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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Cristo Cósmico: diferente de Cristo-Jesus – um Raio do Cristo Cósmico

“Ainda que Cristo nascesse mil vezes em Belém, se não nasce dentro de ti, tua alma segue extraviada. Olharás em vão a Cruz do Gólgota, enquanto não fizeres um Gólgota de teu coração também.”

Angelus Silesius

A canção popular de hoje, que todo mundo canta com entusiasmo, mas que é esquecida amanhã; o espetáculo que é levado à cena talvez cem noites seguida, para depois ser abandonado e relegado ao pó, e todas as outras coisas que são evanescentes demonstram claramente que não têm um valor intrínseco. O brilho de uma estrela cadente ilumina o céu por um momento, mas embora o brilho das outras estrelas seja mais fraco e atraia menos a nossa atenção, suas luzes confortam ao caminhante noite após noite, através dos tempos. Somente as canções que por seu valor são reproduzidas sempre de novo, cuja música não nos cansa nunca, têm realmente algo de valioso na vida. O mesmo acontece nos ciclos cósmicos que sempre se repetem, marcados pelas festas do ano. Como elas se repetem sempre nos ensinam as mesmas antigas lições, sempre sob um novo ponto de vista.

Estamos novamente na época da Páscoa. O impulso de vida do Cristo Cósmico que entrou na Terra na última descida manifestou-se no Natal, quando realizou sua maravilhosa magia de fecundação; agora, se liberta da cruz da matéria para ascender novamente ao trono do Pai, cobrindo a Terra de uma glória verde da primavera, pronta para as atividades físicas do verão.

Como é em cima, assim também é embaixo. Os processos que se desenvolvem na Terra, em larga escala, manifestam-se também no ser humano. Você e eu fomos impregnados, nos últimos seis meses, por vibrações espirituais diferentes das que seremos impregnados nos próximos seis meses, muito mais do que foi possível sob as condições mais materiais que prevalecem nesses próximos seis meses. Chegou-nos com a descida do Cristo Cósmico um novo impulso para a vida superior; culminou na Noite Santa do Natal, e sua magia trabalhou dentro de nós e em nossas naturezas na proporção que aproveitamos nossas oportunidades. De acordo com a nossa aplicação ou descuido na última temporada, o progresso será apressado ou atrasado na próxima, porque não existe ensino mais certo do que aquele que preconiza que somos exatamente aquilo que fizemos de nós mesmos. O serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada irmão ou irmã – que é a base da Fraternidade – que prestamos ou deixamos de prestar determina se a nova oportunidade para um serviço maior nos proporciona um impulso mais forte para o alto; e não será nunca demais repetir que é inútil esperar libertação da cruz da matéria antes que tenhamos usado nossas oportunidades aqui e, com elas, ganhada a mais ampla capacidade de sermos úteis. Os pregos que prendem a Cristo na Cruz do Calvário encadeiam você e eu, até que o impulso dinâmico de amor flutua de nós em ondas e correntes rítmicas, tal como a maré de amor que, anualmente, entra na nossa Terra, e a embebe com renovada vida.

Conhecemos a analogia entre nós, o Ego, que entramos nos nossos veículos, quando despertamos pela manhã, vivemos neles e trabalhamos por meio deles, e à noite somos um Espírito livre, livre da escravidão do Corpo Denso, e por outro lado, o Espírito de Cristo que mora em nossa Terra uma parte do ano. Nós todos sabemos que peso e que encadeamento esse corpo representa, como nós somos cerceados pelas doenças e sofrimentos, porque não existe ninguém que esteja sempre em perfeita saúde, de maneira que nunca estamos livres de sentir as ânsias da dor, ao menos nenhum de nós que é um Aspirante à vida superior.

A mesma coisa acontece com o Cristo Cósmico que dirige Sua atenção para a nossa pequena Terra, enfocando Sua consciência neste Planeta, para que tenhamos vida.  Ele tem que vitalizar esta massa morta (que nós mesmos cristalizamos do Sol) todos os anos; e essa massa é um peso e um aprisionamento para Ele. Esse é o motivo justo e próprio pelo qual devemos nos alegrar quando Ele chega à época do Natal, todos os anos, e nasce novamente no nosso mundo para nos ajudar a levar essa massa inerte, com a qual nos sobrecarregamos. Nossos corações, nessa época, devem se voltar para Ele; em gratidão, pelo sacrifício que faz por nós durante os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, penetrando este Planeta com Sua Vida, para despertá-lo mais uma vez, no qual permaneceria se não fosse Ele, pelo seu nascimento, para dar-lhe vida.

Durante os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro Ele sofre agonias e torturas, esperando pela libertação, a qual chega no tempo que conhecemos como “Semana da Paixão”; mas, nós afirmamos que, de acordo com os Ensinamentos Rosacruzes, que essa semana é exatamente a culminação ou ponto mais alto dos Seus sofrimentos, e que Ele, então, sai de sua prisão; e quando o Sol cruza o Equador (em um movimento aparente do sul para o norte), Ele é suspenso na Cruz, exclamando: “Consumatum est“, isto é, está consumado, ou está cumprido. Isso quer dizer que o Seu trabalho, para aquele momento, estava cumprido. Não é um grito de agonia, mas uma exclamação de triunfo, um grito de alegria, pois a hora da libertação chegou e mais uma vez Ele pode remontar aos ares por mais um período de tempo livre da prisão e do peso de nosso Planeta.

Nesse momento deveríamos nos alegrar nessa grande, gloriosa e triunfante hora, a hora da libertação, quando Ele exclama: “Está cumprido”. Afinemos os nossos corações para esse grande acontecimento cósmico. Alegremo-nos como Cristo, nosso Salvador, que o tempo de seu sacrifício anual se completou mais uma vez. Sintamo-nos agradecidos, no mais profundo dos nossos corações, nesse momento em que Ele se liberta da prisão terrena; pois, a vida que Ele ofereceu ao nosso Planeta agora é bastante para se conservar até o tempo do próximo Natal.

A Natureza é a expressão simbólica de Deus. Por isso, quando queremos conhecer a Deus, precisamos estudar a Natureza, lembrando-nos sempre que existe um propósito em toda a manifestação; que a vida é uma escola e aprendendo suas muitas lições a evoluímos lentamente de uma chispa divina para a Divindade. Se tivéssemos aprendido as lições, tal como nos foram dadas, não teria havido necessidade do grande sacrifício que foi feito e que é anualmente repetido pelo Espírito de Cristo, que é a personificação do Amor. Por egoísmo e desobediência às Leis fomos cristalizando, não somente nosso corpo, mas, também a Terra na qual vivemos a ponto de nos tornarmos quase incapazes de acompanhar o plano evolutivo. Quando já não nos podíamos salvar dos resultados dos nossos próprios erros, o Cristo Compassivo se ofereceu com a Sua grande Força de Amor para romper essas condições cristalizadas dos nossos Corpos (especialmente o Corpo Denso e o Corpo de Desejos) e da Terra. Durante três anos Ele nos ensinou pela palavra, pelo preceito e pelo exemplo.

Quando Ele foi crucificado no Gólgota, o seu Grande Sacrifício por todos nós apenas começou. Cada ano, desde esse tempo, quando o Sol passa do Signo zodiacal de Virgem para o de Libra, o Espírito de Cristo toca a atmosfera da Terra. Ele começa a sua descida nas proximidades de 21 de Junho, no Solstício de Junho, quando o Sol entra em Câncer. Ele chega ao centro da nossa Terra à meia-noite de 24 de Dezembro. Aí Ele fica três dias e depois começa a voltar. Essa volta se completa na Páscoa. Até o Solstício de Junho Ele está passando pelos Mundos espirituais e chega ao Mundo do Espírito Divino, o Trono do Pai, em 21 de Junho. Durante Julho e Agosto, quando o Sol está em Câncer e Leão, Ele reconstrói o seu veículo do Espírito de Vida, que trará ao mundo e, com esse veículo, Ele voltará a rejuvenescer a Terra e os reinos que nela evolucionam. Do Natal até a Páscoa Ele se derrama, sem limitações nem medida, imbuindo com Sua Vida, Seu Amor e Sua Luz não apenas as sementes adormecidas, mas todas as coisas sobre e dentro da Terra.

Sem essa infusão da vida e energia divina, todos os seres viventes da nossa Terra morreriam imediatamente, e todo o progresso ordenado seria frustrado, no que concerne a nossa presente linha de desenvolvimento. Essa atividade germinativa da vida do Pai que nos é trazida por Cristo (o Filho) e entregue amplamente no tempo da Páscoa, renova o crescimento e intensifica a atividade na planta, no animal e no ser humano, nessa especial temporada do ano. Cristo não se afasta da Terra pela Páscoa senão depois de se oferecer completamente a Si Mesmo e, então, é que a infusão de Sua Vida, junto com os raios quase verticais do Sol, faz as sementes germinar; as árvores florir; os pássaros acasalar, dirigidos pelos seus Espíritos-Grupo, e construir seus ninhos. Então somos fortificados e embebidos com a energia e a coragem necessárias para enfrentarmos, aproveitarmos e crescermos nos encontros com os diversos e embaraçantes problemas da vida.

Para aqueles que se decidiram trabalhar consciente e inteligentemente com a Lei Cósmica (por exemplo, os Estudantes Rosacruzes que estão trilhando o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz), a Páscoa tem uma grande significação. Para eles significa a libertação anual do Espírito de Cristo das restrições dolorosas da Terra e Sua gloriosa ascensão ao Divino Lar de Sua Origem, para lá permanecer uma temporada junto ao Coração do Pai. E quando seus olhos se tornam capazes de perceber, podem ver os divinos Seres que o esperam, prontos para acompanhá-Lo na sua viagem em direção ao céu; quando seus ouvidos são afinados para os tons celestiais, eles ouvem os coros angélicos cantando seu louvor e hosanas jubilosos, elevados ao Deus Altíssimo.

Para as almas iluminadas a Páscoa traz uma profunda compreensão do fato de que somos peregrinos na Terra; que o nosso verdadeiro lar são os Mundo espirituais e para alcançar esse reino devemos nos esforçar em aprender as lições da escola da vida o mais rapidamente possível, de maneira a apressar o dia da libertação das cadeias da Terra. Então, da mesma forma como o Cristo libertado, chegaremos a uma realização dessa gloriosa imortalidade, como recompensa da conquista da perfeição espiritual. Para as almas iluminadas, a Páscoa simboliza o amanhecer de um dia feliz, quando todos nós, semelhante ao Cristo, seremos permanentemente livre das restrições materiais, ascendendo aos Reinos Celestes, nos tornando pilares de força na Casa do Pai, de onde não mais nos afastaremos.

 (Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – março/1966 – do Livro: Interpretação Mística da Páscoa – Capítulo I – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Páscoa Interna diferente da Páscoa Externa

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que os graus Iniciáticos menores, quando alcançados por meio do Caminho Cristão Místico, não se realizam obrigatoriamente na ordem exposta pela Filosofia Rosacruz (que nos ensina como alcançar as Iniciações Menores pelo Caminho do Cristão Ocultista). Ao mesmo tempo, são experiências que devem ser vivenciadas em todos os graus, desde uma pessoa comum. De fato, o Batismo ou o despertar se efetiva grau a grau, em cada vislumbre, cada nova ideia, cada nova experiência, cada nova vivência emocional. É o nascer gradativo, que sucede ao morrer gradativo.

A Tentação se dá todos os dias. Oportunidades pequenas, mas, expressivas, de autossuperação. Verdadeiro herói não é o que realiza grandes façanhas, com desprezo à vida e temeridade. Não. Verdadeiro herói é o que vence, todos os dias, pequenas falhas, num ritmo seguro, constante, rumo à meta.

A Transfiguração, ou renovação do ser, é decorrente da transformação. A cada falha superada e nova virtude conquistada, ocorre, em grau infinitesimal, uma correspondente eterização dos Corpos Densos.

Assim também com os passos correspondentes à Última Ceia e Lavapés; ao Horto da Agonia; à Estigmata; à Crucifixão; à Ressurreição e Ascensão. A cada pequeno passo, distanciamo-nos do sentido humano e nos aproximamos do “Eu real”, para mais íntima comunhão com Ele. Com isso vamos experimentando a solidão do incompreendido; o sofrimento da Personalidade ao se desligar do sentido humano. É um “morrer todos os dias”, como disse S. Paulo, em graus correspondentes ao nosso nível de Consciência; uma lenta crucifixão, que nos permite ressurgir aos poucos, numa expansão gradual de Consciência. Espirais dentro de espirais, todos os graus Iniciáticos se realizam diariamente, nos mais variados níveis de evolução. Assim como nas matemáticas, o sentido de proporção, de quantidade, de unidade, se desenvolve desde as primeiras noções do curso fundamental na escola e se vai aprofundando gradativamente até o curso superior e além desse; assim, também com os diversos aspectos Iniciáticos: eles vão desabrochando incipientemente em graus pequeníssimos, que se ampliam na medida em que se processa a evolução, até assumirem a proporção de grandes espirais nos níveis Iniciáticos propriamente ditos.

Ora, também a escalada evolutiva, em níveis comuns, se divide em duas etapas, como nos graus das Iniciações Menores:

a) Levando-nos do estado humanamente mal ao humanamente bom;

b) e do humanamente bom à Iniciação.

A cena do calvário, vista na Memória da Natureza, apresenta muitos crucificados junto com Cristo-Jesus. Mas, a tradição Cristã representou-a, simbolicamente, com três cruzes: a de Cristo-Jesus (no meio), a do bom ladrão (à direita) e a do mau ladrão (à esquerda). Tendo em vista que a cruz representa as limitações, extraímos da cena do calvário um expressivo simbolismo: o mau ladrão representa o estado de consciência do humanamente mau, isto é, aquele que está preponderantemente sob a influência do seu “Eu inferior” e vive sob o aguilhão constante da Lei de Causa e Efeito. É uma cruz imposta, que ele carrega com revolta, porque desejaria agir impunemente, sem restrições nem dores, na satisfação de seus impulsos. Um ser nesse nível é ignorante das Leis de Deus e, por isso, peca menos – mas a Lei de Consequência tem de agir mais fortemente sobre ele, para acordá-lo pela dor e reconduzi-lo à justeza. É um pobre estado de ignorância em que o indivíduo não compreende nem aceita as circunstâncias, atribuindo todos os seus problemas aos outros. Revolta-se com os que têm mais e vivem felizes. Inveja-os. Acha que todos têm obrigação de ajudá-lo. Está sempre com a mão na posição errada, vergonhosamente estendida, a pedir, em vez de colocá-la acima do ombro, para segurar e carregar a cruz das limitações que ele mesmo formou com seus desvios às leis da natureza. Foi esse mau ladrão que xingou o Cristo, ironizando: “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós” (Lc 23:39). Para um tal estado, a finalidade do espiritualismo é a de nos isentar das dores e nos cumular de conforto. Fora disso, que utilidade teria? Por isso, rouba-se a si mesmo a graça e prolonga o calvário.

O bom ladrão é o ser humanamente bom. Ou conhece as Leis de Deus e as segue como o “moço rico” da Parábola – ou tem consciência do justo. Assume a cruz de suas limitações espontaneamente, compreendendo que ele mesmo gera seu destino e, portanto, ele mesmo pode transformá-lo gradativamente para melhor. Conquistou, por mérito, uma boa Vida, desconforto e harmonia relativos e a conserva zelosamente como um fim. Aí é que ele se rouba também: as boas coisas não representam um fim, mas um meio. “A quem mais for dado, mais lhe é exigido”. Ele tem mais Consciência e responde mais severamente perante a Consciência por se deter numa “Boa Vida” como um fim, em vez de se empenhar mais, a serviço do “Eu superior” – já que tem mais para dar. Ele deve compreender: que “nada lhe pertence”, senão que é mero canal consciente do Cristo Interno, para verter os bens do espírito ao mundo, a fim de colher os frutos d’Alma, decorrentes do serviço prestado. Reserva para si o suficiente apenas e todo o mais põe nos “negócios do Senhor, para render”. Como na Parábola dos Talentos, ninguém tem o direito de tornar deste plano físico ao espiritual, sem levar um acréscimo de capacidades. Nós, Aspirantes à vida superior, somos um “bom ladrão”. Humanamente bons, mas ladrões ainda, porque estamos roubando ao nosso “Eu Superior” a oportunidade de uma evolução maior. Não estamos fazendo tudo o que podemos. Receosos de perder o relativo conforto e a harmonia conquistados, neles nos detemos como um fim. E isso se torna, para nós, uma gaiola de ouro, uma restrição. Seja de bambu, de arame ou de ouro, é sempre gaiola, é sempre uma prisão. Vivemos melhor, mas ainda limitados no humano. É preciso dar o segundo passo: de consagração a uma vida de serviço, amoroso e altruísta. Para esses, para nós enfim, é que o Cristo dirigiu seu apelo de discipulado:

  1. “Toma a tua cruz e me segue!”
  2. “Vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres e depois volta a me seguir!”
  3. “Aquele que não deixar pai, mãe, irmãos, amigos…”

É a lição do despojamento da Personalidade; de transferência do humano ao Cristo Interno, sabendo que o “pão” só nos vem de cima, do céu do íntimo, do Divino em nós – e não dos recursos da Personalidade, de sua esperteza, de sua astúcia, de suas manobras.

É mister assumir nossas limitações e nos dispor, decidida e perseverantemente a um nível gradativamente mais alto de Consciência. Isso é tomar a cruz e se dispor à regeneração e à libertação, nas pegadas de Cristo – o “Eu Superior”. É mister renunciar ao sentido humano de posse, sabendo que tudo pertence ao Divino interno e deve ser posto a serviço da evolução e não para exaltar a Personalidade. Atribuir ao humano o que é do Divino interno é ateísmo. Se não esvaziamos a Personalidade e nem a colocamos em condições de receptividade, não podemos receber “o maná renovado” o “pão transubstancial de cada dia”, que nos impulsione à evolução. Tal um copo vazio, de boca para cima, assim devemos permanecer em relação ao Cristo Interno. Mas, para estar vazios, devemos renunciar ao velho ser, aos triunfos e fracassos de ontem, entregando diariamente ao nosso Melquisedeque os despojos de nosso diário lutar. Eis o sentido de ir vender tudo o que temos e dar aos pobres. Os pobres são nossos “Eu inferiores”, aquelas vivências a quem devemos levar o Evangelho e curar, numa regeneração constante. É mister, finalmente, transcender os laços de sangue, de família, de raça e outras limitações convencionais, para que se estabeleça a “Família Universal de Cristo”, o “único rebanho com um só Pastor”, que pressupõe uma ligação mais profunda, como ensina o Ritual do Serviço Devocional do Templo Rosacruz: “o reconhecimento da unidade fundamental de cada um de nós com todos, a Comunhão Espiritual, é a realização de Deus. Para alcançarmos essa realização, esforcemo-nos, diariamente, por esquecer os defeitos de nossos irmãos e procuremos servir à Divina Essência neles oculta, o que constitui a base da fraternidade”. Tal é o sentido de “deixar pai, mãe, irmãos…”, não como convite para negligenciarmos nossos deveres filiais e fraternos, senão como desafio para superar as conveniências, fanatismos e preferências da Personalidade.

A cruz do meio é a do Cristo – aquele nível em que trabalhamos para o levantamento da Humanidade; em que, voluntariamente ajudamos o Cristo a carregar sua pesada missão. Já não é o natural assumir de nosso destino, senão o desejo de fazer mais ainda. Para tais indivíduos, bem mais raros, há um preparo especial que lhes permita chegar e transpor os portais da Iniciação.

A Páscoa, em níveis comuns, começa no indivíduo humanamente bom.

Aprendemos, também na Fraternidade Rosacruz, que todo trabalho Iniciático começa no Corpo Vital, o veículo dos hábitos, formados pela repetição. Isso nos leva a uma meditação e oportuno esclarecimento: devemos trabalhar pelo Corpo Vital, cuja chave é a repetição, para formar hábitos. É claro, hábitos bons, como disse S. Paulo: “Examinai de tudo e escolhei o melhor”. “Tudo é lícito, mas nem tudo convém”.

O que é o melhor? O que mais nos convém? – Só o nível individual de evolução é quem pode determinar, se bem que haja determinadas coisas que são comprovadamente boas a todos, tais como os Exercícios Esotéricos Rosacruzes recomendados no livro “Conceito Rosacruz-do Cosmos”, a oficiação dos Rituais do Serviço Devocional e, principalmente, a prática de tudo que vai se aprendendo por meio do estudo constante dos Ensinamentos Rosacruzes (Filosofia, Bíblia e Astrologia).

Mas, referindo-nos especificamente às pequenas coisas da vida, o discernimento individual há que determinar o que melhor lhe convém e buscar alcançá-lo; Personalidade viciosa que procura justificar suas dificuldades, de atingir certas virtudes, dizendo: “estão acima de minhas forças… talvez mais tarde…”.

Se vencemos essas manhas, vamos aos novos e melhores hábitos e os realizamos. E depois? Ficamos neles? É o que estamos testemunhando: há muitos Estudantes Rosacruzes que se acomodaram na rotina e nela permanecem como se houvessem alcançado o “Ideal”. É como alguém que, detendo-se num degrau da escada, olha satisfeito para baixo, vê que subiu, regozija-se com sua “superioridade” e permanece ali…Não tira o pé do degrau para colocá-lo no de cima e, desse modo, jamais poderá atingir o topo.

É preciso olhar para cima e dispor-se à escalada gradativa e constante! Cada um de nós é como um parêntesis na eternidade: vencemos uma parte da jornada, estamos num determinado grau de consciência mui individual (por causa da Epigênese) e devemos saber que ainda falta muito para chegar. Se nos dispomos a continuar firmemente, nosso parêntesis se desloca, deixando anteriores estados e alcançando novos níveis. Isso acontece até mesmo na vida prática: o profissional que se acomoda e deixa de se aprimorar, de se atualizar com novos e melhores recursos, fica para trás e paga o seu desleixo. Afinal é uma verdade: “há homens ultrapassados, mas não ideias ultrapassadas”.

Há sempre algo mais a conquistar; um modo melhor de fazer as coisas. Tudo é suscetível de aprimoramento. Tudo! Mas, podemos nos acomodar e nos cristalizar, porque a Natureza não conhece paradas: ou avançamos e evoluímos, ou paramos e retrogradamos e nos cristalizamos.

A mensagem da Páscoa é esse constante morrer para o velho ser seguido de um constante nascer para a novidade de Espírito que nos acena alvissareira.

Se todo trabalho Iniciático começa pelo Corpo Vital – repitamos e adquiramos a disciplina dos Exercícios Esotéricos Rosacruzes e de uma vida mentalmente mais pura, emocionalmente mais nobre a amorosa, fisicamente mais saudável. Todavia, cuidado com a rotina! Estejamos vigilantes para que cada dia traga uma nova e melhor contribuição, pois os próprios exercícios são um desafio: eles vão desvelando maravilhas ao Estudante Rosacruz sincero que se empenha diariamente e se vão tornando cada vez mais novos e profundos, na medida da prática renovada em Epigênese.

Com essa advertência, deixemos de ser o Estudante Rosacruz de ontem e sejamos, hoje, algo melhor em tudo. Esse é o morrer gradativo e racional. Essa é a Páscoa – com seu convite de crucificar o que está ultrapassado (por mais que o apego nos dificulte e implore), ressuscitando para algo maior e ascendendo um pouco mais na evolução.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – abril/1976 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Filosofia da Astrologia Rosacruz

“É assunto de conhecimento comum entre os místicos que o caminhar evolucionário da Humanidade está indissoluvelmente ligado às Hierarquias Divinas que regem os Astros e os Signos do Zodíaco e que a passagem do Sol e dos Planetas através dos doze Signos assinala o progresso do ser humano no espaço e no tempo.”

Max Heindel

Há um prazer mesclado a uma profunda gratidão, em poder citar o que Max Heindel disse em seu Livro “A Mensagem das Estrelas”. Em minha juventude, quando me debatia em meio às dificuldades Religiosas, seus livros estiveram entre aqueles que ofereceram grande conforto, liberdade e iluminação. Todos aqueles que pertencem à nossa geração e que se perturbam com as dúvidas suscitadas pela Religião ortodoxa ou estão sedentos de uma compreensão espiritual que possa satisfazer tanto o coração como o intelecto, todos reconhecem nele uma das luzes direcionais pela contribuição dada à decifração da mensagem celestial e à solução do enigma do universo.

Entre todas as artes e ciências que se propõem a revelar a nós a nossa natureza interna e explicar a nós as Leis da Natureza, não há mais bem qualificada para assim proceder do que a mais velha de todas as Ciências — a Ciência da Astrologia Rosacruz. Seu estudo vem exercendo irresistível atração aos verdadeiros Estudantes Rosacruzes; em todos os tempos, as pessoas que aceitam implicitamente as descobertas e luz reveladora dela têm inspirado inúmeras gerações, desde o mais remoto passado ao presente. Provavelmente, nenhuma outra Ciência no mundo registrou uma história mais completa e interessante do desenvolvimento da Terra e da evolução da Humanidade. A relação dela com todas as grandes Religiões, incluindo a Religião Cristã, é demonstrada não somente pelas alegorias astrológicas e referências feitas nos livros sagrados e na mitologia, mas também por inscrições e ilustrações de símbolos nos antigos Templos. Referências à Lua Nova e Lua Cheia, aos Eclipses Solares e Lunares, aos Solstícios e Equinócios e às Conjunções dos maiores Astros, mostrando sua importante influência sobre nós e sobre a Terra, têm sido registradas pelas grandes civilizações, não importando quando ou onde tenham existido. Os antigos sábios, por repetidas observações, estavam capacitados a descobrir todos aqueles fenômenos naturais e a determinar a influência que os corpos celestes exercem sobre as pessoas. Assim, eles nos deram um sistema filosófico que tem desempenhado importante papel na moral, na Religião, na ciência e na evolução espiritual da Humanidade.

A Astrologia Rosacruz, a sua aplicação por meio da Astrodiagnose e a Filosofia Rosacruz sempre tiveram um lugar no nosso pensamento e nos nossos sentimentos, embora fossem muito obscurecidas em certas épocas. Que assim tenha sido não é de causar surpresa, ao considerarmos que a Astrologia Rosacruz é o maior sistema de pensamentos organizados que já concebido. As interpretações dela sobre a origem do cosmos e sobre a nossa origem são o mais antigo sistema de Filosofia Religiosa. Muito antes do Cristianismo e de outras grandes Religiões, a Astrologia já era conhecida e estudada (infelizmente, ao longo do tempo, muitos a difamaram, deturpando o seu uso). Assim, foi-nos transmitida como Religião e Filosofia. A Astrologia Rosacruz é uma fase da Religião, em virtude da santa e exaltada concepção dos corpos celestes, do Seu Criador, pelo profundo sentimento religioso e pela reverência que vem inspirando em cada Estudante Rosacruz sincero que pesquisa seus segredos. É uma Filosofia, considerando-se que não pretende proporcionar poderes mágicos e conhecimentos sobrenaturais, mas chegar a conclusões por raciocínio, provindo da causa ao efeito.

Desde muito tempo, observamos que o Sol, em seu trajeto anual ao redor dos doze Signos do Zodíaco, determina as estações do ano: primavera, verão, outono, inverno. Observamos o movimento dos Astros e notamos que suas influências estão na dependência de suas naturezas intrínsecas, verificando-se as poderosas tendências que projetam sobre nós, tanto para o bem como para o mal, desde o nascimento até a morte. Por meio da interpretação desses fenômenos podemos explicar as diferenças inerentes em pessoas e, especialmente, a causa das suas doenças e enfermidades nessa vida, resultado das más ações geradas pelas próprias pessoas. Assim, no curso do tempo, nos tornamos aptos a prever, por meio do símbolo dos Astros, o destino que está reservado as pessoas e aos assuntos nos quais estão inseridos.

A Astrologia Rosacruz oferece, de forma completa e viva, maravilhosos e interessantes lampejos de eventos pré-históricos que fizeram a história do nosso Planeta e de seus habitantes.

A Astrologia Rosacruz é uma ciência que proporciona um discernimento sobre a verdade, em sua concepção de realidade universal em todos os aspectos e em todas as particularidades.

Na parte básica da Astrologia Rosacruz aprendemos que em ambos os lados do caminho solar há um número de estrelas fixas que se agrupavam em doze constelações. A partir daí definimos o que chamamos de Signos astrológicos. Para entendermos um pouco sobre esse assunto imaginemos uma faixa circular projetada a partir da Terra e dividida em doze setores iguais. Isso é o que astrologicamente chamamos de Signos Astrológicos ou Zodiacais. Observemos que algumas constelações celestes levam o mesmo nome dos Signos astrológicos e é por isso que muita gente confunde e acha que Signos e constelações são a mesma coisa. Cada Signo exerce influências, tem características similares e peculiaridades expressas por diferentes animais. Ainda observamos que, quando o Sol, a Lua ou os Astros, em seu percurso, entra em um desses Signos, os raios sutis e invisíveis do Signo reagem sobre a vibração astral e se fazia sentir na natureza e em milhares de seres humanos distanciados entre si. Essas projeções dos corpos celestes influenciam o destino de cada um de nós e, dessa forma, de todos os assuntos que fazem parte da vida terrestre. Assim, a arte horoscópica é uma realidade. O horóscopo, originário do instante em que a criança inala a primeira golfada de oxigênio, indica, pela posição dos Astros nos Zodíaco e pelos Aspectos que formam entre si, o caráter da pessoa e o destino dela.

A Astrologia Rosacruz deve ser utilizada com o propósito de auxiliar à cura das doenças e enfermidades (físicas, emocionais, mentais). E para isso qualquer assunto (detalhado pelas Casas astrológicas) pode ser o motivo de se manter uma doença ou enfermidade latente ou de ativá-la e causar o sofrimento, a dor e as tristezas da pessoa nessa vida.

De todas as contribuições para o conhecimento, duas descobertas são de suma importância: a primeira é a correlação das várias partes do Corpo Denso com os vários Astros e Signos; a segunda, a com­preensão adquirida da Precessão dos Equinócios.

A regência das partes do Corpo Denso pelos Astros é uma parte importantíssima no relacionamento da Astrologia Rosacruz com o estudo das doenças e enfer­midades. O horóscopo, levantado por meio da Astrologia Rosacruz mostra as doenças e enfermidades incipientes desde o nascimento até a morte de uma pessoa e, desse modo, ter tempo suficiente para aplicar uma dose de prevenção e, talvez, escapar de uma doença ou enfermidade ou, pelo menos, minimizar sua severidade, quando ela tiver tomado conta da pessoa. A Astrologia Rosacruz indica o dia em que as crises vão se manifestar e, assim avisada, a pessoa pode tomar medidas extras de precaução para superar o ponto crítico. Ela indica quando as influências adversas estão diminuindo, e fortalece a pessoa para que suporte os sofrimentos presentes com a força nascida do conhecimento de que a recuperação é certa em determinado momento. Assim, a Astrologia Rosacruz oferece ajuda e esperança de uma maneira impossível de se obter por outro método, pois seu campo é mais amplo do que o de todos os outros sistemas e penetra na própria alma do Ser.

Todas as influências causadoras de desordens mentais, morais e físicas ou as indicações de como um medicamento deva ser administrado, bem como o tempo favorável para tal, foram investigados e estudados nos tempos de Ptolomeu, Paracelso e, modernamente, por Max Heindel e Augusta Foss Heindel.

Usando como base a Astrologia Rosacruz obtemos por meio da Astrodiagnose – que é a arte de se obter conhecimento científico sobre doenças e suas causas, bem como os meios de superá-las, através de indicações dos Astros. Logicamente, a Astrodiagnose não é uma ciência que despreze as escolas de medicina e diagnose tradicionais, mas sim é um acréscimo às mesmas. É claro que qualquer pessoa com Mente aberta está pronta a aceitar um novo e avançado método de diagnose, desde que a confiabilidade desse seja comprovada.

É um fato que a dependência total de sintomas externos para identificar as doenças ou enfermidades e a confiança unicamente na ação de remédios já custaram e custam a vida de muitas pessoas. Mas conforme nos tornamos mais esclarecidos, com uma mentalidade bastante ampla vamos nos libertando de velhos métodos que provaram, por meio de muitos erros e sacrifícios de muitas vidas, serem inadequados. A ciência médica tradicional, sem dúvida, com seus instrumentos e procedimentos aperfeiçoados, deu grandes passos em direção a melhores métodos de diagnose. Mas não está longe o tempo em que se admitirá, publicamente, que o melhor caminho a seguir é saber, previamente, onde está o elo humano mais fraco para entender, por meio da Astrologia Rosacruz, onde o praticante pode encontrar o problema. Então, os profissionais de saúde poderão chegar mais rápido às causas das doenças e enfermidades (físicas, emocionais e mentais) e, também, poderão conhecer quais os melhores métodos de cura. Quando tais profissionais de saúde forem capazes de usar o horóscopo, levantado por meio da Astrologia Rosacruz, poderão descobrir o tratamento mais adequado que cada pessoa doente ou enferma poderá melhor responder. Ainda mais, tais profissionais de saúde conhecerão o caráter pessoa doente ou enferma; se a vontade dessa é fraca e se é de natureza negativa ou emocional. Então, de acordo com as informações obtidas, tais profissionais de saúde serão guiados em seus métodos de tratamentos. As doenças e enfermidades podem ser classificadas em dois tipos: latentes e ativas. Os “sintomas” fornecem indicação que a doença ou enfermidade está em processo de materialização. As tendências latentes para doenças e enfermidades são mostradas pelos Aspectos adversos (Quadraturas, Oposições e Conjunções adversas) nos Astros, verificadas no horóscopo natal. Em alguns casos, essas tendências são capazes de permanecer latentes por toda a vida, porque a pessoa pode viver de tal modo que nenhuma tensão seja aplicada ao Corpo Denso, tensão essa que daria aos Astros oportunidade de desenvolver suas fraquezas latentes. Pois se há um elo fraco em uma corrente, mas nenhuma pressão se faz sobre este, ela continuará inteira. A mesma coisa ocorre com os Aspectos adversos (Quadraturas, Oposições e Conjunções adversas) entre os Astros: elas continuarão latentes. Mas tão logo a pessoa abuse do Corpo Denso dela, esses pontos fracos poderão se manifestar. Isto nos proporciona a segunda classe de doenças: as do tipo ativas. Quando os Aspectos entre os Astros são ativados e a doença ou enfermidade aparece, as posições dos Astros progredidos fornecem a chave para o diagnóstico. Quando profissionais da saúde, cientistas, pessoas que trilham o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz e Astrólogos Rosacruzes verdadeiros chegarem a um entendimento amigável; quando recentes descobertas e pensamentos mais tolerantes das pessoas deixarem de divergir tanto uns dos outros, então saberemos que o terror e a dor da sala de cirurgias serão coisas do passado. Uma saúde radiante será desfrutada universalmente, pois seremos ensinados a viver de modo que evitaremos sofrimentos. Os profissionais de saúde viverão tão ansiosos por manter as pessoas sadias como estão agora para ajudá-las a se recuperarem de doenças e enfermidades.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1973-Fraternidade Rosacruz-SP)

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O Início do Ano Espiritual: a Cruz e o Cordeiro repousando em sua base

Nos ciclos anuais das passagens do Sol pelos doze Signos, Áries anuncia o início do ano espiritual. As palavras-chave para Áries são pureza e sacrifício, e o símbolo de Áries é um cordeiro ou carneiro.

Uma vez que foi sob a égide de Áries que Cristo veio à Terra, ele é conhecido como o Bom Pastor. Uma representação pictórica bem conhecida mostra o Senhor carregando um cordeiro nos braços.

Durante os primeiros anos da era Cristã o símbolo mais usado não foi o do Cristo crucificado, mas a cruz com um cordeiro repousando em sua base. Não foi senão pelo quarto século de nossa era que o cordeiro foi substituído por uma figura humana pregada na cruz.

Na época da Páscoa, quando o Sol ascende do hemisfério sul para o norte, as forças de Cristo passam dos reinos físicos para os espirituais.

O Corpo físico da Terra é como o Corpo Denso do ser humano (o Corpo Denso do Planeta é a Região Química do Mundo Físico). É interpenetrado pelos veículos mais sutis que se estendem para muito além do Corpo físico do Planeta: o Corpo Vital do Planeta é a Região Etérica do Mundo Físico, o Corpo de Desejos do Planeta é o Mundo do Desejo, o Corpo Mental do Planeta é a Região Concreta do Mundo do Pensamento.

Repetindo, durante os seis meses do ano em que o Sol passa pelos seis Signos abaixo do Equador (Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes) e, pelos seis meses seguintes, quando passa pelos seis Signos acima do Equador (Áries, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem), a força de Cristo interpenetra os mais elevados reinos espirituais da Terra.

Quando o Sol entra em Áries, ele aponta para a Ressurreição gloriosa, iniciando a estação da transmutação do ano. Então as águas brancas de Peixes se fundem com o fogo vermelho de Áries. É, também, para nós a estação de transmutação, a época mais propícia para que arremessemos longe a pedra de nossa vida passada e aflorar no poder total de uma consciência ressuscitada!

Essa é a ocasião em que uma transformação surpreendente pode ocorrer dentro do nosso corpo-templo (Corpo Denso). Uma nova força emana do líquido branco de nossos nervos e se une com uma nova essência nas correntes vermelhas de nosso sangue, uma fusão que produz a luz dourada que infunde e envolve o corpo de um Iluminado.

S. João se referia a essa transformação quando escreveu que algum dia iremos “andar na Luz como Ele está na Luz”.

Vermelho e branco são as cores de Áries e são também as cores da transmutação tanto na Natureza como em nós!

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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Segunda Época, a Hiperbórea, do Período Terrestre

Durante a primeira parte da Época Hiperbórea, enquanto a Terra e a Lua faziam parte do Sol, as forças solares-lunares permeavam cada um de nós em proporção igual, de maneira que todos nós éramos capazes de perpetuar nossa espécie por meio de brotos e esporos, como fazem certas plantas atuais. Tínhamos uma consciência semelhante à do sono sem sonhos. Onde ainda a Terra continuava em fusão e a atmosfera era parecida com a do Período Solar, pois a 2ª Época foi uma recapitulação, em um nível mais elevado, do trabalho feito no 2º Período, chamado Período Solar.

Dado a nossa densidade dentro do Sol (que ia aumentando em cristalização) fomos nos deslocando, a partir do que seria o “polo” do Sol até ficarmos entre esse polo e o Equador.

Nessa Época, o Corpo Denso era permeado pelo Corpo Vital, mas até então o nosso Corpo Denso não tinha a constituição de hoje, com sólidos, líquidos e gases e, muito menos a densidade e solidez atuais. Nessa Época o Corpo Vital se tornou ativo, constituído de Éter, especialmente de Éter Químico e Éter de Vida e parcelas mínimas de Éter Luminoso e Éter Refletor. Éramos estacionários como uma planta, não fazíamos nenhum esforço, nem nos empenhávamos nisso. Por isso que se diz que passamos pelo “estado vegetal”. Não éramos exatamente uma planta, mas éramos semelhantes a ela.

Na Época Hiperbórea, nosso Corpo Denso era um enorme saco gasoso, flutuando sobre a porção que hoje é a Terra ignescente, e emitíamos esporos semelhantes aos dos vegetais, que cresciam e eram utilizados por outros seres humanos nascentes. Nessa Época éramos bissexuais, hermafroditas.

Ao final da Época Hiperbórea, a cristalização tinha aumentado tanto que se converteu num verdadeiro obstáculo ao progresso de alguns dos mais elevados seres solares. Por outro lado, o estado incandescente era um obstáculo à evolução de algumas criaturas de grau inferior, tais como nós. Nesse estado, precisávamos de um Campo de Evolução mais denso para o nosso futuro desenvolvimento. Por isso, a parte do Sol, que agora é a Terra, foi arrojada ao terminar a Época Hiperbórea e começou a girar em torno do Sol, seguindo uma órbita um tanto diferente da atual.  Fenômeno semelhante, provocado por idêntica razão foi acontecendo com os outros Planetas que hoje formam o nosso Sistema Solar. Dentro da Terra ainda estava a nossa Lua. Nesse período a visão panorâmica Solar passa por uma mudança decisiva. Pois, a nossa visão não era mais a partir do Sol e sim, a partir, da Terra que estava começando a incrustar-se. Como a Terra havia se separado do Sol, então o grande calor dela começou a desaparecer. A Terra se esfriou e a vegetação começou a aparecer sobre a sua superfície quente e cheia de vapor.

Sabemos que sempre fomos guiados por Seres Divinos, e quando fomos arrojados do Sol, no final da Época Hiperbórea, não tínhamos a menor ideia do que fazer, mesmo porque éramos guiados de fora em tudo. Foi por isso que precisávamos das Hierarquias Criadoras para seguir em nossa caminhada. E a ajuda veio destes Seres maravilhosos: os Senhores da Sabedoria, os Senhores da Individualidade, os Senhores da Forma, os Senhores da Mente, os Arcanjos e os Anjos.

E após a separação da Terra do Sol, nos alimentávamos dos frutos da terra.

Por esse motivo é que Caim, o símbolo do ser humano dessa Época, é descrito como um agricultor. Sua dieta provinha apenas dos vegetais, pois as plantas contêm uma quantidade de Éter superior a qualquer outro alimento.

A Época Hiperbórea é descrita na Bíblia, como trabalho efetuado no quarto Dia da Criação.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

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A Memória da Natureza

Na Memória da Natureza, situada no Mundo do Espírito de Vida, está guardado todo o conhecimento e todos os acontecimentos do passado de tudo que existe, inclusive dos nossos pensamentos, desejos, sentimentos, nossas emoções, palavras, obras, ações e nossos atos; todos os mistérios do futuro também estão ali registrados. Para obter essas informações, basta que o Estudante Rosacruz cultive dentro de si a verdadeira espiritualidade, processo que será acompanhado naturalmente, nesta vida terrena ou em uma vida posterior, pelo desenvolvimento do sexto sentido (ou Clarividência) e do Corpo-Alma, uma subdivisão do Corpo Vital.

Um Clarividente devidamente desenvolvido pode localizar na Memória da Natureza a história de qualquer acontecimento passado que ele queira investigar, mesmo que tenha ocorrido há milhões de anos. O futuro também é um livro aberto para ele. Por meio do Corpo-Alma é possível entrar conscientemente nos Mundos invisíveis, enquanto o Corpo Denso (o físico) é deixado para trás em um estado de sono; e, nesse estado, recolher desses Mundos conhecimentos relativos às leis e condições de cada um deles.

Aqueles que duvidam das afirmações acima serão convencidos da veracidade delas se investigarem suficientemente; no entanto, a prova final da possibilidade de possuir tais poderes pode somente ser encontrada quando uma pessoa começa a desenvolvê-los por si própria. Muitos milhares de pessoas possuem atualmente esses poderes e o número aumenta anualmente. O cientista materialista de hoje é incapaz de lançar qualquer luz no assunto, pois só a Ciência espiritual pode resolver problemas espirituais.

Mas, a Ciência material pode verificar muitos dos fatos extraídos da Memória da Natureza (ou seja, os efeitos) pela Ciência oculta e, desse modo, ser um valioso aliado dessa última.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1920 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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Aos que desanimam

 

Dias atrás vi um desses cartazes com dizeres, em celuloide, que se dependuram na parede, com uma frase mui inspirada: “O Maior Perigo da Hora Presente é o Desânimo dos Bons”.

De fato! Pois, se os bons são o sal da Terra, de que valerá o sal se perder o sabor? O conjunto ficará insosso.

Já vi pessoas bem-intencionadas afastarem-se da luta, amarguradas pelas ciladas, pelas calúnias, pelas artimanhas inescrupulosas de companheiros desonestos que desejavam livrar-se de sua importuna vigilância. E por que se afastaram? Porque pensaram apenas em si, em seu amor-próprio ofendido, no nome delas atingido, na reputação delas. Tinham boa intenção, eram boas, mas faltava-lhes renúncia e discernimento.

Se o sal perde o sabor para mais nada serve, senão para ser pisado pelos indivíduos.

Elas não chegaram a perceber o papel que exerciam. A luz incomoda os das trevas, porque esses não se chegam para a luz, temendo que, por suas más obras, sejam arguidos. E em vez de se defenderem, maquiavelicamente acusam para ganhar tempo e explorar o que existe de mais caro em seus honestos opositores. Ora, quem tem por mais caro o seu nome, sua reputação, não está amando a Deus sobre todas as coisas.

Além disso, quem pode dizer que realmente foram rebaixados? Só Deus, que nos vê nas intenções e não no que falam de nós; que vislumbra realidades e não opiniões. É nesse sentido que “o que se humilha será exaltado (em Deus) e o que se exalta será humilhado” (Lc 14:11).

As trevas estão sempre agindo e a concorrência é dura, em todos os campos.

Não importa. Ao contrário, a luta valoriza nosso esforço e vitória. E, se vez por outra caímos, que importa? Diz Max Heindel muito bem: “O único fracasso é deixar de lutar”.

Recebamos cada qual como ele é.  O Cristo dizia que não se fiava no ser humano porque lhe conhecia a natureza. E o fato de recebermos, de vez em quando, ingratidões, falsidades e traições, nem por isso podemos julgar. A Deus incumbe isso. Acaso somos infalíveis? A questão é sermos prudentes e tolerantes. Receber cada qual como ele é e não pretender que ele seja como nós achamos que deva ser.

Ademais, que temos nós com os outros? Sim, vivemos em sociedade e obrigatoriamente nos relacionamos com bons e maus. Mas aí, precisamente, está a escola de exercitamento!

A tentação é necessária, como a sabatina ao Estudante Rosacruz. É na luta que se forma a fibra e só podemos mostrar o que somos na hora de adversidade. Foi dito que “Deus prova aqueles a quem ama” (Hb 12:6), mas também que “se Ele dá o fardo, dá juntamente, as forças para suportá-lo” (ICor 10:13).

Na verdade, ainda não temos suficiente disciplina para vigiar e orar corretamente e caminharmos com o preciso ardor na Senda evolutiva. Infelizmente, a Lei de Inércia que rege nosso Corpo Denso, muitas vezes, nos tenta a descansar à beira do caminho, a deliciarmo-nos demasiado com a paisagem colorida e o rumorejar de algum regato. Igualmente, nosso Corpo de Desejos ainda está muito indócil e se compraz, saudosamente, em emoções inferiores que, no passado, já nos trouxeram muitos prejuízos. Por isso é que, lamentavelmente, ainda precisamos do aguilhão da dor, dos exercícios saturninos para despertar-nos do sono em hora que devemos trabalhar, porque “somos filhos da luz” (ITess 5:5), e os das trevas não dormem.

Bem-aventurados os que sofrem em meu nome” (Mt 5:12). Não importa seja pequena a contribuição de nosso bom exemplo no lar, no trabalho e na sociedade e o esforço na Fraternidade Rosacruz, menor do que desejaríamos prestar. Aquele que faz tudo, mas tudo mesmo que pode, já está fazendo sua parte. Também o fermento, com pouco, já leveda grande massa e fá-la crescer.

O Cristo trabalha conosco até a consumação dos séculos, até que terminem estes tempos de materialismo e um número suficiente de pessoas tenha capacidade elevada para manter a Terra em própria levitação. Até que tomem cargo de sua casa perturbada e se convertam em seus próprios médicos.

E nesta hora em que mais uma vez Cristo precisou beber do cálice amargo de nossos males, no escuro Getsemani, é triste que seus escolhidos não possam velar com o Mestre, preocupados que estão com sua posição no mundo, e durmam novamente.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Núpcias do Cordeiro

No Livro do Apocalipse[1] há uma descrição bem detalhada do que é o casamento místico do nosso “Eu superior” com o “eu inferior” dentro de nós – o perfeito equilíbrio dos nossos polos positivo e negativo.

Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental velam que nós, Ego (o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui) não somos nem homem nem mulher, mas que durante o presente estado de manifestação se tornou necessário dedicar uma metade da força sexual criadora para o desenvolvimento do cérebro e da laringe, por meio dos quais podemos criar pela palavra e produzir imagens mentais que serão reproduzidas em matéria concreta do Mundo Físico. Dessa forma se tornou necessário desenvolver um organismo físico, um Corpo Denso, com dois sexos: um expressando a qualidade espiritual da Vontade (masculina) e outro a da Imaginação (feminina). Note o Corpo Denso expressa ou o sexo masculino ou o sexo feminino. O Corpo Vital expressa o polo negativo (quando o Corpo Denso expressa o sexo masculino) e o polo positivo (quando o Corpo Denso expressa o sexo feminino). Já o Corpo de Desejos “não tem sexo”. E a Mente também “não tem sexo”.

Como cada um de nós nasce alternadamente em Corpos Densos masculinos e femininos, assim também expressamos, alternadamente, nossas faculdades gêmeas de Vontade e Imaginação. Cada uma dessas duas faculdades predomina em cada vida nossa aqui, enquanto a outra permanece latente, determinando, assim, os sexos masculino ou feminino. Porém, como renascemos aqui, vida após vida, na Grande Escola vamos nos tornando, com o aprendizado, mais capacitados a compreender e a dirigir o mecanismo dos sexos, até que vai nos sendo possível expressar simultaneamente e em certa medida essas duas qualidades. No Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz isso é possível para nós quando alcançamos o nível de Adepto. Mas esse trabalho vai sendo efetuado por graus, até que nos encontremos realmente nas mais sutis qualidades femininas e a mulher dentro de si se identifique com os mais nobres traços masculinos e nas mais sutis qualidades masculinas e a homem dentro de si se identifique com os mais nobres traços femininos. Quando tal ocorre, produz-se o equilíbrio e tem lugar o “casamento místico” ou “matrimônio místico”. Em tal condição, estaremos funcionando com os seus dois hemisférios cerebrais. É dito que no céu não há casamento, nem se dar em casamento, porque nós lá estamos livres das limitações e das imposições da carne. Lá não há problema sexual nem estamos sujeitos à expressão unilateral de um de seus polos. A nossa qualidade dual é então utilizável e, consequentemente, o casamento é desnecessário. Cada um cria o Arquétipo de seus futuros Corpos, com apenas a assistência das Hierarquias Criadoras. Só quando se deixa o Mundo celeste se penetrando na Região Química do Mundo Físico é que se torna necessária a cooperação de pessoas para a formação de Corpo Denso, que se adapte ao arquétipo construído no Segundo Céu. Este conhecimento de nossa constituição permite ao Estudante Rosacruz entender hoje a necessidade de se encarar como realmente é uma unidade criadora integral. Desse modo, ele vai preservando racional e conscientemente sua força sexual criadora, a fim de usá-la como energia para fins espirituais. E assim, naturalmente, a força sexual criadora provoca a ascensão do fogo espinhal para que, ao devido tempo, se defrontem dentro de nós o homem e a mulher. Tal fato foi muitas vezes exposto de modo falso por certas escolas espiritualistas na teoria das “almas gêmeas”, prestando-se a grosseiras concepções, uniões sexuais ilícitas, etc.

Realmente é do modo descrito que se realiza dentro de nós o Casamento Místico, com a ligação desses dois polos e o despertar de uma consciência criadora em todos os reinos da Natureza.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz – abril/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)


[1] N.R.: “6Ouvi depois como que o rumor de uma grande multidão, semelhante ao fragor de águas torrenciais e ao ribombar de fortes trovões, aclamando: “Aleluia! Porque o Senhor, o Deus todo-poderoso passou a reinar! 7Alegremo-nos e exultemos, demos glória a Deus, porque estão para realizar-se as núpcias do Cordeiro, e sua esposa já está pronta: 8concederam-lhe vestir-se com linho puro, resplandecente” — pois o linho representa a conduta justa dos santos. 9A seguir, disse-me: “Escreve: felizes aqueles que foram convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro”. E acrescentou: “Estas são as verdadeiras palavras de Deus”. 10Caí então a seus pés para adorá-lo, mas ele me disse: “Não! Não o faças! Sou servo como tu e como teus irmãos que têm o testemunho de Jesus Cristo. É a Deus que deves adorar!”. Com efeito, o espírito da profecia é o testemunho de Jesus Cristo.” (Ap 19:6-10).

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Quando e Que Lições Posso Estar Insistindo em Não Querer Aprender?

Se o meu Corpo Denso e/ou o meu Corpo Vital:

  • é alvo de doenças e/ou enfermidades
  • não funciona como deveria
  • não funciona mais como funcionava
  • falta uma parte

Se com o meu Corpo de Desejos:

  • tenho dificuldades em não me satisfazer com emoções e sentimentos inferiores
  • anseio por novidades e mais novidades, uma atrás da outra
  • me enfadonho com desejos e sentimentos superiores

Se com a minha Mente:

  • tenho dificuldades em me concentrar em um único assunto
  • procuro ser sempre superficial nos assuntos que me interesso ou discuto
  • não consigo criar um pensamento-forma sem “colorir” com matéria de desejos

então: há lições que insisto em não querer aprender nessa vida (ainda que lá no Terceiro Céu “eu me prometi” vir nessa vida para aprendê-las).

A imensa maioria dessas lições a aprender tem uma relação ou, ainda, correlação positiva e muito forte com a parte do nosso Corpo Denso afetada (na sua anatomia, na sua fisiologia ou em ambas).

Aliás essa é a maneira mais precisa, contundente e clara que temos para saber: o que escolhemos ser provados (tentados) para verificar se aprendemos a lição.

Não exaustivamente, eis alguns exemplos que podemos verificar em nós mesmos:

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático: Período Terrestre

Pergunta: Estudando os Períodos anteriores, e sabendo que chegamos ao quarto, o Período Terrestre, poderia fazer uma recapitulação rápida de tudo o que os Espíritos Virginais obtiveram antes?

Resposta: Veja que no Período de Saturno tivemos um Senhor da Mente que, no final do Período, assumiu as atribuições de Deus-Pai, já que foi como o mais alto Iniciado (ou seja: aprendeu tudo que um Senhor da Mente poderia aprender nesse Esquema de Evolução). E que o Espírito Divino foi despertado em nós e o germe do Corpo Denso foi nos dados. É por isso que o Espírito Divino está correlacionado com Deus-Pai.

No Período Solar um Arcanjo – Cristo – que, no final do Período, assumiu as atribuições de Deus-Filho, já que foi como o mais alto Iniciado (ou seja: aprendeu tudo que um Arcanjo poderia aprender nesse Esquema de Evolução). E o Espírito de Vida foi despertado em nós e o germe do Corpo Vital foi nos dados. É por isso que o Espírito Divino está correlacionado com Deus-Filho.

No Período Lunar um Anjo – Jeová – que, no final do Período, assumiu as atribuições de Deus-Espírito Santo, já que foi como o mais alto Iniciado (ou seja: aprendeu tudo que um Anjo poderia aprender nesse Esquema de Evolução). E o Espírito Humano foi despertado em nós e o germe do Corpo de Desejos foi nos dados. É por isso que o Espírito Santo está correlacionado com Deus-Espírito Santo.

Pergunta: No Período Terrestre foi acrescido outro elemento que predominou em todos os Globos?

Resposta: Sim, o elemento Terra. Então até aqui temos quatro elementos da Natureza: Fogo, Ar, Água e Terra.

Pergunta: Qual Hierarquia foi responsável pelo germe da Mente no Período Terrestre?

Resposta: Os Senhores da Mente (uma das 12 Hierarquias Criadoras ou Zodiacais) que foram a Humanidade no Período de Saturno, hoje tornaram-se peritos na construção de corpos de ‘matéria mental’ e por ter alcançado o estado Criador, irradiaram de si mesmo o germe da Mente para cada um de nós.

Pergunta: Qual o estágio de evolução em que se encontra a nossa Mente atualmente?

Resposta: A Mente é o mais novo dos nossos veículos. Ela é o instrumento mais importante que possuímos e é o nosso instrumento especial no trabalho da criação. A Mente ainda se encontra em estágio mineral.

Pergunta: Qual é o formato do nosso veículo Mente hoje no Período Terrestre?

Resposta: Atualmente seu formato é ainda uma espécie de nuvem em torno da nossa cabeça e do nosso pescoço.

Pergunta: Como ainda é um germe ou veículo, quando se tornará um Corpo Mental?

Resposta: Para a Humanidade geral só se tornará Corpo Mental no Período de Vulcano.

Pergunta: O nosso veículo Mente é composto de que material?

Resposta: A Mente é composta de material da Região Concreta do Mundo do Pensamento.

Pergunta: Qual é a Onda de Vida que está atravessando o estágio “humanidade” no Período Terrestre?

Resposta: Os Espíritos Virginais da Onda de Vida Humana – nós -, também chamada de Hierarquia Zodiacal de Peixes.

Pergunta: Onde se localizam os Globos do Período Terrestre neste Esquema de Evolução?

Resposta: Estão nos quatro estados mais denso de matéria, ou seja, a Região do Pensamento Concreto, o Mundo do Desejo, as Regiões Etérica do Mundo Físico e nesta Região Química do Mundo Físico que é a nossa Terra atual – Globo D).

Pergunta: Qual a nossa consciência no Período Terrestre?

Resposta: Consciência de Vigília.

Pergunta: Quando foi que atingimos essa consciência de vigília?

Resposta: A mudança da consciência pictórica interna para a consciência objetiva e do “eu”, foi efetuada muito lentamente. Mais precisamente foi na segunda parte da Época Atlante – essa consciência imaginativa deu lugar à consciência plena de vigília atual, em que os objetos podem ser observados fora, distintos e definidos.

Pergunta: Por que antes não foi possível ter essa consciência?

Resposta: Veja que até a metade do Período Terrestre tínhamos o objetivo de desenvolver ferramentas ou veículos para nós mesmos, estando toda a força sexual criadora direcionada para esse propósito. Essa etapa de construção é conhecida, pela Filosofia Rosacruz, como período de Involução.

Pergunta: No período de Involução sempre tínhamos uma Hierarquia Criadora responsável por nosso veículo adquirido. Então a cargo de quem ficou o trabalho da Mente?

Resposta: Enquanto ‘Involução’ o Espírito trabalhava inconscientemente, mas era ajudado por diferentes Hierarquias espirituais. Já a Mente não ficou a cargo de nenhum ser externo, mas apenas sob o governo do ser humano, sem ajuda alguma de fora. Inicia-se o processo da Evolução.

Pergunta: Poderia esclarecer melhor esses dois processos?

Resposta: Nos primórdios evolutivos, o “Tríplice Espírito Virginal” estava desnudo (sem Corpos e nem veículos) e era inexperiente. Sua Involução implicava construção de Corpos e veículos, o que ele conseguiu inconscientemente com ajuda das Hierarquias Criadoras. Após a construção desses corpos e do despertar dos veículos, o Espírito Virginal da Onda de Vida humana, nós, tornou-se consciente e então a Evolução teve início.

Pergunta: Agora que o Espírito Virginal da Onda de Vida humana, nós, se tornou consciente de si mesmo, as Hierarquias Criadoras: Senhores da Chama, Querubins e Serafins ainda continuam nos ajudando?

Resposta: Esses três Seres maravilhosos trabalharam para o ser humano voluntariamente e por puro Amor. Pois, de uma evolução como a nossa eles nada podiam aprender, portanto, já se retiraram no atual Período Terrestre, partindo para a libertação.

Pergunta: Então estamos sozinhos sem ajuda neste Período Terrestre?

Resposta: De maneira nenhuma. Como é um Período eminentemente da “Forma” e, sendo o fator mais dominante, a forma alcança o seu grau mais elevado, então, os Senhores da Forma (Hierarquia Zodiacal de Escorpião) trabalham ativamente conosco, além de outras Hierarquias Criadoras.

Pergunta: Mas, é uma Hierarquia que está evoluindo nesse serviço prestado amorosamente a Humanidade no Período Terrestre?

Resposta: Sim, esses Seres trabalham para completar sua própria evolução. E atualmente neste Período são encarregados do desenvolvimento do nosso veículo Espírito Humano, que é a contraparte do nosso Corpo de Desejos.

Pergunta: Que a outra Onda de Vida iniciou no Período Terrestre?

Resposta: A atual Onda de Vida Mineral iniciou a sua evolução neste Período.

Pergunta: Como essa Onda de Vida só possui o Corpo Denso, então, em qual Período chegará ao estágio Humanidade?

Resposta: No Período de Vulcano.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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