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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como é tecido e destecido o nosso destino

Há vários graus de visão espiritual. Um deles nos habilita a ver o Éter, normalmente invisível aos olhos físicos, com as miríades de seres que habitam esse reino. Outros e mais elevados graus nos proporcionam a faculdade de ver o Mundo do Desejo e até o Mundo do Pensamento, permanecendo, não obstante, no nosso Corpo Denso.

Entretanto, essas faculdades, ainda que valiosas quando se exercem sob o controle da nossa vontade, não são suficientes para se ler na “Memória da Natureza” com absoluta exatidão.

Para que isto seja possível e, também, para que possamos efetuar investigações necessárias com o objetivo de compreender como se tece e destece a teia do nosso destino é necessário possuirmos a faculdade de sair, por livre e espontânea vontade própria, do nosso Corpo Denso e funcionar fora dele, no Corpo-Alma, o qual é formado pelos dois Éteres superiores, estando também revestido pelo Corpo de Desejos e pela Mente.

Para saber mais de como se faz isso e o que se deve aplicar para alcançar esse objetivo, acesse esse material aqui:

A Teia do Destino: como Tece e Destece, o Efeito Oculto das Nossas Emoções, a Oração – uma Invocação Mágica e os Métodos Práticos de se Alcançar o Sucesso

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Curso para Auxiliar o Exercício Esotérico do dia a dia de Concentração

O Exercício Esotérico de Concentração é dividido em dois tipos:

O primeiro tipo deve ser realizado pela manhã, imediatamente depois que o Estudante Rosacruz desperta. Não se deve levantar para abrir janelas nem fazer nenhum outro ato desnecessário. Deixe o corpo confortável, relaxe imediatamente e comece a concentrar-se. Neste momento ao despertar, o Espírito acaba de retornar do Mundo do Desejo, e nessa ocasião é mais fácil retomar o contato consciente com esse Mundo do que em qualquer outro momento do dia. Concentrar em ideais elevados, fortalece o Corpo Vital.

O segundo tipo desse Exercício Esotérico de Concentração deve ser feito durante o dia, a qualquer hora. Esse Curso foca mais em auxiliar esse tipo do Exercício Esotérico de Concentração (apesar, logicamente, de auxiliar, por correlação, o outro tipo).

Esse Exercício Esotérico foi ensinado a fim de que a pessoas, o Aspirante, faça suas pesquisas e consiga, com o tempo, seu mecanismo superconsciente para adquirir conhecimentos espirituais. A primeira prática a se efetuar é a fixação do pensamento em um ideal e assim mantê-lo, sem permitir que se desvie. Devemos exercitar o pensamento, pela vontade, mantendo-se focado sobre o assunto, objeto ou ideia, excluindo tudo o mais. A força do pensamento é o meio mais poderoso para se obter conhecimento. Se se concentra sobre um assunto, abrirá caminho sobre qualquer obstáculo e resolverá o problema. Escolha o assunto de acordo com o seu temperamento e convicções, contanto que consiga elevar a Mente em sua tendência. O objeto em si pouco importa, mas qualquer que seja, precisa ser imaginado vivente em todos os seus pormenores. Este Exercício Esotérico deve ser feito com calma, num lugar tranquilo, sem o estômago estar sobrecarregado, sem pensar nos seus afazeres, nos seus negócios, com dores ou se estiver enfermo.

Acesse todo o material aqui: Curso para Auxiliar o Exercício de Concentração – Coletado por Ger Westenberg

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A Alquimia Espiritual

É possível transmutar ferro em ouro! Essa, na realidade, magna verdade alquímica, foi explorada jocosamente num recente comercial da TV norte-americana, agrupada, sem muito critério, com crendices antigas como: “Se o destino do ser humano fosse voar, teria asas”, “A superfície da Terra é plana” e, por último, “Todas as ‘aspirinas’ são iguais”. O patrocinador finaliza, logicamente, decantando as qualidades de sua ‘aspirina’ “especial”. A química ensejou, naturalmente, verdadeiros milagres em nossa vida diária, porém, a alquimia é a verdadeira chave para os mistérios internos, esclarecendo o propósito da vida. Somente quando essas duas ciências se encontrarem, eclodirão descobertas definitivas no campo da química. Quando existir maior conhecimento do público a esse respeito, dando conta de que os problemas que afligem o Mundo Físico têm sua origem na desarmonia implantada nos Corpos invisíveis (aos olhos físicos), certamente teremos anúncios nos meios de comunicação com mais ou menos este teor: “Amigo, seu Corpo Vital anda esgotado e o seu Corpo de Desejos o impele para a destruição? Prove a Alquimia! Conheça o propósito da vida! Receba a sua herança espiritual! Use a Alquimia!”.

A Ciência, ou a Arte da Alquimia trata dos seguintes pontos do Grande Trabalho: 1. Encontrar o Elixir da Juventude; 2. Encontrar a Pedra Filosofal; e 3. Transmutar os metais inferiores em ouro.

Perseguidos, por reis e clérigos, em sua ânsia de glória, os alquimistas da Idade Média foram alvos do fogo da Inquisição, da prisão e da tortura. Quando as suas descobertas contrariavam ideias da época e sabendo que o conhecimento é uma arma perigosa, nas mãos daqueles cujos Corações e Mentes não são temperados com a pureza, sabedoria e compaixão, os alquimistas enterraram os seus segredos em lendas e mistérios.

O tesouro está agora à espera de todos aqueles que o desejam descobrir, através de uma vida pura, plena de devoção, trabalho, meditação e aplicação da Lei da Analogia, mencionada no axioma hermético: “Como é em cima assim é embaixo”.

O propósito de Deus e da Natureza é a perfeição. Todos os metais são, realmente, ouro em formação. Todos os seres humanos são, realmente, deuses em formação. Como alquimistas espirituais percebemos que é essa a nossa herança e aspiramos a servir. Porém, para servir eficientemente devemos, antes de mais nada, aperfeiçoar-nos através da transmutação da “natureza inferior” (metais comuns) em “natureza superior” (ouro).

Nós (o microcosmo) somos o Grande Trabalho (realizado pelos padrões do macrocosmo). Constituímo-nos, ao mesmo tempo, no próprio laboratório no qual o Trabalho está sendo efetuado. Nossas ferramentas são as nossas habilidades e os veículos aperfeiçoados em vidas passadas que trouxemos para essa existência. Nosso minério é formado das experiências da presente vida. NOTEM: as nossas reações a essas experiências e a utilização das oportunidades apresentadas determinam a quantidade de ouro extraído (imortal) do nosso minério, e a escória que sobra (o transitório). Temos uma abundância de minério à nossa disposição cuja diversificação é maravilhosa. Como a luz branca se refrata, quando entra na atmosfera, em sete raios e cores diferentes, há muitas oportunidades à nossa disposição! É claro que no Mundo Físico preferimos a alegria, riqueza, saúde e popularidade à dor, pobreza, sofrimento, doença e ostracismo. Porém, do ponto de vista espiritual, todas oferecem experiências de grande valor para a nossa alma. Um bastão parece torto quando colocado na água. Nós também quando mergulhados no materialismo temos de acautelar-nos a fim de que as nossas motivações na aquisição de conhecimentos e de experiência não sejam pervertidas como no exemplo do bastão refratado na água. Os escritos de Max Heindel nos ensinam que os quatro grandes motivos de toda ação humana são: Amor, a Fortuna, o Poder, a Fama. Ou seja, o desejo de alguma ou várias destas coisas é o motivo por que o ser humano faz ou deixa de fazer algo Contudo, devem ser usados na seguinte exaltada escala de valores:  “o Amor pelo qual se deve aspirar é unicamente o da Alma; que abarca todos os seres, elevados e inferiores e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe; a Fortuna pela qual se deve lutar é somente a abundância de oportunidades para servir os semelhantes; o Poder que se deve desejar é o que atua melhorando a humanidade, e a Fama pela qual se deve aspirar é a que possa aumentar nossa capacidade de transmitir a boa nova, a fim de os sofredores poderem encontrar o descanso para a dor do seu coração”. Tanto chamemos a experiência de dor ou de júbilo, monotonia, medo ou felicidade, saibamos que se trata do minério do qual nós, seres imortais, extraímos o nosso ouro. E para se conseguir ouro requer-se a presença de todos os sete metais espirituais, conforme abaixo.

O CHUMBO

Esse é considerado o metal mais inferior. Com sua grande densidade, tem afinidade com o Planeta Saturno, e é pesado, como pesados são o trabalho, as lições e as responsabilidades advindas do Destino Maduro designadas por Saturno. O interesse exclusivo nas posses e na gratificação dos sentidos nos torna escravos do meio ambiente e assim, sujeitos às suas vicissitudes. Somos obrigados a fazer meia-volta, por meio do medo, da pobreza, da perda de entes queridos, das enfermidades, cristalização e morte. Como escreveu Goethe: “Quem nunca comeu seu pão abatido pela tristeza, quem nunca passou noites em claro esperando pelo amanhecer, esse não conhece ainda os poderes celestiais”.

Saturno é o grande mestre nesta escola da vida e, quando, finalmente, aprendermos a lição, não haverá mais repetição do sofrimento. Suportar a cruz com dignidade, exercitando o tato, a vigilância e a consideração, com disciplina e perseverança durante a adversidade constrói o caráter e, certamente, ajudará na purificação do chumbo espiritual.

O ESTANHO

Esse metal se encontra sob a influência da grande fortuna astral: Júpiter. Tratando-se de um Planeta dinâmico, encontramos grande dificuldade na assimilação de suas lições, como há dificuldade na assimilação das lições de Saturno. As ligas de estanho, os minérios com os quais devemos trabalhar, são: boa saúde, riqueza, prosperidade, popularidade e êxito na vida, aspectos altamente desejáveis do ponto de vista físico, porém, extremamente perigosos para a alma que pode morrer de inanição, caso um correto critério espiritual não seja aplicado pelo ser humano.

A riqueza acarreta grandes responsabilidades: dependendo de seu emprego tanto eleva, como corrompe. O estanho (abundância) sem o tempero de Mercúrio (intelecto) pode armar ciladas mortais. A extravagância, a arrogância e a indolência são sinais de estanho misturado com escórias. Até a partilha dos bens exige grande discernimento: é extremamente errado oferecer uma vida despreocupada à outrem, usurpando-lhe o direito às suas experiências dolorosas, que ajudam a construir o caráter.

O que auxilia a purificação do estanho espiritual é esse conjunto de qualidades: gratidão para tudo o que se possui, e um sincero e sábio dividir para o bem espiritual de todas as pessoas envolvidas.

O FERRO

Esse metal é forte, firme e inflexível, sendo um dos mais úteis pelo fato de fortalecer os outros, com os quais se encontra combinado. A ferramenta construtiva do operário e a arma destrutiva do criminoso são feitas de ferro. Isso nos indica que a qualidade é obtida pela direção em que é usada essa energia. O ferro vibra harmonicamente com o Planeta Marte, o Planeta da energia dinâmica e da ação. Esse Planeta é o Regente do Corpo de Desejos e dos Signos Zodiacais Áries e Escorpião, cujos centros de energia são, respectivamente, “EU SOU” e “EU DESEJO”. Mal dirigida, essa energia se expressa por meio da cólera, do temperamento explosivo, da beligerância, das cabeçadas impulsivas, da concupiscência, vingança e do egoísmo voraz que tentará lograr as suas finalidades, sem levar em consideração os danos e a dor provocadas aos outros. Porém, o ser “egoísta”, na atualidade é “Ego-destruidor” porque “com a mesma medida com que medirdes, também sereis medidos.” (Lc 6:38).

Não podemos nos deixar levar por essa energia, tampouco tentar sufocá-la, já que sem ela não teríamos energia, seríamos temerosos e carentes de iniciativa. Os maiores pecadores podem transformar-se nos maiores santos, quando essa energia é redirecionada por meio da purificação dos desejos, do cultivo do equilíbrio, da coragem, e da superação firme e constante dos obstáculos que se encontram no caminho. Para a obtenção da Pedra Filosofal há grande necessidade de ferro espiritual, porquanto o trabalho requer dedicação positiva na conquista da natureza inferior, a dedicação enérgica e altruísta às necessidades dos outros, para que o Estudante Rosacrfuz seja um soldado das Forças da Luz e um operário diligente na Nova Jerusalém.

O COBRE

Esse metal tem afinidade vibratória com o Planeta Vênus, regente da atração, coalisão e harmonia. Às vezes, encontramos dificuldades extremas em tolerar alguma pessoa; a sua mera presença nos causa irritação. Isso é ainda mais desconcertante quando essa pessoa nos é estreitamente vinculada. Tal acontecerá até nos conscientizarmos de que essa pessoa é, realmente, o nosso “Professor”! Assim como um diapasão faz vibrar outro diapasão afinado em tom idêntico, haverá despertamento, em nosso caráter, de partes negativas, ao simples encontro dessa pessoa que nos enerva. Essa é a lei: o negativo deve ser eliminado e substituído pela compreensão e harmonia.

Vênus é também o Planeta da beleza e do amor. A sua energia não regenerada, ou seja, a escória do cobre, são manifestações de sensualidade, preguiça, dominação possesiva e egoísta de um outro ser. A oitava superior do amor se externa pela estética faculdade que reconhece o divino em toda a Criação, incluindo em seu amor a todos, formando uma Fraternidade Universal.

A admirável apologia de São Paulo à caridade (ICor 13[1]) representa, com perfeição, o amor transmutado, ou seja, o cobre purificado: “A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”.

O MERCÚRIO

Esse metal vibra em uníssono com o Planeta Mercúrio, o Planeta da Mente. Gotas dele (tão fugidio como os próprios pensamentos) podem penetrar substâncias impermeáveis a outros metais, unindo-as, da mesma forma que muitos de nossos pensamentos isolados podem formar um conceito organizado através dos processos mentais. Porém, devemos estar atentos à qualidade desses pensamentos, bem como, ao seu efeito sobre a nossa Alma!

A Mente, elo entre o Ego e o seu Tríplice Corpo, permite a percepção dele no mundo material, tirando proveito, dessa forma, das muitas e variadas lições à sua disposição, isso no caso de seu funcionamento normal. Como diz Max Heindel, no livro Conceito Rosacruz do Cosmos: “Nós mesmos, como Egos, funcionamos diretamente na substância sutil da Região do Pensamento Abstrato, que especializamos dentro da periferia da nossa aura individual. Dessa Região nós observamos, através dos sentidos, as impressões produzidas pelo mundo exterior sobre o Corpo Vital, como também os sentimentos e emoções gerados por elas no Corpo de Desejos e refletidos na Mente. Dessas imagens mentais formamos as nossas conclusões na substância da Região do Pensamento Abstrato relativas aos assuntos a que se referem. Tais conclusões são ideias.”.

A Mente, esse veículo de recente aquisição, encontra-se numa necessidade premente de exercício e de disciplina. O estudo da matemática, da Astrologia Rosacruz, do Esquema, Obra e Caminho da Evolução e da música elevada (que tenha harmonia, ritmo e melodia que nos eleve às Regiões superiores do Mundo do Pensamento) são formas construtivas de ginástica mental de alto nível.

Os Exercícios Esotéricos matutino de Concentração e noturno de Retrospecção, recomendados pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, são de inestimável valor para a aquisição de disciplina mental, pois empregam a faculdade de penetração do mercúrio. Passado algum tempo, a Mente consegue transpassar a parte exterior e contemplar o que há de mais íntimo no objeto estudado. O Exercício Esotérico de Retrospecção emprega a qualidade altamente refletora do mercúrio: quando corretamente executado, revela a escória de mercúrio, formada por razões pervertidas, falsas e egoístas de cada uma de nossos pensamentos, desejos, sentimentos, nossas emoções, palavras, nossos atos, nossas ações e obras. É mister que haja purificação dos minérios de mercúrio, como os nossos pensamentos, desejos, sentimentos, as nossas emoções, palavras, os nossos atos, as nossas ações e obras, visto que o incorreto uso da Mente dispersa a fonte da juventude, ou força vital ascendente.

A Tríplice Alma é afetada pela nossa reação às situações vividas. Devemos admitir o fato, uma vez constatado o erro, procurando, em seguida fazer a devida correção em todos os planos, por meio do arrependimento e da reforma íntima. Numa conclusão apressada, não percebemos os fatos, devido ao bloqueio exercido pelos nossos conceitos errados que obscurecem a luz da verdade.

A escória do mercúrio espiritual é removida por meio de exercícios mentais construtivos, do Exercício Esotérico do Discernimento e do uso correto das faculdades da comunicação.

A PRATA

Esse metal nobre sintoniza-se com a Lua, regente da natureza emocional, a qual, se purificada, transforma-se na “água viva” mencionada pelo Cristo, ou na “prata viva” dos alquimistas — o ELIXIR VITAE.

A Lua rege também a fecundação e o princípio da maternidade. O zelo para com um outro ser humano é um trabalho sagrado e que prepara o Estudante Rosacruz para trabalhos maiores. Os minérios da prata são formados pelas experiências domésticas do Estudante Rosacruz, no papel paterno ou materno, e dependem estritamente da harmonia ou não, desses relacionamentos. Quando há resistência, ou má vontade para com essas responsabilidades, ou preferências egoístas, ou emocionais, a prata carece de pureza.

Aqueles que temperam com o amor os alimentos para a sua família; cuidam dos pequeninos com luminosa alegria; exercitam a inteligência; promovem a harmonia doméstica e preenchem as necessidades dos seus dependentes por motivos altruístas e afeição sincera, estão juntando prata pura.

O OURO

Esse metal é o doador de vida da economia, indústria e comércio das nações; é regido pelo dador da vida: o Sol. O despotismo é uma forma de ouro alquímico impuro. Aquele em cujas mãos se encontra o poder, deverá preocupar-se com o seu sábio exercício, para a elevação de todos. Quando uma honra, ou uma posição elevada são negadas, a experiência deve ser vivida com dignidade e entendimento, a fim de purificar o ouro espiritual.

O nosso ouro é o Ego, a imperecível chispa da Divina Chama. O ouro transmutado (o Corpo-Alma, que nos oferece a imortalidade consciente) é um ouro mais refinado, porquanto a virtude tem mais valor que a inocência.

Quando todos os metais estão presentes, deve haver equilíbrio: quantidades iguais de prata e ferro, tornam os desejos altruístas e dão energia ao serviço. A fulgurante alegria e a beleza do cobre aliviam a pesada labuta do chumbo. Por sua vez, o chumbo equilibra a frivolidade do cobre, quando em excesso. O mercúrio tempera a abundância do estanho jupiteriano pelo Exercício Esotérico do Discernimento; uma quantidade correspondente de estanho neutraliza um excesso de mercúrio (orgulho intelectual), por intermédio de orações e obediência, aspirações elevadas e FILANTROPIA.

Após conseguido o equilíbrio entre os metais, eles resistirão à transmutação, a menos que haja remoção das respectivas características separadoras: isso se faz reduzindo todos os metais à Matéria Primordial, que é a substância primária da qual os Elohim formaram o Universo.

A PEDRA FILOSOFAL

Os alquimistas concordaram com os princípios básicos do trabalho a ser realizado, porém os seus métodos diferem. Segundo Max Heindel, “cada pedra tem sua individualidade própria, correspondendo à Individualidade do filósofo que a produziu. Por esse motivo, é difícil produzir uma fórmula generalizando o trabalho, sendo aconselhável dar indicações individuais àqueles que adquiriram, pelo menos, o direito à sua elaboração.”.

A arte da Alquimia Espiritual pode ser aprendida, mais não ensinada. Deve ser uma experiência pessoal e mística. Os seguintes degraus, enunciados por Paracelso, contêm farto material para meditação:

  • a calcinação – é o aquecimento dos metais inferiores, no ar, a temperaturas tão elevadas, que ficam reduzidos a pó. A fornalha é aquecida por intermédio duma chama que se encontra na sua parte superior. A chama espiritual (o Cristo Interno) localiza-se na parte superior e dirige-se para baixo, na direção da base do cordão espinhal. Similarmente ao emprego dado ao mercúrio na mineração, ou seja, de separar o ouro de seu minério, os fogos da Mente se tornam intensos através da aspiração, dedicação, autodisciplina e pureza dos desejos; e como se elevam, carregam consigo o ouro Crístico. Os fogos purificadores da autoanálise e arrependimento, desintegram e limpam a natureza inferior.
  • a sublimação – é um estágio mais avançado de refinamento.
  • a solução – nela dissolve-se o material já em forma de pó, em líquido isento de umidade. O mercúrio é um líquido, portanto não umedece o pó com o qual se encontra. Pela solução da razão penetrante e clara compreensão, o puro (verdade) é separado do impuro (ilusão). Conforme disse São Paulo: “Sede transformados pela renovação de vossas Mentes”. Os alquimistas consideram a “Aqua Mercurialis” a alma de seu trabalho. Não há trabalho espiritual sem a purificação e a espiritualização da Mente.
  • a putrefação – é o estágio em que se consegue a “Matéria Primordial”. … “A terra estava sem forma e vazia… e o Espírito de Deus se movia na superfície das águas”. Aqui exemplifica-se o enunciado dos alquimistas de que “a água é tudo” e de que a pedra é feita de fogo (ignis noster) e água (aqua permanens) agindo sobre a Matéria Primordial, em estado de putrefação. A Centelha de vida nova espera a sua libertação, conforme aconteceu na Crucificação e na Ressurreição e como exposto no Evangelho Segundo São João 12:24: “Na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só. Mas se morrer, dará muito fruto”.
  • a destilação – produz a separação entre a água e o material oleoso. Esse processo produz a prata, ou “condição Lunar”: da escuridão da Matéria Primordial se produz a “pedra branca”.
  • a coagulação – consiste na união dos opostos, fogo é água. A pedra branca da Lua é transmutada na pedra vermelha do Sol: … “Na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito (fogo), não pode entrar no Reino de Deus.”.

Obtém-se, dessa maneira a pedra que transforma em ouro tudo que por ela é atingido, e todo o corpo é impregnado com a iluminação do Cristo Interno, a Pedra Filosofal viva, que os alquimistas chamam de estado de “tinctura”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.T.: ICor 13: 1Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como um bronze que soa ou como um címbalo que tine.2Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, eu nada seria. 3Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse a caridade, isso nada me adiantaria. 4A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. 5Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. 6Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. 7Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8A caridade jamais passará. Quanto às profecias, desaparecerão. Quanto às línguas, cessarão. Quanto à ciência, também desaparecerá.9Pois o nosso conhecimento é limitado, e limitada é a nossa profecia. 10Mas, quando vier a perfeição, o que é limitado desaparecerá. 11Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança. 12Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido. 13Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, estas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade.

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A Tentação e a Sua Importância no Discernimento do Bem e do Mal

Elman Bacher, em seus Estudos de Astrologia, escreveu: “o artista no indivíduo durante as épocas passadas tratou de interpretar em versos, canções e quadros seu conceito de vida como uma grande luta. Toda escritura narra a história, em símbolos e alegorias, dos ataques furiosos das forças das trevas contra a fortaleza da luz, a contenda do diabo contra Deus pela alma do ser humano, a fricção incessante entre o mal e o bem, o tentador que procura, eternamente, acabar com aquilo que é aspiração no coração humano”.

Isso faz parte da nossa evolução e saber como funciona nos fortalece para extrair melhor o ensinamento que nos é oferecido. Vejamos, então, de onde vem tudo isso.

Todos nós descendemos de uma raça chamada Semitas Originais. Nós, como Semitas, fomos a primeira raça a ganhar o livre arbítrio e a faculdade de poder escolher o que fazer.

Essas duas condições – caminhar por conta própria e decidir o que fazer – eram necessárias, como ainda o são, para desenvolver a faculdade da razão, a nossa Mente, a fim de aprendermos a pensar estando na consciência de vigília nesta Região Química do Mundo Físico.

Em qualquer escola que cursamos, seja no primeiro grau, segundo, na faculdade, de tempos em tempos são dados testes ou provas a fim de nos examinar e descobrir se aprendemos as lições dadas.

Do mesmo modo, na escola da vida, os sublimes mestres que nos orientam na nossa evolução, de tempos em tempos, nos dão provas que realcem ou destaquem os nossos pontos débeis.

Essa é a maneira mais eficaz de corrigir as nossas deficiências e fortalecer o nosso caráter. Esse é o momento em que o mestre se converte em tentador, ou em outras palavras: se converte num adversário ou inimigo (Satã ou Satanás em hebreu).

Temos vários casos na Bíblia: por exemplo, no cap. 24 do Segundo Livro de Samuel de 1 a 15: “Tornou-se de novo a acender o furor do Senhor contra Israel e excitou o Senhor contra eles a Davi, permitindo que dissesse: vai e numera a Israel e Judá. Disse, pois, Davi a Joab, General do seu exército: corre todas as tribos de Israel desde Dan até Betsabée, e fazei a resenha do povo, para eu saber o seu número (…) e tendo percorrido toda a terra, voltaram para Jerusalém depois de nove meses e vinte dias (…) acharam-se em Israel 860 mil homens robustos (…) mas, depois que foi contado o povo, sentiu Davi ao Senhor: eu cometi, nessa ação, um grande pecado: mas rogo-te, ó Senhor que perdoe a iniquidade de teu servo, porque obrei muito nesciamente (…) mandou, pois, o Senhor, a peste a Israel (…) e morreram do povo desde Dan até Betsabée 70 mil homens”.

Na passagem: “excitou o Senhor” vemos que o Senhor permitiu que Davi caísse na tentação de vã glória e ambição ordenando o recenseamento. Isso é evidenciado se notamos que em primeiro Paralipômenos Capítulo 21, versículos de 1 a 13 temos a mesma passagem só que relatada da seguinte forma: “Levantou-se, pois, Satanás contra Israel e incitou a Davi a fazer resenha de Israel e disse Davi a Joab, e aos principais do seu povo: Ide e fazei a conta a Israel desde Betsabée até Dan e trazei-me o número para eu saber”.

Davi deveria ter confiança em Deus e atribuído a ele toda força e poder que possuía e não à quantidade de soldados que existiam.

Ora, Davi era semita e Jeová era o Deus de Raça responsável por toda a evolução naquela época. Os Semitas eram teimosos e gostavam de fazer tudo por si só. Aí a represália em forma de peste de modo a deixar bem claro que a quantidade de homens era insignificante se comparado ao poder de Jeová.

Note, então, que Satanás apareceu com o significado de adversário, de tentador, a fim de provar ao próprio Davi até onde ia a sua fé.

Perceba que o próprio Davi tão logo viu a estupidez que fez caiu em remorso no seu coração. Só que naquela época não havia o Perdão dos Pecados e estavam sob a lei e devia-se aprender pela dor – aí a peste e todo o sofrimento. Entretanto, da mesma forma que hoje, uma vez aprendida a lição, o ensino foi suspenso!

Temos um segundo exemplo no livro de Jó (1:6-22 e 2:1-10): “Um dia em que os filhos de Deus se apresentaram diante do Senhor, veio também Satanás entre eles (…). E o Senhor disse-lhe: ‘Notaste o meu servo Jó? Não há ninguém igual a ele na terra: íntegro, reto, temente a Deus, afastado do mal’. Mas, Satanás respondeu ao Senhor: ‘e a troco de nada que só teme a Deus? Não cercaste como de uma muralha a sua pessoa, a sua casa e todos os seus bens? (…), Mas estende a tua mão e toca em tudo o que ele possui: juro-te que te amaldiçoará na tua face’. ‘Pois bem’, respondeu o Senhor. ‘Tudo o que ele tem está em teu poder; mas não estendas a tua mão contra a sua pessoa’”.

Daí por diante tudo o que Jó possuía foi sendo destruído por inimigos ou por fogo ou por furacão. Jó perdeu tudo.

Então, Jó se levantou, rasgou o manto e raspou a cabeça. Depois, caído, prosternado por terra, disse: “Nu saí do ventre de minha mãe, nu voltarei. O Senhor deu; o Senhor tirou. Bendito seja o nome do Senhor”.

Em tudo isso Jó não cometeu nenhum pecado, nem proferiu contra Deus nenhuma blasfêmia. “Ora, um dia em que os filhos de Deus se apresentaram diante do Senhor, Satanás apareceu também no meio deles (…) o Senhor disse-lhe: Notaste o meu servo Jó? (…) Foi em vão que me incitasse a perdê-lo”.

Pele por pele!” – respondeu Satanás. “O homem dá tudo que tem para salvar a própria vida. Mas estende a sua mão, toca-lhe nos ossos, na carne; juro que te renegará na tua face”.

O Senhor disse a Satanás: “Pois bem, ele está em teu poder, poupa-lhe apenas a vida! (…) Satanás feriu Jó com uma lepra maligna, desde a planta dos pés até o alto da cabeça. (…) Sua mulher disse-lhe: Persiste ainda em tua integridade? Amaldiçoa a Deus; e morre! Falas, respondeu-lhe ele, como uma insensata. Aceitamos a felicidade da mão de Deus; não devemos também aceitar a infelicidade?”.

Em tudo isso Jó não pecou por palavras. Essas provações só mostram quão firmes devemos ser. Tudo Deus nos deu. Tudo só Ele pode nos tirar. Tudo que possuímos são bens que temos o privilégio de administrar. Se administrarmos bem, mais possuímos. Se administrarmos mal, até o que temos nos será tirado.

Esses são os talentos que Cristo nos fala, em Mateus 25:14-30.

Satanás, aqui, é senão o adversário se empenhando para provar a Jó. Entretanto, perceba que ele nada faz sem a permissão de Deus que, por outro lado, não permite que Satanás nos tente acima de nossas forças!

Além disso, Deus nos ajuda com a sua graça de tal forma que tudo o que o adversário ou o inimigo nos faça redunde em nosso bem, mostrando-nos e reforçando em nós as virtudes e o merecimento. Lembrarmo-nos disso nos ajudará, e muito, a nos mantermos firmes em meio às adversidades.

Qualquer pessoa, qualquer circunstância ou qualquer ser pode se tornar um Satanás, um adversário, um inimigo para nós num momento em que dele precisamos.

E o que é Satanás para nós, pode não ser, e muitas vezes não é para os outros. O importante é ter em mente que quando qualquer pessoa ou qualquer sugestão de qualquer pessoa – seja ela a pessoa que mais amamos ou que mais respeitamos ou, ainda, a em que mais nos espelhamos – vier nos pedir ou sugerir que façamos algo que, pela lógica, pela razão e pelo nosso coração é errado devemos dizer como Cristo disse a São Pedro no Evangelho Segundo São Mateus (16:23): “Afasta-te Satanás; tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!”.

Não devemos também amaldiçoar o tentador, o nosso adversário, só porque ele se apresentou como tal para nós.

De repente essa apresentação se deu só uma vez e não se dará mais. De repente ele nem se sentiu adversário nosso. Também não adianta tentar ensiná-lo que está errado ao pedir ou sugerir “algo errado”. Nesse momento, nós é que estamos sendo tentados; a lição é para provar-nos, não a ele. Ele é apenas o instrumento; devemos sim repreendê-lo como Cristo o fez, mostrando nossa consciência no bem. Outras vezes nós nos tornamos o adversário de nós mesmos. Quando não temos vontade e inteligência de agir corretamente.

Na Bíblia, Saturno é Satanás, Satã, o adversário, o inimigo, o opositor, o que luta contra o contrário. Aquele que limita; que obstrui; que cristaliza; que nos incomoda. Aquele que nos deixará passar para um nível mais elevado se provarmos ter o merecimento necessário. Aquele que nos incita a nada fazer; a fraquejar; a xingar; a blasfemar; a cristalizar; a perder tempo. Enquanto ficamos nisso, nada conseguiremos e só retrocedemos. Aprendamos com as nossas fraquezas e elas nos elevarão. É nosso dever prosseguir, agir, desafiar novos opositores, abrir novos horizontes. Lembremos que: “a messe é grande e os operários são poucos”.

Daqui concluímos que Saturno é o tentador que nos incita a não agir; a blasfemar; a opor-se.

Outro tentador há que nos incita a agir, mas agir para o mal; a manter uma compreensão errada pela Mente; a viver na ignorância. Nesse sentido Cristo-Jesus foi tentado três vezes pelo demônio no deserto. As tentações visavam tocar no ponto mais fraco, com isso o tentador poderia justificar a sua queda alegando que: ou se fazia assim ou morreria.

Entretanto, é preferível morrer a trabalhar para o mal! Após Cristo-Jesus ter jejuado 40 dias e 40 noites “o tentador aproximou dele e lhe disse: ‘se és Filho de Deus, ordena que estas pedras se tornem pão. Cristo-Jesus respondeu: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’.” (Mt 4:1-14).

Através do seu poder espiritual, Cristo-Jesus poderia matar sua fome, mas é uma lei cósmica que não se pode usar o próprio poder para tirar algum proveito material para si mesmo. Se o fizesse estaria praticando magia negra! E o demônio sabia disso.

Na segunda tentação, “o demônio transportou-o à cidade santa, colocou-a no ponto mais alto do templo e disse-lhe: ‘se és Filho de Deus, lança-te abaixo, pois está escrito: ele deu a seus Anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra’. Disse-lhe Cristo-Jesus: ‘Também está escrito: ‘não tentarás o Senhor teu Deus”.

Note que o demônio percebeu que Cristo se apoiava nas Sagradas Escrituras e, também, se apoiou nela para fundamentar a sua sugestão!

Na terceira e última tentação “o demônio transportou Cristo-Jesus, uma vez mais, para um monte muito alto, e lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-lhe: ‘dar-te-ei tudo isto se, prostrando-o diante de mim, me adorares’. Respondeu-lhe Cristo-Jesus: ‘Para trás, pois está escrito: ‘Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele servirás’”. Com a ajuda do demônio, que possuía o controle sobre a terra, naquele tempo, seria fácil se tornar um herói maravilhoso no conceito das pessoas sem ter os transtornos e as dificuldades que viriam.

Entretanto, logo descobria que “teria ganhado o mundo inteiro, mas perdido não só a sua própria alma, mas a alma do mundo inteiro, que tinha esperança de salvar”! Além do que a Reino de Deus não é deste mundo; não é o Reino dos homens; o Reino de Deus é celeste.

Após essa última tentação “o demônio deixou-o por um certo tempo”.

Repare na última frase: “por um certo tempo”, pois a prova não foi feita de uma vez, mas de tempos em tempos. Durante a Sua vida terrestre, encontramos a Cristo refutando as mesmas provas.

Esses três tipos de provas, de tentações, são as três mais difíceis pelas quais estamos, constantemente, passando: interesse pessoal, poder pessoal e fama pessoal. No início do nosso caminho Espiritual essas provas nos apresentam como simples e clara de serem refutadas, mas conforme progredimos, torna-se menos óbvio e mais sutil. E como diz Tomás de Kempis, em Imitação de Cristo: “por isso lemos no livro de Jó (7:1): ‘É um combate a vida do homem sobre a Terra’. Cada qual deve estar acautelado contra as tentações mediante a vigilância e a oração, para não dar azo às ilusões do demônio, que nunca dorme, mas anda por toda parte em busca de quem possa devorar (1Pd 5:8)”.

O demônio ou o diabo é o nome comum dado a Lúcifer ou Espíritos Lucíferos, cujo Planeta residente é Marte. Como diz em Fausto, quando pergunta quem é Lúcifer: “o Espírito da negação; o poder que trabalha para o bem, embora planejando o mal”.

O trabalho de Lúcifer foi, e ainda é, mostrar-nos que existem o bem e o mal. Com isso ele trouxe-nos a dor, a tristeza e a morte, roubando-nos a inocência e a paz. Pois, como éramos ingênuos e ignorantes abusamos da força criadora sexual, tornamo-nos conscientes do nosso corpo físico – nosso Corpo Denso – esquecemos os mundos espirituais e mergulhamos no pecado, mas obtivemos a possibilidade de escolher entre fazer o bem ou cair na tentação fazendo o mal.

A tentação tornou-se parte fundamental da nossa vida. É ela que nos traz a paciência, quando tentamos e não conseguimos fazer o certo; a humildade, quando erramos e nos humilhamos; a esperança, quando, após muito sofrimento estamos prestes a desistir; a fé, quando se sentindo perdido apoiamo-nos na graça e na consolação divina; ânimo, quando nos sentimos fortalecidos ante uma tentação superada e; principalmente, a consciência que, através da sua voz e quando aconteçam circunstâncias em que antigas tentações nos apresentam, ela nos orienta como agir não nos deixando nelas cair.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Raízes do Amor Segundo o Apóstolo

Muito já se escreveu sobre o amor, mas ninguém soube elevá-lo tanto, ninguém o revestiu de profunda clareza, e ao mesmo tempo de suprema transcendentalidade, como São Paulo em sua Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo treze.

“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos Anjos, se não tiver amor serei como o metal que soa ou como o sino que tine”. “Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha fé, a ponto de remover montanhas, se não tiver amor, nada serei”; “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará”, “O amor é paciente, é benigno; o amor não é invejoso, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente; não busca seus interesses, não se exaspera; não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre; tudo crê; tudo espera; tudo suporta”.

O trecho acima faz parte do Ofício Devocional Rosacruz (o Ritual do Serviço Devocional do Templo), o Ritual composto por Max Heindel sob a orientação dos Irmãos Maiores, para cultivo da natureza interna dos Estudantes Rosacruzes. Essa maravilhosa peça ritualística não constitui tão somente um conglomerado de frases, algumas extraídas da Bíblia, outras não, formando um sentido lógico. Sua profundidade, seu conteúdo místico, seus efeitos, desafiam a compreensão e a sensibilidade do mais sincero Estudante Rosacruz. Pode-se afirmar sem exagero: quanto mais o Estudante Rosacruz avançar no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, mais atiladamente vislumbrará as riquezas espirituais contidas nesse Ritual.

Sua leitura, se levada a efeito regularmente – todos os dias, exceto nos dias do Ritual Devocional do Serviço de Cura – e em um ambiente adequado, produzirá resultados definidos.

Quanto a Primeira Epístola aos Coríntios, sua importância dentro desse contexto é fundamental.

O Apóstolo dos gentios, longe de simplesmente tecer uma rebuscada apologia ao amor, como alguns podem julgar, procura apresentá-lo em suas reais dimensões. Suas palavras deixam transparecer uma clareza meridiana. Seus apelos são diretos e incisivos, dispensando concessões e ambiguidades. “Se não tiver amor, nada serei”; “se não tiver amor, nada disso me aproveitará”. O amor é paciente. Logo, é de natureza distinta da impaciência. O amor não é invejoso. Por conseguinte, contrapõe-se a inveja. Não é compatível com o ufanismo, com o ressentimento, com a injustiça, com a soberba, porque todos esses sentimentos provocam a desarmonia e destroem a unidade. O amor, princípio essencial de Cristo, unifica, mantém a coesão, respalda a fraternidade, cura, enfim, todos os males. É a grande panaceia. Como pode medrar essa semente divina, quando o seu real significado é distorcido? Como tingiram-na de cores vulgares! Acomodaram-na às conveniências do momento, associando-a a ideia de sexo: na linguagem mundana, “fazer amor” é sinônimo de relações carnais, o que não tem a haver com o conceito do verdadeiro amor entre duas pessoas!

Mas São Paulo preservou sua identidade ao legar-nos Cartas ou Epístolas inspiradoras. Cada vez que participamos da oficiação do Ritual Devocional do Serviço do Templo Rosacruz, distantes momentaneamente do plano material, recebemos como que uma energia imunizadora contra os efeitos negativos das projeções deturpadas do amor.

Como herdeiros das promessas de Cristo, só nos resta empreender os maiores esforços por expressá-lo em nossas vidas diárias, buscando concomitantemente, compreendê-lo em suas raízes mais profundas.

(Gilberto A. V. Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz – maio/1975 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Saúde e a Lei Divina

Nossos pensamentos e nossas emoções, nossos sentimentos e desejos influem enormemente na saúde do nosso Corpo Denso.

Portanto, é preciso que nossos pensamentos sejam limpos, puros e que as nossas emoções, nossos sentimentos e desejos sejam controlados.

A oração é um meio eficaz de superar as dificuldades físicas porque, quando elevamos nossa alma a um plano superior, fazemo-nos receptivos ao Poder Curativo Divino – o Poder Curador do Pai –, que é tão potente hoje, como o foi nos dias de Cristo Jesus. Esse poder nos rodeia, pois Deus é Onipresente, e podemos aproveitá-lo pondo-nos em contato direto com as Leis de Deus, a Lei Divina. Esse poder é abundante em todo o lugar e é da vontade de Deus que nós tenhamos saúde perfeita. Depende só de nós obedecermos ou não às leis naturais que são necessárias para a saúde: ar puro, alimentação pura, pensamentos puros e vida reta.

O poder milagroso de Deus já foi experimentado por tantas pessoas, que a maioria já não põe isso em dúvida. É aceito o fato de que não existe nada que seja impossível para o Poder Curador do Grande Médico. Porém, nós devemos cumprir a nossa parte. A fé é indispensável, mas é igualmente importante é o desejo de corrigir os maus hábitos que nos impedem de alcançar os resultados que buscamos e, no fundo do nosso ser, bem sabemos quais são esses hábitos.

Que contraditória é a natureza humana! Todo paciente deveria buscar a cura, fazendo o possível para cooperar com o trabalho amoroso do Pai Celestial. Porém, os mesmos desejos, sentimentos impuros e as mesmas emoções impuras que provocaram nossas dificuldades, desde o princípio, continuam conosco e impedem nossa colaboração total com Deus.

Todos nós presenciamos as manifestações do Amor do Pai e, em nosso interior, podemos sentir a Sua Presença.

Que essa Divina Presença seja nosso guia na vida diária, para que possamos trabalhar com Ele e, assim, conseguirmos “milagres” em todas as esferas e momentos da vida.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – julho/1986-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Algumas Dicas de como Comer e como se Nutrir Corretamente

Quando alguém vem ter comigo, dizendo: “O meu estômago me está incomodando”, me vem a vontade de responder: “Não; não é esse o caso, mas o inverso: o senhor é que o está incomodando, e ele apenas protesta”. Como comer corretamente?

Em minha infância eu via mamãe comer maçãs raspadas. Ela sempre dizia que não tolerava as maçãs, mas afinal descobriu que podia comê-las quando raspadas. Mamãe tinha então poucos dentes de resto e, naqueles tempos, poucas eram as dentaduras em uso. Ela não podia triturar o alimento, e as partículas não mastigadas da maçã lhe irritavam o estômago e, sem dúvida, provocavam fermentação.

Anos depois, veio-me, em estado crítico, uma enferma de tifo, filha única de abastado comerciante. Ela não podia tomar leite nem mingau nem outro alimento habitualmente dado às pessoas enfraquecidas pela doença. Instruí a enfermeira para que conseguisse bananas bem maduras, amassasse-as com garfo e misturasse-as com um pouco de creme de leite. Minha paciente passou, com essa dieta, melhor do que os outros pacientes de tifo, até então atendidos por mim. Notável foi a sua convalescença.

Não se tratava de uma experiência. Eu sabia que nada havia na banana, desde que fosse reduzida a purê, que lhe prejudicasse o estômago. Quando a banana é mal mastigada e engolida em pedaços, como em geral acontece, não deve surpreender o incômodo que ela causa no estômago da pessoa. Se não são instruídas, é assim que as crianças costumam comer a fruta, e comem-na não bem amadurecida.

Ao comermos alguma coisa temos de pensar na devida combinação com o outro alimento que ingerimos. Se surge um desarranjo, não seja culpado o alimento, mas a combinação imprópria.

A mais nova higiene de viver inclui alguns pontos muito importantes para entender como melhor devemos nos nutrir: “são muitos os fatores que determinam a seleção alimentar. Como não há no mundo duas pessoas iguais e o que é alimento para um indivíduo pode ser veneno para outro, os tipos de alimentos requeridos, bem como sua quantidade, dependem das mais variadas condições, tais como altura, peso, clima, estação do ano, grau de metabolismo e estado de saúde, condições das glândulas, temperamento individual, idade, grau de crescimento de crianças, quantidade de sono e de exercícios físicos.

Outro fator importante chamado geralmente de “psicologia da digestão” é aquele que inclui o estado mental do indivíduo no momento de comer e o prazer derivado do alimento. Nunca devemos tentar comer alimentos sólidos quando sob qualquer tensão emocional, como preocupação, medo ou aborrecimento, ou enquanto muito cansados, com frio, ou sob outro qualquer desconforto. O alimento para ser benéfico, precisa ser saboreado a fim de que sua assimilação seja completa. Enquanto os gostos por certos alimentos precisam ser adquiridos, a aversão a algum, em particular, pode ser uma advertência natural contra esse alimento ou contra a sua combinação com outros. Todavia, devemos recordar que gosto é também uma questão de educação e hábito, e toda pessoa saudável pode e deve aprender a comer todas as verduras e frutas.

Na medida em que a ciência dietética progride, mais doenças vão sendo incluídas na classe de desordens de nutrição. É fato agora bem conhecido que casos crônicos como os de asma, febre do feno, catarro, doenças da pele, reagem a uma dieta correta. Contudo, nenhuma dieta deve ser improvisada. “Testes de alimentos” devem ser feitos e a dieta planejada de acordo com as necessidades alimentares e peculiaridades do paciente. Uma dieta bem balanceada é o que há de mais seguro para as pessoas sadias, porquanto tal dieta combina todos os elementos indispensáveis à manutenção da saúde.”.

“As Leis de saúde são as leis de um viver apropriado. Não obstante, a saúde pode ser afetada por influências externas, tais como o meio-ambiente em que se situa um lar e o ambiente da comunidade em que se vive.

Conquistar saúde e vencer fraquezas latentes dependem de se formar bons hábitos, organizar os pensamentos, e ordenar a vida diária. Os hábitos precisam ser flexíveis, isto para que possam ajudar-nos a modificar e melhorar a nossa maneira mental e física de viver. Hábitos nada salutares, tais como tomar estimulantes nocivos, alimentar pensamentos depressivos, etc., são decididamente destruidores de saúde. Examinando nosso programa de saúde, podemos achar novos meios de aperfeiçoá-lo, tais como: separar uma hora para exercícios físicos diários ao ar livre, acrescentar ou excluir alguma coisa de nosso regime alimentar, melhorar a circulação do ar em nosso dormitório, etc.

Os bons hábitos alimentares e a prática de uma higiene de vida incluem ar fresco e exposição ao Sol, exercícios diários ao ar livre, higiene pessoal, ambiente alegre e agradável, atitude mental sadia, recreação, eliminação normal satisfatória, tudo como fatores promotores de saúde.”.

“Cuidadosa atenção precisa ser dada à eliminação através dos intestinos, dos rins e da pele, já que saúde e nutrição dependem em grande parte de uma rápida e regular eliminação dos resíduos do corpo.

Os intestinos podem ser mais bem regulados pela aplicação de certas regras relativas à formação de hábitos, à dieta, à ingestão de água entre as refeições e a exercícios.

O hábito de evacuar os intestinos diariamente, na mesma hora, previne a ocorrência de prisão de ventre entre quase todas as pessoas sadias. As horas consideradas mais favoráveis para isso são as de antes ou logo após o café da manhã, como também aquela após o jantar. Um ou dois copos d’água, tomados imediatamente após levantar-se pela manhã, estimula o peristaltismo e ajuda grandemente na formação rápida e regular do hábito da eliminação. De fato, beber água à vontade durante o dia todo é muito importante para conseguir-se isso. Por outro lado, o que facilita a constipação é a irregularidade no horário das refeições, é o comer demasiado, e é também o uso seguido de alimentos concentrados, especialmente carboidratos.”.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’-novembro/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Voltar Atrás

Uma das coisas mais prejudiciais ao processo de transmutação interna que o Estudante Rosacruz deve realizar mediante um trabalho árduo e sistemático, é o ato de voltar atrás. Quando já conseguiu atingir determinado ponto na escalada de ascensão no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz e, subitamente, por algum motivo que bem pode ocultar uma prova necessária, decide retroceder, abandonando um hábito novo positivo, voltando a retomar hábitos antigos, já superados anteriormente, fará estremecer as bases de sua conquista interna. Se já chegou a atingir certo nível de progresso anímico, é porque estava capacitado para tanto, e não se justifica mais que retraia todo aquele esforço.

Cristo diz na Bíblia que quem tropeçar num só ponto, cairá por inteiro. Daí se depreende que, quando já conseguimos superar, em alta escala, duas ou três, ou mais de nossas fraquezas, em parte ou totalmente, e de repente falhamos em uma delas apenas, todas as outras conquistas se sentirão abaladas, tenham ou não ligação entre si. Então pode acontecer que comecemos a sentir novamente impulsos recônditos de voltar — não só àquele – como a muitos outros erros ultrapassados. A besta inferior – o irmão burro de São Francisco de Assis – adormecida, começa a despertar e a comprometer todas as demais intenções superiores.

De modo contrário, em outra passagem da Bíblia, Cristo afirma que “um pouco de fermento faz toda a massa levedar”. Significa que um pequeno esforço para o bem vai mexer com todo o sistema interno de conquista, deslocando um pouco mais para a frente e para cima, as pedras interligadas do mosaico interno que estamos construindo. Daí a necessidade que se impõe de mantermos firmes os nossos propósitos, tomando decisões que sabemos estar em condições de poder enfrentar e sustentar. Verdade que ninguém está livre de levar quedas, e muitas, durante a escalada. Mas, o importante é saber tirar partido dessas quedas, mantendo-nos firmes na luta, para não deixar que se repitam. Max Heindel mesmo afirmou “o único fracasso é deixar de lutar”. E esse lutar, é lutar mesmo, sem esmorecimento, porque os retornos e as paradas são válidos até certo ponto, como resultado do nosso processo interno de esmerilhamento. Mas, uma vez estabelecida a conquista, voltar atrás é negar a si mesmo o próprio esforço já realizado.

Como exemplo do que foi dito acima, temos o caso de um homem que deixou por várias vezes o hábito de fumar, cada vez por um tempo maior, até que decidiu peremptoriamente não voltar a fumar. Assim se manteve durante muito tempo, aceitando o fato já como conquista interna positivada, quando de repente, não resistindo a uma grande decepção — que pode aparecer sempre como tentação, para confirmar a nossa certeza — retomou o velho hábito e de forma intensa, como se quisesse desforrar-se do tempo que passara sem fumar. Não tardou muito, começou a ficar rouco e acabou constatando a existência de um câncer na garganta.

É assim que funciona o processo quando não sabemos ou não temos força de assumir e conservar responsabilidades novas, adquiridas com sacrifício; quando não sabemos manter vivo o esforço dirigido; quando, subitamente, abandonamos uma longa linha de ação, apesar de termos revelado a nós mesmos certas aptidões para chegar a determinado progresso, o desequilíbrio que resulta de tudo isso vai obrigar a natureza a repor as coisas em seus lugares, mediante o sofrimento. E até nas pequenas coisas, isso pode acontecer. Basta que tenhamos assumido determinado compromisso conosco mesmos. O fato mesmo de dizermos “amanhã faço tal coisa” ou “amanhã vou a tal lugar”, na firme intenção de fazer o que nos propomos e, no dia seguinte, modificarmos os planos unicamente porque se perdeu a vontade de cumpri-los, sem motivo sério que justifique a retração, até isso nos fará dar um passo atrás no cultivo das forças conquistadas. E temos a notar também que esse prejuízo vai refletir-se fora do nosso plano interno de ação. Isso porque tudo o que fazemos, tanto de bem como de mal, por pequeno que seja, vai sempre influir na totalidade de nossa vida, e em tudo o que nos cerca e do qual fazemos parte: nosso lar, nossos familiares, nossos amigos, nosso relacionamento de todo o dia. Até nossa conduta poderá sofrer certas alterações desagradáveis, muitas vezes contra nossa própria vontade.

Por isso é sempre bom mantermo-nos alertas diante de qualquer tropeço, procurando corrigir de imediato qualquer falha. Ali pode estar a chave de uma experiência importante que nos abrirá as portas para um caminho mais amplo e mais seguro. Conservando-nos positivos, em qualquer circunstância, garantiremos o bom êxito final de todos os nossos esforços e das nossas conquistas.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto/1974-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual é a diferença entre um médium em transe, um médium materializador, o Clarividente Voluntário treinado e a pessoa comum?

Resposta: De um modo geral, podemos dizer que a humanidade, atualmente, está dividida em duas classes: aquelas em que a conexão entre o Corpo Vital e o Corpo Denso está bem forte, e a outra classe em que a conexão está mais frouxa. Na primeira classe está a pessoa comum, que está engajada em atividades materiais e completamente sem nenhum contato com os Mundos espirituais. Na segunda classe estão os assim chamados sensitivos e, novamente, está dividida em duas classes. Uma classe que é positiva e está motivada pela vontade interna. Dessa classe se origina o Clarividente Voluntário treinado e o Auxiliar Invisível. A outra classe é negativa e está sujeita à vontade dos outros. Dessa classe os médiuns são recrutados.

Quando a conexão entre o Corpo Vital e o Corpo Denso de um indivíduo é um tanto frouxa, ele será sensível às vibrações espirituais e, se escolher se desenvolver pelo lado positivo ou voluntário, ele desenvolverá por sua própria vontade as faculdades espirituais, viverá uma vida espiritual e, com o tempo, receberá os ensinamentos necessários para se tornar um Clarividente Voluntário treinado e o dono da sua faculdade para exercê-la livremente quando ele quiser e precisar, em todo e qualquer momento.

Se uma pessoa tem essa leve frouxidão entre os Corpos Vital e Denso, e se escolher se desenvolver pelo lado negativo ou involuntário, ela está sujeita a se tornar presa de espíritos desencarnados[1], como um médium.

Quando a conexão entre o Corpo Vital e o Corpo Denso é muito frouxa, de modo que pode ser removida facilmente, e o indivíduo escolhe se desenvolver pelo lado positivo ou voluntário, ele pode se tornar um Auxiliar Invisível, capaz de retirar os dois Éteres superiores[2] de seu Corpo Vital à vontade e usá-los como um veículo de percepção sensorial e de memória. Ele pode, então, funcionar conscientemente nos Mundos espirituais e recordar de manhã de tudo o que ele fez por lá, de modo que, por exemplo, quando deixa seu Corpo Denso à noite, ele retoma a vida nos Mundos invisíveis de maneira totalmente consciente, como o fazemos aqui, quando acordamos de manhã após uma noite de sono e realizamos nossas várias atribuições no Mundo visível.

Quando uma pessoa possui essa conexão frouxa entre o Corpo Vital e o Corpo Denso e escolhe se desenvolver pelo lado negativo ou involuntário, os espíritos que estão presos à Terra e procuram se manifestar por aqui, podem retirar parte do Corpo Vital da pessoa, por meio do baço, e usar temporariamente os Éteres inferiores[3] desse Corpo para materializar formas espirituais, devolvendo os Éteres ao médium após terminada a sessão de manifestação.

(Pergunta nº 129 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: também chamados de Espíritos apegados à Terra, normalmente irmãos ou irmãs que morrem durante uma discussão, uma briga ou com um sentimento de raiva e vingança, ou ainda, muito apegado aos “seus” bens materiais.

[2] N.T.: Éter Luminoso ou de Luz e Éter Refletor.

[3] N.T.: Éter Químico e Éter de Vida.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

“Morro Todos os Dias!”

Meus dias, cada um é toda uma existência. Na manhã de cada um vivo para mundo; pela tarde sou Siegfried, o Buscador; à noite esforço-me por ser ocultista e místico. E ao dormir estou entre um renascimento e outro.

De manhã cuido de mim e do intelecto; à tarde cuido da família e do espírito; à noite cuido do meu semelhante e morro. Pois a manhã é minha juventude insensata e egoísta — quando focalizo apenas mundanismo; a tarde é meu amadurecimento físico-mental e despertar espiritual — quando ergo meus olhos para o céu e me volto para os seres que estão mais próximos; a noite é meu amadurecimento espiritual, minha velhice — quando, reconhecendo que “viver é servir”, passo a existir mais para os outros do que para mim mesmo. E no afã do serviço amoroso findo os meus dias na Escola da Experiência.

Descanso, durmo e sonho.

Sonho com o Purgatório e com as coisas do Primeiro Céu, do Segundo e do Terceiro, onde estiveram “sonhando acordados” vários companheiros de jornada que seguem a estrada muitos passos à minha frente. Inclusive São Paulo e meu Iluminado amigo Max Heindel, aos quais devoto particular estima e admiração. Aliás, foi o primeiro deles quem me levou a essas reflexões, pois foi quem disse há dois mil anos: “Morro todos os dias...”

Após sonhar, desperto e me levanto para um novo dia. Um dia, sem dúvida, melhor que o anterior, pois desperto mais forte, mais saudável, mais bondoso, mais sábio, enfim, mais próximo da perfeição. E até mais bonito…

Antes de despertar, contudo, tudo vi. Em sonhos. Contemplei todo o dia que tenho pela frente, embora de nada me recorde agora que me acordo. E só por não me poder recordar do panorama, agora, é que, às vezes, ainda me aborreço com os percalços da jornada. E em certas horas até me esqueço de louvar a Sabedoria e exaltar o Amor de Deus, que me soube planejar mais este dia!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)

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