Carta de Max Heindel: O Amor, a Sabedoria e o Conhecimento

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: O Amor, a Sabedoria e o Conhecimento

fevereiro de 1915

Este mês iniciaremos uma série de lições que intitulamos “A Teia do Destino – Como se tece e destece”, e esperamos que os seus ensinamentos sejam muitos proveitosos para a vida de todos os leitores. Embora as lições sejam analíticas e técnicas em alguns aspectos, o assunto deve ser abordado com o espírito da mais profunda devoção, sem perder de vista o propósito principal da vida.

Como, provavelmente, você está ciente a palavra filosofia” é composta de dois vocábulos que significam “amor pela sabedoria”. Muitas pessoas julgam que “amor pela sabedoria” é sinônimo do desejo pelo conhecimento, mas, como vimos em uma lição recente, há uma grande diferença entre conhecimento e sabedoria. Sabedoria implica amor, primeiro de tudo, depois e sempre, enquanto o conhecimento pode ser usado para os piores propósitos imagináveis. De fato, a pessoa verdadeiramente esotérica, que é inspirada por uma fervorosa devoção em seu estudo e trabalho, é demasiadamente modesta para aceitar o título de filósofa, pois isso significa muito mais para ela, na medida que altera a ordem das palavras a “Sabedoria do Amor”, em vez do amor pela sabedoria. Uma ligeira consideração esclarecerá melhor esse ponto. O assunto escolhido para as próximas lições é um dos mais sagrados que podemos levar ao conhecimento dos nossos irmãos e irmãs, pelo que facilmente se compreenderá que é necessário abordá-lo com espírito de “Sabedoria do Amor”, o amor que envolve a completa compreensão do que é a verdadeira filosofia e o que ela significa.

Robert Burns[1] disse uma vez:

“Oh! Que poder teríamos se nós nos víssemos como os outros nos veem!”[2]

Receio que esse poder seja uma amarga posse, ainda que pareça desejável se for encarado superficialmente. Cada um de nós está repleto de defeitos. Há momentos em que fazemos um triste papel no cenário do mundo. Algumas vezes, parece que somos joguetes do destino, sem objetivos, enquanto outras pessoas, que são incapazes de ver a “trave no seu próprio olho”, nos criticam fazendo com que pareçamos ridículos. Se nós nos víssemos com os seus olhos, certamente perderíamos o mais essencial dos atributos – nosso autorrespeito, e recuaríamos envergonhados de encarar os nossos semelhantes.

Quando compreendemos que isso é assim (e pensando sobre o assunto, ficamos convencidos disso), com proveito poderíamos mudar de posição e perceber que nós, ao criticarmos agudamente os mínimos defeitos dos outros, adotamos uma atitude muito antifraternal, antifilosófica e desprovida da “Sabedoria do Amor”. O propósito das próximas lições é nos dar uma ideia do que causaram, no passado, algumas coisas que mais criticamos nos outros, para que possamos, individualmente, evitar erros parecidos; também devemos praticar aquela real e verdadeira caridade Cristã, que São Paulo descreve no famoso Capítulo 13 da sua Primeira Epístola aos Coríntios: “O amor não é invejoso, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não busca os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade”.

Confio que os Estudantes Rosacruzes acolherão as lições que enviamos com esse espírito, e que elas possam trazer benefícios duradouros para todos nós.

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[1] N.T.: Robert Burns (1759-1796) também conhecido familiarmente como Rabbie Burns, um poeta e letrista escocês.

[2] N.T.: “To A Louse, On Seeing One on a Lady’s Bonnet at Church” é um poema em língua escocesa de 1786 de Robert Burns em sua métrica favorita, Habbie padrão. No original em língua escocesa: “O wad some Pow’r the giftie gie us/ To see oursels as ithers see us!”

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(Carta nº 51 – do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)

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