Embora os avanços tecnológicos e a rapidez dos fatos sejam a tônica dos tempos atuais, eles não representam, contudo, garantia de reflexos verdadeiros da humanidade ao impulso espiritual da Nova Era que se aproxima. É verdade que grupos de diferentes ramos e/ou pertencentes a diversos países, a diversas culturas e empresas estejam se alinhando em cooperação para atingir propósitos semelhantes, mas a sincera análise traz à tona que o motivo real dessas uniões está baseado na ilusória necessidade de sobrevivência material, ditadas por fatores econômicos e financeiros. Quando diferente, as trocas de talentos funcionam similarmente à economia feudal que predominava na Idade Média.
Sabemos, no entanto, que a verdadeira Fraternidade Universal não pode ser baseada na cooperação superficial guiada por interesses materiais, tampouco na ilusão de que as “novas” atitudes integrativas revelam alguma espiritualidade. Ainda que o Sol estivesse agora mesmo, por Precessão dos Equinócios, sob o Signo de Aquário e inundando a Terra com suas vibrações de Fraternidade Universal, tal acontecimento não garantiria a verdadeira Fraternidade Universal como uma realidade. Esse estado não pode nascer fora do ser humano, tampouco pode ter como bases referenciais físicos. Em verdade, a Nova Era ocorrerá quando o ser humano aprender a viver a Fraternidade de modo interno. Em outras palavras, o cooperativismo não deve ser ditado por necessidade e progresso materiais ou interesses pessoais, mas por ações voluntárias e espirituais, pois viver de outro modo constitui uma vida estéril, já que o benefício material não pode gerar vida.
Alcançar a Nova Era significa afinar as intenções (internas) com os propósitos da Era de Aquário. Não basta apenas receber suas vibrações pelo Sol físico. Deve haver uma decisão de buscar esse novo padrão de estilo de vida.
Tracemos as características do modelo de aprendizado que nos guiará até a Nova Era, e que foi deixado para a humanidade a milhares de anos atrás. Tal modelo já deveria ter sido assimilado por todos, mas, infelizmente, as amarras e apego ao Espírito de Raça e de família são tamanhos que algum atraso no caminho natural das coisas ocorreu! Apesar disso, a ação rápida da Era de Aquário permite que haja aceleramento do progresso espiritual, o que constitui uma graça e uma redenção de compensação do tempo perdido.
Para compreendermos o motivo das lições que nos guiarão para a Nova Era devemos compreender as tendências enraizadas em nossa Personalidade que foram formadas no passado. Somente assim poderemos nos livrar delas. No livro Conceito Rosacruz do Cosmos é ensinado que nós começamos nosso caminho de desenvolvimento no Período de Saturno. Em seguida passamos pelo Período Solar, Período Lunar e estamos atualmente no Período Terrestre. Até a metade do Período Terrestre tínhamos o objetivo de desenvolver ferramentas ou veículos para nós mesmos, estando toda a força criadora direcionada para esse propósito. Essa etapa de construção é conhecida, pela Filosofia Rosacruz, como período de Involução. Os veículos, que recebemos como germe e desenvolvemos até o momento atual, foram: um Corpo Denso (no Período de Saturno), um Corpo Vital (no Período Solar), um Corpo de Desejos (no Período Lunar) e uma Mente (no final da primeira metade do Período Terrestre – metade da quarta Revolução desse Período). Em verdade, a Mente atual constitui apenas um esboço rudimentar do que será futuramente e quão valiosa será para o nosso trabalho – por isso que ela é um veículo e não um Corpo, ainda. A partir desse ponto (cadeia de três Corpos e uma Mente) nós pudemos despertar uma consciência de vigília (nascimento do indivíduo). Em outras palavras, nós pudemos tomar posse de nossos veículos e esse é um marco importante, pois culmina o trabalho feito por nós, Ego – um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado –, com ajuda de diversos seres esplêndidos, chamados de Hierarquias Criadoras, de descer dos Mundos ditos superiores até aqui no Mundo Físico. O encontro entre os nossos Corpos e nós, o Ego, por meio da Mente, marca o nascimento do indivíduo. Isso ocorreu no atual Período Terrestre. Aqui se iniciou o período conhecido como Evolução (veja mais detalhes no Cap. XII do Livro o Conceito Rosacruz do Cosmos).
Para compreendermos as lições que nos levarão para a Nova Era, necessitamos focar nossa atenção no trabalho feito no atual Período, o Terrestre. O Período Terrestre é dividido em sete grandes Épocas: (1) Época Polar; (2) Época Hiperbórea; (3) Época Lemúrica; (4) Época Atlante; (5) Época Ária; (6) Época Nova Galileia; (7) Época Reino de Deus. Já passamos pelas quatro primeiras e estamos atualmente vivendo a Época Ária. Seguindo a Lei da Natureza conhecida como Espirais dentro de Espirais, durante a (1) Época Polar, aprimoramos nosso Corpo Denso, pois a primeira Época é uma representação menor do trabalho maior feito no primeiro Período ou Período de Saturno. Na segunda Época do Período Terrestre, Época Hiperbórea, trabalhamos sobre o Corpo Vital, pois essa segunda Época correlaciona-se com o trabalho do Período Solar. Durante a terceira Época do Período Terrestre, Época Lemúrica, desenvolvemos ainda mais o Corpo de Desejos, pois aqui o trabalho está relacionado com o que foi efetuado no terceiro Período, o Período Lunar. Lembrem-se, Espirais dentro de Espirais! Alguns pioneiros da Involução aprimoraram seus Corpos de Desejos de tal modo, que foram capazes de dividi-lo em duas partes: Corpo de Desejos superior e Corpo de Desejos inferior. Para esses, na última parte da Época Lemúrica, foi possível adiantar a entrega do Átomo-semente da Mente, pois a parte superior do Corpo de Desejos permitia certo controle das paixões para que o Ego pudesse tomar posse de seus veículos. Então, foi na 3ª Época (Lemúrica) que nasceram os primeiros indivíduos. Para os que ainda não tinham separado o Corpo de Desejos em duas partes, somente mais tarde foram capazes de tomar posse definitiva de seus veículos. Para esses, isso ocorreu na quarta Época ou Época Atlante (veja mais detalhes no Cap. X do Livro o Conceito Rosacruz do Cosmos, a revolução Lunar do Período Terrestre).
A partir do nascimento do indivíduo, iniciamos o trabalho original do Período Terrestre (note que até então houve Recapitulações ou aprimoramento de trabalhos já realizados em Períodos precedentes). Até esse ponto, nós não éramos fisicamente separados. Todos constituíam uma única Raça e éramos bissexuais ou hermafroditas. Com a separação da Terra do Sol, toda energia espiritual do Sol era assimilada por um único canal. Mas, como a Lua, a oitava esfera, acabou tendo que ser separada da Terra, duas fontes de energias começaram a ser derramadas sobre a Terra. Assim, uns tornaram-se melhores condutores de energia lunar e outros da procedente do Sol. Tal fator, juntamente com a necessidade de desenvolvimento do cérebro e da laringe físicos, promoveu a separação dos sexos, a cada vez que renascemos aqui, na Região Química do Mundo Físico.
Essa foi a nossa primeira diferenciação física (mulher e homem). Com ela, metade da dual força criadora foi direcionada para construção de um cérebro e uma laringe, para expressar pensamentos, planejar ações e direcionar os sentimentos. Aqui, divididos entre homem e mulher, recebemos a ajuda de seres elevados conhecidos como os “Senhores de Vênus” e os “Senhores de Mercúrio”. Os primeiros constituíram guias das grandes massas. Seu ministério tinha o objetivo de nos fazer manifestar nossa vontade e decisão ao ponto de nos dirigir sozinhos. Aqueles que alcançaram esse propósito (os adiantados), eram, então, postos sob a direção dos “Senhores de Mercúrio” que ensinavam verdades mais elevadas para se tornarem seres humanos Líderes ou “Reis pela graça de Deus”. Assim, assumiriam o papel dos Senhores de Vênus. Somente aquele que tem domínio próprio poderá governar os demais.
Na última parte da Época Lemúrica, alguns de nós se desenvolveram de tal modo que começaram a construir corpos mais aprimorados. Assim, a primeira Raça surgiu, a Raça Lemúrica. Essa não tinha memória, nem sentimento algum, apenas a sensação de tato, dor e conforto. O Corpo Denso era algo muito bruto e grande, e a nossa consciência ainda estava totalmente voltada para os Mundos internos. Dessa maneira, o único modo de chamar a nossa atenção para o Corpo e para o Mundo Físico era nos estimular para tal. Como os Corpos eram brutos e só tinham percepção de dor e conforto, métodos de ensino violentos foram necessários para despertar a nossa vontade e consciência para o Mundo Físico (veja sobre esses métodos no Cap. XII do Livro o Conceito Rosacruz do Cosmos). Os métodos eram simplesmente os que causavam dor física, e visavam estimular o Corpo Denso para que a nossa atenção para ele fosse despertada. Infelizmente, hoje, fatos revelam que muitos de nossos irmãos e de nossas irmãs permaneceram com reminiscências dessa Época. Isso constitui um fator de distanciamento para entrarmos na Nova Era. Devemos nos livrar disso!
Ainda no que se refere à última parte da Época Lemúrica, houve o episódio conhecido como “A Queda do Homem”. Não entraremos em detalhes sobre esse episódio aqui, mas ele constituiu um fator chave que nos fez, homem e mulher, conhecermos ou focarmos nossa consciência no Mundo Físico e em nossos Corpos, por meio da procriação autônoma.
Terminada a Época Lemúrica, iniciou-se a quarta Época ou Época Atlante. Com o uso da Mente, verificou-se que o pensamento esgotava as células nervosas; matava, destruía e levava-as à decomposição. Aqui, o alimento passou a ser composto de cadáveres. Matávamos para comer com o objetivo de formar um esqueleto mais sólido e denso (“Nimrod era um caçador poderoso”). Mesmo com um Corpo Denso mais aprimorado e conhecendo mais o Mundo Físico, insistíamos em não aproveitar as oportunidades que o Mundo Físico tinha para oferecer, pois amávamos demais os planos internos. Desse modo, um novo elemento foi dado, o “vinho”. O álcool é um espírito e atua sobre nós. Essa atuação paralisa totalmente a influência espiritual, deixando-nos propensos a focar somente no material. Fomos esquecendo, então, nossa origem espiritual e focamos na matéria.
O progresso individual e material começou a ser tão grande, que diferentes corpos foram necessários para dar conta da nossa expressão que evoluía. Assim, fomos divididos em sete Raças:
Antes de entrarmos no estudo da atual ou quinta Época é importante retomarmos o estado das massas: primeiro nós tínhamos gastados, em demasia, nossa força criadora devido ao episódio “A Queda do Homem”; usamos e abusamos dela. Segundo, fizemos uso de álcool e de drogas, utilizando nossa Mente para fins egoístas e astutos ao ponto de nos esquecer de nossa origem divina e espiritual. O foco no Mundo Físico foi tamanho, que passamos a negar a existência de qualquer coisa espiritual (note a falta de equilíbrio: antes negávamos a existência do Mundo material; agora, pendemos para o lado oposto, e negamos a existência dos Mundos espirituais!). Terceiro, dividimo-nos em Raças. As Raças mais avançadas passaram a dominar ou escravizar as mais débeis. Quarto, a noção de separatividade fez com que nos apegássemos a termos o sentido egoísta de pertencer a uma família, uma tribo, uma nação ou a um país, de tal modo que nos prendíamos, por esse sentimento egoísta de pertencimento, a essa forma, não possibilitando mudanças e progressos. Ficamos confinados nos corpos, nascendo e renascendo na mesma Raça, por muitos e muitos anos. Como essas reminiscências estão atualmente? A Tabela 1 mostra didaticamente.
Lições da Época | Atingiu seu objetivo | O ser humano se livrou dela? | Roupagem atual |
Lemúrica Causar dor no corpo para despertar a consciência e vontade. Relação sexual apaixonada para despertar a consciência para o Mundo Físico. | Sim | Não | Autoflagelação, tatuagem, piercing, práticas Hindus de elevação do corpo por ganchos, esportes radicais que atingem os limites físicos suportáveis e, às vezes, insuportáveis. Sexo baseado na paixão e na posse do outro. |
Atlante Acumular coisas, pois era nosso papel aprender a dominar sólidos, líquidos e gases. Nesse processo, aprendemos a guardar o que dominamos, termos referências visíveis que expressam nosso domínio. | Sim | Não | Ainda procuramos a valorização da posse material ou imaterial: minha casa, meu carro, meu dinheiro, meus filhos, meu marido, minha esposa, minha saúde, minha fama, meu poder e acúmulo de bens para também termos referência física de que dominamos o mundo e estamos seguros por isso. |
Atlante Uso do “vinho” e da carne animal para se esquecer da origem divina e formar um Corpo Denso com um esqueleto apropriado. | Sim | Não | Grande parte de nossos irmãos e das nossas irmãos ainda contribuem para matança dos animais (mamíferos, aves, peixes, répteis, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins) e utilizam bebidas alcoólicas em churrascos, festas e comemorações. Também, de modo cotidiano, com a astúcia de relaxar ou “se livrar” de doenças cardiovasculares. |
Atlante Negar a existência de qualquer coisa espiritual | Sim | Não | Pessoas céticas e que acham pura bobagem acreditar nas fantasias sobre Deus ou Religiões. |
Atlante Raças mais avançadas ou inteligentes passaram a dominar ou escravizar as mais débeis | Sim | Não | Há ainda escravidão, inclusive econômico-financeira. Sem se falar na escravidão física, exploração sexual, exploração de crianças e outras. Os mais ricos e poderosos escravizam os trabalhadores mais pobres. |
Atlante Divisão em Raças e o uso do cérebro para aprender a controlar as coisas físicas. | Sim | Não | Algumas vezes, não mais Raças, mas espírito de família, espírito de tribo. Ainda utiliza sua Mente para conseguir ser “melhor funcionário”, ter “melhor desempenho” e ser competitivo seja na família, seja no mercado de trabalho. Custe o que custar, empregará sua Mente para ter sucesso material e de carreira (“pisando no pescoço”, “puxando o tapete”, “apelando para a forma física”, “se prostituindo”, “se vendendo”) |
É possível notar que ainda temos muitas dessas tendências enraizadas em nossa Personalidade, que tiveram origem durante a Época Lemúrica e Atlante. Com o término da Época Atlante, iniciou-se a quinta Época ou Época Ária. Aqui, um grande Iniciado apareceu para nos mostrar como devíamos nos livrar das reminiscências da Época Atlante e da Época Lemúrica, e o que devemos aprender da Época Ária para entrarmos na Nova Era. Tal Iniciado foi Abraão e sua vida pode ser estudada por meio da Bíblia.
Abraão foi o primeiro dos mestres Iniciados enviados a nova Quinta Época Raça-Raiz que habitaram a Terra depois da destruição do continente Atlântico pelo “Dilúvio”. Para desvencilhar a tendência de que somos algo material, um acidente da natureza e sem origem espiritual, Abraão, antes conhecido como Abrão, veio de Ur, cidade da “luz”, e se estabeleceu em Harã, “um lugar alto”. Significa que sua origem não é física ou material, mas espiritual.
Os espiritualmente iluminados sempre consideraram que cada lugar mencionado na Bíblia representa o aqui e agora, e cada personagem mencionado é você, você mesmo. Ora, também viemos de Ur (da luz) e nos estabelecemos em um lugar alto. Sabemos que nós, o Ego, não estamos aqui na Região Química do Mundo Físico (baixo), mas na Região do Pensamento Abstrato (alto). Além disso, a noção de que somos mais do que carne e osso têm uma implicação muito importante no modo como agimos no dia a dia. Se prestarmos atenção, facilmente notaremos que vivemos no mundo com a ilusão de que permaneceremos aqui para todo o sempre. Ignoramos o fato consumado que é a morte! Não há como permanecer vivo para sempre! Mesmo assim, alimentamos a ideia de que permaneceremos, e nossas ações diárias são modeladas a partir disso. “Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir”. (Hb 13:14). Se compreendermos que a morte do Corpo Denso não extingue a vida, a pergunta que aparece é: como devemos nos preparar para o que há de vir? Devemos dedicar algum tempo da nossa vida para essa preparação, e deixar de usar a Mente para alimentar traços atlantes como a competitividade, o ceticismo e a valorização de grandes feitos físicos. Além disso, a ideia de que aquilo que acumulamos de aprendizado não pode ter relação com a quantidade de posses físicas, nos faz procurar menos ostentação e avareza. As riquezas permanentes estão no Céu e não na Terra passageira. Essas constituem as primeiras lições que devemos aprender.
Outro fator importante: assim como Abraão, não estamos sozinhos quando iniciamos a vida na Terra. Em verdade ele estava acompanhado por Sara (sua natureza superior) e do filho de seu irmão (Ló) sua natureza inferior. É muito importante recorrermos ao texto bíblico em que o narrador esclarece que Abraão (Ego) era muito rico em prata e ouro e possuía muito em gado. Assim como Ló, também, possuía muitos bens. No capítulo 13 do Livro do Gênesis versículos 6, 7, 8 e 9, lemos: “E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos, porque os seus bens eram muitos de maneira que não podiam habitar juntos. E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Lot, e os cananeus e os perizeus habitavam então na terra. E disse Abrão a Lot: ‘Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos. Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim, e se escolheres a esquerda, irei para a direita e se a direita escolheres, eu irei para a esquerda’”.
Com esse processo de reconhecimento que não há espaço para que as naturezas superior e inferior vivam juntas, começa uma separação em ideias entre ambas. Mesmo sendo pecador, isso não impede de começarmos uma busca por realizar as obras espirituais. Por meio da inanição, deixamos de alimentar a natureza inferior que, aos poucos, começa e perder força e alimentamos apenas a natureza superior. Na medida em que o “Eu superior”, a parte de nós que deve preencher a totalidade do nosso ser, passa a predominar, o crescimento anímico ocorre. Com esse poder, poderá haver o resgate e domínio do “eu inferior”. Isso é relatado na seguinte passagem da Bíblia: “Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã”. O Senhor havia ordenado a Abraão que percorresse toda a terra, no seu comprimento e na sua largura, pois assim iria adquirir experiência. A soma do número 318 equivale ao número 12. A soma do número doze equivale a 3 que representa os três atributos de experiência de nós, o Ego: Alma Consciente, Alma Intelectual e Alma Emocional. Abraão estava, então, apto e suficientemente poderoso para resgatar Ló e não mais viver separado dele, mas com a capacidade de dominá-lo. “E dividiu-se contra eles de noite, ele (Ego ou Abraão) e os seus criados (seus poderes Anímicos), e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. E tornou a trazer todos os seus bens, e tornou a trazer também a Ló (Personalidade ou natureza inferior), seu irmão, e os seus bens, e as mulheres, e o povo”.
Passadas tais provas, veio a palavra do Senhor a Abraão em visão, dizendo: “Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão.” (Gn 15:1). Apesar de os ideais de pureza, serviço e sacrifício parecerem estar, ainda, muito distantes de serem concretizados por nós, tais atributos (que são personificados por Abraão) são expressões superiores de Áries (a primeira das três Eras que iniciou na Época Ária, logo após o fim da Época Atlante).
Após essa etapa de domínio do “eu inferior” pelo “Eu Superior”, inicia-se um novo processo de produção de serviços espirituais. Muitas obras em favor da humanidade são realizadas pela pessoa que atingiu essa etapa. No entanto, quanto mais alto a alma ascende, mais sutis serão as tentações que deverá sofrer. Abraão finalmente enfrentou uma de suas maiores provas do Caminho Iniciático, a denominada Grande Renúncia. Assim como se lê no Livro do Gênesis 22:7-12. “Então falou Isaac a Abraão seu pai, e disse: ‘Meu pai!’. E ele disse: ‘Eis-me aqui, meu filho!’. E ele disse: ‘Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?’. E disse Abraão: ‘Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho’. Assim caminharam ambos juntos. E chegaram ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaac seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha. E estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho; Mas o Anjo do Senhor lhe bradou desde os céus, e disse: ‘Abraão, Abraão!’ E ele disse: ‘Eis-me aqui.’. Então disse: ‘Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho’.”.
Isaac representa as obras geradas pelo “Eu Superior” após dominar o “eu inferior” e alcançar a Iniciação. Ele é filho de Abraão e Sarah. A solicitação de Deus para renunciar às suas obras espiritualistas ou propriedades do “Eu superior”, é fundamental. Isso foi bem relatado por Max Heindel em uma de suas Cartas aos Estudantes, quando mencionou que sentia, por muitas vezes, a Fraternidade Rosacruz como uma obra pessoal (tentação) e não produto dos Irmãos Maiores. Esse é um ponto muito sutil, pois o Iniciado aqui acredita que todas as obras maravilhosas que realiza são dele, mas em verdade, pertencem a Deus. Uma vez ultrapassada essa noção, o Espírito mostra que está apto para viver a verdadeira união com todos e receber os verdadeiros ensinamentos universais Cristãos, reservados apenas àqueles que atingiram esse ponto.
Podemos resumir as lições da Época Ária em:
Sem dúvida, somente pela devoção, fé e entrega total para Deus é que será possível superar essa grande prova de renúncia espiritual. Se assim procedermos, poderemos verdadeiramente, alcançar a Nova Era. “Aquele que encontrou sua vida, a perderá; e aquele que perdeu sua vida por minha causa, a encontrará.” (Mc 8:35).
Que as rosas floresçam em vossa cruz
A música é, na saúde, a mestra da perfeita ordem, a voz da obediência dos Anjos, a companheira do curso das esferas celestes; na depravação, é também a mestra da perfeita desordem e desobediência
Ruskin
Na música, entre a melodia e o ritmo, encontramos a harmonia, que pode ou se elevar e se misturar com a vibração do pensamento puro, melodia, ou descer se misturando com o movimento puro da atividade impulso. Se o puro elemento melódico na música, que carrega a vibração da vontade de Deus e do Espírito, for omitido em uma composição, então, o poder diretor não estará lá para controlar as atividades do Corpo de Desejos e do Corpo Denso e, então, os desejos se revelam em excitação e, estando sem o poder controlador da razão, o resultado será, provavelmente, um desastre. É a probabilidade da harmonia se misturando com o impulso que explica a razão pela qual é possível para a chamada música moderna, que tende a trazer confusão ao invés de coerência unificante, poder se tornar realidade.
Antes da 1ª Guerra Mundial, as condições psíquicas do ser humano eram tão malignas, e suas emoções tão inconscientemente excitadas e a um nível tão alto, que foram compelidas a encontrar uma saída e se exteriorizar em ação, mas de alguma forma intensificada. Como os Espíritos de Lúcifer se regozijam e crescem por meio da intensidade de sentimentos, foi essa a sua oportunidade de penetrar e insinuar na consciência humana uma forma intensificada de atividade rítmica. A guerra chegou. As emoções se elevaram ainda mais e condições desconcertantes introduziram ritmos de música baseadas em reclamações, prantos e lamentos; tudo agitando febrilmente. A tendência descendente estava agora em plena liberdade de ação, e apareceram ritmos de música afoitamente fantástico e delirantemente grotesco. E segui-se outros estilos de música baseados em toda atordoante e maníaca histeria de massa, e isso arrebatou várias partes do mundo. Desde então, barulhentos ruídos, mais ou menos demoníacos, têm, gradualmente, tomado o lugar da música celestial, e os nervos das vítimas, desgastados e estimulados, devido a esses barulhos cruciantes, rapidamente se rompem, causando uma variedade de formas sem esperanças de demência.
Agora, a menos que alguma força seja acionada em uma ação que, literalmente force as massas a um estado de espírito de mais tranquilidade e reflexão, certamente condições ainda piores prevalecerão. Se isso não puder ser feito, ou for considerado desaconselhável pelos grandes Seres que estão dirigindo a evolução da humanidade, então, alguma forma de salvação terá que ser providenciada para os que a merecem. E os restantes serão simplesmente eliminados por uma tremenda conflagração cósmica de algum tipo, em data mais adiante – possivelmente em um outro Dia de Manifestação, e a estes desafortunados serão dados oportunidades para recuperar suas perdas.
Enfrentando tais fatos tremendamente aterrorizantes, em que direção o ser humano deverá procurar o remédio e o mais rapidamente possível? É possível procurar e encontrar no passado ou no futuro, podendo encontrar uma pista que, quando aplicada, salvará a situação.
A história sempre se repete. O continente lemuriano foi destruída por cataclismos vulcânicos, quando uma parcela de seu povo deixou de progredir. A Atlântida foi destruída pela água quando seu povo mergulhou de tal forma no mal, que se tornou insensível para receber às instruções que lhe foram dadas por seus líderes sábios. A Época Ária se ergueu do grande abismo, e outra oportunidade foi dada à humanidade para continuar com sua evolução. Agora, o ser humano, novamente se vê escorregando perigosamente próximo ao final de uma descida. Pitágoras, considerado um dos maiores videntes, dizia a seus alunos que a lira era o símbolo secreto da estrutura humana – que o Corpo Denso representava a forma física, as cordas, os nervos e o músico que a reproduziu, representavam o Ego, o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado. “Tocando em seus nervos”, ele dizia, “o Espírito criou uma função harmoniosa e normal que, porém, a qualquer momento, pode ser facilmente modificada para a dissonância, se a natureza do ser humano se tornar corrompida”. Nota‑se aqui o aviso oculto.
Novamente, Platão, um grande filósofo grego e estudante dos Mistérios, desaprovou a ideia de que a música se destinava unicamente a criar emoções alegres e agradáveis, contudo sustentou que ela deveria inculcar o amor por tudo que é nobre, e uma aversão por tudo que é mesquinho, degradante e baixo, e que nada poderia influenciar mais fortemente o íntimo do ser humano do que a melodia e o ritmo. Estava tão firmemente convencido desse fato, que não concordou com a introdução de uma nova e presumivelmente enervante escala musical, pois acreditava que ela iria pôr em perigo o futuro de toda uma nação; que não era possível alterar uma única nota, sem abalar os próprios alicerces do Estado.
Mais tarde, Platão afirmou que a música que enobrece a Mente (melodia) é de uma categoria mais elevada do que aquela que simplesmente apela para os sentidos. Insistiu, energicamente, que era dever supremo da Legislatura suprimir toda música de caráter lascivo, e encorajar somente a que fosse pura e dignificante. O máximo cuidado deveria ser tomado na seleção de toda música instrumental, porque a ausência de palavras poderia tornar seu significado duvidoso, tornando difícil prever se ela exerceria uma influência benéfica ou prejudicial sobre as pessoas; o gosto popular, sempre sendo estimulado para a parte sensual e, aparentemente atraente, mas tendo na realidade nenhum valor ou integridade (barulhento), devia ser tratado com o merecido desprezo. Temos aqui a resposta para a maneira sensível de mudar as condições indesejáveis: substituir as práticas do mal, às quais produzem resultados mais ou menos calamitosos, por atividades positivas, de vibrações elevadas, que levem maiores benefícios para um maior número de pessoas.
Evitando músicas aderentes aos Espíritos de Lúcifer (que se regozijam e crescem por meio da intensidade de sentimentos), penetrando e insinuando na consciência humana uma forma intensificada de atividade rítmica, músicas que elevam emoções ainda mais e condições desconcertantes (reclamações, prantos e lamentos; tudo agitando febrilmente), música que promovem a toda atordoante e maníaca histeria de massa e outros sons, nada da verdadeira música seria perdida. Em seu apelo para os desejos sensuais e sentimentais, por meio de uma variedade excessiva das denominadas combinações harmônicas, de sucessões dissonantes de intervalos entre notas, provenientes da complexidade da música moderna e seus acordes perturbadores, nenhum elemento novo foi realmente introduzido, mas simplesmente uma confusão e um excesso de elaboração dos elementos antigos. No elemento musical rítmico, super-enfatizado, encontrado em certos tipos da chamada música popular, a verdadeira experiência musical não pode descer, por meio da harmonia, para uma atividade de movimento artístico, mas é forçada a baixar para rotações físicas ao extremo.
As três divisões primárias da música – melodia, harmonia e ritmo – estão correlacionadas aos três poderes primários de Deus: Vontade, Sabedoria e Atividade. A Vontade, que inclui intelecto e razão, unida ao Sabedoria, produz um modo de Atividade correlacionado ao equilibrado, balanceado ritmo (atividade) celestial de Deus, que ordenou os átomos de nosso Sistema Solar, na matriz das várias formas preparadas para elas pelos poderes da energia de amor do Criador.
Separando‑se a Vontade (melodia) do Sabedoria (harmonia), e se unindo a Sabedoria com a Atividade (ritmo), e os dois, sendo privados do poder dirigente da Vontade (intelecto e razão), podem produzir qualquer tipo de monstruosidade que as forças do mal podem desejar formar. Descontroladas, suas atividades maléficas certamente poderão destruir, com o tempo, uma nação.
Nenhuma tentativa de revolucionar a arte da música pode produzir resultados desejados, a menos que comece com o princípio artístico de coerência, e com um equilíbrio correto dos três elementos dos quais a música é composta: melodia, harmonia e ritmo.
(leia mais no Livro A Escala Musical e o Esquema de Evolução – Fraternidade Rosacruz)
Estudando a Filosofia Rosacruz, compreendemos que estamos em um Esquema de Evolução e nele há um Caminho de Evolução que “nos leva de volta para Deus”, de “onde viemos e para onde estamos voltando”.
Sabedor disso, surge a pergunta: o que devo fazer para não mais me desviar? Essa é a pergunta de todo o Aspirante a vida espiritual e a resposta é sempre a mesma, nos fornecida por Cristo: amar seus semelhantes de maneira que queira sempre ajudá-los e servi-los com amor, sabendo que todos somos filhos de Deus; procurar fazer sempre o bem pelo simples prazer de fazer o bem, cooperando assim com o trabalho do Cristo pela redenção da humanidade.
Afinal, Cristo nos ensinou que: “Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá sua vida pelas suas ovelhas.” (Jo 10:11).
E, mais: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem, como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: devo conduzi-las também; elas ouvirão a minha voz; então haverá um só rebanho, um só pastor.” (Jo 14:16).
Mas, nos avisou que há outros que podem nos distanciar da Evolução: “quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas soube por outro lugar, é ladrão e assaltante; o que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre: as ovelhas ouvem a sua voz e ele chama as suas ovelhas uma por uma e as conduz para fora. Tendo feito sair todas as que são suas, caminha à frente delas e as ovelhas o seguem, pois conhecem a sua voz. Elas não seguirão um estranho, mas fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. (Jo 14:1-5).
Porém, se Deus faz nascer o sol para o justo e para o injusto; se Ele mora no coração de todo ser, mesmo naqueles que não O ama; quem somos nós para fazer menos? Devemos, portanto, fazer com que o nosso amor e a nossa Luz chegue a cada irmão e a cada irmã, para que com o nosso exemplo, possamos fazê-lo retornar ao Caminho que o leva a Deus. Esse caminho reto e estreito, para cima e para frente: o Caminho da Evolução. Cristo, nessa passagem, nos dá o motivo pelo qual Ele é “a verdadeira Luz”.
Para entender o que significa ser “bom pastor”, bem como “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil”, façamos uma viagem a um longínquo passado no nosso Caminho de Evolução. Atualmente estamos no quarto Período do nosso Esquema de Evolução, o Período Terrestre. Como todos os outros Períodos, este tem 7 Globos (nomeados de A, B, C, D, E, F e G), por onde nós passamos 7 vezes (também chamado de 7 Revoluções). Durante a nossa peregrinação pela quarta Revolução no Globo D, tivemos mais divisões no nosso Caminho de Evolução. Tais divisões são conhecidas como Épocas. Estamos na quinta Época, conhecida como Época Ária.
Na primeira Época, a Época Polar, nós formamos, por assim dizer, nosso Corpo Denso. Na segunda Época, a Época Hiperbórea, nós vitalizamos esse Corpo Denso por meio da interpenetração de um Corpo Vital. Com isso, na segunda Época, nós possuíamos um Corpo Denso e um Corpo Vital. Éramos hermafroditas, ou seja, éramos uma unidade criadora. Toda nossa força criadora nós projetávamos de nós mesmos. Nada guardávamos para nós. Expressávamos o amor na forma mais pura, como os Anjos o fazem.
Com o decorrer do tempo, houve a necessidade de construirmos um cérebro e uma laringe. Para isso, foi necessária uma divisão da bipolar força criadora: metade foi destinada para a construção destes novos órgãos e a outra metade continuou sendo usada para a geração. A partir daí cada um de nós teve que buscar a cooperação de outro ser para a geração e a própria continuação de se renascer aqui (Houve a divisão dos sexos e a necessidade de buscar seu polo oposto: se renascido como homem, busca quem estava renascido como mulher, e vice-versa).
Começamos a amar egoisticamente para gerar novos Corpos e a amar egoisticamente também para expressar o pensamento aqui na Região Química do Mundo Físico, porque desejamos obter conhecimento. E como semelhante atrai o semelhante, atraímos para nós mesmos seres de mesma natureza.
Como em toda Onda de Vida, a dos Anjos também possuía uma classe de seres atrasados, conhecidos como Espíritos Lucíferos, Anjos Lucíferos ou, ainda, Anjos caídos. Os Anjos fazem parte de uma Onda de Vida que não necessita de cérebro para obter o conhecimento. Porém, esses atrasados precisavam e, o pior, não tinha a capacidade de construir um. Estavam a meio caminho entre os Anjos e o ser humano. Eram os Espíritos Lucíferos. Então, quando desenvolvemos um cérebro esses seres perceberam uma oportunidade de prosseguir a sua evolução. Precisavam descobrir como penetrar no cérebro humano.
Enquanto isso, nós prosseguíamos no nosso Esquema de Evolução. Estávamos na terceira Época, a Época Lemúrica. Não tínhamos a menor consciência do nosso Corpo Denso. Nossa consciência não apresentava o nível da atual de desenvolvimento ou consciência de vigília na Região Química do Mundo Físico. Quando renascidos como seres do sexo feminino, éramos estimulados a expressar o polo negativo da força criadora, a imaginação. É graças à imaginação que, quando renascidos como seres do sexo feminino – mulher – conseguimos formar um corpo em sua matriz.
Naquela Época toda a nossa consciência estava enfocada nos Mundos espirituais. Quando renascidos aqui como seres do sexo feminino, observávamos, ainda que muito vagamente, que nós e os outros seres humanos possuíamos um Corpo Denso e, que muitas vezes, os que estavam ao seu redor perdiam esse Corpo Denso; isso a confundia muito. A imperfeita percepção do Mundo Físico nos impossibilitava de revelar aos outros que eles haviam perdidos seus Corpos Densos!
Os Anjos não nos davam informações sobre o porquê desta imperfeita percepção. Foi aí que surgiram os Espíritos Lucíferos. Esses seres entraram pela coluna vertebral até próximo ao cérebro quando renascíamos como seres do sexo feminino – mulher. Contou-nos o que acontecia, tornando-nos consciente do nosso Corpo Denso. Pediu-nos, quando renascíamos como seres do sexo feminino – mulher – para falarmos aos seres do sexo masculino – homem – e ensinou-nos como, juntos, podíamos criar novos corpos quando quiséssemos. Por causa da consciência interna, voltada aos Mundos espirituais e, também, porque os Espíritos Lucíferos tinham entrado pela medula espinhal, enquanto renascíamos como seres do sexo feminino – mulher – nós vimos estes Espíritos associando-os como serpentes. A partir daí nós tomamos para nós mesmos o direito de praticar o ato gerador a nossa vontade, ignorantemente. Comemos o fruto da “Árvore do Conhecimento” e conhecemos o bem e o mal. E mediante o contínuo abuso dessa força sexual criadora, chegando à degeneração, a nossa consciência ficou tão focada no Mundo Físico que hoje uma boa parte de nós considera essa vida terrestre como a única e tememos a morte por desconhecer o que há do outro lado.
Se, por um lado deixamos de ser um autômato, convertendo-nos num ser que consegue expressar seu pensamento aqui, por outro tornamo-nos sujeito a tristeza, dor e morte, vivemos em peregrinação sem paz e sem tranquilidade.
Cristo veio ao mundo para salvar-nos do pecado, da tristeza e morte. “Rasgou o véu do templo” e abriu a Iniciação para todos que quiserem. Todos, agora, têm acesso aos mistérios ocultos e podem conhecer todo o Esquema de Evolução!
Assim, Ele chamou a si mesmo de a “verdadeira Luz“. Aos que vieram antes dele, chamou de “ladrões e bandidos”, porque roubaram de nós a paz, tranquilidade e visão espiritual!
Vejamos, agora, a revelação da simbologia presente nestes versículos: “Como o Pai me conhece, assim Eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho outras ovelhas que não são desse aprisco; importa que eu as trouxesse. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10:15-16).
Com estas palavras Cristo nos revela, em símbolos, a amplitude da sua obra: a Fraternidade Universal!
No seu lar celestial, que é o Mundo do Espírito de Vida, Cristo executa a primeira parte da sua obra. O Mundo do Espírito de Vida é o mundo que se difunde pelo espaço interplanetário e interpenetra todos os Astros (Planetas, satélites naturais e outros corpos siderais) do nosso Sistema Solar. É o primeiro Mundo, debaixo para cima, onde cessa toda a separatividade. É onde a Fraternidade é um cotidiano.
O veículo mais inferior que o Cristo possui, com o qual é mais acostumado a funcionar, é composto por materiais do unificante Mundo do Espírito de Vida (apesar de que, como um ser da Onda de Vida dos Arcanjos, Ele ter a capacidade de construir um Corpo de Desejos, mais denso do que um corpo construído de material do Mundo do Espírito de Vida).
Portanto, o trabalho específico do Cristo no Sistema Solar, é o de correlacionar todos os Astros e os seres vivos que neles habitam, numa Fraternidade Universal, unindo-os como irmãos, filho de Deus. Essas são as “outras ovelhas que não são desse redil <aprisco>”.
Outra parte do trabalho do Cristo ocorre quando Ele alcança o Mundo do Espírito Divino, o Trono do Pai. O Mundo do Espírito Divino é o Mundo que correlaciona todos os Astros de todos os Sistemas Solares do Universo. Nesse Mundo, o trabalho do Cristo é o de correlacionar todos esses Astros e seus seres vivos numa Fraternidade Universal.
A terceira parte do trabalho do Cristo é desenvolvida aqui na Terra. Cristo como o Regente do Planeta e o guia da humanidade específica seu trabalho em unir-nos numa Fraternidade tendo Cristo como Irmão Maior. Quando isso ocorrer, o amor se fará altruísta e a Fraternidade Universal se realizará completamente e cada um trabalhará para o bem de todos. Estaremos na Sexta Época, a Época da Nova Galileia.
Atualmente, do centro do Planeta Terra Ele envia o impulso para o arrependimento e a reforma íntima de cada um de nós, e graças a esse seu sacrifício anual estamos nos tornando mais puros e regenerados. Essas também são as “outras ovelhas que não são desse aprisco” e “haverá um só rebanho e um só pastor“.
Note que em “eu sou a porta; se alguém entrar por mim será salvo; entrará, sairá e encontrará pastagens” temos um motivo para buscarmos sempre à consolação e o amparo divino, desapegando-nos de toda consolação exterior, baseada no próprio ser humano ou nas coisas materiais, porque “o mercenário e o que não é pastor, de quem as ovelhas não são próprias, vê vir o lobo, deixa as ovelhas, foge e o lobo arrebata, porque é necessário e porque não se importa com as ovelhas“. Perceba a esperança e a segurança que o Cristo nos dá! Semelhante à outra passagem quando ele diz: “estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28:20), então, o que falta é estarmos com Ele!
Note que em “como o Pai me conhece, assim eu conheço o Pai e dou minha vida pelas minhas ovelhas” fica clara a perfeita harmonia entre o Filho (Deus Filho) e o Pai (Deus Pai).
E a esperança e a confiança que tanto procuramos, nós podemos encontrar quando Ele disse: “Eu e o Pai somos um.” (Jo 10:30). E, realmente, o Cristo dá a Sua vida pelas suas ovelhas senão vejamos o sacrifício anual que um ser com tal grau de onisciência, onipresença e onipotência se submete, ao ficar confinado às baixas e cristalizantes vibrações do nosso Planeta Terra, dando Sua vida, Seu amor e Sua luz para que nos possamos continuar existindo e progredindo.
Lembramos sempre que “Cristo mesmo preparou o caminho para quem o deseje” e Ele ajudará e abençoará a todo verdadeiro investigador que deseje trabalhar pela Fraternidade Universal, sempre, aqui, agora até a sua realização total!
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Resposta: Há uma conexão esotérica entre Saturno, o Sol e a Lua, que regem o sábado, o domingo e a segunda-feira, respectivamente. O Sol e Saturno são ministros da vida e da morte, e a Lua é, por assim dizer, a lançadeira com o qual a humanidade se vê constantemente impelida de um polo a outro enquanto a teia da experiência está sendo tecida. O nodo setentrional da Lua, que chamamos de Cabeça do Dragão, compartilha da natureza vivificante do Sol e conduz a humanidade ao período de atividade física. O nodo meridional leva-nos para o repouso da morte por meio das forças saturninas da Cauda do Dragão. Em outras palavras, tanto Saturno como a Lua são os portões de entrada e saída dos Mundos invisíveis ou Caos, a Lua em termos de capacidade astral e Saturno em sentido cósmico.
Quando desponta um grande Dia Criador de Manifestação, a época sempre começa com um Período de Saturno, então, as Ondas de Vida do Espírito, que passaram pela fase subjetiva da evolução durante a Noite Cósmica precedente, são postas em ativa manifestação, e isso ocorre durante a Revolução de Saturno de cada Período. Na pequena esfera terrestre da nossa vida atual, quando um Ego está pronto para o renascimento na vida terrestre, a Lua marca os momentos tanto da concepção quanto do nascimento, assumindo assim a função saturnina de introduzir Egos em evolução tirados da escura “Noite Cósmica” da morte para o universo solar de vida e luz. Há, contudo, alguns Egos que não evoluem; são os atrasados no Caminho da Evolução. Chega um momento em que são expulsos para a Lua e é-lhes negada a oportunidade e privilégio de renascer dentro da atual classe evolucionária. Em consequência, permanecem na Lua até que os veículos, cristalizados por eles por falta de ação, finalmente se dissolvem. Como não podem acompanhar a corrente evolutiva, só lhes resta um caminho livre, isto é, gravitar de volta através do portão de Saturno para dentro do Caos, ou Noite Cósmica, onde deverão aguardar outra oportunidade de manifestação numa corrente de vida posterior.
Jeová não é o Regente dos Judeus ao ponto de excluir todos os outros povos. Ele é o Legislador e o Senhor Cósmico da fecundação. Ele tem uma missão especial a cumprir em relação a todos os povos pioneiros de qualquer Época ou Período em que haja uma grande hoste de Espíritos que devam ser providos de veículos de um novo tipo. É Ele que multiplica abundantemente os povos pioneiros, fornece-lhes as leis apropriadas para a sua evolução e prepara-os para um novo período de desenvolvimento. Lembremo-nos sempre que a primeira parte de uma Época (desde a Época Hiperbórea até a Época Reino de Deus) é saturnina, e assim entenderemos que, embora os Semitas Originais fossem os ancestrais da Raça Ária e tivessem se multiplicado como as areias da praia, recebendo suas leis através de Jeová, eles também viviam no estágio saturnino da Época Ária, portanto, eram logicamente instruídos a guardar o dia de Saturno como dia de descanso.
A Bíblia diz que a lei era suprema até o advento do grande Espírito Solar. Cristo iniciou uma nova fase da evolução sob o princípio do amor e da regeneração. Isso encerrou o regime de Jeová e a ascendência de Saturno, não de uma forma abrupta, pois há sempre uma sobreposição que se procura entre um regime antigo e um novo. Mas, desde então, nós, o povo pioneiro Cristão, já entramos na segunda parte, ou seja, na parte Solar da Época Ária, e estamos substituindo agora o dia de Saturno pelo dia do Sol como dia de culto.
Referimo-nos a Lua e a Saturno como sendo os portões do Caos, e isso pode levar os Estudantes Rosacruzes a quererem saber o que acontece ao restante da humanidade. Sobre isso daremos uma explicação resumida dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental:
A humanidade comum que segue o Caminho da Evolução é guiada em direção ao Reino de Cristo, o Espírito Solar.
Os atrasados, que não conseguem manter o ritmo do curso evolutivo, retrocedem para o Reino de Jeová, o Espírito Lunar.
Os avançados da humanidade, os Iniciados que passaram as Iniciações Menores e Maiores e seguem diante do Libertador (o grande Ser encarregado da evolução na Terra), têm a opção de ficar aqui para ajudar seus irmãos nesse mundo, ou ir para um satélite natural de Júpiter e preparar as condições sob as quais a humanidade poderá evoluir no futuro Período de Júpiter.
As almas avançadas que malbarataram os seus poderes exercendo a magia negra retrocedem diretamente para Saturno e são forçadas a penetrar no Caos pela dissolução de seus veículos.
Saturno tem uma preponderância do quarto Éter, o Éter Refletor. Daí a sua pálida luminosidade, e os Egos que vão para lá deixam um registro de suas vidas e são em seguida lançados para fora em direção ao Caos através das luas de Saturno.
Júpiter tem uma preponderância do terceiro Éter, ou Éter Luminoso. Daí o seu brilho, e os Egos avançados que vão para Júpiter, vindos do lado externo, dirigem-se para o interior através das luas e começam, então, como já dito, um trabalho construtivo para o Período de Júpiter.
(Pergunta nº 77 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Os Planetas giram ao redor do Sol ano após ano, século após século, com precisão invariável, mas eles têm alguma variação. Dentro do curso prescrito, cada um pode variar um certo número de graus no espaço e o mesmo acontece na vida do ser humano. Os grandes eventos, o nascimento e a morte, são incidentes inevitáveis na vida aqui de cada um de nós, vida que nunca acaba e nunca começa. Como Sir Edwin Arnold diz.
Nunca o Espírito nasceu,
Nunca o Espírito deixará de existir.
Nunca houve tempo em que não existisse.
Fim e começo são sonhos.
Sem nascimento e sem morte
Permanece o Espírito para sempre.
A morte não o tocou em coisa alguma.
Embora a casa pareça morta…
Não! Ele apenas deita
Seu manto gasto
E tomando um novo diz:
Este eu vou usar hoje!
Então coloca o Espírito
Sua vestimenta de carne
E principia a herdar
Outra residência.
Embora certos eventos devam acontecer a todos os seres humanos, há alguma variação na vida, um livre-arbítrio que podemos exercer a fim de moldar nossas vidas como desejamos e trabalhar o destino para nós mesmos à nossa própria maneira. Isso é bem afirmado, como podemos ver nos versos abaixo:
Um navio navega para o leste e outro, para o oeste,
Com o mesmo vento que sopra.
É o sistema de velas e não o vento,
Isso é o que determina o caminho que segue o navio.
Como os ventos do mar são os caminhos do destino
Enquanto viajamos pela vida,
É o ato da alma que determina o objetivo
E não a calma ou o conflito.
Existe um propósito geral na vida e somos guiados por um caminho amplo e determinado que é denominado Caminho da Evolução pelas Hierarquias Criadoras, também chamadas de Hierarquias Zodiacais. Temos a liberdade de escolher nossos cursos individuais nessa estrada larga e não é por acaso, portanto, que alguns de nós conhecem, estudam, vivenciam, desenvolvem-se e promovem os Ensinamentos Rosacruzes como preconizados pela Fraternidade Rosacruz. O Sol, pelo seu movimento de Precessão dos Equinócios, agora está se aproximando da cúspide de Aquário e uma Nova Era começará em breve. Novas características nas pessoas estão para aflorar em seus novos Renascimentos.
É nossa missão guiar o trabalho do mundo ao longo de caminhos novos e mais elevados — para promover novos ideais, para que possamos entrar na próxima espiral da evolução. Afinal, a Fraternidade Rosacruz é o arauto da Era de Aquário.
Na antiga Época Atlante, quando a Época Ária ainda não tinha chegada, Deus, por meio de Seus profetas, falou ao povo em quem viu certas qualidades que poderiam ser aproveitadas: “Saia do meio deles e seja meu povo; Eu serei o seu Deus e lhe darei uma terra onde transborda leite e mel; a sua semente será tão numerosa como as areias da praia”[1].
Essa chamada soa hoje, mas dentro do peito de cada indivíduo. Muitas pessoas estão elaborando seus destinos como desejado pelas Hierarquias Criadoras, pela atração causada pela ilusão do ouro que concebem ser uma recompensa por seu trabalho. Há um número crescente de pessoas, no entanto, cujo discernimento interior tornou claro para elas que trabalhar por uma recompensa material, na forma de ouro é loucura. Essas pessoas agora ouvem o chamado em seus corações: “Saia do meio deles e seja meu povo; Eu serei o seu Deus”. Embora ainda possam continuar a cumprir seus deveres no mundo, doravante não será por causa do ouro material, que eles sabem ser verdadeiramente inútil, mas por Deus, independentemente de uma recompensa material que esteja além das necessidades com as quais manter o corpo e a alma juntos. Assim, eles servem na “vinha do Cristo” e acumulam, quer pensem nisso ou não, uma recompensa espiritual, um tesouro no Céu que é maior do que o ouro terreno.
É com esse propósito que nos reunimos em Mount Ecclesia, na Fraternidade Rosacruz. Não estamos aqui para viver uma vida de ociosidade, sonhando, mas para preparar e endireitar o caminho da Era de Aquário, que está despontando no mundo. Para fazer isso com eficiência devemos trabalhar como uma unidade, em paz e harmonia.
Você já viu o cadinho em que um profissional derrete o metal, como por exemplo, o chumbo? Vários pedaços de chumbo são colocados no cadinho, mas gradualmente perdem sua forma distinta e separada para se fundir em uníssono com os outros, até que todos se tornem um. Ainda assim, há em cada peça alguma escória que não derrete nem é incorporada ao metal; é jogada para cima pelo calor e o profissional a remove até que o metal esteja limpo — tão claro que ele possa ver seu próprio rosto ali. Da mesma forma, na Fraternidade Rosacruz somos muitas formas distintas e separadas, cada uma com suas próprias características e idiossincrasias. Fomos jogados no caldeirão. Todos devem “afundar” sua Personalidade na causa comum, se quisermos ter sucesso em nosso trabalho de divulgação dos Ensinamentos dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e na preparação do caminho para a Nova Era. Pode não ser fácil para nenhum de nós esquecer-se de si mesmo, mas pelo calor e fricção que são gerados nesse processo de amálgama as arestas agudas são arredondadas e derretidas para que nos ajustemos a nossos irmãos e a nossas irmãs.
Adaptabilidade é a grande palavra de ordem; sem isso não podemos amalgamar; contudo, devemos esperar ser descartados como a escória do caldeirão; enquanto os nossos corações não forem perfeitamente purificados para que a face de Deus seja vista neles, Ele não poderá fazer o melhor uso de nós em Sua obra.
Portanto, que nos esforcemos dia a dia para trabalhar seriamente e honestamente na “vinha do Cristo”, onde quer que estejamos colocados, lembrando o grande e glorioso destino que está diante de nós. Vamos considerar todas as tribulações atuais como indignas de serem mencionadas. Embora possamos ser mal compreendidos pelos amados que estão próximos a nós e até ser desprezados por quem pensa unicamente em acumular o ouro que se deve largar às portas da morte, voltemos os nossos rostos para a meta do nosso chamado e trabalhemos fielmente pelos tesouros espirituais, que perduram para sempre.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de April/1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: Gn 24:6
Há em perspectiva um grande fator para esse filho da Virgem Celestial. Ouçamos a belíssima profecia que temos no Livro de Isaías, na Bíblia, no Capítulo 9, versículo 6: “Pois entre nós nasceu uma Criança, foi-nos dado um filho, e o governo se assentará em seus ombros e seu nome será o de Maravilhoso, Conselheiro, o Deus Todo poderoso, o Pai Eterno, o Príncipe da Paz. O desenvolvimento de seu governo e da paz não terá fim”.
A humanidade se elevará a uma superior altura espiritual e tal estado é simbolizado pela marcha pelo movimento de Precessão dos Equinócios do Sol através do Signo de Leão, pictoricamente representado pelo rei dos animais: o leão. Essa é uma alusão muito digna ao Rei da Criação, que então incorporará eternamente as grandes virtudes do ser humano em dono de si: Fortaleza, Sabedoria e Beleza.
É maravilhoso seguir as diferentes fases da Religião fornecida à grande Raça dos Semitas Originais, desde o tempo em que ela foi chamada à ação, na terceira e última parte da Época Atlante e até o final da Era de Aquário, quando uma nova Raça haverá nascido, definitivamente. Esse aspecto do Zodíaco arroja nova luz sobre muitos aspectos obscuros da Bíblia. Realmente só o estudo dessa ciência cósmica pode nos esclarecer tais passagens.
Quando considerarmos o Zodíaco em seu aspecto religioso, bem como em sua evolução, por meio dos seis pares de Signos opostos, também começamos com Câncer e Capricórnio, porque são os pontos solsticiais em que o Sol alcança sua declinação máxima e mínima. Considerando desse modo vemos que há dois jogos de três pares de Signos, o primeiro começando com Câncer e Capricórnio, Gêmeos e Sagitário, Touro e Escorpião. Nestes três pares de Signos opostos podemos ler a história da evolução e Religião humana, na primeira, na segunda e última parte da Época Atlante.
Nos três outros pares de Signos: Áries e Libra, Peixes e Virgem, Aquário e Leão encontramos a chave do desenvolvimento do ser humano durante a Época Ária. Mas a Época Ária também pode ser subdividida em três fases, a saber: a Era de Áries (de Moisés a Cristo), que vai de Áries a Libra; a Era de Peixes (que toma os 2.000 anos de Catolicismo, representado por Peixes e Virgem, e os 2000 anos que estão diante de nós, compreendendo a chamada Era de Aquário, em que os Signos de Aquário e Leão serão eliminados pela elevação do Filho do Homem (Aquário) pelo Cristo Interno, o Leão de Judá (Leão), ao estado de super-homem.
Não se deve supor, todavia, que a Época Atlante durou somente enquanto o Sol, por Precessão dos Equinócios, percorreu Câncer, Gêmeos e Touro, aproximadamente 6.000 anos atrás. Longe disso, há espirais dentro de espirais e a recapitulação se produz também com as espécies e as Raças. Assim, podemos conhecer qual é o contorno geral, observando a passagem do Sol por meio destes Signos e, portanto, tomando sua importância e simbolismo em consideração. Também se pode dizer que, à medida que avançamos, as espirais se tornam menores e o tempo em que se desenvolve um determinado estágio vai se tornando mais curto, devido à eficácia alcançada em Épocas anteriores. Portanto, é muito provável que nosso estado atual seja a última volta; que a Era de Aquário é a escola preparatória para o dia final em que nos preparamos para a Sexta Época, que se iniciará quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, entrar no Signo de Capricórnio.
Do exposto, deduzimos que o segundo advento se dará antes dessa Época.
Uma pessoa com Leão no Ascendente trás no rosto certos rasgos felinos: o nariz, os olhos, o cabelo abundante, o porte majestoso, tórax amplo, ombros maciços. Tais pessoas gostam de ser notadas, algo agressivas, gostam mais de mandar que de obedecer, pródigos nos sentimentos, conhecimentos e recursos financeiros, amantes de verdade, fiéis, bons oradores, cheios de magnetismo, cheios de vitalidade e de força recuperadora.
O Sol em Leão, se tiver com Aspectos benéficos (algumas Conjunções, Sextis e Trígonos), infunde ao nativo uma natureza nobre, ambiciosa e aspirante, que detesta coisas sórdidas, ardentes no amor e espírito de sacrifício. Leais e sinceros, não medem sacrifícios para vencer os obstáculos, pois é um Signo Fixo e sua palavra-chave é:estabilidade, firmeza. Extremistas em tudo, entusiasmados, devem aprender o domínio de si mesmos, para que, principalmente suas expansões de amor, não lhe prejudiquem o coração. Mas, apesar de fixos, embora defendam com ardor suas ideias, se se lhes prova que estão errados, estão prontos a mudar de opinião e perdoam até o mais acirrado inimigo.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1964 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Resposta: A Clarividência voluntária é uma forma positiva de desenvolvimento espiritual por meio da qual a pessoa desenvolve seus veículos internos em uma maneira positiva de modo que ela se torna capaz de perceber as realidades dos Mundos invisíveis (invisíveis à visão física). A visão do Clarividente positivo é obtida mediante o desenvolvimento da sua Glândula Pineal e do seu Corpo Pituitário (duas Glândulas endócrinas), por meio da construção de uma “ponte” entre elas. É essa ponte vibratória que permite a expressão do poder da Clarividência. Na Clarividência voluntária ou positiva todos os átomos que formam todos os veículos da pessoa estão vibrando no sentido do ponteiro de um relógio analógico (com o relógio na sua frente, gira da esquerda para a direita).
No caso da mediunidade e dos Espíritos de Controle, a conexão com os Mundos invisíveis é feita por meio do Plexo Celíaco e do sistema nervoso involuntário. A mediunidade envolve a vibração daqueles átomos, citados acima, no sentido contrário ao ponteiro do relógio relógio analógico (com o relógio na sua frente, gira da direita para a esquerda) que é, atualmente, contrário aos processos de desenvolvimento da Natureza (dizemos atualmente, porque no passado longínquo, em uma Época que conhecemos como Época Lemúrica e no começo da subsequente, que foi a Época Atlante, esse processo estava adequado à Natureza humana. Na Época atual, Ária, e nas próximas, não). Quando alguém possui a Clarividência voluntária ou positiva, ele está completamente consciente do fato. A mediunidade e os Espíritos de Controle podem ser desenvolvidos até mais facilmente, no entanto, sempre os Espíritos de Controle estarão no comando, anunciando o fato que eles são entidades externas e que a informação que eles dão não são resultados das faculdades internas próprias da pessoa.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1978 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Novembro de 1915
Você já deve ter estudado no livro Conceito Rosacruz do Cosmos, que houve uma Raça no final da Época Lemúrica, sete Raças na Época Atlante, sete Raças na Época Ária e haverá uma na vindoura Época Nova Galileia, totalizando dezesseis Raças. Você também se lembra que essas dezesseis Raças são chamadas pelos Irmãos Maiores de “os dezesseis caminhos para a destruição”, porque o risco de se enredar nos corpos de qualquer Raça é tão alto, que o Espírito ficará incapaz de seguir os outros Espíritos ao longo do Caminho da Evolução. Durante os Períodos e as Épocas sempre há tempo suficiente para que os Líderes da humanidade possam reunir e ordenar da forma mais adequada e eficaz os que estão sob as suas responsabilidades. Contudo, os judeus são o exemplo do que pode acontecer a um povo que se tornou tão intensamente imbuído do espírito racial, que eles se recusam totalmente a abandonar tal espírito racial. Eles continuam como uma anomalia entre o restante da humanidade, um povo sem uma pátria, um rei ou outro qualquer dos fatores que impulsionam a evolução racial.
Essa foi a tendência entre as nações da Europa até a guerra atual[1]. Assim, o patriotismo e o ideal de Raça são fomentados, o que as conduz para longe de Deus. As inúmeras descobertas científicas foram precedidas por uma era de dúvida e de ceticismo, e as Raças pioneiras no mundo ocidental foram levadas muito próximas à beira da destruição. Por conseguinte, se tornou necessário que os Irmãos Maiores concebessem medidas para que a humanidade abandonasse o caminho do prazer e cultivasse o caminho da devoção, e isso só poderia ser feito removendo a catarata espiritual de um número suficientemente grande de pessoas para que, então, superar a dúvida e o ceticismo do restante da humanidade.
Quando nós habitávamos sob as águas na primitiva Época Atlante, éramos, como você sabe, incapazes de ver o Corpo Denso ou até mesmo senti-lo, porque a nossa consciência estava focada nos reinos espirituais. Víamo-nos uns aos outros, alma a alma. Estávamos inconscientes tanto do nascimento como da morte, e não sentíamos a separação daqueles que amávamos. Mas, quando nós, gradualmente, nos tornamos conscientes dos nossos Corpos Densos, e a nossa consciência foi focada no Mundo Físico desde ao nascimento até a morte aqui, e nos Mundos espirituais da morte até o nascimento lá, houve uma separação e o consequente pesar devido ao advento da morte. No entanto, em tempos passados, havia muitos seres humanos que eram capazes ver em ambos os mundos; eles formavam um número considerável entre toda a população humana. Os testemunhos desses seres humanos sobre a continuidade da vida foram um grande conforto para aqueles que ficavam desolados com a morte, pois eles acreditavam plenamente que aqueles que haviam morrido ainda estavam vivos e felizes, embora incapazes de se dar a conhecer. Mas, gradualmente, o mundo se tornou cada vez mais materialista; a fé na realidade da vida após a morte aqui se desvaneceu, e tornando-se mais intensa e profunda a angústia, a tristeza e até o arrependimento pela perda dos entes queridos, e ainda hoje muitos acreditam que a separação é definitiva. Para esses, a palavra “renascimento” é uma palavra vazia de sentido e, portanto, a angústia profunda e pungente é imensa.
Mas essa angústia profunda e pungente é o remédio da natureza para a catarata espiritual. Tão certo como o desejo de crescimento construiu o complicado canal alimentar desde o começo mais simples para que o anseio de crescimento pudesse ser satisfeito; tão certamente quanto o desejo de movimento desenvolveu as maravilhosas articulações, os tendões e ligamentos com os quais isso é realizado; com a mesma certeza, o intenso anseio de continuar os relacionamentos rompidos pela morte construirá o órgão para sua gratificação – o olho espiritual. Portanto, essa matança em massa de milhões de seres humanos ajudou e está ajudando mais a preencher o abismo entre os Mundos invisíveis e o Mundo visível do que mil anos de pregação poderiam fazer. Ao longo da história do mundo, foi registrado que os guerreiros (das batalhas e guerras) viram as chamadas manifestações sobrenaturais, e há muitos testemunhos de que estas visões também foram vistas na guerra atual. O choque da ferida, os sofrimentos nos hospitais, as lágrimas das viúvas, dos viúvos e dos órfãos, tudo isso está abrindo os olhos espirituais da Europa, e os tempos da dúvida e do ceticismo, aos poucos, desaparecerá. Em lugar de ficar envergonhado por ter fé em Deus, o mundo honrará o ser humano mais por sua devoção do que por suas proezas, e isso num futuro não muito distante. Elevemos uma prece para este dia chegar.
(Carta nº 60 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: Refere-se à Primeira Grande Guerra Mundial.
De tempos em tempos, Estudantes de ocultismo de diversas partes do mundo nos perguntam qual deveria ser a atitude deles perante a guerra[1] e qual o propósito dela sob o ponto de vista espiritual. Já indicamos a posição dos Ensinamentos Rosacruzes referentes ao objetivo da guerra em vários artigos nossos, qual seja: para as pessoas se voltarem para Deus pela consolação devido à profunda angústia, tristeza e arrependimento delas, e para romper o véu que existe entre os Mundos visível e invisíveis, ajudando um considerável número de pessoas a adquirir a visão espiritual e a capacidade de se comunicar com aqueles que já passaram para o além. Mas, embora as explicações fornecidas satisfaçam a maioria dos Estudantes de ocultismo em até certo ponto, outros há que não se convenceram ainda; eles procuram algo mais diretamente relacionado com as condições estabelecidas. (trecho da Carta aos Estudantes nº 92).
É isso que trataremos nesse livreto.
Há 2 meios de você acessar esse livreto:
1.Em formato PDF (para download): O Lado Oculto da Guerra – Uma Operação de Catarata Espiritual – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz – em PDF
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aqui:
4.Para ler no próprio site:
O LADO OCULTO DA GUERRA
– UMA OPERAÇÃO DE CATARATA ESPIRITUAL
Por
Max Heindel
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, War an Operation for Spiritual Cataract – 1st Part in Rays from the Rose Cross Magazine – a Magazine of Mystic Light – November 1915; 2nd Part in Rays from the Rose Cross Magazine – a Magazine of Mystic Light – December 1915; 3rd Part in Rays from the Rose Cross – a Magazine of Mystic Light – January 1916
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – A PARTE DA GUERRA TRAVADA NOS MUNDOS INVISÍVEIS. 8
CAPÍTULO II – EXEMPLOS DA ATUAÇÃO DOS ESPÍRITOS DE RAÇA, CONFUNDIDOS COM OUTROS SERES DIVINOS. 15
CAPÍTULO III – VISÃO ESPIRITUAL ABERTA TEMPORARIAMENTE.. 21
CAPÍTULO IV – SOLICITANDO UMA EXPLICAÇÃO AO IRMÃO MAIOR.. 24
CAPÍTULO V – “OS DEZESSEIS CAMINHOS PARA A DESTRUIÇÃO”. 30
Você já deve ter estudado, no livro Conceito Rosacruz do Cosmos, que houve uma Raça no final da Época Lemúrica, sete Raças na Época Atlante, sete Raças na Época Ária e haverá uma na vindoura Época Nova Galileia, totalizando dezesseis Raças. Você também se lembra que essas dezesseis Raças são chamadas pelos Irmãos Maiores de “os dezesseis caminhos para a destruição”, porque o risco de se enredar nos corpos de qualquer Raça é tão alto, que o Espírito ficará incapaz de seguir os outros Espíritos ao longo do Caminho da Evolução. Durante os Períodos e as Épocas sempre há tempo suficiente para que os Líderes da humanidade possam reunir e ordenar da forma mais adequada e eficaz os que estão sob as suas responsabilidades. Contudo, os judeus são o exemplo do que pode acontecer a um povo que se tornou tão intensamente imbuído do espírito racial, que eles se recusam totalmente a abandonar tal espírito racial. Eles continuam como uma anomalia entre o restante da humanidade, um povo sem uma pátria, um rei ou outro qualquer dos fatores que impulsionam a evolução racial.
Essa foi a tendência entre as nações da Europa até a guerra atual[1]. Assim, o patriotismo e o ideal de Raça são fomentados, o que as conduz para longe de Deus. As inúmeras descobertas científicas foram precedidas por uma era de dúvida e de ceticismo, e as Raças pioneiras no mundo ocidental foram levadas muito próximas à beira da destruição. Por conseguinte, se tornou necessário que os Irmãos Maiores concebessem medidas para que a humanidade abandonasse o caminho do prazer e cultivasse o caminho da devoção, e isso só poderia ser feito removendo a catarata espiritual de um número suficientemente grande de pessoas para que, então, superar a dúvida e o ceticismo do restante da humanidade.
Quando nós habitávamos sob as águas na primitiva Época Atlante, éramos, como você sabe, incapazes de ver o Corpo Denso ou até mesmo senti-lo, porque a nossa consciência estava focada nos reinos espirituais. Víamo-nos uns aos outros, alma a alma. Estávamos inconscientes tanto do nascimento como da morte, e não sentíamos a separação daqueles que amávamos. Mas, quando nós, gradualmente, nos tornamos conscientes dos nossos Corpos Densos, e a nossa consciência foi focada no Mundo Físico desde ao nascimento até a morte aqui, e nos Mundos espirituais da morte até o nascimento lá, houve uma separação e o consequente pesar devido ao advento da morte. No entanto, em tempos passados, havia muitos seres humanos que eram capazes ver em ambos os mundos; eles formavam um número considerável entre toda a população humana. Os testemunhos desses seres humanos sobre a continuidade da vida foram um grande conforto para aqueles que ficavam desolados com a morte, pois eles acreditavam plenamente que aqueles que haviam morrido ainda estavam vivos e felizes, embora incapazes de se dar a conhecer. Mas, gradualmente, o mundo se tornou cada vez mais materialista; a fé na realidade da vida após a morte aqui se desvaneceu, e tornando-se mais intensa e profunda a angústia, a tristeza e até o arrependimento pela perda dos entes queridos, e ainda hoje muitos acreditam que a separação é definitiva. Para esses, a palavra “renascimento” é uma palavra vazia de sentido e, portanto, a angústia profunda e pungente é imensa.
Mas essa angústia profunda e pungente é o remédio da natureza para a catarata espiritual. Tão certo como o desejo de crescimento construiu o complicado canal alimentar desde o começo mais simples para que o anseio de crescimento pudesse ser satisfeito; tão certamente quanto o desejo de movimento desenvolveu as maravilhosas articulações, os tendões e ligamentos com os quais isso é realizado; com a mesma certeza, o intenso anseio de continuar os relacionamentos rompidos pela morte construirá o órgão para sua gratificação – o olho espiritual. Portanto, essa matança em massa de milhões de seres humanos ajudou e está ajudando mais a preencher o abismo entre os Mundos invisível e o Mundo visível do que mil anos de pregação poderiam fazer. Ao longo da história do mundo, foi registrado que os guerreiros (das batalhas e guerras) viram as chamadas manifestações sobrenaturais, e há muitos testemunhos de que estas visões também foram vistas na guerra atual. O choque da ferida, os sofrimentos nos hospitais, as lágrimas das viúvas, dos viúvos e dos órfãos, tudo isso está abrindo os olhos espirituais da Europa, e os tempos da dúvida e do ceticismo, aos poucos, desaparecerá. Em lugar de ficar envergonhado por ter fé em Deus, o mundo honrará o ser humano mais por sua devoção do que por suas proezas, e isso num futuro não muito distante. Elevemos uma prece para este dia chegar.
Max Heindel
De fato, seria novidade para a grande maioria das pessoas, se lhes disséssemos que a grande guerra[2] que está sendo travada tão arduamente na Europa, envolvendo uma grande destruição de corpos humanos e de construções muitas centenárias, testemunhas da civilização, esteja sendo travada com mais ferocidade nos Mundos invisíveis e que os participantes do lado oculto da vida têm ainda mais em jogo do que as coisas que são consideradas valiosas neste mundo, como aquisição territorial, indenização financeira, etc. Tal é, no entanto, o caso. A guerra começou nos Mundos invisíveis antes de se cristalizar em ação física. E lá deve cessar, antes de uma paz permanente ser negociada. Quem vê e conhece também sabe que essa grande influência espiritual que causou a guerra foi instigada pelos Espíritos de Raça dos vários países, que se ampliaram com o intenso patriotismo demonstrado por toda parte entre os povos da Europa.
Cada Espírito de Raça luta através do seu povo e por seu povo, como mostramos na palestra nº 13 do Livro Cristianismo Rosacruz, cuja tema “Anjos como fatores de evolução” [3] e embora muitas pessoas possam zombar e caçoar, os fatos permanecem.
Cada Espírito de Raça luta através do seu povo e por seu povoe embora muitas pessoas possam escarnecer, os fatos permanecem.
Instâncias e evidências dessa liderança invisível na guerra atual[4] podemos ver na Retirada dos Aliados de Mons[5]. Afirmou-se, com confiança, que vários oficiais haviam presenciado então um curioso fenômeno na forma de uma estranha nuvem que se interpôs entre os alemães e os britânicos. Essa afirmação foi confirmada por um correspondente do jornal “Light” de 8 de maio, afirmando que “na ação de retaguarda, houve um momento especialmente crítico, quando a cavalaria alemã avançava rapidamente e superava em muito as nossas forças; de repente, vimos uma espécie de nuvem luminosa ou neblina, que se interpôs entre os alemães e nossos homens. Nessa nuvem parecia haver objetos brilhantes se movendo. No momento em que apareceu, o ataque alemão pareceu receber um xeque. Os cavalos podiam ser vistos empinando e deixaram de avançar”. Essa intervenção angelical, na opinião do narrador, salvou toda a força da aniquilação.
A história anterior parece ser a mesma narrada pelo Dr. R. F. Horton[6] em um sermão recente na Igreja de Brighton, em Manchester. Ele descreve a ocorrência relatada a ele por tantas testemunhas que, se algo pode ser estabelecido por evidência corroborativa, deve ser verdade. “Uma seção da linha de batalha”, disse o Dr. Horton, “estava em perigo iminente e parecia que seria derrubada e eliminada. Alguns dos homens presentes viram uma companhia de Anjos interposta entre eles e a cavalaria alemã, quando os cavalos dos alemães bateram os pés. Evidentemente os animais viram o que os nossos homens viram. Os soldados alemães tentaram trazer os cavalos de volta para a linha, mas eles fugiram e isso foi a salvação dos nossos homens”. Outro relato, derivado de outras testemunhas da ocorrência, é citado em uma carta conforme a seguir.
“No domingo passado encontrei a senhorita Marrable, filha do conhecido cônego Marrable, e ela me disse que conhecia os oficiais que tinham visto os Anjos que salvaram nossa ala esquerda dos alemães, quando eles os atacaram durante a Grande Retirada de Mons.”.
“Eles esperavam aniquilação, pois estavam quase indefesos quando, para seu espanto, os alemães ficaram atordoados e nem sequer tocaram em suas armas ou se mexeram, até que nos viramos e escapamos por alguma encruzilhada.”
“Um dos amigos da senhorita Marrable, que não era um homem religioso, disse a ela que viu uma tropa de Anjos entre nós e o inimigo e tem sido um homem transformado desde então. Ela conheceu o outro homem em Londres, na semana passada, e perguntou a ele se ele ouviu falar sobre a maravilhosa história dos Anjos. Ele disse que os viu pessoalmente. Enquanto ele e sua companhia estavam recuando, eles ouviram a cavalaria alemã correndo atrás deles. Eles correram para um lugar onde pensaram que um abrigo pudesse ser feito com alguma esperança de segurança, mas antes que pudessem alcançá-lo a cavalaria alemã estava sobre eles; então se viraram e enfrentaram o inimigo, esperando a morte instantânea; então, para sua surpresa, viram entre eles e o inimigo uma tropa inteira de Anjos. Os cavalos dos alemães se viraram apavorados e dispararam. Os homens puxavam suas rédeas, enquanto os pobres cavalos se afastavam na direção oposta aos nossos homens. Ele jurou que viu os Anjos, a quem os cavalos alemães viram claramente, talvez até mesmo os soldados alemães, e isso deu aos nossos homens tempo para chegar ao pequeno forte, ou qualquer que fosse o abrigo, e se salvarem”.
Uma contribuição adicional para esses registros da Retirada de Mons foi fornecida pelo Sr. Lancaster, um clérigo de Weymouth, em seu sermão de 30 de maio. O reitor leu no púlpito uma carta de um soldado da linha de frente que se encontrava em Retirada de Mons e dizia, na carta, que o seu regimento estava sendo perseguido por muitos homens da cavalaria alemã, da qual se refugiaram em uma grande pedreira onde os alemães os encontraram e estavam a ponto de matá-los. Naquele momento, afirmou o autor da carta, toda a borda superior da pedreira estava forrada de Anjos, que foram vistos por todos os soldados e pelos alemães. Os alemães pararam de repente, deram meia-volta e galoparam em alta velocidade. O narrador acrescenta que isso é atestado não apenas pelos Tommies[7], mas também pelos oficiais do regimento.
Vemos aqui certas variantes do que aparentemente seja a mesma história; mas, no primeiro caso a aparição surge apenas como uma nuvem estranha; no segundo, como uma nuvem com objetos brilhantes movendo-se dentro dela; e no terceiro, quarto e quinto aparece definitivamente como uma companhia de Anjos. Não parece improvável que a mesma aparição tenha se mostrado com essas variações devido ao acordo entre ela, o temperamento psíquico e o desenvolvimento do observador.
É um fato oculto e óbvio para quem é dotado de visão espiritual que um Espírito de Raça governa seu povo na forma de uma nuvem. Nele, ou dentro dele, eles realmente vivem, movem-se e têm o seu ser. Seus pensamentos e ideias os permeiam com o que é chamado de “espírito nacional” e é bastante concebível que sob a tensão e o estresse da batalha, um ou outro dos Espírito de Raça, vendo seu povo em terrível aflição, ofereça ajuda e se interponha entre eles e seus inimigos.
Se voltarmos à Bíblia, encontraremos uma ocorrência semelhante na época em que os israelitas foram tirados do Egito. Eles foram então perseguidos pelo exército do Faraó, e El Shaddai (em hebraico, Deus Todo-poderoso), o Senhor dos Exércitos, que os guiou na forma de uma coluna de nuvem, interpôs-Se entre os israelitas e os egípcios até que as águas do mar se dividiram e eles estivessem prontos para atravessar. Então o pilar de nuvem foi até eles de novo e os guiou pela água. Seus inimigos, que os seguiram, foram engolidos pelo mar.
Em circunstâncias normais, as pessoas podem não ser capazes de perceber essas vibrações mais elevadas e sentir os seres que estão sempre ao nosso redor, invisíveis, mas, ainda assim, muito mais vivos do que nós, potentes também como fatores para o bem ou para o mal. Mas quando chega um momento de grande estresse, quando um grupo de homens se encontra em um canto muito apertado, por assim dizer, cara-a-cara com a morte, quando a tensão nervosa é elevada a um nível suficientemente alto, eles começam a sentir o mundo suprafísico e os seres que estão com eles. Essa tem sido a regra em todas as épocas. Sir Walter Scott[8], em um dos seus livros, conta certos casos de natureza semelhante; mas, embora a manifestação sobrenatural, em cada caso citado, tenha sido testemunhada por muitas pessoas, Sir Walter Scott procura desacreditar seu testemunho e menosprezar a ocorrência como superstição, um método que tem sido seguido por vários jornais ingleses em relação à ocorrência na Retirada de Mons.
Ele diz que “mesmo no campo da morte e em meio ao próprio cabo de combate mortal, uma forte crença operou a mesma maravilha que até agora mencionamos como ocorrendo na solidão e em meio à escuridão, e aqueles que estavam, eles próprios, à beira do mundo dos espíritos ou ocupados em enviar outros para as regiões sombrias imaginavam ter visto a aparição dos seres a quem sua mitologia nacional associava a tais cenas. Nesses momentos de batalha indecisa, em meio à violência, pressa e confusão de ideias inerentes à situação, os antigos gregos supunham ver suas divindades Castor e Pólux lutando na vanguarda para seu encorajamento; o escandinavo viu as Valquírias, as Escolhedoras dos Mortos; e os católicos não foram menos facilmente levados a reconhecer na guerra São Jorge ou São Tiago bem na frente da luta, mostrando-lhes o caminho da conquista. Tais aparições sendo geralmente visíveis para uma multidão, em todos os tempos foram apoiadas pela maior força do testemunho”.
O primeiro exemplo citado por Sir Walter Scott é do livro História Verdadeira da Conquista da Nova Espanha de Don Bemal Diaz del Castillo[9], um dos companheiros do célebre Cortez em sua conquista mexicana. Depois de obter uma grande vitória contra todas as probabilidades, ele menciona o relato inserido na contemporânea crônica de Gomara, de que São Tiago apareceu em um cavalo branco na vanguarda do combate e levou seus amados espanhóis à vitória.
É muito curioso observar a convicção interna do cavaleiro castelhano de que o boato surgiu de um engano, cuja causa ele explica por sua própria observação, enquanto ao mesmo tempo não se atreve a negar o milagre. O honesto conquistador reconhece que ele mesmo não viu essa aparição angélica; ou melhor, ele viu um cavaleiro chamado Francisco de Moria montado em um cavalo castanho e lutando arduamente no mesmo lugar onde São Tiago supostamente teria aparecido. No entanto, em vez de concluir que toda a sua companhia estivesse alucinada, o devoto Conquistador exclama: “Pecador que sou, quem sou eu para ter visto o abençoado Apóstolo!”.
Segue-se o outro exemplo do que Sir Walter Scott chama de “o caráter infeccioso da superstição”.
“No ano de 1686, nos meses de junho e julho, diz o honesto cronista, muitos ainda vivos podem testemunhar isso sobre o Crossford Boat, aproximadamente dois quilômetros abaixo de Lanark, especialmente no Mains, na água de Clyde, muitas pessoas se reuniram por várias tardes, onde houve chuvas de gorros, chapéus, revólveres e espadas que cobriram as árvores e o chão; companhias de homens armados marchando em ordem à beira-mar; grupos conhecendo grupos e passando por outros; depois todos caindo no chão e desaparecendo; outras companhias imediatamente apareciam marchando da mesma maneira… Fui lá três tardes e, como observei, dois terços das pessoas viram e um terço não viu; embora eu não pudesse ver qualquer coisa, havia tanto medo e tremor naqueles que viam, que era perceptível a todos os que não viam.
“Havia um cavalheiro de pé ao meu lado que falava como muitos outros e disse: ‘Um bando de malditos bruxos e bruxas que têm a segunda visão! O diabo não vejo’; e imediatamente houve uma mudança perceptível em seu semblante. Com tanto medo e tremor como qualquer mulher que vi ali, ele gritou: ‘Todos vocês que não veem, não digam coisa alguma; pois eu os convenço de que é fato e discernível para todos os que não são cegos’; então aqueles que viram disseram que aparência as armas tinham, qual era seu comprimento e largura; também falaram que cabo as espadas tinham, se eram pequenos, de três barras ou do tipo Highland Guard, e os nós dos gorros, se pretos ou azuis. Aqueles viram, sempre que estavam no exterior, observaram um gorro e uma espada cair no caminho.
No segundo livro de Samuel, no capítulo 22, nos versículos de 7 a 18, lemos.
“Na minha angústia invoquei a Iahweh, ao meu Deus lancei meu grito, ele escutou do seu Templo a minha voz e o meu clamor chegou aos seus ouvidos. “E a terra tremeu e vacilou, os fundamentos do céu se abalaram (pela sua ira eles oscilaram); fumo se elevou de suas narinas e da sua boca um fogo devorador (carvões inflamados saíam dele). Ele inclinou os céus e desceu, uma névoa escura debaixo dos seus pés; cavalgou um querubim e alçou voo, planou sobre as asas do vento. Fez das trevas a sua companhia e sua tenda, treva d’água, nuvem sobre nuvem; um fulgor adiante dele inflamou granizo e brasas de fogo. Iahweh trovejou desde os céus, o Altíssimo fez ouvir a sua voz; disparou setas e as espalhou, fez cintilar os relâmpagos e os dissipou. O leito dos mares apareceu, os fundamentos do mundo se descobriram, pela repreensão de Iahweh e ao sopro do vento de suas narinas. Enviou das alturas e me tomou, e me tirou das águas profundas; livrou-me do feroz inimigo, de adversários mais fortes do que eu.”.
No trecho acima, Davi dá uma descrição do Senhor dos Exércitos saindo para guerra para ajudar seus seguidores. E no décimo capítulo de Daniel (6-7) é dito como esses Arcanjos realmente ajudam uma nação contra outra a fim de trazer vitória ou derrota onde quer que seja necessário punição ou recompensa.
Daniel nos diz que “seu corpo tinha a aparência do Crisólito e seu rosto o aspecto do relâmpago seus olhos como lâmpadas de fogo, seus braços e suas pernas como o fulgor do bronze polido, e o som de suas palavras como o clamor de uma multidão. Somente eu, Daniel, vi esta aparição. Os homens que estavam comigo não viam a visão e, no entanto, um grande tremor se abateu sobre eles, a ponto de fugirem para se esconderem.” (Esse é outro caso em que um viu, enquanto outros sentiram a presença).
O Arcanjo disse a Daniel (10-13): “O Príncipe do reino da Pérsia me resistiu durante vinte e um dias, mas Miguel, um dos primeiros Príncipes, veio em meu auxílio. Eu o deixei afrontando os reis da Pérsia”.
“Então ele disse: “Sabes por que vim ter contigo? Mas vou anunciar-te o que está escrito no Livro da Verdade. Tenho de voltar para combater o Príncipe da Pérsia: quando eu tiver partido, deverá vir o Príncipe de Javã. Ninguém me presta auxílio para estas coisas senão Miguel, vosso Príncipe, meu apoio para me prestar auxílio e me sustentar.” (Dn 10:20a-21b e 11:1).
Do exposto fica claro que em todas as épocas, quando as pessoas estavam em grande estresse, sua visão espiritual foi aberta de forma temporária.
Vamos ver, agora, como a guerra é realmente uma operação para remover a catarata espiritual, um meio de abrir permanentemente a visão espiritual da humanidade.
Por muitos meses um assunto tem sido o principal nas Mentes de milhões de pessoas no mundo ocidental: a saber, a guerra. Foi lamentada por todos; todos os combatentes tentaram se desculpar por participar e buscaram colocar a responsabilidade sobre os ombros dos seus adversários. Assim, pela primeira vez na história do mundo, os senhores da guerra admitem que a guerra seja um erro. Toneladas de tinta e papel têm sido usadas pelas potências em conflito para culpar seus inimigos e poderem se desculpar, aliviando uma consciência dolorida. Mas nem desculpas nem tentativas de incriminação podem aliviar os corações doloridos de milhões de pessoas que clamam por uma solução para o problema e, às vezes, perguntam se Deus ainda Se importa com o Seu mundo ou se Ele está permitindo passivamente esse terrível massacre.
Para chegar a uma compreensão correta do assunto é necessário perceber que cada ser humano é cercado por uma aura sutil que é invisível para a maioria das pessoas, mas prontamente percebida por aquele que cultivou sua percepção espiritual. Essa aura é colorida de acordo com as vibrações que cada indivíduo estabelece em seu interior, por seus gostos e desgostos; é um índice de cor preciso do seu caráter. À medida que seus hábitos mudam, essa nuvem de cores assume diferentes tonalidades. Através dessa aura ele vê o mundo como através de um vidro e colore todos com quem entra em contato, de modo que imagina que eles tenham as mesmas virtudes e vícios que ele próprio possui e, com base no princípio de que quando um diapasão é tocado, ele evoca sons em outros de igual afinação, ele realmente evoca naqueles que encontra os traços que estão em si mesmo, um fato dentro da experiência de todos. Quem nunca foi despertado para a raiva, quando na presença de alguém que perdeu a paciência; quem ainda não sentiu irritabilidade, ao discutir qualquer assunto com um homem irritável? Da mesma forma, as nações se veem através da nuvem invisível do nacional Espírito de Raça e imaginam umas às outras como muito diferentes do que realmente são.
É significativo que homens e mulheres ingleses que viviam na Alemanha antes do início da guerra estivessem firmemente convencidos de que aquele país estivesse certo, antes de serem obrigados a voltar para casa; e que os alemães que residiam na Inglaterra fossem igualmente fanáticos em seu apoio a esse país, denunciando a Alemanha como agressora. No entanto, seu retorno à sua terra nativa, onde respiraram o espírito de Raça nacional, logo mudou sua atitude e todos começaram a ver “o outro lado” e apresentar sua fidelidade ao seu próprio Espírito de Raça.
Assim sendo, a guerra não é o resultado de ódio individual, pois não ouvimos que os soldados nas trincheiras confraternizavam sempre que surgisse uma oportunidade? Mas é o trabalho dos Espíritos de Raça que guiam as nações em seu caminho de progresso; ou melhor, deveríamos dizer, é permitido por eles, pois são os Irmãos da Sombra, as forças negras que fomentaram o lado maligno da vida nacional; orgulho, arrogância e busca de prazer para afastar a humanidade do lado mais sério da vida. Portanto, os espíritos raciais das nações, que estão sempre trabalhando para o bem, permitiram esta guerra não exatamente como um castigo, mas um meio de trazê-las de volta ao verdadeiro propósito da existência.
Isso já é conhecido há muito tempo pelo escritor, mas ele sabia e sentia no íntimo do seu coração que deveria haver outro propósito maior e que o bem a ser alcançado deveria ser proporcional ao sofrimento envolvido em sua obtenção; portanto, deve ser um grande e maravilhoso bem, uma bênção para a humanidade de inestimável importância. Mas o quê? Recordemos as palavras de Cristo: “Não vim trazer a paz, mas a espada”. Sempre consideramos a paz como um ideal, no entanto, e não conseguimos conciliar essa sentença com o Sermão da Montanha. Será que há uma virtude oculta na guerra que não percebemos até agora, uma virtude que possa justificá-la como um meio para um fim? Esse era um problema desconcertante.
Longos meses este escritor sofreu em silêncio por causa da terrível carnificina que vem acontecendo na Europa. Não é fácil trabalhar todas as noites entre as cenas angustiantes do campo de batalha, trazendo socorro aos feridos e trabalhando com os mortos de muitas nações, nos mundos invisíveis, em um esforço para aliviar sua angústia e acalmar seu ressentimento e, ao mesmo tempo, manter-se suficientemente preparado para continuar o trabalho na sede durante o dia. Durante esse tempo, estudantes de vários países pediram que tomássemos uma posição a favor do lado que eles defendiam e escrevêssemos nossas ideias sobre a guerra. Naturalmente, não tomaríamos posição contra qualquer um de nossos irmãos. A Fraternidade inclui o mundo inteiro e o amor universal nunca foi mais necessário do que agora. Nós nos esforçamos por lhe dar a expressão mais completa possível. E quanto à “escrita”: enquanto sentíamos e sabíamos que o resultado dessa grande calamidade deveria ser bom, não tínhamos luz e nunca foi nosso costume lidar com chavões ou encher nossas páginas com palavras, apenas palavras; então trabalhamos e oramos por luz, mês após mês, até que finalmente o suspense se tornou insuportável.
Ultimamente, a agonia daquela vasta massa de humanidade entre a qual trabalhamos há tantos meses parecia concentrar-se em nossa presença como um grande “Por quê?” escrito em letras de sangue e chamas durante nossas horas de vigília e, embora sozinho e tudo estivesse exteriormente quieto, o som daquele enorme “Por quê?” parecia preencher o Céu e a Terra em seu apelo intensamente apaixonado por uma resposta.
Por fim, não aguentei mais e quando o Irmão Maior que é o meu mentor apareceu em resposta ao meu grito de angústia, fiz a pergunta. A regra da Grande Ordem é que os Irmãos Leigos devem usar todos os esforços para resolver seus próprios problemas e apenas pedir ajuda como último recurso; contudo, até então tímido por causa disso, a agonia de um milhão de seres humanos parecia subir pela minha garganta quando eu o vi tão calmo e sereno: “Sei que o seu coração não é calejado, Irmão, que bate com tanta compaixão pelos milhões que até mesmo essa agonia de simpatia que agora dilacera o meu peito é nada em comparação; como então você pode ficar tão calmo enquanto milhões de pessoas sofrem inacreditavelmente! Qual é o propósito desse conflito cruel?”.
Nunca a música soou tão docemente ao meu ouvido; nunca experimentei uma sensação de alívio tão grande, uma modificação tão completa de sentimentos. Eu parecia saltar do pântano do desespero para o pináculo do louvor e da ação de graças, quando a resposta veio naquela voz sempre vibrante de bondade e compaixão, mas nessa ocasião essas qualidades foram tão intensificadas que as palavras não conseguem descrever.
Pare com sua tristeza, meu Irmão, e tenha bom ânimo; se você tivesse um amigo que tivesse perdido a visão por causa de uma catarata e ele fosse forçado a se submeter a uma operação, você provavelmente sentiria pena da dor atual, mas você se alegraria com a restauração iminente de sua visão e, talvez, na alegria da antecipação, você quase esquecesse a dor presente.
Da mesma forma, no caso desta guerra, o mundo, que se tornou espiritualmente cego, não admitirá pelo intelecto coisa alguma que não possa provar como demonstra um problema matemático. A dúvida e o ceticismo cresceram como enormes ervas daninhas entre os líderes do pensamento e os levou à louca busca do prazer; agora, a indulgência dos sentidos e a indiferença em relação a qualquer coisa que contribua para o crescimento da alma são características comuns entre as massas. Nem a pregação nem a oração podem despertar o mundo. Portanto, os Líderes Invisíveis da Evolução permitiram aos Irmãos da Sombra tentar os governantes das nações e, assim, os cães da guerra foram soltos junto do que parecem ser resultados absolutamente calamitosos.
Mas alegre-se, esta é na realidade uma operação de catarata espiritual em grande escala. É a sentença de morte da era do agnosticismo e do ceticismo em relação às verdades espirituais, pois abrirá a visão espiritual de tantos que seu testemunho terá sentido para aqueles que permanecem cegos; assim, o mundo ocidental se voltará para Deus com um novo zelo que não poderia ser despertado por mil anos de pregação.
Como lhes ensinamos no início e como está registrado no Conceito Rosacruz do Cosmos, a humanidade ainda está na parte mais perigosa do caminho do progresso, que chamamos de “os 16 Caminhos para a destruição”, e nunca em todas as anteriores corridas chegou tão perigosamente perto da beirada. Mas regozijai-vos e novamente digo: regozijai-vos! Pois o perigo já passou, a guerra salvou o mundo de um destino infinitamente pior e logo ressoará com louvor a Deus pela bênção forjada pela maldição da guerra.
Como os nossos leitores que não estão familiarizados com os Ensinamentos Rosacruzes podem não entender a referência aos 16 Caminhos e sua relação com esse problema e, também, como pode não ser intuitivo a todos o que se entende por “operação de catarata espiritual”, ou como a guerra pode abrir a visão espiritual, continuaremos este artigo no próximo mês com o propósito de elucidar esses pontos. Enquanto isso, os seguintes artigos do Literary Digest mostrarão que a previsão feita já começa a ser verificada.
No parágrafo final do nosso artigo sobre esse assunto afirmamos que o ser humano está agora passando pelo período mais perigoso do seu desenvolvimento: “as Dezesseis Raças”. E que a guerra salvou a humanidade de um destino infinitamente pior do que o atual massacre em massa. Os fatos são os seguintes: durante o desenvolvimento da humanidade em nosso atual Período Terrestre, a Terra mudou para proporcionar ao ser humano o ambiente adequado à sua constituição versátil e aos requisitos evolutivos. As grandes divisões de tempo ocupadas por essas mudanças são chamadas de Épocas. As Época Polar, Época Hiperbórea, Época Lemúrica e Época Atlante já passaram; agora estamos na Época Ária. Quando ela acabar, outra Época, a Época Nova Galileia, será inaugurada.
Durante as duas primeiras Épocas, o ser humano era tão inocente da sua Individualidade quanto as crianças atualmente; mas, no final da Época Lemúrica alguns eram diferentes da maioria e formavam o que poderia ser chamado de Raça. Havia sete Raças na Época Atlante; cinco nasceram desde então e mais duas devem aparecer na Época Ária; uma delas nascerá no início da Época Nova Galileia. Com a última das dezesseis Raças, a humanidade estará novamente unida em Amor e Fraternidade, mas enquanto os líderes da evolução tiveram muito tempo para guiar a humanidade nas primeiras Épocas, em que longos períodos de tempo foram consumidos na evolução de uma certa faculdade, nos períodos de tempo em que há Raças, por essas serem comparativamente evanescentes, há um grande perigo de que algumas pessoas possam ficar tão enredadas no ideal de Raça que não consigam prosseguir para o próximo estágio superior; portanto, as Dezesseis Raças são chamadas de “os dezesseis caminhos para a destruição”.
As mudanças mais profundas na formação geológica da Terra e na constituição fisiológica do ser humano ocorreram no último terço da Atlântida (na Época Atlante), quando a Época Ária estava prestes a ser inaugurada, porque essas Épocas sempre se sobrepõem, de modo que uma começa antes que a anterior esteja inteiramente terminada. As mudanças foram as seguintes.
Essas mudanças geológicas e fisiológicas tiveram, como dissemos, consequências de longo alcance e são diretamente responsáveis pela opressão individual e pela guerra, como veremos.
Durante as Épocas anteriores, quando o Espírito moldava o veículo que estava destinado a habitar, o ser humano, em formação, quase não tinha consciência física e mesmo nos primeiros dois terços da Atlântida, quando o Espírito entrou em sua morada, a consciência se concentrava principalmente nos Mundos espirituais e a neblina escura impossibilitava que os atlantes percebessem claramente o Corpo Denso uns dos outros; mas eles viam a alma e “caminhavam com Deus”, o Divino Hierarca que os guiava como Pai, pois Ele era visível para eles como uma entidade espiritual. Portanto, tudo era paz.
Então veio o dilúvio e limpou a atmosfera com os seguintes resultados: aqueles que evoluíram a visão física, viram seus semelhantes com clareza e aprenderam a diferenciar entre “Eu” e “Você”, “Meu” e “Teu”, lançando as bases para o egoísmo e a luta. Assim, a humanidade, como um todo, não podia mais ser guiada por um líder, mas foi subdividida e guiada por vários Espíritos de Raça que, como “poderes do ar”, assumiram o controle da laringe e dos pulmões do povo. A cada respiração as pessoas inalavam esse Espírito de Raça, até que ele penetrou todo o seu ser e suas cordas vocais vibraram em seu tom peculiar, tornando a fala de um grupo diferente da de outras Raças; assim, ele envolveu todo o seu povo como uma nuvem, colorindo ambos, o povo e as paisagens, da sua terra natal, com suas próprias vibrações de cores específicas; isso foi sentido por todos os seus dependentes como um vínculo sagrado que os une uns aos outros e à terra que habitam. Tão forte é o domínio sobre o pulmão, a laringe e a terra mantido pelo Espírito de Raça, que seu povo lutará até o último suspiro pela língua materna e pela pátria.
Esse sentimento de companheirismo incutido pelo Espírito de Raça em seus dependentes é chamado de patriotismo. Era o objetivo dos Espíritos de Raça, fomentando o amor pela família, educar a humanidade a amar sua nação ou seus compatriotas. Através do patriotismo eles esperavam gerar o altruísmo, que transcende todas as fronteiras imaginárias no mapa, em um esforço para abraçar a todos no amor universal.
No entanto, em vez de realizar esse nobre propósito, o patriotismo, o amor à família e à pátria fomentaram, em muitos, o ódio a todas as outras nações junto ao desejo de persegui-las e submetê-las ao seu próprio engrandecimento. Na medida em que qualquer Raça, nação ou povo fez isso, provou ser contrária ao bem universal, pois deve ser lembrado que as Raças são apenas um aspecto da Personalidade, somente os corpos são carimbados com características raciais, mas os Espíritos não estão sob tais restrições ilusórias, quando desencarnados.
Assim, há grande perigo de que, por excesso de patriotismo, os Espíritos se tornem tão enredados nos grilhões da família e do país que não deixem a Raça quando o impulso evolutivo seguir adiante, esforçando-se para perpetuar a Raça indefinidamente, procurando renascer repetidamente nela, como os judeus fizeram e, assim, ir para a ruína através de um daqueles dezesseis caminhos de destruição, como os Irmãos Maiores chamam as dezesseis Raças. Por isso Cristo disse: “Não vim trazer a paz, mas a espada”. Portanto, as nações Cristãs têm sido as mais militantes sobre a Terra, talvez com exceção dos maometanos, que são seus parentes, e há amplo testemunho em quase toda guerra para mostrar que um número de pessoas teve sua visão espiritual aberta, pelo menos temporariamente, de modo que a guerra sempre foi um meio de remover a catarata espiritual que nos cega para a unidade de toda a vida.
Nas três Épocas anteriores, o ser humano não sabia que possuía um Corpo Denso, embora o usasse como usamos nossos pulmões, independentemente do fato de nunca os termos vistos; ele estava inconsciente do nascimento e da morte, também, embora tenha passado por ambos repetidamente, pois sua consciência estava focada nos Mundos espirituais e permaneceu ininterrupta pelas vicissitudes do Corpo. Porém, no alvorecer da Época Ária, quando a atmosfera clareou, ele se percebeu fisicamente e aprendeu que a consciência que anima o Corpo Denso o deixa frio e morto, após um período mais longo ou mais curto. O véu da carne escondia os Mundos espirituais, onde moram os chamados mortos, da visão física dele, como uma catarata espiritual que se adensou com o passar do tempo, até que hoje em dia aqueles que não negam ativamente a existência dos Mundos interiores se resignaram à ideia de que nada pode ser conhecido do estado dos chamados de mortos.
Por causa dessa falsa ideia, essa cegueira, a dor intensa pela perda de entes queridos que estão além da nossa visão física, obscureceu os olhos de todo o mundo. Lágrimas correram em torrentes dos olhos dos enlutados, mas não em vão: pois cada lágrima suaviza a catarata espiritual, cada pontada de dor pela perda de um ente querido é um corte pela faca do Grande Cirurgião que se esforça para restaurar nossa visão espiritual, para que possamos continuar nosso companheirismo com os amigos e com as amigas que abandonaram a espiral mortal. E tão certo como o desejo de crescer desenvolveu e aperfeiçoou o canal alimentar e a luz preexistente construiu o olho para sua percepção, assim também e com certeza o desejo intenso por nossos entes queridos que ultrapassaram o limiar da morte quebrará a casca da catarata e abrirá nossa visão espiritual. Aqueles que vivem a chamada “vida superior” e são fortalecidos em tempos de angústia por uma compreensão mais avançada do fenômeno da morte, muitas vezes, sentem que a intensa dor dos enlutados que ignoram esses fatos é imprópria e prejudicial à saúde do Espírito que abandonou o Corpo Denso. E assim é, quando expresso durante os primeiros dias após a mudança; mas, ao mesmo tempo, essa dor intensa e a tensão incidentes com a aproximação da morte são os meios pelos quais a multidão, que percorre o Caminho da Evolução, acabará por preencher a lacuna e recuperar a consciência espiritual. Assim sendo, ela toma o lugar dos Exercícios Esotéricos dados nas Escolas de Mistérios, como a Fraternidade Rosacruz.
A criação da prisão corporal emparedou o Espírito e excluiu os Mundos espirituais de seu alcance.
A destruição dos corpos dos Discípulos, como um sacrifício vivente, restaura seu contato consciente com os Mundo invisíveis, despertando sua visão espiritual por um processo de magia branca.
A destruição do corpo de outra pessoa pelo sacrifício na guerra tem o mesmo efeito. Os vapores do sangue, o rugido dos tiros, os gritos dos feridos e moribundos, sejam audíveis ou inaudíveis, mas carregados da mais intensa dor e tristeza, são sentidos por todos como um poder psíquico que tende a atrair cada um dos participantes à beira da Grande Divisão e, que maravilha que os olhos deles estejam temporariamente abertos e eles vejam os habitantes dos reinos suprafísicos que estão sempre entre nós, mas particularmente quando e onde alguém esteja passando pela fronteira da nossa esfera para a deles.
Além disso, aqueles que morreram também não são passivos; o seu desejo de ser visto por seus entes queridos é um grande fator para estabelecer a comunicação. Muitos casos foram registrados, comprovando esse fato; há o da mãe que, por exemplo, se materializou e chamou seus pequeninos para longe de um poço que estava sendo cavado, embora ela não possuísse os segredos da Iniciação. Seu intenso desejo forjou para ela uma temporária vestimenta física. Ora, quanto mais não pode ser feito quando meses ou anos de matança aumentaram a tensão nervosa de milhões de pessoas, todas ansiando por relações com algum ente querido nesse ou no outro mundo! Esse grande desejo resultará um despertar permanente da visão espiritual de um número de pessoas grande demais para ser ignorado!
Em todas as câmaras da morte estamos perto do portal dos Mundos invisíveis e um grande número daqueles que estão desmaiando vê seus entes queridos esperando ao redor da cama para recebê-los, regozijando-se pela morte, que os libertou do Corpo Denso e os fez nascer no Além. A tensão nervosa sentida pelo homem e pela mulher comum é extraordinariamente alta e propícia para provocar a ligeira extensão da visão necessária para perceber a multidão que espera do outro lado; não fosse o horror irracional que os faz fugir quando ocorrem manifestações e esconder o fato de terem visto alguma coisa, muitos saberiam que não há morte, mas que a continuidade da vida é um fato na natureza.
Esse processo é lento, no entanto; e periodicamente as pessoas se afundam em um estado de incredulidade e indiferença. Então as guerras são permitidas para acelerar a evolução pela matança massiva que separa o Espírito do seu Corpo Denso. As pessoas são, então, desviadas da busca do prazer para enfrentar os fatos da Vida e da Morte.
Portanto, a guerra fará mais que mil anos de pregação, para acabar com a era do agnosticismo e levar o povo a Deus, além disso, quando esse contato com os Mundos espirituais for restabelecido, não poderá haver mais guerras, pois todos aprenderão que há, na realidade, não o judeu, nem o gentio, nem o grego ou o romano, que todas as Raças são manifestações ilusórias e evanescentes e que somos todos filhos de Deus, assim, através da carnificina, o perigo de destruição nas Raças terá passado e a humanidade começará a expressar o ideal da próxima Raça que é a Fraternidade Universal.
Assim, o propósito da guerra é despertar a visão espiritual através da dor e da saudade intensa por aqueles que faleceram. É também o propósito de fazer com que aqueles que partiram se esforcem para retornar e gerar a visão espiritual em todos os combatentes, pela tensão e pelo estresse da batalha, restabelecendo assim a comunicação entre os dois Mundos, roubando da morte seu terror e promovendo elevando ideais, em vez das preocupações sórdidas da existência concreta.
FIM
[1] N.T.: o autor se refere à Primeira Guerra Mundial.
[2] N.T.: o autor se refere à Primeira Guerra Mundial
[3] N.T.: CONFERÊNCIA Nº 13 – OS ANJOS COMO FATORES DA EVOLUÇÃO
Quando falamos de evolução, a ideia disso no ocidente é, principalmente, focada no materialismo. Acostumamo-nos a olhar a matéria pelo ponto de vista puramente científico: que o nosso Sistema Solar procede daquilo que, uma vez, foi uma incandescente nebulosa, cujas correntes foram geradas e postas em um movimento a partir de um movimento espontâneo. Essa nebulosa assumiu a forma esférica e lançou de si anéis conforme se contraía. Esses anéis se romperam e formaram, assim, os Planetas que se esfriaram e se solidificaram. Pelo menos um Planeta – nossa Terra – espontaneamente gerou organismos simples que mais tarde, pelo processo evolutivo, se tornaram cada vez mais complexos, elevando-se na escala através dos Radiados (ouriços, estrelas do mar, etc.), depois pelos Moluscos (ostras, mexilhões, etc.) e daí pelos Articulados (caranguejos, lagostas, etc.) até as espécies vertebradas. Após percorrer as quatro classes de vertebrados – Peixes, Répteis, Aves e Mamíferos – esse impulso evolutivo espontâneo alcançou o seu mais elevado estágio no ser humano, que é considerado a fina flor da evolução – a mais elevada inteligência do Cosmos.
O cientista materialista expressará desprezo ou impaciência com tudo aquilo que sugere a existência de um Deus, ou mesmo de qualquer outro agente externo, como totalmente desnecessária para explicar o universo. Em apoio a essa sua posição, ele pega uma vasilha com água e despeja nela um pouco de óleo. A água representa o espaço, e o óleo a nebulosa incandescente. A seguir, ele começa a mexer o óleo, girando-o na vasilha até formar uma “bola” no centro, e essa vai engrossando mais nas bordas, formando um anel, até se desprender desse anel. Isso formará uma esfera menor e revolve sobre a massa central como um Astro em volta do Sol. Então, o cientista pode, triunfalmente, se voltar e indagar com um sorriso compassivo: “Agora, você viu quão natural é isso, como é supérfluo o seu Deus?”.
Na verdade, é de causar pasmo a constatação de quão obtusas podem ser as mais brilhantes inteligências quando influenciadas por noções preconcebidas. É de pasmar também que alguém, capaz de idealizar essa excelente demonstração, seja ao mesmo tempo incapaz de ver que ele próprio representa, em sua experiência, o Autor do nosso sistema a quem chamamos Deus, porque a experiência jamais teria sido imaginada, nem o óleo jamais teria sido posto a girar sobre a água, formando algo semelhante a um sistema planetário, não fora o pensamento e a ação atuarem sobre a matéria. Por isso, ao invés de provar a “superficialidade” da existência de Deus, sua demonstração da teoria nebular prova, no sentido mais amplo, a absoluta necessidade de uma Causa Primeira – seja ela chamada Deus ou tenha qualquer outro nome. Percebendo isso foi que Herbert Spencer, o grande pensador do século XIX, rejeitou essa teoria. Contudo, foi por sua vez incapaz de explicar satisfatoriamente a origem do sistema solar independentemente da mesma, que considerou falha. A ciência, pois, embora não queira reconhecê-lo, também apoia a teoria da origem do mundo que requer a ação inteligente de um ser ou seres estranhos à matéria do universo: um Criador ou Criadores.
Propriamente compreendida, essa teoria está em perfeita harmonia com a Bíblia que nos fala de um certo número de diferentes Seres que tomam parte ativa na evolução da Terra e das criaturas que nela vivem. Ouvimos falar de Anjos, Arcanjos, Querubins, Serafins, Tronos, Principados, Poder das Trevas, Poder dos Ares, etc., de modo que a Mente indagadora não pode deixar de perguntar: “Quem são todos eles? Que papel desempenharam no passado? Qual o seu trabalho no presente?”. Porque a Mente indagadora não pode acreditar que os Anjos sejam seres humanos transformados pela morte em entidades espirituais cujo único prazer e única tarefa consiste em soprar uma trombeta e dedilhar uma harpa, quando na vida terrena eram incapazes até de distinguir uma nota de outra. Tal suposição contraria a razão e está em desacordo com todos os métodos da Natureza, que exige que nos esforcemos para desenvolver nossas faculdades.
Os ensinamentos ocultos – em harmonia com a Bíblia e com as modernas teorias científicas – e que se encontram no Capítulo “Análise Oculta do Gênesis” de “Conceito Rosacruz do Cosmos” dizem que o corpo que agora é a Terra nem sempre foi tão denso e sólido como no presente, mas que já passou por três Períodos de desenvolvimento antes de chegar ao atual Período Terrestre, e que, “após este, haverá ainda mais outros três antes de completar-se nossa evolução”.
Durante os três Períodos precedentes à nossa atual condição, isto que agora é a Terra, juntamente com o ser humano sobre ela, foram ambos gradativamente solidificados a partir de um sutil estado etéreo até outro de densidade muito maior do que é presentemente. Enquanto a “Involução” – o processo de consolidação – prosseguia, o Espírito que agora é o Ego humano construía um corpo ou um veículo para cada grau de densidade. Trabalhava inconscientemente, mas nisso era ajudado por diferentes Hierarquias espirituais, tais como os Tronos, os Querubins e os Serafins.
Quando o máximo de densidade foi alcançado, o Espírito teve a consciência despertada para si mesmo como um Ego separado no mundo material. Esse foi o ponto decisivo para o retorno, pois, uma vez consciente, o Espírito não pode continuar submergindo-se na matéria. Assim, à medida que sua consciência espiritual paulatinamente desponta, ele também aos poucos espiritualiza seus corpos, deles extraindo a alma que é a essência do poder de cada um.
Desse modo, ele se elevará gradativamente das regiões materiais mais densas, juntamente com a Terra, durante o resto do Período Terrestre e nos três Períodos subsequentes.
Nos primórdios da evolução, o tríplice “Espírito Virginal” estava “desnudo” e era inexperiente. Sua Involução implicava na construção de corpos, o que ele conseguiu inconscientemente com a ajuda de poderes superiores. Quando seus corpos foram concluídos e o Espírito tornou-se consciente, então a Evolução teve início. Mas esta exige crescimento anímico, que só pode ser alcançado mediante os esforços individuais do espírito no ser humano, o Ego, que ao final desta fase possuirá poder anímico como fruto de sua peregrinação através da matéria. E será daí uma Inteligência Criadora.
Os Rosacruzes deram aos sete Períodos de desenvolvimento os nomes dos Astros que regem os dias da semana porque, usando o termo em seu sentido mais amplo, tais Períodos são os Sete Dias da Criação. Significam também metamorfoses da Terra, nada tendo a ver com os Astros no céu, exceto que as condições que eles representam aproximam-se das dos Astros de mesmo nome, como segue: 1) Período de Saturno; 2) Período Solar; 3) Período Lunar; 4) Período Terrestre (cuja primeira metade é chamada “Marciana” e a segunda “Mercurial”, segundo o exposto no “Conceito Rosacruz do Cosmos”); 5) Período de Júpiter; 6) Período de Vênus; 7) Período de Vulcano.
Nossa evolução começou na Terra como ela era no quente e escuro Período de Saturno, em que a matéria era constituída de uma substância gasosa extraída da Região do Pensamento Concreto. Ali, o Espírito Divino (que é o mais elevado aspecto do tríplice “Espírito Virginal”, feito à semelhança de Deus) foi despertado pelos Senhores da Chama, também chamados Tronos no esoterismo Cristão, os quais irradiaram de si próprios o germe do pensamento-forma como contraparte material do Espírito Divino. Esse pensamento-forma foi mais tarde aperfeiçoado e consolidado na forma do Corpo Denso do ser humano, pelo que o seu mais elevado Espírito e o mais inferior dos seus corpos são frutos do Período de Saturno.
No Período Solar, a Terra alcançou a densidade do Mundo do Desejo, convertendo-se em algo assim como um nevoeiro incandescente de brilhante luminosidade. Então, os Querubins despertaram o segundo aspecto do Espírito Virginal tríplice: o Espírito de Vida. Sua contraparte – o Corpo Vital – nasceu aí como pensamento-forma e foi feito para interpenetrar o Corpo Denso germinal que se tinha consolidado e alcançado a mesma densidade da Terra. Foi, portanto, formado de matéria de desejos.
Ao fim das condições a que chamamos Período Solar, o ser humano possuía um duplo espírito e um duplo corpo.
No Período Lunar, a densidade da Terra aumentou a tal ponto que alcançou o estado de matéria que constitui a chamada Região Etérica. Era então um núcleo ígneo envolto em vapor e recoberto por uma atmosfera de nevoeiro quente ou de gás também vaporoso e quente. Quando a água esquentava pela proximidade com o núcleo ígneo, dele se afastava evaporando-se para o exterior; e quando resfriada pelo contato com o espaço externo, o vapor tornava a descer em direção ao núcleo ígneo.
Dessa substância úmida é que se formou o corpo mais denso dos “humanos aquáticos”. O pensamento-forma do Corpo Denso havia se consolidado em um gás úmido; o pensamento-forma do nosso atual Corpo Vital havia descido até o Mundo do Desejo, pois da matéria desse Mundo foi formado, conforme vimos anteriormente. O pensamento-forma do nosso atual Corpo de Desejos foi acrescentado a esse duplo corpo no Período Lunar, tendo sido os Serafins que despertaram aí o terceiro aspecto do Espírito Virginal: o Espírito Humano. Foi então que o Espírito Virginal se tornou um “Ego”, de modo que, ao fim do Período Lunar, o ser humano nascente possuía um Tríplice Espírito e um Tríplice Corpo, a saber:
1) o Espírito Divino e sua contraparte – o Corpo Denso;
2) o Espírito de Vida e sua contraparte – o Corpo Vital;
3) o Espírito Humano e sua contraparte – o Corpo de Desejos.
O Tríplice Corpo é a “sombra” do Tríplice Espírito, lançada na Região do Pensamento Concreto nos três Períodos que precederam o atual Período Terrestre. Desde ali, todos esses pensamentos-forma condensaram-se: 1 grau o Corpo de Desejos, 2 graus o Corpo Vital e 3 graus o Corpo Denso, antes de alcançarem sua presente densidade.
Os Senhores da Chama (Tronos), os Querubins e os Serafins trabalharam para o ser humano voluntariamente e por puro Amor. De uma evolução como a nossa, eles nada podiam aprender. Agora que já se retiraram no atual Período Terrestre, os “Poderes” (Exusiai) do Cristianismo Esotérico – chamados Senhores da Forma pelos Rosacruzes – assumiram um encargo especial, porque este é um Período eminentemente da “Forma” e foi essa Hierarquia espiritual quem deu a todas as coisas suas atuais, definidas e nítidas formas concretas, as quais eram incipientes e indistintas nos Períodos anteriores.
Além das Hierarquias espirituais mencionadas, houve outros que ajudaram, mas vamos ater-nos somente aos seres que alcançaram no desenvolvimento a condição de humanos nos três Períodos precedentes. Esses seres avançaram naturalmente, de modo que a humanidade do Período de Saturno estão agora três passos à frente dos humanos atuais, sendo conhecidos como “Senhores da Mente”. A humanidade do Período Solar encontra-se dois passos adiante de nós e são chamados “Arcanjos”. E a humanidade do Período Lunar acha-se apenas um passo à nossa frente: são os “Anjos”.
Os Períodos são dias da Criação e, entre cada dois Períodos, há um intervalo de repouso ou atividade subjetiva – uma Noite Cósmica, análoga à noite de sono restaurador que desfrutamos entre um dia e outro de nossa vida terrena. Quando a vida em evolução emerge do “Caos” na aurora de um novo Período, efetua-se em primeiro lugar uma recapitulação um grau à frente do trabalho realizado nos Períodos anteriores, antes de iniciar-se a obra do novo Período. Assim é alcançado o apogeu da perfeição capaz de ser atingida.
Portanto, a evolução do ser humano sobre a Terra, tal como se acha agora constituída, divide-se em “Épocas”, nas quais ele primeiro recapitula o seu passado, indo depois em frente às condições que prefiguram desenvolvimento e que só alcançarão expressão plena em Períodos futuros.
Na primeira – ou Época Polar – “Adão” ou humanidade – foi formado de “terra”. Atravessava ele aquela fase puramente mineral do Período de Saturno em que possuía somente o Corpo Denso, modelado por ele próprio sob a orientação dos Senhores da Forma. Estava submerso no então escuro e gasoso Astro que acabava de emergir do caos, “sem forma e vazio”, como diz a Bíblia. Pois, do mesmo modo que as framboesas são formadas de pequenas bagas, assim foi a nossa “mãe Terra” formada da multidão de corpos densos parecidos com minerais de todos os reinos, e as correntes de vida que se expressavam como minerais, animais e homens, trabalhavam para libertá-los.
Na segunda – ou Época Hiperbórea – disse Deus: “Haja luz”, e o calor transformou-se em uma nuvem incandescente idêntica àquela do Período Solar. Nessa Época, foi o Corpo Denso do ser humano interpenetrado por um Corpo Vital, ficando a flutuar de um lado para outro sobre a Terra ígnea como uma enorme coisa em forma de saco. O ser humano era então como as plantas porque dispunha dos mesmos veículos que estas possuem agora, enquanto os Anjos o auxiliavam a organizar seu Corpo Vital, conforme continuam fazendo até o presente.
Isso pode parecer uma anomalia, já que os Anjos são a humanidade do Período Lunar, no qual o ser humano obteve seu Corpo de Desejos. Mas não é, porque somente no Período Lunar a Terra em evolução condensou-se em Éter, tal como o que agora forma a substância de nosso Corpo Vital. A humanidade de então (os atuais Anjos) aprenderam ali a construir seus corpos mais densos de matéria etérea, assim como aprendemos a construir os nossos com matéria sólida, líquida e gasosa da Região Química. E nisso os Anjos tornaram-se peritos, conforme seremos também na construção de nossos Corpos Densos ao fim do Período Terrestre.
Eles estão, portanto, especialmente preparados para ajudar as outras Ondas de Vida em funções que digam respeito às importantes expressões do Corpo Vital. Ajudam assim na formação e manutenção das plantas, dos animais e do ser humano, relacionando-se muito de perto com a assimilação, crescimento e propagação desses reinos. Os Anjos anunciaram o nascimento de Isaac ao fiel Abraão, mas foram também os arautos da destruição de Sodoma por abusar-se ali das funções criadoras. O Anjo Gabriel (não Arcanjo, de acordo com a Bíblia) predisse os nascimentos de Jesus e João. Outros Anjos já haviam anunciado os nascimentos de Samuel e Sansão.
Os Anjos atuam particularmente nos Corpos Vitais dos vegetais porque a corrente de vida que anima esse reino iniciou sua evolução no Período Lunar, quando os Anjos eram humanos e trabalhavam com os vegetais do mesmo modo que agora trabalhamos com os minerais. Há, portanto, uma afinidade especial entre o Anjo e o Espírito-Grupo das plantas. Pode-se assim explicar a enorme assimilação, crescimento e fecundidade das plantas. O ser humano também alcançou enorme estatura na segunda Época – ou Época Hiperbórea – que estava principalmente a cargo dos Anjos. A mesma coisa se dá com a criança em sua segunda Época setenária de vida, porque então os Anjos podem trabalhar mais amplamente sobre ela de maneira que, ao fim dessa Época, aos quatorze anos, a criança alcança a puberdade e torna-se apta a reproduzir sua espécie – também com a ajuda dos Anjos.
A terceira – ou Época Lemúrica – apresentava condições análogas ao Período Lunar, embora mais densas. O núcleo ígneo da Terra ficava ao centro. Envolvendo-o, havia uma fervilhante camada de água em ebulição que, por sua vez, era envolvida na parte mais externa por uma atmosfera vaporosa de “neblina ardente”, pois assim “havia Deus dividido a terra das águas”, segundo o Gênese. Com a umidade mais densa do vapor, podia o ser humano viver em ilhas com crostas sólidas em formação espalhadas num mar de águas ferventes. Sua forma era então completamente firme e sólida, possuía tronco e membros e a cabeça começava a formar-se. O Corpo de Desejos foi acrescentado e aí o ser humano passou ao encargo dos Arcanjos.
Temos aqui outra vez o que se parece com uma anomalia, pois os Arcanjos foram a humanidade do Período Solar, Período em que nasceu o Corpo Vital, quando o ser humano não possuía ainda Corpo de Desejos. A dificuldade, porém, se desvanece quando recordamos que cada veículo nosso é a sombra de um dos aspectos do Espírito, conforme dissemos anteriormente, e que tais veículos não foram dados por essas Hierarquias. Essas simplesmente ajudam o ser humano no aperfeiçoamento de determinado veículo, dada a sua especial aptidão para trabalhar com a matéria dele. Os Arcanjos são educadores do nosso Corpo de Desejos, pois se fizeram peritos na construção e uso de tal veículo quando eram humanos no Período Solar. Nesse Período, eles construíram o seu corpo mais denso com “matéria de Desejos”, da mesma forma que agora construímos nosso corpo mais denso com matéria química mineral.
Os Arcanjos são também o principal apoio do Espírito-Grupo animal, porque os atuais animais começaram como minerais no Período Solar. Na Época Lemúrica, o ser humano encontrava-se em idêntica situação à daqueles na Época atual: o Espírito estava fora do corpo que tinha de dirigir, ainda que os corpos de todos já tivessem sido impregnados com o germe da personalidade individual, conforme esclareceremos a seguir. Desse modo, os seres humanos não eram tão fáceis de guiar como os animais do presente, pois o espírito separado de cada um desses ainda está inconsciente. O desejo então predominava, necessitando por isso de uma forte sujeição. Isso foi feito em alguns dos mais dóceis entre a nascente humanidade da Época Lemúrica, os quais, no devido tempo, vieram a ser instrutores dos demais. A grande maioria, contudo, não recebeu tal vantagem.
Na quarta – ou Época Atlante – teve início o verdadeiro trabalho do Período Terrestre. O Tríplice Espírito estava destinado a entrar no Tríplice Corpo e converter-se num Espírito interno para alcançar pleno domínio sobre seus veículos, mas faltava ainda o elo da Mente. Tal elo, nós o devemos aos Senhores da Mente que haviam antes impregnado os corpos com a sensação de personalidade separada. Essa preponderou sobre a primitiva sensação de unidade com o todo, possibilitando a cada um colher experiências individuais de condições semelhantes.
Os Senhores da Mente alcançaram o estado humano no Período de Saturno. Não eram “deuses” vindos de uma evolução anterior como os Querubins e os Serafins. Daí a tradição oriental de os chamar de “A-suras” – “Não-deuses” – e a Bíblia os denominar “Poderes das Trevas”, em parte porque procederam do escuro Período de Saturno e em parte porque os considera como o mal. São Paulo apóstolo fala do nosso dever de lutar contra eles.
São Paulo estava certo, mas é bom compreendermos que não existe nada absolutamente de mal, e que no passado eles foram os benfeitores do gênero humano. O mal não é outra coisa senão o bem mal colocado ou não desenvolvido. Por exemplo: suponhamos um especialista em fabricação de órgãos que construa um, todo especial – sua obra-prima. Nesse caso, ele é uma encarnação do bem. Mas se ele leva o órgão até a igreja e, mesmo não sendo músico, insiste em tocá-lo substituindo o organista, então ele representa o mal.
Quando os Senhores da Mente eram humanos no Período de Saturno e a Terra era constituída de substância da Região do Pensamento Concreto, aí começamos nossa evolução como minerais. Então, os Senhores da Mente aprenderam a construir seus corpos mais densos com esses minerais, do mesmo modo que agora construímos nossos corpos dos presentes minerais. Assim, especializaram-se no uso dessa “matéria mental”, estabelecendo também, portanto, uma relação extraordinariamente íntima conosco.
Chegado o tempo em que o Tríplice Corpo estava pronto para que o Espírito nele habitasse, o ser humano precisou da Mente para servir como elo entre o Espírito e o corpo. Mas isso os deuses não lhe podiam dar. Era demasiado para eles. Os Arcanjos e os Anjos ainda não podiam criar, mas os Senhores da Mente já haviam alcançado o terceiro Período além daquele em que tinham sido humanos, tornando-se, pois, Inteligências Criadoras. Assim, puderam naturalmente preencher a lacuna irradiando de si a substância de que está formada a nossa Mente.
Procedendo de tal forma, nossa Mente tinha de ser, como é de fato, naturalmente separatista e inclinada a ressentir-se da autoridade. Devia ser o instrumento do infante Espírito no governo do Tríplice Corpo e um freio ao desejo imoderado. Contudo, ela veio acrescentar ao desejo a poderosa astúcia, depois paixão e malvadez, sendo por si mesma mais difícil de domar que um potro selvagem. À Mente, agrada mais dominar o inferior do que obedecer ao superior. Por conseguinte, a paixão e a perversidade predominaram na Época Atlante. A raça degenerou e então tornou-se imperiosa a criação de outra e sob diferentes condições.
Entretanto, a atmosfera quente e vaporosa da Lemúria havia-se esfriado e condensado, convertendo-se em espesso nevoeiro na Época Atlante. Ali viveram os “niebelungen” (“filhos da névoa”) das velhas lendas, que foram os atlantes. Então, Deus ordenou que “as águas se juntassem em um lugar e que aparecesse a terra seca”. A névoa condensou-se gradualmente, caindo em torrentes e inundando os vales da Atlântida. A raça perversa pereceu, com exceção de uns poucos, conhecidos depois como “o povo eleito”, e escolhidos para serem o núcleo da atual raça ariana e herdarem a terra prometida: a Terra como é agora constituída. Esses poucos foram salvos conforme relatado diversamente nas histórias de Noé e Moisés, esse tirando o povo de Deus do Egito (Atlântida) e guiando-o através do Mar Vermelho (o dilúvio ou inundação atlântica), onde o Faraó (o malvado rei atlante) pereceu com todos os seus seguidores.
As Hierarquias espirituais têm sido seriamente embaraçadas em seus esforços para ajudar o ser humano desde a Época em que esse recebeu a luz da razão e se lhe abriu o entendimento, porque então tinha de lidar com assuntos dos quais não possuía o menor conhecimento, como por exemplo a propagação da espécie. Por ignorar as Leis Cósmicas que a regiam, o parto tornou-se doloroso e a morte converteu-se na experiência mais frequente e desagradável. Severas medidas impuseram-se, portanto, para controlar a natureza inferior. Isso foi feito por Jeová, o mais alto Iniciado do Período Lunar e regente dos Anjos, auxiliado nessa tarefa pelos Arcanjos, que são os Espíritos de Raça (Dn 12:1).
Jeová ajudou o ser humano a controlar a Mente e a dominar o Corpo de Desejos impondo leis e decretando castigos para as transgressões. O temor de Deus opôs-se então aos desejos da carne, e assim foi o pecado manifestado ao mundo.
Os Arcanjos, como Espíritos de Raça, lutavam a favor ou contra uma nação por intermédio de outra para castigar aquela em que houvesse pecado (Dn 10:20).
Eram os Anjos que faziam vicejar ou secar os trigais e vinhedos; os que aumentavam ou diminuíam os rebanhos; os que multiplicavam ou reduziam a família, conforme fosse necessário recompensar ou punir o ser humano por sua obediência ou transgressão às leis do Chefe dos Espíritos de Raça – Jeová. Sob o reinado desse, todas as Religiões de Raça – Confucionismo, Taoísmo, Budismo, Judaísmo, etc. – floresceram e atuaram no Corpo de Desejos como Religiões do Espírito Santo. Jeová ajudou o ser humano a dominar o Corpo de Desejos porque esse foi obtido no Período Lunar.
Mas a Lei conduz ao pecado, pois é separatista. Além disso, o ser humano deve aprender a agir bem, independentemente do medo. Portanto, Cristo, o mais alto Iniciado do Período Solar, veio para ensinar a Religião do Filho, que atua sobre o Corpo Vital, obtido no Período Solar. Ele ensinou que o Amor é superior à Lei. O amor perfeito lança fora o temor e liberta a humanidade do racismo, da casta e do nacionalismo, conduzindo-o à Fraternidade Universal, que será um fato quando o cristianismo for vivenciado.
Quando o Cristianismo houver espiritualizado plenamente o Corpo Vital, um passo ainda mais elevado será dado com a Religião do Pai, o qual, como o mais alto Iniciado do Período de Saturno, ajudará o ser humano a espiritualizar o corpo que obteve nesse Período: o Corpo Denso. Então, até a Fraternidade Universal será superada. Não haverá mais eu ou tu, porque todos serão conscientemente “Um” em Deus, e o ser humano terá sido emancipado da tutela dos Anjos, dos Arcanjos e dos Poderes ainda maiores.
[4] N.T.: o autor se refere à Primeira Guerra Mundial.
[5] N.T.: A Grande Retirada, também conhecida como a Retirada de Mons, foi a longa retirada para o rio Marne em agosto e setembro de 1914 pela Força Expedicionária Britânica (BEF) e pelo Quinto Exército Francês. As forças franco-britânicas na Frente Ocidental na Primeira Guerra Mundial foram derrotadas pelos exércitos do Império Alemão na Batalha de Charleroi (21 de agosto) e na Batalha de Mons (23 de agosto). Uma contraofensiva do Quinto Exército, com alguma ajuda do BEF, na Primeira Batalha de Guise (Batalha de St. Quentin 29-30 de agosto) não conseguiu acabar com o avanço alemão e a retirada continuou sobre o Marne. De 5 a 12 de setembro, a Primeira Batalha do Marne encerrou a retirada aliada e forçou os exércitos alemães a se retirarem em direção ao rio Aisne e a lutar na Primeira Batalha do Aisne (13 a 28 de setembro). Tentativas recíprocas de flanquear os exércitos adversários ao norte, conhecidas como Corrida para o Mar, ocorreram de 17 de setembro a 17 de outubro.
[6] N.T.: Robert Forman Horton (1855-1934), escritor inglês e pastor da Igreja Protestante Não-Conformista.
[7] N.T.: gíria britânica na época que quer dizer soldado sem patente.
[8] N.T.: Sir Walter Scott, PRSE (1771-1832) foi um romancista, poeta, dramaturgo e historiador escocês, o criador do verdadeiro romance histórico. Principais obras: A dama do lago (1810); Waverley (1814); Guy Mannering (1815); Rob Roy (1817); Ivanhoé (1819); Uma lenda de Montrose (1819); Kenilworth (1821); Peveril of the peak (1822); Woodstock (1826); Ano de Geirstein (1829). Ivanhoé é a mais conhecida e tornou-se filmes, seriados e peças de teatro.
[9] N.T.: Bernal Díaz del Castillo (1492-1584) foi um conquistador e cronista espanhol, que escreveu um relato da conquista espanhola do México liderada por Hernán Cortés, junto de quem serviu.
Na última parte da Época Atlante o egoísmo havia se desenvolvido ao grau muito maior que antes. A visão espiritual estava quase apagada na maioria dos seres humanos, que então viviam inteiramente no plano material e se satisfaziam especialmente nas paixões materiais.
O animal touro (símbolo do Signo de Touro) foi, então, mui apropriadamente adorado, como emblema da força necessária para conquistar o mundo material. Esse animal, devido a sua fortaleza, foi muito útil ao ser humano em todas as lutas e trabalhos. O privilégio sobre as “orlas de carne do Egito” diz respeito ao enorme consumo de carne bovina naquela época para desenvolvimento do instinto e ajudar na formação dos pulmões, que seriam necessários depois (na atual Época Ária). Quando o Sol percorreu pela última vez, no movimento de Precessão dos Equinócios, o Signo de Touro, e entrou no Signo do Cordeiro, Áries, inauguraram-se as Religiões árias. A Religião ária deve permanecer durante um grande Ano Sideral, enquanto o Sol, por Precessão dos Equinócios, cruzar os doze Signos do Zodíaco (cerca de 25.920 anos comuns). Fatos subjacentes na história nos contam de uma multidão de pessoas que deixou a terra em que a Touro era adorado (a Atlântida ou Egito Antigo) que submergiu junto com uma nação pagã. Tal multidão, guiada por Noé, na história do dilúvio, são os precursores atlantes, os Semitas Originais, que formariam as atuais Raças Árias. Mas uma parte dela foi novamente atraída ao passado, casando-se com Raças inferiores e voltando à adoração do Touro, compuseram as dez tribos perdidas, os atuais judeus, que ainda conservam traços atlantes e se conduzem pela ambição e astúcia. O dilúvio e o Êxodo, em que Moisés conduziu o povo prometido através do Mar Vermelho (Áries) para fora do Egito são o mesmo fato evolutivo. Os atlantes submersos e o exército do Faraó que foi engolido pelo Mar Vermelho aludem ao mesmo povo que não quis adiantar-se e permaneceu na adoração do Touro, contrariando os desígnios evolutivos das Hierarquias Criadoras. O moderno Egito nada tem a ver com o antigo, a Atlântida. Os atuais judeus guardam vividamente a consciência de seu desvio, pelo que se apegam de unhas e dentes à ideia de não misturar-se com outros povos, apesar dos esforços dos Senhores do Destino, que os espalharam pelo mundo, em repetidos desterros, para salvá-los na amalgamação com Raças superiores. Perderam-se ao se “casarem com as filhas dos homens” e terão de salvar-se pela mistura com as Raças superiores. Os filhos de judeus nas Américas estão perdendo essa obsessão e aos poucos se vão misturando.
Como Signo Fixo, Touro tem por palavra-chave: estabilidade. É lento, porém persistente.
Uma pessoa com Signos Fixos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário) nos Ângulos não conhece esmorecimentos e obstáculos. Em compensação, para mudar são tardos. Só mudam quando reconhecem a melhoria, mas demoram a adotar as medidas convenientes à transição. Em outras palavras, são pessoas que “observam antes de saltar”, examinam antes de agir, mas uma vez determinada a meta, seguem-na até o fim. Por sua convicção e firmeza, tanto no lado mau como no bom, são fiéis. Daí a necessidade de receberem o melhor exemplo durante a infância e juventude e serem encaminhadas em sadios preceitos de moral e compreensão, pois essa base assegurará um futuro feliz.
Touro tem por Regente Vênus, que fornece a seus nativos doçura no olhar, sentimentalismo, habilidade artística e inspiração musical. Tem a tendência de exceder-se no trabalho e exercícios e nos prazeres da mesa, podendo provocar moléstias digestivas e renais, como esgotamento, principalmente em idade avançada, com os ventres avantajados. Desde crianças devem ser habituados a vencer a indolência, mas também não exorbitar para os extremos, nem abusar de alimentos ricos.
(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – abril/1964 – Fraternidade Rosacruz – SP)