Carta de Max Heindel: Os Reais Heróis do Mundo

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Os Reais Heróis do Mundo

Os Reais Heróis do Mundo

Junho de 1916

Embora minha carta esteja datada como primeiro dia do mês, é claro que foi escrita antes – de fato, na noite antes do dia “Decoration Day”[1], dia em que todos os americanos patriotas deveriam homenagear os heróis mortos que lutaram pela integridade da União.

Enquanto eu refletia sobre o assunto, me ocorreu que parece ser sempre necessária uma calamidade ou uma catástrofe para que o ser humano se esqueça de si mesmo e atenda ao apelo de uma causa ou à necessidade daquele momento, sem considerar as consequências. O ser humano sempre reage em resposta a esse apelo nas guerras, nos terremotos, incêndios ou naufrágios.

Contudo, por que haveria necessidade de tais eventos cataclísmicos para despertar a virtude do serviço desinteressado, quando tais serviços são necessários todos os dias, todas as horas, em todos os lares, lugarejos e cidades? O mundo seria bem melhor se nós praticássemos nossos atos nobres diariamente, ao invés de somente em ocasiões de excepcional estresse. Pode ser nobre morrer por uma grande causa, porém, certamente é mais nobre viver uma vida de sacrificando a si mesmo ou de seus interesses pelos dos outros, estendendo por muitos anos, sentindo e demonstrando afeto para com os outros e ajudando-os a ser melhores e mais nobres, do que morrer na tentativa de matar o seu próximo.

Há muitos pais que anos e anos fazem esforços extenuantes e desgastantes devido a dificuldades e adversidades para proporcionar a seus filhos o que eles denominam “uma oportunidade na vida”. Há milhares de mães que se esforçam laboriosamente durante uma vida toda em “árduos trabalhos” para fornecer o que é necessário para proporcionar “uma oportunidade na vida” para os jovens. Há milhões destes heróis de quem nunca se ouviu falar, porque eles ajudaram seus semelhantes a viver, ao invés de lhes causarem a morte.

Isso não é uma anomalia: que nós honremos um exército de homens por mais de meio século, pelo fato de terem matado, matado, matado…, enquanto aquele exército bem maior que fomentou tudo aquilo que há de melhor na Terra repousa esquecido em suas sepulturas?

Como seguidores de Cristo, vamos prestar homenagens aos heróis e heroínas que durante anos de sofrimento lutaram pelos outros, prestando cuidados carinhosos em tempos da infância desamparada, pelo serviço incansável em tempos de doença, pela paciente ajuda aos pobres e por todo e qualquer problema que pudesse ocorrer, especialmente devido a um destino.

Tampouco vamos esperar até que esses benfeitores passem para o além. E nem deveríamos estipular um dia no ano para o pagamento de tal tributo, mas nós deveríamos honrá-los todos os dias das nossas vidas, e deveríamos tentar aliviar seus fardos, imitando seus nobres atos.

Como vamos encontrá-los? Eles não usam uniformes; nem se exibem pelo que fazem. Eles estão em toda parte, e se buscarmos, os encontraremos. Quanto mais depressa nos juntarmos a eles, mais depressa nós os honraremos aliviando seus fardos, pois isso torna a nós todos servos do Mestre: “cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes’”[2].

(Do Livro: Carta nº 67 do Livro Cartas aos Estudantes – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: O Memorial Day é o feriado nacional nos Estados Unidos que acontece anualmente na última segunda-feira de maio. Anteriormente conhecido como Decoration Day (Dia da Condecoração), o feriado homenageia os militares americanos que morreram em combate.

[2] N.T.: Mt 25:40

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