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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Porque aprendemos a fumar e como deixamos tal hábito

Muitos de nós entre dezoito ou dezenove anos começa a fumar tabaco (seja cigarro, charuto, cachimbo ou quaisquer outra coisa parecida com tal). Outros até mais cedo! E por quê? Pelos mesmos motivos que movem todos os adolescentes a adquirir esse hábito: imitação e vaidade.

Muitos nessa época do serviço militar e, como voluntários, ainda mais jovens do que os demais soldados, na sua maioria com vinte e um ou mais anos; por isso, muitos sentem um certo complexo de inferioridade. Ou mesmo em um grupo de companheiros ou companheiras que estão sempre juntos a passear.  Ou, ainda, em grupos da escola. Assim foi que, pega hoje um cigarro deste amigo, pega amanhã outro daquele se começa a fumar. Fumar não é bem o termo; seria melhor dizer “queimar cigarros”, já que a fumaça não nos passava da boca, pois a princípio nem traga.

Depois, muitas vezes, à vaidade se acrescentou o esnobismo — só se fuma cigarros de marca famosa ou quiçá o cigarro eletrônico. Quando não, por falta de recursos financeiros, apela-se para comprar cigarros mais perigosos ainda, feitos sabe-se do que. Junta-se, assim, à vaidade e ao esnobismo, a emoção do perigo. Ser apanhado quando se compra faz correr o risco de ser presos. Como isso, para muitos naquelas idades, é emocionante!

Dentro de pouco tempo se começa a tragar. As primeiras tragadas faz ver “mosquitos” luminosos e provocam tosse e náuseas. Mas, pouco a pouco, o organismo reage e se estabelece a tolerância. No fumar propriamente não há prazer. Mas como se sente prazer, ao discutir na rodinha de amigos um problema importante como, por exemplo, a resposta que havíamos dado à uma garota! De repente, para a discussão e, frente à ansiedade de auditório por saber qual fora a resposta, saca-se do bolso um isqueiro e um maço de cigarros que se bate na caixa para, com um gesto de displicência, acender, produzir a baforada, tragá-la e, enfim e só então, dar a resposta em que as sílabas, escondidas, se misturam às baforadas azuis. Como aquilo, para muitos, ainda os torna importantes! As frases mais vulgares adquirem, assim, foros de sábios conceitos.

Depois, quando se aborrece, porque o mundo não fora feito de encomenda para alguns, segundo a fórmula, se acende um cigarro e o aborrecimento se desfaz nas volutas da fumaça. A irritação, causada pela contrariedade, produz um acúmulo de energia nervosa que muitos desejam expandir, arrebentando o nariz de alguém que os houvesse atrapalhado os planos. O ritual de fumar — tirar o maço do bolso, retirar o cigarro, tirar o isqueiro, bater nele o tubinho de papel recheado de tabaco, acender o isqueiro, fechar as mãos em concha para proteger a chama, aspirar o ar através do cigarro para acendê-lo na lavareda do isqueiro, soltar a baforada —feito de movimentos em que aquela energia represada se esvaía, destruindo-se desse modo a angústia.

Muitos nessas idades, porém, nada sabia disso e se dizia apenas que o cigarro acalma os nervos.

Então, o tempo passo e por volta de trinta e poucos anos (muitas vezes até um pouco antes) se começa a se interessar por psicanálise, psicologia ou filosofia. Principia a meditar sobre o porquê das ações. Seriam elas inspiradas por algum motivo real e justo ou seriam mera questão de hábito?

Quem sabe se começa ler livros antigos como aqueles que contam que certos náufragos, na falta de fumo, fumaram, em seus cachimbos, fibras de cânhamo retiradas de cabos para atracação de navios.

Coincide essa leitura com a verificação de que, ao fumar no escuro para que se fique satisfeito, é preciso que se sopre a fumaça na brasa do cigarro a fim de vê-la. O prazer do fumar não vinha, pois, do sabor da fumaça e, sim, do “ritual”. No entanto, o fascínio de um ritual está no mistério. Desfeito o mistério, o encanto se dilui e desaparece. Foi o que sucedeu a muitas pessoas. O estudo de comportamentos, embora superficial, a tentativa do nosce te ipsum (conheça a ti mesmo), conquanto em grande parte infrutífera, se põe em contato com a realidade da vida.

Troca-se a “lira de Apolo” pela “lanterna de Diógenes”. Conta-se que esse filósofo grego quebrou a cuia em que bebia água, ao ver uma menina bebê-la na concha das mãos. Desde que se podia beber na concha das mãos, a cuia era uma inútil complicação na vida.

Assim acontece com o fumante que encontrou a realidade, que se convenceu de que as coisas são como são e que de nada vale querer que sejam como se gostasse que fossem. Ele se livra da angústia sem precisar da “muleta” do cigarro. O ritual do fumo perde o encanto e a significação: torna-se uma coisa tola, absurda.

Por isso, hoje, quando vemos uma pessoa caminhando pelas ruas de ventre e cabeça erguidos, puxando as fumaças de um cigarro (ou charuto, ou cachimbo ou cigarro eletrônico) que traz, à guisa de chupeta, entalado nos lábios, ficamos penalizados. Pobre ser humano! É o complexo de inferioridade dele que o condiciona a andar pendurado num cigarro para estar seguro de sua importância no rol das coisas.

Quem se põe a meditar, diariamente, em como é tolo e ridículo o vício de fumar, está a meio caminho de abandonar o vício. Mas quem diz a si mesmo “no dia que eu quiser, deixarei de fumar”, provavelmente continuará fumando pela vida toda, pois essa afirmação é uma prova de que esteja realmente escravizado pelo vício e tenta se enganar por sentir-se envergonhado de ser escravo de um rolete de tabaco.

É uma desculpa que dá a si próprio para não ter que confessar a incapacidade de abandonar o vício. E muitos, mesmo sabendo que um dos apelidos do cigarro é “bastonete cancerígeno”.

Talvez seria bom conhecer os poderosos venenos contidos no tabaco, e assim, verificar como é fácil compreender por que o fumante sofre sua ação lenta, pérfida e prejudicial desde o dia em que fuma seu primeiro cigarro (e que o organismo reage e recusa produzindo tonturas, náuseas, vômitos, dor de cabeça e fraqueza muscular) até que o largue ou até a sua morte. Nenhum órgão escapa à ação prejudicial de seu tóxico fatal.

Vamos ver alguns:

Sobre os rins: Quando uma pessoa fuma o veneno que ingere deve ser eliminado de algum modo. Uma parte passa para os pulmões e o cheiro se sente na respiração. Um pouco é eliminada pela pele e pela transpiração. Mas a maior parte do veneno é expelida pelos rins, os quais primeiramente se congestionam, depois degeneram, tornando-se enfermos, produzindo albumina. O tabaco é responsável pelo enorme aumento de doenças renais, como nefrites, uremia, pedras renais etc.

Sobre o fígado: Esse órgão, que desempenha uma importante função antitóxica, é o primeiro que recebe a nicotina e demais venenos que contém o cigarro, cuja ação trata de anular, ainda que em parte, tentando salvar os demais órgãos do corpo. O resultado é a inflamação hepática, seguida de suas consequências irreversíveis.

Sobre o coração e as artérias: Todos os venenos contidos no tabaco têm uma ação inflexível e marcada sobre o músculo cardíaco, produzindo nele lesões diversas, bem conhecidas por todos os médicos e pelos fumantes. Atacam as artérias provocando artrites, aneurismas, espasmos, arteriosclerose, angina de peito, etc. A hipertensão arterial (pressão alta no sangue) tão frequente nos fumantes, provoca um grande aumento de trabalho ao coração, provocando males fatais.

Sobre o sangue: o veículo do Ego! A palidez característica dos fumantes é devido a que o óxido de carbono, produzido pela combustão do tabaco, dificulta a oxigenação do sangue. Está demonstrado, também, que o tabaco destrói tanto os glóbulos vermelhos, contribuindo para que se instale uma anemia, como os glóbulos brancos, que têm a importante função de defesa do organismo.

Sobre o sistema nervoso: O fumo, assim como o ópio, atua especialmente sobre o sistema nervoso. Ainda que em pequena quantidade é muito prejudicial para a delicada estrutura do cérebro e dos nervos. A neurastenia e um bom número de desordens crônicas nervosas podem ser atribuídas ao tabaco. Uma das consequências mais comuns no tabagismo, é a insegurança dos nervos, o tremor. Com o transcorrer do tempo, essa tremura instala-se para sempre, notando-se, em especial, quando o fumante escreve, segura um objeto ou faz um trabalho delicado. O primeiro sintoma alarmante é quando o fumante não consegue levantar a mão, a uma certa altura, sem que ela trema. O prolongado uso do tabaco está reconhecido como uma das causas de perturbações nervosas.

Sobre os pulmões: O efeito sobre os pulmões é desastroso. O câncer de pulmão aumenta paralelamente ao aumento do consumo do tabaco. São bem conhecidas as faringites, as laringites, as bronquites e a tosse dos fumantes, assim como as inflamações e úlceras do estômago.

A perda da memória e do apetite, as dores de cabeça, o enfraquecimento são o caminho certo que o fumante vai trilhar. Nenhum órgão escapa à ação contínua e dramática desse tóxico.

O tabaco e o álcool são os dois maiores inimigos do intelecto; com o tempo embotam o cérebro, cada célula destruída nunca mais é reposta.

Assim como a traça rói a roupa, o tabaco destrói e rói o organismo do fumante.

Da mesma forma que o fumante consome o cigarro na boca e o converte em cinzas, assim também sua saúde, pouco a pouco, é consumida, convertendo-se em cinzas suas energias vitais e, quase sempre, com sofrimento e dor.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1970-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Imaginando a Saúde

Para a Lei de Atração que opera em todos os departamentos da vida e, portanto, em todos nós, não há favoritos nem exceções, reunindo pessoas de caráter similar como também levando-as inevitavelmente a estados de saúde ou de enfermidades por força de condições de existências passadas geradas por pensamentos, palavras e ações.

A Mente é o elo entre o Ego e seus Corpos e são esses que permitem ao Ego transmitir suas ordens pelo pensamento e pela palavra a fim de que se produza a ação. A Mente é o elemento focalizador pela qual as ideias, envoltas pela imaginação do Ego, projetam-se no plano material. Primeiramente, são pensamentos-formas, que, quando o desejo de as realizar ocorre, possibilitam ao ser humano vivenciá-las no Mundo Físico, tornando-as o que designamos como realidades “concretas”.

Embora possamos querer saúde se, ao mesmo tempo, formos indulgentes para com os pensamentos de temor, suspeição, impaciência, ciúmes, ódio e muitos outros afins, tais pensamentos antagônicos se manifestarão como condições desarmoniosas em nossos Corpos e em nosso ambiente, assim como contra pessoas, fazendo com que nossas auras se transformem em magnetos atrativos de pensamentos inferiores ou negativos.

Ao contrário, pela manutenção de pensamentos e desejos reveladores de bondade, simpatia, confiança, fé, esperança, coragem e outros afins, fazemo-los tornarem-se em realidade “concreta”. “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa forma, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai.” (Fp 4:8).

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz-SP de janeiro-fevereiro/1994)

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Diagrama 3 – Os Veículos dos Quatro Reinos

Diagrama 3 – Os Veículos dos Quatro Reinos

O Diagrama 3 mostra o veículo que cada Reino tem em cada Região ou Mundo para funcionar (trabalhar e aprender as lições inerentes de cada Região ou Mundo).

Também mostra que o Ego separado (de cada um dos Reinos) é segregado definitivamente dentro do Espírito Universal na Região do Pensamento Abstrato. E isso para todos os 4 Reinos.

Veja que o Reino Humano se expressa sendo o responsável pela sua evolução em todos os Mundos que atua. Já os Reinos mineral, vegetal e animal se expressa parcialmente, tendo um Espírito-Grupo como o responsável pela sua evolução em todos os Mundos que atua. Enquanto o Espírito-Grupo do Reino animal é uma das atribuições da Onda de Vida dos Arcanjos, o Espírito-Grupo do Reino vegetal é uma das atribuições da Onda de Vida dos Anjos, o Espírito-Grupo do Reino mineral, por enquanto, tem como Espírito-Grupo o Espírito Planetário da Terra, Cristo.

Note que unicamente o ser humano possui a cadeia completa de veículos que o correlaciona com todas as divisões dos três Mundos:

Para os outros Reinos:

A razão das várias diferenças é que:

Em seu devido tempo as três Ondas de Vida, que agora animam os três Reinos inferiores, alcançarão o estado humano, e nós teremos passado a um estado de desenvolvimento superior.

(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel)

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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Sangue: é o veículo particular do Ego. É um gás.

Sangue – O sangue é o veículo particular do Ego. Na visão espiritual, o sangue vermelho sem núcleo não é um fluido, mas um gás. O fato de o sangue sair sob forma líquida quando nós nos ferimos não é argumento contra essa afirmação. No momento em que abrimos a válvula de uma caldeira de vapor, o gás também se condensa em líquido, mas se criarmos um modelo de caldeira em vidro e observarmos a forma como o vapor age dentro dela, veremos apenas o pistão movendo-se para frente e para trás impulsionado por um agente invisível, o vapor ativo. Similarmente, assim como o vapor ativo da caldeira é invisível e gasoso, também o sangue ativo do corpo humano é um gás, e quanto mais elevado for o estado de desenvolvimento de qualquer Ego renascente, maior capacidade terá para eterizar seu sangue.

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Pergunta: Conservamos o mesmo temperamento durante todas as nossas vidas?

Pergunta: Conservamos o mesmo temperamento durante todas as nossas vidas?

Resposta: O Ego pode ser comparado a uma pedra preciosa, um diamante em estado bruto. Quando é extraída da terra, a pedra está longe de ser bela; uma camada grosseira esconde o esplendor que ela encerra no seu interior. Antes que o diamante bruto se transforme numa gema, precisa ser polido por um duro rebolo de esmeril. Cada aplicação no esmeril remove dela parte da camada grosseira, e cada polimento revela uma faceta pela qual a luz penetra e é refratada num ângulo diferente ao do brilho refletido pelas outras facetas. Acontece o mesmo com o Ego. É um diamante em estado bruto que entra na escola da experiência, na peregrinação através da matéria, e cada vida é como uma fase no processo do polimento. Cada vida na escola de aprendizagem remove parte da aspereza do Ego e permite a entrada da luz da inteligência sob um novo ângulo, propiciando uma experiência diferente. Assim como os ângulos da luz variam em numerosas facetas do diamante, assim também o temperamento do Ego varia a cada vida. Em cada vida, só podemos manifestar pequena parte das nossas naturezas espirituais, realizar uma pequena parte da magnificência das nossas possibilidades divinas, mas cada existência nos torna mais completos e nossa índole tende a aperfeiçoar-se. De fato, é a ação exercida sobre a personalidade que é a parte principal da nossa lição, pois a meta é o domínio próprio, o autocontrole. Como diz Goethe:

“De todo o poder que mantém o mundo agrilhoado,
O homem se liberta quando o autocontrole há conquistado”.

(Pergunta nº 9 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. I – Max Heindel)

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O Equilíbrio entre os Dois Polos

O Equilíbrio entre os Dois Polos

3 — Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem e o homem, o cabeça da mulher e Deus, o cabeça de Cristo.

4 — Todo homem que ora ou profetiza tendo a cabeça coberta desonra a sua própria cabeça.

5 — Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapado.

6 — Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso que raspe o cabelo. Mas, se lhe é vergonhoso tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-lhe usar o véu.

7 — Porque, na verdade, o homem não deve cobrir a cabeça por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do varão.

8 — Pois o homem não foi feito da mulher e, sim, a mulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher e, sim, a mulher por causa do homem.

9 — Portanto, deve a mulher, por causa dos Anjos, trazer véu sobre a cabeça como sinal de autoridade.

10 — No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem é independente da mulher.

11 — Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher e tudo vem de Deus.

12 — Julgai entre vós mesmos: é próprio que a mulher ore a Deus sem trazer o véu?

13 — Ou não vos ensina a própria natureza ser desonroso para o homem usar o cabelo comprido?

14 — E que, tratando-se da mulher, é para ela uma glória? Pois o cabelo comprido lhe foi dado em lugar de mantilha.

(ICor 11:3-14)

A Bíblia foi escrita de modo a apresentar um significado para as massas e outro para o estudante esoterista. No capítulo acima, do ponto de vista esotérico, o homem e a mulher referem-se aos princípios masculino e feminino, não aos dois sexos em suas formas físicas. A “vontade” denota a qualidade masculina da alma e a “imaginação”, o princípio feminino.

Quando a vontade é o atributo mais forte, o Ego constrói um corpo masculino. Quando a imaginação predomina, o corpo é feminino. Contudo, seja o sexo masculino ou feminino, as qualidades opostas encontram-se presente em um estado rudimentar.

Mediante a Iniciação, ambos os polos são desenvolvidos equilibradamente (vide o versículo 2: Eu vos felicito, porque em tudo vos lem­brais de mim e guardais as minhas instruções tais como eu vo-las transmiti). Essa é a mensagem oferecida por São Paulo no presente capítulo. Os versículos 5 e 6 têm um belo significado espiritual, quando analisados à luz da compreensão interna; é impossível traduzir literalmente de um idioma para outro. Assim como “desnudo” significa esotericamente estar sem Corpo-Alma, a cabeça da mulher, coberta, significa o desenvolvimento espiritual do princípio do coração, que é feminino. Compreende o despertar da Glândula Pineal, do Corpo Pituitário e o funcionamento harmonioso do ventrículo cerebral, formando no neófito a coroa de espinhos e no espiritualmente desenvolvido, a coroa da eterna glória.

Ao homem aconselha-se permanecer descoberto porque esse desenvolvimento é a obra essencial do princípio feminino. Através de todas as operações da natureza, o princípio masculino é o que planta a semente, enquanto o propósito da mulher, ou princípio feminino, é nutrir e desenvolver o que foi plantado.

No versículo 7 lemos isto: “O homem é a imagem e a glória de Deus, mas a mulher é a glória do varão”. O “varão”, aqui, diz respeito ao equilíbrio de ambos os princípios, pois só o Adepto é feito realmente à imagem e semelhança de Deus. “A mulher é a glória do varão” significa que nenhum homem, nenhum humano possa chegar a tal estado de desenvolvimento até que o princípio feminino, o coração, seja despertado inteiramente, pois esse é o grande princípio de Cristo.

O versículo 9 não se refere à inferioridade ou submissão da mulher, como foi ensinado durante muito tempo. Significa que a parte mais importante do desenvolvimento é o despertamento do grande princípio feminino, o Cristo interno.

O desejo de explicar literalmente este capítulo deu lugar a muitos conceitos errôneos. O versículo 10, por exemplo, segundo alguns dos padres primitivos, significa que uma concepção santa poderia ter lugar através dos ouvidos: “Tu, que concebeste através dos ouvidos”, reza um antigo hino em latim e dedicado a Maria. Há também uma antiga superstição oriunda do Talmud, segundo a qual tanto os bons como os maus espíritos poderiam fecundar a mulher através dos ouvidos. E mesmo nos dias de hoje algumas dessas interpretações permanecem tão literais ao ponto de, em algumas igrejas, não se permitir a entrada de mulheres, a menos que estejam com a cabeça coberta. A formosa verdade espiritual ensinada por São Paulo no versículo 10 alude à elevação do fogo espinhal à cabeça por meio de uma vida pura e regenerada, despertando os órgãos espirituais ali situados. Então, a vida do homem torna-se como a dos Anjos: isenta da mácula passional. Vive e ama como os Anjos e as flores.

Os versículos 14 e 15 são os mais interessantes à luz do presente desenvolvimento. O cabelo é um produto do Corpo Vital e simboliza as qualidades femininas. A mulher tem usualmente os cabelos longos, porque evidencia preponderantemente as qualidades femininas. O cabelo do homem é curto, representando em maior escala as qualidades masculinas.

A aproximação da Era de Aquário, chamada de a Era da Mulher, marcará a realização do trabalho de elevação do, agora decaído, polo feminino, tanto no homem como na mulher; ou seja, um maior equilíbrio entre os dois princípios.

O fortalecimento do polo masculino na mulher é a causa de suas atitudes masculinas nos tempos atuais; isto é, o uso de cabelos curtos e a competição com o homem no trabalho do mundo. O homem, por sua vez, mediante um processo oposto, está expressando mais as qualidades femininas.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1975)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Otimismo é uma Atitude Positiva – o resultado final sempre será positivo

O Otimismo é uma Atitude Positiva – o resultado final sempre será positivo

A despeito das condições, muitas vezes, desalentadoras em que vive a humanidade, não podemos perder as esperanças de que tudo caminha para um bem final. Devemos confiar em que o ser humano sairá fortalecido dessa fase de transição. As circunstâncias podem ser encaradas como um desafio, uma oportunidade de progresso. É necessário cultivar uma fé em que o resultado final de nossos esforços só poderá ser positivo.

Max Heindel afirmou em uma de suas obras: “O Ego tem, diante de si, uma via eterna de progresso; as limitações são uma irrealidade, porque o Espírito humano é uma chispa do Infinito, capaz de desenvolver todas as suas potencialidades”. No livro Conceito Rosacruz do Cosmos também lemos: “Cumpre-nos buscar sempre o bem oculto em todas as coisas. O cultivo dessa atitude de discernimento é particularmente importante”.

O Espírito humano é uma chispa do Infinito, dotada de um potencial ilimitado. E se é correto que o “bem” pode ser encontrado em todas as coisas, não é difícil aceitar a ideia de que o ser humano é essencialmente bom.

Esta bondade inata do ser humano expressa-se sutilmente, sem realce mundano, sem foguetório, porquanto não pode ser percebida em meio ao clamor e agitação da vida moderna. Todos estão prontos e atentos a notar as falhas humanas, os fatos e circunstâncias desagradáveis como se tudo isso fosse autossustentável. Essas falhas e circunstâncias ocorrem porque o indivíduo as alimenta com seus pensamentos e sentimentos negativos. Na realidade não têm vida própria.

Os pequenos atos de bondade praticados diariamente por pessoas do nosso círculo de relacionamento, amiúde, passam despercebidos. Isso acontece porque valorizamos excessivamente as situações dramáticas, as atitudes pretensamente corajosas e grandiloquentes. Observemos ao nosso redor quantos heróis anônimos, dispostos a se sacrificar pelo bem-estar do seu semelhante sem nada esperar em troca. No entanto, ninguém lhes exalta a capacidade de fazer o bem, ninguém os homenageia ou concede honrarias.

A vida revela de maneira inequívoca que mesmo as crises mais graves ou situações trágicas são resolvidas mediante a intercessão de alguém ou algum grupo de pessoas de boa-vontade. Através do senso de justiça ou sentimento de compaixão conseguem restaurar o equilíbrio no ambiente em que vivem. Os quadros mais dramáticos são os mais favoráveis ao exercício do altruísmo. O despontar da aurora é antecedido pela fase mais escura da noite.

Quando os jornais e a televisão noticiam grandes desastres, isto significa que os envolvidos têm lições a aprender. A dor da tragédia muitas vezes serve para quebrar-lhes apatia, despertando-lhes a consciência de sua origem divina. E não raro recebem ajuda e consolo daqueles abnegados, cujos corações só irradiam bondade.

Por mais que se agravem os problemas devemos conservar nossa fé no bem final, pois a bondade inata do ser humano triunfará sobre tudo o que é negativo.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – mai/jun/88 –SP)

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Pergunta: É possível Egos da Onda de Vida humana reencarnar em corpos de animais?

Pergunta: Em uma das edições da Revista ‘The Rosicrucian Magazine’, eu li que Max Heindel, ao visitar matadouros, viu Egos humanos que reencarnaram em corpos de animais prestes a irem para o abate. No Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” se afirma, definitivamente, que Egos humanos não reencarnam em corpos de animais e, com isso, não consegui mais entender nada. Poderiam me explicar?

Resposta:   É bem verdade que um Ego pertencente à Onda da Vida humana não pode renascer em um corpo da Onda de Vida animal, mas é possível um Ego humano expulsar um Ego animal de seu corpo e tomar posse dele. No entanto, tal Ego humano nada ganha de valor dessa experiência e, além disso, prejudica o progresso do animal tão maltratado e, de alguma forma, em uma vida futura será forçado a fazer as devidas reparações pela transgressão. É um caso de obsidiar um animal e, por isso, será reservada uma pena muito severa.

 (Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de novembro/1940 – traduzida pela Fraternidade Rosacruz Campinas-SP)

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Pergunta: Qual parte do Espírito Tríplice constitui o Eu Superior? Será o Espírito Divino? Afirma-se no “CONCEITO” que o Espírito Humano é o Ego. O Espírito de Vida não é uma parte do Ego? O Ego inteiro fica no plano físico durante a vida terrena, ou somente parte dele, conforme o ensinamento hindu?

Pergunta: Qual parte do Espírito Tríplice constitui o Eu Superior? Será o Espírito Divino? Afirma-se no “CONCEITO” que o Espírito Humano é o Ego. O Espírito de Vida não é uma parte do Ego? O Ego inteiro fica no plano físico durante a vida terrena, ou somente parte dele, conforme o ensinamento hindu?

Resposta: O Eu superior é o Espírito Tríplice: o Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano, mas não se deve conceber esses três como separados um do outro. O Espírito é indivisível, como a luz branca que vem do Sol através do espaço interplanetário, mas da mesma forma que a luz pode ser refratada em três cores primárias – azul, amarelo e vermelho – ao atravessar a atmosfera mais densa da Terra, o Espírito Virginal também aparece como sendo tríplice durante a manifestação, devido a estar rodeado por envoltórios de matéria de densidade variável.

Quando envolto apenas na substância do Mundo do Espírito Divino, é o Espírito Divino; quando o Espírito Divino recebe em acréscimo um envoltório de material oriundo do Mundo do Espírito de Vida, torna-se o Espírito de Vida; e quando, finalmente, é revestido na matéria da Região do Pensamento Abstrato, torna-se o Espírito Humano – o Ego. É por isso que o Espírito Virginal, enredado nessas três camadas de matéria, está apartado de toda consciência de seu Pai Divino e, estando tão encoberto pela matéria que não consegue mais ver as coisas do ponto de vista cósmico ao atingir o exterior, ele volta sua consciência para dentro e vê-se separado e isolado de todos os outros. Por isso, ele é um Ego – um indivíduo. Nesse ponto nasce o egoísmo, e começa a busca individual.

Quando o Espírito Humano atrai ao redor de si, para uma melhor expressão, os veículos inferiores e mais concretos – a Mente, o Corpo de Desejos, o Corpo Vital submergindo neles e mesmo descendo até o Mundo Físico, ele adquire novamente a consciência das coisas externas. A partir daquele momento, tendo perdido o conhecimento do Mundo de Deus, de onde veio originalmente, ele começa a conquistar o mundo físico e a dominá-lo para atingir seus próprios fins.

Neste aspecto, ele difere radicalmente dos Espíritos dos outros três reinos – mineral, vegetal e animal. O Espírito-Grupo do reino mineral desceu apenas até a Região do Pensamento Abstrato. Por essa razão, a consciência do mineral assemelha-se ao estado mais profundo de transe. O Espírito-Grupo do reino vegetal desceu para a Região do Pensamento Concreto. Por isso, a consciência do reino vegetal assemelha-se à que possuímos no mais profundo sono sem sonhos. Os Espíritos-Grupo dos animais são encontrados no Mundo do Desejo, que está próximo ao mundo em que vivemos. Consequentemente, a consciência do animal é uma consciência interna pictórica, semelhante àquela que temos nos sonhos, sendo as imagens enviadas pelos Espíritos-Grupo aos animais para que se grave neles o que têm de fazer sob determinadas circunstâncias. Aquilo que chamamos de instinto é, portanto, a sabedoria dos Espíritos-Grupo que se imprime no animal para que este saiba agir. Somente o Espírito Humano, em todos os reinos de vida em evolução na Terra, é um Ego individualizado, e habita os veículos que estão reunidos no mundo físico durante as horas de vigília do dia. Desse modo, atingimos a consciência desperta, e assim tornamo-nos totalmente cientes e despertos para todas as coisas pertencentes ao mundo no qual, então, atuamos e onde somos capazes de usar a nossa própria razão, expressar os nossos desejos e emoções, e agir segundo as diretrizes do nosso Eu individual Superior – o Espírito Interno, o Ego.

(Perg. 153 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

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