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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Rosas na Cruz

Como estudamos no livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz: “os Símbolos Divinos que foram dados a nós, de tempos em tempos, falam àquele fórum da verdade que está dentro de nossos corações, e despertam nossa consciência para ideias divinas inteiramente além das palavras. Portanto, o simbolismo, que desempenhou um papel importantíssimo em nossa evolução passada, ainda é uma necessidade primordial em nosso desenvolvimento espiritual; daí a conveniência de estudá-lo com nossos intelectos e nossos corações.”

Contemplando as rosas na cruz do Símbolo Rosacruz primeiro notamos que elas são da cor vermelho-sangue, cuja cor representa as atividades de Deus na natureza se manifestando como o Espírito Santo. O paralelo humano aponta para o mistério do Sangue Purificado.

O sangue é o veículo através do qual nós, o Ego, mantemos o controle do nosso Corpo Denso, e em particular através do ferro mediado por Marte, tornando possível o calor necessário no sangue. Por meio dos processos de viver retamente, as vibrações do Corpo Denso são harmoniosamente elevadas e o sangue é purificado e transformado no Sangue de Cristo. Este é um dos processos regeneradores do Cristo em nós, o nosso Cristo Interno. Alguns dos frutos desta condição são que o Corpo Denso se torna um instrumento nosso mais sensível e responsivo. Os poderes dele de imunidade são fortalecidos. Se alguém sofrer a picada de uma cobra venenosa, o veneno é neutralizado e eliminado, como afirma a Bíblia.

Quando Cristo-Jesus ressuscitou dos mortos, Ele veio aos Seus apóstolos e os imbuiu com o Poder do Espírito Santo em cumprimento à Sua promessa. Este foi o Batismo de Fogo. Ele só pode ser invocado com segurança, quando estamos estabelecidos nos Princípios de Cristo, os Princípios Crísticos. Nos Mistérios ou Iniciações, este Batismo é a realização do Casamento Místico, ou a união da Personalidade (o “eu inferior”) com a Individualidade (o “Eu superior”). As barreiras na Mente concreta são queimadas e grandes obras seguem.

Assim como as sete Rosas Vermelho-sangue no Símbolo Rosacruz se referem, macrocosmicamente, às sete Hierarquias Criadoras atualmente ativas na evolução humana, no nível microcósmico elas se referem aos sete dons pentecostais que cada Aspirante à semelhança de Cristo alcançará.

A Primeira Rosa é um penhor da bela promessa de Clarividência e Clariaudiência, ou visão clara e audição clara dos Mundos invisíveis. Quando, no progresso espiritual científico no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, os canais dos sentidos forem limpos de obstruções e harmoniosamente sintonizados com vibrações supranormais, essas habilidades serão adquiridas. Eles estão sob o controle da vontade iluminada e são usadas no amor para justamente o serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada irmão e em cada irmã no nosso entorno. Esta primeira Flor do Espírito tem sua raiz, folha e seu broto na vida diária simples. A observação é o começo de toda a realização espiritual. Você veria claramente? Então deseje de todo o coração ver “de maneira direta” – sem instrumentos físicos ou por meio de outra pessoa – e compreensivamente. Livre a Mente do preconceito e das opiniões preconcebidas. Absorva a verdade do que você contempla, deixando de lado todas as ilusões do “eu inferior” que distorcem a sua visão. Somente os olhos do amor podem ver a verdade. A audição clara, a Clariaudiência, também depende das qualidades acima e do cultivo de um foco pronto e completo da atenção. Você chegará a entender outras pessoas muito melhor pelo cultivo e persistência em fazer o Exercício Esotérico de Observação, focando a sua atenção em uma atitude gentil e, assim, as revelações seguirão.

A Segunda Rosa é o símbolo da profecia. Este poder do Espírito Santo fornece o discernimento das causas de eventos passados ​​e presentes e confere a inspiração para prever o futuro. É essencialmente um poder intelectual de discernimento aguçado. E isso se obtém com a prática constante do Exercício Esotérico de Discernimento. O Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz exige o cultivo da capacidade de identificar o essencial entre o não essencial na experiência e evolução humanas. Cego para o futuro que estão criando por atividade não iluminada, uma Humanidade sofredora clama por líderes de visão verdadeira. Esta condição escurecida é um resultado da Mente concreta estar em seu estágio de evolução de Saturno ou mineral; ela ainda não despertou na consciência espiritual. Estamos construindo formas de pensamento e desenvolvendo faculdades, mas não dotamos a Mente com a sabedoria do Coração. Devemos aprender a correlacionar adequadamente Causa e Efeito. Sem essa habilidade, não estamos nem preparados para receber e seguir um profeta, porque não desenvolvemos os meios infalíveis para provar sua verdade. Então, tateamos até que, em conformidade com as Leis Divinas, escrevemos nas “tábuas de carne de nossos corações[1]. “Ainda que eu tenha o dom de profecia e não tenha amor, nada sou.”[2] Então, no amor, estudamos causa e efeito e aprendemos a profetizar.

A Terceira Rosa designa o poder de ensinar a Verdade e o conhecimento que a Verdade gera. Aprendemos por meio dos sentidos, das emoções e do pensamento, mas todas essas faculdades estão sujeitas a erros. Todo entendimento verdadeiro se origina no “Eu superior”; ele vem de cima. Embora primeiro tome forma na Mente abstrata, ele deriva sua sabedoria e seu poder do Mundo do Espírito da Vida.

À medida que nos afastamos da vida pessoal e nos esforçamos para viver a vida espiritual, gradualmente, estabelecemos linhas de força ou canais de comunicação entre a Mente concreta e a Mente abstrata. Finalmente, com a ajuda do Espírito Santo, o Casamento Místico é consumado. A partir desse momento, a Verdade é discernida em medida cada vez maior. Não precisamos mais confiar inteiramente nos registros dos outros. Lemos no livro Memória da Natureza, que é o pergaminho de Deus. O julgamento justo é alcançado, e podemos então distinguir, infalivelmente, entre profetas verdadeiros e falsos. Ensinar no conhecimento da Verdade nos ajuda a ser todas as coisas para todos os seres humanos e fornecer a eles o que é realmente necessário, de acordo com suas necessidades. É então que nos tornamos canais verdadeiros e autoconscientes para os Irmãos Maiores em seu trabalho pela Humanidade. Então “nascerá o Sol da Justiça, com cura em Suas asas” (Mal 4:2).

A Quarta Rosa convida à meditação sobre a natureza do Poder de Cura, os métodos de adquiri-lo e os frutos de sua operação. Da Divindade em nós emanam três fluxos especializados de energia radiante: Força de Vontade, Sabedoria e Atividade, correlacionados aos raios azul, amarelo e vermelho, respectivamente. O Poder de Cura é essencialmente do raio dourado, tendo sua fonte no Espírito da Vida, operando através da Alma Intelectual sobre a Mente. A natureza desta vibração é harmonizadora e vitalizante. Deus é Amor, Sabedoria e Luz; portanto, todo o sofrimento e toda a discórdia na experiência humana são o resultado de expressar nossas energias fora de harmonia com as Leis Divinas, que é sempre imutável. Durante a metade marciana do presente Período Terrestre ou, mais especificamente, até a metade da quarta Revolução no Globo D do Período Terrestre, a tônica principal da atividade humana foi caracterizada pela diferenciação, repulsão e força centrífuga. Durante a metade mercuriana (da metade da quarta Revolução no Globo D do Período Terrestre em diante), estamos lentamente aprendendo a verdadeira relatividade e as Leis da Natureza. O Discípulo da Cura deve seguir as sequências indicadas na analogia divina. Ele deve endireitar os caminhos do Senhor[3] em si mesmo. Paz, purificação, compreensão e amor devem se tornar seu estado de ser. Entre os frutos da Cura Espiritual Rosacruz, a recuperação de doenças físicas é o último fator a ser considerado, pois é o efeito da saúde, força e regeneração primeiramente transmitido aos veículos superiores. Devemos lidar com as causas da discórdia. Todos os métodos de cura que não consideram esse processo de regeneração como primordial apenas frustram a Natureza em suas medidas corretivas, que estão lenta, mas seguramente nos levando à conformidade com as Leis Divinas.

A Quinta Rosa simboliza o poder de expulsar demônios. “Fará coisas ainda maiores do que estas[4]. Este poder da Mente Divina, a Mente Crística, inclui a capacidade de nos libertar de todas as formas de obsessão em inimizade com Deus e o ser humano. Residências para os psiquicamente perturbados estão lotadas de infelizes que são vítimas de vários tipos de obsessão, desde a de um pensamento ou emoção até a de entidades desencarnadas. Vamos esperar libertá-los pela promessa fiel de nosso Salvador. Aprendemos a natureza dos demônios por uma longa lista de qualidades descritas em qualquer enciclopédia bíblica. Violência, luxúria, engano, sutileza, orgulho, mentira, crueldade e medo são algumas das enumeradas. Aqui temos um esboço claro da obra que cada Discípulo de Cristo deve primeiro realizar dentro de si mesmo. Como podemos esperar expulsar demônios dos outros sem primeiro expulsá-los de nós mesmos! Vamos “vigiar e orar, para que não entremos em tentação[5].

A Sexta Rosa relembra à nossa aspiração o poder glorioso da Palavra manifestado por nosso Senhor quando Ele acalmou a tempestade no mar da Galileia[6] e liberou a vida da figueira estéril[7]. Existem grandes Inteligências que comandam as atividades dos Elementais do Fogo, Ar, da Água e Terra. A Mente Crística pode comungar com esses seres espirituais e modificar as atividades de seus encargos. O cultivo do poder da Palavra tem seu humilde começo na condução de nossas atividades diárias. Quando consagramos o privilégio sagrado da fala à verdade e ao amor, um poder gradualmente impregna a palavra, e nossos ouvintes sentem algo dentro de si concedendo consentimento. Confiança e compreensão brilham de alma para alma: “Que as palavras da minha boca e as meditações do meu coração sejam agradáveis a Tua presença, ó Senhor, minha força e meu Redentor.

A Sétima Rosa é emblemática do poder glorioso de ressuscitar os mortos. Como todos os outros dons espirituais, ela tem muitas aplicações. De uma forma geral, significa a sobrevivência do verdadeiro Eu após a morte da Personalidade ou do “eu inferior”. Elias ressuscitou o filho da viúva como uma testemunha do poder de Deus. Cristo Jesus ressuscitou Lázaro como uma testemunha do poder de Deus, naqueles a quem Ele envia como mensageiros para uma Humanidade espiritualmente adormecida.

A ressurreição de Lázaro é o símbolo da Iniciação espiritual. Quando o tempo de preparação é cumprido, a alma na consciência desperta se separa do Corpo Denso e entra nos Mundos invisíveis onde o propósito divino é revelado e os registros das fases passadas da evolução humana são mostrados na Memória da Natureza.

Sabedoria e maestria das forças da Alma e do Espírito dotam o Iniciado com poder glorioso para guiar e auxiliar a Humanidade. O medo da morte é conquistado e a morte física é reconhecida como um evento misericordioso na Vida Eterna.

Mas podemos ressuscitar os mortos no poder da revelação que nos chegou nos ensinamentos dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Por nossa compreensão e pelas experiências que nos chegaram como Probacionistas e Discípulos, estamos equipados com conhecimento que pode convencer as pessoas que acreditam ser apenas entidades físicas condenadas à extinção na morte, que são essencialmente divinas e eternas em ser. Então nós os ressuscitamos dos mortos. “Ó Morte, onde está teu aguilhão, ó Sepultura, onde está tua vitória[8], quando conhecemos o propósito da vida e nosso parentesco com nosso Criador?

A Rosa Branca que a Fraternidade Rosacruz utiliza: no Ritual do Serviço Devocional do Templo, no Ritual do Serviço Devocional de Cura e outros Rituais do Serviço Devocional é o início e o fim dos seus Símbolos de aspiração espiritual. No Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz, simboliza a paz e purificação, duas condições que devem ser estabelecidas como estados de ser antes que as obras superiores sejam alcançadas. Na analogia sublime, a Rosa Branca indica a transmutação de todos os poderes na Luz Branca de Deus. Na luta diária para conformar nossas vidas ao Plano Divino, estamos construindo o Corpo-Alma, o corpo celestial de luz, no qual funcionamos como Auxiliares Invisíveis.

“São as pequenas sementes de pensamentos gentis que são espalhadas aqui e ali, Que produzem uma colheita abundante, para que todo o mundo possa compartilhar.”

(Publicado na Revista Rays from The Rose Cross de novembro-dezembro/1997 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: Começaremos de novo a nos recomendar? Ou será que, como alguns, precisamos de cartas de recomendação para vós ou da vossa parte? Nossa carta sois vós, carta escrita em nossos corações, reconhecida e lida por todos os homens. Evidentemente, sois uma carta de Cristo, entregue ao nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos corações!”. Tal é a certeza que temos, graças a Cristo, diante de Deus. (IICor 3:1-5)

[2] N.T.: ICor 13:2

[3] N.T.: Is 40:3-4 e Is 45:2-3, e em Pb 3:6-10

[4] N.T. Jo 14:12

[5] N.T.: Mt 26:41

[6] N.T.: Depois disso, entrou no barco e os seus discípulos o seguiram. E, nisso, houve no mar uma grande agitação, de modo que o barco era varrido pelas ondas. Ele, entretanto, dormia. Os discípulos então chegaram-se a ele e o despertaram, dizendo: “Senhor, salva nos, estamos perecendo!”. Disse-lhes ele: “Por que tendes medo, homens fracos na fé?”. Depois, pondo-se de pé, conjurou severamente os ventos e o mar. E houve uma grande bonança. Os homens ficaram espantados e diziam: “Quem é este a quem até os ventos e o mar obedecem?”. (Mt 8:23-27)

[7] N.T.: Contou ainda essa parábola: “Um homem tinha uma figueira plantada em sua vinha. Veio a ela procurar frutos, mas não encontrou. Então disse ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho buscar frutos nesta figueira e não encontro. Corta-a; por que há de tornar a terra infrutífera?’ Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa-a ainda este ano para que eu cave ao redor e coloque adubo. Depois, talvez, dê frutos… Caso contrário, tu a cortarás’”. (Lc 13:6-9)

[8] N.T. ICor 15:55

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como pode ser conquistada a Clarividência Voluntária?

Resposta: Tudo o que podemos dizer aqui é indicar os primeiros passos conducentes à aquisição dessa faculdade. O primeiro exercício desenvolve a concentração mental – é o Exercício Esotérico Rosacruz matutino da Concentração – e a ocasião mais indicada para iniciar e desenvolver essa prática é pela manhã logo ao despertar. Antes que os cuidados do dia nos assoberbem, pomo-nos relaxados e cômodos, apenas a Mente vigilante é enfocada nesse exercício. Nessa ocasião, recém-chegados dos Mundos internos, mais facilmente poderemos trazer à Mente as impressões e imagens que lá tivemos.

A técnica é a seguinte: não se movimente. Relaxado e cômodo focalize mentalmente o exercício. O estado relaxado do Corpo Denso não apenas objetiva a confortável posição, mas principalmente a permitir a cada músculo do Corpo Denso não ficar em estado de tensa expectativa. A tensão muscular frustra os objetivos do exercício. Ao se por tenso, o Estudante Rosacruz desperta e dá ênfase ao Corpo de Desejos, que se expressa pelos músculos estriados (ou voluntários) e tendões do corpo, o qual impede a calma necessária à concentração mental.

Primeiramente, devemos fixar nosso pensamento firmemente num ideal ou em algo elevado, sem desviar-se. Alguns exemplos são: o Símbolo Rosacruz, uma rosa, os cinco primeiros versículos do Evangelho Segundo de S. João, entre outros. É tarefa difícil, mas devemos persistir com entusiasmo, sem esmorecimentos, até que a possamos realizar bem, o esforço compensa, pois leva seguramente a resultados maravilhosos.  Veja: qualquer objeto poderá ser utilizado, de acordo com o temperamento e a capacidade mental do Aspirante à vida superior, contanto que puro e edificante. A lembrança do Cristo poderá ser um motivo de concentração. As flores, particularmente, poderão servir a este propósito. Se é a figura de Cristo-Jesus, devemos imaginá-lo como um Cristo real, dotado de expressão. Assim, deve tudo ser construído como ideal vivente e não estático e morto. Se escolhermos uma flor devemos, em imaginação, tomar a semente, enterrá-la no solo e fixarmo-nos neste quadro. No momento veremos a semente brotar, estendendo suas raízes que penetram na terra em forma espiralada. Dos seus principais ramos percebemos inúmeras radículas projetarem-se em todas as direções. Depois vemos a haste se projetar para cima rompendo a superfície da terra, surgindo como um diminuto pedúnculo. Um diminuto raminho surge da haste principal. Depois outro raminho. E mais outros, até o despontar de alguns botões. Presentemente, o que desperta mais a atenção são inúmeras folhas. Surge depois um botão no topo. Este botão cresce até que as pétalas de uma rosa vermelha surjam ao lado das folhas verdes, impregnando o ar com perfume dulcíssimo.

Veja: a concentração é um processo gradual. O primeiro quadro que o Aspirante à vida superior constrói será, naturalmente, obscuro e pobre. A pouco e pouco, através do exercitamento, poderá sobrepujar essas limitações, construindo, então, uma imagem real e viva.

Quando o Aspirante à vida superior se tornar apto a formar tais quadros e sobre eles mantiver a Mente enfocada, poderá retirá-los rapidamente do campo mental, conservando-se alheio a qualquer pensamento, na expectativa do que surgirá em lugar da imagem. Durante algum tempo, talvez, nada venha a ocorrer. Contudo, exercitando-se fiel e pacientemente todas as manhãs, tempo virá em que, ao afastar o quadro que tenha imaginado, o Mundo do Desejo se abrirá a seus olhos internos. A princípio poderá ser uma rápida visão, porém será uma mensagem daquilo que virá oportunamente.

Afinal o pensamento foi conquistado pelo emprego de metade de nossa força sexual criadora. Portanto, é também criador. Ele representa o poder de formar imagens, quadros, formas, mentais, segundo as ideias que internamente suscitamos. O pensamento é nosso principal poder. Nosso destino de seres racionais é de obter sobre ele absoluto domínio. Qualquer um, devidamente orientado, pode antecipar essa meta gloriosa e descortinar possibilidades inacreditáveis. O controle sobre a Mente permite a manifestação de imaginações reais, geradas por nós mesmos, o Ego, e não simples ilusões induzidas inconscientemente por condições exteriores.

O pensamento é o mais poderoso meio de obtenção do conhecimento. Se o concentrarmos sobre um assunto, ele abrirá caminho através dos obstáculos e resolverá o problema.

Nada está além da humana compreensão, quando chegamos a controlar e utilizar a força do pensamento. Geralmente dissipamos, dispersamos e enfraquecemos o pensamento-forma e em tal caso será de pouca utilidade, porque não atrai nem suscita no plano mental os dados necessários à global compreensão do assunto em foco. Todavia, uma vez estejamos devidamente preparados para o reto uso do poder mental, todo o conhecimento estará a nossa disposição. A importância disso só o avaliará devidamente o que tenha vislumbrado os resultados da Concentração. O Aspirante à vida superior não pode se furtar a essa meta. A princípio ficará aborrecido porque, ao tentar concentrar, a Mente foge e notará que pensa em tudo a que se encontra sob o Sol, em vez de fixar no ideal ou objeto proposto. Mas não deve desanimar. Com o tempo e perseverança o domínio se tornará menos difícil e os seus sentidos vão se disciplinando, até conseguir relativa concentração do foco mental.

O principal fator de êxito para lograrmos concentrar bem é a persistência; seguido de perto pela perseverança, obstinação, repetição, até vencer a luta. O que é mais difícil traz frutos mais valiosos. Sem persistência resultado algum poderá ser obtido. É inútil fazermos esse Exercício Esotérico Rosacruz em uma, duas ou três manhãs ou mesmo semanas, para, depois negligenciá-los, falhando, interrompendo, reiniciando. Para ser efetivo, o exercício deverá ser feito fielmente todas as manhãs, sem nenhuma falha. Melhor ainda se for à mesma hora e lugar porque se irá formando uma força vital que auxiliará e abreviará a meta. E uma vez conquistado um bom resultado, devemos continuar o exercício, pois a natureza não admite inação. “O exercício assegura o resultado, como a função faz o órgão”. Toda função que só interrompe, vai retrocedendo e se atrofiando. O Exercício Esotérico metódico e constante mantém em ascensão e evolução todas as coisas.

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz maio/1968 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Estudo sobre a Significância do Símbolo Rosacruz

Estudamos no Livro “Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz” que “os diferentes símbolos divinos foram fornecidos à Humanidade, de tempos em tempos, falando com aquele fórum da verdade que está dentro dos nossos corações e despertando nossa consciência para as ideias divinas que transcendem inteiramente as palavras. Contudo, o simbolismo, que desempenhou um papel muito importante em nossa evolução passada, ainda é uma necessidade primordial em nosso desenvolvimento espiritual; daí a conveniência de estudá-lo com nossos intelectos e nossos corações”.

O Símbolo Rosacruz é um desses simbolismos divinos!

Desde o início, a Escola de Mistérios Ocidental, a Fraternidade Rosacruz, teve como símbolo as rosas vermelho-sangue (a purificação da natureza de desejos) sobre a cruz trilobada (materialidade), a estrela dourada radiada, que nasce dentro do Discípulo e irradia cinco pontas (mostrando Cristo desde as cinco pontas que representam o coração e os quatro membros), e o fundo azul (emblemático do Pai), revelando àqueles que podem interpretá-lo, que é a manifestação de Deus, a unidade na trindade foi consumada.

Contemplado em sua plenitude, este maravilhoso símbolo contém a chave da nossa evolução passada, da presente constituição e do nosso desenvolvimento futuro. Na forma representada com uma única rosa branca no centro simboliza o interno Espírito Humano irradiando de si os quatro veículos: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente.

Mas houve um tempo que não vivíamos nestas condições, uma época na qual o nós, com o nosso Tríplice Espírito, flutuávamos sobre aqueles veículos e estávamos incapacitados de entrar neles. Então a cruz se levantava só, sem uma só rosa, simbolizando a condição que prevalecia no primeiro terço da Época Atlante. Houve ainda um tempo mais remoto em que faltou o madeiro superior da cruz, e a nossa respectiva constituição foi representada pela letra Tau (T). Isto foi na Época Lemúrica quando tínhamos unicamente o Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos, menos a Mente. Então a nossa natureza animal era a dominante. Obedecíamos somente aos nossos impulsos do desejo, sem reservas.

Em outra Época, mais remota ainda, a Hiperbórea, carecíamos do Corpo de Desejos e só possuíamos o Corpo Denso e o Corpo Vital. Éramos, em constituição, parecidos como as plantas, casto e sem desejos. Nesse tempo nossa constituição não podia ter sido representada por uma cruz. Foi simbolizada por uma vara reta vertical, um pilar.

Contemplando o Símbolo tal como é atualmente, notamos que o madeiro inferior da cruz (simbolizando a matéria) indica a planta com suas raízes no solo químico mineral.

Os Espíritos-Grupos emanam correntes para a superfície da Terra, influenciando os seres do reino vegetal.

O animal, simbolizado pelo madeiro horizontal da cruz, está entre a planta e nós . Sua espinha dorsal é horizontal, e através dela passam as correntes do Espírito-Grupo animal que circulam em torno da Terra.

O madeiro superior da cruz representa nós, uma planta invertida. A planta toma o seu alimento pelas raízes e nós tomamos por cima, pela cabeça. A planta é sustentada pelas correntes espirituais dos Espíritos-Grupos do centro da Terra que penetram nela pelas raízes.

A mais elevada influência espiritual vem a nós do Sol pelos seus raios que nos envolvem da cabeça aos pés. A planta inala o venenoso dióxido de carbono exalado por nós e exala o vivificante oxigênio usado por nós.

Com o tempo, nesse Esquema de Evolução, a maneira passional de geração será, novamente, exercida por um método puro e mais eficiente que o atual. Isso está simbolizado também, na Fraternidade Rosacruz, em que a rosa branca está no centro da cruz.

O madeiro inferior, representa o corpo. O horizontal os braços. A parte superior a cabeça. Em lugar da laringe está a rosa branca.

As sete rosas que adornam o nosso formoso Símbolo Rosacruz e as cinco pontas da estrela radiante são o emblemático das doze Hierarquias Criadoras que têm nos ajudado desde as condições etéricas até o estado atual.

Dessas doze hostes de Grandes Seres, três classes trabalharam sobre e conosco e de seu próprio livre arbítrio e sem nenhuma obrigação. Estas três estão simbolizadas pelas três pontas da estrela que se dirigem para cima. Duas mais, das Hierarquias Criadoras, estão a ponto de se libertar e são representadas pelas duas pontas inferiores irradiando-se do centro para fora. As sete rosas vermelho-sangue revelam que há, todavia, sete Hierarquias Criadoras ativas no desenvolvimento dos seres que estão em evolução sobre a Terra e, como todas estas, várias classes desde as mais inferiores até as mais superiores são, no entanto, partes do Grande Todo que chamamos Deus.

O vermelho-sangue das rosas da grinalda representa a vida que evolui, que sobe a grandes alturas e indicam as atividades do Espírito Santo na Natureza.

As sete rosas vermelho-sangue podem também, em certo sentido, ser correlacionadas com as Glândulas Endócrinas e intimamente também com o desenvolvimento oculto da Humanidade. Quatro destas estão relacionadas com a Personalidade: a timo, regida por Vênus; o baço, regido pelo Sol; e as suprarrenais, regidas por Júpiter. O Corpo Pituitário, regido por Urano e a Glândula Pineal, regida por Netuno, estão correlacionadas com o lado de nossa natureza espiritual, a Individualidade. A Glândula Tiroide, regida por Mercúrio, é elo entre as duas, isto é, entre o Corpo Pituitário e a Glândula Pineal.

Como aspirantes à espiritualidade perfeita, nosso Símbolo Rosacruz nos inspira o elevado ideal de fazer com que “as rosas floresçam sobre a vossa cruz”, isto é, que sejam desenvolvidos os poderes latentes de nós, o Tríplice Espírito, por meio das ativas experiências aqui no Mundo material.

Em nossa luta diária, para conformar nossas vidas ao plano Divino, estamos construindo o Corpo celestial luminoso no qual funcionaremos como Auxiliares Invisíveis, o Corpo-Alma.

Meditemos amiúde sobre o nosso Símbolo Rosacruz, elevando nossa consciência na contemplação dos elevados ideais postos ante nós neste místico Símbolo. Então o tribunal da Verdade se estabelecerá dentro de nós e, dias mais ou dias menos, desenvolveremos a consciência da grandeza do Plano de Deus.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Chamamento

No Ritual do Serviço Devocional de Cura da Fraternidade Rosacruz lemos: “um só carvão não produz fogo, mas quando se juntam vários carvões, o calor latente em cada um deles pode converter-se em chama irradiando luz e calor”.

O poder dos números é insignificante no Mundo Físico, quando o comparamos com esse poder nos Mundos espirituais. Aqui contamos um, dois, três, quatro, etc.; nos Mundos espirituais o poder aumenta ao quadrado: dois, quatro, oito, etc., para as primeiras doze pessoas que assistem a um serviço. A partir da décima terceira pessoa, número aumenta esse poder ao cubo: três, nove, vinte e sete, etc. elevando-os ao poder do universo espiritual.

Observamos, pois, quão importante pode ser a presença do mais insignificante de nós, quando se trata de acumular e multiplicar nossas aspirações espirituais para o serviço da Humanidade.

Para assegurarmos o auxílio de todos os Estudantes Rosacruzes sérios e lhes dar a oportunidade de ajudar, publicamos o documento intitulado “Datas de Cura”,  em que se tem todas as datas em que se deve oficiar o Ritual do Serviço Devocional de Cura, de maneira que cada um que esteja interessado, seja Probacionista, Estudante, paciente ou qualquer outra pessoa que queira, possa se recolher em seu lar, de preferência às 18h30 (se não puder, pode oficiar em outro horário, mas de preferência sempre no mesmo lugar), dirigindo seus pensamentos em amorosa compaixão em direção à rosa branca que fica no centro do Símbolo Rosacruz no Templo de Cura onde, nesses momentos, se descobre o Símbolo. O fortalecimento que se dá na soma de todos oficiando esse Ritual, lhes permitirá realizar um serviço maior em favor da Humanidade, pois, então, cada um de nós toma parte no trabalho!

O símbolo dos Auxiliares Invisíveis, no qual nos concentramos em Mount Ecclesia, é uma cruz branca, com sete rosas vermelhas e uma rosa branca e pura no centro, a dourada estrela radiante emanada da cruz e o fundo azul[1], estando tudo formosamente iluminado, um símbolo adequado da fulgência do Corpo-Alma em que viajam esses servidores.

Não é necessário fazer correções no tocante à hora, devido ao lugar de residências, porque o Sol irá recolhendo todas as aspirações em sua marcha, e quando os raios chegarem ao Templo de Cura da Fraternidade Rosacruz, no ângulo adequado, a influência será transmitida e se unirá com nossas aspirações que têm lugar a essa hora e nos ajudarão no trabalho.

Max Heindel nos diz que no passado, quando nossos esforços para socorrer aos doentes e enfermos se encontravam necessariamente restringidos aos Estudantes Rosacruzes que estavam lá em Mount Ecclesia, devido à carência de suficiente número de pessoas em nossas oficinas, muitas vezes faziam-nos esta pergunta: como podemos ajudar?

Este chamamento é a resposta a todos! Agora, existe uma legião de Auxiliares Invisíveis desenvolvidos, tanto entre os vivos como entre os “chamados” mortos, e contribuirão muitíssimo, no futuro, para afugentar a morte da face da Terra.

Conscientizemo-nos do glorioso privilégio que significa ser membro dessa legião; mantenhamos mais alto que em qualquer outra hora essa posição que pode ser-nos conferida, e esforcemo-nos para viver as exigências dessa tão nobre e elevada causa, para que, com o tempo se nos considere dignos de assumir maiores responsabilidades.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1982-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: se quiser obter uma cópia desse Símbolo é só enviar um e-mail para fraternidade@fraternidaderosacruz.com com: seu nome completo; seu endereço completo com CEP; seu e-mail; seu dia e mês de nascimento e se é Estudante Rosacruz ou não. Enviaremos sem custo e com o maior prazer para você.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Símbolos e Emblemas: qual a diferença entre eles e para que servem

Em todas as atividades filosóficas religiosas aparecem, frequentemente, os símbolos. O esoterista conhece um bom número deles e, por isso, pode interpretar logicamente os mitos. O Cristão esoterista sabe que a Bíblia não é um “livro aberto”. Ao contrário, é um compêndio riquíssimo, composto pelos Anjos do Destino, com tal Sabedoria que pode ser interpretada validamente por muitos modos. Podemos fazer uma ideia disso, pela citação de S. Paulo apóstolo, em uma de suas Epístolas: “a história de Sara e Agar é simbólica[1]. “Cristo-Jesus dizia falar por meio de parábolas, a fim de que, ouvindo-o, não o entendessem”. Em outra passagem, S. Paulo, pedagogicamente, afirma: “aos pequeninos na doutrina damos leite; aos adultos, alimento sólido[2]. Pelo exposto vemos que os livros mais profundos se constituem de “chaves” ou “mistérios” que vão sendo desvelados pelos seres humanos, na medida de sua iluminação interna.

Realmente, todas as coisas criadas devem ser consideradas de um duplo ponto de vista: espiritual e material. O Cristão-cientista leva evidente vantagem na compreensão de tudo, porque tem essa visão global. Ele sabe que o plano espiritual é o mundo das causas e o material, o dos efeitos. A visão do materialista é parcial e defeituosa, sendo amiúde induzido a erros. Também o Cristão místico muitas vezes se engana, porque dedica pouca atenção às leis da matéria. O ideal é a fusão da Ciência, Religião e Arte, ensinada pela Fraternidade Rosacruz e conducente a uma compreensão integral, una, coerente, dos aspectos externo e interno, do micro e do macrocosmo.

Que os Mundos espirituais são os das causas e o Mundo material, o dos efeitos, não há dúvida. Podemos comprová-lo a cada passo. O ser humano, racional que é, nada faz que não seja precedido pelo pensamento, pelo planejamento. Tudo o que existe ao nosso redor nasceu primeiramente de um pensamento, que era invisível a todos, menos a seu criador. O início do Evangelho de S. João, o mais profundo e misterioso dos quatro, afirma que “tudo nasceu do Verbo[3] e tudo o que vemos manifesto, inclusive nós, é carne provinda do Verbo.

No mundo mental, a Hierarquia Zodiacal de Sagitário, os Senhores da Mente, já em estado criador são os responsáveis pela formação dos quatro Reinos em evolução. Eles nos deram o germe da Mente e nos ajudam a desenvolvê-la. Nesse plano, consideram nossa evolução e Epigênese admitindo nossa interferência na formação de nossos futuros corpos e do ambiente em que vamos renascer, quando ainda estamos na vida antenatal.

De cada coisa criada – nossos veículos, os de um determinado animal, vegetal, um continente – há naquele plano mental um molde vivente, chamado Arquétipo, que é a origem vibratória que modela e sustenta as coisas manifestadas. Tais Arquétipos têm, cada um, determinado tempo de vibração, durante o qual a forma se mantém. Vencido esse prazo, deixa de vibrar e a forma se desfaz, porque a energia que a mantinha coesa se afasta, voltando à sua origem para formação de novos Arquétipos. É a morte física. Fica, todavia, na Memória da Natureza, uma gravação da forma criada, permitindo que, em qualquer tempo futuro, um Iniciado de quarto grau, como foi Max Heindel, possa verificar, na Região arquetípica do Mundo do Pensamento, os sucessos do passado, tais como foram e não como a história os relata.

Muitas vezes ocorre que uma coisa criada seja a combinação de vários Arquétipos. E muitas vezes um Arquétipo é modificado para que a forma, neste Mundo material, também o seja. É o caso, por exemplo, de certa região que sofra modificações, em virtude de uma erupção vulcânica. É o caso de todas as mudanças havidas através dos tempos no globo terrestre. Mas, as modificações, primeiramente, ocorrem no plano mental e depois no físico. É o mesmo que um indivíduo que, anos após haver construído sua casa, faz uma reforma e a modifica. Para isso ele modificou o primeiro planejamento, em sua Mente, atendendo a certas conveniências. Isso nos mostra como realmente “o que é em cima é como o que está embaixo”.

Esse preâmbulo é importante fundamento para o tema que nos propomos, sobre símbolos e emblemas.

Que é um símbolo? É a representação de uma verdade espiritual. É bem diferente de emblema.

Que é um emblema? É a combinação de certas ideias e coisas, de um ponto de vista material ou filosófico.

Nesta época de conquistas espaciais tem se falado como poderíamos fazer-nos compreender por habitantes de outros Astros ou de outros Sistemas Solares. Pois nós respondemos: através dos símbolos. Se projetarmos, por exemplo, um triângulo perfeito, damos imediatamente, a qualquer ser racional, deste ou de outros Sistemas Solares, a ideia de uma trindade em um. E por que entenderão? Porque somos todos, nós e eles, essencialmente Espíritos e o íntimo nos revela a significação do símbolo, não importa quão diferente seja nosso exterior do deles. Já o emblema, não; ele é o resultado do mundo fenomênico. Um brasão que represente um município, combinando ideias e coisas caracterizadoras dessa região, nada ou pouco dirá a um habitante de terras distantes, necessitando ser interpretado.

É verdade que também o símbolo, para ser compreendido com certa profundidade, deverá ser interpretado por pessoa competente. Mas, os significados do símbolo encontram eco em nosso interior, provocam certas vivências internas, reações espirituais, porque nosso íntimo reconhece algo familiar, que está sendo gravado em nossa persona ou natureza humana. O emblema já não provoca essa correspondência interna. No máximo, atende a certa correlação lógica de coisas e fatos. Às vezes, nem isso, como é o caso da pintura moderna, em que as representações exprimem uma indefinida vivência de seu criador.

A cruz é um símbolo. Ela corresponde a um conjunto de Arquétipos e de verdades pré-existentes. O madeiro inferior, partindo de baixo para cima, é uma expressão do reino de vida vegetal, porque as forças vitais mantenedoras do reino vegetal se exteriorizam, de dentro do Globo para a periferia, das raízes para as copas. O madeiro horizontal simboliza o Reino de vida animal, porque as forças espirituais mantenedoras desse Reino transitam pela superfície da Terra, passando pela espinha dorsal dos animais. Nenhum deles, por isso, pode manter-se durante muito tempo em posição vertical, pois morreria por falta desse influxo do Espírito-Grupo. O madeiro superior corresponde ao Reino de vida humano, porque as forças espirituais que se infundem em nós, vêm de cima para baixo. Assim, a cruz, fixada no solo mineral, é um conjunto de Arquétipos correspondentes aos quatro Reinos atualmente em evolução na Terra. Representa, igualmente, o conjunto instrumental do ser humano, a série de Corpos pelos quais atualmente se expressa: o Corpo Denso (o solo em que se fixa a cruz, o mundo em que evolucionam os elementos de que ele se formou), o Corpo Vital (o madeiro inferior, a capacidade etérica de metabolismo, procriação, capacidade sensorial, calor e circulação sanguíneos, memória), o Corpo de Desejos ou emocional (madeiro horizontal, capacidade de movimento, instintos, desejos e emoções) e veículo Mente (madeiro superior, laringe em vertical, influxo espiritual de cima para baixo, capacidade racional).

Dentre os materiais que Max Heindel recebeu dos Irmãos Maiores, para fundação da Fraternidade Rosacruz, está o símbolo da Cruz e das Rosas. Consiste numa Cruz trilobada e branca sobreposta a uma Estrela Dourada de cinco pontas. No centro da Cruz há uma rosa branca, rodeada por uma quase coroa de sete rosas vermelhas.

Já vimos o simbolismo da Cruz. É uma realidade arquetípica ter uma correspondência no Mundo do Pensamento Concreto. A cruz representa a cadeia completa de veículos pelos quais se expressa o gênero humano. Representa, igualmente, os quatro Reinos em evolução na Terra. As razões já foram explicadas.

As rosas simbolizam os Centros sensoriais do Corpo de Desejos, os pontos de percepção que devem ser despertados em nosso Corpo de Desejos. São faculdades latentes adormecidas, cujo despertar corresponde ao desabrochar das rosas das virtudes. O ser humano é uma planta invertida. A planta recebe o alimento pelas raízes e o encaminha para cima. O ser humano o toma em cima, pela boca, e o dirige para baixo. Os órgãos geradores da planta são a flor, coisa bela que deleita a quem a vê; que inspira o artista. A geração é feita castamente, sem paixão. O ser humano tem seus órgãos geradores em baixo e os esconde com vergonha. Seu ato gerador é mesclado de paixão. Desse modo, a flor simboliza um ideal de pureza que o ser humano deve alcançar um dia, quando haja sublimado seus instintos e dirija a força sexual criadora à cabeça, para despertar os dois centros sensoriais situados no crâneo.

Surge, então, a Clarividência, a iluminação, e a cabeça se converte numa auréola de luz, cuja haste etérica desce pela laringe, como autêntica flor espiritual. Nos trabalhos da Fraternidade Rosacruz, o Oficiante (o Estudante Rosacruz que está oficiando o Ritual do Serviço Devocional) sempre se dirige aos presentes com a saudação “que as rosas floresçam em vossa cruz”. É o desejo que ele expressa de que essa iluminação interna se realize em cada Aspirante à vida superior. Os ouvintes retribuem dizendo: “E na vossa também!”. As rosas são vermelhas, não o vermelho da paixão do sangue venoso, senão a expressão de energia pura. A rosa branca do centro é a súmula, a síntese das cores, o símbolo da Unidade de nossas virtudes.

Quando Max Heindel concebeu esse símbolo sob orientação dos Irmãos Maiores, sendo um Iniciado que havia atingido a Região Arquetípica do Mundo do Pensamento Concreto, sabia que ele correspondia a uma realidade espiritual com força interna para suscitar, no íntimo de quem o vê, uma mensagem de regeneração, um convite à elevação, algo que faz bem a nossa Alma. Não deve, pois, ser alterado em nenhum de seus detalhes, porque a forma mental de um emblema (pois não seria um símbolo) semelhante seria atraída ao Arquétipo verdadeiro, pela similitude vibratória da forma, provocando desarmonias no ideal de quem o criou.

Pelo exposto podemos compreender que os verdadeiros símbolos têm raiz espiritual e só podem ser transmitidos por um Iniciado. Aquilo que os neófitos criam para representar a mensagem que desejam transmitir a seus companheiros é apenas emblema, sem força de gerar em nossa alma os impulsos vibratórios induzidos dos Mundos internos. É por isso que os Evangelhos dizem: “Não temos outra autoridade senão a que recebemos dos céus; não precisamos combater nada; o que vem de Deus subsiste; o que vem do ser humano, logo passa”. “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6; 33).

Dessa fonte interna, quando começa a jorrar, é que provém a inspiração, a intuição, o magnetismo que atrai o poder de comunicar a ideia, a capacidade de congregar seres humanos e esforços.

A força comunicada pelos símbolos é que tem eternizado o Cristianismo. A força da Religião antiga judaica, transmitida por Moisés, igualmente residia nas coisas ocultas. O Tabernáculo no Deserto com suas dimensões, formas e finalidades era um símbolo do universo, do mundo e do ser humano. Por isso ainda se conserva o Antigo Testamento, que, junto ao Novo Testamento, constitui o mais completo documento evolucionário jamais dado à Humanidade.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1968 – Fraternidade Rosacruz – SP)


[1] N.R.: Gl 4:24

[2] N.R.: ICor 3:1-3

[3] N.R.: Jo 1:1

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Como devemos nos comportar quando participamos do ofício do Ritual do Serviço Devocional de Cura em um Centro Rosacruz

Na Sede Mundial da Fraternidade Rosacruz, em Mount Ecclesia, em todas as “Datas de Cura”, às 18h30, há uma Reunião no Templo de Cura – com o ofício do Ritual do Serviço Devocional de Cura -, onde se condensa a Panaceia de Cura, sob a direção do Irmão Maior, a qual é enviada à Humanidade. Dessa reunião participam somente os Probacionistas Ativos da Fraternidade Rosacruz, pois é indispensável que se conheça a palavra de passe, a fim de que se possa ter acesso ao referido Templo de Cura. Quando se chega à área que o circunda, pede-se silêncio: não se pode conversar nada. Solicita-se que cada um chegue uns minutos antes do início da reunião e se ponha a meditar” (o negrito é nosso).

Não pretendemos aqui insinuar que a conduta de alguém mereça reparos por não se preparar convenientemente antes de assistir ao ofício do Ritual do Serviço Devocional de Cura da Fraternidade Rosacruz em um Centro Rosacruz. Não. Desejamos apenas reiterar um padrão de comportamento irreversível pela natureza essencial da Filosofia Rosacruz.

Os vários trabalhos desenvolvidos pela Fraternidade Rosacruz têm o condão de ensejar duplo benefício: individual e coletivo.

Qualquer pessoa pode assistir e participar do ofício do Ritual do Serviço Devocional de Cura em um Centro Rosacruz ou em um Grupo de Estudos Rosacruzes.

Consideremos, para exemplificar, o ofício do Ritual do Serviço Devocional de Cura, e seus elementos componentes: a música e o ritual (e o seu ofício)

A música (elevada e inspiradora) e o ritual (com seu mágico poder de unificação) formam um conjunto harmonioso, emitindo vibrações tão puras e poderosas, a ponto de excederem os limites da compreensão humana.

Para se auferir algum benefício dessas vibrações harmoniosas, necessário se torna sintonizar-se com elas.

O Estudante Rosacruz pode, frequentemente, sentir-se premido por dificuldades de toda ordem, quando deseja estabelecer a devida sintonia. Muitas vezes teve um dia atribulado com problemas de ordem profissional ou familiar. Ou, então, algumas provas – que estão aparando suas arestas, tornando possível reluzir seu diamante interno – lhe perturbaram o íntimo.

Nessas circunstâncias, dirige-se para um Centro Rosacruz ou a um Grupo de Estudos Rosacruzes, assaltado por depressões de toda espécie. Surge, então, a necessidade de um esforço maior: remover as nuvens interiores, substituindo-as por pensamentos e sentimentos de amor e paz.

É recomendável mentalizar o Símbolo Rosacruz e o ideal de regeneração e progresso anímico por ele encerrado. A harmonia será prontamente restabelecida e o Estudante Rosacruz poderá ingressar no ambiente onde se oficiará o Ritual do Serviço Devocional, preparando-se para participar do trabalho a ser realizado.

Pode ocorrer, também, outro fato: o dia que o Estudante Rosacruz passou se constituiu de uma sucessão de êxitos pessoais e eventos agradáveis. Ou, então, no percurso ele deparou com uma cena curiosa. Pode não resistir ao desejo de relatá-los aos irmãos ou às irmãs da Fraternidade Rosacruz, ao se aproximar ou já no interior do recinto. Isto é natural e compreensível em circunstâncias ordinárias. Contudo, o Estudante Rosacruz não deve se esquecer que na Fraternidade Rosacruz não há circunstâncias ordinárias, e os assuntos por ele abordados, em sua euforia, são estritamente mundanos e materiais. Eles não são afins à natureza e aos objetivos da Fraternidade Rosacruz. Fogem ao âmbito da reunião prestes a ser iniciada.

Além disso, a questão envolve outro aspecto de capital importância: a reverência para com tudo àquilo que é sagrado. Nunca fuja de nossa lembrança o seguinte: no Templo se encontra o Símbolo Rosacruz, e em torno do local se forma uma egrégora.

Tratar de assuntos completamente estranhos ao ideal Rosacruz, em tais circunstâncias é irreverência e desrespeito, só podendo acarretar graves prejuízos ao próprio Estudante Rosacruz, individualmente, e a Fraternidade Rosacruz, coletivamente.

Urge cada um se conscientizar da imensa responsabilidade assumida, ao se tornar membro da Fraternidade Rosacruz. Pense e medite sobre isso. Será muito importante para o desenvolvimento espiritual do próprio Estudante Rosacruz.

(de Gilberto A. V. Silos – Editorial da Revista Rosacruz – fevereiro/1975-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Asas de Cura Rosacruz

No início do Antigo Testamento somos informados de como a Humanidade caiu de sua pureza primordial no pecado, na tristeza e na morte inerentes à existência física[1]; no final desse mesmo Testamento há a promessa de que, no devido tempo, o Sol da Justiça surgirá com cura em Suas asas para nos salvar da tristeza, do sofrimento e da morte engendrados por nossa injustiça.

O Novo Testamento nos mostra o divino Hierarca, Cristo, realizando milagres como nunca antes. Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem e assim por diante; sim, até a morte é vencida por esse grande Espírito em nome do Pai, que Ele proclama como o Grande Médico que cura todos os males. Além disso, Ele afirmou que “a obra que eu faço vós também a fareis e maior[2]. Ele até enviou Seus Discípulos para curar e dos dois mandamentos dados por Ele a seus seguidores — pregar o evangelho e curar os enfermos — um é tão obrigatório quanto o outro.

A Fraternidade Rosacruz tem se empenhado em seguir ambos os mandamentos nos últimos anos. Os Probacionistas que, pelo serviço fiel na vida cotidiana, conquistaram o privilégio de se tornar Auxiliares Invisíveis realizam um trabalho maravilhoso e cartas de gratidão de pacientes de todo o mundo atestam sua eficiência. O trabalho é dirigido pelos Irmãos Maiores através da Fraternidade Rosacruz.

A fim de aumentar a eficiência desse trabalho, há anos desejamos construir a Ecclesia[3], onde a Panaceia Espiritual poderá ser preparada; mas, até agora não conseguimos realizar essa ambição, o que mostra claramente que não estamos prontos; porque se estivéssemos, se tivéssemos realmente conquistado o privilégio, os fundos certamente viriam.

Como então podemos merecer esse privilégio? Essa é a grande questão e a resposta não é incerta. Somente na medida em que utilizamos ao máximo as oportunidades, as faculdades e os talentos que são nossos é que podemos esperar receber maiores oportunidades, mais talentos e melhores faculdades. E agora inauguramos uma nova atividade pela qual toda a Fraternidade Rosacruz, e não só aqui na Sede Mundial, pode participar e nos ajudar neste grande trabalho de cura.

Vocês deveriam ter visto a rapidez com que todos trabalhamos, como nos demos as mãos e nos encaixamos para que tivéssemos a Pro-Ecclesia[4] pronta para o serviço de dedicação que aconteceu na Noite Santa. E por quê? Porque naquela noite o poder espiritual do Sol chega ao topo, derramando uma bênção sobre o ar.

De 25 de dezembro a 25 de junho as atividades físicas estão em ascensão, ganhando força gradativamente, o que culmina no Solstício de Junho; e, então, abençoa o ser humano fisicamente com as coisas necessárias para o seu sustento material. Durante esse período, as atividades espirituais são difíceis de iniciar e, portanto, esperamos em silêncio até que a oportunidade chegou recentemente e realizamos o primeiro Ritual Devocional do Serviço de Cura na terça-feira, 23 de junho, às dezoito horas e trinta minutos, quando a Lua estava no Signo Cardinal de Câncer.

E, no futuro, um Ritual Devocional do Serviço de Cura será realizado na Pro-Ecclesia, naquela hora de cada dia em que a Lua alcançar os 15 graus em um dos Signos Cardeais ou Cardinais[5]. Decidimos oficiar o Ritual Devocional do Serviço de Cura para aproveitar ao máximo a pequena Pro-Ecclesia e assim ganhar o privilégio de ter também a Ecclesia. Isso foi aprovado pelo Mestre e ele sugeriu que os Rituais do Serviço Devocional de Cura fossem oficiados quando a Lua estivesse nos Signos Cardeais. Mas, queremos dar um passo adiante em nossos esforços para garantir a eficiência; por isso, queremos acrescentar aos nossos esforços a ajuda de cada Estudante Rosacruz sério da Fraternidade Rosacruz.

Há uma passagem no Ritual Devocional do Serviço do Templo, que oficiamos nos serviços da Fraternidade Rosacruz que diz: “Um só carvão não produz fogo, mas, quando se juntam vários carvões, o calor latente em cada um deles pode converter-se em chama, irradiando luz e calor. De acordo com esta mesma Lei da Natureza, aqui estamos reunidos, irmanados pelas nossas aspirações espirituais para podermos acender e manter viva a chama da verdadeira Comunhão Espiritual.”.

O poder dos números é insignificante no mundo da existência física quando comparado com o seu poder no reino espiritual. Aqui os acréscimos ao poder de uma comunidade contam como um, dois, três, quatro…, mas lá o poder aumenta em uma proporção que pode ser comparada ao quadrado — dois, quatro, oito, dezesseis… — para cada 12 que ajudam no serviço espiritual. O 13º então aumentaria para outro reino superior do universo espiritual. Para fins de ilustração, podemos contar esse aumento pela potência de três: três, nove, vinte e sete…

Assim, você verá como até o mais fraco entre nós pode se tornar importante, quando reunimos nossas aspirações espirituais. Tampouco pode haver dúvida sobre a poderosa influência que terá sobre os doentes e enfermos. Para garantir a ajuda de todos os Estudantes Rosacruzes sérios e lhes dar o privilégio de ajudar, publicaremos no Echoes de Mount Ecclesia todos os meses as datas em que o Ritual Devocional do Serviço de Cura deve ser realizado[6]. Se cada Estudante Rosacruz se sentar em sua casa às dezoito horas e trinta minutos, oficiar o Ritual Devocional do Serviço de Cura e, no momento da Concentração, focar no Símbolo Rosacruz que também está aqui[7] em Mount Ecclesia, símbolo esse que também representa várias características presentes e necessárias no Auxiliar Invisível, será manifesto, o amor, a simpatia e a força assim dados a esses Estudantes Rosacruzes que os capacitarão a prestar um serviço muito maior à Humanidade; cada um, é claro, fazendo a sua parte nesse trabalho.

O Símbolo Rosacruz que deve ser colocado em frente ao Estudante Rosacruz que está oficiando o Ritual e no lado oeste – e que também aqui em Mount Ecclesia – tem a rosa branca e pura que é o símbolo do coração do Auxiliar Invisível; tem as sete rosas vermelho-sangue que representam o purificado sangue do Auxiliar Invisível; tem a cruz branca que nos lembra a pureza do Corpo Denso do Auxiliar Invisível; e tem a estrela dourada de cinco pontas que simboliza o Dourado Manto Nupcial – o Corpo-Alma – do Auxiliar Invisível, tecido através de uma vida pura.

Não será necessário fazer correções a tempo para o seu local de residência, pois o Sol recolhe todas as aspirações à medida que avança e quando os raios no ângulo adequado chegarem ao Mount Ecclesia a influência dirigida para cá certamente será transmitida e se unirá às nossas, que ocorrem neste momento, para nos ajudar no trabalho.

Outro ponto nos ocorre em que fomos negligentes no passado. Recebemos o mandamento de deixar nossa luz brilhar, mas a modéstia nos impediu de deixar claro que numerosas curas estão realmente sendo realizadas pelos Auxiliares Invisíveis da Fraternidade Rosacruz que, é claro, estão trabalhando como agentes do nosso Pai no Céu, sendo Ele o Grande Médico. Isso deve ser sempre lembrado. E para remediar esse defeito, decidimos publicar todos os meses alguns extratos de cartas de pacientes que receberam ajuda e foram curados. Até agora, desde que começamos o trabalho de cura, poucos, certamente não mais do que meia dúzia, permanecem teimosos; os outros receberam ajuda. Eis alguns exemplos:

Aqui está alguém que teve abscessos no peito. Foi curada em poucas semanas. Ela diz em uma de suas últimas cartas.

Em relação ao abscesso em meu peito, fico feliz em dizer que está cicatrizando bem. Sinto que você me ajudou maravilhosamente.

Atenciosamente, R.N.S.

NSC, também com um abscesso, escreve:

Toda semana vejo melhora no meu caso e sou muito grato por isso. Eu não tinha ideia de que poderia me sentir tão melhor em tão pouco tempo. Ficarei realmente feliz, se puder aprender a ajudar os outros como você está me ajudando.

O seguinte é um caso de obsessão, em que a pessoa escreve:

Estou muito melhor e me sinto uma pessoa bem diferente agora que estou totalmente livre da influência; cada vez mais grato por sua ajuda. – A.B.

A carta a seguir é de uma mãe que solicitou a cura de seu filho. Ela diz:

Meu relatório para Eva esta semana é tão encorajador como sempre. Sua cabeça está curada e a audição é boa. Sua saúde geral é esplêndida. Sinto-me muito feliz com a recuperação dela e sou muito grata a você. – Atenciosamente, E.G.S.

A maior desvantagem de nossa atividade de cura vem da negligência dos Pacientes. Nossos requisitos são muito simples. Pedimos apenas que escrevam uma vez por semana com caneta à base de tinta nanquim LÍQUIDA ou “pena mosquitinho” que você molha em um recipiente com tinta LÍQUIDA nanquim – para que os eflúvios etéricos, provenientes do Corpo Vital do Paciente durante a escrita possam fornecer ao Auxiliar Invisível uma chave de admissão no organismo do Paciente. Mas, por mais simples que seja essa regra, alguns não conseguem escrever, se esquecem, escrevem com outros tipos de canetas e até à lápis (!).

Aqui está o caso de uma pessoa que teve por muitos anos uma vértebra deslocada e que foi curada por nosso tratamento, embora osteopatas, quiropráticos e vários outros que tentaram imaginaram ser impossível substituir a vértebra. O pobre homem estava, portanto, com dores constantes e ficava na cama a maior parte do tempo, totalmente incapaz de trabalhar. O tratamento dos Auxiliares Invisíveis substituiu a vértebra e ela ainda está no lugar. O homem foi trabalhar e parecia maravilhoso. Mas, ficando tão entusiasmado com a ideia de que fosse totalmente livre, desconsiderou nossa instrução de continuar escrevendo para que nosso Auxiliar Invisível pudesse ter a chance de manter sua vértebra no lugar por um período de tempo suficiente até que permanecesse no local adequado. Agora vem a seguinte carta, mostrando que estávamos certos em pedir que ele fizesse isso e ele errou em não obedecer.

Ele diz.

Há pouco tempo escrevi que estava curado e interromperia minhas cartas semanais, mas agora vejo que cometi um grande erro. Desde então minhas costas doem quase o tempo todo e estou ficando com os ombros caídos novamente, embora a vértebra esteja no lugar onde estava a lesão. Parece que estou pedindo a muitos de vocês que assumam isso pela segunda vez, mas não percebi a influência que os Auxiliares Invisíveis tinham sobre mim e o quanto dependia deles.  – Muito sinceramente, R.P.P.

(Publicado no Echoes from Mount-Ecclesia de julho de 1914 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: o que conhecemos como o evento chamado “A Queda do Homem”, tratado no livro Conceito Rosacruz do Cosmos.

[2] N.T.: Jo 14:12

[3] N.T.: Templo de Cura da Fraternidade Rosacruz em Mount Ecclesia, Oceanside, EUA. Max Heindel lançou a pedra fundamental no dia 26 de novembro de 1914. Em maio de 1920, Max Heindel apareceu para sua esposa e disse que, conforme solicitado pelo Irmão Maior, era tempo de construir a Ecclesia ou Templo. No dia 29 de junho de 1920 foi iniciada a construção do Templo de Cura. No dia 24 de dezembro de 1920 foi inaugurado o Templo de Cura, às 22h30 com uma reunião em que participaram os Probacionistas e Discípulos da Fraternidade Rosacruz.

[4] N.T.: também chamada de Capela, foi inaugurada em 24 de dezembro de 1913

[5] N.T.: Áries, Câncer, Libra e Capricórnio

[6] N.T.: as “Datas de Cura” que são publicadas no nosso site www.fraternidaderosacruz.com aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/cura/datas-para-realizar-o-servico-de-cura/

[7] N.T.: e que atualmente está no Templo de Cura.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder do Pensamento expresso nas Reuniões de Cura: exercite-o!

“Um só carvão não produz fogo, mas, quando se juntam vários carvões, o calor latente em cada um deles pode converter-se em chama, irradiando luz e calor”. Foi em obediência a essa mesma Lei da Natureza que nos reunimos aqui, esta noite, porque ao acumular nossas aspirações espirituais para curar e ajudar nossos companheiros sofredores, poderemos realizar nossa modesta parte no sentido de levantar o manto de tristeza que agora paira sobre a vida deles e apressar o dia do Reino vindouro, onde o sofrimento e a tristeza serão abolidos e mesmo a morte deixará de ter domínio sobre os seres humanos.

As “Reuniões de Cura” são realizadas nas noites em que a Lua esteja em um Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra, Capricórnio), porque nesse momento o máximo de energia cósmica é infundido no trabalho que iniciamos; assim, existem as melhores chances de um problema ser resolvido. Portanto, estamos aproveitando as forças do universo e o pensamento é o veículo que usamos para transmitir esse poder de cura.

No entanto, antes que a energia possa ser transmitida, ela deve ser gerada e, para fazer isso com eficiência, devemos entender com precisão qual é o método. Lemos na Bíblia que: “Como um homem pensa em seu coração, assim ele é” (Pb 23:7). Isso vai ao fundo do assunto, pois, embora possamos confessar com a boca acreditar em certas coisas e, logo, enganar os outros ou, sim, até nós mesmos, apenas aquilo em que realmente acreditamos em nosso interior, o que pensamos no fundo do coração, é válido. Se professamos com a boca que cremos em Deus, que vivemos a vida correta, que fazemos aos outros o que é certo, independentemente do que façam conosco, ou que sigamos outros altos padrões de conduta, ainda poderemos viver uma vida ambígua e sermos hipócritas. Contudo, se realmente aceitarmos isso em nosso cerne, não será necessário que façamos declarações. Cada um dos nossos atos proclamará exatamente o que pensamos em nosso íntimo e no que acreditamos. Rapidamente, as pessoas descobrirão justamente que tipo de pessoa somos, observando nossas ações, em vez de ouvir o que dizemos.

Devemos perceber que todo pensamento é uma centelha emitida pelo Ego, que quando nasce, atrai para si um determinado tipo de material apropriado à sua natureza. Esse pensamento-forma pode ser enviado a outras pessoas, visando ao seu bem ou mal; mas haverá uma reação sobre nós mesmos, boa ou má, dependendo do que foi canalizado aos outros. É um fato e não apenas mero provérbio poético afirmar que “pensamentos, como galinhas, sempre voltam para o poleiro”. Qualquer pessoa que tenha a visão espiritual despertada vê em cada um de nós uma atmosfera áurica sutil, colorida de acordo com nossa particular tendência de pensamento; embora, é claro, a cor básica seja determinada por características do povo e da nação.

Se depositarmos em nossos corações pensamentos de otimismo, bondade, benevolência, ajuda e serviço, então esses pensamentos gradualmente vão colorir nossa atmosfera de certa maneira que é muito expressiva de todas essas diferentes qualidades ou virtudes desejáveis. E, à medida que nossos corpos são construídos pela Mente em uma expressão de nossa atitude mental, isso reage em nosso Corpo Denso, trazendo para nós saúde e bem-estar. Por essa razão, os Ensinamentos Rosacruzes são verdadeiros, quando afirmam que dessa maneira a saúde e a prosperidade são alcançadas; ainda que ninguém com Mente espiritual realmente use tais meios para obter riqueza material. Mas, essa é apenas outra maneira de provar a verdade das palavras de Cristo: se procurarmos primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, todas as outras coisas nos serão acrescentadas[1].

O profeta de Israel também deu essa garantia, quando afirmou: “Fui jovem e já estou velho, mas nunca vi um justo abandonado, nem sua descendência mendigando pão[2]. É uma lei do universo que, se trabalharmos com Deus, Ele certamente cuidará de nós de maneira material. “Não se vendem dois pardais por um asse? E, no entanto, nenhum deles cai em terra sem o consentimento do vosso Pai![3]; porventura não valem mais do que muitos pardais? Por toda a palavra de Deus temos a promessa de que, se trabalharmos com fidelidade, honestidade e o melhor da nossa capacidade, lutando pelos interesses do Cristo, trabalhando em “Sua vinha”, Ele cuidará de nós.

Quando alguém cria sobre si mesmo uma atmosfera áurica de utilidade, bondade e serviço real — porque não basta desejarmos prestar o serviço, mas devemos nos esforçar dia após dia para servir ao máximo — deita toda noite cansado, na feliz consciência de ser um verdadeiro servo de Cristo. Contudo, quando tivermos feito isso, encontraremos um mundo mudado. Acharemos em outras pessoas as mesmas qualidades que possuímos, porque essa atmosfera áurica é como um vidro através do qual devemos olhar para todos. O mundo inteiro é colorido por nossa própria aura, como se estivéssemos em uma sala com janelas de vidro vermelho e o mundo lá fora, então, as árvores, casas e tudo o mais, parecesse vermelho.

Para mencionar um fato, vemos o mundo em que vivemos através dessa atmosfera áurica e, se ela for vibrante pela benevolência e bondade, encontraremos sobre nós pessoas que sejam benevolentes e gentis, pois atraímos delas as qualidades que nós mesmos expressamos, seguindo o mesmo princípio científico do diapasão: quando um é tocado, ele desperta as vibrações de outros diapasões de tom idêntico; assim, as pessoas que nos conhecem são sempre atraídas e respondem àquilo que temos em nós mesmos.

Portanto, um ser humano que é benevolente, como dito, sente a benevolência e a bondade de outras pessoas. Um que dispõe de pensamentos mesquinhos e preocupantes, que é pessimista ou habitualmente tem pensamentos de crueldade para com os outros, invocará sobre si próprio os mesmos traços de caráter que envia. Estamos todos vibrando em determinado tom e o Átomo-semente do coração é a base da existência física e das vibrações que saem de nós para o mundo físico.

É de imenso benefício conhecer essa evidência científica, já que podemos controlar nossos pensamentos e, através deles, todas as condições da vida. Cabe a nós, portanto e diariamente, cultivar o otimismo, a utilidade, a benevolência e a bondade para podermos ter maior valor no trabalho do mundo. A menos que tenhamos essas qualidades em algum grau, é impossível realizar a tarefa para a qual viemos aqui, hoje à noite: ou seja, ajudar outras pessoas e curar.

Milhares de Estudantes Rosacruzes em todo o mundo concentraram seus pensamentos aqui, durante este dia, como faz todos os dias, quando há uma “Reunião de Cura”, seja em um Centro Rosacruz, em um Grupo de Estudos ou mesmo em um lar. Essa agregação de pensamentos agora flutua sobre a Pro-Ecclesia, aqui na Sede Mundial, uma força poderosa. O Símbolo Rosacruz na parede oeste é o instrumento ou foco através do qual devemos enviar essa força poderosa ao mundo. Temos ali a estrela dourada de cinco pontas e a cruz trilobada de quatro pontas. Os números cinco e quatro formam o místico nove, que é o número de Adão, a Humanidade. A cruz é branca e pura, símbolo que indica que quem deseja se tornar um Auxiliar Invisível da Humanidade deve se purificar de todo o mal e, embora tentando fazer isso caiamos repetidas vezes, lembremos que não exista falha, exceto desistir da missão. As sete rosas que enfeitam este símbolo representam o sangue purificado.

Enquanto a Humanidade e os animais que têm sangue quente e vermelho estão cheios de paixão e desejo, a planta não tem paixão. A rosa vermelha, sendo o órgão gerador da planta, permanece como um símbolo da imaculada concepção que ocorre quando o Cristo nasce em nosso interior, purificando-nos dos pecados do passado e santificando-nos para a obra do futuro. Esse é o grande ideal ao qual aspiramos. Concentremos nosso pensamento na rosa branca do centro do Símbolo Rosacruz, que representa o coração puro do Auxiliar Invisível, que é tão desinteressado. Oramos para que nossos pensamentos sejam tão puros quanto aquela rosa, para que possamos gerar conceitos de pureza, força, utilidade e confiança em Deus, apesar de todos os desânimos.

Acima de tudo, depois que fizermos nossa parte, confiemos os resultados a Deus, eliminando nossa própria Personalidade. Somos fracos demais para lutar contra forças cósmicas; entretanto, Deus é onipotente. Não tentaríamos atravessar o oceano em um barco a remo que, muito provavelmente, afundasse; no entanto, se formos de avião, grande e bem construído, as chances serão muito favoráveis à sobrevivência contra qualquer vento forte que nos possa assolar. Essa metáfora também pode ser aplicada à viagem em direção ao nosso objetivo espiritual. Se nos esforçarmos para manter as próprias forças, estaremos muito aptos a cair; porém, se nos comprometermos com Deus e orarmos a Ele por orientação, descobriremos que as chances de sucesso aumentam bastante. E por oração não se entende apenas a dos lábios, mas a do coração.

Como Emerson ensina:

Embora seus joelhos nunca estejam dobrados,

Para o céu, de hora em hora, seus pedidos são enviados;

E sejam, para o bem ou para o mal, formados,

Ainda são respondidos e registrados.

(De Max Heindel, publicado na Revista “Rays from the Rose Cross”, de julho/1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz de Campinas – SP – Brasil)


[1] N.T.: Mt 6:33

[2] N.T.: Sl 37:25

[3] N.T. Mt 10:29

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Exercícios para Adquirir Conhecimento Direto – o Exercício Esotérico de Meditação

Devemos iniciar a meditação somente após termos praticado por um bom tempo o Exercício Esotérica de Concentração, tanto a cotidiana, como a do Exercício matutino Esotérico de Concentração.

Esse tempo não se refere ao momento em que nos tornamos aptos para visualizar o Mundo do Desejo, mas, ao menos, até conseguirmos focar a Mente sobre um assunto que escolhemos, sem pensar em mais nada.

Guardar segredo sobre aquilo que acontece durante o Exercício Esotérico de Meditação é fundamental.

Isso porque se tagarelarmos sobre, ou contarmos a alguém, as experiências de nossos momentos durante o Exercício Esotérico de Meditação se perderão, pois antes de extrairmos delas pleno conhecimento das Leis Cósmicas subjacentes, tais experiências podem reduzir-se a nada, uma vez que esse tipo de experiência não pode suportar a transmissão oral. É por meio delas que aprenderemos tudo o que se refere ao assunto que usamos no nosso Exercício Esotérico de Concentração. Isso porque, ao persistirmos em fazer bem o Exercício Esotérico de Concentração criamos um pensamento-forma vivente por meio da nossa faculdade imaginativa.

Se, por exemplo, evocamos o:

  • Símbolo Rosacruz – é muito fácil reproduzir, meditativamente, cada parte dele e o correspondente real significado, cada significado aparecendo de modo vivo e falando por si.
  • A lembrança do Cristo – é muito fácil reproduzir, meditativamente, todos os incidentes de Sua Vida, Seus sofrimentos e Sua ressurreição.
  •  O desenvolvimento de uma rosa, de uma flor ou de qualquer objeto – é muito fácil reproduzir, meditativamente, todo o seu desenvolvimento, e todo o seu significado de pureza e castidade como exemplo de se dar sem restrições a serviço de Deus.
  • Os cinco primeiros versículos do primeiro capítulo do Evangelho Segundo São João – é muito fácil reproduzir, meditativamente, uma admirável compreensão do princípio do nosso universo e do método da criação, compreensão que está muito longe de ser alcançada em livros.

E assim por diante.

De qualquer modo, um conhecimento jamais sonhado fluirá na nossa Alma, enchendo-a de gloriosa luz, muito além de tudo que se possa aprender no Exercício Esotérico de Concentração.

É através do Exercício Esotérico de Meditação que aprendemos a história de um objeto, pois ela refere-se ao lado da forma, da construção dessa e da sua manifestação.

Vamos, agora, expor algumas práticas de como acelerar Exercício Esotérico de Meditação.

Primeiro, procuremos objetivar um assunto que não nos envolva tanto emocionalmente.

Por exemplo:

•    o desenvolvimento de uma flor,

•    a fabricação de uma cadeira,

•    de um alfinete, etc…

Suponhamos que escolhemos um chinelo. Pensemos na fabricação da matéria prima – látex – feita pela árvore seringueira. Depois imaginemos a extração feita por um seringueiro. Mais adiante, a defumação para se tornar um rolo macio de látex. O transporte até a fábrica. E, assim por diante até a compra, por você, em uma loja.

Por aqui já dá para se ter uma ideia de que tudo que nos rodeia tem uma história muito interessante para nos contar e que vale a pena aprender. Ou seja: aprendemos que atrás de toda a aparência, por simples que seja, há uma história do mais alto interesse.

Como o Exercício Esotérico de Concentração, o Exercício Esotérico de Meditação pode ser praticado em qualquer lugar: na condução, na fila, em casa, em uma espera qualquer. É importante que o Estudante Rosacruz reserve diariamente um período para essa prática, caso contrário, nenhum progresso ocorrerá.

Para que utilizaremos o resultado do Exercício Esotérico de Concentração? Para podermos funcionar consciente e eficientemente nos Mundos suprafísicos, pois lá as condições são instáveis, voláteis e, sem uma concentração adequada é impossível tirar qualquer proveito de uma passagem por lá.

Qual a importância de utilizarmos o resultado do Exercício Esotérico de Meditação? Para podermos construir melhores formas quando da nossa passagem pelo Segundo Céu, que ocorre entre os intervalos de existências físicas e, aqui nos nossos trabalhos noturnos de cura e de reconstrução dos Corpos Densos dos nossos irmãos e das nossas irmãs que sofrem.

Que as Rosas Floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Exercícios para Adquirir Conhecimento Direto – Práticas de Concentração

ANTES DE COMEÇAR:

O único e verdadeiro método que põe, de fato, em ação as forças da alma, ou seja, que transforma, modifica, gera melhorias, pode regenerar e aperfeiçoar o ser humano, chama-se ALTRUÍSMO. Esse método é a prática efetiva e real de todos os melhores ideais. É a realização, agora e sempre, de tudo quanto reconhecemos que é justo e bom. Não há altruísmo sem prática.

É totalmente inútil e estéril agir de maneira diferente. Se sua intenção de conseguir domínio mental estiver baseada em interesses pessoais, fique atento! Além de inútil, é perigoso! Os resultados sempre serão desilusões tremendas, capazes de arrastar a alma humana ao mais infeliz abandono de si mesma.

Por isso, antes de começar, lembre-se que os Anjos do Destino estão acima de todos os erros e dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para seu desenvolvimento. Por isso, respeite e entenda a Lei de Causa e Efeito e a vontade de Deus acima de tudo.

PREPARATIVOS

Em lugar silencioso, comodamente sentado ou deitado, relaxar inteiramente todos os músculos, conservando por um ou dois minutos a Mente vazia de pensamentos. Dirigir, então, toda a atenção ao exercício escolhido, tendo o cuidado de não tomar uma atitude mental forçada.

Desde que se note qualquer estado inconveniente, como rigidez dos músculos, tendência a perder a consciência ou depressão nervosa, deve-se suspender o exercício, recomeçando-o depois de um intervalo de descanso mental. Algumas vezes, pode ocorrer o sono natural, que não apresenta inconveniente, mas que é preciso evitar energicamente, se queremos tirar proveito do exercício.

Nenhum esforço mental deve ser feito com o estômago sobrecarregado, logo depois das refeições. Somente três horas depois das refeições maiores as forças psíquicas do organismo estão livres e desembaraçadas e em condições de suportar um esforço superior.

O EXERCÍCIO:

PRIMEIRO EXERCÍCIO – Observe-se cuidadosamente um objeto qualquer simples, como uma flor, uma folha, um inseto ou uma planta. Esforce-se, depois, em reproduzir na imaginação o objeto em todos os seus detalhes, formando dele uma perfeita IMAGEM MENTAL. Com os olhos levemente cerrados, procure-se “ver” a imagem mental e conservá-la na imaginação durante o maior tempo possível.

SEGUNDO EXERCÍCIO – Concentrar-se fortemente nos algarismos de 0 a 9, um a um, vagarosamente, formando imagens mentais de cada um, em ponto grande.

TERCEIRO EXERCÍCIO – Formar as mesmas imagens dos algarismos, porém dando-lhes colorido. Imaginá-los nas cores: vermelho, amarelo, azul, verde e branco.

QUARTO EXERCÍCIO – Formar a imagem mental do nosso Símbolo Rosacruz, em ponto grande, meditando sobre o significado das suas figuras.

QUINTO EXERCÍCIO – Formar uma imagem mental de si mesmo, como se estivesse observando sua própria imagem num espelho. Dirigir essa imagem a qualquer lugar, imaginando estar com sua consciência localizada nessa imagem e empregando-a como empregaria seu próprio corpo denso.

SEXTO EXERCÍCIO – Concentrar o pensamento na Corrente Espiritual da Fraternidade, imaginando estar na Sede, com todos os irmãos reunidos, como em sessão. Repassar na imaginação, lentamente, as fisionomias de todos os amigos que nos vierem à lembrança, enquanto vibramos intensamente com os melhores sentimentos de amizade, de simpatia e afeição.

SÉTIMO EXERCICIO, DE AUXÍLIO ESPIRITUAL – Quando soubermos que algum dos nossos amigos se acha enfermo ou em dificuldades morais, concentremo-nos em sua imagem mental, vendo-o em nossa imaginação perfeitamente forte, corajoso, alegre e bem-disposto. Procuremos sentir profundamente esses estados de alma e transmiti-los à imagem formada. Essa prática é de incalculável valor e com ela podemos auxiliar a todos que desejarmos, mas ao mesmo tempo, que respeitando a Lei Cósmica de CAUSA E EFEITO e a VONTADE de DEUS.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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