“Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado. Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo” (GL 6:1-2).
Esse pedido, simples, mas grandemente significativo e cheio do fervor de um coração completamente dedicado à Causa do Cristo, apresenta uma verdade muitíssima importante para todo Estudante Rosacruz, cuja verdade é tão vital hoje como o foi quando foi escrita há mais de dois mil anos. Aqueles que a seguem porfiadamente são sábios, pois ela constitui uma pedra fundamental para o edifício espiritual. É um ideal entesourado por aqueles que seguem o Caminho de Cristo.
É prática comum, mesmo entre os que se proclamam Cristãos, criticar e julgar quando não condenar, quando um irmão ou uma irmã é “surpreendido em falta”, esquecido do fato que todos somos um em Deus, e que cada um de nós é responsável, em certa medida, pelas “faltas” dos nossos irmãos e das nossas irmãs, os quais estão indissoluvelmente ligados a nós pelos laços do Espírito. E quem de nós está sem faltas, que tenha o direito de julgar ou condenar outro?
Se ainda não desenvolvemos o “Cristo Interno” ao ponto de não compreendermos o ensinamento de S. Paulo, no verdadeiro “espírito de humildade”, faríamos bem em relembrar a similar fórmula de Cristo-Jesus: “Não julgueis para não serdes julgados, pois, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos” (Mt 7:1-2).
Todavia, não é suficiente que apenas deixemos de julgar e/ou de condenar. Devemos tomar a iniciativa e nos esforçar no serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um nós, que é a base da Fraternidade. Devemos desenvolver a humildade e a compaixão que nos habilitará a tomarmos carinhosamente a carga dos outros, e assim cumprir os Ensinamentos Cristãos.
Cumprir os Ensinamentos Cristãos! Sim, essa é a tarefa com a qual nos defrontamos hoje. A época dos Espíritos de Raça, durante a qual a separatividade e o egoísmo foram cultivados, deve ceder lugar a época de Cristo, durante a qual deverá prevalecer a Fraternidade.
Passamos agora para um período de transição entre uma e outra época. Podemos dizer que uma última oportunidade está sendo oferecida àqueles que queiram subir ao próximo degrau da escada da evolução. Este é o tempo em que uma decisão deve ser tomada: seguir o impulso espiritual promovido por Cristo, que é o desprendimento e o serviço (restaurar com mansidão), ou então ficarmos para traz. Não existe terceira escolha!
Os Estudantes Rosacruzes têm maior responsabilidade do que os outros no esforço de cumprir os Ensinamentos Cristãos, pois já possuem o conhecimento que lhes foi dado para satisfazer a Mente, no que concerne aos Mistérios da Vida. Eles compreendem o Mistério Cósmico de Cristo, isto é, que Ele, o mais elevado de todos os Arcanjos (como referenciado na terminologia Rosacruz) veio à Terra por Sua livre e espontânea vontade, para também tornar-Se o Espírito Planetário dela, a fim de que pudéssemos ser libertados do nosso egoísmo e materialismo.
E assim Ele continuará sofrendo os grilhões de Sua confinação à Terra, enquanto fornece a Sua poderosa Força de Amor, de Vida e de Luz para nos remir.
E somente vivendo de acordo com os preceitos que Ele nos ensinou é que poderemos libertá-Lo desta Sua prisão. Vale lembrar que a escolha de seguir o impulso espiritual Crístico é algo que deve brotar do interior da pessoa. Apesar de não haver uma terceira escolha para o progresso, essa mesma escolha deve ser feita livremente e com a maturidade de uma vontade espontânea. Sem essa condição, a escolha poderá ser motivada pelo medo da responsabilidade de conhecer algum mistério superior e não pelo amor. Se isso ocorrer, ações artificiais e uma vida espiritual não autêntica passarão a ocorrer. Nesse sentido, a mansidão almejada não será uma realidade e a insustentabilidade dessa decisão será uma questão de tempo, até o Estudante Rosacruz desistir de trilhar o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – agosto/1961 – Fraternidade Rosacruz – SP)
“Ora, em Jope havia uma discípula, chamada Tabita, em grego Dorcas, notável pelas boas obras e esmolas que fazia. Aconteceu que naqueles dias ela caiu doente e morreu. Depois de a lavarem, puseram-na na sala superior. Como Lida está perto de Jope, os discípulos, sabendo que Pedro lá se encontrava, enviaram-lhe dois homens com este pedido: “Não te demores em vir ter conosco”. Pedro atendeu e veio com eles. Assim que chegou, levaram-no à sala superior, onde o cercaram todas as viúvas, chorando e mostrando túnicas e mantos, quantas coisas Dorcas lhes havia feito quando estava com elas. Pedro, mandando que todas saíssem, pôs-se de joelhos e orou. Voltando- se então para o corpo, disse: “Tabita, levanta-te!”. Ela abriu os olhos e, vendo Pedro, sentou-se. Este, dando-lhe a mão, fê-la erguer-se. E chamando os santos, especialmente as viúvas, apresentou-a viva. Espalhou-se a notícia por toda Jope, e muitos creram no Senhor. Pedro ficou em Jope por mais tempo, em casa de certo Simão, que era curtidor.” (At 9:36-42).
Os Apóstolos eram homens espiritualmente desenvolvidos. Sob a tutela de seu exaltado Mestre desenvolveram poderes espirituais no mais alto grau. Tornaram-se, assim, em condições de imitar o Mestre e, por isso, realizar milagres similares àqueles que Ele realizava.
Esse evento acima é um exemplo desse poder exercido por Pedro, revelando às pessoas um conhecimento que vai além do da cura de uma mera enfermidade física.
Frequentemente a palavra morte é adotada na Bíblia, não significando que o Cordão Prateado tenha se rompido (o que impediria a ressurreição), mas o que ocorre é um estado de coma ou que ele ou ela se encontram num estado de consciência que transcende os véus da carne. Em outras palavras, sendo Iniciados, os Apóstolos podiam, como Cristo-Jesus, levar aqueles que estavam em condições adequadas a estados de consciência superiores, representando, assim, fases de treinamento no Caminho.
No princípio há um período de purificação ou “enfermidade”, como poderá parecer ao não iluminado, antes que a iniciação tenha lugar. Mas uma enfermidade real pode ser necessária a fim de preparar o corpo para receber novo influxo do Espírito. Evidentemente há certas condições mentais e físicas que deverão ser mudadas antes que o corpo esteja preparado para suportar novas experiências iminentes. Assim, por meio de certas enfermidades essas mudanças podem ser feitas e realizadas.
Quando Dorcas foi levada a “um quarto alto” (uma câmara superior) significa o estado superior de consciência que acompanha a Iniciação. A ascenção do fogo espinal espiritual às Glândula Pituitária (Corpo Pituitário ou Hipófise) e Glândula Pineal (ou Epífise) situadas na cabeça proporciona a Clarividência positiva e o funcionamento consciente nos planos internos.
A vinda do Raio de Cristo, como Espírito Planetário da Terra, tornou possível a Iniciação para todos, portanto, muitas pessoas piedosas que se tornaram seus seguidores estavam prontas para serem ensinadas a usar esse poder acumulado internamente, mediante o reto viver. Suas ações brilharam em seus Corpos-Almas como um símbolo de sua retidão e elevaram-nas a degraus mais altos no Caminho Superior.
Hoje, a mesma áurea oportunidade existe para toda a Humanidade. “Todo aquele que quiser” pode seguir esse glorioso caminho do reto viver que desenvolve as possibilidades latentes, em poderes dinâmicos, ou seja, o Caminho da Iniciação (tanto as 9 Menores como depois as 4 Maiores ou Cristãs).
A habilidade de curar e “levantar o morto” virá a todos que desenvolverem o seu Cristo Interno.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – julho/1985 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Duas são as formas de exercer a caridade: anímica e material. Essa que podemos chamar beneficência consiste em distribuir por certo número de nossos semelhantes o pão material, dar-lhes o nosso apoio, socorrê-los nas suas necessidades. Aquela, porém, que abrange a totalidade da Humanidade deve abraçar a todos os que participam de nossa existência neste mundo. Não mais consiste em esmolas, porém numa benevolência que deve envolver todos os seres humanos, desde o mais bem dotado em virtudes até ao mais criminoso.
A verdadeira caridade é paciente e indulgente. Não ofende e nem desdenha pessoa alguma; é tolerante e mesmo procurando orientar a outrem, o faz sempre com doçura, humildade, sem maltratar e sem atacar ideias enraizadas. Essa caridade, porém, é rara.
Certo fundo de egoísmo nos leva, muitas vezes, a observar, a criticar os defeitos do próximo sem primeiro reparar nossos próprios defeitos. Existindo em nós tantas imperfeições, empregamos ainda a astúcia em fazer sobressair às qualidades ruins dos nossos semelhantes. Por isso, não há verdadeira superioridade moral ou anímica sem caridade e modéstia. Não temos o direito de condenar nos outros as faltas que nós mesmos estamos expostos a cometer, contudo, devemos nos lembrar que houve tempo em que nos debatíamos contra a paixão e o vício.
Conhece-se o ser humano caridoso, não tanto pelos seus atos públicos, mas, e principalmente, pelas suas obras e atos exercitados às ocultas, longe das vistas do mundo.
Devemos sempre preferir ao invés dos aplausos dos seres humanos, o assentimento da nossa consciência, que é a manifestação sensível da aprovação dessa lei moral, escrita no nosso ser espiritual.
Mesmo o Cristo já se tinha pronunciado a esse respeito aos seus discípulos: “guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte não tereis a recompensa da mão de vosso Pai que está nos céus. Mas, quando derdes a esmola que vossa mão esquerda não saiba o que faz a direita” (Mt 6:1-6).
Difícil é, para o frágil ser humano deste mundo, tão baldo de virtudes, a prática dessa caridade aconselhada por Cristo-Jesus, porque ela exige de quem a pratica uma grande soma de desprendimento, coragem e intrepidez. A caridade, essa que brota, que nasce do amor e tem suas raízes no ser moral, na alma, impõe a imolação de todos os maus e baixos sentimentos, desejos e más e baixas emoções que tanto nos degradam.
A caridade, na sua mais ampla expressão e na sua mais alta cultura, abrange o universo, a totalidade das criaturas, estende-se a todos os seres. Não tem pátria, não é sectária, não conhece bandeiras, marco divisório e nem fronteiras; porque todo o universo é sua pátria, toda a Humanidade, sua família. Ela é a irmã caridosa de todas as criaturas e a elas une-se em doce e amorosíssimo consórcio, acompanhando-as, seguindo-as através das vicissitudes da existência; ora guiando-as as devesas sorridentes da esperança e da fé; ora auxiliando-as, ajudando-as, qual corajoso cireneu a carregar a cruz pesadíssima das provações; ora a desviá-las dos abismos cavados a seus pés pelas injunções dos maus e os estímulos da carne.
Livrai-nos de fazer sofrer a quem quer que seja, mesmo por uma palavra insignificante ou por um simples olhar, pois que o sublime da caridade está, muitas vezes, naquilo que passa despercebido às vistas dos seres humanos. Lembre-se que nem sempre a soma grandiosa da dádiva traduz a verdadeira caridade, mas que ela transparece e se afirma no insignificante óbolo feito com sacrifício e desprendimento. E, a esse respeito, ouçamos as judiciosas palavras de Cristo-Jesus, com referência à pobre viúva que, no templo de Jerusalém, após as largas espórtulas, que eram vultosas doações, deitadas no gasofilácio (que era lugar do templo em que se guardavam os vasos e se recolhiam as oferendas) pelos ricos deitou por sua vez uma diminuta moeda de cobre: “Na verdade vos digo que mais deitou esta pobre viúva do que todos os outros, porque todos deitaram no seu supérfluo, porém esta deitou da sua mesma indigência tudo o que tinha e tudo o que lhe restava para seu sustento” (Lc 21:3).
Faça sempre acompanhar a sua “esmola” (que nunca seja as “moedas que você separa e deixa no carro para dar”; que não seja o dinheiro que você dá para quem pede e sim o que você compra com esse dinheiro para atender a necessidade de quem o pediu) de doce e carinhoso olhar, que traduz fielmente a emoção de vossas almas. E mais edificante seria ainda que ao prestar um benefício, o fizesse de tal modo que se julgasse que fosse você mesmo o beneficiado. Sempre dê sem muito indagar se o que recebe é digno da sua esmola; dê primeiro, indague depois: lembre-se que os frutos da caridade são muitas vezes tardios, que a verdadeira dedicação não conta com os frutos quando planta a semente ou quando enxerta o arbusto.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz novembro/1968 – Fraternidade Rosacruz SP)
Além do sistema de Iniciação Rosacruz, apropriado para aqueles que querem seguir o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz pela luz da razão, há outro Caminho para aqueles que querem trilhar pela fé e, do mesmo modo que há grandes vantagens no processo de conhecimento e de consciência deliberada da Iniciação Rosacruz, a Iniciação Cristã Mística é tocante e formosa. Somente aqueles que estão livres da dominação do intelecto, que pode se abster de fazer perguntas e consegue obter tudo que precisa de modo simples, por meio de uma fé “infantil” pode trilhar esse Caminho.
A Bíblia toda é um livro que contém diferentes sistemas de Iniciação e Iluminação para diferentes fases de desenvolvimento. Não há nenhuma dúvida que Cristo-Jesus viveu e passou pelas experiências narradas nos quatro Evangelhos, mas também é verdade que esses Evangelhos são fórmulas de Iniciação, e que Cristão Místico segue Cristo-Jesus por aquele Caminho, embora ele esteja sempre inconsciente que passa por um desenvolvimento oculto.
A base estabelecida em vidas passadas o atrai, em um renascimento aqui, a pais de natureza pura; assim, o corpo dele é imaculadamente concebido.
Quando a Humanidade emergiu das águas da Atlântida, ela perdeu o espírito de Amor e de Fraternidade e se tornou interesseira e caracterizada pelo egotismo (ou seja: sempre mostrando um senso exagerado de auto-importância, sempre querendo ser o centro de tudo). O espírito de Amor e Fraternidade Universal são trazidos, novamente, por meio do Cristão Místico quando ele vai sob água do Batismo e sente o pulsar do Grande Coração de Deus batendo no peito dele.
O egotismo e o egoísmo construíram um véu entre Deus e o ser humano, e quando descontruídos, o amor ilumina o Caminho para os lugares secretos. No Monte da Transfiguração o Cristão Místico vê a continuidade da vida pelo renascimento em diferentes Corpos. Moisés, Elias e João Batista são expressões do mesmo Espírito (do mesmo Ego) imortal.
As formas são utilizadas como trampolins para a vida em evolução. As formas do mineral são adequadas para nutrir as plantas, portanto: as plantas têm uma dívida de gratidão para com o mineral. As formas das plantas são destruídas para alimentar o animal e o ser humano; portanto: nós temos uma dívida para com as plantas. Assim, o inferior serve ao superior, portanto, há de haver um retorno, em troca; para restaurar o equilíbrio, os seres superiores devem servir os seres inferiores, como líderes, instrutores, guardiães e, para inculcar a lição de que os seres inferiores – então aprendizes – têm uma reivindicação de ser servido, o Cristão Místico lava os pés dos seres inferiores que estão sob a tutela dele. Para ele nada é serviço de baixo ou nenhum valor; se uma tarefa desagradável deve ser realizada, ele a faz com avidez, para salvar os outros.
Mas, embora ele sirva aos outros com o maior prazer, ele deve aprender a suportar seu fardo sozinho. Quando ele passa pelo Getsemani, mesmo aqueles que estão mais próximos dele dormem. Quando ele está condenado ao ostracismo e pelo mundo, eles também o negam; assim, ele é ensinado a não olhar para ninguém, mas a confiar apenas no Espírito (no Deus interno).
Ele, então, percebe que Ele é um Espírito e que o Corpo é uma cruz que ele deve suportar pacientemente. Os vórtices desenvolvidos por seus atos e prática dos Exercícios Esotéricos lenta, mas seguramente despregam o Corpo Vital do Corpo Denso e o crucificado sobe nas esferas mais elevadas, com tamanho regozijo que o faz clamar, com um grito regozijante: “Consummatum est” (está consumado). Ele é, então, um cidadão dos Mundos visível e invisíveis, do mesmo modo que o Aspirante à vida superior que busca o Caminho de Preparação pela Iniciação Rosacruz, pois ambas as escolas se encontram na “Cruz”.
(Por Max Heindel – Publicado no Echoes from Mount Ecclesia de Agosto de 1913 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
“O Amor nasce do Pai eternamente, dia a dia, hora a hora, impregnando constantemente o Universo Solar para nos redimir do mundo da matéria que nos mantém presos à morte. É impelido do Sol, onda a onda para todos os Planetas, estimulando ritmicamente todas as criaturas que neles evoluem” (Livro “Coletâneas de um Místico” – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)).
Tal é a natureza do Amor Cósmico que nos faz estremecer, e que um dia, eventualmente, todos nós seremos capazes de emanar também; temos plena consciência desse Amor Cósmico, a mais sublime das emoções, que nos é oferecida por meio do Cristo recém-nascido no Natal de cada ano.
O nascimento místico de Cristo, repleto da nova vida e do Amor do Pai, é nos dados para nos salvar da fome física e espiritual que nos destruiria se não fosse essa dádiva anual de Amor.
O Amor que faz pulsar os corações de todos os sistemas religiosos, independentemente das divergências que possam aparentar, é a pedra de toque de toda a criação.
A maneira como cada um de nós, participante do processo evolutivo, é receptivo e responde ao Amor, e aprende eventualmente a transmiti-lo, determina o nosso grau e nível de ascensão na escada do desenvolvimento (desde a completa ignorância até a total consciência; depende de nós). A maioria de nós conhece o que considera “amor” sob três formas.
Primeiro, a paixão marciana, a luxúria que não tem nada a ver com a faceta espiritual do Amor.
Segundo, o amor pessoal de Vênus, a que a maior parte de nós responde. É uma forma de amor egoísta, separatista e exclusivista.
Finalmente, o altruísmo uraniano – o amor que engloba todos os seres igualmente e que Cristo veio nos ensinar, como a palavra-chave do Seu reino, que ultrapassa a concepção ou os limites da compreensão de grande parte de nós.
O amor ao nosso “semelhante”, ou seja, o amor a todos os nossos irmãos e nossas irmãs, é o mandamento supremo e ultrapassa todas as leis do passado. Cristo-Jesus foi claro ao nos deixar a mensagem de que as Leis da Religião de Raça haviam servido a seu objetivo, mas que, a partir de então, todas as Leis passariam a ser subordinadas ao Amor. Atingimos um ponto da sua evolução em que nos foi pedido que aprendêssemos a fazer o bem por amor ao bem, e não por receio das consequências dos nossos erros. “O Amor perfeito elimina todo o medo.” (IJo 4:18) – quando aprendermos a irradiá-lo, de nós próprios, fará bem a nós e ao nosso semelhante, automaticamente.
O Amor é a força criadora que emanamos a fim de criar outro ser. Os Anjos projetam todo o seu amor, sem desejo ou egoísmo, e são banhados em troca pela corrente da Sabedoria Cósmica. Projetamos apenas uma parte do nosso amor e guardamos o resto, utilizando-o na construção dos nossos órgãos de expressão interno e no nosso próprio aperfeiçoamento. Desse modo o amor que conseguimos expressar se tornou egoísta e sensual. Usando parte do poder criador da nossa alma, amamos egoisticamente, porque necessitamos de outra pessoa para colaborar no processo de propagação da espécie humana (se todos resolvessem não ter mais filhos – o que é impossível, pois “os Anjos do Destino estão acima de todos os erros e dão a cada um e a todos exatamente o necessitam para o seu desenvolvimento” – não teríamos mais a espécie humana nesse Planeta.). E com a outra parte do poder criador usamos para expressar nossos pensamentos aqui na Região Química do Mundo Físico, embora também por razões egoístas, pois a nossa ambição é obter mais conhecimentos.
Temos agora a responsabilidade de nos purificar do pecado, do egoísmo. Só quando o fizermos é que compreenderemos e seremos capazes de exprimir o Amor Altruísta e Espiritual – o Amor Crístico.
A vida é o que temos de mais precioso, pois “Não há Amor maior do que o do ser humano que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15:13). Ao cultivarmos o altruísmo, aprendemos, figurativamente, a dar a nossa vida, a sacrificar o “Eu pessoal” – “eu inferior” – pelo nosso semelhante, atingindo o estado do Amor Crístico.
Atualmente, a razão nos controla, aliando-se à causa da natureza de desejos, emoções e sentimentos. Essa soberania terá de ser sucedida pela do amor que, presentemente, age independentemente (e por vezes, contrariamente) aos ditames da razão. Na Sexta Época (a próxima), na Nova Galileia, o que chamamos de Amor não será egoísta e a razão servirá à causa da Fraternidade Universal, e aprovará o que o Amor lhe ditar. Todos trabalharão para o bem comum, pois o interesse egoísta terá desaparecido para sempre.
Assim, o Estudante Rosacruz que procura acelerar a sua evolução deve aprender, desde agora, a ambicionar apenas aquele amor “que é da alma e que envolve todos os seres vivos, superiores e inferiores, e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe” (como estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz). O amor de indivíduos, que exclui outros, terá pouco a pouco de ser substituído pelo amor do todo. Os ensinamentos espirituais do passado requeriam que amássemos nossos familiares e, embora essa exortação continue sendo válida ainda hoje, os ensinamentos mais recentes nos dizem que ampliemos esse amor partilhando-o com toda a “família humana”.
Infelizmente, é vulgar que a Mente humana confunda o “amor” com a “paixão”. O primeiro, porém, nada tem a ver com a segunda, como se pode claramente depreender da ópera “Parsifal” (ópera de três atos do com a música e libreto do compositor alemão Richard Wagner, muito estudada no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz), em que esse diz a Kundry que representa o Corpo Denso: “perderíamos a eternidade se cedesse a ti, nem que fosse só por uma hora… assim, vou salvar-te e libertar-te da maldição da paixão, pois a amor que te consome é sensual, apenas; entre ele e o amor verdadeiro dos corações puros existe um abismo tão grande como entre o céu e o inferno”.
Sabemos, também, que as crianças geradas num momento de paixão ardente e sem amor, ou sob a ira ou a embriaguez, têm probabilidades de nascer com veículos mais fracos e uma vida mais curta do que aquelas geradas em condições de harmonia e de verdadeiro amor. O Corpo Vital, que é o veículo do amor, determina o desenvolvimento e a formação do Corpo Denso.
É infinitamente melhor ser capaz de sentir e exprimir o amor do que o definir. Podemos pregar e exortar outros a amar, mas, enquanto não tivermos aprendido verdadeiramente a arte de amar como Cristo amou, não nos encontraremos mais perto de sua realização do que agora. Podemos fazer os nossos Exercícios Esotéricos Rosacruzes fielmente; podemos oficiar todos os Rituais Rosacruzes, mas os resultados serão nulos se não forem constantemente acompanhados de atos de amor Crístico! A expressão intensa do amor na sua forma de serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos dos outros, e focando na divina essência oculta – que é a base da Fraternidade – aumenta a densidade fosforescente dos dois Éteres superiores do nosso Corpo Vital. Assim construímos o nosso Corpo-Alma.
A sabedoria, a expressão do princípio Crístico, só é possível quando o conhecimento estiver aliado ao amor. E só quando essa união for consumada é que teremos a certeza de que as nossas ações terão o único fim de promover o bem comum e não (muito embora apenas inadvertidamente) os nossos fins egoístas.
O Poder do Amor é bem conhecido de todos. Não se opõe nunca aos planos de Deus; e consegue inspirar pessoas a fazer esforços para os quais nunca se supuseram capazes. É uma força que age tão perfeitamente por meio da expressão de objetivos criadores humanos, como de criações cósmicas. É um agente de transformação que, quando encontra a sua forma de expressão adequada, ultrapassa todas as formas do mal e transmuta o próprio ódio em Amor.
“Deus é Amor, e se amamos uns aos outros, Deus está em nós e nós n’Ele” (IJo 4:12).
O verdadeiro Amor é divino e descreve a solidariedade de “Espíritos livres”. A paixão é diabólica e o que a ela cede se torna escravo do pecado. Eis o princípio em que se baseia a exortação de amar segundo o Espírito (o Ego) e não segundo a “carne”.
Temos, pois, de aprender a elevar o amor do âmbito passional ao Reino Espiritual, a fim de permitir a igualdade entre o homem e a mulher. Embora a “supremacia masculina” já não represente o peso social que foi no passado (apesar de ainda existir e em muitos lugares e situações com a tal supremacia do passado), é necessário que nos lembremos de que os opressores de uma época serão os oprimidos da época seguinte (pois renascemos alternadamente: uma vez homem, outra vez mulher) e que, portanto, só nos elevaremos quando a igualdade total dos sexos deixar de ser um conceito hipotético e se tornar um fato real e concreto.
Atualmente, a ciência médica considera o coração como um músculo involuntário, constituído ao longo do comprimento, pelas fibras que se encontram geralmente nesse tipo de músculo. Contudo, o aparecimento de fibras horizontais tem deixado os cientistas perplexos, pois desconhecem que elas significam o controle que o Ego eventualmente terá sobre o coração. Ao manifestar-se cada vez mais o princípio do amor altruísta essas fibras horizontais se tornarão mais numerosas e nós, Ego, poderemos, então, atingir a soberania do coração com maior facilidade, e um dia saberemos regular a quantidade de sangue necessária ao cérebro, alimentando o lado dedicado a atividades altruístas e filantrópicas e deixando “à mingua” o outro, que se dedica a fins meramente egoístas. Assim, a circulação sanguínea passará eventualmente a ser controlada unicamente pelo unificante Espírito de Vida – um dos nossos três veículos superiores –, o Espírito do Amor, enquanto os centros de expressões dos pensamentos egoístas, que usamos hoje, serão atrofiados.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – março/1985 – Fraternidade Rosacruz – SP)
“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco, e o que estava montado sobre ele chamava-se Fiel e Verdadeiro, e com justiça julga e peleja”.
“Os seus olhos eram chama de fogo, e na sua cabeça estavam muitos diademas; e tinha um nome escrito que ninguém sabe senão ele mesmo”.
“E vestia uma capa imersa no sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus”.
“E os exércitos que estão no céu seguiam-no sobre cavalos brancos, e vestidos de linho finíssimo, branco e puro”.
“Da sua boca saia uma espada afiada para com ela ferir as nações; e ele as regerá com uma vara de ferro, e ele é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo Poderoso”.
“Ele traz sobre a sua capa e sobre a sua coxa este nome escrito: REI DOS REIS e SENHOR DOS SENHORES” (Apo 19:11-16).
Vamos a significância esotérica de algumas palavras: o cavalo simboliza o intelecto ou a inteligência. Também é comum a associação entre as expressões “branca” com a pureza. Daí se poder relacionar o primeiro dos versículos dessa passagem da Revelação de São João com a Mente purificada e espiritualizada, alvo a ser atingido pela humanidade. A vida de pureza e de serviço amoroso aos demais, exemplificada por Cristo-Jesus, durante todo seu Ministério sobre a Terra, não somente levará o neófito a espiritualização de sua Mente, como também limpará seu sangue (o Lar do Ego) dos desejos, sentimentos e emoções inferiores e das paixões – tudo isso formamos usando material das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo –, atraindo os dois Éteres superiores do Corpo Vital (Éter Luminoso e Éter Refletor) componentes do Corpo-Alma ou Vestido Dourado Nupcial, a ser usado por todos aqueles que viverão na Nova Galileia (a Sexta Época do Período Terrestre) sob a regência do Cristo. A “Palavra de Deus” é o Segundo Aspecto da Trindade, o Amor-Sabedoria, a respeito do qual São João fala em seu Evangelho: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (Jo 1:1).
A espada, muitas vezes, é o símbolo da energia positiva, da Mente superior (ou Mente abstrata, para diferenciarmos a Mente concreta que está “contaminada” pelos desejos), levando avante o conflito entre a verdade e o erro. Esse conflito deve perdurar até que a influência separativa dos Espíritos de Raça e a Mente concreta — unida com o desejo — tenha sido suplantada pelo unificante poder do Cristo.
O Raio do Cristo Cósmico veio a Terra (no Gólgota) para se tornar o Espírito Planetário interno desse Planeta, irradiando o Seu poderoso Amor, Sua poderosa Luz e Vida para nos auxiliar, em trabalho de redenção de nossas transgressões passadas e presentes das Leis de Deus. Quando tenhamos evoluído a ponto dos nossos Corpos-Almas estarem suficientemente fortes para manter flutuando a Terra em sua órbita — Serviço esse atualmente realizado pelo Cristo — Ele retornará, no Corpo Vital de Jesus, o qual está sendo preservado cuidadosamente em um sarcófago de cristal no centro da Terra, por alguns Irmãos Maiores. Então, Ele reinará entre nós, que formaremos uma Humanidade purificada e regenerada.
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que a Segunda Vinda de Cristo não ocorrerá provavelmente antes de que o Sol, por Precessão, entre no Signo de Capricórnio. É evidente que a nossa atual condição está longe ainda daquele estado espiritual necessário para a próxima vinda do Cristo. Contudo, como os Raios Crísticos se tornam mais e mais poderosos, ano após ano, e recebemos a vibração do humanitário Signo de Aquário, indubitavelmente faremos maior e mais rápido progresso desenvolvendo nossos Corpos-Almas a fim de que possamos “encontrar Cristo no ar e estar com Ele para todo o sempre.” (ITes 4:17).
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/72 – Fraternidade Rosacruz SP)
Os materialistas se recusam a aceitar o formoso relato sobre o nascimento de Jesus e frequentemente formulam esta pergunta: “Se Cristo veio ao mundo para salvar os seres humanos do pecado e da morte, quem salvará as milhões e milhões de almas que estavam em manifestação antes da Era Cristã, que data de apenas um pouco mais de 2000 atrás”?
Disse São João Evangelista: “Porque Deus amou de tal maneira o mundo que lhe deu seu Filho Unigênito para que todo aquele que n’Ele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. Porque não O enviou Deus para condenar o mundo, mas para que o mundo se salve por Ele.” (Jo 3:16).
Essas palavras de Cristo-Jesus têm dado o que pensar a muitos e até fizeram que alguns se afastassem de sua fé em Deus, porque: “…como pode alguém acreditar na Paternidade de Deus e Sua Bondade: como pode alguém crer no amor desse grande Espírito e, também, pensar que Ele deixou de dar o necessário a Seus filhos, em todas as épocas? Quem pode continuar crendo n’Ele, se foi tão cruel a ponto de enviar Seu único Filho para salvar apenas uma pequena parte de seus outros filhos humanos? Quem pode crer, tal como o creem os ortodoxos, que esse amoroso Pai tivesse permitido que a maioria de seus filhos fosse arrojada às trevas para sofrer eternamente, apenas por que vieram antes de Cristo? Diante disso, é de surpreender que as Religiões de Buda, Maomé e Zoroastro continuem florescendo, embora reconheçamos que os ensinamentos do Mestre Cristo-Jesus preencham as necessidades da nova onda evolutiva?”.
Os ministros ortodoxos afirmam que o Natal começou a ser celebrado apenas uns quatrocentos anos depois de Cristo. De fato, nada existe na história para confirmar que os Cristãos tivessem celebrado esse acontecimento nos primitivos tempos do Cristianismo. Mas, isso é fácil de se compreender. Até sua oficialização, o Cristianismo sofria cruéis perseguições. Ademais, o paganismo fortemente espalhado então desvirtuaria a pureza de sua apresentação. Os essênios eram devotos e pouco dados a práticas externas, como o faziam os fariseus. Mais tarde, a própria exigência do povo pelo cerimonial estabeleceu essa prática. Vejamos o Antigo Testamento e leiamos sobre os grandes festivais promovidos pelo povo naqueles remotos tempos e que correspondem a nossos presentes festejos de Natal e Páscoa de Ressurreição.
Os antigos eram muito dados a cerimoniais. Seus festivais eram religiosamente observados, ainda mais do que as festas religiosas de hoje. Vejamos os festivais dos tempos de Abraão: Moisés deu instruções bem definidas a seus seguidores em relação a essas cerimônias, que deveriam acontecer com seus ritos Religiosos. Moisés é o autor dos cinco primeiros livros da Bíblia (Pentateuco) e seus Dez Mandamentos são a pedra angular de todas as atuais Religiões. Os antigos festivais eram terrivelmente desfigurados com ritos que as pessoas modernas considerariam repulsivos. Em algumas ocasiões não apenas eram imolados animais no Altar dos Sacrifícios, senão que o próprio sangue humano corria, para apaziguar a fúria dos deuses pagãos. Quase todos os festivais eram oferecidos ao Deus do Sol e muitas das Religiões antigas se achavam mescladas com os mitos solares. No Solstício de Dezembro, quando o Sol chega à sua mais baixa declinação sul e deve empreender a marcha ascendente rumo ao norte, converte-se num salvador de vidas e, então, renasce o deus-sol.
Em algumas das Religiões antigas, encontramos o relato da mãe e do filho divino. Na Índia, Krishna nasceu como um salvador e seus pais tiveram que fugir de sua terra devido ao decreto do Rei Karnsa de matar toda criança de sexo masculino recém-nascido. Na história do nascimento de Krishna encontramos os Anjos, os Pastores e os Magos. A história da vida deste deus-sol da Índia é muito parecida à de Cristo Jesus.
Na história da Babilônia encontramos o deus do sol, Tammuz, que nasceu de uma mãe virgem. Uma lenda similar é a do deus Apolo. Encontramos, também, o mesmo mistério em relação à data de nascimento desses deuses, que foi igual à de Jesus.
Em todos os relatos dos nascimentos dos grandes Mestres existe a aparição de um Anjo anunciando a uma Virgem que Deus a havia escolhido para mãe de uma divina criança. A história difere mui ligeiramente nas distintas Religiões. O idioma, o cerimonial e os costumes é que motivam essas diferenças secundárias.
Afinal, por que a Virgem e um menino divino aparecem nessas Religiões antigas, inclusive na classificadas de pagãs? Isso não é uma prova que deve existir alguma conexão entre esses mitos, os quais coincidem maravilhosamente com o nascimento do Salvador e com a marcha do Sol através do Zodíaco? Em alguns desses relatos fala-se de um grande silêncio existente em toda a Terra, no momento do nascimento. Tudo era silêncio. Isso é uma realidade no Solstício de Dezembro. No hemisfério norte da Terra, a vida vegetal parece descansar. A força de Deus se aquieta por algum tempo. A seiva se recolhe nas raízes. Os ramos e os talos se desnudam. A vida dorme e o Sol penetra no reino de Saturno, Capricórnio. A Terra é uma massa vivente que respira, mas nesse tempo parece reter seu alento, como o faz uma pessoa quando vai realizar um ato muito importante.
O nascimento do Sol é como uma exalação da vida do Cristo, sentido por toda a Humanidade. O Natal, nascimento místico, é um período de regozijo para a Terra, bem como o é principalmente para a Humanidade, porque então os Anjos portam correntes de júbilos.
O mito do Sol existente nas Religiões antigas, encarado sob o ponto de vista da Astrologia e da Astronomia, fala-nos do grande Plano Cósmico. O Sol em seu caminho pelos Signos do Zodíaco é uma manifestação atual das glórias do Universo de Deus. Por enquanto é apenas uma manifestação externa de uma verdade maior, o Filho cósmico, o Cristo, por quem flui toda a vida de Deus em favor da Humanidade. Ele é o grande portador da vida, cujo veículo material nasceu há mais de 2000 anos atrás. Veio à Terra para que por Seu intermédio pudesse Deus acender em todo ser humano a chama do Amor divino, os atributos do Segundo Aspecto de Sua Natureza. Igualmente nessa época nasce o Sol em sua subida ao Norte, brilhante e com mais força e vigor, mais próximo da Terra, para renovar a vida em toda a Natureza.
Se examinarmos esse grande evento anual do Natal sob os dois pontos de vista, o pagão e o festival do deus-sol em sua jornada pelos Signos do Zodíaco e relacionamos com o relato do nascimento do Filho de Deus de uma Virgem, nosso Amor e reverência pelas Páscoas modernas em vez de decrescer, aumentarão, mesmo que os textos Cristãos ortodoxos afirmem que as festas que se celebravam nos tempos pré-Cristãos eram pagãs.
O exposto, que a história nos conta, revela que nós sempre buscamos uma Religião. Nossa alma sempre ansiou por Deus. Por mais cruel que haja podido ser essa concepção de Deus para conosco, não invalida nem diminui a realidade de Sua existência. Desde a época em que os nossos olhos foram abertos para o mundo e o véu do conhecimento de nós mesmos foi retirado, fomos buscando resolver os grandes mistérios da vida. À medida que cresçamos em Sabedoria e compreensão espiritual, a verdadeira luz nos será mostrada no caminho, essa luz que esteve escondida nas dobras dos séculos que passaram. Então poderemos verificar que os deuses, assim como a nossa Mente, crescem junto com as Religiões para ganhar em consciência. Assim também deve crescer nosso ideal do Natal, em amor e beleza. Quando o Cristo-menino nasça e se alimente em nossos corações poderemos entender perfeitamente o sentido destes versos de Angelus Silesius: “Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém, enquanto não nascer dentro de ti, tua alma estará extraviada. Olharás em vão a Cruz do Gólgota enquanto ela não se erguer em teu coração também”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro/1965-Fraternidade Rosacruz-SP)
Resposta: Assim como a luz é refratada nas sete cores do espectro, quando passa pela nossa atmosfera, assim também os Espíritos que estão diferenciados dentro de Deus são refratados em sete grandes raios. Cada classe está sob a direção e o domínio direto de um dos Sete Espíritos diante do Trono, que são os gênios planetários, os Anjos Estelares. Todos os Espíritos Virginais nos seus sucessivos renascimentos estão, continuamente, se misturando entre eles a fim de que possam obter as mais variadas experiências; no entanto, aqueles que foram emanados do mesmo Anjo Estelar são sempre irmãs ou almas-gêmeas e, quando elas buscam a vida superior, elas devem entrar no caminho da Iniciação através de um ambiente específico composto por membros do mesmo raio dos quais se originaram e, assim, retornar à fonte primordial deles. Portanto, todas as Escolas ocultistas são divididas em sete, uma para cada classe de Espíritos. Essa foi a razão pela qual Cristo-Jesus disse a seus Discípulos: “Vosso pai e meu” – ninguém poderia ter um contato tão próximo com Ele quanto seus Discípulos, exceto aqueles pertencentes ao mesmo raio.
Como acontece com outros mistérios, essa linda doutrina foi adulterada para um significado físico ou material, como acontece na concepção popular de almas gêmeas ou afinidades entre duas pessoas; quando se diz que um homem e uma mulher se casam porque encontraram a alma-gêmea. Nesses casos, a doutrina das almas-gêmeas serve como justificativas para encobrir a um casamento às escondidas ou às pressas e o adultério. Essa é uma perversão abominável. Cada Espírito é completo em si mesmo, assume um corpo masculino ou feminino em diferentes renascimentos para aprender as lições da vida e, é apenas durante o estágio atual de seu desenvolvimento que existe uma característica como o sexo. O Ego existia antes do sexo e persistirá depois que tiver decorrido essa fase de manifestação ora como um sexo, outra como outro.
(Pergunta nº 22 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Do ponto de vista filosófico Rosacruz, desapego é a capacidade que desenvolvemos para gerir todas as coisas sem o sentimento de posse, qual o administrador ciente de que as deve utilizar, edificante e transitoriamente, como instrumento de evolução.
O desapego, aliado ao reto uso de tudo que está à nossa disposição no mundo, constituem dois importantes pilares da felicidade humana. Aliás, o uso egoísta de alguma coisa já constitui, em si, um apego. Assim, o desapego inclui o bom uso de todos os talentos. São, ambos, duas virtudes que se mesclam e mutuamente se fortificam para estabelecimento de nossa paz interna e crescimento anímico.
Muitas vezes as pessoas confundem o desapego com a indiferença. É um grave equívoco! Devemos ter interesse pela vida e por tudo que ela nos oferece. Se estamos no mundo e ele figura para nós uma autêntica escola de aplicação de nossas faculdades, de experiências e de desenvolvimento, a indiferença seria uma negação lamentável. Aqueles que possuem corpos ocidentais não devem cair na indiferença, por terem estágio de evolução e necessidades específicas diferentes de outras partes do mundo. A indiferença pode ser, para outros povos, uma necessidade, ainda hoje, mas nesses casos, outros métodos devem ser empregados que lhes são apropriados. No ocidente, a indiferença é algo inútil e embrutecedor que nos retarda e dificulta o contato com a vivência dos planos superiores. Para aqueles que já ultrapassaram a necessidade de inércia, mesmo no oriente, essa inércia tem sido responsável, em grande parcela, por atrasos na evolução espiritual de algumas raças. A prática da indiferença pode libertar a pessoa da escravidão da Lei da Causa e Efeito, porém ela não promove, sequer, “um grama” de crescimento moral ou anímico. Por outro lado, não desejamos pender para o extremo oposto, em que se encontram os povos ocidentais. Dizem-se Cristãos e não perceberam que o demasiado apego deles às coisas do mundo jamais foram ensinadas por Cristo-Jesus. A Fraternidade Rosacruz, como Escola de Mistérios Ocidentais, como Cristianismo Esotérico, propõe-se a trabalhar pelo estabelecimento de uma nova compreensão da vida, consoante a reta acepção da doutrina Cristã.
Tudo tem seu lado bom e esse aspecto positivo deve ser claramente distinguido e utilizado pelo Aspirante à Espiritualidade. Somos, essencialmente, Espíritos e trabalhamos no mundo, por meio de nossos veículos, para gerenciar e conhecer as matérias de todos os planos até conseguir descobrir todas as leis que os regem e os empregarmos nos propósitos do Espírito: serviço amoroso e desinteressado ao irmão e à irmã ao seu lado, focado na divina essência oculta em cada um de nós, que é a base da Fraternidade. O Corpo Denso que utilizamos não é nosso; foi-nos oferecido pelo concurso de nossos pais e tomado por empréstimo ao Reino Mineral, dentro do Esquema de Evolução regidos pelos Senhores da Forma, a Hierarquia de Escorpião. Devemos essa gratidão aos Minerais. Não fora o Corpo Denso seríamos fantasmas, invisíveis, sem possibilidade de atuar e manejar no plano material da Terra. Não aprenderíamos suas ricas lições. Cuidemos, pois, desse veículo, convenientemente, a fim de que se torne uma útil ferramenta de nosso Espírito. Alimentação adequada, higiene, exercício razoável. Com isso o devolvemos, pela morte, com suas partículas enriquecidas, para formação de melhores corpos futuros. Também, assim fazendo, estamos prestando um serviço à causa evolutiva dos minerais, que se elevam à interpenetração de nossa consciência vibratória. Eles são nossos pupilos. Desde agora e pelos períodos futuros trabalharemos sobre eles, servindo-nos deles para nossa evolução e a eles servindo ao mesmo tempo, dentro do maravilhoso e amoroso plano de mútuo serviço e evolução dos reinos criados.
Não há como negar as finalidades do plano material. Mas, também não devemos fugir dessa compreensão espiritual para cairmos no ridículo de nos identificarmos com o corpo e julgarmos até que ele é nós. Nada disso. Uma coisa é a casa, outra o morador. A casa mostra o que é o morador. Suas condições e aspectos contam a mentalidade de quem a habita. Ingere bebidas alcoólicas? Fuma? Consome drogas que alteram a sua consciência de vigília? Alimenta-se mal? Negligencia os hábitos de higiene? Não sabe assegurar as condições de vida saudável: ar, silêncio, árvore e espaço? Então é um mau administrador de seu próprio lar, o corpo. Não tem condições nem força moral para orientar outros. Está fadado a tornar-se enfermo. E, sem saúde, de que lhe valerão as demais coisas? A saúde influi no modo como vemos nosso exterior.
É um apego ignorante esse dos vícios, da gula, do comodismo. Os males que observamos ao nosso redor contam os desvios dessa natureza; deveríamos ter vergonha deles e decididamente tomar o rumo certo. No entanto, quantas pessoas conhecem as leis da alimentação, da higiene e da saúde, embora se alimentem várias vezes por dia? Não é um contrassenso?
E o veículo etérico, o Corpo Vital? Igualmente importante em nossa existência e plano de aprendizado, pois nos assegura o metabolismo, capacita-nos à procriação, à atividade sensorial, ao estabelecimento do calor e da circulação sanguíneos e a ele devemos a capacidade da memória; a base de todo o conhecimento material. Quão importante é? É, por assim dizer, uma contribuição vegetativa. Suas funções são exercitadas por nós, como um aluno que trabalha sobre aparelhos laboratoriais e elementos químicos, produzindo reações diversas. Justifica podermos usar mal essas funções? Isso indica mau aproveitamento dos alunos humanos. Se a assimilação e a excreção não se fazem normalmente, é sinal de abuso anterior. Devemos aprender a nos alimentar, compreendendo quais as finalidades do alimento em nossa vida e não para satisfação de apetites e gostos pervertidos. A natureza é governada por leis sábias e denota logo as transgressões, muitas vezes de forma bem dolorosa aos responsáveis. E quanto ao sexo? A força criadora é a grande fonte de energia em todos os campos: físico, emocional e mental. O uso abusivo e desvirtuado dessa força tem trazido males sem conta ao ser humano. Situemo-nos num campo de equilíbrio, conciliando os conhecimentos científicos com os espirituais, a fim de que sejamos homens e mulheres racionais e não pessoas movidas por incontroláveis impulsos instintivos. A literatura Rosacruz é rica na elucidação desse delicado assunto, que reclama compreensão e melhor expressão prática.
Neste, como nos pontos precedentes e posteriores, a chave é uma iluminada compreensão das leis regentes e a coragem de assumir a função de Espírito, governante e não escravo dos bens que administra.
E, passando as funções sensoriais, poderíamos lembrar a curiosidade mórbida, a sede constante de coisas novas, sem outra finalidade senão a de quebrar a rotina. Mesmo no espiritualismo, quantas pessoas existem que atribuem valor às coisas novas! Encantam-se com as versões originais, com os novos modos de expressão e, sobretudo, com novos conhecimentos como se nisso consistisse a evolução espiritual! Puro engano. A natureza não mudou os aspectos do céu, nem os da flora. Achamos insípida a árvore do quintal porque a vemos sempre. No entanto, ali está ela a desafiar nosso conhecimento. Bem pouco ainda conhecemos de tudo o que vemos todos os dias. Aí está a ciência para testificar, com seus avanços, aspectos nunca vistos, conhecimentos nunca imaginados, em coisas que se veem e estudam desde há muitos séculos! Curiosidade no sentido positivo de ânsia de saber estar bem; mas de “mariposear” de escola em escola, de livro em livro, é rematada tolice. Acabam os tais por sofrer a indigestão de tantos e contraditórios conhecimentos e impressões assimilados sem a necessária mastigação. Pior ainda: nesse particular, o apego é usura dos vaidosos intelectuais que se julgam riquíssimos com os muitos conhecimentos que memorizam e repetem aos maravilhados ignorantes. A lei é dar e receber. O que estaciona apodrece e contamina. Isso acontece com o avaro intelectual. Apego tolo, inconsistente. A semente que não se desfaz e não se multiplica na terra, jamais poderá produzir e saciar a sede e fome dos necessitados do Senhor.
Agora o Corpo de Desejos. Ele é relativamente recente, não tem órgãos. Simplesmente forma vórtice ou pontos de concentração de força, coincidentes com centros etéricos, cujo despertar abre os olhos do neófito ao Mundo do Desejo. O Corpo de Desejos é o incentivo para a ação. De nada valeriam os músculos e nervos do Corpo Denso nem a vitalidade infundida pelo Corpo Vital se não houvesse o incentivo do Corpo de Desejos para tirar-nos do estado de inércia. Ao mesmo tempo, o Corpo de Desejos nos permite sentir emoções e desejos, dor e alegria. Ele se compõe de uma parte inferior (desejos egoístas, paixões) e outra superior (altruísmo, filantropia e outras vivências elevadas).
O que em nós provoca repulsão, separação, distinção entre o meu e o teu, é a parte inferior do Corpo de Desejos. Nosso Corpo de Desejos foi dividido em superior e inferior no início de nosso estado humano; no fim da Época Lemúrica e início da Época Atlante. Desde então a parte superior vai sendo aumentada com nosso desenvolvimento interno, na medida em que vamos nos afastando das condições animais de outrora e definimos nossa condição de seres racionais e espirituais. Como indicam as lendas místicas antigas, a luz dominará as trevas, isto é, os instintos e impulsos irregenerados do passado irão se transubstanciando e convertendo-se em luz. Até que isso suceda, precisamos orar e vigiar atentamente, persistindo em hábitos bons, mediante orientação devida para que não subsistam insatisfações e frustrações. O Corpo de Desejos inferior é a fonte principal do egoísmo. Faz-nos sofrer muito porque incute o sentimento de posse: posse de dinheiro e bens, posse de fama, posse de amor e posse de poder. O desejo de posse é desmedido. Quer sempre mais. E quando nos conflitos de interesses com os demais perdemos algo, sofremos, porque nos separam daquilo que julgávamos nosso.
Querem exemplos? Uma mulher diz às amigas: “minha filha vai se casar muito bem; o noivo está bem de vida, tem carro e apartamento, triunfou na vida”. Por que não diz: “o moço tem excelente caráter. Já tomei informações cuidadosas a seu respeito. Mesmo que não chegue a ter grande conforto sei que fará minha filha feliz porque tem todas as qualidades para isso”. Se de um lado o êxito material é sinal de confiança própria, decisão, descortino, competência, de quem o conquistou, por outro prisma sabemos que a maioria das fortunas foi acumulada por meios ilícitos, sem lastro espiritual e, portanto, fadada ao desmoronamento e ruína moral. Por que, então, darmos tanto valor ao dinheiro, à posição, à aparência, esquecendo as legítimas conceituações de “elite” e de valor? Não se diz que a letra mata e o Espírito vivifica? Onde está a consideração à essência? Isso, no fundo, é materialismo crasso, é culto ao exterior, às vestes, à casca, que hoje é e amanhã apodrece debaixo da terra, roída pelos vermes. Que é da exortação de Cristo “acumulai riquezas no céu que são eternas e não na terra que o ladrão rouba, a ferrugem destrói e a traça rói”? Sabemos que o exterior é transitório porque vemos a ação da morte física todos os dias.
Dizemo-nos Cristãos. Então, por que essa ânsia de viver intensamente os prazeres do mundo se não nos trazem paz interior? E por que apoiarmos, inteiramente, nossas vidas num afeto para que ele caia juntamente com aquela ou aquele que é falível, que tem defeitos, que tem egoísmo também? Podemos exigir que nos deem felicidade e afetos perfeitos, quando não há perfeição entre os seres humanos? Não é razoável esperar que os outros falhem como nós? Quem se ilude é quem se desilude. O egoísmo, o apego, é que nos obscurece a razão em tudo. Quem avalia e reconhece as próprias limitações, compreende que elas existem nos outros também e não lhes exige a perfeição que lhes dá. Esse é o ponto inicial do bom relacionamento e da convivência harmoniosa. Quem tem afeto dá sem esperar retribuição. Dar com mira em retribuição é desvirtuar o afeto, condicionando-o ao egoísmo. Quem dá sempre recebe.
Finalmente, desapego do ponto de vista mental (por meio do nosso veículo Mente) é considerar que as ideias também são transitórias e valores a serem postos a juros. Se julgamos possuir a verdade, estamos mal. A verdade integral não está em nenhuma pessoa particular. Nossas ideias e conceitos do mundo, das pessoas e de nós próprios, são muito limitados e passíveis de muito aprimoramento. Se a ciência não tivesse disposta a sempre revisar seus princípios, estaria irremediavelmente estagnada. Só quem tem sua Mente fluídica, receptiva, sem apegar-se às próprias ideias, disposto a examinar tudo e escolher o melhor está em condições de evoluir mentalmente.
Tudo parte de dentro para fora e de nós para os outros. Aquele que conhece a si mesmo aprende a conhecer os semelhantes assuntos como a Deus, à cuja semelhança foi criado. Aquele que domina pode participar efetivamente de um trabalho de equipe. Todas as coisas do céu e da Terra estão dentro de nós também. Quando as conhecemos e as controlamos em nós podemos conhecê-las e compreendê-las nos outros e realmente ajudar a que também consigam os nossos resultados.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1968 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Hoje podemos agrupar as tentações (provas, testes) que passamos em três grupos que também fazem parte dos motivos que nos foram fornecidos pelos responsáveis atuais em nos ajudar a caminhar neste Esquema de Evolução (as Hierarquias Criadoras), os quais são: Fama, Fortuna e Poder. Exercite agrupando as tentações em um desses grupos. Ajuda muito identificar quando se trata de uma tentação (prova, teste) e o que falar para si mesmo para não cair na tentação, que aí sim é o pecado!
O objetivo de nos ensinar como devemos agir aqui renascidos é para obtermos experiências e aprendermos com elas, mas hoje o que vemos é que estamos as usando erroneamente, quando não astutamente.
A Fama que muitos buscam envolve a vaidade exacerbada, esforços até irracionais cada vez mais para ser “popular”, bem-sucedidos focando só nos bens materiais, buscando o topo, insistindo em mostrar um conhecimento que não se tem (que nem esforço se fez para tentar consegui-lo), e por aí vai.
Logicamente gera muita inveja, cobiça, raiva, ciúmes, traições e outros sentimentos, emoções e desejos afins. E, consequentemente, afeta o Corpo Denso ativando doenças e enfermidades que estavam latentes.
Para os verdadeiros Cristãos a única Fama que se deveria buscar é: sendo um exemplo de como viver a vida, uma seta no Caminho de Evolução, um servo de todos, um servidor amoroso, sendo verdadeiros amigos (as), sendo pessoas justas, humildes, deveriam ser anônimas, usando a capacidade de transmitir a boa nova, de transmitir os Ensinamentos Cristãos Rosacruzes.
Já a Fortuna que muitos estão buscando é o acúmulo de bens materiais (posses, dinheiro, recursos financeiros e tudo o que representa grandes quantidades de coisas da Região Química do Mundo Físico, muitas vezes, ilógicas e até irracionais): “muito dinheiro no bolso e saúde para dar e vender”.
Logicamente isso gera muita preocupação, angústia, medo, avareza, cristalização, raiva, ódio, inveja, insatisfação contínua e outros sentimentos, emoções e desejos afins. E, consequentemente, afeta o Corpo Denso ativando doenças e enfermidades que estavam latentes.
Para os verdadeiros Cristãos a única Fortuna que se deveria buscar é aquela que “não tem dinheiro que pague”; a que nos leva a adorar somente a Deus (acima de tudo e unicamente Ele), pois o Reino de Deus é Celeste (aqui somos peregrinos, viajantes, temporários e daqui nada de bem material levamos), não terrestre; é uma maior quantidade de oportunidades para aprendermos a servir amorosa e desinteressadamente (e, portanto, o mais anônimo possível) o irmão e a irmã que estão ao nosso lado, esquecendo os defeitos deles e focando na divina essência oculta que há em cada um de nós (e que é a base da Fraternidade); ou seja, uma maior quantidade de experiências vividas, usando bem os recursos e talentos que temos.
E o Poder que muitos buscam envolve o querer ser melhor que o outro ou a outra, o tratar mal uns aos outros (para mostrar o que “você sabe com quem está falando?”, o desprezo (por omissão ou por comissão) por aqueles que a pessoa entende que estão “abaixo dela” (seja em qualquer dimensão) ou porque não “interessa nada daquela pessoa”, o mostrar por meio de posses materiais (que nunca se sacia) o quanto é poderoso (a), pessoas onde chegam querem ser notadas (conhecidas popularmente como: peruas, pavões), gostam de fazer os outros sofrer (exercendo o poder sobre elas), e há muitas relações tóxicas e por aí vai.
Logicamente gera muito orgulho falso, arrogância, autocracia, crueldade, ostentação, vaidade, despotismo, tirania, inveja, cobiça, raiva, e outros sentimentos, emoções e desejos afins. E, consequentemente, afeta o Corpo Denso ativando doenças e enfermidades que estavam latentes.
Para os verdadeiros Cristãos o único Poder que se deveria buscar é: aquele que nos ajuda a discernir onde se deve e como se deve servir amorosa e desinteressadamente (e, portanto, o mais anônimo possível) o irmão e a irmã que estão ao nosso lado, esquecendo os defeitos deles e focando na divina essência oculta que há em cada um de nós (e que é a base da Fraternidade); e nesse sentido como devemos utilizar as qualidades expressas pelo conceito de palavras como fraternidade, autoridade, lealdade, dignidade, nobreza, generosidade e emoções, desejos e sentimentos afins.
No Evangelho Segundo São Mateus nós vemos que o Cristo foi tentado por três vezes (na Fama, Fortuna e Poder) e não cedeu à nenhuma, Ele não caiu nessas terríveis tentações e ainda nos deixou ensinamentos de como combatê-las (desde que saibamos agrupá-las):
– SE a tentação for do agrupamento FAMA, então a solução para quando chegar a tentação, não cairmos, é lembrar, repetir e orar com a seguinte frase: ‘Não tentarás ao Senhor teu Deus.’.
– SE a tentação for do agrupamento FORTUNA, então a solução para quando chegar a tentação, não cairmos, é lembrar, repetir e orar com a seguinte frase: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele prestarás culto.’.
– SE a tentação for do agrupamento PODER, então a solução para quando chegar a tentação, não cairmos, é lembrar, repetir e orar com a seguinte frase: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.’.
Se somos verdadeiros Cristãos, se temos o Cristo como nosso Ideal, devemos prestar muita atenção para não cairmos também nessas tentações.
O mundo está cheio de armadilhas, portanto, devemos estar vigilantes, em oração sempre para não cairmos, não nos desviarmos do Caminho de nossa realização espiritual seguindo o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
_____________
Figura: Mosaíco do Século XII na Basílica de S. Marcos, Veneza – autor: anônimo