicações se manifestam com muita facilidade.
Embora a ciência oficial não tenha observado diretamente o Corpo Vital do ser humano, em diversas ocasiões ela postulou a necessidade da existência de tal veiculo para explicar os fatos da vida, e as irradiações foram observadas por vários cientistas, sob condições diversas. Blondlot e Charpentier deramlhe o nome de Raios N, em atenção à cidade de Nantes, onde tais irradiações foram observadas por esses cientistas; outros chamaram-na “o fluido ódico”. Investigadores que dirigiram pesquisas sobre fenômenos psíquicos chegaram a fotografar essas irradiações quando eram extraídas do baço dos médiuns, pelos espíritos materializantes. O Dr. Hotz, por exemplo, obteve duas fotografias de uma materialização por meio da médium alemã Minna Demmler. Numa delas vê-se uma nuvem de Éter saindo do lado esquerdo da médium, sem nenhuma figura ou forma definida. A segunda fotografia, tomada poucos momentos depois, mostra o espírito materializado, colocado ao lado da médium. Outras fotografias, obtidas por cientistas do médium italiano Eusapio Palladino, assinalam uma nuvem luminosa pairando ao seu lado esquerdo.
No princípio desta descrição, dissemos que o Corpo Vital é uma exata contraparte do Corpo Denso, com uma exceção: ele é de sexo oposto, ou seja, de polaridade oposta. Como o Corpo Vital nutre o Corpo Denso, podemos facilmente compreender que o sangue é a sua expressão invisível mais elevada, e também que um Corpo Vital positivamente polarizado há de gerar mais sangue do que um com polaridade negativa.
A mulher, que é fisicamente negativa, tem um Corpo Vital positivo; daí gerar-se nela um excesso de sangue, do qual se liberta por meio do fluxo periódico. Ela também é mais propensa às lágrimas, que são uma hemorragia branca, e o homem, cujo Corpo Vital é negativo, não gera mais sangue do que o que pode utilizar, sem qualquer transtorno. Portanto, para ele não é necessário esse processo de descarga de excesso de sangue, como na mulher.
Para funcionarmos no Mundo do Desejo precisamos de um Corpo de Desejos adaptado ao nosso ambiente. Assim, além do Corpo Denso e do Corpo Vital temos um corpo construído de matéria de desejo, do qual formamos as nossas emoções e sentimentos. Esse veículo impele-nos também a buscar a satisfação dos sentidos. Mas, enquanto os dois veículos de que falamos antes estão bem organizados, o Corpo de Desejos aparece à vista espiritual como uma nuvem ovóide que se estende cerca de 40 a 50 cm além do Corpo Denso. Ele se estende desde acima da nossa cabeça até debaixo dos nossos pés, de modo que o Corpo Denso fica no centro dessa nuvem ovóide, da mesma forma que a gema está no centro de um ovo.
A razão de ser do estado rudimentar deste veículo é que foi agregado à constituição humana mais recentemente do que os corpos anteriormente mencionados. A evolução da forma pode ser comparada ao modo pelo qual os humores do caracol primeiramente se condensam em sua carne, convertendo-se depois numa concha dura. Quando o nosso atual Corpo Denso germinou no espírito, era apenas um pensamneto-forma, mas gradualmente foi se tornando cada vez mais denso e concreto, acabando por se converter numa forma cristalizada de matéria química. O Corpo Vital foi o próximo a ser emanado pelo espírito, como uma forma de pensamento e se encontra no terceiro grau ou estado de condensação, que corresponde ao etérico. O Corpo de Desejos é uma aquisição ainda posterior. Foi também inicialmente um pensamneto-forma, mas agora está se condensando em matéria de desejo; e a Mente, que recebemos recentemente, é ainda apenas um pensamento-forma nebuloso.
Os braços e as pernas, as orelhas e os olhos não são necessários quando se usa o Corpo de Desejos, porque ele pode percorrer o espaço mais velozmente do que o vento, sem ter necessidade dos meios de locomoção de que necessitamos no Mundo visível.
Quando se vê com a visão espiritual, percebe-se que no Corpo de Desejos há uma porção de vórtices giratórios. Já explicamos que uma característica da matéria de desejo e estar em movimento constante, e que do vórtice principal, na região referente ao fígado, sai um fluxo contínuo que se irradia para a periferia deste corpo ovóide, retornando ao centro por meio de muitos outros vórtices. O Corpo de Desejos apresenta todas as cores e nuances até agora conhecidas e um número infinito de outras cores que são indescritíveis na linguagem humana. Estas cores variam de pessoa para pessoa, segundo suas características e temperamentos, assim como variam a cada instante à proporção que a pessoa experimenta emoções, fantasias e desejos. Existe, porém, em cada um, certa cor básica, que depende da estrela regente no momento do nascimento. No ser humano em cujo horóscopo o Planeta Marte está fortemente colocado, há uma tonalidade básica carmesim em sua aura; quando Júpiter e o Planeta regente, a cor que prevalece é azulada; assim, cada Planeta, Sol ou Lua regente imprimirá sua própria cor.
Houve uma época na história da Terra, quando a solidificação ainda não estava completa, em que os seres humanos viviam em ilhas, aqui e ali, entre os mares em ebulição. Os seres humanos ainda não tinham desenvolvido nem os olhos nem os ouvidos, mas apenas um pequeno órgão: a Glândula Pineal, que é chamada pelos anatomistas de o terceiro olho, que sobressaía por trás da cabeça e que era um órgão localizador de percepção. Ela advertia o homem quando se aproximava demasiado de uma cratera vulcânica, capacitando-o a fugir do perigo e da destruição. Desde então, os hemisférios cerebrais cobriram a glândula Pineal e em lugar de ter um simples órgão de percepção, todo o corpo, interna e externamente, é sensível aos impactos, o que, como é natural, é um estágio de desenvolvimento muito mais avançado.
No Corpo de Desejos, cada uma das partículas é sensível ao mesmo tempo às vibrações da visão, da audição e dos demais sentidos, e cada uma delas gira em incessante movimento, de forma que, quase no mesmo instante, ela pode estar na parte superior e na parte inferior do Corpo de Desejos e proporcionar a todos os pontos, de todas as outras partículas, uma sensação do que ela está experimentando. Desse modo, cada partícula de matéria de desejo no nosso veículo notará instantaneamente qualquer sensação experimentada por qualquer partícula isolada. Portanto, Corpo de Desejos é de uma natureza extremamente sensível, capaz de transmitir as emoções e os sentimentos mais intensos.
Para funcionarmos na Região Concreta do Mundo do Pensamento precisamos de uma Mente adaptada ao nosso ambiente. Essa é a última aquisição do espírito humano e na maioria das pessoas que ainda não se acostumou a um raciocínio ordenado e consecutivo, é apenas uma nuvem caótica, disposta principalmente em torno da cabeça. Quando se olha de modo clarividente para uma pessoa, parece haver um espaço vazio no centro da fronte, justamente acima e entre as sobrancelhas. Esse espaço assemelha-se à parte azulada de uma chama de gás. Isso é matéria mental, que encobre o espírito humano, o Ego, e ao autor foi dito que nem o vidente mais favorecido pode penetrar esse véu que, no antigo Egito, era chamado de “véu de Isis”. Ninguém podia levantá-lo e continuar vivendo, porque por trás dele está o Santo dos Santos, o templo do nosso corpo, onde o Espírito está protegido contra qualquer intromissão.
As pessoas que anteriormente não estudaram as filosofias ocultas poderão formular a seguinte pergunta: Mas por que todas essas divisões? Mesmo a Bíblia só nos fala de corpo e alma, e muitas pessoas crêem que alma e espírito são termos sinônimos. Podemos responder apenas que essa divisão não é arbitrária, mas necessária, e está baseada nos fatos da natureza. Também não é certo considerar alma e espírito como sinônimos. O próprio São Paulo falou do corpo natural, que é composto de substâncias físicas: sólidas, líquidas, gasosas e etéricas. Ele também mencionou corpo espiritual, que é o veículo do Espírito, composto da Mente e do Corpo de Desejos, e o próprio Espírito, e é chamado Ego, em latim, e “Eu”, em português.
O termo “Eu” é aplicado pelo Espírito Humano unicamente a si próprio. Todos nós podemos chamar cão a um cão, ou mesa a uma mesa, e qualquer outro pode aplicar os mesmos nomes ao cão ou a mesa, mas somente um ser humano pode chamar-se “Eu”. Unicamente ele pode aplicar essa palavra a si mesmo, palavra que é exclusiva entre todas: “Eu”, porque ela é o distintivo da própria Consciência, o reconhecimento de si mesmo pelo Espírito Humano como uma entidade separada e a parte de todas as outras.
Vemos, pois, que a constituição do ser humano é mais complexa do que parece à primeira vista; agora passaremos a especificar o efeito de diferentes condições de vida sobre esse ser complexo.
Assim vemos que como adaptamos a matéria do Mundo Físico e lhe damos forma num Corpo Denso, e tal como damos forma à força-matéria do Mundo do Desejo, num Corpo de Desejos, assim também reservamos para nós uma determinada quantidade de matéria mental da Região do Pensamento Concreto. Mas nós, como Egos, nos revestimos de uma substância espiritual da Região do Pensamento Abstrato e, por meio dela, nos tornamos individuais, Egos separados.
É o terceiro dos três veículos mais elevados de um ser humano. É o nosso veículo para funcionarmos na Região Abstrata do Mundo do Pensamento. Compõe com o Espírito de Vida e o Espírito Divino o Tríplice Espírito, a manifestação de um Espírito Virginal, o Ego. É a contraparte superior do Corpo de Desejos. É alimentado por meio da Alma Emocional. Foi despertado em nós pelos Serafins na quinta Revolução do Período Lunar. Atualmente são os Senhores da Forma que estão encarregados de nos ajudar a desenvolvê-lo. É o terceiro véu do Espírito Virginal. É a camada exterior que prende o Espírito Virginal e faz dele um Ego separado.
É o segundo dos três veículos mais elevados de um ser humano. É o nosso veículo para funcionarmos no Mundo do Espírito de Vida. Compõe com o Espírito Divino e o Espírito Humano o Tríplice Espírito, a manifestação de um Espírito Virginal, o Ego. É a contraparte do Corpo Vital. É alimentado por meio da Alma Intelectual. Foi despertado em nós pelos Querubins na sexta Revolução do Período Solar. Atualmente são os Senhores da Individualidade que estão encarregados de nos ajudar a desenvolvê-lo.
É o primeiro dos três veículos mais elevados de um ser humano. É o nosso veículo para funcionarmos no Mundo do Espírito Divino. Compõe com o Espírito de Vida e o Espírito Humano o Tríplice Espírito, a manifestação de um Espírito Virginal, o Ego. É a contraparte superior do Corpo Denso. É alimentado por meio da Alma Consciente. Foi despertado em nós pelos Senhores da Chama na sétima Revolução do Período de Saturno. Atualmente são os Senhores da Sabedoria que estão encarregados de nos ajudar a desenvolvê-lo.
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Pode o leitor imaginar música silenciosa? Sim, é essa, provavelmente, a melhor forma de descrevê-la, se tentarmos compará-la com os vulgares sons do mundo e dos sentidos físicos, pois essa música nunca pode ser ouvida por aqueles que se encontram limitados ao plano físico. Contudo, é sem dúvida uma realidade, e é possível entrar em contato com ela se tivermos desenvolvido um pouco os nossos sentidos mais elevados. Nada existe criado que não esteja continuamente fazendo soar a sua tônica especifica, reunindo todas as suas partículas.
Essa nota tônica é um som musical que deve a sua origem à Palavra dita por Deus.
Esta música silenciosa sentimos tão suavemente, como o som de uma distante melodia lentamente se tornando realidade! Certamente nos espantaria se não fosse a sua indescritível beleza e a sua nunca ultrapassada consonância de sons.
E depois, também, parece não vir de parte alguma, contudo, encontra-se em toda a parte. Sua origem é a revivificante força da vida anualmente desprendida pelo grande Cristo, d’Ele próprio, quando se extingue o ano velho e o novo ano nasce alegremente. As suas meias-vozes são os suspiros do ano que finda, ao dar lugar ao novo.
Os seus sons elevados expressam a liberdade da revivificante força da vida, tão generosamente dada a toda a criação. A melodia entoa o poder protetor do Pai, dando sentido a toda a criação concedendo a vontade necessária para fazê-la fruir nesse sentido. As incitantes palpitações desta música silenciosa entoam o harmonioso chamamento de amor de Cristo, envolvendo tudo o que se encontra dentro da Sua amorosa proteção, do ser mais elevado ao mais humilde, a todos igualmente saudando: “Vinde a mim, todos vós que lutais e suportais uma pesada carga, e Eu vos darei repouso… Pois o meu jugo é suave e a minha carga é leve”.
Há, também, um movimento rítmico para diante que por toda a parte demanda ação, expressando-se por uma ordenada manifestação. Criação por toda a parte, criações novas e aperfeiçoadas substituindo o que é velho e já não tem valor na economia da natureza — vibração rítmica, incessante, avançando sempre em frente, sempre construindo tudo o que existe.
Mas escute! Gradualmente, o tema sinfônico vai-se modificando; o tom é mais elevado, mais coercivo; arrebata e redemoinha; subitamente, a força da vida despertada em seres adormecidos brota impetuosamente num glorioso panorama de cor, vida e beleza, enquanto os obscuros portais da prisão da Terra se abrem de par em par, e se ergue um Cristo radioso para saudar a nascente órbita do dia. Manhã de Páscoa, e o prelúdio à vida renovada entoada pelos Espíritos da Natureza vão-se modificando, enquanto o Cristo vivo começa lentamente a elevar-se.
A música, suave e lenta, ganha volume e tempo, enquanto as hostes angélicas, que literalmente enchem o ar permeado de Éter, se lhes sobrepõem. Soa uma oitava mais alta, e o poder, a beleza e a ação da música intensificam-se, sem, todavia, perder nada de delicadeza da execução.
O tema, flutuando para frente e para cima, sugere um sentimento de delicadeza, adaptabilidade, inocência, bondade, paz, amparo afetuoso, tudo qualidades inatas das hostes angélicas, delas fluindo em sons musicais, vibratórios, entrelaçando-se em inúmeros desenhos formados pela combinação de harmoniosos sons.
Desejaríamos deter-nos aqui e sentirmo-nos parte de toda esta maravilhosa harmonia, mas já uma modificação se opera no tema sinfônico. Cristo chegou ao Mundo Celestial e as hostes arcangélicas O cercam de um harmonioso poder vibratório que agita a alma e que se expressa em inúmeras cores que coruscam e cintilam com uma estonteante rapidez, formando indescritíveis desenhos de formas celestiais. Aqui, o som torna-se cor, e a cor torna-se som, interpenetrando-se e intercambiando-se num todo vasto, vibrante, que glorifica e vivifica todas as coisas tocadas pelo seu incessante movimento. A avassaladora sinfonia se expressa agora em formas de arte, altruísmo e filantropia, em tão estranhas cores e sons como só esta tão elevada região pode produzir. Esta música desenvolve no indivíduo a capacidade artística, enquanto se encontra neste primeiro Mundo Celestial – o Primeiro Céu – , entre os renascimentos aqui no plano físico, despertando o altruísmo, expresso em filantropia.
Não obstante nos sentimos já maravilhados, Cristo eleva-se mais alto, e alcança a região da pura música, o segundo Mundo Celestial – o Segundo Céu –, onde são feitas as formas arquetípicas de tudo o que existe neste Mundo Físico, por meio do poder e harmonia incorporados na Palavra de Deus. Aqui, os sons vibratórios da Música das Esferas introduzem na grande sinfonia o seu poder construtivo e as suas harmonizantes vibrações, e o alcance do tema aumenta, indo para além do espaço ilimitado, glorioso, supernal, divino, transformando ideias em formas e colocando notas tônicas da grande escala arquetípica, de acordo com as missões que lhes são destinadas. Aqui, por meio do poder incorporado na Palavra, padrões vivos, vibrantes, não só constroem, mas também sustêm todas as formas materializadas do mundo físico.
Enquanto nós, sustendo a respiração, ouvimos e meditamos no estupendo alcance do plano divino, o Criso se eleva ainda mais alto, e os poderosos sons fundem-se numa grande, gloriosa unidade, no lar de Cristo, o Mundo do Espírito da Vida, e num esmagador, supernal acorde musical, ouvimos a voz de Cristo ascendido, a personificação do amor, proferir, em tons da mais suave música celestial, “Consummatum est” (Foi consumado). E, enquanto as últimas e arrebatadoras notas flutuam para além do espaço visível, aparece uma visão apenas vista pelos “homens de boa vontade”. É o glorificado, compassivo Cristo, penetrando no Mundo do Espírito Divino, o verdadeiro lar de Deus-Pai. Quem, vendo-O ao longe, for ao Seu encontro, certamente louvará as palavras encantadas: “Tu és o meu amado Filho, no qual eu tenho muita satisfação”.
Insuspeita por muitos, no alto do Pai, uma melodia ainda mais sublime se faz ouvir, em preparação para ser trazida à Terra por Cristo, no seu próximo momentoso regresso, por altura do Natal, para aqui desprender novamente o seu formidável poder construtivo, beneficiando todas as criaturas. Se esta harmonia celestial deixasse de vibrar por um só momento, todo o Sistema Solar seria destruído, mas tal não pode suceder, pois a sinfonia celestial é tão duradoura como o próprio Deus. A Palavra Criadora musical e a harmoniosa enunciação de cada sílaba consecutiva é que marcam os sucessivos graus na evolução do mundo e do ser humano.
Além disso, quando a última sílaba tiver sido pronunciada e a Palavra completa tiver soada, teremos alcançado a perfeição como seres humanos e uma duradoura união com o Criador do plano divino, para nos tornarmos membros permanentes do grande coro orquestral cujo Diretor e Guia é Deus. Então, não só ouviremos a música divina, melodiosa, infinita, como seremos também um em verdade com o grande e harmonioso poder criador de Deus.
Poucos conhecem o fato de que o poder e a harmonia da Música das Esferas são a base de toda a evolução. Sem ela não existiria progresso. Poucos são que presentemente compreendem que uma vez os ouvidos humanos se tenham sintonizado com essa grande sinfonia celestial, o ser humano terá a “chave” de todo o progresso, e a sinfonia anual da Páscoa será para ele uma alegria antecipada, demasiado grande para ser expressa por palavras mortais. Então, verdadeiramente, o seu eu espiritual proclamará: “Glória a Deus nos céus”.
(Publicado na revista Serviço Rosacruz de março/1972 – Fraternidade Rosacruz – São Paulo – SP)
SIGNO: Leão, o leão
QUALIDADE: Fixo; ou consciência dirigida regular e consistentemente para estabelecer um centro estável.
ELEMENTO: Fogo; ou um entusiasmado e inspirado estado de consciência. Entre outras coisas, o elemento Fogo corresponde ao Éter, ao Corpo Vital, a Região Etérica do Mundo Físico e ao Tríplice Espírito.
NATUREZA ESSENCIAL: coragem
ANALOGIA FÍSICA: incandescência, fluorescência e outras formas de energia radiante.
ASTRO REGENTE: O Sol. Porque ele é capaz de expressar suas funções mais facilmente livremente quando ele está situado nesse signo. O Sol representa o ímpeto para expressar a individualidade, para experimentar um senso de propósito e o esforço para o crescimento pessoal.
CASA CORRESPONDENTE: a 5ª Casa corresponde a Leão e representa o desejo para confidenciar e a confiabilidade com respeito à própria consciência e à capacidade de ser determinado.
ANATOMIA ESOTÉRICA: representa o Espírito de Vida.
ANATOMIA EXOTÉRICA: específica: coração, pericárdio, região dorsal, aorta e a veia cava inferior e superior e pons varoli. Geral: as costas, medula espinhal e coluna vertebral, o sangue e o sistema circulatório, o sistema glandular e endócrino e os órgãos do corpo.
FISIOLOGIA: Governa o processo fisiológico da circulação sanguínea, a manutenção da temperatura constante interna do corpo, a distribuição dos recursos de energia do corpo e a distribuição do fluído etérico (do Sol) que entra no corpo por meio do baço.
TABERNÁCULO NO DESERTO: representa o Candelabro de Sete Braços que se encontrava na Sala Leste do Tabernáculo. O Candelabro de Sete Braços simboliza os Sete Espíritos diante do Trono. Indica a luz do conhecimento e do entendimento sobre o Plano de Evolução que guia o aspirante espiritual para que sirva mais eficazmente no seu ambiente.
MITOLOGIA GREGA: Dois primitivos deuses solares são Apolo e Hélios. Hélios foi o deus que dirigiu sua carruagem flamejante sobre o arco do paraíso todos os dias, fornecendo a luminosidade e o aquecimento para os habitantes da terra. Apolo continha dentro de si, muitos atributos diferentes, simbolizando a síntese das forças no Sol e indicando as muitas facetas do Espírito quando em manifestação. Ele era o deus da música, da arte, da ciência, da profecia, da educação e do valor físico.
CRISTIANIDADE CÓSMICA: Enquanto o Sol está em Leão, o Espírito de Cristo está reconstruindo o Seu veículo Espírito de Vida e imbuindo dentro dele com o poder que Ele deve trazer para a Terra no próximo ano. Nesse tempo do ano nós podemos glorificar a Deus pelos nossos afazeres, demonstrando nossa apreciação do Seu Amor através de um esforço extra para transformar nossos elevados ideais em realidades concretas. Agora é o tempo para reafirmar nosso propósito na vida em ser um servo útil na vinha do Cristo.
LIÇÃO A APRENDER: A fim de perceber os altos potenciais da influência positiva (generosidade, honrável, aberta, liderança) de Leão e evitar o desenvolvimento das negativas (orgulho, desrespeito, arrogância), o cultivo da modéstia e da humildade é essencial. Não somente parecer modesto, mas ser verdadeiramente modesto. Toda glória deve ser dada a Deus, percebendo que não importa o quão grande nós podemos parecer para nós mesmos, há sempre aqueles que são muito maiores e que mesmo com nossos melhores esforços não somos capazes de servir a Deus eficazmente nem por um dia sequer. Deve procurar desenvolver o discernimento e o cuidado em gastar energias a fim de diminuir a tendência a ser ineficaz e indolente em seus esforços.
(traduzido da Revista: Rays from the Rose Cross – julho/1977 pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Diagrama 5: a nossa Constituição Decupla – Tríplice Espírito, Tríplice Corpo, Tríplice Alma e a Mente
Quando, nós, o Tríplice Espírito – ou o Ego – desenvolvemos o nosso Tríplice Corpo e obtenhamos o domínio deles por meio do foco mental, começamos a desenvolver a Tríplice Alma, trabalhando de dentro. A maior ou menor alma que nós podemos ter depende da quantidade de trabalho que nós, o Tríplice Espírito, fizemos em nossos Corpos.
Esse diagrama mostra a nossa Constituição Decupla (dez veículos). Nós somos um Espírito Tríplice (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano) que possuímos uma Mente, com a qual governamos o nosso Corpo Tríplice (Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos) que emanou de si próprio, para adquirir experiência. Esse Corpo Tríplice se transmuta em uma Alma Tríplice (Alma Consciente, Alma Intelectual e Alma Emocional) da qual se alimenta, se elevando, dessa forma, da impotência à onipotência.
O espelho da Mente também contribui para aumentar o crescimento espiritual, porque o pensamento transmite ao Espírito, ou o que dele recebe, lhe dão polimento e mais brilho, intensificando cada vez mais o seu foco e o reduzindo-o a um ponto único perfeitamente flexível e sob o domínio do Espírito.
Durante a vida o tríplice Espírito, o Ego, trabalha sobre e no Corpo Tríplice ao qual está ligado pelo elo da Mente. Esse trabalho traz à existência a Tríplice Alma. A Alma é, pois, o produto espiritualizado do Corpo.
Como o alimento apropriado nutre o Corpo no sentido material, assim também a atividade do Espírito no Corpo Denso, manifestada como reta ação, promove o crescimento da Alma Consciente. Como as forças solares atuam no Corpo Vital e o nutrem para que possa atuar no Corpo Denso, assim também a memória dos atos praticados no Corpo Denso; dos desejos, sentimentos e das emoções do Corpo de Desejos e dos pensamentos e das ideias na Mente produzem o crescimento da Alma Intelectual. Por forma semelhante, os desejos e as emoções mais elevados do Corpo de Desejos formam a Alma Emocional.
A Tríplice Alma, por sua vez, amplia a consciência do Tríplice Espírito.
A parte do Corpo de Desejos trabalhada pelo Ego fica transmutada em Alma Emocional e, por fim, é assimilada pelo Espírito Humano, cujo veículo especial é o Corpo de Desejos. A Alma Emocional cresce pelos sentimentos e emoções gerados pelas ações e pela experiência. A Alma Emocional é o extrato do Corpo de Desejos. Ela aumenta a eficiência do Espírito Humano, que é a contraparte espiritual do Corpo de Desejos.
A parte do Corpo Vital trabalhada pelo Espírito de Vida converte-se em Alma Intelectual que edifica o Espírito de Vida, porque esse aspecto do Tríplice Espírito tem sua contraparte no Corpo Vital. A Alma Intelectual é um mediador entre as outras duas e cresce pelo exercício da memória, que liga as experiências passadas às experiências presentes e os sentimentos por elas engendrados. Origina a simpatia e a antipatia, que não têm existência independente da memória. Sentimentos que resultassem somente das experiências seriam evanescentes. A Alma Intelectual amplia o poder do Espírito de Vida porque a Alma Intelectual é extraída do Corpo Vital, que é a contraparte material do Espírito de Vida.
A parte do Corpo Denso que tenha sido trabalhada pelo Espírito Divino chama-se Alma Consciente e, por fim, submerge-se no Espírito Divino, porque o Corpo Denso é a sua emanação material. A Alma Consciente cresce pela ação, pelos impactos externos e pela experiência. A Alma Consciente aumenta a consciência do Espírito Divino, pois (a Alma Consciente) é o extrato do Corpo Denso, que por sua vez é a contraparte do Espírito Divino.
Note que é o nosso trabalho (nós, Tríplice Espírito, Ego) sobre os nossos Corpos que produz cada Alma. E qual será o objetivo de cada Alma? Vejamos:
A Alma Consciente será absorvida pelo Espírito Divino na sétima Revolução do Período de Júpiter.
A Alma Intelectual será absorvida pelo Espírito de Vida na sexta Revolução do Período de Vênus.
A Alma Emocional será absorvida pelo Espírito Humano na quinta Revolução do Período de Vulcano.
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Cristo Interno: o entendimento dessa verdade nos torna imperturbáveis aos embates do Mundo
Geralmente temos certas dificuldades, o que é natural, de entendermos as coisas exteriores em todos os seus detalhes. E, quando nos dirigimos para o interior delas, as dificuldades crescem em virtude da subtileza, pois caminhamos em busca da essência delas.
Na parte externa de uma semente, por exemplo, encontramos, apenas, uma casca mais ou menos espessa, que pode ser mole ou dura. É, porém, em sua parte interna que está a vida. Ali, portanto, é que está condensado no germe o potencial que gera, como todos sabemos, uma planta, desde as menores até as frondosas árvores. Localizam-se, estas, como acabamos de verificar, no interior da semente. A superfície da semente é como se fosse um véu, encobrindo ou tornando misteriosa a própria vida existente na semente.
Melhormente, entretanto, ocorre com o ser humano que, dentro da condição terrena, em escala ascendente, pertence, evolutivamente, ao quarto reino da Natureza. Olhando-o, o que vemos é seu veículo físico. Mesmo esse veículo, nossa visão o apanha externamente, de maneira superficial. Há órgãos no Corpo Denso ou físico que, para serem vistos, só por meio da cirurgia ou qualquer outro meio que os tornam visíveis. Mas, esse veículo é sólido, consistente, materialmente tocável, portanto. Por essa razão, pode a ciência oficial examiná-lo, diagnosticando algo. Porém, passando ao segundo veículo do ser humano, o Corpo Vital, que interpenetra o veículo físico, vitalizando-o, a referida ciência oficial pouco sabe. Desconhece, por exemplo, que o Éter é heterogêneo. A seguir, defrontamo-nos com o terceiro veículo do ser humano, o chamado Corpo de Desejos, que está muito além do campo de estudo da ciência oficial. Uma das disciplinas da filosofia, a psicologia, é que está ensaiando os primeiros passos. Por fim, temos a capacidade pensante do ser humano, a Mente, que nos dá a possibilidade de expressar o pensamento, analisar, deduzir, comparar, tirar conclusões. Embora tenhamos falado, até aqui, apenas nos veículos do ser humano, dá para perceber-se com nitidez, como é cheia de subtilezas a vida, misteriosa mesmo.
Esses veículos são, portanto, semelhantemente ao músico, os instrumentos que o Ego utiliza para executar a sinfonia da vida. Mas, o que vem a ser o Ego? É o Espírito Virginal com todos os atributos divinos, que, por entrosamento com as Hierarquias Criadoras, recebeu o despertar dos Espíritos Divino, de Vida e Humano, o tríplice aspecto de Deus, em si. E, assim, pode realizar a sua peregrinação através dos Mundos. Entretanto, atingindo o Mundo Físico chegou um ponto em que a humanidade tinha imprescindível necessidade de uma ajuda extra. Basta dizer que o número dos que conseguiam alcançar a Iniciação era reduzidíssimo. E, lembremos bem ter dito Cristo-Jesus que veio para salvar os perdidos. Disse ainda: “Estarei convosco até a consumação dos séculos“. Iniciou, então, no ano 33 da nossa era, o impulso evolutivo do interior para o exterior.
Cristo se tornou, desde então, o Regente da Terra, trabalhando dentro dela e espargindo para sua periferia, em todas as direções, Seu poderoso impulso de vida, altruísmo e amor a contagiar a flora, a fauna e, principalmente, os seres humanos. Antes de Seu advento, estávamos sob a influência de Jeová, que refletia, de forma indireta, de nossa Lua, o impulso espiritual que nos vinha do Sol. Cristo veio substituí-lo, dando-nos diretamente a Sua influência Solar
Trabalhando dentro do ser humano, em sua estada anual na Terra, durante todos os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, Ele vai estabelecendo o Reino do Amor e desenvolvendo, pelo altruísmo, no interior de cada ser humano, o segundo princípio de Ego dele, o Espírito de Vida, semelhante em natureza a Ele, Cristo. Desse modo, o Cristo Interno da Terra é uma Chispa do Cristo Cósmico, nosso Salvador. E o Cristo Interno do ser humano é o que se está formando com auxílio d’Ele.
Feliz de quem isso entende, pois, além de revelar ter compreendido a transformação evolutiva operada por Cristo em nosso Planeta, sente, dentro de si, o impulso de Sua Luz e Vida. E, como disse o evangelista São João, “A vida é a luz dos homens“.
O entendimento dessa verdade nos torna imperturbáveis aos embates do Mundo e já não nos deixamos afetar com as exterioridades.
(de Hélio de Paula Coimbra; publicado pela Revista Serviço Rosacruz de fevereiro de 1966)
Método Rosacruz de Desenvolvimento
A Ordem Rosacruz possui um método de desenvolvimento espiritual científico comprovado por aqueles que se submeteram à prática de seus preceitos. Baseados em investigações espirituais profundas, realizadas pelo fundador da Ordem e seus doze discípulos, conhecidos por nós como Irmãos Maiores, esses sagrados seres não apenas alcançaram um consenso sobre as tendências pelas quais as Mentes da humanidade atual responderiam como estabeleceram um método que habilita o ser humano, enquanto renascido aqui, a: (1) quebrar o ciclo vicioso de produção de pecados (sofrimento e morte); (2) iniciar um processo de purificação pessoal; (3) tornar seus corpos ferramentas mais úteis para atividade do Ego; (4) antecipar aprendizados que estariam reservados somente a vidas futuras. Com efeito, o método Rosacruz de desenvolvimento permite intensificar o grau vibratório e a força espiritual de uma pessoa, capacitando-a a realizar importantes feitos na Grande Obra Divina. Talvez seja esse o motivo pelo qual Max Heindel, mensageiro direto da Ordem Rosacruz, considerou esse método como o ensinamento mais importante de obra descrita no livro O Conceito Rosacruz do Cosmos. Para encontrarmos sentido nos preceitos propostos pelo Método Rosacruz de Desenvolvimento, faz-se necessário recapitularmos todo o procedimento ordinário de produção anímica humana.
Durante toda a vida, o ser humano constrói e semeia até o momento de sua morte ou passagem para os planos internos. Então, o período de sementeira ou expressão objetiva da vida cessa, iniciando um novo período de colheita denominado pela Fraternidade Rosacruz de estado subjetivo da vida. Os fatores que constituem a base para o período de colheita são os registros de todos os acontecimentos da vida em questão. Esses registros não fazem parte da memória comum do ser humano, utilizada na vida cotidiana, mas estão armazenados em um átomo localizado no ventrículo esquerdo do coração. Tal átomo é conhecido pelas Escolas de Sabedoria Ocidental como Átomo-semente do Corpo Denso.
Também, como é sabido entre os Estudantes Rosacruz, o Corpo Denso do ser humano comum tolda a capacidade do Ego em acessar e utilizar um poder espiritual que acumulou desde sua criação. No entanto, quando ocorre sua morte, esse poder é livremente acessado, mesmo que o Ego não esteja consciente desse fato. Assim, a pessoa fica capacitada para ler os registros do Éter Refletor (Região Etérica do Mundo Físico) que estão gravados no Átomo-semente mencionado. Esse processo constitui na apresentação de toda a vida do indivíduo como um panorama, que desfila à frente do Ego, mas em ordem inversa.
É importante compreendermos que os registros dos acontecimentos da vida não são relevantes para o desenvolvimento espiritual, mas sim o resultado das ações que são os produtos da guerra entre as forças espiritual (vontade do Ego) e corporal (vontade do “eu inferior”) do ser humano. Além disso, todas as ações resultantes dessa guerra possuirão uma classificação moral e pessoal dada pelo próprio Ego. São exatamente esses dois registros (resultado da guerra entre o Espírito e seus Corpos; e julgamento moral desse resultado) que constituem a base de registro daquilo que será revivido em ordem inversa durante o panorama da vida, logo após a morte, e formarão as experiências da vida purgatorial e das atividades no céu.
Mas antes que o Ego se aproxime do momento de sua morte, registros de suas atividades diárias estão ocorrendo em todo o momento da vida. A pergunta que surge então é: Como os registros ocorrem? Nós, enquanto Egos, sempre que temos vontade de realizar algo (pensamento, sentimentos, desejos, emoções, palavras, atos, obras, ações, entre outros) imaginamos ou acessamos nosso repertório particular sobre tal assunto que está armazenado em nossa Memória Consciente. A partir desse acesso e imaginação, formamos uma ideia de execução de tal ação. A vontade inicial de execução é um atributo do veículo Espírito Divino do Ego; a imaginação é atributo do veículo Espírito de Vida e, por fim, a ideia fruto do veículo Espírito Humano. Perceba que o último produto desse processo (a ideia), que didaticamente atribuímos ao Espírito Humano, jamais existiria sem que houvesse trabalho prévio do Espírito de Vida (imaginação) e do Espírito Divino (vontade). Portanto, a ideia em si contém toda a atividade do Espírito Virginal manifestado, o Ego, que apesar de ser entidade única se manifesta de modo tríplice, como Deus que o criou.
Se aplicarmos a relação hermética nesse complexo procedimento, em que tudo que está embaixo está também em cima e vice-versa, Deus nosso criador, quando criou nosso Sistema Solar, também teve Vontade de criar (seu primeiro Aspecto que conhecemos como PAI). Essa vontade disparou o segundo aspecto Amor-Sabedoria (que conhecemos como FILHO ou CRISTO) no qual concebe os meios para que essa vontade possa ser expressa. Então, o segundo aspecto fornece o TOM ou Nota-Chave que emite vibrações que dão o molde para constituição de todas as coisas que deverão compor esse Sistema Solar. Finalmente, esse processo dispara o terceiro aspecto ou Atividade (que conhecemos como ESPÍRITO SANTO ou JEOVÁ) que atrai o material Divino (Substância Raiz-Cósmica) pondo-o em movimento para concretizar todas as coisas de acordo com a vontade do PAI e ditadas pelos moldes do FILHO. Assim, também, o VERBO é DEUS, estava no princípio com DEUS e se fez carne quando colocou todas as coisas em movimento para manifestar a vontade de DEUS. Uma vez que o VERBO fornece a Nota-Chave de tudo, nada do que tem sido feito foi feito sem ELE.
Voltando ao nível da ação humana, quando uma ideia é, então, concebida, necessita ser direcionada sobre os corpos ou instrumentos do Ego para poder ser manifestada. O instrumento que projeta essa ideia sobre os Corpos é o veículo Mente. Nesse ponto, uma das três direções de ação será necessariamente utilizada: (1) ação imediata; (2) ação postergada e (3) ação imediata, mas por processo positivo da telepatia, negativos da hipnose ou da obsessão. Aqui, vamos descrever apenas a ação imediata ou item (1).
Assim, quando uma ideia é concebida, deverá ser projetada sobre o Corpo de Desejos para poder ser expressa. Nesse ponto, um dos dois sentimentos, Interesse ou Indiferença, deverá ser despertado. O Interesse pode ativar tanto a Força de Atração quanto a de Repulsão, já a Indiferença não produzirá nenhuma barreira da personalidade, o que deixará a manifestação dependente da própria força espiritual da ideia para ser expressa ou não. No caso da ativação do sentimento de Interesse, a ideia será revestida de material de desejos semelhante à natureza da ideia. Após essa união entre ideia e desejos, poderá atuar sobre os centros nervosos voluntários, mas ainda em nível etérico. Somente após ser também revestido de Éter, poderá ativar a força física para que ocorra expressão na Região Química do Mundo Físico. Note que essa direção empregada é simplesmente a condição ideal para crescimento anímico do Ego. Sua vontade é respeitada e potencializada por seus instrumentos que lhe obedecem. O resultado dessa ação é o sucesso, bem como o sentimento positivo pessoal de concretização da ação serão registrados no Átomo-semente pelo Éter Refletor.
Por outro lado, quando uma ideia desperta a Força de Repulsão, toda a vontade de expressão do Ego pode ficar comprometida. Por exemplo, se uma pessoa alimentou por toda a sua vida o sensualismo, estabeleceu hábitos semelhantes em seu Corpo Vital e boa parte da densidade de matéria de desejos de seu Corpo de Desejos também será sensualista. Isso revela uma tendência a responder de modo sensualista a muitas situações do cotidiano. Se no decorrer de sua vida, o diapasão interno espiritual da pessoa for acionado, compreenderá que tal hábito não mais possui sentido e procurará não mais alimentá-lo. Assim, seu Ego irá conceber uma ideia de pureza e devoção e tentará projetá-la sobre sua Mente para que seus Corpos respondam a essa solicitação. No entanto, tal ideia, ao chegar dentro do Corpo de Desejos, se deparará com os antigos hábitos sensualistas que tentaram expulsar e aniquilar a ideia de retidão e pureza. Se a energia espiritual (do Ego) for forte, poderá romper caminhos por meio dos centros cerebrais e executar a ação reta. No entanto, se a força dos corpos for mais poderosa, a Força de Repulsão prevalecerá. Essa é a guerra entre a força espiritual e os corpos, entre a natureza superior e inferior.
Como já mencionado, o Átomo-semente registra o resultado das ações que são produtos da guerra entre as forças espiritual (vontade do Ego) e corporal (vontade do eu inferior) do ser humano. Também registra o resultado quando não há guerra, ou quando a Força de Atração foi disparada. Além disso, todas as ações resultantes dessa guerra terão uma classificação moral e pessoal dada pelo próprio Ego. O resultado de todo esse processo é que constituirá todo o panorama que formará a base de crescimento anímico (produção da Alma). Como descrito por Max Heindel, há casos extremos em que a produção anímica é praticamente anulada pela força dos corpos, ou seja, a vontade, a imaginação e a ideia do Ego, praticamente não conseguem espaço de expressão na vida do indivíduo, sendo esse a vítima de seu eu inferior o tempo todo. São as pessoas que possuem um Corpo Vital tão denso (preenchido mais com Éteres inferiores) e um Corpo de Desejos tão cheio de material das três regiões inferiores do Mundo do Desejo que impedem toda a ação do Ego.
Logo que a morte ocorre, os veículos superiores abandonam o Corpo Denso. Os primeiros ficam presos ao último por meio do Cordão Prateado. O tempo em que o Ego permanece nesse estado pode variar entre algumas horas e três dias e meio. É nessa condição que o panorama inverso mencionado anteriormente ocorre. Os arquivos que foram registrados no Átomo-semente iniciam um processo que constitui uma espécie de filme que se desenrola de trás para frente, revelando ao Ego, primeiramente, os efeitos e depois as causas de suas ações.
Como a vida purgatorial faz parte do Mundo do Desejo (ausente de memória da vida precedente) e não da Região Etérica, o Purgatório apenas exercerá benéficos sobre o Ego se ele for capaz de transferir as informações contidas nesse panorama para o Átomo-semente do Corpo de Desejos. A maneira pela qual essa transferência ocorre depende da atenção que o Ego despende sobre o filme que o panorama lhe revela. Quanto mais nítida for sua observação, maiores impressões serão formadas no Átomo-semente do Corpo de Desejos. Caso não preste a devida atenção, não ocorrerá à transferência mencionada – ou ela será gravada com baixa qualidade – e suas experiências serão perdidas ou não aproveitadas totalmente.
Observe, pois que se nesse importante momento da exibição do panorama houver eventos que favoreçam a distração do Ego, tais como lamentos ou teatros histéricos, ou se o Corpo Denso for submetido a procedimentos cirúrgicos ou de autópsia, perdas incalculáveis para seu desenvolvimento anímico poderão ocorrer. Conclui-se, portanto, que a oração, a serenidade e os desejos de incentivo para que a passagem do Ego aos Mundos internos seja tranquila constitui ambiente favorável para que o Ego cresça e evolua. Quanto mais conscientizarmos as pessoas sobre tais processos, mais serviços à evolução dos irmãos e irmãs prestaremos.
Após a contemplação do panorama da vida e a transferência das experiências ao Corpo de Desejos, inicia-se a vida purgatorial. Muitos Estudantes Rosacruzes acreditam que são apenas os maus hábitos ou pecados que constituem a permanência no Purgatório. De fato, são esses os motivos, mas uma análise mais profunda e psicológica revela que também existem outros fatores implícitos. Por exemplo, desejos de apego a objetos, vícios, dinheiro, pessoas e ilusões de assuntos não terminados constituem fatores determinantes para permanência do Ego no Purgatório. Esse apego promove um desejo intensíssimo de retornar e dar continuidade à vida mundana recém-finda. Assim, o desejo de retorno é também a origem e razão da permanência.
A purgação ocorre exatamente porque o Ego busca satisfazer seus desejos ou vícios antigos, ou de continuar os assuntos que julga inacabados. Torna-se, desse modo, vítima de seu próprio desejo. O dependente químico, o sensualista, o fumante, o avarento, o chefe de família apegado, entre outros, sofrem. Por estarem observando oportunidades para alimentar seus antigos hábitos, mas não conseguirem realizá-los, sofrem ardentemente. Por não terem outra escolha, aprenderão, com o tempo, a não mais alimentarem tais desejos antigos e essa atitude será a chave para abrir a porta da liberdade e deixar esse estado purgatorial.
Esse também é um dos motivos pelos quais as Escolas de Mistérios Orientais instruem seus adeptos a matarem o desejo. Se não tiverem apego algum, não passarão pelo Purgatório. Não percebem, no entanto, que ao matar o desejo, matam também a produção anímica e crescimento moral. É muito mais vantajoso dominar o desejo e direcioná-lo à produção de experiências positivas do que matá-lo e permanecer inerte. “Não se tira a têmpera do aço que forma uma espada ou faca”. Se assim o fizermos, apesar da espada ou faca não mais constituir uma arma que fere, não mais poderá cortar e ser útil para os propósitos nobres de quem os quer utilizar.
Toda a purificação feita no estado purgatorial gerará um agudo sentimento e noção daquilo que é correto e o que não deve ser feito em próximas oportunidades de vida (a voz interna discernimento). Mesmo que as experiências de vidas passadas sejam esquecidas em vidas futuras, o sentimento subsistirá e constituirá a “voz silenciosa” que nos adverte, ainda que não saibamos o porquê, mas quanto mais clara tenha sido a experiência purgatorial (dependente da contemplação do panorama), mais claramente ouviremos essa voz da consciência.
No Primeiro Céu, todas as ideias que não puderam ser concretizados em função das limitações da matéria o serão. Além disso, por ser a região onde há apenas sentimentos altruístas e sublimes, todas as boas ações ou motivos pelo qual o Ego buscou ser nobre na última vida serão revividos para servir de reforço para continuar. Esse reforço constitui um poder anímico que capacitará o Ego a aprimorar seus Corpos para vidas futuras, tornando-os mais sensíveis na capitalização e utilização de materiais mais sublimes e espirituais nas próximas existências objetivas. Mas a aplicação real desse crescimento anímico só ocorre no Segundo Céu.
A partir do estudo e da recapitulação ocorre todo o processo natural de desenvolvimento e crescimento anímico humano e é possível identificar elementos que podem ser otimizados ou potencializados para que ocorra um avanço ou adiantamento desse processo. O Estudante Rosacruz deve observar que não podemos compelir ou forçar elementos como nos convém, mas esses devem seguir as forças das leis naturais que operam suas manifestações.
A indagação que o Fundador da Ordem Rosacruz e seus doze discípulos provavelmente vivenciaram foi de como criar um método que respeitasse o curso das leis naturais e, ao mesmo tempo, propiciasse ao Aspirante à vida superior um seguro adiantamento de produção anímica, sem lhe gerar problemas de saúde ou desequilíbrios mentais e espirituais. Também para que não ficasse na dependência de aproveitar tudo o que vivenciou apenas com a chegada da morte, passagem pelo Purgatório e Primeiro Céu.
Seguindo a lógica, é possível obter maravilhosos resultados da natureza por meio da aplicação de métodos científicos que obedecem à harmonia e suas Leis. Por exemplo, é possível fazer brotar duzentos pés de uma planta onde antes, pelos antigos métodos rústicos, nenhum conseguia subsistir. A lógica é que se somos capazes de aplicar tais métodos para benefícios materiais, também seremos capazes de aplicá-los para obtermos benefícios espirituais.
Desse modo, os materiais e as leis naturais que dão base para todos os acontecimentos relativos ao panorama da vida, vida purgatorial e no Primeiro Céu são:
(1) um Átomo-semente capaz de registrar tudo o que ocorre no dia a dia da pessoa, independentemente de sua consciência desse fato;
(2) um Éter que permita tal registro;
(3) um estado ou condição em que o Ego está prestes a deixar o Corpo Denso e levar consigo seus veículos superiores;
(4) uma atenção e memória para registrar todos os fatos que são recapitulados;
(5) a situação que cada fato imprima sobre o Átomo-semente do Corpo de Desejos o resultado da guerra entre o Espírito e seus Corpos; e julgamento moral desse resultado;
(6) que todo esse processo ocorre de modo inverso ou de trás para frente;
(7) a presença da Lei de Consequência.
É sabido que o ar que respiramos está cheio de Éter e, por meio de cada inspiração que efetuamos, todo Éter contido nesse ar será transmitido ao sangue pelos pulmões e passará também pelo coração. Nessa passagem o Éter (agora no sangue) fará seu papel de transmitir ao Átomo-semente todos os quadros de ações vivenciados pelo Ego naquele momento. Assim, contemplamos os itens (1) e (2) em nosso processo de entender o Método Rosacruz de adiantamento espiritual.
A próxima pergunta é: será que não há oportunidades durante a vida objetiva, ou seja, antes da morte, que simule condições semelhantes ao estado que o Ego está prestes a deixar o Corpo Denso e levar consigo seus veículos superiores (3)? De fato, há! E elas ocorrem todos os dias. Tudo que está embaixo está também em cima e vice-versa. Se cada dia representa uma parcela de toda a vida do Ego e cada noite representa o trabalho interno do Ego realizado depois da morte, sempre haverá um momento em cada dia que simule a condição do item 3. É exatamente pouco antes de entrarmos efetivamente no sono, mas já repousando na cama, que o Corpo Denso relaxado, porém consciente, está prestes a entrar nos Planos internos. Pouco antes de atravessarmos essa fronteira, se formos capazes de direcionarmos nossa atenção e memória num processo que simule o panorama da vida que se desenrola no sentido inverso, verificando primeiramente os efeitos e depois as causas das ações (item 4), seremos capazes de reproduzir o panorama da vida. A vantagem é que somente os eventos daquele dia que acabamos de viver deverão ser relembrados.
Mas, lembre-se que as imagens produzidas devem ser transmitidas para o Corpo de Desejos (item 5). Caso contrário, apenas fortalecerá a memória dos fatos vividos e nenhum crescimento moral ocorrerá. Para que sejam transmitidos para o Corpo de Desejos, o Aspirante à vida superior deve, a cada vez que o resultado da guerra entre Espírito e seus Corpos seja reproduzido diante de seus “olhos mentais”, julgar moral e pessoalmente o resultado. Se ocorreu de acordo com suas aspirações espirituais ou não. Caso positivo deve se vangloriar e reviver o Primeiro Céu; caso negativo deve sinceramente se arrepender e fazer queimar sua personalidade no Altar do Sacrifício. Deve também prometer sacrificá-la, assim como os animais eram queimados e sacrificados nesse Altar, quando da época do Tabernáculo no Deserto, a primeira Igreja.
Note que o panorama foi seguido de maneira inversa obedecendo ao padrão natural da morte (item 6). Desse modo, os registros que estavam armazenados no Átomo-semente são revividos antecipadamente no final de cada dia. Consequentemente eles serão apagados, pois já cumpriram seu propósito de fazer o Ego crescer animicamente. Perceba o leitor que o Aspirante à vida superior antecipa o estabelecimento da harmonia que desequilibrou durante seu dia. Assim, a Lei de Consequência também desempenhará seu papel.
Se esse poderoso método for sistematicamente empregado diariamente sob as condições necessárias para tal, ao fim da vida poucos registros estarão impregnados no Átomo-semente. Assim, o panorama que deveria desenrolar para o Ego já terá cumprido seu propósito. Tanto o Purgatório quanto o Primeiro Céu poderão ser evitados e o tempo que deveria ser despendido para ocorrência desse processo de produção anímica poderá ser empregado em serviços ou aprimoramentos que fogem à nossa capacidade de imaginação. Além disso, antes que a morte ocorra, o Aspirante à vida superior estará apto a: (1) quebrar o ciclo vicioso de produção de pecados (sofrimento e morte); (2) a iniciar um processo de purificação pessoal; (3) tornar seus corpos ferramentas mais úteis para atividade do Ego; (4) a antecipar aprendizados que estariam reservados somente a vidas futuras. Conforme mencionado anteriormente, com esse método, o Aspirante à vida superior poderá intensificar o grau vibratório e sua força espiritual, capacitando-se a realizar importantes feitos na Grande Obra Divina, semelhantes àqueles desenvolvidos por pessoas consideradas santas. Esse é o motivo pelo qual Max Heindel, mensageiro direto da Ordem Rosacruz, considerou esse método como o ensinamento mais importante de todo O Conceito Rosacruz do Cosmos.
Que Deus lhe ajude a iniciar o processo de Retrospecção – o nome do Exercício Esotérico noturno descrito acima – o quanto antes, para que as maravilhas celestes possam ser concretizadas em sua vida e nas daqueles que estão entrelaçados em sua Teia do Destino.
Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz
Em Busca do que é a Verdade nessa Vida que vivemos aqui
No Evangelho Segundo São João, capítulo 18, versículos 37-38 temos a conversa entre Cristo Jesus e Pilatos:
“- Disse Cristo Jesus: Para isso nasci, para isso vim ao mundo, para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que é da Verdade ouve a minha voz.
– Disse-lhe Pilatos: O que é a Verdade?”
E nós aqui perguntamos: O que é a Verdade?
Será que a Verdade é o que vemos com os nossos olhos físicos? O que sentimos? O que ouvimos? Será que são as nossas posses? Nossos recursos intelectuais, emocionais, sentimentais?
Não… Essas coisas são muito limitadas para serem a Verdade.
Essas explicações e outras que são demonstráveis material ou concretamente e que tencionam explicar tudo sobre o ser humano e seu meio só satisfazem o intelecto, a Mente.
Raciocinar nesse Mundo dos Fenômenos, dos Efeitos, em que vivemos buscando a verdade é ilusão.
O que temos aqui são os efeitos da Verdade que se expressa como causas nos Mundos superiores.
Como disse Cristo:
“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.”
Contudo, como conheceremos a Verdade, estando aqui vivendo neste Mundo dos efeitos, dos fenômenos, onde tudo está obscurecido ou torcido, irreconhecível sob essas condições ilusórias?
À medida que deixemos de lado todas as nossas aspirações para aquisições materiais, buscando amontoar tesouros no céu, quanto mais servirmos amorosa e desinteressadamente tanto mais rapidamente conheceremos a Verdade e, então mesmo vivendo neste Mundo dos fenômenos, poderemos falar como um Iniciado:
“Vivo neste Mundo, mas não sou deste Mundo”.
Portanto: para uma pessoa que um dia parou para pensar e chegou à brilhante conclusão que não sabe nada sobre o assunto, e, como diz Max Heindel, compreendeu sua ignorância e, assim, deu o primeiro passo para o conhecimento desse assunto, sente internamente, que algo maior existe e aspira conhecer a Verdade, mesmo sabendo que dificilmente alcançará pelos próprios meios.
Todavia, o que é esse “sentir internamente”? Não é nada mais, nada menos do que o coração aspirando por esclarecimentos mais profundos.
Vamos a um exemplo:
Quantas vezes estamos trabalhando afincadamente para resolver um problema e por mais que fazemos não conseguimos chegar à conclusão alguma.
Aí, eis que um belo dia, sem mais nem menos, um fio de intuição nos dá a solução que satisfaz todos os requisitos.
Nesse momento paramos para pensar no dito popular:
“O coração tem razões que a própria razão desconhece”.
E mais: todo ato motivado por uma intuição pura raramente deixa de produzir um resultado positivo.
Aqui surge mais uma pergunta: O que é a intuição? Ou, ainda, para não fugirmos do assunto: e o que ela tem a ver com a busca da Verdade?
Para entendermos o que seja a intuição, precisamos entender os nossos três tipos de Memória todas relacionadas com a nossa Mente, que nos conduz à Região Abstrata do Mundo do Pensamento, onde começa a realidade, e, portanto, o vislumbre da Verdade. Porque nesse reino de realidades abstratas a Verdade não está obscurecida pela matéria. Ela é evidente por si mesma.
A Memória Consciente, também conhecida como Memória Voluntária, está Relacionada totalmente com as experiências desta Vida. Basicamente é formada pelas ilusórias e imperfeitas percepções dos nossos 5 sentidos: olfato, audição, visão, paladar e tato. Essas percepções são gravadas no Éter Refletor do nosso Corpo Vital como impressões dos acontecimentos. Tais impressões podem ser modificadas ou até apagadas. Temos acesso instantâneo a ela. De onde se veem duas coisas: Os nossos 5 sentidos sãos os veículos da Memória Consciente e as diversas regiões do Cérebro são os pontos onde acessamos para compor a nossa Memória Consciente. Experimente fechar os olhos e lembrar de algo. Acabou de utilizar a sua Memória Consciente ou Voluntária.
É através da utilização dessa nossa Memória e da execução persistente do exercício da Observação como um dos exercícios do método para adquirir o conhecimento direto (detalhado no Conceito Rosacruz do Cosmos) que compreendemos o que Cristo quis dizer no Evangelho Segundo São Marcos, capítulo 8, versículo 18 com: “Tendes olhos e não vedes. Tendes ouvidos e não ouves.”.
A Memória Subconsciente, também conhecida como Memória Involuntária, relaciona-se totalmente com as experiências desta vida. Basicamente é formada pelo Éter contido no ar que aspiramos. Esse Éter leva consigo uma imagem fiel e detalhada de tudo o que está em nossa volta, tenhamos observado ou não. Portanto, muito mais precisa na gravação do que a Memória Consciente ou Voluntária. Esse ar impregnado com o Éter chega aos nossos pulmões através das vias respiratórias. Do pulmão é absorvido pelo sangue no processo de oxigenação. Através das quatro Veias Pulmonares o sangue chega até a Aurícula esquerda do Coração. E passando pela Válvula Mitral, o sangue vai até o Ventrículo Esquerdo. No Ápice desse Ventrículo está localizado o Átomo-semente do nosso Corpo Denso, o físico. O sangue ao passar por aí deixa gravado nesse Átomo-semente todo pensamento, emoção, desejo, sentimento, palavra, obra, ação e ato registrado no Éter que o acompanha. De onde se veem duas coisas: o sangue é o veículo da Memória Subconsciente e esse registro é a nossa Memória Subconsciente.
Assim, esse Átomo-semente contém as recordações de toda a vida nos seus mínimos detalhes e são essas imagens que serão tanto o árbitro do nosso destino após a morte, como a base da nossa vida futura. Isso ocorre as 24 horas do dia, 7 dias por semana desde a nossa primeira respiração que inalamos ao nascer até o último alento ao morrer.
Também tais impressões podem ser modificadas ou até apagadas por meio de outro exercício do método para adquirir o conhecimento direto, o exercício de Retrospecção (detalhado no Conceito Rosacruz do Cosmos).
Não temos acesso instantâneo a essa Memória. Daqui vemos a importância de se ter um Corpo são, pois o estado do sangue afeta o cérebro e todos os outros órgãos do nosso Corpo.
A Memória Supraconsciente contém todas as nossas faculdades e conhecimentos adquiridos em todas as vidas anteriores. Ou seja: está relacionada com as nossas vidas passadas e não com esta como as outras duas Memórias. É o resultado de todas as nossas lições aprendidas em todas as nossas vidas passadas. É o que entendemos como Verdade. Verdade segundo o nosso ponto de vista. Essas faculdades e conhecimentos são gravados no nosso veículo Espírito de Vida. O nosso Espírito de Vida está permanentemente em estreito contato com o nosso coração. Pois, o nosso Espírito de Vida é a contraparte superior do nosso Corpo Vital e tem o seu assento secundário no nosso coração. O Espírito de Vida é um dos nossos três veículos espirituais e que retrata o amor e a unidade. Por isso o coração é o foco do amor altruísta.
Esse nosso veículo do Espírito de Vida funciona no Mundo do Espírito de Vida. Esse Mundo é o primeiro Mundo, de baixo para cima, onde cessa toda a separatividade, onde o cotidiano é a Fraternidade Universal e é onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza.
O Espírito de Vida vê mais claramente no seu Mundo do que em qualquer um dos Mundos mais densos. Contudo, as recordações gravadas na Memória da Natureza, quando trazidas pelo Espírito de Vida, não voltam pelos nossos sentidos físicos, mas sim por meio do Éter Refletor do nosso Corpo Vital.
Assim, quando estamos com algum problema, podemos utilizar nosso veículo Espírito de Vida para buscar a solução, a verdadeira solução. Essa solução é enviada através do Éter Refletor até o nosso coração, como orientação e iniciativa. Tão logo a recebe, o nosso coração a retransmite ao nosso cérebro através do Nervo Pneumogástrico. Isso é como se torna impulso emanado diretamente da fonte da sabedoria e do amor cósmico. O processo é extremamente rápido. O nosso coração o elabora muito antes da nossa Mente, mais lenta, poder considerar a situação. Normalmente, esse impulso atua como: consciência e caráter. Ou, ainda, compele a ação com uma força tão grande que chega até a contradizer a nossa Mente e o nosso Corpo de Desejos.
Perceba que, para compelir a ação esse impulso não precisa se envolver em matéria Mental ou de Desejos, como ocorre com as nossas ideias. Pena que, na maioria dos casos, após esse verdadeiro impulso intuitivo, vem o raciocínio e o cérebro acaba dominando o coração.
Em outras palavras: a nossa Mente e o nosso Corpo de Desejos frustram o nosso próprio objetivo e, assim, junto com os nossos Corpos sofremos as consequências. De qualquer modo, quanto mais estivermos dispostos a seguir essa orientação da nossa Memória Supraconsciente, tanto mais frequentemente ela falará, para o nosso próprio benefício.
Com isso vemos que através da utilização mais frequente da nossa Memória Supraconsciente podemos aplicar a Verdade aqui na nossa vida cotidiana. Daqui percebemos que tanto a fé como o conhecimento são somente meios para se chegar a um fim comum: chegar a Deus.
E para chegar a Deus precisamos buscar a união entre o Coração e Mente. Equilibrando a nossa fé com as ações.
Pois quando as perguntas da nossa Mente são respondidas, o nosso coração está livre para amar. E, ajudada pela nossa intuição, a nossa Mente pode penetrar nos mistérios do nosso ser.
Esse equilíbrio é fundamental para chegarmos a um conhecimento mais verdadeiro de nós próprios e do mundo que vivemos. E, portanto, entenderemos que buscar a verdade aqui, não é mais nada senão buscar viver a vida superior. Despojarmo-nos do nosso egoísmo e viver o bem pelo simples prazer de fazer o bem.
Quanto mais acharmos difícil é porque estamos perto de conseguir o objetivo, pois nisso estamos mostrando que já compreendemos a luta interna, aqui dentro, entre o nosso “eu inferior”, a personalidade, e o nosso “eu superior”, a individualidade, o Ego, o que realmente somos.
Uma luta árdua, constante, sem descanso. E uma vozinha lá dentro, baixinha, mas firme, a nos empurrar para cima e para frente, dizendo-nos, constantemente: “O único fracasso é deixar de lutar”.
Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz