PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sugestões para a sua Saúde: quem trabalha para promove-la e exemplos do papel da Lua

Assim como a água se congela pelas linhas de força etérica nela contidas, invisíveis, mas presentes durante todo o tempo, e tomando formas sólidas de vários contornos que chamamos cristais de gelo, assim também o alimento que nós liquefazemos como sangue, congela ao longo das linhas etéricas no nosso Corpo Vital e tomando formas diferentes como cartilagens, ossos, etc., formando-se cada espécie do tecido congruentemente com as linhas etéricas dessa parte particular do Corpo.

Os chamados “mortos”, os que estão renascidos aqui, são os agentes principais do processo da assimilação. Eles são os construtores, enquanto os “vivos”, os que estão renascidos aqui, são os destruidores. Os “vivos” têm mais força para destruir que os “mortos” para construir e é por essa razão que a doença ou a enfermidade se origina.

A missão da Fraternidade Rosacruz é: ensinar as leis da natureza e como viver em harmonia com elas ajudando as pessoas a corrigir enganos passados. Daí o caráter curativo obra da Fraternidade Rosacruz! Os profissionais da saúde (médicos, médicas, enfermeiros, enfermeiras, terapeutas e afins) são particularmente úteis nesse trabalho, e aqueles que se juntaram a nós como Probacionistas são, cuidadosamente, ensinados pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz a tratar seus pacientes – definidos aqui como os irmãos e irmãs com algum problema de saúde que se inscreveram e cumprem com o que lhe é solicitado em um Departamento de Cura de um Centro que possui tal serviço – durante a noite, quando ambos, paciente e Probacionista, estão fora dos seus Corpos Densos, pois estão em estado de sono. Os Probacionistas leigos na arte de tratar de doenças e enfermidades, quando estão aqui em estado de vigília, são como assistentes dos Probacionistas profissionais de saúde, variando seu número de acordo com as circunstâncias.

A Lua é o corpo celeste promotor dos eventos. Embora os acontecimentos sejam regidos por outros Astros (Sol e Planetas), tais acontecimentos não se realizam enquanto a Lua não os provocar.

Há dentro do Corpo Denso um fluxo e um refluxo (uma maré), assim como há no Mundo exterior. Há períodos críticos em certas doenças e enfermidades que podem ser previstos, com segurança, pela Lua. É muito importante que todos conheçam a enorme influência desse nosso satélite natural.

Há uma força cósmica que culmina por ocasião da Lua Nova e outra quando da Lua Cheia. Tudo o que se inicia desde a Lua Nova aumenta em intensidade e culminando quando a Lua estiver Cheia.

Esse período marca o fluxo de vida que vem do Sol, refletido pela Lua. Essa força é um grande auxiliar na recomposição do Corpo Denso e para conservá-lo em estado saudável. Da Lua Cheia até a Lua Nova, essa grande força se torna cada vez mais diminuída e tudo que é iniciado nesse período tende a definhar e a morrer gradualmente.

Sabendo que a Lua tem essa influência, conforme aumente ou diminua em intensidade luminosa, concluímos que esse fator deve ser levado em consideração quando aplicarmos algum tratamento. Todos os tratamentos podem ser divididos em duas classes gerais: estimulantes e sedativos. A primeira classe tem efeito mais acentuado e é mais bem aplicada durante o aumento da luz da Lua (Lua Nova até a Lua Cheia – período dito da Lua crescente). A outra é melhor empregá-la durante o período decrescente da Lua (Lua Cheia até a Lua Nova – período dito da Lua decrescente ou minguante).

A regra geral é: desde a Lua Nova até a Lua Cheia os estimulantes produzem mais efeito e os sedativos, menor. Diminua a dose de estimulantes e aumente a dos sedativos. A única exceção a essa regra é quando a Lua crescente se aproxima de uma Conjunção com Saturno. Neste caso, dê doses maiores de estimulantes e menores doses de sedativos.

Quando a Lua crescente se aproxima de uma Conjunção com Marte e Mercúrio, os estimulantes têm seu máximo efeito e os sedativos o mínimo.

Quando a Lua crescente está em Aspecto benéfico (Conjunção, Sextil ou Trígono) com Júpiter e Vênus, os estímulos cardíacos produzem seu efeito mais duradouro. A palpitação é tratada com melhores resultados quando a Lua está decrescendo e faz Aspectos benéficos (Conjunção, Sextil ou Trígono) com esses dois Planetas. Aplique estimulantes cardíacos com muita cautela quando a Lua estiver com Aspectos adversos (Quadratura ou Oposição) com esses dois Planetas, especialmente durante uma Lua Nova. Os anestésicos também, nessas ocasiões, poderão produzir resultados fatais. Se inibimos o nervo pneumogástrico em certa medida, aquietamos a ação do coração e, assim, estamos aplicando o que em medicina chama-se um sedativo. A manipulação desse nervo de modo a estimular sua ação tem valor similar ou equivalente à aplicação de um estimulante medicinal.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 4/72, traduzido da revista Rays from the Rose Cross – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Nossos Corpos: O Templo de Deus

São Paulo, em sua 1ª Epístola aos Coríntios (3:16-17), os exorta: “Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o construirá, porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado“.

Existem quase cinquenta métodos de Cura além do autorizado, o qual é ensinado nas Faculdades de toda a América. As Instituições que usam esses métodos, algumas das quais são grandes, estão atualmente prosperando devido aos efeitos da violação pelo ser humano do Templo de Deus, seu corpo.

Em verdade somos “veneráveis e maravilhosamente criados”. Existe um propósito no Plano de Deus, o qual não é a gratificação dos sentidos, e tão logo o conheçamos, trabalhando com ele, teremos a harmonia em nossos corpos e veículos.

As várias desordens que levam a pedir socorro às Instituições acima mencionadas são ocasionadas pela insistência em criarmos e mantermos os desejos, emoções e sentimentos inferiores muitas vezes aliados – senão como efeitos – uma má alimentação ou combinação imprópria dos alimentos que ingerimos. O ser humano está progredindo no Mundo externo, construindo melhores estradas, pontes mais seguras, recintos de trabalho mais amplos e equipados com máquinas mais modernas e aperfeiçoadas, ferramentas mais sofisticadas com as quais produzirá melhor trabalho. Porém, o que faz nos Mundo espirituais que deve ser construído sem o “ruído do martelo”?

Terá o ser humano adquirido a verdadeira compreensão do funcionamento do próprio organismo? Conhece as combinações químicas requeridas para o funcionamento normal do Corpo Denso? Interessa-se pelos efeitos resultantes dos alimentos que ingere? Compreende totalmente o efeito das emoções, sentimentos e desejos inferiores no seu corpo? Consideremos que tenha que levar em conta muitas outras coisas para o aperfeiçoamento do corpo humano: os pensamentos, os hábitos, etc. Os alimentos jogam um papel muito importante para determinar suas vibrações e texturas.

Não há dúvida alguma quanto ao fato de que o conhecimento do corpo humano e de seu funcionamento, de como se relacionam suas partes, como as substâncias nocivas afetam os tecidos, quer sejam ativas ou inertes deveriam fazer parte do cabedal de conhecimentos de quem se dedica a curar as pessoas. Se todos os chamados curandeiros possuíssem estes conhecimentos, causariam menos dano, porque o que é bom para um, é veneno para outro sob certas condições.

Em todos os meios de comunicação que se dedicam a propagação dos meios para adquirir e manter a saúde há artigos que exaltam as propriedades do pão de trigo integral; dele derivam o ferro e sais minerais e só necessitamos comer a metade do que consumimos de outra classe de pão, devido às riquezas de sais minerais nele contidas. Além disso, deve fazer parte da nossa dieta as frutas, verduras e legumes. As ervilhas e feijões proverão a necessária substância proteica para a reparação do desgaste; da mesma forma o farão os ovos e leite, se for do nosso agrado. A preparação e o cozimento dos alimentos é uma ciência e devem ser considerados como tal. Embora uma refeição esteja agradavelmente apresentada e servida, se não estiver devidamente equilibrada será um fracasso. Podem ser misturados alimentos ácidos e neutros na mesma refeição ou alcalinos e neutros, porém não devem nunca ser misturados ácidos e alcalinos.

A natureza dos elementos nutritivos – as vitaminas – é conhecida apenas parcialmente. Seus efeitos marcam a diferença entre a saúde e a enfermidade. Foi chamada por Herbert Hoover como “a descoberta mais importante da atualidade”.

É nos ensinado que mesmo quando estivermos saciados é possível que certa parte do nosso corpo “padeça de fome”, a menos que seja ingerido algo mais do que gorduras, proteínas e carboidratos considerados anteriormente como alimentos principais de uma dieta completa.

Os novos elementos descobertos nos alimentos, os quais a ciência chama de vitaminas A, B, C e D, se encontram em quantidade no leite e nas folhas dos legumes. Essas últimas, de preferência, devem ser comidas cruas. Se tiver de cozê-las deve-se colocar pouca água e não se deve ferver com sal e ao coar deve-se reservar a água para o preparo de sopas. Com a prática aprenderemos a quantidade de água necessária. Quando se fervem, muitos dos melhores elementos nutritivos são destruídos.

Outro ponto que deve ser considerado são as condições sob as quais se prepara o alimento. Muitas reações desagradáveis no estômago se devem a desarmonia na cozinha enquanto se prepara os alimentos. Muitas pessoas são bastante sensíveis para perceber essa desarmonia quando ingerem estes alimentos.

Uma palavra aos Estudantes Rosacruzes que compreendem: dizem que existe agora nos alimentos um novo elemento que não era conhecido há vários anos atrás. Os cientistas nutricionistas dizem que este novo elemento os burla e que não lhes foi possível detectá-lo. O alimento está mudando. Para quem compreende que está subjacente nas feridas do corpo de Cristo e o derramamento de Seu sangue há uma correlação e um mistério. Porém, para poder extrair este sutil elemento da alimentação que nos sustenta, devemos saber o significado destas coisas e também comer merecidamente como nos exortou Cristo-Jesus.

Tão pouco poderá obter este elemento dos alimentos se somos dados à crítica. Pode ser que, para alguns, este seja um novo pensamento. Porém, se estamos abertos para a verdade e temos o direito de saber, a dita verdade nos será dada. Não permanecerá por mais tempo oculta de nós se estamos preparados; isto é, seremos instruídos de como obtê-lo.

Toda a vida é vibração e as diferenças nos corpos são diferenças nas vibrações. Se nossos corpos são nutridos com alimentos grosseiros, como podem ser sensíveis as vibrações?

Desde que adquirimos de nossa nutrição aquilo em que vibramos, é muito importante cuidar não só de nossas palavras e pensamentos, mas também de nossa alimentação. Deveríamos aprender a aplicação dos princípios racionais da gastronomia e também o comer para ser saudáveis.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1983 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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A Responsabildade Espiritual e o Caminho Estreito do Estudante Rosacruz

Alguns vislumbres sobre as condições da vida superior são gradativamente sentidos por aqueles que percorrem a senda da preparação. Cada novo passo percorrido na realização espiritual revela uma maior preparação para assumir maiores responsabilidades espirituais. Do mesmo modo, conforme a percepção do Estudante Rosacruz se expande, maiores noções da necessidade de mudanças passam a ocorrer, para que seu modo de vida fique congruente a tais vislumbres.

No entanto, a percepção de mudanças, infelizmente, não vem acompanhada das facilidades, sendo que tanto a Personalidade (eu inferior) do Estudante Rosacruz quanto seu ambiente (círculo relacional, incluindo família e círculo social) podem não acompanhar o movimento da verdade que iniciou em seu coração. No âmbito da Personalidade é fácil perceber que pensamentos e impulsos indesejáveis não o abandonam. Pelo contrário, parecem nunca terem ganhado tanta força. Se não permanecer com a arma da persistência voltada para oração e trabalho, perceberá que facilmente sucumbirá. Já em relação ao seu ambiente, bem sabemos que é difícil caminhar contra as ideias aderidas pelas massas e que é muito mais difícil levar uma vida de bondade, inofensiva e de pureza, do que uma que busca “olho por olho; dente por dente” e a gratificação da natureza inferior. Mesmos os Cristãos primitivos já sofreram devido ao seu novo modo de vida, e esse sofrimento ainda é sentido nos dias atuais (apesar de atualmente não haver sofrimentos físicos e mortes devido a isso, como ocorria naquela época).

A percepção e a consciência expandida significam maiores responsabilidades em lidar com as tormentas que o conhecimento da verdade exige. No Evangelho Segundo São Lucas, podemos encontrar uma parábola que remete às responsabilidades aqui mencionadas: “Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!” (Lc 12:42-48).

Possuir responsabilidades espirituais, como as mencionadas nessa parábola, significa trabalhar com as Leis de Deus que governam a vida do Estudante Rosacruz e de todos aqueles que estão inseridos em seu círculo de ação imediata. Significa imitar o Cristo nesse círculo. A cilada de toda essa questão está exatamente na permanência da inércia expressão física que o Estudante Rosacruz pode cair. Ou seja, apesar de serem bastante nobres todos esses sentimentos e conceitos, enquanto eles são concebidos apenas no mundo das ideias, pouco efeito prático e de mudança no mundo é produzido. E a dificuldade em expressar tais elevados ideais de espiritualidade no cotidiano está exatamente na percepção do peso que é assumir uma vida verdadeiramente Cristã.

Isso é o mesmo que dizer adeus à paz, à tranquilidade e ao descanso, tão almejados e desejados pela humanidade comum. Pelo contrário, quanto mais se revelam verdades, menos paz, descanso, objetos e situações pessoais preencherão a caminhada do aspirante. “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará.” (Lc 9,23-24).

Essa responsabilidade inclui parar de profanar os recursos pessoais e alheios que temos a disposição e que são necessários para nosso desenvolvimento (incluindo nossos corpos, ambientes e as pessoas com as quais estamos relacionados) e iniciar um movimento de trabalho incessante. “Felizes são os puros de coração, porque verão a Deus.” (Mt 5:8.). Isso significa que, quando uma pessoa não mais profana todos os recursos que possui e consagra uma vida de altruísmo, paralelamente um Corpo-Alma é criado, o qual é o traje necessário para que o casamento do Espírito com o Cristo Interno ocorra.

Os vislumbres de verdade mostram que o Estudante Rosacruz é “um com todos” e que não há separatividade. Isso quer dizer que o sofrimento dos outros é seu próprio sofrimento, que o sucesso dos outros também é seu próprio sucesso, e que tanto a vítima quanto o malfeitor constituem suas próprias fraquezas, seus próprios pecados e a sua ignorância. Ignorar todos esses fatos, como se não tivéssemos parte com os males que ameaçam o atraso do desenvolvimento espiritual humano, é o mesmo que reforçar os pregos da cruz de Cristo, deixando-o cada vez mais preso à Terra.

É importante ao Estudante Rosacruz iniciar a busca pelas barreiras invisíveis que o faz andar para trás e não alcançar novas etapas de realização. Por exemplo, cada vez que o Estudante Rosacruz se depara com a incongruência entre verdade e realidade, pode sofrer a tentação de se sentir impotente. Acaba por ter pensamentos pessimistas do tipo: “não estou à altura da responsabilidade que assumi” ou “tudo isso é uma pura utopia” ou ainda, “há certos hábitos ou traços em minha Personalidade que é inútil lutar para transmutá-los”. Em outras palavras, ele percebe que para tornar realidade os vislumbres de verdade que gradativamente sente, faz-se necessário renunciar toda uma atitude referencial condicionada (ou automática) de viver, que constitui sua identidade inferior, e passar a viver com responsabilidades pessoais e coletivas.

Esse sofrimento, que envolve o estreito caminho da santidade e de consagração a uma vida de altruísmo, deveria servir de combustível para que o Estudante Rosacruz encontre forças para transmutar suas pedras brutas (seus corpos impuros e não desenvolvidos) em pedras preciosas como o ouro, o rubi e o diamante. A senda da preparação nos guarda uma vida de sofrimento, renúncia e trabalho. Apesar disso, a sensação permanente de plenitude e certeza de estar no caminho não possui comparação a qualquer gozo mundano ou conceitos de felicidades materiais que o mundo ordinário oferece.

“Quem não trabalha, não tem direito de comer”. Comer significa ter gozo ou parte com Cristo, o Pão da Vida. “Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós.” (Mt 5:12).

 Que as Rosas Floresçam em vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Os Mitos têm Valor Real ou são, em grande parte, Fantasias da Imaginação?

Resposta: Os mitos contêm profundas verdades ocultas. O antagonismo entre a luz e as trevas é descrito em inumeráveis desses mitos que são bastante semelhantes em suas linhas gerais, embora variem as circunstâncias de acordo com o estágio evolucionário dos povos onde são encontrados. À Mente normal eles geralmente parecem fantásticos porque os fatos são descritos de maneira puramente simbólica e, portanto, em completo desacordo com as realidades concretas do mundo material. Contudo, essas lendas encarnam grandes verdades de suas escamas de materialismo.

Em primeiro lugar, devemos ter em mente que o antagonismo entre a luz e as trevas, existente aqui no Mundo Físico, é apenas a manifestação de um antagonismo semelhante, existente também nos reinos moral, mental e espiritual. Esta é uma verdade fundamental, e todo aquele que conhece a verdade deve saber que o mundo concreto, com todas as suas coisas que julgamos serem tão reais, sólidas e duráveis, não passa de uma manifestação evanescente criada pelo pensamento divino, e que reverterá ao pó dentro de alguns milhões de anos, antes que também se dissolvam os outros mundos que supomos serem irreais e intangíveis, quando então voltarmos mais uma vez ao seio do Pai, para repousar, até que chegue a aurora de um outro e maior Dia Cósmico.

É especialmente por ocasião do Natal, quando há pouca luz e as noites são longas (no Hemisfério Norte), que a humanidade volta sua atenção para o Sol Meridional, e aguarda ansiosamente o momento em que ele recomeçará sua jornada em direção ao norte, trazendo luz e vida ao nosso hemisfério gelado. Vemos na Bíblia como Sansão, o Sol, tornava-se cada vez mais forte à medida que cresciam seus cabelos, como as forças das trevas, os Filisteus, descobriram o segredo de seu poder e cortaram-lhe os cabelos, ou raios, privando-o de sua força: como privaram-no da luz vazando-lhe os olhos e, finalmente, como o mataram no templo, no Solstício de Dezembro.

Os Anglo-Saxões falam da vitória do rei Jorge (1) sobre o dragão; os Teutões recordam como Beowolf (2) matou o dragão ardente e como Siegfried (3) venceu o dragão Fafner. Entre os Gregos encontramos Apolo (4) vitorioso sobre a serpente Pitão, e Hércules (5) sobre o dragão das Hespérides. A maioria dos mitos conta apenas a vitória do jovem Sol, mas há outras que, como a de Sansão acima citado, e Hiram Abiff da lenda Maçônica, contam também como o Sol, ao ficar velho, era vencido após ter completado seu circuito, estando pronto para dar nascimento a um novo Sol, que surge das cinzas da velha Fênix (6) para ser o portador da luz para um novo ano.

É uma lenda semelhante a que lemos na origem do agárico (7), uma história contada na Escandinávia na Islândia, porém, mais particularmente em Yuletide, quando o azevinho (8) vermelho mescla-se num maravilhoso efeito decorativo como o agárico branco – um símbolo vivo do sangue que era escarlate como o pecado, mas que se tornou branco como a neve. A história é a seguinte:

Antigamente, quando os deuses do Olimpo reinavam sobre a região do Sul, Wotan com sua companhia de deuses, imperava no Walhalla onde os pingentes de gelo decompunham a luz do Sol de inverno em todas as cores do arco-íris e o belo manto de neve fazia luzir até mesmo a noite escura, mesmo sem auxílio da flamante Aurora BoreaI. Eles constituíam uma companhia maravilhosa: Tyr, o deus da Guerra, ainda é lembrado entre nós, pois à terça-feira em inglês: Tuesday. Wotan, o mais sábio, é relembrado na quarta-feira: Wednesday; Thor continua conosco como o deus da quinta-feira: Thursday. Era ele quem brandia o malho, e quando o lançou contra os gigantes, os inimigos de deus e dos seres humanos, deu origem ao trovão e ao relâmpago, devido à força terrífica com a qual o martelo chocou-se contra as nuvens. A gentil Freya, a deusa da Beleza, de cujo nome derivou a sexta-feira em inglês Friday, e o traidor Loke cujo nome ainda vive no sábado Escandinavo, são tantos outros fragmentos atuais de uma fé esquecida.

Mas jamais houve algum deus como Baldur. Ele era o segundo filho de Odin e Freya, o mais nobre e mais gentil de todos os deuses, amado por todas as coisas da natureza. Ele excedeu a todos os seres não só em delicadeza como também em prudência e eloquência, e era tão belo e gracioso que a luz irradiava de si. Foi-lhe revelado em sonhos que sua vida estava em perigo, e isto pesou tão fortemente sobre seu espírito que fugiu da sociedade dos deuses. Sua mãe Freya, tendo conseguido que ele lhe contasse a causa de sua melancolia, convocou um concílio de deuses, e ficaram todos cheios de sombrios pressentimentos, pois sabiam que a morte de Baldur seria o prenúncio de sua derrota – a primeira vitória dos gigantes, ou das forças das trevas.

Por isso Wotan traçou “runes”, caracteres mágicos usados para predizer o futuro, mas todos lhe pareciam obscuros. Não podia obter deles um conhecimento mais profundo. O “Vaso da Sabedoria” que podia servi-los na presente conjuntura, estava sob a guarda de uma das Parcas, as deusas do Destino, de maneira que de nada lhes poderia ajudar, então. Ydum, a deusa da Saúde, cujos pomos dourados mantinham os deuses sempre jovens, tinha sido traída e caíra em poder dos gigantes, devido às trapaças de Loke, o espírito do mal, mas foi-lhe enviada uma delegação a fim de consultá-la sobre a natureza da doença que ameaçava Baldur se é que se poderia chamá-la de doença.

Contudo, ela só pôde responder com lágrimas, e finalmente, depois de um solene concílio convocado por todos os deuses, ficou determinado que todos os elementos, e tudo o mais existente na natureza, deveriam ser obrigados a fazer o juramento de jamais magoar ou ferir o deus gentil. Todos obedeceram à ordem, exceto uma insignificante planta que crescia a oeste do Palácio dos deuses; ela parecia tão débil e frágil que os deuses a acharam inofensiva, Contudo, a mente de Wotan avisava-o de que nem tudo estava certo. Pareceu-lhe que as Parcas da boa sorte tinham se afastado. Por isso resolveu visitar uma célebre profetisa chamada Vala. Era o espírito da terra e por ela ficaria sabendo da sorte reservada aos deuses, mas não recebeu nenhum conforto, e voltou ao Walhalla mais deprimido do que antes.

Loke, o impostor, o espírito do mal, era na realidade um dos gigantes, ou uma das forças das trevas, mas vivera durante certo tempo com os deuses. Era um vira-casaca que não dependia de ninguém e, portanto, era geralmente desprezado tanto pelos deuses como pelos gigantes. Um dia em que estava sentado lamentando do seu destino, numa densa nuvem elevou-se do oceano e pouco depois surgiu dela a figura do Rei dos Gigantes. Loke, aterrado, perguntou-lhe o que o trouxera àquele lugar. O monarca increpou-o acerbamente fazendo-lhe ver sua vileza, pois ele, um demônio por nascimento consentia em ser uma ferramenta dos deuses em sua ação contra os gigantes, a quem ele, Loke, devia sua origem. Não foi por afeição a ele que foi admitido na sociedade dos deuses, e sim porque Wotan sabia bem a ruína que ele e sua descendência acarretariam sobre os deuses, e pensava assim apaziguá-lo para adiar o momento funesto. Aquele que, por meio do seu poder e de sua astúcia, poderia ter-se tornado o chefe de um dos partidos, era agora desprezado por todos. O Rei dos Gigantes o repreendeu, além disso, por já ter várias vezes salvo os deuses da ruína e mesmo por já lhes ter fornecido armas a serem usadas contra os gigantes, e finalizou apelando ao proscrito para que inflamasse seu peito contra Wotan e toda a sua raça, como uma prova de que seu lugar natural era entre os gigantes.

Loke recolheu a veracidade de tudo aquilo e prontificou-se a ajudar seus irmãos com todas as suas forças e por todos os meios. O Rei dos gigantes lhe disse então que chegara o momento em que podia selar o destino dos deuses; que se Baldur fosse morto seguir-se-ia, mais cedo ou mais tarde, a destruição dos demais, e que a vida dos deuses pacíficos estava então ameaçada por um perigo ainda desconhecido. Loke lhe respondeu que a ansiedade dos deuses estava se extinguindo, pois Freya tinha obrigado todas as coisas a jurar, comprometendo-se em não ofender seu filho. O monarca negro replicou que deixara de prestar o juramento. Contudo, ninguém sabia o que se ocultava no coração da deusa. Voltou então a mergulhar no seu abismo negro, deixando Loke entregue a pensamentos ainda mais sombrios.

Loke então, assumindo a figura de uma anciã, apareceu a Freya e usando de astúcia extraiu-lhe o segredo fatal, isto é que julgando ser o agárico uma planta de natureza tão insignificante ela deixara de obter da humilde florzinha a promessa com a qual havia sujeitado todas as demais coisas. Loke não perdeu tempo e logo descobriu o local onde medrava o agárico arrancou-o inteiro com todas as raízes, entregou-o aos anões, que eram hábeis ferreiros, para que o transformassem numa lança. Eles fizeram esta arma usando de muitos encantamentos, e quando pronta pediram o sangue de uma criança para temperá-la. Foi lhes trazida uma criança pura, um dos anões mergulhou a lança em seu peito e cantou:

“The death-gasp hear,

Ho! Ho! – now’tis o’er –

Soon hardens the spear

In the babe’s pure gore –

Now the barbed dead feel,

Whilst the veins yet bleed,

Such a deed – such a deed –

Might harden e’en steel”.

Tradução livre:

“Ouve, da morte o exterior!

Haaa! Já terminou! A lança

fica temperada por

sangue puro da criança!

Sente, agora, a ponta afiada

Enquanto dá-se a sangria

tal façanha, consumada,

até o aço temperaria”.

Nesse ínterim os deuses, e os bravos mortos que estavam reunidos a eles para um torneio fizeram mira sobre Baldur, alvejando-o com todas as suas armas, a fim de convencê-lo de que suas apreensões não tinham fundamento, assim o julgavam, agora que estava invulnerável, pois sua vida havia sido protegida por um sortilégio.

Loke também se encaminhou para o local levando a lança fatal, e ao ver o atlético deus cego, Redor, apartado dos dentais, perguntou-lhe por que não honrava, também, a seu irmão aludindo à sua cegueira e à falta de uma arma. Loke colocou-lhe então nas mãos a lança encantada, e Hoedur, não suspeitando da maldade, feriu Baldur no peito com a lança feita do agárico, e Baldur tombou sem vida ao solo, para grande dor de todas as criaturas.

Baldur é o Sol do verão, amado por todas as coisas da natureza, e no deus cego Hoedur, que o mata com a lança, reconhecemos facilmente o signo de Sagitário, pois quando o Sol entra em Dezembro nesse signo emite uma luz muito fraca, e por isso dizemos que é morto pelo deus cego, Hoeduro. A figura de Sagitário, tal como aparece no Zodíaco ao Sul, apresenta simbolicamente a mesma ideia que a lança na história dos Eddas.

A lenda da morte de Baldur nos ensina a mesma verdade cósmica que tantas outras lendas de natureza semelhante, isto é, que o Espírito Solar deve morrer para as glórias do Universo quando, como Cristo, entra na terra para lhe trazer vida renovada, sem a qual cessariam todas as manifestações físicas do nosso Planeta. Assim como aqui a morte precede um nascimento nos reinos espirituais, também ali há uma morte no plano espiritual da existência antes que haja um nascimento num corpo físico. Como Osíris (9) no Egito é morto por Tifon antes que possa nascer Hórus, o Sol do Novo Ano, assim também Cristo deve morrer para o mundo superior antes que possa nascer na terra, trazendo-nos o necessário impulso espiritual anual; mas a nossa Santa Estação não comemora maior manifestação de amor do que aquele da qual o agárico é o símbolo. Sendo fisicamente de uma fragilidade extrema, ele adere ao carvalho, o símbolo da força. É a máxima fraqueza do mais fraco dos seres que fere o coração do mais nobre e pacífico dos deuses, de modo que, impelido por seu amor aos humildes, ele desce às sombras do submundo, como Cristo que, por nosso amor, morre anualmente para o mundo espiritual, para tornar a nascer em nosso planeta impregnando-o novamente com Sua Vida e Energia radiantes.

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(1) Jorge – Trata-se do S. Jorge do hagiológio católico, padroeiro da Inglaterra, Aragão e Portugal. O único elemento histórico a seu respeito parece ser seu martírio em Lydda, na Palestina. Outros elementos de veracidade duvidosa são sua rápida ascensão na carreira militar, sua visita à Grã-Bretanha numa expedição militar e seu protesto contra as perseguições efetuadas por Diocleciano. Calvino impugnou a existência desse santo, mas as igrejas sírias e o cânon do papa Gelásio (494) aceitam-no como real. Sua ligação com um dragão apareceu no século VI. Em Arsuf ou Joppa, Perseu havia morto um monstro marinho que ameaçava a virgem Andrômeda, e Jorge herdou a veneração anteriormente votada ao herói pagão.

(2) Beowulf ou Bjolf – Rei dos Getas, na Jutlândia (século VIII A.D.). Após um reinado de 50 anos vê sua pátria ameaçada por um dragão ardente. Enfrenta-o com onze de seus guerreiros que o abandonam, ficando apenas um, Wiglaf; com sua ajuda mata o dragão, mas é ferido e morre nomeando Wiglaf seu sucessor.

(3) Siegfried – Herói germânico, fruto dos amores incestuosos de Sigmund e Sieglinda. Foi educado pelo anão Mime que dele quer se servir para roubar ao gigante Fafner o anel mágico dos Nibelungos, que dá ao seu possuidor o poder e a fortuna. Siegfried investe contra o gigante transformado em dragão; vence-o e apodera-se do amuleto.

(4) Apolo – Um dos grandes deuses da Grécia; personificava o Sol; filho de Júpiter e Latona nasceu em Delos, segundo Homero. A luta da Luz com as trevas simbolizada pela vitória de um deus ou de uma serpente em todas as mitologias arianas é na mitologia grega, o triunfo de Apolo sobre a serpente Pitão, morta no vale de Crissa, nas proximidades do Parnaso com setas forjadas por Vulcano.

(5) Hércules – Herói e semideus romano, o Héracles da mitologia grega. Filho de Zeus e Alcmena, dentre suas façanhas são famosos os Doze trabalhos, dos quais o décimo primeiro é o roubo das maças de ouro das Hespérides, ninfas filhas de Atlas e Héspero. Habitavam num grande jardim custodiando os frutos dourados com o auxílio do dragão Sadão. Hércules matou o dragão e apoderou-se dos pomos de ouro.

(6) Fênix – Ave fabulosa, animal sagrado entre os egípcios. Este nome, de origem grega, corresponde ao egípcio benu. Diz a lenda que quando se sentia morrer fazia um ninho de ramos de canela e incenso e depois se deixava sucumbir. De seus ossos nascia uma espécie de verme que logo se transformava numa nova ave.

(7) Agárico ou visco – Cogumelo venenoso, em forma de lança que medra de preferência em troncos de carvalho.

(8) Azevinho – Arbusto espinhoso; produz pequenos frutos vermelhos; suas folhas e frutos são muito usados na Europa e Estados Unidos como ornamento por ocasião do Natal.

(9) Osíris – Um dos deuses do antigo Egito; filho de Seb e Nut, marido e irmão de Isis, e pai de Hórus. É o deus do bem, que personifica a vegetação, o Nilo e o Sol. Governava o Egito quando Tifon, seu irmão, assassinou-o, encerrou-o num esquife e o lançou às águas do rio, que o transportaram até Biblos, em cujo local brotou um tamarindeiro. Isis desesperada procura o corpo do esposo até que o encontra. Beija-o e nesse momento supremo toda a terra estremece de alegria. Osíris reanimado levanta-se do ataúde. A terra cobre-se de vegetação e os egípcios, associando-se àquela alegria universal, celebram com ruidosas festas o renascimento do seu protetor.

(Pergunta nº 165 do livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

“O Cego vê e o Surdo ouve”

Por Max Heindel

Enquanto a incapacidade física causada pela cegueira é, sem dúvida, uma grande aflição, há uma cegueira que apresenta efeito mais prejudicial sobre aqueles que dela sofrem: a cegueira do coração. Um velho provérbio diz: “Ninguém é tão cego quanto aquele que não quer ver”[1]. Toda grande Religião trouxe ao povo a quem foi dada certas verdades vitais e necessárias para o seu desenvolvimento, e o próprio Cristo nos disse que a Verdade nos libertaria. Muitas das sublimes verdades contidas nos ensinamentos Cristãos foram, no entanto, obscurecidas por credos e dogmas com os quais as várias seitas e denominações se contentaram. Contrata-se um ministro ou um pastor para uma igreja protestante e o encarregam de expor a verdade da Bíblia, mas sua língua está atada ao credo de sua denominação específica; ele é proibido, sob pena de desgraça pública e dispensa, de publicar ou pregar algo que não esteja em estrito acordo com o tipo particular de Religião desejado por aqueles que lhe pagam o salário. Cada ministro ou pastor recebe “um par de óculos que são coloridos” de acordo com o credo específico que ele representa, e ai dele se ousar enxergar a Bíblia com outros óculos sobre o nariz: fazer isso significa sua ruína financeira e ostracismo social, que poucos são corajosos o suficiente para enfrentar.

Enquanto o ministro ou pastor mantiver seus óculos denominacionais, não haverá perigo; contudo, às vezes algum ministro ou pastor retira os óculos, porque planejou ou por acidente. Ele pode ser de natureza aventureira e, de alguma forma, tem a sensação de que há alguma coisa fora da sua esfera de visão particular, ou pode ter acidentalmente perdido seus óculos. Mas, em ambos os casos, se ele tropeça na verdade nua da palavra de Deus, torna-se infeliz. Esse escritor falou com vários ministros e pastores que confessaram ter a ciência de certas verdades, mas não ousavam pregá-las porque isso jogaria a fúria de sua congregação sobre eles, por perturbar as condições estabelecidas. E isso não é de se admirar; mesmo o Rei Jaime[2], um monarca e autocrata, advertiu os tradutores da Bíblia para não a traduzirem de maneira que a nova versão perturbasse as ideias estabelecidas, porque ele sabia que, no momento em que novos pontos fossem introduzidos, haveria uma controvérsia entre os defensores da antiga visão religiosa e os da nova, o que provavelmente resultaria em uma guerra civil. A maioria das pessoas sempre está pronta para sacrificar a verdade pelo bem da paz; portanto, hoje estamos presos, apesar de nossa liberdade vangloriada, e não importa o quanto seja aguçada a nossa visão física, um grande número entre nós está cego por uma escama tão opaca que quase obscurece completamente sua visão espiritual.

No entanto, apesar de tudo, a verdade surge e, às vezes, nos lugares mais inesperados, como mostra o recorte a seguir. Isso soa mais como as reflexões de um Místico do que os escritos de um ministro ou pastor presbiteriano, anotações ligadas à terrível doutrina da predestinação e ao compromisso das almas com o fogo eterno do inferno, onde torturas terríveis são suportadas pela eternidade, mesmo por bebês que foram predestinados a sofrer para sempre pelo seu criador. Foi escrito por J. R. Miller, um conhecido pastor de igreja da Filadélfia, e é apenas outra indicação do fato de que um sexto sentido está sendo desenvolvido lentamente e, frequentemente, como dito, nos lugares mais inesperados, esmagando o credo com evidências e conhecimentos Místicos. O reverendo Miller diz:

“Todos nós projetamos uma sombra. Há sobre nós uma espécie de penumbra — algo estranho e indefinível — que chamamos de influência pessoal e tem efeito em todas as outras vidas que ela toca. Vai conosco onde quer que vamos. Não é algo que possamos ter ou retirar quando quisermos, como uma roupa. É uma coisa que sempre brota da nossa vida, como a luz de uma lâmpada, o calor de uma chama, o perfume de uma flor.”.

Certa vez, quando Cristo estava sozinho com seus Discípulos, Ele lhes perguntou: “Quem dizem os homens que Eu, o Filho do Homem, sou?”. E eles responderam e disseram: “Alguns dizem que Tu és Elias; outros, Jeremias; e outros dizem que és um dos profetas”. E Cristo respondeu e disse: “Mas quem dizeis que Eu sou?”. E São Pedro disse em resposta a essa pergunta: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Ele havia descoberto a verdade, tinha visto o Cristo. E a resposta de Cristo veio rapidamente: “Bendito és tu, Simão, filho de Jonas, porque a carne e o sangue não te revelaram isso, mas meu Pai que está no Céu; a ti darei as chaves do Reino dos Céus e do Inferno[3].

Aqui, a Religião dita Cristianismo popular, que tantas vezes desvalorizou a Arte a seu serviço, pode ver apenas uma chave material e, portanto, encontramos fotos em que São Pedro está com uma chave enorme na mão; porém o Místico descobre nesse incidente que os Discípulos receberam o ensinamento de uma grande verdade da natureza: o Renascimento! Pela chave da Iniciação, esse mistério foi descoberto, as portas do Céu e do Inferno foram abertas para mostrar a imortalidade do Espírito e nossa volta a esta esfera de ação para aprender novas e maiores lições vida após vida, como uma criança aprende suas lições na escola, dia após dia.

Se o Renascimento não fosse um fato natural, o retorno de espíritos que partiram, como Jeremias, Elias e outros, para então ocupar o corpo de Jesus, seria um absurdo e teria sido o dever de Jesus, como Mestre dos Discípulos, explicar que tais ideias fossem ridículas. Em vez disso, Ele mantém o assunto para descobrir a profundidade do seu discernimento e pergunta — “Quem então você diz que Eu sou?”. E quando a resposta chega, mostrando que eles percebem n’Ele alguém acima dos profetas e da Onda de Vida humana, o Cristo, o Filho do Deus vivo, Ele nota que estão prontos para a Iniciação que resolve, na Mente dos Discípulos, o problema do Renascimento para além de qualquer disputa. Nenhuma quantidade de leitura de livros, conversas ou explicações pode solucionar esse ponto para além de qualquer possibilidade de confusão. O candidato deve saber por si mesmo. Portanto, nas atuais Escolas de Mistérios, após a primeira Iniciação abrir-lhe os Mundos invisíveis, ele tem a oportunidade de se satisfazer com o Renascimento e lhe é mostrada uma criança que recentemente saiu do Corpo Denso. Por causa de seus poucos anos, ela renasce rapidamente, provavelmente dentro de um ano após a morte. O recém-Iniciado observa essa criança até que, finalmente, ela entra no útero da mãe para emergir como um bebê recém-nascido de novo. A razão pela qual ele assiste a uma criança e não a um adulto é porque esse fica fora da vida física aqui por aproximadamente mil anos, enquanto um bebê renasce em poucos anos; alguns chegam a encontrar um novo ambiente depois de alguns meses e renascem dentro de um ano. Durante esse período, o Iniciado também tem oportunidades de estudar a vida e as ações daqueles que estão no Purgatório e no Primeiro Céu, que são o Céu e o Inferno mencionados na Bíblia. Foi isso que Cristo ajudou seus Discípulos a fazer: ver e saber. Sobre a rocha dessa verdade a Igreja foi fundada, pois se não houvesse Renascimento, não haveria progresso evolutivo e, consequentemente, todo avanço seria uma impossibilidade.

Mas qual é o caminho para a realização? Eis a grandíssima questão e para isso há e pode haver apenas uma resposta — o desenvolvimento do sexto sentido por meio do qual o Místico descobre essa sombra imortal da qual o reverendo Miller fala. O Céu e o Inferno são relativos a nós: nossas vidas passadas e as vidas de nossos contemporâneos foram jogadas na tela do tempo e estão prontas para serem lidas a qualquer momento, mas devemos construir nossos sentidos para poder ler.

A luz elétrica, quando focada através de uma lente estereóptica, projeta a imagem brilhante de um slide, quando há escuridão; contudo, não deixa marcas visíveis quando os raios do Sol atingem a tela. Nós também, se quisermos ler o pergaminho Místico de nosso passado, devemos aprender a acalmar nossos sentidos para que o mundo externo desapareça nas trevas. Então, pela luz do espírito, veremos as imagens do passado tomarem o lugar do presente.

Tal sombra, vista pelo pastor Miller ao redor do corpo, é análoga à fotosfera, a Aura do Sol e dos Planetas. Cada um desses grandes corpos tem uma sombra invisível; ou melhor, invisível em condições normais. Vemos a fotosfera do Sol quando a esfera física é obscurecida durante um eclipse, mas em nenhum outro momento. O mesmo acontece com a sombra ou fotosfera do ser humano; quando aprendemos a controlar nosso senso de visão para que possamos observar um ser humano sem ver sua forma física, então essa fotosfera ou aura pode ser vista em todo seu esplendor, pois as cores da Terra são opacas em comparação com os fogos vivos e espirituais que envolvem e emanam de cada ser humano.

O fantástico jogo da Aurora Boreal nos dá uma noção de como essa fotosfera, ou sombra, age. Está em movimento incessante; dardos de força e chamas estão constantemente disparando de todas as suas partes, mas particularmente ativos ao redor da cabeça; e as cores e tons dessa atmosfera áurica mudam a cada pensamento ou movimento. Essa sombra é observável apenas para quem fecha os olhos a todas as visões da Terra; quem deixou de se preocupar com o louvor ou a culpa dos seres humanos, mas está concentrado apenas no Pai Celestial; quem está pronto e disposto a defender a verdade e somente ela; quem vê com o coração e no coração dos seres humanos que eles possam descobrir dentro de si mesmos o Cristo, o Filho do Deus vivo.

Tampouco é o que nos rodeia uma sombra que desaparece quando o Sol da vida deixa de brilhar no Corpo Denso. Longe disso, é o vestuário resplandecente do Espírito humano, obscurecido durante a existência material pela roupa opaca feita de carne e sangue. Quando John L. McCreery[4] escreve sobre os amigos que faleceram, que

Eles deixaram cair o manto de barro

Para colocar uma roupa brilhante,

ele está incorreto. Seu traje é realmente “brilhante”; no entanto, eles não o colocam na ocasião da morte. Seria mais correto conceber a nós mesmos como vestindo uma roupa de substância de alma que seja intensamente brilhante, porém escondida por uma “camada de pele” escura e sem brilho: um Corpo Denso. Quando o deixamos de lado, a magnífica Casa do Céu mencionada por São Paulo no quinto capítulo da Segunda Epístola aos Coríntios[5] torna-se nossa habitação normal de Luz. É o Soma Psuchicon ou Corpo-Alma, traduzido de forma incorreta como “corpo natural”, no capítulo 15 da Primeira Epístola aos Coríntios, no quadragésimo quarto versículo, onde encontraremos o Senhor em Sua vinda, mas “carne e sangue”, como usamos atualmente, não podem herdar o Reino de Deus.

Há muita diferença nessas emanações áuricas que foram observadas pelo reverendo Miller; de fato, existem tantos tipos áuricos diferentes quanto pessoas. O jogo das cores nunca é o mesmo. Se assistíssemos ao nascer e ao pôr do Sol por toda a vida, nunca encontraríamos dois exatamente iguais quanto à cor, efeito das nuvens ou tantos outros detalhes. Da mesma forma, quando observamos o jogo das emoções humanas, revelado na aura, há uma variedade incontável inclusive na mesma pessoa, quando em posições e condições idênticas, porém momentos diferentes. Em certo sentido, todos os pores do Sol são iguais; certas pessoas não percebem diferenças, mas para o artista o jogo de cores variado, às vezes, é realmente doloroso em sua intensidade. Alguns também podem não apreciar a importância dessa nuvem áurica e luminosa. Contudo, quando um Cristo vê as lutas difíceis, sofridas e intensas da pobre humanidade cega, que maravilha que Ele grite: “Jerusalém, Jerusalém, quantas vezes Eu lhe teria reunido sob minhas asas![6]. A menos que estejamos preparados para nos tornar “homens de dor”, não devemos desejar a extensão da visão que permite ao seu possuidor penetrar a opacidade do corpo que revela, assim, a Alma, pois a partir de então seremos obrigados a suportar, além das nossas, também as dores dos nossos irmãos e das nossas irmãs. No entanto, quem assim se tornar um “Servo” terá, ao lado de toda essa tristeza, também alegria e paz que ultrapassam qualquer entendimento.

Quando abrirmos os olhos espirituais e aprendemos a ter a visão celestial do Cristo dentro dos corações dos seres humanos, haverá outros passos que nos levarão mais adiante no caminho. Quando aprendemos a fechar nossos ouvidos à multidão que só clama e reclama, às brigas de pessoas sobre isso, aquilo ou qualquer outra coisa que não seja essencial; quando aprendemos que os credos, dogmas e todas as opiniões terrenas não tem valor e que existe apenas uma voz no universo que é digna de ouvirmos, a voz do nosso Deus-Pai que fala sempre aos que buscam o Seu rosto, então seremos capazes de ouvir a Canção das Esferas mencionada no imortal “Fausto[7], nessas inspiradas palavras:

                        O Sol entoa sua velha canção,

                        Entre os cânticos rivais das esferas irmãs,

                        Seu caminho predestinado vai trilhar

                        Através dos anos, em retumbante marchar.

O que ocorre no caso da fotosfera do Sol, que é vista apenas durante um eclipse, quando sua esfera física é obscurecida, também acontece com a Canção das Esferas: ela não é ouvida até que todos os outros sons tenham sido silenciados, pois é a voz do Pai. Nessa sublime harmonia, as notas-chaves de Sabedoria, Força e Beleza reverberam por todo o Universo e nessas vibrações nós vivemos, nós nos movemos e temos o nosso ser. O Amor divino se derrama sobre nós em medida irrestrita através de cada acorde cósmico para animar os desanimados e instigar os retardatários. “Não se vendem dois pardais por um asse? E, no entanto, nenhum deles cai em terra sem o consentimento do vosso Pai![8]Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso.[9] Repousem sobre o grande coração cósmico do Pai. Sua voz confortará e fortalecerá a alma.

A cada ano e idade, esse grande Canto Cósmico muda; a cada vida aprendemos a cantar uma nova música. Deus, em todos e através de todos, opera Seus milagres na natureza e no ser humano. Geralmente, estamos surdos à mágica produzida pelo som silencioso da Palavra divina; entretanto, se pudermos aprender a “ouvir”, sentiremos a verdadeira proximidade de nosso Pai, que está mais perto do que as mãos e os pés, e saberemos que nunca estamos sozinhos, nunca fora do Seu cuidado amoroso.

Assim como o Sol e os demais Astros produzem luz e som, o ser humano também tem sua estrutura de luz e som. Na medula queima uma luz como a chama de uma vela, mas não de maneira constante, silenciosa e quieta. Ela pulsa e, ao mesmo tempo, emite um som que varia do nascimento à morte e pode-se dizer que nunca é o mesmo. À medida que muda, também mudamos, pois é a tônica do ser humano. Aí estão expressas nossas esperanças e nossos medos, nossas tristezas e alegrias como foram trabalhadas no Mundo Físico, porque esse fogo é aceso pelo Arquétipo do Corpo Denso. O Arquétipo é uma esfera vazia; contudo, ao soar uma nota específica, atrai para si todas as concreções físicas que vemos aqui como manifestação — o Corpo Denso de um ser humano. Nessa chama sonora o maior número dos nervos do corpo humano tem sua raiz e origem. Esse lugar é o ponto vital do ser humano, a sede da vida, o núcleo da sombra da qual o pastor Miller falou. Quando atingimos esse ponto, quase chegamos ao coração do ser humano.

Para alcançar esse local supremo são necessários outros passos; no entanto, geralmente estamos tão envolvidos com nossos próprios interesses, independentemente dos negócios e cuidados das outras pessoas, que somos egocêntricos. Isso deve ser superado; precisamos aprender a enterrar nossas próprias tristezas e alegrias, a sufocar nossos próprios sentimentos, porque assim como a luz do Sol esconde a fotosfera e o opaco Corpo Denso do ser humano oculta a bela atmosfera áurica, assim também nossos sentimentos, emoções pessoais e interesses nos tornam insensíveis aos sentimentos dos outros. Quando aprendemos a acalmar o sentimento dos nossos próprios corações, a pensar pouco em nossas próprias tristezas e alegrias, começamos a sentir as batidas do grande Coração Cósmico que agora está trabalhando para trazer muitos filhos à glória.

As dores do nascimento do nosso Pai-Mãe no Céu são sentidas apenas pelo Místico em seus momentos mais elevados e sublimes, quando ele sufoca inteiramente os gemidos egoístas de seu próprio coração, pois esse é o inimigo mais forte e mais difícil de superar. No entanto, quando isso é alcançado, ele sente, como foi dito, o Grande Coração do nosso Pai Celestial. Assim, passo a passo, nós nos aproximamos da Luz, até mesmo do Pai das Luzes em quem “não há sombra”. É importante que deixemos o seguinte muito claro:

Pode ser uma marca de conquista ser capaz de ver “a sombra”.

Pode marcar um passo mais alto na conquista poder ouvir “a voz no silêncio”.

Acima de tudo, porém, vamos nos esforçar para sentir as batidas do coração de nossos semelhantes, para tornar nossas as suas tristezas, regozijar-nos em suas realizações e guiá-las ao seio de nosso Pai, por paz e conforto.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: de Matthew Henry

[2] N.T.: Rei Jaime VI e I, Rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda.

[3] N.T.: Mt 16:13-19

[4] N.T.: John Luckey McCreery (1835-1906) foi um poeta americano mais conhecido pelo poema “A Morte não Existe”:

A morte não existe. Os astros escondem-se

para elevarem-se sobre novas terras.

E sempre brilhando no diadema celeste

espalham seu fulgor incessantemente.

                               A morte não existe. As folhas do bosque

                               converte em vida o ar invisível;

                               as rochas quebram-se para alimentar

                               o musgo faminto que nelas nascem.

A morte não existe. O chão que pisamos

converter-se-á, pelas chuvas do verão,

em grãos dourados ou doces frutos,

ou em flores com as cores do arco-íris.

                               A morte não existe. As folhas caem,

                               as flores murcham e secam;

                               esperam apenas, durante as horas do inverno,

                               pelo hálito morno e suave da primavera.

A morte não existe; embora lamentamos

quando as lindas formas familiares

que aprendemos a amar, sejam afastadas

dos nossos braços

                               Embora com o coração partido,

                               vestido de luto e com passos silenciosos,

                               levemos seus restos a repousar na terra,

                               e digamos que eles morreram.

Eles não morreram. Apenas partiram

para além da névoa que nos cega aqui,

para nova e maior vida

dessa esfera mais serena.

                               Apenas despiram suas vestes de barro,

                               para revestirem-se com traje mais brilhante;

                               não foram para longe,

                               não foram “perdidos”, nem partiram.

Embora invisível aos nossos olhos mortais,

continuam aqui e nos amando;

nunca se esquecem

dos seres amados que deixaram.

                               Por vezes sentimos sobre nossa fronte febril

                               sua carícia, um hálito balsâmico.

                               Nosso espírito os vê, e nossos corações

                               sentem conforto e calma.

Sim, sempre junto a nós, embora invisíveis

continuam nossos queridos espíritos imortais

pois todo o universo infinito de Deus

É VIDA – A MORTE NÃO EXISTE!

[5] N.T.: IICor 5:1

[6] N.T.: Mt 23:37

[7] N.T.: Fausto é um poema trágico do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, dividido em duas partes.

[8] N.T.: Mt 10:29

[9] N.T.: Mt 11:28

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que é uma Oração?

Resposta: É a busca e contato com Deus em nosso interior. É o suprimento de nossas necessidades internas, pelo influxo de Seus atributos e virtudes em nossa parte humana, temporariamente separada, pelos véus dos veículos, de Sua permanente presença. É uma condição interna.

Pergunta: Quais os erros mais frequentes cometidos pelos que buscam orar?

Resposta: a) Considerar a prece uma mera fórmula, de mecânica repetição sem sentimentos. “Não é aquele que diz: senhor, senhor, que recebe o Reino dos Céus.” (Mt 7:21). “Quando orar, não use, como os gentios, de vãs repetições.” (Mt 6:7) “Antes que o peçais, o Senhor já sabe do que precisais.” (Mt 6:8). A parábola do homem que batia insistentemente à porta do rico, para dele pedir pão, não significa que devamos insistir para quebrar a relutância de Deus. Na verdade, a resistência que devemos quebrar, para alcançar o contato com Deus, é o de nossa Personalidade. Orar é sinceramente dar um passo de nossas limitações em direção ao Pai que sempre nos espera.

b) Ostentação.  “Quando orardes, não façais como os hipócritas que se comprazem em fazer nas esquinas das ruas, para serem vistos dos homens. Aquele que busca recompensa na terra, <poder, fama, fortuna> já está pago pela terra, e nada mais tem a receber dos Céus, <acréscimo anímico, da alma>” (Mt 6:5-8).  “Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça e tudo o mais vos será dado de acréscimo.” (Mt 6:33). “Não acumuleis tesouros terrestres que o ladrão rouba, que a traça rói e a ferrugem destrói, buscai antes os tesouros celestes.” (Mt 6:19).

c) As mágoas, os ressentimentos, as invejas etc. “E se vieres apresentar tua oferta, mas tiveres algo contra o teu irmão, vai primeiro reconciliar-te com ele e depois volta.” (Mt 5:23-24). “Perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.” (Mt 6:12).

Pergunta: Por que muitas vezes as orações não são atendidas?

Resposta: “E tudo o que pedirdes em Meu nome <em nome do Espírito, não da Personalidade, a parte humana>, crendo-o, recebê-lo-eis.” (Mt 21:22).  “Mas se pedis e não recebeis, é porque não sabeis o que pedis.” (Tg 4:3).

Ou não procuramos primeiro o Reino de Deus e sua justiça, na confiança de que tudo o mais nos venha por acréscimo, sem com isso nos preocuparmos, ou porque pedimos mal.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1969-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Mistério de Melquisedec

Creio que um dos mais misteriosos personagens da Bíblia seja Melquisedeque:

  • Rei de Salém no tempo de Abraão. Quando este voltava de sua vitória contra os reis, saiu-lhe ao encontro o rei Melquisedeque que era também sacerdote e ofereceu um sacrifício de ação de graças e abençoou o patriarca.
  • Aquele ser que não teve pai, nem mãe, nem nenhum parente e que era ao mesmo tempo Sacerdote (aquele que zelava pelo bem-estar espiritual do povo) e Rei (chefe temporal do povo), como lemos na Epístola de São Paulo aos Hebreus, 7:3: “Sem pai, nem mãe, sem genealogia, seus dias não tem começo, sua vida não tem fim”.

Para entendermos tal mistério, seria muitíssimo interessante entender o plano evolutivo divino, o Plano da Evolução, no qual todos nós estamos inseridos, e do qual muita coisa já fez história.

Estamos num Período do nosso esquema evolutivo conhecido, na terminologia Rosacruz, por Período Terrestre. Nesse Período temos a divisão por Épocas. Essas Épocas são descritas na Bíblia, no Livro do Gênesis. Até agora passaram 4 Épocas: Polar, Hiperbórea, Lemúrica e Atlante.

Durante a Época Hiperbórea, nós, seres humanos, nos manifestávamos aqui, quando renascidos, como seres bissexuais (masculino e feminino). E com características de apatia e falta de aspiração, como hoje é a maioria das plantas, que fazem parte do Reino vegetal. Na Bíblia temos uma descrição detalhada quando vivíamos no Jardim do Éden. Éramos guiados em tudo pelas Hierarquias Divinas como um doce infante que começa uma longa jornada. A Bíblia trata as Hierarquias dessa Época como Reis de Edom, como pode ser verificado no Livro dos Números (20:14-21).

Na próxima Época, conhecida como Época Lemúrica, começamos a se manifestar, quando renascidos aqui, nos dois sexos que hoje conhecemos como masculino e feminino. O motivo foi a utilização de metade da força sexual criadora para a construção de órgãos que pudessem fazer-nos criar nessa Região Química do Mundo Físico, quais sejam: o cérebro e a laringe. Entretanto, apesar da separação dos sexos, não nos tornamos conscientes de imediato dessa separação. Isso porque estávamos muito mais voltados para os Mundos espirituais. Pouca consciência tínhamos do Mundo Físico, e, portanto, pouca atenção dávamos para tudo que nele se passava. Não conhecíamos nem o nascimento e nem a morte. Não tínhamos a consciência da geração de um novo corpo, da mesma forma que hoje não temos a consciência do ato da digestão. Outra distinção desta Época foi que todos nós formávamos uma única raça, a Raça Lemúrica. Éramos guiados pelas Hierarquias Divinas. Obedecíamos cegamente, pois tínhamos toda a confiança em sua sabedoria. Por estarmos enfocados nos Mundos espirituais sabíamos que a sua orientação era a mais correta.

Toda orientação espiritual que precisávamos era provida por essas Hierarquias. Nelas estavam todos os ensinamentos espirituais do qual necessitávamos e tínhamos confiança nisso. Eram os nossos confiáveis Sacerdotes, que nos guiavam espiritualmente. Toda orientação de como devíamos nos conduzir nesse novo Mundo Físico, até então muito obscuro para nós, era provida também por essas Hierarquias.

Nelas estavam todos os ensinamentos temporais do qual necessitávamos e tínhamos confiança nisso. Eles eram os nossos sábios Reis, que nos guiavam temporalmente.

Melquisedeque, então, era o nome simbólico dessas divinas Hierarquias que desempenhavam o duplo ofício de Sacerdote e Rei. O nome Melquisedeque, Rei de Salém, significa Paz e naquele tempo tudo reinava sobre um perfeito clima de Paz e de Fraternidade Universal.

Perceba que os papéis de Líder Espiritual e Líder Temporal estavam concentrados em uma única pessoa, as Hierarquias Divinas. Entretanto, o tempo foi passando e nós procuramos nos tornar mais e mais conscientes do Mundo Físico. Afinal esse é o Mundo onde devemos nos desenvolver, conhecer e aprender; em outras palavras: aqui é o baluarte da nossa evolução.

Por meio da inestimável ajuda dos Espíritos Lucíferos, os Anjos atrasados vindos do guerreiro Planeta Marte, nós tivemos a sensação da existência desse Corpo Físico durante o ato gerador. Encontramos esse maravilhoso momento de descoberta na Bíblia, quando lemos que: “Adão conheceu a Eva” ou quando lemos que comemos da “árvore do conhecimento” a partir de onde conhecemos a morte, a dor e o sofrimento nessa Região Química do Mundo Físico.

Com esse passo importante dado, fomos, aos poucos, conhecendo esse Mundo Físico, ao mesmo tempo em que fomos perdendo a consciência dos Mundos espirituais e, consequentemente, perdendo o contato consciente com as Hierarquias Divinas, até então, nosso líder seguríssimo nessa evolução.

Somente alguns de nós conservamos tal visão espiritual que nos conferia um perfeito relacionamento com tais Hierarquias. Estes poucos foram os profetas que lemos na Bíblia e que, por um bom tempo, atuaram como mensageiros entre aqueles Líderes Divinos e nós.

Nesse momento, já estávamos próximos da nova Época de nosso esquema evolutivo, a chamada Época Atlante. Fomos, então, diferenciando-nos devido à facilidade que uns tinham de assimilar o conhecimento desse Mundo Físico em relação aos outros. A diferenciação começou a ficar tão grande que houve a necessidade de nos dividirmos em Raças.

Com isso, tornou-se mais fácil cada Raça ter as lições específicas que necessitariam aprender. Contudo, com isso, também, nós começamos a sentir falta de governantes no Mundo Físico, onde todos nós pudéssemos vê-los, pois nem todos nós tínhamos a segurança da orientação das Hierarquias Divinas, das quais já não podíamos ver. E começamos a desejar que pudéssemos escolher nossos próprios guias e exigimos reis visíveis. Veja na Bíblia em I Samuel 7:15-17, 9:5 e 10:1, a exigência de se ter Saul como rei, enquanto Samuel era o sacerdote. Foi então que surgiram os Reis e os Sacerdotes. Veja, Moisés, um guia temporal e regente do povo judeu, e Aarão, sacerdote que cuidava do bem-estar espiritual, no mesmo momento.

Ao sacerdote cabia oferecer cada dia vítimas (animais), primeiro por seus próprios pecados e depois pelos pecados do povo. Perceba que o duplo papel de Sacerdote e Rei que as Hierarquias Divinas desempenharam no passado e que trazia coesão entre essas duas funções de evolução proporcionando toda a paz para o desenvolvimento, foi, então, dividido para 2 seres humanos.

Isso ocorreu porque não se encontrou ser humano suficientemente versado nos negócios do Mundo Físico para exercer o ofício de Rei e, que, ao mesmo tempo, tivesse o conhecimento dos negócios espirituais para desempenhar o ofício de Sacerdote.

Também não se encontrou um ser humano suficientemente capaz de guiar espiritualmente o povo, como Sacerdote e, que, ao mesmo tempo, tivesse o conhecimento para dirigir os interesses materiais de um governo temporal, como um Rei.

Daí originou-se a classe sacerdotal, por exemplo, dos Levitas entre os Judeus, dos Brâmanes entre os hindus. Concentravam os poderes eclesiásticos. Eram batizados pela água, onde se consideravam Iniciados no ofício de Sacerdote.

Daí originou-se os Reis, que no princípio eram Iniciados, Filhos da Luz. Concentravam os poderes temporais.

Eram batizados pelo fogo, onde se consideravam Iniciados no ofício de Rei.

Com a separação dessas duas funções, uma orientando para o desenvolvimento material e outra para o desenvolvimento espiritual, criou-se uma área de atrito.

Senão vejamos: o Rei tinha a seu cargo o desenvolvimento material do povo. No seu mais alto conceito, procurava governar o povo atendendo tão somente a prosperidade material. Já o Sacerdote tinha a seu cargo o desenvolvimento espiritual do povo. No seu mais alto conceito, aspirava, tão somente, o progresso espiritual do povo.

Forçoso, então, que tal separação de governos criasse conflitos, mesmo que Reis e Sacerdotes trabalhassem com intenções as mais elevadas e nobres possíveis. E é o que sempre estamos até hoje vendo: com a separação do poder espiritual da Igreja (Sacerdote) e do poder temporal do Estado (Rei) produzimos guerras, lutas, opressão, escravidão e derramamentos de sangue, porque se trata de duas funções que aparentam ter interesses diametralmente opostos.

Porque cada um desses poderes luta para ter supremacia: o Estado abraça a causa da Paternidade e do homem, mantendo o alto ideal das Artes, Ofícios, Indústrias, construtores no Mundo Físico, tendo como ideal masculino Hiram Abiff, depois renascido como Lázaro – no tempo de Cristo Jesus – depois Christian Rosenkreuz, da linhagem de Caim e disposto a servir ao Cristo.

A Igreja abraça a causa da Maternidade e da mulher, mantendo o alto ideal do amor e do lar, tendo como ideal feminino a Virgem Maria, também Salomão, depois renascido como Jesus, da linhagem de Seth e disposta a servir ao Cristo.

Já não há aquela paz que havia na época de Melquisedeque, o Rei de Salém, onde só havia paz. Todo esse sofrimento ocorre porque nós não entendemos que nenhum que não seja tão espiritual como um Sacerdote está preparado para governar como Rei e, ninguém que não tenha a sabedoria e a justiça de um Rei pode estar preparado para ser o guia espiritual de humanidade, como Sacerdote.

Agora, já estamos na Época Ária, a 5° Época. Vivemos tal divisão de poderes e muitos são testemunhas de quanto sofrimento isso nos tem causado. Contudo, é importante termos uma ideia de quanto aprendemos com tudo isso. Desenvolvemo-nos até o máximo grau possível nessa Região Química do Mundo Físico, transformando-o num paraíso para o nosso desenvolvimento e para o desenvolvimento de muitas outras ondas de vida. Todas as formas de criação que já imaginamos fazem parte da história do nosso Planeta Terra, sim, o baluarte da nossa evolução.

A parte espiritual alternou em ocasiões de obscuridade e de iluminação. Caminhamos muito pelo dogmatismo, pela fé ingênua, pelo medo do desconhecido, pela iluminação, e agora, pela consciência divina da certeza para onde vamos, pela religião esotérica, pelo desvendamento dos mistérios ocultos.

Entretanto, todo esse sofrimento causado pela separação dessas duas funções só terá fim quando essas qualidades se combinarem num só ser novamente, então o reino da paz e da fraternidade universal voltará.

Por causa dessa necessidade de aparecer tal ser, é muito significativo que o relato bíblico comece, no primeiro capítulo do Gêneses, no Jardim do Éden, onde a humanidade se manifestava bissexual, quando aqui renascida, e inocente, além de inconsciente desse Mundo Físico. Depois, no segundo capítulo, lemos sobre o processo da separação dos sexos, da desobediência ao comer o fruto da Árvore do Conhecimento e do consequente castigo ao “parir seus filhos com dor e ao estar sujeito à morte”, ou seja, a consciência da existência do seu Corpo Denso, o físico, e do Mundo Físico que o cerca. A partir daí o Antigo Testamento nos relata as guerras e as lutas e, no seu último capítulo profetiza a aparição de um Sol de justiça com a solução para todo esse sofrimento.

Já, no Novo Testamento, começa com o relato do nascimento de Cristo, que proclamou o futuro estabelecimento do Reino dos Céus. Como lemos na Epístola de São Paulo aos Hebreus 1:1-2:

Muitas vezes e de modos diversos, falou Deus outrora a nossos pais pelos profetas. Nos últimos dias nos falou pelo Filho, que constituiu herdeiro de tudo, por quem criou também o mundo”.

Naquele tempo todos os Sacerdotes do povo judeu vinham de uma ordem chamada Tribo de Levi. Entretanto, era uma ordem fundada na descendência carnal de “homens mortais”, sob a Lei que os fazia sacerdotes pecadores.

Jesus nasceu da Tribo de Judá que não tinha tradição de sacerdócio. Como lemos em Hebreus 7:13-14:

Pois bem: aquele a quem se aplicam estas palavras é de outra tribo, da qual ninguém se consagrou ao serviço do altar. Pois é notório que Nosso Senhor nasceu de Judá, a cuja tribo Moisés nada disse a respeito do sacerdócio”.

Ainda assim, Jesus Cristo foi tido como “Sumo Sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque” como lemos em Hebreus 6:20. Essa ordem de sacerdócio é superior à de Levi, como lemos em Hebreus 7:1-10. O anúncio dessa ordem foi necessário porque a ordem de Levi fora incapaz de levar à perfeição.

A ordem de Melquisedeque se baseia na vida imortal de Cristo glorioso, como lemos também em Hebreus 7:15-17: “Isto se torna ainda mais evidente, se à semelhança de Melquisedeque se levanta outro sacerdote, instituído não segundo a norma de uma lei que baseia na carne, mas segundo a força de vida indestrutível”.

Sendo a ordem de Melquisedeque mais perfeita, o que era imperfeita e provisória fica abolida como lemos em Hebreus 7:18-19: “Com isso está abolida a antiga legislação devido à sua ineficácia e inutilidade”.

Esse novo sacerdócio substitui o grande número de sacerdotes por um único e eterno sacerdote: Cristo. E ele é o Sacerdote que nos faltava, pois em Hebreus 7:26-28, lemos: “Tal é o efeito o Sumo Sacerdote que nos convinha: santo, inocente, sem mácula, separado dos pecadores e mais alto do que os céus. Pois não necessita, como o sumo sacerdote, oferecer cada dia vítimas, primeiro por seus próprios pecados e depois pelos pecados do povo. Ele o fez uma única vez, oferecendo-se a si mesmo. É porque a Lei fez sumos sacerdotes homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que sucedeu à Lei, constituiu o Filho eternamente perfeito.”

Assim as qualidades de Rei e de Sacerdote se combinam no Cristo, num só Ser novamente, então é ele que nos traz o reino da paz e da fraternidade universal.

Na sua primeira vinda ele inaugurou essa nova fase de busca a esse Reino da Paz e da Fraternidade Universal, limpando os Pecados do Mundo e nos dando a Doutrina Cristã. Somente o Cristo é capaz de unir a Igreja e o Estado como Rei e Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, Rei de Salém.

Na sua segunda vinda inaugurará a idade de paz e alegria em que a simbólica “Nova Jer-u-salém” (onde mora a Paz) reinará sobre as nações, novamente unidas numa única raça, em uma Fraternidade Universal.

Estaremos na 6° Época, a próxima, conhecida como a da Nova Galileia. Estaremos, novamente, sob o comando de um Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque, só que, então:

  • Não mais inocentes e nem ingênuos, mas conscientes do Mundo Físico;
  • Não mais passivos, mas criadores dinâmicos nesse Esquema de Evolução;
  • Não mais auxiliares inconscientes, mas auxiliares conscientes de Deus no seu plano divino;
  • Não mais somente consumidores da forma física dos outros reinos de vida, mas colaboradores assíduos para a evolução de todos os reinos de vida que nos competir ajudar;
  • Não mais egoístas preocupados somente com a nossa própria evolução, mas altruístas preocupados principalmente com a evolução dos nossos irmãos.

                                                 Que As Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: de acordo com a Astrologia Rosacruz, qual é o melhor tempo para se nascer?

À luz da investigação oculta de alguns dos métodos modernos, parece-nos que o nascimento é um evento que não podemos controlar. Sempre que parecemos fazê-lo em pequena escala, somos realmente agentes do destino para acelerá-lo ou retardá-lo até que chegue o momento adequado. Esse ponto de vista justifica-se também mediante a experiência adquirida pela prática da Astrologia Horária Rosacruz. Segundo a filosofia da Astrologia Horária Rosacruz, na ocasião em que alguém se sente impelido a fazer uma pergunta referente a um assunto importante, os céus contêm também a resposta, e uma figura desenhada nessa ocasião conterá a solução do problema. Mas, deve-se notar, particularmente, que a ocasião para desenhar o mapa astrológico é quando a pergunta é feita.

Nunca devemos nos surpreender de que as grandes Inteligências, que são ministros do destino, prevejam e permitam contingências que ficam muito além da compreensão da Mente humana. Uma vez que a Mente infinita dispensa igual cuidado ao desenhar a anatomia de uma mosca, um rato ou um leão, por que não deveríamos concluir que uma atenção semelhante que vai até as minúcias não exista em todos os departamentos da vida? Quando parecemos estar retardando ou acelerando um nascimento não estaremos realmente ajudando a Natureza a tomar seu curso predeterminado, como o dissemos na frase inicial deste artigo?

Não obstante, há sempre pessoas perguntando qual é a melhor época para nascer. Frequentemente, muitos desejam saber, não que eles tenham qualquer ideia de controlar os nascimentos, mas, sim, com o objetivo de, ao verem um horóscopo ou saberem o tempo de nascimento de uma pessoa, realizarem um rápido cálculo mental para determinar se essa pessoa tem um assim chamado horóscopo com Aspectos benéficos, Aspectos adversos, um equilíbrio entre essas duas forças ou a prevalência de uma sobre a outra. Tal julgamento se basearia naturalmente na posição do Sol em um Signo, e na Casa aproximada e, portanto, seria um julgamento muito geral. Pode-se dizer, contudo, que, sendo iguais às outras posições astrais, é melhor nascer quando a Lua aumenta de luminosidade, no período compreendido entre a Lua Nova até a Lua Cheia, do que quando ela é minguante, desde a Lua Cheia até a Lua Nova, pois a Lua Crescente também aumenta a vitalidade e favorece nossos negócios.

É excelente nascer em abril ou agosto quando o Sol vitalizante está no Signo excelso de Áries, ou em Leão, seu lar, pois então entramos no mar da vida na crista da onda vital e uma abundante provisão de energia sustenta-nos na batalha da existência. Também é bom nascer em maio e julho, quando a luz vital do Sol é focalizada através do Signo excelso e do lar da Lua, Touro e Câncer, especialmente, como já o dissemos, quando o luminar menor está crescendo. Essas configurações também fornecem uma abundância de vitalidade, que é um grande bem na vida física.

Quanto à hora do dia mais favorável para o nascimento, pode-se dizer que as crianças nascidas ao nascer do Sol ou pela manhã, entre 8 e 12 horas, enquanto o Sol atravessa as Casas dos amigos e do prestígio social, são as mais “felizes”, pois elas serão ajudadas de todas as maneiras. As crianças nascidas entre o pôr do Sol e a meia-noite não são menos “felizes”. Quando o Sol atinge o nadir, a “felicidade” retorna, pois embora as crianças nascidas de manhã cedo, enquanto a estrela matutina ascende em direção ao horizonte oriental, tenham que abrir com esforço seu caminho no mundo, as oportunidades não lhes faltarão.

Podemos, portanto resumir nossas conclusões dizendo que é melhor nascer quando o Sol se levanta, ou durante a manhã, preferivelmente em abril ou agosto, quando a Lua for crescente.

Finalmente, devemos ter sempre em mente que não há “felicidade” tal como geralmente a imaginamos, mas tudo o que temos ou deixamos de ter, deve-se, em todos os aspectos, às nossas próprias ações no passado e que no futuro poderemos ter aquilo que agora nos falta, se tivermos um comportamento correto.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz setembro/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Algumas Correlações do Signo de Câncer

SIGNO: Câncer, o caranguejo

QUALIDADE: Cardinal; ou consciência dirigida ativa e dinamicamente para o interesse em objetivos específicos.

ELEMENTO: Água; ou sensitivo, sentimento consciente relacionando à qualidade da alma das coisas. Entre outras coisas, o elemento Água representa os fluídos, o Corpo de Desejos, o Mundo do Desejo e a Alma.

NATUREZA ESSENCIAL: protetivo

ANALOGIA FÍSICA: rio, córregos, queda d´água, água corrente.

ASTRO REGENTE: A Lua. Porque ela é capaz de expressar suas funções mais fácil e livremente quando está situada nesse Signo. A Lua representa o impulso para expressar a autoconfiança, para experimentar  a autoconsciência e o esforço para o crescimento pessoal. Então, a Lua representa o impulso para sermos conscientes das próprias qualidades da alma.

CASA CORRESPONDENTE: a 4ª Casa corresponde a Câncer e representa o desejo para agir e progredir baseado na suficiência individual e no desenvolvimento interno.

ANATOMIA ESOTÉRICA: representa a Alma Consciente.

ANATOMIA EXOTÉRICA: específica: esôfago, estômago, pâncreas, diafragma, duto torácico, seios e útero.

FISIOLOGIA: Governa o processo fisiológico da digestão, a ação peristáltica, osmose, mecanismo de transporte ativo e o ciclo menstrual na mulher. As forças da Lua são ativas na fêmea durante a gravidez ajudando a construir o corpo do bebê. Durante a primeira (bebê) e a segunda (meninice) infância essas forças são proeminentes em regular o crescimento e o desenvolvimento do Corpo Denso e, também, tem um efeito no processo do nascimento e da maturidade do Corpo Vital, do Corpo de Desejos e da Mente.

TABERNÁCULO NO DESERTO: simboliza o Sumo Sacerdote quando ele está de pé em frente a escura Sala Oeste do templo. Nessa posição ele representa o Ego que conscientemente entrou nos reinos superiores da natureza em completo controle das suas faculdades espirituais.

MITOLOGIA GREGA: Dois primitivos deuses lunares são Demeter e Persephone (mãe e filha), cujas mitologias são altamente simbólicas sobre o ritmo e os ciclos da fertilidade, criatividade, desenvolvimento e a revelação encontrada no ser humano e na Natureza. Gea (Terra) e Rhea estão intimamente conectadas com a Terra, mas seus papéis importantes no início da criação, em auxiliar o estabelecimento da ordem inicial das coisas, estão intimamente associadas com a operação das forças lunares. Isso reflete o fato oculto de que a Lua foi, um dia, parte da Terra, tendo sido arrojada para longe no início da Época Lemúrica. Há também uma certa quantidade de sapiência lunar encontrada nas mitologias de Artemis e Hestia.

CRISTIANIDADE CÓSMICA: Câncer é o Signo do Solstício de Junho, o tempo do ano quando as forças espirituais estão mais distantes do ser humano, ou seja, quando ele pode se concentrar melhor no lado físico de sua existência e aplicar a si mesmo para aprender as lições que estão disponíveis aqui, no Mundo Físico. Durante esse tempo, o Cristo Cósmico repouso no seio do Pai e renova as suas forças que Ele gastou totalmente para nosso benefício durante todo o ano que passou.

(traduzido da Revista: Rays from the Rose Cross – julho/1977 pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual é a diferença entre um Clarividente, um Iniciado e um Adepto?

Resposta: O que uma pessoa vê depende da sensibilidade do seu olho. Algumas pessoas podem distinguir objetos a uma distância que para outras pessoas já são invisíveis. Os artistas percebem tons de cores que as pessoas comuns não conseguem distinguir e algumas pessoas são até daltônicas; há ainda aqueles que não podem ver – são os cegos.

As pessoas que podem ver mais longe ou distinguir os tons mais delicados de cores são mais Clarividentes, ou possuem uma visão mais clara do que o restante das pessoas.

A maioria de nós é capaz de ver muitas coisas em nosso ambiente, mas sabemos muito pouco sobre as coisas que vemos apenas por que as vemos. Tivemos que ser “iniciados” no uso do telefone, da bicicleta, do automóvel, do piano, etc.

Mas, embora saibamos como usar esses instrumentos em circunstâncias normais, não estamos tão familiarizados com sua construção para que possamos construí-los ou repará-los quando estiverem avariados. Antes de nos qualificarmos para esse trabalho, devemos fazer um curso de treinamento especial, e se nos aplicarmos de todo o coração, podemos nos tornar Adeptos em nossa linha especial.

Se aplicarmos essa ilustração ao problema que surge a nossa frente, podemos entender que um Clarividente é uma pessoa, cujo sentido da visão se estendeu de tal forma, que ele percebe um outro mundo, que é invisível à maioria de nós, e que ele é capaz de ver tudo lá.

Contudo, ele não “sabe tudo a respeito” das coisas que vê ali, utilizando apenas da percepção, da mesma forma que nós não sabemos tudo a respeito das coisas que vemos nesse Mundo (ou seja: na Região Química do Mundo Físico). Ele deve se aplicar para obter esse conhecimento. Assim, gradualmente, se tornará um Iniciado, que compreende as coisas que vê, e poderá manipular algumas delas sob circunstâncias normais, da mesma forma que somos capazes de tocar um piano ou andar de bicicleta quando aprendemos essas artes.

Será necessário um treinamento maior para que o Iniciado se capacite a exercer poderes sobre as coisas e sobre as forças dos Mundos invisíveis como um Adepto.

Consequentemente, o Clarividente é aquele que vê nos Mundos invisíveis; o Iniciado vê os Mundos invisíveis e compreende o que vê, enquanto o Adepto vê, conhece e tem poder sobre as coisas e forças dos Mundos invisíveis.

(Pergunta nº 131 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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