O verdadeiro Aspirante à vida superior que é um Estudante Rosacruz ativo promove a sua Individualidade, não a sua Personalidade. Sim, existe diferença entre o que busca promover a sua Individualidade, e o que vive na sua Personalidade. O verdadeiro Aspirante Rosacruz busca continuamente se ligar-se ao seu Cristo Interno – expressão da sua Individualidade – e se expressar superiormente em servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível) ao seu irmão e a sua irmã que estão no seu entorno, esquecendo os defeitos deles e focando exclusivamente na divina essência oculta deles e dele, que é a base da Fraternidade. É coerente, no sentido de que age segundo a consciência. Embora imperfeito ainda, cônscio das ciladas de sua natureza inferior (expressão da sua Personalidade), ele “ora e vigia” constantemente.
Ao contrário do que parece, a promoção da Individualidade, bem entendida, une e valoriza a Fraternidade, da mesma forma que cidadãos conscientes formam um povo e não massa.
Atende-se bem no que, sobre o assunto, escreveu Max Heindel, no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”, a obra básica da Filosofia Rosacruz: “O método de realização espiritual Rosacruz difere de outros sistemas num ponto especial: procura, desde o princípio, emancipar o discípulo de toda dependência dos outros, tornando-o confiante em si, no mais alto grau, de maneira a poder permanecer só em todas as circunstâncias e lutar em todas as condições. Somente aquele que for bem equilibrado, pode ajudar ao débil”.
Há um perigo de se interpretar mal essa independência. Julgamos, rigorosamente, como dependência externa, inclusive a que se pode ter a nossa Personalidade, que não faz parte real de nosso “Eu Superior”. Isto quer dizer que o verdadeiro Aspirante Rosacruz não procura mestres, guias, instrutores, ídolos, “preferidos”, “seguidores” externos; que em nossa Fraternidade não há estres ou instrutores, senão orientadores no reto sentido de quem procura ajudar cada Estudante Rosacruz a se ajudar, a se libertar, a se independer, a se confiar para ser um valioso servidor na obra de Cristo na Terra. Aquele que gosta de proteção não pode ser um Aspirante Rosacruz, um Estudante Rosacruz de fato. Aquele que vive buscando novos autores, novos livros, “novas tendências”, novos conferencistas ou oradores da vez e correndo de uma a outra conferência, exposições, “retiros”, encontros, simpósios, seminários de oradores ilustres ou da “moda”, que se empolga, que vive repetindo ideias alheias e, afinal de contas, continua sendo o mesmo indivíduo, não pode ser um Aspirante Rosacruz, um Estudante Rosacruz de fato.
Perscrute-se letra a letra, linha a linha, página a página, no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e as demais obras de Max Heindel e veja-se que todas elas são libertadoras. Os Irmãos Maiores não gostam de dependências. Temos de gravar com letras de fogo em nossa consciência anestesiada pela escravidão do mundo, que somos “príncipes”, filhos de Deus, centelhas de seu Fogo, Espíritos feitos à Sua Imagem e Semelhança tendo dentro de nós todos os divinos atributos, latentes, à espera de desenvolvimento e potencialização. Somos criadores em formação, Cristos em desenvolvimento. “Não sabeis que sois templo do Altíssimo e o Espírito Santo habita em vós?” (ICor 3:16). “O Reino dos Céus está dentro de vós” (Lc 17:21). Ensinou-nos o próprio Cristo: “Aquilo que eu faço vós o fareis e obras maiores ainda” (Jo 14:12). São promessas bíblicas, são reconhecimento de nossa divindade em formação.
Mas para que essa Individualidade se forme harmoniosamente é necessário que se a oriente honestamente em humildade, em amor, em serviço, em entendimento. Não conhecemos outra Escola que o faça melhor, do que a Fraternidade Rosacruz! Ela não é obra de mestres terrenos, de literaturas rendadas, de promessas fantasiosas, de pretensas Iniciações. Os Irmãos Maiores que a ditaram, são elevados Iniciados, conhecidos por seus frutos. Ela é simples e profunda como a própria natureza; racional e lógica como a própria nudez simbólica da verdade. Ela reúne a que há de mais atual e conveniente às necessidades internas de cada um de nós, Egos ocidentais; é uma fase mais elevada do Cristianismo, aquilo que o Cristo ainda não podia ensinar em seu tempo, porque não podíamos suportar; é o alimento sólido do “adulto espiritual”.
Respeitamos o “leite das criancinhas”; a necessidade de dependência de muitas pessoas a outras; compreendemos a curiosidade dos que buscam coisas novas, porque se encantaram com as “vestes coloridas e não podem avaliar, ainda, a essência”. Mas a Escola Fraternidade Rosacruz se destina aos simples, aos essencialistas, aos sinceros, aos realizadores, aos servidores, aos humildes, aos corajosos que podem renunciar aos acenos do passado e “buscam alcançar o Reino dos Céus por assalto” (Lc 16:16), por seu próprio esforço e orientação esclarecida da Fraternidade. Não é uma dependência; é o reconhecimento de um método melhor, mais apropriado. O Irmão Maior leva em conta as possibilidades do verdadeiro Aspirante Rosacruz e, tendo já percorrido o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, previne os desvios retardantes e o prepara para vencer as dificuldades que defrontará.
A Escola Fraternidade Rosacruz (dizemos “de Max Heindel” só porque já andam deturpando o nome “Rosacruz”) é uma compilação atualizada de todos os mistérios antigos, conciliados com os mistérios Cristãos, de modo a dar a mentalidade inquiridora e dinâmica do povo ocidental, uma explicação lógica e simples do ser humano, do universo e de sua missão no mundo. Daí chamar-se “Escola Ocidental de Mistérios, preparatória para uma Nova Era – a de Aquário –, em que seus ensinamentos constituirão a futura Religião, o Cristianismo Esotérico”.
Compreende-se, então, que ela não pode ainda atrair grande número de pessoas, porque pressupõe qualidade, porque ensina primeiro a dar, a primeiro “buscar o Reino de Deus e Sua justiça”, e por mérito, como consequência natural o desenvolvimento interno lhe venha “como acréscimo”.
Essa é a Iniciação: um processo natural de desenvolvimento interno, como decorrência do mérito que se conquista pelo domínio de si mesmo e pelo serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao seu irmão e a sua irmã que estão no seu entorno, esquecendo os defeitos deles e focando exclusivamente na divina essência oculta deles e dele, que é a base da Fraternidade. O resto é fantasia.
A Fraternidade Rosacruz é desinteresseira e sincera, desmascara ilusões e artificialismo pela simples apresentação de seus princípios racionais.
O verdadeiro Aspirante à vida superior que é um Estudante Rosacruz ativo que nela se inspira e forma se liberta de sua natureza inferior e concomitantemente, de todas as dependências externas. Não mais se desilude porque não se ilude. Sabe que seus poderes internos serão proporcionais a capacidade moral que ele desenvolve, para usá-los retamente. Não fala de si como um Mestre ou Instrutor, não conta suas “experiências”, não exibe seus recursos curadores – porque sabe que atrás de tudo isso está a Personalidade a reclamar preço, glória, reputação, que o distinga dos demais.
O verdadeiro Aspirante à vida superior que é um Estudante Rosacruz ativo é autêntico, simples, humilde, e tudo refere a Deus dentro de si; é o que ocupa o último lugar e o que busca mais servir, sem pretensões ulteriores.
Quão necessário e oportuno se compreender isto para avançar no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz!
(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – outubro/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Julho de 1912
O que você acha que foi o ponto principal da lição do mês passado[1]? O ponto principal foi o relacionamento com as minhas experiências, pois, embora os Estudantes as tenham achado de grande valor, na realidade elas são insignificantes, salvo se serviram para transmitir um ensinamento benéfico a partir delas. O valor mais importante da lição do mês passado foi a enfática e reiterada insistência sobre a absoluta liberdade pessoal na Fraternidade Rosacruz.
A esse respeito, os Ensinamentos dos Mistérios do Ocidente diferem radicalmente dos que são fornecidos às almas mais jovens do Oriente, onde cada um tem o seu Mestre – um déspota a quem deve servir como escravo em todas as coisas, da mesma forma que fez “Kim”[2] com o guru a quem seguia, pois há muita veracidade na história de Kipling. Há a obediência absoluta e inquestionável às ordens do Senhor externo, a quem vê e segue fisicamente; esse é o meio para o adiantamento espiritual; o discípulo não tem nenhum direito de escolha ou qualquer privilégio, tampouco ele tem responsabilidades.
Entre as almas mais velhas do Ocidente, que aspiram ao crescimento espiritual, não pode haver nenhum Mestre ou Guia. Nós temos que aprender a ficar sozinhos. Nós até podemos não gostar disso, e até podemos querer um Mestre ou Guia para nos livrar de responsabilidades. E neste fato está o motivo, segundo eu creio, pela qual tão grande número de pessoas inteligentes e cultas tem ingressados em círculos espiritualistas ou sociedades que proclamam os ensinamentos do Oriente. Evoluídos acima do desenvolvimento normal do Ocidente, eles sentem o Grande Além os atraindo, como o amplo espaço do céu azul atrai o passarinho que, apesar do medo, confia em suas asas inexperientes; mas o impulso interno os compele; e receosos de confiar em si mesmos, eles agarram ansiosamente a mão de “Mestres” ou “Guias Espirituais” ou, até, outros nomes que são dados, com a esperança de obter, com a ajuda desses, o poder espiritual. No entanto, a criança para aprender a andar deve engatinhar e cair no chão; deve se levantar e tornar a cair. A experiência é desagradável, mas inevitável, e isso é preferível às consequências que acarretariam atá-la a uma cadeira para evitar as quedas; nesse caso, os membros superiores e inferiores lhe seriam inúteis. E então, o mesmo acontece com os poderes espirituais latentes dos infelizes que estão sob o domínio nefasto (para os Ocidentais) dos Guias Espirituais e dos Mestres Orientais.
O “Professor” Ocidental é mais parecido como um “pássaro pai” ou “pássaro mãe”, que empurra os seus pequeninos para fora do ninho, se eles não quiserem sair por si mesmos. Podemos nos lastimar, mas temos que aprender a voar. Tomem o meu próprio caso como exemplo: empurrado para o mundo, fui incumbido de divulgar os Ensinamentos Rosacruzes; e aqui você pode ter certeza de que, muitas vezes, me faltou a respiração à medida que percebia quão gigantesca era tal missão e quão insignificantes éramos a Augusta Foss Heindel e eu. Muitas vezes, quando sentíamos que o trabalho nos ia derrubar, oramos e oramos por ajuda, mas ao olharmos para trás, podemos ver as lições que aprendemos com a batalha.
Algumas vezes, os amigos comentavam: “Oh, como gostaríamos de ter mais recursos financeiros para construir a Ecclesia e Escolas, para que o trabalho pudesse ser levado ao mundo com maior resultado”; mas, nos apercebemos que existem outras lições ante nós e que, quando estivermos prontos, os meios virão para uma maior extensão virão; até lá, as nossas asas precisam de mais treinamento.
O mesmo acontece com todos os associados da Fraternidade Rosacruz. Devemos aprender a lição do trabalho para um fim comum, sem lideranças; cada um, inspirado pelo Espírito do Amor interno, deve se esforçar pela elevação física, moral e espiritual de todo o mundo até alcançar a estatura de Cristo – o Senhor e a Luz do Mundo.
(Cartas aos Estudantes – nº 20 – do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: A lição do mês passado foi sobre “Santidade das Experiências Espirituais”:
Recebemos muitas cartas dos Estudantes que fizeram apreciações a respeito das lições anteriores, e isso foi para nós uma fonte de satisfação por notar o profundo amor que sentem pela Fraternidade e o desejo de saber “como tudo aconteceu”. Por isso é que me sinto com mais disposição do que no princípio para apresentar as minhas experiências pessoais.
Ao mesmo tempo, nunca será suficientemente salientado que o relato indiscriminado das experiências suprafísicas é uma das práticas mais prejudiciais, não importa qual o ponto de vista considerado. Na Conferência nº 11, “Visão e Percepção Espiritual”, do livro “Cristianismo Rosacruz”, essa matéria foi amplamente explicada. O “tesouro descoberto” deve ser extraído em silêncio, e aprendemos, pelo mito grego, que Tântalo foi lançado às regiões do inferno por divulgar segredos espirituais. Por outras palavras, não podemos obter a verdadeira iluminação enquanto formos divulgando os nossos sonhos e visões, contando-os aos que, declaradamente, não desejam escutar. Ao proceder assim, profanamos e depreciamos o que deveríamos reverenciar, e a profanação é capaz de focalizar a nossa visão nas regiões infernais, os estratos inferiores do Mundo do Desejo.
Por outro lado, tais narrações sempre embaraçam a credulidade daqueles que as escutam. Não há medida alguma pela qual possamos avaliar a sua exatidão. Muitas vezes parece que eles não têm uma posição prática sobre o problema da vida. Mesmo que tenhamos fé na veracidade do visionário, as suas histórias não têm valor algum, a menos que possamos descobrir nelas uma lei fundamental ou um propósito.
Dessa forma, a declaração da lei é suficiente, não necessita de atavios. A melhor ilustração sobre esse assunto foi-me dada quando descobri a lei da mortalidade infantil, lei nunca publicada até aparecer em nossa literatura.
Um dia meu Mestre me encarregou de seguir a vida de certa pessoa através de duas encarnações anteriores e apresentar-lhe depois meu parecer. Eu não tinha a menor ideia de que estava sendo enviado em busca de uma lei, mas pensei que o objetivo era desenvolver a minha faculdade para ser capaz de ler na Memória da Natureza. Quando terminei a observação, apresentei o resultado ao meu Mestre, que quis conhecer as circunstâncias em que essas mortes ocorreram. Respondi-lhe que a primeira morte daquele homem aconteceu num campo de batalha e a segunda, por doença, quando criança. O Mestre aprovou as minhas observações e encarregou-me de investigar as duas mortes de outra pessoa. Constatei que havia morrido a primeira vez por doença e, tal como no caso anterior, na segunda vez morreu ainda criança. Observei depois uma terceira pessoa, que morreu pela primeira vez num incêndio e na segunda vez me pareceu muito criança. Digo “pareceu-me”, porque dificilmente podia crer na evidência dos meus sentidos e sentia-me tímido quando informei isso ao meu Mestre. Surpreendi-me ao ouvi-lo dizer que a observação estava correta. Essa convicção foi aumentando à medida que investiguei a vida de quatorze pessoas. Na primeira vez tinham morrido por diversas circunstâncias: na guerra, em acidentes vários, por doenças etc., mas todas rodeadas pelas lamentações de seus familiares. Na segunda morte, todos passaram para o além quando crianças.
Então, meu Mestre pediu-me que comparasse essas mortes até encontrar o porquê de terem morrido em tenra idade. Por várias semanas analisei esses fatos, sem encontrar qualquer semelhança com essas várias formas de morte. Até que, num domingo pela manhã, justamente ao entrar em meu corpo, a solução irrompeu no meu cérebro. Despertei lançando o grito – Eureca! Quase caí no meio do quarto pelo salto que dei com a alegria que senti por ter encontrado a solução. Os horrores das batalhas, incêndios, acidentes, assim como as lamentações dos familiares, os privaram da profunda impressão do panorama da vida. Por conseguinte, o valor de uma vida, terminada sob tais condições, perder-se-ia se não fosse seguida da morte na infância e o subsequente ensinamento no primeiro céu, plenamente demonstrado na nossa literatura. A lei, como já foi explicada, logicamente decifra o mistério da vida, independentemente da veracidade da minha história. Como a relatei unicamente para complementar a nossa lição, sinto-me com firmeza para exortar os outros a que guardem em silêncio as suas experiências espirituais.
[2] N.T.: Kim é um livro de Rudyard Kipling (autor e poeta britânico – 1865-1936) lançado em 1901. Um pequeno resumo desse livro: Kim (Kimball O’Hara) é o filho órfão de um soldado irlandês e de uma pobre mãe irlandesa os quais morreram na miséria. Vivendo uma existência vagabunda na Índia sob o domínio britânico no final do século XIX, Kim ganha a vida pela mendicância e execução de pequenos recados nas ruas de Lahore. Ocasionalmente trabalha para Mahbub Ali, um Pashtun comerciante de cavalos que é um dos agentes nativos do serviço secreto britânico. Kim está tão embebido na cultura local que poucos compreendem que ele é uma criança branca, embora ele seja portador de um pacote de documentos do seu pai que lhe foi entregue por uma mulher indiana que tomava conta dele. Kim faz amizade com um idoso Lama tibetano que está tentando se libertar da Roda de coisas necessitando encontrar o lendário Rio da Seta. Kim se torna seu discípulo e acompanha-o na sua busca. No caminho, Kim aprende algo sobre o Grande Jogo e é recrutado por Mahbub Ali para levar uma mensagem ao chefe dos serviços secretos britânicos em Umballa. A viagem de Kim com o Lama ao longo da Grand Trunk Road (é uma das estradas mais antigas e mais compridas de Ásia. Há mais de dois milénios que tem ligado as regiões orientais e ocidentais do subcontinente indiano, ligando o sul da Ásia à Ásia Central. Começa em Chittagong, no Bangladesh ocidental, e vai para Howrah, no Bengala Ocidental na Índia, atravessa o norte da Índia para Lahore, no Paquistão, e continua até Kabul no Afeganistão) é a primeira grande aventura do romance.
Kim é enviado para estudar numa escola de nível elevado em Lucknow patrocinado pelo Lama. Ao longo do seu estudo, Kim permanece em contato com o homem santo a quem passou a amar. Kim também mantém o contato com o serviço secreto e é treinado em espionagem. Mais tarde, Kim obtém mapas, documentos e outros dados importantes dos russos que estão em busca de minar o controle britânico na região. O Lama encontra o rio e alcança a iluminação. Ao leitor é deixada a decisão sobre se Kim seguirá a estrada do Grande Jogo, o caminho espiritual do budismo tibetano ou uma combinação dos dois. Kim conclui: “Eu não sou um Sahib. Eu sou o teu chela.” (Ou seja, “Eu não sou um mestre. Eu sou o teu servo.”).
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-> Para saber qual é o Trabalho Cósmico do Cristo nesse quadrimestre: O Trabalho do Cristo no Mundo do Espírito de Vida: de Junho à Setembro de cada ano
-> Para esse Mês Solar tome como material para os seus Exercícios Esotéricos tal assunto: Depois de Chegar ao Trono ou Casa do Pai, Senhor Cristo se prepara para voltar ao Seu Mundo
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>> Para você usar no processo de Cura Rosacruz:
-> Para saber que Signo a Lua está em cada dia desse mês, e daí saber as Partes do Corpo que Não Se Deve Mexer – Julho de 2024
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Logicamente é impossível descrever num livro dado ao público em geral os estágios de Iniciação Rosacruz. Fazer isso seria um abuso de confiança, o que, ademais, seria impossível por falta de palavras adequadas para expressar os fatos.
Não é possível fazer qualquer descrição das cerimônias Iniciáticas. O primeiro voto do Iniciado é o do silêncio.
Contudo, ainda que o relato fosse permitido, não teria maior importância. Para nós, basta indicar os resultados de tais cerimônias para ter uma visão geral do caminho evolutivo.
Em síntese, a Iniciação fornece ao Irmão Leigo ou a Irmã Leiga uma oportunidade de desenvolver, em curto tempo e por meio de um treinamento muito disciplinado e intenso, suas faculdades e seus poderes superiores. Por meio delas se alcança a expansão da consciência que toda a Humanidade possuirá num futuro distante. A grande maioria só a conseguirá seguindo o lento processo da evolução comum!
Gravemos bem na nossa consciência e com letras de fogo, o seguinte: a Iniciação é um processo espiritual, e o progresso espiritual não pode ser concluído por meios físicos, mas somente por exercícios espirituais.
Entretanto, é permitido fazer um esboço geral e mostrar o propósito da Iniciação.
O Método Ocidental de Iniciação é baseado no Cristianismo e ensina o candidato, desde o princípio, a ficar sobre seus próprios pés e ser independente de outros.
É a Iniciação que transforma em poderes dinâmicos os poderes latentes do candidato que atingiu o requerido grau de evolução por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) para com o irmão e a irmã no seu entorno, focado na divina essência oculta neles – que é a base da Fraternidade – esquecendo os defeitos deles. Pois, para merecer a Iniciação nos Mundos espirituais, deve dar provas suficientes de que usará sua força e conhecimento exclusivamente para praticar esse serviço com essas especificações.
As Iniciações Menores (também chamadas de Mistérios Menores) tratam somente sobre a nossa evolução durante o Período Terrestre.
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que nas primeiras três e meia Revoluções em que passamos em torno dos sete Globos, nós não havíamos ainda adquirido a Consciência que temos hoje. Por isso é que ignoramos como chegamos a ser o que somos hoje.
O Iniciado (um Irmão Leigo) ou uma Iniciada (uma Irmã Leiga) precisa ser esclarecido (a) pelos Hierofantes sobre o assunto durante o período de Iniciação.
No primeiro grau, ou primeira Iniciação, a consciência do Iniciado ou da Iniciada é dirigida à página da Memória da Natureza que contém os registros da primeira Revolução, na qual nós recapitulamos o desenvolvimento do Período de Saturno – a Revolução de Saturno. Aí permanece em plena posse da sua consciência diária, sabe e recorda os fatos da vida do século XX, mas está agora observando conscientemente os progressos da evolucionante hoste de Espíritos Virginais (nós!), da qual era uma unidade na denominada Revolução de Saturno. Desse modo, aprende como no Período Terrestre foram dados os primeiros passos para a meta da realização; realização essa que lhe será revelada num grau posterior.
Além dessa aprendizagem, o Iniciado ou a Iniciada a última consumação da Revolução de Saturno: a Época Polar no Globo D do Período Terrestre, que é a Terra.
E, além disso, também lhe é revelado o primeiro Estrato da Terra: o Mineral.
Note aqui que o Iniciado ou a Iniciada adquiriu o conhecimento direto sobre este assunto e mais ainda: se pôs em contato direto com as Hierarquias Criadoras em sua atividade com e sobre nós. Tornou-se assim capaz de apreciar seus esforços benéficos no Mundo e, até certo ponto, de se pôr em linha com eles, convertendo-se, de fato, num colaborador ou numa colaboradora.
E é nessa primeira Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado nas noites de Sábado no Templo da Ordem Rosacruz.
Uma observação importante a ser salientada é que o Templo da Ordem Rosacruz que fica na Região Etérica do Mundo Físico não está sob qualquer vigilância. Não há exigência de palavra-passe para quem desejar entrar. Entretanto, há um muro invisível ao redor do Templo. Impenetrável para aqueles que ainda não receberam o “Abre-te Sésamo”. Cada noite esta muralha é edificada de modo diferente. Por isso se alguém, por engano ou por esquecimento, quiser entrar no Templo quando o grau vibratório da reunião está acima de seu nível, aprenderá uma lição muito pouco agradável: é possível bater a cabeça contra uma muralha espiritual.
Quando chega o tempo de passar ao segundo grau (segunda Iniciação), é solicitado a ele ou a ela dirigir sua atenção às condições da segunda Revolução do Período Terrestre – a Revolução Solar –, conforme registradas na Memória da Natureza. Então, em plena consciência, observa os progressos alcançados nesse tempo pelos Espíritos Virginais.
Também aqui, além dessa aprendizagem, o Iniciado ou a Iniciada a última consumação da Revolução Solar: a Época Hiperbórea no Globo D do Período Terrestre, que é a Terra.
E, além disso, também lhe é revelado o segundo Estrato da Terra: o Fluídico.
E é nessa segunda Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado à meia-noite do domingo no Templo da Ordem Rosacruz.
No terceiro grau (terceira Iniciação) o Iniciado ou a Iniciada segue a evolução da terceira Revolução – a Revolução Lunar.
Também aqui, além dessa aprendizagem, o Iniciado ou a Iniciada a última consumação da Revolução Lunar: a Época Lemúrica no Globo D do Período Terrestre, que é a Terra.
E, além disso, também lhe é revelado o terceiro Estrato da Terra: o Vaporoso.
E é nessa terceira Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado à meia-noite da segunda-feira no Templo da Ordem Rosacruz.
No quarto grau (quarta Iniciação) vê os progressos feitos na metade da quarta Revolução, metade essa que acabamos de passar. Durante essa quarta Iniciação Menor, ele ou ela vê a evolução da última meia Revolução com seu correspondente período de tempo em nossa estada sobre a Terra, a primeira metade da Época Atlante, que terminou quando a atmosfera densa e nebulosa se precipitou e o Sol começou a brilhar, pela primeira vez, sobre a terra e o mar. Então terminou a noite de inconsciência, os nossos olhos se abriram por completo e pudemos dirigir a Luz da razão para o problema da conquista do Mundo Físico. Foi aí que nasceu o que dizemos que somos como o ser humano tal como hoje nos conhecemos.
E, além disso, também lhe é revelado o quarto Estrato da Terra: o Aquoso.
E é nessa quarta Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado à meia-noite da terça-feira no Templo da Ordem Rosacruz.
Tendo-se familiarizado com o caminho percorrido no passado, o quinto grau (quinta Iniciação Menor) leva o Iniciado ou a Iniciada ao final do Período Terrestre, no qual uma Humanidade gloriosa estará recolhendo os frutos deste Período, levando-os consigo, dos sete Globos sobre os quais evoluiu em cada Dia de Manifestação, ao primeiro dos cinco Globos obscuros que são a sua habitação durante as Noites Cósmicas.
E, além disso, também lhe é revelado o quinto Estrato da Terra: o Germinal.
Uma vez mostrada a finalidade da quinta Iniciação Menor, em que o Iniciado ou a Iniciada se familiariza com os meios pelos quais essa finalidade há de ser atingida durante as três e meia Revoluções restantes do Período Terrestre, os quatro graus (sexta, sétima, oitava e nona Iniciações Menores) restantes são dedicados a seu esclarecimento sobre o assunto.
E é nessa quinta Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado à meia-noite da quarta-feira no Templo da Ordem Rosacruz.
No sexto grau (sexta Iniciação), também lhe é revelado o sexto Estrato da Terra: o Ígneo.
E é nessa sexta Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado à meia-noite da quinta-feira no Templo da Ordem Rosacruz.
No sétimo grau (sétima Iniciação), também lhe é revelado o sétimo Estrato da Terra: o Refletor.
E é nessa sétima Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado à meia-noite da sexta-feira no Templo da Ordem Rosacruz.
No oitavo grau (oitava Iniciação), também lhe é revelado o oitavo Estrato da Terra: o Atômico.
E é nessa oitava Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado nas noites de Lua Nova e Lua Cheia no Templo da Ordem Rosacruz.
E, no nono grau (nona Iniciação), também lhe é revelado o nono Estrato da Terra: a Expressão Material do Espírito da Terra.
E é nessa nona Iniciação Menor que o, agora, Iniciado ou a Iniciada é introduzido (a) ao ritual celebrado nas noites dos Solstícios de Dezembro e Junho no Templo da Ordem Rosacruz.
Que as Rosas floresçam em vossa Cruz
Nossa vida aqui é de curta duração (quiçá 70, 80 anos contra, em torno, de 1000 anos de vida celeste!). Deveríamos perguntar-nos: Que uso posso fazer de minhas forças para delas tirar o melhor partido possível enquanto estou peregrinando nessa vida terrestre? Como posso contribuir mais para a glória de Deus e o bem-estar dos meus semelhantes aqui e agora? Pois é isso somente que dá valor à vida aqui!
Nosso desenvolvimento físico depende da nutrição de nosso organismo – do nosso Corpo Denso –, consequentemente, de nossa alimentação. É de admirar que muitos de nós, possuidor de poderosa inteligência, menosprezemos a influência da alimentação sobre a preservação da nossa própria saúde. Não temos o direito de prejudicar nenhuma das funções do nosso Corpo Denso, seja ela qual for. Se o fizermos, sofremos seguramente as consequências, pois a Lei de Causa e Efeito é inexorável, pois é uma das Leis de Deus.
Está nas mãos de cada um de nós ser o que devemos ser. As bênçãos da vida presente e as da vida futura nos são sempre acessíveis. Uma Personalidade de elite ou uma vida infeliz dependem do nosso procedimento. A alimentação tem influência decisiva na nossa formação física, emocional e mental.
Apesar de todas as evidências dessa verdade, muitos de nós comem e bebem desordenadamente, sem se preocupar com as consequências decorrentes da escolha dos alimentos. Como efeito disso, como consequência disso, os desejos, as emoções e os sentimentos inferiores (que é o que conseguimos coletar das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo e expressar por meio do nosso Corpo de Desejos) dominam e as inclinações para a autodestruição destroem tais irmãos e irmãs.
Se caprichamos na escolha dos nossos alimentos (se precisar, gastando até mais do que roupas, divertimento, automóveis e outros bens materiais), temos como efeito disso, como consequência disso, os desejos, as emoções e os sentimentos superiores (que é o que conseguimos coletar das três Regiões superiores do Mundo do Desejo e expressar por meio do nosso Corpo de Desejos), o que se traduz em ideais nobres e elevadas aspirações. Como aprendemos quando nos dedicamos a assimilar os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, aqueles irmãos e aquelas irmãs que fazem uso de alimentos animais (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins) nem sempre têm lúcido o cérebro nem bem ativa a inteligência, porque o uso da carne animal tende a tornar impuros os tecidos, em detrimento das faculdades intelectuais, predispondo, igualmente, para as doenças e enfermidades (muitas delas a própria Ciência material já chegou a essa conclusão, comprovando com testes e mais testes). A carne animal não é indispensável para a manutenção da força e saúde, como muitos ainda advogam. Um exemplo disso nos vem dos cocheiros noruegueses, que não conhecem o uso da carne animal, acompanham seus carros que transportam turistas, por estes guiados, correndo três ou quatro léguas ao lado deles.
Desde o século XIX, o vegetarismo vem sendo considerado, pelos investigadores insuspeitos e imparciais, como regime capaz de proporcionar saúde e força física, bem como acuidade mental e firmeza de caráter.
Apesar de que muitas pessoas praticavam o regime, foi Jean-Antoine Gleizes (1773-1843, um escritor francês e defensor do vegetarianismo, extremamente popular e influente na sua época, com estudos e argumentos muito interessantes no seu livro: Thalysie: ou La Nouvelle Existence, em 1840) o grande apóstolo do vegetarianismo daquele século. Estudando o assunto, do ponto de vista fisiológico e científico, em seu livro Thalysie, assentou as bases do vegetarianismo. Sob sua inspiração formaram-se sociedades vegetarianas na Inglaterra, onde os adeptos do novo regime se tornaram numerosos; editaram-se revistas, fizeram-se conferências e usaram-se outros meios de divulgação, tendo o Governo inglês publicado um livro de cozinha vegetariana, com o objetivo de proporcionar à população uma alimentação mais saudável e mais barata. O proselitismo alcançou a indústria. M. Hills, dirigente de vastas oficinas de construções navais em Blackwall, fundou a London Vegetariana Association. A grande maioria do pessoal dessas usinas, tanto operários como intelectuais, seguiram o regime vegetariano, abandonaram o uso do vinho, da cerveja, dos aperitivos, do uísque e afins, com grande aproveitamento para a saúde e a eficiência.
Hill montou uma fazenda com o objetivo de dar trabalho aos desempregados, em Wickford Essex, a cerca de vinte e cinco quilômetros de Londres. Muitos pobres aí chegaram em estado de grande miséria. Depois de três ou quatro dias, dormindo na fazenda e nutridos sob regime vegetariano, passaram a ganhar bom salário.
Em relatório ao Congresso Vegetariano, o secretário da Sociedade concluiu, nos seguintes termos: “Temos, portanto, em nossas fileiras, operários praticando os mais rudes trabalhos de forja, laminação, altos fornos, funcionários de escritório, homens velhos e enfraquecidos por privações que, graças ao nosso regime, chegam a recuperar sua atividade e a ganhar a vida facilmente no trabalho da fazenda e das oficinas”.
Muitas sociedades vegetarianas se fundaram em várias cidades inglesas. Um restaurante vegetariano fornecia uma refeição por preço duas e meia vezes menor que o preço de uma refeição que contivesse carne animal.
Logo, na Alemanha, surgiram sociedades para o estudo e divulgação do vegetarismo. Entre elas se destaca a Deutscher Vegetarier Band que afinal se tornou “pangermânica” e publicou um jornal — o Vegetarische Warte.
Na Áustria e na Hungria os restaurantes vegetarianos tiveram grande popularidade.
Nos Estados Unidos o vegetarismo se instalou, independentemente da influência de Jean-Antoine Gleizes.
Os adeptos do regime que preconizava o uso do pão integral e arroz integral foram denominados de “papa-farelo”, e ridicularizados. A Ciência, pouco tempo depois, sancionou a prática. Hoje, há em todo o mundo centenas de fábricas de alimentos não refinados, de base vegetarista, que proporcionam nutrimento saudável. Em todo o mundo milhões de pessoas doentes se recuperam com o uso da dieta vegetariana bem orientada. Com base na mesma orientação, há, no Brasil, hospitais, clínicas e sociedades que difundem esses conhecimentos e os praticam, visando ao aperfeiçoamento da Humanidade, tanto do ponto de vista pessoal como coletivo, buscando contribuir para a glória de Deus e o bem-estar de seus semelhantes.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1967-Fraternidade Rosacruz-SP)
Nas épocas pré-cristãs, os mais aptos receberam grandes ensinamentos por meio das Iniciações de então. Grandes templos foram erguidos, nos quais celebravam-se os rituais Iniciáticos. As ruínas encontradas nas margens do Nilo revelam as características de um momento nesse Esquema de Evolução em que as Iniciações se processavam aqui na Região Química do Mundo Físico.
Com o advento do Cristianismo, surgiu uma nova fórmula de Iniciações. Durante os três primeiros séculos “depois de Cristo”, a Religião Cristã foi a guardiã das Iniciações ocidentais. S. Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios, diz: “Leite vos dei a beber; não vos dei alimento sólido porque ainda não o podereis suportar” (ICor 3:2). Tendo o mundo submergido cada vez mais no materialismo, tais ensinamentos foram sendo relegados ao esquecimento. Os Templos para Iniciações, porém, ainda subsistem na Região Etérica do Mundo Físico.
Cada grande Religião tem o seu Templo, sendo por ele inspirada e dirigida em seu serviço. A Bíblia indica o lugar onde se encontra o Templo Místico de nossa época, quando faz referência à Nova Jerusalém.
A quadrangular cidade de Ezequiel e a das revelações são descrições dos Templos da Nova Época, como também dos corpos sublimados das pessoas pioneiras que neles servirá.
Ezequiel viu uma cidade formada de essência sublimada dos Elementos: Fogo, Ar, Água e Terra. Essa cidade tem doze portões de entrada, sendo três de cada lado.
Cada um identifica-se com um dos Signos do Zodíaco. Conjuntamente simbolizam o Corpo-Alma, o qual nos habilitará ao encontro com Cristo nas nuvens da Cidade Santa. São as doze rosas na Cruz da Humanidade, cujo desabrochar será realidade naquele glorioso porvir.
Em redor dessa cidade não há fortificações ou armamentos, pois não existirão contendas. Será habitada por uma Humanidade renovada. A Nova Cidade será construída da essência sublimada dos quatro Elementos. Tem a mística medida de 144 côvados (1 + 4 + 4 = 9, o número da Humanidade). São doze portões guardados por doze Anjos. Nesses portões acham-se inscritos os nomes das doze “tribos de Israel”, simbolizando o elevado impulso das doze Hierarquias Criadoras.
Os doze fundamentos ou essências dessa cidade têm os nomes dos doze Apóstolos de Cristo. Simbolizam o “o ser humano integral”.
(Traduzido por F. P. Preuss da Revista Das Rosenkreuz e publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – março/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Maria, a mãe de Jesus, foi o coração de compaixão e compreensão. Quantos de nós teria prestado suficiente atenção à vida e ao trabalho de Maria?
Ela veio cumprir uma missão especial, assim como José e Jesus. A missão dela não foi somente dar à luz ao homem Jesus, que mais tarde cedeu seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital a Cristo, mas veio também elevar as condições de toda a Humanidade em virtude do fato de que foi a mãe de Jesus, o indivíduo humano mais importante que já nasceu em toda a história do mundo.
Quando estudamos as vidas de Jesus e de Maria, nos surpreendemos um tanto com a resposta que ela recebeu de Cristo-Jesus, que lemos no Evangelho Segundo S. João 2:4 em relação à conversão da água em vinho. Ele lhe respondeu de um modo admoestador: “Que tenho eu contigo, mulher? Ainda não é chegada a minha hora”.
Porém fixemos atenção na resposta dela, dirigida aos servos: “Fazei tudo que Ele vos disser”. Note-se quão cuidadosamente ela aplainava o caminho para que se consumasse seu primeiro milagre.
Maria e José foram a Jerusalém para a festa da Páscoa, como era costume naqueles dias. Quando voltaram para casa perceberam que Jesus não estava entre eles, voltaram a Jerusalém para achá-lo e o procuraram durante três dias até que o encontraram no Templo entre os sábios e doutores. Todas as mães sabem o que se sente na busca de um filho perdido.
Maria, conhecendo a missão que Jesus trazia, estava desconcertada com seu desaparecimento. Quando o encontrou lhe perguntou por que havia se comportado daquela maneira para com seus pais, e vejamos a resposta dele, como se indica no Evangelho Segundo S. Lucas, 2:49: “Por que me procuráveis? Não sabeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?”. Isto não indica que Jesus, ainda sendo um rapazola, pois tinha então 12 anos, estava plenamente inteirado da parte que lhe correspondia representar, e que tinha que permitir que o Cristo utilizasse seu Corpo durante os três anos de seu ministério?
Maria em seu próprio nome nos traz à mente muitas coisas que nos sãos queridas. Vejamos a letra “M” quantas palavras começam com esta letra: Mãe, multidão, maná, matéria, metafísica, mar, e outras mais. Também temos outras Marias relacionadas com a vida de Jesus, e cada uma delas cumpriu sua missão.
De acordo com Max Heindel, sabemos que Maria e José foram grandes Iniciados. Estavam plenamente conscientes da missão que lhes cabia, assim como Jesus. Também sabemos que através de muitas vidas Maria, José e Jesus haviam renascidos juntos, principalmente Maria e Jesus. Assim como no caso dos grandes músicos, como é de notar nas vidas da célebre família dos Bach. Quando Cristo-Jesus falava com Maria e lhe dava aquelas respostas, era orientado por Cristo e não pelo homem Jesus.
Podemos entender melhor quando Cristo-Jesus, em seu último alento pôs Sua mãe aos cuidados de João, Seu Discípulo, segundo lemos no Evangelho Segundo S. João 19:26-27: “Vendo Jesus sua mãe, e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe“. Fica demonstrando assim o laço profundo entre a mãe e o filho, e que quase Seu último pensamento e ordem foram dela e para ela.
Nos tempos presentes, vemos a mulher tomando o lugar do homem, em alguns casos, e o homem tomando a lugar da mulher em outros casos. Natural e ótimo que isso está ocorrendo. No entanto, há coisas que só a mulher consegue fazer melhor que o homem e vice-versa. E não seria de outra forma, já que quando renascemos em um Corpo Denso feminino é porque escolhemos expressar com mais facilidade a Imaginação do que a Vontade. E quando renascemos em um Corpo Denso masculino é porque escolhemos expressar com mais facilidade a Vontade do que a Imaginação. Um desses lugares e afazeres vemos em um lar. A mulher tem muito mais facilidades, jeito e qualidades para transformar qualquer lugar em um lar e cuidar dele como nenhuma outra pessoa consegue fazer. Maria cumpriu seu trabalho familiar, em um lar, muito bem. Trabalhou com José, porém não encontramos nenhum indício de que ele tivesse ou exercera domínio sobre ela. Porém, encontramos muitos relatos do trabalho de Maria no lar. Sabemos que a veste de uma só peça que Jesus usava quando foi crucificado foi tecida por Maria.
A grande influência que as mulheres têm na vida dos homens está indicada pelo muito conhecido provérbio que diz: “A mão que embala o berço, governa o mundo”. O êxito do homem é, muitas vezes, devido a influência de sua esposa, mãe ou noiva. Temos muitos exemplos disto e todos os grandes homens dão muito crédito aos conselhos maternos. Abraham Lincoln (16º presidente norte-americano – 1861-1865) disse que tudo o que ele era e esperava ser se devia a sua mãe. Em todas a grandes crises encontramos a uma mulher por trás dos bastidores. Nem todas as mulheres com tais capacidades foram boas quando, então, provocaram muitos distúrbios no mundo, mas o fato é que sempre existe alguma mulher no fundo da questão.
De acordo com a Bíblia, José era muito mais velho do que geralmente se supõe. Quando lemos sobre sua participação no plano, notamos sobretudo, seu amoroso cuidado por Maria e Jesus, e sua devoção e completa obediência à vontade de Deus. Todos os seus pensamentos convergiam à ternura para com a mãe e o filho. José deu por cumprida sua missão quando Jesus estava pronto para ceder seu Corpo a Cristo. Somente Maria esteve com Cristo-Jesus com seu amor e devoção, até Cristo-Jesus libertou-se do Corpo Denso, na cruz.
Durante os trinta anos da vida de homem, Jesus obedeceu a todas as leis vigentes aqui. Porém quando o Cristo tomou posse do Corpo Denso e do Corpo Vital de Jesus, no batismo, começou a mudar as leis e dar novos ímpetos ao mundo. Tão logo Cristo-Jesus começou Seu ministério, as mudanças foram maiores e em três curtos anos consolidou a missão para a qual havia vindo, ou seja, a de Salvador do Mundo, inaugurando as condições Cristãs que temos hoje, para quem quiser abraça-las.
Não nos esqueçamos das outras Marias que tomaram parte nas vidas de Maria e de Jesus. Não é estranho que as três tivessem o nome de Maria? Cada uma delas ilumina alguma das fases da vida da mulher. A história de Maria e Marta é uma das quais estamos familiarizados. Por que Maria estava com Cristo-Jesus enquanto Marta trabalhava? Porque Maria Madalena limpou com azeite perfumado os pés do Nazareno? Por que elas tinham parte na missão de Cristo-Jesus? Maria Madalena é uma das Marias que mais nos intriga. Ela tomou parte na redenção. Ela trabalhou seu destino por meio da superação de sua Mente e de sua Alma. Todos sabemos que Maria Madalena havia quebrado muitas leis, porém com a ajuda de Cristo-Jesus, se redimiu, e começou uma nova vida.
Aproximava-se a hora em que Cristo-Jesus tinha que se apresentar aos Judeus como seu Rei e Messias prometido. Quantas alegrias sentiria o coração de Maria ao observar o seu filho fazendo os primeiros milagres de cura. Quanto teria sofrido ao saber que seu filho bem-amado teria que caminhar sozinho os anos restantes de Sua vida. Eis aqui uma grande lição para todas as mães. Quantas há que quando chegue a hora em que seus pequeninos tenham que provar suas próprias asas, e começar a viver suas próprias vidas, estão dispostas a lhes dar a liberdade de que necessitam?
Estudamos no Evangelho Segundo S. Mateus (12:46-50) que quando Cristo falava às multidões, Maria e Seus Irmãos vieram e desejavam falar-Lhe, e sua resposta foi: “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos? Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Maria compreendeu isto porque sabia que já não tinha o mesmo laço familiar com o Cristo como o tinha com Jesus. Sabemos que durante os últimos dias e noites de prova, Maria falava com Deus e que teve que receber muitas bênçãos, porque valentemente continuou sua missão até o final.
Com a alegria que Maria teve com o menino entre os braços, também teve a dor de sustentar o corpo de Cristo-Jesus, enquanto José de Arimateia procurava o pano para envolver o corpo. Depois de Seu corpo ter sido levado, Maria foi com João Evangelista, pois já sabemos que esse a levou para sua casa e cuidou dela. Maria viveu o suficiente para saber que a missão para a qual ela e Jesus haviam vindo se havia cumprido, e que havia feito tudo de acordo com a vontade e guia Divina.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – setembro/1979 – Fraternidade Rosacruz – SP)