Arquivo de categoria Material de Auxílio aos Estudos de Astrologia Rosacruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Nutrição e a Lua, Saturno, Marte e Urano

A alimentação possui três elementos principais: proteínas, que reparam o tecido; carboidratos, que são convertidos em açúcar e fornecem energia; e gorduras, que são o suprimento de reserva energética armazenado no corpo para uso em emergências. A digestão também é tripla: na boca extraem-se os açúcares, mas a saliva não atua sobre as proteínas e as gorduras; no estômago, o suco gástrico converte proteínas em peptonas, mas não age sobre as gorduras e açúcares; no intestino, o suco pancreático decompõe as gorduras em partículas menores, que são misturadas com água (linfa) em um fluido semelhante ao leite, que é chamado de quilo. A digestão de açúcares e proteínas, realizada apenas parcialmente na boca e no estômago, também é concluída no intestino.

Os açúcares e as peptonas extraídos na boca, no estômago e no intestino são transportados ao fígado pela veia porta, e nesse órgão o material residual é extraído como bile e o fluxo de nutrientes limpos é canalizado ao coração pelas veias hepática e cava inferior, para atender às necessidades imediatas do corpo.

As gorduras, quando transformadas em quilo, são absorvidas pelos lácteos (portadores de leite), aderidas ao intestino, passam pelo duto torácico situado na frente da coluna vertebral e vão à veia subclávia esquerda. Lá, elas entram no sangue e vão para o coração. Quando mais alimento do que o necessário é ingerido, a gordura é armazenada para uso futuro.

A Lua rege os órgãos digestivos, a linfa e o quilo. Quando Saturno aflige a Lua, o metabolismo é obstruído, tanto a linfa como o quilo não são secretados em quantidade suficiente para manter o corpo sadio e as pessoas adquirem aparência murcha.

Marte controla os movimentos musculares e os músculos que são semelhantes em construção a um eletroímã; as correntes de desejos circulam em torno da origem, exercendo atração magnética sobre a inserção. Quando Urano está em Quadratura ou Oposição a Marte, o resultado é o reumatismo muscular; porém Saturno rege os ossos, produzindo o reumatismo articular. Marte é o responsável pela inflamação em ambas as doenças.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de setembro/1918 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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Transmutando Quadraturas em Trígonos

Transmutando Quadraturas em Trígonos

O Ser Supremo se manifesta em Seu Aspecto tríplice como FORÇA, PALAVRA e MOVIMENTO, que correspondem à Vontade, Sabedoria e Atividade do Deus do nosso Sistema Solar, respectivamente. A Trindade, unidade perfeita, o Deus Trino, é representado astrologicamente pelo Trígono. Deus, a Palavra Criadora, falada ou transformada nos seres dos diferentes mundos com suas infinitas formas, formas essas copiadas e moldadas em detalhes pelas Hierarquias Criadoras emanadas Dele. Essa criação ainda continua. A partir da atividade, matéria em movimento e força em ação temos a Quadratura astrológica.

A abordagem mais próxima que temos de um símbolo visível de Deus é o Sol, globo de luz e vida. Seus mensageiros e assistentes são as Inteligências espirituais nos Planetas, nas estrelas fixas das constelações e no Zodíaco. Na imensidão e esplendor do nosso Sistema Solar podemos ler a Palavra de Deus, guiando o ser humano como um Deus em formação no seu caminho evolutivo em direção à perfeição, da impotência à onipotência, do Espírito Virginal para uma Inteligência autoconsciente, espiritual e criadora.

As grandes Leis de Renascimento e de Consequência explicam, da maneira mais satisfatória e iluminada, a razão e o método da longa peregrinação do espírito através da matéria. Isso pode ser comparado a um período de treinamento e a uma escola. A vida é uma escola cujo propósito, fim e objetivo não é brincar, mas sim trabalhar, aprender lições, ganhar experiência, conhecimento e sabedoria para que possamos melhorar e avançar para os campos mais altos do nosso esforço. Nossa vida atual pode ser comparada a uma aula dessa escola. Quando voltamos das férias, nossa estada nos Mundos superiores, recomeçamos de acordo com o nosso aproveitamento anterior.

O horóscopo calculado para o momento da nossa primeira respiração constitui o nosso relatório da encarnação precedente, com boas e más notas. É certificado do nosso caráter anterior, que precisa ser melhorado ou não, de acordo com nossa escolha.

Os Anjos do Destino, representados no horóscopo pelos ângulos, consideram nossas piores notas, como Aspectos adversos, a Quadratura e Oposição. Nos lugares do mapa em que esses Aspectos aparecem sabemos que indicam fraqueza, deficiência ou quebra das leis da Natureza.

A Quadratura mostra forças desarmônicas, produzindo dor e sofrimento. Impele-nos a adotar novas condutas, a retraçar nossos passos e a corrigir nossos erros.

Uma Quadratura corresponde a 1/4 do círculo de 360 graus, ou seja, 90 graus.

A Oposição corresponde à metade de 360 graus. Isto é, 180 graus. Reduzindo a unidades numerológicas (360=3+6+0, 90=9+0, 180= 1+ 8+0) cada uma representa o número 9, número da Terra e o “número do homem” – número da humanidade no atual e incompleto estágio da evolução.

O Trígono constitui o triângulo do mérito, demonstrando boas qualidades de caráter e boas oportunidades adquiridas. O Trígono no nosso horóscopo representa, na verdade, que já trabalhamos duro nessa área.

Devemos lembrar-nos que as assim denominadas boas e más configurações não ocorrem ao acaso ou por sorte; são ambas o produto de nossos próprios atos voluntários no passado. De acordo com a imutável Lei de Consequência, nada vem até nós que não mereçamos, nada colhemos que não tenhamos semeado, seja bom ou mau. Todas nossas tentativas de fuga são inúteis, embora possamos passar por várias vidas até que o destino esteja maduro. Não se trata de retaliação, castigo ou retribuição, apenas a ação eterna da justiça.

Qualquer erro ou injustiça que tenhamos cometido necessita ser corrigido. As estrelas mostram pormenorizadamente a época em que o débito é devido. O pagamento precisa ser feito. Fugir disso está além de nossas forças. Mas entendamos como um todo, que embora exista um certo destino do qual não podemos escapar, temos a oportunidade de utilizar nosso livre arbítrio para modificar causas que já estejam em andamento. Oportunidades para o bem, para melhoria, para o autocontrole e para o serviço são colocadas à nossa frente, uma a uma, em sucessão ordenada. Entretanto, como nós, espíritos livres e independentes, iremos encontrá-las não pode ser determinado de antemão. Podemos até não as perceber como oportunidades. Podem desaparecer antes mesmo que notemos suas possibilidades.

Quando iniciamos o maravilhoso estudo da ciência esotérica denominada Astrologia, às vezes, nos desencorajamos e nos tornamos impacientes. Parece-nos que tão vasta quantidade de conhecimento nunca poderá ser captada pela nossa frágil Mente. Mas, a firmeza, a persistência paciente e a determinação serão finalmente recompensadas. Então a chave dos céus nos será dada.

Quando essa chave, esse conhecimento astrológico, nos é dado, o que fazer com ele? Poderíamos dizer: “Usá-lo em favor da humanidade”. Mas o que realmente significa isso? Uns poderiam dizer: “Já tenho muito o que fazer como posso ajudar os outros?” Outro dirá: “Meus problemas me sufocam, não estou bem, tudo dá errado. Quando mais faço ou tento, mais as coisas pioram. Estudei meu horóscopo e tenho tantas Quadraturas que não vejo esperança para mim”.

Lógico que há esperança. Volte ao seu mapa. Vá ao silêncio do seu coração e comece a analisar a si próprio. Adote uma firme resolução para mudar a parte desagradável da sua disposição, elimine o medo, a dúvida e a suspeita. Eleve seu coração em prece. A luz interna começará a surgir e você verá mais claramente. Inicie então um processo sistemático e contínuo para evitar as faltas mais evidentes e que tornam infelizes seus semelhantes.

Você poderá dizer: “Mas, são os outros que com suas atitudes e temperamento difícil tornam minha vida mais dura”. Não importa. Lembre-se que a Lei de Causa e Efeito os trouxe até você. Preste atenção a si mesmo. Não tente mudar os outros até que você tenha melhorado você mesmo.

Procedendo assim, sua conduta, seu comportamento e a luz que brilhará em você, reagirão sobre os demais e a pouco e pouco a atmosfera carregada de discórdia se clareará. Aí você entenderá melhor seus irmãos e suas irmãs. Dessa maneira, você terá o que de melhor se pode obter de suas Quadraturas astrológicas e fará, do seu assim chamado horóscopo ruim, um frutífero e abençoado modelo de vida.

Agora finalmente você chegou ao ponto no qual, por meio do seu conhecimento astrológico e da demonstração pessoal do seu valor prático na vida diária, você poderá confortar e auxiliar aqueles que estão lutando para encontrar a luz.

Use sua Astrologia Rosacruz para esse propósito.

A força mais poderosa no universo é o AMOR. O amor casado à razão, as faculdades da Mente inteligentemente dirigidas, corpo e espírito, estão transformando o mundo em outro Jardim do Éden. Com o poder da imaginação e com a faculdade da intuição construa para si mesmo ideais de paz, beleza e harmonia. Siga-os com pensamentos puros e reto viver. Então acrescente energia a esses ideais com um intenso sentimento de compaixão para a humanidade.

Dessa forma, as Quadraturas do seu horóscopo serão transformadas e terão o poder dos Trígonos.

(Por H. Petito publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP de julho-agosto/1993)

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A Astrologia e os Modos de Comunicação

A Astrologia e os Modos de Comunicação

Nós usamos a Astronomia para monitorar as estações e navegar no mar, mas utilizamos a Astrologia espiritual para compreender as pessoas e rastrear o comportamento humano. A Astrologia nos fornece as ferramentas e percepções para melhorar a comunicação em nossos relacionamentos, seja como pais, esposas, colegas de trabalho, amigos.

No mundo de hoje, as habilidades de comunicação são mais importantes do que nunca. Elas são um fator importante para informar as pessoas sobre eventos atuais, política e cultura. Existem diferenças básicas entre todos nós como comunicadores. Leia as classificações a seguir e use seu conhecimento astrológico para determinar o Astro, o Signo e o foco da Casa que se correlacionam com a caracterização de cada personalidade. Um conjunto possível de respostas está no final desse texto.

O animador é um conversador maravilhoso. Suas histórias são impressionantes e ele tem instintos dramáticos muito bons. Usa a pausa extensa, a arte do exagero e uma voz poderosa, dinâmica, para causar impacto. As pessoas notarão sua tendência de exagerar nas realizações ou aproveitar um pouco de drama; mas no geral é divertido conversar com ele. Esse tipo brilha nos campos de publicidade, promoções e vendas. Sua maneira de administrar a conversa frequentemente é exagerada. Ele não pode ser esquecido porque gravita naturalmente para o centro das conversas e raramente é encontrado nos cantos.

O diplomata tem um instinto infalível para o que as pessoas querem ouvir. É o anfitrião perfeito, sabendo quem deve se sentar perto de quem. Ele conhece todas as rixas ou brigas entre amigos e inimigos e consegue impedir que as penas estejam agitadas quando a festa está em sua esfera. É mestre em atenuar momentos embaraçosos, bem como neutralizar reações de raiva. Às vezes, as pessoas se perguntam de que lado ele está ou se está prestes a mudar de lado, mas sua capacidade de tolerar e encontrar o meio-termo comum é um grande presente social e espiritual.

O duelista verbal adora uma boa discussão! Ele parece procurá-las e prosperar em uma atmosfera de debate e confronto. A raiva não o perturba. Emoções fortes parecem alimentar seus instintos competitivos. Ele está determinado a estar certo e provar que é superior às outras pessoas, verbalmente ou de outra forma. Ele lida bem com as crises e pensa de maneira palpável; porém seu estilo contundente e abrasivo é difícil de aceitar para muitas pessoas.

O escritor lembra a todos do seu professor de português. É ele quem corrige a gramática das pessoas. Ele muda o texto que você escreveu para obter a frase “certa”. É rígido quanto à ortografia, pontuação, pronúncia, enunciação e todos aqueles detalhes que a maioria das pessoas esquece. É ótimo em fazer listas e identificar áreas que precisam de melhoria. Muitas pessoas o descrevem como bastante crítico e alguém que está sempre julgando. Ajudá-lo a direcionar sua faculdade crítica para o Mundo Físico, em vez das declarações das pessoas ou personalidades, é uma boa ideia. Ele brilha ao focar a atenção nos detalhes, ordenando-os e organizando com pensamento lógico.

O rebelde é um pensador não convencional que adora chocar as pessoas. Esse indivíduo pode fazer declarações apenas para chatear os outros, para “apertar seus botões”, desafiar suas suposições, fazer com que questionem seu pensamento estereotipado. O rebelde é um não-conformista que pode ser único e original no pensamento e na comunicação. Os computadores e tecnologia da nova era costumam ser atraentes para esse tipo. Essa é a pessoa que gosta muito de e-mail e formas modernas de envio de mensagem. É também aquela que pode ser caótica, esquisita e “fora do comum”, às vezes, no que diz ou como diz. Os rebeldes terminarão suas frases, interromperão e falarão em disparos e explosões porque suas Mentes estão constantemente pulando de ideia em ideia.

O empata, principalmente na ficção científica, uma pessoa com a capacidade paranormal de apreender o estado mental ou emocional de outro indivíduo, é intuitivo e se relaciona mais com emoções do que com as palavras. Ele está ciente de todas as nuances por trás das palavras ou entre elas. Porque valoriza o silêncio e a meditação, você pode ter que puxá-lo para fora da sua introversão. Ele entende muitas coisas, particularmente sobre as motivações que conduzem as pessoas. Tem a Mente imaginativa, poética e pode fazer belas músicas com o uso da linguagem. Prefere conter-se a machucar alguém e está tão informado do que pode ser quanto do que é.

O sábio é um aventureiro, um explorador — mental e fisicamente. Ele percorrerá todo e qualquer atalho ou rodovia mental. Perguntas relativas a questões últimas assombram seus dias e ele supõe que as discussões filosóficas ou religiosas sejam irresistíveis. Fale com ele sobre significados e esteja preparado para horas de diálogo! Ele prefere falar a ouvir e tem um grande senso de humor para compensar suas ocasionais observações pomposas. Obcecado pela verdade, princípios morais e questões de valor, pode ser acusado de “colocar o pé na boca” devido à sua aspereza incontrolável. Muitas pessoas apreciam saber exatamente onde estão com ele. Graças ao seu otimismo natural, consegue encontrar a luz de esperança em quase todas as nuvens negras.

O realista é o “cidadão sólido” e está focado nos resultados. Ele frequentemente se comunica em termos de tarefa. Na verdade, pode ser bastante silencioso em ambientes sociais, porém é bastante articulado quando na hora de realizar um trabalho específico. Ele prefere uma comunicação sensata, sem emoção, que aponte uma consequência previsível e ajude a produzir resultados tangíveis. Ele acredita em respostas certas e erradas e se esforça para respaldar o que acredita ser adequado.

Como as descrições anteriores sugerem, o potencial para conflitos humanos é abundante. O rebelde luta contra o realista. O empata imagina que o dualista verbal seja doloroso. O escritor é desanimado pelos exageros do animador e este fica frustrado com as picuinhas daquele. As variações desses possíveis conflitos são múltiplas. No entanto, é possível modificar nossas próprias mensagens para que possamos nos aproximar uns dos outros. A Astrologia aumenta o conhecimento e a compreensão. Cabe a cada um de nós apoiar as próprias habilidades de comunicação para que possamos nos comunicar de maneira mais eficaz e amigável com outras pessoas. Com amor, todas as coisas são possíveis.

Respostas.

(1) Sol,            Leão,               5ª casa.

(2) Vênus,       Libra,              7ª casa.

(3) Marte,       Áries,              1ª casa.

(4) Mercúrio,  Virgem,           6ª casa.

(5) Urano,       Aquário,          11ª casa.

(6) Netuno,     Peixes,             12ª casa.

(7) Júpiter,      Sagitário,         9ª casa.

(8) Saturno,    Capricórnio,    10ª casa.

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(Publicado na revista Rays from the Rose Cross September_October/1995 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Ciência Sagrada das Estrelas

A Ciência Sagrada das Estrelas

Deus é um escritor; o Espaço é sua página; as estrelas, Seu alfabeto; os meteoros, Suas vírgulas; os vastos ciclos do Tempo, Suas frases.

— Francis Merchant

A Religião da Sabedoria pode ser encontrada, em sua forma mais elevada e pura, na Ciência das Estrelas. Nos tempos antigos, antes que a humanidade descesse às profundezas atuais do materialismo, a Astronomia e a Astrologia eram uma só. O universo externo era corretamente concebido como a manifestação exterior de um Espírito Criador, interior e todo penetrante que chamamos de Deus. Quando adoravam o Sol, a Lua e as Estrelas, eram os sublimes Espíritos Cósmicos que residiam nos orbes celestes que os povos reverenciavam.

Em nossa época, o estudo das estrelas é realizado, em grande parte, vazio de espírito. Por meio de telescópios cada vez mais poderosos, perscrutamos o espaço incomensurável, mapeando as posições e os cursos de incontáveis corpos celestes. No entanto, como um dos personagens de Shakespeare observa na obra: Trabalhos de amores perdidos.

Esses Padrinhos terrenos das luzes do Céu

Que dão nome às estrelas que fixas são

Não aproveitam suas noites brilhantes mais

Do que aqueles que caminham sem saber o que são.

A Astronomia deveria ter, como uma das suas funções, a de ler a literatura escrita por Deus no Livro do Céu sobre a atividade de todas as criaturas do universo. Não apenas o que aconteceu no passado e o que está acontecendo no presente são expressos aí, mas o que acontecerá no futuro também. Uma vez que dominemos a Astronomia, portanto, Deus terá o prazer de nos contar tudo sobre o mundo.

A Grande Educação de Deus pode ser tocada pelo ser humano através dos fenômenos naturais da Natureza, sempre que ele abre a porta da sua Mente e se une ao Grande Espírito do universo. Vista por essa luz, a vida de todas as criaturas, para não falar da humanidade, deve ser conduzida de acordo com o “espírito sol-lua-estrela”; ou seja, o símbolo de Deus.

A melhor forma de ler a Astronomia é fazer dos céus estrelados um objeto de estudo científico e, então, tentar apreender o espírito de cada um dos corpos celestes que aparecem em seu exterior. De acordo com minha explicação, o mais importante é interpretar de modo espiritual a aparência externa da esfera celestial.

Tal interpretação pode ser facilmente compreendida tomando uma pessoa como exemplo. Mesmo quando a encontramos pela primeira vez, podemos falar sua idade, trabalho, caráter, expectativa de vida, destino e muitas outras coisas, observando sua aparência externa.

Também pode-se buscar o Grande Espírito no órgão ativo do universo por meio de sua aparência externa. Quando se pratica a Astronomia com isso em mente, a pessoa será capaz de perceber claramente que todas as coisas no universo são criadas quando os espíritos duais do Céu e da Terra são combinados. A origem da atividade dos fenômenos naturais produzidos pelo Deus-Natureza é a missão principal atribuída à Astronomia.

Os corpos celestes são, de fato, feitos de matéria física; porém, na realidade, eles nada mais são do que o vaso do espírito. Aqueles interessados em, e que tentam dominar a, Astronomia, portanto, devem se devotar à compreensão do significado da espiritualidade dos corpos celestes. A ciência da Astronomia pode se animar e provar seus méritos, sendo apreendida espiritualmente em sua visão profunda, em vez de ser estudada materialmente por meio de observação e cálculo. Ao fazer isso, a pessoa pode ver o Poder de Deus exibindo sua atividade na Natureza, por meio da qual todas as coisas são criadas pelo Céu e pela Terra, vivendo suas vidas de acordo com ela.

Para alcançar o Mundo de Deus o ser humano deve entrar pela porta da substância nos corpos celestes e, partindo daí, adentrar o íntimo do espírito. Deus exerce Seu Poder de várias maneiras, desde a criação do macrocosmo, que é o maior evento, até a perfeição de uma molécula microscópica, o menor. No Mundo de Deus, porém, não há ideia de tamanho, sendo tudo o mesmo, espiritualmente.

O ser humano é constituído de modo a viver de acordo com a Vontade Divina, centrando-se em Deus Pai, a Quem deve sua vida. O mais significativo para ele é, logo, fazer a Vontade Divina através da Astronomia.

A Ciência da Astronomia deve ser uma derivação do Mundo de Deus, incorporando todos os dados necessários para esse propósito. Ela permite ao ser humano esclarecer o princípio indispensável à vida humana. É por isso que é chamada de rainha das ciências.

É a Religião que estuda a realidade do universo, em aspecto espiritual; é a Astronomia que estuda o número do universo, no lado físico, e tenta apreender seu Grande Espírito. Seguindo caminhos diferentes, as duas chegam ao mesmo cume. Isso explica claramente o fato de que Religião e Astronomia são uma só. A ciência da Astronomia pode muito bem ser considerada um método de exposição da Religião e não apenas um ramo da ciência.

Vemos que o Sol e a Lua podem deixar tudo claro, ao se combinarem. Consequentemente, um calendário é ainda mais valioso, considerando que é composto da força do Sol, da Lua e das estrelas. Um calendário significa não apenas a passagem do tempo, mas também o conhecer a novidade lendo a velhice.

O estudo da aparência mais externa dos corpos celestes nada mais é do que a “Astronomia feita pelo ser humano” e está longe da realidade. E, no entanto, o astrônomo de hoje, sem exceção, parece se dedicar a esse gênero de Astronomia. Os segredos da Astronomia não podem ser dominados apenas pelo conhecimento humano, assim como a misteriosa essência da Religião não pode ser apreendida meramente por seu estudo filosófico. Com o conhecimento humano isolado de Deus, ninguém pode romper sua própria barreira e se comunicar com Ele, não importa o quanto tente.

A Astronomia, como equivalência à Religião, deve conter espiritualidade. O estudo da Astronomia, portanto, deve ser realizado tanto do ponto de vista espiritual quanto do físico para transmitir a Vontade Divina à Terra e traduzir em ação o domínio do Céu: caso contrário, não contribuirá para a elevação espiritual da humanidade.

A simples visão de um calendário mostra claramente as relações entre a Natureza e o ser humano, que são misteriosas demais para a ciência fornecer uma solução clara. Religião e Astronomia formam um par de “contra espelhos”: são espelhos um para o outro. Quando o mundo de hoje é refletido neles, eles mostram vividamente que o poder da “Religião astronômica” não é outro senão o Poder de Deus.

(Publicado na Revista New Age Interpreter – Corinne Heline – second quarter, 1962 – traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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O que um Vênus forte oferece como possibilidades e tendências a uma pessoa

O que um Vênus forte oferece como possibilidades e tendências a uma pessoa

Eis o Universo estendido!

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Acima, abaixo, ao redor

Os sistemas circulares formados

Um deserto de harmonia:

Cada um com objetivo constante,

Em eloquente silêncio, pelas profundezas do espaço

Perseguiu seu caminho maravilhoso.

— Shelley

Este lindo Planeta é o símbolo do amante, não do combatente, do sustentador ou do defensor. No cosmos, ele exala uma influência de amor e beleza, incorporados no amor de esposa, amor de filho, amor de amigo, amor ao país e todas as formas de amor parciais, que não podem expressar totalmente o verdadeiro espírito de amor que abrange tudo e é divino.

Existem algumas tradições inspiradoras em relação ao adorável Astro. Uma é que seus habitantes estão se aproximando da liberação, tendo transcendido a humanidade e se tornado divinos, com virtudes e atributos majestosos. Outra nos diz que, quando nossa família humana surgiu, certas almas altamente evoluídas vieram de Vênus, em terna compaixão por sua fraqueza, tomaram forma para ensinar e inspirar a humanidade infantil. Também é falado que trouxeram com eles a espiga de trigo e a abelha, para que a crueldade e a destruição da vida animal não fossem uma necessidade para o corpo físico.

A influência de Vênus em um horóscopo é mais claramente sentida por pessoas que têm os Signos de Libra ou Touro fortemente marcados, como no horizonte, no meio do céu ou com o Sol nele. Os librianos sentem seu poder mais em um sentido mítico, o que os torna muito intuitivos e misericordiosos, amando a harmonia e a beleza de pensamento e expressão. As crianças que nascem quando Vênus está aparecendo têm uma herança de beleza e amor.

O aspecto “Touro” de Vênus se manifesta de forma física. Pessoas nascidas sob a influência desse signo amam belas formas, linho adorável, cores, decoração e artesanato com agulha. Elas são adeptas da jardinagem e as flores crescem facilmente em suas mãos. Onde o libriano se expressará com um poema, história romântica ou, talvez, pela música, em um estilo de arte impressionista, o taurino se deleitará com a escultura, a arte decorativa, o desenho e a criação de vestidos bonitos; sim, até mesmo a preparação delicada e o serviço de pratos agradáveis vem junto a Vênus. Ela nem sempre vive de folhas de rosa e a “Vênus taurina” gosta de uma casa bonita e bem equipada.

Entretanto, não devemos esquecer que por mais bem colocado que o planeta esteja em nosso horóscopo, trazendo-nos amigos, namorados e afinidades, é nosso dever alimentar o fogo do afeto ou perderemos esses tesouros. Max Heindel diz: “As Estrelas marcam a hora de colher só quando o Sol chama os colhedores e a bondade dos amigos de hoje foi conquistada ontem por nossos atos prestativos”. Devemos continuar a semear ou não haverá colheita futura.

Quando Vênus está em tensão no nascimento, isso restringe o senso de beleza e ordem; portanto, a pessoa torna-se preguiçosa, desordenada e sem o devido respeito próprio.

Sexta-feira é o dia associado a Vênus e uma velha rima nos diz que: “Se Vênus te abençoar, tu abençoarás muitos seres viventes. Pois o filho de Frigga é verdadeiro, amorosa e generosamente”. Maio e outubro são seus meses.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1918 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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A Polaridade dos Signos Zodiacais

A Polaridade dos Signos Zodiacais

No Universo em que vivemos, tudo é duplo; isso significa que existe a atuação de duas forças que, se colocadas em equilíbrio, alcançarão seu objetivo.

Na Astrologia essa característica também existe, ou seja, há Signos positivos e Signos negativos de modo que a bipolaridade também aí se manifesta. Então temos que os Signos, vistos sob o aspecto de sua quadruplicidade, são positivos e  negativos, dois a dois. Notemos, por conseguinte, que os Signos Cardeais (ou Cardinais) de Áries e Libra são positivos; os também Signos Cardeais (ou Cardinais) de Câncer e Capricórnio são negativos. Semelhantemente, os Signos Fixos de Touro e Escorpião são negativos; por sua vez, os Signos Fixos de Leão e Aquário são positivos. Finalmente, os Signos Comuns de Gêmeos e Sagitário são positivos; os de Virgem e Peixes, negativos.

Olhemos o Zodíaco e perceberemos que os Signos positivos do mesmo grupo de quatro formam, entre si, ângulos de cento e oitenta graus, a que chamamos de Oposição em Astrologia; assim, também os negativos do mesmo grupo de quatro Signos formam Oposições entre si. Diferentemente, sempre, um Signo positivo forma ângulo de noventa graus com um negativo do mesmo grupo de quatro: a Quadratura em Astrologia. Assim, por exemplo, veremos que Áries forma uma Quadratura com Câncer, Câncer com Libra, Libra com Capricórnio e Capricórnio com Áries. Com referência aos Signos Fixos e Comuns ocorre o mesmo fato.

Se considerarmos os Signos segundo seus elementos, perceberemos que os pertencentes ao mesmo elemento também têm a mesma polaridade. Observemo-lo no Zodíaco: os Signos do elemento Fogo, ou sejam, Áries, Leão e Sagitário, assim também os Signos do elemento Ar, Gêmeos, Libra e Aquário são todos positivos. Por outro lado, tanto os do elemento Terra – Touro, Virgem e Capricórnio – bem como os do elemento Água – Câncer, Peixes e Escorpião – são todos negativos.

Concluindo, olhemos mais uma vez o Zodíaco e veremos que os Signos estão dispostos na seguinte ordem: Fogo, Terra, Ar e Água, todos alternadamente; um positivo e um negativo, para que a bipolaridade e o equilíbrio no Universo fiquem em evidência, objetivando a evolução da humanidade.

Olhemos, novamente, o Zodíaco e perceberemos que os Signos positivos do mesmo elemento de três formam, entre si, ângulos de cento e vinte graus, a que chamamos de Trígonos em Astrologia; assim também os negativos do mesmo elemento de três Signos formam Trígonos entre si. Diferentemente, sempre, um Signo positivo forma ângulo de sessnta graus com um positivo do outro elmento de três: o Sextil em Astrologia. Assim, por exemplo, veremos que Áries forma um Sextil com Gêmeos, Gêmeos com Leão, Leão com Libra, Libra com Sagitário, Sagitário com Aquário, Aquário com Áries. Com referência aos Signos de Terra e de Ar ocorre o mesmo fato.

Vejamos, agora, como essa polaridade também ocorre nas Casas Zodiacais.

“Os grãos de trigo ofertados por Deus e contidos nos doze pães representam as oportunidades para o crescimento da alma, através dos doze departamentos da vida, representados pelas doze Casas do horóscopo sob a soberania das doze Hierarquias Divinas, Criadoras, conhecidas como os Signos do Zodíaco…” – Max Heindel.

As Casas Zodiacais também são chamadas de Casas terrestres, pois se referem à divisão dos céus com relação ao lugar de nascimento. Elas têm relação com o mundo material e as circunstâncias da vida. Constituem os chamados doze departamentos da vida.

Elas são agrupadas de acordo com a influência que exercem em nossas vidas. A hora de nascimento é que determina a ordem na qual os Signos do Zodíaco são colocados nas Casas (a partir da 1ª). As Casas “guardam” uma relação com os Signos do horóscopo natural (que é o horóscopo com Áries na 1ª Casa, Touro na 2ª Casa etc., sem nenhum Signo interceptado).

Vejamos, a seguir, os assuntos tratados por cada Casa na nossa vida:

1ª Casa: também conhecida como Ascendente, governa o corpo físico, sua constituição e aparência, a personalidade.

2ª Casa: governa as posses materiais (dinheiro, propriedades), bens materiais.

3ª Casa: a relação com familiares, irmãos e irmãs, meios de comunicação (fala/escrita), viagens curtas.

4ª Casa: o lar, a mãe, o instinto maternal, as condições da última parte de nossa vida.

5ª Casa: o namoro, os filhos e/ou crianças, manifestações artísticas, bem como publicações, esporte e diversão, a criatividade, nossa natureza amorosa.

6ª Casa: o serviço a ser prestado, a saúde e a doença, a relação empregador/empregado.

7ª Casa: a sociedade, os relacionamentos (emocionais/comerciais), a outra pessoa.

8ª Casa: nossa saída do cenário da vida; a morte (física e a morte de nossos defeitos).

9ª Casa: nossas aspirações religiosas, sonhos e visões, as viagens longas, as leis.

10ª Casa: a posição social, o prestígio popular e social.

11ª Casa: amigos, altruísmo, objetivos da vida, idealismo.

12ª Casa: confinamentos, dívidas do destino, inimigos ocultos.

Essas Casas Zodiacais podem ser divididas em Casas Pessoais, Materiais, Sociais e Espirituais, todas bem polarizadas.

As Casas Pessoais (1ª, 5ª e 9ª Casas) nos falam da pessoa em seus três aspetos: o Corpo, a Alma e a Mente.

As Casas Materiais (2ª, 6ª e 10ª Casas) nos mostram as condições materiais, ou seja, a obtenção dos bens, os meios para essa obtenção e a gratificação que a vida mundana pode nos dar.

As Casas Sociais (3ª, 7ª e 11ª Casas) nos mostram a natureza dos nossos relacionamentos em três aspectos: físico, afetivo e ideológico.

Nas Casas Espirituais (4ª, 8ª e 12ª Casas) se encontram os mistérios da vida antenatal do Espírito e as imediatas experiências após a morte.

Pelo exposto acima, temos que:

A tríade das Casas Pessoais “reflete” a natureza dos três Signos de Fogo – Áries, Leão e Sagitário;

A tríade das Casas Materiais “reflete” a natureza dos Signos de Terra – Touro, Virgem e Capricórnio;

A tríade das Casas Sociais “reflete” a natureza dos Signos de Ar – Gêmeos, Libra e Aquário;

A tríade das Casas espirituais “reflete” a natureza dos Signos de Água – Câncer, Escorpião e Peixes.

Um ou mais Astros colocados em uma Casa, em particular na carta natal, afeta (de forma mais direta) a área ou o departamento da vida representado por aquela Casa. Contudo, se uma Casa está vazia de Astro, deve ser analisada de acordo com o Signo que está na cúspide (ponto de partida da Casa).

“Em nossa viagem do berço ao túmulo, levamos conosco as doze Casas na atmosfera áurica que nos cerca, como o ar envolve a terra que flutua. Cada Casa espelha parte da vida; cada uma contém algumas de nossas lições; cada uma representa o modo como cumprimos ou negligenciamos as tarefas da vida inerentes a determinado setor. No momento apropriado, colhemos de cada Casa o que semeamos em vidas passadas, isto é, salvo se nos prevenimos dessa colheita a tempo.” – Max Heindel

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Astrologia: nossas ações presentes determinam as condições futuras

Astrologia: nossas condições presentes determinam as condições futuras

De acordo com o Livro A Mensagem das Estrelas – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, a Astrologia é o “Relógio do Destino”. Os doze Signos do Zodíaco correspondem ao mostrador; o Sol e os Planetas correspondem ao ponteiro das horas, que indica o ano; a Lua corresponde ao ponteiro dos minutos, indicando o mês do ano em que ocorrências diferentes na pontuação do destino maduro atribuído a cada vida devem se resolver. Embora haja algumas coisas das quais não podemos escapar, temos algum livre-arbítrio para modificar as causas já postas em movimento. Nossas ações presentes determinam as condições futuras.

A Lei de Consequência trabalha em harmonia com os Astros, de forma que a pessoa nasce no momento em que a posição dos planetas no Sistema Solar lhe dê as condições necessárias para sua experiência e avanço na escola de vida. Esse trabalho está sob a administração de grandes seres de espiritualidade sublime e sabedoria superlativa, que administram todas as coisas com uma inteligência, além da compreensão de nossas Mentes finitas. Verificou-se, no entanto, que as tentativas de fugir de uma colheita de tristeza que se acumulou de certo destino maduro são balanceadas por outro movimento por parte dos administradores invisíveis dessa Lei.

No Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos, lemos sobre um conferencista que foi avisado por Max Heindel que se ele saísse de sua casa em determinado dia, sofreria um acidente. Ele confundiu o dia, pensando que 28 fosse 29, fez uma viagem para outra cidade e foi ferido como previsto, em uma colisão ferroviária. Ele havia sido avisado, acreditou no aviso e pretendia acatá-lo, mas sem dúvida o sofrimento decorrente daquele acidente lhe era adequado como expiação de certos erros. Portanto, os agentes da Lei da Consequência, evidentemente, o fizeram esquecer o dia.

Independentemente das condições em que nos encontramos, o conhecimento de que as fizemos nos ajuda a suportar com paciência e nos fornece a satisfação de sermos árbitros do nosso destino e podermos fazer do futuro o que quisermos. Isso é, em si, um poder. É claro que ainda temos que enfrentar o passado e, talvez, muitos infortúnios ainda possam advir de ações erradas; contudo, podemos olhar com alegria para cada aflição como se estivéssemos liquidando uma conta antiga e aproximando o dia em que teremos os registros limpos.

É possível fazer previsões com certeza para a maioria da humanidade, porque essas pessoas seguem o rio da vida. As previsões falham no caso de quem cuida, prioriza e se esforça para cuidar da sua parte espiritual, entretanto, em proporção à sua realização espiritual e à sua força de vontade.

Além do destino trazido conosco de vidas passadas para liquidação nesta vida, todos os dias exercemos influência causal por meio dos nossos atos. Uma parte considerável das ações feitas nesse Corpo produzirá efeitos antes que a morte termine nossa estada aqui, enquanto as que não forem liquidadas serão retidas e formarão a base de uma existência futura, em que colheremos o que plantamos. O destino transportado de uma vida para outra é mostrado em nosso horóscopo e fornece alguma base ou tendência para determinada linha de ação. No entanto, existe o livre-arbítrio relativo em grande porcentagem de nossas ações, o que nos deixa espaço para o exercício da Epigênese, a atividade criativa e divina que é a base da evolução. Max Heindel nos encoraja a buscar o princípio da Epigênese e aprender a aplicá-lo a nossas vidas.

É bom reconhecer que estamos continuamente tecendo a teia do destino no tear do tempo e criando para nós mesmos uma vestimenta de glória ou escuridão, de acordo com nosso bom ou mal trabalho; além disso, esse destino maduro não pode ser contornado. O que se segue é de uma palestra proferida por Max Heindel, em 1916:

“Uma lenda árabe relata que o bom e sábio Paxá Suleiman, tendo mostrado grande zelo pela propagação do Islã, uma noite foi visitado por Deus em um sonho e, então, teve a opção de escolher qualquer favor que pudesse pedir. Suleiman, sempre humilde e temeroso de que o orgulho e a arrogância entrassem em seu coração e desviasse seu rosto de Deus, pediu que todos os dias o Anjo da Morte o visitasse para impressionar sobre ele a natureza fugaz e evanescente do poder, da glória e o fato de que, ao final de uma curta vida, o homem deva enfrentar o portal da morte para encontrar seu Deus e prestar contas de sua gestão na Terra. Certo dia, enquanto o Anjo da Morte caminhava pela corte do Paxá Suleiman, ele olhou surpreso para um dos cortesãos, um homem muito próximo ao coração do sábio Suleiman. Esse nobre estava tão distraído e perturbado pela atenção dispensada a ele pelo Anjo da Morte que foi ao Paxá em busca de ajuda e conforto, porque temia que o Anjo da Morte viesse para ele naquele mesmo dia. Ele tinha apenas um pensamento: fugir da morte.

O sábio Paxá tentou confortá-lo da melhor maneira possível, mas sem sucesso. O homem alegou que só houvesse uma saída: ele precisava fugir o mais rápido possível. Para tanto, implorou ao Paxá que lhe emprestasse seu cavalo, Abdullah, famoso garanhão árabe da melhor raça, tão veloz que não houvesse uma única criatura conhecida por alcançá-lo. Depois de muitos esforços, em vão, para acalmar seu amigo, o Paxá finalmente concordou e deu a seu amigo o famoso garanhão. Ele cavalgou e cavalgou, o dia inteiro e toda a noite, com a velocidade do vento, até que finalmente o nobre garanhão caiu morto na areia. Então o cortesão caiu de cara no chão, chorando amargamente, ao pensar que não poderia ir mais longe.

Em seguida, o Anjo da Morte apareceu e acenou para ele. Sabendo que não existisse via de escape, ele se preparou para obedecer à convocação, mas antes de deixar a Terra perguntou ao Anjo da Morte: “Por que você me olhou de forma tão estranha, ontem, na corte do Paxá Suleiman?”. Ao que o Anjo da Morte respondeu: “Fui ordenado por Alá para abordá-lo neste mesmo lugar esta manhã e, quando o vi ontem de manhã no tribunal do Paxá Suleiman, fiquei surpreso, pois não conseguia entender como seria possível para você chegar a este lugar distante em tão pouco tempo; se você não tivesse o nobre corcel do Paxá, teria sido uma impossibilidade”.

Assim, ao se esforçar para escapar do destino que o esperava, ele de fato cavalgou e muito para encontrá-lo, gastando toda a sua energia para achar seu destino no tempo determinado.

Os Planetas giram em torno do Sol, ano após ano, século após século, com precisão invariável, mas eles têm alguma latitude (uma liberdade de movimento). Dentro do curso prescrito, cada um pode variar um certo número de graus de espaço e o mesmo acontece na vida do ser humano. Os grandes eventos, o nascimento e a morte, são incidentes inevitáveis na vida do Espírito, vida que nunca acaba, nunca começa. Como Sir Edwin Arnold diz.

Nunca o Espírito nasceu,

O Espírito deixará de existir nunca.

Nunca houve tempo em que não existiu.

Fim e começo são sonhos.

Sem nascimento e sem morte permanece o Espírito para sempre.

Embora certos eventos devam acontecer a todos os seres humanos, no entanto, há alguma latitude na vida, um livre-arbítrio que podemos exercer a fim de moldar nossas vidas como desejamos e trabalhar o destino para nós mesmos à nossa própria maneira. Isso é bem afirmado, como segue:

Um navio navega para o leste e outro para o oeste,

Com os mesmos ventos que sopram.

É o sistema de vela e não o vendaval.

Isso é o que determina o caminho que segue a nau.

Existe um propósito geral na vida e somos guiados por certo caminho amplo, denominado Caminho da Evolução, pelas Hierarquias Criadoras, também chamadas de Hierarquias Zodiacais. Temos a liberdade de escolher nossos cursos individuais, nessa estrada larga, e não é por acaso, portanto, que alguns de nós conheceram, estudam, vivenciam, se desenvolvem e promovem os Ensinamentos Rosacruzes como preconizados pela Fraternidade Rosacruz. O Sol, pelo seu movimento de Precessão dos Equinócios, agora está se aproximando da cúspide de Aquário e uma Nova Era será introduzida em breve. Novas características nas pessoas estão para aflorar em seus novos renascimentos.

É nossa missão guiar o trabalho do mundo ao longo de caminhos novos e mais elevados — para promover novos ideais, para que possamos entrar na próxima espiral da evolução. Afinal a Fraternidade Rosacruz é o arauto da Era de Aquário!

Na antiga Época Atlante, quando a Época Ária estava para ser introduzida, Deus, por meio de Seus profetas, falou ao povo em quem viu certas qualidades que poderiam ser aproveitadas: “Saia do meio deles e seja meu povo; Eu serei o seu Deus e dar-lhe-ei uma terra onde transborda o leite e o mel; a sua semente será tão numerosa como as areias da praia”.

Essa chamada soa hoje, mas dentro do peito de cada indivíduo. Muitas pessoas estão elaborando seus destinos, como desejado pelas Hierarquias Criadoras, pela atração causada pela ilusão do ouro, que concebem ser uma recompensa por seu trabalho. Há um número crescente de pessoas, no entanto, cujo discernimento interior tornou claro para elas que trabalhar por uma recompensa material, na forma de ouro, que devem abandonar quando o Anjo da Morte chegar, é loucura. Essas pessoas agora ouvem o chamado em seus corações: “Saia do meio deles e seja meu povo; Eu serei o seu Deus”. Embora ainda possam continuar a cumprir seus deveres no mundo, doravante não será por causa do ouro material, que eles sabem ser verdadeiramente inútil, mas por Deus, independentemente de uma recompensa material que esteja além das necessidades com as quais manter o corpo e a alma juntos. Assim, eles servem na vinha do Mestre e acumulam, quer pensem nisso ou não, uma recompensa espiritual, um tesouro no Céu que é maior do que o ouro terreno.

É esclarecedor observar o cadinho em que o ferreiro funde o metal com o qual vai fazer a junta. Vários pedaços de chumbo são colocados no cadinho, mas gradualmente perdem sua forma distinta e separada para se fundir em uníssono com os outros, até que todos se tornem um. Ainda assim, há em cada peça alguma escória que não derrete nem é incorporada ao metal; é jogada para cima pelo calor e o ferreiro a remove até que o metal esteja limpo — tão claro que ele possa ver seu próprio rosto ali. Da mesma forma, na Fraternidade Rosacruz somos muitas formas distintas e separadas, cada uma com suas próprias características e idiossincrasias. Fomos jogados no caldeirão e cada Corpo deve afundar sua personalidade na causa comum, se quisermos ter sucesso em nosso trabalho de divulgação dos Ensinamentos dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e na preparação do caminho para a Nova Era. Pode não ser fácil, para qualquer um de nós, esquecer-se de si mesmo, mas pelo calor e fricção que é gerado nesse processo de amálgama, as arestas agudas são arredondadas e derretidas para que nos ajustemos a nossos irmãos e irmãs. Adaptabilidade é a grande palavra de ordem; sem isso não podemos amalgamar; contudo, devemos esperar ser descartados como a escória do caldeirão, enquanto os nossos corações não tenham sido perfeitamente purificados para que a face de Deus seja vista neles, Ele não poderá fazer o melhor uso de nós em Sua obra.

Portanto, que nos esforcemos dia a dia para trabalhar séria e honestamente na “vinha do Mestre”, onde quer que estejamos colocados, lembrando o grande e glorioso destino que está diante de nós. Vamos considerar todas as tribulações atuais como indignas de serem mencionadas. Embora possamos ser mal compreendidos por aqueles que nos são próximos e queridos e, até, ser desprezados por quem pense apenas em um bom tempo e em acumular o ouro que se deve largar às portas da morte, voltemos os nossos rostos para a meta do nosso chamado e trabalhemos fielmente pelos tesouros espirituais, que perduram para sempre.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1984 – Traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Dor de Transição e as Experiências Dolorosas

Dor de Transição e as Experiências Dolorosas

Já chegamos ao umbral da nova Era. É tempo de nos dedicar assiduamente às  lições de humildade e serviço, ainda que às custas de dor e sacrifício. É o tempo em que devemos vencer nossa natureza inferior até nos transformarmos em um “super-homem”.

Usando o que aprendemos do conceito de preservação e pela purificação de nossa natureza mais grosseira, aprendamos as nossas lições (aquelas que nós mesmos escolhemos no Terceiro Céu, antes desse nosso renascimento), e nos preparemos para viver em um mundo novo. Somente se formos esclarecidos seremos conclamado pelas Hierarquias Criadoras a colaborar no insano trabalho da consolidação da nova Era.

Obviamente, cada um de nós possui os dons naturais para executar algum trabalho especial na evolução, e quando nos achamos envolvidos nessa tarefa, encontramos uma invulgar satisfação. Sejamos as pedras angulares do progresso dos autênticos aquarianos. Afinal estamos em uma Escola que é o arauto da Era de Aquário!

O nascimento de um mundo novo ocorre sempre em meio a mazelas, verdadeiros escombros, que estorvam e devem ser removidos. Isso acontece por meio de muito sofrimento. Uma alma rebelde se perguntará sempre: Por que me ocorrem tantas experiências dolorosas? A resposta é esta: Porque não age de acordo com as leis da evolução. Tais rebeldias, amiúde inconscientes, ocasionam, via de regra, a perda dos bens amealhados egoisticamente. O novo deve substituir o velho. Quem não segue a nova corrente perece, inevitavelmente. Tal é a realidade da vida que está às portas e projeta sua sombra sobre a civilização atual. Tudo isso nada mais é que a realização de uma profecia. Acaso Cristo não a revelou quando afirmou: “E então aparecerá o signo do Filho do Homem nos céus e todos os povos da terra gemerão de dor?”.

Relembrando a história da humanidade pode-se observar que, em certas etapas da evolução, produz-se uma grande depravação tal como a descreve a Bíblia. Os grandes pecados sempre precederam o despertamento dos povos à vida espiritual. Os esforços para elevar a humanidade provocam uma resistência encarniçada das entidades do mundo inferior que, então, redobram sua oposição ao bem, na tentativa de destruí-lo.

Contudo, isso não deve nos alarmar, pois a Vontade Divina preside sempre tudo aquilo que é Bom e Verdadeiro, de tal forma a não deixar perder-se nenhum valor autêntico.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 09/86)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Astrologia Esotérica

Astrologia Esotérica

A astronomia ensina que o Sol está se movimentando, com seu poderoso conjunto de Planetas, Luas e outros objetos, através do espaço a uma velocidade de dezesseis quilômetros por segundo! O movimento do voo não pertence apenas ao Sistema Solar. A ciência dos céus avançou o suficiente para revelar o fato de que todas as estrelas estão em movimento. Muitos desses orbes gigantes possuem uma velocidade, em seu voo através do espaço infinito, que ultrapassaria facilmente o Sistema Solar. Por mais que a abóboda celeste tenha revelado seus segredos ocultos para o estudo do ser humano, ela ainda não deu qualquer pista sobre o circuito rápido e complicado que é indicado pelos mundos gigantescos com os quais está enfeitada. Nenhuma regra definida pode ser estabelecida para essas complexidades; as estrelas parecem se mover de um lado para outro mais como um enxame de abelhas.

Essas luminárias imensas são as moradas de outras criaturas? Para que elas existem? Foram feitas simplesmente para derramar em rios inúteis sua inundação de luz e calor sobre os abismos do infinito?

Para essa questão a ciência não tem o que falar. E depois de 6.000 anos de astronomia, antiga e moderna, não houve resposta, exceto nas palavras inspiradas das Sagradas Escrituras. Assim, lemos, por exemplo em Efésios 3:10, “Portanto, de agora em diante, as dominações e potestades celestes podem conhecer, através da igreja, a infinita diversidade da sabedoria divina”. Esse texto nos faz saber que ao grande Apóstolo foi permitido por Deus obter a visão dos lugares celestiais; o Apóstolo que uma vez foi “arrebatado ao Terceiro Céu” e que, ao escrever as glórias que se seguiram à ressurreição, pôde dizer que “Há também corpos celestes e corpos terrestres… Há uma glória do Sol e outra glória da Lua, e outra glória das estrelas; pois uma estrela difere de outra estrela em glória”.

Ele não apenas sabia que existiam lugares celestiais e declarou seu conhecimento desse fato, mas também nos deu claramente o entendimento de que eles desempenhavam um papel objetivo no plano eterno de salvação. Para os redimidos, grandes glórias ainda estavam por vir. Para esses reinos majestosos do espaço a igreja, em seu caminho, deveria ser levada não apenas para entretenimento ou aumento de conhecimento, mas para transmitir alguns dons espirituais.

Dê uma olhada na constelação do norte e veja a bela estrela Capela, branca e leitosa, na constelação de Auriga. Viajando em linha reta da estrela polar e através dessa Capela, passamos à esquerda pelo Aldebaran rosa avermelhado, na constelação de Hyades. Um pouco mais à direita está a estrela laranja Betelguese, no ombro de Orion. O voo continuado nos levaria àquele Sol branco e brilhante, o gigante Rigel. Então poderíamos olhar novamente à direita, ver o Sirius imperial e, próximo a ele, Procyon, de cor ligeiramente branco-amarelada. Levante os olhos, ao passar por essa galeria, e haverá algo mais do que mortal. Devemos dizer, então, que essas vastas luminárias foram criadas em vão? Foram chamados à existência apenas para lançar uma maré de esplendor inútil sobre a Solidão da imensidão?

Por que resistir por mais tempo à conclusão principesca, pressionando em nosso peito para ser expressa? Será que o gigante Arcturus carregará consigo sua sucessão de satélites que, se forem análogos à sua luminária central, são maiores e mais imponentes do que os Planetas do Sistema Solar, sendo todos apenas um carnaval de vazio? Não. Em vez disso, vamos concluir com o Apóstolo que esses reinos são as moradas de bem-aventurança. Embora as Escrituras nos levem a crer que seus habitantes não desconheçam as provações, as esperanças, os temores e os acontecimentos da nossa Terra, ainda assim, vejamos qual é a razão divina para a qual a comunicação atualmente não é estabelecida.

Em primeiro lugar, vemos pelo argumento do Apóstolo, que a igreja estava sobres testes. Os céus estão sobre testes? Nós pensamos que sim. Lendo Jó 15:15 (não nos esqueçamos de que Jó foi um grande erudito e astrônomo), vemos o seguinte. “Eis que ele não confia nos seus santos; sim, os céus não são limpos aos seus olhos”. Aqui somos levados a refletir que a grande revolta de Lúcifer deixou os habitantes de outros mundos um tanto confusos. Isso os colocou também em provação, mas com uma diferença. Um ser pode estar em provação sem pecado e sem ter incorrido na penalidade do pecado. Na verdade, há muito que mostra que até mesmo os Anjos estivessem em provação. Embora miríades deles tenham seguido o grande rebelde em sua revolta, muitos mais, embora ainda sob provação, permaneceram fiéis em sua lealdade ao divino Criador. Quando esse momento probatório terminar, todos, tanto nos Céus quanto na Terra, serão reunidos como um em um universo infinito, completo e testado. Portanto, lemos novamente em Efésios 1:10: “Para que na dispensação da plenitude dos tempos, Ele possa reunir todas as coisas em Cristo, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; mesmo n’Ele”.

Os céus são habitados? Vamos primeiro ter a resposta das Escrituras, antes de tomarmos a resposta da astronomia. Quem pode resistir à conclusão da poderosa declaração feita pelo Apóstolo São João, em Apocalipse 12:12? “Alegrai-vos, pois, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos habitantes da terra e do mar! Porque o diabo desceu sobre vós com grande ira, porque sabe que não tem senão pouco tempo”. A palavra “céus” neste texto está no plural. E a declaração do Apóstolo vai mostrar que a regra geral do Criador para seu universo é esta: “Ele o estabeleceu, não o criou em vão, Ele o formou para ser habitado.” (Is 45:18).

Voltando agora para o primeiro capítulo do Livro do Gênesis, lemos que “no princípio Deus criou os céus e a terra”. Também lemos: “E o Espírito de Deus Se movia sobre a superfície das águas”. O Espírito Santo estava presente, agindo como um grande agente na criação desta Terra. Durante cinco dias cósmicos, o amor divino preparou o berço com antecedência para a vinda da família humana. Associado à criação estava o Senhor Cristo, como lemos no primeiro capítulo do Evangelho Segundo São João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus… Todas as coisas foram feitas por Ele; e sem Ele nada do que existe teria sido feito”.

Portanto, essa criação é uma criação de Cristo, uma criação cristã. De si mesmo, no jardim do Getsemani, Cristo disse: “Glorifica-me com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse”. Isso o leva de volta a um período antes do começo do mundo.

Movendo-se pelo espaço a uma taxa de, aproximadamente, 306.000.000 quilômetros por ano a Terra, em seu voo rápido, percorre cerca de 30 quilômetros por segundo. Está ao alcance do ser humano mortal produzir esse resultado? Suponhamos que todo o poder que habitou o braço de Adão e, posteriormente, residiu no braço de cada filho seu, desde a manhã da criação até o presente, pudesse estar, todo ele, concentrado em um único braço humano, hoje. Poderia esse braço dar à Terra sua velocidade atual? Impossível! Existe um poder e apenas um capaz de um resultado tão estupendo: o Cristo. E embora possamos nos distanciar entre estrelas tão densas que parecemos voar através do pó estelar, não pode ser encontrado um único Sol gigante que saltou à existência por qualquer outro meio que não o divino poder do Filho de Deus. Ele existe, como diz o profeta, “desde os dias da eternidade”.

Desde os dias da eternidade, Ele teve um propósito infinito. Ele viu o fim desde o início. Ele havia planejado o último ato, antes de delinear o primeiro. E o Apóstolo São Paulo nos admitiu um pouco disso em seu conselho secreto. Era com a intenção, diz ele, de que por meio da igreja fosse dada a conhecer aos principados e potestades em todos os céus a multiforme sabedoria de Deus. É maravilhoso demais para acreditar? Não duvide disso. A astronomia ainda vai alcançar esse conhecimento com a inspiração.

Algumas palavras do astrônomo, agora. E aqui citamos a magnífica passagem de Sir Robert Ball:

“O homem é uma criatura adaptada para a vida em circunstâncias que são estreitamente limitadas. Alguns graus a mais ou a menos de temperatura; uma ligeira variação na composição do ar; a adequação precisa dos alimentos; tudo isso faz muita diferença entre saúde e doença, entre a vida e a morte. Olhando para além da Lua, no comprimento e largura do universo, encontramos incontáveis globos celestes com todas as variedades concebíveis de temperatura e constituição”.

“Em meio a esse vasto número de mundos com os quais o espaço é ocupado, há algum habitado por seres vivos? A essa questão a ciência não pode responder; não podemos dizer. No entanto, é impossível resistir a uma conjectura. Encontramos nossa Terra repleta de vida, em todas as partes. Encontramos vida nas mais variadas condições que possam ser concebidas. É encontrada sob o calor escaldante dos trópicos e nas geadas eternas dos polos. Encontramos vida em cavernas onde nenhum raio de luz já penetrou. Nem está faltando nas profundezas do oceano, à pressão de toneladas por centímetro quadrado. Quaisquer que sejam as circunstâncias externas, a natureza geralmente fornece alguma forma de vida para a qual essas circunstâncias são adequadas”.

“Não é de todo provável que entre as milhões de esferas do universo haja uma única exatamente como a nossa Terra — como ela na posse de ar e água, em tamanho e composição. Não parece provável que um indivíduo pudesse viver por uma hora em qualquer corpo do universo, exceto a Terra, ou que um carvalho pudesse viver em qualquer outra esfera por uma única estação. Os seres humanos podem morar na Terra e os carvalhos podem prosperar nela, porque as constituições do ser humano e do carvalho são especialmente adaptadas às circunstâncias particulares da Terra. A filosofia mais verdadeira sobre este assunto foi cristalizada na linguagem de Tennyson:

“Esta verdade em sua mente ensaia,

Que, em um universo sem limites

É ilimitadamente melhor, ilimitadamente pior.

Pense neste molde de esperanças e medos.

Não pode encontrar alguém mais majestoso do que seus pares

Em centenas de milhões de esferas?

Que caminho de voo infinito está diante de nós! A velocidade mais alta que nossa inteligência humana atinge agora é a velocidade da luz, que se move com a rapidez de 300.000 quilômetros por segundo, aproximadamente. Conte os segundos, os minutos, as horas, os dias e isso totaliza quase 10.000.000.000.000 de quilômetros por ano. Com essa rapidez indescritível, levaríamos mais de cinquenta anos para alcançar o gigante Arcturus. Outros sóis estão ainda mais distantes e os astrônomos conjeturaram outros mundos tão distantes que, correndo à velocidade da luz, levaríamos 300.000 anos para alcançar.

Essa jornada não está dentro da esfera de possibilidade do ser humano finito. Ele poderia começar, mas sua juventude seria consumida, a meia-idade viria e os anos de enfermidade estariam sobre ele antes que deixasse uma dúzia de lugares celestiais, em sua retaguarda.

Quão divinos, então, são os atributos que em breve nos serão conferidos. Mais do que mortais, nossos corpos imortalizados se erguerão para alcançar glórias indizíveis. Há mudanças maravilhosas pela frente. O autor delas providenciou para que pertencessem a nós, desde que vivamos a vida real e verdadeiramente.

(Publicada na Revista Rays from de Rose Cross de janeiro/1918 e traduzida por Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Astrologia e o Nosso Destino

Muitos Estudantes, após um pequeno estudo de astrologia, têm a impressão de que tudo esteja predestinado. Eles começam a acreditar que a vida, com seus muitos eventos e experiências, seja traçada do berço ao túmulo e que sejamos irresistivelmente levados por ela, seja uma vida boa ou má. Essa é uma ideia errada. É verdade que a maioria de nós tem um certo Destino Maduro do qual não podemos escapar, mas não podemos dizer que toda a nossa vida esteja predeterminada. Os principais acontecimentos, conforme chegam até nós do Mundo Físico, são arranjados antes de nascermos, porém isso é feito por nós mesmos, auxiliados pelos grandes Senhores do Destino (ou Anjos do Destino). Existem muitas lacunas que preenchemos à medida que avançamos.

A maneira como enfrentamos essas experiências, como as assimilamos e construímos suas lições em nós mesmos em forma de caráter não está predefinida. Não está predestinado, por exemplo, que um ser humano acabe na sarjeta como resultado de uma prova para superar sua tendência a beber álcool. Certamente ele nasceu com essa tendência de uma vida passada porque não a superou nela; no entanto, isso não o condenou a terminar seus dias no caminho descendente. Ele poderia ter acabado no caminho ascendente, caso tivesse usado a força de vontade dele e lutado para superar a fraqueza. Dependia dele o fracasso ou a conquista.

Certos traços e características acompanhados por várias experiências são definitivamente mostrados no horóscopo: contudo, o resultado final é determinado pelo eu interior e não pode ser conhecido exatamente de antemão. Podemos julgar se o progresso de uma vida será trabalhado ao longo de linhas espirituais ou materiais, observando qual destes se move mais rápido: o Meio do Céu ou o Ascendente. Se o Meio do Céu se mover mais rápido, o progresso da pessoa será realizado por meio de esforços espirituais; se o Ascendente se mover mais rápido, o trabalho da vida tenderá a ser realizado por meio de esforços materiais. O progresso quase igual dos dois significa desenvolvimento uniforme. A vida física de um indivíduo pode terminar na prisão ou na pobreza e, ainda assim, essa pessoa pode ganhar uma riqueza de experiência que a beneficiará espiritualmente e desenvolverá muito seu caráter. O mundo exterior diria: “Que pena, terminar seus dias na cadeia”. Entretanto, o Estudante de ocultismo, sabendo que uma vida seja apenas um curto espaço de tempo no intervalo de muitas vidas, consideraria aquela em particular como uma experiência passageira a ser vivida — mais uma no caminho da evolução.

As triplicidades dos Signos do Zodíaco mostram que tipo de destino está reservado para o indivíduo ou que destino ele reservou para si mesmo ao longo de muitas vidas. A palavra destino aqui é usada de maneira muito geral, abrangendo não apenas as experiências de vida, mas também o caráter. As experiências a serem enfrentadas, que são indicadas por planetas em Signos Cardinais (ou Cardeais) — Áries, Câncer, Libra e Capricórnio — são dívidas do destino que concordamos em pagar nesta vida. Ao Ego, antes de nascer, é mostrado o panorama de sua vida futura com seus vários eventos. No caso dos Signos Cardinais, o Ego concordou de boa vontade em aceitar as experiências delineadas. Mesmo pensando que elas trazem infelicidade e dor, ele sabe que ajudou a selecioná-las no Terceiro Céu, onde tudo estava claro e ele não estava cego pela matéria. Portanto, ele aceita voluntariamente esse destino.

As experiências a serem encontradas e que são provenientes de Signos Fixos — Touro, Leão, Aquário e Escorpião — são, como seu termo indica, fixas. Isso significa que sejam algo que não possa ser evitado pelo esforço do indivíduo. As aflições de Signos Fixos devem ser e serão enfrentadas em algum momento durante cada vida particular. Características de Signos Fixos são aquelas que foram expressas durante um período de vidas e se tornaram muito fortes. Naturalmente, qualquer característica prejudicial proveniente de um Signo Fixo é muito mais difícil de superar do que uma proveniente de um Signo Cardinal ou Comum. Por exemplo, Netuno rege as drogas: portanto, um viciado em drogas com um Netuno sob tensão no Signo Fixo de Touro certamente vai considerar o hábito mais difícil de superar do que um viciado com Netuno no Signo Cardinal de Áries ou no Signo Comum de Gêmeos. Com o conhecimento do renascimento para nos guiar, podemos ver prontamente que o indivíduo Netuno-Touro evidentemente se entregou ao vício das drogas por um período de várias vidas e será muito difícil abandonar o hábito. Facilmente, muitas coisas poderiam se enquadrar nessa categoria, como bebida, mau humor, dissipação de todos os tipos, comer demais etc. Aflições de Signos Fixos indicam tendências prejudiciais que são muito fortes; mas os Aspectos benéficos dos Signos Fixos dão a estabilidade necessária ao caráter para trazer à tona suas melhores qualidades.

Sob os Signos Comuns — Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes — qualquer qualidade negativa indicada pode, geralmente, ser facilmente superada. Qualquer característica de Signo Comum está realmente em formação, seja ela boa ou ruim. No entanto, se falharmos em corrigir um hábito ruim de um Signo Comum em uma vida, na próxima vida ele pode ligar-se a um Signo Cardinal e se tornar um pouco mais difícil de corrigir. Contudo, se continuarmos sem fazer esforço para mudar, depois de várias vidas ele virá sob um Signo Fixo e a mais difícil de todas as batalhas acontecerá.

Das triplicidades, os Aspectos dos Signos Comuns são os mais fáceis de tratar. Depende de nós, se colhemos toda a aflição desses Signos ou não. Nos Signos Comuns, temos alguma margem para mitigar muito do destino indicado, se vencermos o mal dentro de nós. É claro que, se seguirmos o caminho mais fácil e sem resistência, certamente colheremos um destino infeliz. Esse é o principal problema com as pessoas de Signos Comuns. Elas podem ser volúveis e carecer de determinação ou desejo de tentar refrear as tendências ou características negativas que vêm de Signos Fixos e Cardinais.

Deve-se perceber que um mapa não seja revestido de ferro: geralmente é flexível. Não importa quantas dívidas do destino um mapa indique ou quão alto seus obstáculos pareçam assomar, sempre há pontos positivos em algum lugar. Ninguém é enviado a este mundo de mãos e pés amarrados, falando figurativamente. Nos horóscopos mais afetados há sempre algum Aspecto ou combinação que seja útil para a pessoa. É aí que entra o dever do astrólogo — apontar tal característica positiva, mostrando ao nativo como ele pode trabalhar com ela ou até mesmo usá-la para dominar suas aflições. O astrólogo deve estudar cuidadosamente o mapa, analisando e pesando cada fator contra os demais. Um indivíduo pode superar todas as aflições ou infortúnios que a experiência da Terra contém, mas deve ser um Espírito forte — aquele que esteja disposto a morrer lutando.

Alguns de nós, seja por fraqueza de caráter ou por hábito, aprendemos lentamente as lições. Pagamos uma penalidade por um erro ou transgressão e, deliberadamente, cometemos de novo. Cada vez que caímos ou cedemos a essas coisas, recebemos uma lição mais difícil; a tarefa é aumentada. Se pudermos reconhecer nossos pontos fracos, tendências adversas e trabalhar para corrigi-los, será muito mais fácil para nós do que esperar que o futuro comece. Entre o agora e o futuro, nossas falhas podem se tornar tão fixas que será necessário muito mais esforço para superá-las. A energia que teríamos de usar para corrigir essas falhas no futuro, nós podemos usar agora para construir um caráter novo e melhor.

A natureza humana é fraca. O ditado “O Espírito está pronto, mas a carne é fraca” é muito verdadeiro. Vamos tentar esquecer a carne e nos concentrar no Espírito, para que ele surja e domine tudo o mais.

Não culpe os Astros pela infelicidade ou infortúnio que chegam até você, ou pelo mal que pode estar dentro de você. É fácil dizer: “Bem, eu tenho o Sol em Quadratura com Marte; é por isso que tenho um temperamento horrível”. Esqueça suas estrelas, olhe para dentro de si mesmo e perceba que a fraqueza seja algo dentro de você — algo a ser dominado. Pense nos Astros não como portadores de boa ou má fortuna, mas como os corpos de grandes Seres espirituais que o estão voluntariamente ajudando em sua evolução. Pense neles com a reverência que lhes é devida. Então, à luz desse conhecimento mais amplo, você será grato pelo destino que seu horóscopo prenuncia. Saiba que toda experiência, provação ou infortúnio o esteja ajudando a fortalecer seu caráter. Medite nas palavras do grande filósofo Confúcio, que disse: “A gema não pode ser polida sem fricção, nem o homem aperfeiçoado sem provações”.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1984 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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