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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que é a oração? É equivalente à concentração e à meditação ou é apenas um apelo a Deus?

Resposta: Infelizmente, tal como é comumente praticada, é muitas vezes um pedido a Deus para interferir a favor do suplicante e lhe permitir alcançar um objetivo egoísta. É certamente uma vergonha que pessoas empenhadas em violar os mandamentos de Deus, como “Não matarás”, rezem pela vitória sobre os seus inimigos; se medirmos a maioria das orações oferecidas hoje, pelo padrão estabelecido por Cristo na Oração do Senhor, elas certamente não merecerão o nome de oração. São blasfêmias e seria mil vezes melhor que nunca tivessem sido proferidas.

A Oração do Pai-Nosso nos foi dado como modelo e faremos bem em analisá-la, se quisermos chegar a uma conclusão adequada. Se o fizermos, verificaremos que três das sete orações que o compõem dizem respeito à adoração do Divino: “Santificado seja o Vosso nome; venha a nós o Seu Reino; seja feita a Sua vontade”. Depois vem a petição do pão diário e necessário para manter o nosso Corpo Denso vivo; as três orações restantes são para a libertação do mal e o perdão das nossas dívidas. A partir desses fatos, é evidente que toda oração digna deve conter uma medida esmagadora de adoração, louvor e reconhecimento da nossa indignidade, junto de uma firme resolução de nos esforçarmos para sermos mais agradáveis ao nosso Pai Celestial. O objetivo principal da oração é, portanto, entrar em comunhão com Deus o mais rápido possível objetivando que a Vida e a Luz divinas possam fluir para dentro de nós e nos iluminar para que possamos crescer à Sua imagem e semelhança.

Trata-se de um ponto de vista diametralmente oposto à ideia comum de oração, que considera que, sendo Deus o nosso Pai, podemos nos dirigir a Ele em oração e Ele é obrigado a realizar o desejo do nosso coração. Se não conseguirmos na primeira tentativa, basta continuar rezando e, devido à nossa importunação, o nosso desejo será satisfeito. Tal visão é repelente para o Místico iluminado e, se trouxermos o assunto para uma base prática, é evidente que um pai sábio, tendo um filho capaz de se sustentar, naturalmente se ressentiria se esse filho aparecesse diante dele várias vezes por dia com pedidos importunos para ganhar isso, aquilo ou outra coisa que ele possa facilmente obter pelo trabalho, ganhando os meios para isso.

A oração, por mais séria e sincera que seja, nunca pode tomar o lugar do trabalho. Se trabalharmos para realizar um bom objetivo com todo o nosso coração, a nossa alma, o nosso corpo e, ao mesmo tempo, pedirmos a Deus que abençoe o nosso trabalho, não há dúvida de que o pedido será sempre atendido; mas se não pusermos a mão na massa, não teremos o direito de pedir ajuda à Divindade.

Como foi dito anteriormente, o peso das nossas orações deve ser o louvor a Deus, de Quem todas as bênçãos fluem, porque os nossos Corpos de Desejos são formados de materiais de todas as sete Regiões do Mundo do Desejo na proporção das nossas necessidades, conforme determinado pela natureza dos nossos pensamentos. Cada pensamento se reveste de material de desejo congruente com a sua natureza. Isso também se aplica aos pensamentos formados e expressos na oração. Se forem egoístas, atraem para si um invólucro composto pelas Regiões inferiores do Mundo do Desejo; mas se forem nobres, altruístas e generosos, vibram no tom mais elevado das Regiões da Luz Anímica, da Vida Anímica e do Poder Anímico. Eles, então, se vestem com esse material, dando mais vida e luz à nossa natureza espiritual.

Mesmo quando rezamos pelos outros é prejudicial pedir qualquer coisa material ou mundana; é permitido pedir saúde, mas não prosperidade econômica. “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça[1] é o mandamento. Quando cumprimos esse mandamento, podemos ter a certeza de que “todas essas coisas[2] também nos serão dadas. Portanto, quando orarmos por um amigo, coloquemos todo o nosso coração e toda a nossa alma na petição para que ele possa buscar permanentemente o caminho, a verdade e a vida, pois uma vez encontrado o maior de todos os tesouros, nenhuma necessidade real será negada. Isso também não é teoria. Milhares de pessoas, incluindo o escritor, descobriram que o “Pai nosso que estais no Céus” cuidará de nossas necessidades materiais, quando nos esforçarmos para viver a vida espiritual. No entanto, em última análise, não é a oração falada que ajuda. Há pessoas que podem conduzir uma congregação em oração que é, ambas, perfeita em linguagem e sentimento poético. Elas podem até adequar suas orações aos princípios estabelecidos pelo Senhor, tal como enunciado nos nossos parágrafos iniciais e, no entanto, essa oração pode ser uma abominação porque lhe falta um requisito essencial. Se toda a nossa vida não for uma oração, não poderemos ser agradáveis a Deus, por mais belas que sejam as nossas petições. Por outro lado, se nos esforçarmos no dia-a-dia para viver de acordo com a Sua vontade, então, mesmo que nós próprios saibamos que estejamos muito aquém do nosso ideal e mesmo que, tal como o publicano no Templo[3], sejamos de fala hesitante e só consigamos bater no peito e dizer “Deus, tem piedade de mim, sou pecador”, mesmo assim descobriremos que o Espírito, conhecendo nossas necessidades, intercede por nós com gemidos indizíveis e que nossa modesta súplica diante do trono da Graça valerá mais que todos os discursos floridos que possamos fazer.

Você também pergunta: “a oração é equivalente à concentração e à meditação?”.

Concentração consiste em focalizar o pensamento em um único ponto, tal como os raios do Sol são focalizados por meio de um vidro. Quando difundidos sobre a superfície de toda a Terra, eles fornecem apenas um calor moderado, mas mesmo alguns raios de Sol, quando focalizados por uma lente comum de óculos, incendeiam o material inflamável no qual são focalizados. Da mesma forma, o pensamento que se move doce e iluminadamente através do cérebro, como a água escorre através de uma peneira, não tem valor, mas quando concentrado em um determinado objeto, ele ganha intensidade e atingirá o objetivo, seja para o bem ou para o mal. Os membros de uma ordem praticaram a concentração contra seus inimigos durante séculos e foi verificado que o infortúnio ou a morte atingiam sempre o objeto do seu desfavor. Nós ouvimos falar, entre certos grupos, atualmente de “magnetismo malicioso” aplicado pela concentração do pensamento. Por outro lado, a concentração do poder do pensamento também pode, também, ser usada para curar e ajudar; não faltam exemplos para fundamentar essa afirmação. Podemos, assim, dizer que a concentração seja a aplicação direta do poder do pensamento para alcançar um determinado objeto, que pode ser bom ou mau de acordo com o carácter da pessoa que o pratica e o propósito para o qual deseja usá-lo.

A oração é semelhante à concentração em certos pontos, mas difere radicalmente em outros. Enquanto a eficácia da oração depende da intensidade da concentração alcançada pelo devoto, ela é acompanhada por sentimentos de amor e devoção de igual intensidade à profundidade da concentração, o que torna a oração muito mais eficaz do que a concentração fria pode ser. Além disso, é extremamente difícil, para a grande maioria das pessoas, concentrar os seus pensamentos de forma fria, calma e sem a menor emoção e, ainda, excluir todas as outras considerações da sua consciência. A atitude devocional é mais facilmente cultivada, pois a Mente é, então, centrada na Divindade.

A meditação é o método de, pelo poder espiritual, obter conhecimento de coisas com as quais não estamos normalmente familiarizados.

No livro Conceito Rosacruz do Cosmos há um capítulo que apresenta minuciosamente o método de aquisição de Conhecimento Direto, o qual elucida longamente esses pontos, e nós aconselhamos um estudo minucioso daquela parte detalhada nesse livro.

(Pergunta 135 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Mt 6:33

[2] N.T.: Mt 6:33

[3] N.T.: O fariseu e o publicano: Contou ainda esta parábola para alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os outros: “Dois homens subiram ao Templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava interiormente deste modo: ‘Ó Deus, eu te dou graças porque não sou como o resto dos homens, ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano; jejuo duas vezes por semana, pago o dízimo de todos os meus rendimentos’. O publicano, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos para o céu, mas batia no peito dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim, pecador!’ Eu vos digo que este último desceu para casa justificado, o outro não. Pois todo o que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.” (Lc 18:9-14).

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Raios Astrais Entrelaçados em nossos Exercícios Esotéricos

Com relação ao Exercício Esotérico de Concentração da manhã e ao Exercício Esotérico de Retrospecção à noite, surge frequentemente a seguinte pergunta: qual é o melhor método para se conservar na condição física adequada e desperto na Concentração, e para ter certeza que estamos avançando de maneira positiva no desenvolvimento interno?

Os Estudantes Rosacruzes não estão tão interessados no rápido progresso como no tipo de progresso que estão fazendo. Os resultados almejados determinarão a classe de Irmã Leiga ou de Irmão Leigo que o Estudante Rosacruz será no futuro. Um exemplo: se agora almejamos fazer um trabalho positivo e escolhemos o caminho mais fácil, como é que poderemos ser firmes, quando chegarem as nossas provas?

Recordemos que o Conceito Rosacruz do Cosmos nos ensina sobre duas correntes que rodeiam a Terra, a saber, uma horizontal e a outra vertical. A corrente horizontal é negativa e a vertical positiva, sendo que nosso pensamento se efetua mais facilmente na posição vertical.

O reino animal, desde a criatura mais inferior, está sob a influência da corrente horizontal (à exceção de poucos) e sob o controle dos Espíritos-Grupo. Sabemos que a posição horizontal de suas colunas nos mostra que assim é de fato. Quando nos deitamos sobre nossas colunas estamos também na posição horizontal e, portanto, nas correntes negativas podendo, assim, mais facilmente sairmos dos nossos Corpos Densos, sendo que nós, Estudantes Rosacruzes ativos, desejamos construir a ponte que conduz o conhecimento consciente quando fora do Corpo Denso.

E assim é que trabalhamos para o controle positivo da corrente negativa.

Nossa preparação fundamental é, assim, a prática dos Exercícios Esotéricos de: Concentração, Observação, Discernimento, Contemplação e Adoração.

Uma das primeiras obrigações em nossa Filosofia Rosacruz é assumir a responsabilidade por cada ato nosso. Devemos julgar a nós próprios. Não temos sacerdotes, portanto, de grande importância é para nós o Exercício Esotérico de Retrospecção.

Dividindo um problema em partes sua solução fica mais fácil. Tomando o método que usamos no Exercício Esotérico de Retrospecção e o aplicando em um horóscopo, vejamos como poderíamos dividi-lo. Os números místicos são, geralmente, mais atrativos para esse trabalho; assim, dividamos nosso problema no número doze, anotemos o número nove e, para completar tendo os números mais importantes, adicionemos quatro, ficando treze. Somemos quatro e dois para obter seis.

Sabemos que o Sol, a cada ano, caminha através dos doze Signos e a Terra se deixa influenciar por seus raios, mudando suas características de acordo com cada Signo. Os raios solares são dirigidos a doze setores de nossas vidas nos doze meses do ano e que a Lua, o minuteiro do relógio do tempo, passa através desses doze departamentos a cada mês.

Mensalmente ocorrem duas Lunações, muito importantes para o Estudante Rosacruz. Na Lua Cheia olha-se para trás, para o mês passado, e observa-se o progresso entre uma Lua Cheia e outra. Na Lua Nova olha-se para o futuro mês, e planeja-se o trabalho mais próximo em relação ao trabalho que já se realizou. Cada passo da Lua nos Signos Cardeais ou impulsivos (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio) é o período em que se realiza o melhor trabalho de cura (por isso é que quando a Lua atinge os quinze graus de um Signo Cardeal é que oficiamos o Ritual do Serviço Devocional de Cura). Nessa época é muito importante meditar sobre a virtude do Signo no qual a Lua transita. Cada um de nós têm um ponto alto em nosso próprio horóscopo, denominado ângulo, que é cruzado pela Lua quatro vezes ao mês. Não importando como estejam aspectados, todos nós temos nove Astros a considerar em nossas vidas.

Agora vejamos o problema e associemos os números mencionados:

12 – Doze Signos

2 – Duas Lunações

4 – Quatro Pontos Cardeais

4 – Quatro Ângulos no horóscopo Individual

9 – Novo Astros em cada horóscopo

Somando tudo temos: 31

Existem trinta é um dias a considerar; assim temos o material suficiente para iniciarmos.

Todos os Estudantes Rosacruzes que estão se capacitando na Astrologia Rosacruz sabem que o dia em que ocorre um Aspecto é a ocasião mais propícia para a ação (veja no livro A Mensagem das Estrelas, no seu final). Assim, o dia em que a influência de Vênus estiver mais forte será, provavelmente, a data propícia para compraremos um traje novo, por exemplo. Se isso é certo, então o dia em que a Lua está em determinado Signo é o tempo para meditar sobre as qualidades desse Signo, não nos esquecendo de que a Lua leva dois dias e meio para passar através de um Signo. Vejamos alguns exemplos:

Vamos supor que a Lua esteja em Peixes. Qual é a natureza desse Signo? É um Signo místico, reservado e generoso; proporciona oportunidades para se concentrar, refletir e/ou meditar sobre as verdades subjetivas da vida, porque Peixes rege os pés, simbolizando o conhecimento do corpo e, num plano mais profundo, esclarece sobre as ações e reações do destino (Lei de Consequência). Consideremos agora o lugar do Peixes num horóscopo, e vejamos se a Casa é angular ou não. Em caso positivo, então, precisamos se concentrar, refletir e/ou meditar sobre nossa própria posição no assunto, ou seja, as qualidades do Signo. Perceberemos, então que muitos assuntos, que para nós poderiam ser de pouca importância, em tais ocasiões assumem grandes proporções, devido às influências dos ângulos existentes.

Perguntamos agora: como uso essas qualidades em minha vida?

Supondo-se que a Lua esteja passando por Libra, por exemplo, e considerando a palavra-chave de Libra, o Equilíbrio, nos concentremos, refletiremos e/ou meditaremos assim: equilibrei hoje minhas ações, quando os acontecimentos previstos na Lei de Consequência ocorreram?

Mais à frente, a Lua se translada para o agressivo Signo de Áries. As Luas Cheias, quando em Áries, são muito importantes. Devem ser assim consideradas porque iniciam um novo ciclo de Lua Cheia visto astrologicamente, pois Áries é o primeiro Signo do Zodíaco. Nessa fase, devemos considerar como tem sido o nosso mês, e também devemos nos analisar a respeito de que obra positiva temos iniciado.

Se a passagem da Lua pelos Signos Cardeais é muito importante, o quanto não será o da passagem do Sol, o dador da vida, pelos mesmos Signos? Assim, quando o Sol está transitando pelos Signos Cardeais é o tempo em que precisaríamos estar em sagrada comunhão com nossos “Eu Superior” para os próximos três meses, ou seja, desde o atual Signo Cardeal até o próximo.

Concentrações, reflexões e/ou meditações semelhantes também encontram campo quando o Sol transita pelo Signo do Equilíbrio (Libra), da Regeneração (Escorpião) e da Aspiração (Sagitário).

Esses períodos que citamos acima, do ingresso do Sol, deveriam ser observados unicamente em relação ao Exercício Esotérico de Retrospecção e à oração, pois o poder desses serviços é grande e está escrito que é por nosso próprio risco que tomamos “o pão e o vinho”: “Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Cristo Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim’. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim’. Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha. Eis porque todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação. Eis porque há entre vós tantos débeis e enfermos e muitos morreram.”  (ICor 11:23-30).

Nossa preparação espiritual para o trânsito do Sol em Capricórnio, no mês de Dezembro, deve ser feita de maneira cuidadosa e intensamente devocional, já que esse é usualmente o tempo em que geralmente se realiza o trabalho do Discípulo, não nos esquecendo, contudo, que a época mais propícia é no Solstício de Junho, pois no caso do Exercício Esotérico de Retrospecção será sempre mais produtivo para o Discípulo dar seus passos quando o Mundo externo está evocando as forças físicas em nós, ou seja, quando as forças espirituais estão como que estáticas no mundo e o Cristo está no “Trono do Pai”, no Mundo do Espírito Divino.

Passemos agora a considerar os Planetas. Vejamos alguns exemplos: alguns de nós temos o Planeta Urano em Libra: assim, de acordo com os Aspectos que tenha, podemos ler exatamente que tipo de provas podemos esperar, enquanto a Lua e o Sol transitam por esse Signo. Você sabe que um Astro que não tem Aspectos adversos (Quadratura, Oposição e Conjunções adversas)se interpreta de um modo, e que o que tem Aspectos adversos de outro.

O original, altruísta e elétrico Urano nos proporciona oportunidades para operar com os Aspectos benéficos (Sextil, Trígono e Conjunções benéficas), sendo que, além disso, nós todos também temos em nossos horóscopos muitos outros Aspectos, dando um colorido às nossas ações. Agora, se temos algum Aspecto adverso que possa nos levar a tirar vantagem da porta que se nos abre pelo trânsito da Lua sobre um Urano com Aspectos benéficos, devemos então vigiar cuidadosamente nosso Exercício Esotérico de Retrospecção, procurando julgar com acerto. Acontece também, às vezes, que um Astro com Aspectos benéficos, digamos Júpiter, pode fazer com que expressemos alguma tendência negativa nossa, como por exemplo o egoísmo, devido ao poder de agregação desse Astro.

Lembremo-nos que somos nossos próprios sacerdotes, sendo o nosso Exercício Esotérico de Retrospecção o nosso confessionário; por isso, em ocasiões críticas devemos vigiar e analisar os acontecimentos tal como realmente ocorreram em nossas vidas. Nossas provas não costumam nos apresentar cartão de visitas, para que possamos identificá-las, mas pelo contrário, quando nos chegam, vêm revestidas com nossas inferioridades e são tão disfarçadas que permitimos que entrem e ainda lhes damos o melhor lugar na mesa, por assim dizer.

A Lua, em sua progressão ao redor de cada Astro que temos e os ativando, põe em ação os vários Aspectos e como que se nos estivesse fazendo as perguntas a respeito de como estamos fazendo uso das vibrações. Faz as mesmas perguntas a cada sete anos, e cada vez revestida de uma nova forma de fazê-la. Primeiramente, põe-se frente ao Aspecto, logo passa por ele e lhe sussurra quando faz a Conjunção, prossegue depois seu caminho e, olhando para trás, produz uma Oposição, de onde mira desde o ápice do problema. Em cada Aspecto faz a mesma pergunta e nos faculta crescer nos anos intermediários para que tenhamos assim, a cada vez que a pergunta for feita, uma resposta diferente.

O Exercício Esotérico do Discernimento é um dos Exercícios que mais devemos fazer, a fim de desenvolver essa qualidade, primeiro como bom hábito e depois como virtude, e não há melhor oportunidade de desenvolvê-lo do que quando vemos a pergunta que a Lua nos faz e formulamos a resposta. Mais à frente, aprenderemos a analisar as Quadraturas, e perceberemos que, no que diz a respeito às lições que estão sendo aprendidas, seu poder é muito maior do que qualquer outro Aspecto que tenhamos. Quando chegar o tempo e nossas aquisições se converterem num real saber, então sentiremos que temos algo a oferecer como serviço aos Irmãos Maiores. Então, quando chegarmos a esse ponto, necessitaremos fazer nosso inventário para averiguar tudo o que realmente precisamos para prestar o Serviço.

Vamos supor, agora, que iremos fazer esse pequeno exercício. Começaria de forma, mais ou menos, semelhante à esta:

  1. CONCENTRAÇÃO: Quanto posso fazer na Concentração? Fiz bem minha última tarefa, ou descuidei de algum detalhe, somente porque alguma pessoa interveio? O quanto conheço a respeito das Artes? Posso fazer um problema de álgebra? Conheço algo de química? Se fosse me dedicar a trabalhar em um Centro da Fraternidade Rosacruz, seria de algum valor para o serviço? Possuo melindres? Suporto a crítica? Gosto do estudo?
  2. MEDITAÇÃO: Quantos livros da Fraternidade Rosacruz li este ano? Leio e estudo a Bíblia todos os dias? Quantos tinham algo da biografia de alguns irmãos ou algumas irmãs que se destacaram na promoção dos Ensinamentos Rosacruzes? Quantos compreendi mais para o lado Oculto (razão) e quantos mais para o lado Místico (devoção)? Passei algum tempo sozinho? Que acho dos problemas? Gosto de ficar quieto? Gosto do silêncio?
  3. OBSERVAÇÃO: Posso entrar num quarto e depois recordar a posição dos móveis e das coisas? Quando caminho na rua, observo tudo a minha volta ou me perco nos meus pensamentos, no “meu mundo” ou em outros divertimentos que a tecnologia atual me disponibiliza? Estou atento para aproveitar quaisquer oportunidades para ajudar no meu entorno? Como seremos capazes de funcionar nos Mundos internos, se não conseguirmos realizar aqui esta pequena tarefa? Aqui, onde as coisas são mais ou menos permanentes?
  4. DISCERNIMENTO: Quantas vezes tiramos conclusões erradas das coisas e depois averiguamos que alguém mais estava certo? Quantas vezes fracasso na escolha entre um bem maior e um menor? Quantas vezes faço algo simplesmente para agradar alguém, em vez de fazer o que seria justo? Quantas vezes sou parcial para ser visto como “sociável” e não pratico o “sim, sim…não, não” como Cristo me ensinou?
  5. CONTEMPLAÇÃO: Sei ler os sinais dos tempos para compreender as profundas operações que estão por trás dos acontecimentos? Alguma vez pego um objeto e trato de ver nele a obra de Deus? Fico em casa, às vezes, e sozinho, ficando quieto e assim perceber o desenvolver-se do plano divino? Posso obter um sublime e belo êxtase ao ver abrir-se uma rosa?
  6. ADORAÇÃO: Tomo nossa adoração o antigo hábito de cair de joelhos para adorar o desconhecido, ou trato de penetrar nos mistérios para ter maior reverência perante Deus, de modo que consiga saber de coisas maiores que possa realizar em Seu Nome? Ou caio na tentação de praticar idolatria? Ou, ainda, só lembro de “adorá-Lo” quando “preciso de alguma coisa”? Ou, pior ainda, nem me lembro disso e saio com a desculpa de que é “muito elevado para mim”?

Sabemos que a luz branca contém toda a gama do espectro e, também, que Deus é Luz, e que “se andamos na Luz, como Ele na luz está, seremos fraternais uns com os outros.” (IJo 1:7).

Cada Astro possui uma cor distinta e cada um deles recebe um certo tipo de raio do Sol. Conforme cada um dos Astros recebe mais e mais desta luz, reflete algo da própria cor para mesclar tudo de novo nele mesmo. Somos algo parecidos a isso: quando recebemos um pouco desse maravilhoso conhecimento, crescemos e começamos a emitir “Um raio para o Mestre, que é quem verá esta radiação e, também, não importa onde estaremos, daremos o próximo passo em nosso progresso sempre e quando estejamos preparados para dá-lo. Muitas provas encontraremos em nosso caminho, e muitos fracassos teremos nesta grande preparação, mas o glorioso é poder dizer que estamos abrindo, ou teremos aberto, outra porta para nosso caminho no progresso, sabendo perfeitamente bem que a senda se faz mais estreita conforme passa o tempo e nossas responsabilidades se fazem maiores. Em verdade, se perdermos o senso comum, também se perde nossa utilidade. O grande dom é manter a habilidade de conservar nossos amigos, mesmo estando realizando esse trabalho. Muitos de nossos conhecidos penetraram o trabalho interno e se descuidaram de conservar os contatos sociais que são necessários para nos mantermos ativos e eficazes enquanto renascidos aqui na Região Química do Mundo Físico. Devemos vigiar essa tendência, porque nossa utilidade para o Mestre pode ser justamente a de que devemos ser capazes de atrair alguma outra pessoa, e não lhe teríamos acesso caso nos achássemos incultos, grosseiros ou, então, incapazes de um relacionamento em qualquer sala de recepção de pessoas. A sociedade é um produto já pronto dessa Era (a de Peixes) no aspecto material. Aqui é onde se reconhece a arte onde pode ser obtida cultura. Nossos governos estão necessitados de ideais tais como o que nós podemos lhes oferecer. Quem de nós se dispõe a deixar as distrações e adentrar àquelas salas levando seu conhecimento espiritual, o que muito contribuiria para o avanço espiritual da Terra? Venham, amigos que estejam preparados! Vamos dar uma nova arrancada para a frente!

(Publicado na Revista “Rays from the Rose Cross” e publicado na revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1986-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Caminho da Perfeição: Desenvolvendo a Visão e os Poderes espirituais com segurança

No caminho da perfeição, que trilhamos quando estamos no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, desenvolvemos a visão e os poderes espirituais. Da visão espiritual, fala-se muitas vezes, como sendo o sexto sentido. A Humanidade comum tem cinco sentidos, porém, todos temos o sexto sentido latente e alguns, na vanguarda, o têm desenvolvido. No passado, tínhamos só quatro sentidos desenvolvidos.

A primeira evidência do desenvolvimento do sexto sentido está na capacidade de sentir as vibrações de planos, além do físico. Quando chegamos a sentir essas vibrações, ainda que o sexto sentido não esteja desenvolvido ativamente, damo-nos conta da existência desses planos superiores e percebemos a verdade nos sistemas filosóficos que os descrevem.

Nesse caso, está a maioria dos Estudantes Rosacruzes ativos. O fato de serem Estudantes dessa filosofia já mostra que são capazes de sentir a verdade nela contida e que são, mais ou menos, sensitivos às vibrações suprafísicas.

O sexto sentido, ou visão espiritual, com que obtemos conhecimento direto dos planos superiores, é triplo. O grau mais baixo é a visão etérica que percebe a Região Etérica do Mundo Físico com as suas entidades tais como os Espíritos da Natureza. A visão etérica permite ver através de objetos físicos e observar as condições de qualquer de suas partes. Isso se aplica a todas as substâncias, exceto o vidro. O vidro não é condutor de eletricidade. Esse fato sugere uma conexão interessante entre os éteres, a visão etérea e a eletricidade. Vamos deixar esse tema à meditação dos estudantes, esperando que dela tirem proveito.

O segundo grau de visão espiritual é a Clarividência do Mundo do Desejo. Percebe o Mundo do Desejo e os Corpos de Desejos das entidades que vivem ali. Na Clarividência, um objeto aparece completo ante a nossa vista. A clariaudiência é outro meio de entrar em contato com o Mundo do Desejo, capacitando-nos a ouvir as vozes espirituais daqueles que vivem ali e compreender a misteriosa linguagem deles.

Pelo terceiro grau de visão espiritual, percebemos as realidades espirituais no Mundo do Pensamento. Aqui, entramos em contato com os Arquétipos de todas as coisas existentes. Esses Arquétipos sendo entidades vivas, falam e instruem-nos sobre eles mesmos. É difícil pôr em ordem lógica os conhecimentos obtidos desse modo, porque os percebemos como uma totalidade e não como apresentá-los em partes distintas, como no caso de nossa visão física.

A visão espiritual pode ser positiva ou negativa. A forma positiva é aquela que o estudante de uma escola oculta positiva há de desenvolver. O desenvolvimento se opera pelo despertar da Glândula Pineal e do Corpo Pituitário e, além isso, pela conservação da força criadora sexual, que deve ascender para o cérebro.

Certos exercícios fazem vibrar o Corpo Pituitário, de tal modo a desviar as linhas das forças sexuais ascendentes, fazendo-as passar pela Glândula Pineal e pelo Corpo Pituitário, formando, assim, uma ponte entre os dois. Desse modo, obtém-se a visão espiritual positiva, sob o domínio da vontade.

No Cristão Ocultista, a maior parte da corrente de força sexual flui para cima, pelo canal espinhal e pela laringe, até o cérebro e, dali, para baixo, ao coração. O Cristão Ocultista desenvolve a parte intelectual da sua natureza em maior proporção que a parte da corrente que flui para cima pelo coração e laringe, antes de chegar ao cérebro.

Já o Cristão Místico desenvolve a parte devocional da natureza, em grau maior que a parte intelectual. Ambas as formas pertencem ao desenvolvimento espiritual positivo e aumentam a visão espiritual.

O caminho negativo de desenvolvimento é o do Clarividente Involuntário ou negativo (por exemplo, o médium). Esse desenvolve sua faculdade por meio do plexo solar e do sistema nervoso simpático, em vez de fazê-lo pelo cérebro e pelo sistema cérebro-espinhal. A visão do Clarividente Involuntário ou negativo não está sob seu domínio, nem sujeita à sua vontade. Além disso, não a retém para as vidas futuras, enquanto a visão espiritual positiva, obtida pelo verdadeiro Cristão Ocultista ou Cristão Místico, retém-se para sempre.

O Cristão Ocultista e o Cristão Místico terão que obter o desenvolvimento nos dois sentidos: intelecto e coração.

O caminho negativo seguido pelo Clarividente Involuntário, ou negativo, há de ser, muitas vezes, entrar no desenvolvimento da visão espiritual positiva. Contudo não devemos, nunca, cultivar a mediunidade.

A visão espiritual e os poderes ocultos só podem ser desenvolvidos, de modo seguro, por uma vida do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos dos outros, e focando na divina essência oculta – que é a base da Fraternidade. Se desenvolvemos esses poderes, por qualquer outro motivo que não seja o da colaboração com esse grande Esquema de Evolução, estaremos em perigo. Se nosso objetivo é o desejo egoísta de obter poderes, para favorecer, exclusivamente, nossos propósitos e nossas vantagens individuais, abrimos nossa “aura” a entidades más, que nos servirão temporariamente. Breve seremos nós que teremos de servi-las. E, pior, exigirão o pagamento da dívida até ao extremo. Liquidada a dívida, o Aspirante à vida superior é ainda, muitas vezes, arrastado para baixo, aos abismos da degradação.

A vaidade, que alguém alimente por ter certo grau de desenvolvimento espiritual, pode ser a porta de entrada de Elementais na sua aura, o que, muitas vezes, produz a queda do indivíduo. Por essa razão, a Bíblia é cientificamente correta, quando nos previne contra o orgulho. Esse perigo apresenta-se de modo sério, quando trilhamos o caminho da perfeição. Os veículos do Aspirante à vida superior estão sensibilizados, quer pela vida pura, quer pelos Exercícios Esotéricos Rosacruzes que pratica. Tem que ser muito mais cuidadoso que as demais pessoas, para evitar o sensualismo de qualquer natureza, porque o arrastaria e o esmagaria com maior rapidez que a outros.

Entre os primeiros exercícios que o Estudante Rosacruz ao conhecimento direto deve praticar, está a aguda observação de detalhes, por meio do Exercício Esotérico de Observação. É verdade que a maioria tem olhos e não vê. O Estudante Rosacruz deve se exercitar na arte de observar tudo em volta, com grande minúcia, porque do outro modo, sobrevirá um conflito entre as recordações conscientes, na Mente, e as recordações subconscientes, no Corpo Vital, e isso produzirá desarmonia.

Passando pela rua, podemos melhorar nossa observação, notando, distintamente, todas as casas e seus detalhes, os jardins, o estilo da arquitetura etc. Mais tarde, deveríamos recordar esses detalhes.

O Exercício Esotérico de Observação junto com o Exercício Esotérico do Discernimento resulta em um poder enorme para o Estudante Rosacruz na prática do ensinamento Cristão: “ter olhos e ver…ter ouvidos e ouvir”.

A Concentração (aguçada pela prática dos dois tipos de Exercícios Esotéricos Rosacruzes) e os pensamentos positivos são os poderes mentais a desenvolver depois. Nessa prática há que fixar a Mente num só ponto e não permitir que se distraia. A distração destrói o poder do pensamento. A concentração cria-o e fortifica-o. O pensamento positivo alcançará sempre seu objetivo. O pensamento negativo é débil e nunca consegue grande coisa. O pensamento positivo facilitará uma Mente capaz de fazer milagres, em qualquer campo de ação, e nos concederá êxito. O pensamento negativo abre nossa aura às entidades de natureza indesejável.

O Exercício Esotérico mais importante para o Estudante Rosacruz e que deve ser praticado todas as noites é o Exercício Esotérico Rosacruz de Retrospecção.

Exercícios Esotéricos Rosacruzes superiores são a Meditação, a Contemplação e a Adoração (que dependem muito do grau em que o Estudante está no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz).

Lembrando sempre que a repetição sistemática de verdades espirituais faz com que elas se introduzam e se fixem no Corpo Vital (é por isso que o Estudante Rosacruz “estuda” constante e repetidamente o livro Conceito Rosacruz do Cosmos, ou seja: ele não só o lê). Gradualmente, farão parte do caráter, mormente se reforçados por obras. Desse modo, podemos formar o nosso caráter como quisermos, e caráter é destino.

O Estudante Rosacruz, amiúde, retarda seu progresso por alimentar ansiedade, uma forma de medo. Deve fazer as coisas que sabe serem boas; não deve ter medo do futuro. “O perfeito amor expulsa o medo” (IJo 4:18).

É necessária essa vitória sobre o medo, antes de desenvolvermos nossos poderes ocultos em geral. Se não o dominarmos, não teremos segurança para cruzar os planos invisíveis, e nem estaremos em condições para percorrer esses planos, longe da “proteção” de nossos Corpos Densos. Sentir medo é prova de que não estamos, ainda, completamente capacitados para dominar essas entidades, por conseguinte, é o primeiro grande inimigo que o Estudante Rosacruz tem de vencer.

Alguns Estudantes Rosacruzes caem no erro de desenvolver a vidência espiritual por meio de drogas, meios “disfarçados” de possessão de parte ou total do Corpo Denso por “espíritos que se dizem sábios” (ou não tanto), objetos os mais diversos possíveis e imagináveis (alguns até inimagináveis!) ou inadequados exercícios de respiração. Com o tempo, surgirão doenças ou enfermidades, muitos frutos de obsessões ou de possessão, resultado dessas práticas de caráter negativo. Desenvolvem a visão espiritual, certamente, mas com vibrações irregulares. Os que seguem essas práticas abrem sua natureza ao Mundo do Desejo inferior e às suas entidades viciosas. Os exercícios de respiração orientais não são apropriados aos ocidentais – são ótimas para os nossos irmãos e nossas irmãs que vivem no oriente desse Planeta. Algumas vezes, extraem o Corpo Vital do Corpo Denso, cortando o laço entre os centros sensoriais etéricos e as células cerebrais, produzindo a loucura. Em outros casos produzem ruptura entre o Éter de Vida e o Éter de Químico, causa frequente de tuberculose. Os Estudantes Rosacruzes devem desconfiar seriamente dessas práticas; nem sequer fazer o menor ensaio. A respiração higiênica, profunda, e boa, é recomendável.

Finalmente, o equilíbrio, em todos os planos, é o grande objetivo do Estudante Rosacruz. Esse objetivo é triplo: primeiramente, a concentração mental; em segundo lugar, o equilíbrio emocional e, por último, o poder espiritual. Todavia, ao obter tudo isso, tendo desenvolvido a visão superior e podendo abandonar seu Corpo Denso conscientemente, o Estudante Rosacruz não possui a onisciência. Está, somente, no ponto de começar sua educação nos Mundos espirituais. Ali, tem de aprender, num curso de trabalho paciente e de aplicação assídua aos problemas do novo ambiente.

Podemos nos dar conta, agora, como é tolice seguir os ensinamentos de qualquer mestre que desenvolveu, porventura, um dos três graus da visão espiritual e, talvez, de maneira imperfeita.

Tudo o que se obtém dos Mundos internos, por meio de qualquer grau de visão espiritual, tem de ser submetido à prova da lógica e do bom senso. Se não resistir a essa prova, devemos rejeitar e fazer novas investigações, antes de aceitar! Está aqui uma regra importantíssima que todo verdadeiro Estudante Rosacruz segue à risca.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1972-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Exercícios Esotéricos Noturno de Retrospecção e Matutino de Concentração

Muitos Estudantes Rosacruzes têm dificuldade em realizar convenientemente os Exercícios Esotéricos noturno e matutino. Vamos, por essa razão, indicar um bom método a seguir. Começaremos pelo Exercício noturno Esotérico de Retrospecção.

É errado supor que você deve pensar minuto por minuto durante o Exercício Esotérico Retrospecção a tudo quanto tenha feito durante o dia que passou, controlando assim todos os atos automáticos e todas as ações diárias. Tendo uma tal concepção desse Exercício Esotérico, descobrirá que o sucesso é nulo ou que perderá um tempo precioso. Há Estudantes Rosacruzes que desejam voluntariamente fixar seu pensamento sobre ideais elevados, a fim de que a passagem seja tão harmoniosa quanto possível. É muito prosaico ou indesejável que seu Exercício noturno Esotérico de Retrospecção se detenha sobre o fato de ter comido uma fatia de pão com goiaba ou de ter amarrado o seu calçado.

O êxito de seu Exercício Esotérico Retrospecção depende de uma vida diária consciente e do poder de pensar de maneira abstrata. Uma vida diária consciente é uma condição e pensar de maneira abstrata não toma quase tempo.

Deve refletir sobre a beleza deste método, ele justifica-se por si mesmo; o Exercício Esotérico Retrospecção não pode se tornar um meio para atingir a Iniciação a não ser que esse mesmo Exercício se torne a este respeito, um serviço diário. Se esse último ponto não for atingido milhões de Exercícios não darão nenhum resultado.

Um Estudante Rosacruz sério desempenhará, conscientemente, toda ação diária; ele será igualmente consciente de suas palavras, dos seus desejos, sentimentos, das suas emoções, dos seus pensamentos, atos, das suas ações e obras baseando-se sempre sobre a lei santa para o Estudante Rosacruz. Esse fundo devocional de toda sua manifestação se torna semelhante a uma segunda natureza e ele notará, sem demora que cada erro em palavra, desejos, sentimentos, emoções, pensamentos, atos, ações ou obras toma imediatamente sua desforra e que a consciência de sua falta se impõe imediatamente. É por essa razão que alguns Estudantes Rosacruzes sérios que realmente vivem a vida, dizem: “o Exercício Esotérico Retrospecção é para mim um serviço diário”, o que prova que se acham no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Entretanto, quando tiver feito essa experiência, não deve cometer a falta de crer que o Exercício Esotérico Retrospecção é supérfluo. Assim seria se o Exercício Esotérico Retrospecção não fosse mais do que um meio para atingir o conhecimento de si mesmo; ele é igualmente um dos meios mais eficazes, fornecidos pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, para chegar à Iniciação.

Consideremos agora o Exercício Esotérico de Retrospecção na suposição que você o faz como um serviço noturno diário: depois de se deitar para dormir à noite, tome uma posição a mais confortável possível do seu Corpo Denso. Fixe seu pensamento sobre o Símbolo Rosacruz e deixe se aproximar de você mais e mais a Cruz com as Rosas até que ela se imponha em sua frente de maneira luminosa (Quando a Cruz luminosa se acha diante de você, pode pronunciar uma pequena prece antes de começar o Exercício Esotérico de Retrospecção). Depois disso examine rapidamente tudo o que se passou durante o dia (o que é fácil usando o Pensamento abstrato, não o Pensamento concreto). Isso supera o trabalho do cérebro e verá como as experiências importantes e notáveis do dia se apresentarão com a rapidez do relâmpago tocando o seu Coração e a sua Mente, conforme sejam as experiências de natureza mística ou intelectual, respectivamente.

Seguem-se primeiramente sensações de alegria e de paz ou sensações de tristeza e desespero (pelas boas ou más ações, atos ou obras). Em seguida, pelo choque ocasionado, importantes órgãos latentes do Corpo Denso recebem vibrações mais elevadas, graças às quais o caminho da liberação desenha-se de mais em mais.

Depois de executar o Exercício Esotérico de Retrospecção, que não dura mais do que alguns instantes, se eleva no abstrato, e depois de um certo tempo será possível a você passar conscientemente ao estado de sono, onde o outro Mundo lhe acenará. Estamos persuadidos de lhe ter dado uma outra visão desse serviço bem conhecido do Estudante Rosacruz.

Esperamos que compreenda bem o que foi explicado acima; nós rogamos para que os Estudantes Rosacruzes possam rapidamente franquear a porta de ferro do Serviço diário para ir ao verdadeiro Exercício Esotérico de Retrospecção que é de ouro. Assim você transformará o ferro em ouro e você se tornará um alquimista da Fraternidade Rosacruz.

Vamos, agora, falar sobre o Exercício Esotérico matutino de Concentração.

Muitos Estudantes Rosacruzes que antes quebravam a cabeça para preencher o Exercício Esotérico de Retrospecção se acham capacitados agora de se submeterem harmoniosamente ao plano estabelecido pelos Irmãos Maiores para auxiliarem nos esforços para atingir uma consciência mais elevada.

Esperamos poder auxiliar igualmente, submetendo a você uma nova perspectiva sobre o Exercício Esotérico matutino de Concentração.

Você sabe que o Exercício Esotérico de Retrospecção, depois que o neófito atingiu a prática do serviço diário, é uma penitência para desenvolver uma mais alta vibração em certos órgãos do Corpo Denso. É a Glândula Pituitária que é mais especialmente atingida pelo Exercício Esotérico de Retrospecção. O Exercício Esotérico matutino de Concentração age, por sua vez, sobre a Glândula Pineal, excitando-a a mais elevadas vibrações.

Não há nenhuma razão em se abster de um dos Exercícios Exotéricos e de crer conveniente realizar o outro. Um Exercício Esotérico feito sem o outro é perfeitamente inútil e até mesmo prejudicial. Trata-se de um só Exercício Esotérico com dois aspectos. Uma metade é feita antes de dormir, a outra, depois, um pouco antes de despertar totalmente. Trata-se de poder evadir-se conscientemente da chamada consciência de vigília para o inconsciente e de poder voltar conscientemente para poder, em seguida, como bem lhe parece, ir de um Mundo a outro.

Antes de falar do segundo aspecto desse importante Exercício Esotérico, nós chamamos novamente sua atenção sobre o “serviço diário”. Reveja o que temos dito acima; economizaremos tempo.

Quando o Estudante Rosacruz vive verdadeiramente a vida e na mais elevada expressão da palavra, toda sua vida, suas idas e vindas, todas suas ações estarão em concordância com o fim essencial de toda existência humana e tudo o que ela deve atingir; e dessa maneira, todo pensamento se dirigirá para esse Ideal. Cada dia ele vê diante de si sua vocação crescer em natureza, com todas as consequências relativas.

Você pode, pois, facilmente imaginar que um tal Estudante Rosacruz não tem falta de assuntos de reflexão para seu Exercício Esotérico matutino de Concentração, esse Exercício baseando-se sobre a verdadeira vida. Não deve se perder nas origens de um palito de fósforo, de um vestido ou de qualquer outro objeto empregado, pois quando você aspira à realidade do ato em todas as coisas o fato de ser pioneiro pode levar a situações grotescas nas quais nós podemos nos perder. Agora o método: depois da penitência consciente que levou o trabalho do fogo purificador ao Estudante Rosacruz, ele terá uma noite de atividade intensa, não obstante o Estudante Rosacruz novato não se lembrar de nada disto, a lembrança virá mais tarde.

Assim passam-se as horas da noite até o momento de despertar. Voltamos lentamente ao inconsciente na vida material. Cada um conhece esse estado passageiro.

“O assunto da concentração pode ser qualquer ideal sublime e elevado, mas deve ser preferentemente de tal natureza que faça com que o Aspirante se afaste das coisas comuns dos sentidos, além do tempo e do espaço, e para isso não há melhor fórmula do que os cinco primeiros versículos do primeiro Capítulo do Evangelho Segundo São João: “No princípio era o Verbo; e o Verbo estava com Deus; e o Verbo era Deus; Ele estava no princípio com Deus; Tudo que foi feito, foi feito por Ele; e nada do que tem sido feito, foi feito sem Ele; n’Ele estava a vida e a vida era a ‘luz dos homens’; a luz resplandece nas trevas; e as trevas não a compreenderam”. Tomando-os como assunto de concentração, sentença por sentença, todas as manhãs, com o tempo proporcionará ao Aspirante uma maravilhosa percepção do princípio do nosso Universo e do método da criação – uma compreensão muito além da que se poderia obter através dos livros.”

A vida que se aproxima nos traz seus conflitos, suas necessidades e suas forças, em relação aos deveres diários; o Estudante Rosacruz experimenta fora dessa multidão de coisas que se defrontam o que se acha em relação com sua tarefa particular, sua vocação e é isso que ele estuda durante esses momentos encantadores que precedem o despertamento real. Resulta disso um movimento oscilatório, um movimento ritmado; um retorno ao sono depois a aproximação do despertar. Depois vê uma formidável visão sobre seu trabalho, sua tarefa, sua vocação; um transporte da verdadeira essência espiritual sobre a personalidade toda, inteira, um verdadeiro banho espiritual, um afastamento de fronteiras.

Qual é, pois, o resultado de tudo isso? A Glândula Pineal foi levada pelo processo descrito a uma atividade intensa. A ação radiante desse órgão se amplifica e ele vibra em uníssono e entra em contato com a ação radiante da Glândula Pituitária. É um turbilhão de forças agindo o fluxo e o refluxo: é uma união contínua devida a uma reação constante; de onde resulta segundo a perspectiva idealizada um alargamento de consciência.

É o que há de mais importante no Exercício Esotérico matutino de Concentração. Tenha presentes nossas observações que nós resumimos abaixo: você não deve separar nunca o Exercício Esotérico matutino de Concentração do Exercício Esotérico noturno de Retrospecção. Colocando você na vida real e no seu Exercício Esotérico matutino de Concentração se tornará igualmente uma pluralidade de realidades. Ele lhe sustenta na vida e lhe fornece as mais altas possibilidades.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – Maio-Junho/1988-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Pergunta: Qual o melhor horário da manhã para fazer o Exercício Esotérico de Concentração?

Resposta: O objetivo dos Exercícios Esotéricos, seja pela manhã ou à noite, é levar o Estudante Rosacruz a um contato consciente com os Mundos invisíveis, e não há momento melhor do que pela manhã, pois durante a noite o Espírito – que somos nós – se retira do Corpo Denso e entra nos Mundos invisíveis, deixando o corpo adormecido sobre a cama; e é o nosso retorno pela manhã que faz com que o corpo desperte e focalize nossa consciência no Mundo material por meio dos órgãos dos sentidos. Wordsworth[1] diz em sua bela “Ode à Imortalidade”:

Nosso nascer não passa de sono e de oblívio:

A Alma que nasce com nós, nosso Astro Vital,

Vive longe de onde vive o

Trajeto de seu fanal;

Não no esquecimento inteiro

Nem na nudez por inteiro,

Mas, arrastando nuvens de glória, viemos

De Deus — nele vivemos —:

É o Céu que a nós circunda e a nossa meninice!

As sombras da prisão começam a cobrir

O Menino que cresce;

Mas ele vê a luz, sabe aonde ela vai ir

E sabe que ela o acresce;

A Juventude, em sacerdócio à Natureza,

Viaja ao Leste numa empresa

Guiada pela

Visão mais bela;

E ao largo o Homem vê que sua vida acaba

E que na luz do hábito ela enfim desaba.

Durante a vida de uma pessoa, os Mundos internos estão mais próximos dela nos anos da infância, como diz Wordsworth, pois esse é o amanhecer da vida, e é assim conosco: quando despertamos pela manhã, estamos em contato mais próximo com os Mundos espirituais do que em qualquer outra hora do dia, e então é mais fácil retornar a eles. Portanto, o Estudante Rosacruz deve começar seus exercícios no momento em que acorda, sem permitir que sua Mente se desvie para qualquer outro assunto. Ele deve ser cuidadoso em relaxar perfeitamente o seu corpo, para que nenhum músculo fique tenso, e fixar sua Mente num ideal elevado ou nos primeiros cinco versículos do Evangelho Segundo São João, seja frase por frase, seja como um todo. Isso o colocará em contato com as vibrações cósmicas. Ele deve aquietar os sentidos para que não possa ouvir e ver nada no lugar em que está dormindo. Quando conseguir isso, as cenas do Mundo do Desejo apresentar-se-ão perante a sua visão interior. Primeiro, de forma espasmódica, depois cada vez com mais clareza e, à medida que a pratica, a visão fica cada vez mais próxima da perfeição.

No entanto, para a maioria das pessoas, o Exercício Esotérico noturno de Retrospecção é de maior importância e, provavelmente, trará resultados mais rápidos, porque isso afeta a vida que vivemos e nos enobrece de uma forma que o Exercício Esotérico matutino de Concentração não pode fazer.

(Pergunta nº 149 do Livro “Filosofia Perguntas e Repostas – Volume I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: William Wordsworth (1770 – 1850) foi um dos maiores poetas e escritores do Romantismo inglês. Os trechos acima são do poema Ode: Intimations of Immortality. Uma das obras-primas de Wordsworth, a ode canta a compreensão comovente do narrador maduro de que a relação especial da infância com a natureza e a experiência se perdeu para sempre, embora a memória inconsciente desse estado de ser permanece uma fonte de sabedoria no mundo. O poema de 11 estrofes foi escrito no estilo da ode Pindárica irregular.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Exercícios para Adquirir Conhecimento Direto – Práticas de Concentração

ANTES DE COMEÇAR:

O único e verdadeiro método que põe, de fato, em ação as forças da alma, ou seja, que transforma, modifica, gera melhorias, pode regenerar e aperfeiçoar o ser humano, chama-se ALTRUÍSMO. Esse método é a prática efetiva e real de todos os melhores ideais. É a realização, agora e sempre, de tudo quanto reconhecemos que é justo e bom. Não há altruísmo sem prática.

É totalmente inútil e estéril agir de maneira diferente. Se sua intenção de conseguir domínio mental estiver baseada em interesses pessoais, fique atento! Além de inútil, é perigoso! Os resultados sempre serão desilusões tremendas, capazes de arrastar a alma humana ao mais infeliz abandono de si mesma.

Por isso, antes de começar, lembre-se que os Anjos do Destino estão acima de todos os erros e dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para seu desenvolvimento. Por isso, respeite e entenda a Lei de Causa e Efeito e a vontade de Deus acima de tudo.

PREPARATIVOS

Em lugar silencioso, comodamente sentado ou deitado, relaxar inteiramente todos os músculos, conservando por um ou dois minutos a Mente vazia de pensamentos. Dirigir, então, toda a atenção ao exercício escolhido, tendo o cuidado de não tomar uma atitude mental forçada.

Desde que se note qualquer estado inconveniente, como rigidez dos músculos, tendência a perder a consciência ou depressão nervosa, deve-se suspender o exercício, recomeçando-o depois de um intervalo de descanso mental. Algumas vezes, pode ocorrer o sono natural, que não apresenta inconveniente, mas que é preciso evitar energicamente, se queremos tirar proveito do exercício.

Nenhum esforço mental deve ser feito com o estômago sobrecarregado, logo depois das refeições. Somente três horas depois das refeições maiores as forças psíquicas do organismo estão livres e desembaraçadas e em condições de suportar um esforço superior.

O EXERCÍCIO:

PRIMEIRO EXERCÍCIO – Observe-se cuidadosamente um objeto qualquer simples, como uma flor, uma folha, um inseto ou uma planta. Esforce-se, depois, em reproduzir na imaginação o objeto em todos os seus detalhes, formando dele uma perfeita IMAGEM MENTAL. Com os olhos levemente cerrados, procure-se “ver” a imagem mental e conservá-la na imaginação durante o maior tempo possível.

SEGUNDO EXERCÍCIO – Concentrar-se fortemente nos algarismos de 0 a 9, um a um, vagarosamente, formando imagens mentais de cada um, em ponto grande.

TERCEIRO EXERCÍCIO – Formar as mesmas imagens dos algarismos, porém dando-lhes colorido. Imaginá-los nas cores: vermelho, amarelo, azul, verde e branco.

QUARTO EXERCÍCIO – Formar a imagem mental do nosso Símbolo Rosacruz, em ponto grande, meditando sobre o significado das suas figuras.

QUINTO EXERCÍCIO – Formar uma imagem mental de si mesmo, como se estivesse observando sua própria imagem num espelho. Dirigir essa imagem a qualquer lugar, imaginando estar com sua consciência localizada nessa imagem e empregando-a como empregaria seu próprio corpo denso.

SEXTO EXERCÍCIO – Concentrar o pensamento na Corrente Espiritual da Fraternidade, imaginando estar na Sede, com todos os irmãos reunidos, como em sessão. Repassar na imaginação, lentamente, as fisionomias de todos os amigos que nos vierem à lembrança, enquanto vibramos intensamente com os melhores sentimentos de amizade, de simpatia e afeição.

SÉTIMO EXERCICIO, DE AUXÍLIO ESPIRITUAL – Quando soubermos que algum dos nossos amigos se acha enfermo ou em dificuldades morais, concentremo-nos em sua imagem mental, vendo-o em nossa imaginação perfeitamente forte, corajoso, alegre e bem-disposto. Procuremos sentir profundamente esses estados de alma e transmiti-los à imagem formada. Essa prática é de incalculável valor e com ela podemos auxiliar a todos que desejarmos, mas ao mesmo tempo, que respeitando a Lei Cósmica de CAUSA E EFEITO e a VONTADE de DEUS.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Páscoa e a Unidade com Deus

Definimos como unidade o estado de formar uma coisa só, de estar em completa concordância e harmonia. A unidade pode ser mais bem definida como total integração.

Por causa de sua proficiência em três Exercícios Esotéricos Rosacruzes, ou três estados da Mente, Max Heindel obteve conhecimentos extraordinários e de primeira mão sobre o que realmente é a unidade. Os três estados da Mente são: a Concentração – sendo a Mente focalizada num só objeto, como através de uma lente, até que, em certo tempo, o objeto chega a ser um pensamento-forma vivo; a Meditação – precedida pela Concentração, permite a retrocessão até a origem do pensamento-forma; e a Imaginação que trabalha, dessa forma, sobre o resultado da Meditação.

A Concentração e a Meditação têm a ver, geralmente, com objetos, ou coisas externas. Após bastante prática, se atinge um grau de proficiência e estaremos então prontos a partir para o Exercício Esotérico da Contemplação, no qual a “alma vivente” do objeto nos fala. Na contemplação não há nosso esforço para “conseguir” como o caso dos dois Exercícios Esotéricos acima mencionados, e sim, a vida compreendida no objeto se nos manifesta.

Estudamos no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” que o investigador bastante hábil no Exercício Esotérico da Contemplação fica consciente “do fato supremo de que só há uma Vida – a Vida Universal de Deus – em quem de fato e mui realmente, vivemos e temos o nosso ser”; o mineral, a planta, o animal e o ser humano, sem exceção, são manifestações de Deus.

A afirmação “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser (existimos)” aparece na Bíblia, no Livro Atos dos Apóstolos 17:28 onde o Apóstolo São Paulo argumentava com os “homens” de Atenas que gostavam demais de discutir filosofia.

Acharam a doutrina de São Paulo estranha e o chamaram de “pregador de deuses estranhos”, “homem de muitas palavras”, escarnecendo aquele que os queria ajudar “E enquanto São Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue a idolatria” (At 17:16).

São Paulo defendeu sua posição sem vacilar, proferindo esse maravilhoso discurso sobre a unidade: “Deus, que fez o mundo, sendo Senhor do Céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens, dando ao homem de Sua vida, já que n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser.” (At 17:24-31).

A ideia da unidade com Deus não era tão estranha aos “homens de Atenas”, pois no século VI A.C. o profeta de Creta, Epimenides já havia dito: “n’Ele vivemos, nos movemos e existimos”. Vemos por aqui que a ideia era comum na doutrina dos Cristãos Primitivos, na antiga filosofia grega, cretense, etc.

A Filosofia Rosacruz nos propicia, porém, uma interpretação científica e clara dessa unidade. Sabemos do grande Ser que conhecemos como Cristo, que vem até nós provindo do Mundo do Espírito de Vida, e nos traz essa maravilhosa influência unificadora de planos extremamente elevados.

Antes de Cristo, não estávamos bastante adiantados para seguir a Sua voz interna, necessitando da orientação dos Espíritos de Raça, que nos conduzia a partir do nosso exterior.

Tínhamos, naqueles longínquos tempos, pouquíssimo controle sobre os nossos desejos. Assim, devemos, sem dúvida alguma, muita gratidão aos Espíritos de Raça pelo seu trabalho dedicado. Porém, tal influência é separatista, resultando em conflitos, guerras e contendas infinitas e pouco “humanas” entre nações, tribos e indivíduos. Pelo visto, muitos de nós nos encontramos, ainda hoje, de baixo da direção dos Espíritos de Raça.

Antes do advento de Cristo, as influências espirituais, que nos vinham do Sol, só nos atingiam indiretamente, via a Lua, através de Jeová e dos seus Espíritos de Raça.

O mais avançado membro da família humana, Jesus de Nazaré, preparou seus veículos inferiores (Corpo Denso e Corpo Vital) para ficar à disposição do Cristo, na Sua missão terrestre, ensejando-se um primeiro impulso espiritual direto à Onda de Vida humana. O Cristo tomou posse dos Corpos Denso e Vital de Jesus no Batismo (com total consentimento de Jesus) e, durante poucos anos ensinou, curou e, pela sua própria presença literalmente, elevou a humanidade.

Na Páscoa, morrendo na Cruz, o sangue de Cristo-Jesus conduziu o próprio Espírito de Cristo para o interior da Terra. Durante o evento, como todos sabem, a luz era tão intensa que, temporariamente, cegou a humanidade, como cegou São Paulo no caminho de Damasco, promovendo uma grande purificação do Corpo de Desejos do Planeta Terra (o Mundo do Desejo). Como resultado desse grande sacrifício, na Páscoa, o Cristo passou a ser o Espírito Planetário da Terra, trabalhando diretamente com os seres humanos. Esse trabalho de dentro para fora, cujo propósito é a unificação, liberta o ser humano, a tribo e a nação da influência separatista e ainda egoísta dos Espíritos de Raça, que até agora tanto nos ajudaram para lograrmos o desenvolvimento material de hoje.

O trabalho do Cristo, porém, realiza-se em ciclos contínuos de descida ao centro da Terra, do Natal até a Páscoa, e Ascensão para os Mundos superiores nos quais Ele renova Sua força, com a qual deverá rejuvenescer e descristalizar a Terra e todas as Ondas de Vida que aqui habitam. Esse sacrifício continuará ano após ano, até a humanidade ficar liberta das forças tendentes a dividi-las. Quando isto acontecer, seremos guiados pelo Cristo Interno e estaremos formando, através de vidas de serviço e pureza, os nossos Dourados Mantos Nupciais, compostos dos dois Éteres Superiores, o Corpo-Alma

Quando, finalmente, um suficiente número de membros da Onda de Vida humana tenha se purificado ao ponto de poder levitar a Terra, nós O encontraremos nos Éteres. Ali habitaremos conscientes da unidade com o Espírito Divino, que interpenetra não somente o nosso Sistema Solar, mas também o espaço interestelar e muitos outros Sistemas Solares.

O museu astronômico de Mount Wilson, em Los Angeles, California, EUA parece-se com uma igreja. E é isso mesmo que poderia ser. As reproduções do Sol, das estrelas e as galáxias mais distantes, inspiram reverência. Há a possibilidade de se sentir a presença do Espírito Divino, quando admirando e meditando sobre a beleza magnífica dos corpos estelares.

Considerando esses pensamentos ocorre-nos a real grandeza do macrocosmo, Deus, no qual “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”.

Somos expressões em miniatura desse Ser Divino! “Como é em cima, assim é em baixo”. “Como em baixo, assim em cima”. Não é o microcosmo, ser humano, um tipo, em miniatura do macrocosmo Deus? Não há a mesma qualidade divina tanto em Deus como no ser humano? Consideremos a relação entre a semente que temos em nossa mão e uma árvore. Seguramente, nós temos uma árvore em potencial. Essa é a mesma relação entre o ser humano e Deus: o potencial está latente. Que unidade maravilhosa temos, realmente com Ele, no qual “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz Março/1975-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Audiobook: Curso para Auxiliar o Exercício de Concentração

INTRODUÇÃO

Vamos conceituar, primeiro, o que é um Audiobook ou Audiolivro: nada mais é do que a transcrição em áudio de um livro impresso digital ou fisicamente.

Basicamente, é a gravação de um narrador lendo o livro de forma pausada e o arquivo é disponibilizado para o público por meio de sites. Assim, ao invés de ler, o interessado pode escolher ouvi-lo.

Um audiobook que obedece ao conceito de “livro-falado” tenta ser uma versão a mais aproximada possível do “livro em tinta” (livro impresso), a chamada “leitura branca”, que, mesmo desprovida de recursos artísticos e de sonoplastia, obedece às regras da boa impostação de voz e pontuação, pois parte do princípio de que quem tem de construir o sentido do que está sendo lido é o leitor e não o ledor (pessoas que utilizam a voz para mediar o acesso ao texto impresso em tinta para pessoas visualmente limitadas).

Para que serve audiolivro?

O audiolivro é um importante recurso, na inserção do no ecossistema da leitura, para:

  • o incentivo à leitura e promoção da inclusão de pessoas com deficiências visuais ou disléxicos
  • quem tem dificuldades para ler ou até que, infelizmente, não sabem ler
  • para quem gosta de aprender escutando, já que a forma de absorver conhecimento varia de indivíduo para indivíduo.
  • para crianças dormirem durante a noite.
  • para desenvolver a cognição. Ao escutar um audiobook, a cognição pode ser desenvolvida de uma forma mais ampla, uma vez que, além de escutar, será necessário imaginar as situações, diferenciar ambientes e personagens.

O audiolivro é apreciado por um público de diversas idades, que ouve tanto para aprendizado como para entretenimento.

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Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – Prefácio
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 1ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 2ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 3ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 4ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 5ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 6ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 7ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 8ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 9ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 10ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 11ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 12ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 13ª Lição
Curso para Auxiliar o Exercício de Concetração – Organizado por Ger Westenberg – 14ª Lição
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As Dificuldades no Caminho de Volta

Existem dois momentos mais cruciais nessa vida que devemos enfrentar sozinhos: quando nascemos nesse Mundo Físico; e quando dele partimos.

Mais especificamente, estamos sozinhos quando: estamos diante da nova vida que escolhemos viver; ou diante das experiências dessa vida que acabamos de viver.

Portanto, a solidão emprega um papel importantíssimo em nossa evolução. Infelizmente, poucos têm consciência disso. Muitos têm medo dela, fazendo dela uma terrível ameaça. Nem em um ambiente muito silencioso conseguem ficar por muito tempo! Aliás, a solidão se torna ameaça quando não sabemos usá-la. E ela se torna um problema porque não compreendemos o que ocorre quando estamos sozinhos.

Sabemos que a nossa Mente está muito ligada ao nosso Corpo de Desejos, especialmente na sua parte inferior. Se não nos ocupamos com alguma coisa nesse Mundo Físico, começamos a preencher a Mente com assuntos que não gostaríamos de pensar, começamos a nos sintonizar no negativo ou no supérfluo. Tentamos preencher a nossa Mente com algo ou que nos agrada – principalmente o negativo – ou com algo que não nos comprometa, coisas supérfluas. Afinal: “semelhante atrai semelhante”. Entretanto, chega um dia em que nós, se somos Aspirantes à vida superior, temos que enfrentar um dilema: prosseguir sozinho o nosso caminho rumo à Verdade.

Infelizmente, a maioria de nós sente pouco interesse em querer conhecer as verdades ligadas à realidade espiritual. A maioria gosta de viver apegada a sua Personalidade (manifestada pelo conjunto Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos) e, a sua Individualidade (Tríplice Espírito) fica sempre em segundo plano.

A propósito, já é clássico que para muitos de nós, a Individualidade se manifesta somente quando sofremos. Aí está a importância do sofrimento no nosso Esquema de Evolução.

Infelizmente, a maioria ainda não está disposta a (como lemos em Mateus 16:20): a esquecer-se de si mesmo, a erguer voluntariamente a sua cruz e a seguir os passos de Cristo. Aliás, é em Mateus (7:13-14), que encontramos o importante ensinamento direcionado ao Aspirante a Vida Superior: “Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e espaçosa a senda que leva à perdição, e muitos os que por ela entram. Quão estreita é a porta e apertado o caminho que leva à vida, e poucos são os que o encontram!”.

E isso é o que mais vemos no nosso cotidiano. Para muitos de nós não interessa “entrar pela porta estreita” já que é “difícil o caminho que leva à Vida espiritual”. Por isso que “poucos são os que o encontram”.

Quando nos achamos sozinhos, o que nos vem para pensar é fruto daquilo que nos alimentamos quando não estamos sozinhos. Ou seja: as situações que passamos são assimiladas quando estamos sozinhos.

Portanto, se: renunciamos às curiosidades e escolhemos leituras tais, que mais sirvam para nos compungir, que para nos distrair; nos abstivermos de conversações supérfluas e passatempos ociosos; nos abstivermos da sede insaciável por novidades e por boatos; acharemos tempo mais que suficiente para cuidarmos de nós mesmos, para relembrar os benefícios de Deus, para refletir sobre o nosso papel nesse esquema de evolução e para reforçar o nosso compromisso e a nossa vontade de percorrer o “caminho mais apertado” e “passar pela porta mais estreita que nos leva à Vida espiritual”.

E essa busca pela solidão que nasce em nós, como abraçamos a causa em ser um Aspirante à vida auperior, é causada pelo ardente desejo de nos afastarmos do mundo, mundo esse que acaba não compreendendo as nossas atitudes.

Senão vejamos: a maioria de nós não quer nem se preocupar em pensar nas três intrigantes perguntas que permeiam a nossa existência: de onde viemos; porque estamos aqui; para onde vamos.

Queremos curtir essa vida do que jeito que ela vier. No máximo nos esforçamos para modificá-la materialmente buscando o objetivo de ter muito dinheiro, saúde, uma boa posição social, liberdade para agirmos como quisermos.

Outros de nós, ainda, buscamos ter uma família, filhos, equilíbrio social e financeiro. Tudo voltado à realização no plano do Mundo Físico. Como que, chegando à idade avançada, nos sentiremos realizados, felizes e completada a nossa missão!

Ainda há, entre nós, os que se arriscam no plano espiritual mundano, buscando no Cristianismo popular satisfazer algo que sente que lhe falta, mas que não entende bem. Quando o faz pelo anseio interno de que deve servir aos seus semelhantes, pois todos são Filhos de Deus, significa que já entendeu, pelo menos, que existe algo mais importante nessa vida que a busca pela felicidade material.

Muitos de nós, infelizmente, o fazemos: pela aparência social, ou por lhe trazer algum alívio de consciência, ou ainda, o que é pior, pela possibilidade de ter alguma coisa boa em troca, como se Deus fosse mercenário.

Por não concordar com toda essa insensatez é que nós, quando decidimos ser Aspirante à vida superior, buscamos nos separar de tudo aquilo que é socialmente aceito ao nível da crença ou do comportamento. E isso sempre nos trás problemas, pois, como é possível observar em nosso cotidiano: “meninos passam indiferentes por uma árvore sem frutos, porém, se estiver carregada ricamente, jogarão pedras para despojá-las das frutas”. Do mesmo modo ocorre com cada um de nós: enquanto ocos, andando com a multidão, não há problemas. Quando, porém, atitudes conscientes são tomadas, as mesmas serão sentidas como o caminho certo pela integridade interna das outras pessoas e nos tornamos, sem querer, censura viva, mesmo se os nossos lábios não proferirem uma palavra de censura sequer.

As críticas e as chacotas que recebemos, após ousarmos a separação do que é tradicional, trarão, sem dúvida, um ardente desejo de nos afastarmos do mundo que parece não nos compreender, a ponto de querermos ingressamos no primeiro mosteiro que nos permitisse continuar a nossa vida espiritual em paz e buscando a solidão como a companheira inseparável.

Entretanto, jamais devemos esquecer que o baluarte da nossa evolução é aqui no Mundo Físico. Que somente cumprimos a nossa missão em mais uma estada na Terra quando vencemos esse mundo e não quando dele fugimos.

Cristo sabia da dificuldade que nós teríamos quando decidíssemos começar a voltar para a Casa do Pai e rompêssemos com os dogmas, os costumes, a crença e os hábitos, quando disse no Sermão da Montanha, em Mateus 5:10-11: “Bem aventurados os que sofrem perseguições por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. (…) Bem aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus, porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós”.

O meio ambiente em que fomos colocados pelos Anjos do Destino foi de nossa própria escolha, quando estávamos no Terceiro Céu, olhando com os olhos do Espírito, sem o empecilho da cegueira produzida pela matéria, prestes a descer mais uma vez para esse Mundo Físico.

Assim, o nosso ambiente contém lições preciosíssimas e cometeríamos um grave engano evadir do mesmo por completo. Do mesmo modo, todas as pessoas ao nosso redor e com as quais precisamos conviver, oferecem oportunidades de serviço, que não poderão ser encontrados em mosteiros ou outras espécies de retiros. Além disso, essas oportunidades foram feitas sob medida para um nosso nível de evolução, a fim de que aprendamos exatamente o que necessitamos, no grau que podemos assimilar. E é importantíssimo lembrar que o serviço é um componente importante no Caminho da Iniciação.

Além disso, a sem obras – sem o serviço prestado – é morta. Como lemos na Epístola de São Tiago 2,14-26: “De que aproveitará, meus irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Poderá a fé salvá-lo? Se o irmão ou a irmã estiverem nus e carentes do alimento cotidiano e algum de vós lhes disser: ‘Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos’, mas não lhes derdes com que satisfazer à necessidade do corpo, que adiantaria? Assim também a simples fé, se não tiver obras, será morta. Mas alguém dirá: ‘Tu tens fé e eu tenho obras’. Mostra-me tua fé sem as obras que eu por minhas obras te mostrarei a fé”.

A exortação de São Paulo em sua Epístola aos Efésios 6:10-15 é muito atual e deve permear para todo Aspirante à vida superior: “Vistam toda a armadura de Deus… para que possam resistir no dia ruim, e tendo feito tudo fiquem de pé. Estai, pois firmes, tendo cingido os vossos lombos com a verdade e vestido a couraça da justiça e calçados os pés com o zelo do evangelho da paz.”.

Então, como podemos nos fortificar para essas batalhas com as quais devemos contar?

Primeiro: lembre-se do que Cristo disse quando enviou os Seus Discípulos ao Serviço pela humanidade. E que certamente é o mesmo recado para todo Aspirante à vida superior: “Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos; portanto sedes prudentes como as serpentes e inocentes como as pombas.” (Mt 10:16).

Segundo: busque a organização dos nossos instrumentos utilizados para satisfazer as nossas necessidades de evolução, quais sejam: os nossos veículos Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente da seguinte maneira: para resistir à crítica, devemos aprender a efetuar a nossa autocrítica, o julgamento de nós mesmos.

Muito nos ajuda o exercício de Retrospecção e o desenvolvimento de um raciocínio abstrato que constitui o uso da Mente não atrelada ao Corpo de Desejos: para resistir à tendência da Mente em divagar quando estamos a sós levando-nos a pensar no que não queremos e nos envolver com matéria das Regiões inferiores do Mundo do Desejo, devemos aprender a fixar o pensamento num ideal e mantê-lo assim, sem permitir que se desvie. É uma tarefa sumamente difícil.

Muito nos ajuda o exercício de Concentração: para resistir à tentação de utilização da Mente como meio de fixar pensamentos que se perdem ao longo do tempo, não deixando nada de aprendizado, ou seja, desperdiçando a força mental, devemos aprender com eles, extraindo de cada pensamento que criamos toda a utilidade que dele pode vir.

A prática de estudos que envolvem a lógica, o Esquema, Caminho e Obra da Evolução (que temos completo no livro Conceito Rosacruz do Cosmos) ou conceitos abstratos, tais como matemática, física e música permitem que nossas Mentes, passem a funcionar menos atrelada a parte inferior do Corpo de Desejos; assim a tendência em preencher a Mente com assuntos divagadores e sem importância que sob os ditames do Corpo de Desejos fica menor.

Com isso tornamos mais práticas as nossas ideias. Se não a utilizamos de imediato ficará disponível para utilização futura. Aos poucos vemos que todo aquele pensamento que nos dedicamos rapidamente aparecerá a oportunidade de utilizarmos. Afinal mostramo-nos pró-ativos, dispostos a ajudar, prontos para servir.

Muito nos ajuda o exercício de Meditação, para resistir à dúvida, devemos utilizar a lógica. Deduzir e tirar conclusões de todos os fatos observados e vividos. É muito fácil chegar a conclusão, sobre a cegueira do Ser Humano nessa Terra, dada por Cristo nos Evangelhos: “têm olhos e não vêem… têm ouvidos, mas não ouvem”. Não deixe que as circunstâncias falem por si. Não se deixe levar ao sabor dos ventos também aqui, no ponto em que você deve ter a sua opinião. Utilize do raciocínio lógico. Como disse Max Heindel: “a lógica é o melhor instrutor no Mundo Físico e o guia seguríssimo em qualquer mundo”.

Muito nos ajuda o exercício de Observação e depois o de Discernimento. Aqui já não importa mais se estamos sozinhos ou no meio de uma multidão. A solidão deixa de ser um refúgio, ou de ser temida para ser apenas mais um momento que vivemos como qualquer um outro. Estamos aonde melhor podemos servir, melhor podemos ser úteis, tendo a certeza de que “Deus mora em meu coração”, como disse São João Evangelista. Toda essa segurança buscada pelo Aspirante à vida superior tem como objetivo ajudá-lo a realizar, nessa presente passagem, tudo que ele escolheu como aprendizado. E se ele conseguir conquistar tal segurança estará como disse Abraham Lincoln: “É difícil a tarefa de derrubar um Ser Humano quando se sente digno e apoiado no parentesco com o Grande Deus que o criou”.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Práticas Cotidianas Simples que Interessam à Saúde

Se você deseja manter uma boa vitalidade, as práticas  abaixo, pelos benefícios que proporcionam à saúde, são altamente recomendáveis.

Ao acordar, depois de uma noite bem dormida, em um quarto arejado, e de fazer o exercício de Concentração, como um bom Estudante Rosacruz, não deve ficar na cama a se espreguiçar, a dar asas à imaginação. Fixar rapidamente a atenção nos primeiros afazeres do dia, deixando o leito sem demora.

Uma vez por dia, sempre à mesma hora, esvaziar o intestino, lavar as mãos e o rosto com sabonete, gargarejar um pouco de água com dentifrício, escovar os dentes em movimento circular com escova pequena e dentrifício saponáceo; não escovar os dentes com escova grande e em movimento apenas lateral, o que não permite a conveniente limpeza dos espaços interdentários. Não tomar logo o banho, ainda pior se for com água quente entorpecedora. Fazer, primeiro, ao ar livre ou, ao menos, diante da janela aberta, 15 a 30 minutos de ginástica de alongamentos; só depois tomar o banho morno para frio e rápido, de chuveiro. Depois do banho, vestir uma roupa que proteja e não seja apertada; evitar querer  se trajar com elegância, mas com desconforto (calças ou roupas de baixo apertadas, cintos apertados, saltos altos etc).

Antes de sair para o trabalho o café da manhã deve ser feito devagar, calmamente, sem pressa.Não deve comer lendo ou assistindo à TV, engolindo sem mastigar, esquecendo de compor um café da manhã nutritivo.  Mastigar de 30 a 50 vezes cada porção que você colocar na boca.

Depois do almoço, gargarejar um pouco de água com dentifrício, escovar os dentes conforme orientação acima, lembrando-se de não ficar esgaravatando os dentes com um palito de madeira que fere as gengivas e, às vezes, se quebra, obstruindo o espaço interdentário.

Na rua, não correr para tomar um veículo, pois a corrida dificulta o fixar a atenção em outro veículo que possa lhe atropelar, ou, então, pela sua desatenção, originar um acidente com outras pessoas.

Não ler na condução que você toma, pois a trepidação dificulta a acomodação visual, concorrendo para aumentar a miopia e astigmatismo.

No trabalho, manter iluminação e ventilação convenientes; ser prudente em tarefas perigosas; não distrair a atenção com estranhas preocupações.

Na pausa para o almoço, zelar para que a refeição a fazer seja leve, tomada devagar; evitar fazer um lanche farto, comendo às pressas e com muito líquido, que sobrecarrega o estômago e torne menos fácil o trabalho a prosseguir.

Ao voltar para casa, ao fim do labor cotidiano, não tomar tomar aperitivos alcoólicos que fazem perder tempo, dinheiro e, sobretudo, saúde; não é bom ler em condução que você toma, pois a trepidação e a iluminação são inconvenientes para os olhos; não perder a prudência à hora de buscar a condução. Se possui automóvel, não é bom o excesso de velocidade, por mais pressa que se tenha de voltar à casa (a velocidade excessiva é a grande causa dos desastres de trânsito).

Ao chegar em casa, é bom mudar de roupa; é bom tomar um banho, com sabonete; não é bom continuar a se preocupar com o trabalho do dia.

O jantar é bom que seja com pratos bem combinados, devendo mastigar devagar, e despreocupadamente.

Depois do jantar, fazer um breve passeio a pé, ou participar de uma reunião em casa amiga para conversação. Nessa, é bom saber falar, mas também saber escutar; evitar discutir com veemência, que faz perder a serenidade e causa irritação.

Lembrar-se que são necessárias de seis a oito horas de sono, em quarto bem arejado, tendo o corpo convenientemente agasalhado e pronto para fazer o exercício de Retrospecção, após o que um sono reparador será a condição normal de mais um dia de vigília bem vivido aqui.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1969)

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