Muito já se escreveu sobre o amor, mas ninguém soube elevá-lo tanto, ninguém o revestiu de profunda clareza, e ao mesmo tempo de suprema transcendentalidade, como São Paulo em sua Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo treze.
“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos Anjos, se não tiver amor serei como o metal que soa ou como o sino que tine”. “Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha fé, a ponto de remover montanhas, se não tiver amor, nada serei”; “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará”, “O amor é paciente, é benigno; o amor não é invejoso, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente; não busca seus interesses, não se exaspera; não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre; tudo crê; tudo espera; tudo suporta”.
O trecho acima faz parte do Ofício Devocional Rosacruz (o Ritual do Serviço Devocional do Templo), o Ritual composto por Max Heindel sob a orientação dos Irmãos Maiores, para cultivo da natureza interna dos Estudantes Rosacruzes. Essa maravilhosa peça ritualística não constitui tão somente um conglomerado de frases, algumas extraídas da Bíblia, outras não, formando um sentido lógico. Sua profundidade, seu conteúdo místico, seus efeitos, desafiam a compreensão e a sensibilidade do mais sincero Estudante Rosacruz. Pode-se afirmar sem exagero: quanto mais o Estudante Rosacruz avançar no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, mais atiladamente vislumbrará as riquezas espirituais contidas nesse Ritual.
Sua leitura, se levada a efeito regularmente – todos os dias, exceto nos dias do Ritual Devocional do Serviço de Cura – e em um ambiente adequado, produzirá resultados definidos.
Quanto a Primeira Epístola aos Coríntios, sua importância dentro desse contexto é fundamental.
O Apóstolo dos gentios, longe de simplesmente tecer uma rebuscada apologia ao amor, como alguns podem julgar, procura apresentá-lo em suas reais dimensões. Suas palavras deixam transparecer uma clareza meridiana. Seus apelos são diretos e incisivos, dispensando concessões e ambiguidades. “Se não tiver amor, nada serei”; “se não tiver amor, nada disso me aproveitará”. O amor é paciente. Logo, é de natureza distinta da impaciência. O amor não é invejoso. Por conseguinte, contrapõe-se a inveja. Não é compatível com o ufanismo, com o ressentimento, com a injustiça, com a soberba, porque todos esses sentimentos provocam a desarmonia e destroem a unidade. O amor, princípio essencial de Cristo, unifica, mantém a coesão, respalda a fraternidade, cura, enfim, todos os males. É a grande panaceia. Como pode medrar essa semente divina, quando o seu real significado é distorcido? Como tingiram-na de cores vulgares! Acomodaram-na às conveniências do momento, associando-a a ideia de sexo: na linguagem mundana, “fazer amor” é sinônimo de relações carnais, o que não tem a haver com o conceito do verdadeiro amor entre duas pessoas!
Mas São Paulo preservou sua identidade ao legar-nos Cartas ou Epístolas inspiradoras. Cada vez que participamos da oficiação do Ritual Devocional do Serviço do Templo Rosacruz, distantes momentaneamente do plano material, recebemos como que uma energia imunizadora contra os efeitos negativos das projeções deturpadas do amor.
Como herdeiros das promessas de Cristo, só nos resta empreender os maiores esforços por expressá-lo em nossas vidas diárias, buscando concomitantemente, compreendê-lo em suas raízes mais profundas.
(Gilberto A. V. Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz – maio/1975 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Somos apologistas do trabalho em equipe. Observamo-lo portador de inúmeras vantagens, como, por exemplo, o alcance de um rendimento máximo em tempo mínimo, mediante o aproveitamento racional das qualidades e aptidões de cada um em função do todo. Além disso, sua ação faz-se sentir individualmente, revertendo em benefício de cada um, em forma de disciplina, solidariedade, harmonia, companheirismo e expansão natural das próprias qualidades.
Mas, não se pense que o desenvolvimento do trabalho em grupo ou em equipe depende, única e exclusivamente, da aglutinação de pessoas dotadas de capacidade para realizar a obra proposta. Não. Não é tão simples assim. Certas aptidões, conhecimentos e habilidades são importantes e desejáveis. Mas, por si só não asseguram o êxito final de um trabalho coletivo. Há certos requisitos prioritários, tais como: boa vontade, sinceridade, desprendimento, altruísmo, harmonia, ausência de personalismo e outros. São essas qualidades, de natureza moral, que possibilitam a um grupo relativamente heterogêneo empreender e concretizar obras de vulto, num sentido comum.
É importante, na quadra atual, cada um meditar sobre isso, e perguntar-se: “Estou preparado para trabalhar em equipe?” Sempre estão se formando novos Grupos de Estudos Rosacruzes Informais e Formais e muitos estão se tornando Centro Rosacruz. E por meio deles os Estudantes Rosacruzes têm oportunidade de contribuir com sua parcela de esforço para a disseminação do Ideal Rosacruz.
O Método Rosacruz de Desenvolvimento oferece meios de realização estritamente individuais, objetivando o aprimoramento espiritual do Aspirante à vida superior, de modo a permitir-lhe transcender os entraves internos separatistas, integrando-o cada vez mais no puro sentido de equipe.
Todos temos alguma coisa a realizar, pois o mundo necessita de pessoas responsáveis, decididas a arregaçar as mangas e trabalhar. Não fiquemos aguardando o surgimento de condições favoráveis. Não esperemos o emergir do amanhã acenando-nos com as oportunidades. Essas já estão por aí à espera da nossa decisão. Nos dias que correm o “futuro é hoje”. E o trabalho deve ser realizado “aqui e agora”!
Se você quiser saber como deve funcionar um trabalho em grupo ou em equipe típico Rosacruz (pautado, logicamente, nos preceitos aquarianos) leia e estude esse material elaborado por um antigo Probacionista:
A Libertação Através Do Trabalho Em Grupo
“Devemos aprender a lição do trabalho para um propósito comum, sem lideranças. Cada qual, igualmente induzido pelo espírito de amor que lhe vem do íntimo, deve empenhar-se pela elevação física, moral e espiritual da humanidade à altura de Cristo – o Senhor e a Luz do mundo”.
Max Heindel
O conhecimento, em todos os seus aspectos, é a base reconhecida do progresso. À medida que novos fatos são descobertos, novas leis são formuladas, a tecnologia vai se aperfeiçoando e as evidências do progresso se manifestam. Desse modo o ser humano vai obtendo tudo o que previamente lhe parecia impossível. Tal acontece porque novos fragmentos de conhecimento em um campo provê a chave do mistério existente em outro campo. Consequentemente, em virtude do interrelacionamento comum entre todas as fases da vida e do conhecimento, quanto mais o ser humano sabe a respeito de determinado assunto, mais poderá saber a respeito dos outros. Assim, a luz do conhecimento cresce e se torna mais brilhante.
Muitos problemas da vida, mercê dessa transferência de capacidade e interrrelacionamento de conhecimento, são resolvidos satisfatoriamente. Mas, o progresso aí está, constantemente desafiando o ser humano com novas e diferentes situações que inevitavelmente suscita. Os novos problemas vão tornando mais amplos, envolvendo mais pessoas, abrangendo maiores horizontes e exigindo soluções mais rápidas. As conquistas da técnica e da ciência, aproximando cada vez mais e identificando os diferentes grupos humanos, fazem com que cada acontecimento afete a todos. É evidente que a humanidade está sendo submetida a um processo evolutivo acelerante. Os sinais apontados são o início desse processo.
Ninguém sabe tudo – nenhum ser humano, por mais disciplinado, inteligente e dono de seu tempo que seja, pode hoje aprender tudo o que está à disposição do conhecimento humano. Ninguém, por mais poderoso e influente, não poderá pensar, planejar e atuar, com o acerto e rapidez necessários, em todos os problemas sociais. Ora, não é do intento divino que seja a humanidade subjugada e vencida pelo desespero, ante os penosos e confusos tempos que vamos adentrando. Graças a alguns afortunados cérebros que não se deixam limitar pelo medo, que sobrepassaram o egoísmo e, pelo amor ao próximo, sincero e desinteressado, lograram alcançar as mais profundas verdades do Cristo, está sendo divulgado por todas as partes a necessidade imperiosa de congregar as pessoas em grupos. Pela conjugação dos recursos individuais, na busca da solução dos mais altos e legítimos problemas coletivos, vêm-se obtendo meios para enfrentar a evolução da técnica, a fim de utilizá-la convenientemente, sem violência aos sagrados direitos do ser humano. Ainda há muito erro, decorrente, as mais das vezes, da falta do espírito de equipe. Ademais, há pouco é que, praticamente, se evidenciam as vantagens desta técnica há tanto tempo pregada por Cristo. Mas, ninguém pode deter o fluxo do propósito evolucionário; verifica-se um rápido aumento do trabalho em grupo, em todo o mundo.
Necessidades para se trabalhar em grupo – o primeiro passo para o trabalho em grupo é o reconhecimento de nossas limitações pessoais. Isso nos leva a participar de esforços cooperativos, cujo brilhante futuro mal podemos prever. À medida que nossos egoísmos e interesses imediatistas forem dando lugar ao altruísmo e bem-comum, novas fases irão sendo exploradas no trabalho em grupo. De fato, a formação de grupos de trabalho ainda está na infância. As técnicas são relativamente desconhecidas de uma grande maioria de indivíduos e as forças cósmicas, que unem os indivíduos esparsos em grupos, estão apenas começando a produzir seus impactos sobre a consciência humana. Tais forças fluem primeiramente do Espírito do Cristo Interno e secundariamente da influência de Aquário. Ao se tornarem mais fortes, os grupos de pessoas, de uma natureza mais original e espiritual, se tornarão mais comuns. Eles serão os vanguardeiros e a glória da Era de Aquário. Pelo discernimento de assuntos públicos, Júpiter – o princípio da expansão e da boa vontade, da filantropia e da sociabilidade – revela o que é desejável em matéria de negócios, de religião, de ciência e outros assuntos, suscitando a revisão de atividades para novas e construtivas fases em grupos. Desse modo, utilizando os valores relativos pessoais, sob o impulso do altruísmo e sem ofender a liberdade individual, Júpiter vai tornando possível grandes melhoramentos. Para as pessoas integradas em movimentos humanísticos e espirituais, o trânsito desse Planeta enseja grandes oportunidades de progresso.
No passado, as transições de progresso que se operavam no mundo eram consequências do trabalho de indivíduos mais ou menos iluminados, cujas Personalidades exerciam poderosa ação, atraindo e dominando aqueles que se tornariam seus discípulos. Por intermédio de tais singulares indivíduos o trabalho era feito. Foram grandes homens e mulheres a quem devemos não somente as revelações religiosas, como o progresso nos vários ramos da arte, da ciência, das leis, da política, da filosofia, etc. Eles, em grande parte, fizeram a história, história de umas poucas pessoas, de cujo esforço e gênio dependeram as grandes realizações, em todos os campos de trabalho.
Atualmente essa condição está mudando. Novos métodos e novos homens e mulheres estão rapidamente emergindo. Muitos poucos indivíduos excepcionais surgem, mas, em compensação, levanta-se muitos homens e mulheres aptos para qualquer atividade. Em vez do antigo “mestre” que determinava tudo, observamos hoje muita gente com idêntica habilidade, trabalhando em conjunto. Ampliam-se enormemente as atribulações de responsabilidade e expansão da atividade humana. Devemos, hoje, aprender a trabalhar em conjunto ou nos desatualizaremos. Como predisse Max Heindel, devemos ser iguais, amigos, compartilhando experiências e ações, acima da preocupação de liderança. A Fraternidade é a nova ordem da Era que se aproxima. Ou nos entendemos ou nos limitaremos cada vez mais.
O desejo de se destacar – A ambição para se tornar líder leva a mesma razão que torna o indivíduo inadaptado para a mais elevada forma de trabalho em grupo, não importando quão altruístas e benevolentes possam ser as motivações. O desejo de se destacar, de exercer autoridade, encerra um erro de aproximação à moderna atividade em grupo, pois ressalta a Personalidade, em prejuízo de fatores anímicos de confraternização, de identidade incondicional. Em seus trabalhos com os Irmãos Leigos e Discípulos, os Irmãos Maiores nunca dão ordens, nunca censuram e nunca louvam. O anelo de servir, de viver retamente, deve brotar espontaneamente do interior do indivíduo. Isso o capacitará para a integração da equipe. Esse deve ser o espírito de todo trabalho em grupo.
Tempo está chegando em que, na vida de todo e qualquer indivíduo, a única autoridade a ser levada em conta será o “Eu Superior”, o foro íntimo. Na medida em que cada um aprenda a amar, a honrar e a obedecer a seu “Eu Superior” expressará o que é bom, o belo e o verdadeiro (o que é indispensável na evolução prática dos ideais Cristãos). E para isso é imprescindível se torna compreensivo e harmonioso com todos seus companheiros de atividade, entendendo e seguindo espontaneamente os objetivos do grupo. A intuição, em vez do intelecto, será o fator reinante. Desaparecerão as regras e os regulamentos impostos pelos líderes. Nos novos grupos, em vez de um líder, surge um representante, um porta-voz, o qual, pelo menos em teoria, preside aos trabalhos, por escolha de todos. Em virtude de seus méritos pessoais ele se tornou o SERVO DE TODOS, cujo conceito está muito distante do de um líder que, seguindo suas próprias ideias e determinações, modela e executa o sistema de um grupo.
A especialização em um determinado ramo de atividade – No sentido de ampliar mais as possibilidades do conhecimento, atualmente há uma tendência bastante generalizada: se especializar um determinado ramo de atividade, depois de ter sido adquirido o conhecimento geral da profissão escolhida. Reúnem-se, então, os especialistas de diversos ramos para que todos e cada um contribuam com seus talentos num objetivo e benefício comum. Essa conjugação de técnicos desempenhou importante papel no esforço da última guerra mundial. Igualmente, a interdependência de técnicos foi que produziu o tremendo avanço da medicina, da ciência em geral, da técnica dos negócios. É a prova de que, fundindo e focalizando o conhecimento e poder cerebral de muitos, resolvem-se os mais complexos problemas do mundo. De igual modo, se fundirmos e focalizarmos os atributos do coração, o conhecimento e as energias espirituais de muitos indivíduos devidamente preparados, então pode-se, com toda a certeza, exercer um poder espiritual quase ilimitado na tarefa de libertação do mundo. Esse é um palpitante, profundo e maravilhoso tema para o qual chamamos a atenção especial de todo Aspirante à vida superior sincero.
O trabalho em grupo – Existem utilíssimos conhecimentos em relação ao trabalho de grupo. Contudo, permitimo-nos tecer considerações acerca de fatores diretamente relacionados com atividades espirituais, que é o nosso caso. Temos amplas razões para admitir que, por meio da Fraternidade Rosacruz, conseguiremos promover uma expressiva fase de libertação da humanidade. E para compreendermos como atingir essa realização de efetiva ajuda ao Cristo, estudemos os cinco princípios básicos do nosso esforço em grupo:
1) O primeiro princípio é o SACRIFÍCIO, pois, sugere o impulso amoroso de dar, com renúncia de si mesmo, sem egoísmo. Sem o sacrifício o trabalho de grupo é praticamente impossível. Tudo o que não beneficie o conjunto e suas finalidades e que possa constituir obstáculo para Deus e para o ser humano, deve ser posto de lado. Sacrifício é fazer apenas o que é bom e implica renúncia aos reclamos da Personalidade. É interessante observar, de passagem, que embora exista muitas pessoas altruístas, em todos os lugares, atualmente, poucas são as que agem acima de sua Personalidade com o único propósito de servir e elevar os semelhantes. Aqueles que se reúnem para congregar forças a fim de obter mudanças políticas, para fundar uma instituição filantrópica, quase sempre cobram o preço do prestígio e do proveito pessoal. Raro é o que nada reclama para si, cuja presença e ação, eficientes e silenciosas, constituem o alicerce espiritual do movimento.
O fundamento e a causa de todo poder espiritual residem, em parte, no sacrifício. O egoísta transfere para um plano secundário o interesse impessoal da humanidade, sobrepondo-lhe a glória, a fama e poder material dos membros do grupo. Sacrifício é o “abc” do viver espiritual, é esquecimento próprio, é afastar tudo o que, de alguma forma, possa enfraquecer ou dividir os membros do grupo ou interferir no desenvolvimento de seus propósitos comuns. Não nos referimos somente ao que é errado, mas também ao não essencial, ao que não seja diretamente objetivado pelo movimento pelo qual o grupo está reunido – como, por exemplo, é o caso da Fraternidade Rosacruz –, embora interesse, de modo especial, a um ou a vários membros do grupo.
Cada membro deve ter boa vontade em relação ao grupo, deixando de lado sua vontade pessoal, seus esquemas favoritos e toda forma de ambição pessoal. O que prevalece é a vontade da maioria. Lembremos que, por força da presente condição humana, todos vemos “como que através de um vidro enfumaçado”, isto é, com nossas limitações não percebemos claramente a vontade de Deus e seus agentes, os Irmãos Maiores. Os propósitos dos Irmãos Maiores sobre a questão da elevação e libertação humana respeitam, em primeiro lugar, a liberdade individual, a valorização e o poder de uma FRATERNIDADE; conciliam os aspectos individuais mais legítimos com os propósitos de Deus. Mas, devido às limitações, apenas uma parte do trabalho pode, por ora, ser realizado, porque não enxergamos com clareza os detalhes do Divino Plano Redentor. Todavia, não nos desalentemos por isso.
Por meio do esforço sincero, o Aspirante à vida superior Rosacruz está conquistando, mais depressa, sua libertação e elevação, capacitando-se para um trabalho mais elevado. São poucos os que conseguem. Por enquanto, esforcemo-nos, sem nos aborrecermos por presenciar, frequentemente, membros que não trabalham com idênticas compreensão e unidade de propósito. A perfeição do trabalho em grupo é coisa do futuro. Contudo, um contato íntimo, fundado no amor e numa profunda realização de unidade em Cristo, é possível atualmente, com indivíduos incomuns, que saibam sobrepor-se às diferenças de opinião, que lutam contra as desuniões, porque essas resultam sempre das forças inferiores. É da maior importância, num trabalho em grupo, que todos aprendam a amarem-se uns aos outros, com o Amor de Cristo – amor ágape, incondicional –, de alma para alma, um amor nunca influenciado por fatores pessoais.
O amor é o que ilumina e valoriza o sacrifício. O serviço em favor da humanidade se realizará satisfatoriamente apenas quando se fundar num profundo e permanente amor, livre de crítica (em geral oriundas de frustrações) e orientado pelo firme propósito de não transigir com o erro, com o supérfluo e, sobretudo, com as brechas que entre seus membros produzam desuniões e enfraquecimentos. O sacrifício de fatores negativos pessoais, para perfeita integração e ajuda na Fraternidade, em prol da humanidade é, ao mesmo tempo, uma contribuição preciosa para si mesmo, um exemplo e cooperação à Fraternidade e uma ajuda à humanidade, porque todos os nossos pensamentos, emoções e atos refletem-se em todos os planos da Natureza. Pela contribuição perfeita ao grupo, o indivíduo realiza a superação automática de si mesmo. Pelo esforço de integração, pacificação e eliminação de divergências, cada um harmoniza-se, ao mesmo tempo, a si mesmo.
2) O sacrifício sábio traz, portanto, à atividade, o segundo princípio do trabalho em grupo: a IDENTIFICAÇÃO AMOROSA COM OS COMPANHEIROS DE LABOR. Ao sobrepor-se à Personalidade, cada membro do grupo, pela dedicação ao serviço, cresce em consciência quanto aos propósitos comuns. À medida que cresce, indiferente ao personalismo e egoísmos de toda ordem, identifica-se mais com seu verdadeiro “Eu” e adquire uma atitude de alegria, de confiança própria e de profundo amor ao próximo. Atinge, então, a vivência da “realização da unidade fundamental de si com os demais, em identidade espiritual”. Começa a manifestar sua deidade interna, que permite a superação espontânea de suas solicitações egoísticas e, ao mesmo tempo, fá-lo olhar seus semelhantes, não pelos aspectos externos, não por seus defeitos, senão pela “divina essência oculta em cada um”, o IRMÃO.
Só então atinge a consciência e vive a consciência real do grupo. Muitos de nós, nos instantes de oração ou oficiação de rituais em grupo (quando se processa uma perfeita fusão entre todos), tivemos oportunidade de sentir uma grande vibração. Isto é possível, devido ao princípio de fusão de semelhantes (semelhante atrai semelhante), que é muito mais forte do que uma unidade. Um grupo harmonioso é mais do que um simples ajuntamento de pessoas. São carvões que provocam um fogo que, e em conjunto, focalizados e vibrando num ideal comum, formam um instrumento de Cristo. Por isso foi dito que “onde dois ou mais se reunirem EM MEU NOME” ali Ele estaria! A fusão de almas é o mais poderoso instrumento de corporificação de Cristo, para um trabalho superior, porque produz um volume tão grande de vibração espiritual que pode canalizar, do Mundo do Espírito de Vida, um caudal de energia incalculável. Todos conhecemos essa lei: chama-se a Força de Atração.
Ela determina a atração de pessoas de vibração idênticas, levando-as a diariamente se reunir para um propósito comum. Eis o sentido de cada Centro ou Grupo de Estudos Rosacruz em todo o mundo! O semelhante atrai o semelhante. A mais alta expressão dessa Lei é a fusão de indivíduos preparados para um ideal superior, com plena consciência das leis que regem o trabalho em grupo, isto é, com renúncia de si mesmos e dedicação amorosa ao próximo. Eis como se realiza o trabalho de Cura da Fraternidade Rosacruz, a Cura Rosacruz. A fusão consciente e ardorosa de tais indivíduos forma um canal de natureza tão sublime que atrai um fluxo magnético poderoso do plano Crístico, beneficiando enfermos de todo gênero e enchendo a Terra de uma força equilibradora. Por meio do silencioso poder de tais grupos, os Seres Superiores podem fazer fluir o Poder Curador, a força, a Sabedoria e Amor, para todo este mundo carente. Atualmente o Mundo do Desejo se acha tão conturbado que seus reflexos na humanidade são os que observamos por aí. O contato de Egos, uns com os outros, em propósitos construtivos, é o meio mais eficiente, mais seguro, mais rápido, de libertação individual. O relacionamento de alma, pela autorrenúncia, leva-nos a um conhecimento superior e à unidade com o Cristo Cósmico, pelo despertar de nosso Cristo Interior. As aspirações devocionais e consagradoras para com o serviço, elevam os membros da Fraternidade a planos e condições que, sozinhos, abandonados a seus próprios recursos e às influências que vigoram desde a última conflagração mundial, não poderiam atingir.
3) O terceiro princípio do trabalho em grupo é o SERVIÇO (tônica da Fraternidade Rosacruz). Dele ninguém pode se evadir. Do mais elevado ao mais inferior dos seres vivos, o serviço é o preço a pagar, não somente para o progresso de todos, como também por mera imposição do direito de existir. De uma evasão deliberada, egoísta, do privilégio de SERVIR, origina severas penalidades das leis equilibradoras do Universo. É o que sucede a muitos Egos que atualmente, em alguns países, são obrigados, à FORÇA, a se conformar e servir com boa ou má vontade para atender às necessidades do grupo a que pertencem. O SERVIÇO é a capacidade de identificação do indivíduo com os interesses comuns. Pressupõe, como dissemos, a superação dos interesses pessoais, voluntariamente e regozijosamente. Quem é feliz servindo, torna-se simpático na vida íntima do grupo. É a técnica que liberta o indivíduo dos laços do “eu inferior” e o capacita a integrar a família de Cristo. O verdadeiro serviço não é fácil. Sua legítima expressão pressupõe muita renúncia, persistência e fé: “Poderosamente devem mourejar os que servem os deuses eternos”.
Servir significa sacrifício de tempo, de interesses pessoais, de ideias favoritas. Exige prudência, sabedoria, habilidade de trato, domínio das emoções. Observe-se quão poucos estão preparados para trabalhar impessoalmente. Não se trata de mero negócio, nem de interferências ou de esforços fanáticos. O verdadeiro serviço nasce da combinação das faculdades mentais com as do coração. Não é motivado por estados emotivos, por sentimentalismos, por arroubos acidentes de entusiasmos e tampouco do desejo de progresso espiritual da parte do servidor. O verdadeiro serviço salienta o grupo, em vez de o indivíduo. Por meio do verdadeiro trabalho em grupo nos tornamos mais úteis do que isoladamente poderíamos ser e mais nos aproximamos da nossa FONTE e ORIGEM. Através do serviço verdadeiro expressamos, com mais facilidade, os atributos de nosso “Eu Superior”, o Ego, cuja natureza é naturalmente boa e nobre, amorosa e fraternal, porque “feita à imagem e semelhança do Pai”.
O verdadeiro serviço não é solicitado nem planejado como um fim em si mesmo: surge espontaneamente na medida em que crescemos por dentro e nosso Cristo deseja expandir seus poderes anímicos. Gradualmente, à medida que vamos crescendo por dentro, irradiamos o amor e outras energias espirituais, nunca para nosso próprio engrandecimento, senão para elevação e libertação daqueles que de nós se aproximam. O verdadeiro servidor tira as vistas de si mesmo e de suas realizações, dando atenção integral para as necessidades de seus semelhantes, a começar por seu lar, sem deixar-se prender pelas insidiosas cadeias do interesse puramente familiar. Conduz-se equilibradamente em meio a todas as necessidades, seguindo os impulsos de seu Cristo Interior. A completa submissão à lei do serviço leva-o gradualmente ao íntimo do coração do grupo e a conhecer, para além de todas as dúvidas, que é UNO com as almas IRMÃS. À medida que os membros se elevam assim, o grupo vai atingindo a capacidade de serviço total, o poder e a oportunidade de executar as obras mais inimagináveis.
4) O quarto princípio consiste em RECUSAR tudo o que seja danoso aos interesses do grupo. Isso exige sinceridade, lealdade, coerência. Há muita gente de boa índole que falha neste princípio, por medo de ferir os membros do grupo. Mas a recusa não é desamorosa. Ao contrário: é firme, porém, amorosa, inteligente, esclarecida. Relaciona-se, como veem, com a Força de Repulsão, uma vez que, tudo o que não seja da mesma vibração do grupo tende a ser afastado. Pela manifestação desse princípio, todos os grupos tendem a repelir o que lhe seja estranho ao modo de ser e necessidades, envolvendo pessoas, coisas e condições. Não se trata propriamente de conservação. A evolução do grupo se processa naturalmente, à medida que seus membros evoluem e refletem amorosamente novas necessidades coletivas. Porém, o princípio que estamos considerando preserva o interesse de todos, elevando para Deus as pessoas e coisas identificadas, entre si, como conjunto.
Simbolicamente falando, a totalidade dos membros dedicados de um grupo “reúne seus carvões”, abanando-os pelo serviço amoroso, a fim de que flameje a chama do fogo espiritual, que é um poderoso dissipador das trevas da ignorância e do frio egoísmo que existe no mundo. Por meio de sua própria existência irradiará de tal grupo luz e calor que dissiparão as forças mentais negativas e as correntes miasmáticas do Mundo do Desejo, que escravizam a humanidade. Atuando sobre cada membro ou unidade do grupo, esse quarto princípio imprime, em suas consciências, uma profunda determinação de evitar e repelir, em sua maneira particular de vida, tudo o que possa obstar ou interferir desfavoravelmente nas atividades e interesses comuns. Disso decorre a necessidade de vigilância constante, de si mesmo e não propriamente quanto aos demais. Deve cada um vigiar todas as atividades físicas, emocionais e mentais, a fim de que não chegue a exprimir ação inconveniente.
Compreendendo que sua própria consciência é parte integrante do Todo, a qual, de algum modo misterioso, ele ajuda a sustentar, o membro dedicado e sincero pratica o discernimento e amiúde pergunta a si mesmo: “O que estou pensando, sentindo ou fazendo influencia favoravelmente o grupo? Aumentará ou diminuirá a Luz Espiritual do grupo?”. Então procura, sincero como é para si mesmo, atuar harmoniosamente, recusando tudo o que seja imoral, rancoroso, malicioso, interesseiro, crítica destrutiva, etc. e cultivando apenas, deliberadamente, as vibrações auxiliadoras da sã alegria, da simpatia e do altruísmo. Para o bem do grupo e não por motivos pessoais, trabalha para a pureza, para a estabilidade emocional e pelo controle do pensamento. Respeita e obedece aos propósitos do Grupo e recusa todas as faltas que, dentro de si, procurem prejudicar seu trabalho na equipe. Aprende que não é lutando que vence o egoísmo, senão pelo esquecimento de si mesmo, dedicação aos demais e prazerosa obediência à luz interna, conforme aquela frase de Cristo: “Aquele que perde sua vida por Minha causa, encontrá-la-á”.
5) Quando cada membro tenha aprendido a trabalhar em íntima cooperação mental e espiritual com seus companheiros; quando o desejo de crescimento pessoal e espiritual tenha sido transcendido e cada um tenha dado tudo o que pode ao grupo, então o quinto princípio começará a atuar. Esse princípio que brota da UNIDADE de cada um com todos, originará uma automática distribuição das conquistas do grupo, de forma que, qualquer unidade ou membro começará a sentir e expressar tudo o que o grupo tenha conquistado, embora individualmente não o tenha pretendido. Uma completa realização, por parte de um membro do poder do amor, por exemplo, eventualmente se tornará uma realização consciente de todo o grupo e, assim, em relação a tudo em evolução. É a lei que Cristo enunciou quando disse “Se eu ascender levarei comigo todos os seres humanos”.
Indubitavelmente existem outros princípios que operam nos grupos, a respeito das quais, atualmente, pouca noção temos. Contudo, a boa vontade de nossa parte, em adaptar nossa vida aos princípios aqui enunciados, nos possibilitará percorrer mais rapidamente e proveitosamente o longo caminho que nos conduz às novas e luminosas condições da Era de Aquário.
(por Elvin Joseph Noel)
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)
Resposta: Quando um braço, membro ou qualquer órgão é removido do Corpo Denso, o físico, por meio de qualquer tipo de intervenção cirúrgica, somente a parte densa[1] do órgão ou do membro, permeada pelo Éter planetário, é retirada. Os quatro Éteres[2], que constituem o Corpo Vital do homem ou da mulher, assim submetido à intervenção cirúrgica permanecem; mas há uma certa conexão magnética entre a parte que se decompõe – e que, normalmente, é enterrada – e a contraparte etérica que permanece com a pessoa. Em consequência, ele ou ela sente a dor e o sofrimento na parte removida, ainda por algum tempo após a cirurgia, até que essa se deteriore e a contraparte etérica se desintegre.
Você encontrará alguns casos interessantes demonstrando esse ponto e ensinamentos adicionais a respeito desse assunto no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Quando uma pessoa ferida (em alguma parte do Corpo Denso dela) passa para os Mundos invisíveis, ela pensa usando a Mente do mesmo jeito que usava quando estava viva aqui, e se imagina com a mesma aparência que tinha quando estava viva aqui. Consequentemente, uma cicatriz na testa ou a perda de um braço ou membro é reproduzida pelo pensamento dela na matéria do Mundo do Desejo e ela aparece lá tão desfigurada como estava aqui.
Isso foi muito observado durante a Guerra Mundial[3], pois todos os soldados que faleciam, em consequência de ferimentos visíveis no Corpo Denso, e cujos efeitos sabiam determinar, reproduziram esses ferimentos nos Corpos de Desejos deles. Eles sentiram uma dor semelhante à que sentiriam se tivessem ainda em seus Corpos Densos, porque imaginavam ou acreditavam ser real lá a dor que deveria estar relacionada com seus ferimentos. Entretanto, eles procuraram rapidamente se ajudar mutuamente e por aqueles que tinham sido auxiliados pelos Irmãos Maiores a ver a realidade, isto é, que não havia realmente dor. Assim que eles se convenceram que seus ferimentos eram nada mais do que ilusões e aprenderam que eles podiam moldar os Corpos deles para condições normais e saudáveis, eles puderam, rapidamente, remediar a situação.
(Pergunta nº 41 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: formada de material da Região Química do Mundo Físico.
[2] N.T.: Éter Químico, Éter de Vida, Éter Luminoso e Éter Refletor.
[3] N.T.: o autor se refere à Primeira Guerra Mundial.
Existem algumas palavras-chave nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental – os Ensinamentos Rosacruzes –, de função bem definida em relação às aspirações do Mundo Ocidental, tais como: panaceia, cosmos, arquétipo, Ecclesia, Epigênese, hierofante, neófito, mistério, misticismo, etc.
A filosofia e mitologia grega, pré-cristã, criaram estas palavras para atender ao significado mais profundo de certas atividades e realizações em suas escolas de mistérios, durante um dos períodos mais gloriosos da História humana – que fora a Idade Áurea. Os criadores destes termos simbólicos foram: Sócrates, Platão, Aristóteles, Pitágoras, Hipócrates e outros iluminados da Grécia antiga.
O Estudante Rosacruz está familiarizado com esses vocábulos, mas, frequentemente, passa por cima do significado mais profundo ou porque não presta a devida atenção, ou porque não compreendeu, ainda, a diferença que isso faz para a perfeita assimilação dos seus estudos.
Ao compulsar o sentido etimológico podemos desvelar significados mais sutis, convertendo-os em símbolos vivos e imagens pulsantes do pensamento ocidental.
Deles, o que, talvez, encerre maior significado é a palavra – e o conceito que há no seus significado – PANACEIA aplicada nos Ensinamentos Rosacruzes.
Na Filosofia Rosacruz há três pedras angulares: curar, servir e propagar. Sobre elas os Irmãos Maiores edificaram seu trabalho em benefício do mundo. Ora, panaceia exprime a atividade de cura!
Em seu simbolismo, panaceia expressa a aspiração e o desvelo da Fraternidade Rosacruz no desenvolvimento da arte de curar pelo Método Rosacruz, a Cura Rosacruz.
O dicionário define panaceia como um remédio universal, pois pode curar todas as enfermidades e doenças.
No grego, panakeias é um vocábulo composto: Pana (todo ou pão) e o verbo akeistar (curar). Literalmente: o “pão da cura”, ou seja, o remédio com a fórmula para tudo curar: mental, moral ou fisicamente.
Na mitologia grega Panaceia e Higéia (saúde) eram irmãs, filhas de Asklêpios (em latim Asculapius, em português Esculápio) – o deus da cura. Por sua vez, Esculápio era filho de Apolo (Sol, vitalidade, luz) – o grande médico.
Desde tempos imemoriais havia Templos de Cura. Na Grécia eram dedicados a Asclépio, o deus da cura. Seus sacerdotes compunham grupos de curadores especializados, devotos e espirituais. Praticavam a medicina em o sagrado recinto de cura (asklepión).
Sob configurações astrais favoráveis (pois aliavam os conhecimentos de Astrologia), os enfermos eram levados a esse lugar santo (asklepión) onde, em cerimônia religiosa, tomavam tabletes, espécie de hóstia sagrada deixada pelos ex-pacientes agradecidos, após sua cura, na elevação de sua fé ao deus da cura.
Depois deste serviço religioso, os enfermos eram deixados no recinto sagrado a dormir. Durante o sono, os sacerdotes lhes ministravam os remédios – a panaceia – por meios conjuros (ritual especial) e encantamento, regidos por Higéia e Asclépio. Por este meio de cura, muitos pacientes ao despertar na manhã seguinte estavam completamente curados, tal como relatam os manuscritos da época.
Esse ritual é tecnicamente conhecido como “incubação” (em grego epoas, que quer dizer empolar ou deitar-se sobre ovos).
Há grande semelhança entre o templo grego de cura (asklépión) e a arte de Cura Rosacruz. Os dois empregam o método de ajuda espiritual, da Escola Ocidental de Mistérios; ambos ajudam a humanidade a alcançar a saúde do corpo pela combinação da panaceia espiritual e dos meios físicos. É a ação do Grande Curador, aproveitada pelos conhecimentos de Astroterapia e auxiliada pela dieta alimentar adequada, exercícios, preparo mental e emocional, etc.
Quando aprofundamos o significado de Higéia (saúde) e Astroterapia, do ponto de vista Rosacruz, compreendemos por que Max Heindel definiu: “há saúde física apenas quando os órgãos trabalham em perfeita ordem e harmonia”. Quando um órgão diminui sua função, provoca desequilíbrio na harmonia do conjunto e surge a enfermidade ou a doença.
A enfermidade ou a doença se prolonga por causa dos abusos e da ignorância. Se o paciente sabe aproveitar as configurações astrais favoráveis e colabora com o Departamento de Cura de um Centro Rosacruz que o possua, cumprindo sinceramente sua parte, então a panaceia lhe é aplicada, coroando seus esforços de viver segundo as Leis da Natureza, que são as Leis de Deus. Diz Max Heindel: “A panaceia faz com que a substância concentrada da Vida de Cristo flua através do Corpo Denso e do Corpo Vital do paciente, dando a cada célula um ritmo que desperta o Ego preso em sua letargia, devolvendo-lhe vigor e saúde”.
Em que consiste essa panaceia? Como pode ela nos beneficiar?
Max Heindel nos relata o que pôde constatar, quando visitou pela primeira vez o Centro Espiritual da Ordem Rosacruz: “É uma visão inolvidável! Ao penetrar no Templo, vi três esferas suspensas no teto, no meio do salão. Na esfera superior observei um pequeno recipiente com vários pacotes cheios de substância do Espírito Universal. Os Irmãos sentaram-se numa certa posição, enquanto a música preparava o ambiente”.
Inesperadamente as três esferas começaram a brilhar com as três cores primárias: a de cima, azul; a do meio, amarelo; a de baixo, vermelho.
Durante esse encantamento, cheio de beleza, reparei que o recipiente dos pacotes se iluminou de uma essência espiritual. Vi como os Irmãos tomaram essa substância, aplicando-a aos pacientes adormecidos, à medida que os visitavam à noite”.
Continua Max Heindel: “Quanto ao efeito da panaceia, é maravilhoso! Quando aquela substância dos pacotes (panaceia) era aplicada, irradiava-se pelo Corpo do paciente como uma luz mágica, destruindo toda matéria cristalizada que cobria os centros espirituais do Corpo enfermo. A cura era instantânea e o paciente despertava são na manhã seguinte”.
A Astroterapia, à parte da Astrodiagnose e do prognóstico pelos Astros, tem sido de grande importância na medicina de todos os tempos. Pelas Progressões e pelos Trânsitos dos Astros, aplicados a cada enfermo, o profissional de saúde, que utiliza a Astroterapia, pode chegar a conclusões importantes e prevenir crises que se anunciam. Talvez não haja ciência mais estreitamente unida a medicina que a Astroterapia.
A Astrodiagnose, por exemplo, tem sido de uma importância capital na arte de curar. Era o método de diagnóstico que os profissionais da saúde da antiguidade utilizava e constitui um auxiliar precioso aos profissionais da saúde de hoje. No Departamento de Cura de um Centro Rosacruz que o possua é o método básico de diagnóstico. Max Heindel considerava a Astrologia mais importante que a clarividência, porque, baseada na Lei Cósmica, é muito mais rápida, exata e ampla.
Voltando à palavra panaceia, observemos que ela esteve presente no juramento hipocrático, que se estendeu por quase vinte e cinco séculos como guia de ética na profissão “médica”. Tal juramento se inicia com essa invocação: “Juro, pelo médico Apolo, por Asklépios, por Higéia e por Panaceia, etc. etc.”. Hipócrates viveu no século quinto A.C. e é conhecido como o “Pai da Medicina”. Era um Ego avançado, devotado à arte de curar, com grande amor à humanidade. Ele combinava os esforços e contribuições da medicina e da física com poderes espirituais em suas práticas de cura, porque sabia que a enfermidade é, ao mesmo tempo, física e mental. Daí tratar do paciente como um todo: Corpo, Mente e Espírito. Seu tratamento incluía medicina, dieta, massagens, exercícios, estudos e práticas espirituais. Só mesmo quando tudo isto não resultava eficaz recorria à cirurgia.
Hipócrates fez da medicina uma ciência. Não só definiu as funções do “Sacerdote” e do “Médico”, combinando sua contribuição, como também destacou a medicina da filosofia.
Atribuem-lhe muitos aforismos famosos, tais como:
“Onde há amor, há humanidade”. “Não há arte de cura sem amor”.
“Nenhuma enfermidade é só divina ou só humana; todas têm sua própria natureza; cada pessoa apresenta sua própria causa. Assim, nenhuma enfermidade se produz sem causa natural”.
Deste último a medicina moderna adaptou o asserto: “Não há doenças; há doentes”.
Hipócrates ensinou que a natureza é a grande curadora.
Antes de Hipócrates, os métodos gregos de cura estavam em sua infância e tinham caráter mágico-religioso. No tempo de Hipócrates assumiram feição médico-filosófica, levando em conta todos os fatores que pudessem favorecer a cura. Com o tempo, reduziram-se a uma ciência natural, mais especulativa, limitada aos próprios recursos e reduzida em sua eficácia.
Notem no método de Cura Rosacruz: muitas pessoas podem testemunhar a eficiência da panaceia espiritual; seus efeitos são evidentes, mas não podem ser confirmados cientificamente, senão por comparação entre o estado anterior e posterior do paciente. Quer dizer: não se pode explicar praticamente.
A medicina, ao contrário, dá explicações teóricas para quase tudo, sendo mais facilmente aceita por aqueles que desejam evidências.
No entanto, o que vale é o resultado, mais completo e eficaz, de vez que abrange o ser humano integral, consolidando a harmonia física, emocional e mental sem os inconvenientes tóxicos.
O método de Cura Rosacruz foi transmitido a Max Heindel pelos Irmãos Maiores e se baseia nos mais puros princípios da medicina natural, combinados com métodos espirituais de harmonização emocional e mental. Concilia, pois, os diversos aspectos: panaceia espiritual, Astroterapia, dieta, homeopatia, osteopatia, tratamento quiroprático, etc.
O conceito Rosacruz de enfermidade e doença, tal como se depreende da filosofia exposta por Max Heindel, deseja contribuir para que a medicina seja restituída a seu lugar exato, deixando seu limitado campo de experiência e combine todos os fatores solicitados pelo ser integral.
Em tal sentido, Max Heindel construiu, em Mount Ecclesia, um Sanatorium ou Sanitarium (“casa para curar”), onde aplicava todos os recursos na recuperação completa dos enfermos.
Em seu livro “Cartas aos Estudantes”, Carta nº 6, de junho de 1911, último parágrafo, diz Max Heindel: “Denominamos Mount Ecclesia a este maravilhoso recanto da natureza. Iniciamos um fundo para construção de um edifício adequado, uma Escola de Cura, um Sanatorium ou Sanitarium e, por fim, um Templo de Cura, uma Ecclesia onde seja possível preparar a panaceia espiritual, que será aplicada pelos auxiliares devidamente capacitados, aos enfermos que, no mundo inteiro, nos solicitar ajuda”.
Não pode realizar esse objetivo. Durante toda a sua vida o desejou, lamentando não haver encontrado meios para realizá-lo, conforme exprime na Carta n.º 24, de novembro de 1912.
No entanto, formou-se um competente Departamento de Cura, com recursos astrológicos utilizando a Astrologia Rosacruz, orientação sobre medicina natural (higiene, alimentação, tratamento, etc.) que tem atendido eficazmente a todo o mundo, membro ou não, logrando resultados auspiciosos.
O sonho de Max Heindel permanece como ideal embrionário, uma aspiração germinal. O que se realiza apenas no Templo etérico da Ordem Rosacruz será realidade em muitos núcleos futuros, quando houver pessoas devidamente preparadas.
Os gritos de dor e angústia da humanidade carente, chegam à Mount Ecclesia, pelas milhares de cartas endereçadas ao Departamento de Cura e em todos os Centros Rosacruzes no mundo que também possuem um Departamento de Cura. De toda maneira, a ânsia concentrada dos enfermos, sua esperança em um método mais completo, estão criando condições para que os Irmãos Maiores realizem seu ideal de cura, por meio dos homens e das mulheres de boa vontade, sensíveis a esse sofrimento.
Max Heindel estava seguro de que um dia os Centros de Cura se estabelecerão sobre linhas científicas, explicando os recursos espirituais que emprega. Em um futuro não muito distante teremos Discípulos bem qualificados, movidos pelo amor altruísta, dignos de receberem e encaminharem a panaceia, aos lugares de cura estabelecidos com esse propósito.
Ele nos encarece fazermos todo o possível para manter a unidade de esforço, no intento de curar. Insiste sobre a importância de realizarmos, com todo o amor, as Reuniões semanais de Cura, apesar de não podermos contar o mecanismo de ação. Aconselha o estudo dos recursos naturais e da Astrologia Rosacruz médica, para sermos úteis a nossos semelhantes. Sobretudo nas Reuniões de Cura geram a panaceia, para os Auxiliares Invisíveis realizarem amplamente sua tarefa.
Era firme crença de Max Heindel: “Qualquer movimento, incluindo a Fraternidade Rosacruz, deve reunir os três atributos divinos: ‘Sabedoria, Fortaleza e Beleza’, para que cresça e perdure. Esses três atributos geraram a Ciência, a Religião e a Arte. Igualmente, cada Estudante Rosacruz deve empenhar-se para conquistar e desenvolver em si estes três atributos, até certo grau, aplicando-os no trabalho de conjunto, para que a Fraternidade Rosacruz realize o que os Irmãos Maiores planejaram. Estudantes que são profissionais de saúde devem procurar a conciliação dos recursos espirituais de cura (panaceia e recursos auxiliares, que atendam ao ser integral) com os descobrimentos da ciência moderna, que dê um caráter científico-espiritual ao Serviço de Cura, tal como está previsto para a Era de Aquário”.
A tarefa é extremamente difícil, tendo em vista a resistência acadêmica, o materialismo e os interesses em jogo. Entretanto, cabe a cada um de nós realizar aos poucos esta sublime aspiração.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1976-Fraternidade Rosacruz-SP)
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as atividades públicas de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior:
1. Para acessá-lo (formatado e com as figuras) com as seguintes atividades que desenvolvemos no mês, com as seguintes sessões:
CLIQUE AQUI: ECOS Nº 75 – Agosto de 2022
2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras):
A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de Filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz em Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: Ecos.
De acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) na prevenção do avanço da pandemia de corona vírus (Covid 19), as atividades presenciais continuam suspensas em nossa sede em Campinas-SP por tempo indeterminado. Nossas reuniões semanais estão ocorrendo virtualmente.
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SETEMBRO – Sol transitando pelo Signo de Virgem (agosto-setembro)
Libra é o lar dos Senhores da Individualidade. A Hierarquia de Libra, os Senhores da Individualidade, estão divinamente qualificados para ajudar o Discípulo em sua dedicação pela trilha que consiste em estabelecer contato com o Deus vivo interno. As provas do Discípulo nesse ponto são dirigidas ao desenvolvimento da sua faculdade de discernimento, uma das posses mais importantes na Trilha do Discipulado.
Com o Sol entrando em Libra e as forças de outubro impregnando a Terra, chega o festival do Equinócio de Setembro. A constelação na qual o Sol cruza o equador celestial em setembro é Libra, o Signo da balança no simbolismo astrológico, e associada aos ideais de justiça e equilíbrio. Quando o Sol entra em Libra, no Equinócio de Setembro, o sublime Cristo alcança a superfície exterior da Terra.
Lembremos sempre que quando o Sol entra em Libra, a força dourada do Cristo passa pelos reinos terrestres enquanto esse sublime Ser inicia, novamente, o Seu sacrifício anual em um evento denominado: A Crucifixão Cósmica.
De quantas partes compõem o nosso Sistema Digestório ou Digestivo?
Órgãos do trato gastrointestinal
Sobre os vegetais que crescem abaixo da Terra, qual é o único legume que é exceção, ou seja: apesar de crescer abaixo da terra possui mais força solar e muito Éter Planetário e por quê?
Primeiro devemos saber que os melhores alimentos que temos hoje são aqueles que crescem e se desenvolvem sobre a luz solar, pois eles contêm mais força solar, são mais puros e com partículas que estão envolvidas por muito Éter Planetário. Os vegetais que crescem debaixo da Terra são plenos de força terrestre e carentes de força solar. Temos somente um alimento, exceção à essa regra, que é a batata, porque em seus primórdios crescia na superfície da terra, e só em tempos relativamente recentes, começou a crescer debaixo do solo.
Por que quem é vegetariano tem que se preocupar com a B12?
Porque ela está, de uma forma mais fácil de absorção pelo nosso Corpo, presente em peixes de águas frias (salmão, atum, truta, etc.), carnes bovinas e suínas (com destaques para o fígado de boi), em ostras. Podemos obtê-la na alga nori (maior absorção no nosso Corpo), em ovos, queijos tipo camembert e emmental e leite.
A compreensão e a compaixão de que são seres que estão evoluindo próximos a nós como irmãos menores.
Banana – A banana é rica em fibras, potássio e vitaminas.
Das 3 Regiões inferiores: das Paixões e desejos inferiores; da impressionabilidade, e dos Desejos.
O germe do Corpo Denso foi dado pelos Senhores da Chama durante a primeira Revolução do Período de Saturno.
A carência de fósforo é causada principalmente por ingestão deficiente. Os sintomas incluem anorexia, anemia, fraqueza muscular, dor nos ossos, raquitismo (nas crianças) e osteomalácia (nos adultos), aumento da suscetibilidade a infecções, dormência e formigueiro nas extremidades e dificuldade na locomoção. Em situações extremas a carência deste mineral pode mesmo conduzir à morte.
É principalmente, um crescente depósito de:
Portanto essa maior densidade, dureza e rigidez, são causadas pela quantidade de matérias terrosas, calcárias, depositadas no organismo.
Os ossos da criança são compostos de três partes de gelatina para uma parte de matéria terrosa, enquanto no idoso a proporção é inversa.
O sangue tem substâncias terrosas e, ao nutrir o corpo, leva com ele essas substâncias que vão solidificando o Corpo Denso.
Fósforo – onde encontrar?
Vem do latim ablutio, que quer dizer “lavagem”: é um ritual presente em muitas Religiões, como no cristianismo, judaísmo, islamismo e hinduísmo.
A ablução é um rito de purificação, que consiste na lavagem do corpo ou parte dele.
Geralmente ocorrem antes de uma oração ou rito religioso
Para promoverem a saúde e purificarem o Corpo Denso.
O banho geral é de grande valor como meio de conservar a saúde do corpo. Deve utilizado frequentemente pelo Aspirante à vida superior.
A transpiração, sensível ou insensível, expulsa muito mais substâncias terrosas do que qualquer outra função.
Também para promoverem a saúde e purificarem o Corpo Denso.
Proporcionar ao estômago um bem necessário à um merecido descanso.
Permitir ao Corpo eliminar as substâncias gastas.
Se não são frequentes ou demasiadamente prolongados, levam à saúde.
É que o Corpo Vital do homem é feminino ou negativo, enquanto que o da mulher é masculino ou positivo.
Não, porque as Ondas de Vida, estão em estágios diferentes, e por essa razão, os vegetais se oferecem em serviço as Ondas de vida mais evoluídas.
No alimento animal (oriundo dos seres da Onda de Vida Animal) as células já se tornaram mais individualizadas, e o animal já tem um Corpo de Desejos, que lhe proporciona uma natureza passional, além de ter uma consciência semelhante ao estado de um sono com sonhos;
Já os vegetais, ainda não possuem Corpo de Desejos e vivem num estado de consciência de “sono sem sonhos. Suas células ainda possuem pouca individualidade própria.
Não. Os minerais não têm Corpo Vital separado como o ser humano não está constituído de forma a poder viver de um tipo de substância “somente densa”.
Nós dissemos: “Quando uma pura substância mineral, como o sal, é ingerida, ela passa através do corpo, deixando muito pouco atrás de si;
Mas, o pouco que deixa, é de natureza prejudicial” – porque tende a endurecer e cristalizar;
Alimentando-se de vegetais, o homem assimila – em segunda-mão, como forma de expressão — os minerais que ele necessita.
A Lei da Assimilação declara que: nenhuma partícula do alimento pode vir a formar parte do corpo, a menos que suas forças tenham sido absorvidas pelo Espírito interno porque ele deve ser o regente absoluto e incontestável do corpo, dominando a vida das células, como um perfeito autocrata, pois, do contrário, cada uma delas seria independente, como ocorre quando o Ego abandona o corpo por ocasião da morte.
O Sistema Digestório tem a função de realizar a digestão, ou seja, fracionar os alimentos e transformar as macromoléculas em micromoléculas
No atual momento do nosso processo evolutivo, a Terra vem passando por uma ação regeneradora, que vem purificando os veículos do Planeta. Consequentemente, a humanidade tem a oportunidade de prover seus veículos de material cada vez mais refinado. Futuramente viveremos em outras condições ambientais.
O globo terrestre, apesar da imperfeição de seus habitantes, está se eterizando. E os Egos, à medida que renascem, têm o privilégio de construir corpos cada vez mais sutis. Isso implica na necessidade de transformações e novas adaptações. Nossa dieta insere-se nesse contexto.
Ela deve ser mais pura, mais saudável, composta, preferencialmente, de alimentos superabundantes de Éter. Ganham especial destaque, nesse quadro, as frutas e hortaliças frescas.
As duas razões são importantes, mas a segunda é fundamental e mais relevante.
Não, porque, quando a fruta está madura, já realizou o seu propósito: agir como matriz da semente.
Se não é aproveitada, apodrece e perde-se.
Além de ser destinada a servir de alimento ao animal e ao ser humano, ao cair no solo fértil proporciona à semente oportunidade de germinar.
Idem para todos os outros vegetais.
Não, porque o ovo não possui um Átomo-semente de um Ego e nem a matriz do Corpo Vital, portanto, são ainda desprovidos de vida.
Somente na incubação, é que a vida do Espírito-Grupo nele penetra para produzir um Corpo Denso.
Se esmagamos ou cozinhamos o ovo ou a semente, ou se não lhes proporcionamos as condições necessárias para a vida, a oportunidade se perde. Isto é tudo.
Não. Temos ainda que lembrar:
A Fraternidade Rosacruz não obriga o Estudante a nenhuma ação, respeitamos o livre arbítrio de cada um.
Até porque, a carne deve ser abandonada aos poucos.
O esperado é que a medida que o Estudante vá progredindo em seus estudos, ele mesmo possa tomar suas decisões e fazer suas escolhas, segundo os ditames de seu coração.
Cabeça e Coração
Muitas pessoas dizem que a “Cabeça” tem maior importância que o “Coração” (ou seja, o intelecto mais importante que a devoção). Outros dizem ser o “Coração” ser da maior importância.
A Fraternidade Rosacruz nos esclarece que a importância está no EQUILÍBRIO entre ambos.
Tanto um como o outro agindo isoladamente nem sempre produz bons resultados. Ambos devem funcionar em estreita e íntima colaboração.
Na Escola Fraternidade Rosacruz se aprende que não se deve pender somente para um dos lados, que não se deve desenvolver unilateralmente.
Equilibrando as funções e a pessoa tendo discernimento, com certeza, andará a passos largos e não perderá tempo debatendo qual tem maior importância.
Se as funções intelectuais e devocionais (caminho ocultista e caminho místico) estiverem equilibradas, portanto, harmonizadas, quando o “Coração” sente, a “Razão” sanciona, e quando a “Cabeça” pensa, o “Coração” faz com que a “Razão” sinta o problema, evitando deste modo, que ela se torne tirânica. “Razão” e “Devoção”, portanto, em perfeita consonância, no campo da ação.
Os Irmãos Leigos, os Adeptos e os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, por exemplo, são seres que já conquistaram esse tão importante equilíbrio.
Também os quatro Evangelistas, autores dos quatro Evangelhos na Bíblia, demonstraram um perfeito equilíbrio entre “Cabeça” e “Coração”.
Também, quando estudamos as Cartas ou Epístolas de São Paulo, na Bíblia, vemos que o conteúdo delas é todo um equilíbrio entre “Cabeça” e “Coração”.
O mesmo resultado podemos ver quando estudamos – não somente lemos! – o livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”, uma grande obra, onde não se pode dizer que foi feita com mais “Cabeça” do que “Coração”, nem mais “Coração” do que “Cabeça”.
Procuremos então esse equilíbrio para agirmos intensamente e conseguirmos grandes realizações espirituais enquanto trilhamos o Caminho de Preparação e da Iniciação Rosacruz!!
A Espiritualização dos nossos lares
É possível espiritualizar nossos lares, abençoando-os.
Podemos e devemos formar uma atmosfera espiritual em nossos lares, devotando uns poucos momentos, todos os dias, a uma prece sincera de ação e graças e de consagração.
Assim fazendo, formaremos uma vibração tal que atrairemos bons hóspedes, além de termos harmonia dentro de nossos lares. Tornaremos ali um lugar de conforto, inspiração, força e paz, onde todos se sintam bem. Formaremos uma linda egrégora em torno desse lar, e com certeza não daremos brecha para “espíritos sem luz, brincalhões ou obsessores”, tanto Elementais como irmãos ou irmãs desencarnados apegados à Terra, se achegarem, se adentrarem e assim nos perturbarem.
Crianças que crescem em lares de harmonia, com orações, sem brigas, sem xingamentos, rodeadas de amor e com exemplos de hábitos cotidianos saudáveis são enormemente fortificadas para as experiências da vida, pois essas vibrações constroem seus Corpos Vitais, uma fortaleza espiritual.
Os Estudantes Rosacruzes, conhecedores e treinados – pela prática de Exercícios Esotéricos – sobre o poder do pensamento, têm o grande privilégio e a responsabilidade de empregarem seus dons mentais e emocionais, para impregnarem seus lares, locais de trabalho e qualquer lugar que adentrarem, com vibrações elevadas, sempre se ligando à luz.
Qualquer lugar que nos hospedarmos, façamos uma oração e procuremos impregnar tais lugares com bons pensamentos e emanações amorosas.
Qualquer pessoa sensitiva percebe o bom ambiente ao entrar, da mesma forma que pessoas incrédulas, materialistas ou que não estão bem espiritualmente (ou seja, relaxamos em cuidarmos – “gastarmos tempo” nessa importantíssima dimensão da nossa vida aqui) não se sentem bem em tais ambientes, se sentem incomodadas, algumas chegam a ficar irritadas e logo querem sair desse local!
A Fraternidade Rosacruz tem à nossa disposição a seguinte oração Cristã:
Oração do Lar:
“Senhor, cuida do nosso lar – que não se apague o fogo; vela pela integridade de nossa família; estreita os laços de nosso mútuo afeto – que nada o consiga violar.
Dá-nos hoje o pão de cada dia; provê as nossas precisões e conserva-nos na alegria.
Guarda a incolumidade corporal e espiritual de nossos filhos e das nossas filhas, físicos e espirituais.
Fica, Senhor, conosco, já que nos reunimos em Teu nome. Entre nossos retratos sorridentes, o que de Ti guardamos é de quem padeceu crucificado para que não fosse vã nossa alegria; nos revela, pois, Tua presença no sorriso dos nossos filhos e das nossas filhas, em nossas expansões de afeto e, mais ainda, nas renúncias que nos inspiras para a felicidade em nosso lar. Amém”.
Lembremo-nos se somos incrédulos, materialistas ou não estivermos bem espiritualmente, a oração em si não gerará nenhum efeito e será apenas um monte de palavras ditas sem efeito! Assim, se for o caso, primeiro nos emendemos e depois comecemos à prática dela.
Que seja a oração que for, de sua preferência, crie o hábito de fazê-la. Façamos todos os dias essa, importante, maneira Cristã de agir!
Transfiguração
Foi a partir da Transfiguração que o trabalho de Cristo Jesus e toda a Sua vida na Terra realmente começaram.
Tendo experimentado as provas da tentação, que para Ele não foi meramente pessoais, mas experiências cósmicas, o Corpo Denso pelo qual Ele apareceu como um homem entre os homens foi completamente transmutado em Espírito.
Este corpo não foi Seu próprio corpo, mas um corpo dado para Ele utilizar por Jesus, o mais puro e mais perfeito corpo humano (Corpo Denso) já produzido pela Onda de Vida humana.
Séculos se passaram em sua preparação, por meio de hereditariedade controlada e cuidadosa, entre as mais belas e mais fortes famílias que viveram naquelas épocas, famílias de príncipes da Casa de Davi, de quem o herdeiro do trono foi sempre chamado de Messias.
Na repentina revelação Crística, pela Glória arcangélica que estava, então, dentro dos Corpos Denso e Vital se Jesus, os Discípulos souberam que estavam na presença de um Poder Cósmico.
Os três Discípulos, São Pedro, São Tiago e São João, viram diretamente a Glória juntos a eles, ajoelharam-se e foram envolvidos por ela, imediatamente.
Foi o Cristo Cósmico, localizado no meio da Glória Solar, que ensinou a Seus Discípulos os mistérios mais profundos da nova fé na nova Era, a Era de Peixes, que eles iriam, então, transmitir ao grupo de discípulos mais próximos do futuro.
De todos os Quatro Evangelhos, o Evangelho Segundo São Mateus fornece a mais detalhada noção deste sublime evento.
Para se entender o que é ali revelado, nós devemos compreender que Cristo vem de um lugar que nós chamamos de o Mundo do Espírito de Vida, que é outro nome dado para o Reino da Consciência Universal ou Consciência Crística. Este mundo é o Seu lar.
(*) Pintura: The Transfiguration by Raphael Sanzio (1483-1520) 1518-20
No monte da Transfiguração, Ele apareceu para seus três mais avançados Discípulos, trajando uma vestimenta de gloriosa luz que pertence àquele alto plano celeste; os três estavam ali com Ele, em consciência, embora para a visão física eles estavam dormindo, eles todos estavam em pé sobre o plano terrestre, no que diz respeito ao corpo.
São João, mais tarde, descreve este brilho transcendente da seguinte maneira: “Nós contemplamos a Sua Glória, a Glória como a do Unigênito do Pai”.
Neste Mundo universal, as figuras cósmicas são encontradas como pertencentes ao nosso Esquema de Evolução, um completo e imperecível registro de tudo o que foi experimentado pelo ser humano e os estelares que pertencem a esse Esquema de Evolução, desde o alvorecer da criação; pois este é o mais elevado dos mundos que possui o Livro da Memória de Deus e no qual os Anjos podem ler. Os Discípulos foram levados, conscientemente, a este plano superior. Sobre o Monte da Glória, a benção ouvida no Batismo, no início dos três anos de ministério, é ouvida novamente: “Este é meu Filho amado, em quem Me comprazo”; mas esta benção marca uma nova e mais elevada fase do Trabalho do Cristo!
É de suma importância que todo Aspirante à vida superior, o Estudante Rosacruz, que se emprega em trabalhos mentais e espirituais, dê ao cérebro uma importante substância para o seu cérebro, o FÓSFORO.
O cérebro é o órgão coordenador que domina os movimentos do Corpo.
O cérebro é constituído pelas mesmas substâncias que as demais partes do Corpo, mas, além delas, o fósforo é um elemento essencial para o cérebro.
O fósforo é o alimento particular mediante o qual podemos expressar pensamentos aqui no Mundo Físico e influenciar o Corpo Denso.
Níveis adequados de fósforo garantem uma função cerebral adequada e crescimento cognitivo e desenvolvimento.
Estudos têm relacionado uma deficiência de fósforo para um aumento do risco de mau funcionamento cognitivo, e o aparecimento precoce de doenças neurológicas, tais como a doença de Alzheimer e a demência.
Podemos mantê-lo na nossa dieta alimentar diária, através dos seguintes alimentos:
– Ovos, leite e todos os seus derivados (coalhadas, iogurtes, queijos), tofu, soja, aveia, ervilhas, lentilhas, chocolates (acima de 70% e amargo), castanhas, amendoins, grão de bico, sementes de girassol e de abóbora, nozes, avelãs, cevada, favas, linhaça, feijões (todos os tipos), beterrabas, especialmente as folhas, cenouras, especialmente as folhas, pastinaga, especialmente as folhas, ananás e no caldo de cana (garapa), e outros que você pode encontrar pesquisando na internet.
Vejamos então os que mais se adequam aos nossos gostos e façamos uso desses maravilhosos alimentos!
Progressão
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que não existe a inércia e inutilidade na natureza. O órgão que não se usa, atrofia.
Os desafios da vida são naturais e necessários para o desenvolvimento, e proporcional a cada indivíduo.
Aquele que se adapta e age construtivamente, progride; o que para, retrocede.
Aí está o verdadeiro conceito de mocidade e velhice: no sentido interno, aquele que desanima e para, morre para a vida, cuja finalidade é o desenvolvimento das faculdades internas, que herdamos do nosso Criador.
O Cristão consciente é honesto, sempre dá o melhor que pode em seu trabalho, no seu lar, na sociedade, porque sabe que, ao retardar seu dever, ao negligenciar as suas tarefas, negligencia a si mesmo, e receberá dos outros exatamente na medida do que dá.
Isto se aplica aos indivíduos, às empresas, aos agrupamentos sociais, etc.
Quanto mais produzem, construtiva e legitimamente, crescem muito mais, em todos os sentidos.
Faz-se necessário vencermos as tentações dos maus exemplos e das insinuações aparentemente justas.
Um erro nunca justifica o outro.
Cumpramos cada um nosso dever. Não esperemos pelo outro.
Façamos tudo cada vez melhor!
Afinal: “Toda árvore que não dá bom fruto, é cortada e lançada ao fogo”.
Pergunta: Quando morremos, vamos imediatamente para os Planos Espirituais ou permanecemos na Terra até aceitar a morte e, então, ir para o Mundo do Desejo? O que são os famosos fantasmas? Não são pessoas que se recusaram a ir para o Reino Espiritual?
Resposta: Depende exclusivamente de você. Normalmente o que ocorre: se se morre apegado a alguma coisa aqui (carro, pessoas, riquezas, posição social, ou quaisquer outros bens materiais) é difícil querer entrar no Purgatório (mesmo nem sabendo o que isso significa) e fica-se o que chamamos de “apegado à Terra” (No livro o Conceito Rosacruz do Cosmos temos vários exemplos) – sim, podemos chamá-los de fantasmas e, sim, se recusam a prosseguir o caminho natural e tentam o máximo possível ficar “por aqui”. Agora, caso contrário (o que muitas vezes ocorre com quem está sofrendo com dores físicas atrozes aqui) a pessoa sente um alívio tão grande de se “livrar” desse Corpo Denso, no caso já decrépito, que parte direto para o Purgatório (mesmo nem sabendo o que isso significa)!
Pergunta: No Purgatório, além do mal que fizemos a outros, também expurgamos o mal que fizemos a nós próprios?
Resposta: Sem dúvida alguma, mesmo porque quando fazemos “o mal a nós próprios” também fazemos aos outros, já que somos responsáveis pela evolução espiritual de todos que estão a nossa volta, saibamos ou não.
Pergunta: Gostava de perceber se, também expurgamos o seguinte: os pensamentos negativos que produzimos sobre nós próprios e os sentimentos negativos que podemos alimentar em relação a nós mesmos?
Resposta: Sem dúvida alguma, já que o Éter de onde foi gravado quando do fato ocorrido, leva com ele todas as impressões, sejam elas de pensamentos, desejos, emoções, sentimentos, palavras, atos, obras e ações. Nada escapa a essa perfeita e completa gravação. Tanto é que quando vamos à Memória da Natureza e revivemos um fato, ele nos é sentido em toda as suas dimensões: pensamentos, desejos, emoções, sentimentos, palavras, atos, obras e ações.
Pergunta: Expurgamos também o fato de nos termos desviado, por meio da dispersão e distração por exemplo, daquilo que, no Terceiro Céu, escolhemos vir fazer a este plano (neste caso não me estou a referir àquilo a que não temos mesmo hipótese de fugir, o chamado “Destino Maduro” se não estou em erro)?
Resposta: Como o Panorama da Vida que escolhemos no Terceiro Céu só está gravado os fatos principais (especialmente àqueles em que temos que aprender a lição pela dor e sofrimento, que conhecemos como Destino Maduro), então somente esses, se desviamos, procrastinamos ou nos dispersamos que será purgado. Os demais fatos não estão no Panorama da Vida, cabendo a nós escolhermos que caminho queremos tomar para aprender tais lições. Agora…se não a aprendemos, também será purgado, como lição não aprendida, o ensino não será suspenso.
Pergunta: Os acontecimentos do sonho estão apenas na minha Mente, de modo que todos os personagens, paisagens e detalhes do sonho sejam um efeito da minha criatividade mental e, portanto, eu mesmo, ou são eventos que ocorrem objetivamente em algum lugar além do mundo material?
Resposta: Todos eles estão na porção do material do Mundo do Pensamento que você especializa para você e que você utiliza a Mente como veículo para nele funcionar. Como é em cima, é embaixo ou macrocosmo e microcosmo, é o seu “Mundo do Pensamento individual”. Quando você precisa, você busca mais material no Mundo do Pensamento “externo” ao seu. Como tudo está interpenetrado e no Mundo do Pensamento não existe lugar, tempo, espaço, temperatura, distância, tudo está “aqui e agora”, dentro de você.
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura
Datas de Cura:
Setembro: 05, 12, 19, 26
“Só ele cura os de coração quebrantado
e cuida das suas feridas.” Salmos 147:3.
Como existem muitos Estudantes Rosacruzes que praticam os Exercícios Esotéricos recomendados pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz para o desenvolvimento progressivo da alma, e ainda não se sentem inclinados a penetrar no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, parece-nos conveniente considerar o efeito oculto das emoções geradas por esses Exercícios Esotéricos.
É muito comum, na prática do Exercício noturno de Retrospecção, o Aspirante à vida superior, ao rever os acontecimentos do dia em ordem inversa, chegar a um incidente no qual tenha injuriado a alguém ou deixado de ajudar a outro, ou de qualquer forma, não se comportou da maneira que acredita ser o ideal de sua vida. A esse Aspirante à vida superior ensinamos a cultivar um intenso remorso pelo que tenha feito de mal. Isso, com o objetivo de eliminar a imagem negativa impressa no Átomo-semente do Corpo Denso, e onde permanecerá até ser eliminada pelo sofrimento purgatorial. Tal acontecerá, a menos que a imagem tenha sido apagada previamente, por meios de Exercício Esotérico, como o de Retrospecção.
No Purgatório, esse processo se efetua pela força centrífuga de repulsão, que arrasta e destroça a matéria de desejos onde a imagem se tiver formado por cima de sua matriz de Éter. Nesse justo momento, o Ego sofre tal como fez sofrer aos demais por uma singular condição das Regiões inferiores do Mundo do Desejo – a região purgatorial.
Alguns videntes, incapazes de colocarem-se em contato com as Regiões superiores, falam do Mundo do Desejo como de algo ilusório, e não são enganados no tocante às Regiões inferiores, “já que ali todas as coisas aparecem invertidas como se fossem vistas num espelho”. Essa particularidade não é casual. Nada no Reino de Deus é assim. Tudo se destina a um fim sábio e determinado. Esta reversão ou inversão, coloca o Ego de injuriador na posição de sua vítima, de maneira que, quando se desenrola na tela uma cena da vida passada em que se conduziu indignamente em relação a alguém, o Ego não permanece apenas como simples expectadora, contemplando o quadro repetido.
Naquele momento torna-se a vítima do prejuízo, sentindo a dor do injuriado, pois a força centrífuga de repulsão exercida para destruir a cena e arrojá-la do Corpo de Desejos do pecador, deve, ao menos, igualar ao ódio ou a raiva da pessoa atingida.
Durante a Retrospecção, o Aspirante à vida superior trata de imitar essas condições. Experimenta visualizar as cenas em que fez algo de mal, e o remorso que trata de sentir deve, ao menos, igualar o ressentimento sentido pelo ofendido. Produz-se, então, o mesmo efeito como se apagasse o registro da injúria, tal os erros cometidos através do fogo do remorso, a substância prejudicial, assim extirpada, deixa lugar a um influxo de matéria de desejos que “moralmente” é mais saudável, e terreno mais propício ao desenvolvimento de ações nobres. Quanto mais nos purguemos pelo remorso, tanto maior será o vazio produzido e melhor qualidade e grau de material novo atrairemos aos nossos veículos sutis.
Por outro lado, entretanto, se nos entregamos ao remorso e aos pesares durante as horas de vigília, como fazem alguns, excedemos o nosso Purgatório; pois ainda que esse tempo seja dedicado à extirpação do mal, a consciência volta de um quadro ou cena a outro, mesmo depois de haver sido erradicado pela força de repulsão. Pois bem: pela conexão dos Corpos de Desejos e Vital podemos reviver o quadro mentalmente, tantas vezes quanto desejarmos. E enquanto o Corpo de Desejos se dissolve gradualmente no Purgatório, pelo expurgo do panorama da vida, uma porção determinada se acrescenta durante a existência no Mundo Físico, para substituir o que se expulsa por meio de remorso.
Assim, quando nos entregamos ao remorso e ao pesar exagerados, produz-se o mesmo efeito sobre o Corpo de Desejos, que o banho excessivo sobre o Corpo Vital. Ambos os veículos ficam exaustos devido a excessiva limpeza. Por essa razão, é tão perigoso para a saúde moral e espiritual comprazer-se, sem discernimento, com sentimentos de pesar e de remorso, como é fatal ao bem-estar físico, o banhar-se demasiado. O discernimento deve predominar em ambos os casos.
Ao praticarmos o exercício de Retrospecção devemos entregar-nos ao sentimento de pesar e remorso com toda a intensidade possível. Devemos procurar que caiam de nossos olhos lágrimas de fogo, capazes de alcançar até o mais íntimo de nosso ser. O processo de limpeza deve ser feito tão conscienciosamente como nos seja possível. Porém, uma vez terminado o exercício, devemos fazer o mesmo que se faz no Purgatório, isto é, considerar liquidados os incidentes do dia, esquecendo-os completamente, salvo em casos de necessária restituição, escusas ou atos subsequentes que a consciência nos aponte. Resgatada, assim, a dívida, nossa atitude deve ser a de um inquebrantável otimismo, pois “ainda que vossos pecados sejam vermelhos como escarlate”[1], se tornarão “brancos como a neve” [2]; e “se Deus é por nós, quem será contra nós”[3].
Através dessa atitude, morreremos diariamente em relação ao dia anterior para renascer, a cada aurora, para uma nova existência espiritual, pois nossos Corpos de Desejos renovam-se assim, prontos para servir a um fim mais elevado na vida, do que até aquele momento.
Ao falar de pesar e de remorsos aplicados ao problema do desenvolvimento da alma, com seu efeito sobre os nossos corpos sutis, podemos mencionar proveitosa e igualmente o efeito do pesar dirigido em outras direções. Há pessoas que convivem com o pesar como se ele fosse um companheiro agradável. Levam-no ao leito, para despertar com ele na manhã seguinte, leva-nos ao trabalho, aos negócios, a igreja, tratam-no com cuidado como se fosse a coisa mais preciosa que possuíssem. Poderiam antes deixar de viver do que abster-se de manifestar seu sofrimento por todas as suas ninharias.
Tal como um vampiro suga o Éter do Corpo Vital de sua vítima e se alimenta dele, os pensamentos constantes de pesar e de remorso, concernentes a determinadas coisas, tornam-se um Elemental, de desejo, que até como vampiro e extrai a vida das pobres almas que o sustentam. E o pior é que, em virtude da atração do semelhante pelo semelhante, procura a continuação desse mórbido hábito de pesar.
Não será com nossos pesares que socorreremos aos seres queridos que desapareceram do nosso lado. Tentando fazer com que as aparências sejam realidade, não faremos senão prejudicá-los. Eles abandonam a esfera atual de experiência e seguem adiante, para outros reinos, onde existem outras lições a aprender. E nós os detemos em seu caminho com nossos pensamentos, porque os recordamos mais profundamente durante algum tempo depois de passar para o além. Temos de considerar um dever dirigir-lhes pensamentos de carinho e de amor, em lugar do pesar egoísta, que tanto os prejudica, como também a nós. O pesar é contraproducente para o desenvolvimento espiritual, pois, enquanto o pensamento; o Elemental assim criado, permanece em torno de nós, como vampiro, não podemos elevar-nos pelo escarpado caminho.
Repugnante e asqueroso como o abutre ou o corvo que se alimentam de restos decompostos de animais mortos, é o vão pesar que vive da nociva contemplação do passado e de seus erros. É nosso dever expulsá-lo de nosso ambiente mental como expulsaríamos de nosso lar o primeiro abutre que nele tentasse penetrar. Por conseguinte, cultivemos uma atitude de otimismo em todas as coisas, porquanto todas as coisas, porquanto todas trabalham em conjunto para o bem final.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – outubro/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.T.: Is 1:18-19
[2] N.T.: Is 1:18-19
[3] N.T.: Rm 8:31
Os Planetas giram ao redor do Sol ano após ano, século após século, com precisão invariável, mas eles têm alguma variação. Dentro do curso prescrito, cada um pode variar um certo número de graus no espaço e o mesmo acontece na vida do ser humano. Os grandes eventos, o nascimento e a morte, são incidentes inevitáveis na vida aqui de cada um de nós, vida que nunca acaba e nunca começa. Como Sir Edwin Arnold diz.
Nunca o Espírito nasceu,
Nunca o Espírito deixará de existir.
Nunca houve tempo em que não existisse.
Fim e começo são sonhos.
Sem nascimento e sem morte
Permanece o Espírito para sempre.
A morte não o tocou em coisa alguma.
Embora a casa pareça morta…
Não! Ele apenas deita
Seu manto gasto
E tomando um novo diz:
Este eu vou usar hoje!
Então coloca o Espírito
Sua vestimenta de carne
E principia a herdar
Outra residência.
Embora certos eventos devam acontecer a todos os seres humanos, há alguma variação na vida, um livre-arbítrio que podemos exercer a fim de moldar nossas vidas como desejamos e trabalhar o destino para nós mesmos à nossa própria maneira. Isso é bem afirmado, como podemos ver nos versos abaixo:
Um navio navega para o leste e outro, para o oeste,
Com o mesmo vento que sopra.
É o sistema de velas e não o vento,
Isso é o que determina o caminho que segue o navio.
Como os ventos do mar são os caminhos do destino
Enquanto viajamos pela vida,
É o ato da alma que determina o objetivo
E não a calma ou o conflito.
Existe um propósito geral na vida e somos guiados por um caminho amplo e determinado que é denominado Caminho da Evolução pelas Hierarquias Criadoras, também chamadas de Hierarquias Zodiacais. Temos a liberdade de escolher nossos cursos individuais nessa estrada larga e não é por acaso, portanto, que alguns de nós conhecem, estudam, vivenciam, desenvolvem-se e promovem os Ensinamentos Rosacruzes como preconizados pela Fraternidade Rosacruz. O Sol, pelo seu movimento de Precessão dos Equinócios, agora está se aproximando da cúspide de Aquário e uma Nova Era começará em breve. Novas características nas pessoas estão para aflorar em seus novos Renascimentos.
É nossa missão guiar o trabalho do mundo ao longo de caminhos novos e mais elevados — para promover novos ideais, para que possamos entrar na próxima espiral da evolução. Afinal, a Fraternidade Rosacruz é o arauto da Era de Aquário.
Na antiga Época Atlante, quando a Época Ária ainda não tinha chegada, Deus, por meio de Seus profetas, falou ao povo em quem viu certas qualidades que poderiam ser aproveitadas: “Saia do meio deles e seja meu povo; Eu serei o seu Deus e lhe darei uma terra onde transborda leite e mel; a sua semente será tão numerosa como as areias da praia”[1].
Essa chamada soa hoje, mas dentro do peito de cada indivíduo. Muitas pessoas estão elaborando seus destinos como desejado pelas Hierarquias Criadoras, pela atração causada pela ilusão do ouro que concebem ser uma recompensa por seu trabalho. Há um número crescente de pessoas, no entanto, cujo discernimento interior tornou claro para elas que trabalhar por uma recompensa material, na forma de ouro é loucura. Essas pessoas agora ouvem o chamado em seus corações: “Saia do meio deles e seja meu povo; Eu serei o seu Deus”. Embora ainda possam continuar a cumprir seus deveres no mundo, doravante não será por causa do ouro material, que eles sabem ser verdadeiramente inútil, mas por Deus, independentemente de uma recompensa material que esteja além das necessidades com as quais manter o corpo e a alma juntos. Assim, eles servem na “vinha do Cristo” e acumulam, quer pensem nisso ou não, uma recompensa espiritual, um tesouro no Céu que é maior do que o ouro terreno.
É com esse propósito que nos reunimos em Mount Ecclesia, na Fraternidade Rosacruz. Não estamos aqui para viver uma vida de ociosidade, sonhando, mas para preparar e endireitar o caminho da Era de Aquário, que está despontando no mundo. Para fazer isso com eficiência devemos trabalhar como uma unidade, em paz e harmonia.
Você já viu o cadinho em que um profissional derrete o metal, como por exemplo, o chumbo? Vários pedaços de chumbo são colocados no cadinho, mas gradualmente perdem sua forma distinta e separada para se fundir em uníssono com os outros, até que todos se tornem um. Ainda assim, há em cada peça alguma escória que não derrete nem é incorporada ao metal; é jogada para cima pelo calor e o profissional a remove até que o metal esteja limpo — tão claro que ele possa ver seu próprio rosto ali. Da mesma forma, na Fraternidade Rosacruz somos muitas formas distintas e separadas, cada uma com suas próprias características e idiossincrasias. Fomos jogados no caldeirão. Todos devem “afundar” sua Personalidade na causa comum, se quisermos ter sucesso em nosso trabalho de divulgação dos Ensinamentos dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e na preparação do caminho para a Nova Era. Pode não ser fácil para nenhum de nós esquecer-se de si mesmo, mas pelo calor e fricção que são gerados nesse processo de amálgama as arestas agudas são arredondadas e derretidas para que nos ajustemos a nossos irmãos e a nossas irmãs.
Adaptabilidade é a grande palavra de ordem; sem isso não podemos amalgamar; contudo, devemos esperar ser descartados como a escória do caldeirão; enquanto os nossos corações não forem perfeitamente purificados para que a face de Deus seja vista neles, Ele não poderá fazer o melhor uso de nós em Sua obra.
Portanto, que nos esforcemos dia a dia para trabalhar seriamente e honestamente na “vinha do Cristo”, onde quer que estejamos colocados, lembrando o grande e glorioso destino que está diante de nós. Vamos considerar todas as tribulações atuais como indignas de serem mencionadas. Embora possamos ser mal compreendidos pelos amados que estão próximos a nós e até ser desprezados por quem pensa unicamente em acumular o ouro que se deve largar às portas da morte, voltemos os nossos rostos para a meta do nosso chamado e trabalhemos fielmente pelos tesouros espirituais, que perduram para sempre.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de April/1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: Gn 24:6
Um verdadeiro Estudante Rosacruz, um Aspirante à vida superior, ao entendimento do que, como funciona e como se desenvolver para trabalhar eficientemente nos Mundos suprafísicos, nos Mundos invisíveis, busca continuamente se ligar ao Cristo Interno e está sempre ajudando o próximo, praticando fielmente o serviço amoroso e desinteressado (e, portanto, o mais anônimo possível) e focando na divina essência de cada um que ele serve.
Assim, ajuda no anonimato, é confiante em si mesmo, consegue permanecer só em todas as circunstâncias e luta em todas as condições sempre bem equilibrado (“sim, sim” e “não, não”, mas jamais morno!).
O verdadeiro Aspirante Rosacruz sabe que na Fraternidade Rosacruz não há mestres, nem instrutores, nem professores, mas amigos, irmãos e irmãs em Cristo sempre prontos a ajudar, a orientar, a mostrar o caminho reto que nos mostra por meio da obtenção do conhecimento direto, desenvolvendo em cada um de nós os veículos necessários e apropriados para funcionarmos diretamente em cada Região e Mundo suprafísicos.
Aquele que vive buscando proteção, novos autores, novos livros, correndo de uma a outra conferência, de um a outro site, de oradores que consideram ilustres, que vivem repetindo ideias alheias, não pode ser um Aspirante à vida superior, um Estudante Rosacruz, pois está sempre atendendo os anseios inferiores do seu Corpo de Desejos, e onde o Corpo de Desejos prevalece, o Corpo Vital (sede do alicerce para o desenvolvimento espiritual) não tem espaço, pois todo o seu tempo está voltado para reparar os estragos dos desejos, sentimentos e emoções que o Corpo de Desejos faz no Corpo Denso (como aprendemos nos Cursos de Filosofia Rosacruz).
Somos filhos de Deus, centelhas de Seu fogo, Espíritos feitos à Sua imagem e semelhança, tendo, dentro de nós, todos os atributos latentes à espera de desenvolvimento e potencialização. E isso a Fraternidade Rosacruz oferece ao fiel e sincero Estudante Rosacruz.
Eis o motivo dos Irmãos Maiores preconizarem o método direto para obtermos o conhecimento, sem utilizar nenhum instrumento (seja ele outra pessoa ou até artefatos físicos) para tal.
Somos criadores em formação, Cristos em desenvolvimento, portanto, firmes no nosso propósito, na nossa busca, na nossa independência, buscando sempre aprender os ensinamentos Cristãos e segui-los, colocando-os em prática na nossa vida cotidiana.
A Fraternidade Rosacruz não é obra de mestres terrenos, de literaturas rendadas, de promessas fantasiosas, de pretensas Iniciações.
Os Irmãos Maiores ditaram para Max Heindel, fundador da Fraternidade Rosacruz, aqui no Mundo Físico, a obra básica que é o Conceito Rosacruz do Cosmos, um livro de estudos permanente e de aplicação durante toda a nossa vida.
Esses Irmãos Maiores são elevados Iniciados, seres humanos como nós, muito conhecidos por seus grandes frutos.
A Fraternidade Rosacruz reúne o que há de mais atual às nossas necessidades internas, Egos, renascidos no ocidente, que somos; ela é o “alimento sólido do adulto”.
Ela desmascara ilusões e artificialismo, com seus princípios bem racionais e devocionais, em um equilíbrio perfeito entre “cabeça e coração”.
Ela se destina aos simples, aos essencialistas, aos sinceros, aos realizadores, aos servidores, aos humildes, aos corajosos, que podem e querem renunciar aos acenos do passado e buscam atingir o “Reino dos Céus por assalto” – como orientado pelo nosso Mestre, o Cristo –, por seu próprio esforço e sempre bem orientados, hoje mais ainda pelos meios aquarianos que, se bem utilizados, ajudam muito, tais como estudos on-line, site, redes sociais, e-mails e sim, quando houver um ambiente apropriado: seminários, palestras, reuniões de estudos e uma boa conversa.
Quem nela se inspira, liberta-se da sua natureza inferior, não mais se desilude porque não se ilude. Não fala de si mesmo, não se intitula “Mestre”, não conta suas “experiências”, não exibe seus recursos curadores, não busca fama, glória, nem poder, ocupa o último lugar sempre que puder, é simples, autêntico, humilde, sempre se refere à Deus em seu interior, é o que busca mais servir, desinteressadamente, anonimamente por amor aos seus semelhantes, sem pretensões ulteriores.
Pratica fielmente a máxima ocultista: “buscar o Reino de Deus e Sua justiça, que o resto vem por acréscimo”.
Quem entender isso, logo se engaja e se firma e caminha a passos largos no Caminho de Preparação para a Iniciação Rosacruz!!!
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Fevereiro de 1916
Um dos problemas mais difíceis que um líder de um movimento espiritual tem que enfrentar é a impaciência dos estudantes que querem colher onde não semearam. Eles não são, suficientemente, pacientes para esperar a colheita, pois, querem os resultados imediatamente e, se não conseguem fazer brotas asas dentro de um determinado tempo, feitas por eles mesmos, estão sempre dispostos a apregoar a “fraude” e procuram um “instrutor individual”, visível ou invisível. Desde que o líder “garanta” resultados, eles estão preparados para deixar o bom senso de lado e segui-lo cegamente, ainda que tal líder possa conduzi-los a um hospício ou à uma sepultura devido a uma doença consumptiva[1], ou nos casos daqueles que se livram com mais facilidade de uma punição severa, simplesmente separando uma parte do dinheiro deles.
Esse assunto já foi debatido em Cartas aos Estudantes anteriores, mas sempre há aquele que se esquece e, também, há sempre novos Estudantes Rosacruzes que, constantemente, ingressam nessa Escola; portanto, é necessário reiterar pontos importantes de tempos em tempos. Recentemente ouvimos de um Estudante que deixou um Centro Rosacruz para se juntar a um “instrutor individual” e, parece que foi até invejado por outros Estudantes do mesmo grupo que não foram tão afortunados (?) e, também por isso, me parece oportuno retomar o assunto.
Você já viu alguma instituição de ensino, desde o jardim de infância até a universidade, onde se mantêm um professor para cada aluno? Nós não temos. Nenhum Conselho de Educação sancionaria tal desperdício de energia, nem contrataria um professor individual para qualquer pessoa, simplesmente, pelo fato deste aluno estar impaciente por desejar concluir a escola “rapidamente”. E, finalmente, mesmo que fosse permitido pelo Conselho e nomeasse um professor em um caso especial que “abarrota-se” o cérebro de aluno de conhecimento, haveria um grande perigo de febre cerebral, insanidade e, talvez, de morte devido a este método.
Se isso é verdade nas escolas de ciências físicas, como alguém pode acreditar que haja diferença em relação à ciência espiritual? Cristo disse a Seus Discípulos: “Se não credes quando vos falo das coisas da terra, como ireis crer quando vos falar das coisas do céu?”[2] Nenhum “instrutor individual”, se tal houver, pode iniciar alguém nos mistérios da alma até que o aluno esteja preparado por seu próprio mérito. Quem professa fazê-lo se autodenomina um impostor de baixo nível. E assim, quem se deixa ludibriar, mostra não ter bom senso; pois, de outra forma, perceberia que nenhum instrutor altamente desenvolvido não poderia desperdiçar seu tempo e sua energia na instrução de um único aluno, quando poderia facilmente ensinar a muitos.
Imagine, se vocês podem conceber, os doze Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz cada um atendendo unicamente um aluno! Esse pensamento é um sacrilégio. Tais seres humanos, verdadeira e altamente desenvolvidos, têm outras tarefas e muito mais importantes para lidar, e mesmo os Irmãos Leigos e as Irmãs Leigas, que foram Iniciados por eles, não são permitidos incomodá-los por coisas tão pequenas e sem importância.
Portanto, podemos afirmar enfaticamente que os Irmãos Maiores não costumam visitar ninguém na Fraternidade Rosacruz ou fora dela, como um “instrutor individual”, e quem assim pensar, está se enganando. Eles transmitem certos ensinamentos que formam a base da instrução nessa escola, e aprendendo como viver essa ciência da alma, nós podemos, com o tempo, nos qualificar para encontrá-los, face a face, na escola dos Auxiliares Invisíveis. Não há outro caminho.
Eu acredito que essa ideia possa ser fixada mais firmeza em sua Mente, mais do que antes, e que isso possa lhe dar uma base para corrigir as outras pessoas que estão correndo o risco de se desviarem.
(Carta nº 63 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: doenças que provocam definhamento, enfraquecimento ou debilidade tal como a tuberculose, a síndrome consumptiva (ou síndrome de Wating) e doenças que provocam a caquexia (perda de tecido adiposo e músculo ósseo).
[2] N.T.: Jo 3:12