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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Formação das Almas: você está focando na formação das suas?

Dentro da Filosofia Rosacruz, Alma é definida como o extrato espiritualizado ou a quintessência de cada um dos nossos três Corpos de Desejos, Vital e Denso.

Estes três Corpos são projeções materiais, alguns os chamam de reflexos, outros de sombras dos nossos três poderes essenciais na qualidade de Espírito (Tríplice Espírito).

Assim podemos dizer que faz parte do Plano Divino tornar a matéria física, a matéria etérica e a matéria de desejos espiritualizada. Portanto, esses estados de matéria devem ser espiritualizados. Esse trabalho gera a Tríplice Alma, correspondentes a cada veículo, a saber: Alma Consciente resultante da espiritualização do Corpo Denso; Alma Intelectual constituindo-se no extrato espiritualizado do Corpo Vital; Alma Emocional como sendo a quinta essência do Corpo de Desejos.

Nós, como um Espírito emanado de Deus, possuímos também as três qualidades inerentes: ao Poder Divino, expresso como Espírito Divino; o Amor-Sabedoria, que se manifesta como Espírito de Vida; o Movimento ou Atividade, manifestando-se como Espírito Humano.

Essa herança Divina de Deus para com seus filhos se manifesta de acordo com o grau de nossa consciência espiritual, de onde concluímos que no atual estado evolutivo da nossa Onda de Vida, a humana, essa manifestação se opera de uma maneira ainda imperfeita. Torna-se necessário um esforço no sentido de dinamizar e ativar tais poderes para que a nossa real natureza se manifeste em toda sua plenitude. A vida é um “vir a ser” constante, nos levando a realizar esse objetivo. Os preceitos Cristãos, como são apresentados pela Fraternidade Rosacruz, constitui meios seguros para se conseguir isso. Esse alvo deve ser atingido por etapas, etapas estas que determinam estados de consciência.

Por meio das nossas inúmeras existências estamos desenvolvendo e passando por estados sucessivos de consciência, desde a mais completa inconsciência à plena consciência de vigília.

Esses estados de consciência foram desenvolvidos através de diversas etapas. Assim é que no Período de Saturno o estado de consciência predominante era o de transe profundo; no Período Solar, sono sem sonhos; no Período Lunar, sono com sonhos. Na metade Marciana do Período Terrestre houve uma recapitulação dos Períodos anteriores, sendo que na Época Atlante houve a aquisição da Mente instintiva e na presente Época Ária surgiu o estado de consciência apoiado na razão e no pensamento. Não podemos pensar em formação de Almas sem considerarmos as faculdades de raciocinar e de pensar, as quais bem desenvolvidas equivalem a um processo iluminador, ou ainda, a ter mais consciência de vigília.

A presente etapa nos habilitará a alcançar a luminosidade e transparência da Sexta Época – a Nova Galileia. A nossa consciência deverá se sincronizar com esse processo de iluminação, de aparecimento gradual da transparência, processo iniciado no Período de Saturno, devendo atingir o seu ponto alto na Sexta Época.

Dentro do aspecto que nos caracterizará Época Nova Galileia devemos ressaltar o fato de que a vigília tenderá a se prolongar, o que implicará numa redução das horas de repouso e consequente aumento de atividade. Então chegaremos ao ponto essencial no cumprimento da finalidade da existência humana: a Atividade. Dessa forma nos sincronizaremos com Deus, que é sempre ativo.

Como não podemos fugir a essa conjuntura, nos tornaremos consciente de nossa filiação Divina, nos tornando luminosos, porque “Deus é Luz”. É óbvio que para alcançar esta fase gloriosa, necessitaremos de meios apropriados; auxílio este que em última análise é representado pelo Cristianismo Esotérico. Começamos a praticá-lo de modo imperfeito, restringindo o seu alcance e limitando, a princípio, a universalidade própria dos princípios outorgados pelo Grande Arcanjo, Cristo, aos nossos próprios interesses. Gradualmente, porém, a amplidão dos conceitos Cristãos vai se alargando na nossa consciência, e isto se evidencia mais ainda no Estudante Rosacruz ativo, que de início procura tornar a sua própria vida num serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um de nós, para com os irmãos e as irmãs no seu entorno.

Desde os primeiros Períodos sempre houve um propósito: o alargamento da consciência. Esta expansão é uma constante. Todo processo de ampliação da nossa consciência depende de um veículo de expressão. A consciência de vigília, nossa característica na Época Ária, não seria possível ou não teria nenhuma utilidade se não existisse o Corpo Denso.

E na Sexta Época como será expressa a nossa consciência? A Filosofia Rosacruz nos ensina que se expressará em uma forma mais elevada do que aquela que expressamos no Período Solar – consciência de sono com sonhos – mas, conscientemente, isto é, nossa visão será interna e externa, simultaneamente.

E como cada estado de consciência pressupõe o uso de um novo veículo, a Filosofia Rosacruz nos ensina que para a Sexta Época necessitaremos de um novo veículo, o Corpo-Alma, o Vestido Dourado de Bodas, formado pelos dois Éteres Superiores do Corpo Vital (Éter Luminoso e Refletor). Este Corpo luminoso está se formando pela ação Crística do amor, isto é, justa e somente pelo serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um de nós, para com os irmãos e as irmãs no seu entorno. S. Paulo designou essa forma de serviço quando afirmou: “Não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20). A perfeita luminosidade vivia nele!

A fórmula número um está expressa por: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15:12), representando uma forma de vivência que elabora o Corpo-Alma. Portanto, o amor será uma atividade peculiar à Sexta Época.

(Publicada na Revista Serviço Rosacruz de junho/1967 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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Pergunta: Durante o período de tratamento de um paciente, é possível destruir as vibrações da doença ou enfermidade de modo que, uma vez removidas, elas não voltem após o término do tratamento?

Resposta: Supomos que esta pergunta se refere ao tratamento magnético[1] para doenças e enfermidades, e podemos dizer que esse método de cura consiste inteiramente em remover vibrações de doenças e enfermidades por absorção dessas no corpo do (a) curador (a), que deve ter vitalidade suficiente para se livrar delas ou ele, também, ficará doente. Isso já foi explicada anteriormente em nossa literatura, mas, se for analisada sob outro ângulo, poderá se tornar interessante ou instrutiva.

Quando alguém observa com a visão espiritual uma pessoa doente ou enferma, o Corpo Vital do paciente parecerá franzino, magro ao extremo e pálido em proporção dos estragos causados pela doença ou enfermidade. Não há linhas radiantes do Corpo Vital saindo dele como quando seu Corpo Denso está são, mas há uma emanação doentia em forma de redemoinhos e curvas suspensos junto ao Corpo Denso. Ao invés dessas linhas serem de uma cor roxa-rosada, geralmente são de uma cor cinza-opaco na maioria das partes, e o lugar particularmente atingido pela doença ou enfermidade está envolvida em algo parecido a uma massa gelatinosa de cor preta. Isso é que poderíamos chamar de vibrações da doença ou enfermidade, e quando a pessoa recebe um tratamento de cura magnética, é essa massa preta gelatinosa e venenosa que é absorvida pelas mãos do (a) curador (a). Quando o (a) curador (a) a joga fora, por exemplo por um movimento vigoroso dos braços, ela cai no chão e afunda. Então, se o paciente se aproximar do local onde essa massa está caída, ele a reabsorverá. Portanto, o autor costuma sempre lançar essas emanações pela janela ou numa lareira, onde elas possam ser queimadas. Assim, elas não podem causar mais danos.

Mas, já que estamos abordando esse assunto, talvez seja útil abordar outro aspecto dessa questão, assim como o método de cura. Enquanto uma parte do Corpo Denso está doente, ele gera aquela substância venenosa que pairando sobre essa parte e impede que as correntes do Corpo Vital fluam através dela. O que o (a) curador (a) magnético faz é simplesmente limpar essa parte do Corpo Denso, temporariamente e, assim ele (ela) abre caminho para o influxo das correntes vitalizadoras e promotoras da saúde. O alívio, geralmente, é temporário, pois a parte fraca e doente ou enferma continua a produzir esses miasmas, como o chamamos, de que modo que em breve o (a) curador (a) magnético terá que agir novamente. Isso continua até que as correntes vitais do próprio paciente, finalmente, se tornem suficientemente fortes para elas próprias dominarem e expulsarem essa substância venenosa, limpando assim a parte doente ou enferma do Corpo Denso.  Então, a saúde é restabelecida.

O osteopata enfoca o assunto por um ângulo oposto, manipulando os nervos, que são as avenidas para as correntes vitais. Isso fortalece essas correntes que começam a dispersar o miasma que está na parte afetada do Corpo Denso. No entanto, geralmente, são necessários uma série de tratamentos para que a saúde se restabeleça, porque o miasma venenoso bloqueia novamente os nervos, logo após o osteopata cessar as suas manipulações. Portanto, parece ao autor, embora ele nunca tenha tentado isto, que uma combinação dos dois métodos – a abertura das correntes nervosas fortalecendo-as por meio dos tratamentos osteopáticos e, ao mesmo tempo, a remoção do miasma venenoso pela cura magnética, tendo o cuidado de queimá-lo ou descartas os eflúvios miasmáticos – facilitaria maravilhosamente o tratamento da doença ou da enfermidade.

(Pergunta número 43 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.R.: vamos revisar o que a cura magnética segundo os Ensinamentos Rosacruzes: estudando o magnetismo devemos ter presente que tratamos de uma energia invisível, e o melhor que podemos fazer é explicar a forma em que se manifesta no Mundo Físico, como fazemos quanto tratamos de qualquer outra força. O Mundo Físico é o Mundo dos efeitos; as causas permanecem ocultas a nossos olhos embora estejam mais próximas de nós do que nossos pés e nossas mãos. A força encontra-se ao nosso redor, sempre invisível, somente perceptível pelos efeitos que produz.

Por exemplo, se tomamos um prato cheio de água e a deixamos congelar podemos ver miríades de cristais de gelo, formosas figuras geométricas. Estas figuras mostram as linhas de força ao longo das quais se congelou a água. Estas linhas estavam presentes antes que a água se congelasse, mas permaneciam invisíveis até que se produzissem as condições necessárias para sua manifestação.

Da mesma maneira existem linhas de força que se produzem entre dois polos de um ímã. Não são vistas nem sentida, até colocarmos limalha de ferro próximo a elas: a limalha formará então determinada figura geométrica. Estabelecendo as condições necessárias podemos fazer com que as linhas de força da Natureza mostrem seus efeitos movendo nossas carruagens, levando nossas mensagens a milhares de quilômetros de distância, etc., mas a força em si, está sempre invisível. Sabemos que a força magnética passa em ângulo reto com a corrente elétrica que lhe dá origem; conhecemos a diferença entre as manifestações das correntes elétricas e das magnéticas, que dependem uma da outra, mas jamais vimos nenhuma delas, embora ambas sejam os servos mais valiosos que possuímos atualmente.

O magnetismo pode ser dividido em magnetismo mineral e magnetismo animal, embora, na realidade, seja um só. Mas o primeiro tem muito pouca influência sobre os tecidos animais e o segundo é, geralmente, impotente quando age sobre os minerais.

O magnetismo mineral deriva diretamente da pedra ímã que se emprega para magnetizar o ferro. Este processo dá ao metal, assim tratado, a propriedade de atrair o ferro. Esta espécie de ímã é muito pouco empregada porque seu magnetismo se dissipa gradualmente e, além disso, é muito fraco em relação ao volume, principalmente porque a força magnética não pode ser controlada como nos chamados “ímãs permanentes”.

O “eletroímã” é também um ímã “mineral”. Consiste simplesmente em uma peça de ferro envolvida por inúmeras voltas de arame. A força deste ímã varia em proporção ao número de voltas do dito arame e a intensidade da corrente elétrica que passa por ele.

A eletricidade está em toda parte ao nosso redor em estado difuso, não se podendo utilizar com fins industriais até que tenha sido comprimida e forçada a passar pelos cabos elétricos mediante poderosos eletroímãs. Para termos eletricidade é indispensável, em primeiro lugar ter magnetismo. Antes de pôr-se em marcha um gerador elétrico, seus “campos”, que não são mais do que eletroímãs, têm que ser magnetizados. Se assim não for, é inútil girá-lo o tempo que se quiser pois jamais gerará corrente nem para acender uma lâmpada nem para levantar um grão de areia. Tudo depende de que exista primeiramente o magnetismo. Depois que o magnetismo tenha estabelecido, sempre deixa um resíduo quando se para o gerador. Esse resíduo é chamado de “magnetismo residual” e serve de núcleo de força inicial para reativar o magnetismo toda vez que se põe novamente em marcha o gerador.

Todos os Corpos Densos do Reino humano, Reino animal e do Reino vegetal são apenas minerais transformados. Todos procedem inicialmente do Reino mineral, em primeiro plano e a análise química dos Corpos das plantas, dos animais e do ser humano demonstra esse fato além de qualquer dúvida. Demais, sabemos que as plantas obtêm seu sustento do solo mineral e tanto o ser humano como o animal comem minerais ao ingerirem as plantas como alimento. Mesmo quando o ser humano, como os animais, está absorvendo minerais compostos, obtendo assim do alimento tanto as substâncias minerais como a força magnética que contêm.

Vemos esta força manifestando-se no sangue como “hemoglobina”, ou seja, a substância vermelha corante do sangue que atrai o oxigênio dador da vida, quando se põe em contato com ele nos milhões de diminutos vasos capilares dos pulmões, levando-o consigo por todo o Corpo, através desses vasos capilares que unem as artérias e veias. Por que é assim?

Para podermos compreender isso temos que nos familiarizar um pouco mais com a forma pela qual o magnetismo se manifesta no uso industrial.

Sempre há dois campos magnéticos ou um múltiplo de dois no gerador ou motor, sendo cada “campo” alternado: um “polo norte” e outro “polo sul”. Se queremos ligar dois ou mais geradores em “múltiplo” e forçar a eletricidade gerada no mesmo cabo condutor, o primeiro requisito é que as correntes magnéticas nos respectivos campos magnéticos corram na mesma direção.

Não sendo assim, eles não correndo juntos, gerariam correntes indo em direções opostas e queimariam os fusíveis, que servem de proteção. Isso ocorreria porque os polos de um gerador, que deveriam atrair, se repelem e vice-versa. A solução consiste em trocar os terminais dos cabos que magnetizam o campo. A corrente magnética de um gerador se tornará idêntica à do outro e eles correrão suavemente juntos.

As mesmas condições regem a cura magnética. Ao nascer as forças dos Astros impregnaram cada um de nós com certa intensidade vibratória ou polaridade magnética que constitui o nosso “batismo astral” ao inalarmos nosso primeiro alento. Esta característica vibratória vai-se modificando durante nossa peregrinação pela vida, mas o impulso inicial permanece impassivelmente o mesmo e, portanto, o horóscopo natal é o que retêm o maior poder vital na existência para determinar nossas simpatias e antipatias, assim como todas as demais coisas. Na realidade, seu pronunciamento é muito mais seguro do que nossos gostos e desgostos conscientes.

Algumas vezes encontramos pessoas das quais aprendemos a gostar mesmo que nos deem a sensação de exercerem uma influência prejudicial sobre nós que não podemos explicar e que, portanto, procuremos nos afastar delas. Uma comparação do seu horóscopo com o nosso revelará logo a razão e se somos bastante sábios para escutar sua advertência, logo a seguiremos pois do contrário, tão certo como os Astros girarem em torno do Sol, viveremos para lamentar nossa negligência em não obedecer ao que “está escrito”.

Todavia, existem também muitos casos em que não sentimos antipatia nenhuma por certas pessoas, embora o horóscopo a revele e se examinarmos os Signos comparando ambos os horóscopos, podemos nos sentir inclinados a confiar em nossos sentimentos mais do que nos prognósticos dos Astros dos horóscopos. Mas isso também nos trará atribulações, porque a polaridade astral se manifestará a seu tempo, a menos que ambas as partes sejam suficientemente evoluídas para dominar seus Astros, pelo menos até certo ponto. São poucas as pessoas que se encontram nessas condições. Se utilizarmos nossos conhecimentos astrológicos para comparar os horóscopos, pelo menos das pessoas que se ponham em contato com nossas vidas, poderemos evitar a nós e a elas muitos desgostos. Isto é particularmente aconselhável acerca do profissional de saúde e dos seus pacientes e, sobretudo, a respeito da pessoa com quem se pretende contrair matrimônio.

Quando alguém está enfermo ou doente a resistência orgânica está no mais baixo nível e, por esse motivo, não está em condições de resistir às influências externas. Daí terem as vibrações do (a) curador (a) um efeito irresistível e embora esteja animado dos propósitos mais altruístas, desejando verdadeiramente influir em benefício do paciente, se os Astros lhe são adversos no momento do nascimento, seu magnetismo pode ter um efeito prejudicial sobre o paciente. Por este motivo é necessário que todo (a) curador (a) tenha um bom conhecimento de Astrologia e da Lei de Compatibilidade, pertença aos que curam por magnetismo ou à escola de profissionais de saúde, porque estes últimos também infundem suas vibrações magnéticas na aura do paciente e ajudam ou obstaculizam, conforme a harmonia e sintonização que exista com a polaridade planetária do enfermo.

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Pergunta: A pergunta seguinte foi enviada por um médico osteopata: durante a fase de tratamento é possível destruir as vibrações da doença ou enfermidade para que elas não retornem após o tratamento ter terminado?

Resposta: Se lermos nas entrelinhas dessa pergunta, percebermos duas dificuldades muito comuns na prática da Osteopatia[1] e aos métodos semelhantes de tratamento pela imposição das mãos. Nesse processo há duas operações distintas. Uma, alguém está retirando do paciente algo que é venenoso e prejudicial, provocador da doença ou enfermidade; a outra, onde há uma liberação da força vital realizada pelo próprio profissional de saúde. Todos que já realizaram esse tipo de trabalho sabem disso, porque isso foi e é sentido por todos que obtiveram sucesso por essa forma. Agora, a menos que o profissional de saúde ou o (a) curador (a) esteja transbordando de uma saúde radiante, duas coisas podem acontecer: ou o miasma humano retirado do paciente poderá sobrecarregá-lo tanto que, para usar uma expressão comum, “eles passam a assumir o estado” do paciente; ou ao transmitirem uma quantidade expressiva da sua própria energia vital, ficarão completamente esgotados. Ambas as condições podem se combinar e, então, chega um dia em que o profissional de saúde ou o (a) curador (a) fica completamente esgotado e é forçado a descansar.

Os “curadores magnéticos”[2], que são francamente não científicos, muitas vezes escapam da primeira condição mencionada acima “liberando o magnetismo”, como dizem, mas todos estão sujeitos a um completo esgotamento. Isso é algo do qual ninguém pode escapar, salvo aquele que consegue ver os eflúvios etéricos que ele absorve e o fluido vital que ele transmite. A maioria das pessoas atua como vampiros, quando está doente, e quanto mais fortes e robustas elas são normalmente, piores costumam se tornarem, quando a doença ou enfermidade as derruba na cama. Eu nunca fiquei tão doente como fiquei depois de ter tratado uma pessoa muito grande e forte que sofria de uma inflamação intensa dos rins e estava acamado por mais de duas semanas. Foi terrível assistir a sua agonia, e eu me entreguei completamente, chegando a um estado de esgotamento total. O paciente, no entanto, levantou-se na manhã do dia seguinte melhor do que nunca. Ele tinha a minha vitalidade, e eu absorvi a doença dele ou, pelo menos, os eflúvios dela, e levei três dias para me livrar dela. Isso foi, é claro, antes de que eu conseguisse adquirir a visão espiritual.

Desde então, adquiri um conhecimento considerável nessa área, e o consulente encontrará a seguinte indicação valiosa para manter longe essas condições indesejáveis: primeiro, fixe o seu pensamento firmemente de tal maneira que você não permitirá que o eflúvio miasmático que sai do corpo do paciente penetre em seu corpo além do cotovelo. Segundo, quando estiver administrando o tratamento, se afaste do paciente de vez em quando e lave as suas mãos, se possível, em água corrente; mas, de qualquer maneira, lave-as em água sempre e troque a água tantas vezes quanto possível. A água tem um efeito duplo. Em primeiro lugar, o eflúvio miasmático saindo do corpo do paciente tem uma afinidade com a água. Em segundo lugar, a umidade que fica em suas mãos permite que você expulse o miasma do paciente numa quantidade maior do que conseguiria de outra forma.

Isso ocorre pelo mesmo princípio: se você pegar os eletrodos de um acumulador elétrico (p.exe., uma bateria) e colocá-los na água, verá que o efeito da eletricidade se intensifica muitas vezes mais se tentar tocar na água.

O mesmo acontece com você: você é o acumulador elétrico no caso e, estando suas mãos umedecidas, o miasma será atraído para você numa intensidade muito maior do que de outra forma. Se as condições forem tais que você não consiga obter água, você pode tentar dissipar o magnetismo, mas é preciso ter cuidado, porque quando lançamos o magnetismo para fora, ele é atraído para a Terra, por estar sujeito à gravidade. Para a visão espiritual, é um fluido escuro, ou melhor preto, gelatinoso. Ele permanece no solo brilhante e tremendo. Se, agora, o paciente aliviado se levantar da cama onde o tratamento foi feito e for para o local onde esse magnetismo foi jogado fora, o miasma entrará novamente no corpo dele e ele ficará em piores condições do que antes de você ter iniciado o tratamento. Portanto, o melhor procedimento é lançar esse miasma para fora da janela, ou ainda melhor, colocá-lo numa lareira e queimá-lo.

Do que foi exposto acima, fica evidente que essa imposição das mãos é algo que não deve ser praticado indiscriminadamente por ninguém não tenha sido treinado em das várias escolas adequadamente equipadas de Osteopatia, Quiropraxia, etc. Na Escola Fraternidade Rosacruz, os Probacionistas, ativos e que levam vidas dignas e retas são treinados sob a orientação especial dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.

(Pergunta número 42 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: A osteopatia é um sistema de tratamento que visa restabelecer a função das estruturas e sistemas corporais, utilizando técnicas manuais para aliviar dores, corrigir disfunções e restaurar o equilíbrio do corpo, com foco na abordagem holística (a consideração do corpo como um todo, reconhecendo a interconexão entre os diferentes sistemas e tecidos) do paciente.

[2] N.T.: “curadores magnéticos” ou “magnetizadores” são indivíduos, usando técnicas do Espiritismo, que, através da manipulação de fluidos magnéticos, exercem uma ação curativa, seja por si ou por meio de um médium, reequilibrando o ser humano.

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As Chaves do Reino dos Céus

Para bem compreender o procedimento de Cristo-Jesus, dando a Pedro as chaves do Reino dos Céus (Mt 16:17-19)[1], primeiramente torna-se necessário ter uma ideia lógica do significado do termo “Reino dos Céus”. Em vez de admitir o Céu como um lugar para o qual iremos para eterno descanso, depois de termos perdido a nossa “capa mortal”, atentemos para as Escrituras e consideremo-lo como um estado de consciência. “O Reino dos Céus está dentro de vós[2], nos é ensinado, daí porque devemos admitir a expressão literalmente e aplicá-la cientificamente em nossas vidas diárias, a fim de que possamos desenvolver o poder espiritual interno que nos fornece a possibilidade de contato e de funcionamento nos Mundos superiores.

Existem sete Mundos. Para penetrar e funcionar neles, conscientemente, devemos possuir as “chaves espirituais” correspondentes a cada um. São as “chaves” a que Cristo-Jesus se referia e que, por sua vez, Max Heindel nos ensina como sendo realmente as “chaves musicais” ou fórmulas mágicas adotadas na Ordem Rosacruz. Na Ordem Rosacruz há palavras-chaves formuladas para cada grau diferente entre si, de forma que todo aquele que não tiver a chave é incapaz de tonalizar-se, ficando impedido, por assim dizer, por uma parede invisível, de penetrar no Templo da Ordem Rosacruz.

Nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo há uma vibração diferente, muito mais baixa do que as outras Regiões dos outros Mundos suprafísicos. É o que constitui o que popularmente se chama de “inferno”. As vibrações que nas Regiões superiores do Mundo do Desejo e na Região do Pensamento Concreto são mais elevadas e para se trabalhar nelas há que ter a “chave”. Essa gama de vibração difere do tom dos estados de matéria que se encontram no interior da Terra, isto é, em cada um dos nove Estratos da Terra, subterrâneos. Portanto, cada uma dessas divisões dos Mundo invisíveis tem a sua nota-chave ou palavra-chave, que gradualmente é revelada aos Iniciados, na medida em que progridem no caminho do Adeptado. A S. Pedro foi dada uma ou mais notas-chaves desses vários Reinos, bem como a outros, por Cristo, que, nesse caso, foi o Iniciador. Atualmente, as mesmas “chaves” são fornecidas aos seguidores de Cristo, dignos de conhecer os mistérios para assim servirem a seus semelhantes numa maior esfera de ação.

(Publicado na Revista “Serviço Rosacruz” – agosto/1971 – Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: 17Jesus respondeu-lhe: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim o meu Pai que está nos céus. 18Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela. 19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.”

[2] N.R.: Lc 17:21

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Nosso Trabalho para Renascer aqui mais uma vez – Preparativos para o Renascimento

Aprendemos por meio dos Ensinamentos Rosacruzes que somos um Espírito Virginal, parte integrante de Deus, e temos em nós todas as possibilidades divinas (que traduzimos como poderes latentes); que, por meio de repetidas existências em Corpos Densos aqui na Região Química do Mundo Físico e de crescente perfeição, esses poderes latentes gradualmente se convertem em energia dinâmica; que nesse processo ninguém se perde e que todos nós alcançaremos, finalmente, a meta da perfeição e religação (da palavra “Religião” vem do latim religare, que significa “religar” ou “reconectar”) com Deus, levando conosco as experiências acumuladas como fruto de nossa peregrinação através da matéria.

E isso é feito por meio do Ciclo de Nascimentos e Mortes aqui na Região Química do Mundo Físico!

Se quiser saber mais detalhes sobre essa peregrinação, como “morte aqui, nascimento lá; morte lá, nascimento aqui”, é só clicar aqui: Nosso Trabalho para Renascer aqui mais uma vez – Preparativos para o Renascimento

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Um Apelo: entenda quão importante é nossa presença individual para acumular e multiplicar nossas aspirações espirituais para o serviço em prol da Humanidade

No Ritual do Serviço Devocional de Cura, oficiado na Fraternidade Rosacruz, lemos: “Um só carvão não produz fogo, mas quando se juntam vários carvões, o calor latente em cada um deles pode converter-se em chama, irradiando luz e calor”.

O poder dos números é insignificante no Mundo Físico quando o comparamos com o existente nos Mundos espirituais. Aqui podemos contar: um, dois, três, quatro, etc., porém nos planos espirituais essa força aumenta ao quadrado de dois, quatro, oito, dezesseis, trinta e dois, etc. Para as primeiras doze pessoas em um serviço, o número treze aumenta esse poder ao cubo: três, nove, vinte e sete, etc., elevando-os ao poder do Universo Espiritual. Vemos, pois, quão importante pode ser nossa presença individual quando se trata de acumular e multiplicar nossas aspirações espirituais para o serviço em prol da humanidade.

Para assegurarmos a colaboração de todas aquelas pessoas afinadas aos Ensinamentos Rosacruzes, ensejando-lhe a oportunidade de ajudar, publicamos uma relação das datas em que se realizam o Ritual do Serviço Devocional de Cura. Dessa forma, a pessoa interessada – seja Probacionista, Estudante, paciente ou amigo – pode, à hora indicada (18h30), recolher-se a seu lar, dirigindo seus pensamentos com devoção e fé a Mount Ecclesia. A energia infundida nos trabalhadores da Sede Mundial, por esse meio, permitir-lhe-á realizar um serviço maior e mais efetivo em favor do gênero humano.

O símbolo dos Auxiliares Invisíveis em que se concentra em Mount Ecclesia é uma cruz branca com as sete rosas vermelhas e uma rosa pura e branca no centro. A estrela radiante sobressai da cruz posicionada sobre um fundo azul, formosamente iluminado. Este emblema representa o esplendor do Corpo-Alma em que percorrem o espaço esses servidores.

Não é necessário efetuar correções no tocante à hora, em função do local onde cada um reside, porque o Sol recolherá a pureza de todas essas nobres aspirações durante a sua marcha. E quando seus raios alcançarem Mount Ecclesia, no ângulo adequado, a influência ali dirigida será transmitida.

Max Heindel afirmou que no passado, quando os esforços para socorrer aos enfermos encontravam-se sumamente limitados, devido à falta de um número suficiente de trabalhadores em Mount Ecclesia, muitas pessoas residentes em outros lugares perguntavam: Como poderemos ajudar? Este apelo é a resposta. Agora, desenvolveu-se uma legião de Auxiliares Invisíveis, tanto entre os vivos como os chamados “mortos” que contribuirão muitíssimo no futuro para afugentar a morte da face da Terra.

Meditemos sobre o glorioso privilégio que significa ser membro dessa legião, elevando mais que qualquer outra honra a posição que pode nos ser conferida, esforçando-nos por viver conforme as regras dessa tão nobre causa, para podermos ser dignos de assumir maiores responsabilidades.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1975 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Estudos Bíblicos Rosacruzes: “arrancar olho direito” ou “mão direita”? Lógico que não é literal, mas qual a significância esotérica desse Ensinamento Cristão?

O Estudo Bíblico Rosacruz é fundamental para o Estudante Rosacruz a fim de ajudá-lo a equilibrar cabeça-coração, intelecto-coração, razão-devoção, ocultista-místico Cristão.

Sabemos que os eventos na vida de Cristo representam etapas sucessivas no Caminho da Iniciação para os Cristãos (Místicos e Ocultistas) que estão trilhando esse caminho, que na Fraternidade Rosacruz é o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.

Nesse Estudo vamos detalhar a significância esotérica desses dois ensinamentos que o próprio Cristo nos mandou nos tornarmos.

Para saber mais sobre esses assuntos é só clicar aqui: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus: Capítulo 5 – Versículos de 28 a 32

Para os outros Capítulos, clique aqui

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Enciclopédia Filosófica de Astrologia-P.6

Em ordem alfabética, a definição de vários conceitos e termos utilizados na Astrologia Rosacruz que auxilia em muito uma consulta rápida, a retirada de dúvidas e a consolidação do conhecimento

Quer saber mais sobre o assunto? Leia aqui: Enciclopédia Filosófica de Astrologia-P.6


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Hoje a Palavra Proferida por Nós é Morta e Não tem Poder

Sabemos que, atualmente, a nossa força sexual criadora, quando nos manifestamos aqui na Região Química do Mundo Físico, está dividida: metade flui para cima para manter um cérebro e uma laringe, por meio dos quais nós podemos controlar esses instrumentos e nos expressar em pensamentos e palavras; e a outra metade é impelida para baixo, para os nossos órgãos criadores, para reprodução.

Hoje a palavra que então aprendemos a falar é morta e destituída de poder. Na próxima Época, a Época Nova Galileia (não a confundir com a Era de Aquário) teremos desenvolvido um órgão etérico, construído no interior da cabeça e da garganta pela força sexual economizada (o qual órgão é visto pelos Clarividentes voluntários como a haste de uma flor que ascende da parte inferior do tronco). Esse órgão é, verdadeiramente, um órgão criador capaz de emitir a palavra, a vida e o poder. Notemos que a palavra atual é produzida por movimentos musculares rudimentares que combinam laringe, língua, lábios e outras partes do nosso Corpo Denso, de tal modo que a passagem do ar saído dos pulmões gera determinados sons. No entanto, o ar é um veículo pesado, difícil de se mover, comparado as forças mais sutis da Natureza como a eletricidade, que se propaga no Éter, de modo que, quando aquele órgão tiver alcançado pleno desenvolvimento, teremos o poder de falar a “palavra da vida” e infundir vitalidade nas substâncias que até ali estiverem inertes. O alimento principal para a construção desse órgão para falar a “palavra da vida” é a prática constante do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focado na divina essência oculta que há em cada um de nós, aos nossos irmãos e a nossas irmãs que estão no nosso entorno.

Atualmente, as pessoas que se esforçam e praticam o serviço desta forma e fielmente executam o Exercício Esotérico noturno Rosacruz de Retrospecção estão construindo aquele órgão. Elas estão aprendendo a usá-lo aos poucos, como Auxiliares Invisíveis, quando fora de seus Corpos Densos à noite e usando o Corpo-Alma (que naturalmente é construído pelas práticas acima), enquanto dormem aqui, precisam emitir a “palavra de poder” para eliminar as doenças e enfermidades de irmãos e irmãs doentes.

Vamos dar um exemplo da força das palavras por meio de uma pequena sentença, fornecida pelo inspirado Apóstolo S. João quando ele escreveu: “Deus é Luz”. Essas três palavras são tão esclarecedoras para a Mente, quanto outras tantas palavras são confusas. Qualquer pessoa que utilize essa passagem como assunto para os Exercícios Esotéricos Rosacruzes (como, p. exe., o de Concentração ou o de Meditação) encontrará, seguramente, uma recompensa maravilhosa a sua espera. Afinal, não importa quantas vezes tomemos essas palavras repetindo-as nesse contexto de Exercício Esotérico, nosso próprio desenvolvimento, conforme os anos passam, nos assegura uma compreensão cada vez mais completa e melhor. Cada vez que mergulhamos nessas três palavras, nos sentimos preenchidos por uma fonte espiritual de profundidade inesgotável e, a cada vez, alcançamos mais minuciosamente as profundezas divinas e nos aproximamos mais do nosso Deus-Pai celestial.

Como um verdadeiro Aspirante à vida superior buscamos espiritualizar todo o nosso ser, e quando estivermos sob a influência da verdadeira Religião Cristã Esotérica, teremos aprendido o autodomínio e nos tornaremos um auxiliar altruísta do nosso irmão ou da nossa irmã ao nosso lado. Poderemos, então, ser um firme guardião do poder mental, pelo qual seremos capazes de formar ideias exatas e prontas para serem cristalizadas de imediato em coisas úteis. Tudo isso se efetuará por meio da laringe, que emitirá a Palavra Criadora.

Afinal, todas as coisas da Natureza vieram à existência pelo “Verbo que se fez carne” (Jo 1:14). O som, ou pensamento falado, é a nossa próxima força a se manifestar, uma força que nos fará criadores quando, mediante nosso atual aprendizado, nos tivermos capacitados para o uso de tão grande poder para o bem de todos, a despeito dos nossos próprios interesses.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ação: Há alguma coisa a fazer? Se é digna, se é dos “negócios do Senhor”, por que não Eu?

Os “Filhos do Fogo” encontram na ação o fundamento da vida. Eles não fogem à luta, à dificuldade. Preocupam-se com a ociosidade da inércia. Miram-se na Mãe Natureza e contentam-se com o repouso da noite. Nos fins de semana e nas férias são dinâmicos, também. Apenas fazem coisas diferentes, para higiene mental.

Pode parecer natural que uma pessoa, lutando pela vida, deseje que as dificuldades desapareçam, que acabem os problemas e decepções. Mas, pensando bem, é a vontade do Pai que se deve fazer e não a nossa. Os Anjos Arquivistas (também chamados de Anjos do Destino, Anjos Relatores ou Senhores do Destino) já destinaram a cada um e a todos exatamente o que necessitam para seu desenvolvimento espiritual. Muitas vezes, quando pensamos ajudar nossos filhos, facilitando-lhes todos os passos, erramos redondamente, pois, estamos lhes roubando a experiência e o crescimento anímico decorrente. Podemos, isto sim, orientá-los inteligentemente.

A vida não é “ter resolvido todos os problemas”, senão “buscar resolvê-los”. Cada providência necessária exige força de vontade. E a cada ato, nesse sentido, alguma coisa cresce e fica mais forte dentro de nós. Aquele que luta e vence, através da experiência, tem sempre mais autoridade porque viveu e avaliou essas experiências. Muitas vezes não compreendemos o propósito de Deus. Queixamo-nos, resmungamos, nos esquecendo que muita coisa estava prevista em nossas vidas – escolhidas por nós mesmos no Terceiro Céu, entre um renascimento aqui e outro! – a fim de nos tornar um pouco melhores, a caminho da perfeição.

Aprendemos, todas as vezes que nos dedicamos aos Estudos Bíblicos Rosacruzes, com o Cristo: “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5:48) e, também: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai” (Jo 14:12). Deduz-se, logicamente, que se não pode atingir a estatura de Deus nem a grandiosidade de Cristo em uma só vida e nestas frases, o Renascimento, ensinado pela Escola Fraternidade Rosacruz, encontra irrespondíveis argumentos, além de outras existentes na Bíblia.

Aceitemos, pois, o esposo ou a esposa que recebemos de Deus, os Egos que vieram morar nas formas que geramos – nossos filhos – e todas as demais pessoas que em nossa vida escolhemos ou não para nos relacionar e todas as coisas a nossa volta. Todas elas fazem parte de um programa inteligente de redenção. Aproximam-nos mais do que o conforto, dão-nos confiança e valorização. Grandes seres humanos, autênticos líderes de nosso Mundo ocidental, consideraram como os maiores e mais felizes momentos de sua vida não os em que foram condecorados, nem quando lograram alcançar o cume de suas carreiras, mas quando perderam tudo e confiantemente recomeçaram. Eis porque, frequentemente, encontramos nos escritórios de grandes companhias o magnífico trabalho poético de Rudyard Kipling, “If” (Se)¹: a luta gigantesca que se segue é justamente o que consolida no indivíduo a possibilidade de dirigir seu trabalho futuro com firmeza.

Nos momentos de conforto esses indivíduos se esqueceram de Deus, mas quando lutavam por sua sobrevivência lembravam-se d’Ele e diziam: “Senhor, dai-me sabedoria para aceitar as dificuldades, e coragem para procurar resolvê-las”.

Neste esforço de encontrar a solução não se contam apenas os grandes momentos, mas, também as pequenas vitórias, os impasses, as esperas e até mesmo as derrotas. Para quem está trilhando o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz nos observam atentamente as nossas reações para avaliar o grau de entendimento e firmeza, sem os quais não podemos construir nada de mais edificante em nossas aspirações espirituais. A vida, por esses momentos, corrige o que há de fantasioso em nosso modo de ver.

Aceitemos, pois, caros irmãos e caras irmãs, as lutas, não por conformismo, mas como oportunidades para vencermos a nós mesmos. De que valeria resolvermos todos os problemas? Ficaríamos então, como simples espectadores e não como participantes da vida. Poucos foram os seres humanos famosos que desfrutaram, em vida aqui, o galardão de seus feitos. E estes poucos, no meio de sua segurança e conforto olharam com saudade para os tempos em que eram vulneráveis, inseguros e assustados, porque nesses momentos viviam. Assim, quando perceberem que está invejando alguém que parece “ter resolvido todos os seus problemas”, parem e perguntem a si mesmos: “queremos realmente imunidade contra os desafios da vida”? Queremos realmente isenção das esperanças e desânimos, confusões e esforços, o gélido medo da derrota a gosto do triunfo? Se forem honestos, saberão que não querem. E saberão também que na verdade ninguém chega a ter “todos os problemas resolvidos enquanto houver problemas a solucionar, pessoas a ajudar e amor a partilhar”. O sentimento de participação nos problemas sociais é Fraternidade.

Levantemo-nos, pois, que estamos ainda dormindo, despertemo-nos para a ação inteligente e amorosa, de modo a valorizar o talento do tempo que nos deu o Senhor. Há alguma coisa a fazer? Se é digna, se é dos “negócios do Senhor”, por que não Eu? Façamo-la! – malgrado nossas imperfeições, porque por meio da ação, dos pequenos e grandes embaraços, é que chegaremos a ser o que nos está destinado.

¹ SE (IF)

SE está calmo – enfrentas – a turba contrafeita,
que te assedia e acusa: “FOI VOCÊ!”.
E – confiante em ti próprio – ante a suspeita,
tens o bom senso de saber por quê;
SE és capaz de esperar paciente e mudo,
E, em sendo caluniado, refletir,
Sem dar asas ao ódio e, sobretudo,
sem ostentar bondade nem fingir;
SE sonhas e, dos sonhos despertando,
executa as múltiplas ações;
SE te manténs inalterável, quando
da derrota ou do triunfo ecoam sons;
SE és capaz de escutar palavras tuas
deturpadas por vil difamador;
Ver por terra, antes mesmo que as concluas,
todas as causas e por que deste suor;
SE arriscas entre as mãos da gente astuta,
tudo o que tens – teu último vintém –
E, em perdendo, te lanças para a luta,
sem nunca murmurar palavra a alguém;
SE és capaz de juntar de novo as forças,
para novas empresas empreender,
E, embora exaustas, mortas, tu as torças
a golpes de vontade e de querer;
SE ocupas todo o espaço de um minuto
com sessenta segundos triunfais;
SE pagas aos magnatas o tributo,
sem jamais esquecer os teus iguais;
E ainda – se frequentas o mercado,
conservando ilibado o nome teu;
Terás o mundo inteiro conquistado,
E – mais que isso – és um ser humano de verdade, filho meu!

(Publicada na Revista Serviço Rosacruz agosto/1964-Fraternidade Rosacruz-SP)

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