Há doze sais no corpo conhecidos como sais celulares; eles são vitais e representam os doze Signos do Zodíaco. Esses sais são necessários para construção do corpo. Não são sais minerais, como geralmente se supõe, mas sim vegetais. O mineral não tem Corpo Vital e é apenas por meio do Corpo Vital que a assimilação é conseguida. Por isso temos que obter esses sais por meio do Reino vegetal.
Quer saber mais sobre esse assunto?
Acesse aqui: Os Sais Celulares
O pensamento pertence ao mais elevado poder do Espírito, que é a vontade. Portanto, à medida que os poderes potenciais da vontade se desenvolvem, assim também acontece com o poder do pensamento; e tempo virá em que o ser humano, por meio do poder de pensamento e da imaginação, será capaz de criar coisas por meio da palavra falada. Todas as coisas na natureza foram criadas por meio da Palavra de Deus, que se fez carne. O som (a música), ou pensamento falado, será a próxima força da humanidade em manifestação, uma força que fará da humanidade seres humanos criadores como Deus.
No entanto, esse passo para frente não pode ser realizado até que o desenvolvimento do ser humano na escola da vida o tenha preparado para usar esse enorme poder para o bem de todos, independentemente do interesse próprio. Portanto, é extremamente necessário que cada indivíduo aprenda, por si mesmo, como realizar esse desenvolvimento da maneira mais rápida e segura. O ser humano tem conhecimento do método, mas depende especificamente dele se colocará isso em prática ou não. Os poderes potenciais do ser humano, o Espírito, são: a Vontade, que é o poder de fazer, instigar a ação; Sabedoria, que é, conjuntamente, o poder de atração, coesão e união e Atividade, que é o poder da germinação, criação e desenvolvimento.
Um dos maiores auxiliares do Espírito, no desenvolvimento de seus poderes potenciais para a eficiência dinâmica, é a música, pois manifesta esses mesmos poderes de Deus em um estado aperfeiçoado. Seu poder da vontade está expresso na melodia, seu poder de Sabedoria está expresso na harmonia e seu poder de Atividade está expresso no ritmo. O poder do Espírito Divino do ser humano está correlacionado com a Vontade, e o desenvolvimento desse poder significa o aprimoramento de sua vontade. O Espírito de Vida do ser humano está correlacionado com o Sabedoria e o desenvolvimento desse poder significa o aprimoramento de suas potencialidades de Sabedoria.
O poder do Espírito Humano do ser humano desenvolve sua habilidade para criar. O poder ou a Vontade do Espírito Divino do ser humano está correlacionado com o Corpo Denso, e o poder do Espírito Humano está correlacionado com o Corpo de Desejos. Isso fornece três fontes diretas, das quais o Espírito obtém ajuda no desenvolvimento de seus poderes potenciais. Não há ajuda maior no desenvolvimento dos poderes potenciais do Espírito do que a música, pois ela é composta das três partes, que a correlacionam aos poderes potenciais do Espírito.
Não existe nenhuma ajuda maior no desabrochar dos poderes potenciais do Espírito do que a música, pois é composta das três partes que a correlacionam às potencialidades do Espírito. A boa música eleva a vibração de cada uma das fontes de desenvolvimento do Espírito, a saber, o Espírito Divino, o Espírito de Vida, o Espírito Humano e o elo da Mente que une o Espírito aos seus: Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos. O despertar da vibração dessas sete fontes de poder desenvolve os poderes do Espírito. No entanto, músicas discordantes abaixam sua vibração, cuja continuação resultará em perda de poder e desintegração dos quatro veículos inferiores.
Faremos um resumo do porquê e como a música ajuda a desenvolver os poderes potenciais do Espírito:
E, agora, um resumo do porquê e como a música ajuda a desenvolver os poderes potenciais de cada Corpo e da Mente:
Para cada um do Tríplice Espirito e do Triplice Corpo há os acordes de cada nota-chave. Vamos ver quais são esses acordes: o piano não é o resultado do esforço do ser humano para reproduzir os tons do seu próprio eu interior, mas é um produto da percepção do ser humano materializada na música e, consequentemente, é um instrumento puramente terrestre. Portanto, não é apenas um instrumento interessante, mas um instrumento valiosíssimo para aqueles verdadeiros músicos que são capazes de contatar a autêntica música do Mundo celestial, trazê-la à Terra e fazendo com que o ser humano produza um instrumento capaz de reproduzi-la. O piano é o instrumento que preenche quase todo o espectro de frequência, e é um dos únicos.
Ainda que todos os instrumentos mecânicos e o rádio sejam de grande utilidade, nunca substituirão o piano, para aqueles que aprenderam o valor dos acordes correlacionados ao desenvolvimento do Espírito e de todos os seus veículos. O teclado do piano apresenta para o executante suas 88 teclas (52 brancas e 36 pretas), que produzem 124 notas.
As teclas brancas produzem 52 (5+2) dos 124 (1+2+4) tons, e as teclas pretas produzem 72 (7+2) tons.
As notas são essas – e a frequência (em Hertz – Hz) de cada uma delas, considerando o padrão: Lá em 440 Hz:
Nove é o número da humanidade e sete (3+4) é o número dos três (3) poderes espirituais do ser humano (N.R: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano), mais seus quatro (4) veículos – Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente.
Existem cinco (5) linhas na pauta musical e quatro (4) espaços – 5 + 4 = 9 – e temos outra vez o número da humanidade:
Existem sete notas na escala musical: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, que mudam de posição na pauta. Por exemplo, se a escala é Dó natural, o primeiro Dó é encontrado na linha acrescentada abaixo da pauta (isso na clave de Sol):
Se há um sustenido do Dó, ele deve ser indicado junto da nota, ou na armadura, logo depois da clave de Sol, no espaço entre a terceira e quarta linhas da pauta. Isto nos indicará que estamos no tom de Ré Maior (escala com dois sustenidos: Fá # e Dó #):
Se há um bemol – por exemplo: Sib – ele deve ser indicado logo depois da armadura da clave de Sol, na terceira linha da pauta. E teremos, então, o tom de Fá Maior, sendo que a nota Fá será escrita no primeiro espaço da pauta (entre a primeira e segunda linhas):
A nota-chave de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior) que tem cinco bemóis, a saber: Sol bemol, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Touro é Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior), que tem 3 bemóis, a saber: Lá bemol, Si bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Gêmeos é Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior), que tem 6 sustenidos, a saber: Lá sustenido, Dó sustenido, Ré sustenido, Mi sustenido, Fá sustenido e Sol sustenido.
A nota-chave de Câncer é Lá sustenido Maior, que tem 4 bemóis, a saber, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Leão é Si sustenido Maior, que tem 2 bemóis, a saber, Si bemol e Mi bemol.
A nota-chave de Virgem é Dó natural Maior e não tem sustenido ou bemol.
A nota-chave de Libra é Ré Maior, e tem 2 sustenidos, ou seja, Fá sustenido, Dó sustenido.
A nota-chave de Escorpião é Mi Maior e tem 4 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido e Ré sustenido.
A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e tem 1 bemol, a saber, Si bemol.
A nota-chave de Capricórnio é Sol Maior e tem 1 sustenido, a saber, Fá sustenido.
A nota-chave de Aquário é Lá Maior e tem 3 sustenidos, Fá sustenido, Dó sustenido e Sol sustenido.
A nota-chave de Peixes é Si Maior, e tem 5 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido, Ré sustenido, Lá sustenido (Mi e Si são as únicas não sustenidos).
A música contém dentro de si os três grandes poderes primários de Deus: Vontade, Sabedoria e Atividade; e são esses poderes dinâmicos combinados que têm sido usados pelo Criador desde o início da manifestação.
São João, o grande revelador, cita que no princípio era o Verbo; e Max Heindel afirma que foi o majestoso ritmo da Palavra de Deus que transformou a substância primitiva, Arche, nas numerosas formas que compõem o mundo dos fenômenos; e além disso, que essa Palavra de Deus ainda soa para manter as órbitas em marcha e para impeli-las à frente em seus caminhos circulares; e que a Palavra Criadora continua a produzir formas de eficiência cada vez maiores como um meio de expressar a vida e a consciência. É a enunciação harmoniosa das sílabas consecutivas na Palavra Criadora Divina que marca os estágios sucessivos no desenvolvimento, tanto do mundo quanto do ser humano; e quando a última sílaba for soada e a Palavra completa pronunciada, a humanidade terá alcançado o grau mais próximo da perfeição, tanto quanto é possível no atual esquema de evolução.
Todo o Sistema Solar é um vasto instrumento musical, fato este conhecido por todos os estudantes ocultistas avançados. Eles percebem que os doze semitons na escala cromática estão correlacionados com os doze Signos do Zodíaco, e que as sete teclas brancas, ou tons inteiros, no teclado do piano estão correlacionados com os Sete Espíritos diante do Trono, comumente designados como: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano, que trabalham por meio das vibrações enviadas por eles mesmos. O ocultista avançado estabelece uma relação entre: os Signos do Zodíaco, a caixa de ressonância da harpa cósmica e os sete Planetas para com as cordas, cujos planetas emitem sons diferentes à medida que passam pelos vários Signos Zodiacais e, portanto, influenciam a humanidade de várias maneiras.
Um fato surpreendente, até desconhecido e não percebido, é que cada indivíduo é, em si mesmo, um instrumento musical, onde várias partes de sua composição total estão correlacionadas, através de tons vibratórios, aos Sete Espíritos diante do Trono e aos doze Signos do Zodíaco, todos os quais são guiados e dirigidos pelo Criador do nosso Sistema Solar. É por essa razão que a música é um fator de grande poder no desenvolvimento das potencialidades do ser humano. Sem isso, não poderia haver manifestação e, portanto, nenhum progresso. Aqui encontramos a razão oculta para a admoestação dos iluminados: “Homem, conhece a si mesmo”. Assim que cada indivíduo chegar à compreensão consciente de sua verdadeira natureza, ele possuirá a chave de todo o progresso futuro.
(trecho do Livro: A Escala Musical e o Esquema de Evolução, digitalmente publicado Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Um tema muito interessante para os Estudantes Rosacruzes é o SOM ou a VIBRAÇÃO. Sua área de frequências se estende entre o ruído comum à vida diária e o Som (ou Nota) que revela nosso Pai Celestial.
Os resultados do som em forma rítmica podem ser percebidos imediatamente: por exemplo, os rituais bárbaros ou selvagens produzem um frenesi no Mundo do Desejo, expressando movimentos espasmódicos do Corpo Denso. Os sons repousantes, por outro lado, produzem resultados opostos.
Tais efeitos podem ser observados com relativa facilidade, onde quer que se manifestem. Mas, e as sutis vibrações que não percebemos? Essas vibrações sonoras e invisíveis exercem considerável poder sobre a matéria concreta: constroem ou destroem, curam ou enfermam. Esses sons, contudo, surgem de uma fonte criadora, levando consigo esse poder em sua manifestação.
Uma evidência é a “Música das Esferas”, a mescla das “notas” planetárias com o canto dos Signos do Zodíaco.
Foi o “Verbo”, o Criador, o Modelador da carne através da qual obtemos nossas experiências. O “Verbo” foi e é o Som rítmico, o Grande Construtor Cósmico. Cada som engendra uma forma diferente. Se, por exemplo, necessitamos de produzir um certo efeito, emitimos um som especial. Mas, se o modificamos, o efeito será alterado. Isso constitui um fato importante em nossas vidas.
Um nome é um som. “Adequadamente pronunciado, não importa por quem, exerce uma influência predominante sobre a inteligência que representa.” (do livro Mistérios das Grandes Óperas-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz). Como poderemos utilizar essa informação?
Usamos nossa faculdade da linguagem diariamente, muitas vezes sem pensar, fazendo as palavras tropeçarem em nossas línguas, sem cogitar ao menos ligeiramente sobre as consequências. Sofremos muito pelas nossas indiscrições verbais, tornando-nos vítimas de nossa própria “falta de pensar”. Criamos condições confusas dentro de nossa própria aura. Arriscamo-nos, dessa maneira, a abrir nossas portas internas a elementais capazes de abalar nosso equilíbrio, permitindo que as ações de outras pessoas também nos afastem da serenidade.
Você pensou alguma vez no efeito de nossas orações em favor dos enfermos? Os nomes geralmente são mal pronunciados, formando uma vibração desarmoniosa com o “tom” da pessoa enferma, criando, obviamente, mais confusão ao seu redor. Quando oramos pelos enfermos, abrimos um canal através do qual a Divina Força Curadora pode fluir. Mas se o nome do paciente é pronunciado incorretamente, o canal pode não se abrir.
No trabalho de cura da Fraternidade Rosacruz, o paciente escreve, formando um canal direto, suficiente para a ação dos Auxiliares Invisíveis.
Como Estudantes Rosacruzes é nosso dever meditar sobre o poder “criador” da nossa linguagem, aprendendo a usar correta e cautelosamente as palavras, até nos dispormos a receber o enorme poder que deve ser utilizado em benefício de tantos quantos se ponham em contato conosco.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1977 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Um número sempre crescente de médicos está convencido de que a Lei do Destino é um fator importante para produzir as enfermidades e retardar o restabelecimento, embora na realidade não acreditem na falácia de um destino inexorável. Reconhecem que Deus não nos aflige voluntariamente e não tem intenção de punir o transgressor. Compreendem que todos os sofrimentos e dores são destinados a ensinar-nos lições que não poderíamos ou não quereríamos aprender de outro modo. Os Astros apenas assinalam a época conveniente para recebermos a lição. Mas nem Deus pode determinar o tempo exato ou a quantidade de sofrimento necessário porque nós temos essa prerrogativa, porque somos divinos. Se reconhecermos nossa transgressão e fase de provação prescrita pelos Astros, ficaremos curados da nossa desordem mental, física ou moral. E se persistirmos até o fim de uma aflição astral em não aprender nossa lição então outra configuração muito mais hostil nos obrigará à obediência mais tarde.
O câncer e a tuberculose são aparentemente incuráveis, mas sempre existe a possibilidade de que possam ceder, se a força dirigida contra esses males for suficiente. Como todas as manifestações físicas são o resultado de causas espirituais, e se pudermos chegar a elas, contrabalançando-as com algo de natureza oposta, existirá uma oportunidade, ao passo que uma atitude apática e carente nunca melhorará a condição do paciente. Vivendo em clima saudável e sentindo forte anseio pela saúde, uma esperança que não conheça e nem permita desalento, e uma dieta simples, nutritiva e adequada, podem curar até os piores casos de tuberculose. Quanto ao câncer, é muito difícil determinar quando passou a dívida do destino que causou a afecção, e existem muitos casos registrados em que o câncer pode ser curado, isto é, naturalmente, em suas formas mais brandas. Todavia, mesmo nos casos graves não se deve abandonar a esperança, enquanto existe vida.
No que diz respeito à arteriosclerose existem vários métodos mediante os quais podem ser eliminados seus depósitos, e uma vez removidos, o paciente se sente tão bem como antes. Assim sucede, especialmente quando se consegue que o enfermo reconheça que violou as Leis da Natureza, o que causou a enfermidade nesse caso específico, e para esse objetivo devemos trabalhar. Seja a doença curada ou não, se a pessoa pode ser ensinada sobre quais as leis que foram transgredidas, se ela ou ele pode ser levada a ver qual é a causa espiritual da doença e andar segundo as leis da virtude – que são as Leis de Deus – então, no futuro não existirá doença para eles. É para este fim que estamos trabalhando na Fraternidade Rosacruz, a fim de apressar o dia da libertação, para que toda a humanidade chegue à realização da saúde perfeita.
Quanto à objeção se devemos ou não interferir no destino, deveríamos pensar em primeiro lugar em quem fez esse destino. Nós mesmos! Pusemos em movimento forças que agora estão se manifestando como destino e uma vez que o criamos, temos o direito de modificá-lo, conforme a nossa capacidade. De fato, isto constitui o selo da nossa própria divindade, o poder de reger-nos a nós mesmos. A imensa maioria da humanidade é governada pelos corpos celestes aos quais podemos chamar: o “Relógio do Destino”. Os doze Signos do Zodíaco marcam as doze horas do dia e da noite; os Astros são como ponteiro das horas e assinalam o ano em que certa dívida do destino está madura para ser paga em nossa vida. A Lua indica o mês, e atrai certas influências que sentimos, embora não saibamos que se exercem sobre nós e ignoremos que nossas ações sigam a linha marcada pelo destino que provocamos em nossas vidas anteriores, e invariavelmente as coisas prognosticadas acontecerão a menos que… sim, porque existe um “A MENOS QUE”, graças a Deus, porque se assim não fosse, se não houvesse possibilidade de mudanças no nosso destino então nos sentaríamos e “comeríamos e beberíamos e nos casaríamos porque amanhã teríamos que morrer”. Estaríamos, então, nas mãos de um destino inexorável e incapacitados para ajudar-nos a nós mesmos. Mas, graças a Deus, existe uma probabilidade que não se vê no horóscopo. Isto é a vontade humana que pode impor-se e frustrar o destino.
Como expôs em forma poética Ella Wheeler Wilcox:
“Um navio veleja para Leste e outro para Oeste,
Com o mesmo vento que sopra.
É a posição das velas e não a força do vento
Que determina o rumo a seguir”.
É da maior importância fixarmos as velas das naves de nossa vida como queiramos e que nunca tenhamos escrúpulo de interferir no destino.
Devemos também repelir a ideia de que as simples afirmações sejam suficientes para melhorar as nossas vidas. Em si mesmas, são uma tolice. Na vida, necessitamos de trabalho e ação, como veremos facilmente pela seguinte ilustração: suponhamos que uma pequena semente de cravo fosse dotada da palavra e nos dissesse: “Sou um cravo”. Responderíamos: “Não, você não é um cravo! Você tem as potencialidades necessárias, mas ainda terá que ir ao jardim e se enterrar por algum tempo, germinar e crescer. Somente por esse meio poderá se converter em um cravo, e não mediante sugestões e afirmações”. O mesmo sucede conosco. Todas as “afirmações” de divindade são vãs, a menos que sejam acompanhadas pelas ações de caráter divino, as quais provarão nossa divindade, como as palavras jamais poderão fazê-lo.
(“Extraído do livro: Princípios Ocultos de Saúde e Cura” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
A Sala Leste do Templo pode ser chamada de Salão do Serviço, pois corresponde aos três anos de ministério de Cristo e contém toda a parafernália para o crescimento da alma, embora, como dito anteriormente, era mobiliado apenas com três peças principais.
Entre as principais delas está a Mesa dos Pães da Proposição.
“Faça uma mesa de madeira de acácia com dois côvados de comprimento, por um côvado de largura e um côvado e meio de altura. Cubra a mesa de ouro puro e aplique ao redor uma moldura de ouro. Faça ao redor dela um enquadramento com quatro dedos de largura e, ao redor do enquadramento, uma moldura de ouro. Faça também quatro argolas de ouro e coloque-as nos quatro cantos formados pelos quatro pés. Junto às molduras, ficarão as argolas por onde passarão os varais para se carregar a mesa. Faça os varais de madeira de acácia e cubra-os de ouro; com eles, poderá ser transportada a mesa. Faça pratos, bandejas, jarras e copos para as libações: tudo de ouro puro. E coloque para sempre sobre a mesa, diante de mim, os pães oferecidos a Deus.” (Ex 25:23-30 e 37:10-16).
“Pegue flor de farinha e asse com ela doze pães de oito litros cada um. Coloque-os, depois, em duas fileiras de seis, sobre a mesa de ouro puro, que está diante de Javé. Coloque incenso puro sobre cada fileira. Isso será o alimento oferecido como memorial, como oferta queimada para Javé. A cada sábado esses pães serão colocados permanentemente diante de Javé. Os filhos de Israel fornecerão os pães como aliança perpétua.” (Lv 24:5-9).
A Mesa dos Pães da Proposição estava colocada ao lado norte da sala, de modo a estar à mão direita do sacerdote quando este se encaminhasse ao segundo véu. Doze pães sem fermento eram continuamente mantidos sobre a mesa. Eram colocados em duas pilhas, um pão sobre o outro, e em cima de cada pilha havia uma pequena quantidade de incenso. Esses pães eram chamados os Pães da Proposição ou pão da face, porque foram colocados solenemente diante da presença do Senhor que habitava a Glória de Shekinah, atrás do segundo véu. Todos os sábados, os pães eram substituídos pelo sacerdote, sendo os velhos retirados e os novos colocados no mesmo lugar. Os pães retirados eram entregues aos sacerdotes para comer e ninguém mais tinha permissão de prová-los; também não era permitido comê-los em qualquer lugar fora do Santuário porque era santíssimo e, portanto, só poderia ser consumido por pessoas consagradas e em solo sagrado. O incenso que ficava sobre as duas pilhas dos Pães da Preposição era queimado, quando havia a troca dos pães como uma oferta queimada ao Senhor por um memorial em lugar do pão.
O Aspirante que chegasse à porta do Templo, “pobre, nu e cego”, era conduzido à luz do Candelabro de Sete Braços, obtendo um determinado grau de conhecimento cósmico para ser utilizado unicamente a serviço de seus semelhantes. A Mesa do Pães da Proposição simboliza esse conceito.
Originalmente, os grãos dos quais eram feitos esses Pães da Proposição foram fornecidos por Deus, mas foi a humanidade que os plantou, depois de ter arado e preparado o solo. Depois de plantados os grãos, ela devia cultivá-los e regá-los. Então, quando, de acordo com a natureza do solo e os cuidados recebidos, o que foi plantado produzisse os grãos, esses eram colhidos, debulhados, moídos e assados. Depois os anciãos servos de Deus tinham que levar os pães ao Templo, onde eram colocados diante do Senhor para “demonstrar” que eles tinham realizado seu árduo trabalho, durante todo um longo tempo, e prestado o serviço essencial.
Os grãos de trigo fornecidos por Deus e contidos nos doze pães representam as oportunidades para o crescimento da alma, que chegam a todos por meio dos doze departamentos da vida, representados pelas doze Casas do horóscopo e sob o domínio das doze Hierarquias Divinas, conhecidas como os Signos do Zodíaco. Contudo, é tarefa do Maçom Místico, o verdadeiro Construtor do Templo, abraçar essas oportunidades, cultivá-las e nutri-las para extrair delas o PÃO VIVO que nutre a alma.
No entanto, não assimilamos totalmente o nosso alimento físico; sobra um resíduo, uma grande porção de cinzas, após termos amalgamado a quintessência em nosso organismo. Similarmente, os Pães da Proposição não eram queimados ou consumidos diante do Senhor. Sobre cada uma das duas pilhas dos Pães da Proposição era colocada uma pequena porção de incenso. Isso foi concebido para que o aroma dos pães fosse percebido e para que, mais tarde, eles fossem queimados no Altar do Incenso. Dessa forma, o alimento da alma extraído do serviço diário pelo fervoroso Maçom Místico é lançado no moinho da Retrospecção, quando ele se retira para dormir e executa os exercícios científicos fornecidos pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.
Há um dia em cada mês que é particularmente propício para extrair o incenso do crescimento da alma e queimá-lo diante do Senhor, de modo que possa exalar um suave aroma e ser amalgamado com o Corpo-Alma e fazer parte do dourado e radiante “traje nupcial”. Isso ocorre quando a Lua está se tornando Cheia. Então, a Lua está a leste e os céus estão inundados de luz, como estava a Sala Leste do antigo Templo de Mistérios Atlante, onde o sacerdote acumulava o pábulo da alma, simbolizado pelos Pães da Proposição e pela essência perfumada, que deleitava nosso Pai Celestial, tanto quanto agora.
No entanto, deixemos que o Maçom Místico observe atentamente que os Pães da Proposição não eram fantasias de sonhadores, nem produto de especulações sobre a natureza de Deus ou da luz. Eles eram o produto de um trabalho árduo e real, de um trabalho sistemático e organizado, e nos compete seguir o caminho do verdadeiro serviço, se desejamos acumular tesouros no céu. A menos que realmente trabalhemos e sirvamos a humanidade, não teremos nada para apresentar, nem pão para “ofertar”, na Festa da Lua Cheia. E no casamento místico do “Eu superior” com o “Eu inferior” nos encontraremos desprovidos do radiante e dourado Corpo-Alma, o traje místico nupcial, sem o qual a união com Cristo jamais pode ser consumada.
Note: o incenso aqui simboliza o extrato, o aroma do serviço que prestamos de acordo com as nossas oportunidades.
Outra nota importante: nesse Salão do Serviço, é ensinado ao Aspirante tecer a vestimenta luminosa de flama, a qual São Paulo chamou de “Soma Psuchicon”, ou Corpo-Alma (ICor 15:44), do aroma dos Pães da Proposição.
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Que as rosas floresçam em vossa cruz
O Lavabo de Bronze, no Tabernáculo no Deserto, era um grande lavatório redondo, mantido sempre cheio de água. É dito na Bíblia que estava sobre as costas de doze grandes bois, também feitos de bronze e que as partes posteriores desses 12 grandes bois estavam voltadas para o centro do lavatório. Entretanto, na Memória da Natureza parece que esses animais não eram grandes bois, mas representações simbólicas dos doze Signos do Zodíaco. Naquele tempo, a humanidade estava dividida em doze grupos, um grupo para cada Signo zodiacal. Cada animal simbólico atraia um raio particular e, tal como a água benta usada atualmente nas igrejas católicas é magnetizada pelo padre, durante a missa, assim também a água desse Lavabo era magnetizada pelas Hierarquias divinas que guiavam a humanidade.
“Faça uma bacia de bronze, com a base de bronze, para as abluções. Coloque-a entre a tenda da reunião e o altar; depois a encha de água. Nela, Aarão e os filhos dele lavarão as mãos e os pés. Eles se lavarão com água, quando entrarem na tenda da reunião, para que não morram; farão o mesmo quando se aproximarem do altar para oficiar, para queimar uma oferta a Javé.” (Ex 30:18-20).
Não pode haver dúvida quanto ao poder da água benta preparada por alguém que tenha um caráter muito forte e magnético. Ela adquire ou absorve os eflúvios do Corpo Vital de quem a preparou, e as pessoas que a usam se tornam receptivas às suas sugestões em um grau proporcional à sensibilidade delas. Consequentemente, o Lavabo de Bronze, nos antigos Templos de Mistérios Atlante, onde a água era magnetizada pelas Hierarquias divinas de poder imensurável, era um fator poderoso para guiar o povo de acordo com os desejos desses poderes instituídos.
Por isso, os sacerdotes estavam perfeitamente sujeitos aos mandatos e ordens de seus líderes espirituais invisíveis, e por meio deles, o povo foi guiado cegamente. Era exigido dos sacerdotes que lavassem as mãos e os pés antes de adentrar no Tabernáculo. Se essa ordem não fosse obedecida, a morte aconteceria imediatamente, assim que o sacerdote entrasse no Tabernáculo. Portanto, podemos dizer que, como a palavra-chave do Altar de Bronze era “justificação”, então a ideia central do Lavabo de Bronze era “consagração”.
“Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos”[1]. Temos o exemplo do jovem rico[2] que perguntou a Cristo o que ele deveria fazer para ser perfeito. Ele afirmou que havia cumprido a lei, mas quando Cristo lhe ordenou: “Segue-me”, ele não pôde, pois possuía muitas riquezas que o prendiam tão firme como uma prensa. Como a grande maioria, ele ficaria feliz se pudesse somente escapar à condenação e, como muitos, ele não estava muito interessado em se esforçar para alcançar a merecida recompensa pelo serviço. O Lavabo de Bronze é o símbolo da santificação e consagração a uma vida de serviço. Assim como Cristo iniciou Seus três anos de ministério por meio das águas batismais, assim também, o Aspirante ao serviço no antigo Templo devia se santificar na corrente sagrada que fluía do Mar Fundido. E o Maçom místico que se esforça para construir um templo “sem ruído de martelo” e nele servir deve, também, se consagrar e se santificar. Ele deve estar disposto a desistir de todos as posses terrenas para poder seguir o Cristo Interno. Embora ele possa preservar seus bens materiais como um depósito sagrado e usá-los como um administrador sábio usaria as posses de seu patrão. E devemos estar realmente prontos para obedecer ao Cristo Interno quando Ele disser: “Siga-Me”, ainda que a sombra da cruz apareça sombria no final, pois, para os propósitos superiores, sem esse total desapego da vida para a Luz não pode haver progresso. Do mesmo modo, como o Espírito desceu sobre Jesus quando ele emergiu da água batismal da consagração, também o Maçom místico, que se banha no lavabo do Mar Fundido, começa a ouvir vagamente a voz do Mestre dentro do seu próprio coração, lhe ensinando os segredos do Ofício para que ele possa usá-los em benefício dos outros.
[1] N.T.: Mt 22:14
[2] N.T.: Aí alguém se aproximou dele e disse: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?”. Respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? O Bom é um só. Mas se queres entrar para a Vida, guarda os mandamentos”. Ele perguntou-lhe: “Quais?”. Jesus respondeu: “Estes: Não matarás, não adulterarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho; honrarás pai e mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Disse-lhe então o moço: “Tudo isso tenho guardado. Que me falta ainda?”. Jesus lhe respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me”. O moço, ouvindo essas palavras, saiu pesaroso, pois era possuidor de muitos bens. (Mt 19:16-30; Lc 18:18-30)
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Que as rosas floresçam em vossa cruz
Dentro do Filosofia Rosacruz, a Astrologia é considerada uma ciência Divina, Sagrada. E, como tal, é investigada, sob três aspectos básicos: o aspecto espiritual, o educativo e o de saúde.
Neste número convidamos os leitores e, principalmente, os estudiosos da matéria, a acompanhar-nos neste artigo, que é fundamental sob o aspecto saúde.
Apesar da Lua não ser um Planeta (pois é o satélite da Terra) nem ter uma natureza básica própria, exerce uma influência muito forte sobre a saúde de todas nós. Isto é devido a que a Lua serve de foco das forças angélicas que promovem a gestação e o crescimento, através dos Signos do Zodíaco. Outro fato digno de consideração é que, por haver sido expelida do corpo da Terra, levando consigo e albergando os atrasados humanos (que se haviam cristalizado em tal medida que não podiam mais permanecer no seio materno (Terra), sendo prejudicados com nossas vibrações e prejudicando-nos com as suas, em nosso progresso normal), irradia, desde então, esses efeitos cristalizantes para a Terra.
Vemos, pois, que a Lua tem muito a ver com a morte e o nascimento físico. O corpo lunar está representado e simbolizado por meio círculo (a forma do quarto crescente) que representa a alma. Como refletora do Sol, que rege a Individualidade, a Lua está associada à Personalidade, essa parte complexa da natureza do ser humano, composta dos diversos veículos que evoluem durante a permanência na Terra, em cada vida, por meio das variadíssimas experiências obtidas através das emoções e sentimentos. Como se ensina dentro do Filosofia Rosacruz, “o primeiro germe da Individualidade foi implantado na parte mais elevada do Corpo de Desejos, pelos Senhores da Mente, na última parte da Revolução Lunar do Período Terrestre” e, portanto, a Lua tem particular influência sobre o Corpo de Desejos, o corpo de natureza emocional.
A Filosofia Rosacruz também nos expõe que os antigos alquimistas designavam aos Anjos Lunares, ou da Lua, que rege as mares de água salgada (o mar) com o termo “Sal”. Concluíram que certa quantidade a mais de sal no organismo, produz a loucura, como ficou provado pelas experiências em barcos ou navios, cujos tripulantes ficando sem água doce, transtornaram-se mentalmente por beber água salgada em demasia, que continha o elemento lunar: sal. Esta é a razão do porquê estabeleceram a estreita relação entre a Lua e a Mente.
Como a Lua percorre todo o Zodíaco, em pouco menos de um mês, gera vibrações repetidas e maiores que qualquer outro corpo astral. Não apenas gera e recolhe como transmite as vibrações do Sol, dos Signos e dos Planetas com os quais vai formando ângulos de influência.
Há quatro fases com relação às vibrações solares: Lua Nova, quarto crescente, Lua Cheia e quarto minguante. Estas fases mantém estreita relação com a vibração de cada Astro e são fatores importantes na saúde. Essa influência é particularmente forte quando coincide com o mesmo Aspecto astrológico no tema natal ou no progredido de cada mês. Estimula, com seus Aspectos, a cada uma destas posições e, também, dinamiza ativando os assuntos regidos pelas diversas Casas terrestres por que passa.
Considerando apenas os quatro pontos principais de seu ciclo (o começo de cada fase acima), a Lua forma trinta e seis Aspectos com os corpos celestes em trânsito, outro número igual de posições radicais e outro tanto com os Astros e pontos progredidos, além de formas Aspectos com o Ascendente, o Meio do Céu e a própria posição lunar do nascimento. Um Aspecto de movimento lento, como entre os Astros maiores, pode ser culminante, quando a Lua alcança Aspecto em graus exatos. Por ser mais veloz que os demais corpos celestes, a Lua pode criar um clímax maior por uma sucessão de configurações de natureza semelhante. Por exemplo: Júpiter e Saturno poderão estar em Quadratura, porém, faltando alguns graus para ser exata; se a Lua está em Quadratura com estes dois Planetas, ao mesmo tempo, precipitará a completa realização e expressão das consequências indicadas por essa Quadratura.
A maior parte dos seres humanos, atualmente, responde mais fortemente às influências relacionados com sua Personalidade do que às da Individualidade ou do Ego, ficando, pois, mais afetado pelas vibrações lunares do que pelas do Sol. A maior parte das pessoas, atualmente, não percebe este fato. Quando chega e ter consciência dele dá o primeiro e importante passo para mudar esta condição.
Depois virá o despertar e iniciará a luta consciente pelo domínio da Personalidade ou a parte inferior de si próprio. É a condição proposta por Cristo para sermos Seus Discípulos: a renúncia de velhos hábitos, no sentir e no pensar. Tal esforço continuado de renúncia provoca sempre uma diminuição inicial de saúde; essa sensibilidade corporal é o sinal, para os que iniciaram o caminho, de um passo dado para um estado mais elevado de consciência.
Muitos Estudantes Rosacruzes acham que é uma ajuda dedicar-se ao exercício metódico de anotar suas reações diárias, ao trânsito da Lua. Notam que os estados negativos, produzidos por Aspectos adversos (Quadraturas, Oposições e algumas Conjunções), provocam correntes depressivas no corpo. Todavia, se conhecemos as datas astrológicas em que os mesmos se verificarão, podemos sobrepor-nos conscientemente a seus efeitos. Sobre o assunto, somos de parecer que a melhor atitude é a de não nos preocuparmos com tais influências, mantendo, todavia, um estado permanente de alerta a que a Bíblia cita de: “orar e vigiar“, pois, quanto mais elevado e equilibrado é o indivíduo, tanto menos afetado é pelas influências externas, gozando de uma “perfeita liberdade”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1961 – Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)
Dezembro de 1912
Sinos de Natal! Quem já não sentiu a magia deles nos dias da sua infância, antes que a dúvida se insinuasse em seu coração e abalasse os ideais inculcados pela igreja? O mesmo sino repicava na Igreja aos domingos e chamava para a oração em todos os dias da semana, mas havia no dia de Natal um timbre diferente, algo excepcionalmente festivo, algo que nós, agora, atribuímos à imaginação relacionada às crianças ou à infância. Nós sentimos falta disso, por mais que possamos nos congratular com a emancipação daquilo que temos o prazer de denominar “as cerimônias ou performance ridículas, hipócritas ou pretensiosas da igreja”. Wordsworth[1], na sua “Ode à imortalidade”, expressou o intenso arrependimento pela perda dos ideais relacionados com a infância ou com a criança, e nada que o mundo tenha a dar pode ocupar o lugar deles e, embora possamos ser abençoados com os recursos materiais, somos realmente pobres quando o “glamour” da juventude se desvanece e as concepções intelectuais sufocam as chamadas “superstições”.
São Paulo nos exortou a estarmos sempre preparados para dar uma razão à nossa fé, e há uma razão mística para as muitas práticas da igreja, as quais são transmitidas às gerações, desde a mais remota antiguidade. O soar do sino quando a vela acende sobre o altar foi inaugurado por videntes espiritualmente iluminados para ensinar a unidade cósmica da luz e do som. O badalo metálico do sino traz a mensagem mística de Cristo à humanidade, tão claramente hoje como da primeira vez que Ele anunciou o amoroso convite: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso”[2]. Assim, o sino é um símbolo de Cristo. “A Palavra”, quando nos chama do trabalho para a adoração ante o altar iluminado, quando Ele nos encontra como “A Luz do Mundo”.
Também, o sentimento particularmente festivo despertado pelos sinos de Natal é produzido por causas cósmicas ativas nessa época do ano, e a estação atual é verdadeiramente santa, como agora veremos. Os que estudam a “ciência das estrelas” compreendem os Signos do Zodíaco como um conjunto sonoro cósmico, cada Signo vibrando com um atributo particular; e como as órbitas em marcha viajam em procissão caleidoscópica, de Signo em Signo, numa combinação sempre variável, os acordes da harmonia cósmica, conhecidos pelos místicos como a “música das esferas”, emitem um eterno hino de oração e glorificação ao Criador. Essa não é uma ideia fantasiosa, mas um fato real, perceptível ao vidente e capaz de ser demonstradas aos pensadores pelos seus efeitos. E a harmonia das esferas não é um som de um tom único; varia dia a dia e mês a mês, conforme o Sol e os Planetas cruzam Signo após Signo em suas órbitas. Há, também, épocas de variações anuais devido à Precessão dos Equinócios. Então, há uma infinita variedade na “música das esferas”, como de fato deve ser, pois esta constante mudança de vibrações espirituais é a base da evolução física e espiritual. Se cessasse por um só instante, o Cosmos se converteria em Caos.
Como demonstração, observemos a Natureza e a qualidade da vida de amor que derrama por meio do Cristo-estelar, o Sol, quando ele transita pelo beligerante Signo de Áries, o Carneiro, durante desde a metade do mês de março até metade do mês de abril. O amor sexual é a nota-chave da natureza; todas as energias são aplicadas na geração; então, predominam as inclinações passionais. Compare isso como o efeito do Sol em dezembro, quando se acha focalizado através do benevolente Sagitário, regido pelo Planeta Júpiter. Seus raios, então, conduzem à religião e à filantropia; o ar é vibrante com a generosidade, e a vida de amor do Cristo-estelar encontra a sua mais alta expressão nesse Signo que tem a mesma natureza. Externamente reina uma atmosfera de espera ansiosa que beira a angústia, pois o símbolo visível da “Luz do Mundo” se obscureceu, mas na noite mais escura do ano, o conjunto dos sinos de Natal evocam uma pronta resposta aos sentimentos do Natal, que torna o mundo inteiro semelhante, filhos do nosso Pai que está nos Céus.
Que a música mística dos sinos do Natal desperte o mais terno acorde em seu coração, e que a tônica do regozijo seja predominante em seu ser durante o próximo ano – esse é o desejo natalino dos trabalhadores de Mount Ecclesia.
(Carta nº 25 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: William Wordsworth (1770-1850) foi o maior poeta romântico inglês.
[2] N.T.: Mt 11-28