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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Deus nos Cura

Há um momento, no Caminho de nossa realização, em que compreendemos a necessidade de prepararmos as nossas Mentes para um trabalho maior do que aquele em que estivemos empenhados até agora. Um trabalho em que a nossa vontade deverá colocar-se permanentemente na vontade de Deus, com a consciência plena de que Deus é um Pai amoroso que só deseja o Bem aos Seus filhos. Compreenderemos, então, que só o fato de vivermos constantemente colocando a nossa Mente na Mente universal de Deus, na Mente amorosa do Criador, nosso Pai Celeste, que é força, vida e saúde, só esse fato já nos torna em condições de merecer as transformações que a nossa posição vai por si mesma solicitando Dele, a cada hora do dia. Transformações na saúde, por exemplo, na nossa saúde e na dos outros que nos cercam.

Nessa altura será um bom princípio esquecermos nossos escrúpulos de merecimento, para pensarmos que, se o poder de Deus circula em nossos corações e nas nossas Mentes, nossas potencialidades latentes serão transformadas em poderes dinâmicos. Já essa transformação nos coloca em condições de merecer a Seu Auxílio e o Seu Amor. Todo e qualquer pensamento de limitação será abolido das nossas Mentes, se quisermos trabalhar realmente, pura e amplamente na seara de Deus. Ele tudo pode e tudo quer de bom para as Seus filhos, portanto jamais deverá ser responsabilizado pelos nossos erros e fracassos, e por não atingirmos a conquista de nossos males e sua transmutação em saúde e cura.

Se quisermos curar nossos corpos e nossas Mentes para estarmos qualificados a curar os males alheios com eficiência, temos que acreditar que podemos fazê-lo, que vamos consegui-lo, já que essa conquista não é só um direito nosso, mas, principalmente, um dever sagrado o realizarmos. Temos que acreditar piamente que tudo aquilo em que acreditamos nos será dado, na medida da nossa crença. “Buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6:33), diz a Bíblia. E o Reino de Deus está na colocação permanente das nossas Mentes na Mente Divina, deixando a Sua sabedoria circular em nós, sentindo-nos como seus canais de força para a Sua permanente Presença. Essa presença terá que ser notada, terá que ser sentida como algo real, se quisermos tornar real também a nossa transformação interna. Não importarão os nossos defeitos, não importarão as nossas limitações apontadas pelos nossos horóscopos, o importante é pensarmos que, se tivermos a constância e o valor moral para manter a seiva divina circulando em nossos corpos e em nossa Mente, incessantemente, como um jorro de luz e de vida, só essa certeza bastará para nos colocar em condições de merecer a Divina Presença.

Assim então, de acordo com esse novo estado de ânimo adquirido pela nossa vontade posta a favor da Divina Vontade, exerceremos a divina prerrogativa que Deus nos deu de praticarmos a Epigênese, transmutando as condições negativas de nosso horóscopo e estabelecendo uma rede de novas influências e de novos auxílios. É dado que recebemos, portanto, nada mais meritório para atrair a benevolência de Deus do que entregarmos nossos corpos e as nossas Mentes ao Seu Poder, para que Ele possa realizar-se através de nós, e o Seu Amor fluir em cada hora do dia, num fluxo constante, através do conduto vivo em que nos transformamos pelo Seu Amor.

(Publicado na Revista “Serviço Rosacruz” – junho/1967 – Fraternidade – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder da Imaginação: como usá-lo para o nosso Bem e dos Outros

Trabalhando com as Leis de Deus, a fim de criar e estabelecer um estado de saúde, não existe recurso mais poderoso do que a faculdade da imaginação.

Se com nosso “olho mental” formarmos uma imagem daquilo que desejarmos criar, trazer à realidade, mantendo essa imagem suficientemente, por exemplo, uma imagem de saúde, podemos ser de um auxílio ilimitado para os outros e para nós mesmos.

Realmente, tudo o que foi criado o foi pela imaginação. Isso nos dá a chave para a formação de um órgão ou de um corpo mais perfeito. A Filosofia Rosacruz nos ensina que a “Mente humana” é incapaz de imaginar algo que não possa existir. Assim, podemos estar perfeitamente confiantes quanto aos resultados que desejamos serem obtidos por aqueles que assistimos.

A atitude básica em que essas imaginações devem ser apoiadas, fundamentadas, reside nesta exclamação a Deus: “Não se faça a minha vontade, mas somente a Vossa”, mesmo porque seria um erro usar a própria vontade nesse como em qualquer outro assunto dessa ordem.

O esforço inicial é imaginar um órgão ou corpo perfeito, embora depare-se com uma aparência defeituosa, imperfeita ou fraca. Aqui, então, torna-se mister a persistência, persistência e sempre a persistência que, finalmente, vencerá.

Para fazer dessas imagens uma realidade deve-se praticar “dia após dia” a fim de manter o pensamento focalizado em um determinado assunto ou ideia, com exclusividade de tudo o mais. Muitos curadores têm adotado esse método, o que demonstra amplamente sua eficácia.

Do que foi dito é fácil admitir-se que, assim como uma imagem mental saudável produz efeito correspondente, também prender-se em imagens contrárias causa detrimento. A faculdade da imaginação pode ser usada destrutiva ou construtivamente. Por isso, devemos ser cuidadosos em não mantermos pensamentos que não desejamos ver cristalizados em realidade.

O bom, a verdade e o belo. Pensemos nesses atributos, usando o poder da imaginação para levá-los à manifestação para o bem de todos, nosso e dos outros.

(Publicada na revista Serviço Rosacruz de março e abril/1987-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Arquétipos

Os Arquétipos são criados por forças arquetípicas que trabalham nas quatro Regiões inferiores do Mundo do Pensamento Concreto. Arquétipos vivem, movem-se e criam, como a qualquer coisa mecânica feita pelo ser humano – mas sem racionalidade. Quando o Arquétipo é construído e colocado em vibração, e enquanto a forma continuar vibrando, a vida é sustentada. Quando o Arquétipo cessa de vibrar, a forma se desintegra.

Se quiser saber mais sobre esse interessante assunto é só acessar aqui: Arquétipos

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O Trabalho com as Crianças

A necessidade urgente da hora é um ambiente adequado e de educação para as crianças. A carência disso se deve à falta do amor de Cristo no mundo e causa naufrágios à beira do caminho.

O Menino Jesus representou a Humanidade desde o berço até o túmulo. Há uma agitação terrível em todos os lugares. O clamor das crianças que estão sendo negligenciadas atingiu o plano universal e chegou ao Trono nas Alturas. O Pai ouviu e enviou seu mensageiro à Terra para despertar o coração feminino do mundo. Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz têm uma mensagem a dar que é mais geral do que apenas para o coração da mulher — é para a alma da mulher do mundo.

O objetivo é ensinar as crianças como usar melhor os poderes da imaginação. Isso produz um pensamento normal e correto, o que contribuem para vidas normais e corretas. Ao direcioná-los para que pensem corretamente, elas aprendem a agir corretamente e se desenvolvem como a rosa — desdobrando-se ansiosa e impacientemente —, abrindo seus corações para beber o Sol da manhã.

Se a imaginação for corretamente dirigida, a felicidade futura da criança estará assegurada. As forças mais poderosas do mundo estão em silêncio. Elas se tornam benéficas quando corretamente usadas, mas destrutivas quando mal-empregadas. Esse conhecimento é óbvio em relação às forças mecânicas como vapor, eletricidade, telegrafia sem fio, etc. Mas, poucos aprenderam a aplicar esse conhecimento ao reino da Mente, onde as forças do pensamento (as mais poderosas de todas) estão em ação; onde elas estão sendo geradas e enviadas como forças de salvação ou destruição, pois os pensamentos são coisas.

Toda a sabedoria possível ao ser humano neste plano material deve ser encontrada no autodomínio e, seguindo o mandamento de Cristo-Jesus, “Ame seus inimigos”, ganharemos uma sabedoria sublime. Ao dominar e transmutar essas forças do pensamento, nos tornaremos senhores do mundo ao nosso redor. As guerras, as pragas e a fome são o encontro, o choque entre as forças de pensamento que foram mal direcionadas. Essas forças trazem tudo à manifestação.

Devemos ensinar as crianças a ajustar seus pensamentos de modo a cooperar com Deus. Elas devem ser ensinadas a realizar dentro de si mesmas a destruição do mal por intercessão do bom pensamento e, assim, trabalhar em harmonia com a lei divina.

(Publicado na Revista Rays from the Rosecross de julho de 1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Com que poder S. Pedro ressuscitou Dorcas dentre os mortos?

Resposta: S. Pedro não ressuscitou Dorcas dentre os mortos, nem o Cristo ressuscitou Lázaro ou qualquer outro, e nenhum deles afirmou isso. Cristo disse: “Nosso amigo Lázaro dorme, mas vou despertá-lo”[1]”.

Para que esse assunto seja bem compreendido, explicaremos o que ocorre na morte e em que ponto a morte é diferente do estado de transe, pois as pessoas mencionadas estavam em transe quando se sucederam os supostos milagres.

Durante o estado de vigília, quando o Ego está funcionando conscientemente no Mundo Físico, seus vários veículos estão concêntricos – eles ocupam o mesmo espaço – mas à noite, quando o Corpo Denso dorme, ocorre uma separação. O Ego, junto com a Mente e o Corpo de Desejos, liberta-se do Corpo Denso e do Corpo Vital, que são deixados sobre a cama ou outro lugar em que a pessoa esteja dormindo. Os veículos superiores pairam acima ou próximo ao Corpo Denso. Eles estão conectados aos veículos mais densos pelo Cordão Prateado, um fio tênue e reluzente que assume a forma de dois números seis, tendo uma extremidade ligada ao Átomo-semente no coração e a outra ao vórtice central do Corpo de Desejos[2].

No momento da morte, esse tênue fio se rompe no Átomo-semente do coração e as forças desse Átomo-semente passam ao longo do nervo pneumogástrico[3], através do terceiro ventrículo do cérebro e, daí para fora através da sutura parieto-occipital do crânio, ao longo do Cordão Prateado até aos veículos superiores. Simultaneamente a essa ruptura, o Corpo Vital também se desprende e junta-se aos veículos superiores que estão flutuando sobre o Corpo Denso sem vida. Permanece ali cerca de três dias e meio. Em seguida, os veículos superiores se desprendem do Corpo Vital que, nos casos comuns, se desintegra sincronicamente com o Corpo Denso.

No momento dessa última separação, o Cordão Prateado também se rompe ao meio, e o Ego está livre do contato com o Mundo material.

Durante o sono, o Ego também se retira do Corpo Denso, mas o Corpo Vital permanece com o Corpo Denso e o Cordão Prateado permanece intacto.

Algumas vezes acontece que o Ego não retorna ao Corpo Denso pela manhã para acordá-lo, como de costume, mas permanece fora por um tempo que varia de um a um número indefinido de dias. Então, dizemos que o Corpo Denso está em um estado de transe natural. Mas, o Cordão Prateado não se rompeu em nenhum dos dois pontos mencionados acima. Quando ocorrem essas rupturas, não há restauração possível. O Cristo e o Apóstolo eram clarividentes; eles viram que nenhuma ruptura ocorrera nos casos mencionados, por isso, disse: “Nosso amigo Lázaro dorme, mas vou despertá-lo”. Eles também possuíam o poder de forçar o Ego a retornar a seu Corpo Denso e restaurar a condição normal. Assim, os chamados milagres foram realizados por eles.

(Pergunta nº 113 do Livro “Filosofia Perguntas e Repostas – Volume I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Jo 11:11

[2] N.T.: onde está o Átomo-semente do Corpo de Desejos, na posição referencial do fígado físico.

[3] N.T.: também chamado de nervo vago.

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Os Exercícios Esotéricos Noturno de Retrospecção e Matutino de Concentração

Muitos Estudantes Rosacruzes têm dificuldade em realizar convenientemente os Exercícios Esotéricos noturno e matutino. Vamos, por essa razão, indicar um bom método a seguir. Começaremos pelo Exercício noturno Esotérico de Retrospecção.

É errado supor que você deve pensar minuto por minuto durante o Exercício Esotérico Retrospecção a tudo quanto tenha feito durante o dia que passou, controlando assim todos os atos automáticos e todas as ações diárias. Tendo uma tal concepção desse Exercício Esotérico, descobrirá que o sucesso é nulo ou que perderá um tempo precioso. Há Estudantes Rosacruzes que desejam voluntariamente fixar seu pensamento sobre ideais elevados, a fim de que a passagem seja tão harmoniosa quanto possível. É muito prosaico ou indesejável que seu Exercício noturno Esotérico de Retrospecção se detenha sobre o fato de ter comido uma fatia de pão com goiaba ou de ter amarrado o seu calçado.

O êxito de seu Exercício Esotérico Retrospecção depende de uma vida diária consciente e do poder de pensar de maneira abstrata. Uma vida diária consciente é uma condição e pensar de maneira abstrata não toma quase tempo.

Deve refletir sobre a beleza deste método, ele justifica-se por si mesmo; o Exercício Esotérico Retrospecção não pode se tornar um meio para atingir a Iniciação a não ser que esse mesmo Exercício se torne a este respeito, um serviço diário. Se esse último ponto não for atingido milhões de Exercícios não darão nenhum resultado.

Um Estudante Rosacruz sério desempenhará, conscientemente, toda ação diária; ele será igualmente consciente de suas palavras, dos seus desejos, sentimentos, das suas emoções, dos seus pensamentos, atos, das suas ações e obras baseando-se sempre sobre a lei santa para o Estudante Rosacruz. Esse fundo devocional de toda sua manifestação se torna semelhante a uma segunda natureza e ele notará, sem demora que cada erro em palavra, desejos, sentimentos, emoções, pensamentos, atos, ações ou obras toma imediatamente sua desforra e que a consciência de sua falta se impõe imediatamente. É por essa razão que alguns Estudantes Rosacruzes sérios que realmente vivem a vida, dizem: “o Exercício Esotérico Retrospecção é para mim um serviço diário”, o que prova que se acham no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Entretanto, quando tiver feito essa experiência, não deve cometer a falta de crer que o Exercício Esotérico Retrospecção é supérfluo. Assim seria se o Exercício Esotérico Retrospecção não fosse mais do que um meio para atingir o conhecimento de si mesmo; ele é igualmente um dos meios mais eficazes, fornecidos pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, para chegar à Iniciação.

Consideremos agora o Exercício Esotérico de Retrospecção na suposição que você o faz como um serviço noturno diário: depois de se deitar para dormir à noite, tome uma posição a mais confortável possível do seu Corpo Denso. Fixe seu pensamento sobre o Símbolo Rosacruz e deixe se aproximar de você mais e mais a Cruz com as Rosas até que ela se imponha em sua frente de maneira luminosa (Quando a Cruz luminosa se acha diante de você, pode pronunciar uma pequena prece antes de começar o Exercício Esotérico de Retrospecção). Depois disso examine rapidamente tudo o que se passou durante o dia (o que é fácil usando o Pensamento abstrato, não o Pensamento concreto). Isso supera o trabalho do cérebro e verá como as experiências importantes e notáveis do dia se apresentarão com a rapidez do relâmpago tocando o seu Coração e a sua Mente, conforme sejam as experiências de natureza mística ou intelectual, respectivamente.

Seguem-se primeiramente sensações de alegria e de paz ou sensações de tristeza e desespero (pelas boas ou más ações, atos ou obras). Em seguida, pelo choque ocasionado, importantes órgãos latentes do Corpo Denso recebem vibrações mais elevadas, graças às quais o caminho da liberação desenha-se de mais em mais.

Depois de executar o Exercício Esotérico de Retrospecção, que não dura mais do que alguns instantes, se eleva no abstrato, e depois de um certo tempo será possível a você passar conscientemente ao estado de sono, onde o outro Mundo lhe acenará. Estamos persuadidos de lhe ter dado uma outra visão desse serviço bem conhecido do Estudante Rosacruz.

Esperamos que compreenda bem o que foi explicado acima; nós rogamos para que os Estudantes Rosacruzes possam rapidamente franquear a porta de ferro do Serviço diário para ir ao verdadeiro Exercício Esotérico de Retrospecção que é de ouro. Assim você transformará o ferro em ouro e você se tornará um alquimista da Fraternidade Rosacruz.

Vamos, agora, falar sobre o Exercício Esotérico matutino de Concentração.

Muitos Estudantes Rosacruzes que antes quebravam a cabeça para preencher o Exercício Esotérico de Retrospecção se acham capacitados agora de se submeterem harmoniosamente ao plano estabelecido pelos Irmãos Maiores para auxiliarem nos esforços para atingir uma consciência mais elevada.

Esperamos poder auxiliar igualmente, submetendo a você uma nova perspectiva sobre o Exercício Esotérico matutino de Concentração.

Você sabe que o Exercício Esotérico de Retrospecção, depois que o neófito atingiu a prática do serviço diário, é uma penitência para desenvolver uma mais alta vibração em certos órgãos do Corpo Denso. É a Glândula Pituitária que é mais especialmente atingida pelo Exercício Esotérico de Retrospecção. O Exercício Esotérico matutino de Concentração age, por sua vez, sobre a Glândula Pineal, excitando-a a mais elevadas vibrações.

Não há nenhuma razão em se abster de um dos Exercícios Exotéricos e de crer conveniente realizar o outro. Um Exercício Esotérico feito sem o outro é perfeitamente inútil e até mesmo prejudicial. Trata-se de um só Exercício Esotérico com dois aspectos. Uma metade é feita antes de dormir, a outra, depois, um pouco antes de despertar totalmente. Trata-se de poder evadir-se conscientemente da chamada consciência de vigília para o inconsciente e de poder voltar conscientemente para poder, em seguida, como bem lhe parece, ir de um Mundo a outro.

Antes de falar do segundo aspecto desse importante Exercício Esotérico, nós chamamos novamente sua atenção sobre o “serviço diário”. Reveja o que temos dito acima; economizaremos tempo.

Quando o Estudante Rosacruz vive verdadeiramente a vida e na mais elevada expressão da palavra, toda sua vida, suas idas e vindas, todas suas ações estarão em concordância com o fim essencial de toda existência humana e tudo o que ela deve atingir; e dessa maneira, todo pensamento se dirigirá para esse Ideal. Cada dia ele vê diante de si sua vocação crescer em natureza, com todas as consequências relativas.

Você pode, pois, facilmente imaginar que um tal Estudante Rosacruz não tem falta de assuntos de reflexão para seu Exercício Esotérico matutino de Concentração, esse Exercício baseando-se sobre a verdadeira vida. Não deve se perder nas origens de um palito de fósforo, de um vestido ou de qualquer outro objeto empregado, pois quando você aspira à realidade do ato em todas as coisas o fato de ser pioneiro pode levar a situações grotescas nas quais nós podemos nos perder. Agora o método: depois da penitência consciente que levou o trabalho do fogo purificador ao Estudante Rosacruz, ele terá uma noite de atividade intensa, não obstante o Estudante Rosacruz novato não se lembrar de nada disto, a lembrança virá mais tarde.

Assim passam-se as horas da noite até o momento de despertar. Voltamos lentamente ao inconsciente na vida material. Cada um conhece esse estado passageiro.

“O assunto da concentração pode ser qualquer ideal sublime e elevado, mas deve ser preferentemente de tal natureza que faça com que o Aspirante se afaste das coisas comuns dos sentidos, além do tempo e do espaço, e para isso não há melhor fórmula do que os cinco primeiros versículos do primeiro Capítulo do Evangelho Segundo São João: “No princípio era o Verbo; e o Verbo estava com Deus; e o Verbo era Deus; Ele estava no princípio com Deus; Tudo que foi feito, foi feito por Ele; e nada do que tem sido feito, foi feito sem Ele; n’Ele estava a vida e a vida era a ‘luz dos homens’; a luz resplandece nas trevas; e as trevas não a compreenderam”. Tomando-os como assunto de concentração, sentença por sentença, todas as manhãs, com o tempo proporcionará ao Aspirante uma maravilhosa percepção do princípio do nosso Universo e do método da criação – uma compreensão muito além da que se poderia obter através dos livros.”

A vida que se aproxima nos traz seus conflitos, suas necessidades e suas forças, em relação aos deveres diários; o Estudante Rosacruz experimenta fora dessa multidão de coisas que se defrontam o que se acha em relação com sua tarefa particular, sua vocação e é isso que ele estuda durante esses momentos encantadores que precedem o despertamento real. Resulta disso um movimento oscilatório, um movimento ritmado; um retorno ao sono depois a aproximação do despertar. Depois vê uma formidável visão sobre seu trabalho, sua tarefa, sua vocação; um transporte da verdadeira essência espiritual sobre a personalidade toda, inteira, um verdadeiro banho espiritual, um afastamento de fronteiras.

Qual é, pois, o resultado de tudo isso? A Glândula Pineal foi levada pelo processo descrito a uma atividade intensa. A ação radiante desse órgão se amplifica e ele vibra em uníssono e entra em contato com a ação radiante da Glândula Pituitária. É um turbilhão de forças agindo o fluxo e o refluxo: é uma união contínua devida a uma reação constante; de onde resulta segundo a perspectiva idealizada um alargamento de consciência.

É o que há de mais importante no Exercício Esotérico matutino de Concentração. Tenha presentes nossas observações que nós resumimos abaixo: você não deve separar nunca o Exercício Esotérico matutino de Concentração do Exercício Esotérico noturno de Retrospecção. Colocando você na vida real e no seu Exercício Esotérico matutino de Concentração se tornará igualmente uma pluralidade de realidades. Ele lhe sustenta na vida e lhe fornece as mais altas possibilidades.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – Maio-Junho/1988-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Regendo as Estrelas

Agosto de 1911

Espero que você tenha apreciado a lição do mês passado sobre “O Mistério da Luz, Cor e Consciência”[1], e que você agora tenha uma maior compreensão do qual é o significado da sentença bíblica: “n’Ele nós vivemos, nos movemos e temos nosso ser”, porquanto, em todas as partes onde quer que a luz penetre, ali também está Deus. Mesmo nos lugares que nós chamamos de escuros, porque a constituição dos nossos olhos nos priva da percepção dos objetos que nesses lugares estão, órgãos de visão constituídos de maneira diferente podem funcionar nesses lugares, como acontece, por exemplo, os gatos e as corujas.

Cristo disse: “Deixai brilhar a vossa luz[2]. À visão espiritual, cada ser humano aparece como uma chama de luz, de colorido variado conforme a inclinação característica ou habitual ou o modo de resposta emocional dele, e de maior ou menos brilho em proporção à pureza do seu caráter. A ciência descobriu que toda a matéria está em permanente movimento, que as partículas que compõem os nossos corpos decaem continuamente e são eliminadas do organismo, para serem substituídas por outras, que permanecem um curto espaço de tempo até que também se decompõem. Da mesma forma, nossos humores, nossas emoções e nossos desejos mudam a cada instante, o antigo dando lugar ao novo em uma sucessão interminável. Portanto, eles também devem ser compostos de matéria e sujeitos a leis semelhantes àquelas que regem as substâncias físicas visíveis.

Nós até podemos e mudamos a nossa Mente; podemos cultivá-la em uma ou em outra direção como quisermos, assim como podemos desenvolver os músculos dos braços e das pernas ou podemos permitir que os membros se atrofiem. Portanto, a Mente também deve ser composta de uma substância mutável. Mas o Ego, o Pensador, nunca perde a identidade do “Eu”. Nos dois casos, tanto na infância como na velhice, este “Eu” permanece igual, independentemente das mudanças nos pensamentos, sentimentos, nas emoções e nos desejos. Embora o Corpo, que usamos como uma vestimenta, mude com o passar dos anos, nós somos eternamente os mesmos.

A qualidade de mutabilidade da matéria e a evanescência da forma são a base de todo progresso espiritual, entretanto, se a matéria fosse imutável como é o Espírito, não haveria possibilidade alguma de progresso ou de avanço. Enquanto formos levados pela maré da vida e não controlarmos, conscientemente, o fluxo e refluxo da matéria para dentro e para fora do nosso ser, seremos joguetes das circunstâncias. Então, quando um raio de Marte é projetado em um determinado ângulo sobre os átomos do nosso Corpo, sentimos toda a agressividade que ele carrega. Por outro lado, um raio de Saturno nos provoca depressão, enche-nos de melancolia e de terríveis pressentimentos. Mas, à medida que evoluímos e chegamos a uma compreensão do mistério da luz, da cor e da consciência, vamos aprendendo, gradualmente, a reger nossas estrelas. Então, em conformidade às Leis da Natureza, nos tornamos senhores e senhoras do nosso próprio destino; e é de importância vital que não importa quais sejam os aspectos que possam nos influenciar em um determinado momento, devemos sempre afirmar e dizer:

“Não importa quão estreito seja o portão,

Quão cheio de punições o pergaminho.

‘Eu sou o mestre do meu destino.

Eu sou o capitão da minha alma’”[3]

(Carta nº 8 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: O Mistério da Luz, Cor e Consciência

Deus é Luz” (IJo 1:5), diz a Bíblia, e nós não somos capazes de conceber uma analogia tão grandiosa e magnífica da Sua Onipresença ou do modo da Sua manifestação. Até os mais potentes telescópios fracassam em alcançar os limites da luz, embora nos revelem estrelas a milhões de quilômetros de distância da Terra, e podemos bem perguntar a nós mesmos, assim como o fez o salmista: “… Para onde fugir, longe da tua presença? Se subo aos céus, Tu lá estás; se me deito no Xeol (a palavra hebraica Xeol significa sepultura e não inferno), aí te encontro. Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar, mesmo lá é tua mão que me conduz” (Sl 139:7-10).

Quando, na aurora do Ser, Deus-Pai anunciou A Palavra e O Espírito Santo se moveu sobre o mar da Matéria Virginal homogênea, as primitivas Trevas foram convertidas em Luz. Esta é, portanto, a primeira manifestação da Divindade e um estudo dos princípios da Luz revelará à intuição mística um maravilhoso manancial de inspiração espiritual. Como isso nos afastaria muito do nosso assunto, nós não entraremos aqui na elucidação deste tema, exceto para dar uma ideia elementar de como a Vida Divina energiza a forma humana e a estimula à ação.

Verdadeiramente, Deus é UNO e indivisível. Ele contém dentro do Seu Ser tudo o que é, como a luz branca inclui todas as cores. Mas Ele se manifesta de uma forma tríplice, assim como a luz branca é refratada nas três cores primárias: azul, amarelo e vermelho. Onde quer que vejamos essas cores, elas servem como um símbolo do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Esses três raios primários da Vida Divina se difundem ou são irradiados pelo Sol, produzindo Vida, Consciência e Forma sobre cada um dos sete portadores de Luz, os Planetas, que são chamados “os Sete Espíritos diante do Trono”. Seus nomes são: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano. A Lei de Bode prova que Netuno (nem Plutão) não pertence ao nosso Sistema Solar e o leitor está convidado a consultar a obra Astrologia Científica Simplificada (veja mais detalhe no Capítulo I do Livro Astrologia Científica e Simplificada-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz.), escrita pelo autor do presente trabalho, para a demonstração matemática dessa afirmação.

Cada um dos sete Planetas recebe a luz do Sol em proporções diferentes, de acordo com a proximidade deles da órbita central, com a constituição da sua atmosfera e de acordo com os seres em cada um deles, conforme o estágio evolutivo desses seres, caso eles tenham afinidade com um ou outro dos raios solares. Eles absorvem a cor ou as cores que lhes são harmônicas e refletem as restantes sobre os outros Planetas. Esses raios refletidos levam consigo um impulso da natureza dos seres com os quais estiveram em contacto.

Deste modo, a Luz e a Vida Divinas chegam a cada um dos Planetas, quer diretamente do Sol, quer refletidas pelos seis Planetas-irmãos, e assim como a brisa do verão que, tendo passado pelos campos em flor, leva em suas asas silenciosas e invisíveis a fragrância misturada de uma multidão de flores, assim também, as influências sutis do jardim de Deus nos trazem os impulsos reunidos de todos os Espíritos e nesta luz multicor nós vivemos, nos movemos e temos o nosso ser.

Os raios que vem diretamente do Sol são produtores de iluminação espiritual; os raios refletidos dos demais Planetas produzem o aumento da consciência e o desenvolvimento moral; os raios refletidos por meio da Lua produzem o crescimento físico.

Mas, como cada Planeta só pode absorver uma quantidade determinada de uma ou mais cores, de acordo com o estágio geral da sua evolução, assim cada ser aqui na Terra, que seja mineral, vegetal, animal e humano, pode absorver e assimilar somente uma determinada quantidade dos diversos raios projetados sobre a Terra. O restante não o afeta, nem lhe causa sensação alguma, do mesmo modo que o indivíduo totalmente cego não tem consciência da luz e da cor que existem em volta dele. Assim, cada ser é afetado distintamente pelos raios astrais e a ciência da Astrologia é uma verdade fundamental da natureza cujo conhecimento é de enorme benefício para se conseguir o crescimento espiritual.

Nos caracteres místicos de um horóscopo podemos aprender sobre as nossas próprias forças ou fraquezas e os meios mais convenientes para o nosso desenvolvimento, ou podemos conhecer as tendências daqueles amigos e amigas que vêm a nós como nossos filhos e nossas filhas e as faculdades neles latentes. Desse modo, saberemos claramente como cumprir nosso dever de pais ou responsáveis, reprimindo o mal antes que se manifeste e alimentando o bem, para que possamos estimular mais abundantemente as tendências espirituais das almas confiadas ao nosso cuidado.

Como já dissemos, o ser humano volta à Terra para colher o que semeou em vidas anteriores e para semear, outra vez, as novas sementes que proporcionarão experiências futuras. As estrelas são o relógio celeste que mede os anos; a Lua indica o mês em que as condições serão mais propícias para a colheita ou para a semeadura.

A criança é um mistério para todos nós; nós só podemos conhecer suas tendências à medida que essas, lentamente, vão se convertendo em características, mas, geralmente, é muito tarde para checar, uma vez que os maus hábitos já se formaram e a juventude já chegou para esses ser. Um horóscopo cientificamente levantado com relação à hora do nascimento indica as tendências da criança para o bem e para o mal e, se os pais ou responsáveis se dedicarem com afinco para estudar a ciência das estrelas, eles poderão prestar um serviço inestimável às crianças a eles confiadas, estimulando as tendências que tenham para o bem e reprimindo as inclinações para o mal, antes que estas se cristalizem em hábitos. Não pense que é preciso um conhecimento superior de matemática para levantar um horóscopo. Muitos levantam um horóscopo de uma forma tão complicada, com tanto receio e tanta “meticulosidade”, que ele se torna completamente indecifrável para eles ou para os outros, enquanto um simples horóscopo, fácil de ler, pode ser feito por qualquer pessoa que saiba somar e subtrair. Esse método foi cuidadosamente explicado no livro Astrologia Científica Simplificada (Astrologia Científica e Simplificada-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz.), o qual é uma obra de ensino completo sobre o assunto, ao mesmo tempo pequena e econômica. Os pais que anseiam profundamente pelo bem-estar dos seus filhos e das suas filhas deveriam se esforçar por aprender eles mesmos, embora a habilidade deles não se possa comparar com a de um Astrólogo mais experiente, o conhecimento íntimo da criança e de seus interesses profundos compensarão sobejamente a falta de competência, tornando-os capazes de penetrar mais profundamente no caráter do filho ou da filha por meio do horóscopo.

[2] N.T.: Mt 5:16

[3] N.T.: do poema “Invictus”, de autoria do poeta inglês William Ernest Henley (1849–1903). Foi escrito em 1875 e publicado em 1888 em seu primeiro volume de poemas, Livro dos Versos, na seção Vida e Morte (Ecos).

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Arco Descendente da Evolução: “De Onde Viemos?”

Santo Agostinho disse: “De Deus viemos e para Deus voltaremos”.

Aprendemos nos Ensinamentos Rosacruzes que o propósito da nossa Evolução é o nosso desenvolvimento desde um Deus estático a um Deus dinâmico, um criador.

Começamos nossa evolução totalmente inconsciente dos Mundos que nos rodeiam e que Deus criou para nós, como campo de nossa evolução. Tínhamos a consciência divina, mas não a consciência de nós mesmos.

Essa consciência individual (de nós mesmos, como indivíduos separados), o poder anímico (o poder da Alma) e a Mente criadora são faculdades que adquirimos durante todo o processo de Evolução que vamos explicar agora.

Estávamos desnudos: sem nenhum Corpo, mas também sem nenhuma experiência. Éramos puros, mas ingênuos, incapazes de construirmos algo, incapazes de funcionar nos Mundos que Deus criou para nós.

A isso é conhecido como início da nossa peregrinação evolutiva através dos cinco Mundos de substância mais densa a do nosso Mundo dos Espíritos Virginais.

Esses Mundos são:

1.         Mundo do Espírito Divino

2.         Mundo do Espírito de Vida

3.         Mundo do Pensamento

4.         Mundo do Desejo

5.         Mundo Físico

O objetivo de toda essa peregrinação, ou seja, da nossa evolução é tornarmos conscientes e capazes de dominar a matéria desses Mundos.

Atualmente estamos trabalhando somente em três desses 5 Mundos, quais sejam:

1.         Mundo do Pensamento

2.         Mundo do Desejo

3.         Mundo Físico

Com isso, já deduzimos o que somos: somos um Ego (um Espírito Virginal da Onda de Vida Humana manifestado), definido como a Vida que se junta a Forma para, por seu intermédio, obter a Consciência.

Estamos sozinhos nessa empreitada?

Logicamente que não. Seria muita pretensão achar que somos capazes de adquirirmos essa consciência sem ajuda! Também, muita arrogância achar que Deus criou tudo isso somente para nós, somente para nossa evolução. Há muitos outros seres que evoluem conosco.

E para isso utilizam a forma mais eficiente de evoluir: o serviço amoroso e desinteressado para com os outros. Esses seres são o que conhecemos na Bíblia como: Anjos, Arcanjos, Querubins, Serafins, Tronos, Principados, Poder das Trevas, Poder dos Ares, etc.

A primeira parte desse nosso trabalho de evolução é chamada de descendente ou de “Involução”.

É assim denominada porque: para conquistarmos os três Mundos que falamos acima precisamos, primeiro, aprender a construir Corpos com material desses Mundos. E por quê?

Porque para funcionar em qualquer Mundo e expressar as qualidades que são peculiares é necessário possuir um veículo formado da matéria desse Mundo.

Ou seja: precisamos mergulhar nesses Mundos, indo: do Mundo dos Espíritos Virginais ao Mundo Físico. Para isso temos um Esquema de Evolução, baseado em Períodos, Globos, Revoluções, Recapitulações, Noites Cósmicas, Épocas e Eras.

Aprendemos nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental que os sete Períodos de desenvolvimento têm os nomes dos Astros que regem os dias da semana, porque, usado o termo em seu sentido mais amplo, tais Períodos são os sete Dias da Criação. Significam, também, as transformações do nosso Planeta Terra, nada tendo a haver com os Astros do céu, exceto que as condições que eles representam aproximam-se das dos Astros de mesmo nome.

Assim temos os sete Períodos denominados:

1.         Período de Saturno

2.         Período Solar

3.         Período Lunar

4.         Período Terrestre (dividido em 2 metades: Marciana e Mercuriana)

5.         Período de Júpiter

6.         Período de Vênus

7.         Período de Vulcano

Nosso trabalho inicial foi o de aprender a construir Corpos para funcionar nos Mundos: Físico, de Desejos e do Pensamento. Para isso peregrinamos por alguns desses Períodos, pois precisávamos de determinadas condições do nosso atual Planeta Terra.

E quais foram esses Períodos?

1.         Período de Saturno

2.         Período Solar

3.         Período Lunar

4.         Metade Marciana do Período Terrestre

Durante todo esse tempo passamos aprendendo a construir Corpos, experimentá-los nos Mundos respectivos e funcionando nesses Mundos.

De onde concluímos que: durante os três Períodos e meio precedentes à nossa condição atual, isto que agora chamamos de Planeta Terra juntamente com tudo o que nela há inclusive nós, foram gradativamente solidificados a partir de um sutil estado até outro de densidade muito maior.

É essa parte da Evolução que chamamos de Involução: um trabalho inconsciente, ajudado por aqueles seres que falamos acima, de construção de corpos ou veículos para cada um dos Mundos, em um Campo de Evolução que se alterava para facilitar tal aprendizagem.

Ou seja: a Involução nos traz à matéria pela nossa cristalização em Corpos. Nessa parte do nosso caminho, nossa consciência (essa consciência que hoje utilizamos para nos expressar nesse Mundo Físico, como agora, ou no Mundo do Desejo, quando temos nossas emoções e sentimentos, ou no Mundo do Pensamento, quando criamos nossas ideias e pensamentos-forma) estava dirigida para dentro, para construirmos esses Corpos, ajudados e muito, por seres superiores, cada um especialista em um tipo de matéria.

Foi de onde viemos até chegarmos aqui.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Considerações sobre o Ideário Aquariano

À medida que nos aproximamos da Era de Aquário mais e mais se acentua sua influência.  E os mais evoluídos da Onda de Vida humana são os primeiros, como não poderia deixar de ser, a responder a seus elevados ideais. Essa projeção aquariana faz-se sentir em todos os campos.

Ao Estudante Rosacruz não causa estranheza certas mudanças notadas no mundo. Ele, mercê de seu conhecimento e formação interna, não se choca com certas excentricidades, radicalismos ou exageros, embora não os adote como parte de sua conduta. Sabe que vivemos uma fase de transição, e como toda transição é suscetível de gerar inseguranças e incertezas, procura, serena e conscientemente, manter-se equilibrado. É a forma de agir mais compatível com as Leis Divinas.

Dentro desse novo contexto, o Aspirante à vida superior diferencia as legitimas expressões uranianas dos produtos efêmeros da conturbação reinante.

Uma das mais notáveis manifestações da idade vindoura é o trabalho de equipe ou em grupo. Uma nova mentalidade parece reger os negócios humanos, enfatizando a necessidade de desenvolvimento do espírito comunitário. As coisas tomam esse rumo porque os líderes tendem a desaparecer e estão desaparecendo.

Em lugar da liderança brotam os esforços coletivos, imprimindo uma nova tônica aos agrupamentos humanos.

Mas, ainda não podemos afirmar que essa ideia goze de consenso geral.

Muitos ainda relutam em aceitá-la. Lamentam nostalgicamente o estertor da liderança. Movidos por um sentimento de inconformismo, proclamam, equivocadamente, a falência da capacidade e inteligência humanas.

Não podemos voltar ao passado. Dele devemos conservar apenas o valor educativo das lições. Recordemos a narrativa bíblica: a mulher de Ló converteu-se em uma estátua de sal porque olhou para trás, não resistindo à contemplação de Sodoma e Gomorra pela última vez. É um símbolo da cristalização.

Certos condicionamentos emperram a vontade humana no sentido de desbravar o futuro. Há, como já dissemos, uma tendência nostálgica em permanecer em “status quo”, em uma cômoda posição de imobilismo, porque o esforço é sempre desagradável para quem não exercita sua capacidade de adaptar-se a novas circunstâncias. Essa predisposição é indispensável para quem deseja evoluir conscientemente. Evoluir é aprender; é aplicar o conhecimento; é assimilar novos conceitos (obviamente construtivos); é revisá-los, quando o bom senso assim o exigir, ou mesmo conservá-los, quando à luz da razão, ponderar-se sobre sua atualidade. Evoluir, também, é saber ouvir críticas, sem, contudo, temê-las. Para tanto, requer-se um arejamento mental a toda prova  . Max Heindel, na “Uma Palavra ao Sábio” do livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” recomenda mantermos a Mente em estado fluídico, de calma e digna expectativa. É uma questão de discernimento, quando não de maturidade espiritual.

O trabalho grupal é uma forma superior de aplicação de talentos e conhecimentos em torno de um objetivo comum. Exige um redobrado entendimento, porque as responsabilidades são bem divididas. Implica autossuperação, porquanto as falhas de caráter como o egocentrismo, a vaidade e o orgulho, frustram qualquer tentativa de esforço conjunto.

Compreendemos que nem todos se qualificaram ainda para essa classe de serviço, mas seus princípios merecem ser disseminados, a fim de que os seres humanos se conscientizem de seu caráter superior.

Cremos no ideário aquariano e na sua vitória final.

(Por Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de maio/1975-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Max Heindel, o aglutinador

Nesses anos transcorridos desde a passagem de Max Heindel, muito se falou a respeito de sua notável obra. A cada 23 de julho — data do seu nasci­mento — os Grupos e Centros Rosacruzes em atividade pelo mundo lhe rendem uma linda homenagem. Relembram as dificuldades com que se defrontou para iniciar o trabalho. Recordam certas passagens marcantes de sua vida, como o pri­meiro encontro com o Irmão Maior – que ele chamava de “Mestre” –, na Alemanha, ou o lançamento da pedra funda­mental em Mount Ecclesia, evento que prenunciou o grande porvir da Frater­nidade. Ressaltam também a grande odisseia vivida na elaboração e impres­são do livro Conceito Rosacruz do Cosmos.

Há, porém, na figura de Max Heindel um aspecto pouco abordado, conquanto importantíssimo na consolidação de sua obra: sua capacidade de aglutinar pes­soas em torno do Ideal Rosacruz.

A Fraternidade Rosacruz, embora inspirada desde os Planos internos pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, que lhe emprestam o nome, começou do nada, do chão. À frente, apenas Max Heindel.

Sozinho, desprovido de recursos e com a saúde abalada, embora tendo em mãos o tesouro dos tesouros — a Filosofia Rosacruz — onde poderia ele chegar?

Que força misteriosa impelia esse homem aos maiores sacrifícios, conver­tendo-o em um polo de atração, uma fonte viva de magnetismo?

Somente alguém dotado de um acentuado poder de aglutinação poderia inspirar outras pessoas, indicando-lhes o Ideal Rosacruz e a necessidade de se trabalhar por esse Ideal.

Ao ensejo de mais um aniversário de nascimento de Max Heindel, transcrevemos abaixo o depoimento de Bessie Boyle Campbell, publicado há muitos anos em Rays from The Rose Cross de outubro de 1955. Essa Estudante Rosacruz e contemporânea de Max Heindel, deixa entrever em suas linhas as razões de o fundador da The Rosicrucian Fellowship ser um aglutinador por excelência.

“Meu primeiro encontro com Max Heindel foi em uma noite de 1908, em Yakima, Washington, à entrada de um salão de conferências. Eu havia lido no diário local o anúncio de sua conferência sobre “A vida depois da morte”, franqueada ao público. Ora, eu havia sido criada e educada em um ambiente estri­tamente episcopal e os assuntos dessa natureza espiritual eram incompreensí­veis para meus pais e imediatamente rechaçados por eles. Perguntei à minha irmã e mãe se podiam me acompanhar para assistir à conferência, pois o salão em que conferência se realizaria ficava em uma rua pouco recomendá­vel para uma moça andar sozinha… Não é demais dizer que não me deixaram ir. Mas ao forte impulso interno que me impelia tomei a resolução de ir só. Quando cheguei à entrada do salão, defrontei-me com três pessoas e logo re­conheci o casal Swigart e o próprio Max Heindel. Ao contemplar o rosto e a figura de Max Heindel, tive a sensação momentânea de me achar diante de um padre, embora ele estivesse trajado como qualquer homem de negócios. Pensei, depois, que essa impressão talvez se originasse da grande reverência que me despertava sua pessoa e isso me fizera associá-lo a um padre. Muito tempo depois, durante uma de suas aulas, ele nos contou que em seu renas­cimento anterior, há trezentos anos, havia sido um padre católico na França. Fiquei satisfeita ao ver confirmada minha intuição (…). “Observando o auditório daquele velho salão, onde Max Heindel proferiu a primeira de dez conferências, notei que, em sua maioria, era composto de men­digos e vagabundos que tinham ido ali mais para se proteger do frio e da neve do que propriamente para ouvi-lo. O conteúdo de sua dissertação estava além do meu alcance e entendimento; não obstante, seu forte magnetismo pes­soal e sua grande eloquência me levavam a crer firmemente em cada palavra que dizia, como se fosse uma grande verdade”. (…) “Compreendi que eu tivesse ouvido um grande homem, abordando assuntos transcendentais”. (…) “Senti que nesses ensinamentos houvesse encontrado o que há tempo buscava”. (…) “Muito depois eu lhe perguntei o que era isto: magnetismo pessoal. Ele me respondeu que foi um poder obtido mediante atos de bondade, nesta vida e nas anteriores. Explicou-me que isso é visto pelo Cristão Místico como uma aura dourada que os grandes mestres costumam pintar ao redor da cabeça dos Santos, em suas obras clássicas. Assisti a suas conferências e lições, nessa oca­sião, durante seis semanas, recomeçando tempos depois. Ele não havia publi­cado ainda a grande obra ‘Conceito Rosacruz do Cosmos’, pois não havia chegado o ano de 1909. Suas conferências e lições eram mimeografadas. Em 1910, assisti novamente a suas dissertações, já com público numeroso, em Los Angeles. De vez em quando, Max Heindel costumava entremear suas pales­tras com observações engraçadas, alegres, simpáticas. Outras vezes, permane­cia muito sério e circunspecto. Ele sentia uma grande compaixão por todas as almas que sofriam. Em 1911 recebi dele uma carta em que me comunicava haver iniciado os trabalhos de Cura Rosacruz. Nessa oportunidade eu passava por um precário estado de saúde, internada em um hospital de Pasadena-CA, com febre altíssima. De­pois de ler sua amável carta, meu quarto se inundou de luz e senti tal exaltação que não posso descrever. Eu vinha orando intensa e incessantemente quando isso aconteceu. Na manhã seguinte minha febre havia desaparecido por completo e, depois de alguns dias, achava-me em minha residência completamente restabelecida”. (…) “Minha mãe, que também chegou a ser Probacionista, faleceu em 1915. Max Heindel veio ao funeral e usou da palavra. Em certo momento ele me disse: ‘Bessie, coloque uma cadeira junto ao ataúde para que sua mãe possa se sentar-se’. Ele sorriu diante da cadeira, para nós vazia, e então lhe perguntei se ma­mãe se sentia feliz. Ele me respondeu: ‘Ela está muito séria e impressionada com a mudança’. Os trinta amigos que se achavam presentes ficaram muito impressiona­dos ao ouvir suas palavras. Max Heindel sempre irradiava uma dulcíssima simpatia e bondade, em sua habitual humildade. Sinto que, pela oportunidade de haver conhecido esta grande alma, recebi a maior bênção deste mundo, além do conhecimento da verdadeira Religião Cristã que me veio à Mente e ao Coração por seu intermédio”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho de 1975-Fraternidade Rosacruz-SP)

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